terça-feira, 8 de novembro de 2022

ESTADOS BRASILEIROS DÃO CALOTE NO GOVERNO FEDERAL

 

Gestão pública

Por
Alexandre Garcia


Bandeiras na Alameda dos Estados, no Congresso Nacional.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Sabia que, quando estados e municípios tomam empréstimos em instituições financeiras, o governo federal é chamado para avalizar ou para ser o fiador da operação? E, quando estados e municípios não pagam, o governo federal tem de pagar. No ano passado, a União pagou – já que estados e municípios não pagaram – R$ 9 bilhões. Neste ano, já pagou R$ 7,41 bilhões; agora, em outubro, foram R$ 725 milhões em dívidas não pagas por estados como Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul. Desse dinheiro, R$ 166 milhões cobriram o calote de estados onde Bolsonaro perdeu feio, a ponto de ter perdido a eleição por causa desses estados: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Alagoas.

O governo federal tenta recuperar esse dinheiro pela retenção dos Fundos de Participação de Estados e Municípios. Mas nem sempre consegue, porque os estados e municípios entram na Justiça dizendo que “meu fundo de participação é um direito e pronto”. Tudo isso, lembre-se, é feito com o nosso dinheiro. Nem a prefeitura, nem o governo do estado, nem o governo federal têm dinheiro próprio, porque não produzem nada. Não produzem riqueza, só gastam a riqueza que nós produzimos e que entregamos para os governos em forma de imposto que os governos são obrigados a aplicar bem. Mas alguns, bem sabemos, são corruptos e pegam nosso dinheiro para uso próprio, uso do partido. Temos de tomar cuidado com isso.

Aliás, isso me lembra que o PT está tentando tornar Bolsonaro inelegível, em uma completa inversão de situação. Aquele que não permitiu corrupção, não entregou ministérios nem estatais para partidos políticos, fica inelegível. O outro, que fez o contrário, se tornou elegível. É incrível essa inversão de valores em curso no país.


A eleição acabou, mas a censura continua
Alexandre de Moraes mandou as redes sociais bloquearem as contas de Marcos Cintra, que foi o companheiro de chapa da senadora Soraya Thronicke, ex-secretário da Receita Federal e ex-deputado federal. Ele apenas cobrou da Justiça Eleitoral uma resposta para aquilo que o argentino mostrou sobre as anomalias, mas foi tratado como bandido, a ponto de Moraes ter mandado que em 48 horas a Polícia Federal colhesse o seu depoimento. O ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que foi do Supremo e já presidiu o TSE, diz que não há crime nenhum aí, mas apenas a manifestação de uma opinião.

É cláusula pétrea da Constituição, no artigo 5.º, que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. O artigo 220 diz a mesma coisa sobre liberdade de expressão, com vedação à censura. Mas parece que ministros do Supremo têm um poder superior ao da Constituição, dos constituintes, até da constituinte original, que é a única que pode mudar cláusula pétrea.

Ao mesmo tempo, pelo jeito foi revogado definitivamente o artigo 53 da Constituição, pelo qual deputados e senadores são invioláveis por quaisquer palavras. Porque aconteceu a mesma coisa: por crime de opinião, Moraes mandou bloquear contas da deputada Carla Zambelli, de São Paulo; do Coronel Tadeu, também deputado federal de São Paulo; e do deputado federal Major Vítor Hugo, que foi candidato ao governo de Goiás. Estão bloqueados. O candidato mais votado para deputado federal na última eleição, o ex-vereador Nikolas Ferreira, também foi vítima, mas parece que já recuperou a conta. Que interessante esse superpoder legislativo, constituinte e constituinte original de ministros do Supremo…


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JUSTIÇA FAZ VERDADEIRO ESCÂNDALO JURÍDICO CONTRA UM ECONOMISTA

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O que a alta justiça brasileira está fazendo com o economista Marcos Cintra é um escândalo. Cintra, como todos sabem, não é um bolsonarista e, portanto, não está na lista negra do sistema STF-TSE – ao contrário, foi candidato a vice numa chapa que se opunha a Jair Bolsonaro nas últimas eleições, e dirigiu a ele críticas pesadas durante toda a campanha eleitoral. Nessa condição, e como qualquer cidadão comum, escreveu umas poucas palavras no Twitter para dizer que considerava conveniente a justiça eleitoral averiguar os fatos em torno das alegações de que em dezenas de urnas o presidente não teve nenhum voto, zero, nada – ou, então, 1 voto só. Foi só isso: disse que seria bom investigar. Não disse e nem sugeriu, em nenhum momento, que tenha havido fraude, nem nada – só observou que, na sua opinião, seria bom esclarecer o que tinha acontecido. Também teve o cuidado de usar termos prudentes, educados e respeitosos em sua postagem.

Cintra, como todos sabem, não é um bolsonarista e, portanto, não está na lista negra do sistema STF-TSE – ao contrário, foi candidato a vice numa chapa que se opunha a Jair Bolsonaro nas últimas eleições, e dirigiu a ele críticas pesadas durante toda a campanha eleitoral

A resposta à observação de Cintra foi automática: seu perfil no Twitter foi imediatamente censurado, por uma “demanda judicial”. Mas o que ele fez de errado, ou ilegal? A justiça eleitoral, entre outras funções, não existe exatamente para isso – ouvir as observações que o cidadão queira fazer sobre a eleição? Pior: a decisão não foi levada a público, como deve ser qualquer ato judicial; o site Poder 360 procurou o TSE para apurar o que havia acontecido, e não recebeu informação nenhuma. Pior ainda: o ministro Alexandre Moraes, presidente do TSE, disse numa nota oficial, com todas as palavras, que Cintra “utilizou as redes sociais para atacar “as instituições democráticas”. Isso é uma acusação objetivamente falsa – as observações do economista estão registradas por escrito em seu tuíte, e não existe nelas nenhum ataque à democracia, ou a quem quer que seja, mas apenas um pedido de investigação. Pior do que tudo: Cintra foi intimado a comparecer à Polícia Federal para ser interrogado pela suspeita de “crime eleitoral”.

Fica decidido, assim, que o cidadão brasileiro não apenas está proibido de pedir a atenção do TSE para algo que julga relevante – se fizer isso, vai receber punição. Onde está escrito, na legislação brasileira em vigor, que o ministro Moraes tem o direito de fazer o que fez? É ilegal – como têm sido patentemente ilegais dezenas de decisões que ele vem tomando, de forma sistemática, no exercício de sua função. A eleição já acabou; o ministro, porém, decidiu criar no Brasil o estado de eleição perpétua, pelo qual ele se sente autorizado a continuar utilizando o TSE para censurar manifestações de pensamento e jogar a polícia em cima de pessoas que não cometeram crime nenhum. Tudo isso é vendido como um virtuoso esforço para impedir que sejam divulgadas “notícias falsas”. É insano: quem decide o que é falso ou é verdade? O ministro Moraes? Em que lei está escrito isso? A Constituição não proíbe a mentira, que é punida na forma da lei pelo Código Penal. O que ela proíbe, sem a mínima dúvida, é a censura. O alto judiciário brasileiro deu a si próprio o direito de desrespeitar a Constituição – e diz que está fazendo isso para salvar a “democracia” no Brasil.


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CENSURA É INACEITÁVEL NUMA DEMOCRACIA

Por
Paulo Uebel


Plenário do TSE quando maioria dos ministros referendou censura a documentário da Brasil Paralelo.| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Não foi só a volta do PT (Partido dos Trabalhadores) que marcou as eleições de 2022. Outro fenômeno político inesperado foi o grande protagonismo de instituições que, historicamente, foram discretas durante o pleito eleitoral: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Mentira se combate com a verdade, usando dados, evidências e fontes confiáveis, não com a censura e, muito menos, com um tribunal da verdade. Infelizmente, algumas autoridades escolheram a segunda opção, mesmo quando o alvo nem se tratava de mentira.

A insegurança jurídica trazida por algumas decisões do próprio Poder Judiciário gerou desconfiança em milhões de eleitores, que, depois do segundo turno, passaram a protestar nas ruas, descontentes e desconfiados com o resultado das urnas. Luiz Inácio Lula da Silva foi o vencedor da eleição de 2022. Para um cidadão desconfiado, as ações das autoridades poderiam tranquilizar ou gerar ainda mais desconfiança. Este ano, lamentavelmente, as autoridades geraram mais desconfiança e alimentaram uma narrativa de que a censura era um mal necessário para preservar o Estado Democrático de Direito. Como nação, todos nós perdemos.

Órgão máximo da Justiça Eleitoral brasileira, o TSE foi criado em 1932. E deve, oficialmente, ser o responsável pela administração do processo eleitoral no país, conforme consta na Constituição Federal de 1988, no Código Eleitoral de 1965, na Lei das Eleições e na Lei de Inelegibilidade. “Além de coordenar os trabalhos eleitorais do país e realizar a diplomação do presidente e vice-presidente da República, a Corte Eleitoral também tem como atribuições julgar recursos interpostos contra as decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e responder às consultas sobre matéria eleitoral feitas por autoridades com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”, diz, sobre si mesmo, o TSE.

Imagine se um jornal fosse proibido, pelo governo, de circular nos dias anteriores ao pleito sob o pretexto de que suas matérias ou editoriais poderiam influenciar a opinião dos eleitores?

Oficialmente, não é função do TSE praticar a censura prévia, uma das maiores artimanhas das ditaduras. Apesar de não possuir essa competência, o TSE praticou censura prévia contra a produtora Brasil Paralelo a pedido do PT: o ministro Benedito Gonçalves censurou o documentário Quem mandou matar Jair Bolsonaro, antes mesmo do seu lançamento, que deveria ter ocorrido no dia 24 de outubro. A exibição do documentário foi proibida até o dia 31 – portanto, até o dia seguinte ao fim do segundo turno –, com multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento de sua ordem. Pelo que tudo indica, o objetivo era apenas que o documentário não influenciasse nos votos. Mas isso é correto em uma democracia?

A censura do documentário da Brasil Paralelo foi confirmada pelo TSE por 4 votos a 3: Benedito Gonçalves teve sua posição acompanhada pelos ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Raul Araújo, Carlos Horbach e Sérgio Banhos votaram contra. “Sem que se saiba o teor da manifestação artística, não se admite, me parece, no Estado Democrático de Direito, o exercício de censura sobre o pensamento ainda não divulgado, sob pena de se estar a presumir o conteúdo, de antecipar a presunção quanto ao seu ajuste ao ordenamento, e antecipar presumidamente uma sanção ao pensamento”, afirmou, sabiamente, o ministro Raul Araújo ao se posicionar contra a censura.

Já o ministro Carlos Horbach chamou atenção para o fato de que o PT fez “ilações” a respeito do documentário da Brasil Paralelo. “A petição inicial, com 153 laudas, enfrenta a questão do documentário em um único parágrafo. Com essa limitada análise, conclui com a suposição de que o documentário, cujo conteúdo se desconhece, será prejudicial à campanha do candidato e que, por isso, não pode ser veiculado, em aparente contraste com o artigo 220 a Constituição Federal”, disse ele.

“A Constituição, no campo da liberdade de expressão, manda que, independentemente das circunstâncias políticas e das conveniências ideológicas, o Estado (e, evidentemente, o Estado-juiz) se abstenha de praticar qualquer tipo de censura. Note-se que, no âmbito mesmo da liberdade de expressão, as colisões entre princípios costumam ocorrer depois que, por exemplo, determinada informação passou a circular. Não se trata de impedir a sua circulação, mas, dentro do paradigma da proporcionalidade, examinar eventual configuração do ilícito”, declarou, em nota contra a censura prévia ordenada pelo TSE, o Instituto Liberal.

As censuras, paradoxalmente, servem de combustível para a escalada da violência política, e alimentam teorias da conspiração. Se não há segredo de estado a ser escondido, não há razão para interditar a livre circulação de ideias, inclusive de ideias ruins.

E além da censura prévia da Brasil Paralelo, o ministro do TSE Benedito Gonçalves também ordenou a suspensão da monetização da própria Brasil Paralelo e também dos canais Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News no YouTube. Os canais também foram proibidos de impulsionar conteúdos político-eleitorais, especialmente sobre Jair Bolsonaro e Lula. Em caso de desobediência, os canais teriam de pagar multa de R$ 50 mil por dia. Imagine se um jornal, como a Folha de S. Paulo, fosse proibido, pelo governo, de circular nos dias anteriores ao pleito sob o pretexto de que suas matérias ou editoriais poderiam influenciar a opinião dos eleitores. Imagine se um canal de televisão fosse impedido, pelo governo, de veicular notícias sobre os candidatos à Presidência na semana anterior à votação. Provavelmente, o chefe do Poder Executivo seria chamado de ditador. Então, será que um tribunal eleitoral deve ter esse poder? Isso é compatível com uma democracia constitucional?

Do início da corrida eleitoral até o dia 20 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral atendeu a 60 pedidos do Partido dos Trabalhadores para remover da internet e da propaganda eleitoral conteúdos que associavam Lula a temas como crime organizado, escândalos de corrupção, ao assassinato de Celso Daniel, à ditadura da Nicarágua, aborto, drogas e agenda LGBT, como contabilizou o jornalista Renan Ramalho na Gazeta do Povo. As 60 decisões que beneficiaram a campanha de Lula representam uma taxa de 64,5% de sucesso para o petista. E 50 das 60 decisões foram contra posts e vídeos publicados pelo próprio Bolsonaro e por seus apoiadores nas redes sociais.

“A sensação que me resta é a de uma tentativa, via Judiciário, de reescrever o passado ou, então, determinar o futuro. O jogo do pensamento não se afigura, na minha opinião, equilibrado”, analisou o advogado eleitoral Richard Campanari sobre as decisões do TSE favoráveis ao PT. Mas não parou por aí. O TSE também emitiu uma série de decisões contra a emissora Jovem Pan. Como resultado, a emissora foi obrigada a orientar seus jornalistas e comentaristas a não utilizarem palavras como “ladrão”, “descondenado”, “ex-presidiário”, “corrupto” e “chefe de organização criminosa” para se referirem a Lula, de modo a evitar represálias do Judiciário.

Uma das decisões mais impactantes do TSE foi a censura do site O Antagonista em plena votação do primeiro turno, no dia 2 de outubro. O presidente do TSE e ministro do STF Alexandre de Moraes mandou o site jornalístico O Antagonista retirar do ar a reportagem sobre a preferência do criminoso Marcola, líder do PCC, assim como a própria organização criminosa, pela eleição de Lula. Em caso de descumprimento da decisão, o site teria de pagar multa diária de R$ 100 mil. Moraes chamou o conteúdo da reportagem de “sabidamente inverídico”, mas O Antagonista transcreveu falas de Marcola e outros membros do PCC de áudios interceptados pela própria Polícia Federal. Será que esse tipo de censura contribui para o processo eleitoral ou gera desconfiança no eleitor?

Ao impedir o processo eleitoral de ser pautado pela livre circulação de ideias, livre acesso às informações e pelo livre, amplo e irrestrito debate de propostas e perfis dos candidatos, uma parte expressiva da população ficou com a impressão de que as eleições não foram livres e justas.

“A Constituição é clara ao não admitir censura à imprensa. A legislação brasileira conta com uma série de mecanismos para dirimir eventuais abusos na liberdade de expressão, mas nele não se encontra a censura. Lamentável, portanto, a decisão, que contraria frontalmente a Constituição”, disse à Folha de S. Paulo o presidente executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, em crítica à decisão de Alexandre de Moraes. Vários outros especialistas também questionaram a decisão. Em uma democracia, não se combate desinformação com censura, mas com mais informações, dados e evidências. As fake news, infelizmente, fazem parte dos regimes democráticos, assim como as censuras fazem parte dos regimes autoritários.

Antes disso, no dia 23 de agosto, Alexandre de Moraes ordenou que a Polícia Federal fizesse busca e apreensão contra oito empresários que trocavam mensagens num grupo de WhatsApp com críticas ao sistema de apuração de votos brasileiro e ao STF. Além da busca e apreensão, os empresários também sofreram bloqueio de contas e suspensão de perfis nas redes sociais, quebra do sigilo bancário e telemático (de mensagens). Essas medidas parecem razoáveis e proporcionais? Infelizmente, não. Até hoje, muitos desses empresários seguem censurados nas redes sociais, mas o pior é a autocensura que milhares de pessoas adotaram depois de assistirem essas violações persistirem.

A censura continuou mesmo após as eleições. O pastor e cantor André Valadão, o deputado eleito por Minas Gerais Nikolas Ferreira e o cantor Latino tiveram suas contas suspensas nas redes sociais (Twitter e Instagram) por ordem judicial. O TSE havia avisado, anteriormente,  que pediria a suspensão de perfis nas redes sociais que promovessem notícias falsas sobre o resultado das eleições. Mais uma vez, escolheram o pior caminho para lidar com conteúdos supostamente falsos ou de teor duvidoso. A censura à conta de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, que fez questionamentos ao TSE, reforçou a percepção de que o debate foi interditado. As censuras, paradoxalmente, servem de combustível para a escalada da violência política, e alimentam teorias da conspiração. Se não há segredo de estado a ser escondido, não há razão para interditar a livre circulação de ideias, inclusive de ideias ruins.

Por esses e outros exemplos, fica claro que a retirada de informações, censura de contas e as frequentes intervenções do Judiciário prejudicaram a qualidade do debate eleitoral durante e, inclusive, depois das eleições. Assim, embora não se possa afirmar que o resultado das eleições teria sido outro, ao impedir o processo eleitoral de ser pautado pela livre circulação de ideias, livre acesso às informações e pelo livre, amplo e irrestrito debate de propostas e perfis dos candidatos, uma parte expressiva da população ficou com a impressão de que as eleições não foram livres e justas. Não iremos mudar essa percepção calando mais pessoas e perseguindo cada cidadão que tenha dúvidas. Vamos mudar essa percepção somente contrapondo as dúvidas de forma clara, transparente e bem fundamentada. Novamente, a melhor arma contra a mentira será sempre a verdade.

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Como guardião da democracia, caberia ao TSE garantir que os eleitores tivessem o máximo de informações possíveis sobre seus candidatos, mesmo em relação a assuntos mais delicados, como a prisão de Lula e o apoio de grupos criminosos a ele. É difícil sustentar, para um antipetista, que o TSE não beneficiou Lula com suas decisões. Por outro lado, era importante que os eleitores também tivessem amplo acesso a todas as declarações do Bolsonaro durante a sua vida profissional, por mais infelizes que fossem. O antibolsonarismo merece ter acesso ilimitado às informações e declarações desse candidato, mesmo que tirasse votos dele. Impedir esse acesso prejudica o exercício de um direito humano fundamental: formar sua opinião livremente, sem qualquer tutela ou restrição por parte das autoridades estatais. Não é censurando os dois lados que promovemos a liberdade de expressão e fortalecemos a democracia.

Reconhecer isso não significa concordar com os bloqueios de estradas que muitos apoiadores de Bolsonaro fizeram na semana que sucedeu o resultado das eleições. A liberdade de ir e vir, assim como a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade política e a liberdade econômica são direitos humanos fundamentais que não podem ser cerceados. É impossível viver em um país democrático, próspero e livre sem respeitar as liberdades uns dos outros. Nenhuma pessoa, grupo, coletivo, sindicato ou ONG (organização não governamental) pode se manifestar restringindo direitos e liberdades de terceiros. Uma democracia plena não deve permitir que invasões e restrições às liberdades individuais aconteçam.

Durante décadas no Brasil, muitos grupos radicais de esquerda, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e sindicatos usaram estratégias de invadir propriedades, fechar fábricas e limitar direitos de terceiros para impor suas agendas. A esquerda apoiava. Se quiser ser bem-sucedida, a direita não deve imitar esses péssimos exemplos, e deve se manifestar democraticamente, sem afetar os direitos dos demais, sem interromper as vias, sem impedir a população de trabalhar. A coerência é fundamental para qualquer grupo que queira ter relevância e credibilidade.

Uma democracia plena precisa de instituições sólidas, fortes e inclusivas que garantam as liberdades individuais e que não sejam coniventes com abusos e violações. E isso deve partir de cima! As autoridades devem começar dando o exemplo. A decisão de Alexandre de Moraes de autorizar os governadores a utilizarem as tropas da Polícia Militar (PM) para acabar com os bloqueios das estradas e, assim, proteger o direito de ir e vir dos cidadãos é louvável, mas não suficiente. O TSE e o STF devem respeitar os direitos e garantias dos cidadãos, e pausar a escalada de decisões que restringem as liberdades de expressão e de imprensa.

Não há país democrático sem plena liberdade de expressão e de imprensa. Não podemos, portanto, aceitar qualquer retrocesso, seja de quem for. A censura jamais será um instrumento de fortalecimento do Estado Democrático de Direito. A censura é, e sempre foi, um instrumento dos regimes autoritários que querem controlar a opinião pública e seus cidadãos pelo uso da força e da intimidação. Sabemos, muito bem, ao lado de quais países e regimes queremos estar. Liberdade sempre!


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PRESIDENTES DA ESQUERDA DA AMÉRICA LATINA PARABENIZAM LULA SINAL DE MUDANÇA NA POLÍTICA EXTERNA

 

Relações exteriores
Por
Gazeta do Povo


Lula se encontrou no dia seguinte à eleição com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em São Paulo| Foto: Ricardo Stuckert/PT

A volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder no Brasil animou líderes de esquerda e extrema-esquerda na América Latina. Logo após ser declarado vencedor da eleição, o presidente eleito recebeu felicitações de vários chefes de Estado vizinhos, como Gabriel Boric, do Chile, e o ditador venezuelano Nicolas Maduro. Um dos mais entusiasmados foi o presidente da Argentina, Alberto Fernández, que, além de comemorar a vitória de Lula em suas redes sociais, veio ao Brasil no dia seguinte à eleição para cumprimentá-lo pessoalmente.

Em vídeo publicado após o encontro, Fernández afirmou que “a América Latina está trabalhando em conjunto, nos últimos anos, para defender a convivência democrática”. “Lula é um ator central para garantir a unidade e a integração regional de nossos povos”, completou. O presidente argentino também afirmou que Lula deve fazer uma visita ao seu país antes mesmo de assumir a presidência do Brasil.

A eleição de Lula é encarada como uma boa notícia para o governo Fernández, que enfrenta, além de uma crise econômica, uma crise política e se preocupa com o impacto que isso pode ter nas eleições presidenciais de 2023 na Argentina.

“Dentro do kirchnerismo, o triunfo de Lula é visto como motivo de esperança. Assim, eles tentam se ligar à vitória de Lula para mostrar que seus aliados ganham na região, como já ocorreu na Colômbia, o que poderia acontecer também na Argentina [nas próximas eleições presidenciais]. Como se o regional pudesse impactar o local, quando na prática não é bem assim”, avalia Flavio Gonzalez, advogado, mestre em Relações Internacionais e professor da Universidade de Buenos Aires.

Ele destaca que o mau momento político de Fernández e seu grupo tem relação com o desempenho ruim da economia e a alta da inflação. No mês passado, o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país divulgou que a inflação acumulada em 12 meses atingiu 83%.

A relação comercial entre Brasil e Argentina foi um dos assuntos tratados por Fernández com Lula. De acordo com o jornal argentino Pagina 12, a importação de gás das megajazidas de Vaca Muerta pelo Brasil foi um dos temas da conversa. “O gás que podemos extrair de Vaca Muerta pode abastecer todo o sul do Brasil”, disse o presidente argentino a jornalistas que acompanharam sua viagem a São Paulo, na semana passada, acrescentando que Lula teria se mostrado “muito interessado”.

“A Argentina tem o gasoduto que estamos construindo, que finalmente tem um segundo trecho que chegará à fronteira com o Brasil e tem a possibilidade de dar ao Brasil o gás que precisa e que hoje a Bolívia, devido a uma queda na produção, não está podendo dar dar nem para a Argentina nem para o Brasil”, explicou.

Um “A” no Brics?
Outro ponto de interesse de Fernández em uma relação mais próxima com o governo de Lula é um possível apoio que o Brasil pode dar para que a Argentina seja integrada ao Brics, bloco que reúne as maiores economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A pauta não avançou no governo de Jair Bolsonaro (PL), que tem resistido à entrada de novos membros no Brics por entendê-lo como um grupo mais seleto de países. O ministro da Economia, Paulo Guedes, por outro lado, defendeu a inclusão da Argentina no Banco do Brics, como é conhecido o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

Lula não fez comentários sobre os temas abordados no encontro com Fernández, mas o principal assessor do petista sobre assuntos de política externa, Celso Amorim, defendeu a inclusão da Argentina aos Brics.

“É bom ter equilíbrio dentro do Brics e ter um papel maior para a América Latina”, disse Amorim em entrevista à Reuters em meados de outubro. “Acho que a eventual inclusão da Argentina seria positiva”, acrescentou. Outros países também têm interesse de fazer parte do Brics, como Egito, Arábia Saudita e México.

Lula deve buscar retomada da Unasul
No sucinto plano de diretrizes de governo que apresentou à justiça eleitoral quando candidato, Lula defende a integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, “com vistas a manter a segurança regional e a promoção de um desenvolvimento integrado de nossa região, com base em complementariedades produtivas potenciais entre nossos países”.

Ele cita, além dos Brics, o fortalecimento do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), bloco que busca a cooperação entre 33 países da região.

A Unasul, criada em 2008 por Lula e outros presidentes de esquerda da época que buscavam criar um espaço independente da influência dos Estados Unidos, é um caso à parte. O grupo foi praticamente esvaziado em 2019, após a eleição de vários presidentes de direita na América do Sul. Na época, estes líderes criaram o Prosul, que também é um grupo de cooperação regional, mas que se diferenciou principalmente por se opor ao regime venezuelano de Maduro.

Apenas quatro anos depois, o cenário se inverteu. A retomada de poder em vários países sul-americanos pela esquerda – a exemplo da Argentina, do Chile, do Peru e da Colômbia, além do Brasil – dará forças para uma eventual retomada da Unasul.

Contudo, para Carlos Eduardo Vidigal, doutor em Relações Internacionais e professor da Universidade de Brasília (UnB), a recuperação dos fóruns regionais também vai depender do posicionamento dos EUA em relação a essas instituições.

“O Conselho de Defesa Sul-Americano, vinculado à Unasul, não tinha presença dos EUA, mas as preocupações dos norte-americanos com a segurança [na região] aumentaram muito. Não sei se haverá condições políticas para essa retomada”, pondera Vidigal.

Além da conjuntura internacional, a própria composição do Congresso brasileiro a partir de 2023 pode impor limites a ímpetos mais ideológicos por parte do governo petista.

“Domesticamente o Lula vai ser puxado para o centro porque o Congresso tem muita participação na política externa. Ele vai ter que se equilibrar e fazer uma política que fale com todo mundo, reconstruindo laços principalmente na América do Sul”, afirma Vinícius Rodrigues Vieira, professor da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) e da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Para além das alianças com governos de esquerda, Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM, acredita que o novo governo de Lula também deve dialogar com governos de centro e direita, como é o caso do atual incumbente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que também cumprimentou Lula por sua vitória na semana passada, para tratar de questões econômicas, migração, combate ao narcotráfico, políticas de diminuição de pobreza e outros problemas sociais.

“É um leque de aspectos regionais que podem ser impulsionados, independentemente do perfil ideológico do governo dos países que estão no entorno. Uruguai e Paraguai, com governos mais à direita, também devem fazer parte dessa aliança”, opina Holzhacker.


Parceria com Cuba retomada?
Miguel Díaz-Canel, ditador em Cuba, também foi um dos primeiros líderes latino-americanos a parabenizar o presidente eleito do Brasil pela vitória. “Estimado irmão Lula, eu o parabenizo em nome do governo e do povo cubanos, que festejamos sua grande vitória em favor da união, da paz e da integração latino-americana e caribenha. Conte sempre com Cuba”, escreveu, no Twitter.

A proximidade entre Lula e os líderes cubanos vem de décadas. Mais recentemente, em janeiro de 2021, o petista visitou Díaz-Canel e Raúl Castro, primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba. De acordo com o Granma, jornal oficial da ditadura cubana, Lula “agradeceu ao povo cubano as manifestações de solidariedade quanto a exigir sua plena liberdade e condenou a intensificação do bloqueio e a incorporação de Cuba à Lista de Países Patrocinadores do Terrorismo por parte do governo do [então] presidente [dos EUA], Donald Trump”.

Um dos principais marcos dessa relação entre os governos petistas e a ilha caribenha foi o programa Mais Médicos, implementado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2013.

O programa previa o aumento no número de vagas para a graduação em Medicina e em residências médicas, a melhoria da infraestrutura de equipamentos em saúde e a chamada de médicos para atuar em regiões consideradas prioritárias pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A chamada para a contratação dos profissionais dava prioridade a brasileiros, mas médicos estrangeiros também podiam participar, o que possibilitou a atuação de milhares de médicos cubanos no Brasil, por meio de um acordo com a ditadura dos Castro para a exportação dos serviços médicos. Em novembro de 2018, porém, após várias críticas de Bolsonaro, Cuba anunciou que se retiraria do programa.

Cuba continua exportando a mão de obra médica para dezenas de países. Segundo o Ministério da Saúde Pública de Cuba, o setor representou metade de todos os serviços exportados pelo país em 2020, que, por sua vez, somou 80% do total de exportações do país.

Mas uma reedição da parceria no Brasil no novo governo Lula é incerta. Não há previsão de um acordo com Cuba na nova versão do Mais Médicos que o PT pretende implementar, a qual deve ser mais focada em profissionais brasileiros.

O senador Humberto Costa (PT-PE)  afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que o governo deverá pagar bons salários e garantir que os médicos não fiquem “muito tempo no lugar onde as condições de vida não são fáceis”. “[Vamos analisar a questão de] moradia, algum tipo de bônus. Mas isso vamos desdobrar quando for montada a equipe de transição”, afirmou.

O PT também estuda buscar médicos brasileiros formados no exterior para que atendam em locais em que não seja possível preencher as vagas com profissionais formados aqui. Uma parcela menor das vagas poderia ser ocupada por médicos de outros países.

Relação com a ditadura venezuelana

Outra mudança regional que deve vir com o novo governo é a posição do Brasil em relação à Venezuela.

O presidente Bolsonaro adotou, desde o começo de seu governo, uma postura de isolamento da ditadura venezuelana. Foi um dos primeiros governantes a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela ainda em 2019 e aprovou as credenciais de Maria Teresa Belandria como embaixadora venezuelana e representante do governo Guaidó no Brasil. Com Lula, isso deve mudar.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o reconhecimento de Maduro como presidente da Venezuela “será feito imediatamente” pelo governo Lula, com a troca de embaixadores no começo de 2023.

Sobre a situação de Belandria e assessores que trabalham com ela, Pimenta disse que poderão permanecer no Brasil, mas sem o status de diplomatas.

Na semana passada, Maduro disse, em suas redes sociais, que conversou por telefone com Lula. “Concordamos em retomar a Agenda de Cooperação Binacional entre nossos países. Agradecemos sua disposição”, disse o mandatário de fato da Venezuela.


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INOVAÇÃO É UMA QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA DAS EMPRESAS

 

Agência SI – Sommelier de Idéias

Inovar, no mundo das empresas, é uma questão de sobrevivência. É ela que permite que um negócio continue a existir e trazer resultados em longo prazo.

A inovação oferece às empresas uma vantagem para penetrar mais rapidamente em mercados existentes, conectar-se com mercados em desenvolvimento ou, ainda, criar seus próprios mercados. Se uma empresa não inova, está colocando-se em uma posição vulnerável a qualquer problema que possa acontecer no mercado em que atua.

Uma forma simples de entender o que estamos tentando explicar é o famoso case do mercado de fotografias.

Até o final dos anos 1990, a Kodak era líder de mercado no segmento de máquinas fotográficas. Ela chegou a desenvolver o primeiro protótipo de uma máquina digital, mas não investiu nessa inovação. O que aconteceu foi que ela perdeu a oportunidade de criar esse novo mercado.

Logo em seguida, outras empresas (como Canon e Nikon) correram atrás dessa nova ideia e o mercado recém-inaugurado das máquinas digitais absorveu completamente o das máquinas analógicas, com filmes e revelação. Nesse processo, a Kodak sumiu do mapa corporativo por muitos anos.

Observe como, ao perder a chance de investir em uma inovação, a Kodak se colocou em posição de risco, pois continuava a depender de um único segmento de mercado. Na hora em que esse segmento desmoronou, ela acompanhou. Portanto, quando uma empresa inova, ela está assegurando oportunidades para sua sobrevivência no futuro. #empreendedorismo #liderança #marketing #administração #gestão

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Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

PEC DA TRANSIÇÃO SE VOTADA VAI BENEFICIAR TODO MUNDO MENOS O POVO

 

Adriana Fernandes e Daniel Weterman – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Ministro da Casa Civil e um dos principais líderes do Centrão, Ciro Nogueira entrou em campo para tomar partido em defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ainda neste ano e criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) por discutir um ‘plano B’ para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em mensagem disparada a grupo de senadores, Nogueira criticou a possibilidade de abrir um crédito extraordinário para pagar o Bolsa Família de R$ 600 em janeiro sem precisar fazer um acordo agora com o Centrão por meio da PEC.

Em meio ao processo de transição, governo luta para conseguir viabilizar auxílio de R$ 600. Foto:© Fornecido por Estadão

O ministro afirmou que o TCU não pode tornar o Poder Legislativo um “órgão acessório” ao TCU “pois feriria a Constituição”. A abertura de um crédito extraordinário foi discutida por ministros da Corte de Contas com a equipe de transição.

A mensagem de Ciro Nogueira, que comanda o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi vista como reação ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a aliados de Lula que querem tirar Lira do comando da Câmara e lançar outra candidatura.

Os críticos da PEC afirmam que é possível pagar o Auxílio Brasil de R$ 600 no início de 2023 sem mudar na Constituição. Para essa ala, a mensagem escancarou o esforço para tornar Lula “refém” do Centrão antes da posse, pois forçaria o petista a negociar a aprovação da PEC com a cúpula do Congresso imediatamente. Procurado, o chefe da Casa Civil não comentou.

Como será a economia no próximo governo?

A PEC dividiu a equipe de Lula. Há um grupo que defende a proposta para abrir uma margem maior para gastos em 2023 e evitar que o futuro presidente assuma em janeiro sem recursos para cumprir as principais promessas de campanha, como o Bolsa Família de R$ 600 e o reajuste real do salário mínimo.

Outra ala do governo eleito critica o risco de Lula já ficar refém do presidente da Câmara antes mesmo de assumir e defende a abertura de um crédito extraordinário para garantir pelo menos o Bolsa Família de R$ 600. Essa medida é assinada por medida provisória e libera o recurso sem aprovação prévia do Congresso.

A ala crítica à PEC vê amadorismo nas negociações e defende uma consulta ao TCU pela equipe de transição do presidente eleito para pagar o adicional de R$ 200 em janeiro com crédito extraordinário (despesa que fica fora do teto de gastos). Outra opção é pagar o valor com os recursos já previstos na peça orçamentária e negociar uma suplementação depois que a PEC fosse aprovada, em 2023.

A mensagem de Ciro Nogueira foi vista como reação ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) Foto: REUTERS/Carla Carniel© Fornecido por Estadão

Procurado pelo Estadão para comentar as críticas de Ciro Nogueira ao TCU, o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, respondeu: “O ministro Ciro Nogueira conhece profundamente o TCU e sabe o quanto a Corte respeita o Poder Legislativo e é ciosa dos limites de sua competência constitucional. Nosso campo de atuação é técnico e não político”.

Na mensagem, Nogueira diz que técnicos em finanças públicas entendem que, para abrir um crédito extraordinário da forma tradicional prevista na Constituição, como exceção ao teto de gastos, precisa-se justificar a urgência e imprevisibilidade. A edição do crédito é assinada diretamente pelo presidente da República, mas pode ser questionada se não cumprir os critérios exigidos pela Constituição.

Com a “canetada”, Lula pode ser acusado de cometer crime de responsabilidade, o que deixaria o futuro governo nas mãos do presidente da Câmara, responsável por avaliar os pedidos de impeachment.

Pontos em discussão

Um dos pontos em discussão é como abrir o crédito extra para uma despesa continuada, como o Auxílio Brasil. O valor de R$ 600 só vale até 31 de dezembro. A partir dessa data, o benefício voltaria a ser de R$ 405,00. Mas tanto Lula como Bolsonaro prometeram manter o Auxílio em R$ 600, o que na avaliação de integrantes do PT é uma responsabilidade também do governo atual.

A avaliação colocada por Nogueira na mensagem aos senadores destaca que não parece que o simples fato da falta de recursos seja justificativa suficiente para respaldar a edição de um crédito extraordinário. Mas ministros e técnicos do TCU já sinalizaram em reuniões com o coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin, que o que é despesa continuada é a parcela de R$ 405 já prevista no Orçamento e não o suplemento de R$ 200. O crédito extraordinário ou suplementação seria só para essa parte que será interrompida em janeiro e não para os R$ 600 inteiros.

Nesse embate dos bastidores, representantes do TCU apontam que a Corte de Contas está apenas dizendo que, se o governo novo fizer, não há razões jurídicas para punir e que a decisão sempre será política. A avaliação é de que a consulta daria segurança jurídica aos gestores que vão tomar posse em 1º de janeiro de 2023 saibam que não serão punidos pela corte de contas. A consulta seria distribuída ao ministro relator e julgada como aconteceu em outros casos. Esse ponto foi repassado ao vice- presidente eleito Geraldo Alckmin.

PEC é o “plano A”

Em meio às divisões na equipe de transição, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), escalado por Lula para negociar o Orçamento de 2023 com o Congresso, reforçou que a prioridade do futuro governo é aprovar a PEC da Transição. Ele mantém, no entanto, aberta a possibilidade de crédito extraordinário, citando que a alternativa foi sugerida pelo TCU.

“Prioridade é a PEC da Transição e adequações da Lei Orçamentária Anual, fruto de muito entendimento para aprovação. Mas também estudamos as alternativas apresentadas como esta da MP e crédito extraordinário”, afirmou Dias ao Estadão após a manifestação de Nogueira. O posicionamento do senador eleito não tem apoio de outros dirigentes do PT.

Desafios do próximo governo

No sábado, 5, Wellington Dias conversou por telefone com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo apoio para a proposta. “A proposta da PEC da Transição será fruto de entendimento com o presidente do Senado, da Câmara, Comissão Mista de Orçamento, relator, líderes e equipes técnicas das duas casas. Boa vontade para o entendimento pelo grande interesse social e econômico”, afirmou Dias.

MAIORIA REPUBLICANA ELEITA PODE ATRAPALHAR A VIDA DE BIDEN NOS EUA

 

RFI 

A imprensa francesa desta segunda-feira (7) destaca as eleições de meio mandato nos Estados Unidos, às vésperas do pleito, realizado em 8 de novembro. No fim de semana, Barack Obama e Donald Trump realizaram comícios no estado de Pensilvânia, um dos mais disputados e decisivo para o controle do senado. 

EUA: se conseguirem maioria, Republicanos podem bloquear agenda de Biden por 2 anos© AP – Craig Ruttle

Para Libération, é difícil imaginar propostas mais contraditórias que as apresentadas pelos dois ex-presidentes: enquanto Trump multiplicou ameaças, Obama defendeu a democracia, diante dos riscos que pesam sobre ela em caso de eleição dos Republicanos, sob influência de Trump, que não aceitam a derrota. 

Para o jornal, as eleições de meio mandato também serão a ocasião de medir os efeitos das demissões em massa de moderadores da rede social Twitter, após ter sido comprado por Elon Musk. A plataforma era amplamente usada por Donald Trump durante seu mandato, antes de este ser banido da rede em 2021.

Em estados como o Arizona ou a Geórgia, onde os Republicanos são fortes, dezenas de grupos divulgam no Facebook e no Twitter teorias do complô e de fraude eleitoral. Libé lembra que este é um período de alto risco para a democracia americana, o primeiro depois do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro do ano passado. 

Parisien lembra que, tradicionalmente, o partido que ocupa a Casa Branca perde as eleições de meio mandato e “esse ano não deve ser diferente”. Os Democratas não devem conservar a maioria na Câmara dos Representantes, eleitos a cada dois anos. Também estão em jogo 34 vagas no Senado e 36 governos entre 50 estados. 

Milionário do Vale do Silício financia trumpistas

O presidente Joe Biden insiste que não se trata de um referendo, mas de uma escolha entre duas versões muito diferentes da América. Mas, com a popularidade em baixa, os Democratas temem perder a Câmara e talvez o Senado, o que significaria que a agenda de Biden seria quase totalmente bloqueada pelos próximos dois anos.

Ou, pior ainda, os Republicanos prometeram que acabariam com a investigação sobre o ataque ao Capitólio e poderiam criar uma sobre o fiasco da retirada das tropas americanas do Afeganistão ou sobre denúncias de corrupção contra um dos filhos de Biden. 

Le Figaro traz um perfil do milionário americano Peter Thiel, que financia a campanha dos candidatos de Trump, uma das personalidades mais ricas e controvertidas do Vale do Silício, de acordo com o jornal. Após financiar a campanha do ex-presidente republicano, em 2016, ele investiu ao menos US$ 30 milhões na campanha de 16 candidatos na corrida para o Congresso. 

Cofundador com Elon Musk da plataforma de pagamentos PayPal, em 1998, e primeiro investidor do Facebook, ele defende que não acredita mais na democracia liberal. De acordo com o jornal, Thiel defende ideais de livre mercado, deixando as rédeas da economia nas mãos das tecnologias.

RAZÕES PARA NÃO TER ATAQUE NUCLEAR NA UCRÂNIA

 

BBC News

Parece que estou assistindo à cena de um filme de James Bond.

5 razões pelas quais ataque nuclear da Rússia é improvável© EPA

Em algum lugar perto de Moscou, o presidente da Rússia está no palco sendo questionado sobre o Apocalipse. O moderador lembra a Putin que uma vez ele previu que, após uma guerra nuclear, os russos iriam para o céu.

“Não estamos com pressa para chegar lá, estamos?”, o moderador pergunta esperançoso.

Há uma longa pausa desconfortável. Sete segundos de silêncio.

“Seu silêncio está me preocupando”, diz o moderador.

“A ideia era essa”, responde Putin com uma risada.

Vladimir Putin no Clube de Discussão Valdai© Reuters

Me perdoem por não rir. Este não é um blockbuster de Hollywood com final feliz garantido. Os acontecimentos dos últimos oito meses são um drama da vida real que levou um sofrimento incalculável à Ucrânia — e muitos acreditam que, desde a Crise dos Mísseis de Cuba, há 60 anos, o mundo nunca esteve tão perto de um conflito nuclear.

Então, o que o roteiro reserva a partir de agora?

Tudo depende da resposta a esta pergunta: até onde Vladimir Putin está disposto a chegar para garantir a vitória — ou evitar a derrota — na Ucrânia?

Se você reler o pronunciamento que ele fez à nação em 24 de fevereiro — o discurso que ele fez depois de ordenar a invasão da Ucrânia —, você pode concluir que ele vai fazer o que for preciso:

“E agora algumas palavras importantes — muito importantes — para aqueles que podem ficar tentados a se intrometer no que está acontecendo. Aqueles que tentarem entrar no nosso caminho, ou criar ameaças ao nosso país e nosso povo, devem estar cientes: a resposta da Rússia será instantânea e terá consequências do tipo que você nunca vivenciou na história.”

Fora da Rússia, o trecho “consequências do tipo que você nunca vivenciou na história” foi amplamente interpretado como uma descarada ameaça nuclear. E, nos meses que se seguiram, as provocações continuaram.

Em abril, o presidente Putin ameaçou com “uma resposta relâmpago [se] alguém de fora tentar interferir e criar uma ameaça estratégica para a Rússia. Temos todas as armas que precisamos para isso”. Em setembro, ele acrescentou sua infame frase: “Não é um blefe”.

Na semana passada, no Clube de Discussão Valdai (cenário daquela longa e preocupante pausa que descrevi anteriormente), Putin estava enviando sinais contraditórios. Ele negou ter qualquer intenção de usar armas nucleares na Ucrânia.

Até onde Vladimir Putin está disposto a chegar para garantir a vitória — ou evitar a derrota — na Ucrânia?© EPA

“Não vemos necessidade disso”, ele disse. “Não faz sentido, nem político, nem militar.”

Mas nos bastidores do Clube de Discussão, você não poderia escapar desta ameaça.

“Existe o risco de a Rússia usar armas nucleares. Não contra a Ucrânia, mas contra o Ocidente”, disse Dmitry Suslov, membro do Conselho de Política Externa e de Defesa da Rússia.

“Se um único míssil americano atingir a infraestrutura militar russa dentro da Rússia, daremos um salto histórico para o Armageddon nuclear. De acordo com a doutrina nuclear russa oficial, a Rússia lançaria um ataque nuclear estratégico contra os EUA e todos os países da Otan assim que testemunharmos o lançamento de mísseis ocidentais contra nosso território, não importa como eles estejam armados. Então todo o planeta morrerá.”

Uma retórica alarmista? Sem dúvida.

Deixando de lado as pausas presidenciais (provavelmente, para efeito dramático) e a recente retórica russa, acho improvável que o Kremlin esteja planejando agora uma escalada nuclear na guerra da Ucrânia.

Especialmente quando você leva em conta os cinco motivos a seguir:

1 – Eleições de meio de mandato nos EUA

À medida que as eleições de meio de mandato nos EUA se aproximam, o Kremlin sabe que o Partido Republicano tem uma chance de ganhar o controle do Congresso.

Apoiadora de Donald Trump em um comício em Mesa, no Arizona, em 09 de outubro de 2022© Reuters

No início deste mês, o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, alertou que os republicanos não vão dar um “cheque em branco” para a Ucrânia se reconquistarem a maioria na Casa.

Isso teria soado como música para os ouvidos de Putin. Embora não esteja claro se a ajuda americana à Ucrânia seria significativamente impactada por uma vitória republicana, o Kremlin vai abraçar qualquer perspectiva de redução na ajuda militar dos EUA a Kiev.

2 – Inverno na Europa

Parece que Putin ainda está calculando que, com o fornecimento de energia russo para a Europa severamente reduzido, um inverno frio agravaria as crises energéticas e de custo de vida da Europa, forçando os governos ocidentais a chegar a um acordo com o Kremlin: reduzir seu apoio à Ucrânia em troca de energia russa .

Até agora, porém, a Europa parece mais bem preparada para o inverno do que Moscou esperava.

O mês de outubro foi mais ameno do que o normal e houve um aumento da oferta de gás natural liquefeito — com isso, as reservas de gás foram reabastecidas, e os preços do gás na Europa caíram.

Mas se as temperaturas também caírem, a pressão pode aumentar. Especialmente na Ucrânia, onde os militares russos vêm atacando a infraestrutura energética do país.

3 – Mobilização

Nos últimos dias, Vladimir Putin tomou medidas para mobilizar toda a economia e indústria russa para as necessidades de sua “operação militar especial”.

Em muitos aspectos, parece que todo o país foi colocado em pé de guerra no longo prazo. Um sinal, talvez, de que o Kremlin está se preparando agora para uma guerra prolongada na Ucrânia.

4 – Destruição mútua assegurada

Uma criação da Guerra Fria que ainda se aplica hoje: a suposição de que se um lado lançar armas nucleares, o outro lado responderá na mesma moeda — e todos morrem. Não há vencedores em uma guerra nuclear. Vladimir Putin sabe disso.

Tudo isso se baseia na premissa de que seria lógico supor que não haverá um componente nuclear na guerra da Ucrânia.

Há apenas um problema. A lógica desapareceu daqui em 24 de fevereiro. E as guerras não necessariamente se desenvolvem logicamente.

Se há uma coisa que a Crise dos Mísseis de Cuba ensinou ao mundo, foi como o planeta pode de repente se encontrar à beira da destruição como resultado de erros de cálculo e falta de comunicação.

O que me leva ao último motivo…

5 – Erros

Um reservista russo se despede da família© Reuters

A “operação especial” do presidente Putin não saiu conforme o planejado. O que deveria levar dias — no máximo, semanas — se arrasta há meses. O Kremlin parece ter subestimado completamente a dimensão da resistência ucraniana, além de ter avaliado mal o apoio ocidental a Kiev e o tsunami de sanções internacionais que a Rússia enfrentaria.

E, apesar de ter prometido no início que apenas “soldados profissionais” entrariam em combate, Putin acabou anunciando uma “mobilização parcial” de reservistas. Além disso, nas últimas semanas, como resultado de uma contra-ofensiva ucraniana, as tropas russas perderam parte do território que ocupavam.

Mas uma coisa que Vladimir Putin raramente admite é cometer erros. Por enquanto, ele parece determinado a prosseguir nesta guerra e surgir com algo que possa chamar de vitória.

– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63484859

PETISTA PLANEJA FAZER VINGANÇA COM OS SEUS OPOSITORES

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


| Foto: Fernando Bizerra/EFE

Na noite de domingo, já com a vitória confirmada, o presidente eleito Lula fez um discurso de conciliação. “A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra. Esse país precisa de paz e união, povo não quer mais brigar, cansado de chegar no outro inimigo, ser temido ou destruído. É hora de baixar armas”, afirmou. Mas, assim como em muitas outras ocasiões nas quais a prática desmentiu o discurso petista, o partido já demonstrou, antes mesmo do segundo turno, que “baixar armas” não é exatamente o plano do PT quando se trata daqueles que ousaram atrapalhar os esquemas montados pela legenda durante sua primeira passagem pelo Planalto.

“Na hora que o Deltan [Dallagnol] aparecer, vocês já caem de cacete em cima dele. Do [Sergio] Moro, a mesma coisa.” São palavras de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT condenado por seu envolvimento no petrolão, a Rui Falcão, ex-presidente da legenda e coordenador da comunicação da campanha de Lula à Presidência, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com o jornal paulista, Vaccari preparou um dossiê com o objetivo de infernizar a vida do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal e do ex-juiz federal responsável por condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá (condenação depois anulada pelo Supremo Tribunal Federal) – Dallagnol foi eleito deputado federal pelo Podemos, e Moro conquistou uma vaga no Senado pelo União Brasil.

O revanchismo, por certo, não deve parar em Moro e Dallagnol. O que é, por exemplo, a constante promessa de Lula de realizar a “regulação social da mídia” a não ser vingança contra o jornalismo que denunciou os desmandos petistas em um passado não muito distante?

Vaccari, esse “guerreiro do povo brasileiro”, afirmou a Falcão (ainda segundo o Estadão) que seu dossiê foi montado com material da chamada “Vaza Jato”, o circo midiático montado com a divulgação de diálogos atribuídos a Moro, Dallagnol e outros membros da força-tarefa, e cuja autenticidade jamais foi comprovada nem mesmo após perícias da Polícia Federal. Este conteúdo fazia parte da Operação Spoofing, que investigava o ataque hacker contra autoridades, e foi liberado pelo ministro Ricardo Lewandowski para acesso da defesa de Lula em dezembro de 2020, sob condição de que ele fosse mantido em sigilo. Em fevereiro de 2021, quando comentamos a decisão do plenário do STF que confirmou a liminar de Lewandowski, lembramos o alerta da subprocuradora Cláudia Sampaio: “O ex-presidente tem materiais relativos a opositores políticos”. Seria tão descabido assim, àquela época, imaginar que esse tipo de conteúdo acabaria nas mãos de quem jamais deveria ter acesso a ele?

O revanchismo, por certo, não deve parar em Moro e Dallagnol. O que é, por exemplo, a constante promessa de Lula de realizar a “regulação social da mídia” a não ser vingança contra o jornalismo que denunciou os desmandos petistas em um passado não muito distante? O petismo e seus blogueiros chapa-branca não criaram a expressão “imprensa golpista” à toa. Por mais que hoje boa parte da classe jornalística tenha abraçado a candidatura de Lula, com maior ou menor entusiasmo, o petismo não quer correr o risco de ver a lua-de-mel se transformar rapidamente em divórcio litigioso. E que ninguém se engane, pois os petistas não escondem que seu modelo é o venezuelano ou o da Lei de Meios kirchnerista, em que os veículos de comunicação que não se curvam ao governo são sufocados – seja pelo estrangulamento rápido ou pela asfixia lenta.


Vale tudo contra a Lava Jato
Uma vingança para que todos temam os poderosos
Ao petismo se aplica ao menos parte do que Charles Maurice de Talleyrand-Perigord disse sobre os Bourbon, que retomaram a coroa francesa após o fim do período bonapartista: “Não esqueceram nada”. O diplomata também afirmara que eles “não aprenderam nada”, mas é incerto que o veredito valha para o PT. Por mais que a “autocrítica” feita pelo partido após o impeachment de Dilma Rousseff tenha concluído que o PT perdeu o poder por não ter colocado cabresto na imprensa, no Ministério Público e nas Forças Armadas, mostrando completo desconhecimento das verdadeiras razões do impeachment, não há como dizer que o petismo não aprendeu com sua primeira passagem pelo Planalto. Eles sabem onde seu projeto de poder perpétuo “falhou” e não pretendem que isso se repita.


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INVASÕES DE PROPRIEDADE VÃO COMEÇAR NOVAMENTE?

 

Por
Alexandre Garcia

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, faz saudação ao ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence, homenageado com a Medalha Teixeira de Freitas do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB)


Luís Roberto Barroso impôs instalação de comissões para discutir reintegrações de posse| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma nota assinada pelo presidente do Centro de Indústrias do Pará alerta para uma decisão do Supremo Tribunal Federal de prorrogar, cancelar, demorar ou paralisar as reintegrações de posse já concedidas pelos juízes.

Reintegração de posse é quando alguém invade uma área que não é sua e o proprietário entra na Justiça para reaver a sua propriedade. É o direito de propriedade, previsto no caput do artigo 5º da Constituição. Está na mesma linha do direito à vida, é um direito importante.

E o ministro Luís Roberto Barroso tomou iniciativa para formar comissões para estudar a reintegração de posse com um olhar humanitário. Muita gente desconfiada que estão agora querendo passar por cima de outra questão, que é cláusula pétrea, que são os direitos e garantias fundamentais, entre os quais o direito de propriedade.

Ruas inconformadas com a “anomalia”
O TSE deve estar apostando que o povo vai sair das ruas. Neste domingo (6), as ruas estavam cheias de novo, e as pessoas inconformadas, mais ainda depois daquela live do argentino mostrando a disparidade de resultados entre as urnas da geração 2020 e as urnas das cinco gerações anteriores, a mais antiga de 2009, urnas que não foram auditadas. As novas foram e não há nenhum problema no resultado das novas, mas nas velhas, em lugares homogêneos, as curvas dos dois não batem. Eles chamam isso de anomalia.

Parece que as urnas velhas estavam torcendo pelo 13 e contra o 22. Enfim, eles não acusam ninguém de fraude, mas pedem que a gente confira isso nas seções eleitorais, e que enfim, todos vão chegar às mesmas conclusões. As conclusões deles é que se não houvesse essa anomalia, o resultado da eleição seria exatamente o inverso.

Furar teto para cumprir promessa da picanha com cerveja

O presidente eleito voltou do sul da Bahia, está em São Paulo e agora a primeira missão dele é convencer o Congresso a fazer um fura-teto, uma emenda constitucional que, como diz o vice-presidente, general Mourão, que possa estuprar a Constituição para dar uma pedalada. Para cumprir promessas feitas, o futuro presidente vai precisar de R$ 200 bilhões, que não estão no Orçamento.

É para cumprir promessa da picanha com cerveja, aumento de salário mínimo, isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, aumento do funcionalismo, mais R$ 15 bilhões para a Saúde, mais R$ 1,5 bilhão para merenda escolar, mais compromisso aqui e ali… Então, está chegando a quase R$ 200 bilhões que não estão no Orçamento. Na hora que um candidato faz promessa, ele devia dar uma olhada para ver se tem dinheiro para isso. Primeiro prometeu, agora sai correndo atrás do dinheiro que é de nossos impostos.

Jair Bolsonaro fez o Auxílio Brasil, sustentou governador na pandemia, tirou imposto e a arrecadação está subindo, e as contas estão equilibradas. Botou água no Nordeste. E o que aconteceu? Não entregou ministério nem estatal para partido político. Aí não tendo o ralo da corrupção, foi mais fácil. Agora já estão correndo atrás do nosso dinheiro.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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