Lula ao lado de Paulo Dantas em ato de campanha em Maceió (AL) nesta quinta (13).| Foto: Ricardo Stuckert/PT
O governador de Alagoas está definitivamente afastado até o fim de
seu mandato pelo Superior Tribunal de Justiça, mas continua candidato à
reeleição. E se ele for eleito? Vai continuar respondendo ao processo.
Duvido muito que haja logo um julgamento pelo STJ, que é quem julga
governadores em crimes comuns. A Assembleia Legislativa julga crimes de
responsabilidade, casos de impeachment. Mas crime comum, como é agora,
de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, é atribuição
do STJ.
Paulo Dantas foi afastado a 17 dias da eleição, mas continua
candidato, tanto que na quinta Lula estava em Maceió, fazendo campanha
para ele próprio e para Dantas, que também é o candidato de Renan
Calheiros. Já Bolsonaro, Arthur Lira e o prefeito de Maceió apoiam o
outro candidato. O pai de Paulo Dantas, numa gravação, insinuou que o
filho sofreu má influência e por isso entrou no crime. Vejam só qual era
o crime: 93 funcionários fantasmas ganhavam de R$ 16 mil a R$ 21 mil,
só que, na verdade, pessoas pobres alugavam seu nome e seu CPF para
receber de R$ 200 a R$ 600 por mês, uma vergonha. Enquanto isso, Paulo
Dantas e a mulher compraram uma casa de R$ 8 milhões. Vamos esperar o
resultado da eleição e o julgamento do processo; condenado, ele não vai
poder continuar.
O julgamento de quinta já enviou um sinal: terminou com 10 votos a 2
pelo afastamento do governador, então duvido que ele tenha alguma
chance. Nesses 10 a 2, a presidente do tribunal não votou, mas elogiou o
relatório da ministra Laurita Vaz, que foi quem tomou a iniciativa de
afastar o governador liminarmente. Em outro caso, o ministro Humberto
Martins deu um bom exemplo e se declarou suspeito, porque conhece as
partes. Deu uma aula para muita gente no Supremo, já que ali um advogado
advogou para um partido político e depois está lá decidindo, votando a
favor do seu antigo patrão; ou fez campanha para um determinado partido
político e depois votou para liberar um integrante desse mesmo partido –
aliás, não só votou como criou uma invenção, contrariando tudo que já
aconteceu no mundo jurídico no Brasil, que é essa história de
territorialidade, de descobrir que não era naquele endereço que a ação
deveria ser julgada. Isso pode acontecer se o processo acabou de
começar; quando já está no fim, partindo para a sentença, ninguém mais
muda de vara. Ainda mais quando a sentença é confirmada em tribunal
revisor, o condenado já está cumprindo pena, isso é impossível de
acontecer, mas aconteceu.
Cade vai investigar institutos de pesquisa eleitoral Falando
em eleição, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que evita que
empresas se combinem para prejudicar o consumidor, está abrindo
inquérito sobre os institutos de pesquisa, principalmente Ipespe,
Datafolha e Ipec. O presidente do Cade disse que é uma improvável
coincidência que entre eles ocorram os mesmos erros. Que aparentemente
erraram de maneira semelhante e há indícios de conduta coordenada entre
empresas, o que configura infração contra a ordem econômica.
Brasil avança na lista dos maiores produtores de petróleo
O Brasil já alterou a ordem dos produtores de petróleo do mundo,
passamos à frente do Irã; agora na nossa frente estão Estados Unidos,
Arábia Saudita, Rússia – que produz três vezes mais do que nós –,
Canadá, China, Iraque e Emirados Árabes. E vejam só que vergonha, que
tristeza: a Venezuela, que está em cima de uma grande bacia petrolífera,
é integrante da Opep, afundou por causa de uma ideologia errada do
governo que destroçou o país, e caiu bastante nas listas de produção de
petróleo.
Ministros do TSE cantam clássicos infantis adaptados à realidade política do Brasil.| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Numa
entrevista coletiva convocada às pressas hoje (13), os ministros do TSE
anunciaram o lançamento deste que promete ser o disco mais vendido
dessas eleições: Justiça Petistinha vol. 1. A iniciativa partiu do
ministro Alexandre de Moraes, o mais musical da corte. Quem propôs que a
renda fosse revertida para a Associação das Vítimas de Desordem
Informacional foi o ministro Ricardo Lewandowki, que numa das faixas
surpreende com um solo de guitarra de treze minutos.
As composições são versões das tradicionais cantigas de roda
aplicadas à realidade política do país. “É muito importante ensinar
juristocracia para a molecada. Só assim elas poderão um dia sonhar em
serem indicadas ao Supremo pelo excelentíssimo ex e futuro presidente
Lula”, disse Cármen Lúcia, compositora da encantadora “Censura,
censurinha”.
Censura censurinha Vamos todos censurar Mal do Lula ninguém fala Se falar mando calar
Responsável pela versão de “Cai, cai, balão”, no disco espertamente
renomeada “Cai, cai, Bozão”, o ministro Ricardo Lewandowski falou do
desafio poético de transpor para o universo infantil petistinha o
cenário de enfrentamento eleitoral. “Chamei até meu amigo Ayres Britto
para ajudar. Ele é poeta, sabia? Mas, tirando isso, é gratificante saber
que estamos conseguindo chegar até as crianças, que um dia crescerão
sabendo que manda quem pode e obedece quem tem juízo”, disse o ministro.
Daí ele se sentou num banquinho, reclamou do retorno e, dedilhando
joãogilbertamente o violão, começou a cantar:
Cai, cai, Bozão Cai, cai, Bozão Vai ter impugnação Não vai não Não vai não Não vai não Lula ganha eleição!
A Alexandre de Moraes, o grande idealizador do disco, coube a versão
do polêmico “O cravo e a rosa”, clássico considerado por muitos uma ode
ao machismo. “Foi um desafio enfrentar o machismo estrutural da nossa
sociedade. Por outro lado, tive a oportunidade de homenagear não só
minha querida amiga Rosa Weber como também todos os parças do STF. Ah, e
no primeiro verso homenageio o mais importante de todos, né?”, disse, a
calva reluzente fazendo jus ao apelido de Juiz-Sol.
O Xande falou pra Rosa: Justiça só de fachada, Censura tá deferida Supremo só dá meus parça
Em tempo, você deve ter reparado os erros de português em alguns dos
versos. Tudo é intencional, de acordo com o coordenador pedagógico do
projeto, que preferiu o anonimato para não ser alvo dos fascistas
letrados. “Os erro num é erro. É a forma popular de dizer. Viva Paulo
Freire!”, disse, explicou e gritou ele. Que também pode ser ela. Ou elx.
Autor dos belos versos da versão de “Pirulito”, o ministro Benedito
Gonçalves fez questão de ressaltar o caráter filantrópico do disco.
“Esse disco é dedicado às infelizes vítimas da desordem informacional.
Infelizmente há muitos conteúdos jornalísticos assim, que usam
premissas, fatos e até verdades verdadeiras para macular a honra do
ex-presidente Lula”, disse, arrancando lágrimas da plateia formada
exclusivamente por jornalistas da ABI (Associação Brasileira de
Imprensa). Daí o ministro pegou o cavaquinho e soltou o vozeirão:
Birolino que já vai tarde Birolino que já perdeu Quem dá a cara a tapa é ela Mas do Lula cuido eu
Não deixe faltar na sua discoteca infantil o disco “Justiça
Petistinha”. Compre por livre e espontânea vontade, antes que o TSE
decida que é obrigatório. Disponível nas melhores e também nas piores
casas do ramo.
O ex-presidente
Lula, candidato a voltar ao cargo neste segundo turno das eleições, quer
censurar de novo a Gazeta do Povo; exige que os seus sócios no TSE
proíbam o jornal de publicar informações sobre fatos que quer manter
escondidos do eleitorado brasileiro e que, para piorar tudo, são
absolutamente verdadeiros. Comete mais um crime em flagrante contra a
democracia, pois censura é crime, e faz uma bela exibição prévia de como
o seu governo vai tratar a liberdade de imprensa se ele ocupar outra
vez a presidência da República. Se hoje já se comporta desse jeito,
ainda sem o “controle social sobre os veículos de comunicação” que quer
impor ao país, o que vai fazer quando estiver mandando na polícia e no
resto do aparelho de repressão do Estado?
A segunda agressão à Gazeta do Povo é tão perversa, grosseira e
ilegal quanto foi a primeira. Qual é a lei em vigor neste país que
autorize o TSE, ou qualquer outra autoridade pública, a censurar um
órgão de imprensa? Não há nenhuma -absolutamente nenhuma. O que existe,
ao contrário, é a expressa proibição da censura, segundo está escrito na
Constituição Federal. Fica colocada, aí, a questão chave que a
democracia brasileira tem no momento. Lula e os seus despachantes no TSE
e no resto do alto Judiciário vão suspender a vigência da Constituição
só no período eleitoral, como estão fazendo agora – ou vão continuar
mandando a lei para a lata de lixo se ele for declarado vencedor das
eleições de 30 de outubro?
O que está sendo feito contra a Gazeta do Povo é especialmente abjeto
quando se considera a gritaria histérica que os ministros do STF, a
esquerda em peso e a elite inimiga das liberdades tem levantado, nesse
tempo todo, contra as amaldiçoadas fake news – segundo todos eles, a
pior ameaça à democracia jamais aparecida no mundo desde o governo do
imperador Nero, ou algo assim. Por conta disso, diziam, a liberdade de
expressão teria de ser reprimida, para impedir a divulgação de notícias
falsas. E em relação às notícias verdadeiras – o que os
marechais-de-campo do “estado democrático de direito” sugerem que seja
feito? O que se constata agora é que elas devem ser rigorosamente
censuradas quando Lula, a esquerda e o “campo progressista” não quiserem
que sejam publicadas. É o caso da censura contra a Gazeta – que lhe
proíbe a publicação, em seu espaço editorial, de informações sobre o
apoio que Lula sempre deu ao ditador Daniel Ortega, da Nicarágua. Não há
nada mais distante de uma notícia falsa do que isso: a paixão
Lula-Ortega está documentada em fotos, vídeos, áudios, declarações
públicas de ambos e até em notas oficiais do PT. O que mais seria
preciso? Mas o ministro do TSE que faz a censura pró-PT diz que o apoio
de Lula a Ortega é um fato “inverídico”. Como assim, “inverídico”? É um
deboche.
O que está sendo feito contra a Gazeta do Povo é especialmente abjeto
quando se considera a gritaria histérica que os ministros do STF, a
esquerda em peso e a elite inimiga das liberdades tem levantado, nesse
tempo todo, contra as amaldiçoadas fake news
O fato é que Lula quer esconder da população coisas que tem feito há
anos, em público, para representar o seu papel de “homem de esquerda” e,
mais ainda, de “líder da esquerda mundial”. Fez isso em seu interesse, e
para tirar vantagem própria. Disse que Ortega tinha o direito de ser
presidente da Nicarágua pelo tempo que quisesse. Se pode “na Alemanha”,
perguntou ele, porque não poderia na Nicarágua – como se uma democracia
como a Alemanha pudesse ser comparada a uma ditadura primitiva da
América Central. Ficou irado contra os presos políticos de Cuba que
faziam greve de fome para cobrar um tratamento menos desumano em suas
celas; fez questão de apoiar em público os carcereiros. Disse que o
problema da Venezuela era o “excesso de democracia”. Agora, não tem
coragem de sustentar o que sempre apresentou como “convicções”; ficou
com medo de perder voto e quer apagar o que fez aplicando a censura. É
este o salvador da democracia brasileira.
Lula durante ato no Complexo do Alemão nesta quarta-feira (12).| Foto: EFE/André Coelho
Faltam
menos de 20 dias para o segundo turno das eleições, e é impossível
falar de outro assunto. As últimas semanas têm sido tensas, e será assim
pelo menos até a divulgação do resultado da votação. Aqueles que apenas
torcem para que o tempo passe e o vencedor da eleição para presidente
seja conhecido de uma vez, não importa quem seja, talvez possam ser
responsabilizados por um desastre. Os que pretendem se abster, votar em
branco ou nulo, a turma do tanto faz, esses jogam ao lado da maior
ameaça que o Brasil já enfrentou: a volta de Lula e seus cúmplices ao
poder.
A democracia nunca esteve em perigo com Bolsonaro na Presidência. As
tentativas de desumanizá-lo e transformá-lo num ditador são uma
cusparada nos fatos, naquilo que é concreto, na verdade irrefutável. Não
perseguiu ninguém, não censurou ninguém, não prendeu ninguém, não
desrespeitou ordens judiciais, mesmo quando sabidamente ilegais. O golpe
que prepara desde o dia de sua posse como presidente existe apenas nos
desejos daqueles que o odeiam por ter vencido uma eleição democrática,
contra tudo e contra todos.
A coligação nefasta do Judiciário com a velha imprensa, com empresas
que vendem pesquisas eleitorais e com um partido que reúne uma
quantidade enorme de condenados vai ferindo de morte um país que
finalmente se aprumava
O golpe verdadeiro começou a ser gestado nas reviravoltas do STF que
agora permitem que um condenado em três instâncias por corrupção e
lavagem de dinheiro possa concorrer a presidente. Uma facada na
democracia, com a lâmina girando, foi dada. E essa coligação nefasta do
Judiciário com a velha imprensa, com empresas que vendem pesquisas
eleitorais e com um partido que reúne uma quantidade enorme de
condenados vai ferindo de morte um país que finalmente se aprumava.
Não é à toa que o PT defende o desencarceramento de bandidos. Tanta
gente do partido foi para a cadeia… Secretários, tesoureiros,
marqueteiros, ministros, líderes no Congresso, dirigentes de estatais… E
não há como ocultar todos os crimes cometidos. É um absurdo fingirem
que nada houve de errado. Existem provas sobradas, existe produto do
roubo. O recado que essas eleições dão ao país é que o crime compensa.
Não há como aceitar. Não há como admitir que Lula vire a salvação da
democracia no Brasil.
O PT exalta ditaduras, defende que nosso país siga o exemplo de
governos autoritários, que geram crise, desemprego, inflação, pobreza,
fome, sacrifício, sofrimento. O partido enxerga uma onda vermelha na
América Latina como se fosse o “renascimento da esperança”. Elogia
países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, que têm regimes ditatoriais; e
Argentina, Colômbia e Chile, que enfrentam profundas crises econômicas e
sociais. Não vamos deixar que o Brasil se junte a esse grupo de
derrotados, com o meu voto, o seu voto e todos os votos de amigos,
parentes, conhecidos e desconhecidos que pudermos conquistar.
Virgilio Marques do Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria
Desistência silenciosa ou fazer apenas o trabalho para o qual está
sendo pago, sem assumir nenhuma tarefa extra ou participar de atividades
extracurriculares no trabalho. É um conceito ainda meio vago, na minha
percepção, que pode ser encarado como uma coisa que já acontecia, mas
que não recebia esse nome.
Os colaboradores nessa categoria decidem cumprir suas
responsabilidades primárias, mas estão menos dispostos a se envolver em
atividades conhecidas como comportamentos de esforço: ficar até tarde,
chegar cedo ou participar de reuniões não obrigatórias. Ao retornar às
minhas experiências passadas, lembro de vários colegas que agiam dessa
forma. Agora, a pergunta é: faz sentido, para a empresa e para o
colaborador, trabalharem com essa perspectiva no longo prazo?
Quite Quitting x Realidade
A realidade é que a maioria dos cargos não tem uma descrição formal
de trabalho ou contrato, então as organizações contam com funcionários
para atender demandas extras, conforme necessário. Como tal, não é de
surpreender que muitos líderes tenham reagido de forma bastante negativa
a essa tendência. De fato, a liderança com quem conversamos argumenta
que perder os colaboradores que querem sair é difícil, mas ficar com
quem está nessa situação é ainda pior. A relutância de alguém em ir
além, muitas vezes, aumenta a carga de seus colegas, forçando-os a
assumir trabalho extra.
Apesar do possível custo que os funcionários pagam por ir além de
suas atribuições, em um negócio saudável, esses custos são normalmente
compensados por benefícios como bônus, participação nos lucros,
bem-estar e sucesso na carreira. A tendência do aumento do quite
quitting sugere que os funcionários estão cada vez mais sentindo que
essa troca já não compensa mais.
Ou seja, os líderes possivelmente exigem esforço adicional do time,
sem investir o suficiente em troca. E, na prática, à medida que as
perspectivas econômicas pioram e a demissão definitiva se torna menos
viável para muitas pessoas, essa alternativa provavelmente se tornará
cada vez mais comum. É o aluno que estuda para tirar a nota mínima para
passar de ano, já que é obrigado pela família e pelas convenções
sociais.
Na minha visão, trabalhar o mínimo para não ser mandado embora é
frustrante, assim como estudar para “tirar 5,0”. Veja bem, há dias que
trabalhamos sem tanta motivação, seja pela privação de sono, cansaço,
preocupações com filhos ou cônjuge, seja por doença, falta de grana,
enfim, uma infinidade. Mas se os dias em que trabalhamos assim acontecem
com uma frequência maior do que os que trabalhamos animados e
motivados, está na hora de mudar de emprego.
Na hierarquia das necessidades do grande Maslow, a autorrealização é o
ponto mais alto. Jogar a toalha e desistir de persegui-la significam
não ter mais seu sonho grande. Por grande, não quero dizer ganhar
milhares de reais ou possuir fortunas. Quero dizer lutar e trabalhar por
algo maior que você. Para mim, trabalhar para que a educação alcance o
maior número de profissionais é o sonho grande. Poderia ganhar mais
fazendo outras coisas, mas me encontrei no que faço hoje. Pensar em
acordar pela manhã e dirigir-me ao trabalho para vender minhas horas não
faz sentido.
O que fazer para combater essa tendência?
Segundo a Harvard Business Review, no artigo “When Quiet Quitting Is
Worse Than the Real Thing”, dos autores Anthony C. Klotz e Mark C.
Bolino, publicado no dia 15 de setembro de 2022, há três estratégias
para os líderes enfrentarem essa tendência:
● Redefinir as tarefas principais do trabalho;
● Ouvir, depois investir;
● Menos agito, mais construção.
Redefinir as tarefas principais do trabalho
Depois da loucura da pandemia, os autores sugerem aos líderes
recalibrar as responsabilidades-chave do trabalho de seus colaboradores,
analisando qual trabalho é realmente necessário e qual pode ser
qualificado como extra.
Os gerentes devem, então, se concentrar em motivar os trabalhadores a
realizarem suas tarefas essenciais em alto nível, dando-lhes espaço
para cuidar de si mesmos fora do trabalho. É o momento de aplicar os
conceitos do Lean Manufacturing e dos Ciclos de Kaizen, deixando de
fazer o que não agrega valor e nem é necessário.
Ouvir, depois investir
As empresas precisam ouvir e investir em seus trabalhadores. O
esforço extra, tem menos probabilidade de levar à fadiga quando os
funcionários se sentem apoiados por suas organizações, e o suporte
eficaz começa com a compreensão do que as pessoas realmente precisam.
Isso significa que os sócios não devem apenas reservar tempo para se
conectar com os próprios funcionários, mas também incentivar os gerentes
a ficarem a par de como seus funcionários estão se sentindo – e
garantir que os gerentes tenham tempo e recursos para fazê-lo de forma
eficaz.
Não é apenas mostrar empatia. Ouvir de verdade exige coletar dados
qualitativos e quantitativos sobre o que cada funcionário precisa para
se sentir engajado no trabalho.
A análise Estatística, aplicada aos recursos humanos, dá visibilidade
aos fatores que impulsionam o bem-estar e o desempenho dos
funcionários. Além disso, deve-se investir em conversas individuais,
como “entrevistas de permanência” proativas, capazes de fornecer
informações importantes sobre a experiência do funcionário.
A empresa deve priorizar a criação de um ambiente em que os
funcionários se sintam seguros para falar, em que acreditem que a
organização se preocupa com eles e em que possam ter confiança de que a
liderança ouvirá e abordará suas preocupações.
Cada colaborador é único. Um pode valorizar as oportunidades de
desenvolvimento de carreira, outro pode se importar mais em ter um
horário flexível, enquanto outros podem simplesmente querer salários
mais altos. Somente após consultar os funcionários, os líderes estarão
preparados para fazer investimentos direcionados que atenderão às
necessidades exclusivas dos funcionários, seja uma atribuição estendida,
uma mudança no horário de trabalho ou um sistema de bônus mais
transparente.
Menos agito, mais construção
Finalmente, os líderes podem catalisar os aspectos positivos do
comportamento do time sem submeter suas equipes a uma cultura de
“agitação” insustentável. Em vez de promover uma mentalidade de agito
contínua, que acaba levando as pessoas ao burnout, os líderes devem
incentivar os funcionários a buscar a construção de convivência.
Em uma cultura insalubre no local de trabalho, os funcionários
geralmente se sentem compelidos a ir além de maneiras que prejudicam seu
bem-estar, como assumir projetos adicionais que os fazem perder eventos
familiares ou sociais importantes.
Mas, se os funcionários tiverem comportamentos alinhados com suas
próprias motivações e necessidades, essas atividades podem ser
energizantes e não onerosas.
Por exemplo, alguns funcionários podem se motivar ao ajudarem outros
e, portanto, animar para assumir tarefas extras quando isso está
presente. Outros podem ser mais motivados pelo reconhecimento público e,
portanto, se beneficiarem mais com o foco em atividades que levam a uma
alta exposição.
É trabalho dos gerentes ouvir seus colaboradores, ajudá-los a
determinar as recompensas específicas, as quais estão alinhadas com suas
motivações intrínsecas. Depois, incentivá-los a se concentrarem nestas
tarefas, quando tiverem quer ir além de seus deveres principais de
trabalho.
Conclusão
O quiet quitting é algo que ocorre porque a liderança não foi capaz
de entender seus colaboradores. As milhões de mudanças ocorridas na
pandemia drenaram a atenção e a energia de todos, inclusive dos
gestores. Desse modo, reforçar a relação dos objetivos individuais com
os da companhia é algo fundamental para evitar essa tendência. Cada vez
mais, precisamos de líderes que nos inspirem e nos ouçam, fazendo-nos
gerar os resultados que sempre sonhamos.
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
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A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
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colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
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ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor,
mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black
Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt,
Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da
Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação.
Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi
um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
FM2S nas redes sociais: Instagram, LinkedIn, Facebook
Contatos da assessoria
Adriana Arruda
Jornalista (Unesp), Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade (UFSCar), Especialista em Jornalismo Científico (Unicamp)
Para o cientista político Creomar de Souza, fundador da consultoria
política Dharma, que analisa risco político, o segundo turno das
eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro
(PL), que acontecerá no dia 30 de outubro, pode ter margem apertada, se
tornando uma disputa “decidida no detalhe”.
Com o país fortemente dividido em suas preferências políticas e uma
diferença pequena no resultado do primeiro turno (de pouco mais de cinco
pontos percentuais), a menor margem histórica entre dois candidatos à
presidência que foram para 2º turno, o cenário não parece imutável na
percepção do cientista, deixando espaço para uma possível virada inédita
em eleições brasileiras.
“Não se pode desprezar a capacidade do bolsonarismo de comparecer no
dia 30 de outubro e nem o interesse do presidente da República usar a
máquina pública para fazer campanha. Também não se pode ignorar o
interesse de forças políticas que hoje apoiam o presidente da República
de criarem ‘bondades’ [anúncios de políticas públicas voltadas à
conquista de eleitores] diversas nessas próximas semanas para que eles
tenham resultados favoráveis a eles”, disse de Souza, que também é
professor na Fundação Dom Cabral
Entre as “bondades” citadas pelo analista, está a estratégia adotada
pelo governo de antecipar o calendário de pagamentos do Auxílio Brasil
em outubro. Os repasses estavam previstos entre o dia 18 e 31, conforme o
Número de Identificação Social (NIS) dos beneficiários. Agora os
pagamentos serão feitos a partir do dia 11 e terminarão no dia 25, cinco
dias antes do segundo turno das eleições.
Bolsonaro também prometeu pagar o 13º salário a mulheres chefes de
família e anunciou um programa de renegociação de dívidas da Caixa. O
banco também reduziu a taxa de juros a micro e pequenas empresas, o que,
na visão do especialista, visa captar mais votos.
Ataques à imagem do adversário
A diferença de votos entre Bolsonaro e Lula foi de 6,2 milhões no primeiro turno.
Para conseguir o que seria uma virada inédita no segundo turno,
Bolsonaro precisa aumentar sua votação — atraindo votos de eleitores que
optaram por outros candidatos (como Ciro Gomes e Simone Tebet), dos que
não votaram no primeiro turno e também de eleitores que votaram em
Lula.
Uma das possíveis estratégias de Bolsonaro no segundo turno é atrair votos dos eleitores que optaram por Simone Tebet.
Apesar de Tebet ter declarado apoio a Lula, o cientista político
considera que parte da base de eleitores da candidata derrotada do MDB é
de centro-direita — e que eles rejeitam Lula e o PT, podendo
possivelmente votar em Bolsonaro no segundo turno.
Para Creomar de Souza, a pergunta decisiva do segundo turno é: “o
Bolsonaro candidato é maior ou menor que o número de eleitores de
direita no Brasil?”
“Com os dados do primeiro turno, ficou claro que Bolsonaro é menor do
que a direita [ou seja, não é o favorito de todos dentro desse espectro
político], já que tivemos a terceira colocada como uma candidata de
centro-direita, a Simone Tebet, que levou 4,16% dos votos.”
Mas Bolsonaro é, segundo o analista, o ponto de coesão não só de boa
parte da direita, como também alcança parte dos eleitores do centro, que
também rejeitam Lula.
“Creio que para conquistar o voto de eleitores que não optaram por
Bolsonaro no primeiro turno, sua militância vai tentar estabelecer com o
máximo de força possível uma ideia de que o bolsonarismo é a última
barreira de contenção a um retorno do petismo, e isso pode fazer com que
eleitores conservadores que optaram por outros candidatos anteriormente
engajem na campanha e deem votos a Bolsonaro nessa corrida final.”
“As pesquisas mostram que eleitores de Ciro e Tebet, que são votos em
disputa entre Lula e Bolsonaro, ainda estão bastante divididos entre as
duas campanhas. Para conquistá-los, a tentativa foca na desconstrução
do Lula em relação a valores morais. Isso trafega por um discurso que já
estamos vendo em uso pelos bolsonaristas – o de que é uma disputa
daqueles que tem religião contra aqueles que não tem religião.”
Os pontos a favor de Lula
Como fatores que beneficiam Lula, de Souza avalia que o candidato do
PT conseguiu romper uma barreira ideológica ao conseguir apoios de
figuras consideradas da centro-direita.
“Nomes como Simone Tebet e Fernando Henrique Cardoso, que não votaram
no PT, isso é uma novidade no quadro político. Já os apoios que o
Bolsonaro recebeu até agora são mais do mesmo. Não há ninguém que entrou
no palanque que possamos dizer ‘esse eu não esperava’.”
Mas o desafio para Lula, na análise de Creomar de Souza, é aumentar a
taxa de transferência dos votos que Tebet recebeu para o candidato do
PT — já que parte desse eleitorado tende a votar nulo ou a até a migrar
sua escolha para Bolsonaro.
“A resposta para isso é quanto ela vai se engajar na campanha, já que
ela é a boa novidade dessa campanha eleitoral, mostrando-se articulada,
corajosa e disposta a discutir temas importantes. Vai depender de o
quão grande será seu poder de convencimento com o seu eleitor”, afirma.
Votos em disputa
Entre os pontos que contribuem para deixar o resultado ‘em aberto’
até este momento da disputa, está, na opinião de Creomar de Souza, a
divulgação intensa de conteúdos que pretender manchar a imagem de um ou
de outro candidato.
“Segundos turnos são historicamente momentos de decisões acirradas,
mas este, especificamente, está bastante intenso, o que gera uma
tendência de que a qualidade do debate caia”, aponta o analista.
Discussões que colocam em pauta a religião, como o discurso feito por
Bolsonaro em loja maçônica, assim como uma declaração antiga do
presidente sobre o aborto ser uma decisão do casal, foram muito
compartilhadas pelo eleitorado da esquerda, o que na análise do
cientista, é uma novidade no ‘jogo político’.
“Durante a eleição de 2018, a ala bolsonarista se sentiu muito
confortável com a ideia de que só ela podia jogar esse tipo de jogo, em
adotar essa estratégia que também é muito usada pelo MBL (Movimento
Brasil Livre) [movimento liberal de direita]. Mas nessa eleição a
esquerda também passou a compartilhar esse tipo de conteúdo, embora
ainda o faça menos.”
Para ele, é possível que os conteúdos contribuam para prejudicar a
imagem principalmente de Bolsonaro, já que grande parte do eleitorado do
presidente tem perfil ou admira uma postura conversadora.
“Essa questão da maçonaria, por exemplo, causou desconforto a ponto
de Bolsonaro vir a público dizer ‘Sou presidente de todos.’ Há alguns
que são bolsonaristas ou petistas ‘raiz’, que não mudam de lado por
nada. Agora, em um segundo turno tão apertado, cada voto conta, e para
isso, há duas missões. Uma é fazer com que aquele que não votaria em
você, vote, e a outra, é fazer com que mesmo que determinado eleitor não
te escolha, ele também se desiluda com oponente — e para isso os
mensagens como essas, que prejudicam a imagem dos candidatos, podem
criar um risco.”
O analista aponta que os institutos de pesquisa acertaram, dentro da
margem de erro, sobre a quantidade de votos que Lula poderia receber,
mas tiveram dificuldade em medir o desempenho de Bolsonaro, que causou
surpresa ao alcançar um resultado um tanto quanto mais expressivo do que
as pesquisas indicavam.
Economia brasileira deve crescer 2,8% neste ano, de acordo com as
projeções revisadas do FMI.| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do
Povo/Arquivo Há certo consenso sobre os principais problemas
econômicos brasileiros, bem como sobre quais os principais objetivos que
deverão ser perseguidos pelo próximo governo e pela sociedade, com
vistas a fazer o país chegar a 2030 com melhorias sensíveis na renda por
habitante e nos indicadores de bem-estar social. Do lado dos problemas,
destacam-se o baixo crescimento econômico; a pobreza que, pelos
critérios do Banco Mundial, atinge um quarto da população; a existência
de 14 milhões de brasileiros classificados como miseráveis; o desemprego
elevado, apesar da melhora neste ano; o déficit habitacional; o elevado
analfabetismo funcional; a baixa qualidade do sistema educacional; e os
precários indicadores de saúde em certas regiões. Por óbvio, esses não
são os únicos males sociais, porém os remédios exigidos para curá-los
acabam sendo os mesmos capazes de tratar outras precariedades, entre
elas a má distribuição de renda.
Os objetivos começam com o principal deles: a necessidade de o país
crescer de forma sustentada – ou seja, todos os anos – a uma taxa anual
média em torno de 4%, considerando que o crescimento médio da população
ficará ao redor de 0,6% nos próximos anos. Sendo assim, a pergunta
essencial é: o que o país precisa fazer para cumprir a prioridade maior,
que é o crescimento econômico? As divergências não se concentram no
diagnóstico nem na prioridade a ser perseguida, mas nos caminhos e nas
políticas destinadas a fazer o país ter êxito em seus propósitos. As
campanhas eleitorais não têm sido pródigas na análise e debates sobre
esses problemas, pois os temas relevantes não são discutidos ou são
tratados de forma superficial e com ideias gerais de baixa qualidade
intelectual.
Ao governo cabe melhorar tanto quanto possível o ambiente
institucional e a segurança jurídica necessários a estimular as
atividades econômicas
Vale mencionar que o “herói” do capitalismo, aquele que é o pilar
principal do empreendedorismo e do crescimento, é o empresário, no
sentido lato da palavra, ou seja, todo aquele que implanta unidades
produtivas, desenvolve uma atividade, produz bens ou serviços, emprega
pessoas e, por consequência, gera produto, renda e impostos. Nessa
classificação, empresários (ou empreendedores) são todos os que fazem
investimentos em empresas de todos os setores e os profissionais
autônomos. O Estado, no sentido de setor público em todos os níveis, é
necessário sobretudo para resolver problemas e atender necessidades que
fogem à capacidade individual ou da sociedade civil organizada para sua
solução, e o braço executivo do Estado, o governo, depende do
crescimento das atividades privadas para, com o aumento da arrecadação
tributária, elevar sua capacidade de fazer obras e oferecer serviços
públicos, pois os impostos representam uma fração do produto nacional.
Quanto maior o produto nacional, maior será o total arrecadado pelo
setor estatal, ainda que mantida a mesma carga tributária.
No setor público, uma agravante é que, para implantar um dado bloco
de leis e as políticas públicas que lhes correspondam, faz-se necessário
desmontar o arcabouço legal e as práticas de intervenção governamental
vinculadas à estrutura anterior vigente ineficiente e viciada. Isto é,
não se tratando de ação nova instituída sobre um território vazio, mas
de prática que exige desmontar o que está vigendo, as resistências são
imensas e os custos são elevados. Esse é o caso, por exemplo, da própria
reforma tributária. A estrutura de impostos, taxas e contribuições
existentes atualmente, sob a qual funcionam os municípios, os estados, o
Distrito Federal e a União, conta com mais de 80 tributos. Uma
verdadeira reforma exigiria demolir o atual edifício tributário e
renegociar as fatias de cada ente estatal, com sua gama de interesses e
conflitos. A primeira razão que dificulta a reforma tributária é a
enorme dificuldade de conciliar os interesses de municípios, estados e
União quanto à participação de cada um no bolo tributário e como será
distribuída a competência para cobrar os novos tributos.
A compreensão da sociedade e dos políticos sobre esses aspectos e
problemas existe em bom nível; logo, a principal atitude que o país
deve adotar consiste num elenco de medidas capazes de promover o
ambiente institucional adequado ao crescimento. Um corpo de leis e
regras que incentivem a atividade empresarial e políticas públicas
estimuladoras da iniciativa privada são urgentes e necessários. Para
isso, é preciso colocar o empresário, o empreendedor, como o elemento
central do crescimento econômico que dará suporte às melhorias sociais.
Nunca é demais repetir a frase lapidar de Roberto Campos: o respeito ao
produtor de riqueza é o começo da solução da pobreza. O empreendedor
enfrenta riscos de mercado, sofre as agruras da instabilidade natural da
economia, tem de buscar eficiência para sobreviver à concorrência,
incorre em elevados custos de obediência às intervenções governamentais,
de forma que ao governo cabe melhorar tanto quanto possível o ambiente
institucional e a segurança jurídica necessários a estimular as
atividades econômicas. Uma vez encerrada a campanha para o segundo
turno, é hora de o país voltar sua atenção para esses assuntos, dada sua
relevância no objetivo de fazer o Brasil crescer e melhorar seus
indicadores sociais.
PT pede nova censura contra Gazeta e quer impedir cobertura sobre Lula e Ortega
Por Mariana Braga – Gazeta do Povo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).| Foto: Fernando Bizerra/EFE
A
coligação do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
acionou novamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de
retirada de conteúdo do site da Gazeta do Povo que explica, com fatos
históricos, a relação do líder petista com o ditador nicaraguense Daniel
Ortega. Além disso, a coligação pede censura prévia para que o jornal
seja impedido de fazer novas reportagens que demonstrem a ligação de
Lula com ditadores. A ação foi aberta na terça-feira (11), véspera de
feriado, e será analisada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino. A
pedido da campanha de Lula, no início do mês o ministro já havia
determinado a remoção do tuíte de uma notícia publicada pela Gazeta do
Povo cujo título era: “Ditadura apoiada por Lula tira sinal da CNN do
ar”.
Na nova ação, os advogados da campanha do PT voltam a pedir a censura
de reportagem da centenária Gazeta do Povo sob a alegação de que há a
“veiculação de conteúdos sabidamente inverídicos” que afirmam que “Luiz
Inácio Lula da Silva apoiaria suposto regime autoritário na Nicarágua e,
a partir disso, seria favorável à prática de atos ilícitos”. Desta vez,
a reportagem questionada pelo PT tem o título: “Relacionamento entre
Lula e ditador da Nicarágua está bem documentado”. O conteúdo reúne
diversos fatos históricos de conhecimento público sobre a relação do
petista com Ortega. Também são alvo do pedido de censura outros perfis
em redes sociais que repercutiram o caso.
Além do jornal, a coligação de Lula pede censura de conteúdos
publicados por 12 perfis, entre elas o do colunista Rodrigo Constantino,
que escreve na Gazeta do Povo. Também estão na lista a deputada federal
Carla Zambelli (PL); o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL); o
assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da
República, Filipe Martins; o ministro de Minas e Energia, Adoldo
Sachsida; a empresa Azcomm de Comunicação; a responsável do perfil
@taoquei1 no Twitter, Barbara Zambaldi Destefani; o responsável pelo
perfil @Alanghani no Twitter, Alan Nader Ackel Ghani; e os
representantes pelos perfis Stark, Rafael Fontana e Sérgio Vitória.
A coligação descreve na ação que “o perigo do dano encontra-se na
perpetuação de desinformações que maculam a lisura do processo
eleitoral, configurando propaganda eleitoral negativa contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores,
por meio de publicações veiculadas na internet”.
“As publicações dessa natureza são compartilhadas e espalhadas em
velocidade exponencial, de modo a aumentar significativamente o alcance
das desinformações aos eleitores e às eleitoras, ampliando, desta forma,
o impacto negativo das publicações objeto desta representação”,
argumenta o PT na ação.
Por fim, os petistas requerem “que o Twitter, Instagram e provedores
de internet adotem todas as providências cabíveis quanto ao ponto – de
modo a excluir essas e outras publicações que também versem sobre a
fantasiosa relação de Lula com o ditador Ortega”.
A equipe jurídica do jornal avalia que este segundo pedido de censura
“é muito mais amplo”, pois pretende-se “impedir publicações sobre o
tema”. Por isso, foi protocolada no TSE uma defesa preliminar, com o
objetivo de que a defesa seja ouvida antes da decisão sobre a censura.
A Constituição é clara na defesa da liberdade de imprensa. Em seu
artigo 5º, diz que “é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença”. A complementa em seu artigo 220: “A manifestação do
pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição”. E finaliza com: “É vedada toda e qualquer
censura de natureza política, ideológica e artística.” Fica óbvio que o
pedido requerido ao TSE é expressamente contrário ao diz que a carta
constitucional.
“A Gazeta do Povo está sendo alvo, mais uma vez e de forma dolosa, de
uma sequência de ataques do Partido dos Trabalhadores. Atacar a
imprensa é também atacar a democracia. Buscar a censura prévia, como
demanda o partido, além de flagrantemente inconstitucional é uma tática
baixa de tentativa de reescrever a história e, com isso, manipular o
debate eleitoral, com óbvios reflexos na cultura democrática”, afirma a
diretora da Gazeta do Povo, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola. “Nós
somos um jornal centenário, fundado em 1919, que sempre defendeu a
liberdade de expressão e a independência e credibilidade das
instituições. Por isso, nos entristece observar a rápida erosão do
debate público, que, a princípio, conta com o silêncio de grande parte
da sociedade. A censura prévia de uma cobertura jornalística, conforme
demandada pelo PT, deveria ser combatida por todos, independentemente de
suas visões políticas ou ideológicas”, completa.
Por mais de cem anos, a Gazeta tem exercido o jornalismo profissional
pautado em rigorosos padrões éticos e em estrito respeito ao Direito e,
para além, ao Estado Democrático de Direito. Conquistou por diversas
vezes as maiores premiações jornalísticas brasileiras. Foi reconhecida,
inclusive, por premiações internacionais que enalteceram o trabalho
cuidadoso com que o jornal aplica em suas apurações jornalísticas e que
têm impacto na sociedade.
O presidente-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ),
Marcelo Rech, repudiou a nova tentativa de censura. “É triste e
assustador se constatar que ainda hoje se tente censurar a imprensa no
Brasil. Mesmo que o tema jornalístico já não fosse de amplo domínio
público, a censura à imprensa é flagrantemente inconstitucional e retira
da população o direito de se informar livremente. A ANJ espera que as
autoridades judiciárias respeitem os preceitos mais básicos da
Constituição e rejeitem mais essa tentativa de censura contra um jornal
com mais de 100 anos de história e amplo respeito na comunidade.”
A relação bem documentada entre Lula e Ortega A coligação
eleitoral de Lula alega que “a Gazeta do Povo, que foi impedida de
manter no ar reportagem supostamente jornalística que tentava incutir na
mente do eleitor a falsa ideia de que Lula e Ortega seriam aliados, fez
nova publicação”. O PT também citam que “a notícia já classificada como
inverídica por diversas vezes”.
Mas a nova reportagem da Gazeta do Povo questionada por Lula cita
fatos que provam a relação entre o candidato Lula ao ditador da
Nicarágua, Daniel Ortega. Uma das primeiras aproximações explícitas foi a
fundação do Foro de São Paulo, organização que diz em site próprio que
foi fundada “a partir de uma convocatória dos ex-presidentes Lula e
Fidel Castro a partidos, movimentos e organizações de esquerda em julho
de 1990”.
Fidel Castro foi o ditador de Cuba por 46 anos. O partido de Ortega,
Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN), é listado como membro,
junto ao partido da ditadura venezuelana (Partido Socialista Unido da
Venezuela – PSUV). Em 2018, quando o ditador da Nicarágua reprimiu a
oposição, com mais de 360 vítimas fatais, o Foro de São Paulo publicou
nota em “apoio irrestrito” ao “camarada Daniel Ortega”, denunciando “o
vandalismo da direita e das organizações financiadas pela
contrarrevolução que, com o apoio do imperialismo ianque, encheram de
luto os lares nicaraguenses”.
Em 2007, Lula, na época presidente da República, visitou a Nicarágua
após vitória eleitoral de Ortega. Como noticiou na época a BBC Brasil,
Lula disse que sentiu uma emoção diferente visitando o país, pois foi lá
que conheceu Fidel Castro. “Vivi todo o trabalho que o presidente
Daniel Ortega fez para consolidar a Nicarágua como país soberano”, disse
Lula na época, prometendo tantos acordos quanto necessários para
promover a “justiça social” no país. O próprio nicaraguense fez as vezes
de motorista para buscar o amigo no aeroporto.
Os acordos vieram: em 2009, foi concluído um plano de construção
da Usina Hidrelétrica de Tumarin com investimento de 500 milhões de
dólares com participação do BNDES (banco estatal brasileiro). Corrigindo
com a inflação e a cotação atual do dólar, equivalem a R$3,6 bilhões
hoje. O plano era da Eletrobrás e de uma empresa afiliada à empreiteira
Queiroz Galvão. Em 2014 e 2016, o diretor presidente da Queiroz Galvão
foi preso pela operação Lava Jato, acusado de corrupção, lavagem de
dinheiro, organização criminosa e tentativa de obstrução de
investigação. O Tribunal de Contas da União (TCU) impediu o repasse de
recursos para a construção da hidrelétrica em 2016. Na época, o
orçamento tinha subido para US$1,2 bilhão (R$7,7 bilhões hoje).
Em matéria de 28 de julho de 2010, o site G1 informou que Lula
expressava intimidade com o ditador: brincou que ambos integrariam um
“eixo do mal” durante uma recepção oficial a Ortega. A matéria especula
que seria uma menção direta ao termo do presidente americano George W.
Bush para seus adversários na Guerra do Iraque: sinal de uma irmandade
em oposição aos Estados Unidos, bandeira comum na esquerda
latino-americana. “Nossa relação é parte integrante de um eixo
latino-americano e caribenho, em franca expansão, que busca modelos de
desenvolvimento progressistas”, disse o candidato.
O mês de novembro de 2021 é crucial para entender que a relação
amistosa de Lula e do PT com o regime de Ortega perdura. Defendendo
Ortega em uma entrevista ao jornal El País, Lula perguntou “Por que
Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder, e Daniel Ortega não? Por que
Margaret Thatcher pode ficar 12 anos no poder, e Chávez não?” No dia 10,
o PT apagou discretamente uma nota de apoio a Ortega depois que ele foi
“eleito” para seu quinto mandato, resultado amplamente considerado
fraudulento, com todos os opositores do ditador presos ou exilados.
No início de outubro, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o Twitter e o Facebook
removessem 31 postagens que apontam o apoio do ex-presidente à ditadura
de Daniel Ortega na Nicarágua, seguindo o primeiro pedido do PT ao TSE.
A censura judicial atingiu também um tuíte da Gazeta do Povo, de 22
de setembro, com a notícia de que o regime de Ortega havia cortado o
sinal do canal de notícias CNN naquele país.
Entidades da sociedade civil repudiaram censura à Gazeta do Povo Após
a censura imposta pelo TSE, diversas entidades saíram em defesa da
Gazeta do Povo. Uma delas foi a Associação Nacional de Jornais (ANJ),
que já repudiou nesta quarta-feira a nova ação do PT.
O Instituto Liberdade e Justiça apontou caráter abusivo da decisão do
ministro e manifestou preocupação com a censura. “Vejo com preocupação
que juízes, incentivados pela atuação do Supremo Tribunal Federal,
estejam tomando decisões teratológicas, em sede de liminares, para
impedir que as pessoas tenham acesso a fatos que encontram respaldo na
realidade”, afirmou o diretor-presidente da organização, Giuliano
Miotto. “Este é o caso da decisão que foi proferida contra a Gazeta do
Povo, jornal que atua de forma exemplar e compromissada com a verdade
dos fatos. Por isso, o Instituto Liberdade e Justiça, na minha pessoa,
repudia com veemência esta decisão. Sabemos que a continuar essa marcha
abusiva do judiciário, estaremos em breve mergulhados em uma das piores
ditaduras que se pode existir e contra a qual não há a quem recorrer”,
reforçou Miotto.
A Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure) informou que
considera preocupante a remoção do conteúdo, já que o tuíte censurado
apenas citava um fato verídico noticiado também por outros veículos de
comunicação. “O caso ganha seriedade ainda maior quando se considera que
a temática censurada guarda relação com violações aos direitos humanos
na América Latina, assunto de relevância para os debates políticos no
período eleitoral e que compõe a missão institucional da Anajure”,
destacou a nota assinada pela presidente da entidade, Edna Zilli.
O Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) publicou em seu
site oficial uma nota de repúdio. Assinada pelo presidente do instituto,
Thiago Rafael Vieira, a manifestação destacou a importância da
liberdade de imprensa como garantia constitucional, bem como a previsão
constitucional de vedação à censura.
A Rede Liberdade, por sua vez, divulgou na semana passada, que foi
coassinado por outras 21 entidades, no qual condenou veementemente a
medida restritiva à liberdade de imprensa empreendida pelo ministro do
TSE. “Como defensores do Estado Democrático de Direito não nos parece
razoável que um veículo de comunicação não possa expor conteúdos
verdadeiros e facilmente verificáveis em virtude da possibilidade de
gerar prejuízo a alguma candidatura política. É justamente ao longo do
período eleitoral que informações se tornam mais valiosas ante a
necessidade de tomada de decisão dos eleitores em relação aos candidatos
que desejam ocupar um cargo público”, declaram as entidades.
As organizações que subscreveram o manifesto foram: Instituto Mises
Brasil; Instituto de Estudos Empresariais (IEE); União Juventude e
Liberdade; Instituto de Formação de Líderes de Goiânia; Instituto de
Formação de Líderes do Rio de Janeiro; Instituto Atlantos; Instituto de
Formação de Líderes de Belo Horizonte; Instituto Liberdade; Instituto de
Formação de Líderes Curitiba; Grupo Domingos Martins; Instituto Liberal
de São Paulo; Instituto de Formação de Líderes Florianópolis; Instituto
de Formação de Líderes Jovem de Belo Horizonte; Juventude Libertária de
Sergipe; Instituto Livre Mercado; Instituto Libercracia; Instituto
Liberal do Triângulo Mineiro; Clube Farroupilha; Instituto de Formação
de Líderes Brasil; Instituto de Formação de Líderes Jovem São Paulo;
Students for Liberty Brasil; e Instituto de Formação de Líderes de
Brasília.
Por fim, o Movimento Advogados do Brasil (MABr), entidade
suprapartidária que conta com cerca de dez mil advogados associados e
atua na defesa dos direitos fundamentais, também divulgou nota de
repúdio à conduta do ministro do TSE, destacando-a como incompatível com
um regime democrático. “A bem da verdade, o livre pensamento e a
divulgação de fatos só podem subsistir em democracias sólidas, que
primam pela liberdade; do contrário, ela fatalmente estará sob ameaça”,
diz o comunicado do MABr.
Artigo Rafael Serrano Tradução de Bruna Frascolla – Gazeta do Povo Aceprensa
“A indústria do pornô é tóxica em seu modo de produção e de consumo. Coloniza os cérebros.”| Foto: Bigstock
“Deve-se
seguir tolerando a existência de uma indústria que gera tal violência e
maltrato às mulheres, que promove um sistema de dominação e
mercantilização do corpo da mulher e que pode ter consequências
desastrosas para a formação da identidade sexual, em especial dos
jovens?” É a questão posta pelas autoras de um relatório do Senado
francês sobre o negócio da pornografia, depois de descrever os abusos
que comete e os danos que ele causa.
O relatório, publicado na semana passada, veio a público após seis
meses de trabalho, incluindo audiências a portas fechadas com mulheres
que trabalharam para produtoras pornográficas. O título que
deram, Porno: l’enfer du décor, brinca com a expressão l’envers du
décor (equivalente a “o outro lado da moeda”) para dizer que na cadeia
da produção pornográfica se esconde um inferno. As autoras pretendem,
com seu trabalho, “abrir por fim os olhos de todos para a violência
sistemática” que inflige essa “indústria tóxica”.
Tradicionalmente se aplicou à pornografia uma certa tolerância, que
consiste em restringi-la mais ou menos, sem proibi-la de modo geral. Mas
as quatro senadoras, de distintas tendências políticas – da direita à
esquerda –, que elaboraram o relatório afirmam que hoje a pornografia é
tão violenta e perigosa, que é justo questionar suas práticas “e sua
própria existência”.
Consumo massivo e precoce
A pornografia já não é um tipo de filme confinado a cinemas de nicho.
A internet mudou radicalmente o modo em que se produz e consome.
Em meados da primeira década deste século apareceram os sites de
pornografia que baseiam o seu negócio no tráfego massivo, mediante a
oferta de materiais gratuitos, para vender espaços publicitários. Assim
cresceram os grandes colossos do pornô, dos quais o número um mundial é a
multinacional canadense MindGeek, dona de sites como Pornhub, Redtube
ou YouPorn.
Na década seguinte, a difusão aumentou ainda mais porque as redes
sociais (Facebook, Instagram…) e os aplicativos de mensagem (WhatsApp,
Telegram…) se converteram em canais de links para os sites
pornográficos.
Como consequência, segundo as estimativas da Arcom (o órgão regulador
das comunicações audiovisuais e digitais na França), 19 milhões de
franceses consomem pornô mensalmente, dos quais 12% são menores: 1,1
milhão com 15 a 18 anos de idade e 1,2 milhão que não chegaram aos 15.
Exploração de mulheres Essa expansão da audiência veio acompanhada
por uma grande mudança no sistema de produção. Para alimentar os sites
de distribuição massiva, produziu-se uma explosão de produtores à margem
das empresas tradicionais. Surgiu um enorme setor amador ou
semi-profissional que fabrica pornô de baixo custo em quantidades
imensas.
Esse fenômeno, diz o relatório, levou a uma tremenda degradação moral
dos produtos. Em busca da audiência massiva, foram acrescentando aos
poucos doses mais altas de brutalidade e violência. Como o pornô, à
semelhança das drogas, gera tolerância, para seguir atraindo o público
viciado é preciso continuar a espiral. Hoje o pornô duro
(hardcore, gonzo) é o mais consumido.
Assim, a pornografia em geral abandonou toda pretensão artística.
Sobra o argumento: para mostrar cenas sexuais bizarras e violentas (são
90%, diz o relatório), não precisa contar história nenhuma. Quem paga o
preço desse recrudescimento são sobretudo as atrizes, que no caso dos
vídeos de baixo custo não costumam ser profissionais. As novas
produtoras exploram mulheres jovens, vulneráveis econômica ou
psicologicamente. Algumas, que testemunharam perante as quatro
senadoras, relataram os procedimentos empregados consigo para
subjugá-las e desumanizá-las, de modo que se prestassem a agressões e a
aberrações – porque não há efeitos especiais.
“A indústria do pornô é tóxica em seu modo de produção e de consumo. Coloniza os cérebros.”
Essas atrizes, acrescenta o relatório, raramente exercem a profissão
com proteção laboral. Muitas vezes apenas são forçadas a assinar um
contrato de cessão de direitos de imagem claramente abusivos. Se alguma
vez quiserem cancelar a cessão, pedir-lhes-ão de três a cinco mil euros,
soma que vem a ser dez vezes o que ganhou pelo trabalho. Isto converte
em letra morta o direito de retratação… Fora que, uma vez que um vídeo
circula na internet, é muito difícil retirá-lo.
Uma indústria tóxica À vista de tudo isso, uma das autoras do
relatório, a vice-presidente do Senado Laurence Rossignol, socialista,
dá este diagnóstico: “A indústria do pornô é tóxica em seu modo de
produção e de consumo. Coloniza os cérebros”. O relatório assinala
alguns dos prejuízos que causa nos jovens: traumas, transtornos do sono
ou da atenção, visão deformada e violenta da sexualidade, dificuldade
para ter trato normal com pessoas do outro sexo, sexualização precoce… E
adverte que também os adultos sofrem danos semelhantes.
Se a isto se acrescenta que “a exibição de estupros e a erotização da
violência sexual” servem a um “sistema de dominação e de violência
contra as mulheres”, há motivos, segundo o relatório, para considerar a
pornografia um problema de política pública. Nesta linha vão as
recomendações das autoras.
Por exemplo, propõem tipificar como delito as violências sexuais
cometidas na produção de materiais pornográficos. Também insiste em
facilitar que as atrizes exploradas denunciem as produtoras (há agora
dois casos nos tribunais franceses) e em efetivar o direito ao
esquecimento, obrigando à retirada gratuita de vídeos quando uma pessoa
filmada retira o consentimento.
Como proteger os menores? Outro capítulo de recomendações é
dedicado à proteção dos menores. Uma das principais é estabelecer e
exigir um sistema efetivo de verificação da idade, como manda uma lei
francesa de 2020. Este é um ponto difícil, como se viu no processo
judicial, atualmente em curso, da Arcom contra Pornhub e outros quatro
distribuidores de pornografia online.
Não se encontrou ainda um sistema eficaz de verificação da idade, para bloquear o acesso de menores ao pornô na internet.
A Arcom os acusa de infringir a lei por não bloquear de modo eficaz o
acesso dos menores. Mas não está claro que possam fazê-lo, pois até
agora não se encontrou um sistema que comprove a idade do internauta e,
ao mesmo tempo, não o identifique. Esta incompatibilidade entre eficácia
e privacidade motivou que no Reino Unido finalmente se renunciasse ao
projeto de implantar uma medida como a francesa: o Children’s Code só
exige aplicar algum procedimento, ainda que falível, e comunicá-lo à
autoridade.
O problema é que a lei de 2020 ordena verificar a idade, mas não diz
como fazer. Isto permitiu que o Pornhub se opusesse à queixa com um
questionamento prévio da constitucionalidade: alega que a infração de
que é acusado não está claramente definida, o que é contrário a um
princípio geral do Direito. O tribunal aceitou o questionamento prévio à
Corte de Cassação, que tem agora seis meses para decidir se o remete ao
Conselho Constitucional. Assim, a causa entrou em impasse.
O relatório das senadoras defende que se pode encontrar um
procedimento seguro de verificação. Em concreto, recomenda a proposta da
CNIL (a agência francesa de proteção de dados pessoais): uma
comprovação a cargo de uma entidade independente, que se faça de
intermediária e opere com um sistema de barreira dupla de anonimato
(frente ao serviço de verificação e frente ao site pornô). Mas isso não
se experimentou ainda.
De todo modo, a chave pode estar no último aparte de recomendações,
que se resume em “educar”. As senadoras sublinham que os cidadãos e as
instituições têm que tomar consciência do quão daninha se tornou a
pornografia. Já não é mais um vício privado: é um verdadeiro problema
público a ser levado a sério. “É preciso parar de desviar o olhar.”
Justiça e Direito Decisões absurdas constrangem ministros do STF
Por Alexandre Garcia
| Foto: Pixabay
Hoje é um dia importante para a eleição de segundo turno em Alagoas. O
Superior Tribunal de Justiça, numa sessão extraordinária, com 15 dos 33
ministros, vai examinar a decisão da ministra Laurita Vaz, em liminar,
que afastou por 180 dias o governador de Alagoas, Paulo Dantas, no
âmbito da operação Edema da Polícia Federal. Foi a pedido do Ministério
Público por um escândalo de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro na
Assembleia Legislativa, quando ele era deputado estadual. Envolve a
mulher dele, prefeita de Batalha, e uma irmã.
Interessante que o pai dele, Luiz Dantas, três semanas atrás gravou
um vídeo denunciando o filho, dizendo que o filho estava sob má
influência. Eu imagino que ele queira se referir a Renan Calheiros, que
está apoiando Paulo Dantas. Lula também está apoiando Paulo Dantas como
candidato a governador, seria reeleição. O outro candidato é apoiado
pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, pelo prefeito de Maceió e por
Bolsonaro. Ele é do União Brasil. Se chama Rodrigo Cunha.
Grande diferença é a palavra do pai do governador afastado É
importante porque Alagoas já deu, pelo menos na minha memória, três
presidentes da República. Deodoro, Floriano e Collor. Por isso é
importante uma eleição em Alagoas, por isso é importante essa decisão. E
a grande diferença é a manifestação do pai do governador. Dizendo que
prefere interromper um erro para que o erro não se perpetue. Que dói no
coração do pai, mas que o filho se desencaminhou. E, portanto, não
aprova os atos do filho, pela honra da família, dignidade da família e
em respeito ao povo alagoano. Luiz Dantas, ex-deputado estadual. Gravou
duas vezes inclusive sobre este mesmo assunto.
Queria fazer um registro sobre a Justiça Eleitoral que fez muitas
campanhas – Barroso quando era presidente fez, principalmente ele –
contra o que a novilíngua convencionou chamar de fake News. É o
conhecido boato, a conhecida mentira, a cascata, que sempre houve, mas
querem imputar isso às redes sociais. Por isso puseram um nome em
inglês, como se fosse novidade, trazida pela rede social. E não é.
Justiça Eleitoral não tem licença para censurar Com toda a
campanha, não adiantou. Há uma enxurrada de mentiras por toda parte.
Rede social, a mídia tradicional, meu Deus do céu! Claro, os ânimos
estão aquecidos com a eleição, há uma polarização muito grande, os
eleitores, os candidatos idem. Só que a justiça eleitoral tem que ficar
de cabeça fria. Então, em todas as queixas, não pode cair em qualquer
uma assim, que revele que está desobedecendo o artigo 220 da
Constituição, que veda qualquer tipo de censura.
Que muitas vezes é censura, porque é notícia. É o caso da Gazeta do
Povo, por exemplo, que noticiou a notícia. Que Ortega, o ditador da
Nicarágua, apoiou Lula. Isso é notícia, não é uma invenção.
Então, sim, tem que agir lá naqueles que estão produzindo em série
noticias falsas, compondo os mais absurdos. Eu vi um absurdo de um
sujeito que inventa um atendimento numa emergência do hospital, e o
atendimento é atrapalhado por uma manifestação de rua. Fazem de tudo,
enfim.
É hora de restaurar o devido processo legal Compete à gente
discernir, separar o joio do trigo, a mentira da verdade. Eu fico
estarrecido. Eu vi a entrevista do Zé Trovão para o Paulo Alceu, no
Conexão ND, de Santa Catarina. E o Zé Trovão está lá com tornozeleira
eletrônica, foi preso por crime de opinião. Qual foi o crime dele? Ah,
ele pediu intervenção militar e pediu para interditar o Supremo. Isso é
crime de opinião! Ele fez alguma coisa nesse sentido? Ele pegou um
fuzil? Ele jogou uma granada? Ele reuniu gente, instruiu gente para
derrubar o Supremo? Não, foi opinião. Ele deu uma opinião.
É livre a expressão do pensamento. E ele não guardou anonimato. O que
é proibido é anonimato. Mas foi punido, foi preso. Foi preso por quem?
Pelo juiz de primeira instância, que é a jurisdição dele? Não. Por um
juiz da Suprema Corte. Ele não tinha foro privilegiado. Agora é que vai
ter, no dia em que ele for diplomado. Então, a gente está assistindo a
essas coisas e os ministros do Supremo estão constrangidíssimos.
Por que isso faz mal à Suprema Corte, isso é terrível. Fazendo mal
para a Suprema Corte, faz mal para a democracia. Então, a gente vê essas
coisas, compara, vai descobrindo em que absurdos estamos metidos, no
ponto mais alto da Justiça. É preciso voltar à normalidade, ao devido
processo legal.