sábado, 15 de outubro de 2022

ARGENTINA É UM PAÍS PRESTES A EXPLODIR

 

Crise sem fim
Argentinos passam venezuelanos em número de migrantes para a Espanha

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo


A então presidente argentina Cristina Kirchner (hoje vice) cumprimenta o então ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro (atualmente ditador do país), em encontro em Buenos Aires em 2011| Foto: EFE/Emiliano Lasalvia

O caos econômico, político e social gerado pelo chavismo fez cerca de 6,5 milhões de pessoas deixarem a Venezuela desde 1999, fluxo comparável ao de países em guerra.

Superar algum índice de migração venezuelano denuncia o quão grave a situação de um país está, e a Argentina, onde a inflação descontrolada corrói a renda e a instabilidade econômica empurra os trabalhadores para a informalidade, conseguiu: no ano passado, a chegada de argentinos à Espanha superou a de venezuelanos.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, 32.933 argentinos migraram para o país europeu em 2021, um aumento de 65,8% em relação a 2020.

No ano passado, 27.875 venezuelanos chegaram à Espanha. Tanto o país de Nicolás Maduro quanto a Colômbia, o país sul-americano com maior migração para o território espanhol, mantiveram tendência de queda, enquanto a Argentina (veja gráfico) teve redução expressiva em 2020 (19.857 argentinos migraram para a Espanha), primeiro ano da pandemia, mas depois apresentou em 2021 patamar superior ao de 2019 (quando haviam sido registrados 31.306 migrantes).

Migração
Países sul-americanos que mais enviaram migrantes para a Espanha nos últimos anos  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística da Espanha.
Infografia: Gazeta do Povo.

O número argentino de 2021 é o mais alto do país desde 2008, ano em que o INE começou a divulgar estatísticas de imigração. Desde 2009 a saída de argentinos para a Espanha não superava a de venezuelanos.

No ano passado, Colômbia e Argentina ficaram em segundo e quarto lugares, respectivamente, na lista de países em todo o mundo que mais enviaram migrantes para a Espanha – o Marrocos, com 60.436 pessoas, e o Reino Unido, com 34.642, ficaram em primeiro e terceiro.

Entretanto, o historiador Xosé Manoel Núñez Seixas, professor da Universidade de Santiago de Compostela, alertou em entrevista ao jornal Clarín que os números da migração argentina podem ser ainda maiores, porque muitos cidadãos com dupla cidadania do país governado por Alberto Fernández ingressam em território espanhol com passaportes europeus – espanhol ou italiano, principalmente.

Apesar desse fluxo sem paralelo na história recente, Seixas destacou que a instabilidade política e econômica que a Argentina enfrenta há décadas já gerou outros momentos de grande migração para a Espanha, o que permitiu a criação de uma forte rede de apoio para os recém-chegados.

“[Tivemos] Aqueles que chegaram fugindo da ditadura [entre 1976 e 83]; os que chegaram fugindo da grande inflação [década de 1980]; os que chegaram em 2001, 2002, 2003. Eles estão aqui há 20 anos, estão bem estabelecidos. É um gotejamento contínuo. Isso gera ‘camadas’ de imigrantes estabelecidos que servem de ponte para que outros cheguem”, explicou o professor.

Leandro Lázaro, um dos fundadores do grupo de acolhida Argentinos pela Espanha, emigrou há 21 anos. Em entrevista ao site espanhol Vozpópuli, ele lamentou que a crise sem fim na Argentina siga levando milhares de compatriotas a escolher o mesmo caminho – e projetou que os números devem continuar crescendo.

“Temos pouco a dizer sobre a economia, já se sabe tudo. Uma inflação sem precedentes e insustentável, que está levando nosso país à ruína. E isso, por sua vez, acaba levando à insegurança, que antes era característica de apenas alguns bairros específicos, [mas agora] se tornou algo generalizado em todo o país, porque a pobreza está nas ruas”, criticou Lázaro. “Quem quer viver em um país prestes a explodir?”


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/um-pais-prestes-a-explodir-argentinos-passam-venezuelanos-em-numero-de-migrantes-para-a-espanha/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

GOVERNADOR CORRUPTO É APOIADO PELO CANDIDATO LULA

 

Eleições 2022
Entenda o caso que opõe Lula e Renan a Arthur Lira
Por
Gazeta do Povo


Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas e candidato à reeleição.| Foto: Reprodução/Twitter

Na quinta-feira (13), a Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), até o final de seu mandato, em 31 de dezembro. A medida pode ter impacto direto nas eleições no estado: Dantas, que concorre à reeleição, é aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele disputa o segundo turno do pleito contra Rodrigo Cunha (União Brasil), que se declarou neutro na eleição presidencial. Cunha tem o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que é aliado de Jair Bolsonaro (PL).

No primeiro turno, Dantas largou em vantagem: ele obteve 46,64% dos votos, contra 26,79% de Cunha. Lula também venceu em Alagoas, com 56,50%, frente a 36,05% de Bolsonaro.

Uma das estratégias do petista é tentar ampliar sua votação no Nordeste, região em que venceu em todos os estados. No segundo turno, Lula tem visitado capitais nordestinas. Nesta semana, o candidato esteve em Aracaju (SE), Salvador (BA) e em Maceió (AL). Na sexta (14), o destino foi Recife (PE). 

Bolsonaro, por outro lado, tenta diminuir a diferença no Nordeste. O presidente, porém, enfrenta a falta de palanques nos principais estados da região. Na Bahia, ACM Neto (União Brasil), que disputa o segundo turno contra o petista Jerônimo Rodrigues, não declarou apoio a Bolsonaro. Em Pernambuco, a situação é semelhante: Raquel Lyra (PSDB), que enfrenta Marília Arraes (SD, apoiada por Lula), se declarou neutra nas eleições para presidente.

Em todo o país, Lula obteve 48,43% dos votos, 6,18 milhões a mais do que Bolsonaro (43,20%).


Por que Dantas foi afastado

O afastamento ocorreu após uma decisão monocrática da ministra Laurita Vaz, no âmbito de uma investigação sobre a suposta participação de Dantas em uma organização criminosa que desviou R$ 54 milhões em salários de servidores fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas.

Na terça-feira (11), além do afastamento, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços, incluindo a sede do governo e a casa de Dantas.

Segundo a PF, o esquema teria continuado mesmo depois de o candidato deixar o cargo de deputado estadual para assumir o governo de Alagoas.

A Corte Especial do STJ, que acompanhou a decisão de Vaz, entendeu que o afastamento era necessário para que não houvesse interferência nas investigações.

Renan Calheiros e Lula defendem Dantas
Na terça-feira, Dantas e outros políticos reagiram à operação, deixando clara a inimizade entre Renan Calheiros (MDB), aliado de Lula, e Arthur Lira, ambos figuras importantes no estado.

Por meio de nota, Dantas classificou o caso como “grotesco”, e disse que a ação era uma “encenação”. “Revela-se grotesca a ‘ação’ –  na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha”, diz o texto.

O senador Renan Calheiros, aliado de Dantas, disse, nas redes sociais, que Alagoas é “vítima do uso político da PF e do abuso de autoridade”. Calheiros afirmou que, em outubro, pediu a troca do superintendente da PF no estado, porque ele seria “cabo eleitoral de Arthur Lira, que sonha com a Gestapo”. A Gestapo era a polícia política da Alemanha nazista.

“A perseguição ao governador Paulo Dantas remonta a 2017, é da competência estadual. Foi parar no STJ por uma armação de Lira e lá perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso”, acusou Calheiros.

Também na quinta (13), Lula esteve em Alagoas para ato de campanha. Durante comício em Maceió, o petista defendeu Dantas. “Algumas pessoas falavam ‘Lula, não vai lá não, porque tem um candidato que foi condenado’. Quero dizer para vocês: eu jamais deixarei um companheiro no meio do caminho”.

O ex-presidente também comparou a operação contra Dantas à Lava Jato. Em 2018, Lula foi preso por condenações no âmbito da operação e, com isso, ficou impedido de disputar as eleições presidenciais. As condenações foram anuladas em 2021 pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o ex-presidente, a decisão do STJ, contra Dantas, parece ter “a mesma finalidade” da sua condenação pela Lava Jato. “Por que fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018”, completou, repetindo a narrativa de que foi perseguido pela Lava Jato.

Adversário de Dantas nas eleições, Rodrigo Cunha aproveitou o episódio para atacar o oponente. Na quinta (13), ele afirmou que Paulo Dantas “se mostra o discípulo perfeito da turma com quem anda”.

“Nem Alagoas, nem o Brasil merecem andar de mãos dadas com a corrupção. Não dá para aceitar retrocesso. Nem no nosso país, nem no nosso estado”, completou.

Na sessão da Corte Especial, Laurita Vaz disse que o caso foi analisado sem pressa, e que as críticas são “discursos vazios”. “Não é difícil constatar que tudo foi conduzido dentro da normalidade. Se tivesse me curvado à expectativa, sentado em cima dos autos, esperando as eleições, aí sim estaria agindo com viés político”, afirmou a ministra.

Também nas redes sociais, Arthur Lira rebateu as acusações de Calheiros, dizendo que o senador “não toma jeito”.

“Toda vez que ele ou alguém de seu grupo é apanhado praticando o malfeito, me acusa para tentar encobrir suas safadezas. Foi o STJ que viu fortes indícios de corrupção e determinou o afastamento do governador de Alagoas”, disse.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/al/governador-alagoas-paulo-dantas-afastado-candidato-reeleicao/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

EVENTUAL GOVERNO LULA PREJUDICARIA OS DIREITOS HUMANOS

 

Por
Jônatas Dias Lima – Gazeta do Povo

Brasília 60 Anos – Esplanada dos Ministérios


Esplanada dos Ministérios, Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Partindo da obviedade de que uma eventual vitória de Lula no dia 30 de outubro trará ao Brasil uma enxurrada de tragédias, convido o leitor a fazer um recorte mais específico para a Esplanada dos Ministérios, onde são elaboradas e executadas a maioria das políticas públicas do governo federal. Aqueles que se arriscarem no angustiante exercício de pensar o que tanto mudaria da gestão Bolsonaro para um novo mandato petista, certamente chegariam à correta conclusão de que nenhum outro ministério passaria por uma deformação tão intensa quanto o de Direitos Humanos. Seria como água e óleo, dia e noite ou qualquer outra dicotomia que ilustre como a chegada de uma realidade substitui completamente a outra, numa separação total, sem nada aproveitar, dada a diferença quase ontológica entre uma linha de pensamento e outra. Não é exagero dizer que o abismo a separar as duas gestões seria ainda mais profundo do que aquele que afetaria o ministério da Educação, no qual as discrepâncias também não seriam nada desprezíveis.

No final de 2018, quando Damares Alves foi convidada a assumir a pasta, alguns amigos estiveram à frente da idealização do novo ministério. Testemunhei de perto que o seu nascimento passou longe de ser mera troca de equipe, como se a nova turma fosse apenas executar “no automático” aquilo que já se fazia. Isso foi o que aconteceu na transição FHC-Lula, mas agora tratava-se de uma verdadeira revolução conceitual. Pela primeira vez desde a redemocratização, a agenda da pasta não seria mais ditada por ONGs progressistas – a maioria delas de fora do país – que acentuam a radicalismo de suas pautas ano após ano. Dessa vez fez-se o que sempre deveria ter sido feito: partiu-se da Constituição Federal, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de outros tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de São José da Costa Rica, e a Convenção de Viena, de 1993.

Foi desse sólido fundamento que surgiu a ideia de destacar no nome do próprio ministério a instituição da família e a mulher, resultando no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Não foi por marketing, mas por coerência e opção de foco. O tema da mulher merece um artigo futuro específico, mas no caso da família é na Constituição que se encontram afirmações como “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Mesmo assim, nas gestões tucana e petista o tema, quando não era frontalmente repudiado, conseguia no máximo ser tratado de modo tangencial, limitando-se a distribuição de benefícios financeiros, como o Bolsa Família, ou àquilo que chamavam de planejamento familiar, e que na prática nunca foi além da simplória disseminação de formas para evitar filhos. Só se falava na instituição familiar propriamente dita quando o objetivo era “desconstruí-la”, apresentando a família tradicional, formada por pai, mãe e filhos, como uma realidade distante, anacrônica, e intrinsecamente preconceituosa. É claro que essa visão era verbalizada com mais frequência pelos mais extremistas dentro do antigo MDH, e eles nunca foram poucos, já que essa era justamente a pasta na qual o petismo alocava seus radicais. Era a válvula de escape para os histriônicos da Esplanada em sua insaciável necessidade de acenar à militância.

Aqueles que se arriscarem no angustiante exercício de pensar o que tanto mudaria da gestão Bolsonaro para um novo mandato petista, certamente chegariam à correta conclusão de que nenhum outro ministério passaria por uma deformação tão intensa quanto o de Direitos Humanos

Na gestão Bolsonaro, sob a chefia de Damares, o ministério ganhou pela primeira vez em sua história uma Secretaria Nacional da Família e a implementação de políticas para a família passou a ser tratada como prioridade absoluta, uma visão muito mais condizente com o que a Constituição de 88 estabeleceu. A equipe técnica que lá trabalhou por esses quase quatro anos foi escolhida a dedo entre os maiores especialistas no assunto e, graças à visão mais ampla e profunda do tema, não se limitavam a ver a família como mera receptora de benefícios sociais e instruções pré-fabricadas em gabinetes de ideólogos. Eles estudaram a realidade familiar no Brasil, sua história, sua importância na sociedade e as consequências nocivas de sua gradativa desestruturação. Foi assim, usando a razão, que se chegou a iniciativas absolutamente inovadoras como a Estratégia Nacional de Fortalecimento dos Vínculos Familiares, o Programa de Equilíbrio Trabalho-Família e o Reconecte, que destaca o problema do uso imoderado de novas tecnologias nas relações familiares – telas demais e convívio de menos.

Conseguem imaginar projetos com esse grau de sensibilidade e clareza sobre as famílias brasileiras vinda de uma gestão Lula? Óbvio que não, pois o que veio daquele ministério nos tenebrosos 13 anos em que o PT esteve no poder foram coisas como o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que, entre outras bandeiras peculiares, propunha o relaxamento da ação policial contra usuários de drogas, a “desconstrução da heteronormatividade” e defendia oficialmente a descriminalização do aborto “considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Aliás, trazer no currículo provas robustas de que se tratava de um notório defensor do aborto parecia ser critério essencial na seleção de ministros para a pasta. Foi o caso, por exemplo, da inesquecível Maria do Rosário (2011 – 2014). No caso de concretização do pesadelo de um novo mandato para Lula, quem desponta à frente para assumir o MDH é o deputado federal comunista Orlando Silva (PCdoB-SP), que fracassou em se reeleger. Silva é o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e protagonizou uma das polêmicas mais intensas da atual legislatura como autor do Estatuto das Famílias do Século XXI, proposta que, na prática, legalizava o incesto e a poligamia no Brasil.

Colocar o PT de volta no comando do Ministério de Direitos Humanos, portanto, significa expulsar a instituição familiar para bem longe das preocupações do Estado. A única família que interessa para Lula e o consórcio de interesses que o apoia é aquela que se lembra do Bolsa Família e vota treze, sem dar um pio sobre as agressões do petismo contra tudo o que os pais e mães zelosos consideram mais sagrado.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jonatas-dias-lima/o-estrago-que-um-novo-governo-lula-faria-ao-ministerio-de-direitos-humanos-1/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

CORRUPÇÃO ENDÊMICA NO BRASIL OCORRE EM TODOS OS SETORES

 

Crimes e desvios
E o que pode mudar isso
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília


As organizações municipais são o braço do poder público com o maior grau de exposição à corrupção| Foto: EFE/Fernando Bizerra

A corrupção, que costuma no Brasil ser relacionada a grandes esquemas e à esfera federal, se reproduz com intensidade em menor escala, no âmbito das prefeituras e das câmaras de vereadores. As organizações municipais são o braço do poder público com o maior grau de exposição ao problema, segundo pesquisa elaborada no ano passado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os desvios envolvem, entre outras fontes de recurso, verbas de origem federal, como as do Fundo de Participação do Municípios (FPM) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Para especialistas, o quadro se explica pela falta de capacitação dos gestores locais e também por uma ainda pequena cultura de transparência no poder público.


Segundo o TCU, menos de 2% das organizações públicas do país possuem um sistema de proteção adequado contra a corrupção e 82% das instâncias de poder do Brasil detêm risco alto ou muito alto de serem atingidas pelo crime. O Poder Legislativo municipal é o ponto de maior fragilidade.

“Essas informações do relatório para nós são mais do que óbvias e as recebemos sem nenhuma surpresa”, afirmou o economista Bernardo Mota, presidente do Instituto de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (IPLD-FT). Segundo ele, o quadro se dá porque “não há um modelo padronizado de transparência e governança para todos os municípios”.

“Existe um quadro de falta de preparação para o combate à corrupção, com falta de preparo dos agentes que deveriam coibir o problema. É fácil para o político enganar a população”, apontou a advogada Manuella Mácola.

Como funciona a corrupção local
Os mecanismos pelos quais a corrupção se desenvolve na esfera municipal não são diferentes dos que costumam ser citados quando a prática se dá no plano nacional: superfaturamento em compras, licitações fraudadas e empresas de “laranjas” recebendo recursos, por exemplo.

Há ainda desvios que são motivados por convênios firmados entre o governo federal e as administrações municipais. “Por exemplo, quando o Ministério da Justiça anuncia que quer auxiliar as guardas municipais a adquirir equipamento, ou quando o Ministério da Agricultura quer enviar recursos para a compra de retroescavadeiras”, destacou a advogada Bárbara Mácola.

Mota reforçou que a falta de uma sistematização adequada e a presença de mecanismos de transparência frágeis contribuem para que a corrupção do nível municipal seja, via de regra, “premiada” com a impunidade.

“A grande diferença nos casos em município são os altos índices de impunidade, pela pouca transparência na gestão dos órgãos públicos, proximidade entre as pessoas em municípios muito pequenos, o que faz com que as relações pessoais e institucionais se confundam podendo levar a uma vista grossa ou inação em casos que deveriam ser analisados e não são”, acrescentou Mota.

As advogadas Bárbara e Manuella acrescentam que, em muitas ocasiões, os problemas se dão não necessariamente por uma falta de honestidade dos gestores públicos, mas também por carência de capacitação.

Um exemplo citado por elas é o de um prefeito que foi condenado pelo TCU por ter recebido verbas da Caixa Econômica Federal para construir bocas de lobo pela cidade, e acabou destinando os recursos para outras obras viárias. “Era um prefeito que não tinha conhecimento técnico para cumprir o que era esperado”, destacou Bárbara. Há ainda situações, segundo a advogada, em que os prefeitos podem ser responsabilizados por desvios cometidos por subordinados, como secretários.

Tanto Mota quanto Bárbara e Manuella destacam que as irregularidades podem acontecer em cidades de diferentes portes e localizações – ou seja, não há um perfil de município que esteja imune à corrupção. Mas a tendência maior é o de ocorrência de crimes em localidades menos desenvolvidas e mais distantes das capitais estaduais.

Como consertar o problema

O combate à corrupção na escala municipal, segundo especialistas, se dá pelo fortalecimento das instituições e pela capacitação dos gestores locais.

Mudanças na legislação são também bem-vindas: a advogada Bárbara cita como exemplo uma determinação de que os recursos que envolvem alguns tipos de transação pelo poder público só podem ser movimentados por meio de transferências bancárias. A medida proíbe a manipulação de dinheiro vivo, o que inibe uma proposital falta de controle do destino das verbas. Ela também aponta que a adesão a sistemas de governança – o que pode ser feito de forma individualizada pela prefeitura, sem uma “autorização” do poder estadual – corresponde a outro avanço.

Para Bernardo Mota, os avanços podem se dar por meio de um pacto entre os gestores das diferentes localidades.

“Uma união de esforços de todas as autoridades envolvidas para se ter uma estratégia coordenada no combate à corrupção, incluindo treinamento e intercâmbio para troca de experiências, sistemas de tecnologia da informação integrados e até a possibilidade de implementação de ações conjuntas que envolvessem autoridades das diversas esferas, sem duplicação de esforços onde cada um atuasse no seu âmbito de competência, mas podendo intercambiar informações e outros dados que permitam uma melhor avaliação do todo que está sendo analisado”, reforçou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/como-a-verba-federal-alimenta-a-corrupcao-nos-municipios-e-o-que-pode-mudar-isso/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

DIA DO PROFESSOR - MEUS PARABÉNS

 

Mira Comunicação

Assim como um jornalista, um professor é um bom contador de histórias. Todo mundo que tenha passado por uma sala de aula tem alguma para contar, seja uma superação, uma conquista ou até mesmo um caso mais divertido. Faz parte do cotidiano do educador ter uma narrativa mais engajadora que desperta olhares, talentos, interesses e que cria ocasiões para situações acontecerem. Não por acaso, história, em latim, é chamada de fabula.

A “boa fábula” é aquela que, além de verdadeira e transformadora, vai além do óbvio, levando ciências sociais para a aula de algoritmo, ao debater os mecanismos das redes sociais; matemática para a aula de literatura, ao explicar a métrica dos poemas parnasianos; ou a História para as classes de Biologia, quando aborda o darwinismo. Neste Dia do Professor, conheça algumas dessas histórias que geram impacto na vida de educadores e estudantes:

Desenvolvimento do estudante e o “ser professor”

Rodrigo Ramos, Coordenador de Ensino da Escola Vereda, conta sobre uma experiência que o marcou quando era professor de teatro. Uma aluna tinha dificuldade para falar em público. Num momento de medo, a estudante chorou e explicou que tinha pavor de “estar em evidência”. Rodrigo, então, a acolheu e a estimulou a se desenvolver cada vez mais, propondo dinâmicas em grupo e brincadeiras. Após esse trabalho de inclusão, propôs uma apresentação individual e ela “brilhou”, disse que estava pronta, mas com medo, e Rodrigo a encorajou em seu desafio.

O que mais lhe marcou foi uma carta da mãe dessa aluna, relatando muitas preocupações com o desenvolvimento da filha: “ela me mandou uma carta agradecendo pelo trabalho e pediu para que eu continuasse o desenvolvendo. Ela já tinha levado a filha dela em terapia e nunca nada tinha conseguido ser tão eficiente quanto as aulas de teatro”. “Então, para mim, ser professor é sobre essas situações, saber que eu agi e mudei positivamente a vida de uma pessoa e eu acredito que para qualquer educador isso é algo impagável”, acrescenta.

Assessoria pedagógica x ensino de matemática

Outra boa inspiração vem da educadora Nádia Moya, que foi professora de escola pública durante 35 anos e, agora, busca devolver o que aprendeu para o ensino público: “sou fruto de escola pública, fui professora e me aposentei após 22 anos de sala de aula e quase 13 na coordenadoria”. Durante sua carreira, alfabetizou muitos alunos e foi reconhecida por sua forma de educar, foi indicada a escrever um livro de alfabetização e produziu um artigo para o livro Inovações Radicais da Alfabetização Brasileira, da Universidade de Stanford.

Hoje, Moya é assessora pedagógica da Matific Brasil, sendo responsável pela coordenação dos projetos públicos da vertente voltada às escolas do governo, o projeto GOV. Ela se emociona com sua trajetória de conquistas: “É muita luta, às vezes não tinha água na escola, nós professoras levávamos comida para as crianças. É muito especial olhar para trás e ver que meu trabalho fez, e ainda faz, a diferença”, destaca.

Tecnologia como a melhor aliada do educador

Outro caso interessante é o de Fabrício Garcia, fundador da Qstione, empresa dedicada a atender as demandas pedagógicas e de avaliação dos estudantes na educação básica e na educação superior. Fabrício é, antes de tudo, um professor da área da saúde, apaixonado pelas novas tecnologias educacionais. Seu foco principal de trabalho está em ajudar instituições de ensino e professores a implementarem novas tecnologias que aumentam a eficiência educacional, justamente por acreditar que os recursos tecnológicos são o caminho mais simples para democratizar a educação de qualidade no Brasil.

“A empresa teve início a partir de minhas dores. Era professor do curso de Medicina e também dei aula em vários cursos da área de saúde. Além disso, fui coordenador de curso e diretor acadêmico. No papel de educador, sentia muito em não poder dar ao estudante o melhor feedback, algo visto por ele como frustrante. Daí, a necessidade de melhorar as aferições”, destaca o educador e empreendedor.

Antirracismo e professores

E por falar em boas histórias, em agosto, a Camino School, escola trilíngue localizada na zona Oeste de São Paulo, participou de uma narrativa contada para muitas pessoas no Centro Cultural São Paulo com o lançamento do “Manual para Escolas Antirracistas”. Um dos autores e professores responsáveis pela elaboração do material em formato de livro é Léo Bento, professor de Social Studies e coordenador de engajamento social da escola – além de ser professor, Bento é ativista do movimento negro, integrante do coletivo Faixa Preta. Iniciativas como essa fazem diferença. Inclusive, em razão desse projeto, o docente foi indicado para o prêmio Destaque Educação, na categoria Convivência Positiva, uma realização do EducaWeek 2022.

“É tão gratificante participar de uma iniciativa como essa, que visa erradicar o racismo das instituições de ensino brasileiro, utilizando o recurso que mais compete aos docentes: a educação. O manual tem uma didática bem acessível para professores, gestores, mantenedores, familiares e alunos, ou seja, é bem democrático. A indicação, ao meu ver, reforça que estamos no caminho certo”, destaca Bento.

Bilinguismo: time to practice!

Aprender significa adquirir conhecimento, entretanto, sem um envolvimento ativo do aluno na busca pela fluência de uma língua estrangeira, como o inglês, não há avanço. É nesse cenário que entra a figura do professor. “Ensinar inglês não deve ser apenas focar em gramática e vocabulário, é preciso entender o contexto por trás da língua e as culturas que a influenciam”, aponta a consultora pedagógica da Red Balloon, Thais Wanderley. Na Red Balloon, a metodologia parte do princípio de um ensino-aprendizado contextualizado, ou seja, que carrega atividades relevantes, dinâmicas e capazes de conectar o estudante ao mundo.

Dessa forma, as crianças e adolescentes entendem que o conhecimento adquirido ultrapassa a aula, percebendo como pode ser aplicado no próprio cotidiano. “Ainda é necessário diversificar ao máximo nossas atividades para que alunos com diferentes tipos de aprendizado possam se sentir incluídos e desenvolvidos. Se não formos hábeis de captar a atenção e interesse do nosso aluno, não conseguimos ensinar”, ressalta.

Cultura maker: “mãos à obra”

Outra história relevante para contar é a parceria do Instituto Verdescola com o Sesi-SP, que acaba de lançar uma Sala Maker na unidade de São Sebastião, litoral de São Paulo. Muito diferente daquele conceito de aula expositiva, por meio desse projeto, os professores têm em suas mãos ferramentas fundamentais para instigar as chamadas competências do século XXI em seus alunos e, principalmente, dar voz a eles no processo de ensino-aprendizagem. Os estudantes precisam ser protagonistas na evolução dos próprios conhecimentos.

O laboratório de fabricação digital incentivará estudantes a trabalhar a criatividade e o raciocínio lógico por meio de atividades práticas e projetos interdisciplinares com uso de tecnologia 3D, educação ambiental e oficinas de empreendedorismo. “A ideia é atender, em média, 700 jovens que frequentam o instituto no contraturno escolar, abrangendo, assim, a educação infantil e os ensinos fundamental I e II”, explica Elane Tonin, Gerente Pedagógica do Instituto Verdescola.

DOENÇA ALZHEIMER PODE SER DETECTADA VÁRIOS ANOS ANTES

 

Sinais podem ser detectados até 9 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas

Foto: Redação

Por Roberta Jansen – Jornal Estadão

Pessoas que viriam a desenvolver a doença apresentavam dificuldades na execução de algumas tarefas quase uma década antes do diagnóstico, revela estudo no Reino Unido

RIO – Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram que é possível detectar sinais precoces de demência até nove anos antes de o paciente receber um diagnóstico específico, como Alzheimer.

No trabalho publicado nesta sexta-feira, 14, na publicação Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, o grupo de cientistas analisou informações do Biobank, o banco de dados biomédicos britânico. A equipe descobriu sinais de dificuldades em várias áreas específicas, como a solução de problemas e a lembrança de números específicos.

“Quando olhamos para a história dos pacientes, fica muito claro que eles já apresentavam alguns sinais de problemas cognitivos muitos anos antes de os sintomas se tornaram óbvios o suficiente para gerar um diagnóstico”, afirmou Nol Swaddiwudhipong, principal autor do estudo.

As descobertas levantam a possibilidade de, no futuro, pacientes em maior risco de desenvolver algum tipo de demência fossem mapeados para intervenções precoces ou para testes clínicos de novos medicamentos.

Sinais do Alzheimer podem ser detectados antes dos sintomas mais graves
Sinais do Alzheimer podem ser detectados antes dos sintomas mais graves Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Atualmente, existem poucos tratamentos eficazes para demências ou outras doenças degenerativas, como o Parkinson. Em parte, isso ocorre porque as doenças só são diagnosticadas depois que os sintomas aparecem, embora a degeneração propriamente dita comece muito anos (e até décadas) antes. Isso significa que, quando os pacientes são recrutados para testes clínicos de novos tratamentos, pode já ser muito tarde para que o curso da doença seja alterado.

A análise das informações reunidas no banco de dados biomédicos revelou que pessoas que desenvolveram Alzheimer já apresentavam um desempenho pior do que indivíduos saudáveis em tarefas de resolução de problemas, tempo de reação a estímulos, capacidade de lembrar de números, memória prospectiva (nossa capacidade de lembrar de algo para fazer mais tarde), entre outros. Isso também foi constatado em pessoas que desenvolveram uma forma rara de demência chamada de demência frontotemporal.

Remédio para diabetes pode diminuir risco de demência

Um estudo publicado ainda esta semana na revista científica BMJ Open Diabetes Research & Care descobriu também que alguns medicamentos contra a diabete podem reduzir em até 22% o risco de demência em pacientes. Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência, quadro clínico que afeta as funções cerebrais e está associado aos seus dois subtipos principais, Alzheimer e demência vascular.

Os cientistas compararam o risco de aparecimento de demência em pacientes com diabete tipo 2, a partir dos 60 anos, tratados com três classes de medicamentos: sulfonilureia (SU), tiazolidinediona (TZD) e metformina (MET). O tratamento durou pelo menos um ano e, após este período, o grupo que tomou TZD teve um risco 22% menor de ter qualquer tipo de demência em comparação aos participantes que usaram apenas a MET.

Segundo eles, os resultados trazem contribuição significativa à literatura sobre os efeitos de medicamentos contra diabetes para a demência. O estudo, entretanto, é considerado de caráter observacional. A equipe acredita que pesquisas futuras podem redirecionar agentes antidiabéticos orais para a prevenção de demência e podem considerar priorizar o uso de TZD.

A TECNOLOGIA DA INOVAÇÃO NÃO É NADA ASSUSTADOR

 

Valter Pieracciani – SIMPI – Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo.

“As pessoas têm um certo receio à tecnologia e inovação, mas na verdade não é nada assustador. Inovação são aquelas melhorias que o empresário faz o tempo todo e que seus associados fazem porque senão não estariam vivos”, palavras de Valter Pieracianni, empresário e especialista em inovação.

De acordo com Valter, sempre que um empresário está fazendo ou melhorando um produto novo para aumentar a sua competitividade, está inovando. Além disso, há inovação também na gestão como, por exemplo, a utilização de tecnologias simples que conseguem reduzir custos. “Muita coisa do que a gente chama de assistência técnica é inovação. Boa parte do marketing é inovação”, esclarece Valter.

A boa notícia é que a inovação é incentivada pelo governo, porque ela traz prosperidade. “No mundo todo é assim os governos financiam o risco, a inovação, a tecnologia, porque isso traz prosperidade, traz emprego, traz desenvolvimento econômico”, esclarece Valter.

Um padrão médio de um projeto de financiamento tem quatro anos de carência, com oito a 10 anos para pagar com juros subsidiados, o que significa entre 4% e 5% ao ano abaixo da inflação. “Não deixe dinheiro em cima da mesa. Muita coisa do que você faz é classificável como inovação. Junte tudo isso e tome o seu imposto de volta por meio dos incentivos fiscais”, finaliza Valter.

Novos recursos do BNDES

Em 2020, devido a pandemia, o governo colocou à disposição a redução dos impostos e recursos do governo através do BNDES para as empresas a taxas subsidiadas.

“Por causa do aumento da inflação e o incremento da taxa de juros muitas empresas estão sofrendo. Então, novamente, o governo coloca à disposição mais de 20 bilhões através do BNDES”, alerta o economista Salvatore Milanese.

Para conseguir um empréstimo o faturamento deve ser entre 300 mil e 300 milhões, e a contabilidade deve estar em ordem. O prazo máximo para esse financiamento é de 60 meses e você pode se beneficiar inclusive de uma carência que vai de 6 a 12 meses.

Crédito Digital

O crédito digital é uma grande alternativa para conseguir crédito. Os recursos são disponibilizados com apoio da tecnologia e histórico financeiro de pagamentos, chamado score.

Lembra Marcos Travassos, da Money Money Invest, “não se esqueçam, as fintechs são uma grande alternativa para as empresas, mas é importante cuidar do seu score, ou seja, do seu comportamento enquanto um bom pagador”.

NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!

COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.

O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão de existir.

E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves” das empresas da região para incrementar as suas vendas.

Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento, desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa fórmula.

Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e público.

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

 

O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

 

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

ALIADOS DE BOLSONARO SÃO OS MAIS COTADOS PRA PRESIDIR O SENADO

Poder Legislativo

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, fala à imprensa, no Palácio do Planalto


Senadora eleita pelo PP, a ex-ministra Tereza Cristina é apontada como um nome que pode pleitear a presidência do Senado em 2023.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Enquanto a eleição presidencial não se decide, outra disputa começa a movimentar os bastidores políticos em Brasília. A proclamação do resultado das eleições para o Congresso Nacional, no dia 2 de outubro, deu início às articulações para comandar as duas casas do Legislativo federal em 2023. Na Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), atual presidente, desponta como favorito à reeleição. No Senado, a permanência do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para mais dois anos na presidência da Casa é uma incógnita.

Embora os parlamentares neguem haver uma influência direta nas eleições internas – marcadas para ocorrer no primeiro dia da nova legislatura, em fevereiro do ano que vem –, a definição da corrida para a Presidência da República no próximo dia 30 de outubro terá um peso importante. O cenário com a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) é um, enquanto que com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é outro.

Basta observar a situação que se desenha no Senado. Enquanto Lira caminha para uma reeleição tranquila na Câmara, independentemente da vitória de Lula ou Bolsonaro, Pacheco deverá ter uma missão um pouco mais complicada. Duas razões sustentam essa análise: o colégio eleitoral menor na comparação com a Câmara (são 81 senadores contra 513 deputados), o que torna a costura política mais complicada, e a ascensão de uma bancada forte do PL e de outros partidos aliados a Bolsonaro na próxima legislatura.

Há o entendimento de que, ao longo de sua presidência, Pacheco construiu uma aliança sólida e pode ter força para pleitear sua permanência para o biênio 2023-2024. Mas o atual presidente da República não esconde o desejo de eleger um aliado para comandar o Senado e, por consequência, o próprio Congresso.

A fim de superar Pacheco, Bolsonaro e aliados já têm alguns nomes cotados para a presidência do Senado. São citados os recém-eleitos Tereza Cristina (PP-MS), Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Ciro Nogueira (PP-PI) e Carlos Portinho (PL-RJ).

Damares já admitiu que pode concorrer à presidência do Senado em 2023, mas deixou claro que isso dependeria do aval de Bolsonaro, caso seja reeleito. “Se Bolsonaro disser que me deixa ser candidata à presidência do Senado, eu serei. Você pensa o sonho: a primeira mulher a assumir a presidência do Senado”, disse ela, na última quarta-feira (5), em coletiva de imprensa. “Não estou brincando, estou falando sério”, acrescentou.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos deixou claro, porém, que abriria mão disso caso Tereza se candidate. “Eu só abriria mão por ela. A ideia é dar ao Senado opções. Ela seria uma grande presidente”, afirmou.

Líder do governo no Senado, Portinho disse ser “natural” o PL reivindicar a presidência – o partido elegeu oito novos senadores e poderá ter até 15 cadeiras em 2023. “Agora podemos ser a maior bancada e é ainda mais natural uma construção com as nossas bases como PP, Republicanos, além de outros partidos com quem mantemos boa relação no Senado, como PSD, MDB, Podemos, PSDB, União”, disse ao jornal O Estado de São Paulo.

Mesmo se Lula vencer a eleição ao Planalto, a força dos partidos encabeçados pelo PL pode impedir a recondução de Pacheco, que é vista com simpatia pelo candidato petista em razão das manifestações públicas a favor da democracia e das instituições. O atual presidente do Senado saiu em defesa das urnas eletrônicas, do sistema eleitoral e do Supremo Tribunal Federal em mais de uma oportunidade, tornando-se um contrapeso importante em um momento de grave polarização política.

Como estão as conversas sobre a eleição para a presidência do Senado
A despeito dos nomes sondados, interlocutores da campanha de Bolsonaro e senadores eleitos afirmam reservadamente à Gazeta do Povo que as discussões não são prioritárias neste momento. O objetivo é assegurar a reeleição do presidente para, depois, concentrar os esforços no tema.

Em reunião com senadores na última quarta-feira (5), incluindo os eleitos, Bolsonaro negou ter discutido a eleição no Congresso. “Não discutimos isso agora; isso é atribuição lá da Câmara e do Senado. Eu sou um mero espectador nessa questão”, disse a jornalistas. Um senador eleito reforçou que o assunto não foi debatido no encontro.

Porém, outros aliados reconhecem que, mesmo sem ser um tema prioritário, existem nomes “sobre a mesa”. “Tem alguns nomes fortes, como a Tereza e o Rogério, mas é um debate ainda muito distante. É algo que só vai ganhar força após 30 de outubro”, afirma um interlocutor da campanha. Ou seja, os rumos das conversas dependem da eleição presidencial.

Interlocutores de Damares dizem que ela marcou posição e asseguram não ser um blefe suas pretensões de liderar o Congresso em caso de reeleição de Bolsonaro. Já o entorno de Flávio Bolsonaro aponta que ele não tem pretensões de disputar a presidência do Senado em caso de vitória do pai no segundo turno.

Líder do PL no Senado, Flávio se mostra disposto a negociar apoio em respeito à divisão de poderes. O parlamentar está disposto a atuar pela articulação do nome a ser definido pela base política e não descarta apoiar algum senador de outra legenda, embora seu partido tenha a pretensão de disputar o pleito e tenha, inclusive, manifestado isso a Rodrigo Pacheco.

A bancada do PL pode chegar a 15 senadores, dependendo do resultado do segundo turno das eleições estaduais. Os senadores Marcos Rogério (RO) e Jorginho Mello (SC) disputam os governos em seus estados. Se perderem, manterão seus mandatos e engrossarão sua legenda. Se vencerem, serão substituídos por suplentes do PSDB e MDB, respectivamente.

Historicamente, o Senado costuma ser presidido pela maior bancada partidária, o que reforça o pleito da ala do PL que deseja ter a presidência do Senado. Porém, a legenda está consciente e disposta a negociar um nome que possa se sagrar vencedor. Por isso, nomes do Republicanos e até do PP não estão descartados, a despeito da provável candidatura de Lira na Câmara.

Em caso de reeleição de Lira e eleição de um senador do PP para chefiar o Senado, o partido presidido pelo atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ficaria com ambas as presidências do Congresso.

Por que Bolsonaro quer um aliado no lugar de Pacheco
A intenção de aliados do atual presidente da República ao pleitear a presidência do Senado tem motivações diversas. Além da disputa de poder e consequente desidratação de Pacheco, o objetivo em caso da reeleição de Bolsonaro é assegurar uma presidência mais alinhada com a Câmara e o Palácio do Planalto.

Lira e Pacheco se distanciaram ao longo da última gestão e deputados se queixam de pautas aprovadas pela Câmara que “travam” no Senado. Já Bolsonaro e sua base mais “raiz” se queixam do abandono ou morosidade de pautas defendidas pelo governo. Após a reunião com senadores na última semana, Bolsonaro manifestou seu desejo de aprovar a regularização fundiária e outras pautas que, para ele, tramitarão de forma mais “uniforme” e com mais agilidade com o novo Congresso.

A tramitação do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é outra pauta defendida por Bolsonaro. O próprio presidente apresentou um pedido contra o ministro Alexandre de Moraes, que foi rejeitado por Pacheco. Durante a campanha, o candidato à reeleição disse que, se reeleito, levará para “dentro das quatro linhas da Constituição” uma “minoria que pensa que pode muito”, em referência aos membros da Suprema Corte, constantemente acusados de ativismo judicial.

O atual presidente do Senado, por sua vez, atua para permanecer no cargo com a promessa de que, se reeleito, manterá uma gestão independente e soberana. Além de rejeitar o pedido de impeachment contra Moraes, Pacheco travou a votação do homeschooling, não pautou a matéria que flexibiliza o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo e munições, e devolveu ao governo uma medida provisória (MP) que alterava o Marco Civil da Internet, por exemplo.

Aliados mais próximos e simpatizantes de seu mandato prometem articular pela reeleição. O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) sinalizou apoio a Pacheco em fala no plenário na última terça-feira (4). “Tenho certeza que, daqui para frente, vamos trabalhar pela sua reeleição merecida”, comentou.

“Fiquei indignado com a posição de um líder do governo Bolsonaro [Portinho] já dizendo que o próximo presidente do Senado tem que ser do partido do Bolsonaro. Calma. Primeiro que ele não ganhou a eleição, segundo turno é dia 30. Que os novos senadores cheguem aqui com os pés no chão, com humildade”, afirmou Kajuru.

Aliados de Pacheco acreditam que, se o ex-presidente Lula for eleito, ele poderá ter maior força para pleitear a reeleição. Alguns senadores apontam, porém, que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) é um dos cotados do petista para presidir o Senado em caso de vitória nas urnas.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/senadores-cotados-para-presidir-senado-2023/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

PT É O PARTIDO QUE MAIS PEDE CENSURA À IMPRENSA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Em foto de 2010, o então presidente Lula recebe o nicaraguense Daniel Ortega no Palácio do Itamaraty, em Brasília.| Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE

Além da mentira pura e simples, a censura antidemocrática e inconstitucional: estas são as armas do petismo para impedir que o eleitor saiba quem são e o que fazem os amigos de Lula na América Latina, e o sofrimento que eles impõem aos povos que vivem sob o seu jugo. É por isso que, depois de pedir e conseguir a censura de dezenas de publicações em mídias sociais (inclusive desta Gazeta do Povo) sobre a aliança entre Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, o PT voltou a acionar o TSE, desta vez pedindo a remoção de conteúdos do próprio site da Gazeta, além de pretender que o jornal não produza novos conteúdos sobre o apoio do petismo aos regimes ditatoriais latino-americanos. O pedido está nas mãos do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, o mesmo responsável pela censura promovida no início deste mês; uma definição pode sair a qualquer momento.

Basta a simples leitura da reportagem que o PT quer tirar do ar para que a mentira petista fique evidente. A amizade que une Lula e Ortega dura décadas, ao menos desde a fundação do Foro de São Paulo. As evidências apresentadas ao longo do texto são tantas que chega a ser inacreditável que os advogados petistas as classifiquem como “desinformação”, “conteúdos sabidamente inverídicos” e – a cereja do bolo – “fantasiosa relação de Lula com o ditador Ortega”, já que essa relação não tem absolutamente nada de “fantasiosa”, embora seja notável o ato falho que reconhece o caráter ditatorial do regime nicaraguense. Ressalte-se que a solicitação petista falha grotescamente em apontar onde estariam as mentiras em cada um dos fatos descritos na reportagem, limitando-se à tentativa genérica de desqualificação e à alegação de que ela constituiria “propaganda eleitoral negativa”, quando na verdade estamos falando não de propaganda, mas de jornalismo feito com o rigor que o assunto exige, e da exposição de fatos que o eleitor tem todo o direito de conhecer para ajudá-lo a formar a decisão que tomará diante das urnas no dia 30.

Os ditadores de esquerda latino-americanos são apoiados por Lula e pelo PT, e ainda o são mesmo depois de o caráter ditatorial de seus regimes estar evidente a todos. “Fantasioso” não é expor tudo isso ao leitor brasileiro; é pretender que tudo isso jamais tenha existido

A ânsia de mentir do petismo é tão grande que se partiu até mesmo para a tentativa de negar, contra todos os fatos, que exista uma relação de parceria ideológica entre Lula e Ortega, quando seria mais simples tentar alegar que a relação existe, mas que o petista não aprovaria os métodos ditatoriais de seus amigos. Mas até nisso o petismo falharia, pois o que não faltam são manifestações de endosso petista a cada vitória eleitoral forjada – não apenas na Nicarágua, mas também na Venezuela bolivariana –, além do silêncio total a respeito da repressão promovida pelos regimes nicaraguense, venezuelano e cubano. Se Lula ou o PT desaprovam ações de seus comparsas, jamais tornaram pública tal reprovação.

O leitor/eleitor que buscar uma palavra de Lula e do PT a respeito do fechamento de igrejas e da prisão de religiosos na Nicarágua, ou da violência estatal promovida para reprimir protestos de rua na Venezuela e em Cuba, terá procurado em vão. O mais perto que Lula chegou de criticar Ortega foi feito de forma condicional, quando, em entrevista ao El País, o petista comparou a longevidade de Ortega no poder (fruto de violência, mudanças constitucionais e fraude eleitoral) ao período de governo de Angela Merkel na Alemanha, uma democracia parlamentarista. Foi necessário que as repórteres do diário espanhol lembrassem Lula de que os adversários de Ortega foram presos ou exilados, ao que o petista respondeu: “Se o Daniel Ortega prendeu a oposição para não disputar a eleição como fizeram no Brasil contra mim, ele está completamente errado”. A “crítica”, assim, vem acompanhada de um esperto “se”, além de Lula não resistir à menção da própria prisão, ocorrida não para alijá-lo do pleito de 2018, mas devido a uma condenação judicial baseada em fartas evidências.

O oposto, sim, é muito mais frequente. Na mesma entrevista ao El País, Lula minimizou a severa repressão cubana aos protestos de julho de 2021 dizendo que “a polícia bate em muita gente, no mundo inteiro a polícia é muito violenta”. Logo após as manifestações por liberdade, as maiores na ilha em muitas décadas, o partido divulgou comunicado de “apoio ao povo e ao governo cubano” sem mencionar os protestos e culpando os Estados Unidos pelas mazelas que o comunismo impõe a Cuba. O roteiro se repete em praticamente todos os casos em que os povos oprimidos pelos ditadores amigos do petismo tentam se insurgir contra seus algozes. Na “menos pior” das hipóteses, as notas petistas se limitam a falar em “violência” de forma genérica, sem imputar abusos aos governos amigos, insinuando que se trata de conflito generalizado ou que eles apenas responderam a agressões anteriores.

Estas são as verdades que o petismo tenta, agora, esconder recorrendo à censura. Os ditadores de esquerda latino-americanos são apoiados por Lula e pelo PT, e ainda o são mesmo depois de o caráter ditatorial de seus regimes estar evidente a todos. Este apoio vai além de mera amizade, manifestando-se de forma institucional por meio do Foro de São Paulo e por negócios mui amigos realizados com Nicarágua, Cuba e Venezuela durante a passagem petista pelo Palácio do Planalto. O petismo não criticou e não critica os abusos cometidos por Fidel Castro, Raúl Castro, Miguel Díaz-Canel, Hugo Chávez, Nicolás Maduro e Daniel Ortega. “Fantasioso” não é expor tudo isso ao leitor brasileiro; é pretender que tudo isso jamais tenha existido.

Por isso, é obrigação do Poder Judiciário resistir a todas essas tentativas de macular o debate político pela via da censura, da supressão de informação indubitavelmente verdadeira. É justamente porque o período eleitoral é especialmente desafiador na missão de separar a verdade da mentira e da desinformação que os tribunais têm o dever especial de tratar cada demanda da forma mais criteriosa possível, sem embarcar no afã censor que vem, infelizmente, marcando decisões recentes das cortes eleitorais, uma tendência que é urgente reverter.

“É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”, diz o inciso IX do artigo 5.º de nossa Constituição. “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”, continua a Carta Magna em seu artigo 220, que ainda afirma, em seu parágrafo 2.º, que “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. Lula e suas linhas auxiliares na política e na opinião pública passaram meses descrevendo o petista como a encarnação da democracia em oposição a um suposto autoritarismo. Mas autênticos democratas não pedem censura, não ordenam censura, não aplaudem censura nem se omitem diante da censura. A torpeza do petismo se revela mais uma vez nesta tentativa ignominiosa de abolir as liberdades de expressão e de imprensa, calar o bom jornalismo e esconder do eleitor a verdade sobre os regimes que o petismo mais admira.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/pt-censura-gazeta-do-povo-lula-daniel-ortega/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

TSE IMPEDE A INVESTIGAÇÃO DOS INSTITUTOS DE PESQUISAS SEMPRE FAVORÁVEIS AO LULA

 

Competência legal
Por
Gazeta do Povo


O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, vetou investigações do Cade e da PF contra institutos de pesquisas.| Foto: LR Moreira /Secom/TSE.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu na noite desta quinta-feira (13) investigações contra os institutos de pesquisa de opinião por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Polícia Federal (PF). O ministro considerou que os dois órgãos não têm competência legal para conduzir os procedimentos.

Para o presidente do TSE, cabe à Justiça Eleitoral “a fiscalização das entidades de pesquisa, inclusive com a participação e possibilidade de impugnação dos envolvidos e com o exercício de poder de polícia para garantir a legitimidade eleitoral”.

O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, determinou nesta quinta a abertura de um inquérito administrativo para investigar um suposto conluio entre Ipespe, Datafolha e Ipec. Além disso, a PF abriu um inquérito para investigar institutos de pesquisas eleitorais a pedido do ministro da Justiça, Anderson Torres, após a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) apontar divergências entre resultados de pesquisas e o resultado do primeiro turno.

“Ambas as determinações – MJ e CADE – são baseadas, unicamente, em presunções relacionadas à desconformidade dos resultados das urnas com o desempenho de candidatos retratados nas pesquisas, sem que exista menção a indicativos mínimos de formação do vínculo subjetivo entre os institutos apontados ou mesmo práticas de procedimentos ilícitos”, escreveu Moraes.

“Diante do exposto, torno sem efeito ambas as determinações, vedando-se a instauração tanto do procedimento administrativo pelo Cade, quanto do inquérito policial pela polícia federal, por incompetência absoluta de seus órgãos prolatores e ausência de justa causa”, disse o ministro.

Moraes determinou ainda o envio da decisão à Corregedoria-Geral Eleitoral e à Procuradoria-Geral Eleitoral para que sejam apuradas possíveis práticas de abuso de autoridade, desvio de finalidade e abuso de poder político “com intenção de favorecer determinada candidatura” por parte do Ministério da Justiça e do Cade.

Comunicação
Pedidos de censura do PT podem ser prenúncio sobre regulação da mídia que Lula propõe
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).| Foto: Ricardo Stuckert

Os insistentes pedidos de censura do PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra órgãos de imprensa podem ser um prenúncio do que o partido faria caso retornasse ao poder. O candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, tem manifestado há tempos seu desejo de promover uma regulamentação da mídia, e a tendência autoritária que o partido tem escancarado nas últimas semanas ao demandar a censura de alguns meios de comunicação – incluindo a Gazeta do Povo – pode ser a tônica de uma eventual legislação do tipo.

“É de clareza solar que a maioria, senão todos estes pedidos, carecem de fundamentação constitucional, além de revelar as pretensões futuras do partido, caso chegue ao poder”, opina o advogado Emerson Grigollette, especialista em Direito Digital, que faz a defesa de alguns investigados no inquérito das fake news e é ele próprio vítima de um dos pedidos de censura feitos pelo PT, por conta de postagens em redes sociais.

Na visão do jurista, “a pior parte” é que membros do Judiciário têm validado alguns dos pedidos, “sob o fundamento equivocado de necessidade de preenchimento de ‘lacunas’ legais”. “A legislação negativa, ou seja, o fato de o Congresso deixar de legislar sobre certos pontos, também é uma forma de legislar, pois representa a vontade do povo de que aquele ponto não necessita de regulação complementar”, diz.

Para Grigollette, regular os meios de comunicação alegando a necessidade de preenchimento de supostas lacunas legais, como pretende Lula caso assuma a chefia do Executivo, “não é apenas temeroso, mas uma clara afronta aos princípios e fundamentos do estado republicano democrático”. “É difícil acreditar que, em um eventual novo governo petista, não venhamos a sofrer dramaticamente com uma censura ainda mais severa, senão uma perseguição massiva, cruel e covarde promovida pela esquerda contra quem eles entenderem ser seus adversários políticos. Basta ver que chegamos a um ponto em que ser advogado de pessoas de direita é justificativa para censurar o próprio advogado. Isso é a legitimação e normalização de uma ditadura, pois o que diferencia uma democracia de uma ditadura é o direito de defesa. Não há direito de defesa nas ditaduras”, afirma.

O que se sabe sobre a regulação da mídia que Lula e o PT pretendem promover
Para saber o que Lula pretende com uma eventual regulamentação da mídia, é preciso entender o que propõe Franklin Martins, seu homem de confiança no campo da comunicação. Ele é autor de um projeto sobre o tema que o PT planejava implementar durante o governo de Dilma Rousseff. A ex-presidente acabou não levando a cabo a proposta.

Em um discurso de agosto de 2021 em Natal, Lula chegou a lamentar a omissão de Dilma nesse ponto. “Nós deixamos para o governo Dilma dar entrada [no projeto]. Não sei por que não deram entrada no Congresso nacional. Mas também não vou discutir por que não deram entrada”, afirmou.

A proposta de Franklin Martins fala em “democratizar” a imprensa e inclui a criação do Conselho Nacional de Comunicação, órgão colegiado com composição representativa dos poderes públicos e de setores da sociedade civil, para estabelecer normas e políticas públicas do setor da comunicação. A criação de conselhos desse tipo foi uma marca dos governos petistas, e costuma ser um caminho para o aparelhamento do Estado.

Os conselhos geralmente reservam metade dos assentos a membros do poder público e outra metade a organizações da sociedade civil. No caso dos representantes do poder público, alguns conselhos podem até apresentar certo equilíbrio ideológico; mas, entre as organizações da sociedade civil, há quase sempre um grande predomínio de entidades de caráter progressista.

Como são os próprios membros dos conselhos que elegem seus sucessores, as entidades podem votar para perpetuar o predomínio do viés progressista mesmo quando o governo muda de tendência ideológica. Assim, os conselhos acabam sendo uma forma de preservar células esquerdistas em diferentes áreas do Executivo independentemente do viés do governo eleito pelo povo. Essa, aliás, tem sido uma das pedras no sapato do governo Bolsonaro em diferentes ministérios.

Os conselhos costumam ter caráter fiscalizador e emitem recomendações e resoluções que podem ter influência sobre as políticas públicas promovidas pelo Executivo. Por exemplo, em 2019, em pleno governo Bolsonaro, uma resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) adicionou às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) o “direito ao aborto legal”. O documento pregava, entre outras coisas, a necessidade de uma “jornada de lutas para o enfrentamento do projeto conservador e ultraliberal em curso”. Ele só foi revogado em 2021, pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

Uma eventual regulação da mídia pelo PT conforme as propostas de Franklin Martins poderia ter o Conselho Nacional de Comunicação como elemento-chave. Assim, o partido não precisaria mais recorrer ao Judiciário e poderia abrir caminho para um controle dos meios de comunicação a partir do próprio Executivo, apoiando-se na etiqueta de “participação da sociedade civil” que se atribui aos conselhos e, com isso, conferindo uma fachada democrática a eventuais censuras.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/pedidos-de-censura-do-pt-regulacao-da-midia-lula/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.