O presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Isac Nóbrega/PR
Poderá Bolsonaro ser preso? Teoricamente, esse é o desejo da
coligação que elegeu Lula, que entrou com uma ação no TSE acusando
Bolsonaro de uso indevido dos meios de comunicação social e abuso do
poder político. O problema é que a ação caiu nas mãos do ministro
Benedito Gonçalves. Aquele dos tapinhas no rosto, recebidos de Lula.
Aquele que cochichou no ouvido de Alexandre de Moraes (e o microfone
captou) “missão dada, missão cumprida”.
O pessoal está pedindo que sejam investigados não só Bolsonaro e seu
vice Braga Netto, mas também deputados que são ferrenhos defensores de
Bolsonaro, como Bia Kicis, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro; o senador
Flávio Bolsonaro; e três recém-eleitos que tiveram muitos votos:
Gustavo Gayer, Magno Malta e Nikolas Ferreira. Qual é o objetivo? Tentar
“desreeleger”, como já se conseguiu “descondenar” lá atrás. Querem
anular os votos – não os de Flávio Bolsonaro, porque ele continua com o
mandato de oito anos – e considerar Bolsonaro um criminoso eleitoral por
ter abusado dos meios de comunicação. Imaginem, ele não abusou porque
nem teve meios de informação ou de comunicação de massa à disposição
dele; abuso de poder político também não foi o caso, ele ficou na
dele. Mas, como a ação está nas mãos de alguém que não tem amores por
Bolsonaro, muito pelo contrário, há esse risco.
Ministério de Lula é o retorno ao passado O presidente eleito
convidou Luiz Marinho para ser ministro do Trabalho. É a volta ao
passado, pois ele já tinha sido ministro do Trabalho de Lula, e depois
foi prefeito de São Bernardo do Campos. Ele começou a carreira como
líder sindical, no tempo em que era operador de máquinas da Volkswagen.
Lula convidou ainda Josué Gomes da Silva, que é o atual presidente da
Fiesp – pelo menos até dia 21, porque já está marcada uma assembleia
para destituí-lo, já que não gostaram da atuação dele – para o
Ministério da Indústria e Comércio, outra pasta que vai ser recriada,
assim como o Ministério da Mulher. Diz o noticiário que a cotada é Cida
Gonçalves; não sei quem é, mas dizem que ela é especializada em
“violência de gênero”, seja lá o que for isso.
Senhores e vassalos Todos querem uma “boquinha” no governo Lula Lula não aprendeu com os erros do passado e agora vai repeti-los E
o novo ministro de Relações Exteriores já disse que Lula vai à China
logo no início do ano e que vai reativar a relação com a Venezuela do
ditador Nicolás Maduro. Portanto, vai expulsar daqui a embaixadora do
outro presidente da Venezuela. Já a China é a campeã mundial, segundo os
Repórteres Sem Fronteiras, em prisões de jornalistas. São 110
jornalistas presos, e 18% dessas prisões são de mulheres.
Alexandre de Moraes segue fazendo ameaças
Falando em prisão, Alexandre de Moraes, num evento em Brasília,
ameaçou que ainda há muita gente para prender e muita multa para
aplicar. Eu fico pensando naqueles delegados que saem por aí pensando em
prender todo mundo, ou o agente do Detran que pensa em multar todo
mundo; é algo parecido que estamos ouvindo. E aí eu lembro do
secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras, Christophe Deloire,
dizendo que regimes ditatoriais e autoritários estão enchendo as prisões
com jornalistas. Prisão por crime de opinião; enquanto isso, nenhum
baderneiro que queimou veículo em Brasília foi preso ainda, pelo menos
até o momento em que fiz essa gravação.
Mundo Guerra na Ucrânia Após convocação de reservistas e fuga em massa
Por Fábio Galão – Gazeta do Povo
Mobilização de reservistas feita por Vladimir Putin deslocou 300
mil trabalhadores para o campo de batalha e fez outras centenas de
milhares fugirem da Rússia| Foto: EFE/EPA/MIKHAEL
KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN
A Rússia alega que encontrou
alternativas a mercados que lhe foram fechados com as sanções
decorrentes da invasão à Ucrânia. O governo estima que o PIB russo deve
sofrer uma contração de apenas 2,9% em 2022 (o Fundo Monetário
Internacional projeta uma retração um pouco maior, de 3,4%), enquanto em
março a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(Unctad) havia estimado uma redução de 7,3% para este ano.
Entretanto, o Kremlin se preocupa com a situação do emprego: na
semana passada, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Maxim
Reshetnikov, admitiu em entrevista a um canal de TV estatal a
dificuldade para encontrar mão de obra no país.
“É claro que estamos muito preocupados com o mercado de trabalho,
porque, de fato, está ocorrendo uma falta [de mão de obra] no momento e
isso está provocando retração [na economia]”, explicou Reshetnikov.
Essa crise começou em setembro, quando o presidente russo, Vladimir
Putin, anunciou a convocação de 300 mil reservistas para aumentar o
esforço de guerra na Ucrânia. Além da falta dessa mão de obra, estima-se
que outras centenas de milhares de trabalhadores fugiram do país para
escapar do recrutamento.
Em novembro, especialistas do Instituto Gaidar de Política Econômica
apontaram, em reportagem do jornal Kommersant, que a economia da Rússia
está passando pela maior escassez de trabalhadores desde 1993.
Segundo os analistas, até um terço das indústrias russas pode
enfrentar uma escassez recorde de mão de obra, com o setor de indústrias
leves apresentando o pior resultado, um déficit de 70% de
trabalhadores.
Com essa dificuldade para contratar, o governo russo tem recorrido a
medidas extraordinárias para aumentar a oferta de mão de obra.
Recentemente, o Rússia Unida, partido de Putin, anunciou um projeto de
lei para afrouxar as leis trabalhistas e permitir que adolescentes a
partir de 14 anos de idade sejam contratados com mais facilidade.
A proposta estipula que jovens de 14 a 18 anos não precisariam mais
do consentimento de um responsável ou de uma agência de serviço social
para conseguir um emprego, e os empregadores não precisariam mais pagar
pelos exames médicos de menores que desejem trabalhar para eles.
O presidente da Comissão de Política Juvenil da Duma (câmara baixa do
Parlamento russo), Artyom Metelev, afirmou que há estudos que apontam
que “nove em cada dez adolescentes gostariam de começar a trabalhar
antes dos 18 anos, mas não conseguem encontrar um emprego oficialmente”.
“Temos uma juventude ativa, a rapaziada quer crescer e se
desenvolver, quer ter experiência de trabalho, mas não há mecanismos
eficazes para isso agora”, justificou Metelev. “Eles têm que enfrentar
inúmeros controles, burocracia e obter autorizações, simplesmente não é
lucrativo para os empregadores.”
Fim das cotas para os uzbeques Em novembro, para atrair mais mão
de obra, o governo russo suspendeu cotas para trabalhadores do
Uzbequistão. Limites criados no ano passado permitiam que apenas cerca
de 11 mil trabalhadores daquele país fossem empregados regularmente na
Rússia nos setores de construção (10 mil vagas) e agroindustrial (1.108
postos de trabalho) – estima-se que o número de trabalhadores uzbeques
ilegais e/ou informais na Rússia seja bem maior.
Entretanto, o fim dessas cotas não é garantia de que o problema
criado por Putin será resolvido, já que o próprio caso dos uzbeques
ilustra outro desafio para a Rússia gerado pela guerra: a dificuldade de
atrair e reter trabalhadores imigrantes.
Pouco antes da mobilização de reservistas, apenas 4,5 mil vagas das
10 mil então permitidas para trabalhadores da construção uzbeques
estavam ocupadas, segundo números publicados pela Eurasianet.
De acordo com dados do Serviço Federal de Estatísticas do Estado
Russo, nos primeiros oito meses de 2022, 47,6 mil uzbeques deixaram a
Rússia, enquanto no mesmo período no ano passado 19,9 mil haviam saído.
Lula: um narcisista obcecado por seu papel histórico e
sobretudo por sua imagem perante os grandes líderes mundiais| Foto:
Antonio Cruz/Agência Brasil
Conversa vai, conversa vem, o assunto
pegou aquela estrada árida que leva à política. Afloram à mesa
inofensivas declarações de repulsa pelo ex-presidiaríssimo presidente
eleito, seguidas por uma mistura de tristeza e medo. Copos sobem à boca,
olhos baixam ao chão. A melancolia recobre as deliciosas frituras (e a
carne-de-onça) como uma nuvem de moscas. Até que alguém resolve propor
um olhar semiotimista sobre o futuro governo Lula.
Antes de continuar com a história, contudo, preciso desobedecer os
juízes racialistas do TSE e esclarecer que a cena se desenrola num
passado cada vez mais distante. Do tempo em que havia esperança no que,
por falta de expressão melhor, vou chamar aqui de “lógica política”. Do
tempo em que havia esperança na análise histórica (oi, Rafael!). Enfim,
do tempo em que havia alguma esperança.
Ao redor da mesa, os olhinhos de todo mundo brilharam para ouvir o
argumento. Que, em linhas gerais, apelava para a vaidade de Lula. “Ele
não vai querer entrar para a história como o homem que transformou o
Brasil numa Venezuela”, disse o semiotimista. Para depois emendar que
“uma hora o Lula vai perceber que o povo votou nele, pessoa física, e
não no PT, e vai dar um jeito de jogar os radicais para escanteio”.
(Como o telão transmitisse o jogo entre Marrocos e Portugal, convinha a
metáfora futebolística).
Parece plausível, não? Pelo que se viu de 2002 a 2010, de fato Lula é
um narcisista obcecado por seu papel histórico e sobretudo por sua
imagem perante os grandes líderes mundiais. É o tal de complexo de
vira-latas que, com o tempo, normalizamos. Como se esse servilismo fosse
sinônimo de humildade. Não é. Ah, mas não é mesmo. “Então devemos
depositar nossas esperanças na vaidade do Lula?”, pergunto, antevendo a
resposta positiva.
Mas isso foi antes. Antes de Lula babar fel em seu discurso de
diplomação. Antes de o Congresso se dobrar à vontade do apedeuta e mudar
a Lei das Estatais para acomodar Aloízio Mercadante, o Dilmo de calças,
no BNDES. Antes da decisão de acabar com toda e qualquer privatização.
Antes de sugerir uma reforma tributária capaz de reparar “injustiças
centenárias” – o que quer que signifique mais essa ameaça.
À mesa, o argumento semiotimista cumpre seu papel. Os ânimos se
acalmam. Voltamos a sorrir e a cantar e a agradecer e a celebrar a
alegria que é estar vivo. Que é estar cercado por pessoas boas, que
querem o nosso bem. Diante daquele espetáculo que só posso chamar de
“divino”, e ao som de mais um brinde, até cogito o contra-argumento
tímido de que o grande adversário histórico de Lula é Getúlio Vargas,
ainda hoje chamado de Pai dos Pobres, apesar da brutalidade da ditadura
varguista. Mas me calo.
Por: Fernando Silveira, Advogado e Fundador-CEO da Nutax Digital
A transformação da cultura corporativa em busca da adoção de
tecnologia vem impactando cada vez mais as grandes corporações de várias
formas.
Algumas das empresas possuem programas bem estruturados de inovação
aberta (open innovation), outras participam de programas chamados de
business hacking ou possuem parceria com institutos de pesquisa ou
universidades em busca de métodos, sistemas e materiais que impulsionam
seus resultados e as aproxima dos múltiplos de crescimento da era
digital.
Todas essas iniciativas e programas podem ser transformadores, como
mostram alguns casos, mas demandam investimento em dinheiro e tempo dos
executivos de uma organização. Por isso é importante que essas empresas
estejam preparadas para essa jornada
Apesar disso, quando olhamos para o ambiente com o qual uma startup é
recebida para trabalhar em uma grande corporação, percebemos que além
da iniciativa dos programas de inovação aberta, o sucesso de soluções
inovadoras depende de alguns elementos adicionais que podem ser
decisivos na hora de testar a solução de uma startup para um grande
problema.
Os principais desafios são relacionados a qualidade dos dados, à
definição dos resultados desejados e limitações impostas por temas como
segurança da informação ou pessoas com conhecimento e tempo para se
dedicarem a iniciativas de inovação.
A complexidade da legislação tributária brasileira torna o dia a dia
tributário de uma empresa uma tarefa já muito desafiadora por si só, o
pode resultar em pouco espaço para inovação se não forem tomados os
cuidados devidos.
Alguns desafios são imprevisíveis e fazem parte do processo de inovação. Outros, porém, podem ser superados e administrados.
Com base na minha experiência, relacionei alguns dos principais riscos e inimigos da inovação com tributos. São eles:
1) Dificuldade de obtenção dos dados corretos: obter
os dados corretos pode ser um grande desafio em dois aspectos: (i)
saber quais dados são relevantes para uma determinada análise e (ii)
conseguir acesso a esses dados;
2) Dificuldade para estruturar os dados: no mundo
tributário, essas atividades de estruturação (limpeza, tratamento e
categorização) dos dados também exigem um profundo conhecimento técnico
tributário e da disposição dos dados fiscais em suas fontes (ERPs, notas
fiscais, etc);
3 ) Limitações de Segurança: apesar de sua
importância, os protocolos de segurança podem representar um desafio
importante à inovação, quando não administrados, pelo controle excessivo
ou pela falta de controle;
4) Limitações para explorar: a inovação corporativa,
nasce muitas vezes de usuários inquietos que testam novas tecnologias
para resolver velhos problemas no negócio. Estimular isso, é parte do
sucesso;
5) Definição dos benefícios esperados: definir qual problema atacar é fundamental na busca de um bom ROI. Iniciativas com ROI, alto justificam mais investimento;
6) Conhecimento do domínio: um time multidisciplinar, com conhecimento de tributos e do negócio é fundamental para se chegar lá;
7) Limitações Regulatórias: a inovação com tributos
esbarra muitas vezes em um interface não disponível ou na exigência de
um documento em papel, por exemplo. Apesar disso, há muitas
oportunidades a partir de dados disponíveis, a exemplos das notas
fiscais eletrônicas;
8) Priorização de iniciativas: busque o maior ROI, e adote o modelo ágil. Dessa forma é possível mitigar riscos e corrigir a rota rapidamente;
9)Adoção do modelo ágil: o modelo de geração de
valor rápida para o cliente em ciclos curtos de entrega tem sido
fundamental nas empresas mais inovadoras do nosso tempo. Ele pode ajudar
muito na gestão de impostos também.
Conhecendo e sabendo endereçar esses riscos e desafios, as empresas
ficarão certamente mais próximas de possuir processos eficientes e
digitais de administração dos impostos, o que provavelmente deve se
refletir em diferenciais competitivos perante seus concorrentes.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
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Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
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A partir de 2023 Para enfrentar pautas progressistas no Congresso Por Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo
Culto da bancada evangélica realizado em agosto, na Câmara dos
Deputados, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL)| Foto:
Divulgação FPE
A Frente Parlamentar Evangélica (FPE), uma das
principais bancadas temáticas do Congresso Nacional, ganhará força a
partir do ano que vem. Um grande número de candidatos a deputados
federais e senadores que se declaram evangélicos se saíram vitoriosos
nas eleições deste ano.
Segundo estimativa atualizada da presidência da bancada, até agora
foram contabilizados 132 deputados e 14 senadores que deverão fazer
parte da FPE na próxima legislatura, de 2023 a 2026. Os números
representam um recorde histórico em relação ao número de parlamentares
integrantes da bancada.
Na comparação com a composição atual (112 deputados e 11 senadores), o
aumento é de quase 19%. Na nova formação, pouco mais de 25% da Câmara
será integrante da bancada; no Senado, esse número corresponde a 17%.
Nem todos os parlamentares evangélicos pertencem à bancada. Além da
filiação religiosa, a maioria dos membros compartilha valores e visões
de mundo alinhados ao conservadorismo. É comum, por exemplo, a oposição
da frente evangélica a pautas relacionadas à ideologia de gênero e à
legalização do aborto e das drogas.
Na prática, o reforço significa maiores dificuldades para o avanço de
pautas chamadas “progressistas” numa legislatura que coincidirá com o
novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na presidência da
República.
Bancada evangélica se manterá vigilante durante governo Lula À
Gazeta do Povo, o presidente da FPE, deputado federal Sóstenes
Cavalcante (PL-RJ), disse que os integrantes da frente parlamentar
permanecerão atentos aos passos do novo governo federal sob a gestão de
Lula e que, com a bancada fortalecida com mais membros, reagirão para
frear eventual guinada à esquerda no Congresso.
“Nós precisamos aguardar que o governo assuma para ver se eles
voltarão com o mesmo preconceito e a mesma perseguição às pautas
conservadoras de outros governos da esquerda, ou se irão agir de uma
forma mais branda. Precisamos ter calma, e a cada tentativa de bote do
futuro governo nós teremos uma reação com a bancada mais fortalecida do
que em outras legislaturas”, declara Cavalcante.
O deputado diz esperar que Lula deixe de lado a articulação para o
avanço de pautas consideradas sensíveis para a bancada. “Eu não quero
pré-julgar o novo governo. Quero aguardar. O DNA deles nós já
conhecemos, mas vamos ver a intensidade do que vem pela frente. E quem
dita a intensidade da batalha é o governo. Se o governo deixar de lado
um pouco as afrontas aos valores cristãos, acho que a gente se mantém na
trincheira aguardando qualquer ataque a qualquer momento”, prossegue o
presidente da frente parlamentar.
Lista com os nomes dos integrantes será divulgada após a diplomação A
lista de nomes de parlamentares levantada pela presidência da bancada
será divulgada somente após a diplomação dos candidatos eleitos, que
deve ocorrer até o dia 19 de dezembro. Segundo Cavalcante, vários
deputados e senadores eleitos que são evangélicos pediram que a lista
fosse tornada pública somente depois de estarem diplomados pelos
Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Isso porque parte dos
parlamentares teme represálias por parte da Justiça Eleitoral por
apoiarem pautas conservadoras, e a diplomação é justamente o ato pelo
qual o órgão eleitoral atesta que o candidato foi efetivamente eleito e
está apto a tomar posse no cargo.
“Estamos vivendo tempos sombrios no Brasil com relação ao Judiciário,
em especial ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Muitos parlamentares
nossos estão tendo problemas com prestação de contas por serem
conservadores, de direita. Vamos esperar passar a diplomação e depois
divulgaremos a lista”, diz Sóstenes Cavalcante.
O que esperar da relação do novo Congresso, mais conservador, com os outros poderes Domínio no Congresso é só a ponta do crescente iceberg da direita no Brasil Campeões de votos farão parte da bancada evangélica Vários
nomes bastante conhecidos por eleitores de todo o país figuram entre os
novos parlamentares evangélicos que preencherão as cadeiras das duas
casas legislativas federais. Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi o
deputado federal mais votado do Brasil nestas eleições com quase 1,5
milhão de votos, é um deles.
Há também parlamentares campeões de votos em seus estados que
integrarão a FPE. Um deles é André Fernandes (PL-CE): filho de pastor e
atual deputado estadual no Ceará, o parlamentar recebeu quase 230 mil
votos do eleitorado cearense na disputa para a Câmara, sendo o candidato
mais votado do estado.
Outro que integrará a bancada evangélica a partir de 2023, Fábio
Garcia (União-MT), ficou próximo de bater os 100 mil votos no Mato
Grosso ao concorrer à Câmara dos Deputados e também foi o candidato que
recebeu mais votos em seu estado.
O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e
ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), também
evangélico, foi o deputado federal mais votado no Paraná. Ele recebeu
345 mil votos.
Fechando a lista, o deputado federal André Ferreira (PL-CE) foi
reeleito neste ano com o maior número de votos de Pernambuco. Foram 273
mil votos, 100 mil a mais em comparação com sua primeira eleição quatro
anos atrás.
Como exemplos de outros nomes de peso eleitos que comporão a bancada
evangélica na próxima legislatura estão o pastor Magno Malta (PL-ES),
que volta ao Senado após ficar quatro anos sem mandato, e a ex-ministra
de Jair Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF), que também é pastora
e ocupará uma das cadeiras do Senado.
Entre os atuais parlamentares de esquerda que permanecerão a partir
de 2023 estão as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Rejane Dias
(PT-PI), e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Marina Silva
(Rede-SP), eleita para a Câmara neste ano, deve fazer parte da bancada a
partir do próximo ano.
Ao menos um deputado federal eleito evangélico disse publicamente que
não integrará a bancada: o pastor Henrique Vieira, do PSOL, que mantém
posicionamento contrário ao que a grande maioria dos integrantes da FPE
defende.
Estatuto do Índio O que diz a legislação Por Tiago Cordeio, especial para a Gazeta do Povo
Indígenas protestam na Esplanada dos Ministérios com o Congresso
ao fundo: índios não são inimputáveis como o senso comum prega e podem
ser responsabilizados por crimes.| Foto: Lula Marques/PT na Câmara
O
indígena José Acácio Serere Xavante teve a prisão temporária decretada
na última segunda-feira (12), depois que o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu um pedido da
Procuradoria-Geral da Pública (PGR). A prisão do indígena desencadeou
atos de vandalismo e uma tentativa de invasão da sede da Polícia
Federal, em Brasília, por supostos apoiadores do presidente Jair
Bolsonaro (PL) – representantes da direita atribuem a violência a
infiltrados de esquerda vestidos de verde e amarelo para tentar
criminalizar os movimentos em frente aos quartéis.
Acusado dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do
Estado Democrático de Direito, Serere Xavante é um dos manifestantes que
protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como o
processo contra o índio é sigiloso, não se sabe se existem provas
concretas contra ele.
“Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de
cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes,
mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito e de
ministros do STF”, informou o Supremo, em nota. “A prisão se fundamentou
na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática
dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado
Democrático de Direito”. A ordem de prisão foi cumprida pela Polícia
Federal na noite de segunda.
Mas indígenas podem ser presos? Segundo a legislação, a resposta é
sim. O Estatuto do Índio, de 1973, afirma no artigo 56 que “no caso de
condenação de índio por infração penal, a pena deverá ser atenuada e na
sua aplicação o Juiz atenderá também ao grau de integração do
silvícola”. E acrescenta: “As penas de reclusão e de detenção serão
cumpridas, se possível, em regime especial de semiliberdade, no local de
funcionamento do órgão federal de assistência aos índios mais próximos
da habitação do condenado”.
A lei também autoriza, no artigo seguinte, que as próprias tribos
estabeleçam punições a seus integrantes, “desde que não revistam caráter
cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte”.
O estatuto dialoga com a Constituição de 1988, como explica
Alessandro Chiarottino, professor de Direito Constitucional. “A
Constituição coloca os indígenas não mais na situação de serem tutelados
e declara que o índio é capaz de adquirir direitos na vida civil. Por
isso, para o nosso Direito Penal, em princípio, o indígena não é
inimputável, ainda que o juiz deva prestar atenção a seu grau de
aculturação”.
No caso de Xavante, analisa Chiarottino, “o fato de que ele estava
longe da tribo, circulando por ambiente urbano com desenvoltura, indica
que ele estava ciente de seus atos e deve responder por eles”.
42% dos indígenas vivem em ambiente urbano De acordo com dados do
Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
42,3% dos indígenas viviam em ambientes urbanos, o equivalente a quase
380 mil pessoas. Estes respondem ao Código Penal caso cometam crimes.
Os demais podem estar isolados, com contatos apenas esporádicos com a
sociedade, ou estar em vias de integração, um estado que o Estatuto do
Índio descreve da seguinte forma: “Quando, em contato intermitente ou
permanente com grupos estranhos, conservem menor ou maior parte das
condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de
existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão
necessitando cada vez mais para o próprio sustento”.
Autoridades prometem punir vândalos de Brasília, mas nenhuma prisão foi feita até agora Preso, cacique Serere Xavante grava vídeo da PF e pede fim dos confrontos entre manifestantes e policiais Lula acusa Bolsonaro de incentivar “ativistas fascistas” a contestar resultado das eleições É
nessas situações que a pena pode ser atenuada, de acordo com a
interpretação do juiz responsável pelo caso – que, se sentir
necessidade, pode solicitar o apoio de sociólogos, antropólogos ou
psicólogos. “O magistrado pode até mesmo decidir por não aplicar uma
pena, caso considere que aquele cidadão não tinha como conhecer o
caráter ilícito do fato que cometeu”, avalia o professor Chiarottino.
Outra opção é condenar o acusado, mas solicitar que ele seja mantido
em regime especial de semi-liberdade, na sede da Fundação Nacional do
Índio (Funai) mais próxima de onde o condenado vive.
Caso um indígena já tenha sido condenado por sua tribo, o Estado não
pode mais puni-lo, segundo um entendimento do Tribunal de Justiça de
Roraima, que em 2016 solicitou apoio da Advocacia-Geral da União para o
caso de um homicídio praticado por um indígena contra outro de uma tribo
vizinha, na reserva Raposa Serra da Lua.
Neste caso específico, o homicida foi condenado por seus pares a se
ausentar de sua comunidade por cinco anos, além de construir uma casa
para a esposa da vítima. “Essa decisão é coerente com o teor da
legislação brasileira”, opinou Chiarottino.
Serere Xavante foi preso em 2008 por tráfico de drogas A prisão
do indígena José Acácio Serere Xavante é temporária por dez dias. Ele
passou por uma audiência de custódia nesta terça-feira e foi transferido
para o Complexo Penitenciário da Papuda.
O indígena tem nos seus antecedentes uma condenação por tráfico de
drogas. Ele foi preso por policiais civis, em 2007, portando cocaína e
sentenciado a quatro anos e oitos meses de prisão em regime fechado pelo
Tribunal de Justiça do Mato Grosso.
Em abril de 2009, a defesa de Serere Xavante recorreu ao Superior
Tribunal de Justiça, que decidiu tirá-lo do regime fechado com base no
Estatuto do Índio.
Em votação relâmpago, deputados aprovaram a redução de 36 meses
para apenas 30 dias período de quarentena para que pessoas indicadas
possam assumir cargos em empresas públicas.| Foto: Pablo
Valadares/Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou na
noite de terça-feira (13) um projeto que altera trecho da chamada Lei
das Estatais, reduzindo de 36 meses para apenas 30 dias o período de
quarentena para que pessoas indicadas para a presidência ou direção de
empresas públicas possam assumir os cargos. A proposta, que também
estende a redução da quarentena às agências reguladoras, teve uma
tramitação acelerada na Câmara. Em votação rápida, a alteração foi
aprovada por 314 votos a 66. O texto segue agora para o Senado.
O texto aprovado pela Câmara também aumenta de 0,5% para até 2% da
receita bruta operacional o limite de despesas com publicidade e
patrocínio por empresa pública e sociedade de economia mista em cada
exercício. Originalmente a proposta apresentada em plenário tratava
apenas sobre esses limite de gastos. O ponto que altera a Lei das
Estatais foi incluído na última hora pela deputada federal Margarete
Coelho (PP-PI), relatora do projeto.
Na prática, a decisão abre caminho para que o ex-ministro Aloizio
Mercadante, indicado horas antes por Lula para assumir o comando do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), possa
ocupar o cargo.
Antes, a norma alterada pela Câmara impedia que pessoas que tivessem
ocupado estrutura decisória de partidos políticos ou participado de
campanhas eleitorais pudessem tomar posse em cargo de diretoria ou de
conselho de administração de empresa pública e sociedade de economia
mista da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Mercadante é coordenador técnico do governo de transição e participou
ativamente da campanha presidencial petista.
Em sua justificativa para a mudança, a relatora da proposta
afirmou que a quarentena atual é muito extensa e prejudica dirigentes de
pequenos partidos. “A quarentena atual é demasiadamente extensa. Atinge
inclusive dirigentes de pequenos partidos que são impedidos por três
anos de assumir qualquer cargo em um município”, argumentou Coelho em
declarações reproduzidas pela Agência Câmara.
Durante a votação, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) ironizou a
mudança e classificou a proposta de “Emenda Mercadante”, afirmando que a
iniciativa se tratava de um “deboche na cara do brasileiro”. “O que
esperar de um político corrupto? Mais corrupção e desrespeito às leis e
nesses quesitos Lula não decepciona! Nem assumiu e já desrespeita a Lei
das Estatais ao indicar Mercadante para presidir o BNDES. É o jeito
petista de governar: à margem do que é correto, legal e moral”, publicou
o parlamentar em suas redes sociais.
Em junho a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a Lei das
Estatais deve ser revista para permitir a indicação de políticos para
cargos de diretoria e conselhos de administração. Ela afirmou que a lei
teria criminalizado a política.
A Lei das Estatais (13.303/2016) foi aprovada há seis anos, em meio
às revelações da Operação Lava Jato, e buscava melhorar a governança e
blindar essas empresas contra indicações e interferências
político-partidárias. Entre outras coisas, a legislação impõe uma série
de requisitos – de experiência no setor, por exemplo – para que alguém
possa assumir o comando de uma estatal. E impede que pessoas com atuação
política recente possam assumir essas empresas.
Segundo FMI, dívida brasileira deve ficar acima dos 90% do PIB entre 2024 e 2027.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A dívida pública – especialmente em termos relativos, como
porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) – voltou a ocupar os
noticiários recentemente, seja porque o ciclo de aperto monetário
realizado recentemente pelo Banco Central encareceu a dívida, seja
porque ela vem sendo especulada como um possível indicador para o
substituto do teto de gastos, que será definitivamente enterrado caso a
PEC fura-teto prospere na Câmara dos Deputados. Já se falou em adotar
metas de endividamento, e técnicos do Tesouro Naiconal elaboraram uma
proposta de âncora fiscal ainda baseada no teto de gastos, mas na qual a
dívida como porcentagem do PIB e sua trajetória (ascendente ou
descendente) seriam critérios para se permitir uma expansão dos gastos
acima da inflação de um ano para outro. Mas este é assunto complexo e
carregado de detalhes, cuja demonstração e análise exige deixar claro do
que se está falando.
O primeiro aspecto a pontuar é que a expressão “dívida pública” é
incompleta e insuficiente. Existe o setor público federal (administração
direta, autarquias do governo federal, fundações e empresas estatais
federais) e existe o setor público municipal e estadual (os estados, os
municípios, sua administração direita, autarquias, fundações e empresas
estatais locais). Assim, de início é necessário distinguir os conceitos
de “Dívida Pública Federal” (DPF), que é apenas do setor público
federal, e “Dívida Pública Consolidada” (DPC), que abrange os
municípios, estados e a União, ou seja, o setor público do país inteiro.
Em ambos os casos (DPF ou DPC), é necessário definir também se
falamos somente da dívida interna, em moeda nacional, ou da dívida
pública total, nela incluída a dívida externa, em moeda estrangeira. A
dívida pública total e consolidada é a soma das dívidas dos municípios,
dos estados e da União, dentro do Brasil (dívida pública interna) e fora
do Brasil (dívida pública externa). Ainda se pode acrescentar a
distinção entre “dívida bruta” e “dívida líquida”, pois o setor público
pode fazer uma dívida para emprestar os recursos às empresas produtivas,
levando o governo a ter créditos a receber. Como exemplo, o governo
federal em várias oportunidades colocou dinheiro no BNDES para que este o
emprestasse ao setor privado, de forma que o BNDES tenha ficado devendo
ao Tesouro Nacional, valores esses deduzidos da dívida pública federal
bruta para se obter a dívida pública federal líquida.
Critérios do Banco Central para medir dívida pública como porcentual
do PIB desconsideram títulos em posse do Tesouro, enquanto cálculo do
FMI leva esses títulos em consideração e resultam em um porcentual maior
Esses aspectos são de complexidade técnica, mas necessários para que
as análises e as discussões sobre a situação das finanças públicas e a
política econômica se façam com lógica e domínio do problema em
discussão. Tem sido comum a divulgação de manchetes econômicas e
matérias tratando da DPF, cujo total atingiu R$ 5,78 trilhões em outubro
de 2022, para um PIB estimado de R$ 9,6 trilhões neste ano,
representando, portanto, 60,2% do PIB. Essa é a dívida bruta do governo
federal; logo, não leva em conta as dívidas dos estados e municípios.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, a dívida pública
total deve terminar o ano em 76,2% do PIB.
E quais são as razões que levam o governo a fazer dívidas? A
explicação é simples: após o governo pagar as despesas de pessoal, o
custeio dos serviços públicos, os gastos da máquina estatal e os
investimentos, o que sobra é chamado de “superávit primário” (se o saldo
for positivo) ou “déficit primário” (se o saldo for negativo). Esse
saldo primário tem esse nome por ser apurado antes de deduzir os juros
do ano sobre a dívida pública já feita. Após contabilizar-se os juros,
chega-se ao “saldo nominal”, que será um superávit nominal ou déficit
nominal.
O superávit primário, quando há, é destinado a pagar os juros da
dívida pública e o principal das dívidas vencidas no ano. Se, em vez de
superávit, houver déficit, além de não pagar a dívida vincenda no ano
nem os juros anuais, o governo tem de tomar novos empréstimos para
fechar seu caixa, ou seja, aumentar sua dívida. Esses novos empréstimos
devem ser iguais à soma dos juros do ano sobre a dívida anterior mais o
déficit primário do próprio ano, como condição para o fechamento das
contas do governo.
A maior parte da dívida pública é a chamada “dívida mobiliária”,
por ser representada por títulos públicos emitidos pelo Tesouro
Nacional, os quais são entregues ao Banco Central (BC), que credita o
dinheiro na conta do Tesouro. O BC vende esses títulos ao público
segundo seus critérios e necessidades na gestão do estoque de moeda em
circulação. Quem compra os títulos da dívida pública (os emprestadores
de dinheiro ao governo) são as pessoas (que podem comprar títulos do
Tesouro Direto), as instituições financeiras, os fundos de
investimentos, fundos de previdência, seguradoras, investidores
estrangeiros etc.
No entanto, o BC pode reter em seu poder títulos do Tesouro Nacional
segundo julgue ser interessante para a administração da política
monetária e do meio circulante. Assim, uma parte da dívida pública é
representada por títulos públicos que não foram vendidos aos agentes de
mercado. E aqui surge uma divergência estatística importante, pois o
Brasil costuma calcular sua dívida sem incluir tais títulos que foram
emitidos, mas permaneceram em poder do BC. Já o Fundo Monetário
Internacional (FMI) faz seu cálculo considerando tais títulos e, segundo
o Monitor Fiscal divulgado pela entidade em outubro, a dívida pública
brasileira deve terminar 2022 em 88,2% do PIB, subir para 88,9% no
próximo ano e ficar acima de 90% pelos quatro anos seguintes, ao menos.
Ressalte-se que tal conta foi feita antes do resultado da eleição
presidencial e da tramitação da PEC fura-teto. É uma porcentagem alta
para uma nação emergente e perigosamente próxima daquela de países
desenvolvidos, que, apesar de muito endividados, são capazes de rolar
sua dívida a custo baixo, o que o Brasil não consegue fazer.
Como se não bastasse o uso de um critério que faz a dívida brasileira
parecer menor do que realmente é, ainda é preciso lembrar que, quando o
BC adquire títulos públicos e não os vende ao mercado, os valores que
foram creditados na conta do Tesouro Nacional referentes a tais títulos
significam expansão monetária, ou seja, fabricação de dinheiro
circulante, ato que tem seus limites em face do risco de produzir
inflação. A única expansão da base monetária em circulação que não
provoca risco à inflação é aquela correspondente ao crescimento do PIB,
pois o produto real nacional é o lastro essencial para o dinheiro que
circula.
Quando o BC adquire títulos públicos e não os vende ao mercado, os
valores que foram creditados na conta do Tesouro Nacional referentes a
tais títulos significam expansão monetária, a popular “impressão de
moeda”
Assim sendo, é importante destacar que, embora o BC possa legalmente e
operacionalmente comprar títulos do Tesouro Nacional e não os vender ao
mercado, essa opção é limitada e não pode ser usada sem considerar o
crescimento do PIB, pela razão simples e já citada de que isso é
mecanismo de expansão monetária ou, na linguagem popular, impressão de
dinheiro e aumento da moeda em circulação. O conceito de “impressão de
dinheiro” não é físico, à medida que a moeda em circulação é a soma de
moeda manual mais moeda escritural. O estoque de moeda manual em
circulação é mínimo e caminha para sua quase extinção, dados os meios
eletrônicos e a futura moeda digital que o BC está para lançar no
Brasil.
O entendimento técnico desse complexo emaranhado monetário desmonta
qualquer ideia amadora de que o governo pode emitir títulos públicos e
obter dinheiro vendendo-os ao BC sem que este tenha de vender esses
títulos aos agentes econômicos privados. Como administrador do meio
circulante, dos meios de pagamentos, da moeda emitida e do controle da
inflação, o BC tem a responsabilidade de manter sob rígido controle todo
esse mecanismo, e nisso está a principal razão pela qual países
civilizados estabelecem autonomia do BC em relação ao governo; do
contrário, o BC perde condições para cumprir sua função de responsável
pela estabilidade da moeda e, portanto, pelo controle da inflação.
Governos populistas e políticos irresponsáveis não gostam de bancos
centrais fortes e independentes, e por isso retiram deles o poder de,
como gastadores contumazes, estourar as contas públicas, criar inflação e
promover recessões. Que isso sirva de alerta à população brasileira
para rejeitar de pronto os discursos que pregam retirar o pouco de
autonomia que ao Banco Central do Brasil foi dado por legislação
aprovada no Congresso Nacional.
Vista aérea da Esplanada dos Ministérios, em Brasilia| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad
O presidente eleito está tendo problemas para indicar ministros. Isso
acontece porque há uma reclamação – ambição, desejo de poder – dos
partidos que o apoiaram. E o PT está se sentindo prejudicado ante o
avanço dos outros partidos. O presidente Lula não pode perder apoio, não
é? No Congresso que foi eleito, a Câmara eleita no início de outubro,
no primeiro turno, e também no Senado, tem muita gente nova que vai ser
oposição à Lula, então ele tem que contar com os partidos que o
apoiaram, tem que atender a todos. Isso está complicado. Eles admitem
que é uma dor de cabeça.
A outra dor de cabeça é a PEC da gastança, que achavam que ia ser
votada hoje, mas hoje só saiu o relator, e aí fica para semana que vem,
que são os últimos dias antes do recesso parlamentar. Também está
complicado.
Randolfe Queria mencionar, mais uma vez – eu não sei como é que
essas coisas acontecem, já que está totalmente fora do devido processo
legal – o senador Randolfe Rodrigues passa por cima do Ministério
Público. Está lá nos artigos 127 e 129 da Constituição, é o Ministério
Público quem oferece denúncia, mas o senador vai direto oferecer
denúncia para o ministro Alexandre de Moraes. Agora denunciou Michele
Bolsonaro, porque ela levou quentinha para os manifestantes que estavam
diante do Palácio Alvorada e ele está dizendo que isso é financiar atos
anti-antidemocráticos. Imaginem só.
Não, não cabe sequer um comentário.
Agora o que é estranho, mas muito estranho mesmo, e que escandalizou
muita gente, inclusive entre órgãos que apoiaram e fizeram campanha para
Lula, é o que comentaristas disseram sobre o que aconteceu no dia da
diplomação. Todos saíram para festejar numa roda de samba, na maior
confraternização, na casa do advogado do PT, o Kakay. Lá estavam além de
Lula, o presidente da Justiça Eleitoral, que presidiu a eleição, mais
Gilmar Mendes, mais Lewandowski, que é ministro também do TSE.
Se a gente contar isso para um alemão, para um americano, vão dizer
que é impossível que um juiz do Supremo vá confraternizar com um
advogado de um partido político que deve ter causas no Supremo ou vai
ter. Mas enfim, com tudo que a gente já viu de declaração de ministro do
Supremo, isso não surpreende mais. Agora se eu conversasse, numa sessão
espírita com o George Orwell, ele diria que previu tudo isso no final
do seu livro Revolução dos Bichos.
Fogo em Brasília Eu queria também registrar uma coisa muito
estranha. Depois da prisão do índio, teve essa queima de carros, de
veículos, de ônibus, e que foi atribuída imediatamente à bolsonaristas.
Só que tocaram fogo até na pickup de um bolsonarista, que estava com a
bandeira nacional estampada no para-brisa traseiro.
Eu nunca vi bolsonarista usando balaclava, aquele capuz preto, nem
usando a tiradeira em manifestação ou usando coquetel molotov, batendo
em alguém que estava entusiasmado, pensando que era a reação contra
Moraes, e acabou levando um safanão porque estava filmando a cara das
pessoas. Tudo muito estranho, e que precisa ser esclarecido. Inclusive,
para satisfazer a curiosidade de quem não é ingênuo – o jornalismo não
pode ser ingênuo – não se pode aceitar uma versão sem contestar, sem
receber em dúvida, em ceticismo. Caso contrário, a gente está tomando
partido.
Se não for abusar de sua generosidade natalina, antes de qualquer
coisa gostaria muito de pedir ao senhor que tanto os meus apoiadores
quanto os meus detratores em sua equipe de duendes-leitores avançassem
pelas linhas que se seguem com algum bom humor. Não precisa ser muito.
Um pouquinho só já basta e ajuda.
Porque a coisa está feia, Papai Noel. Tão feia que eu pretendia
escrever que está preta, mas pensei duas vezes. E desisti. Imagine as
manchetes dos jornais no dia seguinte! “Presidente usa termo racista em
carta para Papai Noel”. Está rindo? Pois não duvide. É bem capaz de
arrastarem até o seu bom nome para a lama. E aí a manchete seria outra
e, de certa forma, a mesma que tenho lido nos últimos quatro anos: “TSE
[ou STF] autoriza mandado de busca e apreensão contra Papai Noel
bolsonarista”.
Aliás, ainda não sei como não proibiram o senhor de voar com seu
trenó desregulamentado pelos céus do Brasil. Ainda não sei como não
substituíram a sua figura idosa, redonda e de barba hirsuta (não é
palavrão, juro!) pela figura magra e isenta de cabelos de um ministro do
STF. Não vou ficar surpreso se, num futuro próximo, as crianças o
trocarem pelo Papai Alexandre ou pelo Papai Justiça. Ou melhor, pelo
Tutor Não-Binarie Democracia. Ainda não sei como…
O que eu sei é que o senhor deve estar aí consultando seus arquivos
para saber se fui um bom ou mau menino durante o ano. Poupá-lo-ei (o
Temer me ajudou nessa) deste trabalho dizendo que, modéstia à parte, fui
mesmo um bom menino. Mas, dependendo da fonte que o senhor consultar, é
bem provável que me considere a própria reencarnação do tinhoso. E aí
babau presente.
Fui um bom menino, por mais que a Vera Magalhães discorde. Basta ver
os índices econômicos. Aproveite e dê uma olhadinha na taxa de
homicídios. Além disso, ajudei a eleger a maior bancada teoricamente
conservadora de todos os tempos. Até para a Rússia eu fui negociar
fertilizantes para o agronegócio. Fiz as pazes com o Moro… E, se o
senhor fizer uma comparação com os anos anteriores, também vai perceber
que controlei minha língua. Ou pelo menos tentei controlá-la. Já é um
começo.
Estabelecida a premissa de que, apesar da opinião contrária da Miriam
Leitão et caterva, fui um bom menino em 2022, vamos aos pedidos. Eu
queria uns quatro milhões de votos a mais, mas acho que está muito tarde
para isso, né? Eu queria um presidente do Senado que não fosse tão
covarde, mas acho que está muito tarde para isso, né? Ah, eu queria
tanta coisa! Mas sempre tem essa questão do “é tarde demais”. Por isso,
depois de muito pensar e dialogar com o astronauta Marcos Pontes,
cheguei à conclusão de que o que eu queria mesmo era.
Intertítulo de suspense O que eu queria era um máquina do tempo.
Sei que é um brinquedo caro. Sei que vai até contra as leis da física.
Mas, Papai Noel, eu queria tanto. Tanto, tanto, tanto. Por favor,
Papaizinho Noel, me dá uma. Não precisa ser num DeLorean, como naquele
filme lá com o Einstein. Pode ser um jipinho verde-oliva mesmo. Combina
comigo. Se bem que uma máquina do tempo num tanque Urutu ficaria daora,
hein? Para falar a verdade, pode ser até um fusquinha do tempo. Na atual
conjuntura, não me importo.
Talvez o senhor esteja se perguntando o que farei com uma máquina do
tempo. Pode ficar tranquilo. Não estou planejando cometer nenhum
desatino histórico. Não vou matar Hitler nem nada do tipo. Na verdade eu
só queria dar um pulinho até 2020, quando começou a pandemia. Queria
sussurrar no meu próprio ouvido uns conselhos. Não fale “gripezinha”,
por mais que… Bom, não fale gripezinha e ponto final. Não dê cloroquina
para a ema. Não diga que não é coveiro.
Aí, se sobrasse um tiquinho de combustível no capacitor de fluxo, eu
iria até 2021 e, sei lá, dava um jeito de impedir que o Lula se tornasse
elegível.
Esse é o meu humilde pedido. É difícil, mas tenho certeza de que um
Papai Noel como o senhor, todo garboso e patriota, não se deixa abater
por esse tipo de dificuldade. No mais, ao me dar uma máquina do tempo o
senhor estaria dando um presente a no mínimo 58 milhões de brasileiros
que, tenho certeza, também foram bons meninos e meninas ao longo do ano.
Desde já agradeço, talquei?
PS: Se por algum motivo não rolar a máquina do tempo, me contento com
um balde cheio de soldadinhos de chumbo (de plástico), igual àquele do
“Toy Story”. Eu disse “balde cheio”? Que nada! Um cabo e um soldado
bastam.