terça-feira, 27 de setembro de 2022

NASA COLIDE SONDA COM ASTERÓIDE

 

Foto: Johns Hopkins/NASA, Steve Gribben/APL

Por Redação – Jornal Estadão

Agência enviou no ano passado sonda em direção a corpo celeste chamado Dimorphos, com objetivo de mudar sua trajetória e combater possíveis ameaças à Terra

Com o objetivo de testar defesas contra ameaças à Terra, a Nasa, agência espacial americana, iniciou nesta segunda-feira, 26, mais uma fase da missão Dart (em inglês: Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide), que pretende mudar a trajetória de um corpo celeste capaz de causar problemas ao planeta no futuro. Uma aeronave viajou a cerca de seis quilômetros por segundo em direção ao meteoro Dimorphos, pequena lua de 160 metros de diâmetro que ronda o Sistema Solar, e colidiu com o mesmo para mudar sua órbita.

O resultado do impacto, ocorrido às 20h14 no horário de Brasília, com transmissão ao vivo no canal da agência no YouTube, será medido por telescópios. O objetivo da missão é testar métodos de defesa planetária contra corpos celestes que possam representar uma ameaça à humanidade – no caso da Dart, a meta é redirecionar o alvo.

A missão

Com uma hora restando para a colisão, a NASA atualizou que a rota do Dimorphos estava estável e que eles tinham uma visão clara do asteroide. Na casa de 47 minutos até o impacto, o objeto teve o alvo travado em si. A Dart chegou a distancia de 7 mil milhas (cerca de 11 mil quilômetros) quando faltavam 30 minutos, com imagem, dados e sistemas estáveis.

Funcionários da Nasa celebram impacto bem sucedido contra asteroide como parte da missão Dart
Funcionários da Nasa celebram impacto bem sucedido contra asteroide como parte da missão Dart Foto: Jim Watson/AFP

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Restando 21 minutos, a agência já podia focar apenas no traqueamento da espaçonave até a Dimorphos, pois a precisão também estava travada, a 4,5 mil milhas (7,24 mil km).

A quatro minutos do impacto, a Dart já estava a apenas 100 milhas (160 km) do asteroide, e às 20h14 no horário de Brasília, como previsto, a nave colidiu com o objeto.

”Nós temos impacto!’” anunciou Elena Adams, do Controle da Missão à agência de notícias AP, no momento em que o objetivo foi alcançado. “Estamos embarcando em uma nova era da humanidade”, disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da NASA. Apesar do sucesso e a empolgação da agência, é possível que ainda leve semanas para coletar os resultados e determinar o quanto a órbita do asteroide foi modificada.

A proximidade com a Terra permitirá que especialistas em defesa planetária meçam o impacto. A escolha da data foi proposital, pois a cada 770 dias, o Didymos, sistema onde o Dimorphos está localizado, fica a 11 milhões de quilômetros de nós.

Em 2024, a nave Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), visitará o aglomerado para analisar a colisão com mais detalhes. A missão utiliza elementos de energia cinética e será avaliada também sua capacidade de repetição para que seja estabelecida como uma técnica sólida.

No novembro de 2021, a Nasa lançou a sonda Dart a bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X
No novembro de 2021, a Nasa lançou a sonda Dart a bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X Foto: Bill Ingalls/Nasa/AFP

O alvo da Nasa nunca teve risco de causar um “armaggedon” em si. No entanto, são conhecidos atualmente cerca de 25 mil asteroides próximos ao planeta, em escala espacial, que representam ameaça, mesmo com chances baixas – e isso é somente 40% do que pode ser o número total.

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Segundo a agência, o sucesso da missão é fundamental para traçar um plano estratégico e realizar testes também em outros corpos celestes. “Estamos trabalhando para adicionar mais rochas espaciais ao nosso catálogo e, enquanto isso, tentando descobrir como garantir que nenhuma atinja a Terra”, disse Thomas Zurbuchen, integrante da diretoria de missão científica da Nasa, no lançamento da operação, em 2021.

Além de combater possíveis “agentes do apocalipse”, a Dart também está focada em desenvolvimento de tecnologia autônoma. Na sonda, foram implementados algoritmos que permitem a viagem sem um operador. Em caso de sucesso e bons resultados, a exploração espacial evoluiria em comunicação – ou o descarte da mesma. Atualmente, as informações enviadas às naves pelo comando demoram algum tempo para que cheguem, o que não permite controle em “tempo real”.

Asteroide na Rússia

O ímpeto em acelerar o desenvolvimento de defesas planetárias foi impulsionado pela queda de um asteroide de 18 metros de diâmetro na cidade de Chelyabinsk, na Rússia, que gerou uma onda de choque e causou danos a seis municípios. A explosão feriu mais de 1600 pessoas e causou danos estimados em US$ 30 milhões (cerca de R$ 153,5 milhões).

Apesar do susto, impactos do tipo são comuns na história da Terra. Diariamente, objetos caem na atmosfera do planeta e são queimados pelas suas proteções naturais. O perigo real surge quando o corpo mede mais de 100 metros de diâmetro, pois esses têm mais chances de não se desintegrarem e são mais difíceis de detectar. De acordo com a Nasa, a entrada de meteoros e cometas do tipo ocorrem uma vez a cada 20 mil anos.

Asteroides maiores, como o responsável pela extinção dos dinossauros há quase 66 milhões de anos – com aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro – são mais fáceis de serem notados com antecedência. No entanto, a técnica testada pela agência americana ainda não será suficiente para evitar um desastre global, mas sim danos locais.

CORRUPÇÃO É A PRAGA BRASILEIRA

Artigo
Por
Adriana Ventura

fotos para ilustração Dinheiro, corrupção, imposto


Imagem ilustrativa.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Ela une tudo e todos. Une da pior maneira, corroendo a vida de quem trabalha, estuda ou cuida da casa. Seria o caso de dizer que a corrupção infesta a nossa sociedade e é uma enfermidade amplamente difundida e que ainda espera ter sua “vacina” adotada de Norte a Sul.

Definir corrupção, para os leigos, é simples – o resultado de quem obtém vantagem por meios considerados ilícitos. Corrupção vem do latim corruptus, ou seja, quebrar em pedaços, decompor. Corromper tem mesmo o sentido de “tornar pútrido”. Quem exerce cargo público comete esse crime quando recebe benefícios por fazer (ou deixar de fazer) o que se espera seja feito em função do cargo que ocupa.

Desvio de conduta, lavagem de dinheiro, fraude e improbidade administrativa, assim como peculato e prevaricação, são os casos mais frequentes, de efeitos bastante complexos por aqui, para dizer o mínimo.

Senão vejamos: em 2021, o Brasil ocupou a 94ª posição, entre 180 países, no ranking de corrupção organizado pela Transparência Internacional. E tudo poderia ser diferente, caso o Congresso Nacional usasse de suas prerrogativas para avançar pautas fundamentais no combate à corrupção.


Editorial: O eleitor e o combate à corrupção
O que precisa mudar no tabuleiro da democracia brasileira
Eleições e corrupção: é preciso falar sobre a gestão pública
“Jeitinho brasileiro”: uma expressão lastimável e perigosa
Exemplos? Criar legislações eficazes, que reduzam a impunidade; fiscalizar os atos do Executivo e fortalecer as instituições fiscalizadoras, desestimulando condutas ilícitas com vigilância constante; exigir transparência nos dados públicos, servindo-se de mais tecnologia; buscar a descentralização do poder na tomada de decisões e estimular a cidadania, promovendo a participação de instituições e sociedade na discussão de medidas anticorrupção.

Porém, das 35 pautas prioritárias do governo federal apresentadas na Câmara e no Senado entre 2020 e 2022, nenhuma fez referência ao combate à corrupção. Pior: já ficou claro que a atual Presidência da Câmara não tem a menor intenção de colocar esse tipo de pauta em votação. O combate à corrupção não faz parte da agenda prioritária do Congresso Nacional.

“A luta contra a corrupção não será vencida por nocaute, mas sim por pontos”, já alertou Carlos Ayres de Brito, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal. Esse deve ser de fato o mantra capaz de inspirar brasileiros a exigir outra atitude por parte de todos; afinal, nunca se denunciou tanto corrupção em jornais e TV. No Congresso Nacional, é preciso aprovar leis que restrinjam o foro privilegiado, eliminando os privilégios; aumentem o rigor na punição dos crimes cometidos, incluindo os de partidos políticos e campanhas eleitorais; atuem com firmeza contra a improbidade administrativa, aplicando instrumentos do direito penal e processual eficientes.

Desde março de 2019, a Frente Ética de Combate à Corrupção, que inclui centenas de deputados federais e senadores, tem alimentado discussão e ações entre setores dos Três Poderes, entidades e sociedade civil, atraindo de ex-ministros a ONGs e instituições  internacionais. Bala de prata para acabar com a corrupção não há, sabe-se bem. Mas o combate à praga que devasta corpo e alma do país está em andamento, ainda que a pequenos passos.

Adriana Ventura é presidente da Frente Parlamentar Ética Contra a Corrupção.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/corrupcao-e-a-praga-que-molda-o-brasil-e-que-precisa-ser-combatida/
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ADAPTAR LOJA FÍSICA PARA CLIENTES DEFICIENTES

 

Boby Vendramin, Diretor de Marketing e Mídia LATAM da Purple-Lens

An Israeli flag blows in the wind from an elevated view of the Western Wall. Jewish orthodox believers read the Torah and pray facing the Western Wall, also known as Wailing Wall or Kotel in Old City in Jerusalem, Israel. It is small segment of the structure which originally composed the western retaining wall of the Second Jewish Temple atop the hill known as the Temple Mount to Jews and Christians.

Quanto maior o número de pessoas circulando na loja, maiores serão as chances de vendas e consulta de clientes. Mas quando a estrutura da loja não está adequada para pessoas com certas limitações, sejam motoras ou visuais, muitos consumidores deixam de visitar o comércio e o negócio deixa de vender. Uma loja física precisa ter o máximo de facilidades para receber as pessoas e sabemos que reconstruir a loja é caro, gera transtornos e o resultado pode não ser o esperado. A solução? Adaptar a loja física, sem mexer na fundação do prédio.

A mesma coisa acontece nas lojas online. Muitos sites não foram criados para receber tráfego de pessoas com limitações visuais, auditivas ou de mobilidade. Essa é uma preocupação muito recente que, tal qual nas lojas físicas, não existia, mas que pode ser adaptado. Para Boby Vendramin, Diretor de Marketing e Mídia LATAM da Purple-Lens, desenvolvedora israelense da ferramenta, é possível pavimentar os caminhos online de qualquer estrutura web criando acessos, independente da arquitetura utilizada pelo site: “É um plug in automático, tecnologia israelense capaz de transformar qualquer site simples ou truncado em uma verdadeira experiência para qualquer usuário. Basta fazer um cadastro e instalar o código de incorporação. Assim que estiver instalado, o site já conta com as funcionalidades de acessibilidade”.

Plug in modifica e melhora o site

Para um maior aproveitamento da solução, também há um scanner que realiza uma varredura em todo o site apontando todas as melhorias necessárias para boas práticas de código acessível. Quando há alguma dificuldade na estrutura do site, que o Purple Lens não consegue resolver automaticamente, um relatório aponta exatamente dentro do código que deverão ser feitas.

Testando antes da contratação

Outra vantagem da ferramenta é a possibilidade de experimentar todas as funcionalidades do sistema por 14 dias antes da aquisição. Isso torna o processo de ajuste à acessibilidade totalmente livre de riscos: “Se no final deste teste não houver satisfação por parte do usuário, nenhuma cobrança será feita. Isso também dá a oportunidade às agências e freelancers de demonstrarem na prática o potencial da ferramenta antes da contratação” completa Boby.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 165.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 2.850.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

ABSURDO - LULA QUER IDENIZAÇÃO DO ESTADO POR SUA PRISÃO

 

ITALO NOGUEIRA E VICTORIA AZEVEDO – Folha de São Paulo

O Ex-Presidiário gosta do dinheiro público e quer mais esse além do que ele já retirou.

RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em ato no Rio de Janeiro, neste domingo (25), que o Estado terá que “devolver” e lhe “pagar os prejuízos que eles causaram” em sua vida enquanto ele esteve preso.

As declarações foram dadas no momento em que Lula dizia que foi absolvido nos processos em que respondia na Justiça.

O petista recordou declaração do jornalista William Bonner durante sabatina no Jornal Nacional, em agosto, em que ele relembrou os julgamentos do ex-presidente na Lava Jato e o fato de ele ter tido suas condenações anuladas.

“Achei honroso o William Bonner no dia que fui na entrevista da Globo, ele teve a grandeza de dizer: ‘Presidente, o senhor não deve mais nada à Justiça desse país’. E quem deve são eles a mim. Porque em algum momento o Estado vai ter que devolver e me pagar os prejuízos que eles causaram na minha vida”, disse Lula em ato na quadra da Portela, no Rio de Janeiro.

“Eles sabiam [que] eu não tinha nenhum problema de ficar lá, não tinha nenhum problema. Até porque eu já tinha sido preso em [na década de] 80 e fiquei 31 dias preso. Depois eu lembrei: por que estou preocupado de estar preso se o nosso querido Mandela ficou 27 anos e saiu para governar a África do Sul?”, seguiu o petista.

No discurso, Lula também disse que é “culpado de ser inocente” e criticou o ex-juiz Sergio Moro e o presidenciável Ciro Gomes (PDT) por declarações em que eles afirmaram que o ex-presidente não havia sido absolvido nos processos.

“O [Sergio] Moro fala que não [fui absolvido]. Ouvi o Ciro falando ‘não, você não foi absolvido’. Fui absolvido em 26 processos, duas vezes na ONU e pela Suprema Corte”, disse Lula.

A declaração do ex-presidente foi criticada e serviu como munição para ataques de bolsonaristas nas redes sociais.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), compartilhou trecho do discurso de Lula e escreveu que essa fala é “para cuspir na cara de todos os brasileiros de bem”.

“O Brasil ainda está devendo ao ladrão? O raivoso Lula quer terminar o serviço”, escreveu.

O assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins, também criticou a fala de Lula e disse no Twitter que o ex-presidente “deu com as línguas nos dentes”.

“Entregou seu plano de tomar dos cofres públicos o dinheiro do povo brasileiro para ‘compensá-lo’ por ter sido preso e condenado como líder do maior esquema de corrupção do mundo”, escreveu.

O ex-presidente ficou 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.

Em abril deste ano, o Comitê de Direitos Humanos da ONU concluiu que os procuradores da Lava Jato e Moro foram parciais em relação aos casos investigados contra o ex-presidente.

Naquele momento, o advogado Cristiano Zanin, que representa o petista, afirmou à imprensa que o governo brasileiro teria que comunicar a ONU, em um prazo de até 180 dias, quais medidas ele iria tomar para “reparar danos causados ao ex-presidente Lula” e para evitar que procedimentos identificados na Lava Jato possam ocorrer com outros brasileiros.

CONGRESSO ATUAL NÃO SE MOBILIZA PARA FAZER AS MUDANÇAS NECESSÁRIAS NO STF

 

Judiciário
Por
Olavo Soares
Brasília


Detalhe da estátua da Justiça, que fica na frente do STF.| Foto: Nelson Jr./STF

Propostas apresentadas por deputados federais e senadores que buscam mudanças na composição e no funcionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) atravessam anos sem tramitação e têm se acumulado nas gavetas virtuais do Congresso Nacional. Os projetos atacam pontos como os mecanismos de escolha dos membros da Corte, a duração dos mandatos dos ministros e a sistemática de impeachment dos integrantes do STF.

Via de regra, as proposições não chegam nem sequer a ser rejeitadas; seu destino, no geral, é aguardar apreciação em comissões ou a designação de relatores – o que habitualmente não têm prazo limite para ocorrer. Algumas das propostas são defendidas por representantes da esquerda e da direita. Ainda assim, não obtêm força política para avançarem.

Duas ideias que também buscavam modificar o Supremo acabaram se enfraquecendo em um estágio ainda anterior: não conseguiram, ao menos até o momento, reunir os apoios necessários para sua tramitação. Ambas são projetos idealizados no formato de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que, para terem seu pontapé inicial formal no Legislativo, demandam a assinatura de 171 deputados.

Os dois projetos são de autoria de deputados defensores do presidente Jair Bolsonaro (PL): Domingos Sávio (PL-MG) e Paulo Eduardo Martins (PL-PR), e se tornaram conhecidos no último mês de junho. A proposta de Sávio foi apelidada de “PEC anti-STF”, porque tinha como principal meta diminuir o poder da Corte. Entre outras determinações, a proposta dava ao Congresso a possibilidade de rever decisões tomadas pelo Supremo. Já a proposição de Martins dificulta a tomada de decisões monocráticas por parte dos ministros do STF e restringe a possibilidade de sindicatos e partidos políticos apresentarem ações na corte.

Propostas para mudar escolha para o STF e que estabelecem mandato para ministros
No início de 2020 o então presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgou as prioridades do ano para o Legislativo, e entre elas estava uma proposta que revia o modelo de nomeação dos ministros do STF. O projeto tinha autoria do senador Lasier Martins (Podemos-RS) e relatoria do então senador Antonio Anastasia (PSD-MG), atualmente ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

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A proposta determinava que cada integrante do Supremo seria selecionado pelo presidente da República a partir de uma lista tríplice formada por um colegiado constituído por sete membros, entre eles representantes do TCU, do próprio STF e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Hoje, o presidente da República é quem escolhe um nome de qualquer cidadão brasileiro acima de 35 anos com “notável saber jurídico e reputação ilibada”.

O texto do projeto ainda determinava que os membros da corte passariam a ter mandato fixo de 10 anos. Atualmente, a única limitação de tempo é a idade do ministro, que tem de se aposentar compulsoriamente quando completa 75 anos de idade.

A deflagração da pandemia de coronavírus subverteu as prioridades que o Congresso tinha no início de 2020 e impediu o avanço da proposta que mudaria o STF. Mas mesmo após a melhoria da crise sanitária da Covid-19, o tema saiu de cena, e não está hoje entre os assuntos em destaque no Congresso.

Com isso, o projeto de Lasier Martins foi para a lista de espera, assim como um do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), protocolado em 2015, que também estabelecia mandato de 10 anos aos ministros do Supremo.

Quatro anos depois de Cunha Lima, foi a vez de o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) apresentar outro projeto com novas regras para a escolha de ministros e para o tempo de mandato. Pela proposição, os ministros seriam selecionados de forma alternada, com o direito à indicação variando entre presidente da República, Câmara dos Deputados, Senado e o próprio STF. Ganime sugeriu ainda que os mandatos fossem de 12 anos.

O tratamento recebido pelo projeto de Ganime é um símbolo do destino dado às proposições sobre o tema – e também de como esse assunto se espalha pelas diferentes vertentes ideológicas. A proposta de Ganime foi “apensada” a uma outra de 2012. No linguajar do Congresso, apensar significa fazer com que dois projetos de teor semelhante tramitem juntos. A ideia é evitar o retrabalho.

O projeto de 2012 apensado ao de Ganime previa mandatos de sete anos aos ministros do STF e foi apresentado pelo ex-deputado Nazareno Fonteles (PT-PI). E, por sua vez, esse projeto de Fonteles havia sido apensado a um de 2008, proposto por Neilton Mulim (PP-RJ). A proposição de Mulim não passou por tramitações significativas nos últimos cinco anos.

O Congresso ainda discutiu um projeto da então senadora Marta Suplicy (SP) que cria uma nova sistemática para os prazos relacionados à nomeação de novos ministros do STF. Atualmente, o presidente da República é livre para fazer sua escolha para o Supremo quando quiser, e o Senado também não tem um prazo delimitado para apreciar a indicação.

A proposta de Marta previa que o presidente teria três meses para indicar o nome, e o Senado 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. O projeto chegou a ter algum avanço nos meses iniciais após ser apresentado, mas está inativo há pelo menos um ano.

Impeachment de ministros do Supremo é tratado em projetos
O Congresso ainda discute – também a passos lentos – projetos que reveem os mecanismos de impeachment de ministros do STF. Hoje, o impeachment é conduzido pelo presidente do Senado. Qualquer cidadão pode pedir o afastamento e cassação, mas a decisão sobre a abertura ou não de um processo compete exclusivamente ao presidente do Senado.

Duas dessas proposições ampliam o leque dos crimes de responsabilidade que são passíveis de impeachment de ministros do STF. Em uma delas é definido como crime de responsabilidade emitir opinião sobre processos ainda em curso. Os dois projetos são de autoria de deputados aliados do governo Bolsonaro: Chris Tonietto (PL-RJ) e Paulo Eduardo Martins.

PEC da Bengala no Judiciário venceu a gaveta
Em 2017, a imposição de prazo para o mandato de ministros do STF chegou a ser aprovada em uma comissão da Câmara que discutia a reforma política. A proposição havia sido apresentada pelo então deputado Vicente Cândido (PT-SP). Mas não prosperou quando a Câmara votou a reforma política. O trecho sobre os ministros do STF foi suprimido, e não voltou ao debate.

Dois anos antes, o Congresso havia aprovado uma rara proposta de emenda à Constituição de impacto no Judiciário: a chamada “PEC da Bengala”. A proposição elevou de 70 para 75 anos o prazo para aposentadoria compulsória dos integrantes do STF e de demais tribunais superiores. A aprovação da “PEC da Bengala”, ao estender o tempo de trabalho dos ministros, impediu a então presidente Dilma Rousseff (PT) de indicar novos nomes para o STF. À época, a Câmara era presidida por Eduardo Cunha, adversário da petista.

Nos últimos anos, uma iniciativa que reverte os efeitos da “PEC da Bengala” chegou a ter avanços na Câmara. A ideia é defendida pela deputada Bia Kicis (PL-DF), apoiadora do presidente Bolsonaro, e determina que a aposentadoria compulsória volte a ser aos 70 anos.


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A ECONOMIA É UM DOS MAIORES DESAFIOS DO PRÓXIMO GOVERNO

Editorial
Gazeta do Povo

(Brasília, DF – 01/02/2017) Mastro da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes, vista do Palácio do Planalto. Foto: Guilherme Britto/PR


Mastro da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes, visto do Palácio do Planalto: saúde pública, educação e geração de emprego devem ser prioridades do presidente eleito, segundo pesquisa.| Foto: Guilherme Britto/PR

O governo que for escolhido pelo eleitor em outubro para a gestão dos próximos quatro anos enfrentará extensa lista de problemas e desafios, alguns relativos ao curto prazo e outros vinculados ao longo prazo. As carências e os obstáculos estão praticamente diagnosticados, restando saber como o Poder Executivo e o Poder Legislativo atuarão para que o país conseguir prosperar rumo à melhoria das condições de vida da população. Seja quem forem os eleitos, eles deverão responder à sociedade com programas e propostas, num primeiro momento, e com medidas concretas na ação executiva do dia a dia. Os grandes objetivos socioeconômicos são sempre os mesmos: aumentar a produção nacional a taxas acima do crescimento populacional, como condição necessária para expandir a renda por habitante, superar a miséria e reduzir a pobreza.

O desafio de melhorar as condições de bem-estar social médio da população é imenso, pois, segundo estimativas extraídas dos dados do IBGE, a população atingirá 216 milhões de habitantes em 2023, dos quais pelo menos 25% são pobres ou miseráveis. Não há divergências quanto aos objetivos gerais, ficando as discordâncias por conta das medidas e projetos a serem implantados e em que ordem serão executados. O governo e os parlamentares que assumirão em janeiro próximo terão de lidar, no curto prazo, com cinco problemas econômicos: desemprego, inflação, saúde fiscal, dívida pública e juros. O primeiro aspecto a ser entendido é que esses problemas estão todos interligados e são de responsabilidade não só do governo federal, mas também dos governos estaduais e municipais.

O Brasil tem condições propícias ao crescimento econômico e desenvolvimento social. Resta esperar que os eleitos tenham a competência para escolher as políticas públicas certas e executá-las com eficiência

O setor público não se resume apenas ao governo federal, mas este é o ator principal no sucesso ou fracasso da condição futura nacional. Todo governo tem de lidar com o curto prazo, pois é do êxito na gestão deste que se define o cenário para o êxito do crescimento e da melhoria social no longo prazo. O bom desempenho na gestão daqueles cinco problemas citados é requisito necessário para o sucesso no longo prazo e para definir os rumos da economia do país. Seguindo a ordem da lista, o primeiro e mais premente desafio diz respeito à luta incessante para tentar trazer o desemprego para 5% da população economicamente ativa. Para isso, o Brasil necessita gerar 5 milhões de empregos novos, praticamente todos no setor privado, e o pré-requisito número um para obter sucesso nessa empreitada é o crescimento firme e contínuo do PIB. O crescimento do PIB, por sua vez, requer segurança jurídica e ambiente institucional favorável à atração de empreendedores nacionais e investidores estrangeiros dispostos a colocar seu dinheiro no Brasil.

O segundo desafio é o enquadramento da inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, também pelo efeito que a inflação tem no incentivo ou desestímulo aos investimentos privados. Nesse ponto, os sinais atuais são bons, pois o repique da inflação, levando-a a mais de 10% no acumulado de 12 meses, foi consequência de fatores como a retomada pós-pandemia e choques de oferta, valendo citar a crise hídrica e a invasão da Ucrânia como eventos que ajudaram a piorar o quadro inflacionário – um fenômeno que não se limita ao Brasil, mas é global, a ponto de Estados Unidos e outras economias desenvolvidas terem registrado inflação anualizada superior à brasileira.

O terceiro desafio – o controle das contas fiscais – tem conexão direta com a inflação. A decisão de elevar substancialmente os gastos com programas sociais de ajuda aos afetados pela pandemia foi perfeitamente justificada, dado o elevado número de brasileiros que perderam parcial ou totalmente sua renda durante o isolamento social. No entanto, em condições normais, sem crises graves, o controle fiscal é obrigação dos gestores públicos, sendo algo relativamente fácil de realizar. Tal controle é importante para a criação do ambiente institucional favorável à atração de investimentos e, adicionalmente, contribui com o combate à inflação.


O equilíbrio fiscal, por sua vez, ajuda na administração do quarto desafio: o controle da dívida pública, que abre espaço para aumento dos investimentos do governo, aumenta os fundos disponíveis no sistema bancário para financiamento privado ao diminuir a pressão do governo por novos empréstimos e, como consequência, deixa de pressionar a taxa de juros para cima. A contenção da taxa de juros – o quinto desafio de nossa relação – por si só provoca aumento do consumo, aumento dos investimentos e, ao exigir menores despesas do governo com encargos da dívida, ajuda na redução do déficit público.

A boa gestão desses cinco elementos macroeconômicos tem efeito favorável significativo sobre o crescimento econômico. Assim, qualquer que seja o governante, a sociedade deve pressionar para que essa linha seja seguida, inclusive porque, apesar dos problemas derivados da pandemia, da crise hídrica e da guerra, o Brasil está em situação momentânea melhor até mesmo que muitos países desenvolvidos. Os indicadores de Estados Unidos, Europa e vários países latino-americanos, para ficar em alguns exemplos, estão inferiores aos brasileiros, demonstrando que o Brasil tem condições propícias ao crescimento econômico e desenvolvimento social. Resta esperar que os eleitos tenham a competência para escolher as políticas públicas certas e executá-las com eficiência.

ELEIÇÕES 2022
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A DIREITA GANHA ELEIÇÕES NA ITÁLIA

 

Eleições gerais
Agência EFE – Gazeta do Povo


Giorgia Meloni, líder do Irmãos da Itália, deve ser a nova primeira-ministra.| Foto: Ettore Ferrari/EFE

A líder do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, disse que a coalizão de direita que venceu as eleições gerais italianas deste domingo (25) vai governar para unir o país.

Esta foi a primeira declaração pública de Meloni depois que sua legenda, uma das três que formam a coalizão direitista, foi a mais votada no pleito. Com isso, ela deve se tornar a primeira mulher a governar a Itália.

Em discurso em um hotel nos arredores de Roma no início da madrugada de segunda-feira (26), Meloni evitou tons triunfalistas e garantiu que a coalizão também composta pela Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, governará “para que os italianos possam se orgulhar de serem italianos”.

De acordo com os resultados parciais, o FdI foi o partido mais votado, com cerca de 26%, e a coalizão obteve 43%, contra 26% do bloco progressista liderado pelo Partido Democrata (PD).

“Os italianos deram uma indicação clara a partir das urnas, e a indicação é para um governo de centro-direita sob a orientação do Irmãos de Itália”, disse Meloni. Ela também afirmou que é “hora de os italianos terem novamente um governo que saia de uma indicação nas urnas”.

Meloni lamentou que a campanha eleitoral tenha sido “agressiva e violenta” e ressaltou que “a Itália e a União Europeia precisam da contribuição de todos para a complexa situação em que nos encontramos”.

Ela também se mostrou descontente com a taxa de abstenção no pleito – 36% – e declarou como objetivo “reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos”.

Quem é Giorgia Meloni, política conservadora que pode se tornar a próxima premiê da Itália

Por
Fábio Galão


Giorgia Meloni é líder do partido conservador Irmãos da Itália, que aparece nas pesquisas em empate técnico na liderança com o centro-esquerdista Partido Democrático| Foto: EFE/EPA/ALESSANDRO DI MEO

Em 25 de setembro, os italianos foram às urnas para as eleições gerais no país, antecipadas devido ao colapso da coalizão do primeiro-ministro Mario Draghi. Na disputa, aparece como favorita a deputada Giorgia Meloni, de 45 anos e líder do partido conservador Irmãos da Itália. Como vencedora, ela será a primeira premiê mulher da história italiana.

Nas últimas pesquisas, a legenda de Meloni aparecia em empate técnico na liderança com o centro-esquerdista Partido Democrático, liderado por Enrico Letta.

Para garantir a maioria no Parlamento, os Irmãos da Itália têm como trunfo a aliança com a direitista Liga Norte, de Matteo Salvini (crítico da imigração ilegal, como Meloni), e o partido de centro-direita Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, em cujo governo Meloni foi ministra da Juventude entre 2008 e 2011.

A deputada é acusada por seus opositores de ser neofascista, já que o símbolo dos Irmãos da Itália tem uma chama com as cores da bandeira italiana que também aparecia no logo do Movimento Social Italiano, legenda neofascista fundada após a Segunda Guerra Mundial (e extinta em 1995). Além disso, em 2019, Meloni apoiou Caio Giulio Cesare Mussolini, bisneto do ditador Benito Mussolini, na sua candidatura ao Parlamento Europeu.

Entretanto, a deputada nega posições extremistas. “A direita italiana relegou o fascismo à história há décadas, condenando inequivocamente a supressão da democracia e as ignominiosas leis contra os judeus”, disse Meloni numa mensagem gravada em inglês, francês e espanhol que foi divulgada na semana passada.

Embora seja crítica de aspectos burocráticos da União Europeia, a deputada também negou que pretenda tirar a Itália do bloco.

“Há dias venho lendo artigos na imprensa internacional sobre as próximas eleições para um novo governo na Itália, nos quais sou descrita como um perigo para a democracia e para a estabilidade italiana, europeia e internacional”, disse Meloni na mensagem, acrescentando que essas análises consideram que uma vitória dos Irmãos da Itália seria “um desastre, levando a uma virada autoritária, à saída da Itália do euro e outras bobagens desse tipo”. “Nada disso é verdade”, garantiu.

Para enfatizar o argumento de que a Itália seguirá próxima dos seus parceiros no Ocidente, Meloni destacou que num eventual governo seu a Itália continuará apoiando a Ucrânia na guerra contra a Rússia – os aliados políticos da deputada já manifestaram posições alinhadas a Moscou antes da guerra, visto que Berlusconi é amigo de Vladimir Putin e Salvini elogiou o presidente russo, e seus partidos questionaram o envio de armas para os ucranianos.

“Sempre defendemos e apoiamos a causa ucraniana, não apenas porque acreditamos na causa, mas também porque a Itália não pode arriscar ser o elo fraco da aliança ocidental”, afirmou Meloni à emissora estatal RAI no final de julho. “[O Ocidente] precisa saber que pode contar conosco. Eu não toleraria qualquer hesitação neste ponto.”

Mãe de uma menina de cinco anos, Meloni é cristã e já se manifestou contra a ideologia de gênero e o “fundamentalismo climático”.

Lorenzo Pregliasco, presidente da empresa de pesquisas YouTrend, disse à agência Associated Press que as pesquisas de opinião indicam que Meloni é percebida pelos italianos como “uma líder que tem ideias claras – nem todos concordam com essas ideias, é claro”.

“Ela é creditada como tendo uma abordagem consistente e coerente sobre política. Ela não fez concessões”, acrescentou Pregliasco.


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GASTANÇA DO EX-PRESIDENTE LULA

 

Por
Lúcio Vaz


Lula durante comício da campanha para presidente da República| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O candidato a presidente pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, gastou R$ 607 mil com diárias e passagens para seguranças e assessores em viagens pelo Brasil e exterior no período pré-eleitoral e já na campanha oficial – todas pagas com a verba de ex-presidente. Os salários dos sete seguranças e assessores nesse período somaram mais 420 mil. Incluindo despesas com combustível, locação de veículos e telecomunicações, a conta para o contribuinte fechou em R$ 1,05 milhão.

As despesas dos seis ex-presidentes – José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer – somaram R$ 3,9 milhões até julho. Até janeiro deste ano, a gastança estava em R$ 75 milhões. A Lei 7.474/86 diz que os ex-presidentes têm direito aos serviços de quatro servidores para segurança e apoio pessoal, mais dois veículos oficiais blindados (R$ 108 mil cada) com motoristas – tudo pago pela Presidência da República.

Em 2002, passaram a contar também com dois assessores com cargos em comissão de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) nível 5. Fazem parte da equipe de apoio a Lula um capitão reformado, 2 primeiros-tenentes da ativa, 3 segundos-sargentos e 1 servidor civil.

A ex-presidente Dilma já utilizou essa estrutura na sua tentativa de eleição para o Senado por Minas Gerais, em 2018. Sua equipe de apoio recebeu 350 diárias num total de R$ 100 mil, durante a campanha. A despesa total, incluindo passagens aéreas, chegou a R$ 153 mil, em valores atualizados. Dilma não foi eleita. Naquele ano, ela também fez um roteiro de 12 dias por Espanha e Estados Unidos, em defesa da liberdade de Lula, com despesas de R$ 204 mil aos cofres públicos.

Os candidatos à Presidência da República contam ainda com a segurança de agentes da Polícia Federal – cujos custos estão sob sigilo. Mas a principal fonte de financiamento da campanha de Lula é o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que destina dinheiro público aos candidatos nas eleições de 2022. Até agora, Lula já recebeu R$ 90 milhões – quase a totalidade originado do “Fundão”. Despesas no valor de R$ 58 milhões já estão contatadas. O ranking de fornecedores é liderados pela M4 Comunicação e Propaganda, que faz a campanha de Lula, com R$ 26 milhões.


Lula foi acompanhado pela equipe destinada a ex-presidentes em 16 capitais mais 10 cidades de médio porte. O roteiro para Manaus, Belém e São Luís, de 27 de agosto e 3 de setembro – custou um total de R$ 42 mil. Sete seguranças e assessores se alternaram nos eventos nas três capitais. Ao lado do senador Eduardo Braga (MDB), candidato ao governo do estado, e do senador Omar Aziz (PSD), ex-presidente da CPI da Covid, Lula lembrou o seu programa com maior apelo eleitoral: “Eu tenho noção do que foi acabar com a fome nesse país, reconhecido pela Organização das Nações Unidas”.

Em Belém, onde declarou apoio ao governador Helder Barbalho (MDB), Lula criticou a mudança do programa social Minha Casa Minha Vida para Casa Verde e Amarelo. “Que babaquice é essa de tudo ser verde amarelo? Casa Verde e Amarelo, Carteira de Trabalho Verde e Amarelo. Por causa dela, os empregos estão quase todos na informalidade. Os trabalhadores perderam seus direitos. É essa carteira de trabalho que nós queremos? Não”, afirmou.

Em São Luís, o ex-presidente subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro. Disse que o atual presidente “não derramou uma lágrima” pelas vítimas da Covid. “Esse genocida não merece estar na presidência da República”. Afirmou que decidiu disputar a presidência para o país não ser “destruído pela “incompetência de um fascista”, “alguém que conta sete mentiras por dia”. Prometeu ainda revogar os decretos de Bolsonaro que ampliam prazos de sigilo sobre documentos. “Quem não deve não teme. Não deve esconder nem um dia. Ele está tentando esconder por 100 anos”.

No dia 29 de julho, Lula esteve na convenção do PSB que aprovou a coligação com a federação PT/PV/PCdoB, no hotel Meliá, em Brasília. As despesas com a equipe de apoio somaram R$ 66 mil, sendo R$ 42 mil com passagens par seguranças e assessores. Naquele evento, defendeu uma mudança na relação do presidente da República com as Forças Armadas. “Uma relação em que cada um cumpra a sua função, e não ter um presidente que trata as Forças Armadas como se fosse um objeto na mão dele”.

Criticou também a reunião do presidente com embaixadores: “Nunca imaginei que veríamos um presidente cometendo a idiotice chamar os embaixadores de 70 países para mentir e vender uma ideia falsa de que a democracia corre risco por causa das urnas eletrônicas”. E chamou seus eleitores para a rua: “Daqui pra frente é tudo em lugar aberto. Temos que ir pra rua pra mostrar que o povo brasileiro quer democracia de verdade. Não podemos ceder a esse fanfarrão”.

No dia 21 de julho, esteve em Recife, Garanhuns e Serra Talhada, em Pernambuco. O deslocamento dos sete integrantes da equipe de apoio custou R$ 34 mil. Em Recife, Lula disse que o voto favorável de petistas à PEC que permitiu ao governo ampliar benefícios sociais às vésperas da eleição foi “um ato de humanidade”. Mas fez um alerta: “Se Bolsonaro pensa que vai ganhar o voto do povo dando isso por três meses, terá uma grande lição. O povo vai pegar o dinheiro e não vai votar nele”.

“Tomado pelo ódio, fanatismo”
Lula fez ato público no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em 12 de julho. As despesas com os seguranças e assessores pagos pela Presidência somaram R$ 22 mil. Lula lamentou a escalada de violência política que culminou com o assassinato do guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda. Disse que estão tentando fazer da campanha eleitoral “uma guerra”. “Nós não precisamos brigar. A nossa arma é a nossa tranquilidade. Não temos que aceitar provocação”, disse Lula. Afirmou, ainda, que o homem que atirou em Marcelo estava tomado pelo “ódio, loucura, fanatismo e sectarismo”.

E retomou o tema Covid: “Se o Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelas quais ele é responsável pelas mortes, ele vai ter muita viagem. Porque ele não chorou uma lágrima pelas mais de 600 mil vítimas da Covid. Nunca se preocupou em visitar uma criança órfã, e são muitas. Nunca se preocupou em visitar uma viúva que perdeu o seu marido”. Disse que Bolsonaro tem um “comportamento desumano, do mal”.

Palanque no México
A viagem de Lula ao México serviu com o mais um palanque pré-eleitoral para Lula. Em discurso na Câmara dos Deputados daquele país, em 3 de março, o ex-presidente destacou resultados da política de inclusão social de seu governo, que “retirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, ampliou e democratizou o acesso ao ensino superior”, segundo nota publicada na página do Instituto Lula”. As despesas com diárias e passagens de seguranças e assessores somaram R$ 96 mil.

Ele também aproveitou a viagem para criticar o atual governo: “Assistimos hoje à volta de flagelos como desemprego, fome, destruição dos direitos trabalhistas, devastação do meio ambiente, desrespeito aos direitos humanos e às minorias, ataques à democracia. As consequências da ascensão da extrema direita no Brasil são os cerca de 650 mil mortos pela Covid, os 14 milhões de desempregados, e os 116 milhões de brasileiros que sofrem algum grau de insegurança alimentar. Pessoas que só conseguem comer uma vez por dia. E pessoas que simplesmente não têm o que comer”.

O blog fez contato com a assessoria de Lula e lembrou que o ex-Presidente fez dezenas de viagens na pré-campanha e também no período oficial de campanha acompanhado por seguranças e assessores pagos pela Presidência da República, conforme a Lei 7.474/1986. Questionou, então, se essa despesa paga pela Presidência, incluindo diárias, passagens e o salário dos servidores, não fere a Lei Eleitoral. Não houve resposta até a publicação da reportagem.

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JUSTIÇA INTERFERE NA CAMPANHA DO BOLSONARO

 

Decisões do TSE

Por
Alexandre Garcia


Ministro do TSE Benedito Gonçalves, responsável por algumas das decisões contra a campanha de Jair Bolsonaro.| Foto: Divulgação/STJ

Foi autorizado no sábado (24) o terceiro lote do auxílio a caminhoneiros e taxistas. São 360 mil caminhoneiros autônomos e quase 300 mil taxistas. Já foram subsidiados com R$ 877 milhões, por causa do preço do combustível, que, aliás, está baixando.

Outro número que eu queria que vocês pensassem a respeito: as pessoas me abordaram perguntando se eu acreditava em pesquisa. Eu disse: depende. Quanto é 1% do total dos eleitores brasileiros? Um milhão e 560 mil. Aí eu pergunto: você acreditaria que entrevistando 1% isso garante que representa o todo, 100% dos eleitores? Claro que não.

Só que as pesquisas não entrevistam nem 1%, entrevistam 0,00 qualquer coisa. As pesquisas estão entrevistando de 2 mil pessoas a 7 mil e poucas pessoas. Então, não tem representatividade.

Vocês podem dizer: a ciência das pesquisas escolhe as cidades certas, a idade das pessoas, a profissão, a escolaridade… mas veja: no Paraguai, onde são cerca de 7 milhões de eleitores, fica mais fácil fazer uma pesquisa com 7 mil pessoas, fica mais realista. Agora, com 156 milhões? Aí sinto muito, só se eu fosse muito ingênuo para aceitar.

Justiça impede campanha do presidente
Vejam só o que está acontecendo: a Justiça Eleitoral, especialmente pelo ministro Benedito Gonçalves, aquele que recebeu uns tapinhas na bochecha do ex-presidente Lula, está proibindo tudo da campanha do presidente Jair Bolsonaro. Proibiu mostrar as imagens de Londres, imagens de Nova York e agora proíbe qualquer imagem que seja feita no Palácio Alvorada, no Palácio do Planalto, ou alguma atividade do presidente.

Um amigo me disse o seguinte: a Justiça Eleitoral está proibindo que o presidente da República esteja na campanha de Jair Bolsonaro. Eu acrescentei: a despeito de a lei permitir. Ora, se a lei permite que o governador dispute a eleição e não saia do governo, o presidente da República também é candidato ao mesmo tempo. Não tem como separar, só que agora está se separando. Mas se não pode, paciência, fazer o quê?

Barroso manda mais que vereadores e TJ
O ministro Luís Roberto Barroso manda mais que 25 vereadores de Curitiba, mais que o Tribunal de Justiça do Paraná. Aquele vereador que profanou um templo católico e foi julgado na Câmara de Vereadores – Renato Freitas -: a Comissão de Ética votou para tirar o mandato dele, por falta de decoro. Depois deu 25 a 5 no plenário. O vereador ainda recorreu ao Tribunal de Justiça, o tribunal confirmou a decisão da Câmara dizendo que não se mete, é interna corporis, questão interna do Poder Legislativo.

Aí ele recorreu ao Supremo, caiu na mão do ministro Barroso, o ministro sozinho, monocraticamente, disse que isso é liberdade de expressão para defender os negros. E não mencionou ou desconheceu que uma cláusula pétrea da Constituição determina a proteção aos locais de culto. O nome disso é profanação, então, é mais um caso pra gente registrar a nossa vontade de cidadão de fazer com que a Constituição Brasileira seja respeitada. Porque aí se respeitam todos os direitos, nossos direitos que lá estão previstos.

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NASA VAI FAZER COLIDIR SONDA COM ASTEROIDE

 

Foto: Johns Hopkins/NASA, Steve Gribben/APL

Por Redação – Jornal Estadão

Agência enviou no ano passado sonda em direção a corpo celeste chamado Dimorphos, com objetivo de mudar sua trajetória e combater possíveis ameaças à Terra

Com o objetivo de testar defesas contra ameaças à Terra, a Nasa, agência espacial americana, iniciará nesta segunda-feira, 26, mais uma fase da missão Dart (em inglês: Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide), que pretende mudar a trajetória de um corpo celeste capaz de causar problemas ao planeta no futuro. Uma aeronave viajará a cerca de seis quilômetros por segundo em direção ao meteoro Dimorphos, pequena lua de 160 metros de diâmetro que ronda o Sistema Solar e, se tudo der certo, o impacto modificará sua órbita.

O resultado da colisão, prevista para ocorrer às 20h14 com transmissão ao vivo no canal da agência no YouTube, será medida por telescópios.

A proximidade com a Terra permite que especialistas em defesa planetária observem e meçam o impacto da sonda que atingirá o asteroide. A escolha da data foi proposital, pois a cada 770 dias, o Didymos, sistema onde o Dimorphos está localizado, fica a 11 milhões de quilômetros de nós.

Em 2024, a nave Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), visitará o aglomerado para analisar a colisão com mais detalhes. A missão utiliza elementos de energia cinética e será avaliada também sua capacidade de repetição para que seja estabelecida como uma técnica sólida.

No novembro de 2021, a Nasa lançou a sonda Dart a bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X
No novembro de 2021, a Nasa lançou a sonda Dart a bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X Foto: Bill Ingalls/Nasa/AFP

O “alvo” da Nasa não tem risco de causar um “armaggedon” em si. No entanto, são conhecidos atualmente cerca de 25 mil asteroides próximos ao planeta, em escala espacial, que representam ameaça, mesmo com chances baixas – e isso é somente 40% do que pode ser o número total.

Segundo a agência, o sucesso da missão é fundamental para traçar um plano estratégico e realizar testes também em outros corpos celestes. “Estamos trabalhando para adicionar mais rochas espaciais ao nosso catálogo e, enquanto isso, tentando descobrir como garantir que nenhuma atinja a Terra”, disse Thomas Zurbuchen, integrante da diretoria de missão científica da Nasa, no lançamento da operação, em 2021.

Além de combater possíveis “agentes do apocalipse”, a Dart também está focada em desenvolvimento de tecnologia autônoma. Na sonda, foram implementados algoritmos que permitem a viagem sem um operador. Em caso de sucesso e bons resultados, a exploração espacial evoluiria em comunicação – ou o descarte da mesma. Atualmente, as informações enviadas às naves pelo comando demoram algum tempo para que cheguem, o que não permite controle em “tempo real”.

Asteroide na Rússia

O ímpeto em acelerar o desenvolvimento de defesas planetárias foi impulsionado pela queda de um asteroide de 18 metros de diâmetro na cidade de Chelyabinsk, na Rússia, que gerou uma onda de choque e causou danos a seis municípios. A explosão feriu mais de 1600 pessoas e causou danos estimados em US$ 30 milhões (cerca de R$ 153,5 milhões).

Apesar do susto, impactos do tipo são comuns na história da Terra. Diariamente, objetos caem na atmosfera do planeta e são queimados pelas suas proteções naturais. O perigo real surge quando o corpo mede mais de 100 metros de diâmetro, pois esses têm mais chances de não se desintegrarem e são mais difíceis de detectar. De acordo com a Nasa, a entrada de meteoros e cometas do tipo ocorrem uma vez a cada 20 mil anos.

Asteroides maiores, como o responsável pela extinção dos dinossauros há quase 66 milhões de anos – com aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro – são mais fáceis de serem notados com antecedência. No entanto, a técnica testada pela agência americana ainda não será suficiente para evitar um desastre global, mas sim danos locais.

DEMOCRACIA RELATIVA DE LULA E MADURO CADA UM AO SEU MODO

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