Após decisão do STF PRF diz que 192 ocorrências nas rodovias já foram desfeitas Por Gazeta do Povo
STF proibiu bloqueios nas estradas federais. Imagem ilustrativa| Foto: PRF/Divulgação
A
Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que 192 ocorrências nas
rodovias federais relacionadas aos protestos já foram desfeitas. O
balanço foi divulgado nas redes sociais da corporação por volta das 6
horas desta terça-feira (1) e diz respeito aos bloqueios das estradas e
às interdições parciais que já foram desmobilizados. A PRF não detalhou
em quais estados foram realizadas essas ações.
Caminhoneiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) bloqueiam
estradas em vários estados desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) para a Presidência da República.
O balanço da PRF foi divulgado após o Supremo Tribunal Federal (STF)
determinar a liberação das rodovias federais. O julgamento teve início
no plenário virtual do STF na madrugada desta terça-feira (1), logo após
a determinação de Moraes, em caráter liminar, para que a Polícia
Rodoviária Federal (PRF) e as Polícias Militares dos estados tomem
medidas necessárias “para a imediata desobstrução de todas as vias
públicas” bloqueadas “ilicitamente”.
Atos seguem em 22 estados e no DF
Apesar da decisão e do trabalho da PRF, os protestos seguem em 22
estados e no Distrito Federal na manhã desta terça-feira (1). São eles:
Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará,
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, e
Tocantins.
De acordo com o balanço, 92 rodovias federais estavam bloqueadas e
144 tinham interdições parciais na manhã desta terça. Os dados também
foram divulgados pela PRF por volta das 6 horas.
A Região Sul é a que concentrava a maior parte dos atos nas estradas.
A PRF informou que Santa Catarina registrava 39 bloqueios; no Rio
Grande do Sul eram 15 bloqueios de rodovias e 15 interdições parciais; e
o Paraná tinha 15 bloqueios e 24 interdições parciais.
Lula faz discurso a apoiadores na Avenida Paulista após resultado das eleições.| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação PT
Eu costumava fazer uma palestra chamada “O país das oportunidades
perdidas”. Eu contava que meu amigo Osni Branco, lá em Tóquio, me disse:
“olha, aqui do outro lado do mundo, a gente percebe que Deus é
brasileiro. Porque Deus põe as oportunidades na porta da frente da nossa
casa, do nosso Brasil, e nós jogamos fora pela janela dos fundos. E
Deus põe de novo, e nós jogamos fora de novo, e põe de novo, e a gente
joga fora de novo. Só pode ser brasileiro para insistir tanto em nos dar
oportunidades”.
Agora, nessa eleição, perdemos uma grande oportunidade. Nunca o país
foi passar de um mandato presidencial para o outro tão “acertadinho”. O
desemprego está em queda: já esteve em 14 milhões, está em 8,7%, e
chegando a 6% estará perto do pleno emprego. Além do desemprego, a
inflação está em queda, menor que a dos Estados Unidos e da Europa. O
PIB está em alta, pode crescer mais que o da China. A arrecadação está
em alta, embora o governo tenha cancelado muitos impostos. Contas
públicas em equilíbrio com o superávit primário, balança comercial com
superávit, balanço de pagamentos com superávit. Obras em andamento por
toda a parte, rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, pontes, condução
de água para o Nordeste. E mais: saneamento de estatais que davam
prejuízo e agora dão lucro. Ministérios sem a intervenção de partidos
políticos, que usavam ministérios e estatais para se abastecer de verbas
para fazer campanha política, de desvios, sem propinas, não é?
Então, o novo presidente recebe o país nesse ponto. Qual é a
oportunidade? Se o outro candidato fosse reeleito, teria uma Câmara de
Deputados 73% favorável, um Senado 67% favorável, a maioria dos
governadores favoráveis. Era o ambiente ideal para fazer todas as
reformas que ainda faltam e deixar esse país “acertadinho”. Era isso.
Mas o povo decidiu diferente. Jogou fora a oportunidade. Foi por uma
minoria de 1,8 ponto, mas a maioria decidiu. O novo presidente já fez um
discurso dizendo que vai reconstruir tudo, política, economia, gestão
pública, relações internacionais, ou seja, vai refazer tudo.
Provavelmente como era 14 anos atrás. Então, não sei se terá ambiente
favorável no Congresso, que tem a maioria de centro-direita.
Voto útil Outra oportunidade era a de botar o Supremo nos
trilhos. Agora também não dá mais porque, com o novo presidente, se o
Senado, que tem maioria para “impichar” ministro do Supremo, afastar
três, por exemplo, o novo presidente vai nomear mais três, além dos
dois que ele já vai escolher para substituir Ricardo Lewandowski e Rosa
Weber, que chegaram à idade limite. Então, foram oportunidades perdidas
de tornar o país melhor.
O que estamos vendo pelo discurso do recém-eleito é que ele quer
voltar a fazer aquilo que se fazia antigamente. E ficamos nos
perguntando “por quê? O que foi que houve?” O próprio Judiciário foi
acusado antes de fazer tudo para afastar o PT do poder. Agora, foi
acusado de fazer tudo para afastar a direita do poder. O ativismo do
Judiciário só trabalha contra o próprio Judiciário. Foi o que
identificou o ministro Fux quando assumiu a presidência do Supremo.
Mas vocês hão de perguntar “como é que aconteceu isso?” Bom, uma
explicação é que 26 milhões de eleitores não votaram, se abstiveram.
Outra é que 21 milhões de eleitores eram meninos no tempo da maior onda
de corrupção do país. Uma loucura. Gente presa, gente condenada,
discussões no Supremo sobre mensalão, sobre petrolão, propina, dinheiro
de ministério para partido político, dinheiro da Petrobras para partido
político, malas de dinheiro da Caixa Econômica… Eram meninos e, na hora
de votar, parece que não têm memória disso que aconteceu. Então, se
alguém quiser uma explicação, está aí. A diferença foi mínima entre um e
outro, mas a maioria decidiu e está decidido. Ponto final.
Petista alegre com a vitória de Lula.| Foto: EFE/ Ettore Chiereguini
Hoje,
depois de dormir o sono pesado das consciências tranquilas, abri os
olhos remelentos e, por alguns segundos, cogitei a possibilidade de a
vitória de Lula para um terceiro mandato ter sido apenas um pesadelo.
Não era. Lula, a jararaca, venceu mesmo. E, pelos próximos dias, teremos
de engolir o orgulho e contemplar a alegria totalmente despudorada que a
esquerda, tadinha, confunde com felicidade.
Como sempre, essa alegria baseada na irracionalidade uma hora vai
passar. E trará consigo uma enorme ressaca da qual, infelizmente, todos
padeceremos. Afinal, a ideia de um paraíso na Terra vai contra a mais
elementar das lógicas. E é justamente isso o que explica a eleição de um
ex-presidiário para liderar um país de 200 milhões de habitantes: a
crença de que um “bom selvagem” será capaz de transformar o Brasil num
paraíso.
Essa ilusão da esquerda, cujas bases morais são ainda mais frágeis do
que a nossa finada Constituição, começará a ruir assim que os petistas
de todos os matizes perceberem que não têm mais um bode expiatório no
Palácio do Planalto. Porque foi esse o papel de Jair Bolsonaro nos
últimos quatro anos. Para a esquerda, todas as mazelas da vida coletiva
ou individual tiveram um culpado: Bolsonaro.
Imagine só quando saírem as primeiras estatísticas sobre a morte de
LGTVs. Ou os primeiros dados do desmatamento na Amazônia. Ou as
primeiras projeções de hiperinflação. Ou os índices de violência,
incluindo aí o feminicídio, o genocídio negro e até o gordocídio. Mais:
imagine se Alexandre de Moraes, parça de Geraldo Alckmin, tiver mesmo
gostado dessa coisa de mandar e desmandar e se recusar a bastar o bastão
para o amiguinho?
Supondo que os dados são sejam maquiados e que o ímpeto autoritário
dos ministros do STF não seja passageiro (não é), o esquerdista não terá
como ignorar a realidade que o cerca: o vizinho morto porque o pivete
queria apenas beber uma cervejinha, a “fumaça da Amazônia cobrindo o sol
em São Paulo”, a Nutella custando um salário mínimo, o Ministro Supremo
decidindo algo contra a cartilha do Partido só para mostrar que pode, a
fila dos mendigos para receber uma prato de comida dos “fascistas
cristãos”. Etc.
Dificilmente o esquerdista será capaz de olhar para si. Porque na
essência da esquerda está a ideia de que todos os problemas do mundo são
culpa dos outros. Da mãe ou do pai, do patrão, do guardinha, do
“império estadunidense” – sei lá. E, nos últimos quatro anos, o
esquerdista brasileiro (Sinistrus brasiliensis) se acostumou a ter na
ponta da língua um único culpado para todas as enfermidades da sociedade
e até da alma: Bolsonaro.
Tampouco o esquerdista apontará o dedo para o “bom selvagem” de voz
rouca e hálito etílico que ele ajudou a entronar pela terceira vez.
Primeiro porque lhe falta coragem de ir contra a tchurma. Depois porque é
preciso um mínimo de inteligência até mesmo para reconhecer uma
burrice.
Seja como for, no dia a dia o esquerdista que hoje tatua a estrela do
PT em partes recônditas da anatomia, que anda todo orgulhosão por aí,
com a cara feia do “bom selvagem” estampada na camiseta (100% algodão
orgânico by MST), e que até até com câimbra no polegar e indicador de
tanto fazer o “L”, terá de encontrar outro culpado pela angústia de
viver num país menos-do-que-perfeito e pelo desassossego de perceber, lá
no fundinho da alma que ele nega ter, que o admirável mundo novo nada
tem de admirável.
Como o esquerdista sobreviverá a esse desafio que, muito mais do que
político, tem um quê de metafísico? É possível que alguns insistam em
apontar o dedo para Bolsonaro, agora rebatizado de “a herança fascista
de Bolsonaro”. Mas tenho cá para mim que o problema é mais profundo e,
por isso, o esquerdista sobreviverá à nova realidade à base dos placebo
preferido dos progressistas: o hedonismo. Que, de mãos dadas com o
cinismo e o niilismo, tenta-porque-tenta desposar essa infelicidade
maldisfarçada de prazer, alegria e sobretudo orgulho.
Venezuela Maduro e Lula concordam em retomar “cooperação” Por Gazeta do Povo e Agência EFE
Ato em abril de 2019 em Caracas organizado pelo regime chavista
pede a liberdade de Lula, que ainda estava preso em Curitiba| Foto:
EFE/Rayner Peña
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram nesta
segunda-feira (31), durante uma conversa por telefone, em retomar a
agenda de “cooperação” bilateral, que perdeu força nos últimos seis
anos.
Maduro informou, em sua conta no Twitter, que teve uma “boa conversa”
com Lula, a quem agradeceu por “sua disposição” de “retomar a agenda de
cooperação binacional”.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou sua saudação e
compromisso a todo o povo venezuelano. Estamos dispostos a trabalhar
arduamente pelo fortalecimento da América Latina e do Caribe e pelo
desenvolvimento econômico e social de nossos povos”, disse o ditador
venezuelano em outra mensagem na rede social.
Neste domingo, após a vitória de Lula nas eleições presidenciais no
Brasil, o regime venezuelano expressou, por meio de comunicado, sua
“melhor disposição e boa vontade para, juntos, fortalecermos os laços de
amizade”.
Durante a campanha, o petista havia alegado que o Brasil se
beneficiou de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) a regimes de esquerda durante os governos do PT,
apesar das denúncias de calote – só a Venezuela deixou de pagar R$ 3,45
bilhões.
“Quando você está financiando uma obra, você exporta sua engenharia.
Quem começou a fazer o metrô de Caracas foi o presidente Fernando
Henrique Cardoso. Então, primeiro, quando o BNDES empresta dinheiro, é
obrigado a contratar uma empresa brasileira. Segundo, os componentes são
comprados do Brasil. Então, o que você está fazendo é estar exportando,
além de receber o dinheiro de volta”, argumentou, em entrevista no
Programa do Ratinho, do SBT.
Quando o apresentador mencionou os calotes sofridos pelo Brasil, Lula
respondeu: “Todo mundo paga, você pode ter dificuldade aqui ou ali, mas
todo mundo paga”.
Jair Bolsonaro, derrotado por Lula no domingo, reconheceu em 2019 o
opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, assim como
outros 50 países, o que abalou as relações binacionais que já haviam
começado a se deteriorar com a chegada de Michel Temer ao poder em 2016.
Relações exteriores Após reunião com Lula, Fernández diz que petista vai à Argentina antes de posse Por Gazeta doPovo
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou
nesta segunda-feira (31) com o presidente da Argentina, Alberto
Fernández.| Foto: Ricardo Stuckert/PT.
O presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou nesta segunda-feira (31) com o
presidente da Argentina, Alberto Fernández, em um hotel próximo à
Avenida Paulista, na região central da capital. Fernández veio ao Brasil
para cumprimentar o petista após sua vitória nas urnas no domingo (30).
Os dois tiveram uma reunião a portas fechadas, e depois almoçaram
juntos.
O presidente argentino publicou um breve vídeo em sua conta no
Twitter em que aparece abraçando Lula. “Todo meu amor, admiração e
respeito, querido companheiro. Temos um futuro que nos abraça e nos
convoca”, escreveu na publicação. Após o encontro, ele fez um
pronunciamento divulgado pelas redes sociais da Casa Rosada.
Segundo Fernandéz, Lula o informou que sua primeira viagem como
presidente do Brasil será para a Argentina. “Ele me deu a enorme alegria
de me contar que sua primeira visita será a Argentina. Me disse também
que vai nos visitar antes de assumir e ele sabe que a Argentina é sua
casa”, disse aos jornalistas.
“Tive uma enorme alegria ao reencontrar meu querido amigo e
presidente eleito do Brasil Lula. Todos conhecem meu vínculo com Lula. O
apreço, a mais alta consideração que posso ter por alguém, tenho por
ele. A verdade é que não queria estar ausente hoje aqui sabendo dos
momentos difíceis pelo qual ele passou”, disse Fernandéz.
“Com Lula, compartilhamos um mesmo objetivo, que é a necessidade de
integração da América Latina, a necessidade de que a democracia se
consolide em todo o continente, e a necessidade de que os processos
eleitorais sejam devidamente respeitados”, acrescentou.
O presidente eleito também comentou o encontro com Fernandéz nas
redes sociais. “A nação Argentina é um país irmão e fico feliz de
retomarmos a amizade. Vamos reforçar nossa cooperação para um futuro
melhor para nossos povos”, disse Lula.
O petista venceu o segundo turno da eleição presidencial com 60,3
milhões de votos (50,9%). O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que
tentou a reeleição, saiu teve 58,2 milhões de votos (49,1%).
Empresa holandesa anunciou corte de 4 mil postos de trabalho como uma das medidas para enfrentar uma série crise
O alerta veio no balanço do terceiro trimestre: a Philips registrou
prejuízo líquido de € 1,3 bilhão. Os motivos da queda foram por causa da
retirada de seus aparelhos de respiração defeituosos do mercado, como
também pelos desafios operacionais e de abastecimento (entenda mais
adiante).
Como consequência, o grupo holandês vai demitir cerca de 4 mil
funcionários em todo o mundo. Segundo a companhia, assim, espera-se
economizar cerca de € 300 milhões nos próximos trimestres para enfrentar
os desafios da cadeia de suprimentos.
MÁQUINAS COM DEFEITO
O prejuízo bilionário da Philips acontece após sofrer uma derrota
judicial: cerca de cinco milhões de aparelhos de respiração — usados
principalmente por pessoas que sofrem com apneia do sono — produzidos
com defeito tiveram de ser retirados do mercado.
O equipamento, que serviria como melhoria para o sono e a respiração,
se tornou um vilão ao descobrir que uma das peças poderia causar danos à
saúde dos usuários por causa da liberação de químicos tóxicos. Resultou
também na saída do presidente-executivo da empresa Frans van Houten.
Falhas como essa — que podem causar danos para os usuários —,
refletem o caixa da empresa, como também a imagem perante à Agenda ESG,
importantíssima para as empresas continuarem relevantes na Nova
Economia. Falhou com o consumidor, falhou com a agenda.
FOCO NA ÁREA DA SAÚDE
A aposta da Philips (que já foi uma das maiores companhias de
eletrônicos do mundo) na área de tecnologia para saúde parecia ser uma
boa cartada para conquistar clientes e investidores, já que o mercado de
saúde e bem-estar está indo bem. Para você ter uma ideia, segundo a
McKinsey, o segmento de bem-estar chega a 1,5 trilhão.
Mas a empresa, fundada em 1891, tem visto seus planos não caminharem
na direção almejada — e o recall da máquina de respiração é um dos
motivos. O defeito veio à tona ano passado, apenas algumas semanas
depois do grupo ter anunciado a venda de seu braço de eletrodomésticos, a
divisão de produtos como Airfryer (fritadeira sem óleo), Látego
(cafeteira) e Speed Max (aspirador). Ou seja, uma fonte a menos de
receita.
Aparelho de respiração da Philips (Foto: reprodução)
OUTROS DESAFIOS
A companhia também enfrenta desafios de “fornecimento, pressões
inflacionárias, a situação da Covid-19 na China e a guerra
russo-ucraniana”, diz a empresa em comunicado.
Nestes casos — que comprovam os tempos do Mundo BANI —, é preciso
buscar formas inovadoras para manter o crescimento e a competitividade
no mercado.
A Philips não detalhou como deve fazer isso, mas em comunicado ao
mercado disse estar engajada em “melhorar ainda mais suas operações de
fornecimento, investir em qualidade, simplificar a maneira de trabalhar e
remover a complexidade organizacional, o que deverá resultar em
reestruturação adicional e custos associados em 2023”, afirma.
POR QUE IMPORTA?
Algumas lições: por mais que a marca tenha anos de trajetória e seja
conhecida no mercado, é preciso estar preparada para o Mundo BANI
(frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) e preparar os
funcionários para isso. Além disso, é preciso estar atenta à agenda ESG.
Hoje, marcas e clientes priorizam marcas que seguem esses pilares. Por
fim, em tempos de crise, vale explorar formas de inovar e dominar
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Cenários e estratégias Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva| Foto: Reprodução/Twitter
A
eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da
República pode ser explicada principalmente pela economia e pela alta
rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Especialistas ouvidos pela
Gazeta do Povo dizem que os problemas na economia têm implicações
sociais que alimentaram a insatisfação com Bolsonaro. E, embora Lula
também tenha alta rejeição devido ao antipetismo e aos escândalos de
corrupção nos governos do PT, a do atual presidente acabou sendo maior.
O sociólogo Arilton Freres, diretor do Instituto Opinião, afirma que o
segundo turno foi marcado pela disputa de rejeições. Para ele,
Bolsonaro enfrentava dificuldades maiores em segmentos específicos, como
os jovens e as mulheres. E o ex-presidente Lula acabou se beneficiando.
“Essa eleição de segundo turno foi a batalha de rejeições. Quando
Bolsonaro conseguiu sobrepor a pauta ideológica e de costumes ao debate
econômico, ele fez com que a rejeição do Lula crescesse. Mas muitas
eleitoras e muitos jovens eleitores, que na eleição passada votaram em
Bolsonaro pensando que aquelas declarações deles eram passageiras,
perceberam uma continuidade do tom agressivo por parte do presidente ao
longo do mandato”, diz Freres.
Na avaliação de Lucas Fernandes, cientista político e analista da BMJ
Consultoria, Lula conseguiu explorar a rejeição de Bolsonaro. “O Lula
conseguiu avanços importantes, mesmo quando as pesquisas do primeiro
turno não captaram que o antipetismo ainda estava muito forte na
sociedade. O ex-presidente teve um desempenho melhor do que o [Fernando]
Haddad em 2018. Mesmo onde ele perdeu, ele perdeu por uma diferença
menor e onde ele ganhou, ele conseguiu ampliar a margem”, explica
Fernandes.
Economia estava entre as prioridades do eleitor, e isso favorecia Lula Desde
o início do ano, a agenda socioeconômica – como a geração de empregos, a
inflação e a insegurança alimentar – eram apontadas como as principais
preocupações do eleitorado. Com base nisso, os estrategistas da campanha
de Lula sempre tentaram pautar a disputa para essa área, que era
desfavorável ao presidente Bolsonaro – e um dos motivos da alta rejeição
dele.
Para tentar contornar esse cenário, o governo do presidente Bolsonaro
aprovou medidas emergenciais como o aumento do Auxílio Brasil e a
redução de impostos sobre os combustíveis. Mas os efeitos foram
limitados ao melhorar a situação do eleitor, e a campanha dele apostou
em outra agenda. “O presidente Bolsonaro ganhou uma musculatura no final
do primeiro turno ao impor o debate ideológico, pois para ele o debate
econômico era muito ruim. Ele conseguiu reduzir a rejeição, mas não ao
ponto de que a do Lula fosse maior”, afirma Freres.
Na avaliação de Paulo Loiola, estrategista da Baselab Consultoria,
Bolsonaro deixou a questão econômica de forma secundária na campanha,
apesar de o tema ser a prioridade da população neste ano. “A condução
econômica é ponto muito desfavorável a Bolsonaro e ele não conseguiu
superar essa barreira. O próprio Auxílio [Brasil] foi uma questão que o
Bolsonaro não defendeu no primeiro momento. Depois tentou capitalizar
eleitoralmente. Mas não conseguiu”, diz Loiola. Por outro lado, o
ex-presidente Lula explorou ao máximo os números econômicos de quando
foi presidente – que eram mais positivos do que os atuais.
Para Marcelo Senise, marqueteiro e coordenador político da agência
Social Play, a campanha petista conseguiu fazer com que o eleitor
relembrasse o governo Lula e abandonasse a “tensão” do governo
Bolsonaro. “O ex-presidente Lula apostou em um discurso de pacificação.
Isso pega o eleitor que está fora das bolhas ideológicas. Eu acho
que eles [da campanha do PT] foram muito felizes em conseguir trazer de
volta a memória do eleitorado de como foi o auge do governo Lula –
sobretudo na economia, em que tanto os mais pobres quanto os ricos
ascenderam economicamente”, diz Senise.
Pauta da corrupção nos governos do PT não se sobrepôs à agenda de Lula O
presidente Bolsonaro explorou durante a campanha os casos de corrupção
dos governos petistas para desgastar Lula, e apostou na pauta ideológica
e de costume como estratégia eleitoral. Contudo, na avaliação dos
especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, Bolsonaro não conseguiu
sobrepor seu discurso ao do petista.
“O Bolsonaro escolheu atacar o Lula pelo caminho da corrupção. Mas
diversas pesquisas mostravam que esse tema era secundário para o
eleitorado. Diferente de 2018, essa é uma eleição muito mais marcada
pelo pragmatismo. E, nisso, o Lula conseguiu ser mais assertivo e
dialogar melhor com o eleitorado”, diz Lucas Fernandes, da BMJ
Consultoria.
Já para Arilton Freres, do Instituto Opinião, a pauta ideológica e do
combate à corrupção, levantadas por Bolsonaro, teriam mais repercussão
no eleitorado caso a economia estivesse melhor. Para ele, as medidas
econômicas tomadas pelo governo foram tardias. “Em 2018 as eleições
foram muito pautadas pela corrupção e a Lava Jato estava muito
presente. Neste ano, o eleitor de fora da bolha da esquerda ou da
direita estava preocupado com o bolso. Então eu acho que existiu uma
certa ‘precificação’ por parte do eleitorado. Todo mundo reconhece esse
tipo de problema [corrupção], mas há um sentimento que isso não é
restrito ao PT. Então, esse cenário ajudou o Lula”, diz o sociólogo.
Alianças do PT atraíram eleitor de centro Na avaliação do analista
Lucas Fernandes, a aliança de Lula com o ex-tucano Geraldo Alckmin
(hoje no PSB) funcionou do mesmo modo que a “carta aos brasileiros” que o
petista redigiu em 2002 para atrair os eleitores de centro. Além disso,
o apoio de Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro
turno, também foi determinante para Lula atrair o eleitorado de fora da
esquerda.
“Várias sugestões que a Tebet fez foram acatadas pela campanha do PT
neste segundo turno. Desde a sugestão de o Lula usar menos vermelho, até
levar o debate mais para o centro. Essa participação efetiva contribui
para a transferência de votos, pois o eleitor que votou na Tebet no
primeiro turno não necessariamente iria votar no Lula no segundo turno
sem um engajamento da própria senadora”, explica Fernandes.
Lula faz seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, em São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE
Em
um país cuja história política é pródiga em bizarrices, podemos dizer
com toda a certeza que nada supera a normalização da candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Falamos de alguém que
foi condenado por corrupção em dois processos, com um conjunto
probatório farto, tendo ambas as condenações confirmadas por unanimidade
no tribunal revisor e uma delas, também de forma unânime, mantida no
Superior Tribunal de Justiça, atestando a ausência de ilegalidades
processuais. E esse alguém só voltou a se tornar um ficha-limpa porque a
principal corte do país inventou – e a palavra é essa mesma – um
“problema de CEP”, revertendo decisões que ela mesma havia tomado sobre
quem deveria julgar Lula; e uma suspeição absurda que anulou todos os
atos processuais do então juiz Sergio Moro, garantindo que Lula jamais
tivesse de pagar novamente pelos atos que o levaram à prisão em 2018.
Por fim, essa pessoa não apenas disputou a Presidência, mas o fez com
apoio maciço da sociedade civil organizada e dos formadores de opinião,
que ignoraram todo esse passado para tratar Lula como uma opção
aceitável – e até desejável – para o Planalto.
Mas Lula será o próximo presidente do Brasil, tendo vencido o segundo
turno com quase 51% dos votos válidos, ou 60,3 milhões de votos, apenas
2 milhões a mais (ou 1,8 ponto porcentual de vantagem) que o atual
mandatário, Jair Bolsonaro. Em seu primeiro pronunciamento após a
confirmação do resultado, Lula ressaltou sua “ressurreição” política e
destacou “um imenso movimento democrático que se formou, acima dos
partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias”, já que
sua campanha acabou conquistando o apoio de diversas outras forças
políticas. O arco construído por Lula inclui antigos críticos – a
começar pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que enfrentara
Lula em 2006 – e antigos criticados, caso de Marina Silva, vítima de uma
campanha sórdida do petismo em 2014, e dos economistas responsáveis
pelo Plano Real. Muitos deles, é verdade, guiados mais pelo
antibolsonarismo que por algum entusiasmo em relação a Lula.
Para que Lula e o PT façam uma boa gestão, terão de renegar tudo o
que o partido defende historicamente tanto em termos econômicos quanto
sociais
Esta não foi, no entanto, uma eleição marcada pelo equilíbrio que
desejaríamos para uma disputa tão acirrada. Não porque tenha havido
fraudes ou irregularidades, nem por causa do apoio maciço a Lula na
imprensa e na sociedade civil (pois faz parte do jogo democrático que
esses setores possam ter e manifestar sua opinião), mas porque a
autoridade a quem caberia garantir a igualdade de armas entre os
candidatos falhou em sua missão. Independentemente da intenção e das
convicções dos ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), ainda que eles estivessem plenamente convencidos de que estavam
defendendo a democracia e apenas combatendo a mentira, o fato é que eles
introduziram uma distorção grave no pleito com suas decisões. A
Constituição foi atropelada com a instituição da censura, incluindo a
ainda mais vergonhosa censura prévia; fatos verídicos, mas
inconvenientes a respeito de Lula não puderam ser veiculados, enquanto à
campanha petista permitia-se praticamente tudo, graças a uma
duplicidade de critérios aplicados a cada candidato. O debate não foi
livre como deveria ter sido, e esta é uma mancha que não tem como ser
removida da história desta eleição.
O que desejar para um Brasil governado por Lula? O que se espera é
que o petista faça um bom governo; se ele governar mal, todos os
brasileiros sofrerão as consequências, independentemente de quem tenham
escolhido, e o Brasil não merece o retorno aos tempos de crise
econômica, social e moral vividos até não muito tempo atrás. Mas também é
preciso sermos realistas: para que Lula e o PT façam uma boa gestão,
terão de renegar tudo o que o partido defende historicamente tanto em
termos econômicos quanto sociais. É possível que isso ocorra? Em
primeiro lugar, será preciso definir se as alianças costuradas por Lula
em sua campanha serão efetivamente levadas em consideração, puxando o
próximo governo mais para o centro, ou se serão descartadas, agora que o
objetivo principal já foi atingido. Isso será conhecido apenas à medida
que a equipe do próximo presidente for divulgada, especialmente em
pastas-chave como Economia, Saúde, Educação, Infraestrutura e os
ministérios ligados a políticas sociais.
A segunda barragem que pode evitar uma guinada forte à esquerda
do novo governo está no Congresso. Certamente o habitual oportunismo
político ajudará Lula a construir uma maioria, com partidos que hoje
estão na base aliada de Bolsonaro migrando, totalmente ou ao menos em
parte, para o apoio ao próximo presidente. Mas, a julgar pelo perfil dos
parlamentares eleitos, não é certo que Lula tenha vida fácil no
Congresso, especialmente no Senado. E basta uma das casas para frear
qualquer loucura socioeconômica ou identitária que o petismo queira
implantar e que necessite do aval do Legislativo. É o tipo de cenário
que pode levar ou a um maior senso de responsabilidade da parte do
governo, que passaria a propor pautas mais razoáveis, ou a um impasse,
com a insistência do Planalto na radicalização sendo barrada no
Congresso. Mas uma relativa paralisia ainda será muito melhor para a
nação que um passe livre para a implantação da pauta econômica e social
da esquerda.
Lula faz seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, em São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE
Muita gente, assim como eu, fica sem entender como é que 60 milhões
de eleitores brasileiros disseram “eu prefiro a volta daqueles 14 anos”.
Foi o tempo da maior roubalheira que o país já teve. A maior da
história. Todos os escândalos, ministros presos, tesoureiros do PT
presos. O próprio ex-presidente foi preso. A presidente foi “impichada”.
Foi um escândalo atrás do outro.
E isso envolveu estatais, ministérios, empreiteiras pagando propina,
tudo. E 60 milhões de brasileiros disseram “eu quero isso de novo”. Não
dá para entender. Eu me lembro do Alckmin dizendo que Lula queria voltar
à cena do crime, que era a volta dele ao poder. Está aí, Alckmin hoje é
o vice-presidente da República a partir do próximo dia 1.º de janeiro.
Não contesto o resultado da eleição. Mas ele mostra que o Brasil está
dividido. Foi meio a meio, 51 a 49, praticamente. Mas eu fico sem
entender. Por que as pessoas, já tendo conhecido, já sabendo como é um
governo do PT, quiseram isso de volta? É difícil de a gente entender.
Tem muita gente que diz que as pessoas votam nos candidatos com os quais
mais se identificam pelo caráter. Aí é até meio cruel imaginar uma
coisa dessas. Mas está aí o resultado. Na democracia cada pessoa vale um
voto.
Foi o Nordeste que deu a vitória a Lula E foi o Nordeste que deu a
vitória para o Lula. A diferença no Nordeste foi tão grande que
Bolsonaro não conseguiu anular essa diferença em São Paulo, nos estados
do Sul, no Rio de Janeiro, no Centro-Oeste. Em Minas Gerais foi
praticamente empatado. Antes, estranhamente, Lula havia ganho de
Bolsonaro, embora os eleitores mineiros tivessem reeleito Romeu Zema.
Para governador, a grande surpresa foi no Rio Grande do Sul. O PSDB
reelegeu Eduardo Leite, que renunciou para ser candidato a presidente da
República e disse que não ia ser mais candidato lá, mas convenceu os
gaúchos e vai ser de novo governador.
Presidente eleito vai ter oposição muito grande Como serão esses
quatro anos? Em 2 de outubro a centro-direita teve 70% da Câmara dos
Deputados e 67% do Senado. É capaz até de fazer mudanças na
Constituição, que exigem 60% nas duas casas, e já tem mais que isso.
O novo presidente terá uma oposição muito grande. Sem contar os
governadores que foram eleitos e que estão afinados com Bolsonaro.
Certamente Bolsonaro será o grande líder da oposição nesses próximos
anos. E o novo Senado vai querer saber por que o Supremo Tribunal
Federal saiu da Constituição por tantas vezes, assim como o Tribunal
Superior Eleitoral.
Poderes estabelecidos pela Constituição são independentes
Não serão anos fáceis. O primeiro ano, acho, vai ser muito
conturbado. É o que aparenta. Vamos, enfim, aguardar o que pode
acontecer, mas foi um resultado que, de novo, mostra um país dividido. E
os brasileiros estão com ânimos exacerbados. A gente tem visto
confrontos nas ruas, numa espécie de raiva um do outro.
Não vou discutir vitimismo, ou dizer que Bolsonaro foi massacrado
pelo STF, pelo TSE, por grande parte da mídia. Não vou discutir isso.
Mas vou discutir outras coisas. Falando com ministros do STF, assim como
com ministros aposentados, estão achando tudo muito estranho da forma
como foi feito.
Inventaram uma territorialidade lá que nunca foi aplicada na história
do Brasil. Exigiram a anulação de um processo porque não foi para o
endereço certo. Isso depois de condenações e revisões do processo. O
condenado já estava pagando, cumprido pena. Nunca se viu isso na
história do Judiciário. Essa territorialidade é aplicada quando se está
no início de um processo, quando se descobre isso antes de haver um
encaminhamento maior do processo.
Os juízes sabem muito bem disso, os estudantes de Direito também.
Mas, enfim, são coisas que têm de ser resolvidas à luz da Constituição,
que diz, no seu segundo artigo, que há poderes independentes. Um é o
Judiciário, outro é o Legislativo, que de tão importante vem até em
primeiro lugar. O Legislativo é o que faz as leis, é o que pode mudar a
Constituição, se não for cláusula pétrea. E não o Judiciário. São coisas
que precisam ser resolvidas. O Ministério Público precisa voltar a ter o
papel que foi deixado de lado. Se não, vamos continuar fora da lei.
Após uma eleição sem precedentes na história
desse país, com o TSE na função de elemento mais importante do processo,
em vez de ser apenas o seu organizador, o ex-presidente Lula foi
declarado vencedor pelas autoridades, com cerca de 1% de vantagem;
aparentemente a maioria do eleitorado achou que a melhor solução para os
problemas do Brasil, neste momento, é colocar na presidência da
República um político condenado pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. É a primeira vez que uma coisa dessas acontece. É,
também, a primeira vez que o alto judiciário deu a si próprio, sem
autorização do Congresso ou de qualquer lei em vigor no país, poderes de
exceção para mandar do começo ao fim o processo eleitoral. É a primeira
vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que
ganhou, justamente ele.
A questão não é definir se Lula, ou Bolsonaro, são bons ou maus para o
Brasil, se a eleição foi justa ou se os brasileiros tomaram a decisão
mais certa. Eleição não é um concurso para escolher o melhor, nem uma
questão de justiça ou um teste de inteligência. Trata-se,
exclusivamente, de um sistema para a população adulta dizer quem deve
governar o país. Mas aí é que está o problema central com as eleições
presidenciais de 2022 – quem tem de escolher é o eleitorado, e não o
TSE. Não foi o que aconteceu. Antes mesmo da campanha começar, o
complexo STF-TSE decidiu que cabia a ele nomear quem era o melhor para o
país; está fazendo isso, na verdade, desde o primeiro dia do atual
governo. O presidente Jair Bolsonaro, no seu entender, não poderia ser
reeleito, em nenhuma hipótese; isso seria a destruição da “democracia”, e
não se pode permitir que a democracia seja destruída, não é mesmo? Para
salvar a “democracia”, então, os ministros se sentiram autorizados a
violar a Constituição, as leis brasileiras e os direitos dos cidadãos. É
esta a história das eleições que acabam de ser decididas. Lula foi
eleito, num ambiente de ditadura – uma ditadura do judiciário.
É a primeira vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que ganhou, justamente ele.
A Gazeta do Povo esteve sob censura, assim como outros órgãos de
imprensa. É absolutamente ilegal: em que lei está escrito que o TSE pode
exercer poderes de censor? Não pode; ninguém pode. Também não pode
manter aberto um inquérito criminal perpétuo para perseguir quem o
ministro Alexandre de Moraes decreta que é inimigo da “democracia”. Não
pode decidir quase o tempo todo a favor de um candidato, e quase o tempo
todo contra o outro. Não pode definir o que é “falso” e o que é
“verdade” – e nem proibir a divulgação de fatos verdadeiros contra o
candidato da sua preferência, com a alegação de eles levam “a conclusões
erradas”. Não pode impedir que as pessoas se manifestem, sem cometer
crime algum, pelas redes sociais. Que raio de “eleição livre” é essa,
quando a polícia pode invadir a sua casa às 6 horas da manhã por que o
ministro Moraes, com base numa notícia de jornal, decidiu perseguir
empresários que apoiam o presidente da República? Qual é a liberdade de
expressão de uma campanha eleitoral em que é proibido mostrar imagens de
eventos notoriamente públicos, como foram as manifestações em favor do
presidente no dia Sete de Setembro – ou um vídeo em que um ex-ministro
do próprio STF explica, juridicamente, por que Lula não foi absolvido de
crime nenhum na justiça brasileira?
Todos esses fatos, e mais dezenas de outros, foram empurrados para
debaixo do tapete, sempre com a mesma desculpa cívica – OK, a lei pode
não ter sido respeitada nesses casos, mas não se pode ficar falando em
lei etc. etc. etc. quando “a democracia” está em jogo – e para a dupla
STF-TSE, mais as forças que estão a seu lado, ameaça à democracia é a
possibilidade do candidato adversário ganhar a eleição. Nesse caso, a
“democracia” tem de ficar acima de qualquer outra consideração; sim,
estamos violando a lei e tirando do eleitorado o direito soberano de
decidir quem vai presidir o Brasil, mas isso é para o ”bem”, o interesse
de “todos” e a felicidade geral da nação. Nunca sai nada de bom desse
tipo de coisa.
Presidente eleito planeja nomes em ascensão na política, como o de Tebet; acenos ao Centrão são vistos como essenciais
BRASÍLIA – O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
vai montar uma equipe com mais ministros, mas disse que seu terceiro
mandato não será “requentado”. O plano de Lula é chamar nomes em
ascensão na política e na economia para integrar o seu ministério. A
estratégia não significa, porém, fechar as portas para o Centrão, grupo
associado à prática do “toma lá, dá cá”.
A negociação com partidos do bloco que hoje dá sustentação ao presidente Jair Bolsonaro,
principalmente com o PP, o PL e o Republicanos, é vista como
fundamental para construir acordos no Congresso, que terá maioria
conservadora a partir de 2023. Convencido de que não conseguirá acabar
com o orçamento secreto tão cedo, o petista tentará um arranjo para que
deputados e senadores direcionem os recursos a uma lista de projetos
prioritários do governo.
A nova configuração da Esplanada prevê o aumento dos atuais 23
ministérios para 34. Trata-se de uma conta preliminar, que pode sofrer
alterações com a criação de secretarias especiais.
A entrada da senadora Simone Tebet (MDB-MS) no primeiro escalão é
dada como certa. Ela saiu da disputa presidencial em terceiro lugar e,
três dias depois, aderiu à campanha de Lula. A senadora gostaria de
comandar a Educação, pasta que sempre foi cobiçada pelo PT. O presidente
eleito já disse, porém, que seu partido terá de abrir mão de assentos
na Esplanada para a “frente ampla”.
Lula desmembrará o Ministério da Economia, e a ideia é rebatizá-lo
como Fazenda. Com a divisão, serão recriados Planejamento e Gestão, além
de Indústria e Comércio. Ex-governador do Maranhão, o senador eleito
Flávio Dino (PSB) pode ficar com Justiça, que, se tudo correr como o
roteiro previsto, será separada de Segurança Pública.
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O novo governo terá ainda o Ministério dos Povos Originários, e há
projetos para refundar Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Cultura,
Cidades, Igualdade Racial, Pesca, Direitos Humanos e Mulheres – os dois
últimos em outro formato.
Na avaliação de Lula, a equipe econômica deve ser comandada por um
político. Foi assim que Antonio Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto,
acabou alçado à Fazenda no primeiro mandato do petista, em 2003, e
chegou à Casa Civil sob Dilma Rousseff, em 2011, até cair em desgraça,
no rastro de escândalos.
O teto de gastos será revogado e a nova âncora fiscal em estudo prevê
a retomada do superávit primário como novo balizador das contas
públicas. Desta vez, porém, é provável que a meta seja flexível,
combinada com uma “licença” para gastar e cumprir compromissos, como o
pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600. Pelos cálculos de economistas
consultados pelo presidente eleito, o rombo a ser herdado ficará na casa
de R$ 400 bilhões.
“É impossível detalhar a nova âncora fiscal sem as contas na mão”,
disse o deputado Alexandre Padilha (PT), ex-ministro da Saúde no governo
Dilma. “Não temos o diagnóstico definitivo da tragédia de Bolsonaro
para o País”, argumentou ele.
COTADOS
Padilha é um dos nomes cotados para comandar a Economia. Constam
ainda da lista, o ex-prefeito Fernando Haddad, que perdeu a disputa pelo
Palácio dos Bandeirantes, o senador eleito Wellington Dias e o
governador da Bahia, Rui Costa, todos do PT. O ex-ministro da Fazenda
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central na gestão Lula, poderá
ocupar outro cargo, ainda não definido. O secretário da Fazenda de São
Paulo, Felipe Salto, deve ir para o Tesouro.
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O desenho da Casa Civil está em estudo. Haddad também é lembrado para
essa cadeira se a pasta tiver perfil mais técnico, como era quando
Dilma foi ministra. Lula ainda não escolheu quem será o articulador
político do governo.
Há nomes que o presidente eleito vê como curingas. Além de Haddad,
este é o caso de Wellington Dias, que administrou duas vezes o Piauí; do
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); da deputada eleita Marina
Silva (Rede), ex-ministra do Meio Ambiente; e dos senadores Jaques
Wagner (PT) e Randolfe Rodrigues (Rede).
Dois xarás com grafias diferentes também estão no xadrez de Lula: o
ex-chanceler Aloysio Nunes, primeiro nome do PSDB a apoiar o petista, e o
ex-coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT), que foi
ministro da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Casa Civil na gestão
Dilma. Mas o presidente eleito avisou a aliados que, antes de definir
posições nesse jogo, precisa pôr a lupa sobre o resultado das eleições
nos Estados.