A questão, desde o começo, foi proibir a divulgação de notícias que Lula não quer que ninguém publique
O cidadão brasileiro precisaria ter passado os últimos tempos vivendo
fora do sistema solar para não se ver soterrado, 24 horas por dia, pela
neurose em modo extremo do Supremo Tribunal Federal no
seu combate de vida e morte contra as fake news. O fenômeno foi
apresentado como o mais importante para a humanidade em geral desde a
separação dos continentes – algo tão imenso que o STF abandonou o idioma
oficial do Brasil em troca do inglês para falar do assunto, embora
existam no português as palavras “notícia” e “falsa”, perfeitamente
adequadas para descrever uma fake news. Desde o primeiro minuto, o
conceito de que a autoridade pública estaria autorizada a definir quais
são as notícias falsas, e quais são as verdadeiras, e a partir daí
proibir ou permitir a sua publicação, tem funcionado como uma das
aberrações mais malignas que já se inventaram contra a Constituição
Federal e contra a liberdade. Agora ficou pior. Comprova-se que nunca
houve a intenção honesta de limitar a circulação de informação falsa
nenhuma. A questão, desde o começo, foi proibir a divulgação de notícias
verdadeiras – ou, mais exatamente, as notícias que Lula e o PT não
querem que ninguém publique.
O
ministro Alexandre de Moraes considera que o País enfrenta ‘segunda
geração’ de fake news nas eleições deste ano. Foto: Wilton
Junior/Estadão
É o que diz em despacho oficial o TSE, repartição pública que obedece ao Supremo, manda nas eleições e não existe em nenhuma democracia séria do mundo. O diário Gazeta do Povo,
mais uma vez, e a produtora Brasil Paralelo, foram proibidos de
divulgar notícias sobre o longo caso de amor político entre Lula e o
ditador da Nicarágua, Daniel Ortega,
ou os pontos de contato entre o ex-presidente e a corrupção. Por quê? O
idílio de Lula com Ortega está provado em fotos, vídeos, declarações
gravadas e até em notas oficiais do PT. E no caso da corrupção: quer
dizer que não houve ligação pública entre Lula e a ladroagem? E a Lava Jato?
E as confissões dos corruptos? E a devolução de dinheiro roubado? E as
suas condenações na Justiça brasileira pelos crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro? Bem, tudo isso é verdade, diz o TSE. Mas não
pode ser publicado porque é “desordem informacional”.
Que diabo seria isso – “desordem informacional”? É uma invenção que
não existe, e nunca existiu, em nenhuma doutrina jurídica do mundo.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes,
trata-se de mais uma ameaça mortal para a democracia – “informações
verdadeiras com conclusão falsa”, diz ele, e isso aí também precisa ser
censurado. É uma barbaridade. Como o ministro e seus colegas dão a si
próprios o direito de decretar que essa ou aquela conclusão é “falsa”?
Que lei em vigor no Brasil lhes permite definir o que é a verdade?
Desordem é isso.
Meio de pagamento já é aceito em 3 a cada 4 lojas virtuais do Brasil e
traz duas vantagens ao vendedor: elimina a ‘quebra’ de vendas comum nos
boletos e garante dinheiro na hora
O Pix chegou
ao mercado em 2020 como uma opção que daria fim às transferências
bancárias por DOC e TED, facilitando os pagamentos entre pessoas. Com
isso, as opções de envio de recursos, que antes garantiam receitas com
tarifas aos bancos, viram sua importância cair bastante. Agora, o Pix
pode fazer outras vítima, desta vez no e-commerce: o pagamento em boleto.
Segundo dados do Banco Central(BC), o Pix cresce consistentemente nos pagamentos entre pessoas e empresas, como as varejistas.
Em setembro de 2022, o número de transações desse tipo era de 430
milhões, ante 130 milhões no mesmo período no ano passado – um salto de
225%.
O valor das transações cresceu menos, indicando maior participação de
compras de pequeno valor. Ainda assim, o total quase dobrou em 12 meses
e foi de R$ 48,9 bilhões para R$ 91,7 bilhões. No acumulado do ano, até
setembro, o valor pago por Pix entre pessoas e empresas chega a R$ 680
bilhões e pode atingir R$ 1 trilhão até dezembro.
Por que o Pix é atrativo para o varejo
Para as varejistas, o Pix não só tem potencial para reduzir e até
substituir integralmente o boleto, como também pode aumentar o número de
vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras. Os
pagamentos com boletos bancários não são realizados em 50% das vezes, de
acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Além disso, a falta de flexibilidade nos pagamentos pode levar a um
carrinho abandonado. Segundo relatório da empresa de pagamentos Adyen,
52% dos consumidores brasileiros dizem que desistiram de fazer uma
compra porque não podiam pagar do jeito que queriam.
Pix
funciona para pagamentos por QR code ou com código; BC prepara
iniciador de pagamentos integrado a contas bancárias Foto: Leo
Souza/Estadão
O uso do Pix como meio de pagamento tem benefícios tanto para o
consumidor quanto para as empresas. O processo de aprovação de compras é
imediato, como acontece no cartão de crédito e geralmente há desconto
no pagamento à vista. O crédito chega às companhias instantaneamente e
com menos taxas.
Segundo dados do Estudo de Pagamentos GMattos, apenas dois anos após o
lançamento, o Pix já divide o segundo lugar nas formas de pagamento, ao
lado dos boletos. A aceitação do Pix tem potencial para chegar a 92%
nos próximos anos, prevê a consultoria. Em janeiro de 2021, o Pix
apresentava 16,9% de aceitação entre os comércios virtuais do Brasil; em
julho deste ano, o índice alcançou 76,3%.
Tirando espaço do boleto
No Mercado Livre,
a adoção do Pix teve expansão em torno de 130% e causou uma redução de
33% no uso de boleto no segundo trimestre deste ano, ante igual período
no ano passado. Na plataforma, lojas oficiais de marcas como Samsung, Nike e Hering já aceitam pagamentos via Pix.
Com 30 milhões de usuários ativos e 10 milhões de vendedores, o
Mercado Pago, banco digital do mesmo grupo da varejista argentina,
fornece sistema de pagamento para lojas físicas e digitais. Hoje, o
serviço já tem um quarto de todas as transações feitas via Pix. Além de
diversas lojas online, a empresa faz os pagamentos via Pix das farmácias
da rede Pague Menos e das lojas físicas da C&A.
Daniel Davanço, líder de pagamentos para empresas do Mercado Pago no
Brasil, avalia que as vendas dos lojistas que aceitam Pix subiram de 20%
a 25% mais do que as daquelas que ainda não tinham o Pix como meio de
pagamento neste ano. “A conversão do Pix hoje é de acima de 75%. O mundo
online abraçou o Pix de forma muito rápida, porque melhora a
experiência para todos os lados”, diz.
Gigantes dos eletrodomésticos: aposta no Pix
Varejistas como a Via (ex-Via Varejo) já
oferecem pagamentos com Pix desde o ano passado, inclusive nas lojas
físicas de Casas Bahia e Ponto. Recentemente, a companhia passou a usar o
Pix também para facilitar os acertos em casos de renegociação de
dívidas.
Já o Magazine Luiza oferece
pagamentos via Pix em seu site e aplicativo, mas também investe em uma
alternativa a ele. A empresa criou, dentro da Fintech Magalu, sistema de
pagamentos que promete ser mais veloz e prático do que o Pix porque não
requer que o consumidor acesse aplicativo de banco ou copie e cole
códigos de barras.
O boleto ainda vai continuar a coexistir, mas com cada vez menos
uso. Muitas empresas incentivam a migração do boleto para o Pix.”
Lorain Pazzetto, líder de open finance do Grupo FCamara
As transferências são feitas por meio do Iniciador de Transação de
Pagamento, modalidade oferecida pelo Banco Central que permite a
integração dos sites e aplicativos de empresas de varejo com os sistemas
bancários, dentro do conceito de “open finance”. O método de pagamento
foi implementado inicialmente no site KaBuM, que vende eletrônicos e foi
comprado pelo Magazine Luiza em 2021 por cerca de R$ 3,5 bilhões.
Para Robson Dantas, líder da operação do Fintech Magalu, o fato de o
iniciador de pagamentos ser mais simples do que o Pix pode reduzir ainda
mais a desistência de compras. “A experiência facilita muito a vida do
usuário, mas essa ferramenta ainda tem um caminho a percorrer até chegar
ao ponto que estamos com o Pix. No fim deste ano, devemos ver uma
consolidação do uso do Pix”, afirma. O Mercado Pago e outras grandes
varejistas do País também já fazem testes com o iniciador de pagamentos.
O Pix domina a economia como um todo
O uso do Pix para pagamentos extrapola o comércio eletrônico. De
acordo com estudo da consultoria Capco, feito com 2 mil pessoas via
internet, o Pix é usado por 94% das pessoas entrevistadas,
principalmente para pagamento de compras online (67%), pagamento de
prestadores de serviço (66%), em cafés e lanchonetes (60%) e em
supermercados (43%).
O boleto bancário ainda deve ter uma sobrevida, mas pode virar uma
opção de nicho. “O boleto ainda vai continuar a coexistir, mas com cada
vez menos uso. Muitas empresas incentivam a migração do boleto para o
Pix. O varejo vai se sentir mais confortável em restringir o boleto”,
afirma Lorain Pazzetto, líder de open finance da empresa de tecnologia
para varejo Grupo FCamara.
Além de reduzir a desistência de compras, o Pix deve ser estimulado
por ter menores taxas para as varejistas do que outros meios de
pagamento. “Tirar 0,1% do valor de uma venda para um varejista pode
significar ganhos milionários”, diz Pazzetto.
E as parcelas?
Quando chegar a todas as instituições financeiras, o Pix parcelado
permitirá aumentar os valores das transações entre pessoas e empresas –
hoje, essa fatia de mercado ainda é dominada pelo cartão de crédito.
Segundo dados do BC, o gasto médio de janeiro a setembro de 2022 em
transações entre pessoas e negócios foi de R$ 264.
Algumas empresas já permitem o Pix parcelado via cartão de crédito,
como é o caso do RecargaPay. Desse modo, quem recebe tem acesso ao
dinheiro na hora, enquanto o consumidor paga o valor a prestação. Entre
setembro de 2021 e setembro deste ano, o uso do Pix com cartão entre
seus clientes triplicou, segundo a empresa.
Caso o cliente queira realizar um pagamento com Pix para aproveitar
uma promoção em uma loja que oferece descontos nos pagamentos à vista,
por exemplo, é possível selecionar o pagamento com o Pix e parcelar a
compra no RecargaPay. Ainda que haja juros na transação, esse é um caso
de uso comum entre os clientes da empresa.
Especialista fala dos principais motivos pelo fechamento de empresas
Você sabia que mais de 65% das empresas fecham logo de início por
problemas de gestão? Isso é o que revela uma pesquisa recente do Sebrae,
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
De acordo com o mesmo levantamento, no Brasil existem mais de 18 mil
empresas ativas sendo que destas, 29% normalmente quebram em 1 ano, 42%
quebram em 2 anos, enquanto 56% quebram em 5 anos. “A falta de capital e
de clientes, a inadimplência e a falta de planejamento e gestão são um
dos maiores motivos para uma empresa falir logo de início. Esses índices
poderiam ser bem menores com um bom gerenciamento e aconselhamento”,
explica o empresário Jonathas Freitas, investidor anjo que está no
mercado há 18 anos e já participou da fundação de mais de 40 startups de
tecnologia que se tornaram reconhecidas nacional e internacionalmente.
Ao contrário do que muitos pensam, o trabalho de um investidor anjo
pode ir muito além de um simples aporte financeiro. Nos dias de hoje, o
smart money ou o know-how podem ser ainda mais valorizados que as
quantias monetárias. A explicação é fácil: o investidor, além de aportar
dinheiro, pode compartilhar todo o seu conhecimento em gestão e
administração de negócios, seus erros e acertos do passado para que a
empresa cresça com mais saúde e não venha a quebrar. Mas, para isso, é
preciso que os sócios estejam dispostos: “A educação dos sócios é um
pilar muito importante para o sucesso do negócio. Como investidores,
acreditamos mais no empreendedor e no seu potencial. É ele que faz a
diferença”, completa o especialista.
Crescimento versus falência
Quando os níveis de mortalidade das empresas são comparados com os
índices de outros países, eles são equivalentes. Então eles são normais,
você pode se questionar. Podem até ser, mas só em partes. O que
realmente preocupa é a questão de que a grande maioria das empresas que
sobrevivem aos cinco anos, permanece muito tempo sem taxas de
crescimento. “Os negócios sobrevivem, mas não são alavancados. O que um
investidor valoriza é a capacidade de tração do negócio e
consequentemente, o payback”, diz Freitas.
E de fato, um investimento, seja ele anjo ou não, é uma das melhores
formas de obter o melhor dos dois mundos: aporte financeiro e
intelectual, já que, historicamente, o Brasil é um país que oferece
poucos atrativos quando o assunto é acesso a crédito. Para se ter uma
ideia, mesmo com a taxa Selic a 5,8%, a taxa de cartão de crédito no
país pode chegar a 300% ao ano. Isso sem falar da parte intelectual: são
poucos os empresários dispostos a compartilharem seus erros e acertos
com novos empreendedores.
“Melhor que diminuir as complexidades, é preciso entendê-las. Seja na
parte jurídica, contábil ou tecnológica, por exemplo, o empresário
precisa compreender o que se passa no seu negócio. Só assim, ele
consegue ajustar e gerenciar, caso seja necessário. Não é preciso
entender tudo a fundo, mas compreender é essencial para uma boa gestão”,
finaliza o empresário, que também completa que o investimento não é uma
atividade filantrópica: “O retorno para o investidor de um aporte
nesse modelo costuma ser bem maior que o capital investido ou qualquer
outro ativo do mercado, mas para isso, o empreendimento precisa
prosperar”, diz Freitas.
A Startup Valeon reinventa o seu negócio
Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e
gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios
para mitigar o impacto econômico da pandemia.
São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os
negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.
Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das
pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo
e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se
adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram
aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se
relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade,
personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e
serviços.
Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio
pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo
digital.
Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais
rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é
uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar
diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo
para o seu comércio.
Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas
on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá
adicionar quantas ofertas e produtos quiser.
Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página
principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações
importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e
veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem
completo para a nossa região do Vale do Aço.
Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/
já foi visto até o momento por mais de 173.000 pessoas e o outro site
Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto
por mais de 2.850.000 de pessoas, valores significativos de audiência
para uma iniciativa de apenas dois anos. Todos esses sites contêm
propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.
Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito,
traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup
Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região
capaz de alavancar as suas vendas.
Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt (Alemanha): inflação
deve continuar elevada na área do euro, levando a novas altas nas taxas
de juro.| Foto: Sascha Steinbach/EFE/EPA
Não é só no crescimento
do PIB que a economia brasileira deve ter um bom desempenho em
comparação com as principais economias do mundo ao fim do ano. Outro
indicador com bons resultados é a inflação. O ponto médio das projeções
do último relatório Focus, divulgado na última segunda-feira (10),
sinaliza para um IPCA de 5,7% neste ano. Enquanto isso, grandes
economias da Europa, como Alemanha e Reino Unido, estão com a inflação
na casa dos dois dígitos.
Uma série de fatores favoreceu a queda da inflação em 12 meses, que baixou do pico de 12,13% em abril para 7,17% em setembro:
corte nas alíquotas do ICMS sobre combustíveis, energia,
telecomunicações e transporte público, e desoneração de tributos
federais sobre combustíveis; redução no preço dos combustíveis nas refinarias; e menor pressão dos preços de produtos industrializados, devido à normalização das cadeias produtivas. A
grande dúvida, segundo economistas do Bradesco, se dá no ritmo de
queda, já que os cenários doméstico e internacional seguem bastante
incertos. A projeção para o próximo ano é de uma inflação um pouco menor
que a esperada para 2022, mas ainda acima da meta do Banco Central.
Com preços na mira dos candidatos, o que esperar após três deflações seguidas A situação no resto do mundo A
inflação ainda está elevada em outras importantes economias mundiais.
Analistas da XP destacam, em relatório, que por anos os países
desenvolvidos da Europa e os Estados Unidos tinham um “problema” de
baixíssimas taxas de inflação, abaixo de suas metas, e, como
consequência, baixas taxas de juro.
“No caso da Europa, bancos centrais da região recorreram a uma
ferramenta pouco ortodoxa para estimular o crescimento e inflação: taxas
de juros negativas. Recentemente, o cenário mudou, e as autoridades
monetárias começaram a abandonar essa política para lidar com o problema
oposto: preços subindo muito acima das metas”, dizem os analistas
Rafael Nobre, Jennie Li e Pietra Guerra.
Os problemas na Europa começaram em 2021, quando a reabertura da
economia começou a pressionar as cadeias de suprimentos. Os preços da
energia começaram a aumentar devido à demanda elevada e à recuperação da
economia. O consumo foi 1,4% maior do que em 2019, segundo a BP
Statistical.
“Esta dinâmica de maior demanda em comparação com uma produção ainda
reduzida das commodities energéticas começou a servir de vento de cauda
para a alta das mesmas e a interferir na alta de custos da União
Europeia”, informa o relatório da XP.
O mercado toma partido: quem são os economistas e empresários que apoiam Lula e Bolsonaro Como os números da economia nas próximas semanas podem influenciar o segundo turno O
cenário piorou em fevereiro, com a invasão russa na Ucrânia, que
provocou forte alta no preço das commodities e complicou o fornecimento
de energia – 40% do gás natural que abastece a Europa é proveniente da
Rússia. Do início do ano até setembro, o gás ficou 115% mais caro e o
petróleo, 22%.
Nobre, Li e Guerra destacam que, agora, a Europa se encontra em uma
situação energética delicada: de um lado colocou boa parte de sua matriz
energética nas mãos da Rússia; do outro, apostou agressivamente na
transição para energias limpas, desligando parte de suas usinas
termelétricas e nucleares.
“Atualmente, a população sofre com um forte aumento nas contas de
eletricidade, indústrias estão paralisando operações e a forte alta dos
preços corrói o poder aquisitivo da população local”, escrevem os
analistas da XP. A estimativa da Eurostat, órgão oficial de estatísticas
da União Europeia, é de que o preço da energia tenha aumentado 40,8% em
um ano, em média.
Outro grupo de despesas que está pesando no bolso dos europeus é
alimentação, bebidas alcóolicas e fumo. Juntos, eles tiveram uma alta de
11,8%, puxada pela comida não processada.
Uma prévia estima que a inflação anual na área do euro possa ter
chegado a 10% em setembro. As maiores altas estão nos países bálticos –
Estônia (24,2%), Letônia (22,4%) e Lituânia (22,5%). Mas a principal
economia da região, a Alemanha, também está com inflação em dois
dígitos, de 10,9% na prévia acumulada em 12 meses até setembro.
Além desses problemas, o Banco Central Europeu (BCE) está frente a um
dilema: adotar uma política contracionista e colocar a economia em uma
recessão ou favorecer o crescimento econômico, em detrimento da
estabilidade dos preços.
Os analistas da XP observam que o BCE está cada vez mais inclinado
para uma política mais contracionista, causando um risco ainda maior
para os ativos locais.
Situação um pouco menos complicada vivem os Estados Unidos, onde o
pico da inflação já ficou para trás, segundo analistas. Segundo o US
Bureau of Labor Statistics, a inflação atingiu 8,3% nos 12 meses
encerrados em agosto.
Energia e alimentação continuam pressionando os índices de preços,
com alta anual de 23,8% e 11,4%, respectivamente. É a maior inflação
para a comida desde maio de 1979.
A tendência é de que os juros na economia americana continuem subindo
nos próximos meses, para tentar combater a inflação. A mediana para a
taxa dos Fed Funds (referência para as taxas nos EUA) subiu do intervalo
entre 3,25% e 3,5% para 4,25% e 4,5% em dezembro. Para o fim de 2023, o
ponto médio das projeções passou de 3,75%/4% para 4,5%/4,75%.
“A alta das projeções de juros se dá apesar de fortes revisões para
baixo nas projeções para o crescimento do PIB e a elevação moderada das
projeções de desemprego e inflação [nos EUA]”, escreve o economista
Constantin Jancsó, do Bradesco, em relatório.
As expectativas para a inflação em 2023 A Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avalia que com a mudança
no ciclo econômico e o aperto na política monetária surtindo efeito, o
pico da inflação deve ter acontecido no terceiro trimestre, tendendo a
cair ao longo deste trimestre e de 2023 na maioria dos países do G-20.
Entretanto, a alta nos preços permanecerá acima das metas dos bancos
centrais no próximo ano.
“Os Estados Unidos, que começaram o aperto monetário mais cedo do que
a área do euro ou o Reino Unido, devem registram um maior progresso em
levar a inflação para mais perto da meta, que é de 2% ao ano”, informa a
OCDE.
A entidade reconhece que a recente elevação nos custos da energia e
com a alta de juros começando mais tardiamente do que nos Estados
Unidos, a inflação permanecerá elevada em boa parte da Europa.
Entre as principais economias emergentes, o cenário é distinto. A
inflação se encontra em níveis baixos e estáveis na China. Para o Brasil
e o México, a expectativa é que diminuam as pressões à medida que
surtam efeito as altas nos juros. Na Argentina e na Turquia, as
projeções da OCDE indicam para uma inflação ainda elevada em 2023, porém
menor do que em 2022.
Alexandre de Moraes deu o voto decisivo pela censura de vídeo da
Brasil Paralelo sobre escândalos de corrupção sob o governo Lula.| Foto:
LR Moreira/Secom/TSE
A Justiça Eleitoral acaba de criar mais uma categoria de informação
que justifica censura e outras ações desproporcionais, mas que não está
descrita em nenhuma lei eleitoral ou penal. Depois da “propaganda
eleitoral negativa antecipada” e das fake news, agora temos também a
“desordem informacional”. O conceito foi inaugurado durante julgamento
no plenário do Tribunal Superior Eleitoral que ordenou a remoção de um
vídeo da produtora Brasil Paralelo publicado no Twitter. Considerando o
resultado do julgamento e os argumentos apresentados, poderíamos definir
“desordem informacional” – e a definição é nossa, pois é improvável que
os autores da expressão a entendam assim – como uma série de
informações cuja veracidade é incontestável, mas que levam a conclusões
indesejadas.
Pois é justamente disso que se trata. No vídeo agora censurado, e que
nem é produção recente (é datado de cinco anos atrás), a Brasil
Paralelo reuniu reportagens jornalísticas sobre escândalos de corrupção
ocorridos durante a passagem de Lula pelo Planalto, como o mensalão, os
dólares na cueca e a máfia dos sanguessugas – que teve como
desdobramento o escândalo do dossiê falso contra o tucano José Serra,
que disputava o governo paulista em 2006 contra o petista Aloizio
Mercadante. Tudo completamente verdadeiro, sem fakes, a ponto de o
ministro Paulo de Tarso Sanseverino ter negado o pedido de remoção feito
pelos advogados do PT. “Embora o vídeo revele conteúdo negativo em
relação a partido político e candidato da coligação representante,
inegável a natureza artística e informativa do material publicado […] A
publicidade não transmite, como alegado, informação gravemente
descontextualizada ou suportada por fatos sabidamente inverídicos”,
afirmou o ministro ao negar liminar, posição que reafirmou no julgamento
em plenário – uma postura digna de nota, já que foi o mesmo Sanseverino
quem ordenou censura a dezenas de tweets (inclusive desta Gazeta do
Povo) sobre o igualmente verdadeiro apoio de Lula ao ditador Daniel
Ortega, da Nicarágua.
Se os tribunais superiores já haviam perdido completamente o senso de
proporção no alegado combate às fake news, agora as news já não
precisam nem ser fake para que sejam banidas
Coube aos integrantes do TSE oriundos do Supremo Tribunal Federal
(STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a missão de formar maioria
contra o relator quando já se contavam mais dois votos contrários à
censura. “Estamos diante de fenômeno novo, que vai além das fake news. O
cidadão comum não está preparado para receber esse tipo de desordem
informacional”, afirmou Ricardo Lewandowski, em tom paternalista, sendo
seguido por Cármen Lúcia e Benedito Gonçalves (aquele que proibira o uso
das imagens do Sete de Setembro por Jair Bolsonaro).
O desempate caberia ao presidente da corte, Alexandre de Moraes. Quem
prevaleceria? O Alexandre de Moraes que dissera, em sua posse, que “a
livre circulação de ideias, de pensamentos, de opiniões, de críticas,
essa livre circulação visa a fortalecer o Estado Democrático de Direito e
a democratização do debate no ambiente eleitoral, de modo que a
intervenção da Justiça Eleitoral deve ser mínima”? Ou aquele que, mesmo
admitindo não haver provas contra a chapa vencedora em 2018, garantiu
que “sabemos o que ocorreu. Sabemos o que vem ocorrendo e não vamos
permitir que isso ocorra”, e que “as pessoas que assim fizerem irão para
a cadeia por atentar contra as eleições e a democracia no Brasil”? Para
a surpresa de ninguém, mais uma vez o discurso de posse ficou no
esquecimento. Ao falar de modalidades de desinformação, Moraes disse que
“a primeira é a manipulação, como no caso em concreto. Você junta
várias informações verdadeiras e aí traz uma conclusão falsa”, selando o
resultado que consagrava a censura.
VEJA TAMBÉM: PT pede mais censura e eleva ataque às liberdades de expressão e de imprensa (editorial de 13 de outubro de 2022) O monstro da censura se alastra (editorial de 6 de outubro de 2022) O apoio de Lula a Ortega, o novo tabu eleitoral (editorial de 5 de outubro de 2022) Na novilíngua eleitoral, censura é “defesa da democracia” (editorial de 21 de setembro de 2022) O TSE e as imagens do Sete de Setembro (editorial de 15 de setembro de 2022) Lula, a mordaça e a mentira (editorial de 16 de maio de 2022) Que
“conclusão falsa” é essa, impossível saber. Os advogados do petista
alegam que a “desinformação” estaria no fato de Lula não ter sido
investigado nem acusado nos escândalos citados no vídeo – mas a Brasil
Paralelo também não afirma isso. E Lula não disputa a Presidência como
representante única e exclusivamente de si mesmo; ele o faz na qualidade
de candidato do Partido dos Trabalhadores, e a legenda, sim, foi a
protagonista inegável dos escândalos. O PT defendeu, exaltou e segue
exaltando como “guerreiros do povo brasileiro” aqueles que efetivamente
foram acusados e condenados. Não há falsidade nem descontextualização
alguma em lembrar o brasileiro de que é este partido que retornaria ao
poder com Lula caso ele vença o segundo turno.
O que o TSE acaba de decidir é que até mesmo informações verdadeiras
podem ser censuradas se guiarem o eleitor – este ser que não sabe
raciocinar por conta própria, a julgar pelas palavras de Lewandowski – a
tirar conclusões negativas a respeito de algo ou alguém. É como se um
quebra-cabeça, ao se juntar as peças, resultasse em uma imagem final
desagradável, e por isso devesse ter sua venda proibida ou ter os
contornos de suas peças alterados para que não se encaixem mais umas nas
outras e não permitam formar cena alguma. Se os tribunais superiores já
haviam perdido completamente o senso de proporção no alegado combate às
fake news, agora as news já não precisam nem ser fake para que sejam
banidas. Tudo, claro, em nome da “democracia”…
Crise sem fim Argentinos passam venezuelanos em número de migrantes para a Espanha
Por Fábio Galão – Gazeta do Povo
A então presidente argentina Cristina Kirchner (hoje vice)
cumprimenta o então ministro das Relações Exteriores da Venezuela,
Nicolás Maduro (atualmente ditador do país), em encontro em Buenos Aires
em 2011| Foto: EFE/Emiliano Lasalvia
O caos econômico, político e
social gerado pelo chavismo fez cerca de 6,5 milhões de pessoas
deixarem a Venezuela desde 1999, fluxo comparável ao de países em
guerra.
Superar algum índice de migração venezuelano denuncia o quão grave a
situação de um país está, e a Argentina, onde a inflação descontrolada
corrói a renda e a instabilidade econômica empurra os trabalhadores para
a informalidade, conseguiu: no ano passado, a chegada de argentinos à
Espanha superou a de venezuelanos.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol,
32.933 argentinos migraram para o país europeu em 2021, um aumento de
65,8% em relação a 2020.
No ano passado, 27.875 venezuelanos chegaram à Espanha. Tanto o país
de Nicolás Maduro quanto a Colômbia, o país sul-americano com maior
migração para o território espanhol, mantiveram tendência de queda,
enquanto a Argentina (veja gráfico) teve redução expressiva em 2020
(19.857 argentinos migraram para a Espanha), primeiro ano da pandemia,
mas depois apresentou em 2021 patamar superior ao de 2019 (quando haviam
sido registrados 31.306 migrantes).
Migração Países sul-americanos que mais enviaram migrantes para a Espanha nos últimos anos
Fonte: Instituto Nacional de Estatística da Espanha. Infografia: Gazeta do Povo.
O número argentino de 2021 é o mais alto do país desde 2008, ano em
que o INE começou a divulgar estatísticas de imigração. Desde 2009 a
saída de argentinos para a Espanha não superava a de venezuelanos.
No ano passado, Colômbia e Argentina ficaram em segundo e quarto
lugares, respectivamente, na lista de países em todo o mundo que mais
enviaram migrantes para a Espanha – o Marrocos, com 60.436 pessoas, e o
Reino Unido, com 34.642, ficaram em primeiro e terceiro.
Entretanto, o historiador Xosé Manoel Núñez Seixas, professor da
Universidade de Santiago de Compostela, alertou em entrevista ao jornal
Clarín que os números da migração argentina podem ser ainda maiores,
porque muitos cidadãos com dupla cidadania do país governado por Alberto
Fernández ingressam em território espanhol com passaportes europeus –
espanhol ou italiano, principalmente.
Apesar desse fluxo sem paralelo na história recente, Seixas destacou
que a instabilidade política e econômica que a Argentina enfrenta há
décadas já gerou outros momentos de grande migração para a Espanha, o
que permitiu a criação de uma forte rede de apoio para os
recém-chegados.
“[Tivemos] Aqueles que chegaram fugindo da ditadura [entre 1976 e
83]; os que chegaram fugindo da grande inflação [década de 1980]; os que
chegaram em 2001, 2002, 2003. Eles estão aqui há 20 anos, estão bem
estabelecidos. É um gotejamento contínuo. Isso gera ‘camadas’ de
imigrantes estabelecidos que servem de ponte para que outros cheguem”,
explicou o professor.
Leandro Lázaro, um dos fundadores do grupo de acolhida Argentinos
pela Espanha, emigrou há 21 anos. Em entrevista ao site espanhol
Vozpópuli, ele lamentou que a crise sem fim na Argentina siga levando
milhares de compatriotas a escolher o mesmo caminho – e projetou que os
números devem continuar crescendo.
“Temos pouco a dizer sobre a economia, já se sabe tudo. Uma inflação
sem precedentes e insustentável, que está levando nosso país à ruína. E
isso, por sua vez, acaba levando à insegurança, que antes era
característica de apenas alguns bairros específicos, [mas agora] se
tornou algo generalizado em todo o país, porque a pobreza está nas
ruas”, criticou Lázaro. “Quem quer viver em um país prestes a explodir?”
Eleições 2022 Entenda o caso que opõe Lula e Renan a Arthur Lira Por Gazeta do Povo
Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas e candidato à reeleição.| Foto: Reprodução/Twitter
Na
quinta-feira (13), a Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de
Justiça) manteve o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas
(MDB), até o final de seu mandato, em 31 de dezembro. A medida pode ter
impacto direto nas eleições no estado: Dantas, que concorre à reeleição,
é aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele disputa o segundo turno do pleito contra Rodrigo Cunha (União
Brasil), que se declarou neutro na eleição presidencial. Cunha tem o
apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que é
aliado de Jair Bolsonaro (PL).
No primeiro turno, Dantas largou em vantagem: ele obteve 46,64% dos
votos, contra 26,79% de Cunha. Lula também venceu em Alagoas, com
56,50%, frente a 36,05% de Bolsonaro.
Uma das estratégias do petista é tentar ampliar sua votação no
Nordeste, região em que venceu em todos os estados. No segundo turno,
Lula tem visitado capitais nordestinas. Nesta semana, o candidato esteve
em Aracaju (SE), Salvador (BA) e em Maceió (AL). Na sexta (14), o
destino foi Recife (PE).
Bolsonaro, por outro lado, tenta diminuir a diferença no Nordeste. O
presidente, porém, enfrenta a falta de palanques nos principais estados
da região. Na Bahia, ACM Neto (União Brasil), que disputa o segundo
turno contra o petista Jerônimo Rodrigues, não declarou apoio a
Bolsonaro. Em Pernambuco, a situação é semelhante: Raquel Lyra (PSDB),
que enfrenta Marília Arraes (SD, apoiada por Lula), se declarou neutra
nas eleições para presidente.
Em todo o país, Lula obteve 48,43% dos votos, 6,18 milhões a mais do que Bolsonaro (43,20%).
Por que Dantas foi afastado
O afastamento ocorreu após uma decisão monocrática da ministra
Laurita Vaz, no âmbito de uma investigação sobre a suposta participação
de Dantas em uma organização criminosa que desviou R$ 54 milhões em
salários de servidores fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Na terça-feira (11), além do afastamento, a Polícia Federal (PF)
cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços, incluindo a
sede do governo e a casa de Dantas.
Segundo a PF, o esquema teria continuado mesmo depois de o candidato
deixar o cargo de deputado estadual para assumir o governo de Alagoas.
A Corte Especial do STJ, que acompanhou a decisão de Vaz, entendeu
que o afastamento era necessário para que não houvesse interferência nas
investigações.
Renan Calheiros e Lula defendem Dantas Na terça-feira, Dantas e
outros políticos reagiram à operação, deixando clara a inimizade entre
Renan Calheiros (MDB), aliado de Lula, e Arthur Lira, ambos figuras
importantes no estado.
Por meio de nota, Dantas classificou o caso como “grotesco”, e disse
que a ação era uma “encenação”. “Revela-se grotesca a ‘ação’ – na
verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser
aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um
golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para
favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha”, diz o texto.
O senador Renan Calheiros, aliado de Dantas, disse, nas redes
sociais, que Alagoas é “vítima do uso político da PF e do abuso de
autoridade”. Calheiros afirmou que, em outubro, pediu a troca do
superintendente da PF no estado, porque ele seria “cabo eleitoral de
Arthur Lira, que sonha com a Gestapo”. A Gestapo era a polícia política
da Alemanha nazista.
“A perseguição ao governador Paulo Dantas remonta a 2017, é da
competência estadual. Foi parar no STJ por uma armação de Lira e lá
perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra
bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso”, acusou
Calheiros.
Também na quinta (13), Lula esteve em Alagoas para ato de campanha.
Durante comício em Maceió, o petista defendeu Dantas. “Algumas pessoas
falavam ‘Lula, não vai lá não, porque tem um candidato que foi
condenado’. Quero dizer para vocês: eu jamais deixarei um companheiro no
meio do caminho”.
O ex-presidente também comparou a operação contra Dantas à Lava Jato.
Em 2018, Lula foi preso por condenações no âmbito da operação e, com
isso, ficou impedido de disputar as eleições presidenciais. As
condenações foram anuladas em 2021 pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o ex-presidente, a decisão do STJ, contra Dantas, parece ter
“a mesma finalidade” da sua condenação pela Lava Jato. “Por que fui
condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018”,
completou, repetindo a narrativa de que foi perseguido pela Lava Jato.
Adversário de Dantas nas eleições, Rodrigo Cunha aproveitou o
episódio para atacar o oponente. Na quinta (13), ele afirmou que Paulo
Dantas “se mostra o discípulo perfeito da turma com quem anda”.
“Nem Alagoas, nem o Brasil merecem andar de mãos dadas com a
corrupção. Não dá para aceitar retrocesso. Nem no nosso país, nem no
nosso estado”, completou.
Na sessão da Corte Especial, Laurita Vaz disse que o caso foi
analisado sem pressa, e que as críticas são “discursos vazios”. “Não é
difícil constatar que tudo foi conduzido dentro da normalidade. Se
tivesse me curvado à expectativa, sentado em cima dos autos, esperando
as eleições, aí sim estaria agindo com viés político”, afirmou a
ministra.
Também nas redes sociais, Arthur Lira rebateu as acusações de Calheiros, dizendo que o senador “não toma jeito”.
“Toda vez que ele ou alguém de seu grupo é apanhado praticando o
malfeito, me acusa para tentar encobrir suas safadezas. Foi o STJ que
viu fortes indícios de corrupção e determinou o afastamento do
governador de Alagoas”, disse.
Esplanada dos Ministérios, Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Partindo
da obviedade de que uma eventual vitória de Lula no dia 30 de outubro
trará ao Brasil uma enxurrada de tragédias, convido o leitor a fazer um
recorte mais específico para a Esplanada dos Ministérios, onde são
elaboradas e executadas a maioria das políticas públicas do governo
federal. Aqueles que se arriscarem no angustiante exercício de pensar o
que tanto mudaria da gestão Bolsonaro para um novo mandato petista,
certamente chegariam à correta conclusão de que nenhum outro ministério
passaria por uma deformação tão intensa quanto o de Direitos Humanos.
Seria como água e óleo, dia e noite ou qualquer outra dicotomia que
ilustre como a chegada de uma realidade substitui completamente a outra,
numa separação total, sem nada aproveitar, dada a diferença quase
ontológica entre uma linha de pensamento e outra. Não é exagero dizer
que o abismo a separar as duas gestões seria ainda mais profundo do que
aquele que afetaria o ministério da Educação, no qual as discrepâncias
também não seriam nada desprezíveis.
No final de 2018, quando Damares Alves foi convidada a assumir a
pasta, alguns amigos estiveram à frente da idealização do novo
ministério. Testemunhei de perto que o seu nascimento passou longe de
ser mera troca de equipe, como se a nova turma fosse apenas executar “no
automático” aquilo que já se fazia. Isso foi o que aconteceu na
transição FHC-Lula, mas agora tratava-se de uma verdadeira revolução
conceitual. Pela primeira vez desde a redemocratização, a agenda da
pasta não seria mais ditada por ONGs progressistas – a maioria delas de
fora do país – que acentuam a radicalismo de suas pautas ano após ano.
Dessa vez fez-se o que sempre deveria ter sido feito: partiu-se da
Constituição Federal, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de
outros tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a
Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de São
José da Costa Rica, e a Convenção de Viena, de 1993.
Foi desse sólido fundamento que surgiu a ideia de destacar no nome do
próprio ministério a instituição da família e a mulher, resultando no
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Não foi por
marketing, mas por coerência e opção de foco. O tema da mulher merece um
artigo futuro específico, mas no caso da família é na Constituição que
se encontram afirmações como “a família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado”. Mesmo assim, nas gestões tucana e petista o tema,
quando não era frontalmente repudiado, conseguia no máximo ser tratado
de modo tangencial, limitando-se a distribuição de benefícios
financeiros, como o Bolsa Família, ou àquilo que chamavam de
planejamento familiar, e que na prática nunca foi além da simplória
disseminação de formas para evitar filhos. Só se falava na instituição
familiar propriamente dita quando o objetivo era “desconstruí-la”,
apresentando a família tradicional, formada por pai, mãe e filhos, como
uma realidade distante, anacrônica, e intrinsecamente preconceituosa. É
claro que essa visão era verbalizada com mais frequência pelos mais
extremistas dentro do antigo MDH, e eles nunca foram poucos, já que essa
era justamente a pasta na qual o petismo alocava seus radicais. Era a
válvula de escape para os histriônicos da Esplanada em sua insaciável
necessidade de acenar à militância.
Aqueles que se arriscarem no angustiante exercício de pensar o que
tanto mudaria da gestão Bolsonaro para um novo mandato petista,
certamente chegariam à correta conclusão de que nenhum outro ministério
passaria por uma deformação tão intensa quanto o de Direitos Humanos
Na gestão Bolsonaro, sob a chefia de Damares, o ministério ganhou
pela primeira vez em sua história uma Secretaria Nacional da Família e
a implementação de políticas para a família passou a ser tratada como
prioridade absoluta, uma visão muito mais condizente com o que a
Constituição de 88 estabeleceu. A equipe técnica que lá trabalhou por
esses quase quatro anos foi escolhida a dedo entre os maiores
especialistas no assunto e, graças à visão mais ampla e profunda do
tema, não se limitavam a ver a família como mera receptora de benefícios
sociais e instruções pré-fabricadas em gabinetes de ideólogos. Eles
estudaram a realidade familiar no Brasil, sua história, sua importância
na sociedade e as consequências nocivas de sua gradativa
desestruturação. Foi assim, usando a razão, que se chegou a iniciativas
absolutamente inovadoras como a Estratégia Nacional de Fortalecimento
dos Vínculos Familiares, o Programa de Equilíbrio Trabalho-Família e o
Reconecte, que destaca o problema do uso imoderado de novas tecnologias
nas relações familiares – telas demais e convívio de menos.
Conseguem imaginar projetos com esse grau de sensibilidade e clareza
sobre as famílias brasileiras vinda de uma gestão Lula? Óbvio que não,
pois o que veio daquele ministério nos tenebrosos 13 anos em que o PT
esteve no poder foram coisas como o Plano Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que, entre outras bandeiras peculiares, propunha o relaxamento
da ação policial contra usuários de drogas, a “desconstrução da
heteronormatividade” e defendia oficialmente a descriminalização do
aborto “considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus
corpos”. Aliás, trazer no currículo provas robustas de que se tratava de
um notório defensor do aborto parecia ser critério essencial na seleção
de ministros para a pasta. Foi o caso, por exemplo, da inesquecível
Maria do Rosário (2011 – 2014). No caso de concretização do pesadelo de
um novo mandato para Lula, quem desponta à frente para assumir o MDH é o
deputado federal comunista Orlando Silva (PCdoB-SP), que fracassou em
se reeleger. Silva é o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos
da Câmara e protagonizou uma das polêmicas mais intensas da atual
legislatura como autor do Estatuto das Famílias do Século XXI, proposta
que, na prática, legalizava o incesto e a poligamia no Brasil.
Colocar o PT de volta no comando do Ministério de Direitos Humanos,
portanto, significa expulsar a instituição familiar para bem longe das
preocupações do Estado. A única família que interessa para Lula e o
consórcio de interesses que o apoia é aquela que se lembra do Bolsa
Família e vota treze, sem dar um pio sobre as agressões do petismo
contra tudo o que os pais e mães zelosos consideram mais sagrado.
Crimes e desvios E o que pode mudar isso Por Olavo Soares – Gazeta do Povo Brasília
As organizações municipais são o braço do poder público com o maior grau de exposição à corrupção| Foto: EFE/Fernando Bizerra
A
corrupção, que costuma no Brasil ser relacionada a grandes esquemas e à
esfera federal, se reproduz com intensidade em menor escala, no âmbito
das prefeituras e das câmaras de vereadores. As organizações municipais
são o braço do poder público com o maior grau de exposição ao problema,
segundo pesquisa elaborada no ano passado pelo Tribunal de Contas da
União (TCU). Os desvios envolvem, entre outras fontes de recurso, verbas
de origem federal, como as do Fundo de Participação do Municípios (FPM)
e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Para especialistas, o quadro se explica pela falta de capacitação dos
gestores locais e também por uma ainda pequena cultura de transparência
no poder público.
Segundo o TCU, menos de 2% das organizações públicas do país
possuem um sistema de proteção adequado contra a corrupção e 82% das
instâncias de poder do Brasil detêm risco alto ou muito alto de serem
atingidas pelo crime. O Poder Legislativo municipal é o ponto de maior
fragilidade.
“Essas informações do relatório para nós são mais do que óbvias e as
recebemos sem nenhuma surpresa”, afirmou o economista Bernardo Mota,
presidente do Instituto de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e
ao Financiamento do Terrorismo (IPLD-FT). Segundo ele, o quadro se dá
porque “não há um modelo padronizado de transparência e governança para
todos os municípios”.
“Existe um quadro de falta de preparação para o combate à corrupção,
com falta de preparo dos agentes que deveriam coibir o problema. É fácil
para o político enganar a população”, apontou a advogada Manuella
Mácola.
Como funciona a corrupção local Os mecanismos pelos quais a
corrupção se desenvolve na esfera municipal não são diferentes dos que
costumam ser citados quando a prática se dá no plano nacional:
superfaturamento em compras, licitações fraudadas e empresas de
“laranjas” recebendo recursos, por exemplo.
Há ainda desvios que são motivados por convênios firmados entre o
governo federal e as administrações municipais. “Por exemplo, quando o
Ministério da Justiça anuncia que quer auxiliar as guardas municipais a
adquirir equipamento, ou quando o Ministério da Agricultura quer enviar
recursos para a compra de retroescavadeiras”, destacou a advogada
Bárbara Mácola.
Mota reforçou que a falta de uma sistematização adequada e a presença
de mecanismos de transparência frágeis contribuem para que a corrupção
do nível municipal seja, via de regra, “premiada” com a impunidade.
“A grande diferença nos casos em município são os altos índices de
impunidade, pela pouca transparência na gestão dos órgãos públicos,
proximidade entre as pessoas em municípios muito pequenos, o que faz com
que as relações pessoais e institucionais se confundam podendo levar a
uma vista grossa ou inação em casos que deveriam ser analisados e não
são”, acrescentou Mota.
As advogadas Bárbara e Manuella acrescentam que, em muitas ocasiões,
os problemas se dão não necessariamente por uma falta de honestidade dos
gestores públicos, mas também por carência de capacitação.
Um exemplo citado por elas é o de um prefeito que foi condenado pelo
TCU por ter recebido verbas da Caixa Econômica Federal para construir
bocas de lobo pela cidade, e acabou destinando os recursos para outras
obras viárias. “Era um prefeito que não tinha conhecimento técnico para
cumprir o que era esperado”, destacou Bárbara. Há ainda situações,
segundo a advogada, em que os prefeitos podem ser responsabilizados por
desvios cometidos por subordinados, como secretários.
Tanto Mota quanto Bárbara e Manuella destacam que as irregularidades
podem acontecer em cidades de diferentes portes e localizações – ou
seja, não há um perfil de município que esteja imune à corrupção. Mas a
tendência maior é o de ocorrência de crimes em localidades menos
desenvolvidas e mais distantes das capitais estaduais.
Como consertar o problema
O combate à corrupção na escala municipal, segundo especialistas, se
dá pelo fortalecimento das instituições e pela capacitação dos gestores
locais.
Mudanças na legislação são também bem-vindas: a advogada Bárbara cita
como exemplo uma determinação de que os recursos que envolvem alguns
tipos de transação pelo poder público só podem ser movimentados por meio
de transferências bancárias. A medida proíbe a manipulação de dinheiro
vivo, o que inibe uma proposital falta de controle do destino das
verbas. Ela também aponta que a adesão a sistemas de governança – o que
pode ser feito de forma individualizada pela prefeitura, sem uma
“autorização” do poder estadual – corresponde a outro avanço.
Para Bernardo Mota, os avanços podem se dar por meio de um pacto entre os gestores das diferentes localidades.
“Uma união de esforços de todas as autoridades envolvidas para se ter
uma estratégia coordenada no combate à corrupção, incluindo treinamento
e intercâmbio para troca de experiências, sistemas de tecnologia da
informação integrados e até a possibilidade de implementação de ações
conjuntas que envolvessem autoridades das diversas esferas, sem
duplicação de esforços onde cada um atuasse no seu âmbito de
competência, mas podendo intercambiar informações e outros dados que
permitam uma melhor avaliação do todo que está sendo analisado”,
reforçou.
Assim como um jornalista, um professor é um bom contador de
histórias. Todo mundo que tenha passado por uma sala de aula tem alguma
para contar, seja uma superação, uma conquista ou até mesmo um caso mais
divertido. Faz parte do cotidiano do educador ter uma narrativa mais
engajadora que desperta olhares, talentos, interesses e que cria
ocasiões para situações acontecerem. Não por acaso, história, em latim, é
chamada de fabula.
A “boa fábula” é aquela que, além de verdadeira e transformadora, vai
além do óbvio, levando ciências sociais para a aula de algoritmo, ao
debater os mecanismos das redes sociais; matemática para a aula de
literatura, ao explicar a métrica dos poemas parnasianos; ou a História
para as classes de Biologia, quando aborda o darwinismo. Neste Dia do
Professor, conheça algumas dessas histórias que geram impacto na vida de
educadores e estudantes:
Desenvolvimento do estudante e o “ser professor”
Rodrigo Ramos, Coordenador de Ensino da Escola Vereda, conta sobre
uma experiência que o marcou quando era professor de teatro. Uma aluna
tinha dificuldade para falar em público. Num momento de medo, a
estudante chorou e explicou que tinha pavor de “estar em evidência”.
Rodrigo, então, a acolheu e a estimulou a se desenvolver cada vez mais,
propondo dinâmicas em grupo e brincadeiras. Após esse trabalho de
inclusão, propôs uma apresentação individual e ela “brilhou”, disse que
estava pronta, mas com medo, e Rodrigo a encorajou em seu desafio.
O que mais lhe marcou foi uma carta da mãe dessa aluna, relatando
muitas preocupações com o desenvolvimento da filha: “ela me mandou uma
carta agradecendo pelo trabalho e pediu para que eu continuasse o
desenvolvendo. Ela já tinha levado a filha dela em terapia e nunca nada
tinha conseguido ser tão eficiente quanto as aulas de teatro”. “Então,
para mim, ser professor é sobre essas situações, saber que eu agi e
mudei positivamente a vida de uma pessoa e eu acredito que para qualquer
educador isso é algo impagável”, acrescenta.
Assessoria pedagógica x ensino de matemática
Outra boa inspiração vem da educadora Nádia Moya, que foi professora
de escola pública durante 35 anos e, agora, busca devolver o que
aprendeu para o ensino público: “sou fruto de escola pública, fui
professora e me aposentei após 22 anos de sala de aula e quase 13 na
coordenadoria”. Durante sua carreira, alfabetizou muitos alunos e foi
reconhecida por sua forma de educar, foi indicada a escrever um livro de
alfabetização e produziu um artigo para o livro Inovações Radicais da
Alfabetização Brasileira, da Universidade de Stanford.
Hoje, Moya é assessora pedagógica da Matific Brasil, sendo
responsável pela coordenação dos projetos públicos da vertente voltada
às escolas do governo, o projeto GOV. Ela se emociona com sua trajetória
de conquistas: “É muita luta, às vezes não tinha água na escola, nós
professoras levávamos comida para as crianças. É muito especial olhar
para trás e ver que meu trabalho fez, e ainda faz, a diferença”,
destaca.
Tecnologia como a melhor aliada do educador
Outro caso interessante é o de Fabrício Garcia, fundador da Qstione,
empresa dedicada a atender as demandas pedagógicas e de avaliação dos
estudantes na educação básica e na educação superior. Fabrício é, antes
de tudo, um professor da área da saúde, apaixonado pelas novas
tecnologias educacionais. Seu foco principal de trabalho está em ajudar
instituições de ensino e professores a implementarem novas tecnologias
que aumentam a eficiência educacional, justamente por acreditar que os
recursos tecnológicos são o caminho mais simples para democratizar a
educação de qualidade no Brasil.
“A empresa teve início a partir de minhas dores. Era professor do
curso de Medicina e também dei aula em vários cursos da área de saúde.
Além disso, fui coordenador de curso e diretor acadêmico. No papel de
educador, sentia muito em não poder dar ao estudante o melhor feedback,
algo visto por ele como frustrante. Daí, a necessidade de melhorar as
aferições”, destaca o educador e empreendedor.
Antirracismo e professores
E por falar em boas histórias, em agosto, a Camino School, escola
trilíngue localizada na zona Oeste de São Paulo, participou de uma
narrativa contada para muitas pessoas no Centro Cultural São Paulo com o
lançamento do “Manual para Escolas Antirracistas”. Um dos autores e
professores responsáveis pela elaboração do material em formato de livro
é Léo Bento, professor de Social Studies e coordenador de engajamento
social da escola – além de ser professor, Bento é ativista do movimento
negro, integrante do coletivo Faixa Preta. Iniciativas como essa fazem
diferença. Inclusive, em razão desse projeto, o docente foi indicado
para o prêmio Destaque Educação, na categoria Convivência Positiva, uma
realização do EducaWeek 2022.
“É tão gratificante participar de uma iniciativa como essa, que visa
erradicar o racismo das instituições de ensino brasileiro, utilizando o
recurso que mais compete aos docentes: a educação. O manual tem uma
didática bem acessível para professores, gestores, mantenedores,
familiares e alunos, ou seja, é bem democrático. A indicação, ao meu
ver, reforça que estamos no caminho certo”, destaca Bento.
Bilinguismo: time to practice!
Aprender significa adquirir conhecimento, entretanto, sem um
envolvimento ativo do aluno na busca pela fluência de uma língua
estrangeira, como o inglês, não há avanço. É nesse cenário que entra a
figura do professor. “Ensinar inglês não deve ser apenas focar em
gramática e vocabulário, é preciso entender o contexto por trás da
língua e as culturas que a influenciam”, aponta a consultora pedagógica
da Red Balloon, Thais Wanderley. Na Red Balloon, a metodologia parte do
princípio de um ensino-aprendizado contextualizado, ou seja, que carrega
atividades relevantes, dinâmicas e capazes de conectar o estudante ao
mundo.
Dessa forma, as crianças e adolescentes entendem que o conhecimento
adquirido ultrapassa a aula, percebendo como pode ser aplicado no
próprio cotidiano. “Ainda é necessário diversificar ao máximo nossas
atividades para que alunos com diferentes tipos de aprendizado possam se
sentir incluídos e desenvolvidos. Se não formos hábeis de captar a
atenção e interesse do nosso aluno, não conseguimos ensinar”, ressalta.
Cultura maker: “mãos à obra”
Outra história relevante para contar é a parceria do Instituto
Verdescola com o Sesi-SP, que acaba de lançar uma Sala Maker na unidade
de São Sebastião, litoral de São Paulo. Muito diferente daquele conceito
de aula expositiva, por meio desse projeto, os professores têm em suas
mãos ferramentas fundamentais para instigar as chamadas competências do
século XXI em seus alunos e, principalmente, dar voz a eles no processo
de ensino-aprendizagem. Os estudantes precisam ser protagonistas na
evolução dos próprios conhecimentos.
O laboratório de fabricação digital incentivará estudantes a
trabalhar a criatividade e o raciocínio lógico por meio de atividades
práticas e projetos interdisciplinares com uso de tecnologia 3D,
educação ambiental e oficinas de empreendedorismo. “A ideia é atender,
em média, 700 jovens que frequentam o instituto no contraturno escolar,
abrangendo, assim, a educação infantil e os ensinos fundamental I e II”,
explica Elane Tonin, Gerente Pedagógica do Instituto Verdescola.