domingo, 20 de novembro de 2022

ESTRADAS MAUS CONSERVADAS SÃO O GARGALO DO NOSSO DESENVOLVIMENTO

 

Editorial

Por
Gazeta do Povo

Percorremos alguns trechos de rodovias que ligam Curitiba à Região Metropolitana, para ver como está a situação das obras prometidas pelo governo do estado, além de conversar com personagens. Na PR-417 – Rodovia da Uva / Colombo


Pesquisa da CNT aponta que seriam necessários R$ 72,26 bilhões em investimentos para recuperar as rodovias no Brasil com ações emergenciais de restauração e de reconstrução.| Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo

Um ato que ajuda a entender por que o Brasil teve baixo crescimento econômico nas últimas quatro décadas e quais freios impedem o país de ter taxas de crescimento mais elevadas é estudar reportagens, informações oficiais e relatórios publicados nos últimos 20 anos sobre a economia nacional, principalmente aquelas que tentam explicar os fatores inibidores da elevação do Produto Interno Bruto (PIB) anual. Os manuais de economia ensinam que o governo é uma entidade que não produz (afirmação que pode soar estranha para pessoas não especializadas em teoria econômica), no sentido de que, para fazer investimentos em obras e oferecer serviços públicos, o governo age como um síndico de condomínio: ele retira uma parte da renda do setor privado – pessoas e empresas –, de forma impositiva via tributos, e os valores arrecadados são usados para sustentar a máquina estatal, contratar obras e ofertar serviços públicos.

Uma lição inicial básica derivada daquela premissa é que a capacidade do governo na construção de obras e prestação de serviços depende do tamanho do produto feito pela economia privada, já que a carga tributária efetivamente arrecadada é uma fração do produto total do país, lembrando que produto nacional e renda nacional são os dois lados da mesma moeda, portanto, são valores iguais. A segunda lição é que o volume de investimentos e a quantidade de serviços públicos dependem de como o orçamento governamental é distribuído entre custeio da máquina estatal, investimentos (especialmente em infraestrutura física) e serviços públicos.

Se o Brasil não enfrentar com urgência os gargalos dos sistemas de transportes – aí incluídos os rodoviários e os ferroviários –, as metas de aumento da produtividade ficarão comprometidas e dificilmente serão atingidas

Um aspecto que merece destaque é a conta chamada de “transferências diretas”, que se refere aos valores que o governo repassa às pessoas beneficiárias sem que haja, no ano da transferência, qualquer contraprestação de trabalho feito por quem recebe os benefícios. Nessa conta entram os gastos do governo com pagamento de aposentadorias aos funcionários públicos inativos, os déficits do INSS e os programas sociais de transferência de renda, a exemplo do Auxílio Brasil e do Bolsa Família, além de outros. Assim, a tributação disponível para custeio, investimentos e serviços públicos é a tributação líquida, dada pela tributação bruta menos as transferências diretas.

Alguém pode argumentar que o governo tem mais duas opções: fazer gastos públicos e pagá-los como emissão de moeda, ou seja, sem que haja receita tributária para tanto, como também pode efetuar gastos tomando empréstimos e formando uma dívida pública. Vale mencionar que, embora essas duas fontes de recursos existam, no caso da dívida governamental há limites de até onde o governo pode ir tomando empréstimos destinados a pagar seus gastos, da mesma forma como ocorre com uma empresa ou uma família. Quanto à emissão de dinheiro sem lastro no crescimento do produto nacional, essa é uma saída maléfica porque resulta invariavelmente em inflação.


Essa digressão teórica remete à questão essencial para o progresso nacional: o Produto Interno Bruto (PIB) tem de crescer, seja para gerar empregos, renda e elevação do produto por habitante, como para aumentar os valores arrecadados pelo governo mantida a carga tributária como porcentual do PIB. E aqui entra uma questão essencial: como eliminar os obstáculos que travam o crescimento econômico? Para responder a essa questão é necessário conhecer os inibidores do crescimento e, de saída, pode-se citar o eterno problema da infraestrutura física, que é pequena, velha e tecnologicamente atrasada. Há 15 anos, mais precisamente no último trimestre do ano de 2007, análises e publicações falavam das limitações que o Brasil estava enfrentando em termos de estrutura de transportes rodoviários, transporte ferroviário, portos, energia e armazenagem. Essas fontes citavam as cidades congestionadas, as filas de caminhões nos portos esperando dias para descarregar, a inexistência de trens de passageiros de longa distância e a gigantesca perda de tempo, de recursos e de produtividade que tudo isso causava à economia nacional.

Tomando apenas a questão do transporte de cargas e passageiros, o rendimento em termos de distância percorrida por tempo gasto é um problema antigo e que persiste atualmente no Brasil, e esse é um dos principais fatores da baixa produtividade/hora do trabalho. A produtividade é o produto total anual do país dividido pelo número de horas trabalhadas no ano. Nos Estados Unidos, essa produtividade é de US$ 70/hora; no Brasil, é de US$ 19/hora. Ou seja, a produtividade brasileira corresponde a apenas 29% da norte-americana, e uma das razões é o travamento do sistema de transportes urbanos e interurbanos.

Recentemente surgiram matérias e entrevistas de empresários informando que, se o Brasil não enfrentar com urgência os gargalos dos sistemas de transportes – aí incluídos os rodoviários e os ferroviários –, as metas de aumento da produtividade ficarão comprometidas e dificilmente serão atingidas. Embora o país tenha outros problemas igualmente importantes para enfrentar a fim de promover o crescimento econômico, a infraestrutura do sistema geral de transportes é o que tem um dos maiores impactos (se não o maior) no funcionamento da máquina produtiva nacional.


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CRESCIMENTO DA NOVA DIREITA NO BRASIL

 


15 plataformas digitais essenciais na ascensão da nova direita no Brasil
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília


Plataformas digitais foram fundamentais para o crescimento da nova direita no Brasil.| Foto: Brasil Paralelo/Reprodução

A internet foi fundamental para o crescimento da nova direita no Brasil. Sem contas em redes sociais, plataformas de cursos online, canais no YouTube, blogs e comunidades digitais, dificilmente o monopólio esquerdista do debate público seria rompido.

Para finalizar o especial “A direita desperta”, que fala sobre a ascensão da nova direita no Brasil, a Gazeta do Povo elencou as 15 plataformas digitais mais importantes para o crescimento dessa força política no Brasil. Entre os selecionados, há desde iniciativas muito recentes até algumas que já não existem mais. Confira a lista:

  1. Curso Online de Filosofia (COF)
    Em 2009, Olavo de Carvalho já era um filósofo conhecido e respeitado entre conservadores brasileiros, tinha publicado seus livros mais importantes e adquirido certa fama como polemista em alguns veículos de comunicação. Ainda não era, no entanto, uma figura massivamente popular. Isso começou a mudar com a criação do Curso Online de Filosofia (COF), modernização de uma iniciativa mais antiga de Olavo, o Seminário de Filosofia. Foram cerca de 500 aulas ministradas a partir de 2009, que ajudaram a formar diversos dos personagens importantes da nova direita mencionados neste artigo e a colocar o nome de Olavo na boca do povo.
  2. Brasil Paralelo
    Com mais de 400 mil assinantes, a Brasil Paralelo é o projeto mais ambicioso de mídia da nova direita. Em 2016, a empresa começou a lançar documentários desafiando visões de mundo hegemônicas entre intelectuais brasileiros, o que começou a atrair um público cansado das narrativas marxistas que predominam em escolas, universidades e nos meios de comunicação. Aos poucos, a BP deixou de ser um mero canal no YouTube e, hoje, já pretende investir no ramo do entretenimento e competir com gigantes como a Netflix.
  3. Guerrilha Way
    O médico Ítalo Marsili tem mais de 1,6 milhão de seguidores no Instagram é, hoje, entre pessoas físicas, o maior caso de sucesso com membros da nova direita nas plataformas digitais – ainda que seu principal foco não seja a política, mas a psiquiatria. Com a ajuda de Arno Alcântara, especialista em marketing digital, conteúdos como o Guerrilha Way e o curso “Os 4 Temperamentos” se popularizaram rapidamente, atraindo sobretudo jovens adultos interessados em fortalecer seu caráter e melhorar aspectos de sua vida no campo afetivo e espiritual.
  4. Cedet
    Não é exagero dizer que todo grande influenciador direitista no Brasil é dono de uma livraria virtual. O mercado editorial foi um dos caminhos que a nova direita encontrou para monetizar sua influência no mundo digital, e o Cedet é o principal viabilizador disso. A plataforma é responsável, por exemplo, pela implantação e operação das livrarias virtuais de Olavo de Carvalho, Ítalo Marsili, Bárbara Destefani (canal Te Atualizei), Rodrigo Constantino, Bernardo Küster e diversos outros canais e influenciadores de direita. Fundado por César Kyn e Silvio Grimaldo, o Cedet trabalha assumindo os custos de impressão e distribuição dos conteúdos. “Com a enorme redução de custos é possível dedicar todos os esforços no negócio central que é publicar novos livros. Com isso, é possível aumentar a frequência de publicações e causar maior impacto cultural”, diz o site do Cedet.
  5. O Novo Mercado
    Sem a influência de Ícaro de Carvalho, criador do curso de marketing digital O Novo Mercado, parte dos infoprodutos mencionados aqui dificilmente teria êxito financeiro. Sua estratégias de marketing foram determinantes, por exemplo, para viabilizar iniciativas como Brasil Paralelo, Minha Biblioteca Católica e Lumine. Ainda que os conteúdos de Ícaro de Carvalho sejam direcionados a um público ideologicamente mais amplo que o de outras plataformas mencionadas neste artigo, foi grande seu papel em explorar o potencial de marketing e estabelecer modelos de negócio da nova direita.
  6. Canais do padre Paulo Ricardo e outras iniciativas cristãs
    Embora o foco de seus conteúdos seja religião, e não política, o padre Paulo Ricardo oferece há mais de uma década – através de seu canal no YouTube, de suas redes sociais e de seu site – antídotos à influência do marxismo na educação e nos meios de comunicação no Brasil. Com isso, muitos integrantes da nova direita brasileira relatam que o sacerdote foi influente na mudança de mentalidade que os atraiu ao conservadorismo na política. Seu canal no Youtube já tem mais de 1,5 milhão de seguidores – marca próxima do 1,8 milhão de seguidores de uma celebridade como o padre Fábio de Melo. Outras plataformas católicas, como a Lumine – uma espécie de Netflix do catolicismo – e os canais do influenciador digital Bernardo Küster também foram insistentes no combate ao marxismo cultural e podem entrar na mesma categoria.
  7. Blogs e comunidades de Orkut de direita da década de 2000
    Anos antes da explosão de plataformas como Facebook, Instagram, WhatsApp e YouTube, os precursores da nova direita começaram a aparecer em agregadores de blogs como o Wunderblogs e algumas comunidades de Orkut. Sua maior influência era, sem dúvida, o filósofo Olavo de Carvalho, que ainda estava longe do mainstream, mas já era bastante conhecido no nicho conservador. Membros dessa subcultura foram determinantes na formação da nova direita, ainda que alguns deles tenham se tornado dissidentes.
  8. Institutos liberais: Millenium, Mises Brasil, Liberal etc.
    Ainda que alguns think tanks liberais existam há décadas e sejam mais do que meras plataformas digitais, a internet potencializou o alcance dessas iniciativas, principalmente com cursos online. Com isso, os institutos liberais têm conseguido usar as ferramentas digitais para popularizar o liberalismo econômico no Brasil.
  9. Centro Dom Bosco
    Ao relatar sua recente conversão ao catolicismo e explicar seu engajamento na defesa de valores conservadores, a atriz Cássia Kis costuma citar o papel do Centro Dom Bosco na transformação em sua vida. Ela é só uma das milhares de pessoas influenciadas por essa associação de católicos leigos fundada em 2016 no Rio de Janeiro. Embora o foco do Centro Dom Bosco seja a fé católica, os seus livros, vídeos e cursos de formação tocam em temas políticos com frequência, especialmente quando estes se relacionam com religião. O canal do Centro Dom Bosco no Youtube já tem quase 400 mil inscritos.“Desejamos formar uma nova geração de católicos capazes de renovar a Igreja e a Terra de Santa Cruz”, diz o site do grupo.
  10. Instituto Borborema
    Fundado em 2015, este instituto com sede em Campina Grande (PB) tem como objetivo “o resgate da verdadeira educação e da verdadeira cultura” e oferece cursos online com esse propósito. “Acreditamos que os grandes problemas brasileiros são consequências diretas da derrocada educacional que assola o país há pelo menos cinco décadas”, diz o Instituto Borborema em seu site.
  11. Como Educar Seus Filhos e influenciadores do homeschooling
    Por conta da ideologização do ensino em todos os níveis, a educação é uma das principais preocupações da nova direita. Diversas iniciativas têm surgido como proposta de antídoto aos efeitos das décadas de domínio da esquerda na pedagogia brasileira. Uma das principais, já extinta, foi o canal Como Educar Seus Filhos, do atual secretário Nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim. Também viraram tendência os canais em que pessoas com experiência na prática do homeschooling compartilham seus conhecimentos na área – caso, por exemplo, do Diário Desescolar, que já tem mais de 100 mil seguidores no Instagram e lançou até material escolar próprio.
  12. Tias do Zap e grupos de direita em apps de mensagens
    A esquerda costuma apontar o compartilhamento em massa de fake news como um dos motivos pelos quais a direita cresceu no Brasil. Segundo essa teoria, as “tias do Zap” – como têm sido chamadas as senhoras direitistas viciadas em falar de política pelo WhatsApp – e outros membros da direita seriam presas fáceis da “desinformação”. O que não se costuma levar em conta, no entanto, é a importância do conteúdo verídico desses grupos como vacina legítima contra o viés esquerdista de boa parte dos veículos de comunicação. Seria benevolente demais com as tias do Zap afirmar que as notícias falsas não se multiplicam em grupos do tipo, mas a desconfiança em relação aos meios tradicionais de comunicação tem motivos razoáveis, e os grupos de WhatsApp têm sido, com suas virtudes e defeitos, uma alternativa a isso.
  13. Canais de comentário político: Kim Paim, Te Atualizei, Terça Livre etc.
    As plataformas digitais expandiram a “Janela de Overton” – isto é, a gama de posições políticas toleradas dentro da opinião pública. Contribuíram para abrir essa janela alguns canais de comentário político no YouTube, como os de Kim Paim, de canal homônimo, Bárbara Destefani, do canal Te Atualizei, e Allan dos Santos, do canal Terça Livre.
  14. Canais e contas nas redes sociais de humor
    O bordão “the left can’t meme” – “a esquerda não sabe fazer memes”, em tradução livre – teve sua existência justificada nas eleições de 2018 no Brasil, quando o sucesso da direita com o humor nas redes sociais foi apontado como um dos motivos da ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência. A esquerda foi incapaz de oferecer uma oposição nesta frente. Parte deste sucesso se deve a contas nas redes sociais que misturam política com humor, como Joaquin Teixeira – que tem mais de 400 mil seguidores no Twitter – Bolsonaro Zuero e Ódio do Bem. Na mesma linha, no YouTube, há iniciativas mais de nicho como o Brasileirinhos, com 147 mil inscritos no YouTube, e o Canal Hipócritas, com 1,5 milhão de inscritos.
  15. Canais de liberais dissidentes: MBL, Mamãe Falei, Nando Moura e outros
    Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, equivaleu Lula (PT) a Jair Bolsonaro (PL) como opção eleitoral para a presidência da República, e declarou voto nulo no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Mas, antes de brigarem com apoiadores de Bolsonaro e serem considerados dissidentes da nova direita, canais de tendência liberal como o do MBL ou de figuras como Mamãe Falei e Nando Moura ajudaram a combater as hipocrisias e incoerências de esquerdistas, e foram importantes sobretudo em disseminar a aversão ao petismo na sociedade.

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NO NOVO GOVERNO O BRASIL VAI SE RELACIONAR MAIS COM DITADORES

 


O Brasil voltou… a bajular ditadores bolivarianos

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo


Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, em encontro do Foro de São Paulo em Manágua, em 2011| Foto: EFE/Mario López

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito prometendo salvar a democracia. Há quem tenha se escorado nessa missão nobre, autoatribuída por Lula, para higienizar a consciência para votar nele, mesmo sabendo que as gestões petistas ficaram conhecidas por terem gerado e parido o maior escândalo de corrupção da história. Beleza. Lula está eleito, mas ainda não deixou claro qual é o seu compromisso com a democracia. Será que a missão se resumia a derrotar Jair Bolsonaro?

Qual apreço Lula, sua turma e partido têm para com a democracia? Os sinais que os petistas estão emitindo desde a equipe de transição e fora dela são desanimadores. Para pensar a política externa brasileira, por exemplo, Lula escalou pesos-pesados do petismo mais radical. Na largada, colocou a diretora do Foro de São Paulo, Monica Valente, e o secretário de relações internacionais do PT, Romênio Pereira, para engrossar o caldo do time que adora a tal diplomacia “ativa e altiva” e tem paixão pelo eixo Sul-Sul.

Valente e Pereira são fãs incondicionais de ditadores latinos como o venezuelano Nicolás Maduro, os gerontocratas cubanos e o nicaraguense Daniel Ortega. No ano passado, a dupla causou constrangimento ao publicar uma nota oficial parabenizando o companheiro Ortega pela vitória em simulacro de eleição, que foi marcado pela prisão dos opositores e violência contra quem ousou protestar. A nota foi tirada do ar, para evitar danos eleitorais.

Nesta semana, a Embaixada da Venezuela no Brasil – cujo todo “corpo diplomático” perdeu esse status junto ao Itamaraty e basicamente é composto de imigrantes ilegais – realizou uma cerimônia em homenagem ao deputado federal Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul. Declarados personas non gratas pelo governo brasileiro, eles deveriam ter ido embora do Brasil em 2020, mas Pimenta entrou com uma ação no STF e garantiu a permanência deles aqui.

Pimenta também foi quem liderou uma reação violenta em uma tentativa de retomada da embaixada pelos diplomatas (esses sim reconhecidos pelo governo brasileiro) indicados por Juan Guaidó. Ao estilo black bloc, Pimenta reuniu um pessoal do PSOL, MST e PT para dar uns sopapos em cidadãos venezuelanos dentro da embaixada deles. Tudo por amor já declarado a Maduro e à revolução bolivariana.

Em Cuba, o regime já começou a se preparar para a sonhada retomada da exportação de mão de obra médica. A imprensa estatal, que fazia contagem regressiva para eleição de Lula e não escondia os planos de enviar os médicos para o Brasil, entrou em modo repouso. Fontes médicas da ilha dizem que é pura dissimulação. Não querem chamar a atenção para não atrapalhar um possível retorno que, ao que tudo indica, seria via intermediários como o Consórcio Nordeste – uma agremiação de governadores de esquerda que surgiu em 2019 para fazer oposição, ou, como dizem, resistência, ao então recém-empossado Jair Bolsonaro.

Para ajudar Cuba, os governos petistas rasgaram as leis brasileiras e permitiram que o nosso país se transformasse em uma extensão dos braços do regime comunista dos Castro. Mais de 15 mil médicos passaram pelo Brasil em um regime em que 70% dos salários deles era confiscado para nutrir os cofres do regime. Mas como Cuba é um símbolo socialista, a escravidão não é escravidão. O abuso não é abuso. Os crimes não são crimes.

Tolerância companheira que tem feito com que a esquerda relativize e principalmente glamorize regimes ditatoriais. Algo profundamente incompatível com quem nutre o menor compromisso com valores democráticos.

Ditadura é ditadura. Seja ela de esquerda, de direita ou religiosa.

Lula já demonstrou no passado uma fluidez vexatória no compromisso com a democracia. Deportou cubanos que esperavam ser acolhidos em meio a um pedido de asilo. Sob o pretexto de construir a paz, ajudou o Irã a ganhar tempo para acelerar seu programa nuclear, tentou amordaçar a imprensa e torrou centenas de milhões de dólares dos contribuintes brasileiros em empréstimos concedidos com quase nenhuma garantia para ditaduras latino-americanas e africanas, por meio do BNDES.

Lula tem a chance de fazer um ajuste na rota. A questão, entretanto, não é mais sobre chance. É preciso saber se Lula deseja mudar. Os sinais até agora indicam que não.


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BLOQUEIO DE RODOVIAS NO PARANÁ

 

Paraná
Bloqueio causou acidente envolvendo van
Tribuna do Paraná

A situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466, onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra.| Foto: Reprodução/ Whats App
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Manifestantes apoiadores de Bolsonaro insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial voltaram a bloquear rodovias no Paraná, do final da noite de ontem (18) até o início da manhã de hoje (19). Foram registrados dois bloqueios em estradas federais, ambos na cidade de União da Vitória.

A situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466, onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra , causando um acidente com uma van que levava um grupo de adolescentes em uma viagem para o parque Beto Carrero, em Santa Catarina.

A outra rodovia bloqueada pelos manifestantes que não aceitam a vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi a BR-476, no quilômetro 357.

Acionada para atender as ocorrências, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que conseguiu liberar o tráfego nos dois locais de bloqueio ao longo da manhã de hoje, mas o trânsito ainda apresenta lentidão devido à concentração dos manifestantes às margens das rodovias.

Manifestantes insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial voltaram a bloquear rodovias no Paraná. Do final da noite desta sexta-feira (18) até o início da manhã de sábado (19) foram registrados dois bloqueios em estradas federais que cortam o Paraná. Ambos ficam na cidade de União da Vitória.

A situação mais grave ocorreu na BR-153, na altura do quilômetro 466, onde os manifestantes bloquearam a estrada com barreiras de terra. Esse bloqueio causou um acidente com uma van que levava um grupo de adolescentes em uma viagem para o parque Beto Carreiro, no estado vizinho de Santa Catarina.

A outra rodovia bloqueada pelos manifestantes que não aceitam a vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi a BR-476, no quilômetro 357.

PRF trabalha para liberar tráfego

Acionada para atender as ocorrências, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que conseguiu liberar o tráfego nos dois locais de bloqueio ao longo da manhã de hoje, mas o trânsito ainda apresenta lentidão devido à concentração dos manifestantes às margens das rodovias.

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COMEÇA HOJE A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL NO CATAR

 

Larga com críticas, contragolpe de Infantino e recepção amistosa

Foto: Anne-Christine POUJOULAT / AFP

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Por Ricardo Magatti – Jornal Estadão

Mundial começa com duelo entre Catar e Equador, ofuscado pelas críticas sobre as condições precárias de trabalhadores imigrantes e a proibição da venda de cerveja nos estádios

ENVIADO ESPECIAL A DOHA (CATAR) – A primeira Copa do Mundo no Oriente Médio larga neste domingo, 20, com o duelo entre o anfitrião Catar e o Equador. Pouco se fala, porém, sobre a partida no país-sede do Mundial, dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo e da terceira maior de gás natural. Horas antes de a bola rolar, o debate era centralizado nas críticas por acusações do Catar de violar direitos humanos e questionamentos dos torcedores a respeito da proibição da venda de bebida alcoólica nos estádios.

Os torcedores estão empolgados com o torneio nas ruas de Doha, capital do Catar, uma pequena nação situada às margens do Golfo Pérsico, mas a Fifa e o Comitê Supremo para Entrega e Legado lidam com críticas todos esses dias que antecederam o pontapé inicial da competição.

Homens tocam instrumentos musicais na abertura do Fifa Fan Festival, em Doha, no Catar.
Homens tocam instrumentos musicais na abertura do Fifa Fan Festival, em Doha, no Catar. Foto: REUTERS/Marko Djurica

Existem denúncias relacionadas à condição precária de trabalhadores imigrantes nas obras do Mundial e acusações de que o país viola direitos humanos e também cerceia direitos das mulheres e da população LGBT+.

O código penal do país muçulmano, que se tornou uma potência econômica a partir da descoberta do petróleo, em 1940, proíbe o casamento e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que podem ser punidas com até sete anos de prisão e também não tolera manifestações afetivas em público.

As cobranças fizeram Gianni Infantino, presidente da Fifa, contra-atacar. A fim de rebater os críticos, ele disse se sentir catariano, árabe, africano, gay, deficiente e trabalhador imigrante e afirmou que não são justos os questionamentos. “O que está acontecendo agora é profundamente injusto”, rebateu o dirigente, que voltou à sua infância na Suíça para contar ter sido discriminado.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, rebateu as críticas à organização da Copa do Mundo no Catar.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, rebateu as críticas à organização da Copa do Mundo no Catar. 

Quando criança, fui discriminado porque era ruivo, tinha sardas, eu era italiano, falava mal alemão

“Não sou tudo o que mencionei antes, e não sou realmente um trabalhador estrangeiro, mas me sinto assim porque sei o que é ser discriminado”.

O presidente da Fifa garantiu que as condições dos trabalhadores, quase todos imigrantes, melhoraram desde que as obras começaram. “Quando cheguei em Doha, vim para ver os alojamentos dos trabalhadores e disse que as condições não eram boas e deveriam mudar, e, assim como a Suíça mudou, o Catar também melhorou”.

Ele fez uma provocação ao dizer que os torcedores podem “sobreviver” sem consumir cerveja durante os jogos. A bebida será vendida apenas nas “fan fests” oficiais e com limitação de quatro copos por torcedor.

Recepção amistosa

Oito estádios vão receber jogos da Copa do Mundo do Catar.
Oito estádios vão receber jogos da Copa do Mundo do Catar. Foto: REUTERS/John Sibley

As críticas a respeito das condições sofríveis dos colaboradores que trabalharam nas obras dos oito estádios contrastam com as palavras de alguns desses trabalhadores, incluindo também voluntários. O queniano Francis é um deles. Ele deixou seu país há oito anos para tentar uma vida melhor no Catar e se aplicou para ser voluntário durante a realização do Mundial.

“Trabalhei na construção dos estádios e não tive problemas”, relatou o queniano ao Estadão, um dos que ajudou a erguer o Al Bayt, estádio que será palco da abertura da competição neste domingo. “Eles (organizadores) têm sido gentis comigo”.

Francis agora é um dos voluntários destacados para trabalhar no Grand Hamad Stadium, centro de treinamento da seleção brasileira durante toda a Copa do Mundo e casa do clube Al Arabi. O local é pequeno, mas bem cuidado e as condições dos gramado são boas. “Eu estou aqui justamente por causa do Brasil”, diz o queniano, fã da seleção brasileira, para quem torcerá no Catar, além de Gana. O clube do qual é fã é o Manchester United. “Gosto do Casemiro e do Fred”.

São muitos os imigrantes no Catar. Eles vêm, no geral, de países pobres da África e da Ásia, como Nepal e Bangladesh. Trabalham como motoristas, seguranças, garçons e em outras funções similares. De Bangladesh veio o jornalista Arafat Zubaear. Ele e seu colega passaram parte da visita ao CT em que treinará a seleção brasileira entrevistando jornalistas brasileiros. “Gosto muito do Brasil. Vou torcer pela seleção brasileira”, diz ele.

A Copa do Mundo do Catar é considerada uma das edições mais controversas da história do torneio.
A Copa do Mundo do Catar é considerada uma das edições mais controversas da história do torneio. Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

Em seu país, sobretudo na capital Daca, há uma polarização na torcida. Metade apoia a seleção brasileira e a outra metade, a Argentina.

É possível notar, andando pelas ruas, instalações do Mundial e outros lugares no Catar que existe um esforço da nação árabe para ser gentil e afável na recepção aos torcedores estrangeiros. A estimativa é de que mais de 1 milhão de turistas tenham viajado ao país para assistir às partidas da Copa.

No aeroporto, a entrada dos turistas tem sido rápida. Ainda que centenas de voos tenham chegado ao Catar, o processo é célere, uma vez que, na imigração, são poucas as perguntas. É checado o número do passaporte e do Hayya Card. Na saída do aeroporto, os funcionários das operadoras ligadas à organização do Mundial entregam um chip de celular gratuito por dois ou três dias. Depois disso, o turista tem de fazer uma recarga para continuar usando o serviço.

Um problema, no entanto, tem sido o funcionamento do Hayya Card, espécie de visto obrigatório para entrar no país. Há relatos de que o documento digital, que guarda os dados do visitante, seja torcedor, jornalista ou da organização, muitas vezes apresenta falhas e fica sob revisão.

SEGUNDO DIA DO ENEM 2022

 

Candidatos fazem provas de Matemática e Ciências da Natureza neste domingo; veja regras

Foto: Redação

Por Redação – Jornal Estadão

Serão 90 questões de múltipla escolha; exame é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País

O segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 acontece neste domingo, 20, a partir das 13h30. Os candidatos terão cinco horas para realizar as provas de Matemática e Ciências da Natureza. Serão 90 questões de múltipla escolha. O exame é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País.

Na última semana, os candidatos fizeram provas de Redação, Linguagens e Ciências Humanas. O primeiro dia de prova teve 26,7% de abstenção – 2,5 milhões de estudantes fizeram o exame. O número de inscritos foi de 3,4 milhões, o segundo menor patamar desde 2005. O Enem tem passado por uma queda do total de inscritos nos últimos anos.

Movimentação de alunos para realizarem as provas do primeiro dia do Enem deste ano
Movimentação de alunos para realizarem as provas do primeiro dia do Enem deste ano Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para evitar contratempos neste domingo de prova, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) orienta os participantes a atentarem-se para o horário e para o local de aplicação do exame. Reforça também que eles confiram, antes de sair de casa, se estão levando documento de identificação válido.

Os portões de acesso serão abertos às 12h e fechados às 13h. A aplicação começa às 13h30 e termina cinco horas depois, às 18h30. Aqueles que tiveram os pedidos de tempo adicional aprovados terão uma hora a mais para concluírem as provas. Serão 90 questões de Ciências da Natureza e suas tecnologias e de Matemática e suas tecnologias.

Para realizar o exame, é obrigatória a apresentação da via original de documento de identificação oficial com foto, como cédulas de identidade expedidas por secretarias de Segurança Pública, polícias Militar e Federal ou pelas Forças Armadas. Também é aceita identidade expedida pelo Ministério da Justiça para estrangeiros.

São válidos ainda para identificação do participante documentos digitais com foto (e-Título, CNH Digital e RG Digital), apresentados nos respectivos aplicativos oficiais. Não serão aceitas capturas de tela. A relação dos outros documentos válidos, além de outras informações, pode ser acessada na Página do Participante.

Regras para o momento da prova

A prova deve ser respondida com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Os participantes que solicitaram atendimento especializado para transtorno do espectro autista e que tiveram o pedido aprovado poderão utilizar caneta fabricada em material transparente com tinta colorida. O uso é exclusivo para marcação no Caderno de Questões, mas o Cartão-Resposta deve ser preenchido com caneta de tinta preta.

No momento da aplicação, não será permitido o uso de qualquer objeto eletrônico. O estudante deverá guardar esses materiais, desligados, no envelope porta-objetos, antes de entrar no local de aplicação. O envelope deve ser mantido debaixo da carteira, lacrado e identificado, durante toda a permanência do estudante no local de provas.

No caso dos participantes do Enem Digital, o Inep disponibilizou, no seu canal do YouTube, o tutorial da plataforma de aplicação da versão digital do exame. O material orienta o participante sobre a usabilidade do sistema durante a realização da prova. Ao todo, 32,4 mil alunos fizeram o primeiro dia de provas no modo online neste ano.

A prova da última semana trouxe questões sobre o papel da mulher na sociedade, democracia e meio ambiente. Professores ouvidos pelo Estadão elogiaram o nível de questões e o grau de atualidade do teste. O tema da redação foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.

O Enem deste ano reúne gerações de alunos que tiveram grande parte da formação do ensino médio em aulas a distância, por causa da pandemia que já dura quase três anos. Com isso, a rotina de preparação teve de ser reinventada, para superar desafios de aprendizagem e saúde mental. A prova tem visto uma gradativa queda do total de inscritos. Foram 3,4 milhões nesta edição, ante um pico de 8,7 milhões em 2014.

TER IDEIAS E A CAPACIDADE DE REALIZÁ-LAS

 

Jonathas Freitas – Empresário e investidor anjo

Investidor anjo dá dicas para fazer a ideia se tornar interessante para investidores

Ter novas ideias é fácil. Elas surgem a todo momento, para todas as pessoas, de todas as horas. Provavelmente você já ouviu várias pessoas dizerem que tem uma ideia para um aplicativo melhor que a Uber, ou uma empresa com a logística melhor que o iFood, por exemplo, certo?

Para Jonathas Freitas, empresário e investidor anjo que já participou da fundação de mais de 40 startups de tecnologia que se tornaram reconhecidas nacional e internacionalmente, a grande diferença não está em ter ideias e sim, na capacidade de conseguir executar o projeto, tornar seu produto ou serviço interessante, rentável e passível de ser comprado por investidores. “Qualquer pessoa pode ter uma ideia que vai mudar o mundo. Mas são poucas aquelas que conseguem tirar essa ideia do campo da mente e torná-la palpável, interessante e disponível para ser colocada em prática. Essa é a grande diferença entre um empreendedor com potencial e um que não consegue se desenvolver”, explica o especialista que é considerado uma das pessoas mais importantes da tecnologia nos dias de hoje. “Qualquer investidor, antes de aportar na ideia, acredita na pessoa por trás dela. A pessoa vale muito mais que a ideia”, completa.

De fato, para se ter ideias basta pensar um pouquinho fora da caixa ou se deparar com uma situação diferente na rotina. Mas, para fazer um investidor se apaixonar a ponto de investir o próprio dinheiro nela, é preciso suar a camisa. Por isso, Freitas compartilha algumas de suas dicas do que o fazem se interessar pelo negócio antes do primeiro investimento, veja:

Conhecimento de mercado e de clientes

Ao ter uma grande ideia, o empreendedor precisa se aprofundar no mercado em que pretende se inserir e nos clientes que se beneficiarão da solução. Só assim, é possível saber se o negócio será rentável a longo prazo. “Muitos empreendedores têm ideias mirabolantes mas não tem noção de como é o mercado ou como são os clientes. Assim, a ideia não se torna palpável, não existem formas de tirá-la do papel se não se tem conhecimento de mercado e de clientes”, explica Jonathas.

Ideia não conseguiu “ser morta”

Ter reforço positivo é fácil. Apesar disso, um bom empresário precisa encontrar formas de falsear e matar a sua ideia, para verificar se ela realmente é capaz de sobreviver e se ela tem um diferencial competitivo no mercado atual. Na fase de concepção e planejamento, é imprescindível encontrar pontos que podem destruir a ideia e encontrar formas de solucionar essas fraquezas, inclusive na parte de regulamentação e seus possíveis problemas legais.

Simplicidade

Boas ideias são ideias simples. Se precisa ficar explicando, tirando muitas dúvidas, quebrando muitas objeções, ainda é necessário planejar e simplificar mais. “Evite colocar muitas regras, muitas informações e muitas barreiras logo de entrada. O cliente gosta de soluções fáceis de entender”, diz o empresário.

Paixão do empreendedor

Um investidor, antes de aportar na ideia, investe no perfil do empreendedor, afinal, uma pessoa que é capaz de ter uma boa ideia é tirá-la do papel, é capaz de outras coisas grandiosas.  A paixão pelo negócio como se o mundo dependesse daquela ideia é crucial para o bom andamento, afinal, é como diz o ditado “é o olho do dono que engorda o gado”, mas eu complemento, que se você consegue criar algo que o mercado precisa muito, “você vai ter uma ração de qualidade” dessa forma, empresário e empresa viram a combinação perfeita para tracionar no mercado.

Diferencial competitivo

Toda ideia tem um diferencial competitivo quando comparada aos concorrentes. Se antes, o atendimento humanizado ao cliente era um diferencial, por exemplo, hoje, ele é um aspecto mínimo, uma obrigação. Os clientes e os mercados mudam, por isso, os diferenciais precisam estar cada vez melhores e mais competitivos. “Um empresário que está sempre pensando em inovações dentro do próprio negócio e da própria ideia, com certeza brilha meus olhos. Sei que seu negócio nunca ficará estagnado, parado no tempo”, finaliza Jonathas.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

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TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

•             Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;

•             Informações detalhadas dos Shoppings de Ipatinga;

•             Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;

•             Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e Santana do Paraíso;

•             Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;

•             Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;

•             Notícias da região e do mundo;

•             Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;

•             Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;

•             Fazemos métricas diárias e mensais de cada consulta às empresas e seus produtos.

•             Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)

•             E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

•             Site: https://valedoacoonline.com.br/

sábado, 19 de novembro de 2022

PROPOSTAS E DESAFIOS DO NOVO GOVERNO NA SEGURANÇA PÚBLICA

 


O que esperar de Lula na segurança pública: propostas e desafios do novo governo
Por
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo


O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar o teto de gastos nesta quinta (17).| Foto: Sebastião Moreira/EFE.

Com poucas proposições à segurança pública apresentadas tanto no programa parcial de governo como durante a campanha eleitoral, o cenário que se desenhará na nova gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de poucas definições claras e muitas incertezas em relação ao tema.

Em programas eleitorais, discursos e entrevistas durante a campanha, Lula focou em críticas à política de segurança pública do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), em especial quanto às diretrizes sobre flexibilização do acesso a armamento e munições. Em contrapartida, prometeu retomar o Estatuto do Desarmamento com o endurecimento das regras de acesso a armamento pela população civil.

Lula também sugeriu medidas como a recriação do Ministério da Segurança Pública, que existiu entre 2016 e 2018 no governo Temer e hoje está integrado ao Ministério da Justiça, e a priorização ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), que integraria forças policiais dos estados e da União. Durante a campanha eleitoral foi aventada, ainda, pela campanha de Lula, a criação de uma Guarda Nacional para atuar em crises ligadas à segurança pública.

No entanto, pesam contra o presidente eleito recentes declarações dadas por ele que são apontadas por adversários como de tolerância ao crime, além de diretrizes ideológicas do Partido dos Trabalhadores (PT), que defende políticas de menor rigor no combate às drogas, desencarceramento em massa, desmilitarização das polícias e enfraquecimento da atuação das forças de segurança.

Como exemplo, o PT é um dos partidos que atua como amicus curiae (amigo da Corte) na ADPF 635, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ação, o partido endossou o pedido de diversas restrições a operações policiais em comunidades no Rio de Janeiro.

Como mostrado pela Gazeta do Povo, a política em questão resultou no fortalecimento territorial do narcotráfico, na ampliação aos milhares de barricadas dentro das comunidades dominadas pelo crime organizado para impedir o avanço de viaturas; e na migração de lideranças do tráfico de outros estados para os morros fluminenses, ao perceberem os locais como seguros para permanecerem impunes enquanto comandam o crime em seus estados de origem.

Principais desafios do novo governo

A Gazeta do Povo conversou com integrantes de forças policiais e demais especialistas em segurança pública para entender o que é possível esperar de Lula em relação ao combate à violência e à criminalidade.

O desafio central do futuro governo apontado pelos especialistas é manter o ritmo decrescente dos índices de mortes violentas intencionais (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte), que desde 2018 estão em tendência de queda. Durante a gestão de Dilma Rousseff (PT), os indicadores de homicídios saltaram em quase 30%. O ápice da violência no país ocorreu em 2017, quando foram contabilizadas 64 mil mortes violentas. A partir de 2018 teve início um movimento de queda nos assassinatos, e essa tendência prossegue desde então, como mostrou reportagem da Gazeta do Povo.

Outros desafios considerados centrais para o novo governo são lidar com o crescimento do narcotráfico e do tráfico de armas; aumentar a efetividade da fiscalização contra possíveis desvios de armas legais sem enfraquecer seu uso para defesa; e implementar as mudanças que prometeu nas corporações policiais (veja mais abaixo) sem reduzir a sua efetividade.

Para Rogério Greco, pós-doutor em Direito, especialista em crime organizado e atual secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, há preocupação especial com a forma como se dará o combate às organizações ligadas ao tráfico de drogas e armas, uma vez que o plano de governo parcial de Lula propõe enfrentamento menos combativo a criminosos.

“Fazer esse combate sério e efetivo é determinante. O enfrentamento que tem sido feito até agora tem sido muito incisivo, e é motivo de grande preocupação para nós eventual mudança nessa política de governo, que geraria efeitos para todo o país”, diz Greco. “Não adianta os estados trabalharem duro se não houver um controle sério de fronteiras e se houver qualquer leniência com relação às facções criminosas, que a cada dia estão se expandindo”, enfatiza.


O que Lula propôs até agora para a segurança pública
Uma das principais mudanças do governo Lula em relação à política do atual governo deve ser a retomada de restrições à circulação de armas de fogo. A defesa de uma política desarmamentista foi explorada amplamente nos discursos e na propaganda eleitoral de rádio e na TV de Lula.

A cúpula petista avalia que ao flexibilizar a legislação sobre o tema, a gestão Bolsonaro, na prática, liberou o porte de arma para Colecionadores, Atiradores e Caçadores – grupo conhecido como CACs. Para fazer frente a isso, a coordenação de campanha de Lula buscou enfatizar que as mudanças devem ser mais focadas no porte de armas, e não na posse. Em entrevista ao Canal Rural dada em setembro, Lula disse que não vê problema em produtores rurais, cujas propriedades costumam ficar distantes do acesso das forças de segurança, terem armas em sua propriedade para autodefesa.

Apesar disso, declarações recentes do petista apontam para pouca tolerância também em relação à posse de arma para autodefesa. “Para as famílias que trabalham, para as famílias que vivem em paz, não interessa comprar armas. Quem tem que ter armas boas para enfrentar o crime organizado é a polícia, não o cidadão comum”, disse o petista em entrevista coletiva dada em 20 de outubro no Rio de Janeiro. “Não acredito que alguém queira uma arma para o bem. Tenho 76 anos e nunca tive interesse em ter uma arma, tenho fé em Deus e no meu comportamento”, afirmou o presidente eleito no início de setembro ao cumprir agenda de campanha no ABC Paulista, em São Paulo.

Em relação à provável anulação, por parte de Lula, dos atuais decretos sobre armamento editados pelo governo Bolsonaro, Fabrício Rebelo, especialista em segurança pública e diretor do Centro de Pesquisa em Direito e Segurança (Cepedes), aponta que há riscos de que cidadãos que obtiveram legalmente armamento e munições tenham seus direitos suspensos. “É uma situação imprevisível. Como tudo que regula as atividades dos CACs está em decreto, e não em lei, e o STF há muito já decidiu que não existe direito adquirido na questão das armas de fogo, o governo Lula pode, sim, retirar todos os direitos do segmento”, explica Rebelo.

Sobre esse assunto, nesta quinta-feira (17) o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), um dos cotados a ocupar o cargo de ministro da Segurança Pública no governo Lula, confirmou que deve haver um “revogaço” na política de armas a partir do próximo ano, e que como consequência CACs que compraram armamento de grosso calibre durante o atual governo podem ter que devolver os equipamentos.

Como outras medidas na área da segurança, Lula tem propostas que alcançam profissionais da segurança pública, como a criação de canais de escuta e diálogo com a categoria, programas de atenção biopsicossocial e aumento dos mecanismos de fiscalização e supervisão da atividade policial.

Propôs também fazer acordos com países vizinhos para combater o tráfico de drogas nas fronteiras e implantar a patrulha Maria da Penha em cooperação com guardas municipais. O presidente eleito aventou, ainda, ações que lidem com “violências contra mulheres, juventude negra e população LGBTQIA+”. Mas nem no plano de governo parcial, nem em entrevistas, discursos ou debates o presidente eleito trouxe detalhes sobre a aplicação dessas medidas.


Diretrizes ideológicas preocupam especialistas

Especialistas consultados pela reportagem apontam receios quanto à execução de políticas de segurança pública baseadas em diretrizes ideológicas manifestadas pelo PT ao longo dos anos. Durante o Encontro Nacional de Direitos Humanos do partido, realizado em dezembro de 2021, o setorial aprovou diversas sugestões para serem aplicadas caso Lula vencesse as eleições. Dentre as propostas, validadas na reunião do Coletivo Nacional em fevereiro deste ano, há diversas voltadas à segurança pública.

No rol de sugestões constam, por exemplo, desmilitarização das polícias, descriminalização das drogas e fim da “guerra às drogas” – termo comumente usado por políticos de esquerda para defender a redução de operações policiais de enfrentamento ao narcotráfico.

Quanto à nona resolução, que propõe “reverter o encarceramento em massa de pretos e pobres, a começar por desencarcerar milhares de presos provisórios”, uma fonte da Polícia Civil do Rio de Janeiro que falou à reportagem sob sigilo explicou que há desinformação relacionada à situação de presos provisórios e que eventual política massiva de desencarceramento faria com que criminosos perigosos retornassem às ruas.

“Pelo formato da nossa legislação é muito difícil que uma pessoa que cometeu crime de menor potencial ofensivo fique presa provisoriamente. Já quanto aos crimes de médio potencial ofensivo, normalmente a pessoa vai direto ao regime semiaberto ou obtém a transação penal que evita a prisão”, explica o policial.

“Hoje pessoas presas provisoriamente assim estão porque mataram alguém, ou roubaram com uso de arma de fogo, ou estupraram, ou estão envolvidas no tráfico de drogas armado. Não tem ‘ladrão de galinha’ preso provisoriamente; são pessoas violentas”.

Para ele, melhorias nesse cenário seriam a construção de mais presídios para que presos por crimes violentos fiquem separados dos demais e a aceleração do processo penal para que os presos provisórios sejam absolvidos ou condenados com mais brevidade. “Mas não colocar indiscriminadamente detentos perigosos nas ruas, porque isso só aumentaria a violência”, destaca.

A proposta de Lula de substituir “o atual modelo bélico de combate ao tráfico por estratégias de enfrentamento e desarticulação das organizações criminosas” também é vista com muitas ressalvas pelas fontes consultadas. Luiz Fernando Ramos Aguiar, especialista em segurança pública e major da Polícia Militar do Distrito Federal, explica que o uso de aparatos de inteligência é indissociável de todas as operações policiais, mas em parte delas – como no enfrentamento ao narcotráfico ou a crimes do “novo cangaço”, por exemplo –, inevitavelmente, ocorrerá o enfrentamento armado frente à reação bélica dos criminosos.

“Não há como se combater de outra forma traficantes armados com fuzis, metralhadoras e granadas e dispostos ao enfrentamento. Mesmo com o uso de inteligência, estratégia e investigação vai chegar o momento do enfrentamento, e ele só pode ser feito com armamento. Isso nunca pode ser confundido com mera perseguição à população pobre”, diz Ramos Aguiar.

Por fim, a proposta de “reeducar policiais”, que se daria, segundo o plano parcial de governo petista, por meio de atualização de doutrinas, reformulação dos processos de seleção e melhoria da qualificação técnica dos policiais, deve encontrar muito mais dificuldade de se viabilizar, já que a maior parte dos policiais brasileiros (militares e civis) está sob o controle dos governos estaduais, não do governo federal.

“Em primeiro lugar é um discurso vazio, porque ele não disse concretamente nada sobre quais medidas seriam tomadas nessa remodelagem das polícias. Depois, o governo federal só poderia interferir nas polícias estaduais caso houvesse alteração na Constituição, uma vez que os estados têm sua autonomia e sua independência”, afirma Rogério Greco.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/lula-na-seguranca-publica-propostas-e-desafios-do-novo-governo/
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DECLARAÇÕES DE LULA GERAM GUERRA NO MERCADO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Sharm El Sheikh (Egypt), 17/11/2022.- Brazilian president-elect Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a meeting with young activists at the 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), in Sharm El-Sheikh, Egypt, 17 November 2022. The 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), runs from 06-18 November, and is expected to host one of the largest number of participants in the annual global climate conference as over 40,000 estimated attendees, including heads of states and governments, civil society, media and other relevant stakeholders will attend. The events will include a Climate Implementation Summit, thematic days, flagship initiatives, and Green Zone activities engaging with climate and other global challenges. (Brasil, Egipto) EFE/EPA/SEDAT SUNA


Declarações de Lula sobre teto de gastos e mercado financeiro estão abalando confiança do investidor na saúde fiscal brasileira.| Foto: EFE/EPA/Sedat Suna

Primeiro, Henrique Meirelles desejou aos brasileiros “sorte”. Agora, o presidente eleito Lula pede “paciência”. Foi assim que, na quinta-feira, ele desprezou o efeito que o cheque de centenas de bilhões de reais, sem prazo definido, solicitado na PEC da Transição teria sobre o mercado financeiro. “Temos de fazer um país mais humano. Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”, disse o petista, acrescentando que “o dólar não aumenta e a bolsa cai por conta das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”. Na semana anterior, Lula já havia criticado a “sensibilidade” dos investidores.

Lula tem várias dezenas de pessoas na sua equipe de transição, parte razoável delas na área econômica, algumas das quais certamente não acreditam na geração espontânea de dinheiro público que caracteriza boa parte da esquerda. Pois essas pessoas poderiam explicar a Lula certas coisas que ele já deveria ter aprendido nos oito anos em que governou o país – ou que, se chegou a aprender, já esqueceu. Uma delas é que a gastança pretendida pelo petista, em sua ânsia de transformar o teto de gastos em um piso de gastos, tem de ser bancada de alguma forma, e os meios ordinários para isso são o aumento de impostos, o aumento do endividamento ou a emissão de moeda. E nenhuma das três soluções termina bem.

Ao que tudo indica, Lula só passará a tratar o dinheiro do contribuinte com racionalidade se for forçado a tal

O Estado já tira do brasileiro um terço de tudo o que ele produz; elevar a carga tributária significaria deixar menos dinheiro circulando, prejudicando o crescimento da atividade econômica. Endividar ainda mais o Brasil aumentaria a desconfiança a respeito da capacidade de o país honrar seus compromissos; a tendência seria a necessidade de oferecer juros cada vez maiores para atrair quem esteja disposto a emprestar dinheiro ao Brasil, criando uma bomba-relógio que explodiria com força no médio e longo prazos. E emitir moeda é o jeito mais rápido de criar inflação – algo que o presidente argentino, Alberto Fernández, constatou com surpresa meses atrás – e desvalorizar ainda mais o real diante das demais moedas, inclusive o dólar.

O câmbio descontrolado tira completamente a previsibilidade de que o setor produtivo necessita para se planejar. E um dólar desvalorizado encarece os produtos importados, os insumos usados pelo agronegócio, matérias primas necessárias à indústria, o preço do petróleo – ainda que a cotação internacional se mantenha estável –, os custos do setor de serviços. Tudo isso acaba repassado à população nos preços finais, inclusive de itens essenciais como alimentos. O resultado aparece nos índices de inflação e na perda do poder de compra do brasileiro. Mas, se isso acontecer, Lula já mandou o recado: paciência.


Se Lula não entende o efeito do câmbio, talvez entorpecido pelo mantra “ninguém come dólar”, ele tampouco entende o mercado de capitais e a bolsa de valores. O petista reduz à mera especulação um fenômeno bastante mais complexo pelo qual muitas empresas captam os recursos necessários para seu crescimento, com consequente geração de emprego e renda. Há relação direta entre um mercado de capitais robusto e o desenvolvimento econômico de um país. É de interesse de qualquer nação que suas empresas sejam sólidas, com bom valor de mercado, desde que esse desempenho seja fruto dos processos normais de mercado, e não de artificialismos como as políticas de “campeões nacionais” que o petismo implantou no passado e que terminaram em desastre, seja para as empresas escolhidas, seja para a concorrência, que as políticas governamentais ajudaram a destruir.

Como Lula vem acumulando sandice após sandice nos últimos dias, precisa de bombeiros como o vice eleito Geraldo Alckmin para desdizer o que foi dito e prometer algum senso de responsabilidade com o dinheiro público nos próximos quatro anos. Mas não foi a Alckmin que economistas liberais deram apoio, nem foi em Alckmin (nem em Meirelles, Armínio Fraga, Persio Arida ou André Lara Resende) que muitos brasileiros cientes da necessidade de uma economia arrumada votaram; foi em Lula, e é ele quem manda. E, ao que tudo indica, ele só passará a tratar o dinheiro do contribuinte com racionalidade se for forçado a tal: ou por um Legislativo combativo, capaz de conter a gastança; ou pelas circunstâncias, à medida que suas políticas, uma vez implantadas, levarem à deterioração da economia nacional. Que não cheguemos a esse ponto, pois não há paciência que dê conta da volta da recessão, da inflação e do desemprego que foram a “herança maldita” deixada pelo petismo ao fim de sua primeira passagem pelo Planalto.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-declara-guerra-ao-mercado/
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MANIFESTANTES CRITICAM COMANDANTES DO EXÉRCITO PELA SUA PASSIVIDADE ANTE A SITUAÇÃO

 


Como o Exército reagiu a mensagens de manifestantes que chamam generais de “comunistas”

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Comandante do Exército, general Freire Gomes, ficou insatisfeito e perplexo com os ataques a oficiais do Alto Comando| Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O Alto Comando do Exército divulgou uma nota interna em reação a insultos sofridos por oficiais-generais da ativa e da reserva em aplicativos de mensagens nos últimos dias. Eles foram chamados de “comunistas” e até “melancias” (verde por fora e vermelho por dentro) em mensagens anônimas em uma falsa referência de apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A sugestão de reação do Exército teve o aval dos cinco generais “quatro estrelas” — do topo da hierarquia — que foram alvos dos insultos, entre eles, o chefe do Estado-Maior do Exército, Valério Stumpf. Também validaram os comandantes militares do Sudeste, Tomás Miné Ribeiro de Paiva; do Leste, André Luiz Novais; e do Nordeste, Richard Nunes. Quem também apoiou a nota foi o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, Guido Amin.

“Cinco oficiais do Alto Comando foram ofendidos, é lógico que ninguém gostou disso, sequer sabemos a origem desses insultos”, diz o general reformado Paulo Chagas. Para ele, o texto do informe interno do Exército, o Informex, esclarece o tom de insatisfação e a defesa da reação às mensagens compartilhadas nos últimos dias em aplicativos como WhatsApp e Telegram.

A nota interna classifica as mensagens como “alusões mentirosas e mal intencionadas”. “Tais publicações têm se caracterizado pela maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares com mais de quarenta anos de serviços prestados ao Brasil, bem como de macular a coesão inabalável do Exército de Caxias”, diz o Exército em um trecho do informe.

Para a força armada terrestre, os “grupos ou indivíduos” que insultaram os integrantes do Alto Comando do Exército “apenas atestam sua falta de ética e de profissionalismo” ao tentarem, “de forma anônima e covarde, disseminar a desinformação no seio da Força e da sociedade”. “O Exército Brasileiro permanece coeso e unido, sempre em suas missões constitucionais, tendo na hierarquia e na disciplina de seus integrantes o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador”, diz a nota.

Divulgada internamente na quarta-feira (16) a todas as organizações militares da instituição, a nota foi assinada pelo chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, general José Ricardo Vendramin, a pedido do comandante da força, general Freire Gomes. O comunicado demonstra um certo desconforto entre os oficiais com a pressão advinda das ruas e, sobretudo, das redes sociais.

Qual é o contexto das ofensas a oficiais-generais do Exército

Pelo caráter anônimo das mensagens compartilhadas, é impreciso apontar a autoria. Porém, o contexto está atrelado a pedidos de apoio de generais a uma “intervenção federal”, como tem sido defendido em faixas por manifestantes que protestam em quartéis pelo Brasil. Há, porém, quem entenda que a autoria foi feita por “esquerdistas”, com o intuito de causar alguma cisão entre grupos de direita.

Em uma das mensagens compartilhadas em um grupo de conservadores acompanhada das fotos dos cinco-oficiais generais do Alto Comando ofendidos, é dito que eles “não aceitam a proposta do povo”. “Querem que Lula assuma, já se acertaram com ele”, prossegue o trecho ao sugerir um suposto acordo entre militares e o governo eleito.

Uma das mensagens acusa o general Tomás Paiva de um suposto interesse em assumir o comando do Exército na gestão Lula. Em aceno às Forças Armadas, o presidente eleito garante que irá respeitar o critério de antiguidade na escolha dos próximos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, tradição na qual o presidente da República indica um dos oficiais-generais com mais tempo no topo da carreira para assumir o comando de sua respectiva instituição.

Lula conta com interlocutores para buscar um diálogo institucional com as Forças Armadas, a exemplo do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), mas interlocutores da caserna negam interesses específicos ou supostas articulações de oficiais-generais para ocupar os comandos militares.

Os cinco oficiais-generais do Alto Comando do Exército não são os únicos criticados. Outros generais da ativa e da cúpula também foram alvos, como Estevam Theóphilo Oliveira, comandante de Operações Terrestres. Em uma fotomontagem, eles são questionados sobre como reagirão a partir de 1º de janeiro, data da posse de Lula. “E agora, general? No dia 1º de janeiro de 2023, V.Exa. [vossa excelência] pretende prestar continência a quem? Ao povo brasileiro ou aos comunistas?”, indagam os autores anônimos em mensagens com fotos de militares.

Até mesmo militares da reserva foram insultados. Em algumas imagens, os generais Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, e Otávio Rêgo Barros, ex-porta-voz do governo Jair Bolsonaro (PL), são retratados com um capacete em forma de melancia na cabeça. A fruta é usada por alguns brasileiros como forma de hostilizar generais sob a falsa alegação de serem comunistas, a despeito de vestirem a farda verde oliva.

O que dizem generais sobre os insultos e pedidos de golpe militar
O general Paulo Chagas classifica os insultos aos oficiais-generais como um “desaforo”. Para ele, há uma tentativa descabida em pressionar o Alto Comando a apoiar uma intervenção militar. “Dizem que, por causa de cinco generais, não estaria saindo a intervenção e que seriam traidores. É ridículo”, critica.

“O cara vai para a frente do quartel pedir socorro às Forças Armadas e diz que os militares são covardes e omissos. Então para que está na frente do quartel? Pedindo ao covarde e omisso? O cidadão que faz isso não é coerente e não deveria estar lá. É uma falta de respeito com as pessoas nas quais eles estão depositando o anseio ou o medo que têm em alguma coisa”, complementa Chagas.

O general Santos Cruz é outro a questionar as manifestações por intervenção militar. Para ele, a massa de brasileiros que se manifesta neste momento é importante para a construção de uma oposição que favorece a fiscalização sobre os atos e decisões do governo eleito, desde que construtiva e organizada.

“É esse o processo democrático e nós estamos perdendo a oportunidade de organizar essa oposição, não é pedindo golpe [militar] e interferência das Forças Armadas que faremos isso. As Forças Armadas vão trabalhar para a defesa nacional e para o bem do nosso povo, sem posicionamento partidário”, sustenta.

Sobre as ofensas aos generais, Santos Cruz é mais crítico e defende que o Exército adote providências mais duras do que apenas o informe interno. “Tem que haver a identificação de autoria do crime para a responsabilização criminal”, declara. O general evita associar os ataques a apoiadores de Bolsonaro e reforça o entendimento de que os autores das mensagens são criminosos.

“Não tem nada de errado ser eleitor e simpatizante do presidente Bolsonaro. O que está errado é esse tipo de gente covarde fazer esse tipo de coisa, e não pode atribuir isso a bolsonarismo. Isso é crime de difamação e calúnia, simplesmente, e mais nada. Não pode atribuir a esse tipo de criminoso uma posição política, porque isso aí não tem o mínimo equilíbrio”, destaca.

O general esclarece não ter apresentado um pedido ao Exército de investigação, mas pondera que a instituição tem as condições de acatar a sugestão. “É uma questão de abertura de inquérito policial militar. Entendo que existem recursos e condições técnicas para se chegar na origem e levar para a Justiça, porque é crime, são criminosos. É gente covarde e da pior qualidade possível, é um extremismo”, afirma.

O que os militares pensam sobre Lula – e o que presidente eleito tem a dizer

Sejam da ativa ou da reserva, a grande maioria dos militares não é comunista, nem apoia Lula. “Acredito que existem companheiros que têm um viés ideológico mais à esquerda, mas eu não acredito em general, almirante ou brigadeiro comunista”, diz o coronel da reserva Walter Félix Cardoso Júnior. Ele foi coordenador de segurança do gabinete de transição do governo Bolsonaro em 2018 e trabalhou no gabinete do general Maynard Santa Rosa, ex-titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência na gestão Bolsonaro.

Coronel Félix até confirma que a vitória do presidente eleito nas urnas gerou incômodo entre militares. Principalmente os que suspeitam de fraude eleitoral, e sobretudo após a divulgação do relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação elaborado pelas Forças Armadas – que não apontou fraude, mas também não excluiu essa possibilidade.

Entre militares, existe um temor de que Lula irá adotar uma gestão radicalmente “esquerdista” e não alinhada aos valores conservadores defendidos na caserna. Félix teme que, a partir do início da gestão, o governo eleito tente impor “uma série de coisas inaceitáveis”. “Como aborto e ‘links’ muito sólidos com Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, México e Nicarágua, além de facilidades para a França e China, em situação de ambiguidade total, como outras tantas bandeiras da esquerda”, opina.

O coronel afirma que os militares não estão alheios à situação do país, mas explica que eles respeitam os “limites da Constituição”. “Estão tolerando com paciência as atitudes estimuladas pelo próprio STF e pelos radicais de esquerda, como falas recentes do próprio Lula e de seus auxiliares mais agitados. O Exército vem tolerando isso com muito equilíbrio”, afirma.

Baseado no relatório das Forças Armadas sobre as urnas e o sistema eleitoral, Félix defende uma contestação do resultado eleitoral sob a suspeita de fraude. “É preciso ter coragem de encarar reações que podem vir, inclusive, e com certeza virão, do exterior, que podem dar origens a sanções econômicas”, pondera.

Em Portugal, onde se encontrou com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa para uma reunião bilateral, o presidente eleito Lula afirmou nesta sexta-feira (18) que acredita não ter problemas de relacionamento com os militares.

“Nunca tive problema de conviver com as Forças Armadas. Nunca tive problema com nenhum militar. O comando das Forças Armadas está muito tranquilo, me conhece e no momento certo vou indicar quem será comandante da Marinha, da Aeronáutica e do Exército. Nunca pensei em ter problema e não acredito que eu tenha”, disse, ao ser indagado sobre a indefinição de nomes para integrar o núcleo de defesa no gabinete de transição. Lula prometeu uma definição a partir da semana que vem.

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