Lula e Guilherme Boulos.| Foto: Nelson Almeida/AFP
“Alguém
tem que colocar juízo na campanha do Lula”, escreveu a senadora Simone
Tebet em mensagem enviada a apoiadores do líder petista. No último
comício da campanha do ex-presidente, realizado em Belo Horizonte, o
grito mais alto dos militantes era “vai dar PT”. A ex-candidata do MDB
tem manifestado receio ao excesso de vermelho na campanha de Lula Sua
avaliação é de que as pessoas que estão votando no PT não o fazem por
simpatia ao partido, mas contra Jair Bolsonaro.
Desde que colocou seu nome no tabuleiro eleitoral, Lula tem evitado
dar detalhes de seu programa de governo. Numa entrevista para a revista
Time em maio de 2022, o petista afirmou que não se “discute política
econômica antes de ganhar as eleições”. Lula assumiu uma posição de
condestável da República, como se o fato de ter exercido a presidência
lhe desse a licença poética para não prestar contas do que pretende
fazer caso alcance o poder. Como se sabe, o Brasil de 2023 será muito
diferente do Brasil de 2003.
Do alto de sua suprema arrogância, Lula deve achar que recebeu votos
integralmente porque os eleitores o consideram um salvador da pátria, um
ungido, uma espécie de outro mito.
A própria Folha de São Paulo, em editorial publicado essa semana,
apontou que o ex-presidente “parece esperar que o retorno ao Planalto se
dê por mera gravidade, ou pelo reconhecimento de feitos passados. Ou,
ainda, porque os eleitores nada mais teriam a perder e estariam
propensos a endossar qualquer alternativa ao quadro atual”.
Lula fez mais de 57 milhões de votos no 1º de outubro. Do alto de sua
suprema arrogância, deve achar que os recebeu integralmente porque os
eleitores o consideram um salvador da pátria, um ungido, uma espécie de
outro mito. A avaliação da senadora Tebet parece fazer mais sentido. Ali
está um conjunto muito grande de brasileiros que apenas não querem
Bolsonaro. Há também um contingente gigantesco de pessoas que anularam
seus votos, votaram em outros candidatos ou não foram votar. O que Lula e
seus apoiadores têm a dizer para essa parte da sociedade? Qual sua
agenda para além da bolha? Bolsonaro já tem a sua: o antipetismo.
A vitória de Bolsonaro no 7 de Setembro não significa sua vitória nas eleições Além
de Simone Tebet, o candidato petista recebeu apoio de Henrique
Meirelles e outros economistas liberais importantes que ajudaram na
formulação do Plano Real. Entre eles André Lara Resende, Edmar Bacha e
Pedro Malan. Diante disso seria o caso de dispensar Aloizio Mercadante e
outros entusiastas da agenda petista, apresentando as linhas gerais de
um programa econômico consistente e confiável. Nada disso até aqui. O
petista parece ser sua própria garantia. Mas do que, exatamente?
Até aqui, a campanha do Lula vem sendo representada no debate público
por Guilherme Boulos e tipos ridículos como André Janones. Até José
Dirceu apareceu para dar sua letrinha esses dias. No Roda Viva, Boulos
chegou a dizer que a presença de Alckmin e outros na campanha não são
mais do que sinalizações genéricas em nome de expressões não petistas do
eleitorado, mas que não representam compromissos formais. Enquanto os
sectários de esquerda falam pelos cotovelos, o bolsonarismo cola em Lula
o risco da venezualização da economia brasileira.
Saiba como utilizar uma estratégia de geração de leads com iscas
digitais que vai potencializar suas oportunidades. Clique e confira
nosso artigo!
Gerar demanda e oportunidades de venda para as empresas é o grande
objetivo do Marketing Digital e, por meio do Inbound Marketing, é
possível contar com uma máquina recorrente de atração de leads. Mas,
para que essa máquina realmente funcione é preciso utilizar certas
“iscas” e fisgar esses potenciais clientes.
Neste artigo você vai ver:
por que gerar leads é importante para o meu negócio?;
o que são iscas digitais?;
quais são os objetivos das iscas digitais?;
como criar iscas digitais eficientes?;
8 exemplos de iscas digitais para gerar leads;
como distribuir as iscas digitais?;
como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?
Por que gerar leads para o meu negócio?
Os leads são gerados quando usuários desconhecidos fornecem suas
informações de contato (nome, email, telefone, etc.) em troca de uma
oferta de valor, como um e-book, um cupom de desconto ou um ingresso
para participar de um evento da sua marca.
O processo para geração de leads consiste na utilização dos canais
digitais da empresa, de maneira orgânica e paga, com objetivo de gerar
tráfego para seu site e trazer novas oportunidades de negócio. No
entanto, nem todos esses leads estarão no momento de realizar uma compra
e o erro que muitas empresas cometem é investir apenas em leads que
estão no estágio de fundo do funil (prontos para comprar).
O objetivo da geração de leads é atrair pessoas em todos os estágios
da jornada de compra, inserir esse leads em um funil e nutrir aqueles
contatos que ainda não estão no momento da compra para gerar
oportunidades mais baratas para o seu negócio no futuro.
O que são as iscas digitais?
Entender a importância da geração de leads é apenas o primeiro passo
para começar a trazer mais oportunidades para o seu negócio. Após isso, a
dúvida que surge é: como eu atraio mais pessoas para o meu site?
As iscas digitais são a melhor forma de conseguir gerar leads, de
maneira eficiente e, na maioria das vezes, sem muito custo. Basicamente,
as iscas digitais são formatos de conteúdo gratuito que atraem a
atenção de um usuário na internet, de forma que ele se disponha a
entregar algumas informações pessoais (nome, e-mail e telefone, por
exemplo), para ter acesso àquele material. É uma estratégia baseada na
troca, o usuário disponibiliza suas informações e a empresa entrega um
conteúdo que agrega valor para ele.
A distribuição desses materiais geralmente é feita por meio de uma
página chamada landing page, ou seja, uma página de captura de leads
desenvolvida especialmente para aquela estratégia. A landing page
funciona para que um público específico chegue até ela e deixe o seu
contato, entre outras informações úteis.
Através dessa landing page, nós disponibilizamos um dos nossos
materiais ricos em formato de e-book e, em troca, coletamos algumas
informações relevantes para nossa estratégia, por meio do formulário.
Quais são os objetivos das iscas digitais?
É muito mais difícil convencer um usuário a compartilhar suas
informações de contato com a sua empresa quando não há uma oferta de
valor em troca. Isso pode acontecer quando o usuário tem afinidade com a
sua marca, mas nós utilizamos as iscas digitais para facilitar esse
processo.
Por isso, é importante que o conteúdo dos materiais oferecidos
realmente entregue valor ao usuário, pois o essencial é solucionar as
dores da sua persona. No próximo tópico falaremos sobre como criar uma
isca digital que trará sucesso para sua estratégia de geração de leads.
Como criar iscas digitais eficientes?
A criação dos materiais que serão utilizados na estratégia de geração
de leads precisa estar alinhada com a persona do negócio e os
produtos/serviços que a empresa oferece. Por exemplo, se você possui um
e-commerce de cosméticos, você pode criar iscas digitais que ensinam a
melhor forma de utilizar seus produtos, sobre os benefícios que eles
trazem e outros assuntos relacionados.
Os materiais oferecidos na estratégia são, em sua maioria, com o
intuito de educar o mercado consumidor daquele produto, pois quanto mais
o lead souber sobre ele, maiores são as chances dele acabar
comprando-o.
Algumas dicas para criar bons conteúdos são:
Conheça a sua persona
Em todos os projetos iniciados na Agência Mestre, nós traçamos a
definição da persona daquele negócio. Ao conhecer a sua persona, você
entenderá melhor quem é o seu público, do que ele gosta, o que ele
procura e, principalmente, quais são as suas dores. As dores da persona
são “problemas” ou “necessidades” que seu público tem ou poderá ter,
mesmo que ele não tenha consciência de que esse problema existe.
Ao identificar as dores da sua persona, você poderá desenvolver
conteúdos que abordem temas relacionados a essa dor e, dessa forma,
criar proximidade com seus potenciais clientes.
Tenha um funil de vendas
Com as iscas digitais, seu negócio pode atrair diferentes tipos de
leads, desde aqueles que ainda não conhecem bem o seu segmento ou seu
produto/serviço, até aqueles que já sabem o que querem e estão apenas
decidindo onde comprar.
O funil de vendas é o percurso que você vai criar para transformar
aqueles leads que ainda não estão prontos para comprar (topo de funil),
em leads qualificados (fundo de funil), por meio da nutrição com
conteúdos adequados para cada fase do funil.
O funil também é importante para conhecer melhor quão qualificado um
lead é logo quando ele entra na sua base. Você pode criar conteúdos
direcionados para as diferentes fases do funil (topo, meio e fundo) e,
dependendo do material que o lead converteu, saber se ele já conhece
sobre o seu produto ou não.
Defina os tipos de iscas que vai utilizar
Você deve definir quais iscas digitais pretende produzir, pois existe
uma grande variedade de materiais que podem ser disponibilizados para
seu público e, caso você não tenha uma estratégia definida dos tipos que
irá produzir, pode acabar se perdendo durante o processo.
No próximo tópico vamos abordar as principais iscas digitais que você pode utilizar e quais suas características.
8 Exemplos de Iscas Digitais para gerar leads
O objetivo da produção de conteúdo e iscas digitais vai além de
informar o leitor, ele tem o propósito de criar um relacionamento entre
empresa e consumidor e leva o último a criar confiança com a marca e
avançar em seu funil de vendas. Os principais materiais que sua empresa
pode produzir são:
E-books
A forma mais utilizada para gerar leads com entrega de conteúdo é
utilizando os e-books. Esses livros digitais são, muitas vezes, um
verdadeiro guia sobre determinado assunto e trazem informações completas
e relevantes para os usuários.
Por se tratar de um conteúdo extenso, as pessoas acabam não se opondo
a informar seus dados de contato, pois sabem que terão acesso a um
conteúdo que, de alguma forma, solucionará alguma dor. Os e-books são
ofertas de valor para leads em todos os estágios do funil de vendas,
sendo o tema central o principal fator de diferenciação.
Por exemplo, leads em topo de funil ainda não conhecem o seu negócio,
portanto utilizar termos como “o que é”, “por que utilizar” e “X dicas
sobre” pode atrair mais pessoas que estão aprendendo sobre este assunto.
No entanto, leads mais qualificados e que já têm conhecimento sobre o
seu nicho podem se interessar mais por “a melhor forma de aplicar o
método X” ou “Como utilizar X para atingir mais clientes”.
Definir o tema do seu e-book é muito importante para atingir o
público certo, então estude bem as dores da sua persona e se atente aos
termos de pesquisa e palavras-chave mais relevantes em cada etapa do
funil.
Webinars
Uma tendência que tem ganhado força e aumentado a geração de leads de
muitas empresas é a produção de conteúdo em formato de webinar. Eles
podem ser exibidos em tempo real em diferentes plataformas, como redes
sociais, ou então, plataformas especializadas nesse formato de conteúdo.
Essa estratégia de apresentar um conteúdo rico ao vivo oferece uma
experiência que as outras iscas digitais não conseguem: a interação em
tempo real com o lead que está participando. Ao responder dúvidas e
conversar com o lead durante um momento na apresentação, sua marca
consegue criar um vínculo mais próximo com a audiência.
Outro ponto muito importante sobre esse formato de conteúdo, é que em
pesquisas recentes, foi constatado que 53% dos profissionais de
marketing afirmam que webinars são ações de topo de funil que geram
leads de alta qualidade.
Para atrair o público e gerar leads, você pode criar uma landing page
e solicitar um cadastro para participar daquele evento ao vivo. Outra
estratégia é gravar esse conteúdo e continuar atraindo leads, que podem
fazer download do vídeo ou receber um link para o vídeo não listado no
Youtube.
Infográficos
Os infográficos são iscas digitais muito utilizadas, pois são
diagramados para atrair a atenção do usuário e não demandam muito
investimento durante sua criação. Por possuir imagens, textos, CTAs e
vários outros elementos que facilitam a compreensão do conteúdo, os
infográficos podem chegar a 94% mais visualizações do que textos.
Muitas vezes, essas iscas são desenvolvidas para tratar de assuntos
mais técnicos sobre determinado assunto de forma resumida e
simplificada, para que o lead tenha mais facilidade em compreender uma
informação, por esse motivo, os infográficos são utilizados em
estratégias de meio de funil.
Modelos de Planilhas
A criação desses modelos pode ser uma das iscas digitais de maior
conversão do seu funil. Isso acontece porque, diferente dos materiais
informativos citados até o momento, as planilhas são materiais
aplicáveis no dia a dia.
Um usuário está muito mais propenso a compartilhar suas informações
pessoais quando encontra um conteúdo que possa ajudar em tarefas
diárias, principalmente quando o download desse material pode fazê-lo
poupar horas de trabalho, como é o caso dos modelos de planilhas.
Essas iscas estão mais direcionadas para leads em meio e fundo de
funil, pois os leads que procuram por esse tipo de solução já estão em
fase de colocar seu projeto em prática, ou seja, estão mais próximos de
se tornar um cliente.
Cupons de Desconto
Uma das iscas mais eficientes, tanto no digital quanto no físico, é o
cupom de desconto. Geralmente, quando um usuário pesquisa por cupons de
desconto para uma loja virtual, por exemplo, significa que ele está
interessado em utilizá-lo, ou seja, pretende realizar uma compra.
Além de atrair leads em fundo de funil, os cupons também podem ser
oferecidos para leads em topo e meio de funil através de e-mails,
durante a transmissão ao vivo de um webinar, ou por meio de pop-ups
dentro do seu site.
Cursos ou aulas gratuitas
Se você trabalha com infoprodutos ou possui uma grande quantidade de
conteúdo em formato de vídeo aula, oferecer parte dessas aulas ou um
curso completo de forma gratuita pode ser um grande diferencial para sua
empresa e atrair muitos leads qualificados.
Para os infoprodutores, uma sugestão é oferecer a primeira aula ou a
aula introdutória do curso como isca digital, para que o lead possa ter
uma prévia da qualidade do curso e para instigar a curiosidade.
Caso você não tenha um curso, mas possui muitos materiais sobre o
mesmo assunto, pode oferecer um kit e/ou um compilado de todo esse
material. Essa técnica funciona para leads de todas as fases do funil,
mas principalmente para o topo, que é a fase onde estão aprendendo sobre
seu nicho e o seu material é utilizado principalmente para sanar
dúvidas.
Teste de ferramentas gratuito
Caso você tenha um software, uma ótima sugestão de isca digital é
oferecer um período de teste da plataforma para seus leads de meio e
fundo de funil. Esses leads já têm consciência de que possuem um
problema ou uma dor para resolver, por isso oferecer um teste da sua
solução é a melhor forma de convencê-lo se é realmente aquilo que ele
precisa.
Pesquisas e estudos
Com o avanço do uso de tecnologia, muitas empresas conseguem
desenvolver pesquisas e publicar seus resultados online. Utilizar as
informações coletadas em pesquisas e estudos para criar boletins
informativos ou relatórios é uma forma de criar iscas valiosas para meio
e fundo de funil.
Como distribuir as iscas digitais?
Depois de produzir e segmentar por estágio do funil, é hora de
começar a distribuí-las e começar a gerar tráfego para o seu site.
Existem alguns passos para isso, começando por:
Criação de Landing Pages
As páginas de destino são tão importantes quanto as iscas digitais,
afinal são elas que apresentam as informações complementares sobre
aquele material e o formulário onde o usuário deixará seus dados para
virar um lead.
Existem muitos cuidados a serem tomados durante a criação de uma
landing page, por isso, o mais recomendado é utilizar os templates
disponíveis nas ferramentas de automação de marketing, como a RD
Station, por exemplo.
No entanto, fique atento aos principais componentes de uma boa landing page, são eles:
título contendo o nome do material;
chamada principal, que chame a atenção do usuário para a solução dor dele, ou seja, o material oferecido;
descrição do material;
formulário com os campos de geração de leads (nome, e-mail, telefone e outros campos relevantes para sua empresa);
botão de CTA, em destaque, convidando o usuário a converter.
Todos esses elementos devem ser otimizados para atrair a persona e
auxiliar a análise dos buscadores, como o Google, por meio de técnicas
de SEO.
Atenção aos formulários
A utilização de formulários na sua estratégia de geração de leads é
crucial, por isso você deve se atentar aos detalhes. Temos algumas dicas
para criar formulários de fácil conversão:
não faça formulários longos: um formulário muito longo pode desmotivar o usuário, principalmente em iscas de topo de funil;
evite distrações e informações desnecessárias para sua empresa: foque
em coletar, além dos dados para identificação do lead, apenas
informações relevantes para o seu negócio. Informações como idade,
identidade de gênero e/ou grupos sociais podem não ser relevantes para
sua estratégia no primeiro momento;
fuja de chamadas óbvias: invista em chamadas mais atrativas, que
mostrem para aquele usuário que seu material vai solucionar a dor dele e
evite frases prontas como “Cadastre-se aqui e baixe seu e-book”.
Faça testes e fique sempre atento aos resultados que cada formulário
está trazendo, se alguma informação não for mais relevante, atualize-o
para conseguir sempre os melhores resultados e conhecer melhor seu
público.
Comece a promover suas iscas digitais
Para realmente gerar tráfego a sua audiência precisa saber sobre os
seus materiais. Utilize suas redes sociais para divulgar esses materiais
de forma orgânica, além disso, você também pode criar anúncios para
promover os materiais e atrair mais leads.
Utilize as redes sociais para atrair seus seguidores para os
materiais que você produziu, uma forma eficiente de fazer isso é criar
publicações sociais que abordam algumas partes do conteúdo completo.
Aqui na Mestre nós fazemos vários webinars que ficam disponíveis em
nosso canal no Youtube. Frequentemente, nós postamos nas nossas redes
sociais alguns nuggets desses webinars, que trazem alguns trechos sobre o
assunto tratado no material.
Dessa forma, conseguimos gerar conteúdo para nossos seguidores e
atraí-los para assistir nosso material completo. Você pode fazer o mesmo
com suas iscas digitais, encaminhando seus seguidores para a landing
page através do link na bio do Instagram, por exemplo.
Os anúncios também podem ser aproveitados quando for divulgar suas
iscas digitais, faça uma segmentação, utilize artigos visuais e técnicas
de copywriting para despertar o interesse no usuário.
Como identificar oportunidades de iscas digitais nos materiais que sua empresa já possui?
Se você ainda não trabalha com marketing de conteúdo, pode ser que
você fique receoso ao iniciar a estratégia de geração de leads. Mas,
calma! A boa notícia é que, muitas vezes, os materiais que você utiliza
no dia a dia podem se transformar em iscas digitais e, enquanto essas
iscas iniciais são utilizadas, você comece a produzir outras.
Faça uma análise nos materiais que sua empresa possui e procure por:
modelos de planilha que podem ser úteis para sua persona;
slides de palestras ou treinamentos que ajudaram seu time;
um artigo ou estudo realizado que, com um pouco de diagramação, pode virar um e-book;
checklists de uso interno;
materiais antigos que, com uma revisão, podem ser colocados novamente no funil.
Muitas vezes esses materiais são tão comuns no dia a dia da empresa,
que não percebemos o potencial de atração de leads. O impasse em
utilizar esses conteúdos é que, na maioria das vezes, os gestores não se
sentem confortáveis em compartilhar esses materiais e preferem
mantê-los em segredo.
Se você possui esse problema, lembre-se que criar autoridade no mundo
digital é muito difícil e se sua empresa conta com um material que pode
abrir esse espaço, vale a pena apostar nesse conteúdo. Caso seu
potencial cliente esteja buscando uma solução como a sua e não
encontrá-la no seu site, ela vai procurar em outros e isso pode fazer
com que você perca diversas oportunidades.
A produção de iscas digitais para geração de leads é uma estratégia
que beneficia todos os modelos de negócio, quando aplicada de maneira
assertiva. Para conhecer mais sobre como produzir esses materiais,
confira nosso e-book e comece a atrair mais leads para o seu site.
CARACTERÍSTICAS DA VALEON
Perseverança
Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em
razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer
determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a
resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é
necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que
permitem seguir perseverante.
Comunicação
Comunicação é a transferência de informação e significado de uma
pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e
compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros
por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o
ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar
conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela
através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e
políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem
positiva junto a seus públicos.
Autocuidado
Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações
que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade
de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância
com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada
pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.
Autonomia
Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em
gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias
escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida
por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é
incompatível com elas.
A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando
agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem
esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de
gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.
Inovação
Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades,
exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a
inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando
que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a
curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova
competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma
importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.
Busca por Conhecimento Tecnológico
A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender
aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de
todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia,
uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.
Capacidade de Análise
Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência
que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos
de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um
mundo com abundância de informações no qual o discernimento,
seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade
de analisar ganha importância ainda maior.
Resiliência
É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões
(inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado
emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após
momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em
líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a
capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.
Apoio político Como Moro e Dallagnol podem ajudar a campanha
Por Rodolfo Costa – Gazeta do Povo Brasília
Candidato à
reeleição, Jair Bolsonaro (PL) recebeu o apoio público do ex-ministro e
senador eleito Sergio Moro| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do
Povo
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) celebrou o apoio de
governadores de estados importantes na semana passada, como São Paulo e
Minas Gerais, mas outras duas adesões também foram muito festejadas: do
senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e do deputado federal
eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Os estrategistas de Bolsonaro têm procurado relembrar os escândalos
de corrupção nas gestões petistas a fim de elevar a rejeição de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), adversário do candidato à reeleição no
segundo turno da eleição presidencial. Eles entendem, porém, que a
estratégia de resgatar o antipetismo não se mostrou tão efetiva no
primeiro turno. A expectativa, agora, é de que, com a declaração de
apoio de Moro e Dallagnol, esse cenário mude.
A percepção da campanha presidencial é que a adesão dos dois têm um
grande potencial de conversão de votos pela associação de ambos ao
combate à corrupção. Coordenadores eleitorais de Bolsonaro admitem que,
ao longo de sua gestão, o presidente perdeu apoio de parte do eleitorado
“lavajatista”.
O entendimento é de que ao menos parcela desses eleitores optou por
alguma candidatura da “terceira via” no primeiro turno e, no segundo
turno, poderia optar por votar nulo, em branco ou se abster. O apoio de
Moro e Deltan, portanto, foi recebido de maneira efusiva pela campanha
de Bolsonaro, que já fez contatos para estreitar a relação e fortalecer
as estratégias eleitorais em busca de votos.
Após reunião com senadores eleitos e outros ainda em cumprimento de
mandato na semana passada, Bolsonaro disse ter conversado com Moro por
telefone e declarou terem “apagado o passado” e que ele é “bem-vindo”.
“O presente é bola para frente”, declarou. Os dois se afastaram após o
ex-juiz deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública acusando o
presidente de tentar interferir na Polícia Federal.
Como Bolsonaro quer estreitar a relação com Moro e Dallagnol Além
do contato por telefone, também é esperada uma reunião entre Bolsonaro e
Moro. Segundo interlocutores do senador eleito, havia um encontro
agendado entre os dois no Palácio da Alvorada na última quarta-feira
(5). Ele iria acompanhado da mulher, a deputada federal eleita Rosângela
Moro (União Brasil-SP). Porém, o presidente recebeu no mesmo horário os
senadores e o ex-juiz esteve ausente.
A reaproximação entre Moro e Bolsonaro é um desejo dos dois. Ao
declarar apoio ao presidente, o senador eleito disse que o PT “não é uma
opção eleitoral”. Já Bolsonaro evitou falar sobre as acusações de seu
ex-ministro e disse à imprensa que ele assumiu o Ministério da Justiça
sem “experiência política” e que talvez isso tenha colaborado “com o
não-sucesso da passagem dele” na pasta.
O diálogo entre os dois tem o aval de Dallagnol. Moro e o
ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público
Federal em Curitiba almoçaram juntos na terça-feira (4) e mantiveram o
diálogo em uma reunião à tarde. Ambos conversaram sobre o apoio formal à
candidatura de Bolsonaro no segundo turno e sobre como seria esse
engajamento.
Dallagnol manifestou, inclusive, o desejo de ter uma participação
ativa junto à campanha de Bolsonaro. Para isso, o intuito é definir
pautas em comum com o núcleo político presidencial. O ex-procurador diz
aos mais próximos que a ideia não é fazer exigências ou condicionar
apoio, até por já ter manifestado sua preferência nas redes sociais.
O objetivo de Dallagnol é ter uma agenda para afinar o discurso junto
à campanha de Bolsonaro, até para convencer os indecisos a votarem pela
reeleição do presidente neste segundo turno.
Moro e Dallagnol estão dispostos a ajudar a reeleger Bolsonaro, mas
ainda aguardam um sinal da campanha do presidente para definir o nível
de envolvimento dos dois na campanha. Interlocutores da coordenação
eleitoral do presidente dizem que isso não será um problema até porque
ambos já estão eleitos. O entendimento é de que não haveria
aproveitamento por parte dos dois para obter algum benefício.
Segundo interlocutores de Moro, uma agenda prioritária defendida
pelo ex-juiz e Dallagnol contempla duas pautas em especial: o fim do
foro privilegiado (PEC 333/17), que encontra-se parado na Câmara dos
Deputados desde 2021; e a prisão após condenação em segunda instância,
que tem duas propostas paradas, uma na Câmara (PEC 199/19) e outra no
Senado (PLS 166/18).
A Gazeta do Povo pediu posicionamentos a Moro e Dallagnol, mas não obteve uma resposta até a publicação desta reportagem.
Quais as chances de Bolsonaro ser fortalecido pelo “lavajatismo” Há
fundamentos para o entusiasmo da campanha de Bolsonaro acerca do apoio
de Moro e Dallagnol, avalia o senador Lasier Martins (Podemos-RS), líder
do bloco parlamentar Juntos pelo Brasil. “É um reforço enorme para a
candidatura de Bolsonaro. Moro foi um herói nacional e, com sua imagem
reabilitada pelo público do Paraná, ele vai virar votos”, analisa.
Martins também entende que o ex-juiz e Dallagnol terão papel de
destaque para manter vigilância e não admitir que o presidente cometa
“bobagens” em caso de reeleição. “Bolsonaro deve ter aprendido muita
coisa, fez uma primeira gestão com muitas falhas, mas vai fazer um
governo melhor”, acrescenta.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos fundadores
do Movimento Brasil Livre (MBL), acredita que o potencial de
transferência de votos é mínimo. “O eleitorado que queria ver o combate à
corrupção já se decepcionou completamente e tem plena consciência de
que não vai ter combate à corrupção coisa alguma [caso Bolsonaro seja
reeleito]”, diz. Para ele, contudo, é “zero” a chance de Bolsonaro
acolher a defesa de pautas anticorrupção e o Congresso pautá-las e
aprová-las.
Kataguiri entende que o apoio do governo à proposta de emenda à
Constituição (PEC) que endurece regras para prisão de parlamentares é
uma sinalização de que essa agenda não será uma prioridade. “Que tipo de
pauta anticorrupção seria pautada por quem apoiou a PEC da impunidade?
Fora que o presidente da Câmara de Bolsonaro é o Arthur Lira. É uma
ilusão e uma ingenuidade gigantesca acreditar nisso, e um equívoco do
Deltan e do Moro [apoiarem a candidatura]”, critica.
O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), coordenador
jurídico do MBL, coloca em dúvidas o potencial de votos que a campanha
de Bolsonaro poderia absorver com o apoio do ex-juiz e do ex-procurador.
“Esse apoio deles como voto crítico traz essa possibilidade de alguma
maneira resgatar essa ideia do combate à corrupção ao governo Bolsonaro.
Mas o grande ponto é: até que ponto isso acaba sendo útil, porque tem
uma diferença de votos [para Lula] bem grande. Bolsonaro tem uma missão
bastante difícil de superar essa diferença de votos”, pondera.
O general da reserva Paulo Chagas concorda que a campanha de
Bolsonaro sai fortalecida, mas vê desnecessário o que considera ser um
“perdão” de Moro a Bolsonaro. “Com a adesão dele, uma massa [de
eleitores] que poderia anular o voto deve votar em Bolsonaro. Mas vejo
desnecessário esse perdão [de Moro], acho que não vai ser bom para a
imagem dele. Na minha visão, eu passo a vê-lo de uma forma depreciada.
Bolsonaro saiu ganhando com isso; Moro, não, porque já está eleito”,
observa.
Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.
Em 2014, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel
criticou o Brasil com uma expressão que se tornou célebre: “anão
diplomático”. Naquela ocasião, o governo brasileiro havia publicado nota
desaprovando “energicamente” uma ação israelense na Faixa de Gaza, sem
sequer mencionar os foguetes do Hamas lançados sobre cidades
israelenses. As palavras escolhidas pelo porta-voz tinham um quê de
exagero e um quê de verdade. Exagero porque, se o Brasil fosse realmente
um “anão”, sua opinião seria tão irrelevante que nem mereceria resposta
exaltada da chancelaria israelense. Mas o Brasil usou seu peso e sua
importância de uma forma que o apequenou durante a passagem do PT pelo
Planalto.
Por mais que o tema esteja se tornando um tabu eleitoral, graças à
censura dos tribunais superiores, o petismo sempre tratou com muita
camaradagem seus aliados ideológicos responsáveis por regimes
ditatoriais ou ao menos ligeiramente autocráticos. E, estando no poder,
facilitou ao máximo as coisas para eles. Em 2015, Lula admitiu ter dito
ao recém-eleito Evo Morales, em 2006, que o Brasil não faria nada se a
Bolívia tomasse à força as instalações da Petrobras no país andino, o
que acabou acontecendo. No governo Dilma, o programa Mais Médicos foi
desenhado como meio de enviar milhões de dólares à ditadura cubana com o
pretexto de enviar médicos – submetidos a estrita vigilância e sem
receber seu salário integral – a locais com carência desses
profissionais.
O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no
comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa
da vida e da família
A amizade que une petistas e ditadores não se limitou à América
Latina. A atuação da diplomacia brasileira sob o PT no Conselho de
Segurança da ONU registra episódios lamentáveis, como abstenções durante
a votação de resoluções importantes. Entre os beneficiados da omissão
brasileira estavam os ditadores Bashar al-Assad, da Síria; Muamar Kadafi
(que Lula um dia chamara de “meu amigo, meu irmão”), da Líbia; e Omar
al-Bashir, do Sudão – este último caso talvez tenha sido o mais
escandaloso, por envolver a crise humanitária de Darfur, que rendera a
al-Bashir um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal
Internacional.
Ainda que a diplomacia brasileira pós-PT não tivesse feito
absolutamente nada, já teria progredido muito apenas ao deixar para trás
a camaradagem ideológica com ditaduras abjetas na América Latina, na
África e no Oriente Médio, parar de hostilizar democracias sólidas e de
se fechar ao comércio internacional. Mas o Brasil avançou; mesmo
descontando alguns excessos do primeiro chanceler de Jair Bolsonaro,
Ernesto Araújo, o país está colhendo resultados expressivos de uma nova
orientação: ampliou sua inserção internacional, culminando com a
assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia; e
está assumindo um papel de liderança mundial em temas como a liberdade
religiosa e a defesa da vida e da família, especialmente depois do
retorno dos democratas ao poder nos Estados Unidos.
Já podemos prever o que deve ocorrer à diplomacia brasileira em caso
de retorno do petismo ao poder. Mas, em caso de reeleição do presidente
Bolsonaro, também há pontos em que o Brasil precisa melhorar, a começar
pelo fim do hábito de comprar brigas com nações que questionam a
política ambiental brasileira. Em vez de admitir eventuais falhas ou de
corrigir críticas infundadas recorrendo à demonstração serena da
realidade, o governo – e isso não inclui apenas o Itamaraty; na verdade,
os diplomatas costumam ter a menor parcela de culpa – costuma responder
com agressividade; o caso mais recente foi o das críticas que o
ministro Paulo Guedes fez à França depois dos comentários de um ministro
francês sobre queimadas na Amazônia.
Além disso, para se consolidar como um dos líderes do mundo livre, o
Brasil precisa se comprometer ainda mais com a democracia e as
liberdades nos fóruns internacionais. Foi extremamente preocupante, por
exemplo, a abstenção brasileira na votação de uma recente resolução do
Conselho de Segurança da ONU que condenava a anexação ilegal, pela
Rússia, de quatro regiões ucranianas. Por mais que o destino certo da
resolução fosse a rejeição, graças ao poder de veto russo, a omissão
colocou a diplomacia brasileira em posição desconfortável. Diante da
agressão evidente cometida por Vladimir Putin, todas as democracias
mundo afora têm o dever moral de se colocar ao lado dos ucranianos, o
que o Brasil acabou não fazendo. Por mais que o fertilizante russo seja
necessário ao Brasil – o que, aliás, revela uma dependência indesejada,
que Putin não hesitará em usar novamente, como vem feito com a Europa em
relação ao gás natural –, não há pragmatismo que justifique uma tomada
de posição contrária aos valores democráticos brasileiros.
O Brasil precisa seguir adiante com seus esforços de inserção no
comércio internacional, e tem de continuar sendo uma voz forte em defesa
da vida e da família, inclusive colaborando com países mais fracos e
que compartilham dos mesmos valores, mas são alvos da ofensiva da parte
ideologizada do sistema internacional. Mas a diplomacia brasileira, cujo
respeito mundial foi manchado pelo petismo, tem também a missão de
recuperar a liderança do país nas questões ambientais e, especialmente,
ganhar relevância como defensor incondicional das democracias,
repudiando os imperialismos neste momento em que eles ganham força.
Explosão que destruiu parte da Ponte da Crimeia.| Foto: EFE
Os
novos fortes ataques a cidades ucranianas nesta segunda-feira (10)
serviram de represália à explosão da Ponte de Kerch, que liga a Rússia à
Crimeia, no sábado (08), conforme anunciou o presidente russo, Vladimir
Putin. Simbolicamente, a ponte serve como um cordão umbilical entre
russos e o território ucraniano anexado à Federação Russa em 2014.
Na inauguração da estrutura, em 2018, Putin passou pela ponte
conduzindo um caminhão, tamanho orgulho o líder russo sentia de ter
executado a obra que representa o avanço de suas ambições imperialistas.
Por isso, mais do que à Rússia, o ataque foi dirigido ao chefe do
Kremlin, pois a ponte da Crimeia, construída com grandes custos, está
associada ao seu nome e à anexação da península ucraniana declarada por
ele em 2014.
A explosão dessa ponte selou a contraofensiva ucraniana, que no
último mês levou tropas russas às fronteiras e reconquistou importantes
territórios, como Kharkiv e Luhansk.
Fragilidade da Rússia Os ataques que sucederam a explosão da
ponte de Kerch podem servir como uma tentativa de esconder fragilidades
da Rússia. Para o cientista geopolítico Pascal Le Pautremat, o incidente
representa “uma verdadeira derrota” do país comandado por Putin.
“É a prova do fim para Putin. A explosão traz à tona a
vulnerabilidade de todo o seu sistema, incluindo a área considerada como
russa”, destaca o especialista em entrevista ao jornal francês Le
Figaro. “É realmente um golpe de mestre, porque essas operações exigem
grupos pequenos e altamente móveis, pertencentes às forças especiais ou
aos serviços secretos, com uma coordenação muito forte de meios
logísticos e sincronização”, descreve La Pautremat.
O analista ainda lembra que o ataque também criou problemas táticos e
estratégicos aos russos. O evento paralisou – ou pelo menos atrasou – o
abastecimento das tropas em toda a frente sul, a grande área ao redor
de Kherson.
Apesar da retomada parcial do tráfego ainda na noite de sábado, por
segurança, em vez de ferrovias e estradas, os militares russos terão que
usar transporte marítimo ou seguir rotas mais longas, ficando mais
expostos a possíveis ameaças dos ucranianos.
A Crimeia serve como base logística de retaguarda e Moscou não
contava com a necessidade de reformar a ponte, que deverá ficar
comprometida por pelo menos dois meses, conforme previram as
autoridades.
Pressão ao Kremlin Os serviços de segurança russos publicaram, no
domingo à noite, um documento indicando que os bombardeios ucranianos
nas regiões fronteiriças do sul da Rússia (Belgorod, Bryansk, Kursk)
“aumentaram significativamente” desde o início de outubro, com 100
bombardeios afetando 32 localidades e com um civil morto.
A contraofensiva ucraniana em setembro e os ataques do começo deste
mês reforçaram as críticas no país direcionadas especialmente aos
militares e ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, além de enfraquecerem a
imagem de Putin.
A pressão sobre o Kremlin surge, sobretudo, dos nacionalistas. O
ataque de sábado foi acompanhado por apelos renovados para “endurecer” a
ofensiva na Ucrânia, reforçando o discurso dos mais radicais de que a
operação “ainda não começou realmente”.
Um dos líderes desse grupo, o checheno Ramzan Kadyrov, foi promovido
por Putin a general das Forças Armadas na última quarta-feira (05),
depois de criticar as estratégias do país e sugerir o uso de armas
nucleares. Kadyrov se reuniu com uma multidão de combatentes (70 mil,
segundo ele) na sexta-feira (07). Eles estariam prontos para partir para
a Ucrânia.
Putin viu a explosão como uma ultrapassagem da linha vermelha,
através de “um ataque terrorista” realizado pelo serviço secreto
ucraniano”. Diante de tanta pressão a ele e ao Kremlin, a resposta do
mandatário dificilmente seria outra senão atacar com mais força o país
vizinho.
Médicos cubanos retornando para Havana, após a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Os médicos cubanos estão voltando a ser notícia. Alguns deles haviam
fugido – a primeira fugitiva dessa leva de médicos que veio ao Brasil,
como um produto de exportação da ditadura cubana, pediu abrigo na
bancada do Democratas, em Brasília, e depois foi para os Estados Unidos
como refugiada política. Quatro desses médicos que chegaram aos EUA
contrataram um advogado e estão acionando a Organização Pan-Americana da
Saúde (Opas), que foi usada pela ditadura cubana – e certamente não o
foi de maneira ingênua – para intermediar o Mais Médicos com o governo
Dilma, para que não fosse um negócio direto com Cuba, e sim com um órgão
da Organização dos Estados Americanos, que fica mais bonito.
Vieram para cá milhares de médicos, desses que são formados em três
ou quatro anos lá em Cuba, rapidamente, mais para atuarem como, digamos,
médico de família – isso para sermos bondosos, usando um eufemismo. A
Opas recebeu do Brasil o equivalente a R$ 7,7 bilhões; ficou com 5% de
comissão pela intermediação e o resto foi para o governo de Cuba. Os
médicos recebiam apenas 10% e suas famílias ficavam em Cuba para
garantir que eles não iam fugir. Isso faz lembrar muito o poema O Navio
Negreiro, de Castro Alves, porque havia intermediários, o vendedor de
escravos lá na África, o que embarcava os escravos, muita gente ganhava
dinheiro.
Quando Bolsonaro venceu, em 2018, o governo cubano, para não dar
vexame, tomou a iniciativa de resgatar seus médicos e chamou-os todos de
volta. Muitos ficaram e se submeteram ao Revalida aqui no Brasil. E
agora essa questão está na Justiça dos Estados Unidos. O Departamento de
Estado norte-americano considera que houve uma espécie de tráfico de
pessoas, do qual o governo cubano tirou partido. E o governo brasileiro
se prestou a isso sob o argumento de que faltavam médicos; agora, os
médicos que estão suprindo essa falta são brasileiros, médicos jovens,
formados aqui no Brasil.
Falando nisso, dia 18 vai haver uma comemoração muito grande do Dia
do Médico, no plenário da Câmara, em que haverá um apelo para se parar
de criar escolas de Medicina. Do contrário, ficaremos como Cuba,
produzindo médicos em escala, sem preparo. Isso os médicos mais antigos
já constataram e ficam se perguntando quem vai cuidar de nós na velhice.
É um problema que precisa ser resolvido.
Votar em branco, anular ou não ir votar é abrir mão do direito de decidir No
dia 2, tivemos 37 milhões de votos brancos, nulos e abstenções. Acho
que muita gente não foi votar – os bolsonaristas, porque viram aquele
oceano de gente nas ruas e pensaram que não precisavam sair de casa e
pegar fila porque Bolsonaro já ganharia no primeiro turno; e os
petistas, porque olharam as pesquisas de opinião e acharam que Lula já
garantia a vitória no primeiro turno, então também não precisavam ir
votar.
Voto em branco ou nulo é uma alienação, uma autoalienação. É o
cidadão renegar o seu direito e a sua obrigação de participar na
formação do futuro do país. É pior que Pilatos, que estava ocupando um
país alheio, era um governador romano na Palestina, na terra dos judeus.
Nós não: estamos na nossa terra, no nosso Brasil. Então, é preciso que
cada um saiba da sua responsabilidade para com seu próprio futuro, o
futuro de seus filhos, netos, bisnetos, porque um governo desastroso por
quatro anos deixa sequelas por décadas.
Está em plena exibição
pública, neste momento em que o país se prepara para definir o seu
futuro, o embuste mais agressivo que a política brasileira já foi capaz
de criar em toda a sua história. O ex-presidente Lula, o Supremo
Tribunal Federal e a mistura de interesses que se pendura em ambos
inventaram que a democracia está correndo risco de morte no Brasil – e
que a única maneira de salvar as “instituições” e o “estado de direito” é
colocar Lula outra vez na presidência da República. E quem pretende
exercitar o seu direito constitucional de votar no candidato adversário –
não pode? Não pode, de jeito nenhum. O sistema descrito acima decretou,
há anos, que o atual presidente e seu governo ameaçam a democracia,
embora nunca tenham feito nada contra o regime democrático no mundo dos
fatos concretos – obedeceram a todas as decisões da Justiça, mesmo as de
evidente perseguição contra eles, cumpriram todas as determinações do
Congresso Nacional e respeitaram todas as leis em vigência no país. Não
faz nexo nenhum. Mas é a religião oficial da esquerda, da maior parte da
mídia e das elites “civilizadas” que rodam em torno de Lula. A única
opção que dão ao eleitorado é obedecer.
É um caso absolutamente clássico da tática de acusar o adversário em
público de fazer aquilo que você está fazendo em segredo. O presidente
Jair Bolsonaro jamais colocou em risco democracia nenhuma – é o que
provam a realidade e a lógica. Quem trabalha em tempo integral para
destruir a democracia é, justamente, o consórcio Lula-STF. Já não se
trata mais de ameaça – é ditadura mesmo, algo que fica constatado pela
mais elementar observação dos fatos. Essas forças jamais aceitaram o
resultado das eleições de 2018; ficaram chocadas com o fato de que a
maioria da população brasileira votou contra elas e decidiram, já no dia
seguinte à eleição de Jair Bolsonaro, que isso não podia acontecer
nunca mais. Desde então, fraudam a vontade do eleitorado, tentam
destruir o seu governo e falsificam a lei para voltar a mandar no Brasil
– e desta vez com o propósito de não sair mais do governo. Dizem que
Bolsonaro é um perigo para o futuro do regime democrático no Brasil. Na
vida real, são eles que agem todos os dias, cada vez mais abertamente,
como ditadores.
Quem trabalha em tempo integral para destruir a democracia é,
justamente, o consórcio Lula-STF. Já não se trata mais de ameaça – é
ditadura mesmo, algo que fica constatado pela mais elementar observação
dos fatos
O STF, através de seus agentes na repartição que controla as
eleições, pratica a censura mais grosseira contra a imprensa que não se
ajoelha diante de Lula – isso é democracia ou é ditadura? A censura é
violação direta, objetiva e indiscutível à lei – e o desrespeito à lei,
exatamente, é a essência das tiranias. Da mesma forma, mentir é
princípio fundamental da ditadura – e a associação STF-PT mente de
maneira maciça, sistemática e orgânica. O ministro do TSE que censurou a
Gazeta do Povo, por exemplo, foi capaz de dizer em seu despacho que a
ligação entre Lula e o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, apresentada
pelo jornal, era um fato “inverídico”. Sustentar uma afirmação dessas,
oficialmente, é um deboche. Não é “inverídico” – é pura e simples
mentira.
A ditadura judiciária prende cidadãos por motivos políticos. Manda a
polícia invadir residências e escritórios às 6 horas da manhã para punir
adeptos do presidente que falavam num grupo de WhatsApp. Mantém
brasileiros na prisão, sem culpa formada e sem prazo para julgamento.
Prendeu por delito de opinião, durante nove meses, um deputado federal
em pleno exercício do seu mandato – uma agressão primitiva contra a
Constituição e o Poder Legislativo. Elimina o direito de livre expressão
nas redes sociais. Suprime “perfis”. Bloqueia contas bancárias. Quebra o
sigilo de comunicações pessoais. “Desmonetiza”. Tudo isso é feito com
flagrante violação das leis brasileiras. Quem, então, está ameaçando a
democracia no Brasil? O governo ou quem usa a máquina do Estado para
praticar a ditadura?
Para entender melhor as previsões brasileiras para os próximos anos,
vale a pena olhar para a última década e quais foram as medidas de longo
prazo tomadas pelo país.
2011 marcou o fim do ciclo de crescimento do PIB iniciado em 2002.
Desde então, o PIB diminuiu mais de US$ 1 trilhão. O período 2014-2016
(- 6,8%) foi o pior desempenho da economia na história brasileira,
superado apenas pelos efeitos pandêmicos (abaixo, PIB brasileiro em
bilhões de dólares).
GRÁFICO 1
Como esperado, outros indicadores econômicos principais
deterioraram-se, tais como empregos, salários, endividamento do governo,
produtividade, investimento etc. Devido à crise iniciada em 2014, o
desemprego cresceu de 7% para 13,5% em 2020.
O mesmo foi observado nos salários que não aumentaram no período
devido ao aumento do número de pessoas desempregadas, aumento da
informalidade e inflação – que, embora relativamente sob controle entre
2014-2020, corroeu os salários pois estes não tiveram aumento suficiente
(abaixo, taxa de desemprego e inflação, em sequência).
GRÁFICO 2
Apesar de haver debates entre os economistas sobre as origens da
crise econômica da última década e sobre a responsabilidade do governo
pelos resultados, existe um consenso em relação às principais causas da
turbulência econômica.
Em primeiro lugar, a despesa pública brasileira em porcentagem do PIB
aumentou praticamente sem parar nas últimas 3 décadas. Ele subiu de
menos de 14% do PIB para quase 20% em 2019 (não foi considerado 2020 –
26% – pois é um ponto fora da curva por causa dos gastos exigidos pelo
contexto da pandemia). (Veja o gráfico abaixo, despesa pública
brasileira, em percentual do PIB).
GRÁFICO 3
O aumento das despesas públicas exige mais receitas fiscais através
do crescimento do PIB, maior carga tributária ou dívida. Como 2014-2020
apresentou uma deterioração geral do PIB e a carga tributária já é de
32%, não havendo espaço para aumento da tributação, os gastos públicos
foram financiados pela dívida, que teve uma forte alta (dobrou), de 30%
do PIB para quase 63% do PIB (veja o gráfico abaixo, dívida líquida
geral do governo como percentual do PIB).
GRÁFICO 4
Neste sentido, é importante citar que o endividamento adicional é
utilizado em grande parte para financiar despesas atuais e não para
aumentar os investimentos. Como exemplo, 54% dos gastos públicos
brasileiros foram utilizados para cobrir despesas de pensão (R$ 801
bilhões), restando menos da metade para todas as outras exigências como
infraestrutura, saúde, educação, entre outras.
A fragmentação política no Brasil também ajuda a explicar por que tem
sido tão difícil controlar os gastos públicos. De 2 partidos em 1979, o
Brasil chegou a 33 partidos registrados em 2020. Isso faz com que seja
mais difícil para o Executivo negociar apoio governamental para grandes
reformas fiscais.
Assim, a combinação do aumento de despesas públicas, endividamento,
diminuição do PIB e desemprego na última década, principalmente entre
2014 e 2020, teve um forte impacto sobre os investimentos e a
produtividade total.
Na década, a produtividade geral no Brasil aumentou apenas 2,79% ou
0,3% ao ano. Esta falta de evolução na produtividade impede o país de
atingir o PIB potencial e ter um crescimento sustentável. Tal resultado é
explicado pelo baixo nível de investimento e do alto desemprego/emprego
informal (veja o gráfico abaixo, histórico da produtividade brasileira,
em percentual).
GRÁFICO 5
A taxa de investimento brasileiro tem sido recorrentemente abaixo da
média mundial nas últimas duas décadas. Este resultado é particularmente
preocupante porque, sendo um país em desenvolvimento, o Brasil deve ter
taxas de investimento superiores à média, a fim de enfrentar sua
distância de desenvolvimento para países mais ricos. Como exemplo, a
taxa de investimento coreana como % do PIB está consistentemente acima
de 30% nos últimos 40 anos (veja o gráfico abaixo, taxa de investimentos
no Brasil, em percentual do PIB).
GRÁFICO 6
O aumento do investimento depende diretamente da melhoria do nível de
poupança nacional. O Brasil, historicamente, apresenta uma lacuna entre
as taxas de investimento e poupança nacional, como pode ser observado
no gráfico abaixo (comparativo entre investimentos e poupança
nacionais).
GRÁFICO 7
Para aumentar a poupança nacional para financiar investimentos, é
fundamental que o governo gere superávit fiscal, que as taxas de juros
sejam inferiores às atividades produtivas e que medidas para incentivar
famílias a poupar suas economias sejam colocadas em vigor.
No Brasil, as medidas para incentivar a poupança das famílias devem
ser focalizadas no estímulo ao investimento em fundos de pensão e
compras imobiliárias, pois não há espaço para aumentar os impostos cujos
recursos são usados para investimentos.
Se, por um lado, a última década foi extremamente desafiadora para o
Brasil, por outro lado a sociedade brasileira parece ter chegado a um
consenso de que as despesas públicas e a dívida devem ser controladas,
que não há disponibilidade para aumentar os impostos e que isso é
essencial para aumentar as taxas de investimento e a produtividade.
O que foi feito até agora?
Algumas medidas tomadas a partir de 2016 impactam o país até os dias
atuais. A mais importante reflete o consenso anteriormente citado, que é
uma Emenda Constitucional (EC 95/2016) que implementou um limite de
gastos no Brasil para os próximos 20 anos. Por esta regra, os gastos
poderiam aumentar apenas a inflação do último ano.
A Emenda conseguiu deter a trajetória de aumento das despesas, mas
alguns desafios haviam desafiado sua existência a longo prazo: falta de
crescimento consistente do PIB de 2016 a 2020, ausência de outras regras
para diminuir e melhorar as despesas públicas (como a reforma
administrativa, entre outras) e principalmente os efeitos da pandemia,
que exigiu a suspensão temporária das regras de limites de gastos
(auxílio emergencial, auxílio social, crédito a pequenas empresas, por
exemplo).
Apesar das críticas de alguns economistas à Emenda e o fato de que
ela foi parcialmente posta de lado, é importante notar que a necessidade
de responsabilidade fiscal continua viva e é uma base comum de todos os
candidatos que concorrem à presidência neste ano (2022).
Além da Lei do limite de gastos, foi também implantado em 2016
(Projeto de Lei nº 13.334/2016) um novo Programa de Parcerias e
Investimentos (PPI) para avaliar e preparar concessões e parcerias
público-privadas no Brasil, que obteve grande sucesso no papel de
coordenar todas as partes interessadas, melhorando a transparência, a
segurança jurídica dos projetos e em assegurar que projetos viáveis
fossem submetidos a licitações públicas.
Os esforços do PPI resultaram em 81 ativos (aeroportos, estradas,
portos, ferrovias) transferidos para empresas privadas, 99 autorizações
para novos terminais portuários, R$ 90 bilhões em investimentos e R$ 20
bilhões em doações ao Governo Federal entre 2019-2021. A previsão até
2022 é oferecer projetos que representem R$ 164 bilhões em investimentos
adicionais.
Vale a pena mencionar que muitos estados e cidades brasileiras
criaram programas similares para preparar seus projetos de
infraestrutura para licitações públicas, transferindo sua administração
para empresas privadas, de estradas estaduais a parques, passando por
cadeias, iluminação pública, hospitais e escolas.
O Congresso Nacional aprovou em 2017 a reforma trabalhista (Projeto
de Lei nº 13.467/2017), que simplificou as regras, aumentou a segurança
jurídica neste campo e privilegiou negociações diretas entre empregados e
empregadores para concluir e alterar os contratos de trabalho. Em 2
anos após a aprovação da reforma trabalhista, houve redução de 34% do
número de processos em juízo sobre este tipo de matéria, o que
representa menos burocracia e custos de transação para fazer negócios no
Brasil.
Não menos importante, a reforma eleitoral aprovada em 2017 (Projeto
de Lei nº 13.488/2017) tende a ter efeitos de longo prazo na política
brasileira, com impactos também econômicos. O texto estabeleceu um
limite de gastos em cada votação, mínimo de votos como requisito para
que o partido continue recebendo recursos públicos e proíbe alianças
entre os partidos apenas para as eleições.
Espera-se que estas mudanças fortaleçam os partidos, a filiação de
candidatos que realmente concordam com o programa do partido e que
diminuam o número de partidos de 33 para algo em torno de 8-10
partidos.
Em 2019, no primeiro ano de mandato do Presidente Jair Bolsonaro, foi
aprovada a reforma da previdência (Emenda Constitucional nº 103), que
começou a ser negociada em 2016. O texto aprovado prevê uma redução dos
gastos com a previdência pública de R$ 850 bilhões.
O Congresso Nacional fez progressos significativos nas discussões
sobre a reforma tributária de 2019 a 2022, permitindo construir algumas
bases comuns em relação ao texto (Projeto de Emenda Constitucional nº
110/2019).
Quando aprovada, ela liberará parte da renda das famílias pobres do
país, permitindo o aumento do consumo e da poupança familiar. Também
tende a fomentar a reindustrialização brasileira, pois diminui a carga
tributária sobre o setor industrial e seus suprimentos.
Várias reformas microeconômicas foram aprovadas pelo Congresso
Nacional nos últimos anos que ajudam a diminuir o custo das transações
comerciais no Brasil:
(i) Projeto de Lei nº 14.026/2020 (novo marco legal do
saneamento) – previsão de R$ 700 bilhões de investimentos em 10 anos.
(ii) Projeto de Lei nº 14.134/2021 (novo marco legal do gás) –
procura aumentar a concorrência no setor, a expansão da infraestrutura
logística e a redução de preços. A previsão de investimentos é de R$ 74
bilhões em 10 anos.
(iii) Projeto de lei nº 14.300/2022 (marco legal da autogeração de energia) – promoverá segurança jurídica para o setor.
(iv) Projeto de Lei nº 14.286/2021 (novo marco legal de câmbio) –
permite contas brasileiras em moeda estrangeira, compensação de moedas
entre participantes privados, e contratos em moeda estrangeira.
(v) Projeto de Lei nº 14.301/2022 (BR do Mar) – promoverá a
cabotagem, a concorrência e a criação de novas rotas. A previsão é de
duplicar o transporte por cabotagem.
(vi) Projeto de lei 14.273/2021 (Marco legal das ferrovias) –
simplifica os procedimentos para aprovar novas linhas de trem. Espera-se
um investimento de R$ 133 bilhões.
Eleições e tendências de 2022
Diferentemente das eleições de 2018, quando muitas pessoas de fora da
política foram eleitas, as pesquisas de 2022 no Brasil irão privilegiar
os políticos profissionais. Além do consenso acima mencionado sobre
responsabilidade fiscal e necessidade de encontrar o caminho para o
desenvolvimento (através da produtividade e investimento), a população
brasileira espera medidas para a redução das desigualdades.
Estas expectativas e preferências para políticos profissionais
favorecem partidos organizados como (PT, PSD, União Brasil, PP, PL, PSB,
Republicanos e PDT). Essa tendência tem sido observada nas eleições
municipais realizadas em 2020, quando estes partidos se fortaleceram.
Além disso, as mudanças nas legislações feitas de 2011 a 2021 em
relação às restrições a decretos presidenciais, controle orçamentário
pela Câmara, distribuição de fundos eleitorais com base no número de
congressistas eleitos, requer grande atenção do Congresso, que tem a
capacidade de criar e liderar questões legais independentemente do Poder
Executivo. O núcleo do poder para elaborar políticas públicas não é
mais um monopólio do Presidente no Brasil.
Tendo isto em mente, a eleição presidencial tende a ser polarizada
entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro. Não há muito espaço
para um terceiro candidato na disputa porque os principais partidos
devem se associar cedo com um candidato viável para fomentar as
candidaturas de seus próprios deputados e senadores, que alimentam o
partido com poder e recursos.
A consequência disso é que o candidato que ganhar a disputa
presidencial provavelmente começará seu governo já com muitos apoiadores
no Congresso, arrastando para si os partidos que o apoiaram durante o
período eleitoral.
Outra observação importante que deve ser feita é que a coligação de
partidos de esquerda tende a eleger muitos parlamentares, mas o
Congresso continuará a ser dominado por partidos de centro.
Neste cenário, a questão principal seria se os principais assuntos do
governo 2023-2026 seriam significativamente diferentes, dependendo de
quem ganhasse. Enfatizando o consenso já mencionado, as reformas já
aprovadas (trabalhistas e previdenciária), a maturidade do debate sobre a
reforma tributária e as reformas microeconômicas colocadas em prática, a
conclusão é que, apesar das diferenças no discurso e nas formas de
implementar as ações, a agenda política do próximo governo se manterá
inalterada.
Neste sentido, as parcerias público-privadas muito provavelmente
terão continuidade e o pipeline de projetos em preparação será reforçado
(principalmente devido a limitações fiscais do Governo).
Além disso, o controle da inflação, o ajuste das despesas públicas (o
rigor do ajuste e o debate de alternativas à lei do teto de gastos
tendem a diferir dependendo do presidente que ganhar).
Com relação a investimentos, um governo de esquerda tende a fazer um
esforço para dar espaço ao investimento público junto com o investimento
privado, reforçando o papel do FI-FGTS, do BNDES e de outros bancos
estatais.
Além das oportunidades que serão destravadas com um crescimento
sustentável do PIB se este cenário se confirmar, as lacunas de
produtividade e investimento que o Brasil apresenta abrirão espaço para
muitas oportunidades de negócios.
Ilustrando estas oportunidades, pode-se mencionar o setor de seguros,
onde apenas 15% da população brasileira tem seguro de vida, 30% tem
seguro automóvel, 24% tem seguro de saúde e menos de 10% tem sistema de
previdência privada.
O setor de infraestrutura do Brasil é muito promissor. A recente
reforma em alguns marcos regulatórios promove o desenvolvimento do setor
e, especificamente no setor de energia, as condições naturais
brasileiras favorecem o país: a energia eólica representa 11% da matriz,
e a solar, menos de 2%.
O Brasil também tem um grande potencial para agregar valor sobre o gás e produzir hidrogênio verde no país.
Enquanto o PIB do agronegócio brasileiro cresce cerca de 10% ao ano,
os investimentos em estradas, portos e aeroportos não estão sendo
suficientes para manter e melhorar a produtividade das mercadorias. Isto
representa uma grande oportunidade em termos de demanda.
Deve-se notar que a implementação da 5G no Brasil ajudará na
produtividade geral de todos os setores (industrial, de serviços e
agronegócios). Além disso, o grande volume dos investimentos necessários
combinados com grandes TIRs também tendem a atrair investimentos para o
país.
Conclusão
Embora os enormes desafios que o Brasil enfrenta para encontrar o
caminho para o crescimento sustentável, a principal restrição para o
desenvolvimento brasileiro é o baixo nível de investimento. Como visto
neste trabalho, qualquer grupo que governe o Brasil terá que buscar um
ajuste fiscal para poder contar com a confiança dos investidores
privados no futuro do país. A única dúvida nesta matéria é qual será a
intensidade do ajuste que se fará e se será suficiente.
Com os investimentos de volta no caminho certo, espera-se que outros
indicadores melhorem (emprego, renda pública, dívida líquida,
produtividade), permitindo ao governo ter lucro e melhorar seus próprios
investimentos e gastos sociais.
Quando o país retomar sua estabilidade fiscal e investimentos, não haverá escassez de bons projetos ou de setores promissores.
Pontos já examinados no passado voltam a ser visitados, mas com potência multiplicada pelos avanços da técnica
O conto “O Imortal”, de Jorge Luiz Borges, começa com uma intrigante
frase de Francis Bacon de seu ensaio LVIII “Das vicissitudes das
coisas”: “Salomão disse ‘não há nada de novo sobre a Terra’. Platão teve
uma inspiração: ‘todo o conhecimento não é senão lembrança’; logo o que
Salomão afirmou é que ‘toda novidade não é senão esquecimento’”.
Esse antigo ciclo de esquecimento e redescoberta foi muito acelerado
pela internet, e fica patente em nossos dias. Temas defendidos e
considerados consolidados há poucos anos acabam por ser revisitados e,
não raramente, como se fossem “terra incognita”.
Particularmente na computação esse fenômeno é frequente. Veja a
inteligência artificial (IA). Ela em si não é algo novo: suas raízes
estão nos anos 50. Porém, é um tema em voga hoje, tendo voltado com
intensa visibilidade e força. Embora pesquisas na área sejam
desenvolvidas em instituições sofisticadas, há disponíveis ao entusiasta
várias ferramentas na internet. Com elas pode-se ter uma antevisão do
que vem por aí
Há diversos apps que permitem, como resposta a uma simples frase
digitada, a geração de imagens complexas que buscam ilustrar o
significado pedido. É uma porta aberta a que se montem figuras muito
verossímeis… e falsas. Pode ser um ótimo auxiliar a artistas, como
também pode aumentar o oceano de desinformações em que estamos
mergulhados – ah, uma dessas imagens gerada por IA já ganhou um prêmio
em exposição artística, e já se disparou a polêmica correspondente,
incluindo-se aí o debate sobre “propriedade intelectual” da obra.
Na área de gerador de texto natural também há opções disponíveis, que
podem produzir um texto muito realista e, até, imbuir nele um “tom” que
pode ser escolhido pelo usuário: sério, jocoso, profissional ou
provocativo.
No caso das imagens sintéticas parece estarmos vendo algo novo, mas
quanto a textos artificiais há 20 anos já existia um gerador automático
de “artigos científicos” – o SCIgen, desenvolvido no MIT. Ele produz
textos tão críveis que alguns deles foram aceitos para apresentação em
eventos e para publicação em revistas. Para temas mais prosaicos e
disponível em português há o “gerador de lero-lero”.
A evolução da tecnologia parece ser em espiral, onde um ponto já
examinado no passado volta a ser visitado, mas com potência multiplicada
pelos avanços da técnica. Aliás, pareceu-me que já usei a frase aqui
citada, do Bacon, em outro artigo. Bem, é mais uma demonstração de que
não há novidade, apenas esquecimento. Perdão leitores!
Nesta semana, formas geométricas chamaram a atenção da população de Ipuaçu, em Santa Catarina
Os primeiros relatos de desenhos identificados em lavouras datam da Idade Média. Na história mais recente, os agroglifos ficaram
famosos na década de 1980, quando diversas formas começaram a aparecer
no chão de campos de trigo e outros cereais na Escócia e na Inglaterra.
Feitas a partir do achatamento da vegetação, as imagens geraram
curiosidade e muitas teorias sobre sua origem começaram a circular, como
ainda ocorre nos dias de hoje.
Até que, em 1991, dois artistas clamaram a autoria dos desenhos. A um
jornal britânico, os amigos Doug Bower e Dave Chorley revelaram ter
feito mais de 200 deles na última década, usando tábuas e pedaços de
cordas. As tábuas eram usadas para amassar a plantação, enquanto as
cordas asseguram que os movimentos sejam mais precisos, para deixar
imagens mais bonitas.
Um ano depois, foi organizado no país um concurso de círculos nas
colheitas (do inglês crop circles), outro nome dado aos agroglifos. A
competição contou com o apoio dos jornais The Guardian e The Cerealogist, além de uma revista científica alemã.
Entre os participantes estavam estudantes da Universidade de
Cambridge, alunos de uma escola local e até uma dupla de mulheres
acompanhada de um Cão de Montanha dos Pirineus, que havia sido treinado
especialmente para puxar tábuas.
“O experimento foi conclusivo. Os humanos podiam de fato criar todos
os padrões presentes nos círculos de colheita da época; 11 dos 12 times
conseguiram formações razoavelmente impressionantes que seguiam o design
proposto”, diz um dos organizadores da competição em uma publicação de
2010.
Ainda assim, os agroglifos continuam a intrigar e fornecer combustível para a imaginação humana. Nesta semana, a cidade deIpuaçu, no interior deSanta Catarina,
se deparou com enormes formas geométricas desenhadas em um campo de
trigo, que foram fotografadas e postadas nas redes sociais.
Não é a primeira vez que algo assim acontece no Estado: só em Ipuaçu,
os agroglifos já foram avistados pelo menos outras quatro vezes desde
2008, segundo a prefeitura.
As imagens dos círculos nas colheitas não representam nada conhecido,
o que acrescenta uma aura de mistério aos desenhos. Desde que o
primeiro agroglifo foi encontrado, em 2008, a cidade de pouco mais de 7
mil habitantes se tornou destino de ufólogos, que atribuem as gravuras à
atividade de seres extraterrestres.
Segundo a prefeitura, Ipuaçu ficou conhecida como a “cidade dos ETs”.
As imagens registradas em diferentes anos variam de tamanho, medindo de
entre 19 e 44 metros.
‘Ação extraterrestre’?
Entre especialistas de várias áreas, é difícil encontrar quem
corrobore a hipótese dos extraterrestres artistas, que deixam desenhos
em áreas rurais do interior do Brasil. Segundo Adolfo Stotz Neto,
astrônomo e presidente do Grupo de Estudos de Astronomia (GEA) da
Universidade Federal de Santa Catarina, a técnica usada por Bower e
Chorley nos anos 1980 segue sendo utilizada para a criação dos recortes
nas plantações.
O historiador Hernan Mostajo se encantou com a ufologia quando era
adolescente, e foi justamente a imagem de agroglifo que viu na capa de
uma revista que o fez mergulhar nesse universo, que hoje considera “mais
fantasioso do que realista”. “A ufologia vem sendo tratada há décadas
com muitas invencionices, muitos achismos, voltada ao conspiracionismo e
com poucos méritos científicos”, pontua ele, diretor do Museu
Internacional de Ufologia, História e Ciência, que fica em Itaara (RS).
Ele destaca que não se trata de negar a existência de
extraterrestres: “Temos uma imensa possibilidade de um universo repleto
de outras vidas, o novo telescópio James Webb está mostrando a atmosfera
de planetas extra-solares em que são promissoras as possibilidades de
vida. Mas a grande questão é: será que essa vida é tão inteligente que
possa chegar aqui na Terra?”
O mesmo questionamento é feito pelo professor Adolfo Stotz Neto, que
explica que, para que um ser de outro sistema astronômico pudesse chegar
até aqui, ele precisaria enfrentar uma viagem de cerca de 50 trilhões
de quilômetros, que poderia levar até 600 mil anos. “Se você tem
tecnologia para isso e um corpo que consiga resistir à viagem, por que
iria deixar um desenho em uma plantação de trigo e ir embora?”, reflete.
Estado de acamamento
Além da ação humana deliberada, existem processos naturais que podem causar o achatamento de colheitas. O fenômeno se chama acamamento,
caracterizado pela queda ou pelo arqueamento das plantas. Segundo o
agrônomo Luiz Henrique Skodowski, ele pode estar relacionado com o
crescimento da planta ou por influência de diferentes fatores. “A
planta, quando cresce demais, tomba por exemplo com a incidência de
chuvas fortes e vento. São condições que ‘forçam’ ela a acamar”,
esclarece.
Outras dessas condições são características genéticas da vegetação,
como a espessura do caule; a resistência de suas bainhas (a parte que
liga a folha ao caule); a altura e o peso de sua parte superior; formas
de manejo e características da produção. Nas variáveis que dizem
respeito à produção, o agrônomo cita a quantidade de plantas por metro,
já que quanto mais numerosas, mais elas precisam se esticar para obter
luz solar; a quantidade de raízes que dão sustentação à cultura e o
suporte populacional, que ocorre quando uma planta “segura” a outra.
Para quem olha, o acamamento parece ter sido feito pela força de um
agente externo, mas se trata de um estado que gera um achatamento
aleatório que pode criar vários tipos de padrão na plantação, como
círculos e linhas que se assemelham a um labirinto. Isso diferencia os
desenhos causados naturalmente dos que aparecem em Ipuaçu, por exemplo.
“Esses casos em específico, em que as formações são geometricamente
perfeitas, são considerados ações manuais”, destaca Skodowski.
Ipuaçu
Para o astrônomo Adolfo Stotz Neto, outro pontos se soma à conclusão
de que os agroglifos são obra humana: primeiro, as imagens são feitas
sempre em plantações de grãos e cereais como o trigo e a cevada, que são
fáceis de esmagar e não voltam para suas posições originais.
O historiador Hernan Mostajo, que já realizou estudos em Ipuaçu na
ocasião do aparecimento de outros agroglifos, acrescenta mais um: a
ausência de alguma radioatividade no solo ou modificações na estrutura
dos vegetais: “Se houvesse algo supostamente extraterrestre na Terra,
talvez ele trouxesse uma radiação diferente da radiação natural
terrestre, tanto no vegetal quanto no solo”.
Mas a única mudança observada na cidade foi o achatamento da
colheita. “Algo que qualquer ser humano pode fazer tranquilamente”,
argumenta.