quinta-feira, 24 de novembro de 2022

LULA CRITICOU DURAMENTE O ORÇAMENTO SECRETO E AGORA É VEJA BEM

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Geraldo Alckmin, Arthur Lira e Lula em encontro no início de novembro: governo eleito não deve abrir discussão sobre o orçamento secreto com o Congresso atual.| Foto: Reprodução/Instagram

Quando foram aprovados os primeiros detalhes da PEC da Transição, o mecanismo fura-teto que Lula quer ver aprovado para poder cumprir promessas de campanha referentes ao Bolsa Família e ao aumento real do salário mínimo, de imediato se levantou a possibilidade de o texto não ter vida fácil no Congresso. A própria equipe de transição ajudou a criar rejeição à PEC quando pediu um cheque de quase R$ 200 bilhões e uma licença para gastar sem prazo determinado; há parlamentares cientes da importância da responsabilidade fiscal que pretendem se opor a esse tipo de “piso de gastos”. Mas um outro grupo de congressistas parece mais interessado na velha tática de criar a dificuldade para vender a facilidade. E o preço para a aprovação da PEC já estaria dado.

Reportagem da Gazeta do Povo mostrou que expoentes do Centrão como o deputado Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara – mas que já mostrou sua disposição de negociar com Lula –, defendem que a PEC inclua também o caráter impositivo para as emendas de relator, tecnicamente chamadas RP9, um instrumento que o Congresso Nacional desvirtuou completamente para que fosse transformado em um novo balcão de barganha política. A ideia já foi tentada na votação do Orçamento de 2020 e da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023 – na primeira ocasião, caiu graças a um veto de Bolsonaro (a contrapartida do governo foi a própria manutenção das emendas); na segunda, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), relator da LDO, recuou diante da repercussão negativa. Barros coloca essa terceira tentativa na conta da “segurança jurídica” e na necessidade de impedir mais “ativismo judicial” do STF (que julga uma ação contra essas emendas), mas até as paredes do Congresso sabem que o objetivo real é garantir que o apetite dos parlamentares será saciado. Segundo Barros, a proposta veio da própria equipe de transição, e não do Centrão – mas quem quer que seja o autor da ideia sabe que ela soaria como música aos ouvidos desses congressistas.

A crítica às emendas de relator foi um dos raros acertos da campanha de Lula, mas, depois do segundo turno, o petista já passou para o estágio do “veja bem”

A imoralidade das emendas de relator foi ressaltada pela Gazeta do Povo desde a primeira queda de braço entre Bolsonaro e o Congresso, por ocasião da tramitação do Orçamento de 2020. A função original das RP9, como diz o próprio site do Congresso, é apenas retificar “erros e omissões de ordem técnica ou legal” e “recompor, total ou parcialmente, dotações canceladas”. No entanto, o instrumento foi sequestrado para beneficiar um grupo específico de parlamentares. Ele viola a isonomia, pois, se nas emendas individuais cada deputado ou senador, seja da base aliada, seja da oposição, tem direito ao mesmo montante, nas emendas de relator esse critério não existe. E essa distribuição de recursos ainda ocorria de forma nada transparente, pois, como o nome diz, o único “autor” de tais emendas é o relator do Orçamento – embora, obviamente, o Executivo saiba muito bem quem ganha na liberação de cada emenda, e o que deve ser cobrado em troca. Para garantir o “anonimato”, os pedidos de emendas RP9 não cumpriam nenhum rito formal; quando o escândalo estourou pela primeira vez, houve relatos de pedidos feitos até por WhatsApp. A primeira intervenção do STF teve o objetivo de ao menos garantir publicidade ao processo, com as devidas identificações.


As RP9, portanto, são uma aberração orçamentária que facilita o fisiologismo e até mesmo a corrupção; ainda por cima, seu grande volume, na casa das dezenas de bilhões de reais, significa que o Poder Executivo terá ainda mais reduzida uma margem que já é curta para alocar recursos como bem entender, naquelas ações que considera as mais importantes e que correspondam ao programa vencedor nas urnas. Em um sistema presidencialista como o brasileiro, este é um completo contrassenso, pois o governo – qualquer governo, de direita, de esquerda ou de centro – se torna coadjuvante, e não protagonista, da alocação de recursos públicos. “O orçamento deveria ser proposto e executado pelo Poder Executivo”, afirmou à Gazeta Marcos Mendes, do Insper, em maio de 2021. E acrescentou: “É péssimo existir emendas, ainda mais a obrigatoriedade de execução”.

A crítica às emendas de relator foi um dos raros acertos da campanha de Lula, mas, depois do segundo turno, o petista já passou para o estágio do “veja bem”. Compactuar com a transformação das RP9 em impositivas seria a fase final da hipocrisia, o que não chega a ser surpreendente quando se trata do petismo. Quanto aos parlamentares que estão de olho nessas emendas, essa articulação só demonstra que, para alguns, contanto que seus interesses sejam atendidos, pouco importa que o país seja colocado na rota do caos fiscal, da inflação fora de controle e da recessão.


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ARGENTINA SEM RESPONSABILIDADE FISCAL TEM A SUA ECONOMIA DESPEDAÇADA

 

Economia mundial

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


O presidente da Argentina, Alberto Fernández, chega ao Aeroporto Internacional Ngurah Rai antes da Cúpula do G20 em Bali, Indonésia, 14 de novembro de 2022.| Foto: EFE

O Brasil não precisa olhar muito longe para aprender como a irresponsabilidade fiscal pode despedaçar a economia de um país. A inflação na Argentina beira os 100% e o peronismo, com seu desinteresse pela redução do déficit fiscal, é um dos principais fatores que a levaram a esse cenário caótico.

“O que realmente destruiu a Argentina foi o peronismo, um sistema organizacional político onde existe uma força muito grande de movimentos sindicais”, destacou o economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena. “A organização política sindical do país coloca como o bem superior o corporativismo: não importam os custos fiscais”, descreveu.

Absorver gastos do governo que não conseguem ser desvinculados faz parte dessa organização político-econômica do país que, segundo o especialista, é muito difícil de ser combatida sem um plano radical econômico, tal qual foi o Plano Real no Brasil.

“O peronismo transformou a Argentina, que era um dos países mais ricos da América Latina, em um dos mais pobres”, frisou Lucena.

Dentro desse sistema, o país hoje comandado pelo peronista Alberto Fernández imprime dinheiro descontroladamente, gasta mais do que arrecada e ainda toma emprestado em dólar – precisa, portanto, devolver em dólar. Isso se torna quase um círculo vicioso, no qual as desvalorizações cambiais tornam as dívidas impagáveis.

Atravessando o Oceano, outro acontecimento recente envolveu a ex-premiê Liz Truss, a quinta no Reino Unido desde 2016. A dança das cadeiras, em que ela ficou por apenas 45 dias, também esteve relacionada às questões fiscais. 

A proposta inicial de Truss era criar um grande corte de impostos, que beneficiaria até os mais ricos, dentro de um mini-orçamento, com um Estado enxuto, muito diferente do argentino. Porém, para cobrir o buraco nas contas do governo, a ideia era pedir empréstimos bilionários. O temor de um aumento na dívida pública preocupou os investidores e fez a libra cair para o menor valor da história frente ao dólar.

Depois dos investidores demonstrarem pessimismo em relação aos planos econômicos de Truss, o governo britânico anunciou mudanças, mas não foram o suficiente para manter a primeira-ministra recém-chegada ao poder. Ela renunciou e a rápida movimentação na liderança do Reino Unido pode ter evitado maiores tragédias econômicas.

A Grécia, por exemplo, apesar de sofregamente recuperar parte da credibilidade econômica internacional, ainda vive consequências de irresponsabilidades fiscais de mais de dez anos atrás. De acordo com uma pesquisa recente do Instituto Marc, a maior preocupação da população grega é o aumento do custo de vida (para 84,5% dos gregos). Esse problema está muito à frente das tensões com a Turquia (44%), por exemplo.

Diante de uma inflação galopante, que atingiu 12,1% – uma das mais altas da União Europeia, segundo o Eurostat -, foi especialmente no campo da energia que os aumentos foram os mais espetaculares: os preços do gás quadruplicaram em um ano (+ 332%) e os da eletricidade subiram 30%. À medida que o inverno se aproxima, muitos gregos temem que não possam se aquecer adequadamente.

Quando a crise econômica eclodiu, em 2010, as taxas subiram e o país não podia mais se financiar nos mercados internacionais. Em 2015, após a chegada ao poder do governo de esquerda radical de  Alexis Tsipras e o confronto com Bruxelas para reduzir as medidas de austeridade, as taxas chegaram perto de 11%.

Demorou para Atenas recuperar a confiança. A mudança política em julho de 2019 também teve um impacto positivo nos investidores, que consideraram o governo conservador de Kyriakos Mitsotakis menos imprevisível, promovendo a redução dos impostos sobre a propriedade, as empresas e as contribuições sociais. Mas ainda existe um longo caminho para dar conta dos prejuízos de tantos anos.

Diante desses exemplos, a política monetária no Brasil é eficiente e teve até mesmo três meses de deflação neste ano. Para Lucena, o maior risco do país hoje é a imaturidade fiscal. “A gente não pode gastar mais do que a gente arrecada”, alertou. O economista apontou que o que segura o Brasil é a maturidade cambial e monetária, mas existe o risco de seguir caminhos como os dos países citados na reportagem se houver total descontrole dos gastos fiscais.

“Por isso é tão importante que essa PEC de transição que está sendo anunciada tenha um limite próximo a R$ 70 ou 80 bilhões e sirva só para este ano. E que, no ano que vem, a gente tenha mudança do teto de gastos para um controle de dívidas no longo prazo”, resumiu Lucena.

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SENADORES PEDEM IMPEACHMENT DO MINISTRO BARROSO DO STF

 

Senado
Gazeta do Povo


O ministro do STF Luís Roberto Barroso.| Foto: Carlos Alves Moura / STF

Um grupo de senadores apresentou pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (23). Eduardo Girão (Podemos-CE), Lasier Martins (Podemos-RS), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Luís Carlos Heinze (PP-RS), Plínio Valério (PSDB-AM), e Carlos Viana (PL-MG) são os autores da medida. O pedido foi encaminhado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Os senadores consideraram que houve atuação político-partidária por parte de Barroso no caso da deliberação sobre o voto impresso na Câmara dos Deputados, em 2021. De acordo com Girão, o ministro teria se reunido com lideranças partidárias.

Além disso, na visão dos autores do pedido, Barroso deveria ter se declarado impedido de participar de julgamentos relacionados à descriminalização do aborto e das drogas, por exemplo, por ter feito palestras sobre o tema.

O grupo de senadores citou ainda no pedido de impedimento o jantar que ocorreu em Nova York, nos Estados Unidos, em 14 de novembro, que contou com a participação de Barroso e de Cristiano Zanin, advogado do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, nos processos da Lava Jato e integrante da equipe de transição.

“O ministro Luís Roberto Barroso votou na anulação dos processos de ex-presidente Lula na 13ª Vara de Curitiba, ou seja, ele ajudou a anular as condenações que permitiram que ele se candidatasse nessas eleições. Então houve uma violação, porque ele não se declarou suspeito e teve esse encontro privado, e isso não é de bom tom. A gente respalda todos esses artigos que são afrontados na nossa Constituição a partir desse encontro”, disse Girão ao site do Senado.

À época, a assessoria do STF enviou uma nota ao site O Antagonista sobre o episódio: “Convidado de evento em Nova York, o ministro Barroso almoçou ou jantou com diversos participantes do encontro, que inclui empresários, políticos e advogados. Cristiano Zanin era um dos participantes”.

Diante dos três argumentos, o entendimento dos parlamentares é de que o Senado precisa apurar se houve crime de responsabilidade por parte do ministro.

“A Casa Alta da República se vê diante de julgados que caminham manifestamente na direção contrária à melhor doutrina e jurisprudência que tratam da matéria, bem como o que espera a sociedade no tocante à transparência e imparcialidade nas decisões do STF. Em face disso, o Senado Federal não poderá se omitir em cumprir o seu dever constitucional (art. 52, II, CF/88) de receber a presente denúncia para, em sequência, processar e julgar o Excelentíssimo Ministro Luís Roberto Barroso por crime de responsabilidade”, argumentam os senadores no pedido.

Um dos autores do pedido de impeachment, Valério afirmou que a medida tem poucas chances de seguir adiante no Senado. “Eu acredito nos argumentos do pedido de impeachment, como acredito que o Senado vai ignorar”, disse o parlamentar ao site do Legislativo.


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O CONGRESSO NÃO DISCUTE NADA E O POVO VAI PRA FRENTE DOS QUARTÉIS

 

Omissão
Alexandre Garcia

Cronograma de Carga e Lacração – preparação da urnas para o 2° turno das Zonas Eleitorais do Paraná – Tags: eleições2018, eleições, voto, sulfrágio, Tribunal, urna eletronica. Fotos: André Rodrigues


TSE negou anulação das urnas de modelos anteriores ao de 2020.| Foto: André Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a chance de o recurso do PL no TSE sobre 279 mil urnas antigas que não têm garantia de resultado é zero. Não tem como, já vimos a reação imediata do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, dizendo que seria preciso acrescentar em 24 horas também pedido relativo às urnas no primeiro turno. É uma jogada para saber se vão assumir a “deseleição” de deputados estaduais e federais. Considerando só as urnas novas, de 2020, Bolsonaro teria 51% dos votos e seria o vencedor. Mas a chance é zero, disse Ricardo Barros.

Barros ainda afirmou que o que é preciso fazer é contestar a parcialidade do TSE durante a campanha, uma parcialidade expressa. Pegar todos os eventos, os episódios de parcialidade, e discutir tudo no Congresso Nacional. Aliás, o Congresso não discute nada. É por isso que o povo está na frente dos quartéis, porque desistiu de seus representantes. Isso é gravíssimo, está rompido o elo da democracia, entre representante e representado, mandante e mandatário. O mandante não confia mais no mandatário, porque o mandatário se encolheu. Temos 62 requerimentos de impeachment de ministros do Supremo parados no Senado.

Na Câmara, o deputado Marcel van Hattem está colhendo assinaturas para uma CPI que pretende investigar crimes de abuso de autoridade da parte de ministros do Supremo. Ele está com metade das 171 assinaturas necessárias. A Câmara ficou quieta quando prenderam Daniel Silveira, apesar de estar escrito na Constituição que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer de suas palavras. A Câmara se encolheu igual ao Senado, quando senadores levam ao Supremo discussões políticas que deveriam ser resolvidas nos plenários do Congresso. Entregam ao Supremo como se dissessem “vocês é que são o poder político”. O poder de legislar fica entregue ao Supremo, o poder constituinte está no Supremo. Aí o povo não sabe a quem recorrer, não confia mais em seus representantes, e vai pedir aos quartéis para protegê-lo contra abusos.


Jucá é alvo de nova operação contra corrupção, mas será que vai acontecer algo?
A Polícia Federal fez busca e apreensão em torno do ex-senador Romero Jucá, de Roraima, que tentou voltar ao Senado este ano e perdeu. Jucá e outros teriam ficado com R$ 15 milhões de propina em negócios de R$ 500 milhões envolvendo dinheiro federal. O TCU descobriu, e a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal foram atrás: é dinheiro de convênios com prefeituras, e as empreiteiras pagavam a propina para ganhar as obras.

Não sei o que vai acontecer com Jucá, que há muito tempo vem sendo alvo dessas investigações, porque estamos vendo que são poucos os que pagam. Alguém como Sérgio Cabral é condenado a 425 anos e já está para sair da prisão. Por isso há quem queira algo como o que aconteceu esses dias lá no Afeganistão, onde encheram um estádio para dar chibatadas em ladrões. A legislação brasileira, como diz o ex-reitor da Universidade Federal do Pará Alex Fiuza de Mello, é de uma república que não é republicana, porque favorece a corrupção.


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TSE DIZ QUE RELATÓRIO TÉCNICO DO PL É FALSO E MENTIROSO

 

Justiça Eleitoral

Por
Flávio Gordon – Gazeta do Povo


O ministro do STF Alexandre de Moraes.| Foto: EFE/ Joédson Alves

“Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do poder que ‘Dele’ emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação” (Às Instituições e ao Povo Brasileiro, nota oficial dos comandantes das três forças armadas, em 11 de novembro de 2022)

Treze minutos! Foi o tempo que Alexandre de Moraes levou para reagir à entrevista coletiva na qual o PL apresentou o seu relatório técnico, elaborado por engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), apontando problemas nas urnas eletrônicas anteriores a 2020 e pedindo a anulação dos votos registrados nesses equipamentos no segundo turno. E o fez da maneira habitual: com parcialidade e politicagem rasteira. Sem, obviamente, ter tido tempo para cumprir o único dever que lhe caberia enquanto presidente do tribunal eleitoral (já que, desgraçadamente, existe no país um tribunal eleitoral), Moraes resolveu posar de enxadrista político, tentando intimidar os querelantes por meio de despacho dando prazo de 24 horas para inclusão de material também referente ao primeiro turno da corrida eleitoral. Num contexto de colapso total do Estado de Direito, e de omissão das instituições que deveriam resguardá-lo, já nem mais nos espantamos que um magistrado trate abertamente como inimigo político uma das partes em disputa judicial que lhe impende julgar. Eis o “novo normal”.

Mas, posto que estranhamente acostumados a uma tão distópica situação nacional, precisamos com urgência recobrar o senso de realidade e o brio coletivo para afirmar que, obviamente, a brincadeirinha de Reich tropical ou de stalinismo moreno já foi longe demais. O personagem em questão parece ter acreditado na fábula lisonjeira contada pela imprensa sicofanta, que o vem tratando – a sério e de maneira elogiosa! – como xerife. Sua cerimônia de posse na presidência do tribunal eleitoral teve tons imperiais e esgares mussolinianos. Todavia, não há juízes-xerifes ou juízes-imperadores numa república que se pretenda democrática. Numa tal república, o cidadão Alexandre de Moraes é igual aos outros. Na condição de servidor público de alto escalão, aliás, deveria sê-lo até um pouco menos, no sentido de estar mais exposto a críticas e cobranças por parte da sociedade. O seu poder, sobretudo, só pode derivar do que prevê a Constituição, na ausência da qual perde toda a legitimidade.

Moraes e os outros ministros trataram pelo menos metade do eleitorado – aquela metade que não simpatizava com o candidato deles – com deboche e rancor. Aos anseios por transparência, responderam com censura e ameaças. Às dúvidas sobre segurança, com piadinhas

Mas Moraes e seus pares há muito têm ignorado a Constituição e agido como donos possessivos do país, bem como do processo eleitoral. Em vez de servidores públicos comprometidos com a missão de assegurar os meios para a efetivação da democracia, decidiram posar como a sua encarnação mesma. Tanto que não se vexaram de invadir as prerrogativas do Congresso e, sabe-se lá por que com tamanha ânsia, pressionar parlamentares a descartar o projeto de voto impresso auditável, uma antiga demanda social. Com a cumplicidade abjeta de jornalistas sabujos, passaram os últimos anos repetindo a propaganda enganosa de que “o sistema eleitoral brasileiro é um orgulho nacional e exemplo para o mundo”. Pior ainda: fizeram de tudo para transformá-la em verdade oficial, convertendo em criminoso e inimigo do Estado quem ousasse questioná-la. Tal qual um Kim Jong-un, um Enver Hoxha ou um Nicolae Ceaucescu, exigiram aplausos ininterruptos para a sacrossanta geringonça eletrônica dos tempos do Bar Mitzvá de Matusalém, o bezerro de ouro a ser adorado pelos brasileiros. Trataram pelo menos metade do eleitorado – aquela metade que não simpatizava com o candidato deles, por eles descondenado, blindado e previamente proclamado vitorioso – com deboche e rancor. Aos anseios por transparência, responderam com censura e ameaças. Às dúvidas sobre segurança, com piadinhas. E a postura escarnecedora ao longo de todo o processo eleitoral foi sintetizada pela fala de Luís Roberto Barroso a um cidadão que o questionou nas ruas de Nova York, uma fala em linguajar de malandro, incompatível com a postura de um servidor público, logo aquele que mais gosta de posar de bastião da civilidade. “Perdeu, mané” é a expressão-símbolo da ilegitimidade de um tribunal eleitoral que se comportou invariavelmente como torcida de futebol de várzea.

Em relação ao relatório técnico apresentado pelo Ministério da Defesa há alguns dias, a estratégia havia sido mentir descaradamente e tentar enganar o público quanto ao teor, que foi simplesmente invertido pela propaganda do tribunal eleitoral e pela imprensa corrupta que lhe serve de assessoria de comunicação. Assim como haviam feito em 2014 em relação à auditoria contratada pelo PSDB, cuja conclusão pela inauditabilidade do sistema fora similar à do Ministério da Defesa, o tribunal e a imprensa companheira também deturparam o conteúdo do documento. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022” – disse em nota o tribunal após o envio do relatório. E a imprensa sabuja repetiu bovinamente.


Um censor é um censor é um censor
O problema é que o documento não dizia nada disso, tanto que, no dia seguinte, o Ministério da Defesa viu-se na obrigação de desfazer as fake news. Em nota oficial intitulada “Relatório das Forças Armadas não excluiu a possibilidade de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas”, o ministério informou ao público: “Com a finalidade de evitar distorções do conteúdo do relatório enviado, ontem (9/11), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

A nota lembrava ainda os pontos sensíveis levantados pelo relatório: 1. Possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte; 2. Insuficiência dos testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria) para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação; e 3. Restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação. E concluía: “em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento. Por isso, o Ministério da Defesa solicitou ao TSE, com urgência, a realização de uma investigação técnica sobre o ocorrido na compilação do código-fonte e de uma análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas, criando-se, para esses fins, uma comissão específica de técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes das entidades fiscalizadoras”.

O relatório da equipe altamente qualificada contratada pelo PL resultou de uma tal investigação técnica. Somado ao relatório da Defesa, o documento joga uma pá de cal na falácia do “sistema 100% seguro”, “orgulho nacional”, “exemplo para o mundo” e outras patacoadas impostas como mandamentos divinos. Diante desse novo contexto, as autoridades eleitorais e seus porta-vozes não poderão simplesmente continuar estigmatizando os críticos e calando as dúvidas. O “perdeu, mané” talvez seja celebrado como glória nos convescotes no Copacabana Palace, onde os torcedores vitoriosos – eles próprios árbitros da partida – podem tripudiar dos rivais a uma distância segura, gargalhando ao lembrar dos pênaltis inexistentes marcados a favor do seu time e das expulsões injustas de jogadores do time adversário. Mas, do lado de fora do baile, uma sociedade em crescente ebulição continua esperando por respostas. Uma sociedade que parece dizer cada vez mais alto, com destemor e inabalável convicção: “Basta!”


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O BRASIL ESTRÉIA HOJE NA COPA DO MUNDO DO CATAR

Rrrrrrrrrola a bola

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Ei, Neymar, quantos gols você vai fazer no jogo de hoje?| Foto: EFE/EPA/NEIL HALL

Hoje tem jogo do Brasil na Copa do Mundo do Catar. Nada? Deixa eu tentar de novo: hoje tem jogo do Brasil na Copa do Mundo do Catar. Nada ainda? Vai ver não estou sendo enfático o bastante. Tentemos uns pontos de exclamação: hoje tem jogo do Brasil na Copa do Mundo do Catar!!!! Nada. Ué, isso nunca me aconteceu antes… Vou tentar uma última vez antes de prosseguir com o texto: hoje, dia 24 de novembro de 2022, às 16 horas, o Brasil entra em campo pela primeira vez na Copa do Mundo do Catar. Ah, o jogo é contra a Sérvia.

Nada. Absolutamente nenhuma reação. Não ouço nenhum grito de “Vai, Brasil!”, de “O Hexa é nosso!”, de “Pra cima deles, Neymar!”, de “A Sérvia não é de nada!”. Ouço apenas gritos de “Juiz ladrão!”, mas acho que não tem a ver com o futebol. No Brasil de hoje, a rigor esta é uma quinta-feira normal, dia de Júpiter e véspera de sexta. É como se uma Copa do Mundo não estivesse sendo disputada no longínquo, exótico e cafona Catar. Como se o Brasil não fosse favorito (dizem). Como se já não fizesse 20 anos desde que Vampeta desceu rolando a rampa do Planalto.

Pior! O dia de estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo se transformou em dia de se posicionar politicamente. Impossível dizer que às 16 horas se pretende estar confortavelmente sentado diante da televisão sem ouvir uma reprimenda. É neste momento, aliás, que os dois polos da política parecem esquecer as desavenças. É quando o “Como assim você vai dar audiência para a Rede Globo?!” dá as mãos para o “É impossível torcer para essa Seleção fascista!”.

Eu, que não tenho nada a ver com isso e só espero que o Brasil ganhe da Sérvia por dois a zero para não continuar em último lugar no bolão, contemplo com a perplexidade de um velho cada vez mais ranzinza o mau humor que me rodeia. É como se não houvesse vida fora da política e do medo que ela desperta. E logo depois me perco no delírio de ser o portador da má notícia para Nelson Rodrigues e Paulo Mendes Campos: em 2022, o brasileiro não está nem aí para a Copa do Mundo do Catar. Dá para acreditar?

Num primeiro momento eles não acreditam, dizem que só posso estar brincando, que não é possível, que o futebol é a alma do brasileiro, que isso, que aquilo. “Se não somos mais a pátria de chuteiras, no que nos transformamos?”, pergunta Nelson Rodrigues tomando um Chicabon. Temendo matar os dois cronistas pela segunda vez, hesito, mas acabo respondendo o óbvio: nos transformamos no país da política. “Até durante o jogo da seleção na Copa do Mundo?!”, me pergunta um escandalizado xará. “¯_(ツ)_/¯”, respondo. E estou sendo sincero!

Troco o sonho pela memória assim como quem abre um parágrafo à toa e, quando percebo, estou diante da caixa mágica cujos noticiários esquerdistas hoje tanto me ofendem. Sou menino de cabelos fartos e gigantescas orelhas de abano. Minha família me cerca na expectativa boa. Depois de alguma insistência, mamãe (ela odeia que a chame de “mamãe”) nos permite fazer uma pipoquinha. Durante 90 minutos, ganho até permissão para xingar, de leve, o juiz. E o melhor: sem ser considerado antidemocrático por causa disso.

Hoje tem jogo do Brasil na Copa do Mundo do Catar. Em campo, Neymar e outros dez caras cujos nomes me escapam. Não sei você, mas, quando começar a tocar o Hino, e por mais que eu ache isso ridículo, vou me emocionar. Quando Galvão Bueno soltar seu “rrrrrrrrrrrrrola a bola”, torcerei como se um lateral ou um passe de dois metros no meio de campo fossem os lances definitivos de toda uma vida.

Quando o time adversário (uma tal de Sérvia) subir ao ataque, me sentirei diante do abismo. Ufa! Essa passou perto. Quando o juiz consultar o VAR, reclamarei da tecnologia, do esporte de alto rendimento, da modernidade, dessa palhaçada toda. Quando o árbitro der falta para o Brasil, pedirei cartões amarelos por causa de meros esbarrões e cartões vermelhos quando me der na telha.

E, como sou filho do meu tempo, na hora do gol (se houver e haverá dois) celebrarei como se Alexandre de Moraes tivesse sofrido um impeachment. Ou melhor, como se Lula tivesse voltado para a cadeia da qual jamais deveria ter saído.


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DESAFIOS PARA O SUCESSO DOS PROFISSIONAIS

 

Michael Aboud   

                                                                                                                                                                        Quais os principais desafios do profissional com esses perfis e o que fazer para ter sucesso?

Você sabia que existe uma grande diferença entre ser um profissional com potencial e ser um profissional que tem boa performance? Essa é uma dúvida frequente no mundo corporativo e, apesar de serem os dois lados de uma mesma moeda e precisarem caminhar sempre de forma conjunta, o potencial e a performance apontam para direções diferentes.

Um profissional que tem potencial, não importa em qual área ou em qual função ele trabalhe, consegue desempenhar seu papel de forma simples, rápida e sem esforço, com um resultado superior. “O profissional com potencial faz o que precisa ser feito ‘com as mãos nas costas’, sem sofrimento”, explica o empresário Michael Aboud, um dos principais empresários brasileiros nos setores de imóveis, mineração e investimentos.

Em contrapartida, um profissional que tem boa performance, precisa de um pouco mais de esforço para cumprir a mesma tarefa. “Ele precisa de processos, procedimentos bem estabelecidos e por isso, acaba ‘sofrendo mais’ e levando mais tempo para fazer a mesma tarefa que alguém que tem potencial, por exemplo”, completa Aboud.

Apesar da diferença no curto prazo parecer que ter potencial é melhor, no longo prazo esse jogo muda quando o assunto é criar estabilidade e se tornar um profissional além da média. “Ao longo do tempo, o profissional que tem apenas potencial pode acabar se tornando mediano, porque ele sabe o que faz, sabe que faz bem e pode acabar deixando para última hora. Enquanto isso, o profissional com boa performance, apesar de sofrer mais, nunca deixa de treinar e pode criar estabilidade, uma base sólida para a sua vida”, diz o empresário.

Quem ganha esse embate?

“Para chegar ao topo, o potencial precisa encontrar a performance. O profissional que tem potencial, precisa desenvolver uma boa performance e vice-versa”, explica Michael Aboud. E de fato, é a soma das características que faz um profissional deixar de ser mediano e se tornar imbatível, afinal, não é porque temos um diferencial ou grau de facilidade em determinado assunto que devemos deixar de praticá-lo, ou nos deixar acomodar.

Perfil potencial

Para quem tem o perfil mais potencial, é preciso ficar de olho nas seguintes características a serem trabalhadas:

Praticar seus talentos e buscar se atualizar e se desenvolver continuamente;

Melhorar ao menos 1% sempre que precisar fazer um novo projeto;

Não deixar para última hora só porque tem facilidade;

Criar métodos e processos bem estabelecidos para ter um controle de qualidade;

Saber lidar com diferentes paradigmas e oposições

Perfil de boa performance

Para quem não tem um grande potencial, mas tem força de vontade para aprender, alguns pontos também podem ser trabalhados:

Buscar cursos e treinamentos que possam melhorar a visão técnica e os conhecimentos sobre determinado assunto;

Treinar, treinar e treinar;

Dispor de energia e dinamismo para investir cada vez mais na atividade;

Criar métodos que sejam fáceis de serem aplicados para melhorar a velocidade do trabalho;

Praticar a habilidade para entender e conduzir mudanças.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET

Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

DANOS QUE O JUDICIÁRIO BRASILEIRO ESTÁ CAUSANDO AO PAÍS

 

Marcelo Rates Quaranta

Eu quero agradecer, em meu nome e em nome de todas as pessoas comuns, cidadãos simples do meu país como eu, pelas últimas decisões tomadas pelo nosso Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Sim, o Supremo fez de nós pessoas melhores do que pensávamos ser.

Quando olhávamos aqueles Ministros sob suas togas, com passos lentos e decididos, altivos, queixos erguidos, vozes impostadas ditando verdades absolutas e supremas, envoltos numa aura de extrema importância e autoridade, nos sentíamos pequenos, minguados e reles plebeus diante de uma Corte que beirava o sublime, o inatingível e o intangível.

Com essas decisões o Supremo conseguiu fazer com que a minha percepção sobre mim e sobre nós mudasse. Eles não são deuses. São pessoas tão pequenas e tão venais, que qualquer comparação que eu .faça de mim e de nós em relação a eles, seria desqualificar-nos a um nível abissal. Tudo aquilo é fantasia, tudo aquilo é pose e tudo aquilo não passa de um teatro, mas nós somos reais.

Foi aí que eu vi o quanto somos mais importantes que eles! Enquanto as divindades supremas encarnam seus personagens de retidão e lisura, mas com suas decisões abduzem a moral e destroem o país (e de quebra a reputação do Judiciário), nós brasileiros comuns e sem toga trabalhamos arduamente dia e noite para construir o país, ou pelo menos para minimizar os danos que eles provocam.

Então… Como é que um dia eu pude vê-los como sendo superiores a nós? Eu estava enganado. Nós somos muito superiores a eles, mesmo sendo zés, joãos, marias, desde o pequeno ambulante ao médico ou engenheiro. Nós somos as verdadeiras autoridades, porque nossa autoridade não foi conferida por um político malandro capaz de tudo com uma caneta. Nossa autoridade nos foi dada pela nossa força de continuar tentando fazer um Brasil melhor.

Fico sinceramente com pena é dos advogados, que são obrigados a chamar esses ministros de Excelência, ainda que com a certeza de que não há excelência alguma nos serviços que eles estão prestando à nação, mas excrescências Acho que deve ser o mesmo sentimento de ser obrigado a chamar o cachorro do rei de “milord”.

Agora eu sei o quanto somos bem maiores que eles, mesmo sem aquelas expressões em latim e doutrinas rebuscadas cheias de pompas e circunstâncias, que com toda máxima “data venia” no final significam apenas passar perfume em merda.

 Se há alguém realmente importante no Brasil, esse é o Excelentíssimo Povo Brasileiro, que apesar de tudo é obrigado a sentir o mau cheiro que vem da grande Corte, e mesmo com náuseas e ânsia de vômito, tem que acordar as 5 da manhã pra fazer aquilo que eles não fazem: Produzir os impostos para pagar o mais caros salarios e os adicionais como ajudas de custos, verbas de gabinetes/ indenizatorias e os agregados e polpudos auxilios funcionais. (paletó, educação, moradia, viagens, combustível , veiculo, celular, vinho, petshop, canil, periquita e sogra)

Obrigado, Supremo, por nos mostrar que hoje o rei sou eu e o meu povo, porque nao estou encastelado na ilha de Sta. Helena, podemos andar pelas ruas com liberdade e cabeça erguida sem temor de levar tomates e ovos dos súditos.

BOLSONARO PEDE ANULAÇÃO DOS VOTOS DE VÁRIAS URNAS

 

Urnas eletrônicas

Como a base de Bolsonaro reagiu à representação do PL no TSE

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fala com a imprensa no Centro de Eventos e Convenções Brasil, em Brasília.


Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, justificou o pedido do partido ao TSE para invalidar os votos de 279 mil urnas| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O despacho do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, em reação ao pedido do Partido Liberal (PL) para invalidar os votos computados em 279 mil urnas eletrônicas, causou críticas, desconforto e apreensão em parte da base do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso.

Moraes solicitou ao PL que a representação protocolada nesta terça-feira (22) abranja os dois turnos das eleições deste ano, já que as urnas que teriam tido problemas foram usadas em ambas as votações. O recurso do partido contesta apenas os votos do segundo turno. Isso colocaria em xeque não apenas a eleição de candidatos da legenda de Bolsonaro, mas de toda a sua base aliada, e inclusive de candidatos independentes e de oposição.

“O pessoal só queria mexer na eleição presidencial, não querem mexer no cargo deles. E aí, desmorona o resto. É um xeque-mate do Alexandre de Moraes”, afirmou um deputado federal do PL reservadamente à reportagem.

Para o deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), vice-líder do governo na Câmara, há um sentimento de “perplexidade” em relação à decisão do PL de contestar o resultado da eleição. “Ouvi hoje a maioria dos partidos da base e não da base, e estão todos assoberbados com uma decisão e anúncio tão despropositado”, disse.

Essa opinião, porém, não é uma unanimidade na base. Outras lideranças avaliaram de positiva a iniciativa do PL. “É uma representação séria, de empresas de conceito internacional, que devem ser respeitadas e têm que ser ouvidas e respeitadas. Acatar a representação é o mínimo para dirimir dúvidas”, disse o deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), vice-líder do partido na Câmara.

Uma parcela da bancada do PL é favorável à contestação, ainda que isso possa impactar na eleição e reeleição de candidatos. Deputados como Filipe Barros (PL-PR) e Bia Kicis (PL-DF), ambos vice-líderes do partido na Câmara, publicaram nas redes sociais as frases: “Queremos transparência nas eleições mesmo que isso custe o mandato dos já eleitos. Não há democracia sem transparência”.

À Gazeta do Povo, Barros reforçou o posicionamento do partido e entende que o despacho de Moraes não divide a bancada do partido, nem a base governista. “Não discutimos isso ainda, nem posso falar pela bancada, mas posso dizer que o clima do plenário é o mesmo que coloquei no Twitter. Pelo menos da nossa parte, dos deputados que aqui estão e que conversamos sobre isso”, afirmou.

Que análise a base de Bolsonaro faz da decisão de Moraes
Filipe Barros disse que a decisão de Moraes é política e não jurídica. “Tanto é que a coletiva [de imprensa convocada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto] não havia nem acabado e já estava com a decisão pronta”, disse. O parlamentar reforçou essa percepção ao ressaltar que a decisão ignora o histórico sequencial dos logs, o registro de eventos que ocorrem em cada urna eletrônica.

“Ele pede para incluirmos os dados do primeiro turno, que já estão, pois o log da urna é um sequencial e único, tem o histórico de tudo que aconteceu para cada urna específica, o que demonstra tudo do primeiro ao segundo turno. Os relatórios já estão constados na ação do PL. Ele saberia que o que está pedindo já está lá, se tivesse lido”, afirmou.

Barros entende que a determinação de Moraes tem por objetivo constranger Costa Neto e o próprio Congresso Nacional, a fim de incentivar “inúmeros parlamentares” a deixarem de apoiar a demanda por “mais transparência nas eleições”. “O pedido é político e muito frágil, pois o juiz tem que julgar o que foi pedido dentro das partes. Se ele deu prazo para responder, então também posso entender que ele concorda com nossa premissa, e aí, tudo bem, então vamos até as últimas consequências”, argumentou.

Crítico à contestação do PL, o deputado Aluísio Mendes chamou de “correta” a decisão de Moraes. “É uma leviandade questionar [as eleições] quando não tem resultado de que houve fraude concreta. Se está questionando o resultado baseado nessas 280 mil urnas, nada impede a decisão do TSE. Será que estão todos dispostos a participar de um novo processo eleitoral? É o preço a se pagar por uma irresponsabilidade dessas”, argumentou.

O vice-líder do governo classifica como “equivocada” a tentativa de contestação do resultado e entende que o processo eleitoral é comprovadamente confiável. “O presidente Bolsonaro e o PL perdem a oportunidade de aceitar o resultado das urnas e sair com uma grande oposição. Questionar sem fundamentação e prova considero até irresponsável e espero que a razão volte a pairar e que as pessoas entendam que é preciso respeitar o resultado das urnas”, destacou.

Mendes defende que o momento para os candidatos derrotados é discutir o futuro político-partidário para 2024 e pavimentar o caminho para as eleições de 2026. “Não é questionando que vamos mudar o resultado desta eleição. Que assumam a derrota e se preparem para disputar as próximas eleições”, disse.

Qual é a chance de Moraes acatar o pedido do PL
O prazo exíguo de 24 horas para o PL incluir as urnas usadas no primeiro turno no pedido de anulação de votos no segundo turno é considerada na base de Bolsonaro um prazo exíguo. Alguns aliados sustentam que o caminho natural é entrar com um recurso de extensão de prazo.

Ainda assim, a possibilidade de sucesso na reivindicação do PL é avaliada como improvável na base política. “A expectativa de que o TSE dê qualquer decisão a favor de Bolsonaro é zero”, disse à CNN o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que não questiona o resultado das eleições.

O parlamentar considera, porém, importante a manifestação para “questionar a conduta da Justiça eleitoral”. “O TSE tomou lado contra ele, claramente, nas suas resoluções, nas suas decisões durante a campanha, fez tudo que pôde para prejudicar Bolsonaro”, disse. ” “Não há expectativa minha, pelo menos, de que o TSE vá acatar documentos, mas é importante que o partido apresente os seus argumentos para que não fique apenas o lamento de quem perdeu a eleição”, acrescentou.

O deputado Aluísio Mendes reforçou essa análise. “Ninguém acha que vai adiante. Apenas observei dois ou três convalidando”. Por esse motivo, o vice-líder do governo sequer vislumbra a possibilidade um racha na base governista em razão da contestação do resultado eleitoral. “Não tem como rachar, há apenas um sentimento de perplexidade e total descrença que vai resultar em alguma coisa”, disse.

O deputado Filipe Barros reforça o intuito de recorrer até as “últimas consequências”, mas diz que é preciso aguardar. “Vamos ver qual vai ser o desenrolar disso, pois é o TSE investigando o próprio TSE”, comentou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/como-a-base-de-bolsonaro-reagiu-ao-pedido-do-pl-para-anular-votos/
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AUTORITARISMO JUDICIAL BLOQUEIA CONTAS INTEIRAS NA INTERNET

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Bloqueio de contas inteiras nas redes começou no STF com Alexandre de Moraes e depois foi regulamentada pelo ministro no TSE.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Das inúmeras medidas claramente autoritárias que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotaram nos últimos tempos – este, durante a recente campanha eleitoral; aquele, ao menos desde 2019, quando do início do abusivo inquérito das fake news –, existe uma cuja gravidade tem passado despercebida, em parte por não ser tão aparente, em parte porque outras medidas como prisões acabam chamando mais a atenção. Falamos da suspensão total de perfis em mídias sociais, e que hoje atinge inúmeras pessoas físicas e jurídicas: jornalistas, influenciadores digitais, empresários e até mesmo parlamentares com mandato ou eleitos para a próxima legislatura, empresas e partidos políticos. Todos estão impedidos, por ordem judicial, de manter seus perfis ou de criar novas contas nas principais plataformas de mídia social.

A suspensão, é bem verdade, não é invenção da Justiça brasileira. As próprias Big Techs se prestaram com gosto a esse papel, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando até mesmo a publicação de estudos revisados por pares em revistas científicas podia render “ganchos” de no mínimo alguns dias por contrariar supostos “consensos” a respeito de tratamentos ou de medidas preventivas como os lockdowns. Quando as suspensões ou cancelamentos de contas partem da mídia social, ainda seria possível argumentar que se trata de uma relação entre entes privados (o usuário e o site), e mesmo assim já se trata de medida potencialmente problemática. Afinal, as mídias se descrevem como meras plataformas, intermediários que as pessoas usam para se comunicar – com isso, as empresas evitam responsabilização legal pelo que é publicado nos perfis. No entanto, na prática, ao apagar conteúdos ou contas, elas se portam como editoras, ou publishers, o que altera completamente seu status legal e as torna sujeitas a uma série de exigências. Mas mesmo este comportamento das mídias sociais ainda é menos grave que a imposição judicial para que elas cancelem perfis e impeçam seus donos de seguir publicando em contas novas.

Impedir judicialmente alguém, pessoa física ou jurídica, de manter uma conta em mídias sociais é não apenas censura, mas censura prévia, do tipo exato que a Constituição veda explicitamente

A suspensão completa de perfis é medida não prevista expressamente no ordenamento jurídico brasileiro. Não está em nenhum dos códigos que listam medidas cautelares que a Justiça pode adotar, e não aparece nem mesmo no Marco Civil da Internet, que em seu artigo 19, parágrafo 1.º, afirma claramente que eventuais ordens judiciais de retirada de conteúdo precisam conter “identificação clara e específica do conteúdo apontado como infringente, que permita a localização inequívoca do material” – mais ainda: se isso não ocorrer, a ordem judicial se torna nula. Por mais que o Marco Civil já tenha oito anos e seja anterior à epidemia de fake news, em nenhum momento o legislador achou necessário ou conveniente acrescentar o banimento entre as medidas que estariam à disposição da Justiça.

E isso por uma razão tão simples quanto ignorada: impedir judicialmente alguém, pessoa física ou jurídica, de manter uma conta em mídias sociais é não apenas censura, mas censura prévia, do tipo exato que a Constituição veda explicitamente, pois não estamos falando da proibição justificável de conteúdos efetivamente criminosos, e sim do silenciamento puro e simples. O inciso IX do artigo 5.º afirma que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”; e o artigo 220, que em seu caput diz que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”, acrescenta, no parágrafo 2.º, que “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

Censura prévia, sim, porque o indivíduo, empresa ou entidade que a Justiça impede de ter contas em mídias sociais fica proibido de se manifestar publicamente sobre quaisquer assuntos, dos mais prosaicos aos mais essenciais, ainda que o que tivesse a dizer não ferisse o Código Penal ou qualquer outra lei. Sem as mídias sociais, são pouquíssimos os brasileiros que têm a oportunidade de se fazer ouvir e de tornar públicas suas opiniões; o banimento é, assim, o equivalente em menor escala ao fechamento de um veículo de imprensa por ordem judicial, algo que qualquer cidadão não hesitaria em classificar como uma agressão indescritível à liberdade de expressão.


E, ao fazer tal comparação, dizemos “em menor escala”, mas não de menor gravidade. Afinal, a comunicação é uma dimensão essencial do ser humano. Calar alguém é negar-lhe dignidade; é a aniquilação do indivíduo. É por isso que o Marco Civil da Internet prevê apenas a exclusão de conteúdos isolados que de fato violem a legislação nacional e que estejam devidamente identificados na decisão judicial, jamais uma exclusão “por atacado”, muito menos a suspensão do perfil, que são medidas claramente desproporcionais e vão muito além da resposta legal que se admite diante de um conteúdo que efetivamente viole a lei. O cancelamento de perfis não passa pelos filtros do princípio da proporcionalidade, e por isso é o tipo de restrição que jamais deveria ser aceito.

Até mesmo as Big Techs estão percebendo isso, como se vê na ação conjunta das mídias com escritório no Brasil contra a censura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes ao Partido da Causa Operária (PCO). “O bloqueio integral do perfil do Partido da Causa Operária (PCO) na iminência do início do período eleitoral poderia violar, com a devida vênia, dispositivos constitucionais e a própria legislação infraconstitucional relativa à matéria, tendo em vista a possibilidade de caracterização de censura de conteúdo lícito existente nos mais de 20 mil tweets postados pelo usuário desde 2010 e, especialmente, de censura prévia de conteúdo futuro lícito, não necessariamente vinculado ao objeto do inquérito em curso”, afirmaram os advogados do Twitter.

As demais mídias seguiram a mesma linha. “A remoção de um canal inteiro resultaria tanto no cerceamento genérico de discursos passados, sem nenhuma relação com o objeto da investigação, quanto na censura prévia de novos conteúdos sobre quaisquer temas, de forma incompatível com a Constituição e a jurisprudência histórica desse Egrégio Supremo Tribunal Federal”, acrescentou o Google. “A medida de bloqueio completo e irrestrito do canal seria uma clara violação à liberdade de expressão, sob pena de generalização de que todas as publicações do canal, passadas, presentes e futuras, seriam criminosas, o que não pode ser confirmado”, alegou o Telegram.

A suspensão de perfis, como vem sendo feita, equivale ao fechamento de um veículo de imprensa por ordem judicial, algo que qualquer cidadão não hesitaria em classificar como uma agressão indescritível à liberdade de expressão

Os argumentos são tão cristalinos e contundentes que Moraes não teve como enfrentá-los, sempre limitando-se a repetir a decisão original e acrescentar que “o recorrente não apresentou qualquer argumento minimamente apto a desconstituir os óbices apontados. Nesse contexto, não há reparo a fazer no entendimento aplicado”. Ora, na verdade as mídias foram totalmente capazes de apontar o erro da decisão judicial; foi a Moraes que faltou a capacidade de explicar como a suspensão dos perfis do PCO não configuraria censura prévia nem ataque à liberdade de expressão. Capacidade que também faltou aos sete ministros que seguiram o relator sem nem apresentar votos escritos, bem como a Rosa Weber, que ao menos publicou um voto citando a necessidade de a democracia ter “instrumentos de autodefesa”, sem perceber a evidente contradição de invocar medidas totalmente antidemocráticas a pretexto de defender a democracia. Apenas Nunes Marques e André Mendonça foram contrários à censura, defendendo em seus votos a liberdade de expressão. Apesar da derrota do recurso das empresas, o caso ainda aguarda o julgamento de mérito.

Diante da presença de conteúdos potencialmente criminosos nas mídias sociais, a única resposta aceitável é a ação pontual: identifica-se, analisa-se e, se for o caso, exclui-se aquele determinado texto, vídeo ou imagem, em um processo que deve ser repetido quantas vezes for necessário, por mais trabalhoso ou exaustivo que isso seja. Ir além disso é atacar frontalmente a liberdade de expressão, um dos pilares de qualquer democracia. E tirar de alguém o direito à palavra pela supressão de perfis é mais que autoritário, beirando o totalitarismo distópico.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/autoritarismo-suspensao-perfis-midias-sociais/
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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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