Servidor da Justiça Eleitoral e militares do Exército no transporte de urnas eletrônicas| Foto: Divulgação/Ministério da Defesa
Passados
quase 10 dias do primeiro turno das eleições, o Ministério da Defesa
ainda não se manifestou publicamente sobre o resultado da fiscalização
que fez nas urnas eletrônicas. A pasta também não enviou qualquer
avaliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, o Tribunal de
Contas da União (TCU), que desde o ano passado faz uma auditoria mais
ampla (e bastante favorável) do sistema eletrônico de votação, passou a
cobrar das Forças Armadas o que, afinal, elas verificaram durante e após
o primeiro dia do pleito.
A Gazeta do Povo e outros veículos de imprensa também vêm
questionando a Defesa sobre o resultado da fiscalização, mas sem
resposta oficial, até o momento. A reportagem apurou, com fontes dentro
da pasta, que o trabalho de análise dos dados continua, e que, por ora,
não há previsão de entrega de um relatório ou documento com o resultado
da fiscalização.
Oficiais envolvidos na questão dizem que não há qualquer obrigação
nesse sentido por parte das entidades fiscalizadoras do processo
eleitoral e que eventuais observações e sugestões decorrentes da
fiscalização serão direcionadas ao TSE, caso se avalie que isso seja
necessário.
Na última segunda-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve
na sede da pasta com o ministro Paulo Sérgio Nogueira. Segundo relatos
de um general presente, que pediu para não ser identificado, Bolsonaro
teria visto, “rapidamente”, como os técnicos vêm trabalhando na
fiscalização. Não teria sido apresentado nenhum relatório, nem ele teria
feito qualquer orientação. O presidente só teria parabenizado a equipe
como importante contribuição para a democracia. Além disso, teria
tratado do apoio de segurança prestado pelos militares na votação – eles
estiveram presentes em 4.578 locais de votação, em 456 municípios de 11
estados.
Nesta terça-feira (11), o jornal O Globo noticiou que o presidente
teria sido informado que nada problemático foi detectado na
fiscalização, mas que teria vetado a divulgação desse resultado e dito
“que os militares deveriam se esforçar mais, porque as informações não
batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto”. O relato não
foi confirmado pela Defesa.
Desde o fim do ano passado, a participação dos militares na
fiscalização das eleições é envolta em polêmica, pelo receio de que uma
avaliação negativa ou alguma suspeita levantada pelos militares acerca
da integridade das urnas venha a ser usada por Bolsonaro para contestar
uma eventual derrota na disputa eleitoral. Há muitos anos, ele lança
dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação e intensificou as críticas
no ano passado, quando o Congresso rejeitou a proposta de voto
impresso.
As Forças Armadas, que historicamente contribuíram para transportar e
proteger as urnas eletrônicas em locais longínquos ou perigosos, foram
chamadas pelo TSE para participar da fiscalização – como já faziam TCU,
Polícia Federal, Ministério Público, entre outras instituições –, no
intuito de atestar a integridade das urnas e aplacar a desconfiança do
presidente e de seus eleitores. Bolsonaro, no entanto, cobrou um
trabalho aprofundado e os militares passaram então a questionar
procedimentos do TSE e a sugerir melhorias.
Como é a fiscalização das Forças Armadas nas urnas Algumas
sugestões foram aceitas e outras descartadas. Uma das mais importantes –
de realizar o teste de integridade nas urnas dentro das seções e com
uso da biometria de eleitores voluntários – foi aceita em parte pelo
TSE. O teste é feito no dia das eleições e consiste em retirar das
seções uma certa quantidade de urnas, digitar nelas votos previamente
preparados e inscrevê-los também em cédulas, para ao final comparar os
resultados. O teste geralmente é feito nos Tribunais Regionais
Eleitorais (TREs), mas neste ano 58 das 641 urnas submetidas a ele foram
verificadas nos próprios locais de votação com biometria de eleitores.
O objetivo desse formato foi aproximar na maior medida do possível a
votação simulada da eleição real. No início do ano, quando estava sob o
comando do ministro Edson Fachin, o TSE recusou essa sugestão. Mas, em
setembro, após assumir a Corte, Alexandre de Moraes articulou sua
implementação junto aos TREs, sem a participação direta dos militares. A
testagem nos moldes sugeridos pelas Forças Armadas foi concebida como
um “projeto piloto” do próprio TSE, que ficaria de avaliar se realmente
valeria a pena mantê-lo futuramente.
Na semana passada, Moraes anunciou que nenhum problema foi verificado
nessas 58 urnas testadas com biometria nas seções. “Como só poderia
acontecer, obviamente, conferiram os votos dados nas urnas com os votos
dados em papel […] Novamente, no primeiro turno das eleições de 2022, se
repetiu o que houve nas eleições de 2020, 2018, 2016, 2014, 2012, 2010,
2008, 2006, 2004 e 2002. Vinte anos de absoluta lisura das urnas
eletrônicas, com comprovação imediata pelo teste de integridade”,
afirmou no plenário da Corte, em tom de exaltação.
Desde que o TSE resolveu implementar o teste com biometria, a Defesa
evitou se manifestar. E o mesmo ocorreu após as eleições. Não se sabe,
ao certo, se e como os militares acompanharam esses testes nas 58 seções
eleitorais, e de que modo avaliaram o que foi feito.
Duas semanas antes da eleição, veio à tona, por meio da imprensa, que
os militares fariam outro tipo de fiscalização, de verificar se dados
da votação impressos em boletins de urna de 385 seções eleitorais
espalhadas pelo país corresponderiam àqueles divulgados pelo TSE ao fim
da eleição e que integram o resultado oficial da totalização. Boletins
são documentos emitidos por cada urna com soma dos votos recebidos por
cada candidato naquela seção.
O resultado oficial divulgado pelo TSE é feito com base em arquivos
digitais desses mesmos boletins, que são publicados pela Corte após a
eleição, justamente para que qualquer eleitor confira se o documento
físico gerado na seção corresponde àquele usado na totalização. A
conferência feita pelas Forças Armadas também não foi divulgada até o
momento.
TCU fiscaliza a fiscalização das Forças Armadas Ainda antes das
eleições, o TCU questionou a Defesa sobre os critérios para a definição
da amostra. E, no último dia 7, o órgão voltou a pedir à pasta o
resultado dessa fiscalização. No ofício, o subprocurador Lucas Rocha
Furtado disse que, como o tribunal também faz uma auditoria do sistema,
“é imprescindível o acompanhamento da atuação de agentes chaves que de
alguma forma participem do processo eleitoral”. Ainda defendeu a
publicidade e a transparência de atos do poder público e argumentou que o
sigilo não cabe nesse caso.
“A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIII, admite o sigilo em
raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à
segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá
fortalecida com a divulgação de tais informações”, diz o documento,
encaminhado à Defesa pelo ministro Bruno Dantas, presidente em exercício
do TCU.
Dantas mantém relação próxima com os ministros do TSE e do Supremo
Tribunal Federal (STF) e tem apresentado relatórios bastante favoráveis
ao sistema de votação numa auditoria aberta pelo TCU no ano passado.
Semanas antes da eleição, o órgão anunciou que também faria uma
conferência dos boletins de urna, semelhante ao que seria feito pelos
militares, mas com uma abrangência maior, com a coleta de 4.577 extratos
de votação.
Na última sexta-feira (7), o secretário-geral da presidência do TCU,
Frederico Carvalho Dias, auxiliar direto de Dantas, esteve no TSE para
entregar a José Levi, secretário-geral do TSE e braço direito de Moraes,
a relação dessas urnas que terão os boletins verificados. “É uma
satisfação enorme contar com o acompanhamento do TCU, que é sério,
construtivo, sempre presente e que fortifica o trabalho da Justiça
Eleitoral”, disse Levi.
Enquanto mantém uma posição distante da Defesa, a Corte Eleitoral tem
colaborado para a fiscalização do Tribunal de Contas. Prova é que,
segundo o próprio TCU, o TSE ficou de enviar ao órgão os boletins de
urnas das 4.577 urnas, que compõem a amostra escolhida pelos auditores.
Até o momento, porém, o TCU não divulgou o resultado dessa conferência.
PL submergiu após auditoria própria virar objeto de investigação Outra
auditoria cujo resultado até o momento não apareceu foi a realizada
pelo PL, o partido de Bolsonaro. Um resumo com as conclusões foi
divulgado por deputados da legenda na semana antes do primeiro turno. O
documento, de duas páginas, apontava risco de invasões internas e
externas aos sistemas do TSE, e alertava para o poder de servidores
manipularem o resultado das eleições sem deixar rastros. A auditoria foi
feita em cerca de três meses, e foi baseada em avaliações que o próprio
TSE fez sobre sua gestão da segurança da informação.
A divulgação do resumo provocou uma dura reação de Moraes, que chamou
o documento de “mentiroso e fraudulento” e resolveu investigar sua
confecção e pagamento no âmbito do inquérito das fake news, que conduz
no STF. O PL não divulgou a íntegra da auditoria e informou ao TSE que
não usou recursos do fundo partidário para contratar o serviço.
Nesta terça, insatisfeito com a resposta, o corregedor-geral do TSE,
Benedito Gonçalves, que também passou a investigar a auditoria, intimou o
PL a informar a origem dos recursos usados para pagar o Instituto Voto
Legal (IVL), que realizou o trabalho. Segundo informações já apuradas
pelo TSE, ao menos R$ 450 mil foram pagos pelo partido ao instituto.
Imagens
do cotidiano de Curitiba numa manhã de frio e chuva – preço dos
combustiveis nos postos de Curitiba – preço – combustivel – alcool –
diesel – gasolina – posto BR – Petrobras
Novas reduções de preço nas refinarias mantiveram a gasolina e o IPCA em queda.| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
Em uma sequência que não ocorria desde 1998, o Brasil registrou três
meses seguidos de deflação. O IPCA de setembro se manteve no campo
negativo, com -0,29%, depois do -0,68% de julho e do -0,36% de agosto – o
acumulado desta sequência, -1,32%, é maior que o da deflação entre
julho e setembro de 1998, que somou -0,85%. Com o índice de setembro, a
inflação acumulada dos últimos 12 meses recuou mais de 1,5 ponto
porcentual e agora está em 7,17%. Já a inflação do ano é de 4,09%, ainda
dentro da tolerância da meta do ano, que é de 3,5% com 1,5 ponto para
cima ou para baixo. No entanto, ainda que o mercado financeiro esteja
revendo para baixo suas previsões do IPCA de 2022 a cada semana, será
muito difícil que o índice cheio termine abaixo dos 5%.
Mais uma vez, a grande responsável pela deflação é a gasolina. O
efeito da redução de ICMS aprovada em junho já ficou para trás, mas a
Petrobras continuou baixando os preços do combustível nas refinarias, em
linha com a tendência de queda nas cotações internacionais do petróleo,
registrada nos últimos meses. Devido ao grande peso que a gasolina tem
na composição do IPCA, as oscilações negativas têm o potencial de puxar o
índice todo para baixo, assim como os combustíveis também foram os
grandes “vilões” da inflação nas épocas de alta.
Um governo pouco ou nada comprometido com o urgente ajuste fiscal,
com o respeito ao teto de gastos e com as reformas macroeconômicas tem
tudo para jogar fora o esforço de trazer o IPCA de volta a níveis
aceitáveis
Em setembro, no entanto, também houve boas notícias no grupo
Alimentação e Bebidas, que recuou 0,51% – a primeira deflação do ano
para este grupo. Essa redução foi fortemente influenciada pela queda no
preço do leite longa vida, que baixou 13,71% no mês passado, depois de
altas expressivas como os 25,46% de julho. Isso já era esperado, pois
alguns fatores sazonais que reduziam a oferta e encareciam a produção
foram eliminados, embora isso ainda não tenha sido suficiente para
trazer o preço dos laticínios de volta aos patamares anteriores à alta
registrada neste inverno. Já os serviços seguem subindo acima da
inflação média: 8,50%, no acumulado dos últimos 12 meses.
Para o curto prazo, as perspectivas ficaram ligeiramente mais
sombrias com o anunciado corte na produção de petróleo anunciado pela
Opep+ (o cartel que reúne grandes produtores da commodity, mais a
Rússia). Ainda que a redução comece a vigorar apenas em novembro, o
anúncio já bastou para que o petróleo revertesse a tendência de queda e
voltasse a subir, o que pode pressionar a Petrobras. Mesmo assim, o
mercado financeiro segue convicto de que o IPCA acumulado continuará em
queda até terminar o ano em 5,71%, de acordo com o mais recente boletim
Focus. Isso significa que as inflações de outubro, novembro e dezembro
deste ano, ainda que voltem ao campo positivo, deverão ser menores que
as do último trimestre do ano passado (1,25%, 0,95% e 0,73%
respectivamente).
Já para o médio e longo prazo, o resultado do segundo turno da
eleição presidencial será fundamental. Gastança governamental e desordem
nas contas públicas geram inflação, e um governo pouco ou nada
comprometido com o urgente ajuste fiscal, com o respeito ao teto de
gastos e com as reformas macroeconômicas tem tudo para jogar fora o
esforço de trazer o IPCA de volta a níveis aceitáveis. Um governo
verdadeiramente empenhado em praticar a responsabilidade fiscal, pelo
contrário, poderá até mesmo ajudar a encurtar o período de aperto
monetário que o Copom vem julgando prudente alongar até ter a certeza de
que a inflação estará domada. Esta é uma das escolhas que o eleitor
terá diante de si no dia 30.
Proposta que circula em Brasília prevê aumentar de 11 para 16 o número de ministros do STF| Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
A
ideia de ampliar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), como forma de reequilibrar a relação entre os poderes, voltou a
circular em Brasília. O assunto virou foco de atenção de vários dos
atuais integrantes da Corte, críticos da medida, e também de deputados
que já trabalharam ou discutiram a proposta nos últimos anos.
Em conversa com alguns parlamentares, a Gazeta do Povo constatou que
há interesse, na direita e na esquerda, em discutir o assunto de forma
mais abrangente, mas focando em outras mudanças que reduzam o poder da
Corte. No Centrão, o interesse na ampliação de ministros é mais
evidente. Representantes de todos os grupos, no entanto, dizem que o
mais apropriado é discutir o tema a partir de fevereiro de 2023, na
próxima legislatura. Esta visão é compartilhada pelos presidentes da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O assunto ressurgiu porque, na última sexta-feira (7), o
vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
afirmou que irá trabalhar por um número maior de cadeiras no STF, pelo
fim das decisões monocráticas e pela fixação de mandatos para os
integrantes da Corte. “Nossa Suprema Corte tem invadido contumazmente
aquilo que tem sido atribuições do Executivo e do Legislativo e, muitas
vezes, rasgando o devido processo legal”, disse, numa entrevista à
GloboNews.
No domingo (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista a
dois canais do YouTube que a proposta chegou a ele na semana passada e
que decidiria se a encamparia após as eleições. Mas acrescentou que,
caso reeleito, poderia descartar a sugestão se o “Supremo baixar um
pouco a temperatura”. Nesta terça-feira (11), durante agenda política em
Pelotas (RS), Bolsonaro voltou atrás. Disse a jornalistas que aumentar o
número de ministros do STF “não está no meu plano de governo” e que
esse assunto é uma “invenção” da imprensa.
Aumento da base de apoio a Bolsonaro no Congresso alimenta discussão O
fato é que o STF voltou ao centro das discussões políticas depois que a
eleição aumentou a base de apoio de Bolsonaro na Câmara e no Senado.
Desde o início do atual mandato, o presidente reclama de decisões dos
ministros que contrariam suas políticas; a crítica é compartilhada por
muitos parlamentares que também veem ingerência indevida da Corte em
leis aprovadas no Congresso.
Um aumento na composição diluiria o poder de cada ministro e poderia
dar a Bolsonaro, caso reeleito, maioria na Corte. Hoje, ele já tem dois
indicados entre os 11 ministros: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Num eventual próximo mandato, terá direito a indicar mais dois. Numa
eventual ampliação para 16 no número total de ministros, como se
discute, Bolsonaro ainda poderia fazer mais cinco indicações. Assim,
terá indicado nove ministros entre os 16, com maioria no STF.
A ideia é mal vista entre vários dos atuais integrantes do STF, que
consideram a medida autoritária e, que se adotada, o Brasil seguiria o
caminho de Venezuela, Hungria e Polônia, com presidentes que concentram
muito poder. Os ministros evitam falar em público sobre o assunto, para
não dar a ele mais visibilidade. Afinal, cada um perderia poder. Mas
dois ministros aposentados vieram a público na segunda-feira (10)
expressar contrariedade, sinalizando a visão da maioria da Corte
atualmente.
Marco Aurélio Mello, que deixou o STF no ano passado, disse que a
ideia é “saudosismo puro”. “No regime de exceção houve o aumento para 16
(AI-2). Logo a seguir a razão imperou. Arroubo de retórica que não
merece o endosso dos homens de bem. O meio justifica o fim e não o
inverso”, afirmou à BBC.
Celso de Mello, que se aposentou em 2020, disse em nota que a ideia
sempre surgiu em “períodos de exceção” e “para sufocar a independência
da Corte” – citou medidas nesse sentido de Getúlio Vargas, em 1931, e do
general Castello Branco, em 1969. A pretensão de Bolsonaro e seus
apoiadores, afirmou, visa “a perversa e inconstitucional finalidade de
controlar o STF e de comprometer o grau de plena e necessária
independência que os magistrados e os corpos judiciários devem possuir,
em favor dos próprios jurisdicionados”. Acrescentou que a medida seria
inconstitucional por ferir a separação de poderes, cláusula pétrea da
Constituição de 1988.
Também na segunda, num aceno aos atuais ministros do STF, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro no
segundo turno, criticou a ideia, classificando-a como uma “tentativa de
destruir as instituições que garantem a democracia”. “Tive a sorte de
indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo. Os
que indiquei foi por currículo de gente indicada e nunca pedi um favor.
Tenho orgulho de ter indicado seis e nunca pedi um favor porque eles não
foram indicados para me ajudar, foram indicados para cumprir o papel da
Suprema Corte que está escrito na Constituição. É assim que deve ser”,
disse o petista, durante um comício.
O que dizem deputados envolvidos na discussão sobre ampliar o STF O
líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), importante voz do
Centrão, afirmou que eventual ampliação no número de ministros atenderia
a uma “necessidade de enquadramento do ativismo do Judiciário”.
“O ambiente é que define a possibilidade da mudança. Então, se o
Judiciário permanecer neste nível de ativismo político, com decisões
tomadas por gostar ou não de determinado governo, ou por querer ou não
ter mais poder, ou pensar numa ditadura do Judiciário, que acham que
pode ser alcançada, isso vai ter reação do Poder Legislativo, de forma
muito severa”, afirmou à GloboNews na segunda-feira. Ele deu como
exemplo o inquérito das fake news, tocado com mão de ferro pelo ministro
Alexandre de Moraes contra apoiadores de Bolsonaro.
Um outro deputado reeleito do Centrão, sempre a par das discussões
que envolvem o Judiciário, afirmou à reportagem, sob a condição de
reserva, que o tema “vai estar na pauta” em 2023. “Qual vai ser o
desenrolar, o que será feito, não sei. Mas há um sentimento generalizado
de incômodo sobre como o Supremo vem agindo, extrapolando suas funções
constitucionais. Mas isso envolve emenda constitucional, é debate
grande. Mas que vai vir na próxima legislatura, com certeza”, disse.
Há nove anos, tramita na Câmara uma proposta de emenda à Constituição
(PEC 275/2013) que aumenta de 11 para 15 o número de ministros do STF.
Mas não só isso: o tribunal julgaria menos processos, somente aqueles de
estrita interpretação e aplicação da Constituição – não seria mais a
última instância para causas individuais, papel que caberia ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que também seria ampliado, passando de 33
para 60 ministros.
Os integrantes do STF seriam escolhidos de forma diferente. Para cada
vaga, seriam indicados três nomes: um pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), do Judiciário; outro pelo Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP); outro pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O
presidente da República, portanto, perderia poder de indicação.
A aprovação não caberia somente ao Senado, mas também à Câmara – o
candidato precisaria ser aprovado pela maioria de todos os senadores e
deputados. “O novo sistema de nomeação tornaria muito difícil, senão
impossível, exercer com êxito alguma pressão em favor de determinada
candidatura; além de estabelecer, já de início, uma seleção de
candidatos segundo um presumível saber jurídico”, diz a justificativa.
Autora da proposta, a deputada reeleita Luiza Erundina (Psol-SP)
avalia que, desde o ano passado, ela foi deturpada para favorecer
Bolsonaro, pois deputados ligados ao presidente passaram a adotá-la
somente para aumentar o número de ministros, defendendo que a indicação
continue com o chefe do Executivo. “Como se trata de uma PEC de minha
autoria, uma parlamentar de oposição e antibolsonarista, eles pretendiam
desvirtuá-la e usá-la para um propósito antidemocrático, em razão do
conflito entre o presidente, seu governo e o STF”, afirma.
Ela diz que a iniciativa partiu da então presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PL-DF) – a deputada não atendeu
à reportagem. Para Erundina, a defesa da proposta, nesse momento, é uma
“jogada eleitoreira e de perseguição do Executivo sobre o Judiciário”.
Ela defende que a PEC seja discutida em sua essência, de mudança da
competência do STF, a partir do ano que vem, ouvindo também a opinião do
Judiciário.
Último relator da proposta, entre setembro de 2019 e abril deste ano,
o deputado reeleito Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), de
direita, é contrário à ampliação de ministros. “Não acredito que o
aumento será a solução. A redução do poder que é. Estão querendo
diminuir o atual poder de cada ministro, mas, efetivamente, os novos
ministros vão ter muito poder, o mesmo que os atuais. É mais poder na
mão de mais gente. Não acho isso positivo”, diz.
Para ele, é preciso reduzir o poder geral do STF por meio de
outros quatro mecanismos: tornar o Supremo somente um tribunal
constitucional; fixar mandatos para os ministros; escolhê-los entre
juízes de carreira; e acabar com as decisões monocráticas (individuais).
Ele já começou a coletar assinaturas para apresentar uma nova PEC nesse
sentido. Já tem apoio de 30 deputados, faltam mais 140. Se conseguir,
quer apresentar essa proposta ainda neste ano para que seja discutida e
votada a partir do ano que vem.
Antes de Orleans e Bragança, a relatora da proposta de Erundina,
entre julho de 2019 a março de 2021, foi a deputada Clarissa Garotinho
(União Brasil-RJ), de centro-direita e apoiadora de Bolsonaro. Ela não
se opõe à ampliação do STF, mas entende que a Câmara deve ter
participação na aprovação dos nomes. Considera, por fim, que há chance
de a proposta avançar se o presidente for reeleito.
“É uma proposta que já tramita na Câmara desde o ano de 2013, ou
seja, já não é nenhuma novidade, sendo perfeitamente possível a partir
de agora acelerar a sua tramitação. E acredito que encontrará muito
apoio na direita, mas também no centro e na esquerda, tanto é que a
autora da proposta é uma deputada do Psol”, afirma. De qualquer modo,
também avalia que seria um tema para 2023, não para este ano.
Consultado pela reportagem, o líder do governo no Senado, Carlos
Portinho (PL-RJ), disse, por meio de sua assessoria, que o ideal é
discutir o tema no ano que vem.
O que dizem os presidentes da Câmara e do Senado sobre a proposta
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que
“não é adequado” discutir uma proposta para aumentar o número de
ministros do STF durante o período eleitoral. “Este assunto, neste
momento, não é adequado. O adequado é a gente estar discutindo as
propostas de cada candidato para o que vai fazer para o Brasil”, disse
ele em entrevista ao portal UOL.
“A gente está perdendo oportunidades, nos momentos eleitorais, de
discutir o país. Nós vamos discutir reformas, ou não? O que vamos fazer
com a reforma trabalhista? O que vamos fazer com a reforma
previdenciária?”, completou o presidente da Câmara.
Indagado se é favorável a uma ampliação da Suprema Corte, Lira disse
que não faria juízo de valor sobre o tema. “Eu não posso, como
presidente da Casa, emitir opinião nesse sentido porque não há nada
caminhando nesse sentido, não há nada andando nesse sentido, não há nada
em vias de se votar nisso para que esse assunto esteja presente na
discussão do segundo turno”, afirmou.
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou também
nesta terça que a proposta para aumentar o número de ministros do
Supremo é “incoerente” e “inadequada”. Ele disse “estranhar” que esse
debate esteja sendo feito durante o período eleitoral.
“Me estranha muito neste momento estar se discutindo o tema dessa
natureza, a ampliação de estrutura do Poder Judiciário, em especial do
Supremo Tribunal Federal. Me parece que isso é inclusive incoerente com a
lógica dos que defendem uma redução da competência do Supremo”,
afirmou.
“Há muitos que defendem uma redução dessa competência, que o Supremo
se torne uma Corte Constitucional, que se fortaleça as primeiras
instâncias e as segundas instâncias jurisdicionais no Brasil. Então isso
é incoerente com esse discurso, ou seja, pretende aumentar uma
estrutura que acaba importando em mais gastos, em mais recursos públicos
envolvidos. Portanto, me parece um momento inadequado para essa
discussão”, disse Pacheco.
Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas, foi afastado do cargo
por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).| Foto: Carlos Villa
Verde/Assembleia Legislativa de Alagoas
Nesta terça saiu mais uma pesquisa eleitoral. É uma saturação de
pesquisas. É um bom negócio, descobriram que é um bom negócio, dá um bom
dinheiro. Encontram quem pague e, o pior, encontram quem acredite.
Essa pesquisa é de um experiente marqueteiro pernambucano. E o que me
chamou atenção é que foram entrevistadas 1,1 mil pessoas. Para
representar mais de 156 milhões de eleitores brasileiros. Vocês acham
isso possível? Dividam 156 milhões por 1,1 mil e vocês vão chegar à
conclusão de que, nessa pesquisa, uma pessoa tem de representar o voto
de 142 mil eleitores. Por mais que se aplique a estatística, descobrir
em tal lugar uma pessoa assim, assado, de nível tal, para representar
142 mil… Se você quiser acreditar, viva a ciência da bola de cristal.
Em Alagoas, STJ afasta governador Mas a notícia mais importante
desta terça foi o afastamento, por ordem da ministra Laurita Vaz, do
Superior Tribunal de Justiça (que é quem trata de julgar governadores),
do governador de Alagoas, Paulo Dantas, que é do MDB de Renan Calheiros,
está apoiando Lula e tem o apoio de Lula; ele é candidato, no segundo
turno, contra Rodrigo Cunha, do União Brasil, apoiado por Arthur Lira,
pelo prefeito de Maceió e por Bolsonaro. No primeiro turno, Cunha fez
26% e Dantas, 46%.
O governador foi pego em uma operação chamada Edema, desencadeada
pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e aprovada pela juíza
relatora, que pegou o caso lá no Superior Tribunal de Justiça. Ele foi
afastado na terça; na quinta, 15 ministros do STJ, que tem 33 no total,
se reúnem para decidir se mantém ou não o afastamento. A denúncia é de
organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro; também foram
alvos a mulher de Dantas, que é prefeita de Batalha, e a irmã dele. Em
jogo, o desvio de R$ 54 milhões da Assembleia Legislativa, ou melhor,
dos impostos do povo, quando ele era deputado estadual. Vamos esperar
para ver a decisão do STJ.
O caso é icônico porque Alagoas é feudo de Renan Calheiros, mas
também é o estado de Arthur Lira, que foi o deputado federal mais votado
ali; é um estado nordestino em cuja capital o prefeito apoia Bolsonaro,
uma exceção na região. De repente, Alagoas se torna exceção também na
eleição para governador, depois dessa ação da Justiça. E, falando em
apoios a Bolsonaro no Nordeste, em Pernambuco tivemos Mendonça Filho,
ex-vice-governador, ex-secretário de Agricultura, ex-deputado federal, e
ex-ministro da Educação de Michel Temer, agora eleito para a Câmara,
também declarou voto ao presidente.
Candidatos seguem rodando o Brasil em busca de votos Nesta terça,
Bolsonaro esteve em Balneário Camboriú (SC) e depois foi pra Pelotas
(RS), onde há uma grande feira do doce, para ver se ganha ainda mais
votos onde já foi vitorioso. Por outro lado, Lula esteve na Baixada
Fluminense, onde não ganhou em nenhum município, para tentar ganhar mais
votos com apoio do prefeito de Belford Roxo. É a movimentação das
eleições, que leva políticos para lá e para cá.
Muita gente de fora está dando palpite na campanha de Lula Está
havendo problemas dentro do PT porque muita gente anda dando palpite.
Pegaram um coordenador de campanha, o Randolfe Rodrigues, que é de outro
partido, da Rede; dias atrás, convidaram para coordenador de campanha o
presidente do PDT, Carlos Lupi. E até a candidata do MDB à Presidência,
Simone Tebet, também está dando palpite, dizendo que os petistas não
deviam usar vermelho para não assustar as pessoas. Já viu, isso vai dar
problema.
Explosão em ponte que liga Rússia à Crimeia.| Foto: Reprodução/BBC
Se
a repercussão internacional for um critério de eficácia, a Rússia não
adotou a melhor tática possível nos últimos dias. No dia oito de
outubro, uma grande explosão foi registrada na Ponte da Crimeia, que
cruza o estreito de Kerch, ligando a península ao território russo no
continente. Como retaliação, a Rússia realizou uma série de ataques com
mísseis contra o território ucraniano. Em um balanço dos dois eventos, a
imagem russa saiu afetada e, principalmente, com poucos ganhos
militares em compensação.
A Ponte da Crimeia começou a ser construída em fevereiro de 2016,
após a anexação russa da Crimeia. Além do seu propósito de
infraestrutura, a construção da ponte, que é a mais longa da Europa,
também possuía propósitos políticos e simbólicos, de conectar a Crimeia à
Rússia. Ela foi inaugurada em maio de 2018, com a presença de Vladimir
Putin. A ponte conta tanto com pistas rodoviárias quanto trilhos
ferroviários.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a ponte tem sido essencial
para a logística de guerra russa, transportando tropas, material bélico e
combustível para a Crimeia. A península contém algumas das principais
bases militares russas na região e foi dali que partiu a ofensiva ao sul
da Ucrânia, como o oblast de Kherson. Tanto pelo seu valor simbólico,
de ser uma obra russa após a ocupação, quanto por essa importância
logística, as autoridades ucranianas, diversas vezes, afirmaram que a
ponte era um alvo legítimo.
Ataque
No citado dia oito de outubro, um caminhão explodiu na ponte, em
paralelo a um trem de carga com diversos vagões para transporte de
combustível, material inflamável. Um enorme incêndio danificou a ponte
no local da explosão, causando o desabamento de parte das faixas
rodoviárias e a destruição de um trecho dos trilhos ferroviários. Três
civis russos morreram. Não houve nenhuma reivindicação oficial do
ataque, mas diversos veículos de imprensa ucranianos afirmaram que foi
uma operação do serviço secreto ucraniano.
Diversas autoridades russas também afirmaram que a responsabilidade
do ataque é ucraniana. No dia nove, Vladimir Putin afirmou que “não há
dúvida” de que foi “um ato de terrorismo destinado a destruir
infraestrutura civil” e “planejado, realizado e ordenado pelos serviços
especiais ucranianos”. É importante notar duas palavras dentre as usadas
por Putin: terrorismo e civil. Ou seja, o governo russo busca diminuir a
importância militar do alvo, classificando a ponte apenas como civil e
que o ataque foi, então, um ato de terror, não de guerra.
Em um aspecto internacionalmente menor, a Rússia ordenou uma série de
investigações, já que todos os veículos na ponte supostamente são
inspecionados. Como agentes ucranianos realizaram essa operação e quais
os culpados pelas falhas de segurança são algumas das perguntas que vão
mobilizar o governo russo, sem dúvidas. Já a retórica de que a ponte era
um alvo civil e que o ocorrido não foi um ato de guerra, entretanto,
não ganhou força.
Mísseis e repercussão
Sequer dentro da Rússia, inclusive, com comentaristas de canais
alinhados ao governo sendo praticamente forçados a reconhecer que o
ataque foi um trunfo ucraniano. No dia dez de outubro foi a vez da
retaliação russa. Nesse caso, “retaliação” não é um termo da coluna, mas
algo declarado pelo governo russo, incluindo o próprio Vladimir Putin.
Segundo o governo ucraniano, a Rússia disparou 83 mísseis e munições
errantes de diversos modelos contra o território da Ucrânia, com as
defesas ucranianas abatendo 43 desses.
É importante frisar a origem dos números pois, numa guerra, a disputa
de narrativas e de propaganda é vital, então os números devem ser
vistos com ceticismo. Já segundo o governo russo, os alvos dos mísseis
seriam instalações de infraestrutura de energia e transporte, como
termelétricas e pontes. Diversos mísseis atingiram a capital Kiev,
incluindo locais sem conexão direta com o esforço de guerra, como
universidades e museus. No total, ao menos onze civis morreram, com
dezenas de feridos.
A diferença entre um ataque localizado à uma ponte e uma chuva de
mísseis que destrói alvos tanto militares quanto civis não passou
despercebida na comunidade internacional. E, assim como no caso dos
referendos nas regiões ucranianas ocupadas, as condenações não vieram
dos tradicionais rivais da Rússia, mas também de seus aliados e países
próximos. A Índia expressou “profundas preocupações” com “a mais recente
escalada de conflito na Ucrânia” e “mortes de civis”. A China pediu por
uma desescalada. Israel, onde parcela considerável da população tem
origem russa e um país que tem se mantido neutro, “condenou fortemente”
os “ataques russos” contra “cidades e civis”.
A imagem russa já está bastante afetada negativamente após a invasão
da Ucrânia, e é óbvio que uma melhoria nessa imagem não ocorrerá da
noite para o dia. Também é claro que isso não ocorrerá da parte de
países como EUA e Reino Unido. Ainda assim, uma resposta totalmente
desproporcional como a ocorrida vai apenas alienar a Rússia de seus
aliados. Também representa um desperdício de recursos em uma guerra que
se mostra difícil para Moscou. Principalmente, mostra que a Rússia
sentiu o golpe após a explosão na Ponte da Crimeia.
Former
Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva (L) greets a coordinator
of the Brazilian Homeless Workers Movement (MTST) Guilherme Boulos (R)
during a meeting with intellectuals in Sao Paulo, Brazil on January 18,
2018. / AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA
Lula e Guilherme Boulos.| Foto: Nelson Almeida/AFP
“Alguém
tem que colocar juízo na campanha do Lula”, escreveu a senadora Simone
Tebet em mensagem enviada a apoiadores do líder petista. No último
comício da campanha do ex-presidente, realizado em Belo Horizonte, o
grito mais alto dos militantes era “vai dar PT”. A ex-candidata do MDB
tem manifestado receio ao excesso de vermelho na campanha de Lula Sua
avaliação é de que as pessoas que estão votando no PT não o fazem por
simpatia ao partido, mas contra Jair Bolsonaro.
Desde que colocou seu nome no tabuleiro eleitoral, Lula tem evitado
dar detalhes de seu programa de governo. Numa entrevista para a revista
Time em maio de 2022, o petista afirmou que não se “discute política
econômica antes de ganhar as eleições”. Lula assumiu uma posição de
condestável da República, como se o fato de ter exercido a presidência
lhe desse a licença poética para não prestar contas do que pretende
fazer caso alcance o poder. Como se sabe, o Brasil de 2023 será muito
diferente do Brasil de 2003.
Do alto de sua suprema arrogância, Lula deve achar que recebeu votos
integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um
ungido, uma espécie de outro mito.
A própria Folha de São Paulo, em editorial publicado essa semana,
apontou que o ex-presidente “parece esperar que o retorno ao Planalto se
dê por mera gravidade, ou pelo reconhecimento de feitos passados. Ou,
ainda, porque os eleitores nada mais teriam a perder e estariam
propensos a endossar qualquer alternativa ao quadro atual”.
Lula fez mais de 57 milhões de votos no 1º de outubro. Do alto de sua
suprema arrogância, deve achar que os recebeu integralmente porque os
eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de
outro mito. A avaliação da senadora Tebet parece fazer mais sentido. Ali
está um conjunto muito grande de brasileiros que apenas não querem
Bolsonaro. Há também um contingente gigantesco de pessoas que anularam
seus votos, votaram em outros candidatos ou não foram votar. O que Lula e
seus apoiadores têm a dizer para essa parte da sociedade? Qual sua
agenda para além da bolha? Bolsonaro já tem a sua: o antipetismo.
A vitória de Bolsonaro no 7 de Setembro não significa sua vitória nas eleições Além
de Simone Tebet, o candidato petista recebeu apoio de Henrique
Meirelles e outros economistas liberais importantes que ajudaram na
formulação do Plano Real. Entre eles André Lara Resende, Edmar Bacha e
Pedro Malan. Diante disso seria o caso de dispensar Aloizio Mercadante e
outros entusiastas da agenda petista, apresentando as linhas gerais de
um programa econômico consistente e confiável. Nada disso até aqui. O
petista parece ser sua própria garantia. Mas do que, exatamente?
Até aqui, a campanha do Lula vem sendo representada no debate público
por Guilherme Boulos e tipos ridículos como André Janones. Até José
Dirceu apareceu para dar sua letrinha esses dias. No Roda Viva, Boulos
chegou a dizer que a presença de Alckmin e outros na campanha não são
mais do que sinalizações genéricas em nome de expressões não petistas do
eleitorado, mas que não representam compromissos formais. Enquanto os
sectários de esquerda falam pelos cotovelos, o bolsonarismo cola em Lula
o risco da venezualização da economia brasileira.
Saiba como utilizar uma estratégia de geração de leads com iscas
digitais que vai potencializar suas oportunidades. Clique e confira
nosso artigo!
Gerar demanda e oportunidades de venda para as empresas é o grande
objetivo do Marketing Digital e, por meio do Inbound Marketing, é
possível contar com uma máquina recorrente de atração de leads. Mas,
para que essa máquina realmente funcione é preciso utilizar certas
“iscas” e fisgar esses potenciais clientes.
Neste artigo você vai ver:
por que gerar leads é importante para o meu negócio?;
o que são iscas digitais?;
quais são os objetivos das iscas digitais?;
como criar iscas digitais eficientes?;
8 exemplos de iscas digitais para gerar leads;
como distribuir as iscas digitais?;
como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?
Por que gerar leads para o meu negócio?
Os leads são gerados quando usuários desconhecidos fornecem suas
informações de contato (nome, email, telefone, etc.) em troca de uma
oferta de valor, como um e-book, um cupom de desconto ou um ingresso
para participar de um evento da sua marca.
O processo para geração de leads consiste na utilização dos canais
digitais da empresa, de maneira orgânica e paga, com objetivo de gerar
tráfego para seu site e trazer novas oportunidades de negócio. No
entanto, nem todos esses leads estarão no momento de realizar uma compra
e o erro que muitas empresas cometem é investir apenas em leads que
estão no estágio de fundo do funil (prontos para comprar).
O objetivo da geração de leads é atrair pessoas em todos os estágios
da jornada de compra, inserir esse leads em um funil e nutrir aqueles
contatos que ainda não estão no momento da compra para gerar
oportunidades mais baratas para o seu negócio no futuro.
O que são as iscas digitais?
Entender a importância da geração de leads é apenas o primeiro passo
para começar a trazer mais oportunidades para o seu negócio. Após isso, a
dúvida que surge é: como eu atraio mais pessoas para o meu site?
As iscas digitais são a melhor forma de conseguir gerar leads, de
maneira eficiente e, na maioria das vezes, sem muito custo. Basicamente,
as iscas digitais são formatos de conteúdo gratuito que atraem a
atenção de um usuário na internet, de forma que ele se disponha a
entregar algumas informações pessoais (nome, e-mail e telefone, por
exemplo), para ter acesso àquele material. É uma estratégia baseada na
troca, o usuário disponibiliza suas informações e a empresa entrega um
conteúdo que agrega valor para ele.
A distribuição desses materiais geralmente é feita por meio de uma
página chamada landing page, ou seja, uma página de captura de leads
desenvolvida especialmente para aquela estratégia. A landing page
funciona para que um público específico chegue até ela e deixe o seu
contato, entre outras informações úteis.
Através dessa landing page, nós disponibilizamos um dos nossos
materiais ricos em formato de e-book e, em troca, coletamos algumas
informações relevantes para nossa estratégia, por meio do formulário.
Quais são os objetivos das iscas digitais?
É muito mais difícil convencer um usuário a compartilhar suas
informações de contato com a sua empresa quando não há uma oferta de
valor em troca. Isso pode acontecer quando o usuário tem afinidade com a
sua marca, mas nós utilizamos as iscas digitais para facilitar esse
processo.
Por isso, é importante que o conteúdo dos materiais oferecidos
realmente entregue valor ao usuário, pois o essencial é solucionar as
dores da sua persona. No próximo tópico falaremos sobre como criar uma
isca digital que trará sucesso para sua estratégia de geração de leads.
Como criar iscas digitais eficientes?
A criação dos materiais que serão utilizados na estratégia de geração
de leads precisa estar alinhada com a persona do negócio e os
produtos/serviços que a empresa oferece. Por exemplo, se você possui um
e-commerce de cosméticos, você pode criar iscas digitais que ensinam a
melhor forma de utilizar seus produtos, sobre os benefícios que eles
trazem e outros assuntos relacionados.
Os materiais oferecidos na estratégia são, em sua maioria, com o
intuito de educar o mercado consumidor daquele produto, pois quanto mais
o lead souber sobre ele, maiores são as chances dele acabar
comprando-o.
Algumas dicas para criar bons conteúdos são:
Conheça a sua persona
Em todos os projetos iniciados na Agência Mestre, nós traçamos a
definição da persona daquele negócio. Ao conhecer a sua persona, você
entenderá melhor quem é o seu público, do que ele gosta, o que ele
procura e, principalmente, quais são as suas dores. As dores da persona
são “problemas” ou “necessidades” que seu público tem ou poderá ter,
mesmo que ele não tenha consciência de que esse problema existe.
Ao identificar as dores da sua persona, você poderá desenvolver
conteúdos que abordem temas relacionados a essa dor e, dessa forma,
criar proximidade com seus potenciais clientes.
Tenha um funil de vendas
Com as iscas digitais, seu negócio pode atrair diferentes tipos de
leads, desde aqueles que ainda não conhecem bem o seu segmento ou seu
produto/serviço, até aqueles que já sabem o que querem e estão apenas
decidindo onde comprar.
O funil de vendas é o percurso que você vai criar para transformar
aqueles leads que ainda não estão prontos para comprar (topo de funil),
em leads qualificados (fundo de funil), por meio da nutrição com
conteúdos adequados para cada fase do funil.
O funil também é importante para conhecer melhor quão qualificado um
lead é logo quando ele entra na sua base. Você pode criar conteúdos
direcionados para as diferentes fases do funil (topo, meio e fundo) e,
dependendo do material que o lead converteu, saber se ele já conhece
sobre o seu produto ou não.
Defina os tipos de iscas que vai utilizar
Você deve definir quais iscas digitais pretende produzir, pois existe
uma grande variedade de materiais que podem ser disponibilizados para
seu público e, caso você não tenha uma estratégia definida dos tipos que
irá produzir, pode acabar se perdendo durante o processo.
No próximo tópico vamos abordar as principais iscas digitais que você pode utilizar e quais suas características.
8 Exemplos de Iscas Digitais para gerar leads
O objetivo da produção de conteúdo e iscas digitais vai além de
informar o leitor, ele tem o propósito de criar um relacionamento entre
empresa e consumidor e leva o último a criar confiança com a marca e
avançar em seu funil de vendas. Os principais materiais que sua empresa
pode produzir são:
E-books
A forma mais utilizada para gerar leads com entrega de conteúdo é
utilizando os e-books. Esses livros digitais são, muitas vezes, um
verdadeiro guia sobre determinado assunto e trazem informações completas
e relevantes para os usuários.
Por se tratar de um conteúdo extenso, as pessoas acabam não se opondo
a informar seus dados de contato, pois sabem que terão acesso a um
conteúdo que, de alguma forma, solucionará alguma dor. Os e-books são
ofertas de valor para leads em todos os estágios do funil de vendas,
sendo o tema central o principal fator de diferenciação.
Por exemplo, leads em topo de funil ainda não conhecem o seu negócio,
portanto utilizar termos como “o que é”, “por que utilizar” e “X dicas
sobre” pode atrair mais pessoas que estão aprendendo sobre este assunto.
No entanto, leads mais qualificados e que já têm conhecimento sobre o
seu nicho podem se interessar mais por “a melhor forma de aplicar o
método X” ou “Como utilizar X para atingir mais clientes”.
Definir o tema do seu e-book é muito importante para atingir o
público certo, então estude bem as dores da sua persona e se atente aos
termos de pesquisa e palavras-chave mais relevantes em cada etapa do
funil.
Webinars
Uma tendência que tem ganhado força e aumentado a geração de leads de
muitas empresas é a produção de conteúdo em formato de webinar. Eles
podem ser exibidos em tempo real em diferentes plataformas, como redes
sociais, ou então, plataformas especializadas nesse formato de conteúdo.
Essa estratégia de apresentar um conteúdo rico ao vivo oferece uma
experiência que as outras iscas digitais não conseguem: a interação em
tempo real com o lead que está participando. Ao responder dúvidas e
conversar com o lead durante um momento na apresentação, sua marca
consegue criar um vínculo mais próximo com a audiência.
Outro ponto muito importante sobre esse formato de conteúdo, é que em
pesquisas recentes, foi constatado que 53% dos profissionais de
marketing afirmam que webinars são ações de topo de funil que geram
leads de alta qualidade.
Para atrair o público e gerar leads, você pode criar uma landing page
e solicitar um cadastro para participar daquele evento ao vivo. Outra
estratégia é gravar esse conteúdo e continuar atraindo leads, que podem
fazer download do vídeo ou receber um link para o vídeo não listado no
Youtube.
Infográficos
Os infográficos são iscas digitais muito utilizadas, pois são
diagramados para atrair a atenção do usuário e não demandam muito
investimento durante sua criação. Por possuir imagens, textos, CTAs e
vários outros elementos que facilitam a compreensão do conteúdo, os
infográficos podem chegar a 94% mais visualizações do que textos.
Muitas vezes, essas iscas são desenvolvidas para tratar de assuntos
mais técnicos sobre determinado assunto de forma resumida e
simplificada, para que o lead tenha mais facilidade em compreender uma
informação, por esse motivo, os infográficos são utilizados em
estratégias de meio de funil.
Modelos de Planilhas
A criação desses modelos pode ser uma das iscas digitais de maior
conversão do seu funil. Isso acontece porque, diferente dos materiais
informativos citados até o momento, as planilhas são materiais
aplicáveis no dia a dia.
Um usuário está muito mais propenso a compartilhar suas informações
pessoais quando encontra um conteúdo que possa ajudar em tarefas
diárias, principalmente quando o download desse material pode fazê-lo
poupar horas de trabalho, como é o caso dos modelos de planilhas.
Essas iscas estão mais direcionadas para leads em meio e fundo de
funil, pois os leads que procuram por esse tipo de solução já estão em
fase de colocar seu projeto em prática, ou seja, estão mais próximos de
se tornar um cliente.
Cupons de Desconto
Uma das iscas mais eficientes, tanto no digital quanto no físico, é o
cupom de desconto. Geralmente, quando um usuário pesquisa por cupons de
desconto para uma loja virtual, por exemplo, significa que ele está
interessado em utilizá-lo, ou seja, pretende realizar uma compra.
Além de atrair leads em fundo de funil, os cupons também podem ser
oferecidos para leads em topo e meio de funil através de e-mails,
durante a transmissão ao vivo de um webinar, ou por meio de pop-ups
dentro do seu site.
Cursos ou aulas gratuitas
Se você trabalha com infoprodutos ou possui uma grande quantidade de
conteúdo em formato de vídeo aula, oferecer parte dessas aulas ou um
curso completo de forma gratuita pode ser um grande diferencial para sua
empresa e atrair muitos leads qualificados.
Para os infoprodutores, uma sugestão é oferecer a primeira aula ou a
aula introdutória do curso como isca digital, para que o lead possa ter
uma prévia da qualidade do curso e para instigar a curiosidade.
Caso você não tenha um curso, mas possui muitos materiais sobre o
mesmo assunto, pode oferecer um kit e/ou um compilado de todo esse
material. Essa técnica funciona para leads de todas as fases do funil,
mas principalmente para o topo, que é a fase onde estão aprendendo sobre
seu nicho e o seu material é utilizado principalmente para sanar
dúvidas.
Teste de ferramentas gratuito
Caso você tenha um software, uma ótima sugestão de isca digital é
oferecer um período de teste da plataforma para seus leads de meio e
fundo de funil. Esses leads já têm consciência de que possuem um
problema ou uma dor para resolver, por isso oferecer um teste da sua
solução é a melhor forma de convencê-lo se é realmente aquilo que ele
precisa.
Pesquisas e estudos
Com o avanço do uso de tecnologia, muitas empresas conseguem
desenvolver pesquisas e publicar seus resultados online. Utilizar as
informações coletadas em pesquisas e estudos para criar boletins
informativos ou relatórios é uma forma de criar iscas valiosas para meio
e fundo de funil.
Como distribuir as iscas digitais?
Depois de produzir e segmentar por estágio do funil, é hora de
começar a distribuí-las e começar a gerar tráfego para o seu site.
Existem alguns passos para isso, começando por:
Criação de Landing Pages
As páginas de destino são tão importantes quanto as iscas digitais,
afinal são elas que apresentam as informações complementares sobre
aquele material e o formulário onde o usuário deixará seus dados para
virar um lead.
Existem muitos cuidados a serem tomados durante a criação de uma
landing page, por isso, o mais recomendado é utilizar os templates
disponíveis nas ferramentas de automação de marketing, como a RD
Station, por exemplo.
No entanto, fique atento aos principais componentes de uma boa landing page, são eles:
título contendo o nome do material;
chamada principal, que chame a atenção do usuário para a solução dor dele, ou seja, o material oferecido;
descrição do material;
formulário com os campos de geração de leads (nome, e-mail, telefone e outros campos relevantes para sua empresa);
botão de CTA, em destaque, convidando o usuário a converter.
Todos esses elementos devem ser otimizados para atrair a persona e
auxiliar a análise dos buscadores, como o Google, por meio de técnicas
de SEO.
Atenção aos formulários
A utilização de formulários na sua estratégia de geração de leads é
crucial, por isso você deve se atentar aos detalhes. Temos algumas dicas
para criar formulários de fácil conversão:
não faça formulários longos: um formulário muito longo pode desmotivar o usuário, principalmente em iscas de topo de funil;
evite distrações e informações desnecessárias para sua empresa: foque
em coletar, além dos dados para identificação do lead, apenas
informações relevantes para o seu negócio. Informações como idade,
identidade de gênero e/ou grupos sociais podem não ser relevantes para
sua estratégia no primeiro momento;
fuja de chamadas óbvias: invista em chamadas mais atrativas, que
mostrem para aquele usuário que seu material vai solucionar a dor dele e
evite frases prontas como “Cadastre-se aqui e baixe seu e-book”.
Faça testes e fique sempre atento aos resultados que cada formulário
está trazendo, se alguma informação não for mais relevante, atualize-o
para conseguir sempre os melhores resultados e conhecer melhor seu
público.
Comece a promover suas iscas digitais
Para realmente gerar tráfego a sua audiência precisa saber sobre os
seus materiais. Utilize suas redes sociais para divulgar esses materiais
de forma orgânica, além disso, você também pode criar anúncios para
promover os materiais e atrair mais leads.
Utilize as redes sociais para atrair seus seguidores para os
materiais que você produziu, uma forma eficiente de fazer isso é criar
publicações sociais que abordam algumas partes do conteúdo completo.
Aqui na Mestre nós fazemos vários webinars que ficam disponíveis em
nosso canal no Youtube. Frequentemente, nós postamos nas nossas redes
sociais alguns nuggets desses webinars, que trazem alguns trechos sobre o
assunto tratado no material.
Dessa forma, conseguimos gerar conteúdo para nossos seguidores e
atraí-los para assistir nosso material completo. Você pode fazer o mesmo
com suas iscas digitais, encaminhando seus seguidores para a landing
page através do link na bio do Instagram, por exemplo.
Os anúncios também podem ser aproveitados quando for divulgar suas
iscas digitais, faça uma segmentação, utilize artigos visuais e técnicas
de copywriting para despertar o interesse no usuário.
Como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?
Se você ainda não trabalha com marketing de conteúdo, pode ser que
você fique receoso ao iniciar a estratégia de geração de leads. Mas,
calma! A boa notícia é que, muitas vezes, os materiais que você utiliza
no dia a dia podem se transformar em iscas digitais e, enquanto essas
iscas iniciais são utilizadas, você comece a produzir outras.
Faça uma análise nos materiais que sua empresa possui e procure por:
modelos de planilha que podem ser úteis para sua persona;
slides de palestras ou treinamentos que ajudaram seu time;
um artigo ou estudo realizado que, com um pouco de diagramação, pode virar um e-book;
checklists de uso interno;
materiais antigos que, com uma revisão, podem ser colocados novamente no funil.
Muitas vezes esses materiais são tão comuns no dia a dia da empresa,
que não percebemos o potencial de atração de leads. O impasse em
utilizar esses conteúdos é que, na maioria das vezes, os gestores não se
sentem confortáveis em compartilhar esses materiais e preferem
mantê-los em segredo.
Se você possui esse problema, lembre-se que criar autoridade no mundo
digital é muito difícil e se sua empresa conta com um material que pode
abrir esse espaço, vale a pena apostar nesse conteúdo. Caso seu
potencial cliente esteja buscando uma solução como a sua e não
encontrá-la no seu site, ela vai procurar em outros e isso pode fazer
com que você perca diversas oportunidades.
A produção de iscas digitais para geração de leads é uma estratégia
que beneficia todos os modelos de negócio, quando aplicada de maneira
assertiva. Para conhecer mais sobre como produzir esses materiais,
confira nosso e-book e comece a atrair mais leads para o seu site.
CARACTERÍSTICAS DA VALEON
Perseverança
Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em
razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer
determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a
resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é
necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que
permitem seguir perseverante.
Comunicação
Comunicação é a transferência de informação e significado de uma
pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e
compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros
por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o
ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar
conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela
através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e
políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem
positiva junto a seus públicos.
Autocuidado
Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações
que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade
de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância
com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada
pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.
Autonomia
Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em
gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias
escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida
por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é
incompatível com elas.
A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando
agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem
esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de
gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.
Inovação
Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades,
exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a
inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando
que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a
curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova
competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma
importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.
Busca por Conhecimento Tecnológico
A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender
aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de
todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia,
uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.
Capacidade de Análise
Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência
que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos
de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um
mundo com abundância de informações no qual o discernimento,
seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade
de analisar ganha importância ainda maior.
Resiliência
É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões
(inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado
emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após
momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em
líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a
capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.
Apoio político Como Moro e Dallagnol podem ajudar a campanha
Por Rodolfo Costa – Gazeta do Povo Brasília
Candidato à
reeleição, Jair Bolsonaro (PL) recebeu o apoio público do ex-ministro e
senador eleito Sergio Moro| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do
Povo
O
presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), participou de uma
solenidade no Palácio Iguaçu, em Curitiba, na tarde desta sexta-feira
(10), em sua primeira visita à cidade desde que tomou posse. No mesmo
dia, poucas horas antes, esteve em Foz do Iguaçu, assinando a ordem de
serviço para a construção de uma nova ponte entre o Brasil e Paraguai.Na
capital paranaense, onde chegou por volta das 16h40, a missão de
Bolsonaro foi dar início ao funcionamento do Centro Integrado de
Inteligência de Segurança Pública da Região Sul (CIISP-Sul), estrutura
inaugurada em dezembro do passado pelo então ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann.
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) celebrou o apoio de
governadores de estados importantes na semana passada, como São Paulo e
Minas Gerais, mas outras duas adesões também foram muito festejadas: do
senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e do deputado federal
eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Os estrategistas de Bolsonaro têm procurado relembrar os escândalos
de corrupção nas gestões petistas a fim de elevar a rejeição de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), adversário do candidato à reeleição no
segundo turno da eleição presidencial. Eles entendem, porém, que a
estratégia de resgatar o antipetismo não se mostrou tão efetiva no
primeiro turno. A expectativa, agora, é de que, com a declaração de
apoio de Moro e Dallagnol, esse cenário mude.
A percepção da campanha presidencial é que a adesão dos dois têm um
grande potencial de conversão de votos pela associação de ambos ao
combate à corrupção. Coordenadores eleitorais de Bolsonaro admitem que,
ao longo de sua gestão, o presidente perdeu apoio de parte do eleitorado
“lavajatista”.
O entendimento é de que ao menos parcela desses eleitores optou por
alguma candidatura da “terceira via” no primeiro turno e, no segundo
turno, poderia optar por votar nulo, em branco ou se abster. O apoio de
Moro e Deltan, portanto, foi recebido de maneira efusiva pela campanha
de Bolsonaro, que já fez contatos para estreitar a relação e fortalecer
as estratégias eleitorais em busca de votos.
Após reunião com senadores eleitos e outros ainda em cumprimento de
mandato na semana passada, Bolsonaro disse ter conversado com Moro por
telefone e declarou terem “apagado o passado” e que ele é “bem-vindo”.
“O presente é bola para frente”, declarou. Os dois se afastaram após o
ex-juiz deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública acusando o
presidente de tentar interferir na Polícia Federal.
Como Bolsonaro quer estreitar a relação com Moro e Dallagnol Além
do contato por telefone, também é esperada uma reunião entre Bolsonaro e
Moro. Segundo interlocutores do senador eleito, havia um encontro
agendado entre os dois no Palácio da Alvorada na última quarta-feira
(5). Ele iria acompanhado da mulher, a deputada federal eleita Rosângela
Moro (União Brasil-SP). Porém, o presidente recebeu no mesmo horário os
senadores e o ex-juiz esteve ausente.
A reaproximação entre Moro e Bolsonaro é um desejo dos dois. Ao
declarar apoio ao presidente, o senador eleito disse que o PT “não é uma
opção eleitoral”. Já Bolsonaro evitou falar sobre as acusações de seu
ex-ministro e disse à imprensa que ele assumiu o Ministério da Justiça
sem “experiência política” e que talvez isso tenha colaborado “com o
não-sucesso da passagem dele” na pasta.
O diálogo entre os dois tem o aval de Dallagnol. Moro e o
ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público
Federal em Curitiba almoçaram juntos na terça-feira (4) e mantiveram o
diálogo em uma reunião à tarde. Ambos conversaram sobre o apoio formal à
candidatura de Bolsonaro no segundo turno e sobre como seria esse
engajamento.
Dallagnol manifestou, inclusive, o desejo de ter uma participação
ativa junto à campanha de Bolsonaro. Para isso, o intuito é definir
pautas em comum com o núcleo político presidencial. O ex-procurador diz
aos mais próximos que a ideia não é fazer exigências ou condicionar
apoio, até por já ter manifestado sua preferência nas redes sociais.
O objetivo de Dallagnol é ter uma agenda para afinar o discurso junto
à campanha de Bolsonaro, até para convencer os indecisos a votarem pela
reeleição do presidente neste segundo turno.
Moro e Dallagnol estão dispostos a ajudar a reeleger Bolsonaro, mas
ainda aguardam um sinal da campanha do presidente para definir o nível
de envolvimento dos dois na campanha. Interlocutores da coordenação
eleitoral do presidente dizem que isso não será um problema até porque
ambos já estão eleitos. O entendimento é de que não haveria
aproveitamento por parte dos dois para obter algum benefício.
Segundo interlocutores de Moro, uma agenda prioritária defendida
pelo ex-juiz e Dallagnol contempla duas pautas em especial: o fim do
foro privilegiado (PEC 333/17), que encontra-se parado na Câmara dos
Deputados desde 2021; e a prisão após condenação em segunda instância,
que tem duas propostas paradas, uma na Câmara (PEC 199/19) e outra no
Senado (PLS 166/18).
A Gazeta do Povo pediu posicionamentos a Moro e Dallagnol, mas não obteve uma resposta até a publicação desta reportagem.
Quais as chances de Bolsonaro ser fortalecido pelo “lavajatismo” Há
fundamentos para o entusiasmo da campanha de Bolsonaro acerca do apoio
de Moro e Dallagnol, avalia o senador Lasier Martins (Podemos-RS), líder
do bloco parlamentar Juntos pelo Brasil. “É um reforço enorme para a
candidatura de Bolsonaro. Moro foi um herói nacional e, com sua imagem
reabilitada pelo público do Paraná, ele vai virar votos”, analisa.
Martins também entende que o ex-juiz e Dallagnol terão papel de
destaque para manter vigilância e não admitir que o presidente cometa
“bobagens” em caso de reeleição. “Bolsonaro deve ter aprendido muita
coisa, fez uma primeira gestão com muitas falhas, mas vai fazer um
governo melhor”, acrescenta.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos fundadores
do Movimento Brasil Livre (MBL), acredita que o potencial de
transferência de votos é mínimo. “O eleitorado que queria ver o combate à
corrupção já se decepcionou completamente e tem plena consciência de
que não vai ter combate à corrupção coisa alguma [caso Bolsonaro seja
reeleito]”, diz. Para ele, contudo, é “zero” a chance de Bolsonaro
acolher a defesa de pautas anticorrupção e o Congresso pautá-las e
aprová-las.
Kataguiri entende que o apoio do governo à proposta de emenda à
Constituição (PEC) que endurece regras para prisão de parlamentares é
uma sinalização de que essa agenda não será uma prioridade. “Que tipo de
pauta anticorrupção seria pautada por quem apoiou a PEC da impunidade?
Fora que o presidente da Câmara de Bolsonaro é o Arthur Lira. É uma
ilusão e uma ingenuidade gigantesca acreditar nisso, e um equívoco do
Deltan e do Moro [apoiarem a candidatura]”, critica.
O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), coordenador
jurídico do MBL, coloca em dúvidas o potencial de votos que a campanha
de Bolsonaro poderia absorver com o apoio do ex-juiz e do ex-procurador.
“Esse apoio deles como voto crítico traz essa possibilidade de alguma
maneira resgatar essa ideia do combate à corrupção ao governo Bolsonaro.
Mas o grande ponto é: até que ponto isso acaba sendo útil, porque tem
uma diferença de votos [para Lula] bem grande. Bolsonaro tem uma missão
bastante difícil de superar essa diferença de votos”, pondera.
O general da reserva Paulo Chagas concorda que a campanha de
Bolsonaro sai fortalecida, mas vê desnecessário o que considera ser um
“perdão” de Moro a Bolsonaro. “Com a adesão dele, uma massa [de
eleitores] que poderia anular o voto deve votar em Bolsonaro. Mas vejo
desnecessário esse perdão [de Moro], acho que não vai ser bom para a
imagem dele. Na minha visão, eu passo a vê-lo de uma forma depreciada.
Bolsonaro saiu ganhando com isso; Moro, não, porque já está eleito”,
observa.
Escultura
Meteoro, em frente ao Palácio Itamaraty, obra do artista Bruno Giorgi.
Esculpida em uma pedra de Carrara com oito toneladas, um presente do
governo italiano ao Brasil, a escultura contemporânea representa o
planeta Terra com os seus cinco continentes, cujas relações pacíficas e
justas são a base da diplomacia.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.
Em 2014, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel
criticou o Brasil com uma expressão que se tornou célebre: “anão
diplomático”. Naquela ocasião, o governo brasileiro havia publicado nota
desaprovando “energicamente” uma ação israelense na Faixa de Gaza, sem
sequer mencionar os foguetes do Hamas lançados sobre cidades
israelenses. As palavras escolhidas pelo porta-voz tinham um quê de
exagero e um quê de verdade. Exagero porque, se o Brasil fosse realmente
um “anão”, sua opinião seria tão irrelevante que nem mereceria resposta
exaltada da chancelaria israelense. Mas o Brasil usou seu peso e sua
importância de uma forma que o apequenou durante a passagem do PT pelo
Planalto.
Por mais que o tema esteja se tornando um tabu eleitoral, graças à
censura dos tribunais superiores, o petismo sempre tratou com muita
camaradagem seus aliados ideológicos responsáveis por regimes
ditatoriais ou ao menos ligeiramente autocráticos. E, estando no poder,
facilitou ao máximo as coisas para eles. Em 2015, Lula admitiu ter dito
ao recém-eleito Evo Morales, em 2006, que o Brasil não faria nada se a
Bolívia tomasse à força as instalações da Petrobras no país andino, o
que acabou acontecendo. No governo Dilma, o programa Mais Médicos foi
desenhado como meio de enviar milhões de dólares à ditadura cubana com o
pretexto de enviar médicos – submetidos a estrita vigilância e sem
receber seu salário integral – a locais com carência desses
profissionais.
O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no
comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa
da vida e da família
A amizade que une petistas e ditadores não se limitou à América
Latina. A atuação da diplomacia brasileira sob o PT no Conselho de
Segurança da ONU registra episódios lamentáveis, como abstenções durante
a votação de resoluções importantes. Entre os beneficiados da omissão
brasileira estavam os ditadores Bashar al-Assad, da Síria; Muamar Kadafi
(que Lula um dia chamara de “meu amigo, meu irmão”), da Líbia; e Omar
al-Bashir, do Sudão – este último caso talvez tenha sido o mais
escandaloso, por envolver a crise humanitária de Darfur, que rendera a
al-Bashir um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal
Internacional.
Ainda que a diplomacia brasileira pós-PT não tivesse feito
absolutamente nada, já teria progredido muito apenas ao deixar para trás
a camaradagem ideológica com ditaduras abjetas na América Latina, na
África e no Oriente Médio, parar de hostilizar democracias sólidas e de
se fechar ao comércio internacional. Mas o Brasil avançou; mesmo
descontando alguns excessos do primeiro chanceler de Jair Bolsonaro,
Ernesto Araújo, o país está colhendo resultados expressivos de uma nova
orientação: ampliou sua inserção internacional, culminando com a
assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia; e
está assumindo um papel de liderança mundial em temas como a liberdade
religiosa e a defesa da vida e da família, especialmente depois do
retorno dos democratas ao poder nos Estados Unidos.
Já podemos prever o que deve ocorrer à diplomacia brasileira em caso
de retorno do petismo ao poder. Mas, em caso de reeleição do presidente
Bolsonaro, também há pontos em que o Brasil precisa melhorar, a começar
pelo fim do hábito de comprar brigas com nações que questionam a
política ambiental brasileira. Em vez de admitir eventuais falhas ou de
corrigir críticas infundadas recorrendo à demonstração serena da
realidade, o governo – e isso não inclui apenas o Itamaraty; na verdade,
os diplomatas costumam ter a menor parcela de culpa – costuma responder
com agressividade; o caso mais recente foi o das críticas que o
ministro Paulo Guedes fez à França depois dos comentários de um ministro
francês sobre queimadas na Amazônia.
Além disso, para se consolidar como um dos líderes do mundo livre, o
Brasil precisa se comprometer ainda mais com a democracia e as
liberdades nos fóruns internacionais. Foi extremamente preocupante, por
exemplo, a abstenção brasileira na votação de uma recente resolução do
Conselho de Segurança da ONU que condenava a anexação ilegal, pela
Rússia, de quatro regiões ucranianas. Por mais que o destino certo da
resolução fosse a rejeição, graças ao poder de veto russo, a omissão
colocou a diplomacia brasileira em posição desconfortável. Diante da
agressão evidente cometida por Vladimir Putin, todas as democracias
mundo afora têm o dever moral de se colocar ao lado dos ucranianos, o
que o Brasil acabou não fazendo. Por mais que o fertilizante russo seja
necessário ao Brasil – o que, aliás, revela uma dependência indesejada,
que Putin não hesitará em usar novamente, como vem feito com a Europa em
relação ao gás natural –, não há pragmatismo que justifique uma tomada
de posição contrária aos valores democráticos brasileiros.
O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no
comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa
da vida e da família, inclusive colaborando com países mais fracos e
que compartilham dos mesmos valores, mas são alvos da ofensiva da parte
ideologizada do sistema internacional. Mas a diplomacia brasileira, cujo
respeito mundial foi manchado pelo petismo, tem também a missão de
recuperar a liderança do país nas questões ambientais e, especialmente,
ganhar relevância como defensor incondicional das democracias,
repudiando os imperialismos neste momento em que eles ganham força.
-FOTODELDÍA-
Estrecho de Kerch (Ucrania), 08/10/2022.- Una fuerte explosión en el
puente de Crimea, que une la ocupada península con Rusia y que ha
quedado dañado, incendió este sábado las alarmas en Moscú y Simferópol,
donde se sospecha que detrás de la destrucción parcial de esta
infraestructura, símbolo de la anexión rusa en 2014, está Ucrania.
EFE/STRINGER
Explosão que destruiu parte da Ponte da Crimeia.| Foto: EFE
Os
novos fortes ataques a cidades ucranianas nesta segunda-feira (10)
serviram de represália à explosão da Ponte de Kerch, que liga a Rússia à
Crimeia, no sábado (08), conforme anunciou o presidente russo, Vladimir
Putin. Simbolicamente, a ponte serve como um cordão umbilical entre
russos e o território ucraniano anexado à Federação Russa em 2014.
Na inauguração da estrutura, em 2018, Putin passou pela ponte
conduzindo um caminhão, tamanho orgulho o líder russo sentia de ter
executado a obra que representa o avanço de suas ambições imperialistas.
Por isso, mais do que à Rússia, o ataque foi dirigido ao chefe do
Kremlin, pois a ponte da Crimeia, construída com grandes custos, está
associada ao seu nome e à anexação da península ucraniana declarada por
ele em 2014.
A explosão dessa ponte selou a contraofensiva ucraniana, que no
último mês levou tropas russas às fronteiras e reconquistou importantes
territórios, como Kharkiv e Luhansk.
Fragilidade da Rússia Os ataques que sucederam a explosão da
ponte de Kerch podem servir como uma tentativa de esconder fragilidades
da Rússia. Para o cientista geopolítico Pascal Le Pautremat, o incidente
representa “uma verdadeira derrota” do país comandado por Putin.
“É a prova do fim para Putin. A explosão traz à tona a
vulnerabilidade de todo o seu sistema, incluindo a área considerada como
russa”, destaca o especialista em entrevista ao jornal francês Le
Figaro. “É realmente um golpe de mestre, porque essas operações exigem
grupos pequenos e altamente móveis, pertencentes às forças especiais ou
aos serviços secretos, com uma coordenação muito forte de meios
logísticos e sincronização”, descreve La Pautremat.
O analista ainda lembra que o ataque também criou problemas táticos e
estratégicos aos russos. O evento paralisou – ou pelo menos atrasou – o
abastecimento das tropas em toda a frente sul, a grande área ao redor
de Kherson.
Apesar da retomada parcial do tráfego ainda na noite de sábado, por
segurança, em vez de ferrovias e estradas, os militares russos terão que
usar transporte marítimo ou seguir rotas mais longas, ficando mais
expostos a possíveis ameaças dos ucranianos.
A Crimeia serve como base logística de retaguarda e Moscou não
contava com a necessidade de reformar a ponte, que deverá ficar
comprometida por pelo menos dois meses, conforme previram as
autoridades.
Pressão ao Kremlin Os serviços de segurança russos publicaram, no
domingo à noite, um documento indicando que os bombardeios ucranianos
nas regiões fronteiriças do sul da Rússia (Belgorod, Bryansk, Kursk)
“aumentaram significativamente” desde o início de outubro, com 100
bombardeios afetando 32 localidades e com um civil morto.
A contraofensiva ucraniana em setembro e os ataques do começo deste
mês reforçaram as críticas no país direcionadas especialmente aos
militares e ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, além de enfraquecerem a
imagem de Putin.
A pressão sobre o Kremlin surge, sobretudo, dos nacionalistas. O
ataque de sábado foi acompanhado por apelos renovados para “endurecer” a
ofensiva na Ucrânia, reforçando o discurso dos mais radicais de que a
operação “ainda não começou realmente”.
Um dos líderes desse grupo, o checheno Ramzan Kadyrov, foi promovido
por Putin a general das Forças Armadas na última quarta-feira (05),
depois de criticar as estratégias do país e sugerir o uso de armas
nucleares. Kadyrov se reuniu com uma multidão de combatentes (70 mil,
segundo ele) na sexta-feira (07). Eles estariam prontos para partir para
a Ucrânia.
Putin viu a explosão como uma ultrapassagem da linha vermelha,
através de “um ataque terrorista” realizado pelo serviço secreto
ucraniano”. Diante de tanta pressão a ele e ao Kremlin, a resposta do
mandatário dificilmente seria outra senão atacar com mais força o país
vizinho.