quarta-feira, 12 de outubro de 2022

MILITARES AINDA ANALISAM DADOS DA FISCALIZAÇÃO DAS URNAS

 

Após 1º turno

Por
Renan Ramalho
Brasília


Servidor da Justiça Eleitoral e militares do Exército no transporte de urnas eletrônicas| Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

Passados quase 10 dias do primeiro turno das eleições, o Ministério da Defesa ainda não se manifestou publicamente sobre o resultado da fiscalização que fez nas urnas eletrônicas. A pasta também não enviou qualquer avaliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, o Tribunal de Contas da União (TCU), que desde o ano passado faz uma auditoria mais ampla (e bastante favorável) do sistema eletrônico de votação, passou a cobrar das Forças Armadas o que, afinal, elas verificaram durante e após o primeiro dia do pleito.

A Gazeta do Povo e outros veículos de imprensa também vêm questionando a Defesa sobre o resultado da fiscalização, mas sem resposta oficial, até o momento. A reportagem apurou, com fontes dentro da pasta, que o trabalho de análise dos dados continua, e que, por ora, não há previsão de entrega de um relatório ou documento com o resultado da fiscalização.

Oficiais envolvidos na questão dizem que não há qualquer obrigação nesse sentido por parte das entidades fiscalizadoras do processo eleitoral e que eventuais observações e sugestões decorrentes da fiscalização serão direcionadas ao TSE, caso se avalie que isso seja necessário.

Na última segunda-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na sede da pasta com o ministro Paulo Sérgio Nogueira. Segundo relatos de um general presente, que pediu para não ser identificado, Bolsonaro teria visto, “rapidamente”, como os técnicos vêm trabalhando na fiscalização. Não teria sido apresentado nenhum relatório, nem ele teria feito qualquer orientação. O presidente só teria parabenizado a equipe como importante contribuição para a democracia. Além disso, teria tratado do apoio de segurança prestado pelos militares na votação – eles estiveram presentes em 4.578 locais de votação, em 456 municípios de 11 estados.

Nesta terça-feira (11), o jornal O Globo noticiou que o presidente teria sido informado que nada problemático foi detectado na fiscalização, mas que teria vetado a divulgação desse resultado e dito “que os militares deveriam se esforçar mais, porque as informações não batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto”. O relato não foi confirmado pela Defesa.

Desde o fim do ano passado, a participação dos militares na fiscalização das eleições é envolta em polêmica, pelo receio de que uma avaliação negativa ou alguma suspeita levantada pelos militares acerca da integridade das urnas venha a ser usada por Bolsonaro para contestar uma eventual derrota na disputa eleitoral. Há muitos anos, ele lança dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação e intensificou as críticas no ano passado, quando o Congresso rejeitou a proposta de voto impresso.

As Forças Armadas, que historicamente contribuíram para transportar e proteger as urnas eletrônicas em locais longínquos ou perigosos, foram chamadas pelo TSE para participar da fiscalização – como já faziam TCU, Polícia Federal, Ministério Público, entre outras instituições –, no intuito de atestar a integridade das urnas e aplacar a desconfiança do presidente e de seus eleitores. Bolsonaro, no entanto, cobrou um trabalho aprofundado e os militares passaram então a questionar procedimentos do TSE e a sugerir melhorias.

Como é a fiscalização das Forças Armadas nas urnas
Algumas sugestões foram aceitas e outras descartadas. Uma das mais importantes – de realizar o teste de integridade nas urnas dentro das seções e com uso da biometria de eleitores voluntários – foi aceita em parte pelo TSE. O teste é feito no dia das eleições e consiste em retirar das seções uma certa quantidade de urnas, digitar nelas votos previamente preparados e inscrevê-los também em cédulas, para ao final comparar os resultados. O teste geralmente é feito nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), mas neste ano 58 das 641 urnas submetidas a ele foram verificadas nos próprios locais de votação com biometria de eleitores.

O objetivo desse formato foi aproximar na maior medida do possível a votação simulada da eleição real. No início do ano, quando estava sob o comando do ministro Edson Fachin, o TSE recusou essa sugestão. Mas, em setembro, após assumir a Corte, Alexandre de Moraes articulou sua implementação junto aos TREs, sem a participação direta dos militares. A testagem nos moldes sugeridos pelas Forças Armadas foi concebida como um “projeto piloto” do próprio TSE, que ficaria de avaliar se realmente valeria a pena mantê-lo futuramente.

Na semana passada, Moraes anunciou que nenhum problema foi verificado nessas 58 urnas testadas com biometria nas seções. “Como só poderia acontecer, obviamente, conferiram os votos dados nas urnas com os votos dados em papel […] Novamente, no primeiro turno das eleições de 2022, se repetiu o que houve nas eleições de 2020, 2018, 2016, 2014, 2012, 2010, 2008, 2006, 2004 e 2002. Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas, com comprovação imediata pelo teste de integridade”, afirmou no plenário da Corte, em tom de exaltação.

Desde que o TSE resolveu implementar o teste com biometria, a Defesa evitou se manifestar. E o mesmo ocorreu após as eleições. Não se sabe, ao certo, se e como os militares acompanharam esses testes nas 58 seções eleitorais, e de que modo avaliaram o que foi feito.

Duas semanas antes da eleição, veio à tona, por meio da imprensa, que os militares fariam outro tipo de fiscalização, de verificar se dados da votação impressos em boletins de urna de 385 seções eleitorais espalhadas pelo país corresponderiam àqueles divulgados pelo TSE ao fim da eleição e que integram o resultado oficial da totalização. Boletins são documentos emitidos por cada urna com soma dos votos recebidos por cada candidato naquela seção.

O resultado oficial divulgado pelo TSE é feito com base em arquivos digitais desses mesmos boletins, que são publicados pela Corte após a eleição, justamente para que qualquer eleitor confira se o documento físico gerado na seção corresponde àquele usado na totalização. A conferência feita pelas Forças Armadas também não foi divulgada até o momento.

TCU fiscaliza a fiscalização das Forças Armadas
Ainda antes das eleições, o TCU questionou a Defesa sobre os critérios para a definição da amostra. E, no último dia 7, o órgão voltou a pedir à pasta o resultado dessa fiscalização. No ofício, o subprocurador Lucas Rocha Furtado disse que, como o tribunal também faz uma auditoria do sistema, “é imprescindível o acompanhamento da atuação de agentes chaves que de alguma forma participem do processo eleitoral”. Ainda defendeu a publicidade e a transparência de atos do poder público e argumentou que o sigilo não cabe nesse caso.

“A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIII, admite o sigilo em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”, diz o documento, encaminhado à Defesa pelo ministro Bruno Dantas, presidente em exercício do TCU.

Dantas mantém relação próxima com os ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem apresentado relatórios bastante favoráveis ao sistema de votação numa auditoria aberta pelo TCU no ano passado. Semanas antes da eleição, o órgão anunciou que também faria uma conferência dos boletins de urna, semelhante ao que seria feito pelos militares, mas com uma abrangência maior, com a coleta de 4.577 extratos de votação.

Na última sexta-feira (7), o secretário-geral da presidência do TCU, Frederico Carvalho Dias, auxiliar direto de Dantas, esteve no TSE para entregar a José Levi, secretário-geral do TSE e braço direito de Moraes, a relação dessas urnas que terão os boletins verificados. “É uma satisfação enorme contar com o acompanhamento do TCU, que é sério, construtivo, sempre presente e que fortifica o trabalho da Justiça Eleitoral”, disse Levi.

Enquanto mantém uma posição distante da Defesa, a Corte Eleitoral tem colaborado para a fiscalização do Tribunal de Contas. Prova é que, segundo o próprio TCU, o TSE ficou de enviar ao órgão os boletins de urnas das 4.577 urnas, que compõem a amostra escolhida pelos auditores. Até o momento, porém, o TCU não divulgou o resultado dessa conferência.

PL submergiu após auditoria própria virar objeto de investigação
Outra auditoria cujo resultado até o momento não apareceu foi a realizada pelo PL, o partido de Bolsonaro. Um resumo com as conclusões foi divulgado por deputados da legenda na semana antes do primeiro turno. O documento, de duas páginas, apontava risco de invasões internas e externas aos sistemas do TSE, e alertava para o poder de servidores manipularem o resultado das eleições sem deixar rastros. A auditoria foi feita em cerca de três meses, e foi baseada em avaliações que o próprio TSE fez sobre sua gestão da segurança da informação.

A divulgação do resumo provocou uma dura reação de Moraes, que chamou o documento de “mentiroso e fraudulento” e resolveu investigar sua confecção e pagamento no âmbito do inquérito das fake news, que conduz no STF. O PL não divulgou a íntegra da auditoria e informou ao TSE que não usou recursos do fundo partidário para contratar o serviço.

Nesta terça, insatisfeito com a resposta, o corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, que também passou a investigar a auditoria, intimou o PL a informar a origem dos recursos usados para pagar o Instituto Voto Legal (IVL), que realizou o trabalho. Segundo informações já apuradas pelo TSE, ao menos R$ 450 mil foram pagos pelo partido ao instituto.


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INFLAÇÃO NEGATIVA OCORRE DURATE TRÊS MESES SEGUIDOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Imagens do cotidiano de Curitiba numa manhã de frio e chuva – preço dos combustiveis nos postos de Curitiba – preço – combustivel – alcool – diesel – gasolina – posto BR – Petrobras


Novas reduções de preço nas refinarias mantiveram a gasolina e o IPCA em queda.| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Em uma sequência que não ocorria desde 1998, o Brasil registrou três meses seguidos de deflação. O IPCA de setembro se manteve no campo negativo, com -0,29%, depois do -0,68% de julho e do -0,36% de agosto – o acumulado desta sequência, -1,32%, é maior que o da deflação entre julho e setembro de 1998, que somou -0,85%. Com o índice de setembro, a inflação acumulada dos últimos 12 meses recuou mais de 1,5 ponto porcentual e agora está em 7,17%. Já a inflação do ano é de 4,09%, ainda dentro da tolerância da meta do ano, que é de 3,5% com 1,5 ponto para cima ou para baixo. No entanto, ainda que o mercado financeiro esteja revendo para baixo suas previsões do IPCA de 2022 a cada semana, será muito difícil que o índice cheio termine abaixo dos 5%.

Mais uma vez, a grande responsável pela deflação é a gasolina. O efeito da redução de ICMS aprovada em junho já ficou para trás, mas a Petrobras continuou baixando os preços do combustível nas refinarias, em linha com a tendência de queda nas cotações internacionais do petróleo, registrada nos últimos meses. Devido ao grande peso que a gasolina tem na composição do IPCA, as oscilações negativas têm o potencial de puxar o índice todo para baixo, assim como os combustíveis também foram os grandes “vilões” da inflação nas épocas de alta.

Um governo pouco ou nada comprometido com o urgente ajuste fiscal, com o respeito ao teto de gastos e com as reformas macroeconômicas tem tudo para jogar fora o esforço de trazer o IPCA de volta a níveis aceitáveis

Em setembro, no entanto, também houve boas notícias no grupo Alimentação e Bebidas, que recuou 0,51% – a primeira deflação do ano para este grupo. Essa redução foi fortemente influenciada pela queda no preço do leite longa vida, que baixou 13,71% no mês passado, depois de altas expressivas como os 25,46% de julho. Isso já era esperado, pois alguns fatores sazonais que reduziam a oferta e encareciam a produção foram eliminados, embora isso ainda não tenha sido suficiente para trazer o preço dos laticínios de volta aos patamares anteriores à alta registrada neste inverno. Já os serviços seguem subindo acima da inflação média: 8,50%, no acumulado dos últimos 12 meses.

Para o curto prazo, as perspectivas ficaram ligeiramente mais sombrias com o anunciado corte na produção de petróleo anunciado pela Opep+ (o cartel que reúne grandes produtores da commodity, mais a Rússia). Ainda que a redução comece a vigorar apenas em novembro, o anúncio já bastou para que o petróleo revertesse a tendência de queda e voltasse a subir, o que pode pressionar a Petrobras. Mesmo assim, o mercado financeiro segue convicto de que o IPCA acumulado continuará em queda até terminar o ano em 5,71%, de acordo com o mais recente boletim Focus. Isso significa que as inflações de outubro, novembro e dezembro deste ano, ainda que voltem ao campo positivo, deverão ser menores que as do último trimestre do ano passado (1,25%, 0,95% e 0,73% respectivamente).


Já para o médio e longo prazo, o resultado do segundo turno da eleição presidencial será fundamental. Gastança governamental e desordem nas contas públicas geram inflação, e um governo pouco ou nada comprometido com o urgente ajuste fiscal, com o respeito ao teto de gastos e com as reformas macroeconômicas tem tudo para jogar fora o esforço de trazer o IPCA de volta a níveis aceitáveis. Um governo verdadeiramente empenhado em praticar a responsabilidade fiscal, pelo contrário, poderá até mesmo ajudar a encurtar o período de aperto monetário que o Copom vem julgando prudente alongar até ter a certeza de que a inflação estará domada. Esta é uma das escolhas que o eleitor terá diante de si no dia 30.


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SE BOLSONARO FOR ELEITO CÂMARA VAI MUDAR O NÚMERO DE INTEGRANTES DO STF

 

Supremo Tribunal

Por
Renan Ramalho


Proposta que circula em Brasília prevê aumentar de 11 para 16 o número de ministros do STF| Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

A ideia de ampliar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de reequilibrar a relação entre os poderes, voltou a circular em Brasília. O assunto virou foco de atenção de vários dos atuais integrantes da Corte, críticos da medida, e também de deputados que já trabalharam ou discutiram a proposta nos últimos anos.

Em conversa com alguns parlamentares, a Gazeta do Povo constatou que há interesse, na direita e na esquerda, em discutir o assunto de forma mais abrangente, mas focando em outras mudanças que reduzam o poder da Corte. No Centrão, o interesse na ampliação de ministros é mais evidente. Representantes de todos os grupos, no entanto, dizem que o mais apropriado é discutir o tema a partir de fevereiro de 2023, na próxima legislatura. Esta visão é compartilhada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O assunto ressurgiu porque, na última sexta-feira (7), o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que irá trabalhar por um número maior de cadeiras no STF, pelo fim das decisões monocráticas e pela fixação de mandatos para os integrantes da Corte. “Nossa Suprema Corte tem invadido contumazmente aquilo que tem sido atribuições do Executivo e do Legislativo e, muitas vezes, rasgando o devido processo legal”, disse, numa entrevista à GloboNews.

No domingo (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista a dois canais do YouTube que a proposta chegou a ele na semana passada e que decidiria se a encamparia após as eleições. Mas acrescentou que, caso reeleito, poderia descartar a sugestão se o “Supremo baixar um pouco a temperatura”. Nesta terça-feira (11), durante agenda política em Pelotas (RS), Bolsonaro voltou atrás. Disse a jornalistas que aumentar o número de ministros do STF “não está no meu plano de governo” e que esse assunto é uma “invenção” da imprensa.

Aumento da base de apoio a Bolsonaro no Congresso alimenta discussão
O fato é que o STF voltou ao centro das discussões políticas depois que a eleição aumentou a base de apoio de Bolsonaro na Câmara e no Senado. Desde o início do atual mandato, o presidente reclama de decisões dos ministros que contrariam suas políticas; a crítica é compartilhada por muitos parlamentares que também veem ingerência indevida da Corte em leis aprovadas no Congresso.

Um aumento na composição diluiria o poder de cada ministro e poderia dar a Bolsonaro, caso reeleito, maioria na Corte. Hoje, ele já tem dois indicados entre os 11 ministros: Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Num eventual próximo mandato, terá direito a indicar mais dois. Numa eventual ampliação para 16 no número total de ministros, como se discute, Bolsonaro ainda poderia fazer mais cinco indicações. Assim, terá indicado nove ministros entre os 16, com maioria no STF.

A ideia é mal vista entre vários dos atuais integrantes do STF, que consideram a medida autoritária e, que se adotada, o Brasil seguiria o caminho de Venezuela, Hungria e Polônia, com presidentes que concentram muito poder. Os ministros evitam falar em público sobre o assunto, para não dar a ele mais visibilidade. Afinal, cada um perderia poder. Mas dois ministros aposentados vieram a público na segunda-feira (10) expressar contrariedade, sinalizando a visão da maioria da Corte atualmente.

Marco Aurélio Mello, que deixou o STF no ano passado, disse que a ideia é “saudosismo puro”. “No regime de exceção houve o aumento para 16 (AI-2). Logo a seguir a razão imperou. Arroubo de retórica que não merece o endosso dos homens de bem. O meio justifica o fim e não o inverso”, afirmou à BBC.

Celso de Mello, que se aposentou em 2020, disse em nota que a ideia sempre surgiu em “períodos de exceção” e “para sufocar a independência da Corte” – citou medidas nesse sentido de Getúlio Vargas, em 1931, e do general Castello Branco, em 1969. A pretensão de Bolsonaro e seus apoiadores, afirmou, visa “a perversa e inconstitucional finalidade de controlar o STF e de comprometer o grau de plena e necessária independência que os magistrados e os corpos judiciários devem possuir, em favor dos próprios jurisdicionados”. Acrescentou que a medida seria inconstitucional por ferir a separação de poderes, cláusula pétrea da Constituição de 1988.

Também na segunda, num aceno aos atuais ministros do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro no segundo turno, criticou a ideia, classificando-a como uma “tentativa de destruir as instituições que garantem a democracia”. “Tive a sorte de indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo. Os que indiquei foi por currículo de gente indicada e nunca pedi um favor. Tenho orgulho de ter indicado seis e nunca pedi um favor porque eles não foram indicados para me ajudar, foram indicados para cumprir o papel da Suprema Corte que está escrito na Constituição. É assim que deve ser”, disse o petista, durante um comício.

O que dizem deputados envolvidos na discussão sobre ampliar o STF
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), importante voz do Centrão, afirmou que eventual ampliação no número de ministros atenderia a uma “necessidade de enquadramento do ativismo do Judiciário”.

“O ambiente é que define a possibilidade da mudança. Então, se o Judiciário permanecer neste nível de ativismo político, com decisões tomadas por gostar ou não de determinado governo, ou por querer ou não ter mais poder, ou pensar numa ditadura do Judiciário, que acham que pode ser alcançada, isso vai ter reação do Poder Legislativo, de forma muito severa”, afirmou à GloboNews na segunda-feira. Ele deu como exemplo o inquérito das fake news, tocado com mão de ferro pelo ministro Alexandre de Moraes contra apoiadores de Bolsonaro.

Um outro deputado reeleito do Centrão, sempre a par das discussões que envolvem o Judiciário, afirmou à reportagem, sob a condição de reserva, que o tema “vai estar na pauta” em 2023. “Qual vai ser o desenrolar, o que será feito, não sei. Mas há um sentimento generalizado de incômodo sobre como o Supremo vem agindo, extrapolando suas funções constitucionais. Mas isso envolve emenda constitucional, é debate grande. Mas que vai vir na próxima legislatura, com certeza”, disse.

Há nove anos, tramita na Câmara uma proposta de emenda à Constituição (PEC 275/2013) que aumenta de 11 para 15 o número de ministros do STF. Mas não só isso: o tribunal julgaria menos processos, somente aqueles de estrita interpretação e aplicação da Constituição – não seria mais a última instância para causas individuais, papel que caberia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também seria ampliado, passando de 33 para 60 ministros.

Os integrantes do STF seriam escolhidos de forma diferente. Para cada vaga, seriam indicados três nomes: um pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Judiciário; outro pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP); outro pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente da República, portanto, perderia poder de indicação.

A aprovação não caberia somente ao Senado, mas também à Câmara – o candidato precisaria ser aprovado pela maioria de todos os senadores e deputados. “O novo sistema de nomeação tornaria muito difícil, senão impossível, exercer com êxito alguma pressão em favor de determinada candidatura; além de estabelecer, já de início, uma seleção de candidatos segundo um presumível saber jurídico”, diz a justificativa.

Autora da proposta, a deputada reeleita Luiza Erundina (Psol-SP) avalia que, desde o ano passado, ela foi deturpada para favorecer Bolsonaro, pois deputados ligados ao presidente passaram a adotá-la somente para aumentar o número de ministros, defendendo que a indicação continue com o chefe do Executivo. “Como se trata de uma PEC de minha autoria, uma parlamentar de oposição e antibolsonarista, eles pretendiam desvirtuá-la e usá-la para um propósito antidemocrático, em razão do conflito entre o presidente, seu governo e o STF”, afirma.

Ela diz que a iniciativa partiu da então presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PL-DF) – a deputada não atendeu à reportagem. Para Erundina, a defesa da proposta, nesse momento, é uma “jogada eleitoreira e de perseguição do Executivo sobre o Judiciário”. Ela defende que a PEC seja discutida em sua essência, de mudança da competência do STF, a partir do ano que vem, ouvindo também a opinião do Judiciário.

Último relator da proposta, entre setembro de 2019 e abril deste ano, o deputado reeleito Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), de direita, é contrário à ampliação de ministros. “Não acredito que o aumento será a solução. A redução do poder que é. Estão querendo diminuir o atual poder de cada ministro, mas, efetivamente, os novos ministros vão ter muito poder, o mesmo que os atuais. É mais poder na mão de mais gente. Não acho isso positivo”, diz.


Para ele, é preciso reduzir o poder geral do STF por meio de outros quatro mecanismos: tornar o Supremo somente um tribunal constitucional; fixar mandatos para os ministros; escolhê-los entre juízes de carreira; e acabar com as decisões monocráticas (individuais). Ele já começou a coletar assinaturas para apresentar uma nova PEC nesse sentido. Já tem apoio de 30 deputados, faltam mais 140. Se conseguir, quer apresentar essa proposta ainda neste ano para que seja discutida e votada a partir do ano que vem.

Antes de Orleans e Bragança, a relatora da proposta de Erundina, entre julho de 2019 a março de 2021, foi a deputada Clarissa Garotinho (União Brasil-RJ), de centro-direita e apoiadora de Bolsonaro. Ela não se opõe à ampliação do STF, mas entende que a Câmara deve ter participação na aprovação dos nomes. Considera, por fim, que há chance de a proposta avançar se o presidente for reeleito.

“É uma proposta que já tramita na Câmara desde o ano de 2013, ou seja, já não é nenhuma novidade, sendo perfeitamente possível a partir de agora acelerar a sua tramitação. E acredito que encontrará muito apoio na direita, mas também no centro e na esquerda, tanto é que a autora da proposta é uma deputada do Psol”, afirma. De qualquer modo, também avalia que seria um tema para 2023, não para este ano.

Consultado pela reportagem, o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), disse, por meio de sua assessoria, que o ideal é discutir o tema no ano que vem.

O que dizem os presidentes da Câmara e do Senado sobre a proposta

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que “não é adequado” discutir uma proposta para aumentar o número de ministros do STF durante o período eleitoral. “Este assunto, neste momento, não é adequado. O adequado é a gente estar discutindo as propostas de cada candidato para o que vai fazer para o Brasil”, disse ele em entrevista ao portal UOL.

“A gente está perdendo oportunidades, nos momentos eleitorais, de discutir o país. Nós vamos discutir reformas, ou não? O que vamos fazer com a reforma trabalhista? O que vamos fazer com a reforma previdenciária?”, completou o presidente da Câmara.

Indagado se é favorável a uma ampliação da Suprema Corte, Lira disse que não faria juízo de valor sobre o tema. “Eu não posso, como presidente da Casa, emitir opinião nesse sentido porque não há nada caminhando nesse sentido, não há nada andando nesse sentido, não há nada em vias de se votar nisso para que esse assunto esteja presente na discussão do segundo turno”, afirmou.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou também nesta terça que a proposta para aumentar o número de ministros do Supremo é “incoerente” e “inadequada”. Ele disse “estranhar” que esse debate esteja sendo feito durante o período eleitoral.

“Me estranha muito neste momento estar se discutindo o tema dessa natureza, a ampliação de estrutura do Poder Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal. Me parece que isso é inclusive incoerente com a lógica dos que defendem uma redução da competência do Supremo”, afirmou.

“Há muitos que defendem uma redução dessa competência, que o Supremo se torne uma Corte Constitucional, que se fortaleça as primeiras instâncias e as segundas instâncias jurisdicionais no Brasil. Então isso é incoerente com esse discurso, ou seja, pretende aumentar uma estrutura que acaba importando em mais gastos, em mais recursos públicos envolvidos. Portanto, me parece um momento inadequado para essa discussão”, disse Pacheco.


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GOVERNADOR DE ALAGOAS É AFASTADO DO CARGO POR CORRUPÇÃO

 

Alagoas

Por
Alexandre Garcia


Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas, foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).| Foto: Carlos Villa Verde/Assembleia Legislativa de Alagoas

Nesta terça saiu mais uma pesquisa eleitoral. É uma saturação de pesquisas. É um bom negócio, descobriram que é um bom negócio, dá um bom dinheiro. Encontram quem pague e, o pior, encontram quem acredite.

Essa pesquisa é de um experiente marqueteiro pernambucano. E o que me chamou atenção é que foram entrevistadas 1,1 mil pessoas. Para representar mais de 156 milhões de eleitores brasileiros. Vocês acham isso possível? Dividam 156 milhões por 1,1 mil e vocês vão chegar à conclusão de que, nessa pesquisa, uma pessoa tem de representar o voto de 142 mil eleitores. Por mais que se aplique a estatística, descobrir em tal lugar uma pessoa assim, assado, de nível tal, para representar 142 mil… Se você quiser acreditar, viva a ciência da bola de cristal.

Em Alagoas, STJ afasta governador
Mas a notícia mais importante desta terça foi o afastamento, por ordem da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (que é quem trata de julgar governadores), do governador de Alagoas, Paulo Dantas, que é do MDB de Renan Calheiros, está apoiando Lula e tem o apoio de Lula; ele é candidato, no segundo turno, contra Rodrigo Cunha, do União Brasil, apoiado por Arthur Lira, pelo prefeito de Maceió e por Bolsonaro. No primeiro turno, Cunha fez 26% e Dantas, 46%.

O governador foi pego em uma operação chamada Edema, desencadeada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e aprovada pela juíza relatora, que pegou o caso lá no Superior Tribunal de Justiça. Ele foi afastado na terça; na quinta, 15 ministros do STJ, que tem 33 no total, se reúnem para decidir se mantém ou não o afastamento. A denúncia é de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro; também foram alvos a mulher de Dantas, que é prefeita de Batalha, e a irmã dele. Em jogo, o desvio de R$ 54 milhões da Assembleia Legislativa, ou melhor, dos impostos do povo, quando ele era deputado estadual. Vamos esperar para ver a decisão do STJ.


O caso é icônico porque Alagoas é feudo de Renan Calheiros, mas também é o estado de Arthur Lira, que foi o deputado federal mais votado ali; é um estado nordestino em cuja capital o prefeito apoia Bolsonaro, uma exceção na região. De repente, Alagoas se torna exceção também na eleição para governador, depois dessa ação da Justiça. E, falando em apoios a Bolsonaro no Nordeste, em Pernambuco tivemos Mendonça Filho, ex-vice-governador, ex-secretário de Agricultura, ex-deputado federal, e ex-ministro da Educação de Michel Temer, agora eleito para a Câmara, também declarou voto ao presidente.

Candidatos seguem rodando o Brasil em busca de votos
Nesta terça, Bolsonaro esteve em Balneário Camboriú (SC) e depois foi pra Pelotas (RS), onde há uma grande feira do doce, para ver se ganha ainda mais votos onde já foi vitorioso. Por outro lado, Lula esteve na Baixada Fluminense, onde não ganhou em nenhum município, para tentar ganhar mais votos com apoio do prefeito de Belford Roxo. É a movimentação das eleições, que leva políticos para lá e para cá.

Muita gente de fora está dando palpite na campanha de Lula
Está havendo problemas dentro do PT porque muita gente anda dando palpite. Pegaram um coordenador de campanha, o Randolfe Rodrigues, que é de outro partido, da Rede; dias atrás, convidaram para coordenador de campanha o presidente do PDT, Carlos Lupi. E até a candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, também está dando palpite, dizendo que os petistas não deviam usar vermelho para não assustar as pessoas. Já viu, isso vai dar problema.


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A DESTRUIÇÃO DA PONTE DA CRIMEIA FOI UM DURO GOLPE PARA PUTIN

 

Guerra na Ucrânia

Por
Filipe Figueiredo


Explosão em ponte que liga Rússia à Crimeia.| Foto: Reprodução/BBC

Se a repercussão internacional for um critério de eficácia, a Rússia não adotou a melhor tática possível nos últimos dias. No dia oito de outubro, uma grande explosão foi registrada na Ponte da Crimeia, que cruza o estreito de Kerch, ligando a península ao território russo no continente. Como retaliação, a Rússia realizou uma série de ataques com mísseis contra o território ucraniano. Em um balanço dos dois eventos, a imagem russa saiu afetada e, principalmente, com poucos ganhos militares em compensação.

A Ponte da Crimeia começou a ser construída em fevereiro de 2016, após a anexação russa da Crimeia. Além do seu propósito de infraestrutura, a construção da ponte, que é a mais longa da Europa, também possuía propósitos políticos e simbólicos, de conectar a Crimeia à Rússia. Ela foi inaugurada em maio de 2018, com a presença de Vladimir Putin. A ponte conta tanto com pistas rodoviárias quanto trilhos ferroviários.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a ponte tem sido essencial para a logística de guerra russa, transportando tropas, material bélico e combustível para a Crimeia. A península contém algumas das principais bases militares russas na região e foi dali que partiu a ofensiva ao sul da Ucrânia, como o oblast de Kherson. Tanto pelo seu valor simbólico, de ser uma obra russa após a ocupação, quanto por essa importância logística, as autoridades ucranianas, diversas vezes, afirmaram que a ponte era um alvo legítimo.

Ataque 

No citado dia oito de outubro, um caminhão explodiu na ponte, em paralelo a um trem de carga com diversos vagões para transporte de combustível, material inflamável. Um enorme incêndio danificou a ponte no local da explosão, causando o desabamento de parte das faixas rodoviárias e a destruição de um trecho dos trilhos ferroviários. Três civis russos morreram. Não houve nenhuma reivindicação oficial do ataque, mas diversos veículos de imprensa ucranianos afirmaram que foi uma operação do serviço secreto ucraniano.

Diversas autoridades russas também afirmaram que a responsabilidade do ataque é ucraniana. No dia nove, Vladimir Putin afirmou que “não há dúvida” de que foi “um ato de terrorismo destinado a destruir infraestrutura civil” e “planejado, realizado e ordenado pelos serviços especiais ucranianos”. É importante notar duas palavras dentre as usadas por Putin: terrorismo e civil. Ou seja, o governo russo busca diminuir a importância militar do alvo, classificando a ponte apenas como civil e que o ataque foi, então, um ato de terror, não de guerra.

Em um aspecto internacionalmente menor, a Rússia ordenou uma série de investigações, já que todos os veículos na ponte supostamente são inspecionados. Como agentes ucranianos realizaram essa operação e quais os culpados pelas falhas de segurança são algumas das perguntas que vão mobilizar o governo russo, sem dúvidas. Já a retórica de que a ponte era um alvo civil e que o ocorrido não foi um ato de guerra, entretanto, não ganhou força.

Mísseis e repercussão 

Sequer dentro da Rússia, inclusive, com comentaristas de canais alinhados ao governo sendo praticamente forçados a reconhecer que o ataque foi um trunfo ucraniano. No dia dez de outubro foi a vez da retaliação russa. Nesse caso, “retaliação” não é um termo da coluna, mas algo declarado pelo governo russo, incluindo o próprio Vladimir Putin. Segundo o governo ucraniano, a Rússia disparou 83 mísseis e munições errantes de diversos modelos contra o território da Ucrânia, com as defesas ucranianas abatendo 43 desses.

É importante frisar a origem dos números pois, numa guerra, a disputa de narrativas e de propaganda é vital, então os números devem ser vistos com ceticismo. Já segundo o governo russo, os alvos dos mísseis seriam instalações de infraestrutura de energia e transporte, como termelétricas e pontes. Diversos mísseis atingiram a capital Kiev, incluindo locais sem conexão direta com o esforço de guerra, como universidades e museus. No total, ao menos onze civis morreram, com dezenas de feridos.

A diferença entre um ataque localizado à uma ponte e uma chuva de mísseis que destrói alvos tanto militares quanto civis não passou despercebida na comunidade internacional. E, assim como no caso dos referendos nas regiões ucranianas ocupadas, as condenações não vieram dos tradicionais rivais da Rússia, mas também de seus aliados e países próximos. A Índia expressou “profundas preocupações” com “a mais recente escalada de conflito na Ucrânia” e “mortes de civis”. A China pediu por uma desescalada. Israel, onde parcela considerável da população tem origem russa e um país que tem se mantido neutro, “condenou fortemente” os “ataques russos” contra “cidades e civis”.

A imagem russa já está bastante afetada negativamente após a invasão da Ucrânia, e é óbvio que uma melhoria nessa imagem não ocorrerá da noite para o dia. Também é claro que isso não ocorrerá da parte de países como EUA e Reino Unido. Ainda assim, uma resposta totalmente desproporcional como a ocorrida vai apenas alienar a Rússia de seus aliados. Também representa um desperdício de recursos em uma guerra que se mostra difícil para Moscou. Principalmente, mostra que a Rússia sentiu o golpe após a explosão na Ponte da Crimeia.

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PESSOAS QUE ESTÃO VOTANDO NO LULA NÃO O FAZEM POR SIMNPATIA E SIM CONTRA O BOLSONARO

 

Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo

Former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva (L) greets a coordinator of the Brazilian Homeless Workers Movement (MTST) Guilherme Boulos (R) during a meeting with intellectuals in Sao Paulo, Brazil on January 18, 2018. / AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


Lula e Guilherme Boulos.| Foto: Nelson Almeida/AFP

“Alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula”, escreveu a senadora Simone Tebet em mensagem enviada a apoiadores do líder petista. No último comício da campanha do ex-presidente, realizado em Belo Horizonte, o grito mais alto dos militantes era “vai dar PT”. A ex-candidata do MDB tem manifestado receio ao excesso de vermelho na campanha de Lula Sua avaliação é de que as pessoas que estão votando no PT não o fazem por simpatia ao partido, mas contra Jair Bolsonaro.

Desde que colocou seu nome no tabuleiro eleitoral, Lula tem evitado dar detalhes de seu programa de governo. Numa entrevista para a revista Time em maio de 2022, o petista afirmou que não se “discute política econômica antes de ganhar as eleições”. Lula assumiu uma posição de condestável da República, como se o fato de ter exercido a presidência lhe desse a licença poética para não prestar contas do que pretende fazer caso alcance o poder. Como se sabe, o Brasil de 2023 será muito diferente do Brasil de 2003.

Do alto de sua suprema arrogância, Lula deve achar que recebeu votos integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de outro mito.

A própria Folha de São Paulo, em editorial publicado essa semana, apontou que o ex-presidente “parece esperar que o retorno ao Planalto se dê por mera gravidade, ou pelo reconhecimento de feitos passados. Ou, ainda, porque os eleitores nada mais teriam a perder e estariam propensos a endossar qualquer alternativa ao quadro atual”.

Lula fez mais de 57 milhões de votos no 1º de outubro. Do alto de sua suprema arrogância, deve achar que os recebeu integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de outro mito. A avaliação da senadora Tebet parece fazer mais sentido. Ali está um conjunto muito grande de brasileiros que apenas não querem Bolsonaro. Há também um contingente gigantesco de pessoas que anularam seus votos, votaram em outros candidatos ou não foram votar. O que Lula e seus apoiadores têm a dizer para essa parte da sociedade? Qual sua agenda para além da bolha? Bolsonaro já tem a sua: o antipetismo.


A vitória de Bolsonaro no 7 de Setembro não significa sua vitória nas eleições
Além de Simone Tebet, o candidato petista recebeu apoio de Henrique Meirelles e outros economistas liberais importantes que ajudaram na formulação do Plano Real. Entre eles André Lara Resende, Edmar Bacha e Pedro Malan. Diante disso seria o caso de dispensar Aloizio Mercadante e outros entusiastas da agenda petista, apresentando as linhas gerais de um programa econômico consistente e confiável. Nada disso até aqui. O petista parece ser sua própria garantia. Mas do que, exatamente?

Até aqui, a campanha do Lula vem sendo representada no debate público por Guilherme Boulos e tipos ridículos como André Janones. Até José Dirceu apareceu para dar sua letrinha esses dias. No Roda Viva, Boulos chegou a dizer que a presença de Alckmin e outros na campanha não são mais do que sinalizações genéricas em nome de expressões não petistas do eleitorado, mas que não representam compromissos formais. Enquanto os sectários de esquerda falam pelos cotovelos, o bolsonarismo cola em Lula o risco da venezualização da economia brasileira.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-macalossi/boulos-campanha-lula-bolsonarismo-risco-venezualizacao-brasil/
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GERAR LEADS É IMPORTANTE PARA O SEU NEGÓCIO

 

 Por Raquel Pereira – Agência Mestre

Saiba como utilizar uma estratégia de geração de leads com iscas digitais que vai potencializar suas oportunidades. Clique e confira nosso artigo!

Gerar demanda e oportunidades de venda para as empresas é o grande objetivo do Marketing Digital e, por meio do Inbound Marketing, é possível contar com uma máquina recorrente de atração de leads. Mas, para que essa máquina realmente funcione é preciso utilizar certas “iscas” e fisgar esses potenciais clientes.

Neste artigo você vai ver:

por que gerar leads é importante para o meu negócio?;

o que são iscas digitais?;

quais são os objetivos das iscas digitais?;

como criar iscas digitais eficientes?;

8 exemplos de iscas digitais para gerar leads;

como distribuir as iscas digitais?;

como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?

Por que gerar leads para o meu negócio?

Os leads são gerados quando usuários desconhecidos fornecem suas informações de contato (nome, email, telefone, etc.) em troca de uma oferta de valor, como um e-book, um cupom de desconto ou um ingresso para participar de um evento da sua marca.

O processo para geração de leads consiste na utilização dos canais digitais da empresa, de maneira orgânica e paga, com objetivo de gerar tráfego para seu site e trazer novas oportunidades de negócio. No entanto, nem todos esses leads estarão no momento de realizar uma compra e o erro que muitas empresas cometem é investir apenas em leads que estão no estágio de fundo do funil (prontos para comprar).

O objetivo da geração de leads é atrair pessoas em todos os estágios da jornada de compra, inserir esse leads em um funil e nutrir aqueles contatos que ainda não estão no momento da compra para gerar oportunidades mais baratas para o seu negócio no futuro.

O que são as iscas digitais?

Entender a importância da geração de leads é apenas o primeiro passo para começar a trazer mais oportunidades para o seu negócio. Após isso, a dúvida que surge é: como eu atraio mais pessoas para o meu site?

As iscas digitais são a melhor forma de conseguir gerar leads, de maneira eficiente e, na maioria das vezes, sem muito custo. Basicamente, as iscas digitais são formatos de conteúdo gratuito que atraem a atenção de um usuário na internet, de forma que ele se disponha a entregar algumas informações pessoais (nome, e-mail e telefone, por exemplo), para ter acesso àquele material. É uma estratégia baseada na troca, o usuário disponibiliza suas informações e a empresa entrega um conteúdo que agrega valor para ele.

A distribuição desses materiais geralmente é feita por meio de uma página chamada landing page, ou seja, uma página de captura de leads desenvolvida especialmente para aquela estratégia. A landing page funciona para que um público específico chegue até ela e deixe o seu contato, entre outras informações úteis.

Através dessa landing page, nós disponibilizamos um dos nossos materiais ricos em formato de e-book e, em troca, coletamos algumas informações relevantes para nossa estratégia, por meio do formulário.

Quais são os objetivos das iscas digitais?

É muito mais difícil convencer um usuário a compartilhar suas informações de contato com a sua empresa quando não há uma oferta de valor em troca. Isso pode acontecer quando o usuário tem afinidade com a sua marca, mas nós utilizamos  as iscas digitais para facilitar esse processo.

Por isso, é importante que o conteúdo dos materiais oferecidos realmente entregue valor ao usuário, pois o essencial é solucionar as dores da sua persona. No próximo tópico falaremos sobre como criar uma isca digital que trará sucesso para sua estratégia de geração de leads.

Como criar iscas digitais eficientes?

A criação dos materiais que serão utilizados na estratégia de geração de leads precisa estar alinhada com a persona do negócio e os produtos/serviços que a empresa oferece. Por exemplo, se você possui um e-commerce de cosméticos, você pode criar iscas digitais que ensinam a melhor forma de utilizar seus produtos, sobre os benefícios que eles trazem e outros assuntos relacionados.

Os materiais oferecidos na estratégia são, em sua maioria, com o intuito de educar o mercado consumidor daquele produto, pois quanto mais o lead souber sobre ele, maiores são as chances dele acabar comprando-o.

Algumas dicas para criar bons conteúdos são:

Conheça a sua persona

Em todos os projetos iniciados na Agência Mestre, nós traçamos a definição da persona daquele negócio. Ao conhecer a sua persona, você entenderá melhor quem é o seu público, do que ele gosta, o que ele procura e, principalmente, quais são as suas dores. As dores da persona são “problemas” ou “necessidades” que seu público tem ou poderá ter, mesmo que ele não tenha consciência de que esse problema existe.

Ao identificar as dores da sua persona, você poderá desenvolver conteúdos que abordem temas relacionados a essa dor e, dessa forma, criar proximidade com seus potenciais clientes.

Tenha um funil de vendas

Com as iscas digitais, seu negócio pode atrair diferentes tipos de leads, desde aqueles que ainda não conhecem bem o seu segmento ou seu produto/serviço, até aqueles que já sabem o que querem e estão apenas decidindo onde comprar.

O funil de vendas é o percurso que você vai criar para transformar aqueles leads que ainda não estão prontos para comprar (topo de funil), em leads qualificados (fundo de funil), por meio da nutrição com conteúdos adequados para cada fase do funil.

O funil também é importante para conhecer melhor quão qualificado um lead é logo quando ele entra na sua base. Você pode criar conteúdos direcionados para as diferentes fases do funil (topo, meio e fundo) e, dependendo do material que o lead converteu, saber se ele já conhece sobre o seu produto ou não.

Defina os tipos de iscas que vai utilizar

Você deve definir quais iscas digitais pretende produzir, pois existe uma grande variedade de materiais que podem ser disponibilizados para seu público e, caso você não tenha uma estratégia definida dos tipos que irá produzir, pode acabar se perdendo durante o processo.

No próximo tópico vamos abordar as principais iscas digitais que você pode utilizar e quais suas características.

8 Exemplos de Iscas Digitais para gerar leads

O objetivo da produção de conteúdo e iscas digitais vai além de informar o leitor, ele tem o propósito de criar um relacionamento entre empresa e consumidor e leva o último a criar confiança com a marca e avançar em seu funil de vendas. Os principais materiais que sua empresa pode produzir são:

E-books

A forma mais utilizada para gerar leads com entrega de conteúdo é utilizando os e-books. Esses livros digitais são, muitas vezes, um verdadeiro guia sobre determinado assunto e trazem informações completas e relevantes para os usuários.

Por se tratar de um conteúdo extenso, as pessoas acabam não se opondo a informar seus dados de contato, pois sabem que terão acesso a um conteúdo que, de alguma forma, solucionará alguma dor. Os e-books são ofertas de valor para leads em todos os estágios do funil de vendas, sendo o tema central o principal fator de diferenciação.

Por exemplo, leads em topo de funil ainda não conhecem o seu negócio, portanto utilizar termos como “o que é”, “por que utilizar” e “X dicas sobre” pode atrair mais pessoas que estão aprendendo sobre este assunto. No entanto, leads mais qualificados e que já têm conhecimento sobre o seu nicho podem se interessar mais por “a melhor forma de aplicar o método X” ou “Como utilizar X para atingir mais clientes”.

Definir o tema do seu e-book é muito importante para atingir o público certo, então estude bem as dores da sua persona e se atente aos termos de pesquisa e palavras-chave mais relevantes em cada etapa do funil.

Webinars

Uma tendência que tem ganhado força e aumentado a geração de leads de muitas empresas é a produção de conteúdo em formato de webinar. Eles podem ser exibidos em tempo real em diferentes plataformas, como redes sociais, ou então, plataformas especializadas nesse formato de conteúdo.

Essa estratégia de apresentar um conteúdo rico ao vivo oferece uma experiência que as outras iscas digitais não conseguem: a interação em tempo real com o lead que está participando. Ao responder dúvidas e conversar com o lead durante um momento na apresentação, sua marca consegue criar um vínculo mais próximo com a audiência.

Outro ponto muito importante sobre esse formato de conteúdo, é que em pesquisas recentes, foi constatado que 53% dos profissionais de marketing afirmam que webinars são ações de topo de funil que geram leads de alta qualidade.

Para atrair o público e gerar leads, você pode criar uma landing page e solicitar um cadastro para participar daquele evento ao vivo. Outra estratégia é gravar esse conteúdo e continuar atraindo leads, que podem fazer download do vídeo ou receber um link para o vídeo não listado no Youtube.

Infográficos

Os infográficos são iscas digitais muito utilizadas, pois são diagramados para atrair a atenção do usuário e não demandam muito investimento durante sua criação. Por possuir imagens, textos, CTAs e vários outros elementos que facilitam a compreensão do conteúdo, os infográficos podem chegar a 94% mais visualizações do que textos.

Muitas vezes, essas iscas são desenvolvidas para tratar de assuntos mais técnicos sobre determinado assunto de forma resumida e simplificada, para que o lead tenha mais facilidade em compreender uma informação, por esse motivo, os infográficos são utilizados em estratégias de meio de funil.

Modelos de Planilhas

A criação desses modelos pode ser uma das iscas digitais de maior conversão do seu funil. Isso acontece porque, diferente dos materiais informativos citados até o momento, as planilhas são materiais aplicáveis no dia a dia.

Um usuário está muito mais propenso a compartilhar suas informações pessoais quando encontra um conteúdo que possa ajudar em tarefas diárias, principalmente quando o download desse material pode fazê-lo poupar horas de trabalho, como é o caso dos modelos de planilhas.

Essas iscas estão mais direcionadas para leads em meio e fundo de funil, pois os leads que procuram por esse tipo de solução já estão em fase de colocar seu projeto em prática, ou seja, estão mais próximos de se tornar um cliente.

Cupons de Desconto

Uma das iscas mais eficientes, tanto no digital quanto no físico, é o cupom de desconto. Geralmente, quando um usuário pesquisa por cupons de desconto para uma loja virtual, por exemplo, significa que ele está interessado em utilizá-lo, ou seja, pretende realizar uma compra.

Além de atrair leads em fundo de funil, os cupons também podem ser oferecidos para leads em topo e meio de funil através de e-mails, durante a transmissão ao vivo de um webinar, ou por meio de pop-ups dentro do seu site.

Cursos ou aulas gratuitas

Se você trabalha com infoprodutos ou possui uma grande quantidade de conteúdo em formato de vídeo aula, oferecer parte dessas aulas ou um curso completo de forma gratuita pode ser um grande diferencial para sua empresa e atrair muitos leads qualificados.

Para os infoprodutores, uma sugestão é oferecer a primeira aula ou a aula introdutória do curso como isca digital, para que o lead possa ter uma prévia da qualidade do curso e para instigar a curiosidade.

Caso você não tenha um curso, mas possui muitos materiais sobre o mesmo assunto, pode oferecer um kit e/ou um compilado de todo esse material. Essa técnica funciona para leads de todas as fases do funil, mas principalmente para o topo, que é a fase onde estão aprendendo sobre seu nicho e o seu material é utilizado principalmente para sanar dúvidas.

Teste de ferramentas gratuito

Caso você tenha um software, uma ótima sugestão de isca digital é oferecer um período de teste da plataforma para seus leads de meio e fundo de funil. Esses leads já têm consciência de que possuem um problema ou uma dor para resolver, por isso oferecer um teste da sua solução é a melhor forma de convencê-lo se é realmente aquilo que ele precisa.

Pesquisas e estudos

Com o avanço do uso de tecnologia, muitas empresas conseguem desenvolver pesquisas e publicar seus resultados online. Utilizar as informações coletadas em pesquisas e estudos para criar boletins informativos ou relatórios é uma forma de criar iscas valiosas para meio e fundo de funil.

Como distribuir as iscas digitais?

Depois de produzir e segmentar por estágio do funil, é hora de começar a distribuí-las e começar a gerar tráfego para o seu site. Existem alguns passos para isso, começando por:

Criação de Landing Pages

As páginas de destino são tão importantes quanto as iscas digitais, afinal são elas que apresentam as informações complementares sobre aquele material e o formulário onde o usuário deixará seus dados para virar um lead.

Existem muitos cuidados a serem tomados durante a criação de uma landing page, por isso, o mais recomendado é utilizar os templates disponíveis nas ferramentas de automação de marketing, como a RD Station, por exemplo.

No entanto, fique atento aos principais componentes de uma boa landing page, são eles:

título contendo o nome do material;

chamada principal, que chame a atenção do usuário para a solução dor dele, ou seja, o material oferecido;

descrição do material;

formulário com os campos de geração de leads (nome, e-mail, telefone e outros campos relevantes para sua empresa);

botão de CTA, em destaque, convidando o usuário a converter.

Todos esses elementos devem ser otimizados para atrair a persona e auxiliar a análise dos buscadores, como o Google, por meio de técnicas de SEO.

Atenção aos formulários

A utilização de formulários na sua estratégia de geração de leads é crucial, por isso você deve se atentar aos detalhes. Temos algumas dicas para criar formulários de fácil conversão:

não faça formulários longos: um formulário muito longo pode desmotivar o usuário, principalmente em iscas de topo de funil;

evite distrações e informações desnecessárias para sua empresa: foque em coletar, além dos dados para identificação do lead, apenas informações relevantes para o seu negócio. Informações como idade, identidade de gênero e/ou grupos sociais podem não ser relevantes para sua estratégia no primeiro momento;

fuja de chamadas óbvias: invista em chamadas mais atrativas, que mostrem para aquele usuário que seu material vai solucionar a dor dele e evite frases prontas como “Cadastre-se aqui e baixe seu e-book”.

Faça testes e fique sempre atento aos resultados que cada formulário está trazendo, se alguma informação não for mais relevante, atualize-o para conseguir sempre os melhores resultados e conhecer melhor seu público.

Comece a promover suas iscas digitais

Para realmente gerar tráfego a sua audiência precisa saber sobre os seus materiais. Utilize suas redes sociais para divulgar esses materiais de forma orgânica, além disso, você também pode criar anúncios para promover os materiais e atrair mais leads.

Utilize as redes sociais para atrair seus seguidores para os materiais que você produziu, uma forma eficiente de fazer isso é criar publicações sociais que abordam algumas partes do conteúdo completo.

Aqui na Mestre nós fazemos vários webinars que ficam disponíveis em nosso canal no Youtube. Frequentemente, nós postamos nas nossas redes sociais alguns nuggets desses webinars, que trazem alguns trechos sobre o assunto tratado no material.

Dessa forma, conseguimos gerar conteúdo para nossos seguidores e atraí-los para assistir nosso material completo. Você pode fazer o mesmo com suas iscas digitais, encaminhando seus seguidores para a landing page através do link na bio do Instagram, por exemplo.

Os anúncios também podem ser aproveitados quando for divulgar suas iscas digitais, faça uma segmentação, utilize artigos visuais e técnicas de copywriting para despertar o interesse no usuário.

Como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?

Se você ainda não trabalha com marketing de conteúdo, pode ser que você fique receoso ao iniciar a estratégia de geração de leads. Mas, calma! A boa notícia é que, muitas vezes, os materiais que você utiliza no dia a dia podem se transformar em iscas digitais e, enquanto essas iscas iniciais são utilizadas, você comece a produzir outras.

Faça uma análise nos materiais que sua empresa possui e procure por:

modelos de planilha que podem ser úteis para sua persona;

slides de palestras ou treinamentos que ajudaram seu time;

um artigo ou estudo realizado que, com um pouco de diagramação, pode virar um e-book;

checklists de uso interno;

materiais antigos que, com uma revisão, podem ser colocados novamente no funil.

Muitas vezes esses materiais são tão comuns no dia a dia da empresa, que não percebemos o potencial de atração de leads. O impasse em utilizar esses conteúdos é que, na maioria das vezes, os gestores não se sentem confortáveis em compartilhar esses materiais e preferem mantê-los em segredo.

Se você possui esse problema, lembre-se que criar autoridade no mundo digital é muito difícil e se sua empresa conta com um material que pode abrir esse espaço, vale a pena apostar nesse conteúdo. Caso seu potencial cliente esteja buscando uma solução como a sua e não encontrá-la no seu site, ela vai procurar em outros e isso pode fazer com que você perca diversas oportunidades.

A produção de iscas digitais para geração de leads é uma estratégia que beneficia todos os modelos de negócio, quando aplicada de maneira assertiva. Para conhecer mais sobre como produzir esses materiais, confira nosso e-book e comece a atrair mais leads para o seu site.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

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terça-feira, 11 de outubro de 2022

BOLSONARO SE REAPROXIMA DOS PERSONAGENS DA LAVA JATO

 


Apoio político
Como Moro e Dallagnol podem ajudar a campanha

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) recebeu o apoio público do ex-ministro e senador eleito Sergio Moro| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), participou de uma solenidade no Palácio Iguaçu, em Curitiba, na tarde desta sexta-feira (10), em sua primeira visita à cidade desde que tomou posse. No mesmo dia, poucas horas antes, esteve em Foz do Iguaçu, assinando a ordem de serviço para a construção de uma nova ponte entre o Brasil e Paraguai.Na capital paranaense, onde chegou por volta das 16h40, a missão de Bolsonaro foi dar início ao funcionamento do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública da Região Sul (CIISP-Sul), estrutura inaugurada em dezembro do passado pelo então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.


A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) celebrou o apoio de governadores de estados importantes na semana passada, como São Paulo e Minas Gerais, mas outras duas adesões também foram muito festejadas: do senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e do deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

Os estrategistas de Bolsonaro têm procurado relembrar os escândalos de corrupção nas gestões petistas a fim de elevar a rejeição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário do candidato à reeleição no segundo turno da eleição presidencial. Eles entendem, porém, que a estratégia de resgatar o antipetismo não se mostrou tão efetiva no primeiro turno. A expectativa, agora, é de que, com a declaração de apoio de Moro e Dallagnol, esse cenário mude.

A percepção da campanha presidencial é que a adesão dos dois têm um grande potencial de conversão de votos pela associação de ambos ao combate à corrupção. Coordenadores eleitorais de Bolsonaro admitem que, ao longo de sua gestão, o presidente perdeu apoio de parte do eleitorado “lavajatista”.

O entendimento é de que ao menos parcela desses eleitores optou por alguma candidatura da “terceira via” no primeiro turno e, no segundo turno, poderia optar por votar nulo, em branco ou se abster. O apoio de Moro e Deltan, portanto, foi recebido de maneira efusiva pela campanha de Bolsonaro, que já fez contatos para estreitar a relação e fortalecer as estratégias eleitorais em busca de votos.

Após reunião com senadores eleitos e outros ainda em cumprimento de mandato na semana passada, Bolsonaro disse ter conversado com Moro por telefone e declarou terem “apagado o passado” e que ele é “bem-vindo”. “O presente é bola para frente”, declarou. Os dois se afastaram após o ex-juiz deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal.

Como Bolsonaro quer estreitar a relação com Moro e Dallagnol
Além do contato por telefone, também é esperada uma reunião entre Bolsonaro e Moro. Segundo interlocutores do senador eleito, havia um encontro agendado entre os dois no Palácio da Alvorada na última quarta-feira (5). Ele iria acompanhado da mulher, a deputada federal eleita Rosângela Moro (União Brasil-SP). Porém, o presidente recebeu no mesmo horário os senadores e o ex-juiz esteve ausente.

A reaproximação entre Moro e Bolsonaro é um desejo dos dois. Ao declarar apoio ao presidente, o senador eleito disse que o PT “não é uma opção eleitoral”. Já Bolsonaro evitou falar sobre as acusações de seu ex-ministro e disse à imprensa que ele assumiu o Ministério da Justiça sem “experiência política” e que talvez isso tenha colaborado “com o não-sucesso da passagem dele” na pasta.

O diálogo entre os dois tem o aval de Dallagnol. Moro e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba almoçaram juntos na terça-feira (4) e mantiveram o diálogo em uma reunião à tarde. Ambos conversaram sobre o apoio formal à candidatura de Bolsonaro no segundo turno e sobre como seria esse engajamento.

Dallagnol manifestou, inclusive, o desejo de ter uma participação ativa junto à campanha de Bolsonaro. Para isso, o intuito é definir pautas em comum com o núcleo político presidencial. O ex-procurador diz aos mais próximos que a ideia não é fazer exigências ou condicionar apoio, até por já ter manifestado sua preferência nas redes sociais.

O objetivo de Dallagnol é ter uma agenda para afinar o discurso junto à campanha de Bolsonaro, até para convencer os indecisos a votarem pela reeleição do presidente neste segundo turno.

Moro e Dallagnol estão dispostos a ajudar a reeleger Bolsonaro, mas ainda aguardam um sinal da campanha do presidente para definir o nível de envolvimento dos dois na campanha. Interlocutores da coordenação eleitoral do presidente dizem que isso não será um problema até porque ambos já estão eleitos. O entendimento é de que não haveria aproveitamento por parte dos dois para obter algum benefício.


Segundo interlocutores de Moro, uma agenda prioritária defendida pelo ex-juiz e Dallagnol contempla duas pautas em especial: o fim do foro privilegiado (PEC 333/17), que encontra-se parado na Câmara dos Deputados desde 2021; e a prisão após condenação em segunda instância, que tem duas propostas paradas, uma na Câmara (PEC 199/19) e outra no Senado (PLS 166/18).

A Gazeta do Povo pediu posicionamentos a Moro e Dallagnol, mas não obteve uma resposta até a publicação desta reportagem.

Quais as chances de Bolsonaro ser fortalecido pelo “lavajatismo”
Há fundamentos para o entusiasmo da campanha de Bolsonaro acerca do apoio de Moro e Dallagnol, avalia o senador Lasier Martins (Podemos-RS), líder do bloco parlamentar Juntos pelo Brasil. “É um reforço enorme para a candidatura de Bolsonaro. Moro foi um herói nacional e, com sua imagem reabilitada pelo público do Paraná, ele vai virar votos”, analisa.

Martins também entende que o ex-juiz e Dallagnol terão papel de destaque para manter vigilância e não admitir que o presidente cometa “bobagens” em caso de reeleição. “Bolsonaro deve ter aprendido muita coisa, fez uma primeira gestão com muitas falhas, mas vai fazer um governo melhor”, acrescenta.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), acredita que o potencial de transferência de votos é mínimo. “O eleitorado que queria ver o combate à corrupção já se decepcionou completamente e tem plena consciência de que não vai ter combate à corrupção coisa alguma [caso Bolsonaro seja reeleito]”, diz. Para ele, contudo, é “zero” a chance de Bolsonaro acolher a defesa de pautas anticorrupção e o Congresso pautá-las e aprová-las.

Kataguiri entende que o apoio do governo à proposta de emenda à Constituição (PEC) que endurece regras para prisão de parlamentares é uma sinalização de que essa agenda não será uma prioridade. “Que tipo de pauta anticorrupção seria pautada por quem apoiou a PEC da impunidade? Fora que o presidente da Câmara de Bolsonaro é o Arthur Lira. É uma ilusão e uma ingenuidade gigantesca acreditar nisso, e um equívoco do Deltan e do Moro [apoiarem a candidatura]”, critica.

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), coordenador jurídico do MBL, coloca em dúvidas o potencial de votos que a campanha de Bolsonaro poderia absorver com o apoio do ex-juiz e do ex-procurador. “Esse apoio deles como voto crítico traz essa possibilidade de alguma maneira resgatar essa ideia do combate à corrupção ao governo Bolsonaro. Mas o grande ponto é: até que ponto isso acaba sendo útil, porque tem uma diferença de votos [para Lula] bem grande. Bolsonaro tem uma missão bastante difícil de superar essa diferença de votos”, pondera.

O general da reserva Paulo Chagas concorda que a campanha de Bolsonaro sai fortalecida, mas vê desnecessário o que considera ser um “perdão” de Moro a Bolsonaro. “Com a adesão dele, uma massa [de eleitores] que poderia anular o voto deve votar em Bolsonaro. Mas vejo desnecessário esse perdão [de Moro], acho que não vai ser bom para a imagem dele. Na minha visão, eu passo a vê-lo de uma forma depreciada. Bolsonaro saiu ganhando com isso; Moro, não, porque já está eleito”, observa.


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DIPLOMACIA BRASILEIRA E O SEU FUTURO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Escultura Meteoro, em frente ao Palácio Itamaraty, obra do artista Bruno Giorgi. Esculpida em uma pedra de Carrara com oito toneladas, um presente do governo italiano ao Brasil, a escultura contemporânea representa o planeta Terra com os seus cinco continentes, cujas relações pacíficas e justas são a base da diplomacia. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado


Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

Em 2014, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou o Brasil com uma expressão que se tornou célebre: “anão diplomático”. Naquela ocasião, o governo brasileiro havia publicado nota desaprovando “energicamente” uma ação israelense na Faixa de Gaza, sem sequer mencionar os foguetes do Hamas lançados sobre cidades israelenses. As palavras escolhidas pelo porta-voz tinham um quê de exagero e um quê de verdade. Exagero porque, se o Brasil fosse realmente um “anão”, sua opinião seria tão irrelevante que nem mereceria resposta exaltada da chancelaria israelense. Mas o Brasil usou seu peso e sua importância de uma forma que o apequenou durante a passagem do PT pelo Planalto.

Por mais que o tema esteja se tornando um tabu eleitoral, graças à censura dos tribunais superiores, o petismo sempre tratou com muita camaradagem seus aliados ideológicos responsáveis por regimes ditatoriais ou ao menos ligeiramente autocráticos. E, estando no poder, facilitou ao máximo as coisas para eles. Em 2015, Lula admitiu ter dito ao recém-eleito Evo Morales, em 2006, que o Brasil não faria nada se a Bolívia tomasse à força as instalações da Petrobras no país andino, o que acabou acontecendo. No governo Dilma, o programa Mais Médicos foi desenhado como meio de enviar milhões de dólares à ditadura cubana com o pretexto de enviar médicos – submetidos a estrita vigilância e sem receber seu salário integral – a locais com carência desses profissionais.

O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa da vida e da família

A amizade que une petistas e ditadores não se limitou à América Latina. A atuação da diplomacia brasileira sob o PT no Conselho de Segurança da ONU registra episódios lamentáveis, como abstenções durante a votação de resoluções importantes. Entre os beneficiados da omissão brasileira estavam os ditadores Bashar al-Assad, da Síria; Muamar Kadafi (que Lula um dia chamara de “meu amigo, meu irmão”), da Líbia; e Omar al-Bashir, do Sudão – este último caso talvez tenha sido o mais escandaloso, por envolver a crise humanitária de Darfur, que rendera a al-Bashir um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional.

Ainda que a diplomacia brasileira pós-PT não tivesse feito absolutamente nada, já teria progredido muito apenas ao deixar para trás a camaradagem ideológica com ditaduras abjetas na América Latina, na África e no Oriente Médio, parar de hostilizar democracias sólidas e de se fechar ao comércio internacional. Mas o Brasil avançou; mesmo descontando alguns excessos do primeiro chanceler de Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, o país está colhendo resultados expressivos de uma nova orientação: ampliou sua inserção internacional, culminando com a assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia; e está assumindo um papel de liderança mundial em temas como a liberdade religiosa e a defesa da vida e da família, especialmente depois do retorno dos democratas ao poder nos Estados Unidos.

Já podemos prever o que deve ocorrer à diplomacia brasileira em caso de retorno do petismo ao poder. Mas, em caso de reeleição do presidente Bolsonaro, também há pontos em que o Brasil precisa melhorar, a começar pelo fim do hábito de comprar brigas com nações que questionam a política ambiental brasileira. Em vez de admitir eventuais falhas ou de corrigir críticas infundadas recorrendo à demonstração serena da realidade, o governo – e isso não inclui apenas o Itamaraty; na verdade, os diplomatas costumam ter a menor parcela de culpa – costuma responder com agressividade; o caso mais recente foi o das críticas que o ministro Paulo Guedes fez à França depois dos comentários de um ministro francês sobre queimadas na Amazônia.

Além disso, para se consolidar como um dos líderes do mundo livre, o Brasil precisa se comprometer ainda mais com a democracia e as liberdades nos fóruns internacionais. Foi extremamente preocupante, por exemplo, a abstenção brasileira na votação de uma recente resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenava a anexação ilegal, pela Rússia, de quatro regiões ucranianas. Por mais que o destino certo da resolução fosse a rejeição, graças ao poder de veto russo, a omissão colocou a diplomacia brasileira em posição desconfortável. Diante da agressão evidente cometida por Vladimir Putin, todas as democracias mundo afora têm o dever moral de se colocar ao lado dos ucranianos, o que o Brasil acabou não fazendo. Por mais que o fertilizante russo seja necessário ao Brasil – o que, aliás, revela uma dependência indesejada, que Putin não hesitará em usar novamente, como vem feito com a Europa em relação ao gás natural –, não há pragmatismo que justifique uma tomada de posição contrária aos valores democráticos brasileiros.

O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa da vida e da família, inclusive colaborando com países mais fracos e que compartilham dos mesmos valores, mas são alvos da ofensiva da parte ideologizada do sistema internacional. Mas a diplomacia brasileira, cujo respeito mundial foi manchado pelo petismo, tem também a missão de recuperar a liderança do país nas questões ambientais e, especialmente, ganhar relevância como defensor incondicional das democracias, repudiando os imperialismos neste momento em que eles ganham força.


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EXPLOSÃO DE PONTE ENFRAQUECE PUTIN

 

Guerra na Ucrânia

Por
Mariana Braga

-FOTODELDÍA- Estrecho de Kerch (Ucrania), 08/10/2022.- Una fuerte explosión en el puente de Crimea, que une la ocupada península con Rusia y que ha quedado dañado, incendió este sábado las alarmas en Moscú y Simferópol, donde se sospecha que detrás de la destrucción parcial de esta infraestructura, símbolo de la anexión rusa en 2014, está Ucrania. EFE/STRINGER


Explosão que destruiu parte da Ponte da Crimeia.| Foto: EFE

Os novos fortes ataques a cidades ucranianas nesta segunda-feira (10) serviram de represália à explosão da Ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, no sábado (08), conforme anunciou o presidente russo, Vladimir Putin. Simbolicamente, a ponte serve como um cordão umbilical entre russos e o território ucraniano anexado à Federação Russa em 2014.

Na inauguração da estrutura, em 2018, Putin passou pela ponte conduzindo um caminhão, tamanho orgulho o líder russo sentia de ter executado a obra que representa o avanço de suas ambições imperialistas.

Por isso, mais do que à Rússia, o ataque foi dirigido ao chefe do Kremlin, pois a ponte da Crimeia, construída com grandes custos, está associada ao seu nome e à anexação da península ucraniana declarada por ele em 2014.

A explosão dessa ponte selou a contraofensiva ucraniana, que no último mês levou tropas russas às fronteiras e reconquistou importantes territórios, como Kharkiv e Luhansk.

Fragilidade da Rússia 
Os ataques que sucederam a explosão da ponte de Kerch podem servir como uma tentativa de esconder fragilidades da Rússia. Para o cientista geopolítico Pascal Le Pautremat, o incidente representa “uma verdadeira derrota” do país comandado por Putin.

“É a prova do fim para Putin. A explosão traz à tona a vulnerabilidade de todo o seu sistema, incluindo a área considerada como russa”, destaca o especialista em entrevista ao jornal francês Le Figaro. “É realmente um golpe de mestre, porque essas operações exigem grupos pequenos e altamente móveis, pertencentes às forças especiais ou aos serviços secretos, com uma coordenação muito forte de meios logísticos e sincronização”, descreve La Pautremat.

O analista ainda lembra que o ataque também criou problemas táticos e estratégicos aos russos.  O evento paralisou – ou pelo menos atrasou – o abastecimento das tropas em toda a frente sul, a grande área ao redor de Kherson.

Apesar da retomada parcial do tráfego ainda na noite de sábado, por segurança, em vez de ferrovias e estradas, os militares russos terão que usar transporte marítimo ou seguir rotas mais longas, ficando mais expostos a possíveis ameaças dos ucranianos.

A Crimeia serve como base logística de retaguarda e Moscou não contava com a necessidade de reformar a ponte, que deverá ficar comprometida por pelo menos dois meses, conforme previram as autoridades.

Pressão ao Kremlin 
Os serviços de segurança russos publicaram, no domingo à noite, um documento indicando que os bombardeios ucranianos nas regiões fronteiriças do sul da Rússia (Belgorod, Bryansk, Kursk) “aumentaram significativamente” desde o início de outubro, com 100 bombardeios afetando 32 localidades e com um civil morto.

A contraofensiva ucraniana em setembro e os ataques do começo deste mês reforçaram as críticas no país direcionadas especialmente aos militares e ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, além de enfraquecerem a imagem de Putin.

A pressão sobre o Kremlin surge, sobretudo, dos nacionalistas. O ataque de sábado foi acompanhado por apelos renovados para “endurecer” a ofensiva na Ucrânia, reforçando o discurso dos mais radicais de que a operação “ainda não começou realmente”.

Um dos líderes desse grupo, o checheno Ramzan Kadyrov, foi promovido por Putin a general das Forças Armadas na última quarta-feira (05), depois de criticar as estratégias do país e sugerir o uso de armas nucleares. Kadyrov se reuniu com uma multidão de combatentes (70 mil, segundo ele) na sexta-feira (07). Eles estariam prontos para partir para a Ucrânia.

Putin viu a explosão como uma ultrapassagem da linha vermelha, através de “um ataque terrorista” realizado pelo serviço secreto ucraniano”.  Diante de tanta pressão a ele e ao Kremlin, a resposta do mandatário dificilmente seria outra senão atacar com mais força o país vizinho.

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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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