sábado, 26 de novembro de 2022

FUNDADOR DO PARTIDO NOVO FAZ A SUA DESFILIAÇÃO

 

Fundador do Novo

Foto: Sebastiao Moreira/EFE

Por Redação – Jornal Estadão

Empresário estava suspenso desde que declarou voto em Lula no segundo turno; relação vinha se deteriorando desde o início do governo Bolsonaro

O empresário João Amoêdo anunciou nesta sexta-feira, 25, sua desfiliação do Novo, partido que ajudou a fundar. Ele estava suspenso da agremiação desde outubro, após declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial. “Seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”, afirmou.

“Ao longo dos últimos 33 meses, sob a atual gestão, o Novo foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”, afirmou. “O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, disse. Amoêdo concorreu à Presidência pelo partido em 2018 e terminou a disputa em quinto lugar.

 João Amoêdo fundou o Novo e foi candidato à Presidência pela legenda em 2018.
João Amoêdo fundou o Novo e foi candidato à Presidência pela legenda em 2018.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Fundador do partido, o empresário foi muito criticado por diversos correligionários após declarar voto no petista, em oposição à candidatura de Jair Bolsonaro (PL). Quadros importantes da legenda, como o ex-presidenciável Felipe d’Avila, pediram abertamente a expulsão de Amoêdo.

Após a derrota de d’Avila no primeiro turno, o partido anunciou neutralidade e divulgou nota liberando o voto de seus filiados na segunda rodada de votação. Contudo, após a declaração de Amoêdo, o presidente da agremiação, Eduardo Ribeiro, afirmou ao Estadão que não estava liberado apoiar o candidato do PT. Segundo ele, na legenda há quem vote em Bolsonaro, mesmo que de forma crítica, e quem anule o voto.

A relação entre Amoêdo e o Novo vinha se deteriorando havia algum tempo. Nos corredores do partido, a interpretação é de que o apoio ao PT foi apenas a “gota d’água”, dado que o “casamento” ia mal havia meses. O fundador da legenda divergiu dos parlamentares eleitos em diversas ocasiões, como quando se manifestou publicamente contra a soltura do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), enquanto toda a bancada foi contra a prisão.

LULA VAI FAZER A REFORMA TRIBUTÁRIA

 

Agora é buscar diálogo com quem tem restrição a ela e vice-versa; o caminho está aberto

Por Adriana Fernandes – Jornal Estadão

O mercado financeiro reagiu mal às declarações do petista Fernando Haddad no almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Cotado para a cobiçada cadeira de ministro da Fazenda, Haddad, na avaliação dos operadores, não teria correspondido à expectativa em torno da PEC da Transição e um compromisso maior de responsabilidade fiscal.

É bem verdade que ele poderia ter falado as frases de efeito em torno do compromisso fiscal que tanto o mercado gosta para fazer e realizar suas apostas. Essas palavras poderiam ter sido ditas à exaustão que em nada mudariam a desconfiança do mercado com os compromissos de sustentabilidade da dívida pública num governo Lula.

Com aval de Lula, Fernando Haddad deixou claro que a reforma tributária que o próximo governo vai apoiar é a de Bernard Appy
Com aval de Lula, Fernando Haddad deixou claro que a reforma tributária que o próximo governo vai apoiar é a de Bernard Appy Foto: Mohammed Abed/AFP

Mas é verdade também que, em meio à difícil e complexa negociação da PEC da Transição no Congresso, Haddad não ia adiantar pontos que podem ditar os rumos da relação do novo governo com o Congresso no início do mandato de Lula.

Qualquer erro de calibragem nas suas palavras poderia ser desastroso num momento de definição em que o governo de transição pode dar um cavalo de pau e partir para o Plano B, deixando a PEC para 2023 e buscando uma solução via STF.

É bom lembrar que o candidato a ministro da Economia não participou das negociações. Viajou com Lula para a reunião da COP-27.

Num País que pretende e precisa urgentemente sair do quadro de baixo crescimento, a discussão de política econômica não pode se resumir à PEC. Poucos deram atenção para os outros sinais que Haddad deu no evento dos banqueiros.

O mais importante deles é que ele marcou posição em favor da reforma tributária do economista Bernard Appy. Lula 3 saiu do muro que os governos anteriores ficaram em relação à reforma tributária, inclusive Lula 1 e Lula 2. É um sinal e tanto.

Com aval de Lula, Haddad deixou claro que a reforma tributária que o próximo governo vai apoiar é essa. Agora é buscar diálogo com quem tem restrição a ela e vice-versa. O caminho está aberto.

Para aprovar uma reforma dessa, que mexe com diferentes atores (governo federal, Estados, municípios, empresas e consumidores), o governo federal precisa querer de fato buscar apoio no Congresso. Tem quase 30 anos que isso não acontece. Uma vergonha nacional das muitas que o Brasil coleciona.

Vão dizer que as relações entre o Executivo com o Congresso são agora muito diferentes. Que é o Parlamento que comanda a pauta econômica, mas no caso da reforma tributária ela não sai se o governo travar. Que a discussão fiscal não enterre essa nova janela para aprovar a reforma.

MARKETING AJUDA A EMPRESA A SER MAIS COMPETITIVA

 

Beto Sirotsky – Diretor Executivo da BPool

A instabilidade dos tempos em que vivemos tornou as mudanças muito rápidas mas mesmo diante de tudo isso, as reputações de marcas e pessoas são construidas rapidamente. Pensando nisso, o Beto Sirotsky escreveu o artigo “Marketing em rede para sua empresa ser mais competitiva” para falar sobre o assunto.

O acesso a pools de talentos em qualquer lugar do mundo tem o potencial de gerar novas combinações de ideias, insights e culturas que agregam valor ao seu negócio

Vivemos em tempos de instabilidade, tempos em que tudo pode mudar rapidamente. O coronavírus é o exemplo mais radical disso, mas mesmo antes da pandemia já era possível ver reputações sendo construídas (ou destruídas) rapidamente, ou ações de marketing se tornarem, em questão de dias, parte da cultura pop.

Em nossa sociedade digitalizada e global, tendências e ideias transitam livremente, se reconfiguram, são transformadas e ressignificadas de acordo com contextos locais. No passado, era possível controlar esses fluxos de informação e geração de tendências.

Hoje, é necessário reagir muito rapidamente para lidar com esses movimentos. Seja em um novo meme que pode ser usado nas redes sociais para conectar sua marca com o consumidor, o desenvolvimento de uma nova linha de produtos conectada aos novos tempos ou a contratação de um garoto propaganda que está para se tornar celebridade, passa a ser essencial polinizar o negócio com ideias de todos os lugares.

Uma vez que é impossível prever de onde virá a próxima grande ideia que vai impactar seu negócio, o caminho é ter uma incrível velocidade de reação. É preciso identificar rapidamente uma tendência, estimar seu impacto sobre o negócio e modificar ações, processos e estratégias em função disso. E, para fazer essa identificação rápida, não adianta esperar sentado no escritório da empresa.

A hora de ir atrás dos talentos – onde eles estiverem

Durante muito tempo, os talentos tiveram que se adaptar às condições impostas pelas empresas. Local de trabalho, horários fixos, estrutura organizacional, tudo isso faz sentido em um conceito de negócios da era industrial – mas traz grandes limitações em uma sociedade baseada no conhecimento e no livre fluir de ideias e inspirações.

Há 10 anos, era aceitável trabalhar com poucos parceiros de negócios e internalizar uma grande parte da estrutura de inovação e marketing. Hoje, agir dessa forma é uma garantia de falta de competitividade. Cada vez mais, a inovação que agrega valor ao negócio virá de fora da empresa.

Muitas vezes, a própria equipe prefere trabalhar em um sistema mais flexível. O deslocamento de casa para o trabalho se tornou uma questão-chave em muitos setores, uma vez que a pandemia deixou claro que a presença física não é necessária em 100% do tempo em 100% dos negócios. O movimento de “grande êxodo” (great resignation, em inglês), em que profissionais deixam voluntariamente seus empregos para buscar outras oportunidades que tragam mais qualidade de vida, faz com que passe a haver gaps cada vez maiores nas empresas. E a mão de obra que não quer ir para o escritório pode aceitar trabalhar de forma independente (ou prefere atuar dessa forma).

Para lidar com esse novo momento, as empresas estão entendendo que é preciso ser adaptável. Em alguns casos, os modelos de trabalho convencionais podem continuar a funcionar. Em outros, porém, é preciso buscar inovações. Um bom exemplo é o acesso a pools de talentos especializados por meio de redes de conhecimento, ou o uso de modelos baseados na gig economy. O talento deixa de ser exclusivo da empresa, mas, com essa flexibilidade, pode trazer insights que não seriam identificados por estruturas monolíticas convencionais.

É um modelo ganha-ganha: ao mesmo tempo em que o talento se liberta de aspectos que para ele são limitantes (como a necessidade de trabalhar em um escritório), a empresa passa a ser “polinizada” por esses profissionais que estão o tempo todo recebendo insights e trocando informações com o mercado. Isso permite que os negócios inovem mais rapidamente, ao mesmo tempo em que traz uma maior liberdade criativa para os talentos.

Como conta a McKinsey em um report, o crescimento de marketplaces especializados em mão de obra é uma tendência que permite às empresas combinar trabalhadores em regimes tradicionais e colaboradores contratados sob demanda, para jobs específicos e por tempo limitado, alavancando determinadas habilidades que se tornam necessárias e que não podem ser absorvidas pelos times internos.

Mas atuar em rede não é para qualquer empresa. É preciso estar atento a uma série de forças que empurram o comportamento das pessoas e do mercado em direções diferentes:

Complexidade: uma rede de talentos é um mercado muito fragmentado. Para navegar bem neste universo, é preciso contar com parceiros de negócios que possam oferecer garantias de qualidade e façam o alinhamento entre o que os profissionais independentes podem fazer e o que os negócios precisam obter.

Zeitgeist: essa palavra alemã, que significa “o espírito do tempo”, traduz o mood da sociedade em determinado momento. E, hoje, o zeitgeist mostra que o trabalho em rede é um componente essencial em uma economia de talentos que desejam independência. Para a Deloitte, a força de trabalho do futuro terá, necessariamente, que contar com profissionais sem vínculos fortes com o negócio. Como os trabalhadores e as empresas desejam ter mais flexibilidade, o trabalho em rede estará presente por muito tempo.

Diferentes modelos: mas nem toda atuação em rede é igual. Em primeiro lugar, é preciso buscar um fit cultural e de competências entre a empresa e o profissional. Barreiras de idioma e entendimento do contexto local também são relevantes em muitos segmentos, o que torna essencial contar com uma plataforma que faça a conexão entre profissionais e marcas a partir de aspectos como o talento, a cultura e o entendimento correto do briefing. Preço, nesse caso, não é o aspecto mais importante.

Incentivos: dinheiro é importante, mas não é necessariamente a razão principal para que alguém participe de uma plataforma de talentos em rede. Incentivos não-financeiros, como uma missão que esteja alinhada aos valores do profissional ou a oportunidade de atuar em parceria com uma marca importante, são muito importantes para o sucesso de uma estratégia de rede.

A força do conjunto: é um típico caso de “1+1=3”. Plataformas de talentos em rede agregam valor para os negócios – e quanto mais elas forem capazes de integrar diferentes competências para oferecer soluções completas para as marcas, melhores serão os resultados.

As boas ideias podem nascer das redes de talentos, do consumidor ou de parceiros, e a inovação que agrega ao negócio virá, cada vez mais, de fora da empresa. O modelo de negócios de empresas como a BPool permite que uma empresa esteja conectada a centenas de fornecedores, acessando um pool muito maior de empresas e, com isso, desenvolva novas referências para estimular a inovação no negócio.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 190.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 3.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

PENSAMENTO DOS MILITARES PÓS-ELEIÇÕES

 

Forças Armadas
Urnas, manifestações, TSE
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

BRA115. BRASÍLIA (BRASIL), 24/11/2022.- Simpatizantes del presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, a 24 días de la victoria del candidato del Partido de los Trabajadores (PT), Luiz Inacio Lula da Silva, en las elecciones permanecen acampados hoy, frente al Cuartel General del Ejército en Brasilia (Brasil) EFE/ Joédson Alves


Grupos contestam o resultado da eleição presidencial e pressionam os militares a tomar partido| Foto: Joédson Alves/EFE

Os militares observam com críticas e preocupações o cenário político pós-eleitoral. Sejam da ativa ou da reserva, a maioria defende os protestos organizados por uma parcela de conservadores desde o fim das eleições, embora nem todos concordem com a concentração das manifestações na frente de quartéis. Também há um entendimento majoritário de que a contestação do Partido Liberal (PL) ao resultado da eleição presidencial é legítima e que determinações judiciais e outras ações do ministro Alexandre de Moraes são equivocadas e até inconstitucionais.

A decisão sumária de rejeitar a representação do PL que pedia a anulação de votos computados em 279 mil urnas no segundo turno é uma das determinações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliada como controversa por militares da reserva ouvidos pela Gazeta do Povo. Segundo ele, o despacho de Moraes é criticado por ignorar uma suspeita de fraude do processo eleitoral e também pelo risco de inflamar ainda mais os protestos no país.

Em caso de escalada da tensão nas ruas, caberia aos militares garantirem a lei e a ordem, o que poderia resultar em uma intervenção militar, como demandam muitos dos manifestantes na frente dos quartéis. Isso só ocorreria, porém, em um cenário mais drástico, com desobediência civil, desordem e possíveis conflitos entre civis, analisa o general de Exército (“quatro estrelas”) reformado Maynard Santa Rosa, antigo integrante do Alto Comando do Exército.

“Se houver uma grave perturbação da ordem onde as forças policiais não conseguirem controlar, aí é fatal que haja uma intervenção das Forças Armadas”, analisa. Santa Rosa foi titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas pediu demissão ainda em 2019 por divergências e críticas ao governo.

O general de brigada reformado Paulo Chagas é outro que não descarta a possibilidade de uma reação dos militares pelas mesmas condições que ele classifica como “cólera das multidões”, embora discorde da interpretação dada por alguns militares e juristas ao artigo 142 da Constituição. “É melhor resolvermos o problema sem que haja interferência das Forças, pois uma atitude nesse sentido para colocar ordem na casa não seria legal. Mas seria legítima e necessária”, diz.

Mesmo sem entender que há amparo constitucional para uma medida tão drástica, Chagas avalia que, em um cenário de necessidade do restabelecimento da ordem, a medida estaria amparada no “juramento do soldado”. “Para o soldado, o juramento está acima de todas as garantias, até da Constituição”, diz o general, um crítico das atitudes de Bolsonaro e da relação construída entre o governo e o Centrão.

O general de divisão da reserva Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo e desafeto de Bolsonaro e do governo, não partilha das ideias de que as Forças Armadas possam atuar como um “poder moderador”. Ele também prega respeito à Constituição, que, no entendimento dele, não confere nenhum direito explícito de que os militares possam interferir no funcionamento de outros poderes.

“Qual é o nosso poder moderador? Nossa Constituição, nossas leis, nossos parlamentares, nosso Judiciário e nosso Executivo com todos os defeitos que eles têm. Eles são obrigados a procurar uma conciliação. Eles são obrigados a procurar a harmonia prevista na Constituição sem interferência da área militar”, disse em entrevista ao site BBC News Brasil.

O coronel da reserva Walter Félix Cardoso Júnior discorda da visão de Santos Cruz por entender que o Brasil já se encontra em uma situação de desordenamento institucional. Ele avalia que o país caminha sobre um “fio de navalha” e considera que o atual cenário, sobretudo após a rejeição de Moraes ao recurso do PL, é “muito perigoso”. “Nós estamos à frente de um abismo, o risco da gente entrar em uma convulsão social está muito grande”, analisa. Crítico de Bolsonaro, ele atuou com Santa Rosa na SAE e também se demitiu.

Qual é o cenário político mais provável na avaliação dos militares
A despeito de avaliações mais pessimistas entre os militares, o cenário mais provável considerado pelos oficiais-generais é o da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua posse em 1º de janeiro de 2023. “É o mais provável por causa dos riscos, das omissões e da conciliação de interesses que envolvem o atual processo, embora eu, particularmente, entenda que é um erro”, diz o general Santa Rosa.

Ele afirma ter suspeitas sobre o processo e o resultado eleitoral, e entende que a contestação feita pelo PL recusada por Alexandre de Moraes é legítima.

O general Paulo Chagas tem a mesma avaliação sobre o direito de questionamento do resultado eleitoral, mas avalia que, caso o cenário não se altere e não se tenha provas de fraude nas eleições, considera que Lula tem o direito de “subir a rampa” e tomar posse, conforme determina a Constituição.

“Se ele tiver o direito de subir [a rampa], e o direito de subir quem dá a ele é a lei, isso vai acontecer. O melhor caminho é o do direito, fazer as coisas certas. Se tenho desconfiança que alguma coisa não transcorreu, vamos provar”, diz Chagas. “Se Lula assumir e o processo continuar, pesquisar e verificar que houve fraude, teremos que cancelar [o mandato do petista] e fazer nova eleição, como ocorreu na Alemanha”, complementa.

O general Santos Cruz disse à BBC News Brasil que nem o governo eleito, nem a população precisam temer o compromisso das Forças Armadas com o regime democrático. Anteriormente à Gazeta do Povo, ele se mostrou contrário a pedidos de intervenção militar. Para ele, os brasileiros que se manifestam neste momento são importantes para a construção de uma oposição que favorece a fiscalização sobre os atos e decisões do governo eleito, mas desde que seja construtiva e organizada.

Ex-oficial da área de inteligência do Exército, o coronel Félix defende “muita paciência e tolerância”, mas garante que os quartéis não estão “quietos” e que a atividade de inteligência da força terrestre está vigilante a tudo. “As autoridades militares estão muito serenas, jogam uma grande partida de xadrez com o STF [Supremo Tribunal Federal] na pessoa do Alexandre de Moraes. Há um jogo em que ele quer que o Exército e as Forças Armadas errem, e vice-versa. Tudo com o intuito de resolver essa situação no campo político e não de outra forma”, diz.

As críticas dos militares a decisões de Moraes e do TSE
A rejeição de Moraes ao pedido de contestação do PL sobre as eleições não foi a única medida que irritou militares. O recente pedido de manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) a um pedido de afastamento do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, causou constrangimento entre militares da ativa e da reserva nas três forças.

Dois militares da ativa em funções nas Forças Armadas, não no governo federal, afirmam à Gazeta do Povo que a reação foi muito negativa e crítica na caserna. Embora o pedido de parecer da PGR seja uma praxe jurídica, a percepção é de que Moraes poderia ter rejeitado a solicitação e que ele não teria feito isso para constranger o ministro, que é ex-comandante do Exército.

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O general Santa Rosa sustenta que a decisão foi mal avaliada e incomoda militares. “Quem teria que ser afastado é o ministro do Supremo. Incomoda todo mundo porque ninguém pode aceitar violação das garantias constitucionais e ser conivente, e é o que está acontecendo. Você não tem liberdade de opinião para certos assuntos. [Não pode] emitir opinião sobre urnas eleitorais, sobre decisões do tribunal, sobre essas coisas… isso é uma aberração”, diz.

O coronel Félix avalia que a decisão de Moraes foi mais um motivo pelo qual entende que as Forças Armadas têm se comportado de uma forma “muito equilibrada e amadurecida” para evitar uma “situação de confronto”. Outra sentença do magistrado criticada pelo militar é a de que conselhos tutelares coíbam a presença de crianças nos protestos pelo país.

Já o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) é crítico da decisão de Moraes para que polícias militares e departamentos estaduais de trânsito (Detrans) atuem para fiscalizar rodovias federais. Ele entende ser essa uma determinação inconstitucional e ilegítima por violar o pacto federativo.

Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, o general também questiona a reunião entre Moraes e comandantes estaduais das PMs na última quarta-feira (23) para discutir sobre protestos e eleições. Em documento elaborado por sua assessoria jurídica ao qual a reportagem teve acesso, Mourão sustenta que a reunião é indevida, uma vez que compete à Polícia Federal (PF) crimes eleitorais.

“Se for para atuar em apoio ao TSE, não se justifica porque já se encerrou o pleito eleitoral. Se for para desobstruir rodovias federais, não pode porque se trata de atribuição constitucional da Polícia Rodoviária Federal (PRF)”, informa o estudo. “Se for para atuar como força auxiliar do TSE, é inconstitucional porque sua competência é para atuar como polícia ostensiva, sem competência para lavratura de autos ou investigação, além do mais, a atuação subsidiária da Polícia Militar é pontual, inclusive quando atua como força auxiliar do Exército, não cabendo uma orientação ou determinação genérica aos comandantes gerais”, complementa.

Como generais observam os protestos pelo país
Mourão defende os protestos no Brasil e classifica o movimento como uma “catarse coletiva”. “Essas pessoas não estão na rua de forma desordeira, estão num processo de, vamos dizer assim, numa catarse coletiva, não é, eu posso colocar dessa forma, no sentido de aceitar algo que eles consideram que não foi correto. E o tempo é o senhor da razão”, disse em entrevista ao fim de uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na quarta.

O vice-presidente avaliou, ainda, que as manifestações não são “golpistas”. “Isso foi uma coisa que vocês da imprensa estão colocando. Isso é uma manifestação de gente no Brasil, é uma questão interna nossa, que não se conformou com o processo, que considera que o processo é viciado”, completou.

O coronel Félix entende que as manifestações são legítimas. “É o direito do povo, esse direito está garantido na Constituição e o povo está exercendo o seu direito”, diz.

O general Paulo Chagas concorda, mas pondera que os protestos deveriam ser feitos na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Senado, não em frente aos quartéis.

“O local não é apropriado para pressionar quem tem que ser pressionado. O Congresso, particularmente o Senado, é quem tem ingerência e poder sobre o STF, aquele negócio de peso e contrapeso”, diz Chagas, que é favorável à tramitação de pedidos de impeachment de ministros da Suprema Corte. “O Senado tem poder para pressionar os ministros. Se fazem isso, os militares estarão fora dos limites da sua competência”, complementa.

O general Santos Cruz entende que muitos dos questionamentos e acusações de fraude são feitas sem base técnica. “Isso não é racional, então não adianta você querer explicar, você querer discutir, né?”, disse ao site Metrópoles. “E o fanatismo sempre termina em violência, você não tem saída, às vezes não termina em violência física, mas acaba brigando com amigos, em ambiente familiar”, complementou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/o-que-militares-pensam-sobre-urnas-manifestacoes-tse/
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AQUI É CRIME QUESTIONAR A JUSTIÇA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Alexandre de Moraes multou coligação de Jair Bolsonaro em R$ 22,9 milhões e alegou ter havido litigância de má-fé.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, levou apenas poucos minutos para exigir que a coligação de Jair Bolsonaro questionasse também os resultados das urnas eletrônicas antigas no primeiro turno e não apenas no segundo turno do pleito presidencial, como pretendia a representação inicial apresentada na terça-feira. Em seguida, recebida a resposta da equipe jurídica de Bolsonaro, Moraes precisou de poucas horas para rejeitar a ação e multar PL, PP e Republicanos em R$ 22,9 milhões. Um observador desinformado poderia até considerar essa rapidez algo notável em um Judiciário muitas vezes criticado por sua morosidade. Mas o que vimos neste caso passa longe de uma demonstração de eficiência – é algo bastante diferente, e muito mais grave.

A coligação de Bolsonaro recorreu ao TSE com base em auditoria do Instituto Voto Legal (IVL), comandado pelo engenheiro Carlos Rocha, um dos desenvolvedores do primeiro modelo da urna eletrônica. O IVL afirmou que as urnas de modelos anteriores ao de 2020 tinham problemas de identificação que impediam sua individualização, inviabilizando qualquer tentativa de comprovar a autenticidade da votação. Nas demais urnas, do modelo 2020, este problema não teria ocorrido – considerando apenas os votos válidos depositados nesses equipamentos, Bolsonaro teve 51,05% contra 48,95% de Lula; nas urnas que a coligação de Bolsonaro pretendia impugnar, o petista teve a maioria.

Quando a corte eleitoral dá como certa a má-fé de quem levanta qualquer suspeita sobre a votação eletrônica, ainda que com argumentos técnicos, ela passa a agir por meio da intimidação

Não é nosso objetivo, no momento, fazer uma análise técnica das alegações da equipe de Bolsonaro, de sua eventual solidez ou fragilidade, ou afirmar se o recurso deveria prosperar ou ser rejeitado. O que nos interessa, aqui, é a maneira destemperada como Moraes mandou tudo para a lata do lixo, chamando o pedido de “esdrúxulo e ilícito”, “atentatório ao Estado Democrático de Direito” e “inconsequente”, ainda por cima punindo a coligação pelo mero ato de buscar o Poder Judiciário: além da multa milionária, o presidente do TSE ainda bloqueou o acesso de PL, PP e Republicanos ao Fundo Partidário, ordenou a abertura de um processo administrativo pela Corregedoria-Geral Eleitoral e mandou que a auditoria fosse incluída no abusivo inquérito das “milícias digitais” no Supremo Tribunal Federal (STF), do qual o próprio Moraes é o relator.

Para ilustrar o ponto em tela, vale a pena recordar toda a saga de Donald Trump no Judiciário norte-americano após as eleições de 2020, nas quais foi derrotado por Joe Biden; a equipe jurídica do republicano acionou tribunais em diversos estados alegando fraudes na votação ou na contagem de votos. Foram impetradas dezenas de ações, e em todas elas Trump saiu derrotado; mas em nenhum momento se pretendeu negar-lhe o direito de buscar a Justiça, nem de ter suas alegações analisadas pelas cortes, ainda que elas não procedessem. Isso porque nos Estados Unidos – e, pensava-se, também no Brasil – está bem consolidada a noção de que recorrer à Justiça ao sentir-se prejudicado é direito básico de qualquer pessoa física ou jurídica.

O direito a se fazer ouvir por um tribunal imparcial – to have one’s day in court, na expressão inglesa – é um avanço civilizatório conquistado a duras penas no Ocidente, e que por si só tem um efeito de desestimular a imposição das próprias vontades pela força, mesmo quando o resultado é desfavorável. Este também é um direito de Bolsonaro e de sua campanha, que o empregam no mais estrito respeito à legalidade institucional. Assim como também é direito do presidente e sua coligação escolher qual a melhor estratégia argumentativa para conseguir seu objetivo. Do ponto de vista lógico, Moraes não está errado ao afirmar que, uma vez que os mesmos equipamentos são usados nos dois turnos, não faz sentido questionar os resultados do segundo turno sem questionar também os do primeiro – tanto que alguns dos deputados bolsonaristas eleitos afirmaram publicamente que era preciso ampliar o escopo da ação ainda que isso lhes custasse os mandatos conquistados. A opção por insistir na invalidação apenas dos votos para presidente depositados em 30 de outubro enfraquece a ação; quem escolhe tal estratégia o faz por sua própria conta e risco, mas continua no seu direito.

Disso, no entanto, não se depreende automaticamente que a ação de Bolsonaro configurasse um caso de litigância de má-fé, como fez Moraes. Que haja querelantes que abusam do seu direito de acesso à Justiça é muito evidente, mas os códigos processuais descrevem com precisão as situações que configuram a litigância de má-fé, e que não se aplicam ao caso em tela. O questionamento apresentado pelo IVL seguiu as prescrições da Resolução 23.673/2021 do TSE, que disciplina a “verificação extraordinária” dos resultados de uma eleição, incluindo, por exemplo, o plano de trabalho para a verificação dos dados das urnas questionadas.

Ainda que tais alegações sejam improcedentes – e, como afirmamos, não é nosso objetivo avaliá-las aqui –, o TSE não contribui para a pacificação do país quando responde a elas sem a criteriosa análise técnica, mas com terminologia agressiva e medidas como as adotadas neste caso. Em vez de dar aos argumentos a atenção necessária e uma resposta bem embasada, que poderia inclusive ajudar a trazer a tão necessária distensão para uma sociedade ainda em pé de guerra devido ao desfecho do processo eleitoral, o TSE apenas reforça a impressão – criada pela própria corte – de que há assuntos dos quais simplesmente não se pode falar, incluindo a lisura de um processo que o cidadão comum já não tem como compreender sem conhecimentos profundos de tecnologia da informação. Quando a corte eleitoral dá como certa a má-fé de quem levanta qualquer suspeita sobre a votação eletrônica, ainda que com argumentos técnicos, ela passa a agir por meio da intimidação, e com isso desestimula a própria busca pela Justiça, em um retrocesso civilizatório que se soma à recente tendência de ataque a direitos fundamentais como a liberdade de expressão.


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GOVERNO BOLSONARO FUROU O TETO DE GASTOS VÁRIAS VEZES

 

Âncora fiscal

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo

(Brasília – DF, 22/10/2021) Presidente da República Jair Bolsonaro e o Ministro de Estado da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes, durante declaração à imprensa. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR


O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes: desde 2019, governo foi autorizado a gastar R$ 840 bilhões fora do teto de gastos, e fatura pode passar de R$ 1 trilhão com PEC articulada pelo governo eleito.| Foto: Carolina Antunes

A proposta da equipe de transição de retirar da regra do teto de gastos cerca de R$ 198 bilhões em despesas previstas para 2023 caiu mal para o mercado, mas, se aprovada, será apenas mais uma entre diversas manobras já realizadas para gastar acima do limite previsto constitucionalmente.

Somados, os valores dispendidos fora da regra desde 2019 chegam a R$ 840 bilhões e vão ultrapassar o patamar de R$ 1 trilhão caso a nova licença para gastar venha do tamanho pretendido pelo governo eleito.

Ao longo dos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), foram criadas ao menos cinco exceções que resultaram em R$ 839,95 bilhões gastos acima do teto, em valores correntes. A maior parte das despesas feitas além do permitido pela Emenda Constitucional 95/2016 foi autorizada pelo Congresso para ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Antes disso, no entanto, o teto já havia sido furado – a primeira vez apenas poucos meses após o início do governo Bolsonaro. Com a chamada PEC da Cessão Onerosa, apresentada em maio de 2019, cerca de R$ 46,1 bilhões, referentes à repartição de áreas do pré-sal, foram transferidos para estados e municípios sem que fossem contabilizados na regra.

Sem a mudança constitucional, o valor seria considerado despesa discricionária, com impacto no resultado primário, o que reduziria o espaço para outros gastos em valor equivalente.

No mesmo ano, o governo fez um aporte de R$ 7,6 bilhões na Emgepron que tampouco foi contabilizado para fins de apuração do cumprimento do limite de despesas. A Emgepron é uma estatal do Ministério da Defesa que tem como função gerenciar projetos aprovados pelo Comando da Marinha e manter atualizados os materiais militares navais.

Despesas com aumento de capital de estatais não dependentes não entram na regra do teto desde que sejam feitas com o objetivo de não comprometer os níveis de investimento de empresas que atuam no mercado concorrencial.

“Os aportes em tela, todavia, se destinaram a capitalizar a empresa tão somente para aquisição, no mercado, de corvetas e de navio de apoio antártico para uso da Marinha do Brasil”, registrou em seu voto o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), que emitiu parecer pela aprovação com ressalvas das contas do presidente em 2019.

Na mesma análise, Dantas citou ainda obrigações contraídas sem autorização orçamentária suficiente em 2019. Embora não afetassem o teto de gastos naquele ano, como havia uma “rolagem” dos compromissos, gerariam impacto em exercícios futuros.


Governo anuncia novo bloqueio de R$ 5,7 bi no Orçamento de 2022 para cumprir teto
O teto de gastos foi instituído em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), como principal âncora fiscal do país. O dispositivo limita o crescimento das despesas do governo aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação. Originalmente, a validade da medida era de 20 anos, mas o texto previa uma revisão, por meio de lei complementar, na metade desse prazo, ou seja, em 2026.

Diversos economistas, no entanto, consideram o teto ultrapassado. “O orçamento público, o grosso dele, são itens que vão crescer de todo modo: Previdência, assistência social e pessoal. Se há uma situação assim e não se quer zerar rapidamente as despesas discricionárias, você tem de aceitar que não vai ter teto, a não ser por pouco tempo”, disse o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, em entrevista à revista Veja.

Ainda em 2018, em meio à campanha eleitoral que viria a eleger Bolsonaro, já se previa a necessidade de rompimento da âncora fiscal. “Mesmo na hipótese de eleição de um candidato extremamente fiscalista, respeitar o teto até 2022 será uma missão quase impossível”, escreveu Luiz Guilherme Schymura, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em agosto daquele ano.

Em 2020, com a explosão da pandemia de Covid-19, o Congresso promulgou uma nova emenda à Constituição que instituiu o chamado Orçamento de Guerra, liberando despesas para o enfrentamento ao coronavírus da regra do teto de gastos.

Segundo relatório do TCU, foram pagos R$ 520,9 bilhões com impacto no resultado primário em ações voltadas ao combate à pandemia naquele ano. Em valores atualizados em dezembro de 2020, a cifra correspondia a R$ 539,4 bilhões.

Já em 2021, com a aprovação da chamada PEC dos Precatórios, o governo adiou o pagamento de dívidas já transitadas em julgado que deveriam ser quitadas no ano seguinte, além de mudar a metodologia para cálculo da correção do teto.

Até aquele momento, o limite de gastos primários da União era calculado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até junho do ano anterior. Com a promulgação da PEC, a atualização passou a ser feita a partir do indicador acumulado até dezembro.

Como a variação de preços vinha em trajetória ascendente, a mudança permitiu a abertura de um espaço maior para despesas primárias em 2022. O IPCA até julho de 2021 foi de 8,4%, enquanto até dezembro chegou a 10,1%.

A manobra permitiu já para 2021 a abertura de um espaço de R$ 15 bilhões, voltado exclusivamente para a compra de vacinas contra a Covid-19. Ao fim do ano, apesar de ter havido folga de R$ 27,5 bilhões para gastos, outros R$ 145,6 bilhões destinados ao enfrentamento à pandemia de coronavírus não tiveram alcance da regra do teto, de acordo com parecer do TCU.

Em 2022, as mudanças promovidas pela PEC dos Precatórios permitiram ao governo deixar de pagar R$ 43,8 bilhões dos R$ 89,1 bilhões originalmente comprometidos para de precatórios, além de ganhar um espaço adicional de mais R$ 62,2 bilhões com a atualização da regra do teto.

A mesma troca no índice de correção do teto que abriu espaço no Orçamento de 2022 levou a uma redução no limite de gastos para 2023. Segundo relatório do Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado, o teto para o próximo exercício ficaria em R$ 1,803 trilhão caso fosse corrigido pelo IPCA até junho de 2022 (11,9%). Com a atualização pelo indicador projetado até dezembro (5,6%), deve ficar em R$ 1,773 trilhão – R$ 30,2 bilhões a menos.

Em junho de 2022, às vésperas do início da campanha eleitoral, a base do governo de Bolsonaro conseguiu aprovar uma PEC que excluiu mais R$ 41,25 bilhões da regra do teto. O montante foi utilizado para financiar o adicional temporário de R$ 200 à parcela do Auxílio Brasil, além de auxílios a caminhoneiros e taxistas, todos com validade até dezembro.

“Vocês violaram o teto? A resposta é sim, nós violamos o teto”, disse em setembro o ministro da Economia, Paulo Guedes, outrora ferrenho defensor do mecanismo. “Chega uma doença, eu tenho que transferir dinheiro para as pessoas. Eu estou fazendo o governo crescer? Não, eu estou dando um auxílio para os mais frágeis”, defendeu.


Dinheiro caro: PEC fura-teto e falas de Lula pioram expectativas para os juros em 2023
Ao longo da campanha eleitoral, Lula também deu diversas declarações contrárias ao teto de gastos. “Não haverá teto de gastos no nosso governo. Não que eu vá ser irresponsável, gastar para endividar o futuro da nação. É porque nós vamos ter que gastar aquilo que é necessário na produção de ativos produtivos, de ativos rentáveis, e a educação é um ativo rentável”, disse em maio. “Quem vai derrubar o gasto com relação ao PIB é o crescimento econômico.”

Já após a eleição, para justificar a apresentação da PEC fura-teto, que prevê a retirada integral do Bolsa Família da regra do teto a partir de 2023, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), relembrou os “dribles” feitos à regra nos últimos anos.

“Nós vamos chegando num entendimento, que também é do Tesouro [Nacional] e do mercado, de que, embora a intenção seja boa, o teto de gastos, do jeito que está hoje, é mais problema do que solução. Tanto que não foi cumprido ano nenhum”, disse Alckmin, que é coordenador da equipe de transição, em entrevista à CNN Brasil no dia 18.

Apesar disso, ele defendeu um modelo com âncora fiscal, o qual levaria em conta “superávit primário com a perspectiva de curva da dívida e gastos do governo”.


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O ESTADO É UM INTRUSO NA VIDA DAS PESSOAS

 

Congresso e transição
Petrobras, armas, até a Bíblia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA).| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

A Câmara dos Deputados, como se não tivesse mais nada com que se preocupar, como se não houvesse esse problema da eleição, da contagem de votos, das urnas antigas, aprovou um projeto de lei que proíbe fazer mudanças na Bíblia, no Novo e no Antigo Testamento. Esse é um assunto para cada religião, cada igreja tem a sua versão da Bíblia. Um dos deputados disse que isso não se mexe. Parecia que estava tratando do Corão, lá no Afeganistão.

Mas nós não somos uma teocracia. Esse não é um assunto de Estado, é um assunto das religiões. Se agora estão colocando a lei acima das religiões, daqui a pouco a lei vai querer alterar também o ritual das celebrações religiosas. Ainda bem que isso ainda vai para o Senado, e os senadores podem corrigir esse engano.

Isso é coisa de gente que acha que o Estado pode tudo. Querem outro exemplo? Na equipe de transição, o ex-governador do Maranhão Flavio Dino, que era do PCdoB e agora foi eleito senador pelo Partido Socialista Brasileiro, diz que o Estado pode, que tem o poder de revogar todos os portes e registros de arma. Todo mundo passaria a ter arma ilegalmente, assim como os bandidos têm – bandido, aliás, não vai ser afetado, porque não tem nem porte e nem registro. Mas em 2005 o Estado perguntou aos brasileiros em referendo, e 64% disseram “sim” às armas. É desejo da população ter um meio para defender sua vida e seu patrimônio.


Transição para baixo
Supremo desarmamentista toma lugar do Congresso
Flavio Dino disse mais: que o Estado tem poder também de revogar uma decisão da Anvisa, por exemplo, que é uma agência autônoma que dá licença para certos medicamentos. Quer dizer que o Estado está entrando até na área médica – aliás, a autonomia deveria ser do médico, nem da Anvisa. É o Estado se metendo cada vez mais em tudo. E o que é o Estado? É uma burocracia que não está produzindo, não está plantando, não está empregando, mas está lá, botando regra.

Senador já adianta que governo vai interferir cada vez mais na Petrobras
O senador Jean-Paul Prates, cotado para ser ou presidente da Petrobras ou ministro de Minas e Energia, disse que vão ter de mudar a política de dividendos da Petrobras. Ele está dizendo para o mercado que esse país não é do mercado. E mais, disse ele: a política de preços não é da Petrobras, é do governo. Já percebemos, não? Será que essa foi a vontade de 60 milhões de eleitores, tornar o sistema brasileiro estatizante? Isso é um regime totalitário, quando o Estado é que manda; porque democracia é quando o povo manda, o povo é a origem do poder. Quando o Estado baixa decretos e decisões, alterando liberdades básicas, aí o sistema é outro, não pode ser chamado de democrático.

Presidente da Câmara vai ao Catar, como se estivesse tudo tranquilo no Brasil
Em plena efervescência desse assunto de urnas, o presidente da Câmara viajou para o Catar, para ver um jogo do Brasil, e volta logo depois. Contando ida e volta, são 25 horas de avião. Pelo jeito está com tempo de sobra, não há problemas na Câmara Federal, não há problemas dos seus representados. São os representantes que não estão fazendo jus ao voto dos representados, isso é terrível para a democracia. Aliás, esqueci de comentar que a equipe de transição anda falando em criar mecanismos de Estado para defender o Estado. A desculpa é defender a democracia – a mesma desculpa de Stalin, de Hitler, de Mussolini, sempre “defender o Estado”. É a força do Estado se sobrepondo à democracia, à força que emana do cidadão. É bom ficarmos atentos a isso.


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ALEXANDRE DE MORAIS SEM LIMITES

Quem pode contê-lo não faz nada

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

A multa de 23 milhões de reais que o ministro Alexandre de Moraes socou em cima do PL, pelo crime de ter apresentado uma reclamação à justiça eleitoral, é mais que um ato ilegal, ou um momento de insânia na vertigem que envolve hoje a atividade pública no Brasil. É uma agressão direta ao processo democrático – a pior e mais viciosa de todas as que vem sendo praticadas pelo ministro e por seus colegas do STF contra o Estado de direito neste país. Moraes, com o pleno apoio do Supremo e da esquerda nacional, criou um regime de exceção informal no Brasil; a cada dia, com os seus atos, ele e os colegas tratam de avançar mais, o máximo que sentem possível, no fortalecimento e na expansão da ditadura judiciária que hoje governa a sociedade brasileira. Quem tem a obrigação constitucional de defender o país das ditaduras não faz nada; só olha e deixa o ministro crescer, isso quando não lhe presta apoio aberto. É natural, assim, que ele continue crescendo. Até onde? Aparentemente, até onde quiser.

O assalto às leis, às liberdades e aos diretos civis que acaba de ser cometido contra o PL, um partido político de existência legal e dono da maior bancada eleita para compor a próxima Câmara de Deputados, é uma declaração de guerra; “Quem discordar do sistema STF-TSE é inimigo, e será destruído por nós.” O partido não fez absolutamente nada de errado. Apenas exerceu o seu direito de recorrer à justiça em busca de atendimento para uma reclamação. Se tem ou não razão em seu pedido não vem ao caso; é isso, justamente, o que a justiça tem de resolver. O que não pode acontecer, em nenhuma hipótese, é punir-se alguém pelo simples fato de fazer uma petição legal. O PL alegou a existência de irregularidades em 280.000 urnas nas últimas eleições, e pediu anulação do segundo turno. E daí? Qual é o crime em se fazer isso? O TSE não tem nenhuma obrigação de concordar com a pretensão de quem faz a queixa. Mas, obviamente, tem de examinar as razões do queixoso. Punir alguém por recorrer à justiça é uma pura e simples aberração.

Quem tem a obrigação constitucional de defender o país das ditaduras não faz nada; só olha e deixa o ministro crescer, isso quando não lhe presta apoio aberto

O ministro Alexandre Moraes não fez investigação nenhuma sobre as alegações do PL, para examinar se tinham ou não tinham procedência; em vez disso, 24 horas depois de receber a demanda condenou o autor da queixa e meteu-lhe uma multa absurda de 23 milhões de reais. Não houve processo legal. Não foram ouvidas testemunhas. Não foram ouvidos peritos. Os advogados do PL não puderam abrir a boca. Não se apurou absolutamente nenhum fato. Tudo o que se fez foi dizer que a “área técnica” do TSE, que não se sabe o que possa ser, achou que as observações do PL eram “inequivocamente falsas”. Pior: o único culpado, na história toda, era o autor da queixa. Não apenas o TSE se recusou a investigar qualquer de suas reclamações: decidiu, também sem o mínimo vestígio de processo legal, que o PL havia cometido o delito de “litigância de má fé.” O partido não teve o direito de se defender – foi multado, e bloquearam sua cota no Fundo Partidário para garantir o pagamento da multa. Fim de conversa.  E a quem o PL poderia recorrer contra essa demência? Ao próprio Alexandre de Moraes, ou ao STF. É uma piada.

É esse o estado de direito no Brasil de hoje; são essas as garantias do cidadão. A mídia aplaude com entusiasmo; diz que recorrer à justiça é um “ato antidemocrático”. A maior parte do mundo político se curva, na obsessão de aliar-se ao novo governo Lula-STF. As Forças Armadas concordam com tudo. É obvio que o ministro Moraes não tem nenhum limite pela frente.


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PACHECO 171 NA POLÍTICA

 

Omissão

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo


O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (à esquerda), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes (centro), e a presidente do STF, Rosa Weber (à direita), em foto de outubro de 2022.| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Romperam-se todos os limites. O vigia enlouqueceu, e o vigia do vigia faz cara de paisagem. É só mais um capacho, um traste, nada vê de errado, nada vê. Deixou o poder na mão do louco, do imperador sifilítico e de seus consortes. Não pede explicações, não questiona, não freia. Vê a corda ser esticada, a aposta ser dobrada, triplicada, só observa, condescendente. O vigia do vigia é assim: parece morto, mas é muito vivo. Olha para o próprio umbigo com todo carinho, com todo apreço.

Aceita a política fedorenta de um poder que não deveria ser político. Um mundo de irregularidades, de ilegalidades, de abusos desfila diante dos seus olhos sem expressão. Ele é alto, olha de cima, acha tudo normal, acha quase lindo. Libera geral, não se intromete. E sempre com a mesma cara, impassível, pedante. Sua fleuma entrega o país ao absolutismo. Não há imparcialidade, não há equilíbrio, independência, harmonia. Todo poder ao novo imperador, que pode fazer mesmo o que bem entender.

A esperança, neste momento, resiste porque, se o senador Pacheco de agora é moldado em covardia, o povo tem coragem de sobra

O vigia do vigia não está nem aí. Tem profundo apreço pela Constituição em ruínas. Havia prerrogativas, mas ele nem se importou. Ele tem negócios importantes, tem uma cadeira, não quer deixá-la. Ele ataca o que o imperador ataca, defende o que o imperador defende. Gosta de absurdos. Apoia quem quer esconder alguma coisa e finge mal, apoia a ausência de respostas, é a favor das explicações ausentes, das reações que não elucidam. Aceita numa boa o veto ao debate, às discussões técnicas, a mordaça ou coisa pior para quem questiona. Ele comprou baratinho uma nova ideia de democracia.

Ele fala em anormalidade institucional… E seus eleitores de outrora berram que anormalidade é o nobre senador não ouvi-los. Berros e mais berros, ecos, todos os erros cometidos pelo parlamentar, seus equívocos, sua omissão… Seus ouvidos moucos. Seus planos pessoais ardilosos, sua artimanha macabra, seu rabo preso, isso tudo é anormal. Sua gaveta trancada é uma agressão à ordem, às leis, à verdadeira democracia. Anormalidade é ficar contra o Brasil.


Democracia e censura
É dele a autorização para o caos, toda a loucura, a falta de legitimidade. Logo ele, Pacheco, nome de um personagem que representou o torcedor brasileiro na distante Copa do Mundo de 1982… Tínhamos um timaço e perdemos o Mundial… Aquele personagem da propaganda, claro, não teve culpa. Nem sempre o melhor vence. A esperança, neste momento, resiste porque, se o senador Pacheco de agora é moldado em covardia, o povo tem coragem de sobra.


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SELEÇÃO DA ALEMANHA ONE LOVE

 

Por
Luciano Trigo – Gazeta do Povo


| Foto: Reprodução Twitter

Os jogadores da seleção da Alemanha planejavam entrar em campo para a partida de ontem contra o Japão usando braçadeiras com as palavras “One Love” e as cores do arco-íris. Seria uma forma de protesto contra a perseguição a homossexuais no Catar, país-sede da Copa do Mundo.

A FIFA, ciosa da separação entre esporte e política – em carta assinada pelo presidente Gianni Infantino no início do mês, a entidade fez um apelo para que o futebol não fosse “arrastado para o campo de batalha ideológico” – ameaçou punir o capitão da equipe com um cartão amarelo. E isso bastou para os valentes atletas alemães abrirem mão das braçadeiras.

Oi?

Sim, a ameaça de um cartão amarelo para um único jogador bastou para fazer a seleção alemã desistir de protestar contra a violação a direitos humanos no Catar. Bastou a imagem de um singelo cartão amarelo para que os valentes alemães amarelassem (desculpem o trocadilho).

Isso sugere que o compromisso desses atletas com a defesa dos direitos humanos não é assim tão grande. Na verdade o compromisso é com a lacração, não com as vítimas reais das perseguições no Catar.

Mas, mesmo abrindo mão das braçadeiras, os bravos alemães tomaram uma atitude que exigiu muita coragem: posar para a foto oficial da partida tapando a boca com as mãos.

Oh! Depois desse protesto tão ousado e transgressor, tenho certeza que o governo do Catar vai parar de perseguir homossexuais e outras minorias.

No Catar, vale lembrar, relações íntimas entre pessoas do mesmo sexo são crime sujeito a até sete anos de prisão, segundo os artigos 285 e 296 do Código Penal do país.

Já as mulheres enfrentam discriminação generalizada, submetidas a um sistema legal de tutela masculina: elas precisam da autorização de um homem (pai, marido ou irmão) para casar, estudar ou trabalhar. O divórcio é muito difícil, e, ficar com a guarda dos filhos após o divórcio é quase impossível.

Se quisessem mesmo protestar contra as violações dos direitos humanos no Catar, a única atitude digna por parte desses atletas seria muito simples: boicotar a Copa

Mas os valorosos atletas que ganham milhões de dólares para correr atrás de uma bola acham que a solução é posarem de virtuosos nas redes sociais, usando braçadeiras ou tirando fotografias com a boca tampada.

“Direitos humanos são inegociáveis!”, declarou o goleiro Neuer. São inegociáveis, mas ele está lá no Catar, jogando e valorizando seu passe, enquanto fora dos estádios mulheres e gays continuam sendo perseguidos. Hipocrisia, a gente vê por aqui.

A mesma coisa, aliás, aconteceu na COP 27, no Egito, onde líderes mundiais (incluindo alguns ditadores), celebridades e empresários bilionários posaram de bons moços lacrando pela defesa do meio-ambiente, enquanto não muito longe dali presos políticos eram torturados ou faziam greve de fome em celas imundas.

E não foi só a Alemanha – que, aliás, perdeu a partida para o Japão – que aderiu ao bom-mocismo fake nesta Copa: a Dinamarca, vejam que protesto fofo, tinha encomendado  especialmente para a ocasião um uniforme com o “visual apagado”, como forma de protesto  contra as violações aos direitos humanos no Catar.

A Hummel, empresa fornecedora dos uniformes, declarou em um post nas redes sociais: “Com as novas camisas da seleção dinamarquesa, queríamos enviar uma mensagem: (…) um protesto contra o Catar e seu histórico de direitos humanos. É por isso que atenuamos todos os detalhes das novas camisas da Dinamarca para a Copa do Mundo. (…) Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas”.

De novo: Oh! O governo do Catar quase caiu por causa do visual apagado do uniforme da seleção dinamarquesa. Agora vai.

O final do post da Hummel faz referência à morte de milhares de trabalhadores asiáticos contratados para construir e reformar ou estádios, em condições de trabalho análogas à da escravidão. Mas tudo bem: basta usar um uniforme com as cores apagadas para aceitar jogar de boa nesses estádios, com a consciência limpinha.

Outras seleções também protestaram, se ajoelhando antes do jogo ou se recusando a cantar o hino nacional. Tudo isso é muito bonito, e nunca foi tão fácil ganhar biscoito nas redes sociais exaltando a própria virtude. Mas o efeito prático dessas lacradas para as minorias perseguidas no Catar é nulo.

Se quisessem mesmo protestar contra as violações dos direitos humanos, a única atitude digna por parte desses atletas seria muito simples: boicotar a Copa – como aconteceu, por exemplo, quando os Estados Unidos e outros países boicotaram as Olimpíadas de 1980, em Moscou, em protesto contra a invasão do Afeganistão por tropas soviéticas.

Que bobos! Não precisavam deixar de competir e ganhar dinheiro e fama nas Olimpíadas, bastava usar uma braçadeira fofinha.

Meteorologia
O clima não está bom. A temperatura sobe, e o calor está desagradável. Sensação de abafamento deixando as pessoas nervosas. É o verão que está chegando, com risco de tempestades.

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EX-ASSESSOR DE TRUMP CRITICA A ATUAÇÃO DE MINISTRO DO STF

  sil e Mundo Declarações de Steve Bannon nos EUA ...