Inflação prevista para 2023 é de 5%, segundo o Focus| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Interessante como se escondem boas notícias. Os canais tradicionais
de informação, que estão em plena campanha política como militantes
ideológicos e partidários, escondem o que é bom. “O que é bom a gente
esconde, e o que é ruim a gente mostra”, ao contrário do “princípio” do
então ministro da Fazenda Rubens Ricupero. O fato é que, das 20 maiores
economias do mundo, nós só perdemos em bons resultados para o Japão, a
Arábia Saudita e a China – sendo que no caso da China há uma ressalva:
consta que o governo comunista chinês está escondendo dados negativos da
economia nesses últimos dias. Então nem sabemos o resultado real. Nossa
inflação está bem menor que a inflação americana e que a inflação da
zona do euro. Se nós perdemos para três, estamos ganhando de 16 países
com economias importantes.
Pobres dos nossos vizinhos do norte e do sul, Venezuela e Argentina,
que estão na ponta das inflações. A Argentina já ultrapassou a
Venezuela. Está todo mundo falando em 100% de inflação. Nos últimos 12
meses, nós estamos com inflação que passa de 7%; neste ano, temos 4% e a
previsão até o fim do ano é de um pouquinho acima dos 5%. A Europa já
ultrapassou 10%; os Estados Unidos ultrapassaram 8%.
Lula desiste de debate Na sexta-feira, dia 21, teríamos mais
um debate do segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Um
debate que envolve o Estadão, a CNN, o SBT e mais a rádio Nova Brasil, o
portal Terra e a revista Veja. Só que, depois do debate da Band, o
candidato Lula achou que não pode mais se expor desse jeito. Então, foi
anunciado na terça-feira, dia 18, que ele recusou e não vai comparecer a
esse debate de sexta-feira, às 21h30. Então Bolsonaro vai sozinho. Esta
terça foi o Dia do Médico e Bolsonaro esteve em Juiz de Fora (MG) para
agradecer aos médicos. E teve lá aquele mar de gente, como sempre. Antes
disso, o presidente foi a São Gonçalo (RJ), na Baixada Fluminense.
Brasil Paralelo é censurado pelo TSE O PT conseguiu no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) uma censura prévia sobre o canal Brasil
Paralelo, que apresentaria no próximo dia 24 um documentário sobre a
facada de Adélio Bispo em Bolsonaro. Mas agora não pode, só depois da
eleição, diz o ministro Benedito Gonçalves, que atendeu ao pedido do PT e
determinou a desmonetização, contrariando o direito à remuneração pelo
trabalho. Interessante que canais que estão aí na militância política,
mas que são canais tradicionais, ficam intocados. Como deveriam ser
todos os canais. É o direito à liberdade de expressão, mas alguns são
punidos e outros não. Alguns são censurados e outros não, quando nenhum
deles deveria ser censurado, nem de um lado, nem do outro.
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.| Foto: Antonio Lacerda/EFE.
Com
o 2º turno das eleições presidenciais chegando, muitos querem fazer
crer que o brasileiro vai às urnas escolher entre o “Orçamento Secreto
de Bolsonaro” e o “Petrolão e o Mensalão de Lula”. Alguns até dizem que o
“Orçamento Secreto de Bolsonaro” é pior que o Petrolão e o Mensalão do
PT (Partido dos Trabalhadores). Em primeiro lugar, o Orçamento Secreto
(as chamadas “emendas do relator”) não é do presidente Jair Bolsonaro. O
Orçamento Secreto é, na verdade, uma artimanha do Congresso que,
inclusive, reduz o poder do Executivo Federal. Por outro lado, o
Mensalão e o Petrolão, os dois maiores esquemas de corrupção da história
do país, operacionalizados diretamente pelo PT de Lula para comprar os
votos dos parlamentares, concentravam poder no Executivo Federal.
Segundo, é preciso trazer luz sobre o que realmente é o Orçamento
Secreto, suas origens e seu funcionamento. Uma parte do orçamento
brasileiro, em vez de ser direcionada pelo Poder Executivo, fica a cargo
do Congresso. A maneira usual do Congresso direcionar sua parte do
orçamento era por meio das emendas individuais, que são distribuídas de
forma igualitária entre os deputados e senadores, e são sempre
transparentes sobre qual parlamentar direcionou os recursos e para qual
fim. Este ano, as emendas individuais somaram R$ 9 bilhões (R$ 17,6
milhões para cada parlamentar). Também existem as emendas de bancada,
que são direcionadas pelo mesmo estado ou região; e as emendas de
comissões permanentes da Câmara ou do Senado.
Já as emendas de “relator-geral” existiam antes do governo Bolsonaro,
mas em 2019, quando elaboraram o orçamento de 2020, os parlamentares
resolveram ampliá-las. Foi aí que a história do “Orçamento Secreto”
começou. “Diferentemente das emendas individuais, em que cada
congressista escolhe com autonomia para onde vai o dinheiro, no caso das
emendas do relator, é esse parlamentar que centraliza as demandas dos
parlamentares e envia para os ministérios executarem os gastos, numa
negociação que passa pelos principais caciques do Congresso, em especial
os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG)”, diz Mariana Schreiber, correspondente da BBC News
Brasil em Brasília.
“O relator que manda o dinheiro, mas o destino é escolhido por meio
de acordos com parlamentares”, explicou o deputado federal Vinícius Poit
(Novo-SP) nas redes sociais. “Quando o STF [Supremo Tribunal Federal]
pediu ao Congresso a lista de parlamentares envolvidos no Orçamento
Secreto e suas indicações, o Congresso encontrou uma forma de maquiar o
processo. Parlamentares que não querem se expor colocam um ‘usuário
externo’ como responsável por solicitar o recurso”, continuou Poit.
Assim, o que é secreto na emenda do relator não é a despesa, e sim o
parlamentar que a solicitou.
… o Mensalão e o Petrolão, os dois maiores esquemas de corrupção da
história do país, operacionalizados diretamente pelo PT de Lula para
comprar os votos dos parlamentares, concentravam poder no Executivo
Federal
De fato, o orçamento brasileiro jamais deveria depender de um
parlamentar-relator, nem deveria ser difícil rastrear o parlamentar que
solicitou a destinação, mas a imposição dessa modalidade veio do
Congresso Nacional, por uma lei aprovada pela maioria dos parlamentares.
Na elaboração da Lei Orçamentária de 2020, o Congresso tirou ainda mais
o orçamento do Executivo (que iria para os ministérios), e ampliou para
R$ 30 bilhões as “emendas do relator-geral”. Ao sancionar o orçamento
de 2020, o presidente Bolsonaro vetou o aumento das verbas para o
relator-geral (que viria a ser o Orçamento Secreto), já que isso
enfraquece a capacidade do Poder Executivo de realizar políticas
públicas. Porém, o Congresso derrubou o veto.
Como era uma guerra de braço em que o Congresso tinha mais poder (por
poder derrubar o veto do presidente), o governo Bolsonaro teve de
aceitar negociar o orçamento com os parlamentares. Os presidentes da
República que já viraram as costas para o Parlamento, como Fernando
Collor de Mello e Dilma Rousseff, sabem que isso é imperdoável na
democracia brasileira. Assim, em março de 2020, o Congresso manteve o
veto de Bolsonaro, pois o governo aceitou entregar cerca de metade dos
R$ 30 bilhões ao Congresso. Segundo os parlamentares, a articulação se
deu por meio do ministro da Secretaria de Governo e também responsável
pela relação do Executivo com o Congresso à época, Luiz Eduardo Ramos.
Nem de longe isso é a mesma coisa que comprar votos dos parlamentares
com recursos desviados de contratos superfaturados, como Lula e o PT
fizeram no Mensalão e no Petrolão, dois dos esquemas mais corruptos e
antidemocráticos da história do Brasil. Se você fosse presidente e
soubesse que o Congresso tem o poder de derrubar o seu veto, qual a
melhor escolha: vetar o valor cheio, sabendo que o veto será derrubado e
que os parlamentares irão direcionar os recursos, ou negociar e deixar
só uma parte do valor? É uma decisão decorrente da política. O
Parlamento representa o povo brasileiro e todos os presidentes precisam
dialogar e negociar com o Congresso dentro das regras da Constituição.
O Orçamento Secreto fortalece tanto o Congresso Nacional que o
próprio adversário, Lula da Silva, admite isso, embora de modo
desrespeitoso. O ex-presidente e ex-presidiário Lula tem chamado o
presidente Bolsonaro de “bobo da corte”, querendo dizer que Bolsonaro
“já não tem poder sobre o Orçamento e quem manda nos gastos é o
Congresso”, analisou a BBC. Neste ano, são R$ 16,5 bilhões para esta
modalidade de emendas. Para o ano que vem, o governo sugeriu R$ 19,4
bilhões. O mais engraçado é que, de um lado, o PT acusa o Bolsonaro de
ser um aspirante de ditador, de outro, reconhece que o Parlamento, a
chamada “casa do povo”, nunca teve tanto poder sobre o orçamento
público.
Além disso, embora o PT e Lula se coloquem publicamente contra o
Orçamento Secreto, o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, deu o
voto definitivo a favor do Orçamento Secreto. “O voto do petista foi
considerado definitivo, já que a votação acabou em 34, aqueles a favor
do sigilo dos beneficiados, contra 32, que queriam que fosse revelado o
destino do dinheiro público”, escreveu a jornalista Anita Efraim, no
Yahoo Notícias. Ele não foi o único a se beneficiar das emendas.
Quatro parlamentares do PT destinaram ao menos R$ 48,7 milhões do
orçamento secreto até maio deste ano, além de Rogério Carvalho, eram
eles os senadores petistas Fabiano Contarato (ES) e Humberto Costa (PE),
e o deputado federal Paulo Guedes (MG), homônimo do ministro da
Economia. Para defender o PT, a assessoria de Contarato disse que ele
era filiado à Rede quando utilizou o Orçamento Secreto. Mas cabe notar
que ele foi convidado pelo próprio Lula para se filiar ao PT. Resumindo,
o PT de Lula esteve envolvido no Mensalão, no Petrolão e no Orçamento
Secreto (já pode pedir música no Fantástico!).
Além disso, embora o PT e Lula se coloquem publicamente contra o
Orçamento Secreto, o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, deu o
voto definitivo a favor do Orçamento Secreto
Na votação das regras do Orçamento Secreto de novembro de 2021 em que
o senador petista Rogério Carvalho deu o voto definitivo, 268 deputados
federais votaram a favor do projeto, contra 31 que votaram “não”, sendo
que eram necessários 197 votos favoráveis. Outros dois não votaram, um
se absteve, 90 ficaram na obstrução e 121 estavam ausentes. Entre os
deputados que votaram “sim”, figuravam filiados ao PSC (Partido Social
Cristão), MDB (Movimento Democrático Brasileiro), PSDB (Partido da
Social Democracia Brasileira), PP (Progressistas), União Brasil,
Patriota, Republicanos, PROS (Partido Republicano da Ordem Social), PL
(Partido Liberal), Solidariedade, PSD (Partido Social Democrático), PSB
(Partido Socialista Brasileiro), Podemos, Avante, PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro) e PV (Partido Verde). A obstrução, de fato, foi
escolhida por muitos deputados da esquerda, do PT, PCdoB (Partido
Comunista do Brasil) e PSB. Mas, entre as ausências, figuravam
importantes nomes do PT, como Maria do Rosário (RS), Nilto Tatto (SP),
Flavio Nogueira (PI), Paulo Teixeira (SP) e Rui Falcão (SP); e Luiza
Erundina (SP) e Ivan Valente (SP) do Psol (Partido Socialismo e
Liberdade): por que esses deputados não compareceram para votar contra?
O Mensalão e o Petrolão foram grandes esquemas de corrupção, por meio
de desvios de dinheiro público, geralmente em dinheiro vivo (até
dólares na cueca e malas de dinheiro), com base em contratos
superfaturados, que eram dirigidos por Lula, José Dirceu e pelo PT de
dentro do Palácio do Planalto. Esses recursos não passavam pela
contabilidade pública, não deixavam registros nos sistemas oficiais, não
tinham qualquer controle público (somente controles em planilhas
não-oficiais que ficavam nos setores de “operações estruturadas” dentro
das empreiteiras) e, evidentemente, o uso desses recursos não precisava
observar nenhuma legislação, muito menos a Lei de Licitações. Os órgãos
de controle não tinham qualquer conhecimento ou acesso a esses recursos.
A Polícia Federal somente conseguiu descobrir os esquemas depois de
muitas investigações e das conhecidas delações premiadas.
O Orçamento Secreto, por outro lado, é uma medida que, mesmo sendo
imoral, é legal, tendo sido aprovada no Congresso Nacional pela ampla
maioria dos parlamentares, tanto da Câmara de Deputados quanto do Senado
Federal. Todos os recursos são destinados por acordo entre os
parlamentares, e não são controlados pelo Poder Executivo. Além disso,
todos os recursos são transferidos para estados e municípios via
sistemas oficiais, que transitam em contas bancárias dos bancos
oficiais, e que devem ser gastos na ponta de acordo com toda a
legislação de compras públicas, como a Lei de Licitações. Portanto, os
órgãos de controle possuem conhecimento e acesso a todas as transações.
Enquanto no Orçamento Secreto os parlamentares decidem direcionar
recursos sem sequer consultar o presidente da República, no Mensalão e
no Petrolão a compra de votos era conduzida de dentro do Palácio do
Planalto. Assim, é falso alegar que os brasileiros terão de escolher
entre Orçamento Secreto e Mensalão/Petrolão no 2º turno. É falso,
também, alegar que quem conduziu os dois maiores ataques à democracia
representativa brasileira, no caso, o Lula e o PT, defendem a democracia
agora. A história mostra algo muito diferente.
Cabe ainda lembrar que, independentemente de quem for eleito, o
presidente da República no mandato 2023-2026 não poderá acabar com o
Orçamento Secreto sozinho, já que este instrumento foi
institucionalizado. Assim, será preciso que os parlamentares eleitos
para o novo mandato aceitem abrir mão desse poder sobre o orçamento. Em
um país que, historicamente, teve um Poder Executivo que dominava o
Poder Legislativo, pode ser bom termos um Congresso Nacional mais forte,
desde que haja transparência total sobre quaisquer utilizações de
recursos, bem como sobre quem solicitou e para onde foram destinadas as
verbas.
As emendas do relator foram legalizadas, qualquer presidente eleito
terá de conviver com elas. Já o Mensalão e o Petrolão foram esquemas de
desvios de recursos públicos que corromperam a democracia brasileira.
Não é razoável recusar Bolsonaro por causa de um problema orçamentário
gerado por congressistas e previsto em lei para votar no candidato que
cometeu corrupção ativamente, por sua livre e espontânea vontade.
Precisamos nos unir contra o Orçamento Secreto, mas, no 2º turno, não
escolha o candidato do Mensalão e do Petrolão. Proteja a nossa
democracia!
“O Limite das Quatro Linhas”: na falta de definição melhor e mais
ridícula, uma poesia concreta de autoria do cronista.| Foto: Paulo
Polzonoff Jr.
Todo dia acordo ansioso para escrever minha
crônica. Digo “ansioso” no bom e no mau sentido. No bom porque é uma
delícia poder escrever para a audiência qualificada da Gazeta do Povo;
no mau porque tenho essa preocupação besta de levar um pouco de alívio
para o leitor carente de uma risadinha em meio a tanta notícia ruim. Mas
hoje… Hoje não vai dar. Porque preciso compartilhar minhas
preocupações.
Outro dia escrevi que a pandemia tinha, na prática, acabado. E a
gente nem para celebrar isso. Aproveitei para tascar uma paráfrase de T.
S. Eliot no meio e dizer que a pandemia acabou não com um estrondo, e
sim com um silêncio burocrático. Bom, hoje venho aqui para anunciar
outro momento histórico que não ganhou as manchetes dos jornais. Pelo
menos não da forma estrondosa como eu imaginava. Acabou, ou melhor,
morreu (fica mais dramático) a Democracia.
“Ai, que exagero!”, diz alguém, afetando uma serenidade que me falta.
Será mesmo? Semana passada tivemos a “desordem informacional”; depois, o
“cala-boca do bem” e a figura jurídica da “absolvição legal por
arrependimento”. E ainda agorinha o ministro Benedito “Tapinhas”
Gonçalves, do TSE, proibiu a produtora Brasil Paralelo de exibir um
documentário sobre a facada sofrida por Jair Bolsonaro na campanha de
2018, o que até uma criança sabe que configura censura prévia e
escancarada.
Desnecessário dizer que qualquer pessoa minimamente afeita às letras
reconhece que é inconstitucional. Inconstitucionalíssimo. E se ao menos
fosse o primeiro… e último. Mas não. Nas últimas semanas, o que se viu
foi, com o perdão pelo lugar-comum indignado, uma enxurrada de decisões
que afrontam as leis e usam argumentos os mais estapafúrdios do mundo
para justificar o injustificável. Isto é, a militância e o voluntarismo
do alto escalão do Judiciário.
Desmoronada essa palafita que chamávamos pomposamente de Estado
Democrático de Direito, só nos resta perguntar o que podemos fazer para
reerguer o barraco frágil, mas que era até limpinho – antes de ser
invadido por uma súcia de toga. A resposta é desagradável. [Continue a
ler por sua própria conta e risco]. Neste momento, o que podemos fazer é
ter paciência, prudência e fé. [Eu avisei que a resposta era
desagradável]. O que podemos nos esforçar para fazer é manter a
serenidade.
Depois de agonizar por quatro anos, sofrendo dores lancinantes (outro
clichezão proposital) a cada manchetinha que insiste em tratar a
censura e o autoritarismo como “supostos”, está morta a Democracia.
Ironicamente martirizada por aqueles que juravam que só queriam
defendê-la, tadinha. Mal sabíamos nós que juramento de quem faz o “L”
não vale por…caria nenhuma. Uma turma que, agora, vai insistir em dizer
que a defunta está mais viva do que nunca. Eles que, no final das
contas, nunca foram com a cara da Democracia mesmo.
É uma circunstância que eu, em minha ingenuidade democrática, jamais
poderia prever. Não, nem em meus delírios juvenis, quando via com
admiração burra a luta da esquerda e imaginava essa “resistência” como
um atalho heroico para a Glória. “Nunca mais teremos uma censura como
aquela”, pensava eu. E não é que temos?! “Nunca mais teremos gente
perseguida por defender ideias”, pensava eu. E não é que temos isso
também?!
Só não temos ainda (ainda!) porões de tortura ou coisas do gênero.
Ainda. Antes que você jogue as mãos para o alto e grite “oba!”, porém,
sou obrigado a lhe dizer: tampouco temos instituições civis saindo em
defesa das liberdades individuais. Pelo contrário, OAB e ABI estão com
as mãos sujas do sangue azul da Democracia que um dia, reza a lenda,
consideraram rainha.
Assim morreu a Democracia: não com um estrondo nem sob a melodia dos
coturnos batendo ritmadamente no chão – como nos prometeram os
professores comunistas. A democracia morreu discretamente. Tão
discretamente que ainda há quem não acredite na morte dela. Mas morreu, a
coitada. Cabe a nós, carpideiras com um mínimo de vergonha na cara,
chorá-la. E, assim que o caixão baixar à terra, correr para proteger a
mirrada e moribunda Liberdade que nos resta.
A imagem que ilustra esta coluna é, por falta de definição
melhor e mais ridícula, uma poesia concreta intitulada “O Limite das
Quatro Linhas”, de autoria minha mesmo.
** Amanhã, com alguma sorte, voltarei a fazer rir neste espaço.
Hoje é comemorado o Dia do Profissional de TI. Tem curiosidade sobre a área, mas não sabe por onde começar? Confira abaixo
No dia 19 de outubro, é comemorado o dia do profissional de TI, data
importante para reforçar o trabalho desse especialista que hoje é
indispensável em qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande
porte. O profissional de tecnologia é responsável por gerenciar as
informações mais sensíveis de uma organização em sistemas confiáveis e
escaláveis, criando e distribuindo informações nas redes de
computadores. Essa é uma carreira super abrangente que proporciona ao
profissional “navegar” pelas diferentes áreas do mundo da TI.
“No mercado essa é uma área essencial, embora muitos profissionais
acreditem que máquinas irão substituir o ser humano, é preciso entender
que embora o trabalho manual possa ser substituído, as estratégias e a
gestão da tecnologia não, por isso, se adaptar e aprimorar habilidades
será cada vez mais um diferencial valioso no mercado. E o primeiro passo
é estar imerso na carreira do século: a TI.”, comenta Rodrigo Moraes,
Tech Manager do Will Bank e gestor de pessoas na área da tecnologia.
Ainda segundo Rodrigo Moraes “Muitas empresas buscam se destacar
neste mercado concorrido adotando a estratégia de investir em
profissionais diferenciados e montar times de alta performance para
manter a evolução tecnológica de seus produtos. O grande desafio, porém,
está na capacidade de reter esses profissionais, que estão cada vez
mais assediados, e agora a concorrência se torna ainda mais acirrada com
a chegada de empresas estrangeiras com propostas em dólar e euro”.
“A perspectiva de carreira nas áreas de TI é muito boa, porque esses
profissionais são necessários em empresas de todos os portes e
segmentos. Existe hoje uma carência muito grande de profissionais de
tecnologia no mercado de trabalho. O número de vagas abertas é
consideravelmente superior ao número de profissionais qualificados para
assumir essas posições. Atualmente já virou uma rotina no fluxo de
trabalho de gestores de tecnologia o cuidado excessivo para não perder
bons profissionais para o mercado”, explica Rodrigo Moraes.
Abaixo o gestor traz algumas das áreas mais promissores nesse segmento, confira:
Desenvolvedor Front e Back end: Talvez essa seja a
área de maior carência no mercado mundial. Com o avanço da tecnologia em
todos os setores, a dependência sistêmica tem se tornado cada vez mais
evidente. É aqui também que se concentram os maiores salários de TI, com
faixas que vão de 3 á 20 mil reais a depender do nível de senioridade
do profissional.
Analista de Dados: As empresas acumulam um grande
número de dados todos os dias. Essas informações são de extrema
importância, uma vez que será através delas que a empresa tomará as
principais decisões que podem garantir o seu sucesso ou fracasso futuro.
É necessário ter profissionais que saibam coletar, analisar,
interpretar e compartilhar esses dados.
Segurança da Informação: Há muitos profissionais no
mercado interessados em mudar de carreira para trabalhar com segurança
da informação. Afinal, é de extrema importância para qualquer
organização proteger seus sistemas e dados empresariais de um ataque
hacker ou de outros riscos que prejudiquem a base de informações.
Cloud Computing: Com os recursos tecnológicos
atuais, conseguimos compartilhar uma vasta quantidade de dados e
informações por meio das estratégias de armazenamento em nuvem. Isso é
muito eficiente também para as empresas, portanto, é preciso ter
profissionais com conhecimento avançado em cloud computing, expressão em
inglês para se referir à computação na nuvem.
Rodrigo Moraes: Atua como tech manager no Will Bank,
possui mais de 10 anos de experiência na gestão de pessoas, formação de
equipe e desenvolvimento de PDI. Com conhecimento abrangente em gestão
de projetos e serviços, conhecimento em metodologias de projetos
tradicionais PMI, ASAP ou ágeis como SCRUM e Kanban, um dos diferenciais
de Rodrigo é a sua formação também em humanas, além de atuar a mais de
quinze anos como professor.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
Pesquisa feita
pelo Instituto FSB para a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
mostra que o principal gargalo para o setor fabril é o transporte,
mencionado por 73% dos entrevistados. A sondagem consultou 2,5 mil
executivos de empresas de médio e grande porte entre 23 de junho e 9 de
agosto.
Os demais problemas citados foram mencionados por parcelas bem
menores do empresariado – energia foi citada como principal gargalo por
13%, saneamento por 6% e as telecomunicações por 5%.
Dos que consideram o transporte como o principal entrave, 77%
informaram que as principais dificuldades estão relacionadas às
rodovias. Entre elas estão as condições da infraestrutura das estradas e
e a necessidade de ampliação e duplicação.
Não por acaso, as duas principais obras para melhorar o contexto da
indústria mais citadas pelos empreendedores foram justamente melhorar a
infraestrutura das estradas (mencionada por 36%) e ampliar ou duplicar
rodovias (31%). E 19% falaram em ampliar a malha ferroviária.
Segundo o levantamento, 38% das empresas industriais afirmam que
trocariam o frete rodoviário por outro tipo de transporte caso houvesse
iguais condições estruturais entre os modais.
As ferrovias seriam a primeira alternativa para 28,5% dos industriais
brasileiros para transferir suas operações de escoamento de produtos.
Só não o fazem porque avaliam que hoje o setor ferroviário apresenta as
piores condições entre os tipos de transportes – 63% consideram esse
modal regular, ruim ou péssimo. Atualmente, somente 8% das indústrias
usam as ferrovias para transportar sua produção.
As principais razões apontadas pelos 2,5 mil executivos entrevistados
para mudar a operação para outro modal são a perspectiva de redução de
custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%).
Para 46% dos entrevistados, o custo é o principal problema na
logística e operação das empresas. Segundo 84%, o custo do transporte e
da logística na indústria é alto ou muito alto – 79% indicam o frete
como o principal custo logístico. Outros problemas relatados são o roubo
de cargas (22%), má condição dos modais (20%) e má qualidade da frota
(7%).
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que os aumentos
dos investimentos em infraestrutura e a diversificação dos modais de
transportes são imprescindíveis para reduzir os custos dos serviços e de
produção.
“O custo logístico das empresas e consequentemente dos produtos para o
consumidor só serão menores quando tivermos uma infraestrutura
adequada”, diz o dirigente, em nota.
Principal deficiência está nas rodovias
A principal deficiência está na infraestrutura das rodovias, o
principal modal utilizado pela indústria. Quase a totalidade dos
entrevistados dizem usar este modal e apontam que ele é o principal no
escoamento da produção, e 54% afirmam que as rodovias estão em condições
regulares, ruins ou péssimas.
O gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de
Castro, alerta que, mesmo diante da extrema dependência dos caminhões
para o transporte de cargas no país, há um déficit enorme na oferta de
serviços de transporte rodoviário, bem como nos modais ferroviário e
hidroviário.
“Se tivéssemos mais oferta na parte da logística, o custo total do
transporte para a indústria seria muito inferior. Isso vai muito além da
disponibilidade de caminhões ou trens, é tudo que envolve e contribui
para a maior eficiência da movimentação de cargas no país”, diz Castro,
em nota.
Ele afirma que o Brasil tem potencial para o transporte de cabotagem,
hidroviário e ferroviário, especialmente depois da criação do Programa
BR do Mar e da aprovação do novo marco legal de ferrovias. “Temos um
grande potencial para equilibrar melhor a nossa matriz de transportes”,
destaca.
“Nenhum outro país continental como o Brasil utiliza tanto o
transporte rodoviário como a forma principal da movimentação de cargas e
de pessoas. Não faz sentido o modal rodoviário ser tão utilizado em
distâncias longas”, diz.
As principais necessidades para a indústria em termos de logística e
infraestrutura são novas autorizações ferroviárias, conclusão de obras
da Ferrovia Norte Sul, desestatização de portos em geral, desestatização
do porto de Santos e concessão da BR-040, entre Rio e Belo Horizonte.
Necessidades encaminhadas aos presidenciáveis A própria entidade
aponta, em documento encaminhado aos presidenciáveis, que o Brasil
precisa aumentar os investimentos em transportes em pelo menos cinco
vezes para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e
tornar sua logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem
como para exportações e importações.
O país precisa elevar os investimentos em infraestrutura de
transportes dos atuais 0,4% para 2% do PIB, na avaliação do setor
industrial, que julga necessário um esforço de ao menos duas décadas
para modernizar a logística de transporte do país.
Não é só a CNI que aponta para essa necessidade. Números da
Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base
(Abdib), divulgados no primeiro semestre, sinalizam que o país teria de
investir pelo menos R$ 284,4 bilhões todos os anos, até 2031, para
superar gargalos nas áreas de saneamento básico, transporte e logística.
Em coletiva, Tarcísio de Freitas disse que inicialmente descarta a
ocorrência de atentado, mas destacou que o tiroteio foi mensagem
passada por criminosos.| Foto: Alan Santos/PR
Nesta terça-feira, dia 18, é celebrado o Dia do Médico. Estarei pela
manhã no plenário da Câmara Federal homenageando os médicos, que foram
os sacrificados, os heróis, os criticados – inclusive – e os infectados
nessa pandemia. No início, mesmo sem saber como, fizeram de tudo para
salvar as pessoas. E logo aprenderam como fazer. O tratamento deu certo.
A doutora Lucy Kerr provou isso em Itajaí (SC), com colaboração da
prefeitura. Foi um sucesso. Centenas de milhares de vidas foram salvas
graças a isso. Por outro lado, milhares morreram também porque não
receberam o tratamento. O tratamento foi experimental, assim como a
vacina é experimental. Experiências foram feitas e os médicos estavam no
front. Eu homenageio até os médicos que só deram dipirona e conduziram
as pessoas para a intubação porque eles ou não sabiam, ou estavam com
medo, ou estavam sob pressão. Talvez uns poucos estivessem meio
fanatizados com certas ideias, mas todos merecem a saudação, o
cumprimento, o reconhecimento neste Dia do Médico.
Dia de nascer de novo A segunda-feira foi dia de o candidato ao
governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nascer de novo.
Ele esteve sob fogo em Paraisópolis, na cidade de São Paulo. Por estar
em um veículo blindado, ele não foi morto. Não sei se houve intenção de
matá-lo, se foi um atentado político, se foi uma reação do crime
organizado a um veículo que estava entrando em seu território. Mas, de
qualquer forma, me lembra muito o que aconteceu em 6 de setembro de 2018
em Juiz de Fora (MG), com a facada desferida por Adélio Bispo. O então
candidato a presidente Jair Bolsonaro só foi salvo porque foi atendido
imediatamente por excelentes cirurgiões da Santa Casa de Misericórdia.
Se Tarcísio estivesse em um veículo sem blindagem, ninguém sabe o que
teria acontecido.
Santuários do crime É lamentável constatar que existem
territórios liberados para o crime, apartados das leis brasileiras. São
santuários do crime no Rio de Janeiro e em São Paulo principalmente, mas
em outras capitais também. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin e o próprio Supremo contribuíram para essa situação,
proibindo a polícia de entrar em certos lugares durante a pandemia. Isso
fortaleceu o crime, que ficou com o poder de deixar entrar um candidato
e impedir a entrada de outro candidato. Eles apoiam quem será favorável
ao crime, com essa leniência que propicia a existência de áreas
liberadas dentro do território brasileiro, áreas onde não vigora a lei
brasileira. Então os criminosos tomam partido político, participam da
campanha eleitoral.
E aí vem a grande pergunta para a Justiça Eleitoral: Que garantias de
voto livre têm os milhares ou milhões de eleitores que vivem dentro
dessas áreas dominadas pelo crime? Talvez esses eleitores estejam sendo
obrigados a votar naquele cuja vitória interessa ao crime. Eu acho que
temos de pensar sobre isso.
Só mostram o público quando interessa A gente descobre a
parcialidade de um meio de informação tradicional pelas fotos. Por
exemplo, eu estava examinando fotos de segunda-feira, em São Paulo, de
um candidato que estava no palanque lá no bairro de São Mateus, na Zona
Leste da capital paulista. Não tem imagem do povo, só tem foto do
candidato a presidente, do candidato ao governo do estado e de seu vice,
se não me engano. Não mostram o público. Por quê? Só mostram o público
quando tem uma aglomeração atrás dele. Isso acontece todos os dias.
Paraisópolis Tudo o que se sabe sobre o tiroteio durante evento com Tarcísio de Freitas em São Paulo Por Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo
Polícia inicialmente descarta atentado contra Tarcísio de
Freitas. Governador Rodrigo Garcia pediu celeridade nas investigações|
Foto: Reprodução Facebook
Na manhã desta segunda-feira (17), o
ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de
São Paulo, e sua equipe precisaram deixar às pressas a sede de um
projeto social na favela de Paraisópolis, na capital paulista, após a
ocorrência de um tiroteio nas imediações do prédio em que o projeto
funciona. O candidato estava no local para participar da inauguração do
Primeiro Polo Universitário de Paraisópolis.
Inicialmente Tarcísio classificou o episódio como um ataque direto a
sua equipe efetuado por criminosos. Em coletiva de imprensa no final da
tarde, o candidato do Republicanos afirmou que por ora descartava a
ocorrência de um atentado, mas destacou que o tiroteio representou uma
tentativa de intimidação por parte do crime organizado, uma mensagem
passada pelos criminosos de que sua presença não era bem-vinda naquele
local.
A favela de Paraisópolis, localizada na zona sul de São Paulo – uma
das mais populosas do país, com cerca de 100 mil habitantes –, sofre com
a ampla influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) no local.
O primeiro confronto ocorreu por volta 11h40, e o enfrentamento aos
criminosos se deu pelos agentes policiais que compõem a segurança da
equipe do ex-ministro. Em seguida foram deslocadas tropas das polícias
militar e civil para dar suporte. Um dos criminosos envolvidos no
tiroteio foi alvejado por policiais e morreu no local. Felipe Silva de
Lima, de 27 anos, que era fichado na polícia por roubo, foi levado ao
Hospital Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Não houve nenhum outro óbito ou ferimento no episódio.
Imediatamente após a ação, deu-se início à investigação sobre as
causas do tiroteio. Em coletiva de imprensa na tarde desta
segunda-feira, o secretário de segurança pública de São Paulo, João
Camilo Pires, declarou que, pelos dados disponíveis até o momento, não
considerava a possibilidade de tentativa de atentado contra o
ex-ministro. Segundo Pires, as circunstâncias apontam para a reação de
criminosos à presença de policiais que compõem a equipe de Tarcísio. O
secretário destacou, entretanto, que nenhuma outra hipótese está
descartada até o momento.
A polícia verificará, a partir de agora, imagens de câmeras das ruas e
de cinegrafistas e das câmeras corporais dos policiais que as portavam
durante a ação. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), pediu
agilidade na elucidação dos fatos.
Tarcísio classifica episódio como intimidação a sua presença Na
coletiva desta tarde, o candidato ao governo paulista afirmou que
membros de sua equipe de segurança narraram que oito indivíduos em
motocicletas rondaram a frente do instituto antes do ataque e fizeram
fotos e vídeos da equipe de segurança, além de terem abordado os
integrantes com perguntas. Em seguida, os criminosos teriam voltado com
armamento e iniciado o tiroteio.
“A gente ouviu a primeira rajada, e a primeira impressão que tive foi
de que era algo para intimidar, para dizer ‘vocês não são bem-vindos
aqui’. Mas achei que fosse ficar nisso. Mais tarde, a gente começou a
ouvir mais tiros e gritaria. Poucos minutos depois, o pessoal começou a
gritar ‘abaixa, abaixa, vão atirar aqui’. Até o momento em que uma
pessoa entra e diz: ‘tem que tirar ele daqui, porque o problema é ele.
Tem que dar um jeito de tirar ele daqui, estão dizendo que vão entrar
aqui’”, disse Tarcísio de Freitas.
Haddad diz que repudia a violência Fernando Haddad (PT),
adversário de Tarcísio de Freitas neste segundo turno, evitou
pronunciamento oficial sobre o caso. Ao cumprir agenda em São Mateus,
zona leste de São Paulo, o candidato foi questionado por jornalistas
sobre o caso e disse estar sabendo do ocorrido naquele momento, pelos
repórteres. Haddad afirmou repudiar “toda e qualquer forma de
violência”, que faz uma “campanha de paz e muito respeitosa” e que
sempre tratou seu oponente com respeito.
“Eu repudio toda e qualquer forma de violência. Isso vale para 2018,
2020 e 2022. Sempre trabalhei no campo da dignidade da política, na
contribuição com propostas. É assim que tenho me portado desde que
entrei na vida pública”, declarou.
Com receio de que o caso impacte eleitoralmente, o deputado estadual
Emídio de Souza (PT), coordenador de campanha de Haddad, foi às redes
sociais pedir uma resposta rápida por parte da polícia sobre o caso.
“Para não dar margem a interpretações equivocadas, a Polícia de São
Paulo precisa responder rapidamente se a comitiva de Tarcísio foi
atacada, como diz o candidato, ou se foi um tiroteio entre bandidos
próximo onde o candidato estava”.
Bolsonaro menciona episódio em propaganda eleitoral O presidente
da República, Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio de Freitas,
mencionou o tiroteio em seu programa eleitoral na noite desta segunda.
“O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe
foram atacados por criminosos em Paraisópolis”, diz a locução da peça.
A propaganda também cita a facada da qual Bolsonaro foi vítima na
campanha eleitoral de 2018 e o episódio de violência ocorrido na última
sexta-feira (14), quando um homem foi preso em Fortaleza após atirar
contra o muro de uma igreja evangélica antes de um evento religioso que
receberia a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita
Damares Alves (Republicanos).
Pela manhã, o presidente já havia se manifestado sobre o caso
envolvendo Tarcísio de Freitas. O chefe do Executivo disse que ainda era
cedo para concluir se houve motivação política no confronto. “Recebi um
telefonema do Tarcísio, algumas imagens também. Tudo é preliminar
ainda, então não quero me precipitar. Se foi uma ação contra a equipe
dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo ou
por haver na região. Então seria prematuro eu falar sobre isso”,
apontou.
Ao comentar o caso, Bolsonaro também mencionou o caso de violência em
Fortaleza. “O que eu sei é que há poucos dias teve uma ação de dois
tiros em uma igreja onde a primeira-dama se faria presente. O elemento
foi preso, detido, confessou ser do Comando Vermelho e que os dois tiros
foram para intimidar e evitar que muita gente comparecesse a esse
evento da primeira-dama com a senhora Damares. Isso está acontecendo, a
gente lamenta. Um caso já comprovado que tem a ver com motivação
política. O caso Tarcísio ainda não”, afirmou.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deixa uma conferência
de imprensa durante a Reunião da Comunidade Política Europeia em Praga,
República Tcheca, 06 de outubro de 2022.| Foto: EFE/EPA/MARTIN DIVISEK
Em
meio a uma desaprovação popular em relação a Recep Tayyip Erdogan,
presidente da Turquia desde 2014, o governo aprovou um projeto de lei
que censura – com ainda mais força – meios de comunicação e jornalistas
que, segundo o texto, “promovem mentiras”, abrangendo também qualquer
pessoa que se manifeste nas redes sociais. Para os críticos de Erdogan,
trata-se de uma tentativa de minar a oposição, fantasiada de combate a
fake news. A sanção da lei foi feita pelo presidente depois das 22 horas
(horário local) da quinta-feira passada (13).
A medida reforça a repressão à imprensa que acontece nos últimos anos
no país. Desde a tentativa de golpe de Estado em 2016, 189 veículos de
comunicação foram fechados, cerca de 319 jornalistas foram presos, sendo
que 36 deles ainda estão atrás das grades, segundo o Sindicato dos
Jornalistas da Turquia (TGS, na sigla em turco). De acordo com a
Association for Legal and Media Studies, esse número seria ainda maior:
pelo menos 59.
Uma pesquisa recente da Reuters mostrou o quanto o conteúdo dos
principais jornais diários e noticiários da TV pode estar vinculado a
toda uma cadeia de aprovação governamental. A associação Repórteres Sem
Fronteiras estima, por sua vez, que 90% da mídia nacional esteja nas
mãos de líderes ligados ao poder.
A nova lei impõe, entre outras mudanças, que jornalistas que agirem
“contra as regras morais da imprensa” – sem maiores detalhes de quais
seriam elas – deverão perder o direito de exercer a profissão.
O projeto de lei foi apresentado pelo AKP, partido do presidente, e
seu aliado nacionalista, o MHP, em maio de 2022, no Parlamento. Diante
dos protestos, Ahmet Ozdemir, deputado da maioria presidencial e
integrante do grupo que participou da redação do texto, assegurou que
não se trata de censura: “Nenhuma liberdade pode existir sem limites”,
disse o parlamentar aos colegas e à imprensa.
Oposição Já Meral Aksener, líder do partido Iy (do Bem), de
direita, condenou a nova lei, durante a abertura de votações no
Parlamento na semana passada. “O Social Media Act é uma obra-prima da
monstruosidade”, apontou. “Os que estão por trás da lei são os que mais
temem a realidade e a verdade”, declarou Aksener.
Gülistan Kiliç Koçyigit, outro deputado de oposição, do Halklarin
Demokratik (Democrático do Povo), denunciou que “as mãos do presidente
estão sujas” e levantou um cartaz escrito “A imprensa livre não se
calará”.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas do país, que reúne
sindicatos e outras entidades, também emitiu um comunicado, dizendo que
“a desinformação é um problema importante e deve ser combatido, mas não à
custa de restringir os direitos dos jornalistas e os direitos do
público à liberdade de expressão”.
“Essa lei infelizmente não é uma surpresa”, observou nas redes
sociais o jornalista e professor de economia turco Mehmet Altan, que foi
preso durante quase dois anos, antes de ser libertado em junho de 2018.
“É, no entanto, o sinal de uma decadência singular que pretende
estabelecer um monopólio do discurso oficial”, analisou.
Controle das redes sociais Existe ainda um artigo nessa nova lei
que faz uma emenda ao código penal e permite condenar a penas que variam
de um a três anos de prisão qualquer pessoa que tenha divulgado nas
redes “informações enganosas” minando “a unidade do Estado”, “a ordem
estabelecida” ou “divulgando segredos de Estado”.
A tentativa do governo autoritário da Turquia de controlar as redes
sociais é antiga. Em de junho de 2013, Erdogan declarou: “As redes
sociais são um flagelo para o povo. Há tantas mentiras no Twitter”.
No mesmo ano, gravações de áudio envolvendo ministros em casos de
corrupção e suborno se espalharam pelas redes e mandatário, que na época
era primeiro-ministro, mudou o funcionamento da administração
judiciária e se manifestou nas redes sociais: “Não vamos deixar o
Facebook e o YouTube engolirem a nossa nação! Poderíamos fechá-los. Não é
concebível ter tal noção de liberdade”. Ao longo dos anos, o atual
presidente passou a chamar as redes sociais de “fascismo digital”.
Reação parlamentar Por Olavo Soares – Gazeta do Povo Brasília
Divergência entre pesquisas eleitorais às vésperas do 1º turno e
apurações das urnas causou reação do mundo político.| Foto: José
Cruz/Agência Brasil
As discrepâncias entre os resultados de
algumas disputas do primeiro turno e os levantamentos de intenção de
voto motivaram uma ofensiva por parte de deputados e senadores contra as
empresas do ramo de pesquisas eleitorais.
Dois projetos de lei e duas propostas de Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) foram apresentados na Câmara e no Senado para pedir
investigações sobre o setor. Algumas das iniciativas contam com o apoio
do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que disse ser favorável a
uma regulamentação da atividade das empresas.
As ações são empreendidas por parlamentares aliados do governo do
presidente Jair Bolsonaro (PL). As empresas entraram no radar do campo
governista principalmente por conta do resultado do primeiro turno da
eleição presidencial, em que a votação recebida por Bolsonaro foi
superior à sugerida em grande parte dos levantamentos divulgados na
semana que antecedeu a votação.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), é um dos que
assina um projeto de lei que regulamenta as ações dos institutos. Outra
proposição é do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que declarou voto em
Bolsonaro no segundo turno.
Já a CPI das pesquisas foi sugerida na Câmara pelo deputado Carlos
Jordy (PL-RJ) e no Senado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). Ambos
são aliados de Bolsonaro.
A mobilização chegou a ganhar um estímulo extra na quinta-feira (13),
quando a Polícia Federal (PF) e o Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) anunciaram que abririam processos contra as empresas –
no caso do Cade, a ação cobriria os institutos Datafolha, Ipec e Ipespe.
Mas o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), acabou derrubando as medidas de Cade e PF, por entender que as
investigações estariam fora do escopo de atuação dos órgãos.
Bolsonaro criticou a decisão de Moraes e disse que o ministro será
“quem vai mandar” no Brasil em caso de vitória eleitoral do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Senador quer CPI contra pesquisas antes do 2º turno; meta é improvável O
senador Marcos do Val defende que a CPI seja iniciada no Congresso
ainda antes do segundo turno da eleição presidencial, agendada para o
próximo dia 30. Segundo ele, a instalação da comissão poderia coibir
distorções que, segundo ele, foram significativas para os resultados do
primeiro turno. O senador já coletou o número de assinaturas necessário
para que o pedido da CPI tenha prosseguimento.
A meta de do Val, porém, é de difícil realização. O presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia sinalizado ainda no primeiro
semestre que só instalaria CPIs após a realização das eleições, e na
última terça-feira (11) voltou a expor o posicionamento.
Além das eleições, outro empecilho que a CPI das pesquisas encara no
Senado é a “fila” de comissões parlamentares que foram demandadas por
outros senadores. Há três pedidos de CPI no Senado que já alcançaram o
número mínimo de assinaturas e aguardam instalação: uma para apurar a
atuação de ONGs na Amazônia, uma para analisar denúncias de corrupção no
Ministério da Educação (MEC) e uma para investigar obras federais
não-concluídas. A CPI sobre o MEC foi requerida pelo senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), coordenador da campanha do ex-presidente Lula.
Uma estratégia que do Val apontou para superar a fila do Senado é
fazer uma CPI mista, que incluiria também os deputados federais. Ele
disse que dialogará com os membros da Câmara a partir desta semana para
considerar essa possibilidade.
Na Câmara, muitos projetos e o interesse de Lira A instalação
de uma CPI na Câmara sobre as pesquisas vive, no momento, a dificuldade
de não contar com o número mínimo de assinaturas para que sua
solicitação seja formalizada. Segundo Carlos Jordy, o pedido conta com o
apoio de 124 deputados, e o mínimo necessário é de 171. O deputado
acrescentou que a meta é coletar as assinaturas e dar início à CPI ainda
na atual legislatura, que se encerra em fevereiro.
Lira não se posicionou abertamente a favor de uma CPI, mas disse
defender a regulamentação das pesquisas. Ele disse, em entrevista ao
UOL, que não concorda com projetos que determinam a prisão de
responsáveis por pesquisas, mas declarou ser favorável à aplicação de
multas e outras sanções de ordem administrativa. Na mesma entrevista,
Lira também disse considerar possível a votação de um projeto de lei
sobre o tema ainda neste ano.
Foram protocoladas duas propostas após o primeiro turno das eleições.
Uma é a de Ricardo Barros, que determina também que os veículos de
comunicação são obrigados a publicar o resultado de todas as pesquisas
com registro na Justiça Eleitoral e que os responsáveis pelos
levantamentos que divirjam dos resultados das urnas podem ser presos de
quatro a dez anos. A proposta também veda a divulgação de pesquisas 15
dias antes da eleição. Na justificativa do projeto, Barros diz que as
pesquisas do primeiro turno tiveram dificuldade de captar “o voto do
eleitor de direita”.
A outra proposição, do deputado Carlos Sampaio, tem como enfoque a
punição a “pesquisas fraudulentas”. O projeto prevê prisão e obrigação
do pagamento de multa a quem divulgar pesquisas fraudulentas – o texto,
porém, não especifica os critérios para determinação de que uma pesquisa
seja fraudulenta. Outro ponto da proposta determina transparência na
amostra e na metodologia das pesquisas.
As propostas de Barros e Sampaio se somam a outras duas de caráter
similar apresentadas em junho e julho respectivamente pelos deputados
Bibo Nunes (PL-RS) e Gurgel (PL-RJ). Os dois textos determinam punições a
institutos e responsáveis caso o resultado das pesquisas seja
diferente, fora da margem de erro, do encontrado nas pesquisas.
As quatro propostas tiveram sua tramitação alinhada a um projeto de
2011 apresentado pelo deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), que também
tem o teor de responsabilizar os institutos de pesquisa quando houver
diferença entre os levantamentos e os dados efetivos de votação.
Prédio do Congresso Nacional.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O
generoso Plano de Saúde do Senado tem hoje 598 beneficiários. As
despesas do ano passado somaram R$ 31,7 milhões. O plano é uma grande
família – atende cônjuge ou companheira, filhos até 33 anos, enteados,
pai e mãe. Prevê UTI aérea e tratamento no exterior. Há contribuições de
senadores, ex-senadores e seus dependentes, mas com valores baixos,
considerando a qualidade dos serviços. O plano é altamente deficitário e
recebe recursos públicos.
O blog teve acesso à relação completa dos senadores, ex-senadores e
dependentes. Ao todo, são 85 senadores no mandato – incluindo sete
suplentes no exercício – e 174 ex-senadores. O plano atende ainda 65
cônjuges, 87 filhos e 6 genitores dos atuais senadores. Há uma
modalidade para 24 filhos com idade entre 21 e 33 anos. Há ainda 122
cônjuges e 59 viúvas de ex-senadores. Pelo menos cinco senadores
asseguraram a adesão permanente ao plano após apenas quatro meses de
mandato.
A despesa aumenta a cada ano. Pulou de R$ 6,9 milhões em 2011 para R$
32,7 milhões em 2021. Em 2019, os gastos estavam R$ 13,9 milhões; em
2020, chegaram a R$ 14,9 milhões. Estão na rede de hospitais
credenciados o Sírio-Libanês e o Albert Einsten – entre os melhores do
país. O atendimento é feito por instituições credenciadas ou por
profissionais liberais e instituições de livre escolha, mediante
pagamento direto e posterior ressarcimento de despesas. No ano passado,
esses ressarcimentos somaram R$ 10 milhões. Em 2019, antes da pandemia
da Covid-19, as maiores despesas com hospitais chegaram a R$ 395 e R$
300 mil.
O plano prevê ainda o tratamento de saúde de senadores no exterior.
São autorizados previamente, pela Comissão Diretora, em casos de
“comprovada necessidade”. Também ocorre o ressarcimento em casos graves
quando o senador está em viagem oficial para eventos, reuniões e
congressos no exterior. Tem ainda a UTI aérea. As autorizações para
remoções via aérea são feitas pelo titular da Secretaria de Saúde.
As maiores famílias Márcio Bittar (União-AC), a cônjuge, dois
filhos maiores, uma filha menor e o pai estão no plano de saúde. Carlos
Fávaro (PSD-MT) incluiu no plano a cônjuge, dois filhos até 33 anos, o
pai e a mãe. Cid Gomes (PDT-CE), colocou a mulher, três filhos menores e
um com idade até 33 anos. Rogério Carvalho (PT-SE), incluiu a esposa, a
mãe e quatro filhas menores.
Senadores de destaque aderiram ao plano: Ciro Nogueira (PP-PI), atual
ministro da Casa Civil, incluiu no plano duas filhas com idade entre 21
e 33 anos e a nova companheira. A senadora Simone Tebet, ex-candidata a
presidente da República, colocou no plano uma filha com idade até 33
anos, outra menor e o marido.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), ex-presidente da CPI da Covid, colocou a
mulher, um filho maior e três menores como beneficiários; Flávio
Bolsonaro (PL-RJ), a mulher e dois filhos menores. Soraya Thronicke
(União-MS), outra ex-candidata a presidente, incluiu um filho maior e o
cônjuge no plano. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem
apenas dois filhos menores como beneficiários.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) vive uma situação singular. A sua
mulher, Sandra Braga, é beneficiária do plano como cônjuge. Ela é também
a 1ª suplente do senador, que está no meio do mandato e disputa segundo
turno para o governo do Amazonas. Mas Sandra já assumiu o mandato como
suplente do marido de janeiro de 2015 a abril de 2016, quando ele
assumiu o ministério das Minas e Energia.
O ex-senador Ronaldo Caiado (União) está na lista de beneficiários
como “titular ex-parlamentar”. A sua mulher, Maria das Graças, aparece
como “cônjuge de parlamentar”. Caiado é hoje governador reeleito de
Goiás. O 1º suplente de Caiado, Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO), que
assumiu o cargo definitivamente em janeiro de 2019, é beneficiário do
Plano de Saúde como “titular parlamentar”. A sua mulher, Ivana, é
beneficiária como “cônjuge de parlamentar”. O ex-senador, enquanto
estiver do exercício de outro cargo público, no nível federal, estadual
ou municipal, não fará jus aos benefícios previstos no plano.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) é “titular parlamentar”. A deputada
federal Ângela Amin (PP-SC) está na lista como cônjuge/companheira de
parlamentar. Na relação dos ex-parlamentares e dependentes está a viúva
do senador José Richa (PSDB-PR), Arlete Vilela. Ela recebe ainda pensão
como viúva, no valor de R$ 13,3 mil, pelo Instituto de Previdência dos
Congressistas (IPC), que foi extinto, mas deixou a conta das pensões
para a União.
Rita de Cássia Camata é beneficiária do plano como viúva do senador
Gerson Camata (MDB-ES). Como pensionista do atual Plano dos
Congressistas, ela recebe pensão vitalícia de R$ 33,7 mil, deixada pelo
senador Camata. Como ex-deputada, ela recebe mais R$ 20,9 mil de
aposentadoria parlamentar da Câmara dos Deputados.
Contribuições em valores módicos
Os senadores e seus dependentes pagam contribuição mensal.
Considerando os serviços prestados, os valores são módicos. As
contribuições cobrem cerca de 10% das despesas do plano. No caso dos
senadores, ex-senadores e cônjuges, o valor é de R$ 361 para a faixa
entre 39 a 42 anos; ou de R$ 549 a partir de 59 anos. O filho estudante
de 21 a 24 anos paga mensalidade em torno de R$ 300. As despesas com
filhos entre 21 e 33 anos, não estudantes, ficam em sua maioria em R$
670. Pai e mãe de senador pagam R$ 800 a partir de 59 anos.
Em 2020, na gestão do presidente Davi Alcolubre (União-AP), ato da
Comissão Diretora criou uma nova modalidade de dependentes – os maiores
de 21 e menores de 34 anos, independentemente de serem estudantes ou
dependentes econômicos dos titulares do plano. O Senado afirma que a
ação se espelhou em ato da Mesa da Câmara dos Deputados, que buscou, em
2016, “por meio desse benefício, melhorar a saúde financeira do plano
mediante redução da sinistralidade, pois trata-se de um grupo de
beneficiários geralmente saudáveis, com baixos índices de utilização do
plano”.
O Senado acrescenta que, para essa classe de beneficiários, não há
participação de recursos públicos no custeio do plano. Todas as despesas
são cobertas exclusivamente pelo pagamento das contribuições mensais e
das coparticipações do grupo. No caso de filhos solteiros menores de 21
anos, filhos estudantes menores de 24 anos ou filhos inválidos, por
serem dependentes obrigatórios, têm o plano custeado por recursos
públicos.
Aposentados após alguns meses Até 2003, os suplentes de senadores
que assumiam o mandato dos titulares não precisaram cumprir um prazo
mínimo para se filiar ao Plano de Saúde vitalício. Nova da Costa
(MDB-AP) esteve no Senado por dois meses, junho e julho de 2001,
substituindo o senador José Sarney (MDB-AP). Ele já havia sido
governador do então território do Amapá, nomeado por Sarney, em 1985.
Costa continua até hoje no plano do Senado.
Paulo Guerra (PMDB-AP) foi eleito suplente de Sarney em 1990. Assumiu
o cargo em outubro de 1999 para um mandato de três meses e 20 dias.
Continua no Plano de Saúde, ao lado da esposa. Sarney permanece no plano
como ex-senador. O ex-deputado deputado estadual Alcides Falcão
(PMDB-AL)) foi eleito suplente de Guilherme Palmeira (PFL) em 1990.
Assumiu a vaga de julho a outubro de 1998 – três meses e 21 dias. O
ex-senador morreu em 2020, mas a viúva continua filiada ao plano.
Ato da Meda diretora, em 2003, considera ex-senador aquele tenha
exercido o mandato como titular em decorrência de morte, renúncia ou
cassação do titular. Mas somente têm direito aos benefícios do Plano de
Saúde os ex-senadores que tenham exercido o mandato por um período
mínimo de 180 consecutivos. Quem tornou-se ex-senador antes disso,
manteve os benefícios.
Senado justifica aumento de despesas Questionado sobre o
crescente aumento e despesas do Plano de Saúde, o Senado respondeu ao
blog: “Quanto ao aumento dos custos dos planos de saúde nos últimos
anos, ressaltamos tratar-se de fenômeno multifatorial, tendo sido
evidenciado em todo o mercado de saúde suplementar, com agravamento a
partir do ano de 2021″. A pandemia da covid-19 também teria provocado a
elevação anormal de despesas a partir de 2021.
O Senado citou os motivos da elevação das despesas: a inflação da
saúde, afetada pelo aumento do envelhecimento populacional, o aumento no
preço de medicamentos, os custos de investimento e a descoberta de
novas tecnologias; o represamento de procedimentos eletivos que não
foram realizados no ano de 2020 em virtude da covid-19; a desvalorização
do real frente ao dólar, que precifica grande parte da tecnologia,
materiais e medicamentos; o aumento das internações por covid-19, cujo
ápice ocorreu no primeiro semestre de 2021; o aumento do custo dessas
internações, em virtude da demanda por leitos e tecnologias de alta
complexidade; e a taxa de utilização do plano de saúde.
O Senado acrescentou que a média etária dos senadores, acima da média
populacional, aumenta exponencialmente a taxa de sinistralidade do
plano, uma vez que pacientes idosos tendem a necessitar de cuidados
médicos de maior complexidade, consequentemente com maior custo.
A ministra Cármen Lúcia, do STF e do TSE, proibiu peça de
propaganda de Jair Bolsonaro sobre o apoio de Lula à legalização do
aborto.| Foto: STF
Meros sete anos separam a Cármen Lúcia do “cala a boca já morreu”,
dito quando ela foi relatora da ação no Supremo Tribunal Federal a
respeito da publicação de biografias não autorizadas, da Cármen Lúcia
que acrescenta mais um item à lista de assuntos que não podem ser
mencionados na atual campanha eleitoral para a Presidência da República.
Na sexta-feira, dia 14, na qualidade de ministra do Tribunal Superior
Eleitoral, ela proibiu a veiculação de uma peça de propaganda de Jair
Bolsonaro (PL) contendo falas do ex-presidente, ex-presidiário e
ex-condenado Lula (PT) defendendo a legalização do aborto.
“A afirmação [relativa ao aborto] não corresponde dados verídicos nem
comprovados, não havendo comprovação de que o candidato tenha
declarado, prometido ou apresentado projeto de governo no sentido de
promover a alteração da lei que cuida do tema do aborto”, diz Cármen
Lúcia, introduzindo uma nova espécie de vedação ao debate eleitoral: só
poderá ser alvo de crítica aquilo que tiver sido devidamente “declarado,
prometido ou apresentado”. Trata-se de uma pretensão absurda, pois
implica o conhecimento perfeito daquilo que vai na mente de cada
candidato, que pode muito bem ter certos planos e não os tornar
públicos; ignora que é possível traçar prognósticos futuros com base no
passado; e inviabiliza boa parte de críticas que são legítimas no debate
político. Levando essa determinação às últimas consequências, não seria
possível nem mesmo dizer que Lula ou Bolsonaro farão um mau governo
caso sejam eleitos, ou que agirão de forma fiscalmente irresponsável, ou
que tomarão esta ou aquela medida considerada prejudicial ao país.
Afinal, todas essas são afirmações negativas em relação ao candidato
alvo da crítica, mas nenhuma delas teria lastro em algo “declarado,
prometido ou apresentado”.
Como é impossível negar a existência da fala de Lula em defesa da
legalização do aborto, para impedir que ela volte ao debate público é
preciso tentar enquadrar sua divulgação em algum dos novos termos da
novilíngua eleitoral usada para justificar a atual enxurrada de
proibições
À parte o ridículo da restrição imposta por Cármen Lúcia, ela nem
mesmo se aplicaria ao caso de Lula. Afinal, a peça agora censurada usa
uma fala do petista durante debate realizado em abril, promovido pela
Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, e pela fundação alemã Friedrich
Ebert. Na ocasião, Lula afirmou que “aqui no Brasil não faz [aborto]
porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa
questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha.
Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou
discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa
cuidar”. A frase está documentada em vídeo e foi reproduzida por
inúmeros veículos de imprensa Brasil afora. Como é impossível pretender
que “todo mundo tenha direito” a algo que hoje é ilegal sem que haja uma
modificação normativa, legal ou judicial que legalize tal prática,
podemos muito bem considerar que o apoio de Lula à legalização está
devidamente “declarado”.
Além disso, se há algo no qual o PT coloca seu empenho, esse algo é a
legalização do aborto, que faz parte oficialmente das plataformas do
partido desde 2007. Lula e o PT tentaram, sem sucesso, a via legislativa
para esse objetivo: em 2005, uma Comissão Tripartite da Secretaria
Especial de Política para as Mulheres, criada “para discutir, elaborar e
encaminhar proposta de revisão da legislação punitiva que trata da
interrupção voluntária da gravidez”, apresentou um anteprojeto de lei
que previa a “realização legal do aborto, por decisão das mulheres, em
gestações de até 12 semanas, e com até 20 semanas se a gravidez fosse
resultante de violência sexual”. O governo Lula também usou outros meios
para atacar a vida por nascer. Naquele mesmo 2005, o Ministério da
Saúde atualizou suas normas técnicas para o atendimento, no SUS, de
abortos em caso de gravidez resultante de estupro; a modificação mais
importante foi a dispensa da apresentação de boletim de ocorrência, o
que na prática abriria brechas para o aborto sob demanda na rede
pública, ocultado sobre uma falsa alegação de violação sexual. Durante
quase todo o segundo mandato de Lula a pasta da Saúde esteve sob o
comando de um declarado abortista, José Gomes Temporão. E, em 2009, a
terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) continha a
defesa explícita da legalização do aborto, depois removida devido à
repercussão negativa.
O “poste” de Lula, Dilma Rousseff, não agiu de forma diferente. Ela,
que anos antes de se candidatar à Presidência havia defendido
veementemente a legalização em entrevistas, chegou a divulgar uma carta
aos eleitores cristãos durante a campanha de 2010 prometendo “defender a
manutenção da legislação atual sobre o assunto” e “não tomar a
iniciativa de propor alterações” na legislação relativa ao aborto (mas
sem dizer se vetaria uma legalização caso o Congresso a aprovasse). No
entanto, também ela nomeou abortistas para seu ministério, caso de
Eleonora Menicucci na Secretaria de Políticas para as Mulheres; e, o
mais importante, indicou para o STF aquele que é hoje o mais radical dos
defensores do aborto na corte, o ministro Luís Roberto Barroso. Se o
passado diz alguma coisa sobre o futuro, o fato de Lula não ter
“declarado, prometido ou apresentado projeto de governo no sentido de
promover a alteração da lei que cuida do tema do aborto” não significa
absolutamente nada.
Como, portanto, é absolutamente impossível negar a existência da fala
de Lula usada na propaganda de Bolsonaro, nem todo o histórico petista
de abortismo, para impedir que tudo isso volte ao debate público é
preciso tentar enquadrar sua divulgação em algum dos novos termos da
novilíngua eleitoral que vem sendo usada para justificar a atual
enxurrada de proibições. “Descontextualização”, “adulteração grosseira”,
“desinformação” e “mensagem distorcida” foram algumas das expressões
usadas pela ministra, agarrando-se especialmente a um verbo específico
dito por uma apoiadora de Bolsonaro na peça censurada: “Lula quer mudar a
lei e incentivar a mãe a matar o próprio filho no seu próprio ventre”,
diz-se a certa altura. Descarte-se desde já a alegação da campanha
petista de que isso seria falsa atribuição a Lula dos crimes de apologia
e incitação ao crime, pois tal “incentivo” viria apenas após a eventual
modificação da lei; fato é que “incentivar” não necessariamente pode
ser entendido como um estímulo direto para que alguém faça algo, mas
também como uma facilitação, a ação de criar as condições para que este
algo ocorra. Pode-se até mesmo alegar que a escolha do verbo por parte
da campanha de Bolsonaro foi infeliz, mas não que justifique censura.
Ao impedir a veiculação de uma peça que mostra Lula dizendo, com suas
próprias palavras, o que pensa sobre o aborto, Cármen Lúcia – que,
aliás, no início deste ano assinou uma carta que usa linguagem cifrada
em defesa da legalização – prejudica o debate público sobre um tema
importante para muitos eleitores. Além disso, mantém a escrita de uma
Justiça Eleitoral que há muito tempo perdeu a mão na condução deste
processo eleitoral. A “interferência mínima” prometida por Alexandre de
Moraes ao tomar posse na presidência do órgão deu lugar a um esforço
censurador sem nenhum lastro legal, que recorre a conceitos vagos como
“desordem informacional” para bloquear críticas legítimas. E só não
chamamos este esforço censurador de “amplo, geral e irrestrito” porque
ele normalmente está direcionado a apenas um lado deste embate,
desequilibrando a balança e fazendo do TSE um ator político, em vez de
organizador imparcial do pleito.