sábado, 10 de dezembro de 2022

DESAFIOS DE HADDAD FRENTE AO MINISTÉRIO DA FAZENDA

 

Veja o que Haddad pensa sobre os desafios à frente da Fazenda

Foto: Redação

Por Adriana Fernandes e Beatriz Bulla – Jornal Estadão

Ex-prefeito de São Paulo diz que vai ouvir economistas para definir a regra substituta do teto de gastos

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante anúncio de ministros no CCBB Brasília.

Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Ministério da FazendaFernando Haddad contrapõe a preocupação do mercado financeiro de que seria um ministro “gastador” com o “selo” de boa gestão dado pelas agências de risco durante sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo. Ele disse que vai ouvir economistas de sua confiança para definir a regra que subsituirá o teto de gastos, norma que atrela o crescimento das despesas à inflação. Como prioridades para o primeiro ano, ele elencou a aprovação da reforma tributária e a retomada de acordos internacionais.

Veja o que o novo ministro da Fazenda pensa sobre os principais desafios econômicos, em declarações feitas recentemente:

Nova regra fiscal

“Estamos ganhando com a PEC (da Transição) o tempo necessário para abrir discussão com sociedade (sobre âncora fiscal). Temos perspectiva boa de aprovar a reforma tributária ano que vem. O ideal é que, com reforma tributária, a gente paralelamente remeta para o Congresso um novo arcabouço fiscal, porque aí vai ser coerente com a reforma que terá sido feita.”

Fernando Haddad foi anunciado nesta sexta-feira, 9, como o ministro da Fazenda do governo Lula. Foto: Ton Molina/ AP Photo.
Fernando Haddad foi anunciado nesta sexta-feira, 9, como o ministro da Fazenda do governo Lula. Foto: Ton Molina/ AP Photo.  

Expansão de gastos

“O que procuramos passar na transição é o conceito de neutralidade fiscal. A despesa em proporção ao PIB de 2023 não pode ser menor que a despesa em proporção ao PIB de 2022, para que não chegue em dezembro do ano que vem com os problemas de dezembro deste ano.”

Reforma tributária

“A determinação clara do presidente Lula é que nós possamos dar logo no início do próximo governo prioridade total à reforma tributária. Me parece que Lula vai dar prioridade à reforma tributária do (Bernard) Appy. O Estado é acusado muitas vezes de onerar o crédito com a cobrança de tributos, de não aprovar certas leis que permitam uma execução de garantias de forma mais ágil por parte do credor. Isso tudo vai estar na ordem do dia no próximo governo.”

Tensão entre os Poderes

“Queremos recuperar uma visão mais institucional do processo político, diminuir a tensão entre os Poderes. Estamos dialogando com o Congresso, que é parte da solução. A partir do momento em que o governo parte para uma negociação política no Congresso Nacional, fortalecendo a institucionalidade, o respeito entre os Poderes, é uma aposta que o presidente está fazendo na volta à normalidade democrática no País.”

Moeda comum no Mercosul

“O início de um processo de integração monetária na região (países da América do Sul) é capaz de inserir uma nova dinâmica à consolidação do bloco econômico, ao oferecer aos países as vantagens do acesso e gestão compartilhada de uma moeda com maior liquidez, válida para relações com economias que, juntas, representam maior peso no mercado global.”

Articulação no Congresso

“Eu, como ministro da Educação, nunca tive um voto contra do PSDB (no Congresso), porque eu negociava com o PSDB. Eu nunca perdi um projeto no Congresso: Prouni, cotas, FIES sem fiador, Fundeb, criação do Ideb, reforma do Enem, Sisu.”

Relação com os Estados

“Precisamos virar a página da guerra entre Presidência da República, Estados e demais Poderes. Você não vai fazer boa gestão de saúde, de educação, sem pacto federativo. Vamos refazer o acordo federativo com governadores e prefeitos. Não há conflito distributivo superável crescendo 0,5% ao ano. Nós não vamos nos entender com esse crescimento.”

São Paulo

“São Paulo já estava perdendo empregos para os outros Estados. Minas, Paraná e Mato Grosso do Sul. São Paulo está correndo sério risco de sofrer um processo ainda mais agudo de desindustrialização. Isso está acontecendo em várias regiões do Estado.”

Privatizações

“Outro dia me perguntaram ‘Você é a favor da privatização?’ Eu respondo: ‘Do quê? Da Sabesp, não. Do Ceagesp, sim.’ Então, me dê o caso, me apresenta o caso e eu vou me colocar com a maior transparência.”

PPPs

“É uma coisa interessante de a gente retomar, inclusive mudando alguns detalhes da legislação que são obstáculos que têm refreado a contratação de parcerias. Às vezes, dificultando o aval do Tesouro, às vezes dificultando a participação da União em projetos de Estados e municípios. Acho que tem um campo para a gente restabelecer o patamar de dez anos atrás em relação à carteira de investimentos.”

Novo Ministério do Planejamento

“Eu acho que o Planejamento fica, às vezes, muito prejudicado por essa demanda diária. Quando você tem secretaria de planejamento e o mesmo ministro está tocando Orçamento, PPA, gestão, recursos humanos, logística, TI, não dá conta.”

NOVA GERAÇÃO DE CRAQUES PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

 

Jovens destaques podem ganhar chance na seleção brasileira após a Copa de 2022

Foto: CESAR GRECO

Por Redação – Jornal Estadão

Endrick, de apenas 16 anos, já acumula jogos pelo time principal alviverde e tem convocações para representar o Brasil sub-20

Uma nova geração de talentos do futebol brasileiro aguarda ansiosamente a próxima convocação da seleção sonhando fazer parte do ciclo da Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá. Tanto jovens que não receberam oportunidades em vestir a camisa do Brasil quanto os que tiveram poucas chances com Tite esfregam as mãos para aguardar uma oportunidade na primeira data Fifa pós-Mundial do Catar.

Brasil não vence europeus em mata-matas de Copas desde o penta

Desde a final contra a Alemanha e 2002, a Seleção Brasileira perdeu todos os mata-matas que disputou com europeus em Copas do Mundo.

Endrick, do Palmeiras, é a principal revelação do futebol brasileiro dos últimos anos tendo apenas 16 anos. Segundo o jornalista italiano Fabrizio Romano, especializado no mercado de transferências da Europa, o jovem será jogador do Real Madrid em 2024. O Palmeiras e o clube espanhol chegaram a um acordo, mas o contrato ainda não foi assinado e há previsão para ser concluído ainda em dezembro. Ele já acumula jogos pelo time principal alviverde e tem convocações para representar o Brasil sub-20.

Danilo, do Palmeiras, e João Gomes, do Flamengo, disputam a bola em uma partida do Brasileirão. Os dois podem ganhar chance de estrear pela seleção brasileira.
Danilo, do Palmeiras, e João Gomes, do Flamengo, disputam a bola em uma partida do Brasileirão. Os dois podem ganhar chance de estrear pela seleção brasileira. Foto: REUTERS/Sergio Moraes

Endrick até recebeu apoio do craque Ronaldo Fenômeno para receber uma oportunidade na delegação do Brasil na Copa deste ano no Catar. “É um menino com um futuro promissor demais, que já está atuando no profissional. Para ele seria uma experiência sensacional, para o futuro da seleção brasileira também”, disse o ex-jogador, atual dono do Cruzeiro, em novembro.

Os volantes Danilo, do PalmeirasJoão Gomes, do Flamengo, e André, do Fluminense, foram alguns dos principais nomes da posição no futebol brasileiro neste ano e podem ganhar oportunidades em 2023. Os três têm “perfil de futebol europeu” e colecionaram atuações de alto nível, além do histórico de convocações para as seleções de base. Danilo até chegou a ser convocado para os amistosos contra Coreia do Sul e Japão em junho, mas não entrou em campo.

Alguns com passagens pela seleção brasileira sub-20 também podem receber oportunidades no futuro próximo. O jovem Marcos Leonardo, destaque do Santos, tem apenas 19 anos, mas já apresentou suas credenciais em 2022. Ótimo posicionamento e pontaria afiada levaram-no a ser uma das revelações do futebol brasileiro. Seu companheiro de time Ângelo é outro apontado como um atacante rápido e habilidoso de lado de campo com muito potencial para evoluir.

Ângelo e Marcos Leonardo são duas das grandes promessas do Santos e do futebol brasileiro
Ângelo e Marcos Leonardo são duas das grandes promessas do Santos e do futebol brasileiro 

Athletico-PR tem dois nomes que podem ganhar chance na seleção. O atacante Vitor Roque tem apenas 17 anos, mas suas atuações elevaram o nível do time neste ano. Ele já é monitorado por grandes clubes europeus. Ele foi eleito para a seleção da Libertadores 2022 divulgada pela Conmebol.

Já o goleiro Bento, de 23 anos, foi um dos destaques do rubro-negro paranaense e também já recebeu sondagens para se transferir ao futebol do Velho Continente. 

O zagueiro Gabriel Magalhães, do Arsenal, de 24 anos, era cotado para integrar a delegação da seleção brasileira para a Copa do Mundo, mas acabou perdendo a vaga para Bremer, da Juventus. Ele já havia sido convocado para a seleção olímpica no ano passado, mas foi cortado após se lesionar.

O defensor revelado no Avaí teve um início de temporada com erros individuais, mas deu a volta por cima e ajuda o time londrino a se manter na liderança do Campeonato Inglês. Canhoto, é rápido e se destaca na bola aérea. Thiago Silva, com 38 anos, disputou sua última Copa do Mundo.

FIM DO TITE E NEYMAR DA SELEÇÃO BRASILEIRA

 

Arnaldo Ribeiro

Eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar tem dois grandes candidatos a vilão

Por Arnaldo Ribeiro

A eliminação precoce da seleção brasileira em mais uma Copa do Mundo tem dois grandes candidatos a vilões. Óbvios vilões. O técnico e o craque. Comecemos pelo técnico. Tite já havia anunciado que sairia do cargo após o Mundial do Catar, com qualquer resultado. E mais uma vez fez uma competição abaixo do esperado como comandante.

Seis anos de trabalho, a queda na mesma etapa (quartas de final) e de novo para um adversário europeu (como ocorreu em 2018, diante da Bélgica, que foi para casa mais cedo). E de novo com algumas falhas semelhantes. Escalação, substituições, decisões.

Tite não virou um técnico de ponta no comando da seleção porque foi mal na hora em que os mais fortes se defrontam. Não parece também ter conquistado mercado no futebol europeu, por exemplo, para onde queria ir após o torneio. Foi dominado pela Bélgica em 2018 no primeiro tempo e não soube dominar a Croácia quatro anos depois – com jogadores melhores à disposição.

Neymar lamenta eliminação precoce do Brasil na Copa do Catar.
Neymar lamenta eliminação precoce do Brasil na Copa do Catar. Foto: Darko Bandic/ AP

A seleção de Tite continuou sendo a seleção de Neymar nesses seis anos sob sua batuta. Evoluiu muito pouco em termos de conjunto, no aspecto coletivo – e também no mental. Sim, no mental. O que a Croácia tem de equilíbrio, o Brasil não tem.

Não deixa de ser curiosa a ausência de psicólogo na comissão técnica da seleção brasileira nesse tempo todo. Inexplicável. As histórias de Tite e Neymar se confundem nas duas últimas Copas com a da seleção brasileira. Na derrota para o Croácia, os dois vão padecer da escolha (ou não escolha) no momento decisivo. Por que Neymar não bateu o primeiro pênalti da seleção brasileira? Decisão de quem?

Qualquer resposta é injustificável. Neymar chegou a dizer também que essa seria sua última Copa do Mundo, depois de três edições, a contar com essa do Catar. Não é uma decisão oficial, diga-se. Mas… Na Copa em que ele se machucou de novo, mas que chegou mais preparado também, esteve a um passo da glória – justamente quando chegou aos 30 anos. Ia decidindo, enfim, uma partida grande com um golaço.

Mas a questão do pênalti… vai pegar. Não ter batido o tiro na decisão, como Sócrates e Zico fizeram, não é algo perdoável ao craque. A questão para Neymar passa a ser outra: e vai além da possibilidade de ele jogar a próxima Copa, em 2026. Qual será a motivação principal para Neymar nessa fase mais derradeira da carreira? Melhor do mundo ele dificilmente será. Além da idade, a geração Mbappé vem atropelando. Aliás, até no PSG, Neymar não é mais a estrela da companhia. O trono é do francês, que foi campeão mundial aos 19 anos com a camisa 10.

O futuro de Tite parece ser mais previsível. Sem proposta tentadora da Europa, pode voltar ao futebol brasileiro. O Corinthians o receberia de braços abertos, numa espécie de resgate – com gosto de prêmio de consolação para o treinador.

Mas e o futuro de Neymar? A Copa mostrou que a seleção ainda não tem um jogador melhor do que ele. Ainda não… Mas a ascensão de Vinícius Júnior e de outros bons jogadores pode também colocá-lo em segundo plano neste aspecto nos próximos anos. E ele tem de estar preparado para isso. Será que está?

Essa coluna foi enviada na íntegra primeiramente aos leitores inscritos na newsletter “Craques da Copa”. Cadastre-se gratuitamente aqui e receba em primeira mão. “Craques da Copa” são enviados diariamente, às 19 horas. Neste sábado, quem escreve para a coluna é Benjamin Back.

HADDAD NO COMANDO DA ECONOMIA BRASILEIRA

 

Resta saber se Haddad usará do seu poder de articulação apenas para fazer passar um projeto intervencionista do PT ou fazer o que tem de ser feito para desamarrar a economia

Por Celso Ming – Jornal Estadão

O candidato a presidência da República, Fernando Haddad fala com a imprensa após reunião com a chefe da missão de observação eleitoral da OEA, Laura Chinchilla, no hotel Matsubara.

Eis que o bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia Fernando Haddad foi finalmente sacramentado ministro da Fazenda do novo governo Lula. O que se pode esperar dele?

O presidente eleito já avisara que nomearia um político, e não, como é habitual, um profissional da Economia. Aconteceu outras vezes. Fernando Henrique Cardoso, na qual se consagrou por ter lançado o bem-sucedido Plano Real, é sociólogo; Antonio Palocci, médico; e Henrique Meirelles, engenheiro. Na República Velha, o ministro da Fazenda do governo Marechal Deodoro foi o jurista Ruy Barbosa.

Mas os tempos são outros e Haddad não é FHC. As encrencas à frente, se mal resolvidas, poderão demolir qualquer reputação que um administrador público possa pretender.

Haddad é de boa conversa e tem jeito para enfrentar conflitos. O que se deve perguntar é se usará esse jogo de cintura apenas para fazer passar um projeto intervencionista do Partido dos Trabalhadores (PT) ou se o usará para fazer o que tem de ser feito para desamarrar a economia.

Logo de cara, terá de conquistar a confiança dos agentes mais diretamente envolvidos com as coisas da economia. E isso passa, logo nos primeiros dias, pela maneira como tentará equacionar o enorme e ainda não bem dimensionado rombo fiscal. Por aí se verá o quanto a administração Lula será fiscalmente responsável, como vem prometendo e como dela se espera.

Vistas as coisas com os olhos de pássaro em sobrevoo, Haddad terá de conduzir as contas públicas na contramão da atuação do Banco Central. Enquanto o Tesouro está sendo empurrado para despejar dinheiro de helicóptero, o Banco Central será obrigado a usar rodo e pano de chão de sua política de juros para retirá-lo dos mercados. Se for bem-sucedido, estará puxando os juros para cima. O principal efeito disso poderá ser mais puxada nos freios da economia.

Fernando Haddad comandará o Ministério da Fazenda do próximo governo Lula
Fernando Haddad comandará o Ministério da Fazenda do próximo governo Lula  Foto: Victor Moriyama/ Bloomberg

A acreditar nas reiteradas declarações do novo presidente e do próprio Haddad, uma das prioridades será conduzir a reforma tributária. Pela retórica esforçada, trata-se de produzir uma arrumação do sistema tributário de modo a dar-lhe um mínimo de racionalidade. Na prática, todos sabem que a verdadeira intenção é aumentar a carga de impostos, estopim mais do que conhecido de revoltas ao longo da História, série de que não ficou de fora nossa Inconfidência Mineira. Logo veremos se o governo PT não tentará exumar a nefasta CPMF, o extinto imposto do cheque, com a mesma conversa de que será uma taxa módica – que logo adiante será automaticamente elevada – destinada a dar mais um instrumento antissonegação para a Receita Federal.

Uma das preocupações do presidente Lula será a de fazer seu sucessor, tendo Haddad como candidato a ser preparado para isso. No entanto, ao fim de quatro anos, a condução dos negócios da economia poderá acarretar tanta impopularidade que esse projeto de sagrar um novo condutor carrega o risco de dar errado.

UM PARASITA TRANSFORMA LOBOS EM LÍDERES

 

Esse é um dos raríssimos casos em que um parasita confere vantagem ao parasitado

Por Fernando Reinach

Ratos têm medo de gatos. E com razão. Em 2011, descrevi aqui um parasita capaz de alterar o comportamento dos ratos. Quando infectados pelo Toxoplasma gondii, ratos perdem medo de gatos e são atraídos sexualmente pelos bichanos. E acabam devorados. O hospedeiro final é sempre o felino que ingere o parasita ao devorar o rato, que, por sua vez, se contamina a partir das fezes do felino. Ao se instalar no cérebro do animal, alterando seu comportamento, o parasita pula mais facilmente para o felino.

Nos anos seguintes, cientistas que estudam hienas nas estepes africanas descobriram que hienas infectadas pelo Toxoplasma gondii se tornam mais ousadas e perdem parte do medo que têm dos leões. Esse comportamento faz com que muitas acabem mortas, devoradas pelos leões. Essa descoberta confirmou, na natureza, a descoberta feita com ratos e gatos no laboratório.

E agora um grupo de cientistas que estuda os lobos no parque de Yellowstone, no Wyoming, EUA, descobriu uma mudança de comportamento em lobos parasitados pelo Toxoplasma gondii. O parque tem 9 mil km² e no início do século 20 tanto os lobos (Canis lupu) quanto os cougars (Puma concolor) estavam extintos no parque. Os cougars recolonizaram espontaneamente o parque por volta de 1930 e os lobos foram introduzidos em 1985. Agora essas duas espécies convivem em certas áreas.

A comunidade de lobos consiste em 120 animais divididos em 10 a 12 alcateias. Durante os últimos 26 anos, os cientistas têm estudado a vida social dessas alcateias, formação, cisão e desaparecimento. Além disso, exames de sangue têm sido feitos periodicamente. Lobos e cougars são carnívoros, predadores e competem pelas mesmas presas, no mesmo território, mas não são presas ou predadores um do outro. Mesmo assim, exames de sangue mostraram que parte dos cougars e uma fração dos lobos é parasitada pelo Toxoplasma gondii.

Lobos infectados pelo 'Toxoplasma gondii' têm maior probabilidade de se tornarem líderes dos grupos
Lobos infectados pelo ‘Toxoplasma gondii’ têm maior probabilidade de se tornarem líderes dos grupos Foto: Pierre-Philippe Marcou / AFP

Nesse estudo, os cientistas compararam o comportamento social dos lobos infectados com aqueles que não apresentavam o parasita. Para tanto usaram as observações diretas do comportamento de cada animal, sua localização (com colares com GPS), e exames de sangue que detectam a presença do parasita. Os dados foram coletados ao longo de 26 anos e envolvem toda a população de lobos do parque. Um feito extraordinário do ponto de vista da dificuldade experimental e da longevidade do estudo.

O resultado demonstra que os infectados se comportam de maneira diferente. São os que têm maior chance de se separarem dos grupos e de migrarem para novos territórios. Esse comportamento leva à formação de novos grupos em novas áreas do parque. Além disso, os lobos infectados têm maior probabilidade de se tornarem líderes dos grupos, o que faz com que eles tenham um papel preponderante nas decisões de deslocamento do grupo e, no caso dos machos, tenham mais acesso às fêmeas. Ou seja, os lobos infectados pelo parasita se tornam líderes e pioneiros.

Os cientistas acreditam que o parasita diminui o medo dos animais e aumenta seu apetite pelo risco, de maneira semelhante ao observado nos ratos e nas hienas. Mas, no caso dos lobos, existe uma diferença fundamental: eles não são predados pelos cougars e não têm predadores no ambiente do parque. Dessa forma, sua maior ousadia e apetite pelo risco não faz com que eles se tornem presas fáceis, mas que se tornem líderes.

Esse é um dos raríssimos casos em que um parasita confere uma vantagem ao parasitado e essa vantagem ocorre por meio de uma mudança de comportamento. Uma descoberta interessantíssima. O Toxoplasma gondii infecta seres humanos, mas não sabemos ainda se ele afeta nosso comportamento. Será que vale a pena verificar se nosso líderes e empreendedores de sucesso são pessoas infectadas pelo parasita? E, se esse for o caso, será que no futuro os jovens ambiciosos que hoje usam drogas para aumentar sua coragem tentarão se infectar com esse parasita?

MAIS INFORMAÇÕES: PARASITIC INFECTION INCREASES RISK-TAKING IN A SOCIAL, INTERMEDIATE HOST CARNIVORE. COMMUNICATIONS BIOLOGY

*É BIÓLOGO, PHD EM BIOLOGIA CELULAR

O SEU MINDSET É FIXO OU DE CRESCIMENTO?

 

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

TARIFAS EXCESSIVAS E DÉFICIT NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA

 

Impacto
PorGazeta do Povo

Os integrantes do Grupo Técnico (GT) de Minas e Energia dão entrevista coletiva, no auditório G4 do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília


Os integrantes do Grupo Técnico (GT) de Minas e Energia dão entrevista coletiva no CCBB, em Brasília.| Foto: José Cruz/Agência Brasil.

O grupo técnico de Minas e Energia da equipe de transição anunciou nesta quinta-feira (8) que o governo Bolsonaro deixará uma dívida de de R$ 500 bilhões, a serem pagos nos próximos anos pelos consumidores. De acordo com o coordenador executivo do grupo, Mauricio Tolmasquim, o principal impacto é uma das consequências da privatização da Eletrobras, com um custo de R$ 368 bilhões nas contas.

Uma das emendas inseridas pelos parlamentares no projeto que aprovou a venda da estatal no Congresso obriga o governo a comprar energia de termelétricas a gás natural nas regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste a partir de 2026. “Lugares distantes onde não há gás natural”, alertou Tolmasquim, durante entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Também aumentaram o rombo: um empréstimo feito ao setor elétrico durante a pandemia de Covid-19 no valor de R$ 23 bilhões; a Conta Escassez-Hídrica, o novo empréstimo de R$ 6,6 bilhões feito ao setor elétrico para cobrir prejuízos com a crise energética de 2021; a contratação emergencial de usinas termelétricas, realizada em outubro do ano passado pelo governo, no valor de R$ 39 bilhões; e a obrigação de reserva de mercado com a contratação de Pequenas Centras Hidrelétricas (PCHs) nos leilões de energia, de R$ 55 bilhões, mais uma exigência feita pelo Congresso no projeto de privatização da Eletrobras.

Segundo Tolmasquim, isso terá que ser pago pelos consumidores durante esse período do governo que se inicia, mas por outros governos também. A equipe de transição fará sugestões ao novo ministro de Minas e Energia para reduzir esses valores, como a rescisão dos contratos emergenciais com as usinas termelétricas e a revisão, junto ao Congresso, da obrigação de instalar esse tipo de usina em lugares distantes, longe do suprimento de gás e do centro de consumo.

Ele citou ainda a escalada da criação de subsídios no setor, como para a energia fotovoltaica, “uma fonte altamente competitiva”. Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou a prorrogação, por mais seis meses, do prazo final para instalação de microgeradores e minigeradores de energia fotovoltaica com isenção de taxas pelo uso da rede de distribuição para jogar a energia elétrica na rede. A isenção vai até 2045.

Ele afirmou que a expansão do setor deve passar pela visão de transição energética, por fontes como solar e eólica, mas é preciso pensar na segurança energética e capacidade de fornecimento no futuro, que passa pela energia hídrica, atuação central da Eletrobras. Com informações da Agência Brasil.

Governo, essa conta não é nossa!

Artigo por Clauber Leite e Carlota Aquino Costa

Clauber Leite, Idec

O setor elétrico brasileiro é um ente superendividado que, às voltas com o vencimento de uma dívida impagável, consegue um aumento no limite do cartão de crédito para continuar contraindo mais dívidas e pagando mais juros.

A diferença é que, neste caso, os avalistas do empréstimo somos nós, consumidores cativos, e não temos qualquer poder de influência ou tomada de decisão: temos apenas o dever de manter o pagamento de nossas contas de energia em dia, mesmo estando elas entre as mais elevadas do mundo.

Ou seja, temos de aceitar tais empréstimos à nossa revelia, por decisões tomadas por aqueles que, no limite, deveriam justamente salvaguardar-nos de custos excessivos.

A moda dos empréstimos à custa dos consumidores começou ainda em 2014, com a negociação de três tranches, num total de R$ 21,7 bilhões, para a cobertura dos custos associados à descontratação das distribuidoras na esteira da fatídica Medida Provisória 579/12.

Hoje, o consumidor mal começou a pagar a conta-covid – fechada no ano passado para equilibrar o fluxo de caixa das concessionárias nos primeiros meses da pandemia de covid-19 – e já querem que assuma um novo empréstimo para cobrir custos extraordinários do setor, agora associados à crise hídrica.

De acordo com informações da imprensa, a proposta em discussão entre os ministérios de Minas e Energia e da Economia, a Agência Nacional de Energia Elétrica e a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) é que seja criado um empréstimo de entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões para recuperar o caixa das concessionárias, pressionado pelos custos excessivos da geração térmica.

A operação pode ser viabilizada via medida provisória, a ser encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional.

O problema é que, além de penalizar ainda mais os consumidores, esse tipo de encaminhamento ignora as reais causas do novo desequilíbrio de caixa das distribuidoras. O fato é que o modelo de formação de preços da energia não reflete as condições do setor.

Basta observar que hoje, enquanto os consumidores cativos estão pagando a bandeira da escassez hídrica devido à combinação da pior seca em praticamente um século com a falta de planejamento setorial, o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) está abaixo de R$ 200 por MWh.

Ou seja, a aplicação das atuais regras proporciona sinais trocados aos agentes: pequenos consumidores, que já não sabem como cortar gastos pressionados por tarifas excessivas, ficam sujeitos à bandeira da escassez, enquanto a maioria dos demais agentes não percebe qualquer restrição.

Vale observar que a situação é ainda mais grave tendo em vista a combinação da deterioração das condições socioeconômicas do país e da inação do governo para efetivamente trabalhar em favor da redução tarifária.

Na prática, temos tão somente medidas paliativas que postergam eventuais repasses de custos, justamente como o empréstimo agora em discussão.

A revisão das regras tem de ser feita no contexto da modernização do setor elétrico, num processo que proporcione a correta alocação dos riscos e que dê maior transparência ao setor, promovendo gastos eficientes em todas as suas etapas.

Mais, nesse processo têm de ser incorporadas as práticas de ESG que as companhias do setor elétrico tanto alardeiam possuírem.

Afinal, a geração térmica necessária neste momento deveria justamente ser considerada entre os riscos associados às mudanças climáticas e, como tais, teria de ser corretamente precificada pelos agentes no contexto das políticas relativas à sustentabilidade corporativa.

Nos anos 1980, o setor elétrico brasileiro viveu momentos críticos devido à inadimplência entre as várias partes de sua cadeia, naquele momento composta por estatais.

No arranjo atual, os débitos não são repassados de forma isonômica, cabendo apenas à sua parte mais frágil e sujeita a sanções imediatas, como o corte do fornecimento em caso de inadimplência. Esse tipo de solução é injusto e enganador, baseado em uma lógica perversa que atribui ao pequeno consumidor riscos que não são seus e perpetua ineficiências setoriais.

Clauber Leite é coordenador do Programa de Energia e Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Carlota Aquino Costa é diretora-executiva do Idec


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PEC DA GASTANÇA NÃO BENEFICIA O POVO

 

O que era irresponsável vira “necessário”, só por favorecer Lula

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado


Esplanada dos Ministérios, em Brasília.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Brasil vive num paraíso desde o último dia 3 de novembro. Até então, era o pior país a ser encontrado no sistema solar; mas aí o TSE declarou que Lula tinha ganhado a eleição para presidente e de um minuto para outro o mundo mudou. Agora, haja o que houver e faça Lula o que bem entender, tudo está certíssimo, tudo é virtude, tudo é alegria. Se desse para saber que seria assim, bem que o STF poderia ter demitido o presidente Bolsonaro, nomeado Lula para o seu lugar e feito a felicidade geral começar antes, não é mesmo? Seja como for, o Brasil das Maravilhas está aí – e sua primeira grande conquista é a capacidade de transformar desastres, explícitos e aritméticos, em grande obra de “engenharia política”.

Imaginem o que aconteceria neste país se o governo, antes do dia 3 de novembro, tivesse dito que precisava gastar cerca de 170 bilhões de reais a mais do que a lei permite para pagar as suas despesas. A proposta não chegaria a cinco minutos de vida; iria desabar debaixo de enfurecidas acusações de “irresponsabilidade fiscal”, “incapacidade de governar”, “tentativa de golpe de Estado”, e daí para baixo. Mas os árbitros do bem e do mal agora são outros, e são eles que definem o que é a realidade. A realidade oficial, hoje, é que os mesmíssimos 170 bilhões que iriam arruinar o Brasil são indispensáveis para a sobrevivência da nação; Lula, ao extorquir essa montanha de dinheiro extra do pagador de impostos (poderia ter sido mais) se mostra não um arrombador do erário, mas nos dá uma notável lição de “articulação política”. Mudou-se até o nome da operação. Era “PEC da Gastança”. Foi promovida a “PEC da Transição”. Muito mais sério, certo?

A partir de agora qualquer sujeito que tiver uma carteirinha de ministro ou de “gente do governo” em geral (a começar pelo novo presidente), só vai praticar acertos; ficam todos isentos da possibilidade de errar, como é o caso do Papa. O que era errado vira certo. O pecado mortal passa a ser exibição de bondade. O “orçamento secreto”, que até o dia 3 de novembro era a maior desgraça dos 500 de história do Brasil, se transforma em instrumento essencial para a “governabilidade”; o PT, que era mortalmente contra, hoje é mortalmente a favor. Chamam a coisa toda, agora, de “emendas do relator”, ou “emendas parlamentares” – caso resolvido.

A realidade oficial, hoje, é que os mesmíssimos 170 bilhões que iriam arruinar o Brasil são indispensáveis para a sobrevivência da nação

O resto é igual. Destruir a maior parte dos mecanismos de estabilidade da economia passa a ser um mandamento da “Nova Teoria” que pretende resolver os problemas do Brasil com soluções que são tentadas há 100 anos e nunca deram certo. Socar 40 ministérios em cima da população (incluindo aí o Ministério do Índio) torna-se uma exibição de “capacidade administrativa”. Abrir embaixadas que foram fechadas em ditaduras ou em republiquetas no fundão da África, ou conseguir audiência com um assessor do presidente Joe Biden, é tido como grande vitória diplomática – eis aí o Brasil de volta à liderança mundial. São as vantagens de se “salvar a democracia” e colocar na presidência da República um cidadão condenado pela justiça por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Daqui para frente, os brasileiros não vão mais receber notícia ruim – têm, enfim, um presidente e um governo infalíveis.


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LULA ANUNCIA SEUS MINISTROS NESSA SEXTA-FEIRA

Ministérios
Como estão as negociações nas outras pastas
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

BRA300. BRASILIA(BRASIL), 02/12/2022.- El presidente electo de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ofrece una conferencia de prensa hoy, en el Gabinete de transición del Gobierno, en Brasilia (Brasil). EFE/ Andre Borges


Lula vai confirmar primeiros nomes de seu ministério nesta sexta-feira (9), em Brasília| Foto: André Borges/EFE

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai anunciar nesta sexta-feira (9) os primeiros ministros que irão compor sua equipe a partir de janeiro. A expectativa é que confirme pelo menos seis nomes da chamada “cota pessoal”, ou seja, escolhidos de confiança e blindados da disputa política entre os partidos aliados. Outro que deve ser conhecido oficialmente é o futuro chefe do Itamaraty.

“Ele [Lula] estava querendo deixar [o anúncio] para depois da diplomação, mas tem muita especulação, muita coisa. Aquilo que já tem certeza, que está certo, ele quer divulgar amanhã [sexta]”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, nesta quinta-feira (8), após reunião do diretório do partido. Lula e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na segunda-feira (12).

O presidente eleito deve anunciar os ministros da Fazenda, Defesa, Justiça e Segurança Pública, Casa Civil, Relações Institucionais e Meio Ambiente. Para a Fazenda, o favorito nas “bolsas de aposta” é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, tido como um dos nomes mais próximos de Lula. Apesar disso, Haddad é visto com desconfiança pelo mercado financeiro. O receio é que ele repita políticas econômicas equivocadas de governos anteriores do PT.


Para tentar dissipar temores, Haddad passou as últimas semanas tentando se aproximar de setores empresariais. Nos encontros, tem dito que o governo Lula dará “prioridade total” à reforma tributária em 2023, acrescentando que a reforma é necessária para garantir um novo arcabouço fiscal para o país.

“O compromisso do presidente com a agenda de realizar em 2023 a reforma tributária conta com o apoio da sociedade, inclusive do setor bancário, para que a gente tenha êxito no ano que vem. Uma reforma que é essencial e estrutural”, afirmou o petista, durante reunião com banqueiros.

Nesta quinta, Haddad também esteve reunido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar da transição. De acordo com o petista, o encontro durou pouco mais de uma hora e a conversa foi considerada “excelente, cordial e educada”.

Lula também deve confirmar o nome do ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa. A indicação é uma forma do futuro governo começar a preparar a transição junto às Forças Armadas, uma área sensível em virtude da proximidade dos militares com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na esteira da confirmação de Múcio também devem ser conhecidos os nomes dos futuros comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea.  

Outro ministério a ser anunciado por Lula será o das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação com o Congresso Nacional, onde o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) é o mais cotado para o posto.

Nomes para Justiça, Casa Civil e Meio Ambiente
Nos bastidores, aliados de Lula indicam ainda que o petista pretende confirmar os escolhidos para os Ministérios da Justiça, do Meio Ambiente, da Casa Civil e das Relações Exteriores. A tratativa com os escolhidos estava sendo finalizada pelo presidente eleito ainda nesta quinta.

Para a Justiça, Lula pretende indicar o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), depois de uma articulação para que a pasta mantenha a segurança pública sob o mesmo guarda-chuva. Dino vinha negociando com Lula para que a pasta não fosse dividida, no que foi atendido, segundo integrantes da transição. De acordo com aliados de Lula, uma das principais missões de Dino na pasta será coordenar as mudanças para restringir o acesso às armas de fogo.

Outro nome a ser confirmado na Esplanada é o do atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil. Ele deixa o cargo no próximo dia 31 e chega para o ministério de Lula como um aceno do presidente eleito à sua base na Bahia e no Nordeste. Para chefiar o Itamaraty, o nome mais cotado é o do diplomata Mauro Vieira, que já ocupou o cargo durante parte do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele também pode ser anunciado nesta sexta.

É esperada ainda a confirmação da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) para o Ministério do Meio Ambiente. Se for confirmada, será a segunda vez que Marina comandará a pasta – ela já esteve à frente do ministério entre os anos de 2003 e 2008, também no governo Lula. Integrante da comitiva do presidente eleito que foi à Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-27, no Egito, em novembro, Marina avalia que a maior pressão internacional em torno da questão ambiental pode se tornar um trunfo a favor do Brasil.

Outros nomes do ministério de Lula serão apresentados após a diplomação 

Segundo integrantes da cúpula do PT, outros nomes que irão integrar o ministério de Lula devem ser anunciados na próxima terça-feira (13), um dia após a diplomação no TSE. Diferentemente desse primeiro anúncio, os demais escolhidos deverão sair de partidos da base aliada e poderão ser nomes técnicos e políticos.

”Não precisa ninguém ficar angustiado, nervoso, criando expectativa porque eu, no fundo, já tenho 80% do ministério na cabeça”, disse o presidente eleito recentemente.

Nessa leva, Lula pretende indicar o nome que irá comandar o Ministério da Saúde a partir do ano que vem. Ele se reuniu com diversos nomes nas últimas semanas, mas a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, é a mais cotada até o momento. Segundo integrantes do PT, a indicação de uma mulher para o posto vem sendo defendida por Lula ao longo da transição.

Corre por fora ainda o nome de Linamara Rizzo Battistella, médica e professora da Universidade de São Paulo (USP). Linamara tem o apoio do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Ela foi secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência quando Alckmin era governador de São Paulo. Na avaliação de petistas, uma mulher no posto faz parte do esforço de Lula para tentar alcançar paridade de gênero em seu novo governo.

Também deve ser confirmada por Lula nos próximos dias o nome da senadora Simone Tebet (MDB) no novo Ministério de Desenvolvimento Social. A indicação dela também é vista como parte da “cota pessoal” de Lula, mas atende uma estratégia de atrair o MDB para a base do governo. Além de atuar pela campanha do petista no segundo turno, a senadora foi uma das articuladoras para aprovação da chamada PEC da transição, aprovada pelo Senado na última quarta-feira (7).


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Demais indicações dependem de articulação com partidos da base 
Para atender todos os partidos da base, Lula pretende ampliar de 23 para até 34 o número de pastas na Esplanada dos Ministérios. Essas indicações, no entanto, dependem de acordo com os partidos que irão integrar a base do governo no Congresso Nacional.

Responsável pela indicação de Alckmin na chapa de Lula, o PSB pleiteia ao menos três ministérios no futuro governo. Entre eles, o Ministérios da Cidades para o ex-governador Márcio França, que abriu mão de sua candidatura ao governo de São Paulo para apoiar Haddad na disputa deste ano.

“Lula nos informou que a partir da próxima semana vai convocar os partidos, inclusive o nosso PSB, para discutir a questão da montagem de governo, de maneira que hoje não houve discussão sobre montagem de governo”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, depois de um encontro com Lula nesta semana.

Além do PSB, o MDB e o PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), também cobram mais espaço no futuro governo de Lula. No caso dos emedebistas, além da pasta de Tebet, o partido defende a indicação de um segundo nome para o ministério de Lula. O senador Eduardo Braga (AM), por exemplo, é candidato a comandar a pasta de Minas e Energia.

Paralelamente, o PSD busca emplacar no Ministério dos Transportes o senador Alexandre Silveira (MG), que foi o relator da PEC da transição no Senado. Silveira foi um dos coordenadores da campanha de Lula em Minas Gerais e é visto como um dos principais aliados de Pacheco dentro do partido.

Ainda na ofensiva para atrair partidos para a base, aliados de Lula indicam que o União Brasil deve ser contemplado com uma pasta e uma estatal. Ainda sem a definição de nomes, a sigla deve indicar o ministro do Desenvolvimento Regional e manter a presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Para fechar o acordo, Lula pretende acompanhar as articulações para aprovação da PEC da transição na Câmara dos Deputados.

Nomes técnicos para Educação e Indústria 
Ainda nos bastidores, aliados de Lula indicam que o presidente eleito pretende escolher nomes técnicos para as pastas da Educação e da Indústria. No caso da Educação, a mais cotada para o cargo é a atual governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT).

A pedetista é do núcleo político do senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão do ex-ministro Ciro Gomes. Professora, Izolda comandou a secretaria de Educação do Ceará entre 2007 e 2014. Na pasta, ela foi responsável pelo Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), que tinha como meta alfabetizar todas as crianças com até os 8 anos de idade ao final do 3º ano do ensino fundamental no estado.

Além de Izolda, o PDT deve assumir o Ministério do Trabalho, onde o favorito é o presidente da sigla, Carlos Lupi, que já comandou a pasta em governos anteriores do PT.

Já para Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Lula tem sinalizado que pretende indicar um empresário, mas sem confirmar nomes até o momento. O ex-presidente da Embraer Defesa Jackson Schneider, que já comandou a Mercedes e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é visto como um dos favoritos para o posto. Atualmente, Schneider integra a equipe de transição.


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JUDICIÁRIO AGORA QUER SER DETRAN

 


Há os que se empenham pela justiça, e há os que transformam a Justiça em outra coisa

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, praça dos três poderes, Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)


A Justiça, estátua na Praça dos Três Poderes, diante do Supremo Tribunal Federal.| Foto: Agência Brasil

João de Deus, que fazia medicina espiritual em Abadiânia (GO), agora está condenado a 223 anos de prisão. Daqui a pouco ele ultrapassa o recorde do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que está para sair, e tem lá um relógio em que o tempo para ele passa mais rápido. João de Deus está com prisão domiciliar por causa do seu estado de saúde dele; quando praticava os crimes pelos quais foi condenado, aí ele estava bem de saúde. As condenações de agora somam 109 anos; com as que já havia, totalizam 223 anos. Oito estupros e 26 violações sexuais. É um total de nove condenações, inclusive por estupro de vulnerável.

Ele tinha amigos importantes, inclusive no Supremo. O ministro Barroso já gravou um vídeo elogiando os poderes de João de Deus. Quando ele estava preso, em dezembro de 2020, e pediu o habeas corpus no Supremo, os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux recusaram ser relatores, alegando razões de foro íntimo. Tudo isso só para sabermos como é possível que pessoas tenham tanta projeção e estavam praticando crimes, crimes horrendos, aproveitando-se da fé, da crendice das pessoas.

Depois de ser Câmara de Vereadores, Alexandre de Moraes agora quer ser Detran 

Falando em condenações, o ministro Alexandre de Moraes agora aumentou a multa dos caminhoneiros pra R$ 100 mil – um valor impagável – se participaram de manifestações. Os caminhoneiros ficaram ainda mais estimulados por causa disso. Moraes agora está querendo ser o Detran, depois de ter sido Câmara de Vereadores, afastando o prefeito de Tapurá (MT).


Transição para baixo
No Dia da Justiça, a homenagem a quem realmente merece
Estou gravando este comentário no Dia da Justiça, 8 de dezembro. A justiça que eu acho que juiz de primeira instância merece. Uns vivem em fóruns cedidos pela prefeitura em más condições, levam trabalho para casa, trabalham como escravos da Justiça. Esses merecem. Já os outros, que convertem a Justiça e o Poder Judiciário em Legislativo e Executivo, esses acho que não entenderam bem o Montesquieu que estudaram na faculdade de Direito.

Aliás, o Ministério Público está reclamando que os artigos 127 e 129 da Constituição não estão sendo cumpridos pelo Supremo. O 127 diz que o MP é essencial à Justiça, e o 129 diz que compete privativamente ao MP a iniciativa do processo. Mas no Supremo vemos que a iniciativa de processos parte de políticos, que recorrem diretamente à corte, passando por cima do MP. Isso sem falar daquele inquérito em que o Supremo, como ofendido, tomou ele mesmo a iniciativa, algo que nenhum estagiário de Direito, nenhum estudante de primeiro semestre pode acreditar que seja verdadeiro.

Lula anuncia parte do ministério nesta sexta-feira
Nessa sexta-feira espera-se o anúncio, por parte do presidente eleito, de parte do ministério. Por exemplo, espera-se para a Defesa o nome de José Múcio Monteiro, pernambucano que era da equipe de Marco Maciel, foi da Arena, do PFL, foi ministro do TCU, foi deputado federal por cinco mandatos. Para a escolha dos comandantes militares, o critério é o do mais antigo oficial general de quatro estrelas de cada força. Parece que para o Itamaraty volta o embaixador de carreira Mauro Vieira, que já foi ministro de Dilma. O ex-governador da Bahia Rui Costa deve ir para a Casa Civil, e Márcio França, que foi governador de São Paulo, deve ganhar um ministério, talvez o de Ciência e Tecnologia. Alexandre Padilha, que foi ministro da Saúde, ficaria na Secretaria-Geral da Presidência. Continuam falando em Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda, mas eu fico incrédulo. E Flávio Dino, ex-governador do Maranhão que já foi inclusive presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais, é o cotado para o Ministério da Justiça.


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VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

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