BRASÍLIA (Reuters) – Pessoas ficam “falando de picanha e cerveja” e
não têm noção do que houve com o Brasil no passado, com dados negativos
de educação e crescimento, disse nesta quarta-feira o ministro da
Economia, Paulo Guedes, sem mencionar diretamente o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, argumentando que “tem gente sonhando em voltar com
a mediocridade”.
“Ficam aí falando agora de picanha e cerveja, não têm noção do que
aconteceu, último lugar no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes), crescimento zero”, disse ele palestra no Fórum Nacional de
Logística e Infraestrutura Portuária.
“De repente a gente chega, começa a mudar a direção, cai um meteoro
na nossa cabeça, a gente atravessa e estamos saindo do lado de lá com
uma dinâmica de crescimento próprio garantida, e tem gente sonhando com
voltar à mediocridade anterior.”
Lula (PT), que concorre com o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas
eleições presidenciais, tem afirmado em sua campanha que um eventual
governo petista retomará o poder de compra da população, argumentando
que o brasileiro voltará a ter recursos para comprar cerveja e picanha.
No fórum, o ministro também afirmou que o Brasil precisa extrair
rapidamente seu petróleo, enquanto o insumo tem valor, para investir em
saúde e educação, enquanto avança na transição para a energia verde.
Segundo ele, isso não pode ser feito em um país “refém” de estatais
monopolistas e verticalizadas.
Guedes disse ainda que servidores públicos deram extraordinária
contribuição ao não receberem reajustes de remuneração durante a
pandemia de Covid-19, ressaltando que os aumentos salariais serão
retomados “já já”.
O ministro disse ser verdade que o investimento público no Brasil
caiu a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas ponderou que o país
recuperou sua dinâmica de crescimento com uma mudança de eixo econômico
para o investimento privado, que soma 19% do PIB.
Em relação à reforma tributária, o ministro disse que o Senado deve
aprovar a reestruturação nas regras do Imposto de Renda ainda neste ano
–o texto já foi aprovado pela Câmara. Ele argumentou que a tributação de
dividendos contida na medida seria usada para financiar o valor mais
alto do programa Auxílio Brasil a partir de 2023.
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AFP PICTURES OF THE YEAR 2018 —
Brazilian right-wing presidential candidate Jair Bolsonaro gestures
after being stabbed in the stomach during a campaign rally in Juiz de
Fora, Minas Gerais State, in southern Brazil, on September 6, 2018. –
Frontrunner Bolsonaro was attacked with a knife while campaigning — but
escaped with just minor injuries, his son said. (Photo by Raysa LEITE /
AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO /RAYSA
LEITE” – NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A
SERVICE TO CLIENTS
Facada sofrida por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 é
tema de documentário censurado da Brasil Paralelo.| Foto: YouTube /
Reprodução.
Quem ainda nutria algum tipo de dúvida sobre o ânimo censor que move
os ministros do Tribunal Superior Eleitoral nestas eleições passará a
ter apenas certezas ao ler a mais recente decisão de Benedito Gonçalves,
atendendo parcialmente a pedido da coligação do ex-presidente,
ex-presidiário e ex-condenado Lula. O integrante do Tribunal Superior
Eleitoral entrou em um dos poucos territórios ainda por desbravar no
campo dos ataques à liberdade de expressão neste pleito de 2022: o da
censura prévia. A vítima é a produtora de conteúdo Brasil Paralelo e seu
documentário Quem mandou matar Jair Bolsonaro?, que tinha estreia
prevista para os próximos dias. Até então, todas as decisões de censura
oriundas da corte eleitoral visavam conteúdos que já haviam sido
publicados; a censura prévia, no entanto, ressuscita os tempos sombrios
da ditadura militar.
O pedido de investigação feito pelos advogados de Lula já era uma
peça de índole praticamente totalitária, a julgar pela quantidade e
variedade dos pedidos feitos ao ministro Gonçalves. A coligação
solicitava a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático de 11
pessoas; a suspensão de 113 perfis e canais no Twitter, TikTok,
Facebook, Instagram, YouTube, Telegram e Gettr – incluindo alguns deles
pertencentes a parlamentares; a retirada do ar do site da revista Oeste e
de mais quatro sites; a proibição de qualquer impulsionamento de
conteúdo da Brasil Paralelo que seja tido como favorável a Jair
Bolsonaro e prejudicial a Lula; a censura prévia ao documentário Quem
mandou matar Jair Bolsonaro?; e a censura a outro documentário da Brasil
Paralelo já publicado no YouTube, Quem mandou matar Celso Daniel? Que a
equipe jurídica de Lula realmente pretendesse tudo isso é bastante
plausível, dado o amor do petismo pela mordaça; mas apresentar uma
enorme lista de pedidos também serve como estratégia, pois o PT sabe
que, se conseguisse apenas uma fração dessas medidas, como acabou
ocorrendo, já faria um estrago considerável sem deixar tão escancarado o
papel do TSE como linha auxiliar da campanha de Lula.
A adoção da censura prévia nesta reta final de campanha é a
comprovação de que o TSE considera não haver freio nenhum à sua atuação
E com base em quê o petismo pretendia essa perseguição sem
precedentes? A leitura da peça redigida pelos advogados de Lula é
bastante didática neste sentido. Aprende-se ali, por exemplo, que
pessoas com afinidades político-ideológicas não deveriam poder
compartilhar os conteúdos e publicações umas das outras. Da mesma forma,
ficamos sabendo que uma empresa não deveria poder usar as receitas que
conquista com a oferta de produtos que agradam seu consumidor para
impulsionar nas mídias sociais os conteúdos que cria; nem poderia usar
esse dinheiro para defender aquilo em que acredita; e muito menos
poderia escolher quais de seus produtos oferecerá ao público de forma
diversa do seu modelo de negócio habitual. Se algo assim ocorre,
especialmente quando se trata de criticar Lula, o “democrata”, o
“moderado”, a “alma mais honesta do país”, as únicas explicações
possíveis seriam abuso de poder e a constituição de uma rede sórdida de
campanha política – algo, talvez, semelhante aos antigos MAVs petistas
ou ao mais recente “mensalinho do Twitter”…
Pois Benedito Gonçalves comprou todo ou quase todo esse discurso,
ainda que não tenha decretado nenhuma quebra de sigilo, nem ordenado a
suspensão dos perfis em mídias sociais. Mas, na prática, ele assumiu o
papel de administrador – “interventor” talvez seja uma descrição melhor –
da Brasil Paralelo, determinando como um ente privado não pode tornar
público o seu conteúdo ou usar o seu dinheiro. Dinheiro, aliás, que o
ministro do TSE resolveu confiscar ao determinar a desmonetização da
Brasil Paralelo e outros três canais do YouTube, revertendo os valores
para uma conta judicial – curiosamente, uma das pouquíssimas medidas que
a equipe de advogados de Lula não pediu, tendo sido tomada de ofício
por Gonçalves, em mais uma demonstração de que os tribunais superiores
hoje se veem acima de qualquer princípio jurídico, inclusive o de que a
Justiça só age quando provocada.
Quanto à censura prévia, Gonçalves insulta a inteligência do
eleitor e a Constituição ao dizer que “a semana de adiamento não
caracteriza censura” e que se trata apenas de “inibição do desequilíbrio
que potencialmente adviria do lançamento na derradeira semana de
campanha”. Como o ministro chega à conclusão de que Quem mandou matar
Jair Bolsonaro? causaria “desequilíbrio”? Não se sabe, pois ele
certamente não viu a peça que censurou, o que não o impediu de escrever,
na decisão, que o formato de documentário seria apenas uma “roupagem”
para dar “exponencial alcance” a “tema reiteradamente explorado pelo
candidato [Bolsonaro] em sua campanha”. Os censores da ditadura ao menos
assistiam àquilo que impediam de ir ao ar…
Sob o manto da “defesa da democracia” e da “proteção da isonomia”, a
Justiça Eleitoral tem adotado medidas claramente autocráticas e que
desequilibram totalmente a balança em benefício de um dos lados. A
adoção da censura prévia nesta reta final de campanha é a comprovação de
que o TSE considera não haver freio nenhum à sua atuação. Vivemos
tempos difíceis e anormais, em que o direito à crítica, ao trabalho
jornalístico e à exposição de fatos está submetido à vontade de alguns
poucos que, embriagados pelo poder que detêm, abandonaram seu papel de
coibir o abuso real para perseguir abusos imaginários, tornando-se eles
mesmos o reflexo fiel daquilo que alegam estar combatendo.
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em conversa
presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em 31 de agosto de 2022| Foto:
Alejandro Zambrana/Secom/TSE
O Ministério da Defesa informou que
não fez auditoria no sistema eletrônico de votação brasileiro durante o
primeiro turno das eleições 2022. Segundo a pasta, de acordo com o que
foi estabelecido pela Resolução n° 23.673/21, do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), técnicos do órgão atuaram na fiscalização do sistema a
convite do próprio tribunal.
A afirmação consta em uma nota enviada à Gazeta do Povo pela
assessoria da Defesa na noite de terça-feira (18), após ser questionada
sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Ele
determinou que o ministério apresente, no prazo de 48 horas, cópias dos
documentos da auditoria que os militares eventualmente tivessem feito
sobre as urnas. A decisão foi publicada na edição desta terça-feira (18)
do Diário da Justiça Eletrônico, mas traz a data de 11 de outubro.
Na mesma nota enviada à reportagem, o ministério disse que as Forças
Armadas seguem rigorosamente a resolução do TSE, e que a atuação é
pautada pela legalidade e pela colaboração com a Justiça Eleitoral.
“O Ministério da Defesa informa que a equipe de técnicos das Forças
Armadas atua, a convite do Tribunal Superior Eleitoral, na fiscalização
do sistema eletrônico de votação, conforme definido na Resolução n°
23.673/21, do TSE. À luz dessa norma, cabe às entidades fiscalizadoras a
fiscalização e não a auditoria do sistema. Ressalta-se que a equipe das
Forças Armadas segue, rigorosamente, a referida resolução e a atuação é
pautada pela legalidade, pela elevada capacidade técnica e pela
colaboração com a Justiça Eleitoral”, afirmou o Ministério da Defesa.
Decisão de Moraes A decisão foi dada por Moraes após o Diretório
Nacional da Rede Sustentabilidade apresentar uma representação eleitoral
contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Na
ação, o partido citou uma live, de 05 de maio deste ano, em que o
presidente teria insinuado que pretendia contratar uma auditoria privada
para fiscalizar o processo eleitoral de 2022.
Moraes também salientou na decisão publicada nesta terça (18) que “as
notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas,
mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem
demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo
pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de
finalidade e abuso de poder”.
Diante disso, além do prazo já citado dado ao Ministério da Defesa,
Moraes também determinou que o presidente Jair Bolsonaro apresente a sua
defesa em cinco dias.
A questão relacionada às Forças Armadas deve ser esclarecida com o
envio das informações por parte do Ministério da Defesa – de que não
houve auditoria por parte dos militares – à Justiça Eleitoral.
Segundo informações do Uol, houve uma reunião entre Moraes e o
ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, na noite
de terça-feira (18). Segundo o veículo, não houve entrega de documentos e
a conversa teria sido sobre o trabalho de fiscalização no segundo turno
do pleito.
Auditoria do PL O Partido Liberal (PL), legenda à qual Bolsonaro é
filiado, contratou uma auditoria sobre a segurança do sistema de
votação, apuração e totalização dos votos pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Os resultados foram divulgados em 28 de setembro. O
partido disse ter encontrado, entre outros pontos, um “quadro de atraso”
na implantação de medidas “mínimas necessárias” na segurança da
informação; risco de invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais,
“com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”; e um “poder
absoluto” de alguns técnicos da Corte para “manipular resultados da
eleição, sem deixar qualquer rastro”.
A divulgação do documento causou reação na Justiça Eleitoral. Em nota
oficial, o TSE afirmou que as conclusões da auditoria do PL “são falsas
e mentirosas”. À época, Moraes também determinou a apuração de
responsabilidade criminal de seus idealizadores – “uma vez que é
apócrifo”, disse o tribunal –, bem como uma investigação contra o PL por
suposto desvio de finalidade no uso de verba do fundo partidário.
Ex-ministro Henrique Meirelles se com Lula em ato com ex-presidenciáveis.| Foto: Ricardo Stuckert/PT
O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles
afirmou que a condução da economia em um eventual no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT,
ainda é incerta. Na visão dele, Lula é favorito para vencer a eleição em
30 de outubro, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem chance de
vencer o pleito.
As afirmações de Meirelles foram divulgadas pela consultoria
norte-americana Eurasia na terça-feira (18) aos seus assinantes. Não se
sabe, porém, quando as declarações foram dadas pelo ex-ministro. O site
Poder360 teve acesso ao documento da consultoria e publicou as
informações na noite de terça.
Meirelles declarou apoio a Lula. Ele foi presidente do Banco Central
nos dois mandatos do petista e também foi ministro da Fazenda no governo
do ex-presidente Michel Temer (MDB).
De acordo com a análise feita por Meirelles, existem três modelos
econômicos que foram adotados pelos governos de Lula e da ex-presidente
Dilma Rousseff (PT) e ainda não é possível saber qual deles será adotada
por ele, no caso de vencer o segundo turno em 30 de outubro.
O primeiro modelo foi adotado no primeiro governo de Lula, no qual
atuou na geração de empregos e redução da pobreza, mas permaneceu atento
à responsabilidade fiscal, de acordo com a avaliação pelo ex-presidente
do Banco Central. Já o segundo foi menos preocupado com as contas
públicas e mais voltado às demandas políticas. O terceiro modelo foi o
do governo Dilma e que levou o país à recessão.
“O plano [de Lula em 2022] foi preparado levando em conta uma visão
similar à do 3º governo do PT, a administração de Dilma Rousseff,
especialmente porque quem desenvolveu esse programa foi um grupo de
economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e de empresas
estatais com indutores do desenvolvimento”, afirmou Meirelles, segundo o
Poder 360.
Mesmo assim, ele reforçou que ainda não é possível saber qual é o
caminho que será adotado se Lula for eleito e espera que o primeiro
modelo seja seguido novamente. Segundo Meirelles, apesar da prevalência
de ideias estatizantes, há diferentes correntes econômicas na campanha
petista e também existe a possibilidade de discussão de propostas
divergentes.
Vitória
(ES) – Supermercados lotados e com filas nos caixas e na entrada
funcionam em horário reduzido. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Inflação prevista para 2023 é de 5%, segundo o Focus| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Interessante como se escondem boas notícias. Os canais tradicionais
de informação, que estão em plena campanha política como militantes
ideológicos e partidários, escondem o que é bom. “O que é bom a gente
esconde, e o que é ruim a gente mostra”, ao contrário do “princípio” do
então ministro da Fazenda Rubens Ricupero. O fato é que, das 20 maiores
economias do mundo, nós só perdemos em bons resultados para o Japão, a
Arábia Saudita e a China – sendo que no caso da China há uma ressalva:
consta que o governo comunista chinês está escondendo dados negativos da
economia nesses últimos dias. Então nem sabemos o resultado real. Nossa
inflação está bem menor que a inflação americana e que a inflação da
zona do euro. Se nós perdemos para três, estamos ganhando de 16 países
com economias importantes.
Pobres dos nossos vizinhos do norte e do sul, Venezuela e Argentina,
que estão na ponta das inflações. A Argentina já ultrapassou a
Venezuela. Está todo mundo falando em 100% de inflação. Nos últimos 12
meses, nós estamos com inflação que passa de 7%; neste ano, temos 4% e a
previsão até o fim do ano é de um pouquinho acima dos 5%. A Europa já
ultrapassou 10%; os Estados Unidos ultrapassaram 8%.
Lula desiste de debate Na sexta-feira, dia 21, teríamos mais
um debate do segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Um
debate que envolve o Estadão, a CNN, o SBT e mais a rádio Nova Brasil, o
portal Terra e a revista Veja. Só que, depois do debate da Band, o
candidato Lula achou que não pode mais se expor desse jeito. Então, foi
anunciado na terça-feira, dia 18, que ele recusou e não vai comparecer a
esse debate de sexta-feira, às 21h30. Então Bolsonaro vai sozinho. Esta
terça foi o Dia do Médico e Bolsonaro esteve em Juiz de Fora (MG) para
agradecer aos médicos. E teve lá aquele mar de gente, como sempre. Antes
disso, o presidente foi a São Gonçalo (RJ), na Baixada Fluminense.
Brasil Paralelo é censurado pelo TSE O PT conseguiu no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) uma censura prévia sobre o canal Brasil
Paralelo, que apresentaria no próximo dia 24 um documentário sobre a
facada de Adélio Bispo em Bolsonaro. Mas agora não pode, só depois da
eleição, diz o ministro Benedito Gonçalves, que atendeu ao pedido do PT e
determinou a desmonetização, contrariando o direito à remuneração pelo
trabalho. Interessante que canais que estão aí na militância política,
mas que são canais tradicionais, ficam intocados. Como deveriam ser
todos os canais. É o direito à liberdade de expressão, mas alguns são
punidos e outros não. Alguns são censurados e outros não, quando nenhum
deles deveria ser censurado, nem de um lado, nem do outro.
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.| Foto: Antonio Lacerda/EFE.
Com
o 2º turno das eleições presidenciais chegando, muitos querem fazer
crer que o brasileiro vai às urnas escolher entre o “Orçamento Secreto
de Bolsonaro” e o “Petrolão e o Mensalão de Lula”. Alguns até dizem que o
“Orçamento Secreto de Bolsonaro” é pior que o Petrolão e o Mensalão do
PT (Partido dos Trabalhadores). Em primeiro lugar, o Orçamento Secreto
(as chamadas “emendas do relator”) não é do presidente Jair Bolsonaro. O
Orçamento Secreto é, na verdade, uma artimanha do Congresso que,
inclusive, reduz o poder do Executivo Federal. Por outro lado, o
Mensalão e o Petrolão, os dois maiores esquemas de corrupção da história
do país, operacionalizados diretamente pelo PT de Lula para comprar os
votos dos parlamentares, concentravam poder no Executivo Federal.
Segundo, é preciso trazer luz sobre o que realmente é o Orçamento
Secreto, suas origens e seu funcionamento. Uma parte do orçamento
brasileiro, em vez de ser direcionada pelo Poder Executivo, fica a cargo
do Congresso. A maneira usual do Congresso direcionar sua parte do
orçamento era por meio das emendas individuais, que são distribuídas de
forma igualitária entre os deputados e senadores, e são sempre
transparentes sobre qual parlamentar direcionou os recursos e para qual
fim. Este ano, as emendas individuais somaram R$ 9 bilhões (R$ 17,6
milhões para cada parlamentar). Também existem as emendas de bancada,
que são direcionadas pelo mesmo estado ou região; e as emendas de
comissões permanentes da Câmara ou do Senado.
Já as emendas de “relator-geral” existiam antes do governo Bolsonaro,
mas em 2019, quando elaboraram o orçamento de 2020, os parlamentares
resolveram ampliá-las. Foi aí que a história do “Orçamento Secreto”
começou. “Diferentemente das emendas individuais, em que cada
congressista escolhe com autonomia para onde vai o dinheiro, no caso das
emendas do relator, é esse parlamentar que centraliza as demandas dos
parlamentares e envia para os ministérios executarem os gastos, numa
negociação que passa pelos principais caciques do Congresso, em especial
os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG)”, diz Mariana Schreiber, correspondente da BBC News
Brasil em Brasília.
“O relator que manda o dinheiro, mas o destino é escolhido por meio
de acordos com parlamentares”, explicou o deputado federal Vinícius Poit
(Novo-SP) nas redes sociais. “Quando o STF [Supremo Tribunal Federal]
pediu ao Congresso a lista de parlamentares envolvidos no Orçamento
Secreto e suas indicações, o Congresso encontrou uma forma de maquiar o
processo. Parlamentares que não querem se expor colocam um ‘usuário
externo’ como responsável por solicitar o recurso”, continuou Poit.
Assim, o que é secreto na emenda do relator não é a despesa, e sim o
parlamentar que a solicitou.
… o Mensalão e o Petrolão, os dois maiores esquemas de corrupção da
história do país, operacionalizados diretamente pelo PT de Lula para
comprar os votos dos parlamentares, concentravam poder no Executivo
Federal
De fato, o orçamento brasileiro jamais deveria depender de um
parlamentar-relator, nem deveria ser difícil rastrear o parlamentar que
solicitou a destinação, mas a imposição dessa modalidade veio do
Congresso Nacional, por uma lei aprovada pela maioria dos parlamentares.
Na elaboração da Lei Orçamentária de 2020, o Congresso tirou ainda mais
o orçamento do Executivo (que iria para os ministérios), e ampliou para
R$ 30 bilhões as “emendas do relator-geral”. Ao sancionar o orçamento
de 2020, o presidente Bolsonaro vetou o aumento das verbas para o
relator-geral (que viria a ser o Orçamento Secreto), já que isso
enfraquece a capacidade do Poder Executivo de realizar políticas
públicas. Porém, o Congresso derrubou o veto.
Como era uma guerra de braço em que o Congresso tinha mais poder (por
poder derrubar o veto do presidente), o governo Bolsonaro teve de
aceitar negociar o orçamento com os parlamentares. Os presidentes da
República que já viraram as costas para o Parlamento, como Fernando
Collor de Mello e Dilma Rousseff, sabem que isso é imperdoável na
democracia brasileira. Assim, em março de 2020, o Congresso manteve o
veto de Bolsonaro, pois o governo aceitou entregar cerca de metade dos
R$ 30 bilhões ao Congresso. Segundo os parlamentares, a articulação se
deu por meio do ministro da Secretaria de Governo e também responsável
pela relação do Executivo com o Congresso à época, Luiz Eduardo Ramos.
Nem de longe isso é a mesma coisa que comprar votos dos parlamentares
com recursos desviados de contratos superfaturados, como Lula e o PT
fizeram no Mensalão e no Petrolão, dois dos esquemas mais corruptos e
antidemocráticos da história do Brasil. Se você fosse presidente e
soubesse que o Congresso tem o poder de derrubar o seu veto, qual a
melhor escolha: vetar o valor cheio, sabendo que o veto será derrubado e
que os parlamentares irão direcionar os recursos, ou negociar e deixar
só uma parte do valor? É uma decisão decorrente da política. O
Parlamento representa o povo brasileiro e todos os presidentes precisam
dialogar e negociar com o Congresso dentro das regras da Constituição.
O Orçamento Secreto fortalece tanto o Congresso Nacional que o
próprio adversário, Lula da Silva, admite isso, embora de modo
desrespeitoso. O ex-presidente e ex-presidiário Lula tem chamado o
presidente Bolsonaro de “bobo da corte”, querendo dizer que Bolsonaro
“já não tem poder sobre o Orçamento e quem manda nos gastos é o
Congresso”, analisou a BBC. Neste ano, são R$ 16,5 bilhões para esta
modalidade de emendas. Para o ano que vem, o governo sugeriu R$ 19,4
bilhões. O mais engraçado é que, de um lado, o PT acusa o Bolsonaro de
ser um aspirante de ditador, de outro, reconhece que o Parlamento, a
chamada “casa do povo”, nunca teve tanto poder sobre o orçamento
público.
Além disso, embora o PT e Lula se coloquem publicamente contra o
Orçamento Secreto, o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, deu o
voto definitivo a favor do Orçamento Secreto. “O voto do petista foi
considerado definitivo, já que a votação acabou em 34, aqueles a favor
do sigilo dos beneficiados, contra 32, que queriam que fosse revelado o
destino do dinheiro público”, escreveu a jornalista Anita Efraim, no
Yahoo Notícias. Ele não foi o único a se beneficiar das emendas.
Quatro parlamentares do PT destinaram ao menos R$ 48,7 milhões do
orçamento secreto até maio deste ano, além de Rogério Carvalho, eram
eles os senadores petistas Fabiano Contarato (ES) e Humberto Costa (PE),
e o deputado federal Paulo Guedes (MG), homônimo do ministro da
Economia. Para defender o PT, a assessoria de Contarato disse que ele
era filiado à Rede quando utilizou o Orçamento Secreto. Mas cabe notar
que ele foi convidado pelo próprio Lula para se filiar ao PT. Resumindo,
o PT de Lula esteve envolvido no Mensalão, no Petrolão e no Orçamento
Secreto (já pode pedir música no Fantástico!).
Além disso, embora o PT e Lula se coloquem publicamente contra o
Orçamento Secreto, o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, deu o
voto definitivo a favor do Orçamento Secreto
Na votação das regras do Orçamento Secreto de novembro de 2021 em que
o senador petista Rogério Carvalho deu o voto definitivo, 268 deputados
federais votaram a favor do projeto, contra 31 que votaram “não”, sendo
que eram necessários 197 votos favoráveis. Outros dois não votaram, um
se absteve, 90 ficaram na obstrução e 121 estavam ausentes. Entre os
deputados que votaram “sim”, figuravam filiados ao PSC (Partido Social
Cristão), MDB (Movimento Democrático Brasileiro), PSDB (Partido da
Social Democracia Brasileira), PP (Progressistas), União Brasil,
Patriota, Republicanos, PROS (Partido Republicano da Ordem Social), PL
(Partido Liberal), Solidariedade, PSD (Partido Social Democrático), PSB
(Partido Socialista Brasileiro), Podemos, Avante, PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro) e PV (Partido Verde). A obstrução, de fato, foi
escolhida por muitos deputados da esquerda, do PT, PCdoB (Partido
Comunista do Brasil) e PSB. Mas, entre as ausências, figuravam
importantes nomes do PT, como Maria do Rosário (RS), Nilto Tatto (SP),
Flavio Nogueira (PI), Paulo Teixeira (SP) e Rui Falcão (SP); e Luiza
Erundina (SP) e Ivan Valente (SP) do Psol (Partido Socialismo e
Liberdade): por que esses deputados não compareceram para votar contra?
O Mensalão e o Petrolão foram grandes esquemas de corrupção, por meio
de desvios de dinheiro público, geralmente em dinheiro vivo (até
dólares na cueca e malas de dinheiro), com base em contratos
superfaturados, que eram dirigidos por Lula, José Dirceu e pelo PT de
dentro do Palácio do Planalto. Esses recursos não passavam pela
contabilidade pública, não deixavam registros nos sistemas oficiais, não
tinham qualquer controle público (somente controles em planilhas
não-oficiais que ficavam nos setores de “operações estruturadas” dentro
das empreiteiras) e, evidentemente, o uso desses recursos não precisava
observar nenhuma legislação, muito menos a Lei de Licitações. Os órgãos
de controle não tinham qualquer conhecimento ou acesso a esses recursos.
A Polícia Federal somente conseguiu descobrir os esquemas depois de
muitas investigações e das conhecidas delações premiadas.
O Orçamento Secreto, por outro lado, é uma medida que, mesmo sendo
imoral, é legal, tendo sido aprovada no Congresso Nacional pela ampla
maioria dos parlamentares, tanto da Câmara de Deputados quanto do Senado
Federal. Todos os recursos são destinados por acordo entre os
parlamentares, e não são controlados pelo Poder Executivo. Além disso,
todos os recursos são transferidos para estados e municípios via
sistemas oficiais, que transitam em contas bancárias dos bancos
oficiais, e que devem ser gastos na ponta de acordo com toda a
legislação de compras públicas, como a Lei de Licitações. Portanto, os
órgãos de controle possuem conhecimento e acesso a todas as transações.
Enquanto no Orçamento Secreto os parlamentares decidem direcionar
recursos sem sequer consultar o presidente da República, no Mensalão e
no Petrolão a compra de votos era conduzida de dentro do Palácio do
Planalto. Assim, é falso alegar que os brasileiros terão de escolher
entre Orçamento Secreto e Mensalão/Petrolão no 2º turno. É falso,
também, alegar que quem conduziu os dois maiores ataques à democracia
representativa brasileira, no caso, o Lula e o PT, defendem a democracia
agora. A história mostra algo muito diferente.
Cabe ainda lembrar que, independentemente de quem for eleito, o
presidente da República no mandato 2023-2026 não poderá acabar com o
Orçamento Secreto sozinho, já que este instrumento foi
institucionalizado. Assim, será preciso que os parlamentares eleitos
para o novo mandato aceitem abrir mão desse poder sobre o orçamento. Em
um país que, historicamente, teve um Poder Executivo que dominava o
Poder Legislativo, pode ser bom termos um Congresso Nacional mais forte,
desde que haja transparência total sobre quaisquer utilizações de
recursos, bem como sobre quem solicitou e para onde foram destinadas as
verbas.
As emendas do relator foram legalizadas, qualquer presidente eleito
terá de conviver com elas. Já o Mensalão e o Petrolão foram esquemas de
desvios de recursos públicos que corromperam a democracia brasileira.
Não é razoável recusar Bolsonaro por causa de um problema orçamentário
gerado por congressistas e previsto em lei para votar no candidato que
cometeu corrupção ativamente, por sua livre e espontânea vontade.
Precisamos nos unir contra o Orçamento Secreto, mas, no 2º turno, não
escolha o candidato do Mensalão e do Petrolão. Proteja a nossa
democracia!
“O Limite das Quatro Linhas”: na falta de definição melhor e mais
ridícula, uma poesia concreta de autoria do cronista.| Foto: Paulo
Polzonoff Jr.
Todo dia acordo ansioso para escrever minha
crônica. Digo “ansioso” no bom e no mau sentido. No bom porque é uma
delícia poder escrever para a audiência qualificada da Gazeta do Povo;
no mau porque tenho essa preocupação besta de levar um pouco de alívio
para o leitor carente de uma risadinha em meio a tanta notícia ruim. Mas
hoje… Hoje não vai dar. Porque preciso compartilhar minhas
preocupações.
Outro dia escrevi que a pandemia tinha, na prática, acabado. E a
gente nem para celebrar isso. Aproveitei para tascar uma paráfrase de T.
S. Eliot no meio e dizer que a pandemia acabou não com um estrondo, e
sim com um silêncio burocrático. Bom, hoje venho aqui para anunciar
outro momento histórico que não ganhou as manchetes dos jornais. Pelo
menos não da forma estrondosa como eu imaginava. Acabou, ou melhor,
morreu (fica mais dramático) a Democracia.
“Ai, que exagero!”, diz alguém, afetando uma serenidade que me falta.
Será mesmo? Semana passada tivemos a “desordem informacional”; depois, o
“cala-boca do bem” e a figura jurídica da “absolvição legal por
arrependimento”. E ainda agorinha o ministro Benedito “Tapinhas”
Gonçalves, do TSE, proibiu a produtora Brasil Paralelo de exibir um
documentário sobre a facada sofrida por Jair Bolsonaro na campanha de
2018, o que até uma criança sabe que configura censura prévia e
escancarada.
Desnecessário dizer que qualquer pessoa minimamente afeita às letras
reconhece que é inconstitucional. Inconstitucionalíssimo. E se ao menos
fosse o primeiro… e último. Mas não. Nas últimas semanas, o que se viu
foi, com o perdão pelo lugar-comum indignado, uma enxurrada de decisões
que afrontam as leis e usam argumentos os mais estapafúrdios do mundo
para justificar o injustificável. Isto é, a militância e o voluntarismo
do alto escalão do Judiciário.
Desmoronada essa palafita que chamávamos pomposamente de Estado
Democrático de Direito, só nos resta perguntar o que podemos fazer para
reerguer o barraco frágil, mas que era até limpinho – antes de ser
invadido por uma súcia de toga. A resposta é desagradável. [Continue a
ler por sua própria conta e risco]. Neste momento, o que podemos fazer é
ter paciência, prudência e fé. [Eu avisei que a resposta era
desagradável]. O que podemos nos esforçar para fazer é manter a
serenidade.
Depois de agonizar por quatro anos, sofrendo dores lancinantes (outro
clichezão proposital) a cada manchetinha que insiste em tratar a
censura e o autoritarismo como “supostos”, está morta a Democracia.
Ironicamente martirizada por aqueles que juravam que só queriam
defendê-la, tadinha. Mal sabíamos nós que juramento de quem faz o “L”
não vale por…caria nenhuma. Uma turma que, agora, vai insistir em dizer
que a defunta está mais viva do que nunca. Eles que, no final das
contas, nunca foram com a cara da Democracia mesmo.
É uma circunstância que eu, em minha ingenuidade democrática, jamais
poderia prever. Não, nem em meus delírios juvenis, quando via com
admiração burra a luta da esquerda e imaginava essa “resistência” como
um atalho heroico para a Glória. “Nunca mais teremos uma censura como
aquela”, pensava eu. E não é que temos?! “Nunca mais teremos gente
perseguida por defender ideias”, pensava eu. E não é que temos isso
também?!
Só não temos ainda (ainda!) porões de tortura ou coisas do gênero.
Ainda. Antes que você jogue as mãos para o alto e grite “oba!”, porém,
sou obrigado a lhe dizer: tampouco temos instituições civis saindo em
defesa das liberdades individuais. Pelo contrário, OAB e ABI estão com
as mãos sujas do sangue azul da Democracia que um dia, reza a lenda,
consideraram rainha.
Assim morreu a Democracia: não com um estrondo nem sob a melodia dos
coturnos batendo ritmadamente no chão – como nos prometeram os
professores comunistas. A democracia morreu discretamente. Tão
discretamente que ainda há quem não acredite na morte dela. Mas morreu, a
coitada. Cabe a nós, carpideiras com um mínimo de vergonha na cara,
chorá-la. E, assim que o caixão baixar à terra, correr para proteger a
mirrada e moribunda Liberdade que nos resta.
A imagem que ilustra esta coluna é, por falta de definição
melhor e mais ridícula, uma poesia concreta intitulada “O Limite das
Quatro Linhas”, de autoria minha mesmo.
** Amanhã, com alguma sorte, voltarei a fazer rir neste espaço.
Hoje é comemorado o Dia do Profissional de TI. Tem curiosidade sobre a área, mas não sabe por onde começar? Confira abaixo
No dia 19 de outubro, é comemorado o dia do profissional de TI, data
importante para reforçar o trabalho desse especialista que hoje é
indispensável em qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande
porte. O profissional de tecnologia é responsável por gerenciar as
informações mais sensíveis de uma organização em sistemas confiáveis e
escaláveis, criando e distribuindo informações nas redes de
computadores. Essa é uma carreira super abrangente que proporciona ao
profissional “navegar” pelas diferentes áreas do mundo da TI.
“No mercado essa é uma área essencial, embora muitos profissionais
acreditem que máquinas irão substituir o ser humano, é preciso entender
que embora o trabalho manual possa ser substituído, as estratégias e a
gestão da tecnologia não, por isso, se adaptar e aprimorar habilidades
será cada vez mais um diferencial valioso no mercado. E o primeiro passo
é estar imerso na carreira do século: a TI.”, comenta Rodrigo Moraes,
Tech Manager do Will Bank e gestor de pessoas na área da tecnologia.
Ainda segundo Rodrigo Moraes “Muitas empresas buscam se destacar
neste mercado concorrido adotando a estratégia de investir em
profissionais diferenciados e montar times de alta performance para
manter a evolução tecnológica de seus produtos. O grande desafio, porém,
está na capacidade de reter esses profissionais, que estão cada vez
mais assediados, e agora a concorrência se torna ainda mais acirrada com
a chegada de empresas estrangeiras com propostas em dólar e euro”.
“A perspectiva de carreira nas áreas de TI é muito boa, porque esses
profissionais são necessários em empresas de todos os portes e
segmentos. Existe hoje uma carência muito grande de profissionais de
tecnologia no mercado de trabalho. O número de vagas abertas é
consideravelmente superior ao número de profissionais qualificados para
assumir essas posições. Atualmente já virou uma rotina no fluxo de
trabalho de gestores de tecnologia o cuidado excessivo para não perder
bons profissionais para o mercado”, explica Rodrigo Moraes.
Abaixo o gestor traz algumas das áreas mais promissores nesse segmento, confira:
Desenvolvedor Front e Back end: Talvez essa seja a
área de maior carência no mercado mundial. Com o avanço da tecnologia em
todos os setores, a dependência sistêmica tem se tornado cada vez mais
evidente. É aqui também que se concentram os maiores salários de TI, com
faixas que vão de 3 á 20 mil reais a depender do nível de senioridade
do profissional.
Analista de Dados: As empresas acumulam um grande
número de dados todos os dias. Essas informações são de extrema
importância, uma vez que será através delas que a empresa tomará as
principais decisões que podem garantir o seu sucesso ou fracasso futuro.
É necessário ter profissionais que saibam coletar, analisar,
interpretar e compartilhar esses dados.
Segurança da Informação: Há muitos profissionais no
mercado interessados em mudar de carreira para trabalhar com segurança
da informação. Afinal, é de extrema importância para qualquer
organização proteger seus sistemas e dados empresariais de um ataque
hacker ou de outros riscos que prejudiquem a base de informações.
Cloud Computing: Com os recursos tecnológicos
atuais, conseguimos compartilhar uma vasta quantidade de dados e
informações por meio das estratégias de armazenamento em nuvem. Isso é
muito eficiente também para as empresas, portanto, é preciso ter
profissionais com conhecimento avançado em cloud computing, expressão em
inglês para se referir à computação na nuvem.
Rodrigo Moraes: Atua como tech manager no Will Bank,
possui mais de 10 anos de experiência na gestão de pessoas, formação de
equipe e desenvolvimento de PDI. Com conhecimento abrangente em gestão
de projetos e serviços, conhecimento em metodologias de projetos
tradicionais PMI, ASAP ou ágeis como SCRUM e Kanban, um dos diferenciais
de Rodrigo é a sua formação também em humanas, além de atuar a mais de
quinze anos como professor.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
Muitos buracos e remendo na Av. Senador Atilio Fontana no trecho de entrada da cidade de Paranaguá.
| Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo
Pesquisa feita
pelo Instituto FSB para a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
mostra que o principal gargalo para o setor fabril é o transporte,
mencionado por 73% dos entrevistados. A sondagem consultou 2,5 mil
executivos de empresas de médio e grande porte entre 23 de junho e 9 de
agosto.
Os demais problemas citados foram mencionados por parcelas bem
menores do empresariado – energia foi citada como principal gargalo por
13%, saneamento por 6% e as telecomunicações por 5%.
Dos que consideram o transporte como o principal entrave, 77%
informaram que as principais dificuldades estão relacionadas às
rodovias. Entre elas estão as condições da infraestrutura das estradas e
e a necessidade de ampliação e duplicação.
Não por acaso, as duas principais obras para melhorar o contexto da
indústria mais citadas pelos empreendedores foram justamente melhorar a
infraestrutura das estradas (mencionada por 36%) e ampliar ou duplicar
rodovias (31%). E 19% falaram em ampliar a malha ferroviária.
Segundo o levantamento, 38% das empresas industriais afirmam que
trocariam o frete rodoviário por outro tipo de transporte caso houvesse
iguais condições estruturais entre os modais.
As ferrovias seriam a primeira alternativa para 28,5% dos industriais
brasileiros para transferir suas operações de escoamento de produtos.
Só não o fazem porque avaliam que hoje o setor ferroviário apresenta as
piores condições entre os tipos de transportes – 63% consideram esse
modal regular, ruim ou péssimo. Atualmente, somente 8% das indústrias
usam as ferrovias para transportar sua produção.
As principais razões apontadas pelos 2,5 mil executivos entrevistados
para mudar a operação para outro modal são a perspectiva de redução de
custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%).
Para 46% dos entrevistados, o custo é o principal problema na
logística e operação das empresas. Segundo 84%, o custo do transporte e
da logística na indústria é alto ou muito alto – 79% indicam o frete
como o principal custo logístico. Outros problemas relatados são o roubo
de cargas (22%), má condição dos modais (20%) e má qualidade da frota
(7%).
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que os aumentos
dos investimentos em infraestrutura e a diversificação dos modais de
transportes são imprescindíveis para reduzir os custos dos serviços e de
produção.
“O custo logístico das empresas e consequentemente dos produtos para o
consumidor só serão menores quando tivermos uma infraestrutura
adequada”, diz o dirigente, em nota.
Principal deficiência está nas rodovias
A principal deficiência está na infraestrutura das rodovias, o
principal modal utilizado pela indústria. Quase a totalidade dos
entrevistados dizem usar este modal e apontam que ele é o principal no
escoamento da produção, e 54% afirmam que as rodovias estão em condições
regulares, ruins ou péssimas.
O gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de
Castro, alerta que, mesmo diante da extrema dependência dos caminhões
para o transporte de cargas no país, há um déficit enorme na oferta de
serviços de transporte rodoviário, bem como nos modais ferroviário e
hidroviário.
“Se tivéssemos mais oferta na parte da logística, o custo total do
transporte para a indústria seria muito inferior. Isso vai muito além da
disponibilidade de caminhões ou trens, é tudo que envolve e contribui
para a maior eficiência da movimentação de cargas no país”, diz Castro,
em nota.
Ele afirma que o Brasil tem potencial para o transporte de cabotagem,
hidroviário e ferroviário, especialmente depois da criação do Programa
BR do Mar e da aprovação do novo marco legal de ferrovias. “Temos um
grande potencial para equilibrar melhor a nossa matriz de transportes”,
destaca.
“Nenhum outro país continental como o Brasil utiliza tanto o
transporte rodoviário como a forma principal da movimentação de cargas e
de pessoas. Não faz sentido o modal rodoviário ser tão utilizado em
distâncias longas”, diz.
As principais necessidades para a indústria em termos de logística e
infraestrutura são novas autorizações ferroviárias, conclusão de obras
da Ferrovia Norte Sul, desestatização de portos em geral, desestatização
do porto de Santos e concessão da BR-040, entre Rio e Belo Horizonte.
Necessidades encaminhadas aos presidenciáveis A própria entidade
aponta, em documento encaminhado aos presidenciáveis, que o Brasil
precisa aumentar os investimentos em transportes em pelo menos cinco
vezes para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e
tornar sua logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem
como para exportações e importações.
O país precisa elevar os investimentos em infraestrutura de
transportes dos atuais 0,4% para 2% do PIB, na avaliação do setor
industrial, que julga necessário um esforço de ao menos duas décadas
para modernizar a logística de transporte do país.
Não é só a CNI que aponta para essa necessidade. Números da
Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base
(Abdib), divulgados no primeiro semestre, sinalizam que o país teria de
investir pelo menos R$ 284,4 bilhões todos os anos, até 2031, para
superar gargalos nas áreas de saneamento básico, transporte e logística.
(Porto Alegre – RS, 10/12/2020) Palavras do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
Foto: Alan Santos/PR
Em coletiva, Tarcísio de Freitas disse que inicialmente descarta a
ocorrência de atentado, mas destacou que o tiroteio foi mensagem
passada por criminosos.| Foto: Alan Santos/PR
Nesta terça-feira, dia 18, é celebrado o Dia do Médico. Estarei pela
manhã no plenário da Câmara Federal homenageando os médicos, que foram
os sacrificados, os heróis, os criticados – inclusive – e os infectados
nessa pandemia. No início, mesmo sem saber como, fizeram de tudo para
salvar as pessoas. E logo aprenderam como fazer. O tratamento deu certo.
A doutora Lucy Kerr provou isso em Itajaí (SC), com colaboração da
prefeitura. Foi um sucesso. Centenas de milhares de vidas foram salvas
graças a isso. Por outro lado, milhares morreram também porque não
receberam o tratamento. O tratamento foi experimental, assim como a
vacina é experimental. Experiências foram feitas e os médicos estavam no
front. Eu homenageio até os médicos que só deram dipirona e conduziram
as pessoas para a intubação porque eles ou não sabiam, ou estavam com
medo, ou estavam sob pressão. Talvez uns poucos estivessem meio
fanatizados com certas ideias, mas todos merecem a saudação, o
cumprimento, o reconhecimento neste Dia do Médico.
Dia de nascer de novo A segunda-feira foi dia de o candidato ao
governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nascer de novo.
Ele esteve sob fogo em Paraisópolis, na cidade de São Paulo. Por estar
em um veículo blindado, ele não foi morto. Não sei se houve intenção de
matá-lo, se foi um atentado político, se foi uma reação do crime
organizado a um veículo que estava entrando em seu território. Mas, de
qualquer forma, me lembra muito o que aconteceu em 6 de setembro de 2018
em Juiz de Fora (MG), com a facada desferida por Adélio Bispo. O então
candidato a presidente Jair Bolsonaro só foi salvo porque foi atendido
imediatamente por excelentes cirurgiões da Santa Casa de Misericórdia.
Se Tarcísio estivesse em um veículo sem blindagem, ninguém sabe o que
teria acontecido.
Santuários do crime É lamentável constatar que existem
territórios liberados para o crime, apartados das leis brasileiras. São
santuários do crime no Rio de Janeiro e em São Paulo principalmente, mas
em outras capitais também. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin e o próprio Supremo contribuíram para essa situação,
proibindo a polícia de entrar em certos lugares durante a pandemia. Isso
fortaleceu o crime, que ficou com o poder de deixar entrar um candidato
e impedir a entrada de outro candidato. Eles apoiam quem será favorável
ao crime, com essa leniência que propicia a existência de áreas
liberadas dentro do território brasileiro, áreas onde não vigora a lei
brasileira. Então os criminosos tomam partido político, participam da
campanha eleitoral.
E aí vem a grande pergunta para a Justiça Eleitoral: Que garantias de
voto livre têm os milhares ou milhões de eleitores que vivem dentro
dessas áreas dominadas pelo crime? Talvez esses eleitores estejam sendo
obrigados a votar naquele cuja vitória interessa ao crime. Eu acho que
temos de pensar sobre isso.
Só mostram o público quando interessa A gente descobre a
parcialidade de um meio de informação tradicional pelas fotos. Por
exemplo, eu estava examinando fotos de segunda-feira, em São Paulo, de
um candidato que estava no palanque lá no bairro de São Mateus, na Zona
Leste da capital paulista. Não tem imagem do povo, só tem foto do
candidato a presidente, do candidato ao governo do estado e de seu vice,
se não me engano. Não mostram o público. Por quê? Só mostram o público
quando tem uma aglomeração atrás dele. Isso acontece todos os dias.
Paraisópolis Tudo o que se sabe sobre o tiroteio durante evento com Tarcísio de Freitas em São Paulo Por Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo
Polícia inicialmente descarta atentado contra Tarcísio de
Freitas. Governador Rodrigo Garcia pediu celeridade nas investigações|
Foto: Reprodução Facebook
Na manhã desta segunda-feira (17), o
ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de
São Paulo, e sua equipe precisaram deixar às pressas a sede de um
projeto social na favela de Paraisópolis, na capital paulista, após a
ocorrência de um tiroteio nas imediações do prédio em que o projeto
funciona. O candidato estava no local para participar da inauguração do
Primeiro Polo Universitário de Paraisópolis.
Inicialmente Tarcísio classificou o episódio como um ataque direto a
sua equipe efetuado por criminosos. Em coletiva de imprensa no final da
tarde, o candidato do Republicanos afirmou que por ora descartava a
ocorrência de um atentado, mas destacou que o tiroteio representou uma
tentativa de intimidação por parte do crime organizado, uma mensagem
passada pelos criminosos de que sua presença não era bem-vinda naquele
local.
A favela de Paraisópolis, localizada na zona sul de São Paulo – uma
das mais populosas do país, com cerca de 100 mil habitantes –, sofre com
a ampla influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) no local.
O primeiro confronto ocorreu por volta 11h40, e o enfrentamento aos
criminosos se deu pelos agentes policiais que compõem a segurança da
equipe do ex-ministro. Em seguida foram deslocadas tropas das polícias
militar e civil para dar suporte. Um dos criminosos envolvidos no
tiroteio foi alvejado por policiais e morreu no local. Felipe Silva de
Lima, de 27 anos, que era fichado na polícia por roubo, foi levado ao
Hospital Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Não houve nenhum outro óbito ou ferimento no episódio.
Imediatamente após a ação, deu-se início à investigação sobre as
causas do tiroteio. Em coletiva de imprensa na tarde desta
segunda-feira, o secretário de segurança pública de São Paulo, João
Camilo Pires, declarou que, pelos dados disponíveis até o momento, não
considerava a possibilidade de tentativa de atentado contra o
ex-ministro. Segundo Pires, as circunstâncias apontam para a reação de
criminosos à presença de policiais que compõem a equipe de Tarcísio. O
secretário destacou, entretanto, que nenhuma outra hipótese está
descartada até o momento.
A polícia verificará, a partir de agora, imagens de câmeras das ruas e
de cinegrafistas e das câmeras corporais dos policiais que as portavam
durante a ação. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), pediu
agilidade na elucidação dos fatos.
Tarcísio classifica episódio como intimidação a sua presença Na
coletiva desta tarde, o candidato ao governo paulista afirmou que
membros de sua equipe de segurança narraram que oito indivíduos em
motocicletas rondaram a frente do instituto antes do ataque e fizeram
fotos e vídeos da equipe de segurança, além de terem abordado os
integrantes com perguntas. Em seguida, os criminosos teriam voltado com
armamento e iniciado o tiroteio.
“A gente ouviu a primeira rajada, e a primeira impressão que tive foi
de que era algo para intimidar, para dizer ‘vocês não são bem-vindos
aqui’. Mas achei que fosse ficar nisso. Mais tarde, a gente começou a
ouvir mais tiros e gritaria. Poucos minutos depois, o pessoal começou a
gritar ‘abaixa, abaixa, vão atirar aqui’. Até o momento em que uma
pessoa entra e diz: ‘tem que tirar ele daqui, porque o problema é ele.
Tem que dar um jeito de tirar ele daqui, estão dizendo que vão entrar
aqui’”, disse Tarcísio de Freitas.
Haddad diz que repudia a violência Fernando Haddad (PT),
adversário de Tarcísio de Freitas neste segundo turno, evitou
pronunciamento oficial sobre o caso. Ao cumprir agenda em São Mateus,
zona leste de São Paulo, o candidato foi questionado por jornalistas
sobre o caso e disse estar sabendo do ocorrido naquele momento, pelos
repórteres. Haddad afirmou repudiar “toda e qualquer forma de
violência”, que faz uma “campanha de paz e muito respeitosa” e que
sempre tratou seu oponente com respeito.
“Eu repudio toda e qualquer forma de violência. Isso vale para 2018,
2020 e 2022. Sempre trabalhei no campo da dignidade da política, na
contribuição com propostas. É assim que tenho me portado desde que
entrei na vida pública”, declarou.
Com receio de que o caso impacte eleitoralmente, o deputado estadual
Emídio de Souza (PT), coordenador de campanha de Haddad, foi às redes
sociais pedir uma resposta rápida por parte da polícia sobre o caso.
“Para não dar margem a interpretações equivocadas, a Polícia de São
Paulo precisa responder rapidamente se a comitiva de Tarcísio foi
atacada, como diz o candidato, ou se foi um tiroteio entre bandidos
próximo onde o candidato estava”.
Bolsonaro menciona episódio em propaganda eleitoral O presidente
da República, Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio de Freitas,
mencionou o tiroteio em seu programa eleitoral na noite desta segunda.
“O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe
foram atacados por criminosos em Paraisópolis”, diz a locução da peça.
A propaganda também cita a facada da qual Bolsonaro foi vítima na
campanha eleitoral de 2018 e o episódio de violência ocorrido na última
sexta-feira (14), quando um homem foi preso em Fortaleza após atirar
contra o muro de uma igreja evangélica antes de um evento religioso que
receberia a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita
Damares Alves (Republicanos).
Pela manhã, o presidente já havia se manifestado sobre o caso
envolvendo Tarcísio de Freitas. O chefe do Executivo disse que ainda era
cedo para concluir se houve motivação política no confronto. “Recebi um
telefonema do Tarcísio, algumas imagens também. Tudo é preliminar
ainda, então não quero me precipitar. Se foi uma ação contra a equipe
dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo ou
por haver na região. Então seria prematuro eu falar sobre isso”,
apontou.
Ao comentar o caso, Bolsonaro também mencionou o caso de violência em
Fortaleza. “O que eu sei é que há poucos dias teve uma ação de dois
tiros em uma igreja onde a primeira-dama se faria presente. O elemento
foi preso, detido, confessou ser do Comando Vermelho e que os dois tiros
foram para intimidar e evitar que muita gente comparecesse a esse
evento da primeira-dama com a senhora Damares. Isso está acontecendo, a
gente lamenta. Um caso já comprovado que tem a ver com motivação
política. O caso Tarcísio ainda não”, afirmou.