quinta-feira, 22 de setembro de 2022

NO ENTENDER DO STF CENSURA É DEMOCRACIA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal – STF


Deltan Dallagnol teve vídeo de campanha censurado por críticas ao STF.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Diz a recente lei dos crimes contra o Estado Democrático de Direito que “não constitui crime (…) a manifestação crítica aos poderes constitucionais”. Mas, como no Brasil de hoje a letra da lei anda desvalorizada, o que realmente prevalece é a interpretação segundo a qual qualquer “manifestação crítica aos poderes constitucionais”, especialmente o Judiciário, é transformada em “ataque” ou “discurso de ódio” que justifica o acionamento do braço repressivo estatal com todo o seu vigor, ainda que isso resulte em censura pura e simples. A mais recente vítima desse tipo de confusão entre “crítica” e “ataque” é o ex-procurador e candidato a deputado federal Deltan Dallagnol, que foi obrigado a remover de suas mídias sociais um vídeo com críticas ao Supremo Tribunal Federal.

O vídeo, de apenas 47 segundos, nada mais faz que expor o desatino de algumas decisões recentes do STF. Afinal, é a mais pura verdade que pelo Supremo passaram “a anulação de sentenças, a soltura de corruptos, o fim da prisão em segunda instância e muito mais”. Também é inegável que foi a suprema corte a responsável pela “metamorfose de um político que passou de presidente condenado por corrupção para candidato a presidente”, já que Lula vinha tendo suas condenações por corrupção confirmadas em todas as instâncias até que Edson Fachin tirasse do nada uma incompetência da 13.ª Vara Federal de Curitiba, anulando todos os processos contra o ex-presidente, decisão posteriormente confirmada pelo plenário. E ressalte-se aqui que Dallagnol se ateve apenas aos casos ligados ao combate à corrupção; se resolvesse criticar também os inquéritos abusivos instaurados pela corte, teria material para muitos minutos a mais de vídeo.

O que é “prejudicial à democracia do país”, para usar as palavras da juíza Melissa Olivas, não é chamar o Supremo de “casa da mãe Joana”, mas impedir um candidato de usar sua liberdade de expressão para chamar o Supremo de “casa da mãe Joana”

Mas, aparentemente, o ministro Alexandre de Moraes não gostou de ver o Supremo ser chamado de “casa da mãe Joana” e “uma mãe para os corruptos”, pedindo providências ao Ministério Público Eleitoral, que por sua vez acionou o Tribunal Regional Eleitoral paranaense. A juíza Melissa de Azevedo Olivas, então, considerou que as afirmações constituíam “claramente um ataque à instituição suprema do Poder Judiciário brasileiro”, acrescentando que o vídeo poderia atingir um público numeroso, “o que é prejudicial à democracia do país e não se admite”. Tudo com base no artigo 22, X, da Resolução 23.610/19 do TSE, que proíbe “caluniar, difamar ou injuriar qualquer pessoa, bem como atingir órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública” – uma redação que, levada ao extremo como fez a juíza Melissa Olivas, proibiria qualquer crítica ao poder público por parte de candidatos.

A suprema ironia está no fato de o mesmo Moraes que não gostou do vídeo de Dallagnol ter dito semanas atrás, ao tomar posse como presidente do TSE, que “a intervenção da Justiça Eleitoral deve ser mínima, em preponderância ao direito à liberdade de expressão dos candidatos, das candidatas e do eleitorado”. Pouco antes, dissera que “tanto a liberdade de expressão quanto a participação política em uma democracia representativa somente se fortalecem em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição crítica das diversas opiniões sobre os principais temas de interesse do eleitorado e sobre os seus próprios governantes. A democracia não resistirá e não existirá, e a livre participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada”.


Certíssimo, aqui, o presidente do TSE, que no entanto desmente suas palavras com seus atos. Afinal, o que é “prejudicial à democracia do país”, para usar as palavras da juíza Melissa Olivas, não é chamar o Supremo de “casa da mãe Joana”, mas impedir um candidato de usar sua liberdade de expressão para chamar o Supremo de “casa da mãe Joana” – uma crítica certamente ácida, com o uso de uma expressão popular nada lisonjeira e conhecida de todos, mas que a doutrina e a jurisprudência brasileira sobre liberdade de expressão jamais julgaram merecedora de censura como a que vem sendo imposta agora ao ex-procurador e candidato.

Tratar como “ataque” aquilo que não passa de crítica legítima a atos de determinada instituição, ainda que feita de forma incisiva ou com expressões como as usadas por Dallagnol, é uma distorção grotesca do verdadeiro sentido da liberdade de expressão. O vídeo nem de longe advoga por rupturas institucionais como o fechamento da corte, ou por desrespeito a decisões judiciais; nem mesmo se pode dizer que tais críticas deslegitimam ou desmoralizam o Supremo – no limite, é a corte que desmoraliza a si própria quando ignora a lei e os fatos para tomar decisões mais políticas que técnicas. E, ao fazê-lo, dita tendência para tribunais Brasil afora, a ponto de justificar que candidatos sofram censura, atropelando a Constituição e abalando “a liberdade do direito de voto”, que “depende preponderantemente da ampla liberdade de discussão, de maneira que deve ser garantida aos candidatos e candidatas a ampla liberdade de expressão e manifestação”, para retomarmos as palavras que Alexandre de Moraes proferiu, mas das quais parece ter se esquecido rapidamente.

OPOSIÇÃO PROTOCOLA NO TSE 10 AÇÕES CONTRA O BOLSONARO

 

Justiça eleitoral
Entenda as acusações e o que diz a defesa

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Quatro das dez ações contra Bolsonaro no TSE o acusam de usar o evento do Bicentenário da Independência, pago com recursos públicos, para fazer campanha eleitoral| Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de dez ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que visam a cassação de sua candidatura ou de um eventual novo mandato em caso de reeleição. Nos processos, políticos e partidos adversários o acusam de abuso de poder na campanha, principalmente pelo suposto uso da máquina pública.

Até a publicação desta reportagem, foram protocoladas quatro ações do PDT, que tem Ciro Gomes como candidato ao Planalto; duas ações do PT e da coligação de partidos que sustentam a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva; outras duas ações de Soraya Thronicke, presidenciável do União Brasil; e mais duas ações de políticos locais: o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) e a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP).

Das dez ações, quatro acusam o presidente de usar a comemoração oficial do Bicentenário da Independência, bancada com recursos públicos, para fazer campanha eleitoral; três ações denunciam o uso da viagem presidencial a Londres e Nova York para o mesmo fim; uma aponta abuso na reunião com embaixadores, em julho, na qual Bolsonaro questionou a integridade das urnas eletrônicas; outra ação o acusa de usar uma “live” para pedir votos; e uma última que aponta abuso de poder no suposto esquema de corrupção no MEC.

Embora todas as ações peçam a cassação da candidatura/novo mandato mais a inelegibilidade por oito anos, é praticamente nula a chance de uma decisão do TSE que retire Bolsonaro da disputa neste momento. Acusações do tipo não são processadas de forma simples e rápida na Justiça Eleitoral, sobretudo quando direcionadas a um candidato à Presidência da República.

Todas as ações são veiculadas em um tipo de ação conhecido como “Aije”, sigla de ação de investigação judicial eleitoral, usada para apontar abuso durante a campanha até a diplomação, em caso de vitória. Por isso, pode servir tanto para cassar o registro do candidato, quanto o novo mandato.

Aijes costumam ser julgadas nos anos seguintes ao da eleição, pois os autores podem requerer ampla produção de provas e a defesa tem inúmeras oportunidades de se contrapor às imputações. As ações mais importantes do período recente contra candidatos à Presidência – que tiveram como alvos o próprio Bolsonaro e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – tramitaram por mais de três anos até serem julgadas pelo TSE, e todas resultaram em absolvição.

Oposição busca obter decisões liminares do TSE
Ainda assim, interessa aos opositores de Bolsonaro apresentar as ações porque nelas o ministro relator pode conceder decisões liminares, de forma rápida e individual, para interromper ou impedir uma conduta que possa desequilibrar a disputa eleitoral. Neste ano, já foram proferidas quatro decisões desse tipo dentro das dez ações que tramitam contra o presidente.

A primeira dessas liminares foi assinada em agosto, pelo então relator e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Mauro Campbell, que mandou remover da internet vídeos da reunião de Bolsonaro, em julho, com embaixadores, na qual questionava a integridade das urnas eletrônicas. O pedido foi feito dentro de uma Aije pelo PDT de Ciro Gomes.

“Grande parte das afirmativas do representado, em seu discurso, já foram veementemente refutadas por este Tribunal. Nota-se que longe de adotar uma posição colaborativa com o aperfeiçoamento do sistema eleitoral, o representado insiste em divulgar deliberadamente fatos inverídicos ao afirmar que há falhas no sistema de tomada e totalização de votos no Brasil. […] O material veiculado em mídias sociais, em razão da proximidade do pleito, poderia, ainda, caracterizar meio abusivo para obtenção de votos, com o aumento da popularidade do representado, potencializada pelo lugar de fala por ele ocupado”, escreveu na decisão.

As outras três decisões liminares contra Bolsonaro foram proferidas pelo ministro Benedito Gonçalves, sucessor de Campbell. Elas proibiram o presidente de usar, em sua propaganda eleitoral, as imagens das comemorações do 7 de Setembro, e também imagens de um discurso a apoiadores na sacada da embaixada brasileira em Londres, ocorrido no último domingo (18) – o motivo oficial da viagem foi a participação no funeral da rainha Elizabeth II.

Nessas decisões, Gonçalves também mandou remover alguns vídeos da internet e destacou a eficácia das liminares para coibir eventuais abusos. “A Aije não se presta apenas à punição de condutas abusivas, quando já consumado o dano ao processo eleitoral. Assume também função preventiva, sendo cabível a concessão de tutela inibitória para prevenir ou mitigar danos à legitimidade do pleito”, escreveu nas decisões.

Acrescentou depois que elas devem representar “mínima intervenção” no processo eleitoral, “atuando de forma pontual para conter a propagação e amplificação de efeitos potencialmente danosos”. Por outro lado, a concessão da liminar, ponderou o ministro, não antecipa a conclusão final do processo, de condenar ou absolver o candidato processado.

A cassação e inelegibilidade só podem ser decretadas se o TSE considerar que houve “gravidade” na conduta – trata-se de um conceito aberto, e que só é medido quando os ministros julgam o caso concreto. A liminar, de qualquer modo, além de limitar o candidato, também causa algum desgaste em sua campanha, representando uma derrota na campanha.

O que alegam os acusadores e a defesa de Bolsonaro no TSE

Nas ações relacionadas ao Bicentenário da Independência, Soraya Thonicke, o PDT e o PT acusam Bolsonaro de se aproveitar da presença massiva de cidadãos que foram a desfiles militares para encher comícios que promoveu logo em seguida, os quais acabaram se confundindo com os atos oficiais, bancados com recursos públicos e que usaram de servidores e aparatos estatais.

“O abuso restou perfectibilizado através da utilização do montante no importe de R$ 3,3 milhões, para soerguer a estrutura do evento. Toda estrutura do desfile que celebra o Bicentenário da Independência representou um valor de 247% maior do que gasto na mesma data de 2019. Ou seja, utilizou-se aportes pecuniários de origem pública em demasia para a celebração da data festiva que foi desvirtuada para fins eleitorais”, diz a ação do PDT.

Na ação que questiona o uso das viagens oficiais a Londres e Nova York para atos de campanha, Soraya ressalta que os concorrentes de Bolsonaro não podem fazer o mesmo para influenciar o eleitorado.

“A estratégia do representado, noticiada pela grande imprensa, é aproveitar a oportunidade da participação nos eventos com grande apelo e cobertura midiática para produzir registros e recortes que possam ser utilizados para demonstrar uma suposta aceitação no cenário internacional, de maneira a se contrapor aos demais candidatos”, diz a ação.


Bolsonaro ainda não se defendeu, no TSE, sobre a viagem à Inglaterra e aos Estados Unidos. A defesa, no entanto, já contestou as acusações do uso do Bicentenário para a campanha. Argumentou que os atos oficiais ocorreram antes e de forma separada dos discursos eleitorais.

“Bolsonaro era e continua sendo Presidente da República e candidato à reeleição. E naquele feriado (quarta-feira), comemorava-se o Bicentenário da Independência, sim, mas também era dia típico destinado a campanhas eleitorais, dele e dos demais candidatos, notadamente pela galopante proximidade da data fixada para o primeiro turno das eleições”, afirmou a defesa.

Em relação à reunião com embaixadores, em julho, os advogados do presidente alegaram que o objetivo foi “buscar soluções para os defeitos” das urnas, com “legítima exposição de críticas, ainda que duras e enfáticas, em relação a algumas fragilidades”.

“[A reunião] foi convocada para o intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral vigente no Brasil, no afã de externar o ponto de vista e a opinião política do presidente da República acerca do atual sistema […] Beira ao absurdo acreditar que uma reunião diplomática, devidamente convocada como ato típico de governo e anotada na agenda oficial do presidente da República, divulgada no sítio eletrônico da Presidência, pudesse trazer qualquer risco à sólida democracia brasileira”, afirmam.

Outras ações contra Bolsonaro no TSE
A ação de cassação mais antiga contra Bolsonaro foi protocolada pelo PT em março deste ano e acusa o presidente de abuso por supostamente se beneficiar pela destinação de verbas do Ministério da Educação a prefeituras indicadas por pastores que se aproximaram do então titular da pasta, Milton Ribeiro – ele chegou a ser preso numa investigação sobre o caso.

Neste caso, a defesa de Bolsonaro foi feita pela Advocacia-Geral da União (AGU), que alegou ausência de provas de qualquer participação sua nas conversas e tratativas descobertas na investigação, mas apenas “menção indevida” a seu nome pelos investigados.

Neste mês de setembro, o deputado Rogério Correia (PT-MG) ajuizou ação de cassação apontando abuso no 7 de Setembro. Desta vez, no entanto, o ministro Benedito Gonçalves mandou arquivar o processo, por entender que ele não teria legitimidade para acusar um candidato à Presidência – o objetivo da ação, ponderou, poderia servir apenas para promover o próprio deputado, que é candidato à reeleição.

“O reconhecimento da posição de litigante da pessoa que move uma investigação contra candidatura a cargo de maior visibilidade do que aquele disputado por ela própria pode, por si só, produzir dividendos perante seus concorrentes diretos […] É preciso prevenir que a judicialização da política se transforme em estratégia destinada a impulsionar candidaturas que não guardam pertinência a um específico cargo em disputa”, escreveu o ministro do TSE.

O mesmo destino deve ter uma ação apresentada pela vereadora Erika Hilton (Psol-SP) pelos atos de campanha de Bolsonaro em Londres.


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PESQUISAS DE DESEJOS DA OPINIÃO PÚBLICA PARA OS CANDIDATOS


Pesquisa: como o brasileiro vê a situação do país e que ações espera do presidente eleito

Por
Fernando Jasper – Gazeta do Povo

(Brasília, DF – 01/02/2017) Mastro da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes, vista do Palácio do Planalto. Foto: Guilherme Britto/PR


Mastro da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes, visto do Palácio do Planalto: saúde pública, educação e geração de emprego devem ser prioridades do presidente eleito, segundo pesquisa.| Foto: Guilherme Britto/Presidência da República

Os brasileiros esperam que o presidente eleito dê prioridade a saúde, educação e geração de emprego nos próximos quatro anos. É o que indica um levantamento de opinião pública do Instituto FSB Pesquisa contratado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os entrevistados também apontaram em que áreas o Brasil mais melhorou ou piorou nos últimos quatro anos. Saúde, educação e emprego aparecem entre as mais citadas em ambas as listas, mas com amplo predomínio da avaliação negativa.

Quase metade dos entrevistados define a situação atual da economia brasileira como ruim ou péssima, mas 59% acreditam que ela vai melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos. Em relação ao futuro do país como um todo, 45% se dizem otimistas ou muito otimistas, ante 42% pessimistas ou muito pessimistas.

A Pesquisa Agenda de Prioridades da FSB/CNI entrevistou face a face 2.030 cidadãos com 16 anos ou mais entre os dias 16 e 21 de agosto, nas 27 unidades da federação. A amostra foi controlada a partir de cotas de sexo, idade, região e escolaridade. A margem de erro total é de 2 pontos porcentuais e o intervalo de confiança, de 95%.

Algumas perguntas permitiam mais de uma resposta, o que significa que nesses casos a soma dos porcentuais pode ultrapassar 100%. Nas questões de resposta única, a soma pode variar de 99% a 101% devido a arredondamento.


Quais devem ser as prioridades do presidente eleito para os próximos quatro anos
Questionados sobre quais devem ser as prioridades do presidente eleito em outubro, os entrevistados puderam citar duas áreas. As respostas foram espontâneas, isto é, não foi apresentada uma lista de opções.

Saúde pública: Citada por 43%
Educação pública: 34%
Gerar emprego: 21%
Combate à pobreza/desigualdade social: 12%
Controle da inflação: 9%
Segurança pública: 9%
Melhorar a situação da economia: 6%
Combate à corrupção: 4%
Redução dos impostos: 3%
Habitação/moradia: 2%
Ampliar os programas sociais: 2%
Outros: 9%
Não sabe/não respondeu: 11%

Questionados sobre quais devem as prioridades na saúde, os entrevistados citaram espontaneamente até duas ações. As mais mencionadas foram:

Contratar mais médicos e enfermeiros: 31%
Construir mais hospitais e postos de saúde: 21%
Melhoras as condições dos hospitais e postos de saúde: 20%
Qualificar melhor médicos e enfermeiros: 19%
Reduzir filas/espera por consultas e atendimentos: 13%
Na área da educação, as ações prioritárias mais citadas foram:

Melhorar a capacitação dos professores: 26%
Aumentar o salário dos professores: 23%
Melhorar as condições das escolas: 17%
Construir mais escolas/creches: 13%
Contratar mais professores: 10%
Priorizar cursos técnicos/profissionalizantes: 10%

Houve ainda uma pergunta estimulada referente à educação, sobre qual estágio do ensino deve receber mais atenção. Cada entrevistado pôde dar uma resposta:

Alfabetização: 36%
Ensino técnico/profissionalizante: 20%
Ensino fundamental: 13%
Ensino médio: 10%
Ensino superior: 10%
Especialização/pós-graduação: 9%
Não sabe/não respondeu: 3%
Em outra questão estimulada, os entrevistados puderam indicar duas prioridades para estimular o emprego. Desoneração dos tributos sobre os salários e capacitação de trabalhadores foram as ações mais escolhidas.

Baixar impostos sobre a folha de pagamento: 39%
Fortalecer programas de capacitação profissional: 38%
Liberar crédito para empresas para investir e/ou expandir a capacidade produtiva: 33%
Realizar novos aperfeiçoamentos na legislação trabalhista: 22%
Realizar a reforma tributária: 15%
Permitir a redução da jornada de trabalho e de salário: 11%
Outros: 2%
Não sabe/não respondeu: 6%

As seguintes ações foram listadas como prioridades para a economia brasileira nos próximos dois anos. A pergunta era estimulada e os entrevistados puderam escolher dois itens.

A geração de empregos, apontada na pesquisa como uma das principais ações gerais esperadas do próximo do governo, lidera com folga as iniciativas específicas que a população deseja para a economia:

Gerar empregos: 44%
Reduzir os impostos: 26%
Reduzir a desigualdade social/pobreza: 26%
Combater a inflação: 24%
Controlar os gastos públicos: 14%
Reduzir as taxas de juros: 13%
Valorizar o real na comparação com o dólar: 9%
Simplificar os impostos: 7%
Reduzir a dívida pública: 6%
Reduzir as desigualdades regionais: 5%
Ampliar acesso ao crédito: 4%
Outros: 1%
Não sabe/não respondeu: 2%
Quais as áreas que mais melhoraram nos últimos quatro anos
Os entrevistados foram questionados sobre em quais áreas o país mais melhorou nos últimos quatro anos. Cada um pôde citar duas áreas em resposta espontânea, sem ser apresentado a uma lista de opções:

Nenhuma área: 42%
Educação: 7%
Saúde: 7%
Geração de emprego: 6%
Programas sociais: 6%
Infraestrutura/Obras: 5%
Segurança: 4%
Combate à corrupção: 4%
Economia: 3%
Estímulo aos negócios: 2%
Outros: 6%
Todas as áreas: 1%
Não sabe/não respondeu: 16%
Quais as áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos
A pesquisa também perguntou que áreas mais pioraram nos últimos quatro anos. A resposta foi espontânea e cada entrevistado pode citar duas áreas.

Saúde: 32%
Geração de emprego: 16%
Controle da inflação: 16%
Educação: 15%
Segurança: 12%
Redução da pobreza: 6%
Economia: 5%
Combate às drogas: 2%
Combate à corrupção: 2%
Proteção ao meio ambiente: 2%
Outros: 6%
Todas as áreas: 5%
Nenhuma área: 4%
Não sabe/não respondeu: 8%

Como os entrevistados avaliam a situação econômica e as perspectivas de futuro
Questionados sobre as expectativas para o futuro do país, 45% dos entrevistados se disseram otimistas ou muito otimistas, e 42% se definiram como pessimistas ou muito pessimistas:

Muito otimista: 5%
Otimista: 40%
Nem otimista, nem pessimista: 9%
Pessimista: 31%
Muito pessimista: 11%
Não sabe/não respondeu: 5%

Em relação à situação atual da economia brasileira, a avaliação foi a seguinte:

Ótima: 4%
Boa: 11%
Regular: 34%
Ruim: 19%
Péssima: 30%
Não sabe/não respondeu: 2%
Perguntados sobre o que acreditam que ocorrerá com a economia nos próximos quatro anos, os entrevistaram deram as seguintes respostas:

Melhorar muito: 18%
Melhorar um pouco: 41%
Vai ficar igual: 17%
Piorar um pouco: 9%
Piorar muito: 8%
Não sabe/não respondeu: 7%

Metodologia da pesquisa e perfil da amostra
O Instituto FSB Pesquisa ouviu 2.030 pessoas com 16 anos ou mais entre 16 e 21 de agosto de 2022, em todos os estados. A margem de erro total é de 2 pontos porcentuais e o intervalo de confiança, de 95%. A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O perfil da amostra é o seguinte:

Sexo – Feminino: 52%; masculino: 48%.
Idade – 16 a 24 anos: 18%; 25 a 40 anos: 32%; 41 a 59 anos: 31%; 60 anos ou mais: 19%.
Escolaridade – Analfabeto/sabe ler e escrever: 5%; ensino fundamental: 33%; ensino médio: 40%; ensino superior: 22%.
Renda familiar – Até 1 salário mínimo: 26%; de 1 a 2 salários mínimos: 19%; de 2 a 5 salários mínimos: 37%; mais de 5 salários mínimos: 18%;
População economicamente ativa – PEA: 64%; não PEA: 36%.
Região – Norte/Centro-Oeste: 16%; Nordeste: 27%; Sudeste: 43%; Sul: 15%.
Condição de município – Capital: 28%; região metropolitana (exceto capital): 14%; interior: 58%.

ELEIÇÕES 2022
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GENOCIDA PODE E CASA DE MÃE JOANA NÃO

 

Por

Liberdade de expressão

Por
Alexandre Garcia


Para Cármen Lúcia, chamar Bolsonaro de “genocida” é exercício do direito de crítica.| Foto: Rosinei Coutinho/STF

A ministra Carmen Lúcia, que agora está no Tribunal Superior Eleitoral, além de estar no Supremo, voltou a ser aquela Carmen Lúcia presidente do STF, que disse “cala a boca já morreu”, ao derrubar uma queixa da campanha de Bolsonaro.

Em um discurso feito fora da campanha eleitoral, Lula chamou Bolsonaro de “genocida”. Ora, todos vocês sabem o que é genocida. Hitler é um genocida. Stalin é um genocida. Pol Pot, Mao são genocidas. Mataram milhões. Genocídio é a morte coletiva, assassinato coletivo. Ele se referia certamente à pandemia, que é o que tem sido usado contra Bolsonaro. E nós sabemos que, se for aplicada a palavra “genocida” a essa pandemia no Brasil, ela tem de ser aplicada aos que não deram tratamento a uma doença. Isso é gravíssimo. Muita gente acha que 500 mil teriam sido salvos se fossem tratados.

Mas essa é outra questão; voltemos ao “genocida”. Para a ministra Carmen Lúcia, trata-se apenas do direito de crítica, conforme o Supremo já decidiu e está na Constituição, no artigo 220. E isso mesmo que as opiniões sejam duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas ou mesmo errôneas; admite-se até a calúnia, nesse caso. Só que, ao mesmo tempo, a Justiça Eleitoral está mandando o candidato a deputado federal Deltan Dallagnol, que foi o coordenador da Lava Jato no Ministério Público, retirar um vídeo em que ele chama o Supremo de “casa da mãe Joana”. Aí não é direito de crítica, mesmo que a opinião seja duvidosa, exagerada, condenável, satírica, humorística…


E a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, está sendo investigada no Conselho Nacional de Justiça porque fez críticas ao Supremo. Ora, ministros do Supremo têm feito declarações críticas, políticas e ideológicas, inclusive no exterior, e têm servido de exemplo para juízes de primeira instância, que resolvem fazer o mesmo. Só que os ministros da suprema corte estão acima do Conselho Nacional de Justiça, não estão sob a jurisdição do CNJ, que não pode processar nenhum ministro do Supremo; só quem pode fazer isso é o Senado, presidido por Rodrigo Pacheco.

Então, eu pergunto a vocês: será que a Justiça, naquela imagem tradicional, que está com os olhos vendados, com a espada e a balança, está mesmo com os olhos vendados? Os dois pratos da balança estão equilibrados? Fica a pergunta no ar.

Alexandre de Moraes organiza reunião para pedir o que já estava previsto em decreto

O ministro Alexandre de Moraes convocou o Conselho Nacional de Polícia Civil e organizou uma reunião para pedir que sejam presos aqueles que aparecerem armados na seção eleitoral. Ele já tinha se reunido com representantes da PM. Eu não sei por quê. Isso já está proibido por um decreto do presidente Bolsonaro, de 2019. Aliás, é um dos decretos que o Supremo, por nove votos a dois, restringiu: no artigo 20, o decreto diz que quem tem porte de arma não poderá entrar e permanecer com a arma em lugar público como igrejas, escolas, estádios, clubes, agências bancárias e outros locais onde haja aglomeração de pessoas em decorrência de eventos de qualquer natureza, o que inclui a eleição. Cassa-se o porte, apreende-se a arma e ainda abre-se o processo. O mesmo acontece com alguém que estiver ostensivamente com a arma, ou andar embriagado, ou sob efeito de droga. Isso já existe, então, para que chamar a polícia para fazer reunião? Ou será que eles cancelaram esse artigo 20 também? Porque por 9 a 2 o Supremo restringiu os decretos do presidente sobre armas durante o período eleitoral…


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NENHUMA MÃE JOANA ENTROU EM AÇÃO NO STF

 

Casa do pai Alê

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


E eu lá sou louco de fazer uma legenda com a expressão “casa da mãe Joana”?| Foto: EFE/ Joédson Alves

A pedido do ministro Alexandre de Moraes (quem mais poderia ser?!), o Tribunal Regional Eleitoral mandou o ex-procurador e candidato a deputado federal Deltan Dallagnol tirar do ar um vídeo em que chama o Supremo Tribunal Federal de “casa da mãe Joana”. De acordo com a juíza que proferiu a sentença, a expressão é “claramente um ataque à instituição suprema do Poder Judiciário brasileiro”. Discordo. Se há alguém ofendido nessa história é a mãe Joana, coitada. Ninguém merece ter a casa comparada ao STF.

Não consta, porém, que nenhuma mãe chamada Joana tenha entrado com ação contra Dallagnol. Até porque a mãe Joana como eu a imagino deve ser uma mulher ocupada em trabalhar para sustentar e criar os filhos. Da casa essa minha Joana imaginária cuida com esmero. Vê lá se a mãe Joana vai ter tempo, dinheiro e disposição para se sentir ofendida com uma bobagem dessas! De qualquer modo, que fique registrado para a posteridade mais este dia de infâmia: o dia em que uma juíza proibiu um cidadão de comparar a casa da mãe Joana ao STF.

A Joana original da expressão que Deltan Dallagnol usa com precisão era a rainha de Nápoles e condessa de Provença Joana I. Ela viveu naquele período que seu professor de história chamava de Idade das Trevas: a Idade Média. De acordo com Câmara Cascudo, que aumentava, mas não inventava, Joana I foi a responsável por, em 1347, regulamentar os bordéis de Avignon, na França. Ah, essas feministas progressistas…!

A história correu e, com o costumeiro atraso de alguns séculos, chegou a Portugal como “paço da mãe Joana”. No Brasil, nossa malemolência linguística substituiu o pomposo “paço” pela simplória e eficaz “casa”. E a expressão deixou de ser usada apenas para se referir aos prostíbulos. Qualquer dicionário que preze reconhece hoje que a proverbial casa da mãe Joana é só um lugar onde impera a anarquia. Inclusive – por que não? – a anarquia jurídica.

Como se vê, expressões são incorporadas à língua por meios estranhos. A Joana original nem português falava e hoje está aqui, abrilhantando as páginas da Gazeta do Povo. Sendo usada não para o cronista falar de prostíbulos ou licenciosidades sexuais quaisquer, e sim para ele falar da liberdade de expressão em seu nível mais elementar. Isto é, o direito constitucionalmente garantido de se usar expressões populares para fazer uma crítica justa, muito justa, justíssima a uma instituição moralmente falida. E que está, sim, uma bagunça!

Talvez o erro de Dallagnol tenha sido não deixar claro em seu vídeo algumas importantes dessemelhanças entre a casa da mãe Joana e STF. A mãe Joana, por exemplo, não persegue empresários que reclamam da casa dela no grupo de WhatsApp da rua. A mãe Joana tampouco usa provas obtidas ilegalmente para anular a condenação de um ex-presidente, tornando-o elegível. E principalmente: a mãe Joana não fica posando de grande defensora da democracia enquanto, pouco a pouco e na cara dura, tira nossas liberdades individuais.

Dito isso, só me resta confiar nas idas e vindas do mundo e nos caminhos estranhos da linguagem. E imaginar, daqui a 700 anos, uma mãe Joana qualquer que abre a porta do quarto do filho adolescente. Ela vê meias espalhadas, a cama desfeita, pacotes de salgadinho pelo chão, tênis pendurado no ventilador de teto. Soltando fogo pelas ventas, como ainda se diz no século 28, ela esbraveja: “Arruma já isso, AdM [no futuro os jovens têm nomes estranhos]! Quero ver esse quarto tinindo, hein? Tá pensando o quê? Que isso aqui é o STF?!”.


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PRIMAVERA COMEÇA COM CHUVA E CALOR

 

Veja como será o clima no Brasil durante a estação

Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Por Renata Okumura – Jornal Estadão

Segundo a Climatempo, chuva e calor devem voltar em quase todo o País; no Sul, é esperado um ciclone extratropical, com frio e até queda de neve

Marcada para começar às 22h04 (horário de Brasília) desta quinta-feira, 22, a primavera é a estação do ano que marca a transição do inverno – clima seco em grande parte do País com episódios de frio – para o verão, período de predomínio do ar quente e úmido. Em quase todo o Brasil, significa a volta da chuva e do calor, segundo a Climatempo. Mas há possibilidade também de dias frios ainda no início da estação.

No Sul do País, há expectativa para a formação de um ciclone extratropical na costa gaúcha com chuva, vento e frio, e talvez até queda de neve, conforme prevê a MetSul. A estação mais florida do ano se estende até às 18h48 de 21 de dezembro.

Conforme a Climatempo, pelo terceiro ano consecutivo, a La Niña influencia toda a estação, com previsão de enfraquecimento no verão. O fenômeno, definido como ocêanico-atmosférico, ocorre quando as águas superficiais da região da linha equatorial do Oceano Pacífico sofrem um resfriamento anormal, alteração que afeta as chuvas e as temperaturas.

Novas frentes frias que vão passar entre esta quinta-feira e domingo, 25, entre o Sul e o Sudeste do País deixam as temperaturas mais baixas no início da estação nestas regiões. O Estado de São Paulo, por exemplo, deve voltar também a receber chuva nesta época, devido à entrada destas instabilidades – o que já significa um retorno um pouco antecipado da chuva fora da época, geralmente meados de outubro.

Em São Paulo, os primeiros dias da primavera serão marcados com sol entre nuvens e possibilidade de chuva no fim de semana. A temperatura também permanece mais baixa, principalmente no sábado e no domingo.

Em quase todo o Brasil, a primavera significa a volta da chuva e do calor; novas frentes frias, no entanto, deixam início da estação ainda com baixas temperaturas.
Em quase todo o Brasil, a primavera significa a volta da chuva e do calor; novas frentes frias, no entanto, deixam início da estação ainda com baixas temperaturas.  Foto: Werther Santana/Estadão

Temperatura nos próximos dias em São Paulo:

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Quinta-feira, 22 – entre 15ºC e 24ºC

Sexta-feira, 23 – entre 12ºC e 22ºC

Sábado, 24 – entre 9ºC e 21ºC

Domingo, 25 – entre 12ºC e 22ºC

Segunda-feira, 26 – entre 15ºC e 21ºC

Frente fria impacta em maior quantidade de chuva

Ainda durante a primavera, várias frentes frias vão avançar para o Sudeste do Brasil, mas a maioria com maior impacto nas áreas próximas ao litoral.

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“Na Região Sudeste, o resfriamento mais notável causado por estas frentes frias será nas áreas próximas ao litoral, atingindo áreas como o sul e o leste de São Paulo, o Estado do Rio de Janeiro, o Estado do Espírito Santo, parte do sul de Minas e da Zona da Mata Mineira. Eventualmente alguma frente fria poderá influenciar áreas do Centro-Oeste, facilitando a formação de áreas de chuva e aliviando o calor”, disse a Climatempo.

A previsão é que, ao longo do mês de outubro, os volumes de chuva fiquem um pouco acima da média no norte de São Paulo, dentro da média em grande parte do noroeste, região central e áreas do nordeste e norte paulista, incluindo a Grande São Paulo.

Em relação às temperaturas, elas devem ficar dentro da média em todas as regiões do Estado na primavera como um todo. “Ainda vamos ter grandes oscilações de temperatura ao longo do mês de outubro. Já para novembro, é um cenário bem semelhante ao que se espera de dezembro – chuva um pouco abaixo da média na maior parte do Estado de São Paulo, isso inclui a capital, Vale do Paraíba, região central, oeste, sul de São Paulo”, prevê a Climatempo.

A entrada constante de frentes frias, no entanto, também reforça o ar frio e seco no Estado de São Paulo, ao longo da estação, de acordo com a Climatempo. “A previsão indica que essas massas de ar frio ainda ocorram no mês de novembro, até pelo menos a primeira quinzena de dezembro. Isso não deve produzir temperaturas muito baixas, mas vai deixar o tempo seco por mais tempo.”

A Região Centro-Oeste do Brasil pode ter aumento de chuva, mas não há previsão de temporais com grande volume ao longo da estação. Deve ser observado o aumento da umidade e do calor acima da média no decorrer da primavera, de acordo com a Climatempo.

No Norte do País, estão previstas temperaturas mais elevadas, mas, a partir de novembro, a influência de frentes frias deve chegar ao Brasil, aumentando a umidade na região. Em dezembro, a expectativa é de volume de chuva um pouco acima da média em partes do Amazonas e do Tocantins.

Já no Nordeste, embora esteja prevista chuva acima da média em razão do fenômeno La Niña, as frentes frias não devem ter grande influência sobre a região, assim como na previsão de fortes temporais. As temperaturas devem se manter próximas e acima da médica em toda o Nordeste no decorrer da primavera.

Previsão de ciclone, frio, geada e até neve no Sul do País

No Sul do País, a MetSul alerta que o começo da primavera pela formação de um ciclone extratropical na costa gaúcha com chuva, vento e frio, e talvez até queda de neve, com geada na sequência com o predomínio do ar frio de alta pressão atmosférica sobre a região.

Um ciclone se forma no fim desta quinta-feira sobre o Oceano Atlântico, junto à costa gaúcha, a partir de um centro de baixa pressão que vai cruzar o território gaúcho no decorrer do dia com instabilidade. As rajadas de vento devem persistir durante a madrugada e manhã desta sexta-feira, principalmente no sul e no leste gaúcho. Os ciclones extratropicais no Atlântico Sul ocorrem em qualquer época do ano entre o outono e a primavera.

Ainda nesta quinta-feira, uma área de baixa pressão cruzará o Rio Grande do Sul e vai se aprofundar, trazendo também muitas nuvens e chuva em diversas regiões.

Embora a chance de nevar seja baixa, existe a possibilidade de queda de neve nas áreas de maior altitude de Santa Catarina no começo do dia desta sexta-feira. “Simulação projeta chance de neve a partir da interação ciclônica com o ar polar”, informou a MetSul.

NEWSLETTER É UMA OPÇÃO PARA QUEM DESEJA SOBRESSAIR NA IMENSIDÃO DE NOTIFICAÇÕES

 

* Maurício Fernandes, diretor de operações da 270B Brasil

Nos tempos atuais, a pessoa que fica uma hora sem visualizar o seu celular irá se deparar com um número altíssimo de notificações, sendo estas divididas em notícias, mensagens de amigos, familiares e trabalho, postagens de redes sociais, avisos de aplicativos, e-mails recebidos, entre outras. Em meio a esse bombardeio diário de informações, é difícil filtrar o que está sendo consumido, da mesma forma que é complicado para as empresas fazer a sua mensagem se destacar no meio dessa “multidão”.

Diante desse cenário, a newsletter aparece como uma ótima opção para quem deseja se sobressair nessa imensidão de notificações. Isso porque, a grande arma em favor desse tipo de conteúdo é que ele passou pelo crivo de aceitação por parte de quem vai receber. Em meio a um mar de estímulos informativos que nem sempre escolhemos ter contato, a newsletter, também chamada de boletim informativo, tem como a sua principal força o fato de atuar como um meio não invasivo de conversar com a audiência, já que esta se mostrou disposta a ter o contato com esse conteúdo.

Além de exaltar a importância dessa disponibilidade do leitor com interesse ativo para receber esse conteúdo, vale ressaltar ainda que a newsletter tende a encontrar um público mais propenso a engajar com a temática ali exposta, abrindo espaço ainda para discussões, debates e conexões que geram valor à sua marca de forma direta e também indireta.

Destaque na multidão

Por outro lado, dados da Statisa mostram que todos os dias são enviados cerca de 8,32 bilhões de e-mails, só no Brasil. Ou seja, mesmo se tratando de uma newsletter, existe uma forte concorrência para que o seu e-mail seja destacado e chame a atenção do usuário. Para isso, é preciso ressaltar alguns pontos fundamentais para que este conteúdo seja evidenciado dentre os demais na caixa de entrada do seu público.

O primeiro e principal fator para que o seu conteúdo chame a atenção é a qualidade. Isso porque será a principal condição para que o seu leitor continue não só consumindo, mas que também seja estimulado a compartilhar e destacar esse material diante dos outros. Dessa forma, é possível dizer que, ao oferecer um boletim informativo de alto nível, você estará estimulando o crescimento orgânico e a fidelização do seu público, refletindo positivamente em outras métricas importantes, como novas assinaturas, taxa de abertura e de cliques.

Mas, como assegurar qualidade diante de um produto que exige periodicidade e recorrência? A resposta passa muito pelo conhecimento relacionado ao seu público. Esse é um fator fundamental. Até porque, é preciso entender o que eles gostam ou não, principalmente para compreender se este material atende o que esperam de você ou da sua empresa.

Ferramenta fundamental e necessária

Diante de tudo isso exposto, é possível dizer que uma newsletter bem feita é uma ferramenta importantíssima na relação de sua marca com o público. Essa porta aberta para troca de informações gera uma conexão de confiança com a sua audiência e mostra que a empresa sabe fazer boas entregas de produto e serviço, mas que ela não para ali, que também têm informação a oferecer.

Basicamente, esse tipo de material surge para fortalecer, ou até mesmo criar laços importantes com o público, algo bastante complicado de se fazer nos dias atuais, em que a competitividade pela atenção é enorme. No entanto, por se tratar de uma ferramenta previamente acolhida, o boletim informativo se torna uma arma de suma importância, já que uma primeira barreira fundamental nesse tipo de contato já foi superada de maneira antecipada.

Por outro lado, apenas o oferecimento deste tipo de conteúdo não basta. É preciso estar atento para entregar o que as pessoas esperam receber, olhando sempre para a qualidade do conteúdo, mantendo a frequência de envio e inovando quando for necessário. Do contrário, mesmo que tenha passado pela aceitação prévia dessa audiência, o seu material será apenas mais um dentro de uma pilha de notificações.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

PETISTA JUDICIALIZA MAIS O BOLSONARO

 


Quantas ações Bolsonaro e Lula já registraram no TSE até agora, e o que mudou de 2018 para cá

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) se enfrentam nas urna e no TSE na eleição presidencial deste ano.| Foto: Alan Santos/PR e Joka Madruga/Agência PT

Na primeira metade da campanha de primeiro turno da eleição de 2018, o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro ajuizou um total de 56 ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra adversários, veículos de mídia e críticos nas redes sociais. Neste ano, no mesmo período, sua defesa ingressou com apenas 14 ações, um quarto da quantidade anterior. O PT fez o caminho inverso: se em 2018, apresentou ao TSE 16 ações contra opositores de Lula e Fernando Haddad, neste ano mais que triplicou o número de processos, que passaram para 51.

Os dados são resultado de um levantamento feito pela Gazeta do Povo no sistema processual do TSE e levam em conta os primeiros 25 dias de campanha oficial nos dois pleitos, compreendendo o intervalo que vai de 16 de agosto a 9 de setembro, o que equivale a aproximadamente metade do período de propaganda nas duas eleições.

A judicialização envolvendo os dois candidatos foi levemente reduzida de lá para cá. Em 2018, Bolsonaro e Lula (ou Haddad) eram partes (autores ou alvos) de 90 ações. Neste ano, ambos figuraram em 80 processos até o último dia 9. Os processos em que os dois se enfrentam diretamente cresceram quase nada: passaram de 22 para 23. A maior parte das ações que ambos apresentaram se dirigiram a outros alvos: candidatos ou seus eleitores na internet.

A reportagem contabilizou ações apresentadas pelos próprios candidatos, suas coligações ou partidos. No caso do PT, considerou tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inicialmente lançou-se na disputa, mas teve a candidatura barrada, como o ex-ministro Fernando Haddad, que passou a ocupar seu lugar na corrida presidencial.

A maioria das ações, de um lado e de outro, contesta propagandas na TV e postagens nas redes sociais de eleitores, comentaristas políticos e influenciadores digitais. Em situações assim, as equipes de defesa dos candidatos buscam multar os adversários e críticos pelos ataques, retirar do ar aquele conteúdo ou requerer direito de resposta. Algumas ações específicas buscam punições mais graves, como cassação da candidatura, quando acusações envolvem abuso de poder na disputa ou condutas vedadas durante o período de campanha.

As mudanças na judicialização da campanha de Bolsonaro
Bolsonaro passou a processar menos seus adversários no TSE e a ser mais processado por eles, na comparação entre a fase inicial da campanha de 2018 e a deste ano.

Há quatro anos, suas 56 ações tinham como principais alvos Lula/Haddad/PT (20 processos), usuários de internet que postavam ofensas, principalmente no Facebook (outros 20 processos), o então candidato a presidente pelo PSDB Geraldo Alckmin (11 processos) e veículos de mídia (cinco ações, para obter direito de resposta ou correção de divulgação de pesquisa eleitoral).

Em 2022, na primeira metade da campanha, foram apenas 14 ações, sendo oito contra Lula, três contra André Janones, uma contra Ciro Gomes (PDT), uma contra a CUT e outra contra um eleitor.

Como alvo, Bolsonaro respondeu somente a nove ações em 2018, sendo três de Alckmin, duas do PT, e quatro de eleitores comuns. Já em 2022, passou a ser muito mais atacado judicialmente: foi alvo de 28 ações, sendo que a maioria delas (15) foi apresentada por Lula. Outras oito ações vieram de Ciro Gomes, duas de Soraya Thronicke (União Brasil), uma de Geraldo Alckmin (PSB), uma de Simone Tebet (MDB) e uma do Ministério Público Eleitoral.

As mudanças na judicialização da campanha de Lula
Em 2018, representando Lula e depois Haddad, o PT ajuizou 16 ações, sendo cinco contra Alckmin (hoje candidato a vice de Lula), quatro contra Alvaro Dias (Podemos), duas contra Bolsonaro (então no PSL) e seis contra meios de comunicação para obter direito de resposta ou equilíbrio na cobertura.

Em 2022, Lula e Haddad ajuizaram 51 ações, sendo 19 contra influenciadores digitais, 15 contra Bolsonaro, dez contra jornalistas, comentaristas políticos e veículos de mídia outras sete contra políticos e empresários aliados do presidente, como os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, e os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury – alguns deles também são alvos em ações junto com influenciadores, por conteúdos comuns postados nas redes.

Como alvo, Lula e Haddad apareceram em 31 ações em 2018. A maioria delas foi ajuizada por Jair Bolsonaro (20 processos), seguido pelo Partido Novo (oito processos) e Alckmin (um processo). Outra ação foi movida por um cidadão e outra pelo Ministério Público Eleitoral.

Já em 2022, Lula foi alvo de dez ações na fase inicial da campanha: foi processado em oito apresentadas por Bolsonaro, em uma ação ajuizada por Carlos Bolsonaro e em uma por Simone Tebet.


Para especialista, contexto explica mudanças
Para o advogado Rodolfo Siqueira, o novo contexto da disputa ajuda a explicar as diferenças na judicialização. Ele lembra que, em 2018, Bolsonaro era um candidato visto com desprezo pela elite política, tinha pouco tempo de propaganda na TV e pertencia a um partido sem grande expressão. Hoje, como presidente, tem muito mais visibilidade e força política para alavancar a campanha.

“Quem está na situação tende a receber mais processos. Está mais exposto, fala mais e tem uma tropa de choque maior de aliados e apoiadores. Com esse entorno mais robusto, por outro lado, também se vulnera mais, com algumas dessas pessoas falando alguma bobagem no Twitter, por exemplo”, diz Siqueira, especialista em contencioso eleitoral.

Ele também diz que Bolsonaro hoje tem uma equipe jurídica diferente, com perspectivas e estratégias distintas, adequadas a uma campanha diversa da de 2018. Isso poderia explicar a opção por menos ações contra adversários neste ano. “Entra no cálculo de cada um dos candidatos o efeito de jogar holofote naquilo que ninguém está vendo. Se eu entro com direito de resposta de algo que ninguém está vendo, jogo holofote absolutamente desnecessário.”

Outro fator considerado no momento de decidir entrar ou não com uma ação é o risco de derrota. “A cada processo que ganha ou perde, isso gera um fato político. Quando um ministro tira do ar uma propaganda ou postagem dizendo que é fake news, isso traz danos para a imagem do candidato, o que antigamente não existia.”

Também pode explicar os ataques judiciais mais numerosos contra Bolsonaro o entendimento mais rigoroso firmado pelo TSE nos últimos anos. Várias vezes, ministros do tribunal entraram em embate com o presidente acusando-o de mentir sobre as urnas eletrônicas. O combate às chamadas “fake news” se tornou prioritário.

“Isso atrai mais processos. Como passou por uma crise institucional, com muita gente criticando a atuação dos ministros e as urnas, o TSE ficou menos passivo e isso altera também a dinâmica do contencioso. Isso atrai demandas ligadas a temas como fake news e violência política”, diz o advogado.


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PETISMO NÃO PEDE PERDÃO PELOS SEUS MAL FEITOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Lula disse à revista The Economist que “o petista está cansado de pedir perdão” pela corrupção e pela crise de 2015-16.| Foto: Renato Pizzutto/TV Band

No mesmo dia em que a Justiça Eleitoral ordenou que saísse do ar o site de uma falsa “agência de checagem de notícias” criada pela campanha petista para espalhar fake news favoráveis ao ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula, o império da mentira resolveu se expandir em outra direção. “O petista está cansado de pedir perdão”, disse Lula à revista britânica The Economist, em reportagem publicada na segunda-feira – no caso, perdão pelo petrolão e pela maior recessão da história do país, legada pela “nova matriz econômica” que o petismo impôs ao país no fim do segundo mandato de Lula e durante os dois mandatos de Dilma Rousseff.

Estamos diante de um caso raríssimo em que alguém se cansa daquilo que não fez, como lembrou a própria publicação britânica. Pois nem no caso da recessão, e muito menos no caso da roubalheira nas estatais, houve qualquer tipo de admissão real e sincera de erros ou crimes, muito menos pedidos de desculpas. Na única ocasião recente em que Lula chegou perto disso (o que talvez tenha bastado para deixá-lo exausto), em sua entrevista ao Jornal Nacional, o petista não apontou nomes – “você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram”, afirmou sobre a Petrobras – ou então culpou terceiros, ao dizer que Eduardo Cunha e Aécio Neves “trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudanças”, em referência a uma suposta tentativa de Dilma Rousseff de reverter “equívocos na questão da gasolina” e nas “desonerações em isenção fiscal”. Os tais “equívocos”, em relação aos combustíveis, foram muito mais que isso: trata-se da decisão irresponsável e populista de segurar artificialmente os preços para que a escalada inflacionária não prejudicasse a reeleição de Dilma em 2014, uma política que contribuiu para deixar a Petrobras na lona.

Na única ocasião recente em que Lula chegou perto de uma admissão dos esquemas de corrupção e dos erros na política econômica (o que talvez tenha bastado para deixá-lo exausto), ele não apontou nomes ou então culpou terceiros

Em vez da admissão sincera dos crimes e erros e de pedidos de perdão, a história recente registra inúmeros episódios em que o petismo defendeu seu modelo econômico a ponto de voltar a propô-lo em caso de vitória nas eleições de outubro, bem como defendeu também todos os seus integrantes envolvidos em escândalos de corrupção. Em abril, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, apresentou plataformas que lembravam muito a “nova matriz econômica” em um jantar com empresários – “o clima foi cordial, mas o conteúdo foi horroroso”, disse um deles à CNN Brasil na ocasião. Meses antes, o ex-ministro Guido Mantega ganhou a chance de falar em nome do petismo ao publicar artigo no jornal Folha de S.Paulo com ataques à reforma trabalhista e ao teto de gastos, o mesmo que Lula já prometeu derrubar se for eleito.

Em relação aos escândalos de corrupção, uma expressão resume tudo: “guerreiro do povo brasileiro”. É com este bordão que, desde a época do mensalão, os militantes se acostumaram a saudar todos os membros do partido que foram pegos articulando os esquemas que buscaram fraudar a democracia brasileira, comprando apoio parlamentar para garantir a manutenção de seu projeto de poder, em conluio com partidos da base aliada e, no caso do petrolão, também com empreiteiras. Por anos o petismo se acostumou a afirmar que os esquemas jamais existiram e que tudo não passou de histórias inventadas para prejudicar Lula e o PT. Isso é o oposto completo de “estar cansado de pedir perdão”.


O petismo não se desculpou pelo mensalão, não se desculpou pelo petrolão e não se desculpou pela crise de 2015-16 – pelo contrário, sempre negou tudo, alegou perseguição ou defendeu suas políticas. Não se desculpou pelo apoio incondicional a ditaduras carniceiras como a cubana, a venezuelana e a nicaraguense. Não se desculpou pela hostilidade à imprensa livre demonstrada em episódios como o vandalismo na sede da Editora Abril, não se desculpou pela violência política protagonizada por seus membros – pelo contrário: o ex-vereador que atirou um empresário contra um caminhão em movimento em 2018 foi recentemente elogiado por Lula. Ao dizer que “o petista está cansado de pedir perdão”, Lula apenas comprova que ele não se cansa mesmo é de mentir.


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LEI DA FICHA LIMPA NÃO É CUMPRIDA PELO STF

 

Lula, Eduardo Cunha e outros

Por
Thaméa Danelon – Gazeta do Povo

Brasília – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante discussão da autorização ou não da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma, no plenário da Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)


O ex-deputado Eduardo Cunha.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A operação Lava Jato descortinou o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, levando à prisão mais de 290 pessoas, e condenando em torno de 170 envolvidos nos desvios aos cofres públicos. Estima-se que o prejuízo causado à Petrobras e demais estatais supera R$ 40 bilhões, sendo que mais de R$ 4 bilhões já foram ressarcidos. Entretanto, após oito anos do início da operação, os resultados concretos em relação à efetiva punição dos envolvidos é trágico.

Por conta de decisões judiciais, principalmente do STF, diversos alvos da Lava Jato tiveram seus processos anulados ou arquivados, e estão livremente concorrendo às eleições de 2022 para diversos cargos. O caso mais emblemático é do ex-presidente Lula, que foi considerado um dos principais responsáveis pelos desvios bilionários, tendo sido condenado em dois processos pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Não havendo condenação em 2ª instância pendente, esses políticos são considerados “ficha limpa” e podem disputar cargos eletivos, uma situação paradoxal, e, na minha análise, descabida e desarrazoada.

Em um dos casos, o do triplex do Guarujá, a condenação foi proferida por três instâncias da Justiça, e, no segundo processo, do sítio em Atibaia, o ex-presidente foi condenado em duas instâncias. Contudo, o STF anulou esses dois processos e ainda outros dois que foram movidos contra Lula. Diante da anulação das sentenças condenatórias, o ex-presidente teve reestabelecida sua ficha limpa, pois não mais havia decisões condenatórias em segunda instância, e atualmente está concorrendo ao mais alto cargo eletivo de um país, a Presidência da República.

Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara dos Deputados, foi condenado no âmbito da Lava Jato, mas o Supremo também anulou sua condenação, e agora é candidato ao cargo de deputado federal por São Paulo. Aécio Neves foi absolvido pela Justiça Federal de São Paulo e concorre à reeleição para deputado federal por Minas Gerais. Romero Jucá teve seu caso da Lava Jato retirado da Justiça Federal de Curitiba e encaminhado para o Distrito Federal, fato que atrasou o andamento do processo, e disputa uma vaga no Senado por Roraima. Beto Richa – que foi preso em desdobramento da operação – é candidato a deputado federal pelo Paraná.

Há também Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados, que teve seu processo por corrupção rejeitado pelo STF, e concorre à reeleição por Alagoas. Delcídio do Amaral, o primeiro parlamentar em exercício a ser preso no Brasil, é candidato a deputado federal por Mato Grosso do Sul. Gim Argello teve sua condenação anulada pelo STJ, e concorre ao cargo de Senador pelo DF. Além desses oito envolvidos na Lava Jato, também podemos citar outros nomes de investigados que concorrem nas eleições, tais como Lobão Filho (senador/Maranhão), e Fernando Pimentel (deputado federal/Minas Gerais), dentre outros.

Segundo a Lei da Ficha Limpa, indivíduos condenados em segunda instância por corrupção, lavagem de dinheiros e outros crimes contra a administração pública ficam inelegíveis, entretanto, parte dos políticos citados acima tiveram suas condenações criminais anuladas – seja pelo STF ou pelo STJ. Ocorrendo a anulação desses processos, o resultado prático é o seguinte: as condenações “deixam de existir”. Assim, não havendo condenação em 2ª instância pendente contra esses políticos, eles são tecnicamente considerados “ficha limpa” e podem disputar cargos eletivos. Essa situação paradoxal, e, na minha análise, descabida e desarrazoada, poderia ser alterada em virtude de algumas mudanças legislativas.


Afinal, Lula é inocente?

Entre essas mudanças, pontuo as seguintes: 1) extinção do foro privilegiado; 2) transformação do STF para uma corte exclusivamente constitucional, sem a possibilidade de atuação em processos criminais; 3) reforma no sistema de prescrição para que os crimes não prescrevam tão rapidamente; 4) alteração no sistema de recursos, excluindo recursos estritamente procrastinatórios; 5) implementação da prisão após condenação em segunda instância; 6) alteração da forma de escolha dos ministros do STF com fixação de mandato de 8 a 10 anos para os mesmos; e 7) aumento das penas dos crimes de corrupção e correlatos.

Algumas dessas alterações já se encontram para votação no Congresso Nacional, como as quatro Propostas de Emenda à Constituição PEC´s 199/19 e 166/18 (prisão em 2ª instância);  PEC 333/17 (redução do foro privilegiado); PEC 35/15 (alteração da forma de escolha dos ministros do STF).

Entendo que, caso esses sete pontos acima expostos fossem implementados, a nossa Justiça se tornaria mais célere, eficiente, funcional e principalmente mais JUSTA. Contudo, o que temos é uma Justiça lenta, ineficiente, disfuncional e INJUSTA.


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LULA PAZ E AMOR FAZ CAÇA ÀS BRUXAS CONTRA A OPOSIÇÃO

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