terça-feira, 25 de outubro de 2022

BOB JEFF É UMA REAÇÃO À DITADURA DA TOGA

 

Segundo turno

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo


Roberto Jefferson em negociação com a PF| Foto: Reprodução Twitter

Quanto a Bob Jeff, nada a declarar. Afinal, isso me levaria a expressar a minha real opinião sobre o caso, a falar sobre como está todo o mundo errado. Como uma das partes erradas sai botando todo o mundo na cadeia, melhor não. Resta então falar do de sempre: da reação política.

Como eu não tenho TV em casa, resta acompanhar as coisas por uma combinação bastante heterodoxa: a internet e a rua. Mal vi no Twitter a notícia de que Roberto Jefferson estaria dando tiros em agentes da PF e ia levar a amigos no Telegram. Lá, porém, os vídeos do próprio Roberto Jefferson já estavam bombando. Qualquer um podia ver o seu discurso suicida, com uma voz de mulher ao fundo que mandava pegarem um calmante pra ele.

Vendo isso, pensei que aquilo podia dar em tudo, inclusive nada. Todo o mundo já sabia das intenções suicidas de Roberto Jefferson; assim, seria difícil efetivá-las. Se ele tivesse ficado quieto e atirasse nos policiais de modo a forçar uma reação, teria mais chances de conseguir uma bala letal e ser alçado à condição de mártir de Xandão. A direita teria canequinhas e broches com a inscrição “Roberto Jefferson Vive”. Seria uma imitação do comércio necrófilo de Marielle, mas essa mesma turma diria que é uma imitação da falange espanhola (“Primo de Rivera Presente”) depois de algum historiador esquerdista denunciar. Tuiteiros de esquerda e direita pesquisariam Primo de Rivera. Depois de descobrir, os tuiteiros diriam que adoram a Falange desde criancinha, e fariam do ex-mensaleiro um mártir do conservadorismo.

Mas Roberto Jefferson anunciou, então não, esse plano de martírio tinha exíguas chances de dar certo. Daí pensei logo que podia dar em tudo, inclusive nada. Ao cabo, apareceu um tuíte com Bolsonaro anunciando que o bandido Roberto Jefferson estava preso. Tuiteiros que um minuto estavam tratando Bob como mártir heroico da resistência à ditadura xandoniana agora postavam fotos suas com Lula.

Conspiração?
Os antibolsonaristas entraram em êxtase com o episódio, coisa que eu tenho uma certa dificuldade de entender. Roberto Jefferson é apoiador de Bolsonaro? Mas ele tinha lançado uma candidatura própria. Não me recordo de nenhuma fala bombástica a favor de Bolsonaro (nem de ninguém); só de falas contrárias a ministros do STF. O raciocínio tortuoso é assim: a polarização se dá entre Bolsonaro e STF, x pragueja contra o STF, x é bolsonarista. Logo, Bolsonaro está associado a um doido que atirou em policiais. Logo, Bolsonaro apoia bandidos.

É um raciocínio ao mesmo tempo longo e primário; dá uma volta para atribuir culpa por associação. É um raciocínio tão longo, que acho muito mais fácil ser aquilo que Popper chamava de hipótese ad hoc: você tem um cenário diante dos olhos, tem uma teoria dentro da sua cabeça que você quer porque quer que seja verdade, daí usa o cenário para inventar o jeito de ela ser verdadeira. Qual é a ideia fixa que esse povo tem na cabeça? Que Bolsonaro não merece voto nem no segundo turno. Mas está pegando mal caramba defender censura assim, abertamente. Então eis que aparece um doido atirando em policiais enviados pelo censor mor e eles levam as mãos ao céu. Agora, sim! Podemos dizer que é a censura ou o doido armado. Ufa!

É uma volta tão grande, que acho improvável a teoria rival, a saber: Jefferson, o mensaleiro, seria um infiltrado, que resolveu fazer cena agora justamente para prejudicar Bolsonaro. Acho que conspiradores teriam um plano melhor do que esse. E acho que a situação de Jefferson era das mais previsíveis. Alexandre de Moraes persegue todos os que falem mal de ministros do STF, tendo especial preferência por reincidentes. Roberto Jefferson desde os tempos do Mensalão é sabidamente histriônico e não parece bater muito bem da bola. Agora somem isso a um câncer persistente e idade avançada. Parece factível que ele tenha cansado dessa vida de entrar e sair da cadeia, e de fato receber a bala a Polícia Federal. Coisa, aliás, que Ciro Gomes jurava que faria, mas o pessoal da terceira via acha muito bonito fazer de conta que não viu.

Aprendizado para a vida
Seja como for, o episódio serviu para reforçar um aprendizado que tive desde a ascensão do bolsonarismo: respeitar as pessoas em função de sua postura em vez da sua opinião política. De lá para cá, todo o mundo, ao menos na classe média politizada, deve ter perdido amizades e presenciado confusão na família. Eu notei que consigo manter amizade com petista, mas não com certos antipetistas. A razão simples, simplíssima, é que o petista que continuou amigo não olha pra mim em cima de um salto alto. Acha incompreensível que uma pessoa como eu vote em Bolsonaro; tem certeza de que o PT, por mais que cheio de problemas, é a única força favorável à justiça social no Brasil. Não importa que eu liste as coisas contrárias à justiça social que o PT fez; ele tem certeza de que a oposição fez ou faria muito pior. É dogma, paciência. Mas não há arrogância e dedinho na cara, então dá pra levar. Já entre os liberais, um monte anda com um rei na barriga.

Assim, eu hoje tenho antipatia instantânea por quem se sente uma pessoa superior em função de suas opiniões ou votos. Só posso mudar de ideia se essa pessoa tiver pago um preço por tal opinião e a opinião for boa. (E é melhor fazer essas apreciações em retrospecto. Exemplo: fulano nadou contra a maré e se opôs à medida que obrigava os jovens a correrem o risco de ter miocardite e tromboembolismo pulmonar.) Essa gente que tem um rei na barriga por causa da própria opinião é a que estava em polvorosa com Jefferson. Tinha o liberal se orgulhando de dizer que ordem de policial se cumpre – quando até ontem se faziam diatribes contra o nazismo, no qual se fazia de tudo para cumprir ordens. Vi professores liberais antipetistas abrindo suas caudas de pavão: um dizia que o bolsonarismo era violento; outro, que agora era capaz de votar em Lula porque “o outro lado” é assim.

Tenho duas explicações para o fenômeno. Uma é de ordem moral e já me aprofundei aqui. Outra, superficial, é um delírio análogo ao do MBL. Vejam bem, o MBL acredita que o único obstáculo entre eles e a presidência é Bolsonaro. Por isso é que se empenham em derrubá-lo. De modo análogo, um monte de intelectual antipetista acha que só não alcançou os píncaros da glória porque a concorrência o fez antes. Aí resta ser oposição.

Janones
Voltemos à vaca fria. Me informo pela internet e pela rua. Na rua, a novidade aqui é um segundo turno apertado na eleição estadual. Esta é a segunda vez na história da Nova República que há segundo turno na Bahia, e a primeiríssima em que o resultado é um mistério. Na outra vez em que teve segundo turno, em 94, foi quando o herdeiro de ACM precisou de um tiquinho só para vencer em primeiro, aí levou no segundo com quase 60% dos votos. (O segundo foi o ex-governador João Durval e ex-correligionário de ACM da época da ditadura.) Agora o herdeiro do petismo deixou de ir para o segundo turno por um tiquinho, mas, se somarmos ACM Neto ao candidato de Bolsonaro, dá 50% e um tiquinho. (Grosso modo, a conta do primeiro turno foi: 50% do petista, 40% de ACM Neto, 10% do bolsonarista.)

Como venho insistindo aqui, a Bahia é um estado governista. Essa votação altíssima de Lula e Jerônimo no primeiro turno só se explica com a crença bastante difundida há um mês atrás de que Lula ganharia no primeiro turno. Ora, se Bolsonaro tem chances de ganhar, os coronéis e outras lideranças locais têm, por um lado, o temor de continuar na oposição ao governo federal, e, por outro, a expectativa de se juntar ao vitorioso na condição de aliado essencial à vitória.

Tenho ouvido o povo bater boca na rua por causa de política nacional, o que não é nem um pouco comum aqui, exceto no bar. Aqui no interior, quando se discute política, normalmente não falam sequer de governador. O assunto é a prefeitura e os vereadores, e se centra em questões como falta d’água, coleta de lixo, obras e administração da Santa Casa. Nada de ideologia, nada de governo do estado, muito pouco de Lula e Bolsonaro. E ninguém fazia isso no cabaré. Mas no cabaré agora esbravejam sobre a transposição do Rio São Francisco, que fica longe à beça daqui e provavelmente a maioria (como eu) nunca viu na vida.

Pela primeira vez, vi panfletagem na feira. Eis abaixo um folheto distribuído. Não vi panfletagem de Jerônimo; apenas passam carros de som tocando jingle e insistindo no 13. Há muitos adesivos de estrela com 13.

Foto: acervo pessoal.
Em reação a alguma discussão que eu não ouvi (ou talvez ao meu vizinho, um velho que fica na calçada gritando “é 22 44” para os passantes), um homem na rua esbravejava que não ia votar em ACM Neto, porque ACM Neto é Bolsonaro, e Bolsonaro é um ladrão que vai diminuir os salários, as aposentadorias e os auxílios. No mesmo dia, pego o celular e olho os stories no WhatsApp. Vejo que o radialista de um município próximo com menos de 30.000 habitantes está divulgando desmentido de Paulo Guedes, que garante que vai no mínimo corrigir a inflação no salário mínimo, aposentadoria etc. Ele tinha saído candidato pela base de Neto.

É a hora então de ir à internet e descobrir que Janones tinha inventado essa mentira. Daí inferi que a campanha petista baiana também está fazendo campanha pelo WhatsApp e usando as mentiras de Janones para queimar tanto Bolsonaro quanto ACM Neto. Este, a seu turno, põe seus aliados para trabalhar nos desmentidos. É impossível que Bolsonaro não cresça na Bahia. Registro meu chute Lula 60 x 40 Bolsonaro.

Mas já que voltamos à vaca fria, é preciso contar que até Janones precisou dar tratos à bola para colar Jefferson em Bolsonaro. Segundo explica à militância, é preciso dizer que “um dos coordenadores informais” de Bolsonaro tentou matar dois policiais, em vez de dizer que Roberto Jefferson atacou o STF. O povo não está nem aí para Roberto Jefferson e, segundo explica Janones, o STF não é lá muito amado pela população.

Podem ver: os que acreditam que Bolsonaro perdeu a eleição agora são os mesmos que acreditavam em Lula eleito no primeiro turno. Não entenderam nada e, fazendo campanha, não vão para lugar nenhum.


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NÃO FARIA NADA IGUAL QUE NÃO FOSSE DIFERENTE

 

Bob Jeff

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Todo mundo correu para chamar Roberto Jefferson de vilão ou herói. Talvez até mártir da democracia! Poucos tentaram se colocar no lugar dele.| Foto: Reprodução/ Twitter

Tinha voltado da Missa, de uma homilia bastante dura sobre a soberba (Lucas 18:9-14), quando me deparei com a notícia de que Roberto Jefferson tinha recebido à bala os policiais que foram prendê-lo. Por ordem de quem? Raimundo Notato. Alexandre de Moraes, claro. Como acontece nessas ocasiões, a notícia nem bem havia se tornado fato e já era digna de análises. Ou melhor, julgamentos. Ou melhor, condenações.

Uns se apressaram em dizer que estávamos à beira de uma guerra civil. E eu vi, com esses belos olhos que a terra um dia há de comer, muita gente ansiosa pelo derramamento de sangue. Outros correram para dizer que Roberto Jefferson estava prejudicando ou beneficiando a campanha de Bolsonaro. Que mais? Ah, sim. Teve alguém dizendo que a reação de Jefferson era uma espécie de suicide by cop – o ato desesperado de um homem doente que sonhava em entrar para a história como mártir ou coisa parecida.

Aí é a tal coisa. A gente vai consumindo todas essas palavras, associando-as a quem as diz, e começa a formar uma imagem mental do ocorrido. Mesmo que as mais importantes variáveis permaneçam inacessíveis. Como vivemos numa época superficial e maniqueísta, imediatamente ligamos Roberto Jefferson à imagem de um vilão ou herói. De um Coringa ou de um… Como é o nome do personagem de Clint Eastwood em “Gran Torino”? Walt Kowalski!

E ninguém para para (maldita reforma ortográfica!) pensar no que faria se estivesse na mesmíssima situação, sem tirar nem pôr. Este talvez seja o nosso maior problema do nosso tempo. Um problema que se reflete em todas as nossas escolhas e decisões – inclusive na opção por Bolsonaro ou pelo ex-presidiário. Somos incapazes de nos colocar no lugar do outro a fim de compreendê-lo, e não julgá-lo. Não absolvê-lo nem condená-lo. Apenas e tão-somente compreender o que o levou a fazer isso – e não aquilo.

“Ei, não vá embora!”
Este é o momento da crônica em que geralmente peço para o leitor fechar os olhos, se colocar no lugar de Roberto Jefferson e tentar imaginar qual seria a reação. Para isso, contudo, o leitor tem que vestir a pele do personagem. Tem que estar velho e doente, gostar de moto, cantar ópera, ter uma filha chamada Cristiane Brasil, etc. E tem que ter as mesmas convicções políticas e religiosas e o mesmo histórico de Roberto Jefferson, incluindo aí a participação no Mensalão. Tem que sentir a mesma raiva, tem que saborear o fel das mesmas mágoas, tem que vislumbrar as mesmas aspirações.

Difícil, né? Mas, sei lá. De repente você tem um tempinho sobrando nesta manhã nublada de terça-feira. Não custa tentar. Nem que seja para perceber justamente a dificuldade de se colocar no lugar do outro sem tentar compensar os defeitos alheios com nossas próprias qualidades. Isto é, sem contaminar o personagem com nossa personalidade falha-que-se-acha-perfeita.

A dificuldade de se colocar no lugar de outro, ainda mais quando o outro é uma figura tão complexa quanto Roberto Jefferson, é diretamente proporcional à facilidade com que julgamos as decisões desse outro. Chamar o outro de imbecil é mais fácil (e prazeroso) do que reconhecer que, em situação semelhante, nós também talvez agíssemos imbecilmente. Da mesma forma, é muito mais fácil cobrar coragem do outro quando não é a nossa vida que está em risco.

“Ei, não vá embora, não! Tá pensando que pode terminar a crônica assim, sem nos dizer o que você faria no lugar de Roberto Jefferson?!”, pergunta o leitor indignado, me segurando pelo braço. Dou meia-volta, franzo a testa, abro a boca para responder e, antes de sair correndo, deixo no ar uma frase vazia e tola, na esperança de que a confundam com uma frase enigmática e sábia: “Eu não faria nada igual que não fosse ligeiramente diferente”. Fui.


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ATIVISMO ATINGE ATÉ QUADROS DE PINTORES FAMOSOS

 

Ativismo

Por
João Pereira Coutinho – Gazeta do Povo


Duas ativistas jogam molho de tomate em obra de Van Gogh.| Foto: Reprodução/Twitter

Está virando moda: depois de sopa de tomate no quadro de Van Gogh, dois ativistas resolveram jogar purê de batata num quadro de Monet. Se eu fosse tão virtuoso como os ativistas, perguntaria se não há aqui insensibilidade social: desperdiçar comida quando existe fome no mundo não é gesto para aplaudir. Mas há aplausos, bem sei, porque a causa é nobre: salvar o planeta do desastre climático. O que é uma sopa ou um purê de batata quando a Terra pode ficar inabitável?

Não contesto. Nem sequer para repetir que estas “performances” repelem mais do que atraem. Prefiro fazer outra pergunta, no melhor espírito utilitarista: se o que está em causa é a sobrevivência da espécie, até onde é legítimo ir para “despertar consciências” (a expressão cafona que o radicalismo pequeno-burguês adora)? Hoje, temos sopa ou purê de batata no vidro de um quadro. Mas não seria mais eficaz destruir mesmo o quadro? Ou dois? Ou três? Vamos um pouco mais longe: para “despertar consciências” não seria melhor aprender com os velhos anarquistas e, sei lá, arrebentar com um museu?

Se o que está em causa é a sobrevivência da espécie, até onde é legítimo ir para “despertar consciências” (a expressão cafona que o radicalismo pequeno-burguês adora)?

Eu sei, eu sei. O leitor, pessoa civilizada, nem contempla tal cenário. Aliás, parece que o estou vendo, abanando a cabeça e murmurando: “Que comparação absurda, Little Couto!” Acontece que eu não faço essa pergunta para você, leitor civilizado. Usando um pouco de imaginação perversa, tento pensar como um verdadeiro fanático pensa. Até onde é possível ir – perdão: até onde é obrigatório ir para salvar o mundo da decadência absoluta?

As preocupações que animam os nossos ativistas não são novas. Séculos atrás, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) formulou as mesmas questões: o que fez a civilização por nós? Sim, deu-nos as artes e as ciências, como os quadros de Van Gogh ou de Monet; mas também trouxe a desigualdade e a corrupção de uma espécie que era pacífica no estado de natureza.

Em nenhum momento Rousseau advoga a violência como forma de redimir o mundo. Nem sequer um retorno lunático ao estado de natureza. Apesar de ser um iluminista crítico, o nosso genebrino era também um produto do iluminismo racionalista, acreditando que os homens, suplantando os seus egoísmos mesquinhos, acabariam todos por desejar o que é racionalmente bom (a famosa “vontade geral”). Os renitentes, esses, seriam “obrigados a ser livres”.


Os meus sentimentos
Essa filosofia deu bons frutos: poucos anos depois, no momento mais extremo da Revolução Francesa, um jovem advogado da província, de nome Maximilien de Robespierre (1758-1794), tentou ser fiel à filosofia de Rousseau. A busca da virtude não pode existir sem o terror; e o terror não pode existir sem a virtude, em nome do bom comum, defendia o jacobino. A guilhotina era a conclusão lógica desse pensamento nobre.

Foi um casamento perfeito, que rapidamente deixou metástases. Pouco depois de Robespierre experimentar da sua própria terapia, o revolucionário Babeuf (1760-1797), pela boca do advogado Buonarroti, continuou a tradição: “nenhum meio é criminoso quando se pretende obter um fim sagrado”. Abriam-se assim as jaulas para o terrorismo contemporâneo – de indivíduos ou de Estados.

O anti-humanismo do ambientalismo radical tem todos os condimentos para conquistar os eternos discípulos da brutalidade

Eis o meu ponto: quando o fim é sagrado, não pode haver compromissos. Não pode haver um diálogo racional em busca de soluções possíveis, cientificamente ponderadas e politicamente sustentáveis. É preciso arrasar e começar de novo – ou, na linguagem do ativismo ambientalista mais extremo, parar já!, agora!, nesse preciso momento!, com a queima de combustíveis fósseis, sem acautelar alternativas, e esperar que a sociedade aceite pacificamente um retorno ao paleolítico. E se não aceitar? Ora, ora: se não aceitar, é preciso obrigá-la a aceitar, certo? Para usar a famosa metáfora, não é possível fazer uma omelete perfeita sem partir alguns ovos.

O vandalismo adolescente que hoje ataca nos museus não é dramático, eu sei; e até concedo que as intenções são movidas pela mais genuína ansiedade. Mas perante uma causa tão “sagrada”, não ficaria espantado se outros atores entrassem no jogo, provocando outro tipo de estragos. O anti-humanismo do ambientalismo radical tem todos os condimentos para conquistar os eternos discípulos da brutalidade.

Quem queima livros queima gente, já dizia o poeta. É uma questão de tempo.


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QUALIDADE E SEUS PROBLEMAS

 

 Por Letícia Matsumoto – Agência Mestre

John Mueller, do Google, explica a diferença entre aspectos técnicos de SEO e o que é considerado um resultado de qualidade.

Fazer com que o seu site alcance boas classificações é essencial para que o público-alvo do seu negócio encontre sua empresa. No entanto, entre os diversos atributos de ranqueamento que o Google utiliza para apresentar resultados para os usuários está a qualidade de uma página. Mas, o que o maior buscador do mundo enxerga como qualidade?

Em seu Twitter, John Mueller respondeu a dúvida que questionava se problemas técnicos de SEO poderiam ser também problemas de qualidade. Confira!

Problemas de qualidade são coisas que os usuários consideram problemáticas

O grande objetivo dos buscadores é apresentar bons resultados para as pesquisas dos usuários. Ou seja, se alguém procura tirar uma dúvida, os primeiros resultados devem explicar claramente o que aquela pessoa deseja. Então, o Google, nesse caso, deveria apresentar uma página de qualidade como resultado. No entanto, John explica que isso é classificado de acordo com o que é visível para o usuário. Por exemplo:

“Rel-canonical ruim, levando a um URL alternativo sendo indexado, algo que os usuários notariam? Provavelmente não”.

John também disse que é comum ver problemas técnicos e de qualidade no mesmo site, de maneira que um sobrepõe o outro. Mas, apesar de serem elementos diferentes um dos outros, apenas melhorar um aspecto técnico, por exemplo, não faria com que a classificação de qualidade da página melhorasse.

John escreveu:

“Só porque um site é tecnicamente válido não significa que seja um resultado de pesquisa útil e relevante para os usuários”

Características de um site de alta qualidade

DestaquesWeb Design

Por que ter um site de alta qualidade?

Proporcionar uma experiência agradável ao usuário quando acessa um site é uma obrigação para aqueles que vêem essa ferramenta como algo importante para seu negócio. E em alguns casos, o site é a única ferramenta que eles possuem para vender seus produtos e serviços, o que reforça ainda mais a necessidade da qualidade dessa experiência.

Num site com layout mal elaborado, manter o visitante dentro dele não é uma tarefa fácil. Por isso, é de grande importância que ele seja bem pensado. Confira algumas características importantes que um site de qualidade deve ter.

Navegação fácil

A fácil navegação pelo site é essencial para que o usuário permaneça mais tempo nele e, possivelmente, tome algum tipo de ação. Muitas vezes, o usuário não irá querer perder tempo procurando o que necessita, então é necessário que encontre com facilidade.

Layout responsivo

Ter um layout responsivo também faz muita diferença na quantidade de visitas do site. Não sabe o que é um layout responsivo? Ele é um layout que se adapta aos diferentes tamanhos de tela. Atualmente há diversos aparelhos onde é possível acessar a internet (smartphones, tablets, desktops, notebooks e outros) e cada um possui uma resolução diferente. Com o layout responsivo bem elaborado é possível acessar o site por qualquer um desses aparelhos sem problemas.

O site deve ser pensado para o usuário

Além de uma boa otimização para buscadores como Google, Yahoo e Bing, o site deve proporcionar uma boa experiência para o usuário. Não adianta estar bem posicionado em sites de busca se os usuários entrarem em seu site e não encontrarem o que querem.

Os textos do site devem ser bem escritos

Linguagem clara, objetiva e sem erros gramaticais são características essenciais para os textos de um site bem feito. Se o usuário percebe que há muitos erros nos textos do site, pode pensar que não se trata de um negócio sério e abandonar a página, e provavelmente não voltar mais.

Rapidez

O site deve ser rápido na hora de carregar e também rápido enquanto o usuário navega por ele. Quando o usuário se depara com um site que não carrega ou que demora muito tempo para carregar, muitas vezes acaba buscando o que procura em outro lugar.

Design e layout

Além da usabilidade, tratada nos itens anteriores, o site também deve ter um layout agradável, com apelo visual interessante. Fontes dentro do contexto e com tamanhos adequados, cores que harmonizam com a identidade visual da empresa, imagens que despertam a atenção, ícones que facilitam a navegação do usuário. Isso é parte do design e não pode ser colocado em segundo plano.

Conclusão: A Plataforma Comercial Site Marketplace da Startup Valeon tem todas essas características de qualidade para lhes oferecer o melhor produto.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 165.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 2.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

BOLSONARO FOI SABATINADO NESSE DOMINGO NA TV RECORD

 

Sabatina
Como foi a entrevista de Bolsonaro a Record TV
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Bolsonaro foi sabatinado pela Record TV neste domingo (23)| Foto: Reprodução/YouTube/RecordTV

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi sabatinado pela Record TV, depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a sua participação no debate que seria organizado pela e emissora neste domingo (23). Durante a entrevista, o candidato à reeleição aproveitou para criticar o petista e abordar temas como a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e a redução da maioridade penal.

Além do debate da Record TV, o ex-presidente Lula também se ausentou do encontro promovido pelo pool liderado pelo SBT, CNN e jornal O Estado de S. Paulo da última sexta-feira (21). A expectativa é de que o candidato do PT participe apenas do último debate antes do segundo turno, organizado pela TV Globo, na próxima sexta-feira (28).

“A população vai ter a oportunidade de escolher qual governo vai querer. O do passado, com corrupção, ou que defende a família, sem corrupção e que está disposto a debater com a população. Eu teria muitas perguntas para fazer para ele”, disse Bolsonaro sobre a ausência de Lula. Durante diversos blocos da entrevista da Record, Bolsonaro se referiu ao ex-presidente como “fujão”.

Veja abaixo os principais pontos da entrevista de Bolsonaro na Record TV.

Prisão de Roberto Jefferson 
Na abertura da sabatina, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre sua relação com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), preso na noite deste domingo (23) pela Polícia Federal. O candidato defendeu que o tratamento dispensado ao petebista deve ser o de bandido, pois ele atirou em policiais.

“Tão logo tomei conhecimento e fiz contato com o ministro da Justiça, para que ele se deslocasse para perto do episódio. O tratamento dispensado ao senhor Roberto Jefferson é o de bandido, pois quem atira em policial é bandido”, disse Bolsonaro.

De acordo com o presidente, os seus adversários tentaram “se aproveitar da situação”. “Tentaram tirar proveito desse episódio, inclusive o fujão [Lula] que não está aqui debatendo. Ele não é coordenador da minha campanha. Repudio também a maneira como o Roberto Jefferson se referiu a ministra Cármen Lúcia, pois nenhuma mulher deve ser tratada daquela forma. Nós não passamos pano para ninguém, como o Lula fez quando o Roberto Jefferson fez a delação do mensalão. Nós não somos amigos”, completou o candidato à reeleição.

Redução da maioridade penal
Questionado sobre a redução da maioridade penal, Bolsonaro afirmou que em um segundo mandato pretende discutir a matéria com o Congresso Nacional. De acordo com o candidato, a redução seria para crimes hediondos.

“Seria para crimes hediondos, para não generalizarmos essa questão. O latrocínio entraria. Aqueles que cometessem crimes hediondos iriam para a prisão”, afirmou Bolsonaro.
Estatais quebradas e salário acima da inflação 
Ainda durante a entrevista para a Record TV, Bolsonaro afirmou que pretendia questionar Lula sobre os fundos de aposentadorias de estatais. De acordo com o presidente, Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quebraram os fundos de empresas públicas como Correios, da Petrobras e da Caixa.

“Ele [Lula] nomeou para os respectivos fundos de pensão pessoas que na verdade eram bandidas. Ao longo dos governos Lula e Dilma saquearam os fundos e as pessoas estavam ameaçada a não ter aposentadoria”, afirmou Bolsonaro.

No mesmo bloco, Bolsonaro foi questionado sobre o reajuste do salário mínimo a partir de 2023, e o candidato sinalizou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lhe garantiu o reajuste acima da inflação. “Eu peguei o Brasil com sérios problemas éticos e econômicos, depois veio a pandemia. Nós daremos sim aumento acima da inflação para o salário mínimo, para os aposentados e para os servidores. Eu acredito no ministro Paulo Guedes”, defendeu.

O presidente foi ainda questionado sobre os direitos de respostas concedidos pela Justiça Eleitoral ao ex-presidente Lula na propaganda eleitoral. Bolsonaro, no entanto, disse que as peças “apenas apresentavam as verdades sobre Lula”.

“As inserções que colocamos na TV são falas do próprio Lula. Quando nós o chamamos de ‘descondenado’, é verdade. Quando falamos que o partido dele apoia ideologia de gênero, é verdade. Ele é uma pessoa que não tem respeito à família, aos pastores e aos padres. Ele apoia ditaduras, como Ortega na Nicarágua. Isso não é baixar o nível, mas mostrar a verdade sobre o que foi o governo Lula”, disse Bolsonaro.

Votos nulos 
Ao criticar o ex-presidente Lula, o candidato Bolsonaro afirmou que os eleitores que optarem por anular o voto no segundo turno “estarão ajudando o petista”. “Você que vai anular seu voto, está ajudando o Lula a ter mais voto nas urnas. É um momento de você decidir fazer um filtro de quem está falando a verdade. Isso é gravíssimo. Ele quebrará o Brasil”, disse Bolsonaro na Record TV.

Ainda de acordo com Bolsonaro, Lula vai quebrar o Brasil se for eleito ao Palácio do Planalto novamente. “Se Lula administrar o Brasil como fez antigamente, o Brasil quebra. Um país riquíssimo. Fará com que seu povo viva em situação de miséria”, comentou.

Reaproximação com Sergio Moro
Questionado sobre sua reaproximação com o ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR), Bolsonaro disse que as ofensas entre ambos ficaram para trás. O candidato disse ainda que não houve conversas para que Moro volte ao governo em um eventual segundo mandato.

“Ele não me pediu isso [para voltar ao governo] e nem eu ofereci. Conversamos sim, ele vai assumir o Senado e vai ser um parlamentar independete.O passado ficou para trás”, disse Bolsonaro.

O candidato à reeleição disse ainda que o apoio de Moro nesse segundo turno veio por conta da defesa de um projeto de Brasil. “Ele tem uma memória sobre a corrupção e sobre a Lava Jato. Ele sabe tudo o que aconteceu. Entre eu e o fujão [Lula] não tem base de comparação”, completou o presidente.

Segurança do Pix
Bolsonaro informou durante a sabatina que recentemente conversou com responsáveis do Banco Central para ampliar o sistema de segurança do Pix. De acordo com o candidato, o objetivo é evitar que os brasileiros sofram crimes por parte de estelionatários.

“O Banco Central vai desenvolver um sistema para que todo mundo seja identificado”. Uma das ideias é a verificação através de fotografias”, disse Bolsonaro.

O presidente disse ainda que o Pix é “excepcional” e que países como Estados Unidos têm interesse em importar o modelo de transações. “O povo não quer mais falar em fim do Pix.

Harmonia de todos os brasileiros
Ainda durante a sabatina, Bolsonaro afirmou que o governo dele nunca dividiu a população do país e que sempre buscou a harmonia entre todos os brasileiros. “Essa é a nossa política de tratar todos com igualdade. Nós não dividimos a população. [Não tem] nós contra eles, brancos contra negros, empregados contra patrões, homens contra mulheres”, afirmou.

O presidente disse ainda que nunca fez um gesto com objetivo de dividir os brasileiros. “Nós nunca tivemos nenhuma palavra ou gesto para separar a população. Sempre unimos nosso povo. Um só Brasil, uma só raça e uma só cor. É um orgulho enorme que tenho cada vez mais de ver nosso povo usando a bandeira verde e amarela”, acrescentou.


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IMPLEMENTAÇÃO DE UMA NOVA AGENDA NA REGIÃO AMAZÔNICA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

BELÉM – PARÁ- O esforço por concretização de parcerias e o desenvolvimento de um sistema de fundos com recursos de instituições públicas e privadas que possam ajudar a implementar a Nova Agenda Urbana na Amazônia, garantindo melhoria de qualidade de vida para a população nos municípios é o principal foco dos debates que irão nortear o “Mais Amazônia – Encontro de Especialistas para a Nova Agenda Urbana”. Sob o tema “Rumo à Sustentabilidade das Cidades e dos Assentamentos Humanos na Região Amazônica e um Sistema de Fundos para o Desenvolvimento Urbano-Territorial Sustentável no Estado do Pará”, o encontro será realizado em Belém, nesta quarta (17) e quinta-feira (18), no auditório do Palácio de Governo. Foto: AG. PARÁ/FotosPúblicas


Desmatamento na Amazônia Legal está abaixo da média do primeiro governo Lula, mas apresenta tendência de crescimento.| Foto: Agência Pará/FotosPúblicas

“Dá um Google em casa aí. Desmatamento 2003 a 2006. Quatro anos do governo Lula. Depois dá um Google, desmatamento, Jair Bolsonaro 2019 a 22”, afirmou o presidente Bolsonaro durante o primeiro debate deste segundo turno da eleição presidencial, respondendo a uma pergunta de Lula sobre a questão ambiental. O petista trouxera o assunto à tona para se esquivar de uma pergunta anterior, sobre quem seria o responsável pela condução da política econômica caso vencesse; e o fez acreditando que, assim, poderia explorar um assunto considerado um ponto fraco da atual gestão e que, de fato, atraiu críticas internacionais ao Brasil nos primeiros anos de governo Bolsonaro.

O atual governo iniciou sua gestão no meio ambiente com uma abordagem diferente daquela que vinha sendo tradicionalmente dada: em diversas ocasiões, o então ministro Ricardo Salles dissera que as cidades eram responsáveis por inúmeras mazelas ambientais que vinham sendo desprezadas pelos governos anteriores, como no caso do saneamento básico, e cujo enfrentamento era tão importante quanto a manutenção de ecossistemas florestais, fluviais ou marítimos. De fato, é vergonhoso que apenas metade dos brasileiros tenha seu esgoto coletado, e que, daquilo que é coletado, menos da metade seja tratada; o efeito disso para a saúde e o meio ambiente é inegável. E este governo propôs um novo marco legal para o saneamento que, a muito custo (e com o voto contrário dos petistas), foi aprovado e trará dezenas de bilhões de reais em investimentos para o setor.

Modernize-se a legislação ambiental no que ela tem de anacrônica e engessada, criando oportunidades para uma preservação que gere emprego, renda e crescimento econômico. Mas sem leniência com desmatadores, nem afrouxamento na fiscalização

Olhar para as cidades, no entanto, não significa descuidar da enorme responsabilidade brasileira na preservação de suas áreas naturais. De nada adianta, por exemplo, atacar outros países que usam matrizes energéticas altamente poluentes ou que, no passado, desmataram seu território em épocas nas quais a consciência sobre o valor das áreas florestais era desconhecido ou menosprezado; os erros passados ou presentes dessas nações não nos autorizam a tratar a Amazônia e os demais biomas brasileiros com negligência. Se hoje cabe a nosso país abrigar uma região tão imensa quanto vital para o equilíbrio do planeta, é preciso abraçar o bônus, mas também o ônus. Por mais que haja jogos de interesse envolvidos em parte das críticas feitas ao Brasil – caso, por exemplo, do presidente francês, que usa a questão ambiental para atravancar acordos comerciais que tirarão competitividade de seu agronegócio pesadamente subsidiado –, é preciso, sim, olhar com mais cuidado para as florestas brasileiras.

O “Google” sugerido por Bolsonaro no debate mostra do que estamos falando. Os dados do Inpe relativos à Amazônia Legal indicam que a área desmatada durante o atual governo realmente é bem inferior à do primeiro governo Lula (mas não do segundo), embora os menores números da série histórica pertençam à gestão Dilma Rousseff. O maior problema, no entanto, é sua tendência de alta: de 10,13 mil quilômetros quadrados desmatados em 2019 para 10,85 mil km2 em 2020 e 13,04 mil km2 no ano passado. O próximo governo tem a obrigação de frear esta escalada, que é prejudicial não apenas à imagem brasileira no exterior, mas também afeta os negócios; é de interesse do setor agropecuário, por exemplo, que o Brasil seja um exemplo de preservação ambiental para que seus produtos tenham portas abertas no maior número possível de nações.


E, se é assim, o Brasil apenas perde ao arrumar desentendimentos desnecessários com países interessados em contribuir financeiramente, por exemplo, para ações de preservação. Tampouco é útil brigar com os números – como no episódio que resultou na demissão do presidente do Inpe, em 2019, no auge da crise das queimadas. Modernize-se a legislação ambiental no que ela tem de anacrônica e engessada, criando oportunidades para que a preservação ambiental possa ocorrer gerando emprego, renda e crescimento econômico – oportunidades não faltam, como o incentivo ao ecoturismo. Mas sem leniência com desmatadores, nem afrouxamento na fiscalização. Ainda que exageros ativistas façam parecer que a preservação ambiental seja pauta dita “de esquerda”, ela é de interesse de toda a humanidade, e pensadores conservadores como Roger Scruton já ressaltaram a importância do cuidado com o meio ambiente. Fazer do Brasil um líder neste campo é meta que vale a pena perseguir, com inteligência e ação firme.


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POLÍTICA BRASILEIRA REPERCUTE NA IMPRENSA INTERNACIONAL

 


The Wall Street Journal critica tentativa da esquerda brasileira de calar os conservadores
Gazeta do Povo

Milan Italy – August 10 2017: Wall Street Journal website homepage. It is an American business-focused English-language international daily newspaper. WSJ logo visible.


Logo do WSJ em destaque na foto ilustrativa.| Foto: Big Stock

O maior jornal americano, The Wall Street Journal, publicou um artigo nesta segunda-feira (24) observando os movimentos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação a notícias que fazem crítica ao candidato. O texto intitulado “Esquerda brasileira tenta amordaçar discurso político” (Brazil’s Left Tries to Gag Political Speech) foi escrito por Mary Anastasia O’Grady, membro do conselho do periódico.

“A Constituição do Brasil proíbe a censura, e a repressão descarada do tribunal à liberdade de expressão alarmou a nação. Mas o juiz (Alexandre) de Moraes, que também é presidente do STF, não dá sinais de recuar”, pontua a autora.

O’Grady resume o cenário político do Brasil e descreve que os eleitores de Lula se concentram, especialmente, entre os mais pobres, a elite, os progressistas e ambientalistas. Ela também destaca que, por outro lado, políticos populares de centro-direita, como Romeu Zema, governador do Partido Novo no estado de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas, candidato do Partido Republicano no segundo turno ao governo de São Paulo, estão em campanha por Jair Bolsonaro. A colunista lembra que o presidente também costuma reunir os votos das classes trabalhadora e média, empreendedores iniciantes, demais empresários, conservadores sociais, proprietários de terras e agroindústria, além do público que rejeita Lula pelo histórico de corrupção.

“O ex-presidente (Lula) é particularmente sensível sobre sua condenação por corrupção em 2017. Ela foi derrubada por um detalhe técnico em 2021 e ele foi libertado. Mas quando os brasileiros são lembrados do que o mandou para a prisão, eles relembram os enormes escândalos de corrupção que surgiram durante os 14 anos – 2003-2016 – em que seu Partido dos Trabalhadores ocupou a presidência. Lula recorreu ao juiz de Moraes para pedir ajuda”, explica a jornalista americana.

O’Grady alerta que o TSE ” no entanto, não tem autoridade para aprovar ou desaprovar a opinião pública”. Depois de descrever os tipos de represália a veículos e pessoas que publicaram matérias que fazem crítica ao ex-presidente e candidato, a colunista finaliza dizendo que “isso nos faz pensar como será o Brasil se Lula vencer”.

As recentes decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a que ampliou o poder da Corte para excluir conteúdos considerados falsos das redes sociais nas eleições e a que impôs censura à Jovem Pan, foram alvos de críticas da imprensa internacional nesta sexta-feira, 21. O jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que a decisão do presidente de TSE, ministro Alexandre de Moraes, de retirar postagens consideradas fake news de redes sociais durante o pleito deste ano é uma das “ações mais agressivas tomadas por qualquer país para combater informações falsas”. Com o título “Um homem pode agora decidir o que pode ser dito online no Brasil” (que, posteriormente, foi modificado para “Para combater mentiras, Brasil dá a um homem poder sobre discurso online), a reportagem afirma que, “ao permitir que uma única pessoa decida o que pode ser dito online no período que antecede as eleições, que serão realizadas em 30 de outubro, o Brasil se tornou um caso de teste em um debate crescente sobre até onde ir no combate às notícias falsas”. O texto informa ainda que a medida causou a preocupação de especialistas em direito da internet e em direitos civis, que disseram que “representava uma expansão de poder potencialmente perigosa e autoritária, que poderia ser abusada para censurar legítimos pontos de vista e balançar a disputa presidencial”.

Já o canal de notícias NTD, da Flórida, nos Estados Unidos, informou sobre a censura imposta pelo TSE à Jovem Pan. Com o título “Tribunal do Brasil censura grande meio de comunicação conservador”, a reportagem informa que a Corte proibiu a TV Jovem Pan News de usar alguns termos para se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como limitou a emissora de abordar fatos envolvendo a condenação do candidato petista. “O ex-presidente brasileiro foi condenado por corrupção e passou quase dois anos atrás das grades, o que o veículo supostamente não pode mais dizer”, diz a reportagem.

Como a Jovem Pan mostrou, o Tribunal Eleitoral aprovou uma resolução na quinta-feira, 20, que permite que a Corte determine a exclusão de conteúdos considerados falsos das redes sociais e que já tenham sido alvo de decisões anteriores da Corte. Atualmente, ao identificar uma fake news, uma coligação ou partido deve apresentar uma ação ao Tribunal Eleitoral pedindo a retirada. Entretanto, se o conteúdo for reproduzido em outros meios, novas ações devem ser apresentadas. Agora, com a resolução, o próprio TSE terá autonomia para determinar a retirada das informações falsas repostadas em outras plataformas, sem a necessidade de novos processos judiciais, o que deve agilizar as decisões da Justiça Eleitoral. Além disso, o Tribunal também reduziu para duas horas o prazo máximo para remoção de fake news, sendo que na véspera da eleição o período será de até uma hora. Da mesma forma, nas 48 horas que antecedem o pleito, assim como nas 24 horas seguintes, fica proibida a divulgação de propagandas eleitorais pagas na internet.

Reprodução de reportagem que cita censura ao Grupo Jovem Pan

Imprensa internacional repercute decisão do Tribunal Superior Eleitoral que censurou a Jovem Pan – Foto: Reprodução/NTD

As recentes decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a que ampliou o poder da Corte para excluir conteúdos considerados falsos das redes sociais nas eleições e a que impôs censura à Jovem Pan, foram alvos de críticas da imprensa internacional nesta sexta-feira, 21. O jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que a decisão do presidente de TSE, ministro Alexandre de Moraes, de retirar postagens consideradas fake news de redes sociais durante o pleito deste ano é uma das “ações mais agressivas tomadas por qualquer país para combater informações falsas”. Com o título “Um homem pode agora decidir o que pode ser dito online no Brasil” (que, posteriormente, foi modificado para “Para combater mentiras, Brasil dá a um homem poder sobre discurso online), a reportagem afirma que, “ao permitir que uma única pessoa decida o que pode ser dito online no período que antecede as eleições, que serão realizadas em 30 de outubro, o Brasil se tornou um caso de teste em um debate crescente sobre até onde ir no combate às notícias falsas”. O texto informa ainda que a medida causou a preocupação de especialistas em direito da internet e em direitos civis, que disseram que “representava uma expansão de poder potencialmente perigosa e autoritária, que poderia ser abusada para censurar legítimos pontos de vista e balançar a disputa presidencial”.

Já o canal de notícias NTD, da Flórida, nos Estados Unidos, informou sobre a censura imposta pelo TSE à Jovem Pan. Com o título “Tribunal do Brasil censura grande meio de comunicação conservador”, a reportagem informa que a Corte proibiu a TV Jovem Pan News de usar alguns termos para se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como limitou a emissora de abordar fatos envolvendo a condenação do candidato petista. “O ex-presidente brasileiro foi condenado por corrupção e passou quase dois anos atrás das grades, o que o veículo supostamente não pode mais dizer”, diz a reportagem.

Como a Jovem Pan mostrou, o Tribunal Eleitoral aprovou uma resolução na quinta-feira, 20, que permite que a Corte determine a exclusão de conteúdos considerados falsos das redes sociais e que já tenham sido alvo de decisões anteriores da Corte. Atualmente, ao identificar uma fake news, uma coligação ou partido deve apresentar uma ação ao Tribunal Eleitoral pedindo a retirada. Entretanto, se o conteúdo for reproduzido em outros meios, novas ações devem ser apresentadas. Agora, com a resolução, o próprio TSE terá autonomia para determinar a retirada das informações falsas repostadas em outras plataformas, sem a necessidade de novos processos judiciais, o que deve agilizar as decisões da Justiça Eleitoral. Além disso, o Tribunal também reduziu para duas horas o prazo máximo para remoção de fake news, sendo que na véspera da eleição o período será de até uma hora. Da mesma forma, nas 48 horas que antecedem o pleito, assim como nas 24 horas seguintes, fica proibida a divulgação de propagandas eleitorais pagas na internet.


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BOLSONARO LEVA VANTAGEM EM TEMAS MORAIS

 

Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo


Lula durante bênção religiosa. ex-presidente aposta em carta aos evangélicos para vencer o segundo turno.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Quase sempre, valores morais são tomados pela imprensa como “assuntos de bolha”. É um erro crasso de avaliação. Na bolha estão certos jornalistas, que ignoram ou desprezam solenemente a importância que esses temas têm para o conjunto da maior parte da população brasileira. E eles estão aí, dando o tom da campanha eleitoral. Jair Bolsonaro sempre soube disso e explora com naturalidade questões como aborto, liberação de armas, liberdade religiosa e família. Atraiu Lula para a discussão, pautando o segundo turno inteiro no campo em que construiu sua carreira política e na qual o PT tem enormes dificuldades, principalmente por sua agenda progressista nos costumes.

Na última semana, a campanha do petista precisou divulgar inclusive um manifesto aos evangélicos. No documento Lula assinala que “nunca houve qualquer risco ao funcionamento das igrejas enquanto fui presidente”. Ressalta que “com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso governo que as igrejas mais cresceram, principalmente as evangélicas, sem qualquer impedimento, e até tiveram condições de enviar missionários para outros países”.

Enquanto Lula precisa se explicar, o bolsonarismo aprofunda a mobilização entre os religiosos.

O esforço parece ser em vão. No dia em que lançou a carta, o candidato do PT desmentiu que pretenderia, caso voltasse ao poder, instituir banheiros unissex pelo país. Respondeu citando sua própria família e afirmou que o boato “só pode ter saído de satanás”.

Enquanto Lula precisa se explicar, o bolsonarismo aprofunda a mobilização entre os religiosos. No último dia 19, o deputado federal eleito Nikolas Ferreira reuniu lideranças de 800 igrejas procedentes de mais de 200 cidades de Minas Gerais. Aproveitou a ocasião para fustigar o documento petista: “Lula era abortista, agora não é. As pessoas não caem mais nisso”, disse. Eventos como esse se multiplicam, transformando pastores em cabos eleitorais e certos cultos em verdadeiros comícios.


Boulos e outros sectários ajudam o bolsonarismo a colar em Lula o risco de venezualização do Brasil
Tal é a incapacidade do petismo em produzir uma resposta efetiva que pouco soube explorar o acintoso vilipêndio produzido por bolsonaristas no Santuário de Aparecida, em que apoiadores do atual presidente intimidaram jornalistas com gritos e vaiaram até o missionário que realizava a celebração.

E isso acontece porque, no curso da posição do PT em assuntos como liberação das drogas, aborto e políticas de gênero, o partido se afastou de um eleitorado que ganhou força e representação política. Lula não conseguiu construir vasos comunicantes com esse segmento da população, e nem parece que vá ter sucesso. As investidas feitas por sua campanha em prol de uma aproximação são vistas como falsas. Já seus ataques a Bolsonaro, ineficazes. E isso fica claro com a aproximação no limite do empate entre os dois mesmo nas contestadas pesquisas eleitorais.

Em 11 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou nota condenando “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno”. Na eleição do Padre Kelmon, imaginar que isso não aconteceria é pura ingenuidade. Lula subestimou a capacidade de seu concorrente em se projetar e construir o clima de virada instrumentalizando a fé como meio de alcançar a reeleição.


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ROBERTO JEFFERSON SOFRE PERSEGUIÇÃO DO STF

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Brasília – Presidente Nacional do PTB, Roberto Jefferson, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil) – Assuntos: Roberto Jefferson, Michel Temer, Palácio do Planalto


Condenado pelo mensalão e cumprindo prisão domiciliar, ex-deputado Roberto Jefferson tem candidatura à Presidência barrada pelo TSE.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Mais uma vez o The New York Times criticando a justiça brasileira. O jornal já havia feito uma observação sobre as decisões do Supremo que estão passando por cima da Constituição e agora fala do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacando que agora um homem tem o poder de decidir o que o brasileiro pode dizer ou ouvir na internet. É o tipo de poder Hitler e Stalin possuíam, vale dizer. Poderes de ditador. Isso é absolutamente ilegal. A Constituição brasileira proíbe, veda a censura. Não é função do TSE censurar debate, opiniões ou manifestações na campanha eleitoral. O TSE administra uma eleição. Eu diria que é uma atividade burocrática, administrativa, mas está fazendo censura. Assumiu a tutela, como se eu e você fôssemos dois idiotas que precisam de um tutor para dizer: “isso você pode ouvir, mas isso não pode. Você não tem discernimento para saber se é verdade ou mentira”. Pura arrogância. Eles pensam que continuamos passivos, mas nós não somos. Sabemos discernir e no dia 30 vamos decidir.

Ontem mesmo eu dizia a um amigo monge no Mosteiro de São Bento: “Dom Mauro eu não estou contra a oração. Tem gente que diz que está de joelho, orando, mas Deus já fez a sua parte. Agora é você quem decide o futuro do seu país. Deus já nos deu esse país maravilhoso. É uma terra prometida. E você ainda pode ajudar outros a decidirem. Pense no futuro dos seus filhos, seus netos e bisnetos.

Roberto Jefferson

Não poderia deixar de falar no caso Roberto Jefferson. Ele foi um herói. Foi ele quem revelou, em sacrifício próprio, por que ele estava envolvido, aquele mensalão, que começou nos Correios. Botou a boca no mundo. Depois veio o petrolão, o maior esquema de corrupção do planeta. Foi Roberto Jefferson que começou e agora ele está preso por crime de opinião, o que não existe, já que a Constituição veda. E a prisão veio de um inquérito que também não devia existir, que não teve participação do Ministério Público, que se baseou num artigo do regimento interno derrogado pela Constituição. É um inquérito em que o ofendido é quem toma iniciativa de investigar, de denunciar, de julgar, de condenar, de prender. Um absurdo.

Eu discordo totalmente do palavrório que ele usou contra a senhora ministra Carmen Lúcia, mas ele sequer tem foro privilegiado no Supremo. Não é o STF quem pode prender ou deixar de prender Roberto Jefferson, e sim um juiz de primeira instância. Qualquer estudante de direito sabe disso. Onde é que vi parar isso? Eu respondo: dia primeiro de fevereiro assume o novo Senado, que vai imediatamente tratar desse caso.

É muito fácil. Um juiz de direito com décadas de experiência me dizia: “é óbvio que nenhum juiz pode votar contra ou a favor num assunto em que ele tem interesse”. Se os ministros do Supremo foram ofendidos e votaram nesse inquérito, então está ilegal. Simples”. Só que passivamente nós estamos acompanhando isso, assim como as demais forças da nação, como OAB, mídia e infelizmente o Senado Federal, que tem como presidente Rodrigo Pacheco, um nome que deve ficar para a história como um dos responsáveis pela atual crise institucional e que poderia ter cortado o mal pela raiz. De Brasília, Alexandre Garcia.


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STF PROÍBE FILME ANTES DA SUA EXIBIÇÃO

 

Por
Luciano Trigo


Faca usada no atentado contra Bolsonaro em 2018, em Juiz de Fora| Foto: Reprodução

Está cada vez mais complicado escrever tendo que medir as palavras, coisa que nunca pensei que fosse precisar fazer como jornalista vivendo em uma democracia. Mas vamos lá.

Salvo engano, esta é a primeira vez desde o fim da ditadura militar que um filme é censurado pela Justiça. O documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, da Brasil Paralelo, teve sua exibição proibida pelo TSE até o dia 31 de outubro, dia seguinte ao segundo turno da eleição para presidente.

Além disso, o canal da produtora no Youtube foi desmonetizado. Segundo foi noticiado, a proibição atendeu a um pedido do PT – Partido dos Trabalhadores.

Mais detalhes no vídeo abaixo, postado pela Brasil Paralelo na forma de um comunicado aos seus assinantes:

A justificativa da sentença que determinou a censura foi a seguinte: evitar que “tema reiteradamente explorado pelo candidato Jair Bolsonaro em sua campanha receba exponencial alcance, sob a roupagem de documentário que foi objeto de estratégia publicitária custeada com substanciais recursos da pessoa jurídica Brasil Paralelo”. O tema, no caso, é o atentado a faca sofrido por Bolsonaro, na cidade de Juiz de Fora, em 2018.

Eu nem acho que a facada seja um tema reiteradamente explorado pela campanha do presidente. Mas, ainda que fosse, por que diabos a Justiça Eleitoral deveria agir para evitar que um tema explorado na campanha de um candidato recebesse exponencial alcance? Pelo fato de ser objeto de estratégia publicitária? Pela presunção antecipada de que o documentário contém fake news? Não seria recomendável assistir antes de proibir?

E que relevância tem o fato de o documentário ter sido custeado com substanciais recursos da pessoa jurídica Brasil Paralelo para embasar uma decisão tão grave e, repito, inédita desde a redemocratização do país?

Que legislação proíbe que se produza um documentário com substanciais recursos (privados, diga-se de passagem)? E que legislação se sobrepõe à liberdade de expressão garantida pela Constituição, impondo censura prévia a um filme que ninguém viu?

O estranho voto da ministra
Por tudo isso, parece que estamos diante de uma interferência que, primeiro, fere a liberdade de expressão; segundo, prejudica um candidato e beneficia outro; terceiro, sinaliza para o cidadão comum parcialidade por parte do órgão que deveria ser o fiador da neutralidade do processo eleitoral.

“Ah, mas o documentário é baseado em uma teoria da conspiração que contraria a investigação da Polícia Federal”, argumenta quem defende a censura.

Não importa. Ainda que o documentário afirmasse que quem mandou matar Bolsonaro foi o Papa Francisco ou a Beyoncé, seria justificável censurá-lo previamente? O problema é que sequer saberemos qual é a tese do filme até depois de fechadas as urnas – pelo simples fato de que ele está proibido.

Ninguém sabe, porque ninguém viu. Proibir depois de ver já seria algo controverso, no mínimo: o que dizer de proibir sem ver?

Curiosamente, outro documentário sobre o mesmo tema, “Bolsonaro e Adélio – Uma fakeada no coração do Brasil”, sugere que a facada no então candidato Bolsonaro foi uma armação. Isso não é divulgar fake news? Mas esse documentário circula livremente em plataformas de streaming, sem que a Justiça Eleitoral demonstre qualquer incômodo ou preocupação.

Veja bem, leitor, é justo e certo que o documentário que afirma ter sido a facada uma farsa circule livremente, mesmo que a tese que ele defende soe absurda – e também contrarie, aliás, a investigação da Polícia Federal. O que não parece certo nem justo é a liberdade de expressão só valer para um lado, muito menos o órgão responsável pela lisura do processo eleitoral passar a imagem de parcialidade.

Ou bem o documentário viola alguma lei, e a proibição neste caso deve ser permanente, ou ele não viola lei alguma – e não pode ser proibido em  momento algum

Pois bem, em seu voto ratificando a proibição do documentário, a ministra Carmen Lúcia declarou o seguinte:

“O caso é extremamente grave. Não se pode permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil. Esse é um caso específico. Estamos na iminência de ter o segundo turno das eleições. A proposta é a inibição até o dia 31 de outubro, dia subsequente ao segundo turno, para que não haja o comprometimento da lisura, higidez e segurança do processo eleitoral e dos direitos dos eleitores”.

Mas de que forma a livre circulação de um documentário comprometeria a lisura, higidez e segurança do processo eleitoral? Não fica claro no voto da ministra. Se ainda é permitido ter opinião, a mim parece que o que pode comprometer a lisura da eleição é proibir a exibição de um documentário até que se realize o segundo turno.

E, se não se pode permitir a volta da censura sob qualquer argumento no Brasil, por que a ministra votou a favor da proibição? Não parece uma contradição? Qual é o nexo lógico entre as palavras (“Não se pode permitir a volta da censura”) e o voto (a favor da censura)? Sintoma de uma época em que as narrativas perderam totalmente a conexão com a realidade…

E por que o fato de a “inibição” ter prazo de validade determinado pelo calendário eleitoral tornaria a censura menos censura? Ora, ou bem o documentário viola alguma lei, e a proibição neste caso deve ser permanente, ou ele não viola lei alguma – e portanto não deve ser proibido em  momento algum.

Por que algo seria ilegal até 31 de outubro e passaria a ser legal a partir desta data? Estamos diante de uma inovação na ordem jurídica? Lembrando que a mesma ministra já declarou, em 2016, que “o cala-boca já morreu” e que “não há democracia sem imprensa livre”.

O caso do governador de Alagoas

A titulo de comparação: há pouco menos de duas semanas, a ministra do STJ – Superior Tribunal de Justiça Laurita Vaz determinou o afastamento do cargo do governador de Alagoas, Paulo Dantas, do MDB, que concorre à reeleição.

Aliado do senador Renan Calheiros e do candidato do PT à presidência, Dantas foi afastado em razão de um inquérito que apura um esquema de desvio de R$ 54 milhoes na Assembleia Legislativa do estado. A decisão da juíza, embasada em provas robustas, foi ratificada pelo plenário do STJ.

A ministra Laurita foi acusada por aliados do candidato do PT à presidência de ter agido com motivação política. Ela deveria, argumentaram, ter esperado passar a eleição antes de determinar o afastamento do governador. O argumento até pode fazer algum sentido na percepção do eleitor petista, mas a resposta da ministra é exemplar e cristalina:

“Se eu tivesse me curvado a essa expectativa de retardo, se tivesse, como se diz por aí, ‘sentado em cima dos autos’ em razão das eleições, aí sim estaria agindo com viés político porque estaria esperando fato estranho aos autos de um inquérito em regular andamento para adotar medidas cautelares necessárias e urgentes para conclusão das investigações e ainda, mais ainda, para estancar a sangria desatada do dinheiro dos cofres públicos do Estado de Alagoas”.

Duas visões da Justiça
De certa forma, o encaminhamento dos dois casos – a censura ao documentário e o afastamento do governador de Alagoas – traduz duas visões paralelas da Justiça.

Na primeira visão, a Justiça deve agir de forma preventiva, proibindo a circulação de um filme em função da avaliação de que ele poderia conter fake news e beneficiar a campanha de um candidato. Mas como, rigorosamente, tudo em uma campanha é feito para beneficiar um candidato em detrimento do outro – inclusive pesquisas com 15% de margem de erro, que seguramente influenciaram muitos votos no primeiro turno – essa lógica cai por terra: ou então se abre um precedente para se proibir literalmente qualquer coisa.

Na segunda visão, o comportamento da Justiça não pode ser afetado por elementos estranhos a ela, como a contingência do calendário eleitoral. Inquéritos não devem ser adiados em função do risco de beneficiar um candidato e prejudicar outro – justamente porque esse adiamento, por si só, também beneficiaria um candidato e prejudicaria outro.

E, na prática, a lógica da decisão do TSE ao proibir o filme foi: “Para que esse documentário, que pode conter fake news, não beneficie um candidato, vou proibir sua exibição”.

O problema é que, ao proibir, o orgão beneficia o outro candidato. É este o papel da justiça Eleitoral? Tomar uma medida drástica em função de uma hopótese?

Na segunda visão da Justiça, soa ainda mais absurda a censura com prazo de validade, porque se explicita a conexão entre a censura e a eleição.

Se um filme pode circular depois do dia 31 de outubro, por que não poderia circular antes? Se ele não pode circular antes do dia 31, por que poderá circular depois?

O problema está no conteúdo do documentário ou na possibilidade de influenciar votos? Mas desde quando é proibido um documentário, ou mesmo uma peça de campanha, explorar temas polêmicos em busca de votos? Ou a facada não existiu e tudo não passa de uma alucinação coletiva que deve ser apagada da memória?

Qual das duas visões da Justiça irá prevalecer? A que julga que a liberdade de expressão deve ser condicionada ao calendário eleitoral? A que determina que uma mesma obra artística pode ser proibida antes da eleição e liberada depois? A que aparenta abrir mão do papel de fiadora da isenção para assumir um lado no processo eleitoral? Ou a que age da mesma maneira, com efetiva neutralidade, independentemente do lado beneficiado e do calendário?

Um fantasma ronda a democracia brasileira: o fantasma da censura. É assustador que muitas pessoas achem isso normal ou minimizem a gravidade do episódio do documentário da Brasil Paralelo– ou, pior ainda, que justifiquem a censura como uma forma de defender a democracia.


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