Ministros do STF atuaram como Executivo e Legislativo. O que esperar em um novo mandato de Lula Por Leonardo Desideri – Gazeta do Povo Brasília
Plenário do STF| Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O ativismo
judicial marcou a atuação do Judiciário durante os quatro anos de gestão
do presidente Jair Bolsonaro (PL), com o Supremo Tribunal Federal (STF)
e outras cortes da República – como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – assumindo papéis que antes
cabiam somente ao Executivo e ao Legislativo. A partir de 2023, com Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência, o cenário deve sofrer algumas
mudanças.
Por um lado, bandeiras da esquerda como legalização do aborto,
promoção da ideologia de gênero, controle da expressão nos meios
digitais, desencarceramento em massa, descriminalização das drogas e
proibição do homeschooling sofrerão forte oposição no Congresso, onde a
direita elegeu dezenas de parlamentares. O Judiciário pode ser o atalho
por meio do qual a esquerda buscará avançar essa pautas sem passar pelo
Congresso.
O STF tem alguns julgamentos pendentes nas pautas de costumes. Em
relação ao aborto, por exemplo, a ADPF 442, que discute a
descriminalização da prática até a décima segunda semana de gestação,
poderá entrar em pauta. Também está parado há anos o Recurso
Extraordinário (RE) 635.659, sobre a liberação do porte de drogas para
consumo pessoal, que pode ganhar andamento com um Executivo mais
tolerante ao tema.
Quanto à liberdade de expressão nas redes, os anseios de regulação da
mídia de Lula vão mais ou menos ao encontro das ações do Judiciário nos
últimos anos: ambos defendem a ideia de que é preciso impedir a
propagação de alguns tipos de discurso, e é possível que os dois poderes
sejam aliados na tendência de cerceamento da liberdade de expressão.
Alguns especialistas temem até mesmo que, nos próximos anos, as regras
estabelecidas pelo TSE contra fake news sejam usadas em julgamentos não
relacionados com as eleições.
Por outro lado, um presidente da República mais receptivo ao ideário
do dito “progressismo” poderia amainar o ímpeto ativista em alguns
temas, uma vez que o Judiciário já não se veria mais como único canal
para promover uma agenda progressista. É o que pensa Alessandro
Chiarottino, doutor em Direito Constitucional pela USP.
“Quando você tem um governo conservador, como era o caso do governo
Bolsonaro, o ativismo tende a ser maior. Com o governo de esquerda, a
gente deve esperar uma diminuição do ativismo, pela simples razão de que
o próprio governo já teria iniciativas que vão no sentido em que o STF
tem ido nos últimos anos. Há certa coincidência de pensamento, de visão
de mundo”, diz.
Este alinhamento ideológico entre Executivo e Judiciário, segundo
Chiarottino, deve causar turbulência política com o Congresso, no qual a
direita ganhou muitas novas cadeiras. “Dada a configuração do
Congresso, a gente pode esperar um período de conflitualidade política
mais elevada. Deve haver um acirramento da batalha política por temas
sensíveis, por temas de costumes. Vai ser um período bastante agitado”,
afirma.
Chiarottino aposta que justamente para transmitir uma imagem de
independência em relação ao Executivo, o STF deverá tentar se opor, em
alguns pontos, à figura de Lula. “Penso até – e pode parecer paradoxal
para alguns – que ele vai tentar mostrar uma cara independente”, afirma.
E como fica a possibilidade de impeachment dos responsáveis pelo ativismo judicial? Um
dos desejos de parte da população durante as eleições de 2022 – que se
traduziu em promessa de campanha de alguns candidatos – foi a chegada de
congressistas dispostos a tirar do Judiciário os ministros responsáveis
pelo ativismo judicial dos últimos anos.
A presença de Lula no Executivo, contudo, deve desanimar eventuais
tentativas de impeachment de ministros do STF por parte do Senado, já
que o substituto da cadeira desocupada seria indicado pelo próprio
petista.
Lula terá direito a nomear dois ministros do STF já em 2023, porque
Ricardo Lewandowski se aposentará em maio, e Rosa Weber, em outubro do
próximo ano. Com a eventual queda de um ministro por impeachment, o
petista teria direito à indicação de mais um nome, o que interessa pouco
a parlamentares conservadores. Além disso, a própria falta de apoio do
presidente da República ajudaria a inviabilizar o impeachment.
“Com a vitória do Lula, acho que o cenário de impeachment é menos
provável. Sem o apoio político da Presidência da República, o
impeachment fica muito difícil. O presidente tem a sua influência dentro
do Senado. Ainda que não tenha capacidade de veto técnica, ele tem
influência muito grande sobre senadores. Não vejo isso caminhando. Se
tivesse sido reeleito o presidente Bolsonaro, isso caminharia de forma
muito mais correta”, opina Chiarottino.
Nikolas, Zambelli, Moro, Cleitinho: quais serão as “pedras no sapato” de Lula no Congresso Por Olavo Soares – Gazeta do Povo Brasília
O futuro deputado federal Nikolas Ferreira (de camiseta amarela) e
o senador eleito Cleitinho (de boné), ao lado do presidente Bolsonaro.|
Foto: Reprodução/Twitter
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) enfrentará, em seu terceiro mandato à frente do Palácio do
Planalto, um Congresso Nacional de viés mais conservador do que o que
existia entre 2003 e 2010, quando o petista comandou o país. No primeiro
turno das eleições, escolheram novos deputados federais e senadores com
um perfil, em sua maioria, mais alinhados com pautas da direita. Com a
derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial,
esses grupos conservadores foram automaticamente transformados na
futura bancada da oposição – que deve endurecer a vida de Lula no
Legislativo.
A lista das “pedras no sapato” que Lula enfrentará no Congresso
contém tanto novatos em Brasília quanto figuras que chegaram ao
Legislativo na “onda conservadora” de 2018 ou mesmo que já faziam
oposição ao PT nos governos do ex-presidente e de sua sucessora Dilma
Rousseff.
Um exemplo de novato que tentará criar dores de cabeça para Lula é o
senador Cleitinho (PSC), eleito por Minas Gerais. Ele recebeu 4,2
milhões de votos em outubro e superou Alexandre da Silveira (PSD), o
candidato apoiado por Lula, e Marcelo Aro (PP), que era o nome do
governador Romeu Zema (Novo). Cleitinho é atualmente deputado estadual e
tem no endurecimento da legislação penal uma de suas bandeiras
políticas.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) é um exemplo de parlamentar em
segundo mandato que tende a ser uma das lideranças da oposição a partir
de 2023. Ela chegará para a nova legislatura referendada por um
crescimento expressivo em sua votação: saltou de 76.306 votos em 2018
para 946.244 em 2022, número que superou o obtido por Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), filho do presidente.
Já o grupo dos opositores que são adversários do PT de longa data tem
como um de seus representantes Eder Mauro (PL-MG), que na sessão do
impeachment de Dilma, em 2016, justificou seu voto favorável ao dizer
que se opunha à ideologia de gênero do PT. Ele foi reeleito em 2022 como
o segundo mais votado do Pará, com 205.543 votos. Iniciará em 2023 seu
terceiro mandato.
Confira abaixo outros deputados federais e senadores eleitos que deverão protagonizar a oposição a Lula no Congresso.
Quem serão os destaques da oposição no Senado Eduardo Girão (Podemos-CE) Senador
pelo Ceará, eleito em 2018, Eduardo Girão ganhou destaque na defesa do
governo Bolsonaro durante a CPI da Covid, embora se apresente como um
parlamentar independente. O antipetismo é uma de suas bandeiras
políticas, o que deverá ser acentuado com o retorno do PT ao Palácio do
Planalto.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) O filho mais velho do presidente é o
atual líder do PL no Senado e tende a continuar tendo representatividade
como membro da oposição, a partir de janeiro. Flávio chegou a ser
citado como possível candidato a presidente do Senado se seu pai se
reelegesse.
General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) O atual vice-presidente
se elegeu senador pelo Rio Grande do Sul e, depois de sua vitória, se
empenhou na campanha de Bolsonaro no segundo turno. Ele também apoiou o
candidato derrotado ao governo gaúcho Onyx Lorenzoni (PL). Ao longo das
últimas semanas, não poupou críticas a Lula e ao PT.
Magno Malta (PL-ES) O ex-senador voltará ao Congresso após perder a
eleição de 2018, quando tentou renovar seu mandato no Senado. Malta foi
cogitado no passado para ser vice-presidente de Bolsonaro e para ocupar
um ministério, mas as especulações não se confirmaram. Ele permaneceu
ao lado de Bolsonaro – e contra o PT – ao longo dos últimos anos. Deve
retomar a abordagem contra a esquerda que marcou os últimos anos de seu
mandato anterior.
Marcos Rogério (PL-RO) Derrotado na tentativa de se eleger
governador de Rondônia, Marcos Rogério permanecerá no Senado e tentará
se consolidar como uma voz de oposição ao PT. O senador ganhou
notoriedade durante a CPI da Covid, quando foi uma das principais vozes
de defesa do governo Bolsonaro. Antes de chegar ao Senado, foi deputado
federal – na Câmara, se opôs ao PT durante seus mandatos.
Sergio Moro (União Brasil-PR) O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro
da Justiça já seria um adversário natural de Lula, pelo fato de ter
sido o magistrado que condenou o petista em primeira instância judicial.
A recente reaproximação de Moro com Jair Bolsonaro, após ele ter saído
do Ministério da Justiça acusando o presidente de tentar interferir na
Polícia Federal (PF), pode dar um papel ainda maior para o ex-juiz na
oposição.
Soraya Thronicke (União Brasil-MS) A senadora era uma parlamentar
de pouco destaque no Congresso até se lançar como candidata a
presidente. Passou a ser conhecida nacionalmente; e obteve 600 mil
votos, ficando em quinto lugar na eleição presidencial. Ao longo do
segundo turno, indicou que não apoiaria Lula nem Bolsonaro.
Posteriormente, declarou que seria oposição no Senado a qualquer um dos
dois. Tem ainda quatro anos de mandato.
Conheça os principais oposicionistas da Câmara André Fernandes (PL-CE) Fernandes
estreará em Brasília em 2023 respaldado por ter sido o candidato mais
votado nas duas eleições que disputou: a de 2022 para deputado federal e
a de 2018 para deputado estadual. É um apoiador convicto de Bolsonaro e
crítico de pautas progressistas. Em seu período como deputado estadual,
travou acalorados embates com representantes do PT do Ceará.
Bia Kicis (PL-DF) A deputada foi eleita para o Congresso em 2018
como uma das principais apoiadoras de Bolsonaro. Ao longo dos últimos
anos, reforçou a condição e se reelegeu como o nome de maior votação no
Distrito Federal. Tende a fazer linha-dura contra o PT.
Carlos Sampaio (PSDB-SP) Reeleito para o sexto mandato, o tucano
buscará reviver na Câmara o tempo em que foi líder do PSDB e era uma das
principais vozes da oposição aos governos petistas. O combate ao PT foi
o que o fez decidir pelo voto em Bolsonaro no segundo turno. Terá como
obstáculo, porém, o fato de o PSDB ter hoje um tamanho bem menor do que
tinha há alguns anos – em 2022, elegeu apenas 13 deputados federais e
nenhum senador.
Deltan Dallagnol (Podemos-PR) Assim como o senador eleito Sergio
Moro, o ex-procurador é outra figura que ganhou notoriedade com a Lava
Jato. Deltan foi o candidato a deputado federal mais votado no Paraná e,
no segundo turno da disputa presidencial, declarou voto em Bolsonaro
como oposição à “corrupção do PT”. Deverá focar seu mandato em criticar
os escândalos das gestões petistas e discutir pautas anticorrupção.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) O terceiro filho do atual presidente
experimentará novamente a experiência de ser membro da oposição na
Câmara, como ocorreu em seu primeiro mandato, época que combatia o
governo de Dilma Rousseff. Eduardo continuará no Congresso respaldado
por 741.701 votos, e tentará ser uma das maiores vozes contra a gestão
de Lula.
Kim Kataguiri (União Brasil-SP) O líder do Movimento Brasil Livre
(MBL) pregou o voto nulo na disputa de segundo turno entre Lula e
Bolsonaro. Ele apoiou Bolsonaro em 2018, mas ao longo de quase todo o
governo criticou o atual presidente. Sob Lula, deverá reforçar seu
antipetismo, vetor que motivou a fundação do MBL, na década passada.
Nikolas Ferreira (PL-MG) O candidato a deputado federal mais
votado do Brasil é um apoiador convicto de Bolsonaro e, por extensão,
deverá ser um dos protagonistas da oposição a Lula no Congresso. Nikolas
já costuma entrar em embates com membros da esquerda nas redes sociais e
na Câmara Municipal de Belo Horizonte, onde atualmente exerce o mandato
de vereador .
Ricardo Salles (PL-SP) “É hora de serenidade”, escreveu o deputado
federal eleito e ex-ministro do Meio Ambiente nas redes sociais horas
depois da conclusão do segundo turno. A manifestação foi vista como uma
das primeiras de apoiadores de Bolsonaro que reconheceram a derrota. O
texto conciliador, porém, não tende a se manter quando Salles assumir
seu mandato no Legislativo. O ex-ministro deverá focar em embates
constantes com o governo do PT, principalmente na pauta ambiental.
Zé Trovão (PL-SC) O líder dos caminhoneiros também reconheceu a
vitória de Lula e disse aos seus aliados que é “hora de erguer a
cabeça”. Ele exercerá seu primeiro mandato de deputado federal a partir
de fevereiro e pretende prosseguir na defesa de pautas alinhadas com as
de Bolsonaro.
Estratégia ajudará nas vendas do Dia das Crianças e Black Friday
O live commerce é uma estratégia para maximizar vendas de e-commerces
que reúne em um evento virtual plataformas de streaming ao vivo (ou
redes sociais) e até mesmo artistas e influencers. Essa ação promove uma
experiência intimista e interativa, em que clientes podem tirar dúvidas
e comprar de forma instantânea, está consolidada no Brasil capaz de
multiplicar as vendas, no entanto, como toda estratégia, precisa ser
realizada de forma profissional e muito bem-feita.
Por meio de uma transmissão ao vivo, apresentadores artistas,
influencers ou vendedores de lojas e marcas demonstram e explicam os
diferenciais e promoções sobre produtos e serviços da marca.
O live commerce possibilita que os usuários façam sua compra naquele exato momento, pelo próprio smartphone, desktop ou tablet.
“Esse formato lembra um pouco as propagandas que já conhecemos na
televisão. No entanto, em vez de ficar ligando para um número, com
acesso à internet, hoje, o consumidor pode realizar sua compra de
maneira muito mais rápida e prática. Segundo pesquisas 84% dizem que se
sentem convencidas a comprar um produto após assistir um vídeo da
marca”, explica o consultor de ecommerce Rodrigo Maruxo, da MRX
Consultoria.
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Irrigação Mitos, realidade e uma riqueza a ser conquistada
Por Marcos Tosi – Gazeta do Povo
Cachoeira do Acaba Vida, no rio de nome Rio de Janeiro, em Barreiras (BA)| Foto: Divulgação / Aiba
Dentre
os grandes produtores globais de alimentos, o Brasil é o país que menos
uso faz da agricultura irrigada, apesar do vasto potencial de rios e
aquíferos que concentram 12% da disponibilidade de água doce no planeta.
Um rápido comparativo mostra a extensão da defasagem: enquanto China e
Índia, cada uma, cultivam 60 milhões de hectares com irrigação, e os
Estados Unidos, outros 25 milhões de hectares, o Brasil ainda engatinha
neste campo, com apenas 8,8 milhões de hectares contemplados pelo
suprimento controlado e estratégico de água às lavouras.
É fato que, apesar da abundância de água doce, ela está mal
distribuída pelo país, e não há exemplo mais notório do que o grande
volume disponível na Amazônia contrastando com a escassez, por vezes
dramática, no semiárido nordestino. Uma situação que se repete, em menor
escala, nas 12 diferentes regiões hidrográficas que recortam os estados
brasileiros. Assim, não são incomuns as notícias de protestos e
batalhas judiciais contra projetos de irrigação, notadamente em épocas
de estiagem, quando buscam-se culpados pela escassez d’água e pouco se
sabe sobre o quanto realmente pode ser retirado dos rios e aquíferos com
segurança, de modo a não faltar para as populações urbanas e os
animais.
Irrigação utiliza apenas 0,7% da vazão média dos rios “Existe
muita fake News, muita coisa se fala de que a agricultura irrigada usa
50%, 60%, 70% da água. Isso é uma balela tão grande, que o número
correto no Brasil é 0,7% da vazão média dos rios usada pela irrigação.
Claro, a gente não desconhece que existem conflitos em algumas regiões,
casos de rios que foram utilizados para irrigar e não havia estudos
suficientes, mas isso está diminuindo cada vez mais”, aponta Everardo
Mantovani, presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem
(ABID) e professor sênior da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em
Minas Gerais.
Contra preconceitos que se acumularam ao longo dos anos, pesquisa e
ciência são os antídotos. “O pessoal fala: estamos exportando água para a
China na forma de soja. Acontece que menos de 0,05% da água utilizada
sai no grão, 99,9% volta para a atmosfera, para chover em outro lugar.
São muitos absurdos. Pega a vazão dos rios brasileiros, por exemplo. Dá
196 mil m3 por segundo. A irrigação usa mil m3 por segundo. Fora a água
subterrânea. Então, onde está a crise? A crise está na falta de
informação que vai criando essa balbúrdia contra o setor”, sublinha
Mantovani.
Talvez não exista na história recente brasileira episódio mais
emblemático do que o vivido no Oeste da Bahia, em relação ao uso da
ciência para superar preconceitos contra a irrigação. Após um período de
estiagem prolongada, de 2011 a 2016, a Associação dos Produtores
Irrigantes da Bahia (Aiba) viu crescerem os protestos contra o uso da
água nas plantações, chegando ao ponto de haver invasão de fazenda e
destruição de equipamentos. O debate sobre a disponibilidade das águas
girava em torno do achismo. Foi quando a associação decidiu contratar um
estudo junto a um pool de universidades (federais de Viçosa, do Oeste
da Bahia, do Rio de Janeiro e Universidade do Nebraska) para descobrir
qual era a real situação dos rios e fontes subterrâneas.
Pesquisas: é possível dobrar irrigação no Oeste da Bahia A região
em foco, próximo das cidades de Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães,
possui 218 mil hectares irrigados, apenas 7% da área total de plantio
sequeiro. Depois de cinco anos de pesquisas, os cientistas demonstraram
que é possível praticamente dobrar esses números, chegando até 430 mil
hectares, sem impacto significativo na disponibilidade das águas. A
etapa atual é de implantação de estações permanentes de monitoramento,
para alimentar um banco de dados com séries históricas. Os debates
acalorados diminuíram. Mas os achismos ainda não estão relegados
totalmente ao passado.
“As narrativas não morrem. Elas estão vivas por aí, sempre querendo
comparar uma coisa e outra. Dizem que um pivô de irrigação consome água
que poderia estar abastecendo não sei quantas mil pessoas. Não é
comparação justa associar o pivô à quantidade de copos de água que as
pessoas tomam. A gente reconhece que toda atividade humana tem impactos
ambientais, mas na agricultura, boa parte dos recursos hídricos retornam
para o sistema”, avalia Enéas Porto, gerente de sustentabilidade da
associação dos irrigantes. “Hoje a irrigação continua produzindo
alimentos na região, sabemos quais rios permitem ampliação e quais não
permitem. É o que a gente chama de segurança hídrica. Não interessa a
ninguém, muito menos ao empreendedor, fazer investimento e depois não
ter água para irrigar”, completa.
Os estudos realizados pelas universidades no Oeste da Bahia foram
refeitos por uma empresa privada, contratada pelo comitê de
gerenciamento da bacia, que chegou a resultados parecidos. Do episódio,
ficou a lição da ciência e do diálogo, que agora é replicada em outras
regiões com potencial para irrigação. O estado do Mato Grosso, observa
Mantovani, tem 30% do potencial de cultivo irrigado no país e não
utiliza quase nada.
Everardo Mantovani, professor da Universidade Federal de Viçosa e presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem Setor de irrigação aprendeu a manter diálogo constante com o Ministério Público
“O pessoal quer crescer na agricultura irrigada, mas não quer
problemas. A gente está fazendo estudos de recursos hídricos, do
potencial de crescimento, sempre conversando com a sociedade. Uma das
maiores pedras no sapato é o Ministério Público, que muitas vezes entra
nessa história sem conhecimento. E uma das primeiras coisas que a gente
faz em tudo quanto é lugar é visitar o Ministério Público, oferecendo
informação”, observa Mantovani.
Em nota à reportagem, o Ministério Público da Bahia disse que a
gestão das bacias hidrográficas dos rios Grande e Corrente é feita com
base em planos aprovados em setembro de 2021, que “levaram em
consideração também os estudos elaborados pela Aiba e outras entidades
do agronegócio”. No entanto, diz a nota, “ressaltamos que esses estudos
não são a diretriz para a gestão da água no estado da Bahia”.
Os produtores do Oeste baiano estão entre os mais interessados em
cuidar das fontes d’águas. Eles estão instalando piezômetros, poços
menores perto do poço principal, para monitorar a condição do lençol
freático. A fiscalização será dos órgãos ambientais. “Nós produtores, de
maneira geral, imaginamos que isso tem que ser muito bem controlado,
por que nosso objetivo é perenidade. Você imagina fazer um investimento
gigante por hectare e dali a três ou quatro anos isso se tornar
inviável? Então é questão de consciência do produtor e de
responsabilidade não só econômica, mas ambiental e social também”,
afirma o paranaense João Jacobsen, 66, radicado há 42 anos no oeste da
Bahia, que cultiva 60% dos 4 mil hectares de suas fazendas com pivôs
centrais de irrigação.
Rio Corrente, um dos principais utilizados para irrigação no Oeste da Bahia
Potencial de irrigar no Brasil é quase sete vezes maior que uso atual Um
estudo de 2020 da Esalq/USP em parceria com a Agência Nacional de Águas
(ANA), Ministério do Desenvolvimento Regional e Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) aponta potencial de
55,85 milhões de hectares a serem agregados à agricultura irrigada no
Brasil. Metade disso em áreas já exploradas pela agricultura de sequeiro
e a outra metade em expansão sobre áreas de pastagens. Em médio prazo,
até 2050, o potencial efetivo de crescimento é de 13,69 milhões de
hectares, agregando à produção 500 mil novos hectares a cada ano.
Trata-se de uma meta de crescimento não distante da realidade, visto
que, em 2021, o país agregou 340 mil novos hectares ao sistema de
irrigação, quase o dobro da média acrescentada em anos anteriores. E
neste ano, a indústria prevê que o desempenho se repita.
Mesmo que se retire do potencial de irrigação todo o volume de água
da região amazônica, devido à questão ambiental e à distância das
regiões produtivas, o Brasil ainda utiliza apenas 5% da água doce
disponível, e, destes, 2,5% para irrigação. Na avaliação de Lineu Leiva
Rodrigues, especialista em irrigação da Embrapa Cerrados, o país já tem à
mão tecnologia e gente capacitada para galgar outros patamares na
agricultura irrigada – que pode produzir três, quatro ou até cinco vezes
mais numa mesma área.
Financiamento e novas barragens: os principais desafios O que
falta é aprimorar a legislação, o conhecimento cientifico dos recursos
disponíveis e o regramento prático para concessão de outorgas. “Qualquer
produtor que quiser irrigar hoje precisa ir à agência e pedir a
outorga, mas em alguns lugares demora um ou dois anos para sair. Toda
produção agrícola já é licenciada. É como se você comprasse um som para o
carro e tivesse que pagar outro licenciamento. Nossa legislação ainda
gera muita insegurança jurídica. As ferramentas para decidir quanto de
água se pode utilizar são muito frágeis. E o pior cenário é você
oferecer um tanto de água para o usuário e no ano seguinte retirar,
porque não tem água para todo mundo”, adverte.
Outra necessidade premente do país, frequentemente embargada por
questões ambientais, é a construção de barragens para aumentar a
estabilidade hídrica, considerando que 92% das águas vão para os
oceanos. “Você não pega água só do rio. Durante a chuva tem muita água,
na seca tem menos. Se você retiver esta água, é possível aumentar a
disponibilidade em até 500%. A irrigação traz estabilidade na produção,
você pode planejar políticas de segurança alimentar para o Brasil e para
o mundo. Se não tem essa estabilidade, você não sabe quanto vai
produzir e nem pode planejar. Vai ficar dependendo da chuva”, aponta o
pesquisador da Embrapa.
Um ponto fundamental para abordar o assunto com mais racionalidade,
diz Leiva Rodrigues, é entender que os padrões de consumo de água no
meio urbano e rural funcionam sob premissas diferentes. Nas cidades, a
demanda tem variações menos acentuadas: o número de banhos de uma pessoa
ao longo do ano não se altera tanto. Já na agricultura, se chove muito,
usa-se pouca irrigação. Quando há seca, aí é que a ferramenta se torna
essencial. Nessas horas, o uso da água não é desperdício, mas salvação.
“Se a pessoa não entende isso, é difícil. Irrigação é o melhor seguro
agrícola que um produtor pode ter”.
Pivô central em operação: Brasil tem potencial para multiplicar por sete a área atualmente irrigada Irrigação funciona como tranquilizante do produtor rural Esse
seguro é que garante o sono tranquilo do produtor de Barreiras, João
Jacobsen. Nem tudo são flores, já que no período de seca as áreas
irrigadas formam a única vegetação verde e viram um chamariz para pragas
aéreas, o que eleva os gastos com herbicidas e controle biológico. O
investimento para irrigar também é alto, de mais de R$ 20 mil por
hectare. Nas grandes culturas de grãos, como soja, milho e trigo, a
principal vantagem, segundo o produtor, não está tanto nos ganhos de
produtividade, mas na segurança de não perder a lavoura por causa de uma
estiagem. Ou seja, quando a seca aperta e derruba a colheita para 20 ou
25 sacas de soja no sequeiro, o produtor irrigado se mantém colhendo 90
sacas.
“A irrigação é um tranquilizante com relação ao problema do produtor
de sequeiro que tem que ficar olhando para o céu e se preocupando se vai
chover ou não. Nós temos essa tranquilidade de ter a certeza que vamos
poder irrigar e não perder produtividade”, conclui Jacobsen.
Norwegian Advanced Surface to Air Missile System (Nasams).| Foto:
Soldatnytt from Oslo, Norway – Øvelse Seapie/ Wikimedia Commons
A
cada nova atrocidade da Rússia, o Ocidente tem enviado novas levas de
armas mais modernas e poderosas para a Ucrânia. As mais recentes são
baterias antiaéreas chamadas Nasams, de fabricação americana e
norueguesa, e Iris-T, feitas na Alemanha. A ideia é tentar mudar o rumo
da guerra protegendo a população das cidades e salvando a infraestrutura
elétrica e de águas do país dos constantes ataques de mísseis russos.
O Nassams (sigla em inglês para Sistema Nacional Avançado de Mísseis
Terra-Ar) é uma bateria formada por seis lançadores de mísseis de curto e
médio alcance (aproximadamente 50 km) capazes de destruir mísseis de
cruzeiro, drones e aeronaves. Washington prometeu entregar duas baterias
nas próximas semanas e outras seis num futuro próximo.
O Iris-T SLM é uma bateria de mísseis alemã, similar ao Nassams, mas
tão moderna que ainda não havia sido testada em combate. Ela é formada
por ao menos três lançadores de mísseis capazes de atingir alvos a 40 km
de distância e é considerada o estado da arte desse tipo de armamento.
Uma delas já está na Ucrânia e outra deve ser entregue no ano que vem.
“No começo da guerra, nós pedimos aos nossos aliados do Ocidente para
fechar os céus”, disse à coluna Jogos de Guerra, Serhii Bratchuk,
porta-voz da Administração Militar de Odesa, na Ucrânia.
Ele se referiu ao pedido que os ucranianos fizeram à Otan (aliança
militar ocidental) para criar uma zona de exclusão aérea sobre a
Ucrânia. A ideia era impedir a Rússia de usar mísseis e aviões
militares, mas a solicitação não foi aceita – pois combates entre
pilotos da Otan e da Rússia poderiam sugar a Otan para o conflito e
deflagrar nova guerra mundial.
“Mas agora as coisas mudaram. Estamos pedindo a eles sistemas
modernos de defesa antiaérea e antimísseis, para que possamos nos
defender por nós mesmos”, disse Bratchuk.
“Neste momento, a Ucrânia não está apenas se defendendo, ou
defendendo a Europa, estamos protegendo o mundo inteiro contra a
agressão russa, incluindo o Brasil, e por isso esse apoio é tão crucial e
importante”, disse ele.
Críticos da Ucrânia e seus aliados afirmam que a Otan teria provocado
a guerra ao se expandir em direção a países que a Rússia acreditava ser
sua área de influência. Esses costumam comparar o cenário atual à crise
dos mísseis de Cuba, quando em 1962 a então União Soviética iniciou a
instalação de mísseis na ilha próxima dos Estados Unidos.
Contudo, a crise dos mísseis foi resolvida diplomaticamente e não
resultou em guerra entre potências. Em 2022, Moscou optou pela via
militar para resolver o que considerava uma agressão.
Mas essa é uma visão limitada do processo. Em um ensaio publicado em
2021, o presidente russo Vladimir Putin já delineava suas pretensões
expansionistas para levar as fronteiras da Rússia a regiões que fizeram
parte do país em sua era imperial, entre os séculos 18 e 20.
No ensaio, Putin fala do suposto direito de proteger cidadãos russos
em territórios que hoje pertencem a países como Ucrânia, Moldávia e
Cazaquistão.
Mas a Rússia czarista dominava total ou parcialmente territórios que
hoje pertencem a países como Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus,
Polônia, Ucrânia, Finlândia, Moldávia, Armênia, Geórgia, Azerbaijão,
Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e até o Alasca. Ou
seja, não se sabe até onde Putin desejava ir até esbarrar na
resistência ucraniana e do Ocidente.
A evolução dos envios de armamento Sem desmerecer a bravura dos
soldados ucranianos, é possível dizer: sim, esta também é uma espécie de
guerra por procuração, onde Rússia e Otan se enfrentam indiretamente.
Mesmo antes da invasão, em 24 de fevereiro, empresas de tecnologia
ocidentais ajudaram o governo da Ucrânia a transferir seus dados
armazenados em data centers (centrais de computador) para equipamentos
espalhados pela Europa e Estados Unidos – a chamada nuvem. Assim, os
primeiros bombardeios que atingiram prédios públicos do país não foram
capazes de parar sistemas de transporte, financeiros e de áreas
estratégicas para o funcionamento do país. Esse foi um dos primeiros
envios de ajuda do Ocidente.
Quando colunas de blindados rumaram para Kyiv em fevereiro, após o
início da invasão, a Ucrânia recebeu bazucas modernas (M72) e os
chamados Javelins – lançadores de foguetes portáteis capazes de destruir
“tanques” russos com relativa facilidade. Os helicópteros de ataque
russos foram combatidos com mísseis portáteis terra-ar Stinger e
Starstreak, também mandados pelos Estados Unidos e Reino Unido.
Mas os sucessivos pedidos ucranianos pelo fechamento dos céus foram
ignorados. Planos para transferir aviões de caça poloneses para a
Ucrânia foram abandonados frente às ameaças russas de escalada da guerra
para outros países da Europa.
Após sofrer sucessivas baixas, as tropas russas se retiraram do norte
do país sem conseguir tomar Kyiv no final de março. Mas o rastro de
covas coletivas de civis e casos de assassinatos e tortura revelados
assim que mais de 180 vilas e cidades foram liberadas causaram repulsa
no Ocidente. Isso fez aumentar o apetite de Washington e seus aliados
para fornecer novas e mais potentes armas à Ucrânia.
Uma linha vermelha, que antes não se pensava em cruzar, foi ampliada
com o envio à Ucrânia de blindados e baterias antiaéreas de projeto
soviético que pertenciam a países da Otan, além de peças de artilharia,
mísseis navais e drones kamikazes.
No começo da guerra, os armamentos ucranianos – e até as fardas dos
soldados – eram 90% herdados do período soviético. Hoje, as forças
ucranianas se parecem muito mais com os exércitos padrão Otan, mas com
uma mistura de tipos de armamentos que causarão no futuro um pesadelo de
manutenção e logística.
A partir de abril, as forças russas se voltaram para a região de
Donbas, no leste. A superioridade numérica da artilharia de Moscou
propiciou avanços rápidos e uma sensação de derrota irremediável da
Ucrânia. Os russos atiravam chuvas de granadas à distância e os
ucranianos não conseguiam revidar à altura. Seus combatentes nem
conseguiam mais ver os russos, que disparavam as granadas à distância.
A resposta do Ocidente foi estender ainda mais a fronteira dos
armamentos. Peças de artilharia à altura da Rússia, os chamados Triple
Seven americanos, começaram a chegar na Ucrânia.
Mas a arma que virou o jogo foi o americano Himars M142 (sigla para
Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade). Cerca de 20 deles
teriam sido enviados para a Ucrânia. São armas de artilharia mais
modernas que as usadas pelos russos. Com sua alta precisão, permitiram
aos ucranianos abater baterias, depósitos de munição e postos de comando
inimigos situados a mais de 70 km de distância. O jogo começou a virar.
Graças a informações de inteligência ocidentais, os ucranianos
lançaram uma grande contraofensiva no nordeste do país em setembro,
liberando praticamente toda a província de Kharkiv e avançando para
reconquistar territórios tomados pelos russos em Luhansk.
Essa contraofensiva tomou vastas regiões em poucas semanas graças a
um blindado de artilharia alemão chamado Gepard. Avançando ao lado de
blindados convencionais, ele forneceu proteção antiaérea para a rápida
manobra ucraniana.
A Rússia respondeu com uma mobilização de mais de 300 mil recrutas e
com ataques massivos de mísseis às cidades e infraestruturas de geração e
distribuição de energia elétrica e água a partir de 10 de outubro.
A Ucrânia diz que 40% de suas estruturas elétricas foram destruídas e
sistemas de blackouts programados começaram a ser implementados para
economizar energia. Só na última quinta-feira (3), mais de 4,5 milhões
de pessoas ficaram sem luz após ataques russos.
É nesse contexto que surgiram os envios dos Nassams e Iris-T: para
evitar que a população seja punida com bombardeios de cidades e com a
falta de eletricidade e água no rigoroso inverno europeu.
Até então, a Ucrânia tinha defesas antiaéreas do tipo S-300
(similares às usadas pela Rússia). Elas são formidáveis para abater
aviões de média a longa distância, mas não são a arma ideal para conter
mísseis de cruzeiro. Muitas vezes, pilotos de caça levantavam voo em
missões quase suicidas para tentar abater os mísseis russos antes que
atingissem as cidades.
As novas baterias antiaéreas americanas e alemãs serão usadas para a
defesa contra esses mísseis. Segundo levantamento do governo ucraniano, a
Rússia lançou mais de 4.500 mísseis de cruzeiro contra a Ucrânia desde o
início da guerra. Se tornou comum nas cidades ucranianas ouvir alertas
de ataques aéreos e em seguida o som de explosões – que podem ser do
míssil sendo abatido ou atingindo seu alvo.
Além disso, há a ameaça dos drones kamikazes, tipo Shahed, vendidos à
Rússia pelo Irã. Eles são pequenos aviões carregados com explosivos
equivalentes a três granadas de artilharia que manobram no ar até
atingir seu alvo. Cerca de 2.500 foram negociados com a Rússia e até
agora ao menos 400 deles foram lançados. A Ucrânia diz ter abatido cerca
de 300.
A defesa contra os drones é feita com todo tipo de artilharia, desde
as baterias mais avançadas até os lançadores de mísseis antiaéreos
portáteis.
Para defender as estruturas críticas de geração de energia e
distribuição de comida para consumo interno e exportação, a Ucrânia tem
usado, entre outros recursos, os blindados Gepard, voltados para defesa
antiaérea. O problema é que as munições para esses blindados estão
acabando. E é aí que o Brasil é envolvido.
O ministro da defesa ucraniano Oleksiy Reznikov fez um apelo ao
governo e ao povo brasileiro que enviem esse tipo de munição para a
Ucrânia defender sua estrutura elétrica e centros de logística de
distribuição de alimentos. Segundo ele, só o Brasil e a Suíça possuem
quantidade suficiente dessas munições para uma ajuda imediata.
O problema é que o ponto fraco do Brasil é a defesa antiaérea. O país
só tem equipamentos de curto alcance e depende quase na totalidade dos
aviões da Força Aérea para cumprir o papel. Fora isso, o país não quer
ficar mal com a Rússia para não ter suprimentos de fertilizantes
cortados.
Defesa completa? Mesmo que a Ucrânia obtivesse as munições do
Brasil e os sistemas Nassams e Iris-T em quantidade suficiente ela
estaria completamente protegida dos ataques aéreos?
Não necessariamente. O desafio das defesas antiaéreas é lidar com uma
grande quantidade de mísseis e drones atuando ao mesmo tempo. Assim,
eles podem sofrer um processo chamado de saturação. A Rússia parece
estar padecendo de escassez de mísseis e drones, mas fechou acordos de
suprimento com o Irã.
Além disso, Moscou possui a tecnologia de mísseis hipersônicos. Até
hoje não há notícias de que mísseis desse tipo tenham sido interceptados
por qualquer defesa antiaérea conhecida.
Em tese, as baterias antiaéreas também não seriam capazes de proteger
a Ucrânia contra o uso de armas nucleares táticas (de capacidade de
destruição limitada a um décimo ou metade do poder destrutivo da bomba
de Hiroshima). Essas armas podem ser disparadas não só nos mísseis
hipersônicos, mas também a partir de granadas de artilharia e em grande
quantidade.
Ou seja, não é possível atualmente impedir um ataque nuclear com
defesas antiaéreas, mas sim com dissuasão nuclear ou convencional e
pressão política.
Assim, os novos envios de armamentos estão muito mais focados em
resolver um problema imediato da Ucrânia: impedir um sofrimento ainda
maior da população com bombardeios e com a falta de energia durante o
inverno.
Parque
eólico Brisa Potiguar da Copel em São Miguel do Gostoso a 120
quilometros de Natal do Rio Grande do Norte. Usina eólica no Rio Grande
do Norte – estação eólica da Copel
Fontes renováveis, como a energia eólica, ganharam espaço no
Brasil graças a incentivos e regulações elogiadas por estudo
internacional.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
O Brasil deve
aproveitar a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do
Clima (COP27) para mostrar ao mundo o potencial do país para a geração
da chamada “energia verde”, limpa e barata, gerada de forma 100%
renovável. O evento começa neste domingo (6) em Sharm El Sheikh, no
Egito, e reunirá até 18 de novembro representantes oficiais de governos e
da sociedade civil para discutir maneiras para enfrentar e se adaptar
às mudanças climáticas.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em entrevista ao
programa A Voz do Brasil, o encontro será boa oportunidade para atrair
investidores estrangeiros interessados uma vez que “o Brasil, por
características naturais e econômicas, é um potencial nesse setor”.
Segundo o ministro, o principal objetivo do Brasil na COP 27 será o de
“levar a eles o Brasil das energias verdes”, para trazer “financiamento
climático e acelerar toda essa economia verde junto com o setor
privado”. “O que queremos é que o setor privado dê escala a uma nova
economia verde, neutra em emissões até 2050”, completou.
Com guerra e inflação, COP27 começa no Egito com EUA e UE “verdes” correndo atrás de carvão e petróleo Brasil que dá exemplo: como políticas públicas abriram caminho para uma energia mais limpa Durante
a entrevista, Leite destacou o potencial energético brasileiro para a
geração eólica em terra firme e por meio de fontes solar e biomassa,
estimados em 100 GW. “Para entender o tamanho desse potencial, o Brasil
produz atualmente 180 GW. É um volume bastante expressivo de energias
renováveis e limpas que podemos transformar em hidrogênio verde e amônia
verde para exportação”, disse o ministro, referindo-se a estes
combustíveis que, por não serem danosos ao meio ambiente, têm despertado
cada vez mais interesse no exterior.
O ministro falou também sobre as expectativas para geração eólica
offshore, por meio de turbinas instaladas em alto mar. “Há um potencial
de 700 GW. Isso corresponde ao que seria gerado por 50 usinas de Itaipu.
O Brasil é o país das energias verdes e poderá fornecer energia verde
para todo o mundo”, declarou.
Na avaliação do ministro, os benefícios para o país vão além e
envolvem toda uma cadeia de suprimentos e de indústrias que, ao se
instalarem em território nacional, poderão aproveitar essa energia
“verde e barata”.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a matriz energética brasileira
se destaca com um índice renovável de 84%, frente a 27% da média
mundial. As matrizes solar e eólica bateram recordes de produção em
2022, respectivamente 14 GW e 22 GW. “Somadas, essas duas fontes são
suficientes para fornecer energia limpa para mais de 40 milhões de
brasileiros”, informa a pasta em nota publicada em seu site.
Gestão de eólicas em alto mar
Joaquim Leite disse que, diante do alto volume de solicitações para a
instalação de parques eólicos offshore, o governo tem atuado visando
facilitar autorizações, estabelecendo uma plataforma digital única de
gestão de áreas marítimas – o que pode aumenta o interesse externo em
fazer investimentos no país.
“No Ibama, já temos aproximadamente 169 GW solicitados para a
instalação de parques eólicos no mar. Esse volume de solicitações
requerem uma plataforma única, porque não é apenas o Ibama que autoriza.
Há vários outros órgãos, como das áreas de pesca, defesa. Precisávamos
então agilizar esse processo para licenciamento dessas áreas. Já
desenhamos uma portaria interministerial visando trazer toda uma
estrutura digital para acelerar esses processos de concessão de áreas”,
disse o ministro. Com informações da Agência Brasil.
Vagas de sobra, bons salários e perspectivas: onde o emprego está em seu melhor momento
Por Vandré Kramer – Gazeta do Povo
Agronegócio é uma das áreas consideradas promissoras para o mercado de trabalho.| Foto: Agência Brasil
Desemprego
em queda, recuperação do salário real e redução da informalidade dão a
tônica do mercado de trabalho nos últimos meses. Apesar da possibilidade
de perda de força de agora em diante, motivada pelo desaquecimento da
atividade econômica, há “ilhas” que devem manter um bom desempenho,
devido a características próprias.
É o caso de segmentos como infraestrutura, energia, agronegócio,
saúde e tecnologia da informação. O vice-presidente de parcerias
estratégicas da consultoria de recursos humanos Robert Half, Alexandre
Attauah, diz que essas áreas estão crescendo com pujança, mesmo com uma
alta taxa de juro.
A procura por profissionais qualificados é grande. Segundo o diretor
executivo da Page Group, Lucas Toledo, há uma disputa mundial por mão de
obra especializada: “É um dos efeitos da pandemia, quando ganhou força o
home office”.
Como fica o Brasil daqui pra frente com a eleição de Lula O que está fazendo o Brasil ter uma inflação menor que a de países desenvolvidos Esse
cenário mais complexo está levando muitas empresas com operações
internacionais a criar centros de serviços compartilhados em diversas
regiões, com o objetivo de prestar serviços globais.
Outro fator que pode impulsionar o mercado de trabalho, segundo
Toledo, é a reordenação das cadeias globais de produção, que foram
afetadas pela crise da pandemia da Covid-19. Ele aponta que países como
os Estados Unidos estão buscando fornecedores mais próximos do que a
China. “Isto pode levar ao estabelecimento de novas plantas”, diz o
executivo do Page Group.
Leia a seguir sobre os setores que devem continuar tendo boa performance.
Concessões e privatizações trazem mais dinamismo à infraestrutura Um
dos segmentos em que deve ser mantida a boa performance no emprego é o
de infraestrutura, impulsionado por obras previstas para os próximos
anos em contratos de concessão ao setor privado. Até agosto, constavam
153 empreendimentos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do
governo federal, que previam uma aplicação de R$ 901 bilhões.
“Tem muita coisa para acontecer. O cenário pode estar retraído no
curto prazo, mas é extremamente favorável no médio prazo”, diz Toledo,
do Page Group.
Óleo e gás e energias renováveis são áreas promissoras Outra área
em que há expectativas favoráveis, segundo Toledo, é a de óleo e gás.
“Está sendo beneficiada pelos preços mais elevados do petróleo,
motivados, em parte, pelas restrições à produção da Rússia, devido à
guerra com a Ucrânia”, diz o diretor executivo do Page Group.
Novos lotes exploratórios estão em desenvolvimento no Brasil,
principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E, segundo a Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção
brasileira está em alta. Em setembro, foi registrada a produção média
diária de 4,05 milhões de barris de petróleo. É a segunda vez na
história que a marca dos 4 milhões é ultrapassada. A anterior foi em
janeiro de 2020.
Outro fator que ajuda esse setor, de acordo com Attauah, é a retomada
dos deslocamentos no pós-pandemia e o crescimento do setor de
logística. Nos oito primeiros meses do ano, os serviços de transporte
tiveram um crescimento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano
passado, de acordo com o IBGE.
A área de energias renováveis também é muito promissora, destaca
Toledo. E uma das regiões que mais se destaca é o Nordeste, onde estão
sendo construídos os principais parques eólicos. Também ganha
importância a maior exploração da energia solar.
Tecnologia da informação ganha ainda mais tração com o 5G Tradicionalmente,
outro setor com forte demanda de pessoas é o de TI. Ele deve ganhar
ainda mais tração com a entrada em operação, em larga escala, do 5G e o
desenvolvimento de aplicações a partir dessa tecnologia.
Pesquisa feita pela Robert Half aponta que a esmagadora maioria dos
CIOs está mais confiante na comparação com os últimos 12 meses, o que
incentiva a abertura de novas vagas de trabalho. Mas, as empresas estão
se deparando com dificuldades para preencher posições.
A consultoria destaca que o volume de mão de obra qualificada não
supre a demanda das empresas e as taxas de desemprego continuam caindo.
Os bons talentos de tecnologia, que não estão tão disponíveis, ainda
lidam constantemente com propostas simultâneas.
“Mais do que em qualquer outra área, em tecnologia a questão do
modelo de trabalho influencia diretamente no leque de profissionais a
serem acionados. Além disso, a falta de flexibilidade, tanto de horários
quanto de locais, assim como o aumento da abordagem da concorrência e a
percepção de oportunidades limitadas de progressão de carreira, são
alguns dos pontos que mais motivam pedidos de demissão”, revela Mariana
Homo, gerente sênior da consultoria.
Agronegócio tem boas oportunidades Quem também está em um bom
momento é o agronegócio. No ano, até setembro, o número de oportunidades
de trabalho com carteira assinada cresceu 6,7%, com a abertura de 120,7
mil postos, apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged).
As boas expectativas para a próxima safra, estimada em 300 milhões de
toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são
uma das fontes de ânimo. A projeção indica crescimento de 16% em relação
ao último ciclo agrícola.
“Agro e commodities estão em franca expansão devido às necessidades
globais”, explica o vice-presidente da Robert Half. Ele cita que há uma
grande procura por profissionais qualificados, e um dos motivos é a
entrada de investimentos estrangeiros no setor.
Algumas necessidades mais específicas estão em áreas relacionadas à
tecnologia e ao crédito: “Há muita startup e fintech entrando no
agronegócio”, diz.
Setor de saúde cresce com envelhecimento da população e consolidação A
saúde é outra área que também é considerada como promissora pelos
especialistas em recursos humanos. Um dos fatores é o aumento na
expectativa de vida da população. Segundo o IBGE, entre 1991 e 2020 a
expectativa de vida de uma pessoa de 50 anos passou de 24,2 para 31
anos.
Outro fator que abre boas possibilidades é a consolidação do setor.
“O setor sempre foi pulverizado e agora estão se formando grandes
players, seja em áreas como o atendimento hospitalar ou de planos de
saúde. Novos problemas surgem com a profissionalização do setor e há
necessidade de mão de obra especializada”, afirma o executivo da Robert
Half.
Áreas mais novas, como a ESG, têm grandes necessidades Áreas mais
novas, como o ESG (sigla em inglês para compromisso com metas
ambientais, sociais e de governança corporativa), têm dificuldades para
encontrar mão de obra especializada. Uma pesquisa feita pela Robert Half
indica que 55% das companhias apontam a escassez de especialistas como
uma das principais barreiras para a implementação de estratégias
vinculadas ao tema.
“É, ao lado da tecnologia da informação, uma área com assuntos e
pautas em alta, porém com conhecimento ainda limitado por parte dos
profissionais”, diz Attauah.
Por Luciana Dyniewicz e Luiz Guilherme Gerbelli – Jornal Estadão
Analistas dizem que a prioridade do governo petista deverá ser solucionar o problema das contas públicas
Ao assumir em 1º de janeiro de 2023, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ter de lidar com inúmeros problemas econômicos e terá pouco tempo para solucionar cada um deles.
Para cinco economistas consultados pelo Estadão, a
prioridade do próximo governo do petista nos primeiros seis meses deverá
ser resolver a questão das contas públicas. Durante a campanha, Lula
disse que pretende acabar com o teto de gasto, a regra fiscal que limita
o crescimento das despesas à inflação do ano anterior, mas ainda não
indicou o que vai colocar no lugar.
Mais do que isso: o governo Lula vai lidar com um Orçamento
considerado irreal. A proposta enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao
Congresso Nacional não contempla o Auxílio Brasil de R$ 600, mas sim de
R$ 405. Para dar conta de um auxílio mais robusto, além de cumprir
promessas de campanha, como o reajuste real do salário mínimo, a equipe
do presidente eleito pode enviar umaProposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para aumentar os gastos sem que eles estejam sujeitos ao teto.
Na lista de medidas imediatas, os analistas também dizem que o
próximo governo petista também tem de fazer uma boa reforma tributária e
retomar a imagem do Brasil no exterior, sobretudo em relação ao meio
ambiente
Abaixo cinco economistas dizem quais devem ser as prioridades do novo governo.
Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse
Seis meses é um tempo enxuto e todos os esforços deveriam estar
voltados para resolver três questões urgentes para que o juro real caia
no país e impeça que a trajetória da dívida fique insustentável.
A primeira é aprovar uma nova regra fiscal que substituirá o teto de
gastos a partir de 2023. É fundamental termos uma regra para limitar a
despesa pública, pois está sob estrito controle do Executivo.
Primeira medida deveria ser aprovar uma nova regra fiscal, diz Solange Foto: WILTON JUNIOR / ESTADAO
Também é primordial aprovar uma reforma do gasto público que garanta
que a nova regra fiscal não seja modificada ao longo do tempo como foi o
teto de gastos. Poderíamos começar com a reforma administrativa, ainda
que esta não traga muita economia no curto-prazo. O importante é
estabelecer uma âncora para o médio-prazo e também uma restrição para os
gastos de estados e municípios e estender a reforma administrativa aos
demais poderes, Legislativo e Judiciário.
Por fim, o novo governo deveria encaminhar uma reforma tributária que
traga maior eficiência ao sistema. Esta reforma servirá também para
financiar o Bolsa Família de R$ 600. No entanto, o foco não deveria ser
aumentar a carga tributária, mas ampliar a produtividade e acabar com
enorme regressividade de nossa estrutura tributária. O risco é
simplesmente elevarmos os impostos para gerar maiores resultados fiscais
em vez de promover uma mudança no gasto público. Tal possibilidade, em
vez de fortalecer, enfraqueceria a regra fiscal de um teto modificado.
José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia
Primeiro, é lidar com o Orçamento ‘fake’ que a administração
Bolsonaro mandou para o Congresso. Esse é um problema sério, porque não
estão previstos gastos que vão ser inevitáveis. Não é só a questão do
Auxílio Brasil de R$ 600, mas existem outras coisas faltando no
Orçamento. Para conseguir trazer essas coisas para o Orçamento, será
preciso uma mudança constitucional.
Brasil tem sistema tributário ruim, diz Scheinkman Foto: ALEX SILVA/ESTADAO / ALEX SILVA/ESTADAO
A segunda coisa importante tem a ver com o clima. Acho que o Brasil
tem um grande potencial de se tornar um dos melhores países em termos de
clima – as pessoas gostam de dizer que o País é uma potência verde. E
eu acho que ao, mesmo tempo em que vai trazer uma melhora do humor do
mundo com relação ao Brasil, pode ajudar em investimentos.
Terceiro lugar, acho que é a questão tributária. O Brasil tem um
sistema tributário muito ruim. Havia uma proposta, que pode ser
melhorada e que foi desenhada por um grupo de pessoas, incluindo o
Bernard Appy, mas esse governo não deu suporte para ela. O Brasil
precisa passar para um sistema de imposto sobre valor agregado (IVA).
Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências
Tem uma questão que já estão tentando endereçar que é a fiscal. A
gente tem um Orçamento que é completamente desconectado da realidade.
Esse é o primeiro ponto. Provavelmente vai sair essa PEC (da Transição)
para dar um espaço maior para gastos. Estão falando principalmente de
gastos sociais, mas a gente tem um receio grande com relação a outros
gastos, que vão pressionar (as contas) no ano que vem. Um deles
é o reajuste do funcionalismo público. A pressão vai ser grande, ainda
mais do novo governo, de tentar recompor uma parte das perdas
inflacionárias dos últimos anos. O que também pressiona muito os gastos,
pelas nossas estimativas, é a questão de precatórios e a definição de
uma despesa discricionária mínima para manter o funcionamento da máquina
pública.
Orçamento está desconectado da realidade, diz Alessandra Foto: Tendências/Divulgação
O que pode ser ser interessante é resgatar as relações do Brasil com o
mundo. O Lula pode voltar a resgatar esses laços, essas conversas,
porque isso, primeiro, pode afetar o cenário de investimento para o
Brasil, como também resgatar algumas discussões de acordos comerciais
relevantes. Eu destacaria o da União Europeia com o Mercosul. Podem ser
coisas importantes para o cenário brasileiro.
Poderia ser uma prioridade atacar a questão tributária, com a ideia de uma reforma tributária ampla, um IVA (imposto sobre valor agregado). Uma reforma (tributária) também pode ter um efeito muito grande e positivo nas expectativas.
Samuel Pessôa, pesquisador associado do Ibre/FGV
O mais fundamental é aprovar a reforma dos impostos indiretos, que
até o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), já disse que é
prioridade. E eu acho que ele está certo. É um item muito importante
para gerar ganhos de produtividade. O governo também precisa construir
um plano de estabilidade fiscal a médio prazo. Precisa dizer para a
sociedade como vai arrecadar e pagar as contas, para que a dívida
pública não exploda.
Governo precisa arrecadar mais para poder aumentar gastos, lembra Pêssoa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
A sociedade quer gastar mais? Quer R$ 200 a mais de Auxílio Brasil?
Quer dar aumento de salário mínimo? Se tudo isso é verdade, o primeiro
passo é o governo aprovar medidas que aumentem impostos. Não tem
Orçamento para fazer tudo isso. É legítimo gastar mais. Mas, para gastar
mais, tem de arrecadar.
Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter
O governo vai herdar um orçamento ainda não definido com muitas
pressões de gastos adicionais que precisam ser administradas. Em 2022,
vamos terminar o ano com despesas em 18,5% do PIB, tendo gasto R$120
bilhões acima do teto, mas com superávit primário consolidado que vai
ultrapassar R$100 bilhões ou 1% do PIB. Para 2023, com a redução dos
impostos, esse superávit já tende a zero e, caso o governo aceite
aumentar o orçamento em mais R$100 bilhões extra teto, voltaríamos a um
déficit de 1%.
Sem âncora fiscal, o prêmio de juros continuará elevado, diz Rafaela Vitória Foto: Divulgação/Banco Inter
Além da sinalização de responsabilidade fiscal, que pode ser frágil
caso o governo aprove novos gastos sem nenhum corte ou remanejamento,
como nas emendas por exemplo, a inflação também pode voltar a subir com
essa nova carga de estímulos. A queda da inflação para a meta é muito
importante para o médio e longo prazo, pois significaria alívio na Selic
ainda em 2023. E com as taxas elevadas, refletindo ainda um alto prêmio
de risco, uma sinalização inicial de responsabilidade fiscal é muito
importante para essa redução, para podermos voltar a ver taxas de
crescimento acima de 2% com consistência.
O governo precisa controlar as demandas por mais gastos e
reestruturar as novas regras fiscais para que tenhamos maior
previsibilidade. Sem âncora fiscal, o prêmio de juros continuará elevado
e a inflação em risco. A prioridade no início de governo é garantir que
a inflação seguirá em queda, o que trará alívio para as famílias e
permitirá juros menores e crescimento nos anos seguintes.
Colheita
de Soja . “Bazucão” permite que a colheitadeira continue o trabalho
enquanto a carga colhida é levada ao caminhão. Gurupí TO.
Imagem ilustrativa.| Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo
Há
33 anos, nascia o Consenso de Washington, nome firmado entre políticos,
economistas e organismos internacionais no encontro realizado em 1989,
cujo programa era a defesa da liberalização do comércio entre as nações,
a diminuição das alíquotas de importação, os estímulos à exportação e o
avanço da globalização econômica. Os Estados Unidos assumiram a
liderança na defesa e divulgação da pauta surgida no evento e começaram a
adotar ações para cobrar da comunidade econômica mundial sua
implementação sob o argumento que as políticas liberalizantes aprovadas
teriam o efeito de melhorar a economia mundial, reduzir a pobreza e
aumentar o padrão médio de bem-estar social.
Naquele ano, o Brasil acabava de eleger Fernando Collor de Mello para
a Presidência da República, que ganhou a eleição com um programa
político de privatização, desregulamentação, liberalização do mercado,
fim do protecionismo e abertura da economia brasileira ao exterior.
Collor acabou cumprindo parcialmente sua pregação rumo ao liberalismo
econômico, em parte porque os governantes brasileiros se especializaram
em adotar um programa para ganhar as eleições e executar outro após
eleitos. Collor assumiu em 1990 e o Brasil passou a ser pressionado para
reduzir as barreiras às importações, abrir a economia nacional à
concorrência externa, facilitar o ingresso do capital estrangeiro e
submeter as empresas nacionais à competição externa. A pressão vinda de
fora para a liberalização foi bastante forte, sobretudo em relação a
produtos industrializados oriundos das nações desenvolvidas.
A questão do agronegócio assume alto protagonismo no cenário mundial
por seu insubstituível papel no objetivo de reduzir a fome no mundo (um
dos principais objetivos divulgados pela ONU), e isso somente será
possível se houver aumento da circulação dos produtos agroindustriais
entre as nações.
O Consenso de Washington conquistou projeção e teve forte aplicação
em vários países e em governos de correntes políticas opostas. O próprio
Barack Obama, que se elegeu em 2008, no meio de uma crise financeira
mundial que teve seu núcleo principal nos Estados Unidos, tão logo
assumiu disse que seu governo faria a maior ofensiva do país no comércio
internacional do agronegócio, com a meta de dobrar as exportações do
setor em cinco anos, chegando a US$ 200 bilhões. Os meios para tal
seriam subsídios e outras formas de protecionismo para os produtores de
seu país, medidas claramente contrárias ao que propunha o Consenso de
Washington. O argumento do governo norte-americano era de que o
agronegócio no país não estava bem, a produtividade era preocupante e as
condições de competitividade no mercado internacional precisavam
melhorar. Com isso, Obama dava sua contribuição para inviabilizar a
ideia da Associação de Livre Comércio das Américas (Alca).
O terceiro governo Lula assumirá em 2023 com duas situações opostas
na economia internacional. De um lado, continuam presentes as políticas
protecionistas e subsídios para o agronegócio no Japão, na Europa e nos
Estados Unidos. O Brasil se tornou mais eficiente que a maioria dos
países no setor primário agropecuário, e o governo brasileiro deverá
manter pressões para que as nações protecionistas reduzam a proteção e
os subsídios, como meio de estabelecer concorrência em condições menos
desiguais. De outro lado, o Brasil enfrentará pressões feitas pelos
países desenvolvidos para que sejam reduzidas as tarifas de importação e
as barreiras não tarifárias que o Brasil mantém sobre produtos
industrializados que compra no exterior. Joe Biden e Lula podem parecer
ter ideias e programas parecidos, que chamam de “progressistas” (no
sentido de “esquerdistas”), mas somente o tempo dirá se isso favorecerá o
Brasil ou não.
O Consenso de Washington condena subsídios e protecionismos,
inclusive sob alegação de que tais práticas são negativas para todos no
longo prazo; mas a liberalização somente faz sentido quando todos
caminham na mesma direção. O liberalismo no comércio exterior funciona
desde que todos os países desenvolvidos pratiquem as mesmas regras. Se
alguns as praticam e outros não, a concorrência se torna desigual e a
liberalização se inviabiliza. A situação atual no campo do comércio
internacional de produtos oriundos do agronegócio se distanciou do
Consenso de Washington e segue as controvérsias que já estavam presentes
no governo Obama, quando os norte-americanos tinham um discurso para o
público interno e outro para as nações estrangeiras.
Segurança alimentar e livre comércio O agronegócio, a fome, o meio ambiente e o debate radicalizado Planejamento e proteção ao agronegócio A esquerda não quer reforma agrária, mas dependência perpétua A
questão do agronegócio assume alto protagonismo no cenário mundial por
seu insubstituível papel no objetivo de reduzir a fome no mundo (um dos
principais objetivos divulgados pela ONU), e isso somente será possível
se houver aumento da circulação dos produtos agroindustriais entre as
nações. O livre comércio entre as nações, porém, padece de sérios
entraves e um deles é o difícil nó envolvendo as negociações para
reduzir os subsídios e o protecionismo. Entre os pontos que fazem parte
da pauta de discussão estão a taxação de importação (como fazem os
Estados Unidos e Brasil), os subsídios a produtores internos (como fazem
o Japão, os Estados Unidos e a Europa) e a redução das barreiras não
tarifárias (proibição de importação por questões sanitárias e outras).
Os investimentos na zona rural e nos setores industrial, comercial,
de armazenagem, transportes e toda a logística para expansão do produto
nacional do agronegócio dependerão das políticas e medidas específicas
que o governo venha a adotar nessa área. Se o governo Lula cometer o
erro de se perder em debates longos e demorar demais para definir o que
vai fazer nessa grande área, o produto nacional do setor será inibido, o
que seria ruim para o Brasil e para o mundo.
Conheça as capacidades que você pode desenvolver ao longo dos anos para se tornar um bom líder e empreendedor
Transformar-se em um empreendedor de sucesso exige que você percorra
um longo percurso repleto de aprendizados e novidades. E, muito além
disso, é importante desenvolver habilidades que te tornarão um líder
exemplar.
Mas antes de saber quais são essas habilidades, é importante conhecer
uma filosofia chamada lifelong learning, que te prepara ao longo da
vida para alcançar o perfil de empreendedor tão almejado.
FILOSOFIA LIFELONG LEARNING
Você sabe o que é lifelong learning? Trata-se da mentalidade de
desenvolvimento contínuo, a filosofia de buscar sempre atualizar seus
conhecimentos ao longo da vida, independente da idade e além da
considerada educação formal.
Há algum tempo, as pessoas faziam um curso de graduação e
consideravam-se “formadas”, como se já tivessem adquirido todo o
conhecimento necessário para seguir sua profissão. Mas isso não é bem
verdade, considerando que a tecnologia faz com que as áreas de
conhecimento estejam em constante evolução. E o bom profissional busca
atualizar-se conforme esse avanço.
Quando falamos em desenvolver conhecimentos, não é apenas sobre hard
skills, as habilidades técnicas, como também sobre soft skills, as
habilidades comportamentais.
Para isso, é importante estar atento ao mercado, buscar se informar,
ler livros, fazer cursos e procurar aprender algo novo todos os dias ou
reservar um tempo para isso.
O lifelong learning conta com alguns pilares:
Habilidade de conhecer – quanto mais você conhece suas preferências, mais fácil será criar um hábito.
Aprender a fazer – conhecimento teórico é importante, mas saber aplicá-lo na prática também.
Aprender a conviver – é fundamental saber conviver com outras pessoas, conciliar conflitos e aprender com as relações humanas.
Aprender a ser – e o mais importante é aplicar tudo isso à sua rotina para que faça parte da sua personalidade e não seja um sacrifício.
Aprenda mais:
Como empreender e manter uma boa saúde mental?
AS 7 HABILIDADES IMPORTANTES PARA SER UM BOM LÍDER E EMPREENDEDOR
Agora que você já conhece a mentalidade de desenvolvimento contínuo,
saiba quais são as competências buscadas para fortalecer o perfil
empreendedor.
1 – Capacidade de liderança: um bom líder assume as
responsabilidades e sabe delegar tarefas de acordo com o perfil de seus
colaboradores, além de ser proativo e saber incentivar e motivar a
equipe, passando confiança.
2 – Capacidade analítica: em um mundo cheio de
informações, ter discernimento é um grande diferencial, e a capacidade
de analisar torna-se ainda mais importante.
3 – Learnability: também é importante desenvolver
sua capacidade de aprender. Ou seja, estar aberto a aprender
constantemente e produzir conhecimento, conteúdo e habilidade
permanentes.
4 – Inovação: além de se atualizar em sua área de atuação, o ideal é
ser curioso com outras áreas. Afinal, descobrir novos assuntos é uma
excelente forma de ter um repertório de soluções diversificado e atual.
5 – Resiliência: um bom empreendedor sabe lidar com
adversidades, críticas, situações de crise e pressões e é capaz de
retornar à estabilidade emocional após as dificuldades.
6 – Criatividade: com a rapidez com que tudo
acontece atualmente, ser criativo é um diferencial para buscar
resoluções eficientes para os mais diversos problemas.
7 – Comunicação: a capacidade de se comunicar de forma efetiva é extremamente importante no desenvolvimento pessoal e profissional.
SEJA UM LÍDER EXPONENCIAL
Quer uma dica em que você pode conhecer melhor e adquirir algumas dessas competências?
Volatility – volatilidade
Uncertainty – incerteza
Complexity – complexidade
Ambiguity – ambiguidade
Com essa formação, você será capaz de dominar as habilidades para
gerir equipes dinâmicas, reagir rapidamente ao mundo do agora, liderar
processos de inovação e abrir espaço para alavancar sua carreira neste
novo mercado.
CARACTERÍSTICAS DA VALEON
Perseverança
Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em
razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer
determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a
resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é
necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que
permitem seguir perseverante.
Comunicação
Comunicação é a transferência de informação e significado de uma
pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e
compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros
por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o
ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar
conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela
através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e
políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem
positiva junto a seus públicos.
Autocuidado
Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações
que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade
de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância
com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada
pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.
Autonomia
Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em
gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias
escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida
por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é
incompatível com elas.
A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando
agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem
esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de
gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.
Inovação
Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades,
exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a
inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando
que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a
curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova
competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma
importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.
Busca por Conhecimento Tecnológico
A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender
aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de
todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia,
uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.
Capacidade de Análise
Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência
que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos
de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um
mundo com abundância de informações no qual o discernimento,
seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade
de analisar ganha importância ainda maior.
Resiliência
É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões
(inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado
emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após
momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em
líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a
capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.