quinta-feira, 13 de outubro de 2022

NÃO SE DEVE LAVAR AS MÃOS NESSA ELEIÇÃO IGUAL PÔNCIO PILATOS FEZ COM JESUS CRISTO

 

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Pilatos: símbolo da soberba de quem se recusa a fazer uma escolha para não desagradar seus pares.| Foto: Reprodução/ Twitter

Estou há horas tentando decifrar o que escrevi no bloquinho. Acontece com frequência e, nessas ocasiões, sempre me lembro dos velhos cadernos de caligrafia que odiava preencher. Eis que, depois de muito ponderar sobre um “t” que parece um “l”, dos hieroglifos tiro uma reflexão apressada e que dizia: “Pôncio Pilatos é um dos personagens mais abomináveis dos Evangelhos. Um homem que não foi capaz de fazer uma escolha moral simples e óbvia. Respeito mais quem faz uma escolha errada do que quem se omite. Não é hora de lavar as mãos”.

E não é mesmo!

O problema com esse tipo de referência a Pôncio Pilatos, ainda mais quando aplicada a uma circunstância específica, a escolha política óbvia entre Jair Bolsonaro e o amigão do Ortega, Lula, é que sempre aparece alguém para fazer a ressalva fatídica e desonesta de que um dos objetos da escolha não é Jesus. E eu não sei?! Por acaso tenho cara de idólatra?! – dá vontade de responder, mas não respondo. Foi uma observação desse tipo que me fez desistir de tornar pública a reflexão, reduzindo-a a uns garranchos num caderninho.

E me obrigando a ser mais explícito do que a Lei Geral das Crônicas autoriza. Os pilatinhos contemporâneos que empinam o nariz para dizer que, entre Bolsonaro e Lula, preferem lavar as mãos e ficar em casa cozinhando o galo ou ainda indo até a seção eleitoral só para admirar o que eles consideram um espetáculo deprimente, não estão fazendo uma escolha entre o Filho de Deus e um bandidinho. Até porque não foi essa a escolha que Pilatos se omitiu de fazer. Ele não sabia do caráter divino de Jesus. A realidade como ele a enxergava naquela situação, portanto, pressupunha uma escolha moral simples e óbvia entre dois homens: um que ele sabia ser um bandido (e, ao que consta, até um assassino), e outro no qual ele não via nenhum sinal de culpa.

Veja só: não é a covardia o que incomoda no ponciopilatismo de que sofrem os liberais ou conservadores de alta estirpe. Por outra, é a soberba, a arrogância e a prepotência de quem se considera indigno de sujar as mãos na “tosquice” de Bolsonaro para impedir a volta do amigo de Daniel Ortega, que não venceu nem assumiu e já está dando mostras de seu caráter autoritário.

De volta a Pôncio Pilatos, personagem que não me sai da cabeça, fico aqui pensando no que ele faria se não tivesse a opção de lavar as mãos. De sair pela tangente. De estufar o peito para dizer “não vou nem me levantar da poltrona”. De enfrentar filas só para dizer que não prefere nem um nem outro. Os cínicos dirão que Pilatos teria escolhido Barrabás de qualquer maneira. Já os fiéis da Igreja Copta acreditam que ele teria escolhido Jesus. Por isso, fizeram de Pilatos um santo.

Da mesma forma, me pergunto em quem esses aí que confessam a opção autoindulgente pelo voto nulo/branco ou abstenção votariam se fossem obrigados a fazer a escolha. Não “A” escolha nem uma escolha: esta escolha que temos hoje diante de nós, entre o homem falho, às vezes insuportável e repugnantemente falho, e um barrabás arquetípico. Entre a imagem fabricada de ameaça à democracia e a realidade provada de ameaça à democracia. Entre um defensor da vida que fala palavrão e dá de ombros para a liturgia do cargo e um abortista que promete picanha e cervejinha para o povão.

Mais do que de uma suposta orfandade ideológica por parte dos conservadores-raiz, o ponciopilatismo nasce da já mencionada soberba, e também da vaidade e da frouxidão moral que são a marca registrada dos intelequituais (apud Millôr) brasileiros. Inclusive e sobretudo os que clamam para si o título de “intelequitual di direita”. A vaidade é aquela de não querer ser visto como uma espécie de leproso político por seus pares; e a frouxidão moral é aquela que procura a citação perfeita para justificar o voto nulo que, ele sabe, eu sei e nós sabemos, tende a favorecer Lula.

Não que minha estima tenha lá algum valor no grande ou no pequeno esquema das coisas, mas de fato respeito mais aqueles que optam explicitamente pelo barrabás de Garanhuns do que os que lavam as mãos, deixando, ão-ão-ão, a decisão para a multidão. Afinal, por mais equivocados que sejam e são, os isentões petistas (sic) ao menos assumem a responsabilidade pela própria escolha – uma escolha equivocada, mas que não se esconde sob o manto da arrogância.

No mais, sinto ser eu a lhe dizer, mas é bem provável que seus pares o olhem com reprovação independentemente do seu voto. E, no paredão, seja ele real ou simbólico, de nada lhe servirá aquela citação do filósofo Xis ou do cientista político Ypsilon que você, conservador, escolheu com tanto cuidado para justificar as mãos agora limpíssimas – e também caladíssimas, imobilíssimas, mortíssimas.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/anotacoes-sobre-o-ponciopilatismo/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PETROBRAS VAI EXPLORAR O NOVO PRÉ-SAL NA MARGEM EQUATORIAL

Foto: Sergio Moraes/Reuters

Por Denise Luna e Gabriel Vasconcelos – Jornal Estadão

Estatal aposta em novo Plano Estratégico de 2023 até 2027 para contemplar a modernização de refinarias e ter um olhar mais atento para energia limpa

Plano Estratégico 2023-2027 da Petrobras virá mais forte que o anterior, turbinado pela a incorporação dos investimentos necessários à exploração da Margem Equatorial, fronteira tratada como um possível “novo pré-sal”. Essa é a principal aposta da estatal para aumentar suas reservas de petróleo.

Além da nova fronteira, o plano deve contemplar a modernização de refinarias e ter um olhar mais atento para energia limpa. Com isso, a estatal planeja adaptar suas refinarias à produção de biocombustíveis de alto valor agregado, tipo o bioqueresene de aviação, e também reforçar investimentos na descarbonização da produção e em estudos para projetos em energia eólica offshore destinada à produção de hidrogênio verde.

“Do ponto de vista de transição energética, a gente pretende prosseguir consistente com aquilo que já fizemos: olhar projetos de descarbonização com o objetivo de desenvolver produtos renováveis e obviamente buscando a transição por meio da diversificação rentável, ou seja, quais novos negócios ou atividades a Petrobras pretende priorizar com vistas a um universo de longo prazo”, afirmou recentemente o diretor de Governança e Conformidade da estatal, Salvador Dahan, sobre o novo plano.

Para o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor da UFRRJ, Maurício Tolmasquim, uma maior atenção da Petrobras a fontes renováveis é bem-vinda, sobretudo se direcionada à eólica offshore, já que a companhia domina boa parte da infraestrutura logística para atuar em alto mar.

“Mas não adianta ser uma previsão simbólica, tem de ser um montante que permita à Petrobras recuperar o tempo perdido. Ela já está atrás na corrida pela energia renovável no Brasil, sendo a grande ausência na notificação de interesse por áreas (no mar) para eólica offshore ao Ibama”, observa Tolmasquin. O especialista lembra que, motivadas pela transição energética, grandes petroleiras como Shell, Total e Equinor têm feito esforços para se converter em empresas de energia limpa no longo prazo, meta que a Petrobras já teve fortemente associada a biocombustíveis, mas que ficou em segundo plano nos últimos anos.

Foi por causa do pré-sal que os investimentos da estatal deram um salto na década passada, para mais de US$ 200 bilhões, encolhendo posteriormente para menos da metade deste valor no plano formulado em 2016, devido ao alto endividamento da companhia. Nos últimos sete anos, o total investido nunca ultrapassou os US$ 100 bilhões. As projeções indicam que os aportes devem continuar abaixo desse patamar, apesar de tenderem a ser maiores em comparação com o plano anterior, avaliam especialistas.

No plano anterior (2022-2026) a previsão era de investimentos de US$ 68 bilhões. Desse montante, U$ 57,3 bilhões estavam previstos para exploração e produção (E&P), dos quais menos de 10%, US$ 5,5 bilhões para exploração, a maior parte nas bacias do Sudeste (58%), mas também da Margem Equatorial (38%). Essa frente deve ser reforçada este ano, puxando o investimento total para cima.

Estadão/Broadcast apurou que o plano 2023-2027 da estatal também deve deixar para trás a previsão de apenas uma nova plataforma de exploração e produção em 2022 (FPSO Guanabara), para inserir mais unidades até 2027, o que vai elevar o valor dos investimentos. O número final, no entanto, ainda não foi finalizado, e continua em discussões técnicas antes de ser apresentado ao Conselho de Administração da companhia.

Fontes da companhia confirmaram que a exploração da Margem Equatorial vai receber atenção especial. A licença para perfuração do primeiro poço é esperada para novembro, após teste de simulação para provar ao Ibama que a empresa tem condições de conter eventual derramamento de petróleo. Hoje o investimento reservado para a nova conquista até 2026 é de US$ 2 bilhões, volume que tende a ser incrementado no próximo plano.

Plataforma de exploração de Petróleo no Rio de Janeiro.
Plataforma de exploração de Petróleo no Rio de Janeiro.  Foto: Fabio Motta/Estadão

A empresa planeja, assim como em outros locais nos quais atua, desenvolver projetos sócio-ambientais na região, que também deverão constar no plano, como informou ao Broadcast o gerente executivo responsável pela área, Mario Carminatti.

Na exploração e produção da nova fronteira serão adotadas tecnologias que utilizam algoritmos de última geração; inteligência de dados e computadores de alto desempenho (HPC); ampliação da operação remota, que prometem reduzir riscos ambientais, o que pode elevar os investimentos da estatal nos próximos anos.

Iniciativas de baixo carbono

Os esforços de descarbonização devem ser reforçados, mas sem grandes mudanças na ordem de prioridade. No plano divulgado no fim do ano passado, essa “frente de baixo carbono” teria investimento de US$ 2,8 bilhões em cinco anos, sendo pouco mais de R$ 2 bilhões, para a descarbonização das operações atuais, e apenas R$ 730 milhões para desenvolvimento de biocombustíveis e pesquisa e desenvolvimento em energias renováveis com vistas à “diversificação rentável” em novos negócios. Fontes da companhia e agentes de mercado esperam que essa última frente seja reforçada, ainda que não a ponto de ocupar papel de destaque nas finanças da Petrobras.

Segundo um consultor que presta serviço à Petrobras, a companhia deve preparar um plano “resiliente e flexível” ao resultado das eleições. A estratégia da companhia, diz ele, deve sofrer ajustes finos a depender do próximo presidente, mas não mudará no essencial, que é o enfoque crescente em exploração e produção, negócio principal da estatal.

A fonte confirma o aumento de investimento para fazer frente à campanha na Margem Equatorial, mas, também, para aumentar o rendimento do pré-sal. Em paralelo, diz o consultor, a companhia deve perseguir papel relevante na transição energética, mais centrada na descarbonização da cadeia que já domina, em vez de investimentos decisivos em energia renovável. Estes projetos devem aparecer no plano, mas ainda na condição de estudos.

“Não vamos ver a Petrobras investindo em (energia) solar e eólica como faz a Shell. O core vai continuar a ser petróleo e gás e seu processamento. Então a política ESG (governança ambiental, social e corporativa, em inglês) ainda deve observar mais esse universo”, afirma uma fonte. A empresa, porém, deve indicar no PE 2023-2027 os primeiros passos para uma possível parceria com a norueguesa Equinor para gerar energia eólica offshore, avaliou.

De fato, segundo o diretor Relacionamento Institucional e de Sustentabilidade, Rafael Chaves, os pilares do novo plano estratégico já têm norteado anúncios recentes da companhia.

“O anúncio (de comercialização) do diesel R5 (5% renovável) mostra que o biorrefino é estratégico para a Petrobras, área em que a gente vai continuar investindo”, disse. “A gente já tem declarado que vai fazer uma planta dedicada para explorar o mercado de querosene de aviação baseado em conteúdo renovável.”

Segundo Chaves, não há hierarquia na frente de sustentabilidade do plano, mas “três dimensões diferentes” que se equivalem: descarbonização do barril, o biorrefino, e a preservação de florestas e reflorestamento como apoio à essa agenda. “O biorrefino está mais maduro, mas todas (essas dimensões) são promissoras, seria prematuro dizer que uma virá em detrimento da outra”, afirmou.

Um ponto de estresse da preparação do plano é a estratégia para o tamanho e nem tanto a natureza do parque de refino. Isso porque há clara polarização entre os dois candidatos à presidência: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tende à manutenção e até recompra de refinarias, enquanto o governo atual indica preferência pela venda desses ativos.

 

A MAIORIA DAS VEZES SÓ DE TER O EMPREGO BASTA PARA SER FELIZ

 

Luiz Minervino

Já foi mais do que provado que atualmente no mundo dos negócios é essencial a formação de uma boa rede de contatos. O chamado networking é uma ótima maneira de expandir esses contatos, sendo que, diversas vezes, a melhor maneira de se viver é entre amigos. E por quê não trazer os conceitos da amizade para um negócio? De acordo com uma pesquisa divulgada pela The Adler Group, cerca de 85% das oportunidades de trabalho são preenchidas através de indicações vindas de contatos, provando o valor de conhecer pessoas e manter boas relações com elas no ambiente profissional.

15 dicas para recuperar a autoestima no trabalho

Pandemia, Síndrome de Burnout, desmotivação, infelicidade no ambiente de trabalho, alto índice de depressão, esses foram temas em alta nos últimos meses, mas com algumas medidas é possível reverter esse cenários; especialistas listam dicas

O último ano foi marcado por muitos debates sobre a infelicidade no mercado de trabalho. Um dos temas recorrentes foi a crescente nos casos de Síndrome de Burnout, em pessoas que extrapolavam as horas de trabalho em home office. O transtorno que é causado pelo esgotamento físico e mental, devido a rotina de trabalho exaustiva, é um exemplo de como as empresas precisam se reinventar para não prejudicar os colaboradores e até sua presença no mercado. Outros temas debatidos também foram o aumento do turnover nas empresas, além do estresse e problemas com sono/concentração devido a pandemia.

Em meio às mudanças na vida profissional e pessoal, se adaptar pode se tornar um processo difícil e doloroso e que também pode trazer danos para a autoestima. Para se ter ideia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em onze países, o Brasil lidera os casos de depressão e ansiedade durante a pandemia. De acordo com o estudo, o país é o que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%). Números como esses mostram como a saúde mental dos brasileiros foi afetada durante a pandemia.

De acordo com Tomás Camargos, sócio-fundador da VIK – startup que nasceu para ajudar as empresas a melhorarem a saúde de seus colaboradores, implementando um programa que visa transformar a vida das pessoas e o resultado das corporações -, as empresas devem enxergar a saúde como um investimento e não como uma linha de custo para a empresa. “As boas organizações precisam investir no bem-estar dos membros da equipe para evitarem, futuramente, gastarem com doenças causadas pelo sedentarismo e estresse, por exemplo. Isso também permite com que elas diminuam consideravelmente os custos das organizações com plano de saúde, absenteísmo e baixa produtividade. No Brasil. esse movimento vem acontecendo, em que a preocupação com a saúde está cada vez mais consciente e estratégica para as corporações”, revela.

Para a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, sentir-se bem tem sido um desafio para muitas pessoas e colaboradores nessa fase de pandemia. “As frustrações comprometeram até mesmo a autoestima, já que muitas pessoas não conseguiram realizar os projetos que tinham planejado. Esse aumento nos casos de depressão e ansiedade se deram também por conta das mudanças drásticas na rotina, além de todo o medo e incerteza que vieram junto. Às pessoas ficaram com as emoções à flor da pele, o que prejudica o equilíbrio e contribui para a baixa autoestima”, explica.

Abaixo, os especialistas listam 15 dicas para recuperar a autoestima no trabalho. Confira:

1 – Faça amigos no trabalho: ter uma amizade no trabalho torna os colaboradores mais engajados e felizes. Isso é o que diz uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup que revela a importância de ter um melhor amigo no ambiente profissional. “Muitas vezes, com a correria do dia a dia, as empresas deixam de lado o incentivo para que as equipes se conheçam, uma das formas de mudar esse cenário é optar por programas de gamificação que levem engajamento, saúde e socialização entre os colaboradores”, indica Camargos.

Para ele, é possível incentivar essa relação de amizade por meio de atividades físicas. “Durante o programa corporativo de saúde e integração desenvolvido pela VIK, por exemplo, os colaboradores de uma determinada empresa participam de uma competição virtual de atividade física, por meio de um sistema gamificado e suas atividades físicas aparecem em um ranking que funciona como uma rede social saudável. O programa gera um movimento interessante, as pessoas começam a conversar em torno de um assunto prazeroso e, naturalmente, as relações são suavizadas ao longo do período”, explica.

2 – Procure por grupos de Networking: é possível fazer parte de grupos online ou presenciais em uma região. “Além de possibilitar conhecer novas pessoas, todos estão abertos para conversar e melhorar suas habilidades. Nessas reuniões, também é possível treinar a desenvoltura, comportamento e abordagens”, sugere Mara Leme Martins, PhD. Psicóloga e VP BNI Brasil – Business Network Internationa,

3 – Saia da zona de conforto e converse com novas pessoas: quando se trata de networking, é importante falar com as pessoas e pensar em maneiras criativas de construir o seu negócio. “Dedique tempo aos relacionamentos que você já tem. Estenda a mão e pergunte se as pessoas estão bem, se há algo que você pode fazer para ajudá-las”, explica Mara Leme Martins, PhD. Psicóloga e VP BNI Brasil – Business Network International.

4 – Cuidados com sua saúde física e mental: o Brasil é um dos países mais sedentários da América Latina. Segundo uma pesquisa divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase metade dos brasileiros – 47% – não praticam exercícios suficientes para manter o corpo saudável. Outro dado alarmante é sobre a saúde mental da população, já que o país tem o maior índice de prevalência da doença na América Latina. As empresas podem ajudar a transformar os hábitos e a rotina dos funcionários. “É fundamental que os líderes pensem no impacto da saúde no potencial humano e a importância da implementação de programas de saúde/qualidade de vida para os colaboradores. Por isso, devem disponibilizar momentos de lazer, atividades físicas em grupo, meditação e confraternização”, aconselha Camargos.

Além da mudança na prática de atividade física e no sedentarismo, a implementação de programas de humanização afeta outros setores da vida dos colaboradores. “Percebemos as transformações de hábitos nos participantes mais conscientes quando se trata de nutrição, álcool, cigarro, diminuição do estresse e melhora no sono/concentração”, conta Tomás.

5 – Faça terapia: a falta de autoestima pode ser uma ponte para quadros de ansiedade, medos, fobias e até para depressão. “Procurar um profissional pode ser necessário e ajuda no sentido de fazer com que o paciente entre no processo de autoconhecimento, trazendo mais segurança e autonomia para sua vida. Além disso, contribui no controle das emoções, fortalecendo a autoconfiança e autoaceitação. Existem abordagens e técnicas bastante eficazes que podem ser a chave para a melhora do bem-estar emocional da pessoa”, explica Vanessa Gebrim.

6 – Seja agradável: desenvolver a simpatia ajuda a abrir portas no networking. Estar aberto para conversar ou expressar essa vontade ajuda muito no primeiro contato e a quebrar o gelo. “Uma ótima oportunidade para desenvolver esse ponto é participar de alguns grupos ou reuniões de empreendedores”, sugere Mara Leme Martins.

7 – Ouça o que os outros dizem: saber ouvir e compartilhar é fundamental para vencer a timidez. “O ambiente do BNI é norteado pelo compartilhamento de recursos. Esses podem ser de ordem material ou imaterial, como talentos, habilidades, conhecimentos, informações, contatos, saberes, experiências e tantas outras riquezas que todos temos. Colaborar é um movimento natural do ser humano, que tem prazer em se colocar à serviço do todo, ao contrário do que fomos levados a acreditar”, aconselha Mara.

8 – Esteja alinhado com o propósito da empresa em que trabalha: de acordo com uma pesquisa realizada pela Sodexo Benefícios e Incentivos, 53,8% dos brasileiros acreditam que seu propósito de vida está conectado com seu trabalho atual. “Mais do que um salário alto e benefícios, os colaboradores querem se sentir uma parte fundamental da empresa. Hoje, vida pessoal e profissional estão interligadas, somos uma mesma pessoa”, acrescenta Camargos.

As corporações que não se adaptarem vão ser ultrapassadas. “As startups são a prova de como esse cenário mudou, ninguém quer mais passar horas sentado no escritório, sem um momento de interação ou com roupas sociais desconfortáveis. As pessoas procuram qualidade de vida, horários flexíveis e experiências novas”, finaliza Camargos.

9. Se olhe e se entenda: é importante entender que tudo o que a pessoa fizer que, de alguma forma, contribua para que ela se orgulhe de si, a ajudará a fortalecer sua autoestima. “Quando a pessoa está focada em seus aspectos negativos, a insegurança certamente estará presente em sua rotina e relacionamentos. Dentro do processo de autoconhecimento, a pessoa aprende a gerenciar suas emoções e desenvolve sentimentos positivos sobre si e sobre o mundo”, conclui a psicóloga Vanessa Gebrim.

10. Lei da Reciprocidade: é importante ter a visão de que a confiança colaborativa é a moeda mais valiosa nos negócios – nos relacionamentos e na vida. O marketing de referência e indicações nunca foram tão importantes quanto nos dias de hoje, em que as empresas precisam conquistar novos clientes, presencialmente ou remotamente, para não colocar em risco a sua operação.

“Os empreendedores, sendo tímidos ou não, precisam aprender os benefícios da filosofia “Givers Gain”, ou seja, “Se eu lhe ajudar indicando negócios, você vai se interessar em me ajudar também”. “É a Lei da Reciprocidade em ação no mundo dos negócios”, conclui Mara Leme Martins.

11 – Procure uma rede de mulheres empreendedoras: começar algo novo sempre é difícil, mas quando se tem apoio e com quem contar no caminho, as coisas acabam se tornando um pouco mais fáceis. “O Mulheres Aceleradas, por exemplo, é uma comunidade para mulheres que já empreendem e também para as que desejam começar a empreender. Não importa a região em que a empresária está, ela pode fazer parte. A plataforma tem o interesse genuíno em oferecer ajuda a essas mulheres, aproveitando os meus conhecimentos técnicos e experiência na área. O objetivo é fazer com que elas percebam que têm com quem contar e que não precisam trilhar esse caminho cheio de desafios sozinhas”, explica a mentora de negócios e empreendedora Larissa DeLucca, CEO da Negócios Acelerados e fundadora da plataforma Mulheres Aceleradas.

12 – Tenha confiança no seu trabalho: é fato que não se pode negar a realidade do preconceito e machismo contra mulheres e mães no mercado de trabalho atual. “Não deveria ser assim, mas é a realidade, para se destacar a mulher tem que ser tecnicamente muito melhor qualificada do que qualquer homem que exerça a sua mesma função e ainda ter garra para dar conta, com mestria das suas duplas e, às vezes, triplas jornadas de trabalho. Mas na minha visão, o principal é ser uma profissional focada em resultados. Se o resultado final do seu trabalho é acima da média, isso vai ser o seu cartão de visitas”, diz a empreendedora.

13. Não tenha medo de falhar: as outras pessoas, muitas vezes, costumam desencorajar as mulheres a seguirem seus sonhos e montar seu próprio negócio. Mas é preciso contrariá-los, confiar no seu potencial e deixar o medo de lado para seguir em frente. “Quando se começa um negócio novo, é normal ter medo de falhar e, em alguns momentos, de não fazer um bom trabalho. O que não pode acontecer é deixar com que esse medo te paralise. Errar em alguns momentos faz parte da jornada, o mais importante é continuar estudando e aprendendo para não cometer os mesmos erros e ir melhorando nos pontos que costuma ter uma maior dificuldade”, complementa a mentora de negócios e empreendedora Larissa DeLucca.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 165.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 2.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

TEMOS UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITAL PARA AS NOVAS GERAÇÕES

 

Livia Ciacci – A neurocientista do SUPERA

Crianças mais distraídas e desinteressadas? O que está por trás da mudança de comportamento de crianças e adolescentes? Entenda.

Você certamente já percebeu que as crianças não são mais como eram antes. Se por um lado muitas vezes são ultra estimuladas, em outros momentos se mostram desinteressadas por tarefas simples do dia a dia, sobretudo as que não envolvem tecnologia ou algum tipo de recompensa.

A infância é o período em que formamos uma espécie de “pacote de referências” que usaremos por toda vida, dentre eles, muitos aspectos de regulação do comportamento ao contexto ambiental.

A neurocientista do SUPERA, Livia Ciacci, explica que as habilidades comportamentais dependem das diversas situações de interação. “Quando o contexto ambiental varia entre relações presenciais e virtuais, precisamos incluir isso nos aprendizados de competências e atitudes da criança. Ela precisa começar a entender como regular seu comportamento em uma conversa pessoal ‘olho no olho’ e em um meio digital”, detalhou.

Um mundo cada vez mais digital para as novas gerações

É bastante comum percebemos educadores desatualizados, sem tempo dedicado para estudar as vantagens de cada tecnologia e com receio de incluí-las nas suas práticas, além de pais que usam e disponibilizam o acesso às essas tecnologias em casa, mas eles mesmos têm dificuldades em autorregular o tempo que gastam ou como fazem uso.

Imagine agora: qual é a experiência da criança que alterna entre um ambiente onde acessa vários dispositivos com vídeos, cores, sons e interações instantâneas e outro ambiente onde tem que lidar pacientemente com papel, lápis e outras crianças?

“É muitíssimo provável que ela se interesse bem mais pelo universo digital. A escola não pode ficar à margem do avanço tecnológico, o uso crítico e construtivo das Tecnologias de Informação e Comunicação deve ocorrer a partir da Educação Infantil. E as famílias devem dedicar um tempo para refletirem sobre como lidam com mídias e tecnologias digitais e se tornarem exemplos de um uso responsável e controlado, auxiliando a criança a entender como adequar seu comportamento também”, detalhou.

A neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro explica ainda que mídias passivas são ruins para as habilidades interpessoais, criatividade, resolução de problemas, imaginação e desenvolvimento da empatia, porque a criança não precisa “fazer algo”, está tudo pronto ali na tela. Com o uso excessivo, ela ficará ansiosa sempre que estiver longe dessas mídias e terá muito menos tolerância e paciência cognitiva para lidar com situações novas e “mais lentas”.

O uso constante de tecnologia está mudando o cérebro das crianças?

A exposição exagerada a esses meios pode também trazer alguns riscos à saúde das crianças, como por exemplo: problemas de visão (exposição próxima à luz das telas); distração das tarefas cotidianas, como ir tomar banho, dormir e se alimentar na hora certa, o que afeta a rotina e diminui o aprendizado do autocuidado.

A maior mudança percebida e discutida até o momento por especialistas está no circuito de leitura no cérebro. Como os seres humanos não nascem leitores, mas capazes de identificar formatos e atribuir significados, esta habilidade precisa ser construída. Não temos um programa de base genética para reorganizar os circuitos neurais em prol da leitura.

Assim como não temos um padrão prévio de leitura no cérebro, também não temos um circuito de leitura ideal ou estático com o passar das gerações.

Os neurônios são originalmente dedicados à atividade de responder a estímulos visuais, na alfabetização e no hábito de leitura esses neurônios se engajam na nova tarefa de reconhecer letras e palavras.

Se nessa fase de alfabetização existe um uso aumentado de telas, esse circuito terá uma configuração diferente. Segundo Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, cada mídia de leitura trabalha mais certos processos cognitivos em detrimento de outros. “Quando lemos nas telas digitais fazemos movimentos em zigue-zague com os olhos, como em um caça-palavras. Captamos o contexto, pulamos para as conclusões, e isso atrapalha a compreensão em profundidade e a noção de continuidade do texto”, alertou.

 Preciso me preocupar?

A neurocientista Maryanne Wolf explora bastante as diferenças da tela para o papel em seu livro “O cérebro no mundo digital”, apontando que a atenção e foco são totalmente diferentes e incrementados pela leitura impressa.

“Como os avanços tecnológicos são um caminho sem volta e isso pode afetar diretamente a capacidade do ser humano de receber informações, é importante que os pais busquem um equilíbrio entre o mundo virtual e físico como um caminho mais seguro. Neste contexto, a ginástica para o cérebro oferece grande suporte para trabalhar a concentração, memória e raciocínio da criança, colaborando para o seu desenvolvimento integral e para além das telas”, concluiu.

MILITARES AINDA ANALISAM DADOS DA FISCALIZAÇÃO DAS URNAS

 

Após 1º turno

Por
Renan Ramalho
Brasília


Servidor da Justiça Eleitoral e militares do Exército no transporte de urnas eletrônicas| Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

Passados quase 10 dias do primeiro turno das eleições, o Ministério da Defesa ainda não se manifestou publicamente sobre o resultado da fiscalização que fez nas urnas eletrônicas. A pasta também não enviou qualquer avaliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, o Tribunal de Contas da União (TCU), que desde o ano passado faz uma auditoria mais ampla (e bastante favorável) do sistema eletrônico de votação, passou a cobrar das Forças Armadas o que, afinal, elas verificaram durante e após o primeiro dia do pleito.

A Gazeta do Povo e outros veículos de imprensa também vêm questionando a Defesa sobre o resultado da fiscalização, mas sem resposta oficial, até o momento. A reportagem apurou, com fontes dentro da pasta, que o trabalho de análise dos dados continua, e que, por ora, não há previsão de entrega de um relatório ou documento com o resultado da fiscalização.

Oficiais envolvidos na questão dizem que não há qualquer obrigação nesse sentido por parte das entidades fiscalizadoras do processo eleitoral e que eventuais observações e sugestões decorrentes da fiscalização serão direcionadas ao TSE, caso se avalie que isso seja necessário.

Na última segunda-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na sede da pasta com o ministro Paulo Sérgio Nogueira. Segundo relatos de um general presente, que pediu para não ser identificado, Bolsonaro teria visto, “rapidamente”, como os técnicos vêm trabalhando na fiscalização. Não teria sido apresentado nenhum relatório, nem ele teria feito qualquer orientação. O presidente só teria parabenizado a equipe como importante contribuição para a democracia. Além disso, teria tratado do apoio de segurança prestado pelos militares na votação – eles estiveram presentes em 4.578 locais de votação, em 456 municípios de 11 estados.

Nesta terça-feira (11), o jornal O Globo noticiou que o presidente teria sido informado que nada problemático foi detectado na fiscalização, mas que teria vetado a divulgação desse resultado e dito “que os militares deveriam se esforçar mais, porque as informações não batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto”. O relato não foi confirmado pela Defesa.

Desde o fim do ano passado, a participação dos militares na fiscalização das eleições é envolta em polêmica, pelo receio de que uma avaliação negativa ou alguma suspeita levantada pelos militares acerca da integridade das urnas venha a ser usada por Bolsonaro para contestar uma eventual derrota na disputa eleitoral. Há muitos anos, ele lança dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação e intensificou as críticas no ano passado, quando o Congresso rejeitou a proposta de voto impresso.

As Forças Armadas, que historicamente contribuíram para transportar e proteger as urnas eletrônicas em locais longínquos ou perigosos, foram chamadas pelo TSE para participar da fiscalização – como já faziam TCU, Polícia Federal, Ministério Público, entre outras instituições –, no intuito de atestar a integridade das urnas e aplacar a desconfiança do presidente e de seus eleitores. Bolsonaro, no entanto, cobrou um trabalho aprofundado e os militares passaram então a questionar procedimentos do TSE e a sugerir melhorias.

Como é a fiscalização das Forças Armadas nas urnas
Algumas sugestões foram aceitas e outras descartadas. Uma das mais importantes – de realizar o teste de integridade nas urnas dentro das seções e com uso da biometria de eleitores voluntários – foi aceita em parte pelo TSE. O teste é feito no dia das eleições e consiste em retirar das seções uma certa quantidade de urnas, digitar nelas votos previamente preparados e inscrevê-los também em cédulas, para ao final comparar os resultados. O teste geralmente é feito nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), mas neste ano 58 das 641 urnas submetidas a ele foram verificadas nos próprios locais de votação com biometria de eleitores.

O objetivo desse formato foi aproximar na maior medida do possível a votação simulada da eleição real. No início do ano, quando estava sob o comando do ministro Edson Fachin, o TSE recusou essa sugestão. Mas, em setembro, após assumir a Corte, Alexandre de Moraes articulou sua implementação junto aos TREs, sem a participação direta dos militares. A testagem nos moldes sugeridos pelas Forças Armadas foi concebida como um “projeto piloto” do próprio TSE, que ficaria de avaliar se realmente valeria a pena mantê-lo futuramente.

Na semana passada, Moraes anunciou que nenhum problema foi verificado nessas 58 urnas testadas com biometria nas seções. “Como só poderia acontecer, obviamente, conferiram os votos dados nas urnas com os votos dados em papel […] Novamente, no primeiro turno das eleições de 2022, se repetiu o que houve nas eleições de 2020, 2018, 2016, 2014, 2012, 2010, 2008, 2006, 2004 e 2002. Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas, com comprovação imediata pelo teste de integridade”, afirmou no plenário da Corte, em tom de exaltação.

Desde que o TSE resolveu implementar o teste com biometria, a Defesa evitou se manifestar. E o mesmo ocorreu após as eleições. Não se sabe, ao certo, se e como os militares acompanharam esses testes nas 58 seções eleitorais, e de que modo avaliaram o que foi feito.

Duas semanas antes da eleição, veio à tona, por meio da imprensa, que os militares fariam outro tipo de fiscalização, de verificar se dados da votação impressos em boletins de urna de 385 seções eleitorais espalhadas pelo país corresponderiam àqueles divulgados pelo TSE ao fim da eleição e que integram o resultado oficial da totalização. Boletins são documentos emitidos por cada urna com soma dos votos recebidos por cada candidato naquela seção.

O resultado oficial divulgado pelo TSE é feito com base em arquivos digitais desses mesmos boletins, que são publicados pela Corte após a eleição, justamente para que qualquer eleitor confira se o documento físico gerado na seção corresponde àquele usado na totalização. A conferência feita pelas Forças Armadas também não foi divulgada até o momento.

TCU fiscaliza a fiscalização das Forças Armadas
Ainda antes das eleições, o TCU questionou a Defesa sobre os critérios para a definição da amostra. E, no último dia 7, o órgão voltou a pedir à pasta o resultado dessa fiscalização. No ofício, o subprocurador Lucas Rocha Furtado disse que, como o tribunal também faz uma auditoria do sistema, “é imprescindível o acompanhamento da atuação de agentes chaves que de alguma forma participem do processo eleitoral”. Ainda defendeu a publicidade e a transparência de atos do poder público e argumentou que o sigilo não cabe nesse caso.

“A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIII, admite o sigilo em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”, diz o documento, encaminhado à Defesa pelo ministro Bruno Dantas, presidente em exercício do TCU.

Dantas mantém relação próxima com os ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem apresentado relatórios bastante favoráveis ao sistema de votação numa auditoria aberta pelo TCU no ano passado. Semanas antes da eleição, o órgão anunciou que também faria uma conferência dos boletins de urna, semelhante ao que seria feito pelos militares, mas com uma abrangência maior, com a coleta de 4.577 extratos de votação.

Na última sexta-feira (7), o secretário-geral da presidência do TCU, Frederico Carvalho Dias, auxiliar direto de Dantas, esteve no TSE para entregar a José Levi, secretário-geral do TSE e braço direito de Moraes, a relação dessas urnas que terão os boletins verificados. “É uma satisfação enorme contar com o acompanhamento do TCU, que é sério, construtivo, sempre presente e que fortifica o trabalho da Justiça Eleitoral”, disse Levi.

Enquanto mantém uma posição distante da Defesa, a Corte Eleitoral tem colaborado para a fiscalização do Tribunal de Contas. Prova é que, segundo o próprio TCU, o TSE ficou de enviar ao órgão os boletins de urnas das 4.577 urnas, que compõem a amostra escolhida pelos auditores. Até o momento, porém, o TCU não divulgou o resultado dessa conferência.

PL submergiu após auditoria própria virar objeto de investigação
Outra auditoria cujo resultado até o momento não apareceu foi a realizada pelo PL, o partido de Bolsonaro. Um resumo com as conclusões foi divulgado por deputados da legenda na semana antes do primeiro turno. O documento, de duas páginas, apontava risco de invasões internas e externas aos sistemas do TSE, e alertava para o poder de servidores manipularem o resultado das eleições sem deixar rastros. A auditoria foi feita em cerca de três meses, e foi baseada em avaliações que o próprio TSE fez sobre sua gestão da segurança da informação.

A divulgação do resumo provocou uma dura reação de Moraes, que chamou o documento de “mentiroso e fraudulento” e resolveu investigar sua confecção e pagamento no âmbito do inquérito das fake news, que conduz no STF. O PL não divulgou a íntegra da auditoria e informou ao TSE que não usou recursos do fundo partidário para contratar o serviço.

Nesta terça, insatisfeito com a resposta, o corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, que também passou a investigar a auditoria, intimou o PL a informar a origem dos recursos usados para pagar o Instituto Voto Legal (IVL), que realizou o trabalho. Segundo informações já apuradas pelo TSE, ao menos R$ 450 mil foram pagos pelo partido ao instituto.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/tcu-cobra-forcas-armadas-sobre-resultados-da-fiscalizacao-das-urnas/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

INFLAÇÃO NEGATIVA OCORRE DURATE TRÊS MESES SEGUIDOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Imagens do cotidiano de Curitiba numa manhã de frio e chuva – preço dos combustiveis nos postos de Curitiba – preço – combustivel – alcool – diesel – gasolina – posto BR – Petrobras


Novas reduções de preço nas refinarias mantiveram a gasolina e o IPCA em queda.| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Em uma sequência que não ocorria desde 1998, o Brasil registrou três meses seguidos de deflação. O IPCA de setembro se manteve no campo negativo, com -0,29%, depois do -0,68% de julho e do -0,36% de agosto – o acumulado desta sequência, -1,32%, é maior que o da deflação entre julho e setembro de 1998, que somou -0,85%. Com o índice de setembro, a inflação acumulada dos últimos 12 meses recuou mais de 1,5 ponto porcentual e agora está em 7,17%. Já a inflação do ano é de 4,09%, ainda dentro da tolerância da meta do ano, que é de 3,5% com 1,5 ponto para cima ou para baixo. No entanto, ainda que o mercado financeiro esteja revendo para baixo suas previsões do IPCA de 2022 a cada semana, será muito difícil que o índice cheio termine abaixo dos 5%.

Mais uma vez, a grande responsável pela deflação é a gasolina. O efeito da redução de ICMS aprovada em junho já ficou para trás, mas a Petrobras continuou baixando os preços do combustível nas refinarias, em linha com a tendência de queda nas cotações internacionais do petróleo, registrada nos últimos meses. Devido ao grande peso que a gasolina tem na composição do IPCA, as oscilações negativas têm o potencial de puxar o índice todo para baixo, assim como os combustíveis também foram os grandes “vilões” da inflação nas épocas de alta.

Um governo pouco ou nada comprometido com o urgente ajuste fiscal, com o respeito ao teto de gastos e com as reformas macroeconômicas tem tudo para jogar fora o esforço de trazer o IPCA de volta a níveis aceitáveis

Em setembro, no entanto, também houve boas notícias no grupo Alimentação e Bebidas, que recuou 0,51% – a primeira deflação do ano para este grupo. Essa redução foi fortemente influenciada pela queda no preço do leite longa vida, que baixou 13,71% no mês passado, depois de altas expressivas como os 25,46% de julho. Isso já era esperado, pois alguns fatores sazonais que reduziam a oferta e encareciam a produção foram eliminados, embora isso ainda não tenha sido suficiente para trazer o preço dos laticínios de volta aos patamares anteriores à alta registrada neste inverno. Já os serviços seguem subindo acima da inflação média: 8,50%, no acumulado dos últimos 12 meses.

Para o curto prazo, as perspectivas ficaram ligeiramente mais sombrias com o anunciado corte na produção de petróleo anunciado pela Opep+ (o cartel que reúne grandes produtores da commodity, mais a Rússia). Ainda que a redução comece a vigorar apenas em novembro, o anúncio já bastou para que o petróleo revertesse a tendência de queda e voltasse a subir, o que pode pressionar a Petrobras. Mesmo assim, o mercado financeiro segue convicto de que o IPCA acumulado continuará em queda até terminar o ano em 5,71%, de acordo com o mais recente boletim Focus. Isso significa que as inflações de outubro, novembro e dezembro deste ano, ainda que voltem ao campo positivo, deverão ser menores que as do último trimestre do ano passado (1,25%, 0,95% e 0,73% respectivamente).


Já para o médio e longo prazo, o resultado do segundo turno da eleição presidencial será fundamental. Gastança governamental e desordem nas contas públicas geram inflação, e um governo pouco ou nada comprometido com o urgente ajuste fiscal, com o respeito ao teto de gastos e com as reformas macroeconômicas tem tudo para jogar fora o esforço de trazer o IPCA de volta a níveis aceitáveis. Um governo verdadeiramente empenhado em praticar a responsabilidade fiscal, pelo contrário, poderá até mesmo ajudar a encurtar o período de aperto monetário que o Copom vem julgando prudente alongar até ter a certeza de que a inflação estará domada. Esta é uma das escolhas que o eleitor terá diante de si no dia 30.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/ipca-setembro-deflacao-gasolina-leite/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

SE BOLSONARO FOR ELEITO CÂMARA VAI MUDAR O NÚMERO DE INTEGRANTES DO STF

 

Supremo Tribunal

Por
Renan Ramalho


Proposta que circula em Brasília prevê aumentar de 11 para 16 o número de ministros do STF| Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

A ideia de ampliar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de reequilibrar a relação entre os poderes, voltou a circular em Brasília. O assunto virou foco de atenção de vários dos atuais integrantes da Corte, críticos da medida, e também de deputados que já trabalharam ou discutiram a proposta nos últimos anos.

Em conversa com alguns parlamentares, a Gazeta do Povo constatou que há interesse, na direita e na esquerda, em discutir o assunto de forma mais abrangente, mas focando em outras mudanças que reduzam o poder da Corte. No Centrão, o interesse na ampliação de ministros é mais evidente. Representantes de todos os grupos, no entanto, dizem que o mais apropriado é discutir o tema a partir de fevereiro de 2023, na próxima legislatura. Esta visão é compartilhada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O assunto ressurgiu porque, na última sexta-feira (7), o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que irá trabalhar por um número maior de cadeiras no STF, pelo fim das decisões monocráticas e pela fixação de mandatos para os integrantes da Corte. “Nossa Suprema Corte tem invadido contumazmente aquilo que tem sido atribuições do Executivo e do Legislativo e, muitas vezes, rasgando o devido processo legal”, disse, numa entrevista à GloboNews.

No domingo (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista a dois canais do YouTube que a proposta chegou a ele na semana passada e que decidiria se a encamparia após as eleições. Mas acrescentou que, caso reeleito, poderia descartar a sugestão se o “Supremo baixar um pouco a temperatura”. Nesta terça-feira (11), durante agenda política em Pelotas (RS), Bolsonaro voltou atrás. Disse a jornalistas que aumentar o número de ministros do STF “não está no meu plano de governo” e que esse assunto é uma “invenção” da imprensa.

Aumento da base de apoio a Bolsonaro no Congresso alimenta discussão
O fato é que o STF voltou ao centro das discussões políticas depois que a eleição aumentou a base de apoio de Bolsonaro na Câmara e no Senado. Desde o início do atual mandato, o presidente reclama de decisões dos ministros que contrariam suas políticas; a crítica é compartilhada por muitos parlamentares que também veem ingerência indevida da Corte em leis aprovadas no Congresso.

Um aumento na composição diluiria o poder de cada ministro e poderia dar a Bolsonaro, caso reeleito, maioria na Corte. Hoje, ele já tem dois indicados entre os 11 ministros: Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Num eventual próximo mandato, terá direito a indicar mais dois. Numa eventual ampliação para 16 no número total de ministros, como se discute, Bolsonaro ainda poderia fazer mais cinco indicações. Assim, terá indicado nove ministros entre os 16, com maioria no STF.

A ideia é mal vista entre vários dos atuais integrantes do STF, que consideram a medida autoritária e, que se adotada, o Brasil seguiria o caminho de Venezuela, Hungria e Polônia, com presidentes que concentram muito poder. Os ministros evitam falar em público sobre o assunto, para não dar a ele mais visibilidade. Afinal, cada um perderia poder. Mas dois ministros aposentados vieram a público na segunda-feira (10) expressar contrariedade, sinalizando a visão da maioria da Corte atualmente.

Marco Aurélio Mello, que deixou o STF no ano passado, disse que a ideia é “saudosismo puro”. “No regime de exceção houve o aumento para 16 (AI-2). Logo a seguir a razão imperou. Arroubo de retórica que não merece o endosso dos homens de bem. O meio justifica o fim e não o inverso”, afirmou à BBC.

Celso de Mello, que se aposentou em 2020, disse em nota que a ideia sempre surgiu em “períodos de exceção” e “para sufocar a independência da Corte” – citou medidas nesse sentido de Getúlio Vargas, em 1931, e do general Castello Branco, em 1969. A pretensão de Bolsonaro e seus apoiadores, afirmou, visa “a perversa e inconstitucional finalidade de controlar o STF e de comprometer o grau de plena e necessária independência que os magistrados e os corpos judiciários devem possuir, em favor dos próprios jurisdicionados”. Acrescentou que a medida seria inconstitucional por ferir a separação de poderes, cláusula pétrea da Constituição de 1988.

Também na segunda, num aceno aos atuais ministros do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro no segundo turno, criticou a ideia, classificando-a como uma “tentativa de destruir as instituições que garantem a democracia”. “Tive a sorte de indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo. Os que indiquei foi por currículo de gente indicada e nunca pedi um favor. Tenho orgulho de ter indicado seis e nunca pedi um favor porque eles não foram indicados para me ajudar, foram indicados para cumprir o papel da Suprema Corte que está escrito na Constituição. É assim que deve ser”, disse o petista, durante um comício.

O que dizem deputados envolvidos na discussão sobre ampliar o STF
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), importante voz do Centrão, afirmou que eventual ampliação no número de ministros atenderia a uma “necessidade de enquadramento do ativismo do Judiciário”.

“O ambiente é que define a possibilidade da mudança. Então, se o Judiciário permanecer neste nível de ativismo político, com decisões tomadas por gostar ou não de determinado governo, ou por querer ou não ter mais poder, ou pensar numa ditadura do Judiciário, que acham que pode ser alcançada, isso vai ter reação do Poder Legislativo, de forma muito severa”, afirmou à GloboNews na segunda-feira. Ele deu como exemplo o inquérito das fake news, tocado com mão de ferro pelo ministro Alexandre de Moraes contra apoiadores de Bolsonaro.

Um outro deputado reeleito do Centrão, sempre a par das discussões que envolvem o Judiciário, afirmou à reportagem, sob a condição de reserva, que o tema “vai estar na pauta” em 2023. “Qual vai ser o desenrolar, o que será feito, não sei. Mas há um sentimento generalizado de incômodo sobre como o Supremo vem agindo, extrapolando suas funções constitucionais. Mas isso envolve emenda constitucional, é debate grande. Mas que vai vir na próxima legislatura, com certeza”, disse.

Há nove anos, tramita na Câmara uma proposta de emenda à Constituição (PEC 275/2013) que aumenta de 11 para 15 o número de ministros do STF. Mas não só isso: o tribunal julgaria menos processos, somente aqueles de estrita interpretação e aplicação da Constituição – não seria mais a última instância para causas individuais, papel que caberia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também seria ampliado, passando de 33 para 60 ministros.

Os integrantes do STF seriam escolhidos de forma diferente. Para cada vaga, seriam indicados três nomes: um pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Judiciário; outro pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP); outro pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente da República, portanto, perderia poder de indicação.

A aprovação não caberia somente ao Senado, mas também à Câmara – o candidato precisaria ser aprovado pela maioria de todos os senadores e deputados. “O novo sistema de nomeação tornaria muito difícil, senão impossível, exercer com êxito alguma pressão em favor de determinada candidatura; além de estabelecer, já de início, uma seleção de candidatos segundo um presumível saber jurídico”, diz a justificativa.

Autora da proposta, a deputada reeleita Luiza Erundina (Psol-SP) avalia que, desde o ano passado, ela foi deturpada para favorecer Bolsonaro, pois deputados ligados ao presidente passaram a adotá-la somente para aumentar o número de ministros, defendendo que a indicação continue com o chefe do Executivo. “Como se trata de uma PEC de minha autoria, uma parlamentar de oposição e antibolsonarista, eles pretendiam desvirtuá-la e usá-la para um propósito antidemocrático, em razão do conflito entre o presidente, seu governo e o STF”, afirma.

Ela diz que a iniciativa partiu da então presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PL-DF) – a deputada não atendeu à reportagem. Para Erundina, a defesa da proposta, nesse momento, é uma “jogada eleitoreira e de perseguição do Executivo sobre o Judiciário”. Ela defende que a PEC seja discutida em sua essência, de mudança da competência do STF, a partir do ano que vem, ouvindo também a opinião do Judiciário.

Último relator da proposta, entre setembro de 2019 e abril deste ano, o deputado reeleito Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), de direita, é contrário à ampliação de ministros. “Não acredito que o aumento será a solução. A redução do poder que é. Estão querendo diminuir o atual poder de cada ministro, mas, efetivamente, os novos ministros vão ter muito poder, o mesmo que os atuais. É mais poder na mão de mais gente. Não acho isso positivo”, diz.


Para ele, é preciso reduzir o poder geral do STF por meio de outros quatro mecanismos: tornar o Supremo somente um tribunal constitucional; fixar mandatos para os ministros; escolhê-los entre juízes de carreira; e acabar com as decisões monocráticas (individuais). Ele já começou a coletar assinaturas para apresentar uma nova PEC nesse sentido. Já tem apoio de 30 deputados, faltam mais 140. Se conseguir, quer apresentar essa proposta ainda neste ano para que seja discutida e votada a partir do ano que vem.

Antes de Orleans e Bragança, a relatora da proposta de Erundina, entre julho de 2019 a março de 2021, foi a deputada Clarissa Garotinho (União Brasil-RJ), de centro-direita e apoiadora de Bolsonaro. Ela não se opõe à ampliação do STF, mas entende que a Câmara deve ter participação na aprovação dos nomes. Considera, por fim, que há chance de a proposta avançar se o presidente for reeleito.

“É uma proposta que já tramita na Câmara desde o ano de 2013, ou seja, já não é nenhuma novidade, sendo perfeitamente possível a partir de agora acelerar a sua tramitação. E acredito que encontrará muito apoio na direita, mas também no centro e na esquerda, tanto é que a autora da proposta é uma deputada do Psol”, afirma. De qualquer modo, também avalia que seria um tema para 2023, não para este ano.

Consultado pela reportagem, o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), disse, por meio de sua assessoria, que o ideal é discutir o tema no ano que vem.

O que dizem os presidentes da Câmara e do Senado sobre a proposta

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que “não é adequado” discutir uma proposta para aumentar o número de ministros do STF durante o período eleitoral. “Este assunto, neste momento, não é adequado. O adequado é a gente estar discutindo as propostas de cada candidato para o que vai fazer para o Brasil”, disse ele em entrevista ao portal UOL.

“A gente está perdendo oportunidades, nos momentos eleitorais, de discutir o país. Nós vamos discutir reformas, ou não? O que vamos fazer com a reforma trabalhista? O que vamos fazer com a reforma previdenciária?”, completou o presidente da Câmara.

Indagado se é favorável a uma ampliação da Suprema Corte, Lira disse que não faria juízo de valor sobre o tema. “Eu não posso, como presidente da Casa, emitir opinião nesse sentido porque não há nada caminhando nesse sentido, não há nada andando nesse sentido, não há nada em vias de se votar nisso para que esse assunto esteja presente na discussão do segundo turno”, afirmou.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou também nesta terça que a proposta para aumentar o número de ministros do Supremo é “incoerente” e “inadequada”. Ele disse “estranhar” que esse debate esteja sendo feito durante o período eleitoral.

“Me estranha muito neste momento estar se discutindo o tema dessa natureza, a ampliação de estrutura do Poder Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal. Me parece que isso é inclusive incoerente com a lógica dos que defendem uma redução da competência do Supremo”, afirmou.

“Há muitos que defendem uma redução dessa competência, que o Supremo se torne uma Corte Constitucional, que se fortaleça as primeiras instâncias e as segundas instâncias jurisdicionais no Brasil. Então isso é incoerente com esse discurso, ou seja, pretende aumentar uma estrutura que acaba importando em mais gastos, em mais recursos públicos envolvidos. Portanto, me parece um momento inadequado para essa discussão”, disse Pacheco.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/proposta-que-aumenta-numero-de-ministros-do-stf-pode-ganhar-forca-se-bolsonaro-for-reeleito/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

GOVERNADOR DE ALAGOAS É AFASTADO DO CARGO POR CORRUPÇÃO

 

Alagoas

Por
Alexandre Garcia


Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas, foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).| Foto: Carlos Villa Verde/Assembleia Legislativa de Alagoas

Nesta terça saiu mais uma pesquisa eleitoral. É uma saturação de pesquisas. É um bom negócio, descobriram que é um bom negócio, dá um bom dinheiro. Encontram quem pague e, o pior, encontram quem acredite.

Essa pesquisa é de um experiente marqueteiro pernambucano. E o que me chamou atenção é que foram entrevistadas 1,1 mil pessoas. Para representar mais de 156 milhões de eleitores brasileiros. Vocês acham isso possível? Dividam 156 milhões por 1,1 mil e vocês vão chegar à conclusão de que, nessa pesquisa, uma pessoa tem de representar o voto de 142 mil eleitores. Por mais que se aplique a estatística, descobrir em tal lugar uma pessoa assim, assado, de nível tal, para representar 142 mil… Se você quiser acreditar, viva a ciência da bola de cristal.

Em Alagoas, STJ afasta governador
Mas a notícia mais importante desta terça foi o afastamento, por ordem da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (que é quem trata de julgar governadores), do governador de Alagoas, Paulo Dantas, que é do MDB de Renan Calheiros, está apoiando Lula e tem o apoio de Lula; ele é candidato, no segundo turno, contra Rodrigo Cunha, do União Brasil, apoiado por Arthur Lira, pelo prefeito de Maceió e por Bolsonaro. No primeiro turno, Cunha fez 26% e Dantas, 46%.

O governador foi pego em uma operação chamada Edema, desencadeada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e aprovada pela juíza relatora, que pegou o caso lá no Superior Tribunal de Justiça. Ele foi afastado na terça; na quinta, 15 ministros do STJ, que tem 33 no total, se reúnem para decidir se mantém ou não o afastamento. A denúncia é de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro; também foram alvos a mulher de Dantas, que é prefeita de Batalha, e a irmã dele. Em jogo, o desvio de R$ 54 milhões da Assembleia Legislativa, ou melhor, dos impostos do povo, quando ele era deputado estadual. Vamos esperar para ver a decisão do STJ.


O caso é icônico porque Alagoas é feudo de Renan Calheiros, mas também é o estado de Arthur Lira, que foi o deputado federal mais votado ali; é um estado nordestino em cuja capital o prefeito apoia Bolsonaro, uma exceção na região. De repente, Alagoas se torna exceção também na eleição para governador, depois dessa ação da Justiça. E, falando em apoios a Bolsonaro no Nordeste, em Pernambuco tivemos Mendonça Filho, ex-vice-governador, ex-secretário de Agricultura, ex-deputado federal, e ex-ministro da Educação de Michel Temer, agora eleito para a Câmara, também declarou voto ao presidente.

Candidatos seguem rodando o Brasil em busca de votos
Nesta terça, Bolsonaro esteve em Balneário Camboriú (SC) e depois foi pra Pelotas (RS), onde há uma grande feira do doce, para ver se ganha ainda mais votos onde já foi vitorioso. Por outro lado, Lula esteve na Baixada Fluminense, onde não ganhou em nenhum município, para tentar ganhar mais votos com apoio do prefeito de Belford Roxo. É a movimentação das eleições, que leva políticos para lá e para cá.

Muita gente de fora está dando palpite na campanha de Lula
Está havendo problemas dentro do PT porque muita gente anda dando palpite. Pegaram um coordenador de campanha, o Randolfe Rodrigues, que é de outro partido, da Rede; dias atrás, convidaram para coordenador de campanha o presidente do PDT, Carlos Lupi. E até a candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, também está dando palpite, dizendo que os petistas não deviam usar vermelho para não assustar as pessoas. Já viu, isso vai dar problema.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/governador-alagoas-paulo-dantas-afastado/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

A DESTRUIÇÃO DA PONTE DA CRIMEIA FOI UM DURO GOLPE PARA PUTIN

 

Guerra na Ucrânia

Por
Filipe Figueiredo


Explosão em ponte que liga Rússia à Crimeia.| Foto: Reprodução/BBC

Se a repercussão internacional for um critério de eficácia, a Rússia não adotou a melhor tática possível nos últimos dias. No dia oito de outubro, uma grande explosão foi registrada na Ponte da Crimeia, que cruza o estreito de Kerch, ligando a península ao território russo no continente. Como retaliação, a Rússia realizou uma série de ataques com mísseis contra o território ucraniano. Em um balanço dos dois eventos, a imagem russa saiu afetada e, principalmente, com poucos ganhos militares em compensação.

A Ponte da Crimeia começou a ser construída em fevereiro de 2016, após a anexação russa da Crimeia. Além do seu propósito de infraestrutura, a construção da ponte, que é a mais longa da Europa, também possuía propósitos políticos e simbólicos, de conectar a Crimeia à Rússia. Ela foi inaugurada em maio de 2018, com a presença de Vladimir Putin. A ponte conta tanto com pistas rodoviárias quanto trilhos ferroviários.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a ponte tem sido essencial para a logística de guerra russa, transportando tropas, material bélico e combustível para a Crimeia. A península contém algumas das principais bases militares russas na região e foi dali que partiu a ofensiva ao sul da Ucrânia, como o oblast de Kherson. Tanto pelo seu valor simbólico, de ser uma obra russa após a ocupação, quanto por essa importância logística, as autoridades ucranianas, diversas vezes, afirmaram que a ponte era um alvo legítimo.

Ataque 

No citado dia oito de outubro, um caminhão explodiu na ponte, em paralelo a um trem de carga com diversos vagões para transporte de combustível, material inflamável. Um enorme incêndio danificou a ponte no local da explosão, causando o desabamento de parte das faixas rodoviárias e a destruição de um trecho dos trilhos ferroviários. Três civis russos morreram. Não houve nenhuma reivindicação oficial do ataque, mas diversos veículos de imprensa ucranianos afirmaram que foi uma operação do serviço secreto ucraniano.

Diversas autoridades russas também afirmaram que a responsabilidade do ataque é ucraniana. No dia nove, Vladimir Putin afirmou que “não há dúvida” de que foi “um ato de terrorismo destinado a destruir infraestrutura civil” e “planejado, realizado e ordenado pelos serviços especiais ucranianos”. É importante notar duas palavras dentre as usadas por Putin: terrorismo e civil. Ou seja, o governo russo busca diminuir a importância militar do alvo, classificando a ponte apenas como civil e que o ataque foi, então, um ato de terror, não de guerra.

Em um aspecto internacionalmente menor, a Rússia ordenou uma série de investigações, já que todos os veículos na ponte supostamente são inspecionados. Como agentes ucranianos realizaram essa operação e quais os culpados pelas falhas de segurança são algumas das perguntas que vão mobilizar o governo russo, sem dúvidas. Já a retórica de que a ponte era um alvo civil e que o ocorrido não foi um ato de guerra, entretanto, não ganhou força.

Mísseis e repercussão 

Sequer dentro da Rússia, inclusive, com comentaristas de canais alinhados ao governo sendo praticamente forçados a reconhecer que o ataque foi um trunfo ucraniano. No dia dez de outubro foi a vez da retaliação russa. Nesse caso, “retaliação” não é um termo da coluna, mas algo declarado pelo governo russo, incluindo o próprio Vladimir Putin. Segundo o governo ucraniano, a Rússia disparou 83 mísseis e munições errantes de diversos modelos contra o território da Ucrânia, com as defesas ucranianas abatendo 43 desses.

É importante frisar a origem dos números pois, numa guerra, a disputa de narrativas e de propaganda é vital, então os números devem ser vistos com ceticismo. Já segundo o governo russo, os alvos dos mísseis seriam instalações de infraestrutura de energia e transporte, como termelétricas e pontes. Diversos mísseis atingiram a capital Kiev, incluindo locais sem conexão direta com o esforço de guerra, como universidades e museus. No total, ao menos onze civis morreram, com dezenas de feridos.

A diferença entre um ataque localizado à uma ponte e uma chuva de mísseis que destrói alvos tanto militares quanto civis não passou despercebida na comunidade internacional. E, assim como no caso dos referendos nas regiões ucranianas ocupadas, as condenações não vieram dos tradicionais rivais da Rússia, mas também de seus aliados e países próximos. A Índia expressou “profundas preocupações” com “a mais recente escalada de conflito na Ucrânia” e “mortes de civis”. A China pediu por uma desescalada. Israel, onde parcela considerável da população tem origem russa e um país que tem se mantido neutro, “condenou fortemente” os “ataques russos” contra “cidades e civis”.

A imagem russa já está bastante afetada negativamente após a invasão da Ucrânia, e é óbvio que uma melhoria nessa imagem não ocorrerá da noite para o dia. Também é claro que isso não ocorrerá da parte de países como EUA e Reino Unido. Ainda assim, uma resposta totalmente desproporcional como a ocorrida vai apenas alienar a Rússia de seus aliados. Também representa um desperdício de recursos em uma guerra que se mostra difícil para Moscou. Principalmente, mostra que a Rússia sentiu o golpe após a explosão na Ponte da Crimeia.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/filipe-figueiredo/sentiu-russia-acusa-o-golpe-apos-explosao-na-ponte-da-crimeia/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PESSOAS QUE ESTÃO VOTANDO NO LULA NÃO O FAZEM POR SIMNPATIA E SIM CONTRA O BOLSONARO

 

Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo

Former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva (L) greets a coordinator of the Brazilian Homeless Workers Movement (MTST) Guilherme Boulos (R) during a meeting with intellectuals in Sao Paulo, Brazil on January 18, 2018. / AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


Lula e Guilherme Boulos.| Foto: Nelson Almeida/AFP

“Alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula”, escreveu a senadora Simone Tebet em mensagem enviada a apoiadores do líder petista. No último comício da campanha do ex-presidente, realizado em Belo Horizonte, o grito mais alto dos militantes era “vai dar PT”. A ex-candidata do MDB tem manifestado receio ao excesso de vermelho na campanha de Lula Sua avaliação é de que as pessoas que estão votando no PT não o fazem por simpatia ao partido, mas contra Jair Bolsonaro.

Desde que colocou seu nome no tabuleiro eleitoral, Lula tem evitado dar detalhes de seu programa de governo. Numa entrevista para a revista Time em maio de 2022, o petista afirmou que não se “discute política econômica antes de ganhar as eleições”. Lula assumiu uma posição de condestável da República, como se o fato de ter exercido a presidência lhe desse a licença poética para não prestar contas do que pretende fazer caso alcance o poder. Como se sabe, o Brasil de 2023 será muito diferente do Brasil de 2003.

Do alto de sua suprema arrogância, Lula deve achar que recebeu votos integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de outro mito.

A própria Folha de São Paulo, em editorial publicado essa semana, apontou que o ex-presidente “parece esperar que o retorno ao Planalto se dê por mera gravidade, ou pelo reconhecimento de feitos passados. Ou, ainda, porque os eleitores nada mais teriam a perder e estariam propensos a endossar qualquer alternativa ao quadro atual”.

Lula fez mais de 57 milhões de votos no 1º de outubro. Do alto de sua suprema arrogância, deve achar que os recebeu integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de outro mito. A avaliação da senadora Tebet parece fazer mais sentido. Ali está um conjunto muito grande de brasileiros que apenas não querem Bolsonaro. Há também um contingente gigantesco de pessoas que anularam seus votos, votaram em outros candidatos ou não foram votar. O que Lula e seus apoiadores têm a dizer para essa parte da sociedade? Qual sua agenda para além da bolha? Bolsonaro já tem a sua: o antipetismo.


A vitória de Bolsonaro no 7 de Setembro não significa sua vitória nas eleições
Além de Simone Tebet, o candidato petista recebeu apoio de Henrique Meirelles e outros economistas liberais importantes que ajudaram na formulação do Plano Real. Entre eles André Lara Resende, Edmar Bacha e Pedro Malan. Diante disso seria o caso de dispensar Aloizio Mercadante e outros entusiastas da agenda petista, apresentando as linhas gerais de um programa econômico consistente e confiável. Nada disso até aqui. O petista parece ser sua própria garantia. Mas do que, exatamente?

Até aqui, a campanha do Lula vem sendo representada no debate público por Guilherme Boulos e tipos ridículos como André Janones. Até José Dirceu apareceu para dar sua letrinha esses dias. No Roda Viva, Boulos chegou a dizer que a presença de Alckmin e outros na campanha não são mais do que sinalizações genéricas em nome de expressões não petistas do eleitorado, mas que não representam compromissos formais. Enquanto os sectários de esquerda falam pelos cotovelos, o bolsonarismo cola em Lula o risco da venezualização da economia brasileira.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-macalossi/boulos-campanha-lula-bolsonarismo-risco-venezualizacao-brasil/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

CRISE NO MERCADO DE BENS DE LUXO

  Brasil e Mundo ...