terça-feira, 25 de outubro de 2022

DESAFIOS IMPORTANTES DA ECONOMIA PARA O PRESIDENTE A SER ELEITO

 

2º turno

Por
Vandré Kramer


Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro: eleito no dia 30 terá uma oportunidade e dois desafios pela frente na economia.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Uma oportunidades e dois grandes desafios na área econômica aguardam o presidente da República que será escolhido no dia 30. De um lado, ele poderá se beneficiar de um corte na taxa básica de juros, provavelmente a partir do segundo semestre de 2023 – mas talvez até antes, dependendo de como o cenário econômico evoluir.

De outro, terá de enfrentar, no Brasil, uma forte pressão na área fiscal, causada por gastos assumidos pelos presidenciáveis, que terá de ser administrada com cuidado para não desembocar em forte alta do déficit e da dívida pública.

Outro desafio vem do exterior: a perspectiva é de uma demanda global mais fragilizada, afetada pelo processo de alta nos juros e pela chance de recessão em algumas das principais economias mundiais.

Oportunidade: a possível queda na taxa básica de juros
A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, destaca em relatório que 2022 deve fechar com boas surpresas, como o crescimento maior do que o esperado do PIB brasileiro, próximo de 3%, investimentos em alta e um mercado de trabalho mais robusto, com significativa redução do desemprego – que para ela pode fechar o ano em torno de 8,5%, ante os 8,9% registrados no trimestre encerrado em agosto.

“A melhora na atividade, liderada pelo setor de serviços, trouxe um importante progresso do mercado de trabalho. Além do ciclo de commodities favorável dos últimos dois anos, que impulsiona investimentos e melhora a renda, reformas microeconômicas e o crescimento do uso da tecnologia deram mais dinamismo a diversas atividades, permitindo volume recorde de geração de empregos e consequente crescimento da massa salarial, que tende a manter o consumo em alta em 2023”, diz ela.

Esse panorama pode fazer com que o corte na taxa Selic seja iniciado ainda no primeiro semestre de 2023, considerando que não haja uma expansão significativa dos gastos públicos e perda da ancoragem de expectativas de inflação.

Se confirmado, o corte nos juros pode começar a remover um dos principais obstáculos a um crescimento mais forte, na visão do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. Em setembro, ele comentou que a Selic é um “freio de mão puxado”, mas que a queda da inflação abrirá espaço para o Banco Central reduzir os juros, e com isso “o vento monetário vai ser a favor”.


Desafio: a desaceleração da economia global
A mais recente sinalização do desaquecimento da economia global vem do Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois de um crescimento de 6% em 2021, recuperando as perdas da pandemia, as projeções para o PIB global indicam para uma expansão de 3,2% neste ano e de 2,7% no ano que vem.

O maior “esfriamento” deve acontecer nas principais economias globais. As previsões para os Estados Unidos indicam para um crescimento de 1,6% neste ano e de apenas 1% em 2023.

Um sinal negativo para a maior economia global veio com a divulgação da inflação local, que ficou acima do esperado em setembro. O mercado esperava 0,2% e a taxa foi de 0,4%, segundo o US Bureau of Labour Statistics. Essa alta reforça a expectativa de que o Fed eleve a taxa de juros em mais 0,75 ponto percentual na próxima reunião, no início de novembro.

A desaceleração deverá ser ainda mais forte na área do euro, que pode passar de um crescimento de 3,1% em 2022 para somente 0,5% em 2023. Economias como a italiana e a alemã podem até encolher no ano que vem, de acordo com as perspectivas do FMI.

Nesse contexto, Rafaela Vitória avalia que, após dois anos com ventos favoráveis para a economia brasileira, que acabaram impulsionando as exportações e estimulando os preços das commodities, 2023 deve trazer uma desaceleração.

Ela aponta que esse “esfriamento” global, com política monetária mais restritiva, deve frear a produção industrial e conter o a disposição de investidores estrangeiros por novos projetos. “Além disso, nos mercados de capitais, teremos maior aversão a risco e custo de dívida mais alto, o que pode ser um freio para uma futura expansão mais robusta”, diz.

Ao mesmo tempo, porém, o Brasil tem boas cartas na manga: pode seguir em vantagem relativa na comparação com outros mercados, sendo exportador líquido de commodities, e estando distante geograficamente de conflitos como a guerra na Ucrânia.

Desafio: reconstruir a credibilidade fiscal em meio à forte pressão por gastos
Um dos grandes desafios do próximo presidente, segundo analistas, é o de reconstruir a credibilidade fiscal do país. A pandemia da Covid-19 exigiu a tomada de medidas excepcionais que afetaram as contas públicas. A situação se reverteu neste ano, com a melhora da atividade econômica, que favoreceu o crescimento da arrecadação.

Mas a economista-chefe do Inter lembra que a discussão sobre aumento de despesas ao longo do debate eleitoral trouxe dúvidas com relação a potenciais mudanças na política fiscal.

“Apesar de um legado também positivo nessa área – o Brasil deve terminar com um superávit primário de cerca de 1% –, ainda há muita incerteza sobre o orçamento de 2023, com a proposta a ser aprovada na Câmara e demandas por despesas que vão além do teto. A dívida pública teve queda importante no ano – deve terminar próxima de 76,5% do PIB –, mas o patamar ainda é elevado e o custo dos juros teve forte alta em 2022”, cita ela, em relatório.

Segundo ela, administrar todas as demandas e renovar o arcabouço fiscal, trazendo de volta a previsibilidade e a credibilidade está entre os principais desafios da equipe econômica do próximo governo.

“Regras críveis e rígidas para as despesas serão cruciais para ancorar as expectativas nos próximos anos”, complementam analistas da XP Investimentos.

Eles destacam que um aumento de gastos é esperado a partir do próximo ano, com a necessidade de acomodar até R$ 165 bilhões em despesas adicionais, como a extensão do Auxílio Brasil em valores mais elevados e reajustes a servidores públicos. Isto demandará uma revisão no teto de gastos em montante ao redor de R$ 140 bilhões.

“Outras iniciativas, como a correção na tabela do Imposto de Renda, a ampliação dos gastos com o piso nacional de enfermagem e a compensação das perdas do ICMS dos estados também requerem atenção”, diz o relatório.

Os analistas da corretora destacam que o equilíbrio das contas públicas vai requerer uma regra de despesa rígida. Segundo eles, um crescimento superior a 0,9% acima da inflação já gera um cenário em que a dívida pública não se estabiliza até o fim da década. E é difícil promover aumentos da carga tributária para financiar mais gastos, devido aos efeitos negativos sobre o crescimento econômico.

O Itaú considera que a sustentabilidade fiscal é a principal dificuldade a ser encarada pela equipe econômica. “Não se trata de uma preocupação com os números fiscais de 2022, e sim com a trajetória que parece estar contratada para o futuro”, destaca o banco em relatório publicado no início do mês.

Segundo os economistas da instituição financeira, o próximo governo terá de decidir sobre a continuidade dos auxílios e cortes de impostos recém-implementados, além do arcabouço fiscal que será válido à frente, em uma economia emergente com dívida pública alta e juros elevados.

“Estruturalmente, a combinação de endividamento elevado em uma economia emergente com juros altos e dúvida sobre o marco institucional que baliza as contas públicas, em cenário de aumento de gastos sociais, implica riscos significativos para a trajetória fiscal.”


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ESSA ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE TEM UMA PAUTA MORAL MUITO GRANDE

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O que acontece no ambiente familiar pode ser determinante para os rumos da sociedade sob diversos pontos de vista.| Foto: Shutterstock

Há temas mais ou menos dignos em época eleitoral? Em um país com tantos desafios socioeconômicos como o Brasil, o debate entre os candidatos aos principais postos do país precisa ser centrado única e exclusivamente na economia e nas políticas de assistência social? Qual é o papel dos demais temas, especialmente aqueles que se convencionou chamar de “pauta moral” ou de “agenda de costumes”? Seriam preocupações supérfluas, de países que já não têm outros problemas a resolver, ou meios de desviar a discussão daqueles temas que “realmente importariam”?

A pauta moral, infelizmente, tem sido vilipendiada na arena pública – às vezes porque parte dos formadores de opinião tem sua própria opinião a respeito desses temas e vê com desgosto que ela não coincide com os desejos da maioria da população, às vezes porque ela acaba tratada com algum sensacionalismo por um ou mais lados envolvidos na disputa eleitoral. No entanto, por mais que desafios como a miséria, a fome ou o desemprego exijam resposta urgente dos governantes em termos de políticas públicas, seja na forma de programas sociais, seja na construção de marcos regulatórios que facilitem a geração de emprego e renda, não faz sentido afirmar que um brasileiro de estômago vazio não pode se preocupar com o que seus filhos aprendem na escola ou sobre quais comportamentos a sociedade deveria aceitar como certos ou errados, como se tais pessoas não tivessem direito a ter seus sistemas de valores – e a votar de acordo com eles.

Os temas morais, no fim das contas, são um indicador importantíssimo a respeito do tipo de país que desejamos

Como negar, por exemplo, que o fortalecimento da família é uma meta que todo governo sinceramente preocupado com sua população deveria buscar? A evidência científica que associa a desagregação familiar a um desempenho escolar mais pobre, à maior dificuldade de ascensão social e a comportamentos de risco, como o uso de drogas, é suficientemente robusta para justificar a implantação de políticas públicas que estimulem a coesão daquela que é a célula básica da sociedade. Até por isso, não é descabido trazer para o debate público e eleitoral os esforços tanto para fortalecer quanto para fragilizar e relativizar a família, inclusive com a própria redefinição do seu conceito, para que o eleitor tome ciência do que é proposto por cada força política que pretende chegar ou se manter no poder e possa endossar ou rechaçar tal ideário.

O mesmo vale para assuntos como o acesso ao aborto, as políticas sobre a posse e o uso de drogas, a legislação penal ou o currículo escolar no que diz respeito a temas morais. Independentemente de perfil socioeconômico, o brasileiro percebe a degradação moral a que o país vem sendo submetido ao longo das últimas décadas e sabe que o poder público – e isso inclui todos os três poderes – pode acelerar ou frear este processo. Considerar que tais temas merecem destaque em uma campanha eleitoral nada tem de extravagância ou de preciosismo em uma nação que também tem outros problemas a resolver; trata-se de perceber que há valores morais que são importantes para o cidadão, que por sua vez gostaria de ver suas concepções refletidas na maneira como o país é governado.


Os temas morais, no fim das contas, são um indicador importantíssimo a respeito do tipo de país que desejamos: um país que cuida dos seus membros mais vulneráveis – não apenas os mais pobres, miseráveis e famintos, mas também os inocentes e indefesos – ou que os despreza, deixando-os à própria sorte? Um país que busca unir seus cidadãos, ou que os separa de acordo com categorias as mais diversas para depois colocá-las umas contra as outras? Um país onde comportamentos que degradam o ser humano e reduzem sua capacidade de autonomia são coibidos ou encorajados? Um país onde o bem é recompensado e o mal é coibido, ou onde os violentos e corruptos são acobertados e protegidos? Não querer que tais perguntas sejam feitas no exato momento em que o Brasil elege seus governantes, ou negar que elas sejam importantes, demonstra um paternalismo que reduz tudo ao palpável ou ao econômico, e ignora que os valores de um povo importam.


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MAIORIA DO STF APROVA AS ARBITRARIEDADES DO TSE

 

“Remédio amargo”
Fachin vota a favor da resolução do TSE sobre fake news em julgamento no STF
Por
Gazeta do Povo


Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do TSE| Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento no plenário virtual sobre a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ampliou o poder de polícia do presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes, para combater a disseminação das chamadas “fake news” no segundo turno das eleições 2022. A análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade 7162 começou à zero hora desta terça-feira (25) e deve durar 24 horas.

O primeiro voto no julgamento foi o de Edson Fachin, relator da medida. Ele já tinha negado o pedido de apresentado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para suspender trechos da resolução, no sábado (22), em caráter liminar, e voltou a se manifestar a favor da norma do TSE.

A resolução do TSE permite que Moraes remover da internet, por iniciativa própria, postagens ou notícias com fatos julgados anteriormente, pela maioria dos ministros, como “sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados”, mesmo sem pedido de candidatos ou do Ministério Público; suspender contas, perfis ou canais com “produção sistemática de desinformação”; e até bloquear acesso do público a plataformas digitais, em caso de descumprimento “reiterado” de suas ordens pelas empresas.

Em seu voto, Fachin considerou que o TSE não ultrapassou a sua competência normativa, que o combate às fake news nas eleições admite “um arco de experimentação regulatória”, e ainda que é preciso “prestigiar a autoridade eleitoral no exercício de sua atribuição normativa”.

“A poucos dias do segundo turno das Eleições Gerais de 2022, importa que se adote postura deferente à competência do TSE, admitindo, inclusive, um arco de experimentação regulatória no ponto do enfrentamento ao complexo fenômeno da desinformação e dos seus impactos eleitorais. Assim, parece-me, nesta primeira apreciação, que deve-se prestigiar a autoridade eleitoral no exercício de sua atribuição normativa de extração constitucional”, afirmou Fachin.

O relator ressaltou que a norma do TSE trata de conteúdos falsos na internet e mídias virtuais (redes sociais e plataformas de troca de mensagens), e que não tem a pretensão de reger a mídia tradicional e outros veículos de comunicação.

Segundo ele, o tempo de reação para retirar as notícias falsas do ar tem sido curto e o potencial estrago que elas podem causar ao processo eleitoral é incomensurável. Diante disso, o ministro defendeu o “remédio amargo” para preservar a normalidade das eleições.

“Não há Estado de Direito nem sociedade livre numa democracia representativa que não preserve, mesmo com remédios amargos e limítrofes, a própria normalidade das eleições […] A liberdade de expressão não pode ser a expressão do fim da liberdade. Não se trata de proteger interesses de um estado, organização ou indivíduos, e sim de resguardar o pacto fundante da sociedade brasileira: a democracia por meio de eleições livres, verdadeiramente livres”, disse Fachin.

O ministro Luís Roberto acompanhou o relator e votou a favor da medida da Corte Eleitoral. Até o momento, o placar do julgamento no STF é 2 a 0 a favor da resolução do TSE.

Recurso de Aras
Matéria da Gazeta do Povo explicou os motivos de Aras para se opor à resolução do TSE. Apesar de reconhecer a necessidade do combate às fake news, o PGR considerou problemática a redação que proíbe e permite a remoção de conteúdo com “fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados”. De acordo com ele, a medida permite restringir a liberdade de expressão de um eleitor que não necessariamente queira enganar, mas apenas criticar determinado candidato com base em fatos reais.

Ao dar a Moraes o poder de suspender perfis e canais, impedindo que seus responsáveis publiquem qualquer conteúdo durante um tempo indeterminado, abre-se a possibilidade de uma efetiva censura prévia, ou seja, a proibição de que a pessoa seja calada no ambiente digital sem que sequer conheça o teor do que falaria na internet.

Além disso, Aras argumentou que quando houver a intenção de divulgar desinformação, a Justiça precisa dar à pessoa acusada o direito de defesa antes de remover o conteúdo da internet.


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IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA O ARBÍTRIO DO TSE

 

Censura

Por
Alexandre Garcia


O TSE aprovou resolução sugerida por Alexandre de Moraes e que dá à corte o poder de polícia para remover da internet, sem provocação, conteúdo que já tenha sido considerado pela maioria dos ministros como “sabidamente inverídico” ou “gravemente descontextualizado”.| Foto: Antonio Augusto/TSE

Olha só quem escreveu isso: “O presidente da Justiça Eleitoral é um juiz notoriamente anti-Bolsonaro e que usa seu poder para amordaçar os críticos de Lula”. Vocês acham que eu estou repetindo algum bolsonarista? Algum militante de direita? Alguma propaganda? Não, eu estou lendo o mais importante jornal dos Estados Unidos, o The Wall Street Journal, que entra em um assunto que o New York Times já havia abordado dois dias antes: a censura ilegal e inconstitucional imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o New York Times, a Justiça Eleitoral decide o que os brasileiros podem ou não podem ouvir no debate eleitoral. Isso é absolutamente inconstitucional. Eu espero que o novo Senado, a partir de fevereiro de 2023, trate desse assunto com seriedade, para que essas coisas não passem impunes. Afinal, a Constituição é a nossa lei maior. Se ela não for respeitada por quem deveria ser o guardião e dar o exemplo, desanda toda a estrutura jurídica, do direito e da Justiça no nosso país.

Roberto Jefferson no centro da disputa presidencial

A campanha eleitoral está cheia de ataques de um lado e de outro, agora, com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) no centro das argumentações. Um está “empurrando” o Roberto Jefferson para o outro. Ele ofendeu a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármem Lúcia, mas qualquer juiz de Direito sabe que o Supremo não pode reagir porque o juiz não pode agir em causa própria. Se o Supremo foi ofendido, não é o Supremo que tem de decidir. Mas está valendo tudo nesses dias.


Decisões absurdas constrangem ministros do STF
Chama a atenção o fato de que uma “explosão mental” precedeu a explosão de uma granada lançada por Roberto Jefferson e que atingiu dois policiais federais, o que é lamentável e inadmissível. Aliás, a imprensa descobriu que é inadmissível atirar em policial. Tinha muita gente na imprensa festejando toda vez que um bandido atirava em policial. Agora, pelo menos, os jornalistas não festejaram; acharam que isso é crime também.

Setembro foi de recorde em investimentos

Mês passado foi o melhor mês de setembro dos últimos cinco anos em investimentos no Brasil. Cada vez mais, os investidores estrangeiros estão percebendo que aqui tem futuro. Este ano, o investimento estrangeiro já equivale a US$ 73,8 bilhões. A previsão no boletim Focus de segunda-feira – que ouve cerca de cem pessoas do mercado financeiro – aponta para uma inflação de 5,6% neste ano, o que significa metade da inflação europeia.

Quando é que nós iríamos imaginar que, mesmo depois de uma pandemia em que os “marqueteiros” da Covid fizeram todo mundo se trancar em casa, fechar empresas e fábricas, fechar empregos e renda, nós iríamos ter uma inflação menor que metade da inflação da zona do euro? É o Brasil e os brasileiros surpreendendo.


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BOB JEFF É UMA REAÇÃO À DITADURA DA TOGA

 

Segundo turno

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo


Roberto Jefferson em negociação com a PF| Foto: Reprodução Twitter

Quanto a Bob Jeff, nada a declarar. Afinal, isso me levaria a expressar a minha real opinião sobre o caso, a falar sobre como está todo o mundo errado. Como uma das partes erradas sai botando todo o mundo na cadeia, melhor não. Resta então falar do de sempre: da reação política.

Como eu não tenho TV em casa, resta acompanhar as coisas por uma combinação bastante heterodoxa: a internet e a rua. Mal vi no Twitter a notícia de que Roberto Jefferson estaria dando tiros em agentes da PF e ia levar a amigos no Telegram. Lá, porém, os vídeos do próprio Roberto Jefferson já estavam bombando. Qualquer um podia ver o seu discurso suicida, com uma voz de mulher ao fundo que mandava pegarem um calmante pra ele.

Vendo isso, pensei que aquilo podia dar em tudo, inclusive nada. Todo o mundo já sabia das intenções suicidas de Roberto Jefferson; assim, seria difícil efetivá-las. Se ele tivesse ficado quieto e atirasse nos policiais de modo a forçar uma reação, teria mais chances de conseguir uma bala letal e ser alçado à condição de mártir de Xandão. A direita teria canequinhas e broches com a inscrição “Roberto Jefferson Vive”. Seria uma imitação do comércio necrófilo de Marielle, mas essa mesma turma diria que é uma imitação da falange espanhola (“Primo de Rivera Presente”) depois de algum historiador esquerdista denunciar. Tuiteiros de esquerda e direita pesquisariam Primo de Rivera. Depois de descobrir, os tuiteiros diriam que adoram a Falange desde criancinha, e fariam do ex-mensaleiro um mártir do conservadorismo.

Mas Roberto Jefferson anunciou, então não, esse plano de martírio tinha exíguas chances de dar certo. Daí pensei logo que podia dar em tudo, inclusive nada. Ao cabo, apareceu um tuíte com Bolsonaro anunciando que o bandido Roberto Jefferson estava preso. Tuiteiros que um minuto estavam tratando Bob como mártir heroico da resistência à ditadura xandoniana agora postavam fotos suas com Lula.

Conspiração?
Os antibolsonaristas entraram em êxtase com o episódio, coisa que eu tenho uma certa dificuldade de entender. Roberto Jefferson é apoiador de Bolsonaro? Mas ele tinha lançado uma candidatura própria. Não me recordo de nenhuma fala bombástica a favor de Bolsonaro (nem de ninguém); só de falas contrárias a ministros do STF. O raciocínio tortuoso é assim: a polarização se dá entre Bolsonaro e STF, x pragueja contra o STF, x é bolsonarista. Logo, Bolsonaro está associado a um doido que atirou em policiais. Logo, Bolsonaro apoia bandidos.

É um raciocínio ao mesmo tempo longo e primário; dá uma volta para atribuir culpa por associação. É um raciocínio tão longo, que acho muito mais fácil ser aquilo que Popper chamava de hipótese ad hoc: você tem um cenário diante dos olhos, tem uma teoria dentro da sua cabeça que você quer porque quer que seja verdade, daí usa o cenário para inventar o jeito de ela ser verdadeira. Qual é a ideia fixa que esse povo tem na cabeça? Que Bolsonaro não merece voto nem no segundo turno. Mas está pegando mal caramba defender censura assim, abertamente. Então eis que aparece um doido atirando em policiais enviados pelo censor mor e eles levam as mãos ao céu. Agora, sim! Podemos dizer que é a censura ou o doido armado. Ufa!

É uma volta tão grande, que acho improvável a teoria rival, a saber: Jefferson, o mensaleiro, seria um infiltrado, que resolveu fazer cena agora justamente para prejudicar Bolsonaro. Acho que conspiradores teriam um plano melhor do que esse. E acho que a situação de Jefferson era das mais previsíveis. Alexandre de Moraes persegue todos os que falem mal de ministros do STF, tendo especial preferência por reincidentes. Roberto Jefferson desde os tempos do Mensalão é sabidamente histriônico e não parece bater muito bem da bola. Agora somem isso a um câncer persistente e idade avançada. Parece factível que ele tenha cansado dessa vida de entrar e sair da cadeia, e de fato receber a bala a Polícia Federal. Coisa, aliás, que Ciro Gomes jurava que faria, mas o pessoal da terceira via acha muito bonito fazer de conta que não viu.

Aprendizado para a vida
Seja como for, o episódio serviu para reforçar um aprendizado que tive desde a ascensão do bolsonarismo: respeitar as pessoas em função de sua postura em vez da sua opinião política. De lá para cá, todo o mundo, ao menos na classe média politizada, deve ter perdido amizades e presenciado confusão na família. Eu notei que consigo manter amizade com petista, mas não com certos antipetistas. A razão simples, simplíssima, é que o petista que continuou amigo não olha pra mim em cima de um salto alto. Acha incompreensível que uma pessoa como eu vote em Bolsonaro; tem certeza de que o PT, por mais que cheio de problemas, é a única força favorável à justiça social no Brasil. Não importa que eu liste as coisas contrárias à justiça social que o PT fez; ele tem certeza de que a oposição fez ou faria muito pior. É dogma, paciência. Mas não há arrogância e dedinho na cara, então dá pra levar. Já entre os liberais, um monte anda com um rei na barriga.

Assim, eu hoje tenho antipatia instantânea por quem se sente uma pessoa superior em função de suas opiniões ou votos. Só posso mudar de ideia se essa pessoa tiver pago um preço por tal opinião e a opinião for boa. (E é melhor fazer essas apreciações em retrospecto. Exemplo: fulano nadou contra a maré e se opôs à medida que obrigava os jovens a correrem o risco de ter miocardite e tromboembolismo pulmonar.) Essa gente que tem um rei na barriga por causa da própria opinião é a que estava em polvorosa com Jefferson. Tinha o liberal se orgulhando de dizer que ordem de policial se cumpre – quando até ontem se faziam diatribes contra o nazismo, no qual se fazia de tudo para cumprir ordens. Vi professores liberais antipetistas abrindo suas caudas de pavão: um dizia que o bolsonarismo era violento; outro, que agora era capaz de votar em Lula porque “o outro lado” é assim.

Tenho duas explicações para o fenômeno. Uma é de ordem moral e já me aprofundei aqui. Outra, superficial, é um delírio análogo ao do MBL. Vejam bem, o MBL acredita que o único obstáculo entre eles e a presidência é Bolsonaro. Por isso é que se empenham em derrubá-lo. De modo análogo, um monte de intelectual antipetista acha que só não alcançou os píncaros da glória porque a concorrência o fez antes. Aí resta ser oposição.

Janones
Voltemos à vaca fria. Me informo pela internet e pela rua. Na rua, a novidade aqui é um segundo turno apertado na eleição estadual. Esta é a segunda vez na história da Nova República que há segundo turno na Bahia, e a primeiríssima em que o resultado é um mistério. Na outra vez em que teve segundo turno, em 94, foi quando o herdeiro de ACM precisou de um tiquinho só para vencer em primeiro, aí levou no segundo com quase 60% dos votos. (O segundo foi o ex-governador João Durval e ex-correligionário de ACM da época da ditadura.) Agora o herdeiro do petismo deixou de ir para o segundo turno por um tiquinho, mas, se somarmos ACM Neto ao candidato de Bolsonaro, dá 50% e um tiquinho. (Grosso modo, a conta do primeiro turno foi: 50% do petista, 40% de ACM Neto, 10% do bolsonarista.)

Como venho insistindo aqui, a Bahia é um estado governista. Essa votação altíssima de Lula e Jerônimo no primeiro turno só se explica com a crença bastante difundida há um mês atrás de que Lula ganharia no primeiro turno. Ora, se Bolsonaro tem chances de ganhar, os coronéis e outras lideranças locais têm, por um lado, o temor de continuar na oposição ao governo federal, e, por outro, a expectativa de se juntar ao vitorioso na condição de aliado essencial à vitória.

Tenho ouvido o povo bater boca na rua por causa de política nacional, o que não é nem um pouco comum aqui, exceto no bar. Aqui no interior, quando se discute política, normalmente não falam sequer de governador. O assunto é a prefeitura e os vereadores, e se centra em questões como falta d’água, coleta de lixo, obras e administração da Santa Casa. Nada de ideologia, nada de governo do estado, muito pouco de Lula e Bolsonaro. E ninguém fazia isso no cabaré. Mas no cabaré agora esbravejam sobre a transposição do Rio São Francisco, que fica longe à beça daqui e provavelmente a maioria (como eu) nunca viu na vida.

Pela primeira vez, vi panfletagem na feira. Eis abaixo um folheto distribuído. Não vi panfletagem de Jerônimo; apenas passam carros de som tocando jingle e insistindo no 13. Há muitos adesivos de estrela com 13.

Foto: acervo pessoal.
Em reação a alguma discussão que eu não ouvi (ou talvez ao meu vizinho, um velho que fica na calçada gritando “é 22 44” para os passantes), um homem na rua esbravejava que não ia votar em ACM Neto, porque ACM Neto é Bolsonaro, e Bolsonaro é um ladrão que vai diminuir os salários, as aposentadorias e os auxílios. No mesmo dia, pego o celular e olho os stories no WhatsApp. Vejo que o radialista de um município próximo com menos de 30.000 habitantes está divulgando desmentido de Paulo Guedes, que garante que vai no mínimo corrigir a inflação no salário mínimo, aposentadoria etc. Ele tinha saído candidato pela base de Neto.

É a hora então de ir à internet e descobrir que Janones tinha inventado essa mentira. Daí inferi que a campanha petista baiana também está fazendo campanha pelo WhatsApp e usando as mentiras de Janones para queimar tanto Bolsonaro quanto ACM Neto. Este, a seu turno, põe seus aliados para trabalhar nos desmentidos. É impossível que Bolsonaro não cresça na Bahia. Registro meu chute Lula 60 x 40 Bolsonaro.

Mas já que voltamos à vaca fria, é preciso contar que até Janones precisou dar tratos à bola para colar Jefferson em Bolsonaro. Segundo explica à militância, é preciso dizer que “um dos coordenadores informais” de Bolsonaro tentou matar dois policiais, em vez de dizer que Roberto Jefferson atacou o STF. O povo não está nem aí para Roberto Jefferson e, segundo explica Janones, o STF não é lá muito amado pela população.

Podem ver: os que acreditam que Bolsonaro perdeu a eleição agora são os mesmos que acreditavam em Lula eleito no primeiro turno. Não entenderam nada e, fazendo campanha, não vão para lugar nenhum.


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NÃO FARIA NADA IGUAL QUE NÃO FOSSE DIFERENTE

 

Bob Jeff

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Todo mundo correu para chamar Roberto Jefferson de vilão ou herói. Talvez até mártir da democracia! Poucos tentaram se colocar no lugar dele.| Foto: Reprodução/ Twitter

Tinha voltado da Missa, de uma homilia bastante dura sobre a soberba (Lucas 18:9-14), quando me deparei com a notícia de que Roberto Jefferson tinha recebido à bala os policiais que foram prendê-lo. Por ordem de quem? Raimundo Notato. Alexandre de Moraes, claro. Como acontece nessas ocasiões, a notícia nem bem havia se tornado fato e já era digna de análises. Ou melhor, julgamentos. Ou melhor, condenações.

Uns se apressaram em dizer que estávamos à beira de uma guerra civil. E eu vi, com esses belos olhos que a terra um dia há de comer, muita gente ansiosa pelo derramamento de sangue. Outros correram para dizer que Roberto Jefferson estava prejudicando ou beneficiando a campanha de Bolsonaro. Que mais? Ah, sim. Teve alguém dizendo que a reação de Jefferson era uma espécie de suicide by cop – o ato desesperado de um homem doente que sonhava em entrar para a história como mártir ou coisa parecida.

Aí é a tal coisa. A gente vai consumindo todas essas palavras, associando-as a quem as diz, e começa a formar uma imagem mental do ocorrido. Mesmo que as mais importantes variáveis permaneçam inacessíveis. Como vivemos numa época superficial e maniqueísta, imediatamente ligamos Roberto Jefferson à imagem de um vilão ou herói. De um Coringa ou de um… Como é o nome do personagem de Clint Eastwood em “Gran Torino”? Walt Kowalski!

E ninguém para para (maldita reforma ortográfica!) pensar no que faria se estivesse na mesmíssima situação, sem tirar nem pôr. Este talvez seja o nosso maior problema do nosso tempo. Um problema que se reflete em todas as nossas escolhas e decisões – inclusive na opção por Bolsonaro ou pelo ex-presidiário. Somos incapazes de nos colocar no lugar do outro a fim de compreendê-lo, e não julgá-lo. Não absolvê-lo nem condená-lo. Apenas e tão-somente compreender o que o levou a fazer isso – e não aquilo.

“Ei, não vá embora!”
Este é o momento da crônica em que geralmente peço para o leitor fechar os olhos, se colocar no lugar de Roberto Jefferson e tentar imaginar qual seria a reação. Para isso, contudo, o leitor tem que vestir a pele do personagem. Tem que estar velho e doente, gostar de moto, cantar ópera, ter uma filha chamada Cristiane Brasil, etc. E tem que ter as mesmas convicções políticas e religiosas e o mesmo histórico de Roberto Jefferson, incluindo aí a participação no Mensalão. Tem que sentir a mesma raiva, tem que saborear o fel das mesmas mágoas, tem que vislumbrar as mesmas aspirações.

Difícil, né? Mas, sei lá. De repente você tem um tempinho sobrando nesta manhã nublada de terça-feira. Não custa tentar. Nem que seja para perceber justamente a dificuldade de se colocar no lugar do outro sem tentar compensar os defeitos alheios com nossas próprias qualidades. Isto é, sem contaminar o personagem com nossa personalidade falha-que-se-acha-perfeita.

A dificuldade de se colocar no lugar de outro, ainda mais quando o outro é uma figura tão complexa quanto Roberto Jefferson, é diretamente proporcional à facilidade com que julgamos as decisões desse outro. Chamar o outro de imbecil é mais fácil (e prazeroso) do que reconhecer que, em situação semelhante, nós também talvez agíssemos imbecilmente. Da mesma forma, é muito mais fácil cobrar coragem do outro quando não é a nossa vida que está em risco.

“Ei, não vá embora, não! Tá pensando que pode terminar a crônica assim, sem nos dizer o que você faria no lugar de Roberto Jefferson?!”, pergunta o leitor indignado, me segurando pelo braço. Dou meia-volta, franzo a testa, abro a boca para responder e, antes de sair correndo, deixo no ar uma frase vazia e tola, na esperança de que a confundam com uma frase enigmática e sábia: “Eu não faria nada igual que não fosse ligeiramente diferente”. Fui.


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ATIVISMO ATINGE ATÉ QUADROS DE PINTORES FAMOSOS

 

Ativismo

Por
João Pereira Coutinho – Gazeta do Povo


Duas ativistas jogam molho de tomate em obra de Van Gogh.| Foto: Reprodução/Twitter

Está virando moda: depois de sopa de tomate no quadro de Van Gogh, dois ativistas resolveram jogar purê de batata num quadro de Monet. Se eu fosse tão virtuoso como os ativistas, perguntaria se não há aqui insensibilidade social: desperdiçar comida quando existe fome no mundo não é gesto para aplaudir. Mas há aplausos, bem sei, porque a causa é nobre: salvar o planeta do desastre climático. O que é uma sopa ou um purê de batata quando a Terra pode ficar inabitável?

Não contesto. Nem sequer para repetir que estas “performances” repelem mais do que atraem. Prefiro fazer outra pergunta, no melhor espírito utilitarista: se o que está em causa é a sobrevivência da espécie, até onde é legítimo ir para “despertar consciências” (a expressão cafona que o radicalismo pequeno-burguês adora)? Hoje, temos sopa ou purê de batata no vidro de um quadro. Mas não seria mais eficaz destruir mesmo o quadro? Ou dois? Ou três? Vamos um pouco mais longe: para “despertar consciências” não seria melhor aprender com os velhos anarquistas e, sei lá, arrebentar com um museu?

Se o que está em causa é a sobrevivência da espécie, até onde é legítimo ir para “despertar consciências” (a expressão cafona que o radicalismo pequeno-burguês adora)?

Eu sei, eu sei. O leitor, pessoa civilizada, nem contempla tal cenário. Aliás, parece que o estou vendo, abanando a cabeça e murmurando: “Que comparação absurda, Little Couto!” Acontece que eu não faço essa pergunta para você, leitor civilizado. Usando um pouco de imaginação perversa, tento pensar como um verdadeiro fanático pensa. Até onde é possível ir – perdão: até onde é obrigatório ir para salvar o mundo da decadência absoluta?

As preocupações que animam os nossos ativistas não são novas. Séculos atrás, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) formulou as mesmas questões: o que fez a civilização por nós? Sim, deu-nos as artes e as ciências, como os quadros de Van Gogh ou de Monet; mas também trouxe a desigualdade e a corrupção de uma espécie que era pacífica no estado de natureza.

Em nenhum momento Rousseau advoga a violência como forma de redimir o mundo. Nem sequer um retorno lunático ao estado de natureza. Apesar de ser um iluminista crítico, o nosso genebrino era também um produto do iluminismo racionalista, acreditando que os homens, suplantando os seus egoísmos mesquinhos, acabariam todos por desejar o que é racionalmente bom (a famosa “vontade geral”). Os renitentes, esses, seriam “obrigados a ser livres”.


Os meus sentimentos
Essa filosofia deu bons frutos: poucos anos depois, no momento mais extremo da Revolução Francesa, um jovem advogado da província, de nome Maximilien de Robespierre (1758-1794), tentou ser fiel à filosofia de Rousseau. A busca da virtude não pode existir sem o terror; e o terror não pode existir sem a virtude, em nome do bom comum, defendia o jacobino. A guilhotina era a conclusão lógica desse pensamento nobre.

Foi um casamento perfeito, que rapidamente deixou metástases. Pouco depois de Robespierre experimentar da sua própria terapia, o revolucionário Babeuf (1760-1797), pela boca do advogado Buonarroti, continuou a tradição: “nenhum meio é criminoso quando se pretende obter um fim sagrado”. Abriam-se assim as jaulas para o terrorismo contemporâneo – de indivíduos ou de Estados.

O anti-humanismo do ambientalismo radical tem todos os condimentos para conquistar os eternos discípulos da brutalidade

Eis o meu ponto: quando o fim é sagrado, não pode haver compromissos. Não pode haver um diálogo racional em busca de soluções possíveis, cientificamente ponderadas e politicamente sustentáveis. É preciso arrasar e começar de novo – ou, na linguagem do ativismo ambientalista mais extremo, parar já!, agora!, nesse preciso momento!, com a queima de combustíveis fósseis, sem acautelar alternativas, e esperar que a sociedade aceite pacificamente um retorno ao paleolítico. E se não aceitar? Ora, ora: se não aceitar, é preciso obrigá-la a aceitar, certo? Para usar a famosa metáfora, não é possível fazer uma omelete perfeita sem partir alguns ovos.

O vandalismo adolescente que hoje ataca nos museus não é dramático, eu sei; e até concedo que as intenções são movidas pela mais genuína ansiedade. Mas perante uma causa tão “sagrada”, não ficaria espantado se outros atores entrassem no jogo, provocando outro tipo de estragos. O anti-humanismo do ambientalismo radical tem todos os condimentos para conquistar os eternos discípulos da brutalidade.

Quem queima livros queima gente, já dizia o poeta. É uma questão de tempo.


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QUALIDADE E SEUS PROBLEMAS

 

 Por Letícia Matsumoto – Agência Mestre

John Mueller, do Google, explica a diferença entre aspectos técnicos de SEO e o que é considerado um resultado de qualidade.

Fazer com que o seu site alcance boas classificações é essencial para que o público-alvo do seu negócio encontre sua empresa. No entanto, entre os diversos atributos de ranqueamento que o Google utiliza para apresentar resultados para os usuários está a qualidade de uma página. Mas, o que o maior buscador do mundo enxerga como qualidade?

Em seu Twitter, John Mueller respondeu a dúvida que questionava se problemas técnicos de SEO poderiam ser também problemas de qualidade. Confira!

Problemas de qualidade são coisas que os usuários consideram problemáticas

O grande objetivo dos buscadores é apresentar bons resultados para as pesquisas dos usuários. Ou seja, se alguém procura tirar uma dúvida, os primeiros resultados devem explicar claramente o que aquela pessoa deseja. Então, o Google, nesse caso, deveria apresentar uma página de qualidade como resultado. No entanto, John explica que isso é classificado de acordo com o que é visível para o usuário. Por exemplo:

“Rel-canonical ruim, levando a um URL alternativo sendo indexado, algo que os usuários notariam? Provavelmente não”.

John também disse que é comum ver problemas técnicos e de qualidade no mesmo site, de maneira que um sobrepõe o outro. Mas, apesar de serem elementos diferentes um dos outros, apenas melhorar um aspecto técnico, por exemplo, não faria com que a classificação de qualidade da página melhorasse.

John escreveu:

“Só porque um site é tecnicamente válido não significa que seja um resultado de pesquisa útil e relevante para os usuários”

Características de um site de alta qualidade

DestaquesWeb Design

Por que ter um site de alta qualidade?

Proporcionar uma experiência agradável ao usuário quando acessa um site é uma obrigação para aqueles que vêem essa ferramenta como algo importante para seu negócio. E em alguns casos, o site é a única ferramenta que eles possuem para vender seus produtos e serviços, o que reforça ainda mais a necessidade da qualidade dessa experiência.

Num site com layout mal elaborado, manter o visitante dentro dele não é uma tarefa fácil. Por isso, é de grande importância que ele seja bem pensado. Confira algumas características importantes que um site de qualidade deve ter.

Navegação fácil

A fácil navegação pelo site é essencial para que o usuário permaneça mais tempo nele e, possivelmente, tome algum tipo de ação. Muitas vezes, o usuário não irá querer perder tempo procurando o que necessita, então é necessário que encontre com facilidade.

Layout responsivo

Ter um layout responsivo também faz muita diferença na quantidade de visitas do site. Não sabe o que é um layout responsivo? Ele é um layout que se adapta aos diferentes tamanhos de tela. Atualmente há diversos aparelhos onde é possível acessar a internet (smartphones, tablets, desktops, notebooks e outros) e cada um possui uma resolução diferente. Com o layout responsivo bem elaborado é possível acessar o site por qualquer um desses aparelhos sem problemas.

O site deve ser pensado para o usuário

Além de uma boa otimização para buscadores como Google, Yahoo e Bing, o site deve proporcionar uma boa experiência para o usuário. Não adianta estar bem posicionado em sites de busca se os usuários entrarem em seu site e não encontrarem o que querem.

Os textos do site devem ser bem escritos

Linguagem clara, objetiva e sem erros gramaticais são características essenciais para os textos de um site bem feito. Se o usuário percebe que há muitos erros nos textos do site, pode pensar que não se trata de um negócio sério e abandonar a página, e provavelmente não voltar mais.

Rapidez

O site deve ser rápido na hora de carregar e também rápido enquanto o usuário navega por ele. Quando o usuário se depara com um site que não carrega ou que demora muito tempo para carregar, muitas vezes acaba buscando o que procura em outro lugar.

Design e layout

Além da usabilidade, tratada nos itens anteriores, o site também deve ter um layout agradável, com apelo visual interessante. Fontes dentro do contexto e com tamanhos adequados, cores que harmonizam com a identidade visual da empresa, imagens que despertam a atenção, ícones que facilitam a navegação do usuário. Isso é parte do design e não pode ser colocado em segundo plano.

Conclusão: A Plataforma Comercial Site Marketplace da Startup Valeon tem todas essas características de qualidade para lhes oferecer o melhor produto.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 165.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 2.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

BOLSONARO FOI SABATINADO NESSE DOMINGO NA TV RECORD

 

Sabatina
Como foi a entrevista de Bolsonaro a Record TV
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Bolsonaro foi sabatinado pela Record TV neste domingo (23)| Foto: Reprodução/YouTube/RecordTV

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi sabatinado pela Record TV, depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a sua participação no debate que seria organizado pela e emissora neste domingo (23). Durante a entrevista, o candidato à reeleição aproveitou para criticar o petista e abordar temas como a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e a redução da maioridade penal.

Além do debate da Record TV, o ex-presidente Lula também se ausentou do encontro promovido pelo pool liderado pelo SBT, CNN e jornal O Estado de S. Paulo da última sexta-feira (21). A expectativa é de que o candidato do PT participe apenas do último debate antes do segundo turno, organizado pela TV Globo, na próxima sexta-feira (28).

“A população vai ter a oportunidade de escolher qual governo vai querer. O do passado, com corrupção, ou que defende a família, sem corrupção e que está disposto a debater com a população. Eu teria muitas perguntas para fazer para ele”, disse Bolsonaro sobre a ausência de Lula. Durante diversos blocos da entrevista da Record, Bolsonaro se referiu ao ex-presidente como “fujão”.

Veja abaixo os principais pontos da entrevista de Bolsonaro na Record TV.

Prisão de Roberto Jefferson 
Na abertura da sabatina, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre sua relação com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), preso na noite deste domingo (23) pela Polícia Federal. O candidato defendeu que o tratamento dispensado ao petebista deve ser o de bandido, pois ele atirou em policiais.

“Tão logo tomei conhecimento e fiz contato com o ministro da Justiça, para que ele se deslocasse para perto do episódio. O tratamento dispensado ao senhor Roberto Jefferson é o de bandido, pois quem atira em policial é bandido”, disse Bolsonaro.

De acordo com o presidente, os seus adversários tentaram “se aproveitar da situação”. “Tentaram tirar proveito desse episódio, inclusive o fujão [Lula] que não está aqui debatendo. Ele não é coordenador da minha campanha. Repudio também a maneira como o Roberto Jefferson se referiu a ministra Cármen Lúcia, pois nenhuma mulher deve ser tratada daquela forma. Nós não passamos pano para ninguém, como o Lula fez quando o Roberto Jefferson fez a delação do mensalão. Nós não somos amigos”, completou o candidato à reeleição.

Redução da maioridade penal
Questionado sobre a redução da maioridade penal, Bolsonaro afirmou que em um segundo mandato pretende discutir a matéria com o Congresso Nacional. De acordo com o candidato, a redução seria para crimes hediondos.

“Seria para crimes hediondos, para não generalizarmos essa questão. O latrocínio entraria. Aqueles que cometessem crimes hediondos iriam para a prisão”, afirmou Bolsonaro.
Estatais quebradas e salário acima da inflação 
Ainda durante a entrevista para a Record TV, Bolsonaro afirmou que pretendia questionar Lula sobre os fundos de aposentadorias de estatais. De acordo com o presidente, Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quebraram os fundos de empresas públicas como Correios, da Petrobras e da Caixa.

“Ele [Lula] nomeou para os respectivos fundos de pensão pessoas que na verdade eram bandidas. Ao longo dos governos Lula e Dilma saquearam os fundos e as pessoas estavam ameaçada a não ter aposentadoria”, afirmou Bolsonaro.

No mesmo bloco, Bolsonaro foi questionado sobre o reajuste do salário mínimo a partir de 2023, e o candidato sinalizou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lhe garantiu o reajuste acima da inflação. “Eu peguei o Brasil com sérios problemas éticos e econômicos, depois veio a pandemia. Nós daremos sim aumento acima da inflação para o salário mínimo, para os aposentados e para os servidores. Eu acredito no ministro Paulo Guedes”, defendeu.

O presidente foi ainda questionado sobre os direitos de respostas concedidos pela Justiça Eleitoral ao ex-presidente Lula na propaganda eleitoral. Bolsonaro, no entanto, disse que as peças “apenas apresentavam as verdades sobre Lula”.

“As inserções que colocamos na TV são falas do próprio Lula. Quando nós o chamamos de ‘descondenado’, é verdade. Quando falamos que o partido dele apoia ideologia de gênero, é verdade. Ele é uma pessoa que não tem respeito à família, aos pastores e aos padres. Ele apoia ditaduras, como Ortega na Nicarágua. Isso não é baixar o nível, mas mostrar a verdade sobre o que foi o governo Lula”, disse Bolsonaro.

Votos nulos 
Ao criticar o ex-presidente Lula, o candidato Bolsonaro afirmou que os eleitores que optarem por anular o voto no segundo turno “estarão ajudando o petista”. “Você que vai anular seu voto, está ajudando o Lula a ter mais voto nas urnas. É um momento de você decidir fazer um filtro de quem está falando a verdade. Isso é gravíssimo. Ele quebrará o Brasil”, disse Bolsonaro na Record TV.

Ainda de acordo com Bolsonaro, Lula vai quebrar o Brasil se for eleito ao Palácio do Planalto novamente. “Se Lula administrar o Brasil como fez antigamente, o Brasil quebra. Um país riquíssimo. Fará com que seu povo viva em situação de miséria”, comentou.

Reaproximação com Sergio Moro
Questionado sobre sua reaproximação com o ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR), Bolsonaro disse que as ofensas entre ambos ficaram para trás. O candidato disse ainda que não houve conversas para que Moro volte ao governo em um eventual segundo mandato.

“Ele não me pediu isso [para voltar ao governo] e nem eu ofereci. Conversamos sim, ele vai assumir o Senado e vai ser um parlamentar independete.O passado ficou para trás”, disse Bolsonaro.

O candidato à reeleição disse ainda que o apoio de Moro nesse segundo turno veio por conta da defesa de um projeto de Brasil. “Ele tem uma memória sobre a corrupção e sobre a Lava Jato. Ele sabe tudo o que aconteceu. Entre eu e o fujão [Lula] não tem base de comparação”, completou o presidente.

Segurança do Pix
Bolsonaro informou durante a sabatina que recentemente conversou com responsáveis do Banco Central para ampliar o sistema de segurança do Pix. De acordo com o candidato, o objetivo é evitar que os brasileiros sofram crimes por parte de estelionatários.

“O Banco Central vai desenvolver um sistema para que todo mundo seja identificado”. Uma das ideias é a verificação através de fotografias”, disse Bolsonaro.

O presidente disse ainda que o Pix é “excepcional” e que países como Estados Unidos têm interesse em importar o modelo de transações. “O povo não quer mais falar em fim do Pix.

Harmonia de todos os brasileiros
Ainda durante a sabatina, Bolsonaro afirmou que o governo dele nunca dividiu a população do país e que sempre buscou a harmonia entre todos os brasileiros. “Essa é a nossa política de tratar todos com igualdade. Nós não dividimos a população. [Não tem] nós contra eles, brancos contra negros, empregados contra patrões, homens contra mulheres”, afirmou.

O presidente disse ainda que nunca fez um gesto com objetivo de dividir os brasileiros. “Nós nunca tivemos nenhuma palavra ou gesto para separar a população. Sempre unimos nosso povo. Um só Brasil, uma só raça e uma só cor. É um orgulho enorme que tenho cada vez mais de ver nosso povo usando a bandeira verde e amarela”, acrescentou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/roberto-jefferson-ataques-a-lula-e-reducao-da-maioridade-penal-como-foi-a-entrevista-de-bolsonaro-a-record-tv/
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IMPLEMENTAÇÃO DE UMA NOVA AGENDA NA REGIÃO AMAZÔNICA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

BELÉM – PARÁ- O esforço por concretização de parcerias e o desenvolvimento de um sistema de fundos com recursos de instituições públicas e privadas que possam ajudar a implementar a Nova Agenda Urbana na Amazônia, garantindo melhoria de qualidade de vida para a população nos municípios é o principal foco dos debates que irão nortear o “Mais Amazônia – Encontro de Especialistas para a Nova Agenda Urbana”. Sob o tema “Rumo à Sustentabilidade das Cidades e dos Assentamentos Humanos na Região Amazônica e um Sistema de Fundos para o Desenvolvimento Urbano-Territorial Sustentável no Estado do Pará”, o encontro será realizado em Belém, nesta quarta (17) e quinta-feira (18), no auditório do Palácio de Governo. Foto: AG. PARÁ/FotosPúblicas


Desmatamento na Amazônia Legal está abaixo da média do primeiro governo Lula, mas apresenta tendência de crescimento.| Foto: Agência Pará/FotosPúblicas

“Dá um Google em casa aí. Desmatamento 2003 a 2006. Quatro anos do governo Lula. Depois dá um Google, desmatamento, Jair Bolsonaro 2019 a 22”, afirmou o presidente Bolsonaro durante o primeiro debate deste segundo turno da eleição presidencial, respondendo a uma pergunta de Lula sobre a questão ambiental. O petista trouxera o assunto à tona para se esquivar de uma pergunta anterior, sobre quem seria o responsável pela condução da política econômica caso vencesse; e o fez acreditando que, assim, poderia explorar um assunto considerado um ponto fraco da atual gestão e que, de fato, atraiu críticas internacionais ao Brasil nos primeiros anos de governo Bolsonaro.

O atual governo iniciou sua gestão no meio ambiente com uma abordagem diferente daquela que vinha sendo tradicionalmente dada: em diversas ocasiões, o então ministro Ricardo Salles dissera que as cidades eram responsáveis por inúmeras mazelas ambientais que vinham sendo desprezadas pelos governos anteriores, como no caso do saneamento básico, e cujo enfrentamento era tão importante quanto a manutenção de ecossistemas florestais, fluviais ou marítimos. De fato, é vergonhoso que apenas metade dos brasileiros tenha seu esgoto coletado, e que, daquilo que é coletado, menos da metade seja tratada; o efeito disso para a saúde e o meio ambiente é inegável. E este governo propôs um novo marco legal para o saneamento que, a muito custo (e com o voto contrário dos petistas), foi aprovado e trará dezenas de bilhões de reais em investimentos para o setor.

Modernize-se a legislação ambiental no que ela tem de anacrônica e engessada, criando oportunidades para uma preservação que gere emprego, renda e crescimento econômico. Mas sem leniência com desmatadores, nem afrouxamento na fiscalização

Olhar para as cidades, no entanto, não significa descuidar da enorme responsabilidade brasileira na preservação de suas áreas naturais. De nada adianta, por exemplo, atacar outros países que usam matrizes energéticas altamente poluentes ou que, no passado, desmataram seu território em épocas nas quais a consciência sobre o valor das áreas florestais era desconhecido ou menosprezado; os erros passados ou presentes dessas nações não nos autorizam a tratar a Amazônia e os demais biomas brasileiros com negligência. Se hoje cabe a nosso país abrigar uma região tão imensa quanto vital para o equilíbrio do planeta, é preciso abraçar o bônus, mas também o ônus. Por mais que haja jogos de interesse envolvidos em parte das críticas feitas ao Brasil – caso, por exemplo, do presidente francês, que usa a questão ambiental para atravancar acordos comerciais que tirarão competitividade de seu agronegócio pesadamente subsidiado –, é preciso, sim, olhar com mais cuidado para as florestas brasileiras.

O “Google” sugerido por Bolsonaro no debate mostra do que estamos falando. Os dados do Inpe relativos à Amazônia Legal indicam que a área desmatada durante o atual governo realmente é bem inferior à do primeiro governo Lula (mas não do segundo), embora os menores números da série histórica pertençam à gestão Dilma Rousseff. O maior problema, no entanto, é sua tendência de alta: de 10,13 mil quilômetros quadrados desmatados em 2019 para 10,85 mil km2 em 2020 e 13,04 mil km2 no ano passado. O próximo governo tem a obrigação de frear esta escalada, que é prejudicial não apenas à imagem brasileira no exterior, mas também afeta os negócios; é de interesse do setor agropecuário, por exemplo, que o Brasil seja um exemplo de preservação ambiental para que seus produtos tenham portas abertas no maior número possível de nações.


E, se é assim, o Brasil apenas perde ao arrumar desentendimentos desnecessários com países interessados em contribuir financeiramente, por exemplo, para ações de preservação. Tampouco é útil brigar com os números – como no episódio que resultou na demissão do presidente do Inpe, em 2019, no auge da crise das queimadas. Modernize-se a legislação ambiental no que ela tem de anacrônica e engessada, criando oportunidades para que a preservação ambiental possa ocorrer gerando emprego, renda e crescimento econômico – oportunidades não faltam, como o incentivo ao ecoturismo. Mas sem leniência com desmatadores, nem afrouxamento na fiscalização. Ainda que exageros ativistas façam parecer que a preservação ambiental seja pauta dita “de esquerda”, ela é de interesse de toda a humanidade, e pensadores conservadores como Roger Scruton já ressaltaram a importância do cuidado com o meio ambiente. Fazer do Brasil um líder neste campo é meta que vale a pena perseguir, com inteligência e ação firme.


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