segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O CENTRÃO VAI CONTROLAR O GOVERNO LULA

 

Entrevista
Ricardo Barros

Por
Roger Pereira – Gazeta do Povo

06/12/2017- Brasília: O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participa de audiência pública nas Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e Comissão de Finanças e Tributação (CFT) Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Vice-líder de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), vice-líder de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, desde 2020, líder do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP) é um dos principais símbolos do chamado “Centrão” no Congresso Nacional. Não importa quem seja o presidente da República, Barros é chamado para negociar a adesão dos partidos de centro à base de apoio e dar ao chefe do Poder Executivo da vez a tão necessária governabilidade.

Nesta eleição de 2022, no entanto, Barros se engajou de forma mais efetiva na campanha de Bolsonaro, o que torna, num primeiro momento, mais difícil sua adesão ao governo Lula. Em entrevista à Gazeta do Povo, o deputado comenta o resultado da eleição, aponta o que faltou à campanha de Bolsonaro e faz uma projeção das dificuldades que Lula terá para construir sua base parlamentar. “Isso não vai se dar nos moldes que acontecia anteriormente”, alertou.

Confira a íntegra da entrevista:

Queria começar com uma avaliação sua sobre o resultado da eleição. O presidente Bolsonaro fez mais votos do que as pesquisas indicavam no primeiro turno e, a campanha se animou com a possibilidade de virada. Na sua opinião, o que faltou?

Olha, o presidente, como você disse, fez mais votos do que se esperava no primeiro turno, e fez mais votos, também, do que as pesquisas davam para ele no segundo turno. O presidente enfrentou, como ele fala, o sistema: a Justiça Eleitoral, muito parcial contra ele, e a grande mídia também. Mas tudo bem, também. São brigas que ele comprou e ele segurou. Então, não pode reclamar do comportamento que eles tiveram, porque era também uma reação à própria conduta do presidente. Eu acho que faltou voto, só isso. Eleição ganha quem erra menos, né? E a campanha do presidente tinha totais condições de vencer, mas houve percalços da campanha, principalmente na última semana, que custaram caro. Mas a própria apuração de votos mostrou que ele poderia vencer as eleições. Claro que o fato de o tribunal tirar dele as suas inserções comerciais a última semana inteira e passar para o Lula pesou muito também, mas faz parte do contexto e era esperado da minha parte. Pelo menos o comportamento da Justiça, do Alexandre Morais, era totalmente previsível, e da mídia também. E das pesquisas, vale lembrar. Então, os fatores que foram mais acentuados no resultado negativo eram todos previstos e não vejo surpresa nesse comportamento. Acho que o presidente fez muito voto, fez a maior bancada na Câmara, a maior bancada no Senado. O governo de São Paulo. Está em condições plenas de disputar a presidência em 2026.

Houve percalços na última semana que, infelizmente, custaram caro.

O senhor citou que houve erros na campanha na reta final. A declaração do ministro Paulo Guedes sobre desvincular o salário mínimo da inflação foi o grande erro da última semana?

Foi uma série de erros. Na última semana teve as declarações do Guedes; teve a história das inserções de rádio que, depois, o próprio Fábio Farias, que foi quem denunciou, voltou atrás; teve Roberto Jefferson; teve Carla Zambell. E teve o debate, que também que não foi bom. Então foi um conjunto de revezes, vamos dizer assim, da campanha ou não, mas que impactaram. Lula errou também, com o MEI, com outras questões, mas errou menos. E os comerciais, né? Os comerciais são muito impactantes. Lula ficou com 90% de comerciais e o Bolsonaro com 10%. Então eu acho que a decisão da Justiça que mais afetou a campanha foi essa, embora ele tenha baixado inúmeras resoluções para favorecer a candidatura do Lula e prejudicar o Bolsonaro, né? Foram sequências. Só no dia 20 (de outubro) teve cinco decisões do TSE tentando conter o avanço do Bolsonaro e facilitando o crescimento do ex-presidente Lula. Isso tudo, no conjunto, produziu esse resultado que eu considero um excelente resultado diante das adversidades que a campanha enfrentou.

E, como líder de Bolsonaro na Câmara, como o senhor define este governo que está se encerrando?

O governo Bolsonaro foi um governo liberal, com um Banco Central independente, uma decisão muito importante que foi tomada, com a capitalização da Eletrobras, a gestão profissional das estatais, todas dando lucro. Correios deram lucro recorde de R$ 3,7 bilhões. A Petrobras: o lucro da Petrobras financiou o auxílio caminhoneiro, o auxílio taxista, os R$ 200 a mais de auxílio emergencial, o Vale Gás. Tudo isso com o resultado das estatais. Então, eu acho que está muito bem. O governo contratou R$ 1 trilhão de infraestrutura nos próximos anos. Ferrovias, rodovias, portos que vão gerar muito emprego e oportunidade. Menor taxa de desemprego dos último anos. Menor inflação que os Estados Unidos e Europa; maior crescimento que os Estados Unidos e Europa. Vamos crescer mais do que a China. Então é um governo de muitas realizações. A Câmara votou cabotagem, licenciamento ambiental, regularização fundiária, que são projetos importantes para o Brasil. Defensivos agrícolas; Lei da liberdade econômica. Toda a questão da pandemia, o auxílio a estados e municípios, todo o socorro que foi feito; os R$ 500 milhões em vacina. Então, esse governo que tem uma boa história para contar.

E agora? Esse governo liberal que o senhor citou chega ao fim, para a volta do PT e de Lula ao poder. O que esperar desse terceiro mandato de Lula??

O Lula começou a falar esta semana e você viu a repercussão no mercado. Eu não acho que eles vão mudar. Estão chamando o Paulo Bernardo, o Guido Mantega. Estão chamando a mulher da Marielle. Começou bem a composição, com nomes muito palatáveis, mas agora já começou a radicalizar. Mas é esperado de quem ganha. Quer governar com seus companheiros e vamos ver como o mercado vai avaliar e vai absorver isso. O centro, como sempre, será decisivo no governo. Temos, hoje, um governo de centro-direita, passaremos a ter um governo de centro-esquerda e o centro vai entregar o que for possível ao presidente, mas não tudo. Como não entregamos tudo o que o Bolsonaro queria na pauta conservadora. O Lula também não vai conseguir tudo, especialmente retrocessos na reforma trabalhista que já estão sendo anunciados. E a liberdade para gastar sem limites que também não vai ser dada.

O Lula também não vai conseguir tudo, especialmente retrocessos na reforma trabalhista ou liberdade para gastar sem limites

E esse governo Lula terá participação do PP, terá o PP na base de apoio no Congresso? Como o partido deverá se comportar?

Eu não tenho a expectativa que o Progressistas declare apoio à base de apoio ao presidente Lula, pelo menos nesse momento de transição, em que o nosso eleitorado ainda está muito posicionado. A responsabilidade de pacificar o Brasil é do presidente Lula. Se ele pacificar, ele cria um ambiente para que possa ter mais apoio. Se não pacificar, os parlamentares não vão se divorciar da sua base eleitoral para apoiar o governo.

Mas o governo Lula precisará buscar o PP e o centro para sua base, principalmente por conta do tamanho da bancada que o PL conseguiu eleger e que, certamente, estará na oposição.

Mas isso não vai se dar nos moldes que aconteceu anteriormente. Nós, hoje, temos um eleitor do Bolsonaro que está na rua protestando. Então, quem se elegeu com a pauta bolsonarista, com o vínculo com o presidente Bolsonaro, não pode ir lá agora e contrariar todo esse povo porque quer ser governo, isso não existe. Nós temos cada um que manter uma posição de coerência. Então será mais difícil para esse governo montar base parlamentar, pelo menos no primeiro momento. Então, ninguém sabe o que vai acontecer. Todo mundo está esperando, será um 15 de novembro nervoso. E nós temos que entender a mensagem das urnas, mas temos que ouvir a voz das ruas também, com cuidado, com parcimônia e paciência.

Por falar em voz das ruas. O senhor fez publicações nas redes comentando, elogiando e incentivando as manifestações após as eleições, afirmando que elas são pacíficas e democráticas. Até onde esses atos podem ir sem deixarem de ser pacíficos e democráticos? O que essas pessoas podem reivindicar sem deixarem de ser pacíficas e democráticas?

Olha, eu sou defensor da livre opinião. Eu estou radicalmente contra os exageros do Alexandre Moraes, do TSE e do STF tentando calar a boca do povo. Isso não existe. Quem se sentir ofendido com alguma declaração, tem o Código de Processo Civil, vai lá e pede indenização por injúria, calúnia, difamação, pede retratação. Mas ele não pode mandar prender, não pode bloquear a rede social. Nós estamos vivendo um momento de exceção. O TSE está quase fazendo uma intervenção na liberdade de expressão no Brasil, o que é absolutamente reprovável. As pessoas têm todo o direito de estar na rua, de fazer ato, de expressar a sua opinião, desde que não bloqueiem o direito de ir e vir dos outros. Desde que todo mundo respeite, as opiniões são livres para serem dadas. Eu apenas registrei o movimento que eu acho que está aí na rua, nós não podemos dizer que não. As pessoas estão nas ruas, estão, ainda, vamos dizer assim, indignadas com o resultado da eleição. Na minha opinião, inclusive, o TSE está emitindo decisões totalmente sem prerrogativa para isso, porque já acabou eleição, o TSE não tem mais nada a ver com o movimento da rua, não vai afetar o resultado da eleição. O que não afeta a eleição não é prerrogativa do TSE reagir. Ele tem que se recolher.

A principal pauta dessas manifestações, como o senhor disse, é contestar o resultado da eleição. O senhor foi um dos primeiros apoiadores mais próximos do presidente Bolsonaro a reconhecer o resultado da eleição. O senhor tem alguma dúvida sua sobre o resultado das urnas em 30 de outubro?

Não. A apuração está completa e o resultado proclamado. Os eleitos serão diplomados e empossados. Agora, quem não gostou tem todo direito de reclamar. E não podemos cercear a liberdade de opinião de ninguém. Eu não só reconheci o resultado como estou ajudando na transição, porque é o que tem que ser feito. Mas não há nenhuma razão para um deputado federal ter a sua rede social bloqueada, como temos hoje, de vários parlamentares. Isso é incabível. O Tribunal Superior Eleitoral tem que se enquadrar rapidamente nas suas atribuições. Acabou a eleição. Eles não têm mais que estar tomando medidas e nenhuma medida que ele tome agora deve ser respeitada, porque ele não tem prerrogativa, não tem atribuição. Nós não estamos mais no período de eleição.

A reeleição do presidente Câmara, Arthur Lira, é uma prioridade para o PP no ano que vem?

Com certeza é o projeto mais importante para o partido nesse momento. E está indo muito bem, na medida que o governo eleito já declarou que não vai ter candidato e nem vai interferir no processo o que torna o Arthur Lira franco favorito para ser reeleito presidente da Câmara, assim como Rodrigo Pacheco (PSD), que está sendo franco favorito no Senado.

A tal governabilidade do governo Lula está em jogo nessa eleição da presidente da Câmara.

Olha, o PT por duas vezes tentou interferir na eleição da Câmara, perdeu com Severino Cavalcanti e depois perdeu para o Eduardo Cunha, o que custou o impeachment da Dilma. Então, a declaração feita pelo presidente Lula eleito, de que não vai interferir no Poder Legislativo, é, também, o reconhecimento de uma lição aprendida.

Para encerrar, uma pergunta sobre o Paraná. O governador Ratinho Júnior também foi uma das pessoas que se engajou na campanha do presidente Bolsonaro, principalmente no segundo turno, depois de reeleito, ele liderou e coordenou a campanha do presidente aqui e fez alguns discursos contundentes, até fugindo um pouco da característica dele, que é muito mais apaziguador. Tem caminho para Ratinho Júnior se reaproximar do presidente Lula?

Claro, o presidente Lula precisa do apoio de todos. Como acabei de dizer, a principal tarefa dele é pacificar o país. O partido do governador Ratinho já está na base do novo governo. Vai ter dois ministérios. Então, não vejo nenhuma dificuldade para que haja um bom relacionamento entre o governador e o presidente da República, que pode ser atrapalhado apenas por lideranças petistas do Paraná que queiram criar caso para que esta relação não seja melhor para o povo do Paraná.


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FORÇAS ARMADAS ENTENDERAM O SENTIDO DAS MANIFESTAÇÃO POPULARES

 

Por
Alexandre Garcia


Nota dos comandantes militares diz que não é crime manifestar-se criticando instituições.| Foto: Fernando Bizerra/EFE

Neste 14 de novembro e amanhã também, em Nova York, será realizado um evento organizado por João Dória chamado “O Brasil e o Respeito à Democracia e à Liberdade”. E olhem só, que ironia, quem vai falar neste evento: Alexandre de Moraes, sobre o respeito à liberdade e à democracia; Luís Roberto Barroso, que já falou mal do Brasil no exterior mais de uma vez; Gilmar Mendes, que na semana passada liberou R$ 5,5 milhões da conta de previdência da Marisa Letícia, ex-mulher de Lula, no Bradesco – eu me lembrei que se você ganha R$ 10 mil, consegue economizar R$ 2 mil e coloca em um plano de previdência, vai levar uns 220 anos para chegar a R$ 5,5 milhões, mas tudo bem –; Carmem Lúcia, que disse que “cala boca já morreu”, mas não morreu, abriu-se uma exceção e continua a censura; Ricardo Lewandowski, que foi aquele que presidiu o julgamento de Dilma Rousseff e passou por cima como um trator de um artigo da Constituição, o que fez com que ela fosse condenada mas não recebesse uma pena; e Dias Toffoli, que como presidente do STF criou um inquérito sem Ministério Público e o entregou a Alexandre de Moraes. Esses vão falar, hoje e amanhã, em Nova York, sobre o Brasil e o respeito à democracia e à liberdade.

A nota dos comandantes militares
Vocês devem ter visto a nota dos três comandantes militares, o que é algo inédito. Os três comandantes militares não falam para o povo e nem para as instituições. Quem fala é o Presidente da República, seu comandante supremo, ou o ministro da Defesa, que é um ministro político. Mas eles falaram. Fizeram a nota dirigida às instituições e ao povo.

Nessa nota, resumindo, eles reiteraram seu compromisso como povo brasileiro. Lembraram que a lei diz que não é crime manifestar-se censurando ou criticando as instituições por meio de manifestações, reuniões ou greves. Isso não é crime. Também lembraram que o Legislativo, que representa o povo e que não pode ser invadido por outro poder, precisa corrigir os descaminhos dos autocratas. Em outras palavras, eles se mostraram como poder moderador ao lado do povo.

O mau começo do futuro governo Lula
Vocês sabem que a “Folha de S.Paulo” foi contra Bolsonaro e a favor de Lula. Pois agora um editorial da “Folha”, que é a manifestação da opinião do jornal, chamado “Mau começo”, está usando palavras duras contra Lula dizendo que em apenas duas semanas Lula consegui derrubar grande parte das esperanças de que vá adotar uma política racional e socialmente responsável.

Até agora, só há essa emenda para liberar a gastança. Lula abraçou a demagogia mais rasteira ao vociferar contra a responsabilidade fiscal. Ele não aprendeu que isso alimenta a inflação. Como se viu no final dos anos petistas, gera desemprego, miséria, fome, juros estratosféricos, dívida pública lá em cima. A política social tem que ter uma fonte de onde tirar os recursos.

Dizer que controle fiscal prejudica os pobres é de um “primarismo atroz”, diz a “Folha de S.Paulo”. Mais, a irresponsabilidade orçamentária é o caminho para a estagflação: queda do PIB com inflação, como aconteceu no governo Dilma. Não há margem para improvisos. Como é significativa essa posição da “Folha de S.Paulo”, parece que deram uma guinada de 180 graus.

Flordelis fez um belo trabalho com as crianças, mas matou o marido
A Flordelis, que foi deputada federal, aquela que perdeu o mandato e em seguida foi presa, era pastora e foi professora, adotou muitas crianças, fez um belo trabalho com essas crianças da favela, mas matou o marido. Um júri com sete jurados confirmou isso, e lhe impôs uma série de penas por três tipos de crime que dão, juntas, 50 anos de prisão.

Eu fico me perguntando, nessa Justiça brasileira, nas leis brasileiras lenientes, quanto tempo ela vai ficar na cadeia. O Guilherme de Pádua, que morreu há pouco, foi condenado a 19 anos e meio de prisão e ficou seis anos e nove meses. Lula foi condenado a 22 anos, não ficou preso nem um ano e meio. A gente fica muito triste quando o país mostra que, em muitas vezes, o crime compensa.


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PREOCUPAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO COM O GOVERNO LULA

 

Transição
“Buy Brazil” ou “bye Brazil”?

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo


Mercado ficou mais preocupado com o governo Lula após crítica do petista à busca por estabilidade fiscal e a indicação do ex-ministro Guido Mantega para a equipe de transição.| Foto: Joédson Alves/EFE

A manutenção do arcabouço fiscal, a formação equipe econômica do governo eleito e o tamanho do “waiver” – a licença para gastar além do teto de gastos – estão na mira do mercado. Qualquer desvio de políticas pró-mercado tende a cobrar um preço caro.

Foi o que se viu na quinta-feira (10), depois das críticas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ao teto de gastos e da indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para a área de orçamento e planejamento da equipe de transição. Em apenas uma sessão, a B3 caiu mais de 3% e o dólar subiu mais de 4%, batendo nos R$ 5,40. A fala de Lula também repercutiu mal entre alguns economistas e políticos que apoiaram a eleição do petista.

Novos sinais de que o governo eleito queira deixar a responsabilidade fiscal de lado podem acabar de vez com a boa vontade dos investidores em relação ao Brasil. O mercado teve comportamento relativamente tranquilo durante quase toda a campanha eleitoral e nos primeiros dias após a posse de Lula, e ao longo dos últimos meses o país passou a ser tratado como a “bola da vez” entre os investidores estrangeiros. Porém, agora cresceu a percepção de que o modo “buy Brazil” (“compre Brasil”, em inglês) possa ser trocado por “bye Brazil” (“tchau, Brasil”).

Pedro Paulo Silveira, economista da Nova Futura Asset, disse que o presidente eleito, ao identificar uma oposição entre equilíbrio fiscal e crescimento econômico, sinalizou para o mercado que está mais próximo da estratégia de Dilma Rousseff do que a sua no primeiro mandato, quando deu prioridade à formação de superávits nas contas públicas.

“As reações dos políticos e assessores próximos ao presidente eleito ainda mostram que há uma percepção de que as escolhas feitas por Dilma-Mantega em seu mandato desastroso estavam corretas e devem ser experimentadas novamente”, afirma.

Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em março de 2006. Na época, o setor público consolidado exibia superávit primário (com arrecadação maior que as despesas) de 3,29% do PIB em 12 meses. Quando ele deixou o cargo, no fim de 2014, o saldo era negativo, com déficit primário de 0,54% do PIB, segundo o Banco Central.

Mercado correu para buscar proteção, diz economista
A XP Investimentos aponta que o mercado alertou que mais uma aventura fiscal pode custar caro para o país. “Com a moeda se desvalorizando, a inflação tende a subir e isso pode forçar o Banco Central a elevar ainda mais a taxa de juros. Como resultado, o poder de compra é corroído”, citam, em relatório, analistas da corretora.

Silveira, da Nova Futura Asset, complementa afirmando que o mercado não reagiu de forma “sensível” a um discurso – foi essa a expressão que Lula usou ao comentar o comportamento dos investidores na quinta-feira.

“O mercado correu para proteger suas posições, que incluem milhões de poupadores estrangeiros do risco de repetição do desastre ocorrido sob a gestão de Dilma Rousseff. Quando um presidente fala, ele emite sinais para a sociedade e é de se esperar que os agentes reajam racionalmente a esses sinais, calibrando suas decisões em torno delas”, escreveu em relatório.

Ele lembra que esta é uma situação potencialmente explosiva para o país, já que a situação fiscal é grave, o potencial de crescimento está comprometido e o capital político do novo governo é muito menor que o do primeiro mandato de Lula. “As reações do presidente eleito e seus escudeiros, de considerar as preocupações do mercado como exageradas, mostram que eles não consideram os riscos explícitos de nossa conjuntura”, ressalta.

Uma das lições mais recentes de que o mercado não está disposto a aceitar mais descontrole fiscal em meio a inflação elevada vem do Reino Unido. Após o malsucedido anúncio de um pacote econômico que previa cortes de impostos e mais gastos, a então primeira-ministra Liz Truss se viu obrigada a renunciar ao cargo apenas 45 dias após a posse.


Outra preocupação do mercado é com a licença para gastar de Lula. Ele negocia com o Congresso a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para autorizar gastos de R$ 175 bilhões fora do teto de gastos, para bancar a nova versão do Bolsa Família, no valor básico de R$ 600 e adicional de R$ 150 por criança. O governo eleito também quer abrir espaço para mais gastos em um programa habitacional – o Minha Casa Minha Vida – e obras paradas, entre outros destinos.

Fontes com quem a Gazeta do Povo conversou nos últimos dias sinalizaram que o ideal para o mercado era de que a licença ficasse entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões.

De “buy Brazil” a “bye Brazil”?
Um temor é que a posição dos investidores passe de “buy Brazil” para “bye Brazil” com essa tendência a uma guinada a uma política econômica mais similar à adotada por Dilma Rousseff. Uma série de fatores vinham impulsionando o mercado brasileiro, aponta a economista Myriã Bast, do Bradesco:

as contas externas mantiveram-se em um patamar apropriado. O déficit em conta corrente segue plenamente financiado pelos investimentos estrangeiros diretos;
o país tem um endividamento externo manejável: a dívida externa (US$ 323 bilhões) é coberta pelas reservas internacionais (US$ 327 bilhões);
o crescimento da economia e o maior juro real, atraente para quem aplica em renda fixa;
o ciclo de aperto monetário começou antes no Brasil, em março de 2021, e parece ter se encerrado, com a Selic parando de subir após chegar a 13,75% ao ano.

Mesmo a questão fiscal, um dos principais desafios na economia do Brasil, trouxe menos preocupação ao longo de 2022. A combinação de crescimento, inflação, receitas extraordinárias – como os dividendos recordes da Petrobras – e certo controle das despesas permitiu um superávit primário, que pode chegar a 1% do PIB ao fim do ano, e um endividamento público menor do que o esperado, de 77,1% do PIB em setembro.

As incertezas em relação ao futuro da economia fazem com que, segundo a XP, seja interessante que o investidor se mantenha na defensiva. A corretora sugere aplicações em renda fixa pós-fixada ou atrelada à inflação, principalmente em papéis de curto e médio prazo, e investimentos internacionais e dolarizados.

No curto prazo, a Bolsa tende a sofrer em cenário de juros maiores e elevação do prêmio de risco. Mas, no longo prazo, especialistas de mercado apontam que ela pode assegurar uma boa proteção à inflação, devido às seguintes razões:

a bolsa brasileira está negociada com 40% de desconto em relação a sua média histórica.
68% da bolsa brasileira é composta por setores que não são muito afetados por inflação e câmbio mais alto, como bancos, commodities e elétrico;
as empresas do Ibovespa são líderes do mercado, conseguindo repassar para seus preços um cenário de inflação mais elevada.


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FACILIDADES E PONTOS DESFAVORÁVEIS DO GOVERNO LULA

 


Inflação, PIB, desemprego, pobreza: pontos favoráveis e adversos a Lula em 2023

Por
Célio Martins – Gazeta do Povo


| Foto: Reprodução/lula.com.br

Dos indicadores com maior potencial para pressionar a aprovação do governo Lula em 2023, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser o maior desafio. As projeções apontam para uma expansão pífia da economia, o que poderá levar a comparações com o último ano do governo Bolsonaro, que pode terminar com crescimento acima de 2,7% nos 12 últimos meses. Sobre outros dois indicadores, inflação e pobreza, que têm forte peso na popularidade, há estimativas de que poderão ser favoráveis a Lula. As previsões indicam queda gradual da inflação no Brasil e mundo. Também há possibilidade de redução da pobreza como consequência do auxílio aos mais pobres.

Diversas instituições e economistas vêm revisando periodicamente para cima a projeção de crescimento do PIB brasileiro para este ano. No mês passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ampliou a estimativa de expansão do PIB do Brasil em 2022 para 2,8%, ante 1,7%, feita em julho. O Banco Mundial também ampliou de 1,5% para 2,5%. A estimativa do Boletim Focus – relatório divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central – da última foi de crescimento de 2,76% contra 2,7% de um mês atrás. Em contrapartida, todas essas instituições veem um cenário ruim para 2023, primeiro ano do governo Lula.

De acordo com o Banco Mundial, no próximo ano a previsão de crescimento da economia brasileira é de apenas 0,8%. O FMI vai no mesmo tom, com estimativa de 1%. O Boletim Focus da última semana elevou a projeção de expansão do PIB em 2023 de 0,64% para 0,70%, ante 0,54% um mês antes. Apesar da melhora, o índice é muito baixo, praticamente estagnação.

A expectativa de Lula é que não passe de uma “marolinha”, como ocorreu na crise de 2008, em seu segundo mandato. Naquela época, a recessão no Brasil durou apenas um semestre, registrando aumento de 1,9% do PIB no segundo trimestre de 2009, após queda nos dois trimestres imediatamente anteriores. Também houve rápida recuperação do real.

Se o PIB é motivo para tirar o sono do futuro governo, as previsões para a inflação são mais tranquilizantes. Pela estimativa do Boletim Focus da última semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,61% para 5,63% para este ano. A estimativa está abaixo do registrado nos 12 meses até outubro, de 6,47%. Mas para 2023, a projeção da inflação ficou em 4,94%, ou seja, uma leve queda.

A previsão de inflação no Brasil abaixo de 5% no próximo ano leva em conta a expectativa da União Europeia de que o pico inflacionário da Europa está próximo e que a partir de 2023 ocorra desaceleração para 6,1% na zona euro e 7% na UE. Também considera a inflação anual dos Estados Unidos, que, depois de atingir 8,2% em setembro, caiu para 7,7% em outubro. O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) projeta recuo da inflação para 2,8% em 2023.

O terceiro indicador de forte influência na aprovação do governo – e que ganhou maior atenção durante a campanha eleitoral – é o índice de pobreza. Nesse ponto, o governo Lula depende da aprovação da chamada proposta de emenda constitucional (PEC da Transição) – também apelidada de PEC Emergencial, PEC do Bolsa Família e até de PEC de quebra do teto, para os críticos da medida.

Os ventos estão favoráveis a Lula até o momento para aprovação da PEC. A proposta deve tirar do teto de gastos um valor de R$ 175 bilhões em 2023 e ter duração de ao menos quatro anos, de acordo com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), representante da equipe de transição do governo Lula para o Orçamento. Nas contas do senador, há necessidade de R$ 52 bilhões para colocar mais R$ 200 acima dos R$ 400 que estão previstos no orçamento, mais R$ 18 bilhões para garantir o benefício de R$ 150 aos filhos.

Com o valor de R$ 600 do Bolsa Família, mais R$ 150 por filho, avalia-se que o índice de pobreza no Brasil terá queda durante 2023, considerando a garantia de renda à parcela das famílias de baixo poder aquisitivo.

A sorte do novo governo Lula no primeiro ano de mandato depende ainda de uma série de outros fatores, como aumento do investimento externo no país e a queda da cotação do dólar. Neste último fator, várias instituições e analistas apostam em manutenção de valor próximo ao praticado em 2022. O Banco Central projeta R$ 5,20 para a moeda norte-americana, mas há previsões piores, como a do banco francês Société Générale, que estima pico de R$ 5,95 para meados de 2023.

O desemprego é também fator decisivo para a aprovação do governo. A aposta é que se mantenha estável em 2023, na faixa de 8%, considerando as fracas projeções para crescimento do PIB. Qualquer índice abaixo disso seria uma grande vitória do novo governo. De outro lado, acima de 8% remeteria a comparações com o final 2022, ainda sob o governo Bolsonaro.


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COPYWRITER É UMA OPORTUNIDADE LUCRATIVA NO MERCADO DIGITAL

 

Paulo Maccedo

Você certamente se encaixa em um desses três perfis…

1) Você ficou muito insatisfeito com o resultado das eleições e acredita que o Brasil vai descer ladeira abaixo a partir de 2023.

2) Você ficou muito satisfeito com o resultado das eleições e acredita que o Brasil vai voar a partir de 2023.

3) Você não está nem aí para política e só quer saber de como vai pagar suas contas em dia e realizar seus sonhos a partir de 2023.

Em todo o caso, esta será a mensagem mais importante que você vai ler hoje, aqui está o porquê…

Existem oportunidades lucrativas no mercado digital, e isso independe da sua preferência política.

Não importa se você é de direita ou de esquerda, se veste vermelho ou verde-amarelo, ou mesmo se não tá nem aí para tudo isso.

Você pode produzir textos para a internet e fazer parte de projetos que pagam até R$ 15.000 por mês!

Já já eu vou te falar sobre isso, mas antes deixe-me compartilhar uma história…

Quando iniciei minha trajetória no setor de comunicação, Lula estava no final do seu segundo mandato. Naquele ano, eu começava a despontar como agente publicitário em um jornal de bairro.

Um ano depois, já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, eu já tinha me tornado sócio de uma pequena empresa por conta do meu desempenho como vendedor.

Após isso, muito do que eu construí foi no contexto de governo da Mulher Sapiens:

Estudei marketing;

Entrei no mercado digital;

Tornei-me especialista em escrita para a web;

Criei uma agência e lancei meus primeiros infoprodutos.

Tudo isso sem me importar muito com as manchetes políticas que compunham as páginas das principais mídias do país.

Após o processo de impeachment da Dilma, já durante o governo de Michel Temer, experimentei um dos períodos de maior prosperidade profissional e financeira da minha vida. 

Mas ainda com o vampiro-mestre-da-mesóclise na presidência, entrei para as estatísticas e quebrei — culpa não das pedaladas fiscais, ou de qualquer esquema de corrupção, mas das minhas “patinadas” como empreendedor.

Para sair daquela situação, mais uma vez decidi me aperfeiçoar profissionalmente. Tornei-me especialista em cartas de vendas — um tipo de texto com potencial de fazer milhões — e comecei a me posicionar como copywriter (faltava um ano para o Bolsonaro ser eleito).

Já durante o mandato do Capitão, cresci muito como copywriter, me consolidei como escritor best-seller e passei a ser respeitado como professor.

Mas também tive meus momentos baixos, enfrentando ansiedade, depressão, lançamentos fracassados, sociedades que deram errado e outros desafios que qualquer empresário pode enfrentar.

Em resumo, foram doze anos de desafios, construção e crescimento, independentemente do presidente da vez.

Onde eu quero chegar com isso? É simples…

Não importa quem esteja governando, você continua sendo o principal responsável por fazer sua vida andar. Sabemos que a política influencia, mas não determina o seu futuro.

Porque você pode não ser responsável pelo que fazem com você, mas é responsável pela forma como reage ao que fazem com você.

E, claro, ter uma profissão ajuda muito, principalmente quando falamos de uma profissão versátil e com alto poder de persuasão, como o copywriting.

Costumo brincar que se tudo ruir, vou usar meu conhecimento em copy para ofertar os ovos caipiras que as galinhas produzem na minha chácara, ou talvez eu me mude para uma praia e comece a vender peixe frito para turistas.

Quando você entende que copy te dá um conhecimento único em vendas e em linguagem, e que isso pode ser aplicado em diferentes contextos, não apenas na internet, sua visão muda.

O que fazemos com o copy, de certa forma, é o que os mascates do mediterraneo usavam para sobreviver, o que os mercadores da Babilônia faziam para enriquecer, e o que os judeus sempre fizeram para prosperar:

VENDER.

E as vendas, de uma forma ou de outra, sempre serão necessárias ao progresso humano!

Tem uma história interessante que demonstra a versatilidade do copy: quando Hitler bombardeou a Inglaterra e as cidades ficaram arrasadas, com a frieza e o humor peculiares dos britânicos, os comerciantes colocaram cartazes em frente às lojas anunciando: “Estamos mais abertos que o normal”.

O proprietário de um bar propagandeou em plena devastação: “Nossas janelas foram destruídas, mas nossas bebidas continuam ótimas. Entrem para experimentar”.

Ou seja, se até mesmo num contexto de guerra dá para fazer anúncios criativos para fazer ‘a roda do progresso’ continuar girando, imagine o que dá para fazer no contexto político relativamente normal de um país latino-americano.

Alguns acreditam que nas mãos do Papai Smurf o Brasil vai virar uma Venezuela, outros que vai voltar a prosperar nas mãos do Lula.

Eu apenas digo que, a despeito das narrativas e do que eu penso sobre política, vou continuar fazendo o que sempre fiz desde os meus nove anos, quando ainda era um menino em uma favela carioca: trabalhar.

E que bom que posso trabalhar usando como especialidade o copywriting, afinal…

Copywriting não mudou desde que as pessoas aprenderam a escrever. As pessoas têm vendido desde o início dos tempos. Copywriting é venda por escrito. Enquanto houver venda a ser feita, haverá copywriting, e não há melhor coisa que isso… sempre foi e sempre será assim. – John Carlton

E agora que eu já preparei o terreno, vamos voltar ao assunto primário desta carta: as oportunidades do mercado digital. Veja esses prints…

Não podemos esquecer que a pandemia de Covid-19 trouxe aceleração para a chamada transformação digital. Com isso, milhões de empresas migraram suas operações para a internet.

Isso significa que também milhões de oportunidades novas de negócios surgiram e, consequentemente, novas carreiras e profissões. Uma delas, é o copywriting.

Além de ser um trabalho muito flexível, o copywriting também é reconhecido por pagar “bons salários e gordas comissões” para seus profissionais pelas vendas através de textos.

Por isso que, se você tem o desejo de fazer dinheiro de qualquer lugar, cuidando do seu tempo, e tendo satisfação não apenas financeira, mas liberdade criativa e reconhecimento, ser copywriter é o caminho para você.

Mas se você pretende entrar nessa profissão para ‘ser mais um’ e se contentar com migalhas, sugiro que nem entre. Porque a verdade é uma só:

Quando o assunto é mercado de copywriting, ou você está na briga por clientes, ou eles estão brigando por você.

Ou você é um copywriter amador e sofre para ter trabalho…

Ou é um copywriter de elite e precisa dispensar trabalho.

Afinal, por mais bonzinhos que possamos ser, tudo é competição. É luta de grandes contra pequenos, de ricos contra pobres, de especialistas contra amadores.

Portanto, ou você abaixa a cabeça e passivamente vê o mercado te engolir, ou assume a posição que te levará a ser um profissional requisitado e bem pago.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O QUE REPRESENTA A STARTUP VALEON NO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio. Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital. Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato. Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente. Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu. A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência. Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa. Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos. A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes. Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo. Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar
produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim. Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups. Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.
Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos. Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair
e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum. As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade
para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups. As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já
é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as
principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás,
já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada. A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções. O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia. Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado. Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando. Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos
das empresas e os consumidores.

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela
primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente
reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio de parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui
do Vale do Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de
surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso
site e aumentar as suas vendas.

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines. Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc. O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com
Site: https://valedoacoonline.com.br/
Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sábado, 12 de novembro de 2022

GOVERNO LUCRA COM AS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

 

Contas públicas

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo


Com reforma da Previdência, governo economizou mais de R$ 150 bilhões nos últimos três anos.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo/Arquivo

Três anos após ser aprovada, a reforma da Previdência tem gerado um impacto nas contas públicas bastante superior ao projetado inicialmente. Entre 2020 e 2022, a economia de recursos deve chegar a R$ 156,13 bilhões, montante 78,76% superior às estimativas originais para o período, que eram de R$ 87,34 bilhões em valores já corrigidos.

O cálculo é do consultor legislativo para assuntos previdenciários Leonardo Rolim, que foi secretário de Previdência do Ministério da Economia na época da reforma, além de ocupar a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre 2020 e 2021.

Para chegar aos números, ele observou as despesas previdenciárias na execução do Orçamento dos últimos anos. Para o ano de 2022, considerou as dotações previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA), uma vez que o exercício ainda não está encerrado.

Os dados foram comparados com a estimativa de despesa previdenciária constante da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020, que foi calculada em abril de 2019. Na ocasião, foram projetados os gastos do regime geral de previdência social (RGPS) para os 50 anos seguintes, e do regime próprio de previdência social (RPPS) para um horizonte de 75 anos.

A previsão considerava uma estimativa de inflação, uma vez que as aposentadorias do regime geral são reajustadas anualmente pelo INPC, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Os valores foram então corrigidos pelos indicadores de variação de preço que efetivamente ocorreram, além de excluído, em 2022, o impacto da postergação do pagamento de precatórios. No regime geral, os cálculos apontaram uma economia de R$ 109,47 bilhões em três anos – a projeção inicial era de R$ 61,67 bilhões.

No caso do RPPS, do qual participam os servidores públicos, Rolim isolou nas contas a ausência de reajuste salarial nesses três anos, uma vez que a Lei Complementar 173/2020 congelou as carreiras durante a pandemia do novo coronavírus. Como a maior parte dos aposentados da União têm integralidade de paridade da aposentadoria, o ajuste foi necessário para não superestimar o impacto da reforma nas contas públicas. Com isso, chegou-se ao montante de R$ 46,66 bilhões gastos a menos com o regime do funcionalismo – estimava-se originalmente R$ 25,67 bilhões.

O que levou à economia de mais de R$ 150 bilhões na Previdência
Os R$ 156,13 bilhões de economia, explica o consultor, resultam de um conjunto de atos que estabeleceu a chamada Nova Previdência. O primeiro foi a Medida Provisória (MP) 871/2019, posteriormente convertida na Lei 13.846/2019, que fez uma série de ajustes na legislação com o objetivo de coibir fraudes no sistema previdenciário, além de facilitar o processo de cessação de benefícios com indícios de irregularidades.

O segundo foi a reforma da Previdência propriamente dita, ou seja, a Emenda Constitucional 103/2019, que completa três anos de promulgação neste sábado (12). O texto promoveu, entre outras medidas, a fixação de idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e de 62 anos para mulheres), o cálculo do benefício a partir da média de todos os salários (antes excluía-se as 20% menores contribuições), a elevação das alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS, e a criação de regras de transição para trabalhadores em atividade.

A terceira foi a Lei 13.876/2019, que restringiu ao mínimo as situações de competência federal delegada para a Justiça Estadual, procedimento que tornava mais demorada a resolução de casos judicializados e, por consequência, exigia o pagamento de mais juros pelo sistema previdenciário.

“Não dá para saber, desse montante, quanto é resultado da emenda constitucional ou da Lei 13.846. Eu diria que basicamente são essas duas, porque a questão da judicialização vai ter um efeito mais a longo prazo”, explica o consultor.

Não entraram no cálculo os efeitos da Lei 13.954/2019, que criou novas regras para a aposentadoria dos militares, porque não havia um estudo que permitisse comparar estimativas de despesas pré e pós reforma – a categoria dispõe de um regime previdenciário próprio, regido pelo Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas.

Quando será necessária uma nova reforma da Previdência, e o que deve ser alterado
Segundo Rolim, na análise sob a ótica da despesa, mantida a tendência, uma nova reforma previdenciária não será necessária antes de meados da próxima década. “Se olhar qualquer regime básico no mundo inteiro, tem déficit. A reforma não reduziu o déficit [em valores absolutos], mas reduziu em porcentual do PIB”, diz.

“Só a partir de meados da década de 2030 é que os efeitos da reforma não serão mais suficientes para se contrapor à demografia, ao envelhecimento acelerado da população”, explica. “Aí precisaremos fazer mais algumas mudanças, mas seriam aspectos bem pontuais, como a questão urbano/rural, homem/mulher e alguma coisa referente à expectativa de vida”, diz.

Há cerca de 20 anos, a expectativa de vida do trabalhador rural era sete anos inferior à do urbano. Hoje, o indicador já está igualado, e a tendência é que daqui a alguns anos a expectativa de vida no campo supere a da cidade, o que exigirá ajustes para evitar a insustentabilidade do sistema.

O mesmo deve ocorrer em relação à diferenciação entre contribuintes do sexo masculino e feminino. “As mulheres vivem mais do que os homens e, hoje, se a gente olha as mulheres abaixo dos 30 anos no mercado de trabalho, as características de taxa de atividade, de formalização e inclusive de salário médio já são idênticas. Quando se consideram todos os homens e mulheres, ainda há diferenças grandes, justamente porque a geração anterior, de pessoas acima de 30 anos, ainda apresenta um descompasso, que é a principal razão para se ter diferença de idade de aposentadoria”, diz Rolim.

Outra discussão que inevitavelmente virá no futuro diz respeito ao aumento da idade mínima de aposentadoria. O projeto original da reforma de 2019 previa um reajuste automático da faixa etária para aposentadoria a partir da elevação da expectativa de vida, mas o dispositivo acabou retirado do texto final.

Rolim ressalta, no entanto, que esse horizonte considera um cenário em que não haja um crescimento exagerado das despesas em relação à receita previdenciária, como um aumento descomunal no valor de referência das aposentadorias. Ele defende, por exemplo que o aumento real do salário mínimo, prometido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja vinculado ao crescimento do PIB per capita, e não à variação do PIB isoladamente.

“Quando você coloca o PIB per capita, você está agregando mais ou menos ao crescimento da produtividade. E se você agrega ao salário mínimo o crescimento da produtividade, a tendência é que a receita previdenciária cresça mais ou menos na mesma proporção que cresce a despesa”, diz.

“Já o PIB cheio varia em uma proporção que, dependendo do crescimento populacional, acaba dando uma impressão do aumento da produtividade maior do que de fato ocorreu”, explica.

“Foi o que aconteceu em um momento lá atrás, quando houve aquela política de crescimento do salário mínimo vinculado ao PIB. Ainda tem o fato de que se o PIB fosse negativo, o salário mínimo não tinha a correspondente redução. O nosso salário mínimo era muito baixo, então até fazia algum sentido você ter um crescimento muito acima da produtividade. Agora a gente já está em um nível muito mais próximo, por exemplo, do que os outros países da OCDE”, afirma.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/reforma-da-previdencia-economia-gerada-supera-expectativas/
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ELEIÇÕES NOS EUA MAIS EQUILIBRADAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Kevin McCarthy, atual líder da minoria republicana na Câmara de Representantes dos EUA, discursa em 9 de novembro, dia seguinte ao das eleições que devem dar aos republicanos a maioria na casa legislativa.| Foto: Will Oliver/EFE/EPA

Democratas (incluindo o presidente Joe Biden) e republicanos têm razões tanto para celebrar quanto para lamentar o resultado das eleições de meio de mandato (chamadas midterms) realizadas nesta terça-feira, em que os norte-americanos elegeram toda a Câmara de Representantes e pouco mais de um terço do Senado, além de governadores em 36 dos 50 estados. Como era esperado, o governo Biden deve perder a maioria que tinha na Câmara, mas conseguiu evitar uma vitória avassaladora dos republicanos; o “banho de sangue” – referência à cor vermelha que identifica o Partido Republicano – acabou não ocorrendo.

A oposição republicana de fato assumirá o controle da Câmara, mas sua maioria não terá a dimensão prevista. Os Estados Unidos adotam o sistema distrital puro, em que o país todo é dividido em distritos que elegem os deputados. Muitos deles são território praticamente dado como certo para um ou outro partido, devido à predominância de um determinado perfil étnico, socioeconômico ou cultural-ideológico dos eleitores – predominância às vezes obtida graças a redesenhos que criam distritos com formatos bastante bizarros, no que a cultura política americana chama de gerrymandering. Mas há cerca de uma centena de distritos onde o favoritismo de um partido é menor ou onde o resultado é imprevisível, em uma versão local dos swing states da eleição presidencial. Nesses distritos-chave, os republicanos conseguiram várias vitórias onde a situação já lhes era mais favorável, mas fracassaram na tentativa de reverter a preferência do eleitor em muitos distritos importantes que pendiam para o lado oposto. Com pouco menos de 30 dos 435 distritos ainda realizando a apuração na tarde de sexta-feira, a tendência é de que os republicanos elejam pouco mais de 220 deputados, o que lhes daria uma vantagem apertada de menos de dez cadeiras – para conseguir mais que isso, terão de contar com viradas em distritos onde candidatos democratas lideram a apuração.

Diante de uma economia com problemas, os democratas ofereceram ideologia woke como resposta e saíram derrotados. Mas o eleitor também não abraçou com entusiasmo o retorno puro e simples ao trumpismo que os republicanos ofereceram em muitos estados

No Senado, uma regra particular do estado da Geórgia pode salvar os republicanos, que falharam na missão de conquistar a maioria neste dia 8. Como eles provavelmente tirarão apenas uma cadeira dos democratas (em Nevada, que ainda não encerrou a apuração), mas também perderam para eles uma que estava em seu poder, devem manter os mesmos 50 senadores que detinham até agora, em um empate que beneficia os democratas, pois nesses casos o voto decisivo é da vice-presidente do país, Kamala Harris, que acumula o posto de presidente do Senado. Para sorte dos republicanos, o incumbente democrata Raphael Warnock venceu Herschel Walker na Geórgia, mas não atingiu os 50% de votos necessários para se sagrar vencedor nesta terça, forçando um segundo turno que ocorrerá em dezembro. Se Walker conseguir a virada, os republicanos enfim terão a maioria mínima, de 51 senadores.

O objetivo republicano de dificultar a vida de Biden ao tirar a “carta branca” que o governo tinha para implantar seu programa foi atingido, mas de forma muito mais modesta que o planejado. A nova maioria republicana na Câmara deve bastar para barrar muitos projetos, mas, caso Warnock vença o segundo turno na Geórgia e mantenha o controle democrata no Senado, a oposição precisará seguir contando com a sensatez do democrata Joe Manchin, senador que costuma se opor às pautas mais radicais de seu partido. Cabe ao Senado, por exemplo, analisar nomeações de juízes federais (não apenas os da Suprema Corte), e os republicanos precisarão de ajuda para impedir que Biden torne o Judiciário mais ideologizado.

A derrota democrata já era esperada; até por isso, são os republicanos que terão mais trabalho para entender por que não conseguiram a vitória elástica que se previa. A economia norte-americana passa por grandes dificuldades, com a maior inflação das últimas décadas e ameaças de recessão, graças às políticas expansionistas de Biden. Os democratas não tinham absolutamente nada a oferecer neste campo. A única estratégia de Biden foi tentar fazer das midterms um referendo não sobre seu governo, mas sobre o direito ao aborto, depois da decisão da Suprema Corte que derrubou Roe v. Wade, em junho, devolvendo aos estados o poder de legislar sobre o assunto como bem entenderem. Se é verdade que os temas morais importam bastante, como escrevemos neste espaço dias atrás comentando a eleição brasileira, também é verdade que no caso norte-americano os democratas tentaram transformá-lo no único tema que importava, até para camuflar o desempenho desastroso na economia. Em alguns casos, pode ter funcionado, pois as populações de três estados aprovaram o direito ao aborto em plebiscitos realizados também nesta terça-feira. Mesmo assim, ainda havia motivos suficientes para o eleitor norte-americano rejeitar o partido que ocupa a Casa Branca.

Ao menos parte da explicação repete a eleição presidencial de 2020: o eleitor moderado que rejeitou Donald Trump naquele ano teria feito o mesmo com alguns dos candidatos endossados por ele nestas midterms. O apoio de Trump lhes foi bastante útil nas primárias republicanas, mas não bastou no momento de conquistar o eleitorado geral. Foi o caso dos candidatos ao Senado Mehmet Oz (na Pensilvânia) e Blake Masters (no Arizona). Outra candidata endossada por Trump, Kari Lake, está perdendo a disputa pelo governo do Arizona, embora sua desvantagem esteja abaixo dos 2 pontos porcentuais e ainda haja chance de virada. Nenhum desses dois estados pode ser chamado de “azul”: em 2016, Trump venceu em ambos; quatro anos depois, a vitória foi de Biden, mas por margens mínimas, de 0,3 ponto porcentual no Arizona e 1,17 ponto porcentual na Pensilvânia.

As derrotas de trumpistas em disputas nas quais a vitória estava ao alcance – especialmente naquelas para o Senado, que já poderiam ter garantido a maioria aos republicanos caso o desfecho fosse outro – abrem uma janela de oportunidade para que estrelas republicanas em ascensão desafiem Trump, que ainda é o candidato natural do partido à Casa Branca em 2024. Se daqui a dois anos, nas primárias, o eleitor republicano tiver a mesma percepção que os democratas tiveram em 2020, buscando um candidato que encarne os valores do partido, mas que também seja palatável ao eleitor moderado, os olhares devem se voltar para Ron DeSantis, governador da Flórida que acaba de ser reeleito com 20 pontos de vantagem sobre seu adversário.

Diante da realidade americana de uma economia com problemas, os democratas ofereceram identitarismo e ideologia woke como resposta e saíram derrotados. Mas os republicanos têm de perceber que o eleitor também não abraçou com entusiasmo a resposta que eles ofereceram em muitos estados, a do retorno puro e simples ao trumpismo. O partido que tiver mais inteligência política e agilidade para perceber o recado do eleitor e fazer sua correção de rota sairá na frente na disputa pela presidência em 2024.


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LULA NÃO APROVA O TETO DE GASTOS E A REGRA FISCAL

 

Reação
Gazeta do Povo
Brasília


O presidente eleito Lula durante reunião com parlamentares no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília| Foto: Joédson Alves/EFE

Caciques partidários e economistas influentes que apoiaram a candidatura do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram falas dele que repercutiram mal no mercado, na quinta-feira (10). O mercado reagiu negativamente após Lula afirmar em discurso a apoiadores, em Brasília, que as pessoas não deveriam sofrer para garantir “a tal da estabilidade fiscal”, em uma crítica direta ao teto de gastos e às metas de superávit. O futuro presidente chegou a comentar o “nervosismo do mercado” e disse nunca ter visto “um mercado tão sensível como o nosso”.

O fundador e ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo, por exemplo, classificou como “ruim e desnecessário” o discurso feito na “largada”. “Lula precisa sair do palanque. Mas ainda é prematuro dizer como será o governo dele. A transição trouxe coisas boas e ruins. Mas o mercado está volátil demais”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo. Amoêdo teve sua filiação suspensa pela Comissão de Ética do Novo após declarar voto em Lula durante o segundo turno.

O economista Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, foi outro a comentar. Em entrevista a O Estado de S. Paulo, disse que Lula ainda está no “modo campanha”. Na véspera, em evento fechado promovido pelo BTG Pactual, Meirelles disse que o próximo governo Lula tem duas vezes mais chance de se parecer com o governo Dilma Rousseff, marcado pelo desequilíbrio fiscal. “Começou a sinalizar uma direção a Dilma”, teria dito Meirelles, segundo informou o site O Antagonista.

A economista Elena Landau, responsável por ter liderado as privatizações durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e por ter coordenado o programa econômico da senadora Simone Tebet (MDB-MS) nas eleições deste ano, disse que a fala de Lula “desmoraliza a transição”. “É um discurso de PT pelo PT, que ignora os apoios recebidos”, disse ao jornal Valor Econômico.

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que o discurso “caiu mal”. “Não só para o mercado, mas também entre aqueles que acharam que a frente ampla, que foi essencial para a vitória dele no segundo turno, valeria também para o governo. Lula dava sinais positivos na transição, mas fez um discurso desnecessário. Foi um passo mal dado”, declarou a O Estado de S. Paulo.


Quais os termos da negociação de Lula e aliados para aprovar a PEC fura-teto no Congresso
O ex-senador José Aníbal , ex-presidente nacional do PSDB, afirmou a O Estado de S. Paulo que não é válido o contraponto exposto por Lula entre teto de gastos e as despesas sociais. “É possível trabalhar nas duas frentes”, comentou.

Em entrevista a rádio CBN, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que declarou voto em Lula no segundo turno, disse que as ideias do futuro governo do PT para a área econômica estão se afastando daquilo que ele acredita.

Aliados saem em defesa de Lula e minimizam polêmica
Diante da repercussão negativa das falas de Lula, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, buscou colocar panos quentes na polêmica em postagem no Twitter. “Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal. Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança pré campanha eleitoral?”, escreveu.

Já o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB), disse que a responsabilidade fiscal não é incompatível com a questão social.

“Se alguém teve responsabilidade fiscal, foi Lula. Isso não é incompatível com a questão social. O que precisa é a economia crescer, esse é o fator relevante. Essas oscilações do mercado tem inclusive questões externas além da questão local”, comentou.


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ENTREVISTA DE LULA CAUSA REBOLIÇO NEGATIVO NO MERCADO FINANCEIRO


Cristina Graeml – Gazeta do Povo


E a entrevista do Lula, hein? Alguém aí suportou aquela tortura? O mercado financeiro, não. Aliados de renome, também não. Era esperado, não era? Por que fingiram que não sabiam quem era Lula? Por que embarcaram no conto do vigário (com todo respeito ao vigário)?

O que esperar de um governo que, já na transição, provoca rebuliços imediatos a ponto de provocar alta repentina do dólar, queda na bolsa e debandada de apoiadores?

Não se passaram nem duas semanas do 2º turno. Dez dias após as eleições, Lula finalmente apareceu em público, em Brasília, para falar de ações que pretende tomar como presidente eleito. Foi rápido em retomar a era de conchavos e relembrar que a preocupação do PT com a responsabilidade fiscal é zero.

As notícias da decepção de economistas que tinham emprestado sua credibilidade à campanha petista dão conta de que, agora, desistiram de sujar sua biografia. Neste caso é impossível dizer aquela máxima do “antes tarde do que nunca”. A biografia já foi manchada e a sujeira se espalhou pelo país inteiro. Todos sofrerão as consequências.

A entrevista escancara a falta de honestidade e de respeito à coisa pública, além da falta de ética. Ver Lula falando barbaridades diante os microfones da mídia militante é algo estrondoso, uma espécie de teatro de horrores. Não bastassem os absurdos que diz, ainda obriga a população a acompanhar o escárnio em forma de risinhos de Randofe Rodrigues, ao lado.

Em entrevista, Lula escancara a hipocrisia
Caso não tenha visto a íntegra da entrevista, que durou cerca de 15 minutos, nem perca tempo. Vai passar raiva, porque a sequência de frases mostra Lula em estado puro, ou seja, completamente indigesto.

Há os anúncios aterrorizantes para o mercado financeiro e para qualquer um que se preocupe com o dinheiro que sai do seu bolso para sustentar a máquina pública.

Há também mentiras descaradas, omissão e descontextualizadção de fatos, o rancor contra o povo que há dias se manifesta nas ruas, após uma eleição de resultado tão apertado e, até por isso, questionável. E há, claro, as bravatas de sempre.

“Precisamos devolver a normalidade a esse país” e “eu vim aqui dizer que do nosso respeito às instituições” foram algumas das falas de alguém que pensa que a falta de normalidade do país está no Palácio do Planalto e não, no STF ou no TSE. E que finge respeitar as instituições que, no passado, já cooptou ou chamou de “acovardada”.

Lula deixa claro na entrevista que não vê qualquer problema nas ordens tirânicas do censor de toga. Em Brasília, reuniu-se os ministros do STF dando abraços e tapas nas costas. Faltaram só tapinhas no rosto, como aqueles no ministro Benedito Gonçalves na posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE.

Para a imprensa, depois, explicou que a vista foi para “agradecer pela lisura do Poder Judiciário no enfrentamento à violência, à ilegalidade e ao desrespeito democrático que estava sendo praticado nesse país”. Se não estivesse gravado eu teria dificuldades em acreditar que a hipocrisia chegou a esse nível.

Manifestações “sem pé nem cabeça”
Para quem anda pedindo SOS Forças Armadas, o recado foi direto: “sinceramente essas pessoas não tem por que protestar. Essas pessoas deviam dar Graças a Deus por a diferença ter sido menor do que aquilo que nós merecíamos ter de voto. E eu acho que é preciso investigar quem está financiando esses protestos, que não têm pé nem cabeça”, disse Lula.

Será mesmo? 61,43% dos eleitores deram um recado claro nas urnas: não querem Lula “de volta à cena do crime”, conforme palavras de seu vice, Geraldo Alckmin, quando ainda fingia jogar em campo oposto, na campanha de 2018.

Em relatório, divulgado na quarta (9), as Forças Armadas deixaram claro que o sistema eleitoral tem muitas vulnerabilidades e que não é possível descartar a possibilidade de fraudes. Pediram também acesso aos códigos fontes, que o presidente do TSE não liberou para a fiscalização, inviabilizando a averiguação real do sistema.

Lula disse que as urnas são uma conquista do povo brasileiro e causam inveja a muitos países. Mais uma bravata. Esqueceu de mencionar que só Butão e Bangladesh usam sistema igual, ou seja, o mundo não tem a menor inveja das urnas usadas aqui.

Clique no play da imagem que ilustra essa página para acompanhar uma análise aprofundada dessa primeira entrevista de Lula após as eleições do 2º turno. Prepare-se para ouvir acenos ao Centrão, mentiras de que a economia brasileira vai mal e promessas de gastança do dinheiro público como se não houvesse amanhã.

A largada foi péssima. Os manifestantes continuam nas ruas e não é à toa. O mercado financeiro reagiu mal e não foi à toa. Economistas, aliados de última hora, desembarcam da nave antes que ela decole e não à toa.

Atenção Brasil. Toda a vigilância é pouca. Guardem bem o que foi dito nessa entrevista. A desonestidade foi escancarada no horário nobre da TV e essa postura precisará ser relembrada e cobrada quando a conta começar a chegar. Não vamos nos calar.


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GOVERNO LULA IRÁ PROCEDER IGUAL AO GOVERNO DILMA E O CONGRESSO VAI PERMITIR?

 

Por
Deltan Dallagnol


| Foto: Saulo Cruz / Câmara dos Deputados

Lula vai implementar uma visão econômica retrógrada, intervencionista e perdulária, que gera inflação e juros altos? Lula avançará na guerra cultural para liberar aborto, drogas e ideologia de gênero? Haverá mais Mensalão e Petrolão neste novo governo?

Muita gente preocupada com isso tem me abordado para dizer que suas esperanças estão sobre o novo Congresso, que é majoritariamente de centro-direita. Mas o novo Congresso é capaz de frear Lula e o freará nas agendas econômica, de costumes e de combate à corrupção?

Um presidente da República pode muito, mas não pode tudo. Essas pautas dependem em grande medida da atuação do Poder Executivo chefiado por Lula, mas alguns aspectos cruciais delas dependem do Congresso.

Na economia, o orçamento é definido por lei aprovada no Congresso. O presidente não pode furar o teto de gastos orçamentário sem autorização do Congresso, sob pena de correr risco de impeachment. Dependem do Congresso também a criação de novas estatais, a mudança de leis trabalhistas e a realização da reforma tributária.

Na agenda dos costumes, a descriminalização das drogas, mudanças das regras sobre o aborto e a legalização de jogos de azar não são decididas pelo presidente, mas pelo Congresso.

A agenda anticorrupção, por sua vez, depende essencialmente da criação pelo Congresso de um sistema robusto com a prisão em segunda instância, o fim do foro privilegiado, a reconstrução da lei de improbidade e o restabelecimento da competência da justiça federal para casos de corrupção.

Na agenda dos costumes, a descriminalização das drogas, mudanças das regras sobre o aborto e a legalização de jogos de azar não são decididas pelo presidente, mas pelo Congresso

E como o Congresso se comportará nessas matérias? Quanta força Lula tem no novo Congresso e qual o perfil dos parlamentares eleitos?

Lula tem apoio minoritário no Congresso. Na Câmara, apenas 122 dos 513 deputados são de partidos alinhados com Lula, menos de um quarto. São 187 alinhados com Bolsonaro e 204 independentes. Para aprovar leis são necessários 257 deputados em casa cheia e para emendar a Constituição, 308.

No Senado, apenas 12 dos 81 parlamentares são da base lulista, nem 15%. Há 45 independentes e 24 na base bolsonarista. A maioria para mudar as leis, com a casa cheia, é de 41 senadores. Para mudar a Constituição, é preciso 49.

Na primeira gestão lulista o apoio no Congresso também era minoritário, mas hoje o cenário é polarizado e há menor adesão à ideologia petista original. Lula chegou lá muito mais devido à rejeição a Bolsonaro por parte da sociedade do que por apoio social às suas propostas.

As propostas de Lula, aliás, mal foram expostas ou debatidas. Ele chegou a ser acusado de estar pedindo um cheque em branco da população. Além disso, há hoje um engajamento político de direita antes inexistente que conflita com o ideário petista.

Lula chegou lá muito mais devido à rejeição a Bolsonaro por parte da sociedade do que por apoio social às suas propostas

Esse cenário torna mais desafiadora a formação de maiorias para a aprovação de propostas do governo no Congresso, especialmente sobre economia e na agenda de costumes.

Some-se que o Congresso tem hoje poderes que não tinha nos governos anteriores de Lula. Tem exercido seu poder para derrubar vetos presidenciais e para aprovar, rejeitar ou alterar medidas provisórias. Não será fácil impor um ideário como foi antes.

Um instrumento da era lulista para barganhar com congressistas era a concessão de emendas parlamentares individuais, recursos do orçamento que cada deputado ou senador leva para atender a necessidade de uma região. Hoje, tais emendas são impositivas, ou seja, obrigatórias.

Lula provavelmente negociará o apoio de partidos concedendo-lhes as chaves de Ministérios, que serão multiplicados, e de Estatais, além de cargos de menor escalão que são usados como moeda política em detrimento de servidores técnicos.

Lula tende a recorrer também ao orçamento secreto que foi usado com o mesmo propósito de governabilidade pelo governo Bolsonaro, muito embora o primeiro tenha prometido acabar com ele.

Os métodos disponíveis, mesmo quando eram mais amplos e os tempos eram mais favoráveis, não foram suficientes, entretanto, para os governos petistas alcançarem governabilidade.

Os atuais desafios da governabilidade trazem uma sensação de “déjà vu”. Eles foram resolvidos nos governos Lula e Dilma por meio do Mensalão e Petrolão. Há fortes incentivos para sua recorrência.

Se o parlamento for cooptado por meio de subornos, como foi no passado, em que medida poderão sucumbir as pautas liberal e conservadora despeito do perfil do novo Congresso? E quanto o Brasil sofrerá com novos desvios bilionários?

O melhor é evitar que novos esquemas ocorram. E dá para contar com o Congresso para se opor a um novo Mensalão ou Petrolão? É possível criar um forte sistema anticorrupção? Esse tema merece ser tratado em um artigo próprio, em breve.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...