Há os que se empenham pela justiça, e há os que transformam a Justiça em outra coisa
Por Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
A Justiça, estátua na Praça dos Três Poderes, diante do Supremo Tribunal Federal.| Foto: Agência Brasil
João de Deus, que fazia medicina espiritual em Abadiânia (GO), agora
está condenado a 223 anos de prisão. Daqui a pouco ele ultrapassa o
recorde do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que está para
sair, e tem lá um relógio em que o tempo para ele passa mais rápido.
João de Deus está com prisão domiciliar por causa do seu estado de saúde
dele; quando praticava os crimes pelos quais foi condenado, aí ele
estava bem de saúde. As condenações de agora somam 109 anos; com as que
já havia, totalizam 223 anos. Oito estupros e 26 violações sexuais. É um
total de nove condenações, inclusive por estupro de vulnerável.
Ele tinha amigos importantes, inclusive no Supremo. O ministro
Barroso já gravou um vídeo elogiando os poderes de João de Deus. Quando
ele estava preso, em dezembro de 2020, e pediu o habeas corpus no
Supremo, os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux recusaram ser relatores,
alegando razões de foro íntimo. Tudo isso só para sabermos como é
possível que pessoas tenham tanta projeção e estavam praticando crimes,
crimes horrendos, aproveitando-se da fé, da crendice das pessoas.
Depois de ser Câmara de Vereadores, Alexandre de Moraes agora quer ser Detran
Falando em condenações, o ministro Alexandre de Moraes agora aumentou
a multa dos caminhoneiros pra R$ 100 mil – um valor impagável – se
participaram de manifestações. Os caminhoneiros ficaram ainda mais
estimulados por causa disso. Moraes agora está querendo ser o Detran,
depois de ter sido Câmara de Vereadores, afastando o prefeito de Tapurá
(MT).
Transição para baixo No Dia da Justiça, a homenagem a quem realmente merece Estou
gravando este comentário no Dia da Justiça, 8 de dezembro. A justiça
que eu acho que juiz de primeira instância merece. Uns vivem em fóruns
cedidos pela prefeitura em más condições, levam trabalho para casa,
trabalham como escravos da Justiça. Esses merecem. Já os outros, que
convertem a Justiça e o Poder Judiciário em Legislativo e Executivo,
esses acho que não entenderam bem o Montesquieu que estudaram na
faculdade de Direito.
Aliás, o Ministério Público está reclamando que os artigos 127 e 129
da Constituição não estão sendo cumpridos pelo Supremo. O 127 diz que o
MP é essencial à Justiça, e o 129 diz que compete privativamente ao MP a
iniciativa do processo. Mas no Supremo vemos que a iniciativa de
processos parte de políticos, que recorrem diretamente à corte, passando
por cima do MP. Isso sem falar daquele inquérito em que o Supremo, como
ofendido, tomou ele mesmo a iniciativa, algo que nenhum estagiário de
Direito, nenhum estudante de primeiro semestre pode acreditar que seja
verdadeiro.
Lula anuncia parte do ministério nesta sexta-feira Nessa
sexta-feira espera-se o anúncio, por parte do presidente eleito, de
parte do ministério. Por exemplo, espera-se para a Defesa o nome de José
Múcio Monteiro, pernambucano que era da equipe de Marco Maciel, foi da
Arena, do PFL, foi ministro do TCU, foi deputado federal por cinco
mandatos. Para a escolha dos comandantes militares, o critério é o do
mais antigo oficial general de quatro estrelas de cada força. Parece que
para o Itamaraty volta o embaixador de carreira Mauro Vieira, que já
foi ministro de Dilma. O ex-governador da Bahia Rui Costa deve ir para a
Casa Civil, e Márcio França, que foi governador de São Paulo, deve
ganhar um ministério, talvez o de Ciência e Tecnologia. Alexandre
Padilha, que foi ministro da Saúde, ficaria na Secretaria-Geral da
Presidência. Continuam falando em Fernando Haddad para o Ministério da
Fazenda, mas eu fico incrédulo. E Flávio Dino, ex-governador do Maranhão
que já foi inclusive presidente da Associação Nacional dos Juízes
Federais, é o cotado para o Ministério da Justiça.
Alimentos e energia Seleção canarinho verde? Como mostrar que nosso agro é o mais sustentável do mundo
Por Marcos Tosi – Gazeta do Povo
O terceiro uniforme da seleção brasileira é verde, mas em tom
mais escuro do que nesta arte sobre a fotografia| Foto: Lucas
Figueiredo/CBF
O agro brasileiro precisa urgentemente abraçar uma
campanha de comunicação. Simples e direta. O tema: “Somos o agro mais
sustentável do mundo”. Ponto. E acabou.
Calma, a reportagem não acabou ainda. A declaração acima, e sugestão
de campanha contundente, é de Nizan Guanaes, um dos maiores nomes da
publicidade do país, que já foi eleito um dos cinco brasileiros mais
influentes do mundo pelo jornal britânico Financial Times e que, além de
empresário, atua como embaixador da Boa Vontade da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO). Nesta
semana Guanaes foi um dos palestrantes convidados do AgroVision,
primeiro grande evento do banco Itaú BBA voltado ao agronegócio, que
reuniu o empresariado e lideranças do setor em São Paulo.
Dentre as peças dessa campanha de marketing internacional, diz
Guanaes (seria em tom de brincadeira?), por que não mudar a cor do
escrete canarinho. “Vamos mudar a camisa da seleção brasileira de
amarelo para verde. Aonde a seleção brasileira for, nós vamos, seja em
Doha, no Catar, onde for. Somos players e, no mundo ESG, a bola caiu no
pé do agro brasileiro. Então, o que temos que fazer agora é separar o
agronegócio do ogronegócio”, enfatiza o publicitário.
Agro precisa enfrentar guerra de narrativas
O embaralhamento dos 99% que fazem a coisa certa com 1% de “pebas”,
segundo Guanaes, apenas alimenta a incompreensão da realidade brasileira
e a retaliação de outros países. Para o publicitário, o problema do
agro é se comportar como inocente, que de fato é. “Um criminalista amigo
meu disse que odeia inocente, porque o culpado faz tudinho o que ele
pede. O inocente tenta se defender do jeito dele, é um inferno. E o agro
é inocente. E como faz tudo direito, não se preocupa em se defender.
Comunicação não é o que a gente diz, é o que os outros entendem. A
agricultura brasileira precisa enfrentar de vez a guerra de narrativas”,
enfatiza.
A provocação de Guanaes tem como pano de fundo um discurso, tanto
doméstico como internacional, que projeta uma imagem ruim do agronegócio
do país. Lá fora o Brasil é visto como vilão, corrobora o professor do
Insper, ex-presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única) e
ex-diretor da BRF na Ásia, Marcos Jank. O principal motivo seria o
aumento do desmatamento, de cerca de 300 mil hectares por ano para mais
de 1 milhão. “Já reduzimos esse desmatamento em 80% em uma década.
Podemos fazer isso novamente. Mas não basta ter polícia e exército
punindo, temos que ir às causas. É preciso implementar o Código
Florestal e fazer a regularização fundiária. Se não implantar, não vai
dar certo”, aponta Jank.
E o que a regularização fundiária tem a ver com isso? Nas regiões
Norte e Nordeste do país há milhares de pessoas que estão há décadas em
cima de imóveis não titulados. Apenas com documentos de posse. Gente
que, no caso da Amazônia, foi atraída pelo governo para desenvolver a
região nos anos 70 e 80. Apenas nos escaninhos do Incra estariam
aguardando avaliação mais de 100 mil processos de regularização
fundiária no bioma amazônico em que, inclusive, já foi feito
georreferenciamento.
Café é produto brasileiro que poderá ser atingido por novo
regulamento proposto pela União Europeia| Brunno Covello / Arquivo
Gazeta do Povo
Não titulação das terras “é mãe da irregularidade ambiental” Cria-se
uma zona cinzenta, que confunde o legal e o ilegal, o proprietário
legítimo com o grileiro de terras. “A mãe da irregularidade ambiental é a
falta de regularidade fundiária. Os proprietários rurais não tem
escritura e não conseguem levar aos cartórios de registros de imóveis as
suas posses porque as demarcações das datas, que são as áreas
administrativas, não foram concluídas pelo Judiciário, ou sequer foram
feitas no passado pelos institutos de terra de cada estado. E como se
nós estivéssemos nas sesmarias ainda”, relata André Pessoa, da
Agroconsult.
Enquanto o Brasil não encaminha a resolução de seus problemas
fundiários e ambientais – há um projeto de regularização fundiária sendo
apreciado pelo Congresso – o cerco continua apertando. Nesta semana, a
União Europeia chegou a um consenso para aprovar uma lei que impede a
compra de produtos de áreas desmatadas ou degradadas depois de dezembro
de 2020. A iniciativa pode atingir vários produtos de exportação, como
soja, carne e café.
Alguém pode contestar, alegando que os europeus já não são tão
relevantes no mercado de exportações brasileiro, representando apenas 8%
do destino dos embarques de commodities agrícolas, contra 72%, por
exemplo, que vão para a China. As matrizes das principais empresas
globais de alimentos, como Unilever e Nestlé, contudo, estão no velho
continente. E elas pressionam as grandes tradings, como ADM, Bunge e
Cargill.
“Elas precisam vender o sabonete Dove e precisam saber que não estão
usando óleo de palma que está queimando gorila na Indonésia”,
exemplifica Paulo Souza, CEO da Cargill no Brasil. “A União Europeia é
que dita as tendências para o mundo. Até cinco anos atrás os Estados
Unidos não davam a mínima para o mercado de carbono, mas isso mudou por
que o consumidor americano também está pedindo. Na Europa, eles estão
fazendo um esforço brutal para a redução de carbono, apesar da crise. E
daí você liga a TV na França que entrevista um ribeirinho brasileiro, e
mostra a Amazônia pegando fogo, como é que eles não vão reagir?”,
pergunta o executivo da Cargill.
Clientes lá fora desconhecem fundamentos do agro brasileiro Cientificamente,
não há como contestar que o Brasil tem as matrizes mais sustentáveis do
mundo, que preserva 66% de seu território com vegetação nativa, pratica
uma agricultura tropical de duas a três safras por ano e gera 57% de
sua energia por fontes renováveis. Muitos clientes lá fora, no entanto,
não sabem disso. Aí estaria a razão de o desmatamento da Amazônia
interferir até no comércio do suco de laranja de São Paulo, que fica a
dois mil quilômetros de distância.
“Temos um potencial grande, mas precisamos mudar essa imagem muito
ruim. Precisamos conversar com a comunidade europeia, dar urgência a
isso. O desmatamento, no fundo, é o poder público ausente no combate à
ilegalidade”, sublinha Souza, da Cargill, acrescentando que a medida dos
europeus é “um aperitivo do que virá pela frente”, que, acredita, ainda
poderá ser revertida.
A preocupação do executivo de uma das maiores tradings de grãos que
operam no país está um pouco à frente, num futuro breve. No começo esses
embargos envolvem apenas áreas de floresta, mas, depois de um ano, vão
atingir também o Cerrado. “Como será o grau de rastreamento que vão
exigir? Carga a carga? É difícil. No bioma amazônico, onde já temos a
moratória da soja, eu não estou preocupado. Mas no Cerrado é bem mais
complicado. Tem a questão da originação secundária. Quando compramos
direto do produtor rural, que entrega em nosso armazém, é mais fácil.
Mas quando compramos de uma cooperativa, um cerealista que está
agrupando produtores, é um desafio gigante. Não sabemos como fazer
ainda”, confessa Souza.
Rastrear bois para comprovar que não vêm de área de desmatamento é
ainda mais complicado do que rastrear a soja| Arquivo / Gazeta do Povo
Brasil como solução global alimentar, energética e climática Apesar
do contexto de endurecimento no comércio internacional por questões
ambientais – reportagem desta Gazeta do Povo já mostrou que as próprias
tradings pretendem implantar restrições mais severas do que a lei
nacional – a percepção dos analistas do agronegócio brasileiro é de que
ainda é possível mudar o jogo. Melhorando sua comunicação e atuando para
coibir o desmatamento ilegal, que, como diz o nome, é caso de polícia.
“Estamos colocados diante de uma oportunidade extraordinária, talvez a
maior oportunidade que a história tenha colocado em nosso colo. Somos um
país do ocidente pendurado na Ásia. Isso cria para nós uma curiosa
situação: podemos ser malvistos ou amados, por um ou por outro. Mas
podemos ser a solução de segurança alimentar, energética e climática
para o mundo. A oportunidade é oferecida, mas não é dada. Temos que
conquistar”, destaca Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e
coordenador do Centro de Agronegócio da FGV.
Para aproveitar o que seria a oportunidade única de uma geração, será
preciso sair o quanto antes deste paradoxo, de ser potência do agro e,
ao mesmo tempo, “ser vilanizado pela Amazônia”. É a avaliação que faz o
sócio-diretor do fundo de investimento GK Ventures, Eduardo Mufarej. Ele
acredita que o país poderá ser o primeiro do mundo a conquistar o
status de carbono neutro, devido a suas condições únicas, como áreas
florestadas, fontes energéticas renováveis, Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e plantio direto.
“Isso nenhuma outra nação consegue. Falam da Austrália, mas, só para
contextualizar, ela é hoje o maior emissor per capita do mundo. Esse
lugar de protagonismo é essencial. Mas se a Amazônia não for resolvida,
ela vai nos tragar. Esperar que o governo vá fazer isso sozinho é um
equívoco. O setor privado, com sua relevância, tem que ter protagonismo e
mão firme, porque se não tiver contundência, vamos perder a
oportunidade e pagar um preço caro”, avalia Mufarej.
Mercado da Indonésia poderia estar aberto há mais tempo Mesmo que
ataque seus problemas ambientais, o Brasil não conquistará mercados como
num passe de mágica. João Sampaio, diretor de Relações Institucionais
do frigorífico Minerva Foods, lembra que a empresa levou anos tentando
abrir o mercado gigante da Indonésia para a carne brasileira, sem ajuda
da burocracia estatal. Só para responder um questionário do governo
indonésio, o governo levou seis meses. No Uruguai, a mesma Minerva Foods
conseguiu abrir o mercado do Japão para miúdos após o governo uruguaio
responder em apenas oito dias um questionário japonês. “Quando a Tereza
Cristina assumiu (o ministério da Agricultura), ela foi lá e abrimos o
mercado da Indonésia em um dia. É a forma de agir que precisa mudar”,
diz Sampaio, que aponta ainda a falta de “pegada comercial” dos
embaixadores brasileiros.
Se as restrições e embargos fazem parte do jogo internacional, é
preciso reagir com estratégia e inteligência. E aí retorna-se à
provocação do publicitário Nizan Guanaes, que abriu o texto, propondo
uma atuação mais agressiva na defesa dos fundamentos do agro brasileiro.
Sem esquecer que haverá oposição.
País paga o preço de ser líder e de incomodar “Você não pode
querer ser líder e ser amado. Isso não existe. Você acha que a Austrália
vai dizer: olha eu quero muito agradecer que você está entrando em
nosso mercado. Ou os produtores da França vão dizer: olha, temos uma
relação afetiva com vocês, que estão inundando de produtos a Europa.
Claro que não. Por que alguns setores da economia brasileira não sofrem
esse problema? Por que eles não são líderes”, destaca Guanaes. Essa
defesa do agro não deve ser ação deste ou daquele governo, conforme o
viés ideológico. “É um problema setorial contínuo, de décadas. Não é um
problema de governo, é problema de estado. É o agro mais sustentável do
mundo e tem que ficar todo se explicando? Eu digo que o agro brasileiro é
um George Clooney com fama de feio. Temos que resolver isso”.
A propósito, em setembro último George Clooney foi apontado por Brad
Pitt, respondendo a uma pergunta da revista Vogue, como o homem mais
bonito do mundo. Sem modéstia, como o agro brasileiro deveria se
comportar, Clooney comentou: “Vamos ser honestos, ele está certo”. A
fama de feio não condiz com o agro brasileiro. E, como disse Guanaes, é
isso. Ponto. Acabou.
Provavelmente você já deve ter reclamado da velocidade da sua
internet pelo menos alguma vez na vida, certo? Mas será que o problema é
sempre da velocidade em si?
Em alguns casos, o que pode estar prejudicando a qualidade da sua conexão é o alcance do seu sinal Wi-Fi.
A principal função do Wi-Fi é transmitir o sinal da internet por todo
o ambiente ou grande parte dele, seja em casa ou no trabalho, mas
existem alguns fatores que podem melhorar ou piorar o alcance desse
sinal.
Ou seja, mesmo que você tenha um plano de 500 MB ou até 1 GB de
velocidade, caso precise trabalhar via Wi-Fi e estiver com um alcance
ruim, com certeza a sua velocidade será prejudicada.
Quer saber de uma vez por todas a diferença entre velocidade e
alcance da sua internet? E melhor ainda: dicas de como melhorar a sua
conexão? Então está no lugar certo.
Continue o post até o final para conferir as nossas dicas. Boa leitura!
Mas afinal: o que é velocidade e o que é alcance?
Primeiro vamos definir melhor o que é a velocidade e o que é o
alcance. Quando falamos de velocidade da sua internet, estamos nos
referindo à quantidade de bytes que a sua internet usa para baixar e
enviar dados, ou seja, fazer downloads e uploads.
Já o alcance é a distância física que o sinal do Wi-Fi do seu
roteador pode chegar, definindo a área de cobertura da sua internet.
Portanto, independente da velocidade contratada, o alcance do Wi-Fi
não muda. Afinal, não existe relação de velocidade contratada com
cobertura Wi-Fi, como falamos rapidamente no início do post.
Tudo isso fica ainda mais fácil de entender na prática. Então, agora
vamos pensar em uma situação real, por exemplo, se você tem uma internet
de 400 mega, esse valor se refere à velocidade e não ao alcance.
Então, o sinal Wi-Fi não vai chegar do outro lado da rua, no 1º andar
e 2º andar da sua casa (caso more em um duplex) ou na casa do seu
vizinho, mas você terá uma ótima velocidade para baixar dados, assistir
filmes, jogar vídeo games e realizar outras atividades.
Saiba mais sobre a potência do seu roteador Wi-Fi
Bom, além da velocidade contratada no plano da sua internet, uma
conexão de qualidade está diretamente relacionada ao alcance, logo, é
preciso entender sobre a potência do seu roteador Wi-Fi.
Quando falamos potência, estamos nos referindo às frequências de um
roteador. Os modelos mais atuais, por exemplo, trabalham na com as
frequências 2,4 GHz e 5 GHz. Esses roteadores mais modernos conseguem
entregar muito mais qualidade para a sua conexão.
Segundo um conceito básico da física que aprendemos nas escolas,
quanto maior a frequência, automaticamente maior será o tráfego de dados
e o consumo de energia elétrica. Entretanto, a distância alcançada
diminui.
Vamos à prática:
Melhores usos para frequência 2,4 GHz
Muitos produtos sem fio, como mouses, teclados, impressoras e
controles, por exemplo, operam na frequência 2,4 GHz, pois isso permite
uma maior propagação de dados, alcançando distâncias maiores.
Então, nos casos em que é preciso uma maior distância de sinal, a frequência 2,4 GHz é a ideal.
Melhores usos para frequência 5 GHz
A frequência 5 GHz possui uma melhor qualidade de sinal e um maior tráfego de dados, mas perde em alcance.
Portanto, essa frequência é ideal para quem utiliza o Wi-Fi em
ambientes menores e para quem precisa conectar vários dispositivos a uma
mesma rede, pois a 5 GHz dá conta de suportar um grande volume de
informações sem prejudicar a qualidade.
Hoje em dia, muitos roteadores atuais são “dual band”, ou seja,
conseguem operar nas duas frequências. Então, é comum ver a mesma rede
Wi-Fi com o mesmo nome, mudando apenas a frequência. Por exemplo:
“LinkCE” e “LinkCE 5G”.
Dessa forma, o usuário fica livre para optar em que rede ele conseguirá usufruir melhor de cada recurso.
Sabendo de tudo isso, se você tiver um roteador um pouco mais antigo,
ou então que trabalhe com frequências menores, ele não vai entregar a
qualidade de internet que você espera, mesmo com um bom plano
contratado.
O que pode prejudicar o alcance do sinal WiFi?
Se a sua casa, apartamento ou escritório é muito grande, ou então
possuem muitas paredes, provavelmente você tem uma perda no alcance do
sinal WiFi.
O sinal da internet sem fio é percorrido por ondas eletromagnéticas,
então, o alcance não é infinito, bem como também se enfraquece com a
presença de muitos obstáculos no caminho.
Inclusive, a espessura das paredes e até os materiais podem
influenciar na perda do alcance. O azulejo, por exemplo, comum para o
revestimento de banheiros, pode reverberar o sinal de WiFi e causar
ainda mais queda na qualidade da transmissão.
Portanto, banheiros e cozinhas costumam ser os lugares da casa para
utilizar a rede WiFi, pois além da distância do roteador e objetos pela
casa, ainda existe a questão do material utilizado nas paredes.
Dicas para melhorar a velocidade o alcance da sua internet
Agora que entendemos que contratar um plano com mais mega não vai te
ajudar a ter um melhor alcance, vem a pergunta: mas o que fazer para
aumentar o alcance da minha internet?
Como você viu, falar sobre a velocidade e o alcance da internet não é
tão simples assim, pois são muitos os fatores que influenciam na
qualidade da conexão em geral.
A LinkCE recomenda a instalação de um segundo ponto de acesso, ou
seja, um segundo roteador. Esse outro roteador pode levar a internet
para mais longe, como para os dois andares de uma casa ou apartamento
duplex.
Lembrando que você deve dar preferência ao uso de roteadores e não
repetidores de sinal, mas vale à pena avaliar caso a caso, pois os
repetidores podem funcionar muito bem em alguns cenários, com um melhor
custo-benefício.
5 dicas para otimizar o uso do seu roteador WiFi
Além das dicas gerais sobre velocidade e alcance da sua internet,
separamos aqui 5 dicas para o melhor uso do seu roteador WiFi. Confira:
1. Posicione o seu roteador em um lugar estratégico,
onde fique mais ou menos entre os dispositivos conectados pela casa e
os lugares que mais costuma ficar
2. Mantenha o seu roteador em um móvel que não contenha muitos objetos ao redor
3. Não deixe o seu roteador perto de espelhos, pois
eles são altamente refletores e podem atrapalhar na transmissão do sinal
(lembre-se também dos azulejos que comentamos acima)
4. Quando notar que o WiFi está lento, reinicie o aparelho ou então desligue e aguarde alguns segundos antes de ligar novamente
5. Nunca deixe a sua rede WiFi sem senha, pois
vizinhos e dispositivos próximos podem se conectar automaticamente no
WiFi, prejudicando a velocidade
Garanta a melhor internet da região por um ótimo custo-benefício!
Por fim, nada adianta toda essa explicação e ótimas dicas que demos
aqui se a sua provedora de internet não oferece um bom serviço.
Uma provedora ruim, além de manter uma conexão instável e que não tem
compromisso com a quantidade de megas contratados, ainda pode deixar
roteadores não tão potentes na sua residência.
A LinkCE, por exemplo, foi eleita 4 vezes como a melhor
internet da região, segundo o site MelhorPlano. Não é qualquer coisa
não, ein?
O blog da LinkCE é um
espaço para nos aprofundar melhor em conteúdos e assuntos que achamos
importantes para o seu dia a dia. Estamos sempre falando sobre sobre
internet em geral, games, inovação e tecnologia.
Usuário comum não adianta ter internet além de 100 mega
Para usuário doméstico, subir a velocidade acima dos 100Mega não faz muita diferença, inclusive se utilizar rede cabeada.
Mais uma: Não faz sentido comprar Internet de 500Mega e utilizar rede wireless dentro de casa.
É a mesma coisa que dar descarga de água em pinico.
Para um micro aproveitar os 500Mega na sua plenitude, tem que usar
fibra ótica ou rede cabeada Gigabit dentro de casa, que obviamente tem
seu preço. Ainda mais se for para fazer direito e sem gambiarra,
utilizando os cabos, switches e roteadores corretos.
Outra: depois do 100Mega, se você for gamer, precisa
se preocupar mesmo é com a latência, que é o tempo que os pacotes
demoram para serem respondidos depois que saem da máquina e vão para a
Internet.
Esse é o jump of the cat que ninguém fala e os provedores estão bem quietinhos.
Olhe abaixo o tempo de resposta de dois sites diferentes
Para a maioria de nós, a ideia de resiliência evoca histórias de
profundo heroísmo em face de graves injustiças – Viktor Frankl
sobrevivendo aos campos de concentração ou Rosa Parks sentada onde quer
que ela queira.
Mas a resiliência nem sempre é épica. Às vezes é bastante comum:
Aceitar bem as críticas do nosso cônjuge em vez de ficar na defensiva
Processar o luto de maneira saudável em vez de fugir dele.
Dando aquele brinde em um casamento apesar de estar ansioso
Mesmo que tenhamos a sorte de não precisar de níveis heróicos de
resiliência em nossas vidas, todos podemos nos beneficiar de mais
resiliência com os estressores e desafios diários.
Pesquisas mostram que pessoas altamente resilientes tendem a possuir
três características comuns: aceitação , propósito e flexibilidade . É
importante ressaltar que sabemos que esses não são simplesmente dons
genéticos com os quais alguns poucos sortudos nascem – são habilidades
que todos nós podemos aprender a construir.
Se você gostaria de lidar com conflitos de relacionamento com mais
confiança, se recuperar um pouco mais rápido dos contratempos no
trabalho ou lidar com a ansiedade e o estresse um pouco melhor, você
pode aprender muito com os 3 traços de pessoas altamente resilientes.
1. Aceitação: Veja a realidade pelo que ela realmente é
Resiliência não significa otimismo ingênuo.
Pessoas altamente resilientes têm uma visão clara sobre a natureza
dos desafios que enfrentam – nem excessivamente otimistas ou
pessimistas. Essa aceitação da maneira como as coisas realmente são
permite que eles sejam mais eficazes na elaboração de estratégias para
enfrentar seus desafios de forma produtiva.
Por exemplo: suponha que você acabou de fazer uma apresentação para
seu chefe no trabalho. Você acredita fortemente que sua ideia é boa e
sente que a apresentação em si foi muito bem. Mas, para sua surpresa, as
primeiras palavras que saem da boca de seu chefe são para criticar um
componente-chave de sua ideia. Você sente a dor e a raiva crescendo
rapidamente.
Você pode continuar nesse caminho de defesa que sua mente o iniciou. E
embora você se sinta justificado nisso, suspeita que o resultado final
pode não ser tão bom – seu chefe pode descartar a ideia completamente,
por exemplo.
Por outro lado, você pode reconhecer que se sentiu magoado, mas tente
entender melhor o que a crítica de seu chefe está chegando e se, a
longo prazo, isso pode levar a uma ideia ainda melhor.
A felicidade e o sucesso dependem da capacidade de ver a realidade
pelo que ela é – não pelo que você gostaria que fosse ou pelo que teme
que seja.
Embora seja natural sentir raiva e aborrecimento em resposta às
críticas – e interpretar essas críticas como injustas – essa resposta
padrão nem sempre está de acordo com a realidade. Seu chefe literalmente
fez algo errado ao apontar o que viu como uma fraqueza em sua ideia?
Ela é realmente sempre negativa? Será que ela realmente não sabe do que
está falando?
Uma avaliação mais realista das coisas poderia ser: ‘ Ela foi um
pouco direta com suas críticas — o que doeu — mas isso não é um ponto
ruim .’ Ou ‘É verdade, ela não tem tanto conhecimento técnico nessa área
quanto eu, mas a perspectiva de uma pessoa de fora pode ser muito
útil.’
Adquira o hábito de verificar suas interpretações iniciais das coisas
e, em seguida, alinhe nossos pensamentos mais de perto com a realidade.
Você não apenas se sentirá melhor no momento, mas será muito mais eficaz em seguir em frente.
“A alma se tinge com a cor de seus pensamentos.”
– Marco Aurélio
2.Objetivo: Esclarecer seus valores
O propósito não precisa ser algo grandioso ou espiritual.
Ter um senso de propósito pode significar simplesmente que você tem
coisas positivas em sua vida pelas quais está animado, curioso, ansioso e
que considera valioso. Quanto mais desses valores intrínsecos tivermos,
mais forte será nosso senso de propósito e, portanto, mais motivação
teremos para perseverar nas dificuldades.
Aqui está um exemplo:
Certa vez, tive uma cliente chamada Amélia que perdeu a mãe para o
câncer de repente e ainda jovem. Ela ficou devastada. Nas primeiras
semanas após a morte de sua mãe, Amélia quase não saía de casa, mal
comia e estava quase totalmente desconectada de sua família e amigos.
Ela se sentiu mal com isso, mas como ela me explicou, ela estava “muito
sobrecarregada com a dor”.
Depois de algumas tentativas malsucedidas de minha parte como
terapeuta para ajudar, tropeçamos em algo que era exatamente o que ela
precisava ao analisar essa ideia de propósito.
Quando você tem clareza sobre seus valores e propósito, nunca lhe faltará motivação e força.
Uma das coisas que mais perturbava Amélia era que sua própria filha
nunca teria nenhuma experiência com sua avó. Reconheci que ali havia um
valor, algo pessoalmente importante para ela. E embora não pudéssemos
literalmente dar à filha experiências com sua avó já falecida, talvez
pudéssemos chegar perto.
Amélia e eu começamos a explorar quais aspectos de sua mãe ela mais
valorizava e desejava que sua filha pudesse experimentar. Ela se lembrou
de memórias favoritas com sua mãe, qualidades favoritas nela e até
mesmo algumas de suas refeições favoritas que sua mãe costumava cozinhar
para ela. Amélia se iluminou visivelmente enquanto falava sobre essas
partes de sua mãe que ela valorizava.
Então sugeri que, embora sua filha não fosse capaz de vivenciar sua
avó como meu cliente, ela ainda poderia conhecer sua avó de maneiras
poderosas por meio de histórias que meu cliente poderia contar sobre
ela. E naquele momento, as coisas realmente deram certo para Amélia.
Ao esclarecer um valor que ela tanto prezava (sua filha conhecendo
sua avó), fomos capazes de gerar um senso de propósito (contar à filha
histórias sobre sua avó) que permitiu que Amélia processasse sua dor de
maneira mais saudável e seguisse em frente com ela. vida.
Para encontrar a força para perseverar, comece explorando e esclarecendo seus valores – as coisas que mais importam para você.
“O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito da vida é doá-lo.”
Pessoas resilientes têm uma incrível capacidade de serem flexíveis quando as circunstâncias mudam.
Em vez de ficar paralisado ou recorrer a desejar e reclamar que as
coisas eram diferentes, eles começaram a mudar a única coisa sobre a
qual eles realmente têm controle: eles mesmos.
Dito de outra forma, as pessoas resilientes têm um talento especial
para serem criativas e inventivas diante do estresse. Isso permite que
eles se adaptem às suas dificuldades em vez de desmoronar.
Um dos melhores exemplos disso veio de outra cliente minha, Sharron, e de como ela aprendeu a se comunicar melhor com o marido.
Por natureza, Sharron tinha um estilo de comunicação muito direto e
prático. Assim que ela percebeu que algo estava errado, ela quis trazer à
tona e “processar” imediatamente. Isso é o que funcionou para ela.
Se a insanidade é tentar a mesma coisa repetidamente sem sucesso, então a sanidade é a vontade de se adaptar com flexibilidade.
Por muito tempo, foi assim que Sharron abordou as dificuldades em seu
casamento – ela tentava fazer com que o marido falasse sobre as coisas
imediatamente, mesmo que ele resistisse e achasse difícil.
O que Sharron descobriu, porém, foi que seu marido simplesmente
preferia pensar nas coisas devagar e sozinho antes de falar sobre elas
juntos. Era assim que ele gostava de “processar” as coisas. Mas, de sua
perspectiva, ele nunca teve a chance de fazer isso porque ela sempre o
“forçava” a processar as coisas imediatamente e no local.
Quando Sharron percebeu o que estava acontecendo, ela fez um esforço
consciente para ser paciente com seu desejo de “desabafar” imediatamente
e, em vez disso, dar ao marido algum espaço e tempo. Como ela era
flexível, eles conseguiram encontrar um compromisso melhor para lidar
com os estressores do relacionamento.
Quando as coisas estiverem difíceis, tente experimentar com seu
pensamento . Teste novas linhas de pensamento. Modifique suas suposições
e crenças iniciais. Seja flexível e observe como as soluções se abrem.
“Não acredite em tudo que você pensa. Os pensamentos são apenas isso – pensamentos.”
O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Mesmo com a
diminuição da taxa de desemprego no Brasil, conseguir passar pela
quantidade de processos seletivos e manter um emprego, é uma tarefa que
requer muito esforço e dedicação individual fora do expediente. Entre as
habilidades mais valorizadas pelos recrutadores, estão as soft skills,
que são as habilidades interpessoais de trabalho de cada um.
Abaixo, a Vice-Presidente da BNI Brasil – Business Network
International – a maior e mais bem-sucedida organização de networking de
negócios do mundo, Mara Lemes Martins, lista as 5 habilidades mais
procuradas pelas empresas.
Cada vez mais desejadas no mercado de trabalho, confira as soft skills mais desejadas pelos recrutadores
O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Mesmo com a
diminuição da taxa de desemprego no Brasil, conseguir passar pela
quantidade de processos seletivos e manter um emprego, é uma tarefa que
requer muito esforço e dedicação individual fora do expediente. Entre as
habilidades mais valorizadas pelos recrutadores, estão as soft skills,
que são as habilidades interpessoais de trabalho de cada um.
Um dos grandes desafios das empresas é atrair e reter talentos,
então, mesmo que hajam vagas, são procurados profissionais que tenham o
mesmo mindset e skills do perfil da companhia. De acordo com o Guia
Salarial da consultoria de recrutamento Robert Half, essa é a
preocupação para 84% das marcas. Isso é comprovado quando a mesma
pesquisa aponta que, enquanto a taxa de desemprego de profissionais
qualificados fica em torno de 5%, a dos demais atinge 9%.
Logo, para quem busca novas oportunidades, é um ótimo momento para
buscar desenvolver as soft skills mais buscadas pelo mercado. Abaixo, a
Vice-Presidente da BNI Brasil – Business Network International – a maior
e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo,
Mara Lemes Martins, lista as 5 habilidades mais procuradas pelas
empresas:
1. Comunicação: a habilidade de se comunicar é
certamente uma das mais requisitadas para qualquer profissional. Para
entender sua importância, uma pesquisa feita pela Project Management
Institute Brasil mostrou que 6% das 300 grandes empresas definiram a
comunicação no local de trabalho como o principal motivo para o fracasso
de atividades. “Desenvolver habilidades comunicacionais é uma skill que
é trabalhada desde a infância e é desenvolvida ininterruptamente
durante a vida. O que é procurado são profissionais que deixem claro o
status de suas atividades, conseguindo coordenar com diversos setores,
para evitar eventuais perdas”, explica Mara.
2. Liderança: o papel de líder não deve ser exercido
apenas pelos superiores das empresas, é algo que deve estar em todos os
colaboradores, que devem ser capazes de motivar seus colegas. “A
capacidade de leadership em quem trabalha na empresa, potencializa os
resultados de toda uma rede, dando mais independência e autonomia para
que as atividades sejam realizadas com mais agilidade e qualidade”,
argumenta.
3. Adaptabilidade: muitos trabalhos estão repletos
de fatores inesperados e muitas vezes imprevisíveis, que devem ser
respondidos com prontidão. “Se adaptar requer muito know how de seu
campo de conhecimento para adquirir a capacidade de estar preparado para
tudo em qualquer momento. Ter alguém com essa habilidade na equipe,
traz confiabilidade para todos, por ter alguém capaz de lidar com as
diferentes intempéries do cotidiano”, diz Mara.
4. Trabalho em equipe: ninguém trabalha sozinho, por
isso, várias habilidades convergem para saber lidar com uma equipe, que
deve enfrentar as fases de um projeto como um conjunto. “Saber
compartilhar insights, manter relacionamentos profissionais, dar e
receber conselhos, são algumas das características mais esperadas para
trabalhos em equipe. O conceito de “dividir para multiplicar” está muito
presente aqui, dividir o trabalho para multiplicar os resultados”,
aconselha.
5. Empatia: respeitar o próximo não é essencial
apenas para o trabalho mas também para a vida, ter consciência de seus
atos e suas consequências, podem definir a diferença entre profissionais
de confiança. “Mais do que um asset profissional, ser empático é uma
característica que deve ser procurada em qualquer lugar de nossas
vivências. No mundo dos negócios, facilita a conexão, com colegas de
trabalho, superiores e clientes, possibilitando um ambiente de trabalho
cada vez mais frutífero, plural e eficiente”, finaliza Mara Leme
Martins.
Sobre a BNI
Fundado em 1985, o BNI é a maior e mais bem-sucedida organização de
networking de negócios do mundo. Os membros são profissionais de
negócios que ajudam uns aos outros a desenvolverem seus negócios,
através de seu compromisso com o principal valor, o Givers Gain. Todas
as semanas, em milhares de comunidades no mundo inteiro, os membros se
reúnem com outros respeitados líderes de negócios para construir e
intensificar relacionamentos duradouros e passar referências de negócios
qualificados. A afiliação ao BNI oferece acesso a treinamento de
negócios, aprendizado com colegas e oportunidades para fazer networking e
negócios com centenas de milhares de membros do BNI no mundo inteiro.
Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?
Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)
Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra
fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local,
pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas
na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer
“milão” é “caro demais”.
Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios
na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A
lógica deveria ser justamente a inversa.
Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.
O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam
conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR
DIA!).
Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.
Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?
Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?
Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?
Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?
Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…
Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?
Absolutamente nenhuma além da internet.
E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?
Marketing Digital é barato, mas não é de graça.
Vamos fazer uma conta de padaria:
Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?
Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.
Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.
Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando
metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada
carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.
Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.
Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta
pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno
de R$ 5,51.
Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.
Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…
E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.
Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco
explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números
disparados na frente do marketing tradicional.
Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.
Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você
deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para
o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?
Deixo a reflexão.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para
divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais
veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das
empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros
meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio
funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa
ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda
existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou
produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio
funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas
vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender
que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará
entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim,
concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que
costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no
rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de
fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles
também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o
ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo
quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao
usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade
para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de
marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por
mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
5 atitudes que o governo Lula poderia tomar para abrir espaço no Orçamento Por Giulia Fontes, especial para a Gazeta do Povo
Governo eleito enfrentará Orçamento apertado já no ano que vem.| Foto: Gilberto Abelha/Arquivo/GRPCom
O
governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem começou e já enfrenta
dificuldades na área fiscal. Para cobrir despesas com o Bolsa Família e
outros programas, como o Farmácia Popular, em 2023, a equipe de
transição elaborou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que
exclui do teto de gastos essas despesas.
Nesta terça-feira (6), a PEC fura-teto, chamada de PEC da transição
pela equipe de Lula, foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) do Senado. A proposta, que deve ser votada em plenário nesta
quarta-feira (7), em duas votações, expande o limite do teto de gastos
em R$ 145 bilhões por ano, pelo período de dois anos. A proposta
original previa R$ 175 bilhões em quatro anos.
A regra do teto foi instituída em 2016, e limita o crescimento das
despesas do governo à correção pela inflação. Se a PEC for aprovada do
jeito que está, não será a primeira vez que o governo terá burlado a
regra: desde 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o governo federal
gastou R$ 840 bilhões fora do teto, com a anuência do Congresso
Nacional.
Os “furos” têm ocorrido em um cenário no qual o Executivo tem cada
vez menos espaço para as chamadas despesas discricionárias, ou seja, que
podem ser definidas com alguma liberdade. Para 2023, 93,7% do Orçamento
do governo federal já está comprometido com despesas obrigatórias, que
incluem gastos como os benefícios da Previdência e a folha de pagamento
de servidores.
Mercado teme que redução do IOF sobre o câmbio seja revista pelo novo governo Lula Especialistas
ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que o Executivo poderia mudar esse
cenário promovendo reformas e revendo gastos que não têm se mostrado
eficientes. Juliana Damasceno, analista sênior da Tendências
Consultoria, lembra que a irresponsabilidade fiscal “custa caro”,
gerando inflação e desemprego.
“Os políticos falam de quanto gastaram, como se gastar mais fosse
sinônimo de gastar bem”, diz a economista. “Por mais que a gente entenda
que a fome e a miséria são problemas urgentes, que existe a necessidade
da atuação do Estado, temos que pensar como isso será feito, quais
sinalizações e compromissos precisariam estar sendo adotados.”
Veja abaixo cinco iniciativas que, segundo especialistas, ajudariam a abrir espaço no Orçamento:
1) Acabar com o orçamento secreto Instituído pelo Congresso
durante o governo de Bolsonaro, o chamado “orçamento secreto” é como
ficaram conhecidas as emendas de relator ou RP-9. Os valores são
destinados a bases políticas dos parlamentares mas, no sistema do
Congresso Nacional, não é possível identificar quem foi o autor da
emenda. O mecanismo é criticado justamente pela falta de transparência,
que abre espaço para desvios e mau uso de dinheiro público.
Como está, o Orçamento de 2023 reserva R$ 19,4 bilhões para o
“orçamento secreto”. Há, ainda, valores destinados a emendas
individuais, de bancada e de comissão. No total, as emendas
parlamentares somam R$ 38,8 bilhões para o ano que vem.
Damasceno, da Tendências Consultoria, afirma que o problema é que,
principalmente no caso do orçamento secreto, as emendas são feitas sem
que haja qualquer sintonia com as prioridades do país.
“Esse mecanismo foi uma forma de dar sustentação política ao
Bolsonaro no Congresso. Agora isso se tornou um direito conquistado. É
difícil voltar atrás em mecanismos que acabaram acostumando os
parlamentares a essa prática”, diz.
Durante a campanha eleitoral, Lula fez duras críticas ao orçamento
secreto. Depois de eleito, porém, o futuro presidente suavizou o
discurso, já que precisa do apoio do Congresso para aprovar a PEC que
tira gastos do teto e, a partir de 2023, para governar.
O PT também anunciou apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) ao
cargo de presidente da Câmara. O deputado é apontado como um dos
principais articuladores do orçamento secreto.
Psol, Cidadania e PSB questionam o mecanismo no Supremo Tribunal
Federal (STF), afirmando que a liberação dos recursos fere a
Constituição. O tema deve começar a ser julgado pelo plenário da Corte
nesta quarta-feira.
2) Rever benefícios sociais Especialistas também afirmam que é
necessário rever políticas sociais implementadas no país, tornando-as
mais focalizadas e menos custosas.
Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, afirma em artigo
publicado na Folha de São Paulo que “programas anacrônicos precisam dar
lugar aos mais eficazes”.
Gabriel Barros, economista-chefe da Ryo Asset, uma gestora de ações,
defende ser necessário unificar políticas sociais que estão divididas em
diversos programas, como o Auxílio Brasil, o Auxílio Gás, o Benefício
de Prestação Continuada (BPC) e a Farmácia Popular.
“Há muitos programas e eles se sobrepõem, ou seja, atendem as mesmas
pessoas mais de uma vez. É comum uma mesma pessoa receber até cinco
benefícios diferentes, o que mostra que os mecanismos não estão bem
desenhados e precisam melhorar”, afirma.
Pobreza teve aumento recorde em 2021 e chegou ao maior nível desde 2012, diz IBGE Em
relatório publicado em 2017, o Banco Mundial já dizia que o Brasil
possuía “muitos programas de emprego e assistência social”, mas que sua
coordenação era “insuficiente”, gerando “duplicidade e despesas
regressivas”. Um dos problemas, segundo o documento, é a elaboração
isolada dos programas, sem que a interação entre as diferentes políticas
seja considerada.
Outro documento, produzido pelo então Ministério da Fazenda e
publicado em 2018, ainda durante o governo de Michel Temer (MDB), sugere
que o Auxílio Brasil (à época, Bolsa Família) seja unificado à
aposentadoria rural e ao BPC. Segundo o relatório, 70% do BPC eram
destinados aos 60% mais ricos da população, enquanto somente 12% dos
valores acabavam com os mais pobres. O benefício garante o pagamento de
um salário mínimo por mês a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com
deficiência.
No caso do Auxílio Brasil, uma das críticas é de que o programa
incentiva familiares que moram juntos a se cadastrar separadamente, para
duplicar o valor recebido. A PEC apresentada pela equipe de transição
prevê a manutenção de um benefício de R$ 600 por família em 2023, com um
adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos.
Segundo Damasceno, da Tendências Consultoria, o ideal seria que o
governo fizesse um pente-fino nos cadastros do Auxílio Brasil,
justamente para evitar distorções que aumentam os gastos.
“O Cadastro Único piorou muito desde a instituição do Auxílio Brasil.
Houve um salto de famílias de apenas um integrante, o que indica que
está havendo a acumulação de benefícios. O desenho do programa acaba
gerando incentivos para distorcer a base de dados sociais do Brasil”,
afirma. A equipe de transição já indicou que pretende fazer a revisão
dos cadastros.
3) Reduzir ou extinguir o abono salarial
A revisão nas políticas sociais incluiria, ainda, o fim do abono
salarial, considerado um programa pouco eficiente e mal focalizado. O
abono é pago a trabalhadores com carteira assinada que tenham recebido
remuneração mensal média de até dois salários mínimos durante o ano. O
programa custa pouco mais de R$ 20 bilhões ao ano.
No documento elaborado durante a gestão Temer, o então Ministério da
Fazenda recomendava que o abono fosse incluído no Bolsa Família.
“A gente poderia acabar com o abono, mas um dos argumentos contrários
é de que é impossível fazer isso, do ponto de vista político. Uma
alternativa seria reformular o programa e manter o pagamento só para
quem ganha até um salário mínimo. Isso resultaria em uma economia de R$
255,8 bilhões em dez anos, a partir de 2024”, diz o economista Gabriel
Barros.
4) Baixar gastos com pessoal
Outra alternativa apontada pelos especialistas é a realização de uma
reforma administrativa. Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) publicado em 2020 apontou que, entre 1997 e 2019, as despesas
com pessoal e encargos sociais do governo central mais que dobraram,
passando de R$ 152 bilhões para R$ 321 bilhões.
“Clube dos ricos” vê freada no PIB e recomenda reformas para o Brasil investir mais Em
2020, o governo Bolsonaro chegou a enviar uma proposta de reforma
administrativa ao Congresso. O texto prevê várias mudanças, entre elas a
proibição da concessão de reajustes salariais retroativos; o fim da
progressão de carreira baseada só no tempo de serviço; e a possibilidade
de demissão em hipóteses previstas em lei, que seria posteriormente
aprovada no Congresso, para servidores que não estão em carreiras de
Estado (que também seriam posteriormente delimitadas).
As novas regras valeriam somente para servidores que ingressarem na
carreira após a aprovação do texto. A proposta, porém, pouco avançou e
ainda aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados.
Nas contas de Barros, uma reforma administrativa que valesse só para
novos servidores e limitasse o salário de entrada para algumas
carreiras, alterando também as promoções, geraria uma economia de R$
207,1 bilhões em dez anos, a partir de 2024.
5) Rever benefícios tributários Outro gargalo orçamentário são os
chamados benefícios tributários, ou seja, as reduções ou isenções de
impostos oferecidas pelo governo a determinados segmentos da economia ou
grupos de pessoas.
Segundo estimativa da Receita Federal, o governo abrirá mão de R$
456,1 bilhões em arrecadação no ano que vem por causa desses benefícios.
O montante representa quase 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os maiores valores são destinados ao Simples Nacional (R$ 88,5
bilhões), que reduz e simplifica o pagamento de impostos para pequenas
empresas; à Zona Franca de Manaus e a áreas livres de comércio (R$ 55,3
bilhões); e à agricultura e à agroindústria (R$ 53,9 bilhões).
O governo eleito já indicou que pretende rever desonerações, mas
eliminar ou ao menos reduzir benefícios não é tarefa fácil. O ministro
da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, pretendia reduzir os
incentivos, mas não conseguiu.
O Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou, em relatório entregue à
equipe de transição, que um dos problemas desses benefícios é justamente
o fato de que eles “tendem a se perpetuar sem que haja comprovação de
que o custo associado à redução de receitas tributárias é compensado
pelos benefícios gerados”.
A Zona Franca de Manaus, por exemplo, foi criada em 1967 com previsão
de término em 1997. Desde então, porém, o incentivo foi sendo
prorrogado – da última vez, o prazo foi estendido até 2073, mais de 100
anos após a implantação.
Comissão de Constituição e Justiça do Senado realizou sessão
extraordinária nesta terça (6) para discutir PEC fura-teto.| Foto:
Edilson Rodrigues/Agência Senad
Era certo que o cheque quase trilionário pretendido por Lula para
bancar promessas de campanha seria mitigado durante a tramitação da PEC
fura-teto no Congresso. A proposta foi recebida com uma saraivada de
críticas e havia propostas alternativas mais sensatas sobre a mesa. Mas,
como no ditado popular, a montanha pariu um rato – e um rato bem
disposto a roer as contas públicas até que não sobre nada.
Pouca coisa mudou no substitutivo do relator da PEC na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), que
era tão irresponsável do ponto de vista fiscal quanto a proposta
original. O valor da “folga” pretendida por Lula, de quase R$ 200
bilhões por ano, estava praticamente mantido; apenas o prazo foi
reduzido, de quatro para dois anos. Na verdade, a proposta de Silveira
era ainda mais condescendente com o impulso gastador do petismo: se
originalmente o plano era deixar explícito que a rubrica extrateto seria
o Bolsa Família, no substitutivo simplesmente acrescentava-se centenas
de bilhões de reais ao teto para que o governo gaste como bem entender. E
aqui fica ainda mais evidente o tamanho do estrago que pode ocorrer se
algo assim prosperar, mesmo na versão aprovada na CCJ, que reduz o rombo
em meros R$ 30 bilhões.
Que o Congresso esteja considerando a possibilidade de entregar R$
150 bilhões por ano a Lula sem nenhuma contrapartida concreta faz do
atual Legislativo cúmplice da irresponsabilidade total e do
terraplanismo orçamentário do futuro chefe do Executivo
A pretensão de que a partir de 2025, quando deixar de valer a licença
extraordinária, o governo volte a gastar apenas os valores atuais
corrigidos pela inflação, como determina a regra do teto de gastos, é
irreal. Com um Orçamento extremamente engessado como o brasileiro, em
que o limite de despesa discricionária já está abaixo dos R$ 100
bilhões, onde haveria R$ 150 bilhões, ou mesmo metade disso, para cortar
no Orçamento atual e dar lugar para as despesas que serão
temporariamente custeadas com o waiver sugerido por Silveira? O risco de
haver a necessidade de novas gambiarras para demolir o teto de gastos é
enorme, especialmente se Lula usar essa folga temporária para contratar
despesas que serão permanentes – o próprio aumento do Bolsa Família é
uma delas, já que não se imagina que o petista reduzirá o benefício para
R$ 400 daqui a dois anos; mas há outras formas de perpetuar gastos, por
exemplo concedendo reajustes ao funcionalismo.
A quase certeza de que o temporário se transformará em permanente –
com todos os efeitos desastrosos que isso terá para a dívida pública ou
para a inflação – é reforçada porque o próximo governo não tem
absolutamente nada para mostrar além de promessas vagas do vice Geraldo
Alckmin de que haverá responsabilidade fiscal no próximo mandato. Não há
plano para controlar a dívida pública ou a inflação, não há perspectiva
de reforma administrativa – na verdade, não há nem ministro da Fazenda
ainda. Que o Congresso esteja considerando a possibilidade de entregar
R$ 150 bilhões por ano a Lula sem nenhuma contrapartida concreta (pois o
máximo que está incluído na PEC é a previsão de que o governo envie
projeto de um novo arcabouço fiscal até agosto de 2023) faz do atual
Legislativo cúmplice da irresponsabilidade total e do terraplanismo
orçamentário do futuro chefe do Executivo.
De todas as propostas que haviam sido feitas, considerando que o
furo no teto seria inevitável, certamente mereciam mais consideração as
dos senadores tucanos Alessandro Vieira e Tasso Jereissati. Ambas
previam um cheque bem menor, de R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões,
contemplando o necessário para o aumento do Bolsa Família, e válido
apenas para 2023; na sugestão de Vieira, o Congresso ficaria obrigado a
aprovar uma nova âncora fiscal até julho do próximo ano; na de
Jereissati, esse valor extraordinário seria formalmente incorporado ao
teto de gastos em 2024, e a partir daí a regra voltaria a funcionar como
de costume, sem novos truques orçamentários. Poderíamos até admitir que
o valor fura-teto para o próximo ano fosse ligeiramente maior, em torno
de R$ 100 bilhões, para eventuais recomposições necessárias, mas
especialmente importante seria a previsão de retomada do ajuste fiscal.
Com a aprovação na CCJ, a PEC fura-teto irá ao plenário do Senado já
nesta quarta-feira. Se ainda restar um mínimo de responsabilidade dos
senadores com o dinheiro público, o texto tem de ser rejeitado, ou ao
menos bastante modificado para que o cumprimento de promessas de
campanha seja feito sem destruir de vez a saúde fiscal brasileira – o
que prejudicará especialmente os mais pobres – e com um compromisso de
ajuste fiscal muito mais concreto que as promessas vagas feitas até
agora.
Fernández, Gleisi Hoffmann e ditador de Cuba criticam condenação de Kirchner Por Gazeta do Povo com Agência EFE
Presidente argentino escreveu no Twitter que “uma pessoa inocente foi condenada”| Foto: EFE/Mauricio Dueñas Castañeda
O
presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta terça-feira
(6) que “uma pessoa inocente foi condenada”, após a divulgação da
sentença de seis anos de prisão e inabilitação para exercer cargos
públicos contra a vice-presidente do país, Cristina Kirchner.
“Hoje, na Argentina, uma pessoa inocente foi condenada. Alguém que os
poderes jurídicos tentam estigmatizar através de juízes complacentes
que passeiam por aí em aviões privados e mansões de luxo nos fins de
semana”, escreveu o presidente na sua conta do Twitter.
Fernández se referiu assim ao anúncio que fez na segunda-feira (5) de
que pediria à Justiça para investigar empresários, juízes, procuradores
e ex-funcionários públicos por supostamente fazerem parte de um esquema
de corrupção.
O mandatário argumentou na sua mensagem que a condenação da também
ex-presidente (2007-2015) “é o resultado de um julgamento em que as
formas mínimas de um processo justo não foram tratadas”, começando com
“o princípio de não julgar duas vezes o mesmo ato”.
Fernández expressou a sua solidariedade com a vice-presidente
“sabendo que ela é vítima de uma perseguição absolutamente injusta”.
A vice-presidente foi condenada nesta terça-feira a seis anos de
prisão e inabilitação perpétua de exercer cargos públicos em julgamento
por irregularidades na licitação de obras rodoviárias durante os seus
dois mandatos como presidente (2007-2015).
No Brasil, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também usou o
Twitter para criticar o veredicto da Justiça argentina. “Todo apoio à
companheira Cristina Kirchner, vítima de perseguição e politização do
Judiciário. O PT está ao seu lado, força, a verdade vencerá!”, escreveu.
O ditador de Cuba, Miguel Diaz-Canel, também se pronunciou.
“Reiteramos nosso repúdio a processos judiciais de motivação política e
reafirmamos todo nosso apoio e solidariedade a Cristina Kirchner contra o
assédio judicial e da mídia contra ela”, afirmou.
O ex-presidente boliviano Evo Morales se somou às críticas. “Nosso
mais veemente repúdio e condenação ao golpe judicial e fraudulento que
tenta truncar os direitos políticos de nossa irmã Cristina Kirchner.
Depois de fracassar na tentativa de assassiná-la, hoje tentam eliminá-la
politicamente. Força, irmã Cristina, a luta continua!”, escreveu.
Argentina Por que a condenação de Cristina é um golpe duro, mas não fatal para o kirchnerismo
Por Fábio Galão – Gazeta do Povo
Vice-presidente não cumprirá sentença de seis anos de prisão
imediatamente e deve aumentar esforços contra a independência do
Judiciário| Foto: EFE/Enrique García Medina
Sinônimo de populismo
e irresponsabilidade fiscal na Argentina, o kirchnerismo é uma
subdivisão do peronismo surgida na província sulista de Santa Cruz, onde
Néstor Kirchner foi governador de 1991 a 2003 antes de chegar à Casa
Rosada.
Após seu primeiro e único mandato presidencial (2003-2007), ele foi
sucedido por sua esposa, Cristina (2007-2015), que em 2019 retornaria
como vice-presidente de Alberto Fernández.
Muitos acreditam que a condenação de Cristina a seis anos de prisão e
inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos por corrupção
nesta terça-feira (6) pode ser um golpe fatal no kirchnerismo, mas é
provável que não seja tão simples assim.
Para começar, a vice-presidente, que já teve três processos contra
ela arquivados no ano passado (estão em reanálise nas instâncias
superiores) e aguarda outro ser julgado, não vai cumprir a sentença
desta terça-feira imediatamente.
Devido ao foro privilegiado, ela não pode ser detida agora e, além
disso, poderá recorrer à Câmara Federal de Cassação Penal e depois à
Corte Suprema.
Outro ponto é que Cristina vai tentar ganhar dividendos políticos com
o caso, o que já vinha buscando desde antes da sua condenação. Alegando
perseguição judicial, o peronismo ganha argumentos junto à sua base
para tentar interferir no Judiciário para que este defenda seus
interesses.
Esforços que já vinham ocorrendo, como as manobras para colocar mais
aliados no Conselho da Magistratura (órgão com poder de nomear e
destituir juízes) e um projeto para aumentar o número de cadeiras na
Corte Suprema, devem ganhar ênfase.
O objetivo é somar a comoção pelo veredicto desta terça-feira à
despertada pela tentativa de assassinato que a vice-presidente sofreu em
Buenos Aires no início de setembro.
“Na realidade, o kirchnerismo e o peronismo conseguem usar essas
coisas que surgem contra eles a seu favor. Isso tem acontecido muitas
vezes na história da Argentina. Eu não duvido que a Cristina tenha até
torcido por uma condenação para depois tentar reverter isso e voltar
como mártir, fazendo até uma associação com o que aconteceu com o Lula
no Brasil”, pontuou Márcio Coimbra, coordenador de pós-graduação em
relações institucionais e governamentais da Faculdade Presbiteriana
Mackenzie Brasília (FBMB).
“O líder populista tem que se mostrar como alguém contrário ao
sistema. No momento em que você tem uma condenação do ‘sistema’, isso
legitima o seu populismo. No caso da Cristina, [foi legitimado] tudo que
ela vinha dizendo, que ela é perseguida, que querem tirá-la da
política”, complementou.
Peronismo refém e oposição fragmentada Enquanto grande parte dos
argentinos rejeita o governo Fernández, devido principalmente à inflação
descontrolada e à desaceleração econômica, Kirchner tem o peronismo nas
mãos.
Valendo-se do seu prestígio junto aos sindicatos e movimentos
sociais, ela gera desgaste para o atual presidente ao impor trocas de
ministros e minar medidas que se oponham à gastança populista, como o
acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) definido no início
deste ano e qualquer mínima tentativa de responsabilidade fiscal.
Sua pressão para dar asilo diplomático a uma ex-ministra do
ex-presidente equatoriano Rafael Correa (2007-2017) condenada por
corrupção azedou as relações de Fernández com o atual presidente do
Equador, Guillermo Lasso.
Embora tenha alegado após o veredicto que não pretende concorrer a
nenhum cargo em 2023, Cristina no mínimo tentará usar sua influência
para reverter sua condenação e livrar seus filhos de encrencas com a
Justiça – o deputado nacional Máximo Kirchner, filho dela e de Néstor, é
o herdeiro político do clã.
“Quando a gente penetra no tecido social argentino e vê os
sindicatos, associações de bairro e os movimentos sociais, o
kirchnerismo e o peronismo têm muita força. Significa que, numa eleição,
eles já saem de um patamar mínimo, e, além disso, essa penetração no
tecido social os ajuda a multiplicar votos com muito mais facilidade do
que seus opositores”, explicou Coimbra.
Para o especialista, as dificuldades de articulação dos oposicionistas ajudam nessa perpetuação.
“Eles [peronismo] tiveram opositores de toda sorte, por exemplo, a
União Cívica Radical, hoje completamente diminuta, dividiu espaço com o
partido do [ex-presidente Mauricio] Macri, tem o próprio pessoal do
Macri. Não existe uma alternativa muito clara ao peronismo em um duelo, o
outro lado é sempre muito fragmentado, muitos partidos foram sumindo ou
diminuindo de tamanho”, acrescentou.
TSE aprova por unanimidade contas da campanha de Lula e apuração dos votos
Por Renan Ramalho = Gazeta do Povo Brasília
Lula e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes: aprovação das
contas de campanha abre caminho para diplomação do presidente eleito no
próximo dia 12.| Foto: Antonio Augusto/TSE
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (6) a prestação de contas da
campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes, a
Corte aprovou a apuração dos votos, e proclamou oficialmente o petista
como próximo presidente da República. Tratam-se de formalidades
necessárias para a diplomação de Lula e do vice-presidente eleito
Geraldo Alckmin (PSB), marcada para o próximo dia 12 – solenidade que
permite sua posse na Presidência da República, no dia 1º de janeiro de
2023.
A relação de receitas e despesas foi aprovada apesar de algumas
ressalvas feitas pela área técnica do tribunal. Em parecer, a Assessoria
de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) apontou que, dos R$
131,3 milhões gastos entre agosto e outubro, R$ 187 mil foram despesas
irregulares. Isso representa 0,142% do total gasto em propaganda,
viagens e eventos da candidatura.
Em razão do baixo porcentual de irregularidades, a própria Asepa
recomendou a aprovação com ressalvas das contas de Lula. “Foram
verificadas irregularidades que, no conjunto, não comprometeram a
regularidade das contas, constituindo motivo para a proposta técnica de
aprovação com ressalvas”, diz o parecer final do órgão.
O Ministério Público Eleitoral, por outro lado, recomendou a
aprovação sem qualquer ressalva, levando em conta esclarecimentos
prestados pelo PT após o parecer da Asepa. Com isso, o ministro Ricardo
Lewandowski, relator das contas no TSE, votou pela aprovação, pois
considerou sanadas as irregularidades.
“As inconsistências pontuais identificadas, que foram superadas,
representaram apenas 0,142% do total dos recursos arrecadados. Esse
entendimento foi corroborado pela Procuradoria-Geral Eleitoral que
consiga não haver irregularidades a serem sanadas. Reconheço a integral
regularidade da movimentação financeira. Dada a inexistência de
impropriedades e irregularidades que maculem a higidez das contas, julgo
aprovadas as contas”, disse o ministro.
Ele foi acompanhado pelos demais integrantes titulares do TSE:
Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves, Raul Araújo,
Sérgio Banhos e Carlos Horbach.
Quais as irregularidades nas contas de Lula apontadas pela área técnica do TSE
Ao final da análise das despesas e receitas, os técnicos do TSE
verificaram três problemas não esclarecidas pela campanha de Lula nas
contas eleitorais. Em razão delas, recomendou que o PT devolvesse aos
cofres públicos o montante de R$ 41 mil.
O primeiro problema é a omissão de uma despesa de R$ 146 mil com uma
gráfica chamada Mavmix Adesivos Decorativos Ltda, localizada no Rio de
Janeiro. A Secretaria de Fazenda do estado confirmou que foi emitida
nota fiscal para Lula, mas a campanha não reconheceu gastos no empresa.
Alegou que a contratação partiu do diretório estadual do PT, mas a
gráfica registrou a campanha de Lula como contratante. A empresa
confirmou a versão, mas não corrigiu a nota fiscal. A Asepa do TSE
considerou que o PT não precisa devolver esse valor.
A segunda irregularidade é relativa a despesas de passagens aéreas
pagas em duplicidade, no valor total de R$ 5,5 mil, valor que deverá ser
recolhido ao Tesouro. Foram verificados pagamentos de passagens na
mesma data, para o mesmo passageiro, em trechos incompatíveis – isso
ocorreu com viagens compradas para três militantes da campanha. “São
irregulares despesas relativas a bilhetes aéreos para os quais ocorreram
no-show [não comparecimento do passageiro], além de ser defeso o uso de
recursos públicos para pagamento de multa e juros decorrentes do
inadimplemento de obrigações, tal como a decorrente de no-show”, diz o
parecer.
Por fim, não foram comprovadas despesas de R$ 35,4 mil com material
impresso. Inicialmente, a Asepa havia dado falta de comprovação de
gastos bem maiores, num montante de R$ 1,4 milhão com impressos,
serviços de publicidade, contabilidade e marketing digital. Mas, em
resposta a questionamentos do órgão, o PT conseguiu comprovar as
despesas.
Durante o mês de novembro, a área técnica do TSE havia levantado
irregularidades num valor total muito maior em toda a campanha, de R$ 2
milhões. Havia suspeitas em relação à real doação de serviços ou bens
por parte de pessoas físicas, possíveis irregularidades no
impulsionamento de conteúdos em redes sociais, recursos de origem não
identificada, bem como diárias em hotéis pagas em duplicidade – de modo
semelhante ao que ocorreu com bilhetes aéreos. A campanha então enviou
centenas de comprovantes para atestar a regularidade dos gastos. A
maioria foi aceita pela Asepa.
No parecer final dos técnicos da Justiça Eleitoral, não há nada que
implique numa sanção dura para a campanha de Lula e, por isso, houve a
recomendação de aprovação das contas com ressalvas.
Ao analisar as receitas e despesas, a Asepa do TSE verifica a origem
dos recursos empregados na campanha (na maior parte, oriunda dos fundos
eleitoral e partidário); existência e regularidade da documentação
fiscal e comprobatória; efetiva prestação do serviço e entrega dos bens;
vinculação das despesas com a campanha eleitoral; legitimidade da
candidatura; e adequação dos valores aos praticados no mercado.
No sábado (3), seguindo em parte o parecer da área técnica do TSE, o
Ministério Público Eleitoral também recomendou a aprovação das contas, e
sem qualquer ressalva. Levou em conta novos esclarecimentos feitos pelo
PT comprovando a regularidade dos gastos questionados pela Asepa em seu
parecer final.
Exame semelhante é feito nas contas do diretório nacional do partido
vencedor da eleição. No caso do PT, a Asepa encontrou irregularidades em
montante bem maior. Dos R$ 502,8 milhões gastos pelo partido –
inclusive com a campanha de Lula – há problemas na comprovação com
despesas no valor de ao menos R$ 156,4 milhões, ou 31% do total.
Essas suspeitas não recaem sobre a campanha de Lula, mas sobre
repasses para candidatos a outros cargos e também faltas na
transparência. O partido, por exemplo, descumpriu prazos para entregar
relatórios financeiros, a fim de informar em tempo hábil despesas de
mais de R$ 1 milhão. Também deixou de repassar R$ 45,3 milhões dos
fundos eleitoral e partidário para candidaturas de mulheres (algo
obrigatório), além de repassar R$ 876,5 mil com atraso, após a prestação
parcial de contas. Ainda falhou ao deixar de repassar R$ 107,6 milhões
para candidaturas de pessoas negras, conforme determinado pelo STF. Nos
dois casos, o valor deve ser proporcional ao número de candidatas
mulheres (não menor que 30% do total) e de negros.
Essas irregularidades relativas ao PT nacional não têm potencial de
causar problemas para a diplomação e posse de Lula. Mas, como foram
maiores e mais graves, podem implicar perdas financeiras para o PT, na
forma de descontos nos repasses mensais do fundo partidário, a título de
devolução ou multa.
O relator das contas do PT no TSE é o ministro Benedito Gonçalves,
corregedor-nacional da Justiça Eleitoral e também próximo de Lula. Ainda
não há data marcada para esse julgamento.