Economia Hoje, consumo de carne bovina na Argentina é o menor em cem anos
Por Fábio Galão
Açougueiro no bairro portenho de San Telmo: preço da carne bovina
variou menos que a inflação geral em 12 meses, mas ainda ficou no
elevado patamar de 67,6%| Foto: EFE/Demian Alday Estévez
O
candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, tem utilizado o
churrasco como promessa de que a renda e as condições de vida da
população brasileira vão melhorar se ele obtiver seu terceiro mandato no
segundo turno da eleição presidencial, no próximo dia 30.
“Quando eu falo do churrasco, é porque nós vamos voltar, consertar
esse país. E vamos voltar nos finais de semana a comer um churrasquinho e
tomar uma cerveja. Eles ficam doidos porque ele [o candidato à
reeleição, o presidente Jair Bolsonaro] pensa que só ele pode. Mas nós
podemos e vamos querer comer um churrasquinho”, afirmou, nas
considerações finais do debate na Band no último domingo (16).
Em 2019, o então candidato à presidência argentina Alberto Fernández,
apoiador de Lula, também utilizou o churrasco como promessa de dias
melhores.
Num vídeo da campanha vitoriosa para chegar à Casa Rosada (venceria o
então presidente Mauricio Macri), o político peronista e sua candidata a
vice, Cristina Kirchner, mostraram um ator de semblante triste olhando
uma churrasqueira sem utilização, com latas de tinta e outros objetos
dentro dela, empoeirada e cheia de folhas de árvore.
“Olha, a gente tem milhares de problemas, todo dia, mas chegava o
final de semana e alguém dizia: ‘Opa, que tal um churrasco?’”, dizia a
voz do locutor.
“A verdade é que começar a perder essas coisas… e não estou falando
de comida. Fazer churrasco era algo mais, era convidar as pessoas para
ir à sua casa, receber seus amigos, rir um pouco. Para que estamos
trabalhando se não for para isso?”, acrescentava a propaganda, que
terminava com a mensagem: “O bom é que daqui a pouco tudo isso vai
melhorar. Há esperança” – antes de mostrar os nomes de Fernández e
Kirchner.
Três anos depois, o churrasco prometido pela dupla peronista está
cada vez mais distante da mesa dos argentinos. Um informe recente da
Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) apontou que o consumo de carne bovina
foi de 47,8 quilos por habitante na Argentina em 2021, o menor desde
1920.
No ano 2000, a média havia sido de 64,9 quilos de carne bovina
consumidos por cada argentino. Naquele ano, a carne de boi representava
65% dos tipos de carne mais consumidos no país; em 2021, ficou em 44%.
Com a inflação engolindo a renda e dificultando a compra do produto, a
população do país vizinho tem que recorrer a outros tipos de carne: o
consumo de carne de frango passou de 27% para 41% entre 2000 e 2021, e o
de carne suína, de 8% para 15%.
“Por muito tempo, a demanda por carne bovina na Argentina
caracterizou-se por ter uma baixa elasticidade em relação à renda. Em
outras palavras, a população não mudava muito seu consumo de carne
quando sua renda diminuía. Assim, ao contrário de outros consumos
alimentares, como o de produtos lácteos, o consumo de carne bovina era
independente do nível dos salários médios”, apontou o relatório da BCR.
Entretanto, na última década, essa relação se estreitou. “O consumo
de carne caiu à medida que caía o poder de compra real da média salarial
do país. De fato, se a correlação entre essas duas variáveis for medida
retroativamente, 77% da variação do consumo de carne bovina desde 2010 é
explicada por variações nos salários reais”, destacou a análise.
Um estudo do Centro de Economia Política Argentina (Cepa) destacou
que a diminuição do consumo de carne bovina, devido à substituição por
outros tipos de carne, é um dos motivos para que de um ano para cá a
inflação do produto tenha ficado abaixo da inflação geral no país, que
foi de 83% em setembro no acumulado em 12 meses.
Mas, embora a variação da carne bovina tenha sido menor, ainda ficou num patamar bem elevado: 67,6% em 12 meses.
O vídeo do churrasco da campanha de 2019 virou piada na sociedade e
na imprensa argentina. Em fevereiro deste ano, em um noticiário do canal
LN+, o apresentador Eduardo Feinmann ironizou quando o analista
econômico Willy Laborda informou que o preço do churrasco havia subido
mais de 200% na gestão Fernández.
“Pobre homem, ele ainda tem as mesmas latas, as mesmas folhas de
árvore dentro da churrasqueira. E não sai churrasco!”, afirmou, ao citar
o personagem do vídeo de campanha de 2019.
Apesar das dificuldades para comprar o produto, comer carne bovina é
tão importante na identidade local que a Argentina teve no ano passado o
maior consumo per capita do alimento, com Estados Unidos e Brasil
aparecendo em segundo e terceiro lugar, respectivamente, em levantamento
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
realizado em 35 países.
Artigo Por William Inboden National Review – Gazeta do Povo
Mikhail Gorbachev e Ronald Reagan em encontra na Islândia, em outubro de 1986.| Foto: Arquivos do governo dos EUA
O
presidente americano teme que as ameaças nucleares do Kremlin possam
levar ao “Armagedom”. Ele pressiona os aliados da OTAN a reduzir sua
dependência do petróleo e gás russos, enquanto implora à Arábia Saudita
que aumente a produção de petróleo. Os Estados Unidos fornecem armas
avançadas, como mísseis Stinger, para as forças que lutam para expulsar
os invasores russos de seu país. A tensão entre Moscou e Washington
atingiu o ápice mais perigoso desde a crise dos mísseis cubanos. Alguns
americanos temem que seu presidente, que como o mais velho da história é
propenso a ruminações erráticas, possa não ter a acuidade mental para
conduzir o mundo à beira de uma guerra nuclear.
Tal era a situação do presidente Ronald Reagan na década de 1980,
quando ele confrontou a União Soviética. Também, é claro, descreve o
presidente Biden hoje enquanto enfrenta o presidente russo Vladimir
Putin.
A comparação não é exata. Reagan era muito mais um estrategista
dominante e visionário do que seus críticos críticos sabiam ou
admitiriam. E, para adaptar a famosa resposta de Lloyd Bentsen a Dan
Quayle, Joe Biden quando jovem senador conheceu Ronald Reagan, mas como
presidente ele não é Ronald Reagan.
Ainda assim, os apelos à história são inevitáveis em nosso momento
presente. Recentemente, Biden indicou que ele e sua equipe estão
analisando a crise dos mísseis cubanos em busca de lições para lidar com
Putin e a Ucrânia. A Casa Branca acredita que os Estados Unidos agora
enfrentam o impasse nuclear mais tenso desde que chegaram à beira da
guerra por causa dos mísseis soviéticos em Cuba, há 60 anos. Outros,
como o presidente dos Serviços Armados do Senado, Jack Reed (Democrata.,
Rhode Island), ecoam a comparação.
Não é uma má ideia extrair insights da liderança do presidente John
F. Kennedy para desarmar a ameaça nuclear soviética a 140 quilômetros
das costas americanas. Kennedy habilmente administrou um impasse
aterrorizante e garantiu a retirada dos mísseis de Moscou, evitando uma
guerra nuclear. Mas a crise cubana de 1962 não deve ser o único modelo
histórico para informar a política dos EUA hoje. Afinal, o Kremlin
considerou o resultado um sucesso. Os soviéticos alcançaram seus
principais objetivos: uma garantia de segurança para seu regime parceiro
comunista em Cuba e a retirada dos mísseis nucleares americanos da
Turquia. Também vale a pena lembrar que o ditador soviético Nikita
Khrushchev se sentiu encorajado pela primeira vez a implantar mísseis
nucleares em Cuba (e construir o Muro de Berlim) depois de testemunhar o
desempenho irresponsável de Kennedy na cúpula de Viena em 1961. Ouvimos
esses ecos na calamitosa retirada de Biden do Afeganistão no ano
passado e nos sinais que enviou a Putin quando ele considerava invadir a
Ucrânia.
Em vez disso, ao consultar a musa da história, a Casa Branca de Biden
faria bem em aprender também com Ronald Reagan. Durante a presidência
de Reagan, ele navegou em sua própria série de impasses e sustos
nucleares com Moscou, particularmente no perigoso outono de 1983. No
final, Reagan colocou o Kremlin sob controle, obteve uma vitória
pacífica na Guerra Fria e evitou uma guerra nuclear.
É claro que as décadas de 1980 e 2020 não são idênticas; analogias
perfeitas não existem na história. O Exército Vermelho era uma força
muito mais formidável do que os militares russos contemporâneos e, da
mesma forma, o arsenal nuclear soviético era dez vezes maior do que o
atual da Rússia. Por outro lado, as mortes no campo de batalha de Moscou
em apenas oito meses na Ucrânia já superam as de oito anos de combate
no Afeganistão. As coalizões no conflito também diferem. A URSS tinha
seus satélites do Pacto de Varsóvia na Europa Oriental, enquanto a China
e a Arábia Saudita fizeram parceria com os Estados Unidos. Agora, esses
alinhamentos estão invertidos, com as nações do Leste Europeu
trabalhando em estreita colaboração com os EUA para apoiar a Ucrânia,
enquanto a China e a Arábia Saudita servem como amortecedores econômicos
para Moscou. Depois, há a figura de Vladimir Putin, que, embora
conscientemente imitando homens fortes do passado do Kremlin, como os
czares, Stalin e Brejnev, é de outra forma sui generis.
No entanto, existem paralelos suficientes entre os dias de Reagan e
os nossos para que sua postura e políticas em relação à União Soviética
continuem sendo os melhores antecedentes históricos para navegar no
atual desafio russo. Quando assumiu o cargo, Reagan percebeu que a URSS,
como a Rússia hoje, era ao mesmo tempo forte e fraca – uma ameaça
nuclear agressiva e formidável, mas também uma economia e um sistema
político decrépitos construídos sobre um edifício de mentiras. Naquela
época, como agora, era uma combinação excepcionalmente perigosa.
A estratégia da Guerra Fria de Reagan integrava força e diplomacia.
Ele combinou o alcance persistente de Moscou com a implantação agressiva
de armas nucleares e convencionais, apoio a forças anticomunistas em
todo o mundo, uma ofensiva ideológica e parceria com dissidentes
soviéticos. Essa combinação manteve o Kremlin desequilibrado. Ele
dissuadiu os soviéticos de empregar chantagem nuclear (ou pior), minou o
sistema soviético de dentro e forneceu a válvula de segurança das
negociações.
A implantação de mísseis nucleares SS-20 pela União Soviética em suas
bordas ocidental e oriental representava a ameaça nuclear mais aguda na
época. Essas armas móveis diabólicas carregavam três ogivas cada, eram
difíceis de detectar e impossíveis de parar, e podiam incinerar Londres,
Bonn, Paris, Bruxelas, Tóquio, Seul e outras capitais aliadas em dez
minutos após o lançamento. Reagan temia que o Kremlin pudesse ordenar um
primeiro ataque ou que, apenas ameaçando tanto, Moscou pudesse coagir
os aliados europeus e asiáticos da América à capitulação.
A paranóia soviética desestabilizou ainda mais o equilíbrio precário.
O Kremlin, presumindo que Reagan provavelmente atacaria primeiro,
lançou a Operação RYAN e orientou a KGB a procurar quaisquer sinais nos
países ocidentais de preparativos ostensivos para uma guerra nuclear –
até mesmo “indicadores” mundanos, como mais luzes acesas em prédios
governamentais, mais carros em estacionamentos ou aumento de estoques em
bancos de sangue.
Reagan queria que os soviéticos temessem que o poder dos Estados
Unidos mas também confiassem em sua moralidade. Para deter os SS-20, ele
implantou mísseis nucleares americanos na Europa – tanto mísseis de
cruzeiro lançados do solo (GLCMs) quanto mísseis balísticos Pershing II –
que eram igualmente móveis e igualmente capazes de atingir o Kremlin. O
líder soviético Mikhail Gorbachev lamentou que eles eram “como uma
pistola apontada para nossa cabeça”. A modernização militar de Reagan
desenvolveu armas com novas tecnologias – como furtividade,
semicondutores e orientação de precisão – que poderiam ser mais
inteligentes e sobrecarregar as defesas soviéticas. Sua Iniciativa de
Defesa Estratégica (SDI) e a visão de um escudo antimísseis de várias
camadas aterrorizaram o Kremlin com a possibilidade de seu próprio
arsenal nuclear se tornar impotente.
Reagan fez parceria com a inteligência francesa em uma campanha de
sabotagem secreta que bloqueou o roubo de tecnologia ocidental da KGB e
privou as forças armadas e a economia soviética de equipamentos
avançados vitais que Moscou não podia produzir. Ele defendeu milhares de
dissidentes soviéticos presos, como o líder judeu Natan Sharansky e a
poetisa cristã Irina Ratushinskaya, enquanto inundava a União Soviética
com literatura contrabandeada e transmissões de rádio destinadas a minar
a propaganda do Kremlin e quebrar seu monopólio da informação. Ele
travou uma campanha retórica implacável para expor a ilegitimidade do
comunismo soviético, como quando apontou em seu discurso de Westminster
em 1982 que, “de todos os milhões de refugiados que vimos no mundo
moderno, sua fuga é sempre para longe, não para o mundo comunista”. Ele
elaborou: “Hoje na linha da OTAN, nossas forças militares estão voltadas
para o leste para evitar uma possível invasão. Do outro lado da linha,
as forças soviéticas também estão voltadas para o leste para impedir que
seu povo saia.”
No Afeganistão, que os soviéticos invadiram em 1979, Reagan mudou o
objetivo americano de apenas enfraquecer os ocupantes soviéticos para
forçar sua retirada. Ele forneceu bilhões de dólares em armas avançadas
que permitiram aos afegãos enviar milhares de soldados russos para casa
em sacos para corpos. Nem sempre foi uma parceria fácil. A equipe Reagan
ocasionalmente teve que reduzir o excesso de mujahideen que ameaçava
uma escalada, como quando os guerreiros sagrados cruzaram a fronteira em
um ataque noturno dentro da União Soviética.
Desde o início, Reagan combinou essas medidas coercitivas com a
diplomacia. Ele pressionou o sistema soviético para produzir um líder
reformista. Ele escreveu cartas à mão para cada primeiro-ministro
soviético, expressando sua esperança de negociações e reafirmando seu
desejo de evitar uma guerra nuclear. Em uma epístola de 1981 ao
primeiro-ministro Leonid Brezhnev, Reagan lembrou que “somente nós
tínhamos a arma definitiva, a arma nuclear” no final da Segunda Guerra
Mundial. “Se tivéssemos procurado dominar o mundo, quem poderia se opor a
nós? Mas os Estados Unidos seguiram um curso diferente” – de
reconstruir a Europa e o Japão. Reagan combinou essas garantias privadas
com a proclamação pública de que “uma guerra nuclear nunca pode ser
vencida e nunca deve ser travada”. Mesmo quando os três primeiros
ditadores soviéticos de sua presidência (Brezhnev, Yuri Andropov e
Konstantin Chernenko) não retribuíram seu gesto, as missivas de Reagan
os persuadiram de que os Estados Unidos não lançariam uma guerra nuclear
preventiva – e nem eles deveriam.
Então veio Mikhail Gorbachev. Assim que o novo líder soviético
assumiu o poder em 1985, Reagan o reconheceu como o reformador que ele
esperava – e vinha pressionando o sistema soviético a produzir. No
entanto, mesmo quando os dois líderes construíram uma parceria
diplomática que culminou no tratado de 1987 eliminando todas as armas
nucleares de alcance intermediário, Reagan não cedeu em sua campanha
militar, econômica e ideológica contra o sistema soviético. Isso incluiu
o aumento do apoio aos rebeldes afegãos (levando Gorbachev a lamentar o
Afeganistão como “nossa ferida sangrenta”), o desenvolvimento de
sistemas de armas avançadas, como o caça “invisível” e o bombardeiro que
poderiam penetrar em qualquer defesa aérea soviética, a defesa contínua
dos direitos humanos e da liberdade religiosa, e um implacável ataque
retórico ao sistema comunista, exemplificado por sua exigência de
“derrubem este muro!” [frase dita em um discurso proferido em Berlim].
Essa estratégia levou, notoriamente, à rendição negociada da União
Soviética e ao fim pacífico da Guerra Fria.
Empregar um manual semelhante na guerra da Ucrânia hoje implicaria
uma combinação de escalada vertical e horizontal com divulgação
silenciosa (e talvez pública) a Putin e seus generais, deixando claro
que os EUA não buscam um conflito nuclear – mas punirão severamente
qualquer uso nuclear. Não pretendo aqui apresentar um plano operacional
detalhado; o que mais importa é primeiro adotar a estrutura estratégica
correta. Mas apenas para oferecer alguns exemplos de medidas específicas
que podem ser tomadas: Os Estados Unidos e seus aliados da OTAN devem
aumentar imediatamente o apoio de defesa antimísseis à Ucrânia,
incluindo baterias Patriot e unidades do Sistema Nacional Avançado de
Mísseis Terra-Ar (ambos os quais derivam de tecnologias desenvolvidas
pela primeira vez no programa SDI de Reagan). Estes devem ser combinados
com o aumento dos fogos de contrabateria para permitir que a Ucrânia
destrua os lançadores de mísseis russos que visam civis ucranianos e com
outras armas ofensivas, como o HIMARS. A Casa Branca também deve
liderar a OTAN na implantação de caminhos navais no Mar Negro, como uma
demonstração visível para Putin das capacidades americanas e como um
impedimento adicional a qualquer detonação nuclear.
Para aumentar a pressão doméstica sobre Putin, os EUA devem lançar
uma campanha maciça de informação secreta – visando o público russo por
meio de internet, televisão, rádio e mídia impressa – que torne o nome
de Alexei Navalny e outros dissidentes russos conhecidos em todos os
lares russos. Também deve conscientizar todos os russos das centenas de
bilhões de dólares de Putin em riquezas roubadas e transmitir imagens
das dezenas de milhares de homens russos fugindo de seu país para fugir
do alistamento.
Tal abordagem traz riscos, com certeza, especialmente de que um Putin
ainda mais isolado e sitiado possa atacar. Mas nesta conjuntura da
guerra, e na campanha incendiária de Putin contra o Ocidente e contra
seu próprio país, todos os caminhos possíveis – seja escalar, desescalar
ou manter o curso atual – carregam riscos adicionais. A estrutura de
pressão e diplomacia de Reagan oferece a melhor maneira de combater
Putin, libertar a Ucrânia e evitar uma guerra nuclear.
WILLIAM INBODEN é professor de políticas públicas e diretor executivo
do Clements Center for National Security da Universidade do Texas em
Austin, é autor de ‘THE PEACEMAKER: Ronald Reagan, the Cold War, and the
World on the Brink'[O PACIFICADOR: Ronald Reagan, a Guerra Fria e o
Mundo à Beira da Guerra Nuclear, em tradução livre]. Ele serviu no
Departamento de Estado e na equipe do Conselho de Segurança Nacional no
governo de George W. Bush.
Na sessão desta quinta-feira, o plenário do TSE manteve a censura
ao documentário “Quem mandou matar Bolsonaro?”, da Brasil Paralelo.|
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Está havendo um furor censório. Censuraram agora até o futuro: um
documentário que ainda não viram, mas que não pode ser publicado antes
da eleição. Contrariaram o que está expresso no artigo 220 da
Constituição, que fala em total liberdade de informação em qualquer
meio, de qualquer tipo; que veda a censura, diz que nenhuma lei vai ter
restrição à informação. Simplesmente desconsideraram isso. Não houve
nenhuma votação no Congresso revogando o artigo 220 da Constituição; nem
seria possível fazer algo tão rapidamente, porque seriam necessárias
duas votações na Câmara e duas no Senado, com no mínimo 60% dos votos
dos deputados e senadores. Mas quatro dos sete ministros do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) fizeram isso.
Votaram pela censura os ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de
Moraes, Benedito Gonçalves e Carmem Lúcia – ela que, quando assumiu a
presidência do Supremo Tribunal Federal em 2016, disse, com a voz
embargada, que “cala a boca já morreu”, e agora está mandando calar a
boca. Votaram contra essa censura os ministros Raul Araújo, Sérgio
Banhos e Carlos Horbach – nenhum deles indicado pelo presidente Jair
Bolsonaro (PL). Com a censura, não é possível assistir agora ao
documentário da Brasil Paralelo Quem mandou matar Jair Bolsonaro?, sobre
quem mandou enfiar a faca de Adélio Bispo na barriga do então
candidato.
A decisão também desmonetizou os canais no YouTube da Brasil
Paralelo, Foco do Brasil, Folha Política e DR News. “Desmonetizar” é um
eufemismo que significa outra agressão à justiça e à lei, que é não dar a
remuneração do trabalho que a pessoa fez. Isso é gravíssimo. O jurista
Ives Gandra da Silva Martins disse que, em 64 anos de Judiciário, ele
nunca viu isso, nem no governo militar. O ex-ministro do STF Marco
Aurélio Mello disse que é gravíssimo, que vivemos tempos estranhos, e
desabafou: “censura, nunca mais”.
Justiça Eleitoral está perseguindo até Fusca e promoção de loja Eu
vi a notícia e não acreditei: em Palotina (PR), uma juíza eleitoral
mandou tirar de circulação um Fusca que estava pintado de verde e
amarelo, com a cara do Bolsonaro. Imaginem, se a dona Cleusa,
proprietária do Fusca, não tiver garagem e precisar deixar o carro na
frente de casa, vai ser multada todos os dias.
A decisão foi tomada com base na Lei 9.504, artigo 39, parágrafo 8.º.
Eu fui ver o que é isso; é a lei que proíbe outdoor na campanha
eleitoral. Segundo o Dicionário Aurélio, da Editora Positivo, outdoor é
aquele cartaz de propaganda na beira de estrada, um painel de
publicidade. Quer dizer que o Fusca é um outdoor? Um cartaz de
propaganda móvel? Dá para interpretar mil coisas.
E em Chapecó (SC) uma loja tinha oferecido 22% de desconto para as
compras à vista, mas a Justiça Eleitoral mandou retirar os 22%, disse
que não pode. Esse furor censório cai no ridículo – e é tudo a pedido do
PT. Eu fico me perguntando: por que um candidato precisa de tanta
censura? Os jovens haverão de perguntar: “Será que nós vamos sofrer
censura? Será que é isso que nós teremos?” Eu até fico preocupado,
porque este sábado é dia 22. De repente, um “papa Gregório” da Justiça
Eleitoral resolve abolir o dia 22 de outubro de 2022. E o que a gente
vai fazer? Vai pular de sexta para domingo! Será?
A censura é um câncer e, sendo câncer,
pode gerar metástase – a infecção sai do lugar onde começou e começa a
invadir, passo por passo, o organismo inteiro. É o que está acontecendo
com os atos de repressão do ministro Alexandre Moraes e seus imitadores
no Tribunal Superior Eleitoral contra órgãos de imprensa. Dia após dia,
violam de maneira cada vez mais maligna a liberdade de expressão,
estabelecida com palavras indiscutíveis na Constituição Federal do
Brasil – e proíbem os veículos de comunicação de publicarem qualquer
coisa que o ex-presidente Lula, candidato nas eleições do dia 30 de
outubro, não quer que seja publicada. A primeira agressão foi contra a
Gazeta do Povo, censurada pelo TSE por informar, com base em fatos
escandalosamente públicos, que Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel
Ortega, são aliados políticos e admiradores um do outro. Lula acha que
isso pode lhe custar votos. Exigiu então que a Gazeta não publicasse
nada a esse respeito e foi atendido na hora pelo TSE; sempre é. A partir
daí o câncer se espalhou. Acaba de infectar a rádio Jovem Pan, e pelos
mesmos motivos: levar ao ar notícias sobre fatos verdadeiros cuja
divulgação Lula não admite. A rádio está censurada pelo TSE por falar
dos processos e das condenações de Lula por corrupção e lavagem de
dinheiro. É como se não tivesse existido a Lava Jato, ou a sua prisão
durante 20 meses em Curitiba, ou a devolução em massa de dinheiro
roubado. A Jovem Pan não pode falar nada disso.
Nunca se viu numa eleição brasileira, nem mesmo nas eleições
consentidas e bem-comportadas feitas durante o AI-5, atos de ditadura
como os que estão sendo praticados neste momento pelo alto Poder
Judiciário. O processo eleitoral, por conta disso, está
irremediavelmente sujo; qualquer que seja o resultado, a dupla STF-TSE
conduziu durante toda a campanha um processo de destruição da democracia
que não pode mais ser consertado. A autoridade eleitoral abandonou, sem
maiores preocupações com aparências, a sua obrigação elementar de ser
imparcial – está agindo abertamente a favor de um candidato, o
ex-presidente Lula, contra o candidato adversário, o presidente Jair
Bolsonaro. Montou-se, aliás com a colaboração da maior parte da mídia,
uma colossal operação de fingimento, através da qual STF-TSE pretendem
salvar o Brasil do “autoritarismo” – e se servem desta mentira para
violar a Constituição, liquidar liberdades públicas e individuais, e
impor a censura em favor do seu candidato.
Nunca se viu numa eleição brasileira, nem mesmo nas eleições
consentidas e bem-comportadas feitas durante o AI-5, atos de ditadura
como os que estão sendo praticados neste momento pelo alto Poder
Judiciário
A metástase transbordou do seu foco inicial não apenas quanto aos
órgãos de imprensa perseguidos pelo TSE, mas também em relação aos
assuntos censurados. Alexandre Mores e seus associados no TSE proíbem a
exibição de vídeos em que Lula diz ”ainda bem” que “a natureza” nos
mandou a Covid – assim as pessoas aprendem a “importância do Estado”. É
proibido dizer que Lula foi o mais votado nas penitenciárias. Também não
pode dizer que o PT votou contra, na prática, o Auxílio Brasil proposto
no Congresso pelo governo – o partido negou o pagamento parcelado dos
precatórios, ou dívidas da União não pagas, e é daí que vem o dinheiro
para pagar o auxílio. Nem o ex-ministro Marco Aurélio, do próprio
Supremo, pode falar. Os ex-colegas proibiram que ele diga que Lula não
foi absolvido, em nenhum momento, pelo STF – apenas teve os seus
processos penais “anulados”, sem qualquer menção a provas ou fatos, o
que não tem absolutamente nada a ver com “absolvição”. É, em todo o
caso, uma interpretação dele como jurista, absolutamente legítima e
legal. Mas o ex-ministro foi proibido de falar. E por aí se vai, com
multas de 25.000 reais por dia para veículos de imprensa ou para
jornalistas que não obedecerem de imediato as ordens da censura – um
abuso sem precedentes na história da justiça brasileira.
Nenhum dos atos de censura do TSE, pelo que ficou provado nas suas
decisões, proibiu a publicação de notícia falsa – como, hipocritamente,
Moraes e colegas vêm dizendo que era a sua intenção, antes ainda da
campanha eleitoral começar. Agora se vê que só foi proibida, como sempre
quiseram eles, a publicação de informações verdadeiras. Estas sim, são e
sempre foram o objetivo real da repressão ditatorial mais flagrante que
o país já viu desde a abolição do AI-5. A ditadura do Judiciário está
proibindo dizer a verdade no Brasil.
Na sessão desta quinta-feira, o plenário do TSE manteve a censura
ao documentário “Quem mandou matar Bolsonaro?”, da Brasil Paralelo.|
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Ficam falando em fraude nas
urnas, em fraude na totalização dos votos, e a democracia já foi
fraudada faz tempo. Tentam inventar uma “democracia relativa”, que, como
dizia Millôr Fernandes, “é muito parecida com uma ditadura absoluta”.
Democrata passou a ser aquele que pensa como os ministros do TSE, que
estão ao lado de Lula, numa campanha eleitoral imunda. Se tem censura, é
ditadura. Se tem censura prévia, chegamos ao fim da linha.
De que ainda vale o artigo 220 da Constituição? Aquele que diz o
seguinte: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão
qualquer restrição”. De que ainda vale o segundo parágrafo desse artigo?
E ele é tão claro: “É vedada toda e qualquer censura de natureza
política, ideológica e artística”.
Nosso grito deve ser sempre por liberdade! Para a Brasil Paralelo,
revista Oeste, Jovem Pan, Gazeta do Povo, para você, para mim, para os
que não pensam como nós… Para todos!
O TSE vai ladeira abaixo, sem freio, arrancando dos brasileiros tudo o
que lhes garante a Constituição. E seus ministros vão criando
expressões absurdas, para defender o indefensável: a censura… Falam em
“ecossistema de desinformação”, “desordem informacional”, “desinformação
em segunda geração”. Reclamam de uma “rede bolsonarista”, da “forte
capacidade de mobilização” daqueles que consideram seus adversários. O
conteúdo é a favor de Bolsonaro e contra Lula? Não pode divulgar, não
pode compartilhar, mesmo que seja a pura verdade.
E a velha imprensa não reclama da censura. Pelo contrário, fala em
“ofensiva do TSE contra fake news”, na ação do Tribunal “para conter a
disseminação de mentiras”… Comentaristas ligados ao movimento
conservador são afastados. Os de oposição ao governo mantêm seus
espaços. Isso é isonomia… Um blog petista citado na Lava Jato pode
lançar o documentário Bolsonaro e Adélio – uma fakeada no coração do
Brasil… A Brasil Paralelo está proibida de falar do atentado.
Os todo-poderosos Enquanto Lula diz, em entrevista: “Tenho de
mentir! É preciso mentir. O político tem que mentir”, Alexandre de
Moraes recria o “assédio eleitoral”. O ministro ameaça prender dois ou
três empresários… Lula faz ameaças a Romeu Zema, Sergio Moro, Deltan
Dallagnol, Eduardo Pazuello. Nessa índole totalitária, eles estão do
mesmo lado, um como candidato, outro como árbitro da eleição.
A usurpação da Justiça para perseguir um lado e apoiar o outro vai
mais longe: o transporte gratuito para eleitores está liberado.
Sanduíche de mortadela também. O que era compra de votos deixou de ser.
Agora tudo é para garantir a democracia, até a censura. E o nosso grito
deve ser sempre por liberdade! Para a Brasil Paralelo, revista Oeste,
Jovem Pan, Gazeta do Povo, para você, para mim, para os que não pensam
como nós… Para todos! Sem exceção.
Contra o antipetismo e o bolsonarismo crônico ou agudo, o
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gravidade do problema ou em situações de estresse, como durante as
eleições, Calaboquil® pode ser usado em intervalos menores, mas nunca em
doses mais elevadas. Calaboquil® Comprimidos de 13mg deve ser
administrado via oral, colocando um comprimido sob a língua e calando
bem a boquinha.
Efeitos Colaterais
Alguns dos efeitos colaterais do Calaboquil® são contorcionismo
retórico ou argumentativo, sonolência ética, estupidez jurídica,
entorpecência intelectual, infecção do sistema eleitoral, depressão da
liberdade de imprensa, irritabilidade da sociedade indignada com esses
desmandos todos, fadiga do Estado Democrático de Direito, cólicas
ditatoriais e, em casos extremos e raros, coceira no cabo e no soldado.
Contraindicações Calaboquil® é contraindicado para petistas,
lulistas, esquerdistas, progressistas, comunistas, socialistas, artistas
parasitários, liberalóides do voto lulo, tucanos, abortistas,
psolistas, André Janones e Randolfe Rodrigues.
Advertências e Precauções
Antes de usar Calaboquil®, você deve comunicar seu superego se tiver
coragem, vergonha na cara ou ousadia, e sempre que estiver se sentindo
perigosamente livre, se tiver histórico de verdadite inconveniente
(popularmente conhecida como sincericite política aguda).
Calaboquil® é um medicamento que pode causar dependência política e
jornalística. Em casos de dependência ou uso prolongado, quando o
tratamento é interrompido bruscamente, pode haver sintomas como
convulsão social.
Durante o tratamento com Calaboquil® deve-se evitar o uso de
livre-arbítrio ou de quaisquer outras expressões da liberdade, pois este
medicamento pode prejudicar a capacidade individual de discernimento.
Superdosagem
Na experiência histórica, ocorreu superdose com Calaboquil®
predominantemente em administração concomitante a utopias totalitárias
diversas.
No caso de superdosagem, os sintomas variam em termos de gravidade,
indo desde uma nota de repúdio até uma ruptura institucional, coma e
morte.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure
rapidamente socorro intelectual e espiritual, e leve a embalagem ou bula
do medicamento, se possível. Ligue para o gabinete do senador Rodrigo
Pacheco (61) 3303-2794 / 2795 se precisar desabafar.
Composição
Calaboquil® Comprimidos. Cada comprimido contém: Alexandredemoralato de carmenluciol…………………… 13mg (Excipientes: beneditolito de tapinhol, lewandowskepan e essência de tirania)
Interações Medicamentosas Calaboquil® não deve ser administrado em
conjunto com algumas virtudes, como honestidade, humildade, temperança,
paciência, justiça ou generosidade.
O que devo fazer quando me esquecer de usar este medicamento?
Caso ocorra o esquecimento da administração de uma dose de
Calaboquil®, deve-se tomar o comprimido o mais rápido possível, antes
que a desordem informacional se espalhe ou que a honra de Lula seja
afetada por coisas que ele disse ou fez no passado.
Calaboquil® faz engordar? Muito pelo contrário! Estudos históricos mostram que o uso sistemático de Calaboquil® leva à crise econômica e à fome.
Gustavo Pisani, diretor de varejo no Grupo FCamara
Faltando pouco mais de um mês para Black Friday, é importante que os negócios se preparem para alavancar as vendas.
A aplicação de CRO, por exemplo, pode ajudar nesse quesito, além de
trazer vantagens ao consumidor, que terá cada vez mais experiências
personalizadas e rápidas.
Que a experiência do consumidor é essencial para qualquer varejista,
não é novidade. Ainda assim, muitas lojas virtuais perdem potenciais
clientes por não possuírem estratégias efetivas de conversão. Segundo o
relatório CX Trends Latam 2022, realizado pela Zendesk, empresa de CRM
voltado ao atendimento, 60% dos entrevistados procuram a concorrência
após uma única experiência ruim em uma loja. A técnica de Conversion
Rate Optimization (CRO), ou Otimização da Taxa de Conversão em
português, ajuda a evitar essa experiência negativa, especialmente em
datas comemorativas, como o Dia do Cliente, por exemplo, onde existe um
maior fluxo de compras no e-commerce, e, a ideia é sempre gerar
experiências rápidas e satisfatórias aos consumidores, e, ao mesmo tempo
gerar, lucratividade ao lojista.
Isso porque o CRO é responsável por mapear e aplicar melhorias em
cada etapa da jornada de compra e, assim, aumentar a taxa de conversão e
garantir que o consumidor que entrou na plataforma de vendas finalize a
transação. Uma equipe, geralmente composta por Product Owner, UX
Researcher, UX Designer, Analista de Dados, Dev Front End e Analista de
Qualidade, fica responsável por identificar pontos de otimização da
plataforma, coletar dados e formular as melhores estratégias.
“Durante a jornada de compra, é possível que o cliente encontre
atritos que o desmotivem na aquisição do produto ou serviço. Isso afeta a
fidelização e, principalmente, a taxa de conversão. Por isso é tão
necessário ter um squad voltado à experiência do cliente, identificando
esses atritos e aplicando técnicas de CRO para solucioná-los”, explica
Gustavo Pisani, diretor de varejo no Grupo FCamara, ecossistema de
tecnologia e inovação que potencializa a transformação dos negócios.
Pisani aponta três vantagens que demonstram a importância de os
varejistas aplicarem o CRO em seus negócios durante essas datas
comemorativas (e sempre).
1. Reconhecimento da marca
A marca ser vista com bons olhos é essencial. Se o seu processo de
compra for otimizado e intuitivo, ajudando o consumidor a obter o que
precisa com mais facilidade, ele criará confiança na loja e pode se
tornar um cliente frequente. Isso também se reflete nas ações dele após a
experiência de compra, como fazer avaliações positivas da loja nas
redes sociais e até mesmo divulgá-la de forma espontânea para outros
potenciais clientes.
2. Maior número de vendas
A essência do CRO é direcionar esforços para aumentar a taxa de
conversão. Sendo assim, uma plataforma otimizada, na qual não haja
problemas no tempo de carregamento das páginas, por exemplo, favorece o
usuário ao longo da sua jornada, estimulando-o a comprar o produto ou
serviço oferecido. Naturalmente, o número de vendas aumenta, assim como a
fidelização.
3. Retorno sobre Investimento (ROI)
Aplicar o CRO no e-commerce ajuda o lojista a investir nas
estratégias ideais, a partir da identificação do comportamento do
usuário. Assim, não se gasta tempo, esforço e nem orçamento em ações
que, provavelmente, não trariam o mesmo retorno financeiro e resultados.
Sobre o Grupo FCamara
O Grupo FCamara é um ecossistema de tecnologia e inovação que
potencializa a transformação dos negócios ao prover desenvolvimento e
soluções tecnológicas orientadas aos resultados dos clientes, com alta
especialização e atuação nos principais players do mercado de varejo,
saúde, seguros, banking, indústria de transformação entre outros. Após
imersão no Vale do Silício, fundou sua própria Corporate Venture, que já
lançou diversas startups com foco B2B.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para
divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais
veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das
empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros
meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda
existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou
produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio
funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas
vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender
que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará
entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim,
concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que
costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no
rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de
fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles
também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o
ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo
quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao
usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade
para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de
marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a
mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente
estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que
não estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de
alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários
dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas
vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver
seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do
nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a
visibilidade da sua marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Saguão da B3: investidores estão atento às eleições presidenciais e aos temores de recessão global.| Foto: Divulgação/B3
O
olhar dos investidores no Brasil está dividido. No horizonte mais
próximo, a atenção está nos movimentos eleitorais e no resultado que as
urnas vão apontar no dia 30. No mais distante, o desempenho da economia
mundial, que está perdendo força, principalmente por causa da elevada
inflação em vários países e da consequente alta nos juros para
combatê-la.
“É como se das três turbinas que movem a economia mundial – EUA,
China e Europa –, duas estivessem operando a meia força e a outra,
parada”, compara o diretor de investimentos da Portofino Multifamily
Office, Eduardo Castro.
Primeiro turno deixou cenário interno mais animado No front
interno, o mercado ficou mais animado depois do primeiro turno, graças
ao bom desempenho de candidatos mais conservadores nos estados e no
Legislativo e à margem relativamente apertada entre os candidatos à
Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Outro fator que dá ânimo é a inflação mais comportada. Após passar de
12% em abril, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 7,17% em setembro, e
as expectativas para o fim do ano estão em baixa há 16 semanas – o
ponto médio das projeções agora é de 5,62%. Mas o Banco Central
permanece atento a eventuais oscilações mais bruscas, mesmo depois de
três deflações seguidas, algo que não se via desde 1998.
“O BC deixou as portas abertas para uma eventual alta na taxa de
juro”, afirma Arthur Mello, da Vita Investimentos. As expectativas do
mercado, entretanto, são de que a Selic permaneça nos atuais 13,75% ao
ano pelo menos durante o primeiro semestre de 2023.
Para Carlos Macedo, especialista em alocação de recursos da Warren,
os ativos já estão “descontando”, de alguma forma, esse cenário mais
desafiador para a questão fiscal e de taxas de juro ainda elevadas. Por
isso, ele avalia que notícias positivas tendem a ter mais impacto que as
negativas.
Um fator crucial a ser observado é a composição da equipe econômica
do futuro governo. Segundo ele, com Bolsonaro, pode se projetar mais
previsibilidade, pois tende a manter Paulo Guedes no comando da
economia.
Com Lula, vai depender da composição da equipe. O encontro dele com o
ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique
Meirelles, em 19 de setembro, foi bem recebido pelo mercado.
Para investidores, parte da lição de casa já foi feita
O especialista da Vita diz que ainda há, no mercado, um apetite muito
grande por juros reais. O Brasil é um dos países que tem as maiores
taxas no mundo. Ele aponta que um movimento mais agressivo em direção a
títulos com juros pré-fixados só deve ocorrer quando houver uma
sinalização de que o Copom irá começar o ciclo de queda nos juros.
Mello acredita que, independentemente do resultado do segundo turno
das eleições presidenciais, o Brasil continuará atraente para os
investidores. “O país se antecipou ao movimento de alta nos juros, subiu
as taxas mais cedo, conta com ativos baratos e vem performando bem.”
A B3, a bolsa brasileira, continua recebendo recursos de investidores
estrangeiros. Em setembro, à espera do primeiro turno das eleições, o
saldo foi positivo, com uma entrada líquida de aproximadamente R$ 600
milhões – menor, no entanto, que os ingressos líquidos de R$ 1,85 bilhão
em julho e R$ 13 bilhões em junho.
“O mês foi marcado por decisões de políticas monetárias de bancos
centrais mundiais para tentar conter uma inflação persistente”, diz a
equipe de analistas da XP Investimentos.
O movimento melhorou em outubro. Até o dia 13, tinha uma entrada
líquida de R$ 2,17 bilhões, o que leva o total acumulado de 2022 para R$
92,1 bilhões.
A XP ressalta que o Brasil segue em destaque, tendo um dos poucos
bancos centrais do mundo que – neste momento – adotam um caminho mais
brando. “O fato de o ciclo de aperto monetário pela maioria dos bancos
centrais no mundo desenvolvido ainda não estar claro, enquanto no Brasil
parece estar se encaminhando para o fim, alimentou um otimismo mais
forte para o mercado por aqui.”
País não é a ilha da magia: desafios mundiais persistem Apesar de o
Comitê de Política Monetária (Copom) ter dado uma pausa na elevação da
taxa Selic, mantendo-a em 13,75% ao ano na última reunião, realizada em
setembro, o CIO da Arton Advisors, Bernardo Assumpção, aponta que o
Brasil não é a “ilha da magia” no cenário mundial.
“Estamos em um contexto extremamente delicado. Algumas das principais
economias globais estão com problemas de inflação e estão promovendo um
aperto monetário. A economia vai esfriar”, diz ele.
As últimas expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI),
divulgadas no dia 10, sinalizam para essa perda de força. Depois de
crescer 6% em 2021, as projeções para o PIB global sinalizam para uma
expansão do PIB global de 3,2% neste ano e 2,7% no ano que vem.
A desaceleração deve ser maior nas economias avançadas. O crescimento
foi de 5,2% em 2021, devendo cair para 2,4% em 2022 e 1,1% para 2023.
Segundo o FMI, o PIB alemão poderá encolher 0,3%; o italiano, 0,2% e o
inglês ter uma ligeira alta de 0,3%. “A economia vai esfriar. O inverno
vai ser longo e rigoroso”, comenta Assumpção.
Outro revés veio no dia 13, com a divulgação da inflação americana,
que foi maior do que a esperada. Isto aumenta a pressão por mais altas
de juros e acentua a possibilidade de a maior economia global entrar em
recessão.
“O Fed [o BC americano] está com uma missão complicada. Tem de
combater uma inflação de serviços, em meio a um cenário de desemprego
baixo e um cenário externo desafiador”, diz Castro, da Portofino.
Cenário ainda mais complicado vive a Europa. Além do problema de
inflação elevada, a região enfrenta uma crise energética. “Lá também há
problemas com alta nos preços dos serviços. O mercado de trabalho se
mostra apertado e ainda há incentivos para o consumo sendo mantidos”,
prossegue.
A China, outro dos motores da economia mundial, também enfrenta seus
problemas, mas de natureza diferente. “Lá, os problemas com a inflação
são menores. A questão é a dificuldade para crescer”, afirma Castro.
Três fatores estariam dificultando uma expansão com maior vigor:
Os problemas no setor imobiliário, que ganharam destaque no ano
passado com a crise da megaincorporadora Evergrande, uma das maiores do
país; As intervenções governamentais no setor de tecnologia da informação, que contribuíram para repelir investidores; e A
política rígida de combate à Covid-19. Atualmente testagens em massa
estão sendo feitas nas regiões de Xangai e Shenzhen, dois importantes
polos econômicos, e novos lockdowns não são descartados.
Questão fiscal: outra parte da lição de casa a ser feita Embora o
país tenha se adiantado no combate à inflação, outra parte da lição de
casa resta a ser feita no Brasil, apontam analistas ouvidos pela Gazeta
do Povo. Trata-se do reposicionamento do arcabouço fiscal, além das
reformas estruturais, como a tributária e a administrativa.
“Sem regras fiscais claras, os investidores acabam cobrando prêmios
maiores pelo risco”, diz Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. Ou
seja, seria necessário conviver com taxas de juros mais elevadas por
mais tempo, inibindo a atividade econômica e o crescimento.
Um cenário mais claro, em sua avaliação, somente será possível após
as eleições e com a definição da equipe econômica. Até agora, segundo
ela, o cenário está embaçado. “É preciso saber quais serão as
diretrizes, o que vai ser sinalizado e a receptividade do Congresso”,
cita.
Lula participa de encontro com evangélicos em São Paulo.| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
O candidato que disse não ter ido ao Círio de Nazaré, em Belém (PA), e
às comemorações de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), porque
não queria “misturar política com religião” acabou de renegar sua
postura. Em um evento com mais de uma centena de líderes evangélicos,
com direito a orações, bênçãos e imposição de mãos sobre um Lula de
joelhos, o petista lançou uma “Carta Pública ao Povo Evangélico” em que
faz uma série de afirmações a respeito de temas que interessam ao
público cristão, especialmente os de cunho moral. No entanto, uma
leitura atenta do texto, comparada com tudo o que Lula e o PT já
disseram ou fizeram em relação a esses assuntos, mostra que a campanha
petista está fazendo exatamente aquilo de que a esquerda vive acusando
pastores: explorar a boa fé do povo. E isso se percebe tanto pelo que a
carta diz quanto pelo que a carta omite.
Veja-se, por exemplo, o trecho que trata do aborto, um dos assuntos
mais caros ao eleitorado cristão e sobre o qual Lula dissera, em abril,
que “deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo
mundo ter direito e não ter vergonha”. O candidato não chegou nem mesmo a
copiar Dilma Rousseff em carta similar publicada na campanha de 2010;
naquela ocasião, a candidata disse que, “eleita presidente da República,
não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da
legislação do aborto”, enquanto Lula não fez promessa semelhante,
limitando-se a dizer que “este não é um tema a ser decidido pelo
presidente da República e sim pelo Congresso Nacional”.
O autoproclamado “homem sem pecados” quer convencer o público
evangélico de que, uma vez eleito, governará levando em consideração as
preocupações dos cristãos a respeito da defesa da vida e da família
Essa tentativa de se esquivar da responsabilidade é mentirosa, pois
um presidente pode orientar sua base aliada a votar contra um eventual
projeto que legalize o aborto, ou vetar uma lei em caso de aprovação,
mas Lula não se comprometeu com nada disso. Além disso, as últimas
décadas mostraram que o Poder Executivo tem muitas ferramentas para
fazer avançar o abortismo, como as normas técnicas do Ministério da
Saúde (e foi no governo Lula que o boletim de ocorrência foi dispensado
para a realização, no SUS, de abortos em caso de gravidez resultante de
estupro) e a escolha de ministros abortistas para o Supremo Tribunal
Federal, como é Luís Roberto Barroso, indicado por Dilma.
A confusão só cresce quando Lula, tendo jogado nas costas do
Legislativo a responsabilidade completa sobre uma eventual legalização
do aborto no Brasil, tenta puxar para si o crédito por projetos de lei
aprovados no Congresso. É o caso da mudança no Código Civil que inclui
as organizações religiosas na lista de pessoas jurídicas de direito
privado: a Lei 10.825/2003, sancionada por Lula, foi resultado de um
projeto de lei de autoria de um deputado do PL. Lula ainda se refere ao
texto como “assegurando a liberdade religiosa no Brasil”, como se esse
direito estivesse ameaçado de alguma forma antes da Lei 10.825, quando
na verdade a liberdade religiosa já estava consagrada na Constituição de
1988.
Guilherme de Carvalho: A esquerda ama as igrejas evangélicas – desde que elas fiquem caladinhas O
ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado ainda tratou do tema das
drogas – em que as comunidades cristãs têm um admirável protagonismo em
seus esforços de recuperação de dependentes – ao prometer “fortalecer as
famílias para que os nossos jovens sejam mantidos longe das drogas”.
Aqui, no entanto, ele vai de encontro às diretrizes de sua própria
legenda. A “descriminalização progressiva do consumo de drogas” consta
no Caderno de Resoluções do 6.º Congresso Nacional do PT, realizado em
2017 (que, aliás, também pede a “descriminalização do aborto e
regulamentação de sua prática no serviço público de saúde”). Mais
recentemente, as Resoluções do Encontro Nacional de Direitos Humanos do
PT listam, como uma das prioridades da legenda, “cessar a guerra às
drogas: regular, descriminalizar, redução de danos, educação e saúde”.
Como isso ajudará as famílias a manter os jovens longe das drogas é algo
comparável à famosa quadratura do círculo.
O autoproclamado “homem sem pecados” quer convencer o público
evangélico de que, uma vez eleito, governará levando em consideração as
preocupações dos cristãos a respeito da defesa da vida e da família. Mas
a verdade é que, como no ensinamento bíblico, não é possível a Lula
servir a esses dois senhores: as plataformas petistas se chocam
frontalmente com muito daquilo que os cristãos têm em altíssima conta.
E, neste famoso trecho do Sermão da Montanha, Cristo continua dizendo
que quem tem dois senhores “ou se dedicará a um e desprezará outro”. O
histórico de Lula é suficiente para sabermos quem acabará prestigiado e
quem acabará desprezado caso ele saia vencedor em 30 de outubro.
Eleições Lula e os católicos
Por Bruna Frascolla – Gazeta do Povo
Lula em encontro com religiosos em São Paulo.| Foto: RICARDO STUCKERT/ Divulgação
Um
item essencial ao neoesquerdismo é a vontade de ser moralmente superior
aos cristãos. E como eles provam isso? Adotando uma moral materialista e
proletária tirada de algum marxista? Não, pois são nova esquerda, e a
nova esquerda não lê Marx. O modo como eles provam isso é pinçando falas
de Jesus na Bíblia, ou então soltando frases açucaradas sobre amor
supostamente cristão, de modo que todo o mundo que não for um abraçador
de árvores fofinho é um mau cristão. Vejam bem, o cristianismo surgiu na
Antiguidade, reinou na Idade Média, então é altamente improvável que o
entendimento do cristão como um fofinho que distribui abraços tenha tido
validade histórica. Um mártir da Antiguidade, por sua disposição a
morrer pelo cristianismo, na certa passaria por um extremista e um
teocrata radical. Um cruzado medieval, por sua beligerância, logo seria
enquadrado como fascista. Essa concepção de cristianismo como fofura e
pieguice deve vir de alguma seita protestante dos EUA que nunca
enfrentou guerra religiosa. Hillary Clinton era uma fervorosa devota da
Igreja Metodista Unida e, a acreditarmos em Jonah Goldberg, seu
comunitarismo piegas é uma versão laica da religião que professava. Como
nos trópicos tudo se copia, a nova esquerda, e até a esquerda católica,
resolveram que ser cristão é ser um bleeding-heart liberal – algo como
“progressista de coração sangrando”, que é como os norte-americanos
chamam a esquerda piegas lá deles. As táticas argumentativas são pouco
discerníveis de chantagem emocional. Você é contra a distribuição de
modess grátis? Então as meninas pobres não vão ter dignidade (sic) para
menstruar. Vão ter que usar miolo de pão (sic!). Vão deixar de ir à
escola. Você é contra quotas raciais? Um bilhão de negros morrem a cada
minuto no Brasil por causa do racismo estrutural. Suas mãos estão sujas
de sangue! Você é contra o aborto seguro e legal? O aborto é uma questão
de saúde pública! Trilhões de mulheres morrem a casa segundo no Brasil
enfiando miolo de pão, aliás, cabide e até fuligem de fogão, como eu
ouvi em Jaguaquara na Bahia. As ricas fazem aborto e viram CEOs. As
pobres morrem. Assassino! Não adianta tentar usar a razão. Se você fizer
isso, é frio e insensível. A única reação aceitável é ir aos prantos e
se arrepender da opinião prévia, aceitando logo todas as leis que se
queira passar.
A Igreja católica de não muito tempo atrás A Igreja católica
sempre foi percebida pelo mundo protestante e rico como atrasada,
obscurantista, rudimentar – mais ou menos como o universitário
progressista vê os religiosos como um todo hoje, por mais que estudados.
Parte desse atraso, obscurantismo e rudeza consistiram, durante o séc.
XX, na recusa de pautas progressistas, tais como: a contracepção, o
aborto, a eutanásia, a esterilização compulsória e eugênica, a proibição
eugênica de casamentos interraciais, o racismo científico. Uso a
expressão “progressista” por mera precisão histórica, pois a era
presidida por esse movimento de elites se chamou Era Progressista, nos
EUA, um país de formação protestante, no qual catolicismo era coisa dos
pobretões irlandeses e italianos. A mesma ideologia reapareceu no final
do século XX com rebatizando-se de “liberalismo”, mas o próprio nome
“progressismo” nunca foi abandonado.
A própria oposição entre ser um adepto da Ciência e da Religião é uma
decorrência de um particularismo dos EUA, onde o literalismo bíblico
obriga ao criacionismo, por exemplo. A Igreja desde a Idade Média aderia
à “ciência”, que era o aristotelismo. O problema do geocentrismo não
decorria de literalismo bíblico, mas sim do fato de a Igreja ter adotado
o pagão Aristóteles como autoridade máxima em questões filosóficas. A
própria universidade é uma criação católica e medieval.
Outra diferença que vale ser pontuada entre o catolicismo e o
protestantismo é que este último, uma vez que se partiu numa miríade de
seitas, não tem uma opinião uniforme. O protestantismo é “homofóbico”? O
universitário jura que sim, mas a Igreja Anglicana dos EUA,
protestante, já se converteu num puxadinho do movimento LGBTQ. Silas
Malafaia é protestante, a Igreja Anglicana é protestante, a Bola de Neve
Church é protestante. Nos EUA, a luta contra o aborto conta com grande
mobilização protestantes evangélicos – mas há protestantes favoráveis
também. A Igreja Católica Apostólica Romana, não. Nela, não vale a
autoridade de trechos bíblicos citados isoladamente; vale a autoridade
do Papa, que, a seu turno, está sentado sobre uma ortodoxia construída
através de vários séculos. Importa notar que o Papa não é considerado
infalível 24h por dia, mas somente quando está falado ex cathedra. E por
mais que Bergoglio seja propenso a afetações progressistas, fato é que o
Papa nunca liberou o aborto.
Católicos progressistas enganam o eleitorado? Recentemente
estourou o conflito entre a cúpula e a base da Igreja católica no
Brasil. Como mostrou esta coluna, os leigos do Centro Dom Bosco,
apoiadores entusiasmados do católico Bolsonaro, já traziam o bispo do
Cazaquistão para o Rio de Janeiro por não se sentirem representados
pelos bispos da CNBB. A organização é contra o aborto, contra a
legalização das drogas e contra o comunismo – acredita na Profecia de
Cimbres, uma espécie de versão brasileira do Milagre de Fátima ocorrida
no sertão pernambucano em 1936. Segundo ela, o Brasil tem que rezar e se
penitenciar para o comunismo não banhar de sangue o nosso país.
Os membros do Centro Dom Bosco foram a Aparecida rezar o Rosário com
Bolsonaro. Segundo relatam, a reitoria de Aparecida fez o possível para
atrapalhar o evento, Bolsonaro acabou não indo para a reza, e eles (isso
está documentado no vídeo) eram perturbados pelos sinos enquanto
rezavam. Os sinos tocavam ininterruptamente, competindo com o microfone
do organizador.
A lacração do bispo durante a celebração já foi apontada por
observadores mais atentos do que eu. Quero apontar apenas que, num
contexto eleitoral, o bispo adere à agenda desarmamentista das ONGs
progressistas (“pátria amada não será armada”), mas não dá um pio sobre o
aborto. Sabemos que Bolsonaro é contra o desarmamentismo e o aborto, e
que Lula considera que o aborto “deveria ser transformado em uma questão
de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, como
disse em abril deste ano na Fundação Perseu Abramo. Noutras palavras,
Lula adere à agenda das ONGs progressistas não só na questão do
desarmamentismo, como também na defesa de que o aborto seja considerado
um direito humano.
Mas calma, que piora. Marcia Tiburi, um estereótipo ambulante que
goza de um cantinho especializado nas Frases da Semana, tem usado o
Twitter para comparar a ascensão de Bolsonaro à de Hitler. O Cardeal e
Arcebispo D. Odilo Scherer, após uma série de tuítes defensivos
garantindo que escreveu muito contra o aborto, deu esta tuitada: “Para
ser mais claro: parece-me reviver os tempos da ascensão do fascismo ao
poder. E sabemos as consequências…”. É o tiburismo cultural tomando
conta da cúpula católica brasileira.
O episódio do Centro Dom Bosco, aliado à aparição do Pe. Kelmon (que é
de uma igreja obscura), foi muito usado para dizer que bolsonaristas
odeiam padres e são falsos católicos. O teólogo por Roma e professor de
comunicação da UFBA Wilson Gomes tuitou assim: “Mandem mais vídeos de
bolsonaristas xingando padre. Isso tá fazendo um estrago nas intenções
de voto em Bolsonaro lá na minha aldeia que nem lhes conto.” A “aldeia”
dele deve ser a sua terra natal, uma cidade pequena no sul da Bahia que
deve ser orgulhar do quão longe chegou Wilson Gomes. E o Nordeste é a
região mais católica do Brasil.
Então vocês imaginem o tamanho do engodo que é imposto a essa
população: os católicos que seguem o Vaticano são falsos e fascistas;
Lula, que defende o direito ao aborto, é que é um bom católico. Wilson
Gomes pode mandar vídeos sobre como os católicos bolsonaristas são maus;
os bolsonaristas é que não podem mandar o vídeo em que Lula diz que
ninguém deveria ter vergonha de fazer aborto, porque o TSE não deixa.
“Ninguém é a favor do aborto” Justiça seja feita, a CNBB, por
meio da pessoa do D. Odilo, de fato se posicionou contra o direito ao
aborto. Mas, porém, contudo, todavia, quando se trata de influir nas
eleições, os bispos não movem uma palha para impedir o direito ao aborto
– ao contrário, já que atacam Bolsonaro.
A justificativa na ponta da língua dos wilsons gomes da vida é
importada dos EUA. “Ninguém é a favor do aborto”, dizem, antes de entrar
a ladainha dos zilhões de mulheres que morrem em abortos clandestinos
porque iam fazê-lo de qualquer jeito. Já que as mulheres abortam de
qualquer jeito, o bleeding-heart liberal quer que haja aborto público,
gratuito, de qualidade, para mulheres. Como “ninguém é a favor do
aborto”, teremos certeza de que adolescentes desmioladas (pleonasmo),
mulheres drogadas ou irresponsáveis em geral jamais usariam e abusariam
de algo público, gratuito, de qualidade, totalmente seguro (segundo a
propaganda).
Se não bastasse o bom-senso, a macabra repercussão da reversão de Roe
v. Wade no meio feminista e empresarial não deixaria crermos nisso.
Vimos que o aborto de fato é tratado como um meio de contracepção, com
as empresas passando-se por filantropas por custearem as viagens para o
aborto das suas funcionárias – amparar a maternidade, que é bom, nada.
Será que elas deixariam uma grávida que não quisesse abortar embolsar as
despesas do aborto?
Virada na cultura Durante as eleições de 2010, Serra,
ex-presidente da UNE, passava por direitista por adotar a pauta
contrária ao aborto. Talvez tenha sido nessa época que surgiu o “ninguém
é a favor do aborto”, com Dilma dizendo: “Não acho que nenhuma mulher
seja a favor do aborto. Como presidente da República, eu tenho de
encarar o fato que há milhares de jovens, de adolescentes, que, diante
do aborto, desprotegidas, fazem e adotam práticas, por que elas estão
abandonadas.” Daí entra o papo de questão de saúde pública, que é abrir
as portas (e os cofres) para a Planned Parenthood.
Seja como for, agora, em 2022, Lula está correndo atrás de todos os
meios possíveis para se apresentar ao eleitorado como contrário ao
aborto e até à possibilidade de se mudar de sexo. Foi o que ele fez no
Flow há pouco, com direito à imprensa amiga declarando aos quatro ventos
que Lula é “contra o aborto”.
Mas ele é contra o aborto “pessoalmente”, e, segundo alega, quem tem
que dizer se pode ou não abortar é a lei. Dada a anomia jurídica
reinante, essa não é uma posição muito animadora.
Em sua declaração contra o aborto, a CNBB disse que “ninguém poderá,
no futuro, acusar a mesma Igreja de não ter falado claramente e
defendido o primeiro direito dos nascituros: o respeito à sua vida.” Se
aceitarmos a premissa de que a CNBB tem alguma relevância nas audiências
do STF, é verdade. Mas eu não consigo imaginar Barroso ou Fachin
deixando trilhões de mulheres morrerem porque representantes do
heteropatriarcado capitalista querem controlar os corpos das mulheres.
Se havia uma hora de a CNBB tomar qualquer ação eficaz, era nas eleições. Assim, sua carta serve para lavar as mãos.
Liz Truss, primeira-ministra da Grã-Bretanha, durante uma
entrevista coletiva sobre a economia do Reino Unido em Downing Street,
em Londres, Grã-Bretanha, 14 de outubro de 2022.| Foto: EFE/EPA/Carlos
Jasso
As propostas de campanha da primeira-ministra britânica,
Liz Truss, giravam em torno do “mini-orçamento”, com o menor Estado e os
menores impostos possíveis. O plano econômico desenhado por Truss e o
antigo ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, e apresentado no final de
setembro, no entanto, foi anulado devido à crise que se agravou no país.
Agora, tanto Truss quanto o Partido Conservador estão fragilizados.
Uma pesquisa do YouGov, feita entre os dias 14 e 17 de outubro,
mostra que a primeira-ministra tem reprovação de 80% entre os britânicos
(um aumento de quase 15 pontos em uma semana). A taxa de aprovação, que
era de 22% quando ela foi eleita, caiu para 10%. A revista inglesa The
Economist comparou o poder de Truss com uma alface, dizendo que ambos
têm um prazo curto de validade.
Na segunda-feira (17), em entrevista à BBC, a premiê pediu desculpas
pelo plano econômico proposto por ela não ter funcionado. “Continuo
acreditando no crescimento e em uma economia baseada em impostos baixos
(…), mas fomos rápido demais”, explicou Truss, antes de reforçar que
segue no comando do país.
Essa certeza da premiê não se reflete no partido. Parte dos
conservadores até sugere a volta do ex-primeiro-ministro Boris Johnson,
apesar do controverso mandato que ele teve e que forçou sua renúncia. O
YouGov entrevistou parlamentares da legenda, e os dados mostram que só
dois a cada cinco (38%) defendem a permanência de Truss.
Entre os que dizem ter votado na primeira-ministra na eleição interna
do partido (57%), 39% afirmam desejar a renúncia dela, pouco mais de um
mês depois da eleição. No total, 55% querem a saída da premiê: é um
número expressivo para a base de sustentação de um governo que acabou de
começar.
Os riscos de uma renúncia Priscila Caneparo, professora de
relações internacionais do UniCuritiba e doutora em direito
internacional, lembrou que existe no Reino Unido o voto de desconfiança,
que permite que o primeiro-ministro seja destituído do Parlamento.
“Dentro dessa premissa, quem se fortalece é o Partido Trabalhista”,
opinou Caneparo.
Eleger outro comandante para o partido – e para o Reino Unido – pode
enfraquecer os conservadores e ainda colocá-los diante das eleições
gerais, o que possibilitaria a passagem de comando para os trabalhistas.
A oposição hoje é apontada como favorita em todas as pesquisas de
intenção de votos.
O parlamentar conservador Charles Walker afirmou em entrevista à BBC
que “se houvesse uma eleição geral amanhã, [os conservadores]
conseguiriam menos assentos do que o Partido Nacional Escocês [SNP, na
sigla em inglês]”.
Para evitar chegar a esse ponto, na terça-feira (18), a
primeira-ministra se reuniu com seu gabinete e participou de um encontro
com parte dos correligionários. De acordo com a imprensa britânica, os
parlamentares conservadores ouviram apelos de membros do governo para
adiar qualquer movimento para derrubar a líder antes que ela apresente
seu plano fiscal completo, no próximo dia 31.
Mudanças nas pautas conservadoras A proposta inicial de Liz Truss
era criar um grande corte de impostos, que beneficiaria até os mais
ricos. Para cobrir o buraco nas contas do governo, a ideia era pedir
empréstimos bilionários. O temor de um aumento na dívida pública
preocupou os investidores e fez a libra cair para o menor valor da
história frente ao dólar.
Depois dos investidores demonstrarem pessimismo em relação aos planos
econômicos de Truss, o governo britânico anunciou mudanças. Para
começar, na sexta-feira passada (14), a pasta das Finanças deixou de ser
chefiada pelo arquiteto do “mini-orçamento”, para a chegada de Jeremy
Hunt, ex-ministro da Saúde de David Cameron e Theresa May, considerado
“moderado”.
Assim que assumiu a função, o novo ministro anunciou o abandono da
redução prevista de 20% para 19% da primeira faixa de imposto sobre a
receita. Hunt também confirmou o aumento de 19% para 25% do imposto de
renda corporativo em abril de 2023.
O novo ministro das Finanças ainda sacrificou parte do enorme pacote
de ajuda de £ 100 bilhões (quase R$ 596 bilhões na conversão atual),
anunciado em 8 de setembro por Liz Truss, dois dias depois que ela
chegou a Downing Street.
Esse era um mecanismo destinado a limitar as contas de energia
doméstica a uma média de £ 2,5 mil (cerca de R$ 14,9 mil) por ano
durante os próximos dois anos e foi bem recebido pelo público,
especialmente devido à crise energética que assola a Europa.