Percorremos
alguns trechos de rodovias que ligam Curitiba à Região Metropolitana,
para ver como está a situação das obras prometidas pelo governo do
estado, além de conversar com personagens. Na PR-417 – Rodovia da Uva /
Colombo
Pesquisa da CNT aponta que seriam necessários R$ 72,26 bilhões em
investimentos para recuperar as rodovias no Brasil com ações
emergenciais de restauração e de reconstrução.| Foto: Antônio
More/Arquivo/Gazeta do Povo
Um ato que ajuda a entender por que o
Brasil teve baixo crescimento econômico nas últimas quatro décadas e
quais freios impedem o país de ter taxas de crescimento mais elevadas é
estudar reportagens, informações oficiais e relatórios publicados nos
últimos 20 anos sobre a economia nacional, principalmente aquelas que
tentam explicar os fatores inibidores da elevação do Produto Interno
Bruto (PIB) anual. Os manuais de economia ensinam que o governo é uma
entidade que não produz (afirmação que pode soar estranha para pessoas
não especializadas em teoria econômica), no sentido de que, para fazer
investimentos em obras e oferecer serviços públicos, o governo age como
um síndico de condomínio: ele retira uma parte da renda do setor privado
– pessoas e empresas –, de forma impositiva via tributos, e os valores
arrecadados são usados para sustentar a máquina estatal, contratar obras
e ofertar serviços públicos.
Uma lição inicial básica derivada daquela premissa é que a capacidade
do governo na construção de obras e prestação de serviços depende do
tamanho do produto feito pela economia privada, já que a carga
tributária efetivamente arrecadada é uma fração do produto total do
país, lembrando que produto nacional e renda nacional são os dois lados
da mesma moeda, portanto, são valores iguais. A segunda lição é que o
volume de investimentos e a quantidade de serviços públicos dependem de
como o orçamento governamental é distribuído entre custeio da máquina
estatal, investimentos (especialmente em infraestrutura física) e
serviços públicos.
Se o Brasil não enfrentar com urgência os gargalos dos sistemas de
transportes – aí incluídos os rodoviários e os ferroviários –, as metas
de aumento da produtividade ficarão comprometidas e dificilmente serão
atingidas
Um aspecto que merece destaque é a conta chamada de “transferências
diretas”, que se refere aos valores que o governo repassa às pessoas
beneficiárias sem que haja, no ano da transferência, qualquer
contraprestação de trabalho feito por quem recebe os benefícios. Nessa
conta entram os gastos do governo com pagamento de aposentadorias aos
funcionários públicos inativos, os déficits do INSS e os programas
sociais de transferência de renda, a exemplo do Auxílio Brasil e do
Bolsa Família, além de outros. Assim, a tributação disponível para
custeio, investimentos e serviços públicos é a tributação líquida, dada
pela tributação bruta menos as transferências diretas.
Alguém pode argumentar que o governo tem mais duas opções: fazer
gastos públicos e pagá-los como emissão de moeda, ou seja, sem que haja
receita tributária para tanto, como também pode efetuar gastos tomando
empréstimos e formando uma dívida pública. Vale mencionar que, embora
essas duas fontes de recursos existam, no caso da dívida governamental
há limites de até onde o governo pode ir tomando empréstimos destinados a
pagar seus gastos, da mesma forma como ocorre com uma empresa ou uma
família. Quanto à emissão de dinheiro sem lastro no crescimento do
produto nacional, essa é uma saída maléfica porque resulta
invariavelmente em inflação.
Essa digressão teórica remete à questão essencial para o
progresso nacional: o Produto Interno Bruto (PIB) tem de crescer, seja
para gerar empregos, renda e elevação do produto por habitante, como
para aumentar os valores arrecadados pelo governo mantida a carga
tributária como porcentual do PIB. E aqui entra uma questão essencial:
como eliminar os obstáculos que travam o crescimento econômico? Para
responder a essa questão é necessário conhecer os inibidores do
crescimento e, de saída, pode-se citar o eterno problema da
infraestrutura física, que é pequena, velha e tecnologicamente atrasada.
Há 15 anos, mais precisamente no último trimestre do ano de 2007,
análises e publicações falavam das limitações que o Brasil estava
enfrentando em termos de estrutura de transportes rodoviários,
transporte ferroviário, portos, energia e armazenagem. Essas fontes
citavam as cidades congestionadas, as filas de caminhões nos portos
esperando dias para descarregar, a inexistência de trens de passageiros
de longa distância e a gigantesca perda de tempo, de recursos e de
produtividade que tudo isso causava à economia nacional.
Tomando apenas a questão do transporte de cargas e passageiros, o
rendimento em termos de distância percorrida por tempo gasto é um
problema antigo e que persiste atualmente no Brasil, e esse é um dos
principais fatores da baixa produtividade/hora do trabalho. A
produtividade é o produto total anual do país dividido pelo número de
horas trabalhadas no ano. Nos Estados Unidos, essa produtividade é de
US$ 70/hora; no Brasil, é de US$ 19/hora. Ou seja, a produtividade
brasileira corresponde a apenas 29% da norte-americana, e uma das razões
é o travamento do sistema de transportes urbanos e interurbanos.
Recentemente surgiram matérias e entrevistas de empresários
informando que, se o Brasil não enfrentar com urgência os gargalos dos
sistemas de transportes – aí incluídos os rodoviários e os ferroviários
–, as metas de aumento da produtividade ficarão comprometidas e
dificilmente serão atingidas. Embora o país tenha outros problemas
igualmente importantes para enfrentar a fim de promover o crescimento
econômico, a infraestrutura do sistema geral de transportes é o que tem
um dos maiores impactos (se não o maior) no funcionamento da máquina
produtiva nacional.
15 plataformas digitais essenciais na ascensão da nova direita no Brasil Por Leonardo Desideri – Gazeta do Povo Brasília
Plataformas digitais foram fundamentais para o crescimento da nova direita no Brasil.| Foto: Brasil Paralelo/Reprodução
A
internet foi fundamental para o crescimento da nova direita no Brasil.
Sem contas em redes sociais, plataformas de cursos online, canais no
YouTube, blogs e comunidades digitais, dificilmente o monopólio
esquerdista do debate público seria rompido.
Para finalizar o especial “A direita desperta”, que fala sobre a
ascensão da nova direita no Brasil, a Gazeta do Povo elencou as 15
plataformas digitais mais importantes para o crescimento dessa força
política no Brasil. Entre os selecionados, há desde iniciativas muito
recentes até algumas que já não existem mais. Confira a lista:
Curso Online de Filosofia (COF) Em 2009, Olavo de Carvalho já era
um filósofo conhecido e respeitado entre conservadores brasileiros,
tinha publicado seus livros mais importantes e adquirido certa fama como
polemista em alguns veículos de comunicação. Ainda não era, no entanto,
uma figura massivamente popular. Isso começou a mudar com a criação do
Curso Online de Filosofia (COF), modernização de uma iniciativa mais
antiga de Olavo, o Seminário de Filosofia. Foram cerca de 500 aulas
ministradas a partir de 2009, que ajudaram a formar diversos dos
personagens importantes da nova direita mencionados neste artigo e a
colocar o nome de Olavo na boca do povo.
Brasil Paralelo Com mais de 400 mil assinantes, a Brasil Paralelo
é o projeto mais ambicioso de mídia da nova direita. Em 2016, a empresa
começou a lançar documentários desafiando visões de mundo hegemônicas
entre intelectuais brasileiros, o que começou a atrair um público
cansado das narrativas marxistas que predominam em escolas,
universidades e nos meios de comunicação. Aos poucos, a BP deixou de ser
um mero canal no YouTube e, hoje, já pretende investir no ramo do
entretenimento e competir com gigantes como a Netflix.
Guerrilha Way O médico Ítalo Marsili tem mais de 1,6 milhão de
seguidores no Instagram é, hoje, entre pessoas físicas, o maior caso de
sucesso com membros da nova direita nas plataformas digitais – ainda que
seu principal foco não seja a política, mas a psiquiatria. Com a ajuda
de Arno Alcântara, especialista em marketing digital, conteúdos como o
Guerrilha Way e o curso “Os 4 Temperamentos” se popularizaram
rapidamente, atraindo sobretudo jovens adultos interessados em
fortalecer seu caráter e melhorar aspectos de sua vida no campo afetivo e
espiritual.
Cedet Não é exagero dizer que todo grande influenciador
direitista no Brasil é dono de uma livraria virtual. O mercado editorial
foi um dos caminhos que a nova direita encontrou para monetizar sua
influência no mundo digital, e o Cedet é o principal viabilizador disso.
A plataforma é responsável, por exemplo, pela implantação e operação
das livrarias virtuais de Olavo de Carvalho, Ítalo Marsili, Bárbara
Destefani (canal Te Atualizei), Rodrigo Constantino, Bernardo Küster e
diversos outros canais e influenciadores de direita. Fundado por César
Kyn e Silvio Grimaldo, o Cedet trabalha assumindo os custos de impressão
e distribuição dos conteúdos. “Com a enorme redução de custos é
possível dedicar todos os esforços no negócio central que é publicar
novos livros. Com isso, é possível aumentar a frequência de publicações e
causar maior impacto cultural”, diz o site do Cedet.
O Novo Mercado Sem a influência de Ícaro de Carvalho, criador do
curso de marketing digital O Novo Mercado, parte dos infoprodutos
mencionados aqui dificilmente teria êxito financeiro. Sua estratégias de
marketing foram determinantes, por exemplo, para viabilizar iniciativas
como Brasil Paralelo, Minha Biblioteca Católica e Lumine. Ainda que os
conteúdos de Ícaro de Carvalho sejam direcionados a um público
ideologicamente mais amplo que o de outras plataformas mencionadas neste
artigo, foi grande seu papel em explorar o potencial de marketing e
estabelecer modelos de negócio da nova direita.
Canais do padre Paulo Ricardo e outras iniciativas cristãs Embora
o foco de seus conteúdos seja religião, e não política, o padre Paulo
Ricardo oferece há mais de uma década – através de seu canal no YouTube,
de suas redes sociais e de seu site – antídotos à influência do
marxismo na educação e nos meios de comunicação no Brasil. Com isso,
muitos integrantes da nova direita brasileira relatam que o sacerdote
foi influente na mudança de mentalidade que os atraiu ao conservadorismo
na política. Seu canal no Youtube já tem mais de 1,5 milhão de
seguidores – marca próxima do 1,8 milhão de seguidores de uma
celebridade como o padre Fábio de Melo. Outras plataformas católicas,
como a Lumine – uma espécie de Netflix do catolicismo – e os canais do
influenciador digital Bernardo Küster também foram insistentes no
combate ao marxismo cultural e podem entrar na mesma categoria.
Blogs e comunidades de Orkut de direita da década de 2000 Anos
antes da explosão de plataformas como Facebook, Instagram, WhatsApp e
YouTube, os precursores da nova direita começaram a aparecer em
agregadores de blogs como o Wunderblogs e algumas comunidades de Orkut.
Sua maior influência era, sem dúvida, o filósofo Olavo de Carvalho, que
ainda estava longe do mainstream, mas já era bastante conhecido no nicho
conservador. Membros dessa subcultura foram determinantes na formação
da nova direita, ainda que alguns deles tenham se tornado dissidentes.
Institutos liberais: Millenium, Mises Brasil, Liberal etc. Ainda
que alguns think tanks liberais existam há décadas e sejam mais do que
meras plataformas digitais, a internet potencializou o alcance dessas
iniciativas, principalmente com cursos online. Com isso, os institutos
liberais têm conseguido usar as ferramentas digitais para popularizar o
liberalismo econômico no Brasil.
Centro Dom Bosco Ao relatar sua recente conversão ao catolicismo e
explicar seu engajamento na defesa de valores conservadores, a atriz
Cássia Kis costuma citar o papel do Centro Dom Bosco na transformação em
sua vida. Ela é só uma das milhares de pessoas influenciadas por essa
associação de católicos leigos fundada em 2016 no Rio de Janeiro. Embora
o foco do Centro Dom Bosco seja a fé católica, os seus livros, vídeos e
cursos de formação tocam em temas políticos com frequência,
especialmente quando estes se relacionam com religião. O canal do Centro
Dom Bosco no Youtube já tem quase 400 mil inscritos.“Desejamos formar
uma nova geração de católicos capazes de renovar a Igreja e a Terra de
Santa Cruz”, diz o site do grupo.
Instituto Borborema Fundado em 2015, este instituto com sede em
Campina Grande (PB) tem como objetivo “o resgate da verdadeira educação e
da verdadeira cultura” e oferece cursos online com esse propósito.
“Acreditamos que os grandes problemas brasileiros são consequências
diretas da derrocada educacional que assola o país há pelo menos cinco
décadas”, diz o Instituto Borborema em seu site.
Como Educar Seus Filhos e influenciadores do homeschooling Por
conta da ideologização do ensino em todos os níveis, a educação é uma
das principais preocupações da nova direita. Diversas iniciativas têm
surgido como proposta de antídoto aos efeitos das décadas de domínio da
esquerda na pedagogia brasileira. Uma das principais, já extinta, foi o
canal Como Educar Seus Filhos, do atual secretário Nacional de
Alfabetização, Carlos Nadalim. Também viraram tendência os canais em que
pessoas com experiência na prática do homeschooling compartilham seus
conhecimentos na área – caso, por exemplo, do Diário Desescolar, que já
tem mais de 100 mil seguidores no Instagram e lançou até material
escolar próprio.
Tias do Zap e grupos de direita em apps de mensagens A esquerda
costuma apontar o compartilhamento em massa de fake news como um dos
motivos pelos quais a direita cresceu no Brasil. Segundo essa teoria, as
“tias do Zap” – como têm sido chamadas as senhoras direitistas viciadas
em falar de política pelo WhatsApp – e outros membros da direita seriam
presas fáceis da “desinformação”. O que não se costuma levar em conta,
no entanto, é a importância do conteúdo verídico desses grupos como
vacina legítima contra o viés esquerdista de boa parte dos veículos de
comunicação. Seria benevolente demais com as tias do Zap afirmar que as
notícias falsas não se multiplicam em grupos do tipo, mas a desconfiança
em relação aos meios tradicionais de comunicação tem motivos razoáveis,
e os grupos de WhatsApp têm sido, com suas virtudes e defeitos, uma
alternativa a isso.
Canais de comentário político: Kim Paim, Te Atualizei, Terça Livre etc. As
plataformas digitais expandiram a “Janela de Overton” – isto é, a gama
de posições políticas toleradas dentro da opinião pública. Contribuíram
para abrir essa janela alguns canais de comentário político no YouTube,
como os de Kim Paim, de canal homônimo, Bárbara Destefani, do canal Te
Atualizei, e Allan dos Santos, do canal Terça Livre.
Canais e contas nas redes sociais de humor O bordão “the left
can’t meme” – “a esquerda não sabe fazer memes”, em tradução livre –
teve sua existência justificada nas eleições de 2018 no Brasil, quando o
sucesso da direita com o humor nas redes sociais foi apontado como um
dos motivos da ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência. A esquerda foi
incapaz de oferecer uma oposição nesta frente. Parte deste sucesso se
deve a contas nas redes sociais que misturam política com humor, como
Joaquin Teixeira – que tem mais de 400 mil seguidores no Twitter –
Bolsonaro Zuero e Ódio do Bem. Na mesma linha, no YouTube, há
iniciativas mais de nicho como o Brasileirinhos, com 147 mil inscritos
no YouTube, e o Canal Hipócritas, com 1,5 milhão de inscritos.
Canais de liberais dissidentes: MBL, Mamãe Falei, Nando Moura e outros Um
dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri,
equivaleu Lula (PT) a Jair Bolsonaro (PL) como opção eleitoral para a
presidência da República, e declarou voto nulo no segundo turno das
eleições presidenciais de 2022. Mas, antes de brigarem com apoiadores de
Bolsonaro e serem considerados dissidentes da nova direita, canais de
tendência liberal como o do MBL ou de figuras como Mamãe Falei e Nando
Moura ajudaram a combater as hipocrisias e incoerências de esquerdistas,
e foram importantes sobretudo em disseminar a aversão ao petismo na
sociedade.
Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, em encontro do Foro de São Paulo em Manágua, em 2011| Foto: EFE/Mario López
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito prometendo salvar a
democracia. Há quem tenha se escorado nessa missão nobre, autoatribuída
por Lula, para higienizar a consciência para votar nele, mesmo sabendo
que as gestões petistas ficaram conhecidas por terem gerado e parido o
maior escândalo de corrupção da história. Beleza. Lula está eleito, mas
ainda não deixou claro qual é o seu compromisso com a democracia. Será
que a missão se resumia a derrotar Jair Bolsonaro?
Qual apreço Lula, sua turma e partido têm para com a democracia? Os
sinais que os petistas estão emitindo desde a equipe de transição e fora
dela são desanimadores. Para pensar a política externa brasileira, por
exemplo, Lula escalou pesos-pesados do petismo mais radical. Na largada,
colocou a diretora do Foro de São Paulo, Monica Valente, e o secretário
de relações internacionais do PT, Romênio Pereira, para engrossar o
caldo do time que adora a tal diplomacia “ativa e altiva” e tem paixão
pelo eixo Sul-Sul.
Valente e Pereira são fãs incondicionais de ditadores latinos como o
venezuelano Nicolás Maduro, os gerontocratas cubanos e o nicaraguense
Daniel Ortega. No ano passado, a dupla causou constrangimento ao
publicar uma nota oficial parabenizando o companheiro Ortega pela
vitória em simulacro de eleição, que foi marcado pela prisão dos
opositores e violência contra quem ousou protestar. A nota foi tirada do
ar, para evitar danos eleitorais.
Nesta semana, a Embaixada da Venezuela no Brasil – cujo todo “corpo
diplomático” perdeu esse status junto ao Itamaraty e basicamente é
composto de imigrantes ilegais – realizou uma cerimônia em homenagem ao
deputado federal Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul. Declarados
personas non gratas pelo governo brasileiro, eles deveriam ter ido
embora do Brasil em 2020, mas Pimenta entrou com uma ação no STF e
garantiu a permanência deles aqui.
Pimenta também foi quem liderou uma reação violenta em uma tentativa
de retomada da embaixada pelos diplomatas (esses sim reconhecidos pelo
governo brasileiro) indicados por Juan Guaidó. Ao estilo black bloc,
Pimenta reuniu um pessoal do PSOL, MST e PT para dar uns sopapos em
cidadãos venezuelanos dentro da embaixada deles. Tudo por amor já
declarado a Maduro e à revolução bolivariana.
Em Cuba, o regime já começou a se preparar para a sonhada retomada da
exportação de mão de obra médica. A imprensa estatal, que fazia
contagem regressiva para eleição de Lula e não escondia os planos de
enviar os médicos para o Brasil, entrou em modo repouso. Fontes médicas
da ilha dizem que é pura dissimulação. Não querem chamar a atenção para
não atrapalhar um possível retorno que, ao que tudo indica, seria via
intermediários como o Consórcio Nordeste – uma agremiação de
governadores de esquerda que surgiu em 2019 para fazer oposição, ou,
como dizem, resistência, ao então recém-empossado Jair Bolsonaro.
Para ajudar Cuba, os governos petistas rasgaram as leis brasileiras e
permitiram que o nosso país se transformasse em uma extensão dos braços
do regime comunista dos Castro. Mais de 15 mil médicos passaram pelo
Brasil em um regime em que 70% dos salários deles era confiscado para
nutrir os cofres do regime. Mas como Cuba é um símbolo socialista, a
escravidão não é escravidão. O abuso não é abuso. Os crimes não são
crimes.
Tolerância companheira que tem feito com que a esquerda relativize e
principalmente glamorize regimes ditatoriais. Algo profundamente
incompatível com quem nutre o menor compromisso com valores
democráticos.
Ditadura é ditadura. Seja ela de esquerda, de direita ou religiosa.
Lula já demonstrou no passado uma fluidez vexatória no compromisso
com a democracia. Deportou cubanos que esperavam ser acolhidos em meio a
um pedido de asilo. Sob o pretexto de construir a paz, ajudou o Irã a
ganhar tempo para acelerar seu programa nuclear, tentou amordaçar a
imprensa e torrou centenas de milhões de dólares dos contribuintes
brasileiros em empréstimos concedidos com quase nenhuma garantia para
ditaduras latino-americanas e africanas, por meio do BNDES.
Lula tem a chance de fazer um ajuste na rota. A questão, entretanto,
não é mais sobre chance. É preciso saber se Lula deseja mudar. Os sinais
até agora indicam que não.
Paraná Bloqueio causou acidente envolvendo van Tribuna do Paraná
A
situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466,
onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra.|
Foto: Reprodução/ Whats App Ouça este conteúdo Manifestantes
apoiadores de Bolsonaro insatisfeitos com o resultado da eleição
presidencial voltaram a bloquear rodovias no Paraná, do final da noite
de ontem (18) até o início da manhã de hoje (19). Foram registrados dois
bloqueios em estradas federais, ambos na cidade de União da Vitória.
A situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466,
onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra ,
causando um acidente com uma van que levava um grupo de adolescentes em
uma viagem para o parque Beto Carrero, em Santa Catarina.
A outra rodovia bloqueada pelos manifestantes que não aceitam a
vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi a BR-476, no quilômetro
357.
Acionada para atender as ocorrências, a Polícia Rodoviária Federal
(PRF) informou que conseguiu liberar o tráfego nos dois locais de
bloqueio ao longo da manhã de hoje, mas o trânsito ainda apresenta
lentidão devido à concentração dos manifestantes às margens das
rodovias.
Manifestantes insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial
voltaram a bloquear rodovias no Paraná. Do final da noite desta
sexta-feira (18) até o início da manhã de sábado (19) foram registrados
dois bloqueios em estradas federais que cortam o Paraná. Ambos ficam na
cidade de União da Vitória.
A situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466,
onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra. Esse
bloqueio causou um acidente com uma van que levava um grupo de
adolescentes em uma viagem para o parque Beto Carreiro, no estado
vizinho de Santa Catarina.
A outra rodovia bloqueada pelos manifestantes que não aceitam a
vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi a BR-476, no quilômetro
357.
PRF trabalha para liberar tráfego
Acionada para atender as ocorrências, a Polícia Rodoviária Federal
(PRF) informou que conseguiu liberar o tráfego nos dois locais de
bloqueio ao longo da manhã de hoje, mas o trânsito ainda apresenta
lentidão devido à concentração dos manifestantes às margens das
rodovias.
Larga com críticas, contragolpe de Infantino e recepção amistosa
Foto: Anne-Christine POUJOULAT / AFP
Publicidade
Por Ricardo Magatti – Jornal Estadão
Mundial começa com duelo entre Catar e Equador, ofuscado pelas
críticas sobre as condições precárias de trabalhadores imigrantes e a
proibição da venda de cerveja nos estádios
ENVIADO ESPECIAL A DOHA (CATAR) – A primeira Copa do Mundo no Oriente Médio larga neste domingo, 20, com o duelo entre o anfitrião Catar e o Equador. Pouco se fala, porém, sobre a partida no país-sede do Mundial, dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo e da terceira maior de gásnatural. Horas antes de a bola rolar, o debate era centralizado nas críticas por acusações do Catar de violar direitos humanos e questionamentos dos torcedores a respeito da proibição da venda de bebida alcoólica nos estádios.
Os torcedores estão empolgados com o torneio nas ruas de Doha,
capital do Catar, uma pequena nação situada às margens do Golfo Pérsico,
mas a Fifa e o Comitê Supremo para Entrega e Legado lidam com críticas todos esses dias que antecederam o pontapé inicial da competição.
Homens tocam instrumentos musicais na abertura do Fifa Fan Festival, em Doha, no Catar. Foto: REUTERS/Marko Djurica
Existem denúncias relacionadas à condição precária de trabalhadores
imigrantes nas obras do Mundial e acusações de que o país viola direitos
humanos e também cerceia direitos das mulheres e da população LGBT+.
O código penal do país muçulmano, que se tornou uma potência
econômica a partir da descoberta do petróleo, em 1940, proíbe o
casamento e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que podem ser
punidas com até sete anos de prisão e também não tolera manifestações
afetivas em público.
As cobranças fizeram Gianni Infantino,
presidente da Fifa, contra-atacar. A fim de rebater os críticos, ele
disse se sentir catariano, árabe, africano, gay, deficiente e
trabalhador imigrante e afirmou que não são justos os questionamentos.
“O que está acontecendo agora é profundamente injusto”, rebateu o
dirigente, que voltou à sua infância na Suíça para contar ter sido
discriminado.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, rebateu as críticas à organização da Copa do Mundo no Catar.
Quando criança, fui discriminado porque era ruivo, tinha sardas, eu era italiano, falava mal alemão
“Não sou tudo o que mencionei antes, e não sou realmente um
trabalhador estrangeiro, mas me sinto assim porque sei o que é ser
discriminado”.
O presidente da Fifa garantiu que as condições dos trabalhadores,
quase todos imigrantes, melhoraram desde que as obras começaram. “Quando
cheguei em Doha, vim para ver os alojamentos dos trabalhadores e disse
que as condições não eram boas e deveriam mudar, e, assim como a Suíça
mudou, o Catar também melhorou”.
Ele fez uma provocação ao dizer que os torcedores podem “sobreviver”
sem consumir cerveja durante os jogos. A bebida será vendida apenas nas
“fan fests” oficiais e com limitação de quatro copos por torcedor.
Recepção amistosa
Oito estádios vão receber jogos da Copa do Mundo do Catar. Foto: REUTERS/John Sibley
As críticas a respeito das condições sofríveis dos colaboradores que
trabalharam nas obras dos oito estádios contrastam com as palavras de
alguns desses trabalhadores, incluindo também voluntários. O queniano
Francis é um deles. Ele deixou seu país há oito anos para tentar uma
vida melhor no Catar e se aplicou para ser voluntário durante a
realização do Mundial.
“Trabalhei na construção dos estádios e não tive problemas”, relatou o queniano ao Estadão,
um dos que ajudou a erguer o Al Bayt, estádio que será palco da
abertura da competição neste domingo. “Eles (organizadores) têm sido
gentis comigo”.
Francis agora é um dos voluntários destacados para trabalhar no Grand
Hamad Stadium, centro de treinamento da seleção brasileira durante toda
a Copa do Mundo e casa do clube Al Arabi. O local é pequeno, mas bem
cuidado e as condições dos gramado são boas. “Eu estou aqui justamente
por causa do Brasil”, diz o queniano, fã da seleção brasileira, para
quem torcerá no Catar, além de Gana. O clube do qual é fã é o Manchester
United. “Gosto do Casemiro e do Fred”.
São muitos os imigrantes no Catar. Eles vêm, no geral, de países
pobres da África e da Ásia, como Nepal e Bangladesh. Trabalham como
motoristas, seguranças, garçons e em outras funções similares. De
Bangladesh veio o jornalista Arafat Zubaear. Ele e seu colega passaram
parte da visita ao CT em que treinará a seleção brasileira entrevistando
jornalistas brasileiros. “Gosto muito do Brasil. Vou torcer pela
seleção brasileira”, diz ele.
A Copa do Mundo do Catar é considerada uma das edições mais controversas da história do torneio. Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN
Em seu país, sobretudo na capital Daca, há uma polarização na
torcida. Metade apoia a seleção brasileira e a outra metade, a
Argentina.
É possível notar, andando pelas ruas, instalações do Mundial e outros
lugares no Catar que existe um esforço da nação árabe para ser gentil e
afável na recepção aos torcedores estrangeiros. A estimativa é de que
mais de 1 milhão de turistas tenham viajado ao país para assistir às
partidas da Copa.
No aeroporto, a entrada dos turistas tem sido rápida. Ainda que
centenas de voos tenham chegado ao Catar, o processo é célere, uma vez
que, na imigração, são poucas as perguntas. É checado o número do
passaporte e do Hayya Card. Na saída do aeroporto, os funcionários das
operadoras ligadas à organização do Mundial entregam um chip de celular
gratuito por dois ou três dias. Depois disso, o turista tem de fazer uma
recarga para continuar usando o serviço.
Um problema, no entanto, tem sido o funcionamento do Hayya Card,
espécie de visto obrigatório para entrar no país. Há relatos de que o
documento digital, que guarda os dados do visitante, seja torcedor,
jornalista ou da organização, muitas vezes apresenta falhas e fica sob
revisão.
Candidatos fazem provas de Matemática e Ciências da Natureza neste domingo; veja regras
Foto: Redação
Por Redação – Jornal Estadão
Serão 90 questões de múltipla escolha; exame é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País
O segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 acontece
neste domingo, 20, a partir das 13h30. Os candidatos terão cinco horas
para realizar as provas de Matemática e Ciências da Natureza. Serão 90 questões de múltipla escolha. O exame é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País.
Na última semana, os candidatos fizeram provas de Redação, Linguagens e Ciências Humanas. O primeiro dia de prova teve 26,7% de abstenção –
2,5 milhões de estudantes fizeram o exame. O número de inscritos foi de
3,4 milhões, o segundo menor patamar desde 2005. O Enem tem passado por
uma queda do total de inscritos nos últimos anos.
Movimentação de alunos para realizarem as provas do primeiro dia do Enem deste ano Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Para evitar contratempos neste domingo de prova, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) orienta
os participantes a atentarem-se para o horário e para o local de
aplicação do exame. Reforça também que eles confiram, antes de sair de
casa, se estão levando documento de identificação válido.
Os portões de acesso serão abertos às 12h e fechados às 13h.
A aplicação começa às 13h30 e termina cinco horas depois, às 18h30.
Aqueles que tiveram os pedidos de tempo adicional aprovados terão uma
hora a mais para concluírem as provas. Serão 90 questões de Ciências da
Natureza e suas tecnologias e de Matemática e suas tecnologias.
Para realizar o exame, é obrigatória a apresentação da via original de documento de identificação oficial com foto,
como cédulas de identidade expedidas por secretarias de Segurança
Pública, polícias Militar e Federal ou pelas Forças Armadas. Também é
aceita identidade expedida pelo Ministério da Justiça para estrangeiros.
São válidos ainda para identificação do participante documentos
digitais com foto (e-Título, CNH Digital e RG Digital), apresentados nos
respectivos aplicativos oficiais. Não serão aceitas capturas de tela. A
relação dos outros documentos válidos, além de outras informações, pode
ser acessada na Página do Participante.
Regras para o momento da prova
A prova deve ser respondida com caneta esferográfica de tinta preta,
fabricada em material transparente. Os participantes que solicitaram
atendimento especializado para transtorno do espectro autista e que
tiveram o pedido aprovado poderão utilizar caneta fabricada em material
transparente com tinta colorida. O uso é exclusivo para marcação no
Caderno de Questões, mas o Cartão-Resposta deve ser preenchido com
caneta de tinta preta.
No momento da aplicação, não será permitido o uso de qualquer objeto eletrônico.
O estudante deverá guardar esses materiais, desligados, no envelope
porta-objetos, antes de entrar no local de aplicação. O envelope deve
ser mantido debaixo da carteira, lacrado e identificado, durante toda a
permanência do estudante no local de provas.
No caso dos participantes do Enem Digital, o Inep disponibilizou, no seu canal do YouTube, o tutorial da plataforma de aplicação da versão digital do exame.
O material orienta o participante sobre a usabilidade do sistema
durante a realização da prova. Ao todo, 32,4 mil alunos fizeram o
primeiro dia de provas no modo online neste ano.
O Enem deste ano reúne gerações de alunos que tiveram grande parte da formação do ensino médio em aulas a distância,
por causa da pandemia que já dura quase três anos. Com isso, a rotina
de preparação teve de ser reinventada, para superar desafios de
aprendizagem e saúde mental. A prova tem visto uma gradativa queda do
total de inscritos. Foram 3,4 milhões nesta edição, ante um pico de 8,7
milhões em 2014.
Investidor anjo dá dicas para fazer a ideia se tornar interessante para investidores
Ter novas ideias é fácil. Elas surgem a todo momento, para todas as
pessoas, de todas as horas. Provavelmente você já ouviu várias pessoas
dizerem que tem uma ideia para um aplicativo melhor que a Uber, ou uma
empresa com a logística melhor que o iFood, por exemplo, certo?
Para Jonathas Freitas, empresário e investidor anjo que já participou
da fundação de mais de 40 startups de tecnologia que se tornaram
reconhecidas nacional e internacionalmente, a grande diferença não está
em ter ideias e sim, na capacidade de conseguir executar o projeto,
tornar seu produto ou serviço interessante, rentável e passível de ser
comprado por investidores. “Qualquer pessoa pode ter uma ideia que vai
mudar o mundo. Mas são poucas aquelas que conseguem tirar essa ideia do
campo da mente e torná-la palpável, interessante e disponível para ser
colocada em prática. Essa é a grande diferença entre um empreendedor com
potencial e um que não consegue se desenvolver”, explica o especialista
que é considerado uma das pessoas mais importantes da tecnologia nos
dias de hoje. “Qualquer investidor, antes de aportar na ideia, acredita
na pessoa por trás dela. A pessoa vale muito mais que a ideia”,
completa.
De fato, para se ter ideias basta pensar um pouquinho fora da caixa
ou se deparar com uma situação diferente na rotina. Mas, para fazer um
investidor se apaixonar a ponto de investir o próprio dinheiro nela, é
preciso suar a camisa. Por isso, Freitas compartilha algumas de suas
dicas do que o fazem se interessar pelo negócio antes do primeiro
investimento, veja:
Conhecimento de mercado e de clientes
Ao ter uma grande ideia, o empreendedor precisa se aprofundar no
mercado em que pretende se inserir e nos clientes que se beneficiarão da
solução. Só assim, é possível saber se o negócio será rentável a longo
prazo. “Muitos empreendedores têm ideias mirabolantes mas não tem noção
de como é o mercado ou como são os clientes. Assim, a ideia não se torna
palpável, não existem formas de tirá-la do papel se não se tem
conhecimento de mercado e de clientes”, explica Jonathas.
Ideia não conseguiu “ser morta”
Ter reforço positivo é fácil. Apesar disso, um bom empresário precisa
encontrar formas de falsear e matar a sua ideia, para verificar se ela
realmente é capaz de sobreviver e se ela tem um diferencial competitivo
no mercado atual. Na fase de concepção e planejamento, é imprescindível
encontrar pontos que podem destruir a ideia e encontrar formas de
solucionar essas fraquezas, inclusive na parte de regulamentação e seus
possíveis problemas legais.
Simplicidade
Boas ideias são ideias simples. Se precisa ficar explicando, tirando
muitas dúvidas, quebrando muitas objeções, ainda é necessário planejar e
simplificar mais. “Evite colocar muitas regras, muitas informações e
muitas barreiras logo de entrada. O cliente gosta de soluções fáceis de
entender”, diz o empresário.
Paixão do empreendedor
Um investidor, antes de aportar na ideia, investe no perfil do
empreendedor, afinal, uma pessoa que é capaz de ter uma boa ideia é
tirá-la do papel, é capaz de outras coisas grandiosas. A paixão pelo
negócio como se o mundo dependesse daquela ideia é crucial para o bom
andamento, afinal, é como diz o ditado “é o olho do dono que engorda o
gado”, mas eu complemento, que se você consegue criar algo que o mercado
precisa muito, “você vai ter uma ração de qualidade” dessa forma,
empresário e empresa viram a combinação perfeita para tracionar no
mercado.
Diferencial competitivo
Toda ideia tem um diferencial competitivo quando comparada aos
concorrentes. Se antes, o atendimento humanizado ao cliente era um
diferencial, por exemplo, hoje, ele é um aspecto mínimo, uma obrigação.
Os clientes e os mercados mudam, por isso, os diferenciais precisam
estar cada vez melhores e mais competitivos. “Um empresário que está
sempre pensando em inovações dentro do próprio negócio e da própria
ideia, com certeza brilha meus olhos. Sei que seu negócio nunca ficará
estagnado, parado no tempo”, finaliza Jonathas.
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas
mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por
dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real
tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha
é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
• Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;
• Informações detalhadas dos Shoppings de Ipatinga;
• Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;
• Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do
Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e
Santana do Paraíso;
• Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;
• Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;
• Notícias da região e do mundo;
• Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;
• Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;
• Fazemos métricas diárias e mensais de cada consulta às empresas e seus produtos.
• Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
O que esperar de Lula na segurança pública: propostas e desafios do novo governo Por Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a
criticar o teto de gastos nesta quinta (17).| Foto: Sebastião
Moreira/EFE.
Com poucas proposições à segurança pública
apresentadas tanto no programa parcial de governo como durante a
campanha eleitoral, o cenário que se desenhará na nova gestão do
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de poucas definições
claras e muitas incertezas em relação ao tema.
Em programas eleitorais, discursos e entrevistas durante a campanha,
Lula focou em críticas à política de segurança pública do atual
presidente, Jair Bolsonaro (PL), em especial quanto às diretrizes sobre
flexibilização do acesso a armamento e munições. Em contrapartida,
prometeu retomar o Estatuto do Desarmamento com o endurecimento das
regras de acesso a armamento pela população civil.
Lula também sugeriu medidas como a recriação do Ministério da
Segurança Pública, que existiu entre 2016 e 2018 no governo Temer e hoje
está integrado ao Ministério da Justiça, e a priorização ao Sistema
Único de Segurança Pública (SUSP), que integraria forças policiais dos
estados e da União. Durante a campanha eleitoral foi aventada, ainda,
pela campanha de Lula, a criação de uma Guarda Nacional para atuar em
crises ligadas à segurança pública.
No entanto, pesam contra o presidente eleito recentes declarações
dadas por ele que são apontadas por adversários como de tolerância ao
crime, além de diretrizes ideológicas do Partido dos Trabalhadores (PT),
que defende políticas de menor rigor no combate às drogas,
desencarceramento em massa, desmilitarização das polícias e
enfraquecimento da atuação das forças de segurança.
Como exemplo, o PT é um dos partidos que atua como amicus curiae
(amigo da Corte) na ADPF 635, que tramita no Supremo Tribunal Federal
(STF). Na ação, o partido endossou o pedido de diversas restrições a
operações policiais em comunidades no Rio de Janeiro.
Como mostrado pela Gazeta do Povo, a política em questão resultou no
fortalecimento territorial do narcotráfico, na ampliação aos milhares de
barricadas dentro das comunidades dominadas pelo crime organizado para
impedir o avanço de viaturas; e na migração de lideranças do tráfico de
outros estados para os morros fluminenses, ao perceberem os locais como
seguros para permanecerem impunes enquanto comandam o crime em seus
estados de origem.
Principais desafios do novo governo
A Gazeta do Povo conversou com integrantes de forças policiais e
demais especialistas em segurança pública para entender o que é possível
esperar de Lula em relação ao combate à violência e à criminalidade.
O desafio central do futuro governo apontado pelos especialistas é
manter o ritmo decrescente dos índices de mortes violentas intencionais
(homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte), que
desde 2018 estão em tendência de queda. Durante a gestão de Dilma
Rousseff (PT), os indicadores de homicídios saltaram em quase 30%. O
ápice da violência no país ocorreu em 2017, quando foram contabilizadas
64 mil mortes violentas. A partir de 2018 teve início um movimento de
queda nos assassinatos, e essa tendência prossegue desde então, como
mostrou reportagem da Gazeta do Povo.
Outros desafios considerados centrais para o novo governo são lidar
com o crescimento do narcotráfico e do tráfico de armas; aumentar a
efetividade da fiscalização contra possíveis desvios de armas legais sem
enfraquecer seu uso para defesa; e implementar as mudanças que prometeu
nas corporações policiais (veja mais abaixo) sem reduzir a sua
efetividade.
Para Rogério Greco, pós-doutor em Direito, especialista em crime
organizado e atual secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas
Gerais, há preocupação especial com a forma como se dará o combate às
organizações ligadas ao tráfico de drogas e armas, uma vez que o plano
de governo parcial de Lula propõe enfrentamento menos combativo a
criminosos.
“Fazer esse combate sério e efetivo é determinante. O enfrentamento
que tem sido feito até agora tem sido muito incisivo, e é motivo de
grande preocupação para nós eventual mudança nessa política de governo,
que geraria efeitos para todo o país”, diz Greco. “Não adianta os
estados trabalharem duro se não houver um controle sério de fronteiras e
se houver qualquer leniência com relação às facções criminosas, que a
cada dia estão se expandindo”, enfatiza.
O que Lula propôs até agora para a segurança pública Uma das
principais mudanças do governo Lula em relação à política do atual
governo deve ser a retomada de restrições à circulação de armas de fogo.
A defesa de uma política desarmamentista foi explorada amplamente nos
discursos e na propaganda eleitoral de rádio e na TV de Lula.
A cúpula petista avalia que ao flexibilizar a legislação sobre o
tema, a gestão Bolsonaro, na prática, liberou o porte de arma para
Colecionadores, Atiradores e Caçadores – grupo conhecido como CACs. Para
fazer frente a isso, a coordenação de campanha de Lula buscou enfatizar
que as mudanças devem ser mais focadas no porte de armas, e não na
posse. Em entrevista ao Canal Rural dada em setembro, Lula disse que não
vê problema em produtores rurais, cujas propriedades costumam ficar
distantes do acesso das forças de segurança, terem armas em sua
propriedade para autodefesa.
Apesar disso, declarações recentes do petista apontam para pouca
tolerância também em relação à posse de arma para autodefesa. “Para as
famílias que trabalham, para as famílias que vivem em paz, não interessa
comprar armas. Quem tem que ter armas boas para enfrentar o crime
organizado é a polícia, não o cidadão comum”, disse o petista em
entrevista coletiva dada em 20 de outubro no Rio de Janeiro. “Não
acredito que alguém queira uma arma para o bem. Tenho 76 anos e nunca
tive interesse em ter uma arma, tenho fé em Deus e no meu
comportamento”, afirmou o presidente eleito no início de setembro ao
cumprir agenda de campanha no ABC Paulista, em São Paulo.
Em relação à provável anulação, por parte de Lula, dos atuais
decretos sobre armamento editados pelo governo Bolsonaro, Fabrício
Rebelo, especialista em segurança pública e diretor do Centro de
Pesquisa em Direito e Segurança (Cepedes), aponta que há riscos de que
cidadãos que obtiveram legalmente armamento e munições tenham seus
direitos suspensos. “É uma situação imprevisível. Como tudo que regula
as atividades dos CACs está em decreto, e não em lei, e o STF há muito
já decidiu que não existe direito adquirido na questão das armas de
fogo, o governo Lula pode, sim, retirar todos os direitos do segmento”,
explica Rebelo.
Sobre esse assunto, nesta quinta-feira (17) o senador eleito Flávio
Dino (PSB-MA), um dos cotados a ocupar o cargo de ministro da Segurança
Pública no governo Lula, confirmou que deve haver um “revogaço” na
política de armas a partir do próximo ano, e que como consequência CACs
que compraram armamento de grosso calibre durante o atual governo podem
ter que devolver os equipamentos.
Como outras medidas na área da segurança, Lula tem propostas que
alcançam profissionais da segurança pública, como a criação de canais de
escuta e diálogo com a categoria, programas de atenção biopsicossocial e
aumento dos mecanismos de fiscalização e supervisão da atividade
policial.
Propôs também fazer acordos com países vizinhos para combater o
tráfico de drogas nas fronteiras e implantar a patrulha Maria da Penha
em cooperação com guardas municipais. O presidente eleito aventou,
ainda, ações que lidem com “violências contra mulheres, juventude negra e
população LGBTQIA+”. Mas nem no plano de governo parcial, nem em
entrevistas, discursos ou debates o presidente eleito trouxe detalhes
sobre a aplicação dessas medidas.
Diretrizes ideológicas preocupam especialistas
Especialistas consultados pela reportagem apontam receios quanto à
execução de políticas de segurança pública baseadas em diretrizes
ideológicas manifestadas pelo PT ao longo dos anos. Durante o Encontro
Nacional de Direitos Humanos do partido, realizado em dezembro de 2021, o
setorial aprovou diversas sugestões para serem aplicadas caso Lula
vencesse as eleições. Dentre as propostas, validadas na reunião do
Coletivo Nacional em fevereiro deste ano, há diversas voltadas à
segurança pública.
No rol de sugestões constam, por exemplo, desmilitarização das
polícias, descriminalização das drogas e fim da “guerra às drogas” –
termo comumente usado por políticos de esquerda para defender a redução
de operações policiais de enfrentamento ao narcotráfico.
Quanto à nona resolução, que propõe “reverter o encarceramento em
massa de pretos e pobres, a começar por desencarcerar milhares de presos
provisórios”, uma fonte da Polícia Civil do Rio de Janeiro que falou à
reportagem sob sigilo explicou que há desinformação relacionada à
situação de presos provisórios e que eventual política massiva de
desencarceramento faria com que criminosos perigosos retornassem às
ruas.
“Pelo formato da nossa legislação é muito difícil que uma pessoa que
cometeu crime de menor potencial ofensivo fique presa provisoriamente.
Já quanto aos crimes de médio potencial ofensivo, normalmente a pessoa
vai direto ao regime semiaberto ou obtém a transação penal que evita a
prisão”, explica o policial.
“Hoje pessoas presas provisoriamente assim estão porque mataram
alguém, ou roubaram com uso de arma de fogo, ou estupraram, ou estão
envolvidas no tráfico de drogas armado. Não tem ‘ladrão de galinha’
preso provisoriamente; são pessoas violentas”.
Para ele, melhorias nesse cenário seriam a construção de mais
presídios para que presos por crimes violentos fiquem separados dos
demais e a aceleração do processo penal para que os presos provisórios
sejam absolvidos ou condenados com mais brevidade. “Mas não colocar
indiscriminadamente detentos perigosos nas ruas, porque isso só
aumentaria a violência”, destaca.
A proposta de Lula de substituir “o atual modelo bélico de combate ao
tráfico por estratégias de enfrentamento e desarticulação das
organizações criminosas” também é vista com muitas ressalvas pelas
fontes consultadas. Luiz Fernando Ramos Aguiar, especialista em
segurança pública e major da Polícia Militar do Distrito Federal,
explica que o uso de aparatos de inteligência é indissociável de todas
as operações policiais, mas em parte delas – como no enfrentamento ao
narcotráfico ou a crimes do “novo cangaço”, por exemplo –,
inevitavelmente, ocorrerá o enfrentamento armado frente à reação bélica
dos criminosos.
“Não há como se combater de outra forma traficantes armados com
fuzis, metralhadoras e granadas e dispostos ao enfrentamento. Mesmo com o
uso de inteligência, estratégia e investigação vai chegar o momento do
enfrentamento, e ele só pode ser feito com armamento. Isso nunca pode
ser confundido com mera perseguição à população pobre”, diz Ramos
Aguiar.
Por fim, a proposta de “reeducar policiais”, que se daria, segundo o
plano parcial de governo petista, por meio de atualização de doutrinas,
reformulação dos processos de seleção e melhoria da qualificação técnica
dos policiais, deve encontrar muito mais dificuldade de se viabilizar,
já que a maior parte dos policiais brasileiros (militares e civis) está
sob o controle dos governos estaduais, não do governo federal.
“Em primeiro lugar é um discurso vazio, porque ele não disse
concretamente nada sobre quais medidas seriam tomadas nessa remodelagem
das polícias. Depois, o governo federal só poderia interferir nas
polícias estaduais caso houvesse alteração na Constituição, uma vez que
os estados têm sua autonomia e sua independência”, afirma Rogério Greco.
Sharm
El Sheikh (Egypt), 17/11/2022.- Brazilian president-elect Luiz Inacio
Lula da Silva speaks at a meeting with young activists at the 2022
United Nations Climate Change Conference (COP27), in Sharm El-Sheikh,
Egypt, 17 November 2022. The 2022 United Nations Climate Change
Conference (COP27), runs from 06-18 November, and is expected to host
one of the largest number of participants in the annual global climate
conference as over 40,000 estimated attendees, including heads of states
and governments, civil society, media and other relevant stakeholders
will attend. The events will include a Climate Implementation Summit,
thematic days, flagship initiatives, and Green Zone activities engaging
with climate and other global challenges. (Brasil, Egipto) EFE/EPA/SEDAT
SUNA
Declarações de Lula sobre teto de gastos e mercado financeiro
estão abalando confiança do investidor na saúde fiscal brasileira.|
Foto: EFE/EPA/Sedat Suna
Primeiro, Henrique Meirelles desejou aos brasileiros “sorte”. Agora, o
presidente eleito Lula pede “paciência”. Foi assim que, na
quinta-feira, ele desprezou o efeito que o cheque de centenas de bilhões
de reais, sem prazo definido, solicitado na PEC da Transição teria
sobre o mercado financeiro. “Temos de fazer um país mais humano. Se não
resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai
aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”, disse o petista,
acrescentando que “o dólar não aumenta e a bolsa cai por conta das
pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando
todo santo dia”. Na semana anterior, Lula já havia criticado a
“sensibilidade” dos investidores.
Lula tem várias dezenas de pessoas na sua equipe de transição, parte
razoável delas na área econômica, algumas das quais certamente não
acreditam na geração espontânea de dinheiro público que caracteriza boa
parte da esquerda. Pois essas pessoas poderiam explicar a Lula certas
coisas que ele já deveria ter aprendido nos oito anos em que governou o
país – ou que, se chegou a aprender, já esqueceu. Uma delas é que a
gastança pretendida pelo petista, em sua ânsia de transformar o teto de
gastos em um piso de gastos, tem de ser bancada de alguma forma, e os
meios ordinários para isso são o aumento de impostos, o aumento do
endividamento ou a emissão de moeda. E nenhuma das três soluções termina
bem.
Ao que tudo indica, Lula só passará a tratar o dinheiro do contribuinte com racionalidade se for forçado a tal
O Estado já tira do brasileiro um terço de tudo o que ele produz;
elevar a carga tributária significaria deixar menos dinheiro circulando,
prejudicando o crescimento da atividade econômica. Endividar ainda mais
o Brasil aumentaria a desconfiança a respeito da capacidade de o país
honrar seus compromissos; a tendência seria a necessidade de oferecer
juros cada vez maiores para atrair quem esteja disposto a emprestar
dinheiro ao Brasil, criando uma bomba-relógio que explodiria com força
no médio e longo prazos. E emitir moeda é o jeito mais rápido de criar
inflação – algo que o presidente argentino, Alberto Fernández, constatou
com surpresa meses atrás – e desvalorizar ainda mais o real diante das
demais moedas, inclusive o dólar.
O câmbio descontrolado tira completamente a previsibilidade de que o
setor produtivo necessita para se planejar. E um dólar desvalorizado
encarece os produtos importados, os insumos usados pelo agronegócio,
matérias primas necessárias à indústria, o preço do petróleo – ainda que
a cotação internacional se mantenha estável –, os custos do setor de
serviços. Tudo isso acaba repassado à população nos preços finais,
inclusive de itens essenciais como alimentos. O resultado aparece nos
índices de inflação e na perda do poder de compra do brasileiro. Mas, se
isso acontecer, Lula já mandou o recado: paciência.
Se Lula não entende o efeito do câmbio, talvez entorpecido pelo
mantra “ninguém come dólar”, ele tampouco entende o mercado de capitais e
a bolsa de valores. O petista reduz à mera especulação um fenômeno
bastante mais complexo pelo qual muitas empresas captam os recursos
necessários para seu crescimento, com consequente geração de emprego e
renda. Há relação direta entre um mercado de capitais robusto e o
desenvolvimento econômico de um país. É de interesse de qualquer nação
que suas empresas sejam sólidas, com bom valor de mercado, desde que
esse desempenho seja fruto dos processos normais de mercado, e não de
artificialismos como as políticas de “campeões nacionais” que o petismo
implantou no passado e que terminaram em desastre, seja para as empresas
escolhidas, seja para a concorrência, que as políticas governamentais
ajudaram a destruir.
Como Lula vem acumulando sandice após sandice nos últimos dias,
precisa de bombeiros como o vice eleito Geraldo Alckmin para desdizer o
que foi dito e prometer algum senso de responsabilidade com o dinheiro
público nos próximos quatro anos. Mas não foi a Alckmin que economistas
liberais deram apoio, nem foi em Alckmin (nem em Meirelles, Armínio
Fraga, Persio Arida ou André Lara Resende) que muitos brasileiros
cientes da necessidade de uma economia arrumada votaram; foi em Lula, e é
ele quem manda. E, ao que tudo indica, ele só passará a tratar o
dinheiro do contribuinte com racionalidade se for forçado a tal: ou por
um Legislativo combativo, capaz de conter a gastança; ou pelas
circunstâncias, à medida que suas políticas, uma vez implantadas,
levarem à deterioração da economia nacional. Que não cheguemos a esse
ponto, pois não há paciência que dê conta da volta da recessão, da
inflação e do desemprego que foram a “herança maldita” deixada pelo
petismo ao fim de sua primeira passagem pelo Planalto.
Como o Exército reagiu a mensagens de manifestantes que chamam generais de “comunistas”
Por Rodolfo Costa – Gazeta do Povo Brasília
Comandante do Exército, general Freire Gomes, ficou insatisfeito e
perplexo com os ataques a oficiais do Alto Comando| Foto: Clauber
Cleber Caetano/PR
O Alto Comando do Exército divulgou uma nota
interna em reação a insultos sofridos por oficiais-generais da ativa e
da reserva em aplicativos de mensagens nos últimos dias. Eles foram
chamados de “comunistas” e até “melancias” (verde por fora e vermelho
por dentro) em mensagens anônimas em uma falsa referência de apoio ao
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A sugestão de reação do Exército teve o aval dos cinco generais
“quatro estrelas” — do topo da hierarquia — que foram alvos dos
insultos, entre eles, o chefe do Estado-Maior do Exército, Valério
Stumpf. Também validaram os comandantes militares do Sudeste, Tomás Miné
Ribeiro de Paiva; do Leste, André Luiz Novais; e do Nordeste, Richard
Nunes. Quem também apoiou a nota foi o chefe do Departamento de Ciência e
Tecnologia do Exército, Guido Amin.
“Cinco oficiais do Alto Comando foram ofendidos, é lógico que ninguém
gostou disso, sequer sabemos a origem desses insultos”, diz o general
reformado Paulo Chagas. Para ele, o texto do informe interno do
Exército, o Informex, esclarece o tom de insatisfação e a defesa da
reação às mensagens compartilhadas nos últimos dias em aplicativos como
WhatsApp e Telegram.
A nota interna classifica as mensagens como “alusões mentirosas e mal
intencionadas”. “Tais publicações têm se caracterizado pela maliciosa e
criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares com mais de
quarenta anos de serviços prestados ao Brasil, bem como de macular a
coesão inabalável do Exército de Caxias”, diz o Exército em um trecho do
informe.
Para a força armada terrestre, os “grupos ou indivíduos” que
insultaram os integrantes do Alto Comando do Exército “apenas atestam
sua falta de ética e de profissionalismo” ao tentarem, “de forma anônima
e covarde, disseminar a desinformação no seio da Força e da sociedade”.
“O Exército Brasileiro permanece coeso e unido, sempre em suas missões
constitucionais, tendo na hierarquia e na disciplina de seus integrantes
o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador”,
diz a nota.
Divulgada internamente na quarta-feira (16) a todas as organizações
militares da instituição, a nota foi assinada pelo chefe do Centro de
Comunicação Social do Exército, general José Ricardo Vendramin, a pedido
do comandante da força, general Freire Gomes. O comunicado demonstra um
certo desconforto entre os oficiais com a pressão advinda das ruas e,
sobretudo, das redes sociais.
Qual é o contexto das ofensas a oficiais-generais do Exército
Pelo caráter anônimo das mensagens compartilhadas, é impreciso
apontar a autoria. Porém, o contexto está atrelado a pedidos de apoio de
generais a uma “intervenção federal”, como tem sido defendido em faixas
por manifestantes que protestam em quartéis pelo Brasil. Há, porém,
quem entenda que a autoria foi feita por “esquerdistas”, com o intuito
de causar alguma cisão entre grupos de direita.
Em uma das mensagens compartilhadas em um grupo de conservadores
acompanhada das fotos dos cinco-oficiais generais do Alto Comando
ofendidos, é dito que eles “não aceitam a proposta do povo”. “Querem que
Lula assuma, já se acertaram com ele”, prossegue o trecho ao sugerir um
suposto acordo entre militares e o governo eleito.
Uma das mensagens acusa o general Tomás Paiva de um suposto interesse
em assumir o comando do Exército na gestão Lula. Em aceno às Forças
Armadas, o presidente eleito garante que irá respeitar o critério de
antiguidade na escolha dos próximos comandantes do Exército, da Marinha e
da Aeronáutica, tradição na qual o presidente da República indica um
dos oficiais-generais com mais tempo no topo da carreira para assumir o
comando de sua respectiva instituição.
Lula conta com interlocutores para buscar um diálogo institucional
com as Forças Armadas, a exemplo do vice-presidente eleito, Geraldo
Alckmin (PSB), mas interlocutores da caserna negam interesses
específicos ou supostas articulações de oficiais-generais para ocupar os
comandos militares.
Os cinco oficiais-generais do Alto Comando do Exército não são os
únicos criticados. Outros generais da ativa e da cúpula também foram
alvos, como Estevam Theóphilo Oliveira, comandante de Operações
Terrestres. Em uma fotomontagem, eles são questionados sobre como
reagirão a partir de 1º de janeiro, data da posse de Lula. “E agora,
general? No dia 1º de janeiro de 2023, V.Exa. [vossa excelência]
pretende prestar continência a quem? Ao povo brasileiro ou aos
comunistas?”, indagam os autores anônimos em mensagens com fotos de
militares.
Até mesmo militares da reserva foram insultados. Em algumas imagens,
os generais Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), Santos Cruz, ex-ministro-chefe da
Secretaria de Governo, e Otávio Rêgo Barros, ex-porta-voz do governo
Jair Bolsonaro (PL), são retratados com um capacete em forma de melancia
na cabeça. A fruta é usada por alguns brasileiros como forma de
hostilizar generais sob a falsa alegação de serem comunistas, a despeito
de vestirem a farda verde oliva.
O que dizem generais sobre os insultos e pedidos de golpe militar O
general Paulo Chagas classifica os insultos aos oficiais-generais como
um “desaforo”. Para ele, há uma tentativa descabida em pressionar o Alto
Comando a apoiar uma intervenção militar. “Dizem que, por causa de
cinco generais, não estaria saindo a intervenção e que seriam traidores.
É ridículo”, critica.
“O cara vai para a frente do quartel pedir socorro às Forças Armadas e
diz que os militares são covardes e omissos. Então para que está na
frente do quartel? Pedindo ao covarde e omisso? O cidadão que faz isso
não é coerente e não deveria estar lá. É uma falta de respeito com as
pessoas nas quais eles estão depositando o anseio ou o medo que têm em
alguma coisa”, complementa Chagas.
O general Santos Cruz é outro a questionar as manifestações por
intervenção militar. Para ele, a massa de brasileiros que se manifesta
neste momento é importante para a construção de uma oposição que
favorece a fiscalização sobre os atos e decisões do governo eleito,
desde que construtiva e organizada.
“É esse o processo democrático e nós estamos perdendo a oportunidade
de organizar essa oposição, não é pedindo golpe [militar] e
interferência das Forças Armadas que faremos isso. As Forças Armadas vão
trabalhar para a defesa nacional e para o bem do nosso povo, sem
posicionamento partidário”, sustenta.
Sobre as ofensas aos generais, Santos Cruz é mais crítico e defende
que o Exército adote providências mais duras do que apenas o informe
interno. “Tem que haver a identificação de autoria do crime para a
responsabilização criminal”, declara. O general evita associar os
ataques a apoiadores de Bolsonaro e reforça o entendimento de que os
autores das mensagens são criminosos.
“Não tem nada de errado ser eleitor e simpatizante do presidente
Bolsonaro. O que está errado é esse tipo de gente covarde fazer esse
tipo de coisa, e não pode atribuir isso a bolsonarismo. Isso é crime de
difamação e calúnia, simplesmente, e mais nada. Não pode atribuir a esse
tipo de criminoso uma posição política, porque isso aí não tem o mínimo
equilíbrio”, destaca.
O general esclarece não ter apresentado um pedido ao Exército de
investigação, mas pondera que a instituição tem as condições de acatar a
sugestão. “É uma questão de abertura de inquérito policial militar.
Entendo que existem recursos e condições técnicas para se chegar na
origem e levar para a Justiça, porque é crime, são criminosos. É gente
covarde e da pior qualidade possível, é um extremismo”, afirma.
O que os militares pensam sobre Lula – e o que presidente eleito tem a dizer
Sejam da ativa ou da reserva, a grande maioria dos militares não é
comunista, nem apoia Lula. “Acredito que existem companheiros que têm um
viés ideológico mais à esquerda, mas eu não acredito em general,
almirante ou brigadeiro comunista”, diz o coronel da reserva Walter
Félix Cardoso Júnior. Ele foi coordenador de segurança do gabinete de
transição do governo Bolsonaro em 2018 e trabalhou no gabinete do
general Maynard Santa Rosa, ex-titular da Secretaria de Assuntos
Estratégicos (SAE) da Presidência na gestão Bolsonaro.
Coronel Félix até confirma que a vitória do presidente eleito nas
urnas gerou incômodo entre militares. Principalmente os que suspeitam de
fraude eleitoral, e sobretudo após a divulgação do relatório de
fiscalização do sistema eletrônico de votação elaborado pelas Forças
Armadas – que não apontou fraude, mas também não excluiu essa
possibilidade.
Entre militares, existe um temor de que Lula irá adotar uma gestão
radicalmente “esquerdista” e não alinhada aos valores conservadores
defendidos na caserna. Félix teme que, a partir do início da gestão, o
governo eleito tente impor “uma série de coisas inaceitáveis”. “Como
aborto e ‘links’ muito sólidos com Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia,
Venezuela, México e Nicarágua, além de facilidades para a França e
China, em situação de ambiguidade total, como outras tantas bandeiras da
esquerda”, opina.
O coronel afirma que os militares não estão alheios à situação do
país, mas explica que eles respeitam os “limites da Constituição”.
“Estão tolerando com paciência as atitudes estimuladas pelo próprio STF e
pelos radicais de esquerda, como falas recentes do próprio Lula e de
seus auxiliares mais agitados. O Exército vem tolerando isso com muito
equilíbrio”, afirma.
Baseado no relatório das Forças Armadas sobre as urnas e o sistema
eleitoral, Félix defende uma contestação do resultado eleitoral sob a
suspeita de fraude. “É preciso ter coragem de encarar reações que podem
vir, inclusive, e com certeza virão, do exterior, que podem dar origens a
sanções econômicas”, pondera.
Em Portugal, onde se encontrou com o presidente Marcelo Rebelo de
Sousa para uma reunião bilateral, o presidente eleito Lula afirmou nesta
sexta-feira (18) que acredita não ter problemas de relacionamento com
os militares.
“Nunca tive problema de conviver com as Forças Armadas. Nunca tive
problema com nenhum militar. O comando das Forças Armadas está muito
tranquilo, me conhece e no momento certo vou indicar quem será
comandante da Marinha, da Aeronáutica e do Exército. Nunca pensei em ter
problema e não acredito que eu tenha”, disse, ao ser indagado sobre a
indefinição de nomes para integrar o núcleo de defesa no gabinete de
transição. Lula prometeu uma definição a partir da semana que vem.