quarta-feira, 21 de setembro de 2022

STF É O REPRESENTANTE DAS MINORIAS NO CONGRESSO

 

Ativismo judicial

Por
Alexandre Garcia

Curso da polícia civil do Paraná para jornalistas que trabalham em coberturas de risco – aula no estande de tiro da escola de polícia civil delegado Luis fernando Artigas – tiros com pistola – escopeta – arma de choque Taser – pistola com descarga elétrica – Policiais do COPE fazendo demonstração de armas usadas nas operações especiais – granadas de efeito moral – gás de pimenta – gás lacrimogênio – lançadores de granadas – escopeta calibre 12 – algemas – abordagem de suspeitos –


STF julga ações que questionam decretos sobre armas e munições.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Parabéns, radialistas! 21 de setembro é o nosso dia. Essa é a minha origem: desde os 7 anos estou no microfone, porque meu pai também era de rádio e me chamava para fazer papel infantil em novela, que era ao vivo. Um abraço a todos os colegas!

Partidos conseguem no Supremo o que não têm voto para conseguir no Congresso
O Supremo já chegou à maioria para derrubar decretos de 2019 do presidente da República que garantem compra e propriedade de armas. Em 2005, no referendo, o povo brasileiro foi perguntado se queria a proibição do comércio de armas e respondeu com um rotundo “não”, de 64%. Essa é a vontade popular. Arma em casa, na loja, na propriedade, é um poder dissuasório. As pessoas vão pensar dez vezes antes de querer entrar na sua casa, na sua loja, na sua propriedade. É por isso, que, desde então, vêm despencando os homicídios no Brasil. Uma queda de 30 homicídios por 100 mil habitantes em 2017 para 19 hoje em dia.

O que está ocorrendo, então, é o contrário do que os desarmamentistas alegam. Mas o Supremo é desarmamentista. Apressado, quer fazer isso antes das eleições, porque o PSB e o PT pediram e o ministro Fachin estava dando liminares contra os decretos. O ministro Nunes Marques pediu vista, não havia prazo para devolver, mas ele foi atropelado, os outros votaram e já existe maioria para derrubar os decretos.

Por que PT e PSB foram ao Supremo? Porque eles não têm voto no Congresso para derrubar esses decretos do presidente sobre armas e munições, e aí vão para o STF. Onde é que está a representatividade popular? Quem não tem voto não pode pedir enxerto, pedir que o Supremo ponha um dedo na balança do poder e a altere, dando poder à minoria. Quando a minoria legislativa consegue reforço no Supremo, isso não é democracia. Até porque derrubar decreto presidencial, segundo o artigo 49, V da Constituição, é competência exclusiva do Congresso Nacional: “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”. O Legislativo, aliás, tem a obrigação de defender suas competências e impedir coisas como essas. A alínea XI do mesmo artigo 49 diz que compete ao Congresso Nacional “zelar pela preservação de sua competência legislativa”. Pois não está zelando.


Viram como é que funciona? O Supremo é uma espécie de reforço, de alavanca, para partido que não tem voto no Congresso. Foi isso que Luiz Fux quis dizer quando tomou posse na presidência do Supremo, pedindo aos seus pares para não aceitarem coisas assim, mas não adianta, lá cada cabeça é uma sentença.

Bolsonaro fez discurso de estadista na ONU
Se alguém me perguntasse como eu resumiria os 20 minutos de discurso do presidente do Brasil na ONU, eu diria que me chamou a atenção o elogio que Bolsonaro fez ao Alysson Paolinelli, que é o candidato do Brasil ao Prêmio Nobel da Paz pela revolução no agro. O presidente mostrou que o agro brasileiro está em condições de alimentar o mundo; que o Brasil está em condições de ser modelo de proteção ambiental; que o Brasil tem energia, além de alimento, para fornecer ao mundo, com todo esse potencial. Mostrou que o Brasil tem uma inflação que é das menores do mundo, mais baixa que a dos Estados Unidos, da Alemanha, da França.

Bolsonaro ainda disse que o brasileiro está de portas abertas para receber os religiosos perseguidos pela ditadura Ortega, de esquerda, na Nicarágua; que o Brasil mostrou serviço e tem direito a um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas que a ONU precisa ser reformada para ser mais ativa em casos de guerra como esta entre a Rússia e a Ucrânia. Bolsonaro pediu um cessar-fogo, que não fechem os canais de diálogo; e mostrou que a Europa está punindo a si mesma quando quis punir a Rússia, porque está sem energia, petróleo e gás; o inverno está chegando e os europeus estão usando fontes sujas de energia – ao contrário do Brasil, que tem 84% de energia limpa.

O presidente falou de liberdade de expressão, liberdade religiosa, direito de protestar, repudiou a ideologia de gênero, defendeu o direito à vida desde a concepção e o apoio à incolumidade da mulher. E mostrou que os homicídios vêm despencando aqui no Brasil, dando segurança para todo mundo. Mencionou a corrupção ocorrida entre 2003 e 2015 – mais que isso é questão do passado. Se fosse para resumir, eu diria que foi um discurso de estadista.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/supremo-decretos-armas-discurso-bolsonaro-onu/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

DISCURSO DE BOLSONARO ONTEM NA ONU

Veja a íntegra do discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU

Presidente abriu falas de líderes mundiais nesta terça-feira (20) em Nova York, nos Estados Unidos

Da CNN*

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta quarta-feira (20) na 77ª reunião da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

Em sua fala, Bolsonaro afirmou que a economia brasileira está “em plena recuperação” e o governo federal eliminou o que chamou de “corrupção sistêmica”. Ele falou após o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada.disse Bolsonaro na ONU

Veja a íntegra:

Senhor Chába Corózi, Presidente da Septuagésima Sétima Assembleia-Geral das Nações Unidas, Senhor António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, Senhoras e Senhores chefes de Estado, de governo e de delegações, Senhoras e Senhores, começo por cumprimentá-lo, Embaixador Chába Corózi, pela eleição para presidir esta Assembleia Geral. Esteja certo de contar com o apoio do Brasil.

O tema escolhido para este Debate Geral gira em torno de um conceito que se aplica perfeitamente ao momento que vivemos: um divisor de águas.

Senhor Presidente, Nossa responsabilidade coletiva, nesta Assembleia Geral, é compreender o alcance dos desafios que compõem esse divisor de águas. E, a partir daí, construir respostas que tirem sua força dos objetivos que são comuns a todos nós.

A tarefa não é simples. Mas, a rigor, não temos alternativa.

Esse esforço tem de começar no interior de cada um dos nossos países. Antes de tudo, é aquilo que realizamos no plano interno que dá a medida da autoridade com que agimos no plano internacional.

Deixe-me falar da perspectiva do meu País.

Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da saúde pública, fazemos isso com a autoridade de um governo que, durante a pandemia da Covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos.

Como tantos outros países, concentramos nossa atenção, desde a primeira hora, em garantir um auxílio financeiro emergencial aos mais necessitados.

O nosso objetivo foi proteger a renda das famílias para que elas conseguissem enfrentar as dificuldades econômicas decorrentes da pandemia. Beneficiamos mais de 68 milhões de pessoas, o equivalente a 1/3 da nossa população.

Em paralelo, lançamos um amplo programa de imunização, inclusive com produção doméstica de vacinas. Somos uma nação com 210 milhões de habitantes e já temos mais de 80% da população vacinada contra a Covid-19.

Todos foram vacinados de forma voluntária, respeitando a liberdade individual de cada um.

Da mesma forma, no terreno da economia, o Brasil traz a autoridade de um país que, em nome de um crescimento sustentável e inclusivo, vem implementando reformas para a atração de investimentos e melhoria das condições de vida de sua população.

No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares.

O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas.

Esse é o Brasil do passado.

Aprimoramos os serviços públicos com redução de custos e investimento em ciência e tecnologia. Hoje, por exemplo, o Brasil é o 7º país mais digitalizado do mundo: são 135 milhões de pessoas que acessam 4.900 serviços do meu governo. O Brasil foi pioneiro na implantação do 5G na América Latina.

Levamos adiante uma abrangente pauta de privatizações e concessões, com ênfase na infraestrutura.

Concluímos o projeto de transposição do Rio São Francisco, levando água para o Nordeste brasileiro. Adotamos novos marcos regulatórios, como o do saneamento básico, o das ferrovias e o do gás natural. Além disso, melhoramos o ambiente de negócios, com a lei de liberdade econômica e a lei de start-ups.

Como resultado, criamos oportunidades para o jovem empreender e ter empregos de qualidade.

Coroando todo esse esforço de modernização da economia brasileira, estamos avançando, a passos largos, para o ingresso do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.

Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada.

Os números falam por si só. A estimativa é de que, no final de 2022, 4% das famílias brasileiras estejam vivendo abaixo da linha da pobreza extrema. Em 2019, eram 5,1%. Isso representa uma queda de mais de 20%.

O Auxílio Brasil, programa de renda mínima criado pelo meu governo, durante a pandemia, que atende 20 milhões de famílias, faz pagamentos de quase US$ 4 por dia as mesmas.

O desemprego caiu 5 pontos percentuais, chegando a 9,1%, taxa que não se via há 7 anos. Reduzimos a inflação, com estimativa de 6% no corrente ano. Tenho a satisfação de anunciar que tivemos deflação inédita no Brasil nos meses de julho e agosto.

Desde junho, o preço da gasolina caiu mais de 30%. Hoje, um litro no Brasil custa cerca de US$ 0,90. O preço da energia elétrica também teve uma queda de mais de 15%. Quero ressaltar que o custo da energia não caiu por causa de tabelamento de preços ou qualquer outro tipo de intervenção estatal. Foi resultado de uma política de racionalização de impostos formulada e implementada com o apoio do Congresso Nacional.

Em 2021, o Brasil foi o 4º maior destino de investimento estrangeiro direto do mundo. Nosso comércio exterior alcançou a marca histórica de 39% do PIB, mesmo diminuindo ou zerando impostos de milhares de produtos.

No plano interno, também estamos batendo recordes em três áreas: arrecadação fiscal, lucros das empresas estatais e relação entre dívida pública e PIB. Aliás, em 2021 tivemos superávit no resultado consolidado de contas públicas. O PIB brasileiro aumentou 1,2% no segundo trimestre. A projeção de crescimento para 2022 chega a 3%.

Temos a tranquilidade de quem está no bom caminho. O caminho de uma prosperidade compartilhada. Compartilhada entre os brasileiros e, mais além, compartilhada com nossos vizinhos e outros parceiros mundo afora.

É isso que vemos, por exemplo, na produção de alimentos. Há quatro décadas, o Brasil importava alimentos. Hoje, somos um dos maiores exportadores mundiais.

Isso só foi possível graças a pesados investimentos em ciência e inovação, com vistas à produtividade e à sustentabilidade. Faço aqui um tributo à pessoa de Alysson Paulinelli, candidato brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz, por seu papel na expansão da fronteira agrícola brasileira com o uso de novas tecnologias.

Este ano, o País já começou a colheita da maior safra de grãos da nossa história. Estima-se pelo menos 270 milhões de toneladas. O Brasil também, em poucos anos, passará de importador a exportador de trigo.

Para o período 2022/2023, a previsão é que a produção total ultrapasse os 300 milhões de toneladas. Como afirmou a Diretora-Geral da Organização Mundial do Comércio, em recente visita que nos fez, se não fosse o agronegócio brasileiro, o planeta passaria fome, pois alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo.

O nosso agronegócio é orgulho nacional.

Senhor Presidente, quero lembrar que, também na área do desenvolvimento sustentável, o patrimônio de realizações do Brasil é fonte de credibilidade para a ação internacional do nosso País. Em matéria de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o Brasil é parte da solução e referência para o mundo.

Dois terços de todo o território brasileiro permanecem com vegetação nativa, que se encontra exatamente como estava quando o Brasil foi descoberto, em 1500. Na Amazônia brasileira, área equivalente à Europa Ocidental, mais de 80% da floresta continua intocada, ao contrário do que é divulgado pela grande mídia nacional e internacional.

É fundamental que, ao cuidarmos do meio ambiente, não esqueçamos das pessoas: a região amazônica abriga mais de 20 milhões de habitantes, entre eles indígenas e ribeirinhos, cuja subsistência depende de algum aproveitamento econômico da floresta.  Levamos internet a mais de 11 mil escolas rurais e a mais de 500 comunidades indígenas.

O Brasil começou sua transição energética há quase meio século, em reação às crises do petróleo daquela época. Hoje, temos uma indústria de biocombustíveis moderna e sustentável. Indústria que contribui para a matriz energética mais limpa entre os países do G20.

Cerca de 84% da nossa matriz elétrica atualmente é renovável, e esse é o objetivo que muitos países desenvolvidos esperam alcançar somente depois de 2040 ou 2050.

No ano passado, o Brasil foi escolhido pelas Nações Unidas como país “campeão da transição energética”. Temos capacidade para ser um grande exportador mundial de energia limpa. Contamos com um excedente, já em construção, que pode chegar a mais de 100 Gigawatts entre biomassa, eólica terrestre e solar, além da oportunidade, ainda não explorada, de eólicas marítimas de 700 Gigawatts, com um dos menores custos de produção do mundo. Essas fontes produzirão hidrogênio verde para exportação.

Parte desta energia 100% limpa abre a possibilidade de sermos fornecedores de produtos industriais altamente competitivos, especialmente no Nordeste brasileiro, com uma das menores pegadas de carbono do mundo.

A agenda do desenvolvimento sustentável é afetada, de várias maneiras, pelas ameaças à paz e à segurança internacional. Erguemos as Nações Unidas em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial. O que nos motivava, naquele momento, era a determinação de evitar que se repetisse o ciclo de destruição que marcou a primeira metade do século XX. Até certo ponto, podemos dizer que fomos bem-sucedidos.

Mas, hoje, o conflito na Ucrânia serve de alerta. Uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial. No caso específico do Conselho de Segurança, após 25 anos de debates, está claro que precisamos buscar soluções inovadoras. O Brasil fala desse assunto com base em uma experiência que remonta aos primórdios da ONU.

É pela décima-primeira vez que ocupamos assento não permanente no Conselho. Temos buscado dar o melhor de nós para a solução pacífica e negociada dos conflitos internacionais, sempre guiados pela Carta da ONU e pelo Direito Internacional.

O Brasil também tem um longo histórico de participação em missões de paz da ONU. De Suez a Angola, do Haiti ao Líbano, sempre estivemos ao lado da manutenção da paz.

Também contribuímos para a paz ao abrirmos nossas fronteiras para aqueles que buscam uma chance de reconstruir suas vidas em nosso país. Desde 2018, mais de seis milhões de irmãos venezuelanos foram obrigados a deixar seu país. Muitos deles vieram para o Brasil.

Nossa resposta a esse desafio foi a “Operação Acolhida”, que se tornou referência internacional. Já são mais de 350 mil venezuelanos que encontraram, em território brasileiro, assistência emergencial, proteção, documentação e a possibilidade de um recomeço. Todos têm acesso ao mercado de trabalho, a serviços públicos e a benefícios sociais.

Nos últimos meses, chegam por dia ao Brasil, a pé, cerca de 600 venezuelanos, a grande maioria dos quais mulheres e crianças pesando em média 15 quilos a menos do que antes, fugindo da violência e da fome.

A política brasileira de acolhimento humanitário vai além da Venezuela. Temos também recebido haitianos, sírios, afegãos e ucranianos.

Senhor Presidente, o conflito na Ucrânia já se estende por sete meses e gera apreensão não apenas na Europa, mas em todo o mundo.

Quero, em primeiro lugar, renovar o agradecimento do Brasil aos países que ajudaram na evacuação de brasileiros que se encontravam na Ucrânia quando começou o conflito. Refiro-me especialmente à Eslováquia, Hungria, Polônia, Romênia e República Tcheca. A operação foi exitosa. Não deixamos ninguém para trás, nem mesmo seus animais de estimação.

Diante do conflito em si, o Brasil tem-se pautado pelos princípios do Direito Internacional e da Carta da ONU. Princípios que estão consagrados também em nossa Constituição. Defendemos um cessar-fogo imediato, a proteção de civis e não-combatentes, a preservação de infraestrutura crítica para assistência à população e a manutenção de todos os canais de diálogo entre as partes em conflito. Esses são os primeiros passos para alcançarmos uma solução que seja duradoura e sustentável.

Temos trabalhado nessa direção. Nas Nações Unidas e em outros foros, temos tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo, causado pela polarização em torno do conflito. É nesse sentido que somos contra o isolamento diplomático e econômico.

As consequências do conflito já se fazem sentir nos preços mundiais de alimentos, de combustíveis e de outros insumos. Estes impactos nos colocam a todos na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Países que se apresentavam como líderes da economia de baixo carbono agora passaram a usar fontes sujas de energia. Isso configura um grave retrocesso para o meio ambiente.

Apoiamos todos os esforços para reduzir os impactos econômicos desta crise. Mas não acreditamos que o melhor caminho seja a adoção de sanções unilaterais e seletivas, contrárias ao Direito Internacional. Essas medidas têm prejudicado a retomada da economia e afetado direitos humanos de populações vulneráveis, inclusive em países da própria Europa.

A solução para o conflito na Ucrânia será alcançada somente pela negociação e pelo diálogo.

Faço aqui um apelo às partes, bem como a toda a comunidade internacional: não deixem escapar nenhuma oportunidade de pôr fim ao conflito e de garantir a paz. A estabilidade, a segurança e a prosperidade da humanidade correm sério risco se o conflito continuar.

Senhor Presidente, tenho sido um defensor incondicional da liberdade de expressão. Além disso, no meu governo, o Brasil tem trabalhado para trazer o direito à liberdade de religião para o centro da agenda internacional de direitos humanos. É essencial garantir que todos tenham o direito de professar e praticar livremente sua orientação religiosa, sem discriminação.

Quero aqui anunciar que o Brasil abre suas portas para acolher os padres e freiras católicos que tem sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua. O Brasil repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo.

Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero.

Quero também destacar aqui a prioridade que temos atribuído à proteção das mulheres. Nosso esforço em sancionar mais de 70 normas legais sobre o tema desde o início de meu governo, em 2019, é prova cabal desse compromisso.

Combatemos a violência contra as mulheres com todo o rigor. Isso é parte da nossa prioridade mais ampla de garantir segurança pública a todos os brasileiros.

Os resultados aparecem em nosso governo: queda de 7,7% no número de feminicídios e diminuição do número geral de mortes por homicídio. Em 2017 eram 30 mortes por 100 mil habitantes. Agora são 19.

A violência no campo também caiu ao mesmo tempo em que aumentamos a regularização da propriedade da terra para os assentados. No meu governo, entregamos 400 mil títulos rurais, 80% deles para mulheres.

Trabalhamos no Brasil para que tenhamos mulheres fortes e independentes, para que possam chegar aonde elas quiserem. A Primeira Dama, Michelle Bolsonaro, trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado desde 2019, com especial atenção aos portadores de deficiências e doenças raras.

Senhor Presidente, Senhor Secretário-Geral, Senhoras e Senhores chefes de Estado e de governo, Senhoras e Senhores, neste 7 de setembro, o Brasil completou 200 anos de história como nação independente. Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira.

Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade.

Muito obrigado.

*Publicado por Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo

 

GUERRA NA UCRÂNIA E AMEAÇAS DE PUTIN

 

Foto: Canal “RT

Por Redação

Medida foi tomada no país pela última vez na 2ª Guerra, e ocorre um dia depois de quatro regiões controladas por Moscou na Ucrânia anunciarem referendos para integração ao território russo

MOSCOU – Em pronunciamento televisionado, o presidente russo Vladimir Putin ordenou nesta quarta-feira, 21, a primeira mobilização nacional do país desde a 2ª Guerra. No anúncio, ele alerta o Ocidente que, se a “chantagem nuclear” continuar, Moscou responderia com todo o seu vasto arsenal atômico.

A medida prevê a mobilização de até 300 mil reservistas para lutar na Guerra da Ucrânia, evidenciando as dificuldades que a Rússia enfrenta em sua invasão do país, com as retomadas de território pelas forças ucranianas e a dificuldade dos russos em derrubarem o governo de Zelenski.

No pronunciamento pré-gravado transmitido na TV, Putin disse também que irá proteger as populações de território ocupados que pretende anexar após referendos a serem feitos em quatro regiões ucranianas no leste e no sul do país a partir de sexta, e que está disposto fazer isso com armas nucleares contra os EUA e aliados que apoiam Kiev.

“Se a integridade territorial de nosso país estiver ameaçada, usaremos todos os meios disponíveis para proteger nosso povo – isso não é um blefe”, disse Putin. Segundo ele, a Rússia enfrenta “1.000 km de linhas de frente contra o Ocidente na Ucrânia” — referência à ajuda de bilhões de dólares em armas e inteligência fornecidas à Kiev por EUA e outros países do Ocidente. “Na sua política agressiva antirrussa, o Ocidente cruzou todas as linhas”, disse Putin.

Presidente russo, Vladimir Putin, em pronunciamento televisionado, ameaça responder 'ataques do Ocidente'
Presidente russo, Vladimir Putin, em pronunciamento televisionado, ameaça responder ‘ataques do Ocidente’ Foto: Canal RT

A medida ocorre um dia depois de quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para se integrar à Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, junto com Kherson e Zaporizhzia pretendem conduzir as votações ainda nesta semana em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.

Na prática, caso a população aprove a anexação, Moscou passaria a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território, tornando uma agressão ucraniana a essas áreas um ataque à nação russa, e propícia a retaliações inclusie com armas nucleares – a doutrina nuclear russa prevê o uso da bomba em caso de ataques.

Os esforços podem preparar o terreno para Moscou intensificar a guerra contra as forças ucranianas que lutam com sucesso para recuperar essas áreas, principalmente em Luhansk.

Os anúncios de referendos ocorrem depois de um aliado próximo do presidente russo dizer que a votação era necessária, já que Moscou perde terreno na guerra que começou há quase sete meses. O ex-presidente russo Dmitri Medvedev disse que dobrar as regiões para dentro da própria Rússia tornaria as fronteiras redesenhadas irreversíveis e permitiria a Moscou usar qualquer meio para defendê-las.

“Invadir o território russo é um crime que permite que você use todas as forças de autodefesa. É por isso que esses referendos são tão temidos em Kiev e no Ocidente”, disse Medvedev em um post no Telegram, onde acrescentou que tal ato não poderia ser revertido constitucionalmente por futuros líderes da Rússia.

No pronunciamento, o presidente russo acusou o Ocidente de ultrapassar todos os limites de agressão à Rússia e que o apoio ocidental às forças da Ucrânia é uma forma de transformar o povo ucraniano em “bucha de canhão” e impedir a paz entre os países.

Dentre as medidas anunciadas, estão o financiamento da produção de armas e conferir status legal aos voluntários combatendo no Donbass. Os eventos de mobilização militar devem começar ainda nesta quarta.

O presidente afirmou que o objetivo era “libertar” a região do Donbas, no leste da Ucrânia, e que a maioria das pessoas na região não queria retornar ao que ele chamou de “jugo” da Ucrânia. Ele disse ainda apoiar as pessoas que propõem referendos nas áreas sob controle russo sobre a possibilidade de anexação dos territórios.

Em anúncios anteriores de referendos em regiões como Melitopol, o Ocidente e a Ucrânia afirmaram que não reconheceriam a anexação. Mas é improvável que os países ocidentais permitam o uso de seus equipamentos militares para atacar uma região que a Rússia considera sua. Uma das condições para que os aliados da Otan enviassem armamentos pesados para Kiev era o de não utilizar contra territórios russos – já que Moscou poderia considerar isso um ato de agressão da Otan e envolver os países na guerra.

Pânico da Rússia

O agendamento das votações desta semana ocorreu depois que as forças ucranianas derrotaram os russos do nordeste nas últimas semanas e estão na ofensiva no leste e no sul. A Rússia perdeu dezenas de milhares de soldados, está lutando para recrutar novos soldados e enfrenta uma reação crescente, mesmo de alguns aliados, por sua invasão prolongada.

Seis meses da Guerra na Ucrânia

Míssil é disparado de veículo militar por Exército da Ucrânia  (Tony Overman/The Olympian via AP - 23/05/2022)
Soldado ucraniano próximo a edifício destruído em Irpin  (Andrew Kravchenko/AP - 11/07/2022)

A Ucrânia disse que as medidas sinalizam o desespero da Rússia, e os aliados de Kiev disseram que tais votações seriam ilegais. Os Estados Unidos alertaram em julho que a Rússia estava tomando medidas para anexar partes ocupadas da Ucrânia “em violação direta da soberania da Ucrânia”.

Mikhailo Podoliak, conselheiro sênior do presidente Volodmir Zelenski da Ucrânia, disse que falar sobre anexação era pouco mais do que um “sedativo” para o público russo, enquanto Moscou tentava entender suas perdas no campo de batalhaQualquer chamado referendo, acrescentou ele, não impediria “Himars e as forças armadas de destruir ocupantes em nossa terra”, referindo-se a um sistema de mísseis fornecido pelos americanos que ajudou os ucranianos a atacar as forças russas.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, rejeitou os planos de “referendos falsos” e disse: “A Rússia tem sido e continua sendo um agressor que ocupa ilegalmente partes de terras ucranianas. A Ucrânia tem todo o direito de libertar seus territórios e continuará liberando-os, independentemente do que a Rússia tenha a dizer.”

Rússia reforça suas tropas após avanço ucraniano no nordeste

Exército russo anunciou que enviou reforços à região ucraniana de Kharkiv, em resposta a um aparentemente bem-sucedido avanço das forças de Kiev na fronteira

O Instituto para o Estudo da Guerra, um think tank com sede em Washington, disse que o pedido dos líderes russos para que Moscou anexasse os territórios refletia pânico. A tentativa de anexar áreas onde as forças russas estão lutando para impedir as ofensivas ucranianas pode forçar o Kremlin a exigir que a Ucrânia deixe o chamado território russo – e colocar Moscou na “posição humilhante de ser incapaz de cumprir essa exigência”, disse o grupo.

Em 2014, forças russas invadiram a Crimeia e Putin a anexou depois que autoridades recém-instaladas organizaram às pressas um referendo de secessão que teria garantido o apoio de 97% dos eleitores, gerando acusações internacionais de fraude./AP, NYT e W.POST

ALZHEIMER PROVA DEMÊNCIA DE PESSOAS IDOSAS

 

Saiba como identificar, prevenir e cuidar de quem convive com a doença

Foto: Natasha Connell/Unsplash

Por Redação – Jornal Estadão

Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer: cerca de 2 milhões de pessoas têm demência no Brasil

Desde 2008, 21 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer no Brasil. Ainda não há clareza sobre o total de pessoas que vivem com a doença no País, mas estima-se que cerca de 2 milhões tenham demências – o Alzheimer corresponde à maior parcela. Para 2050, a projeção é de que esse número chegue a cerca de 6 milhões de pessoas – um aumento de 200%.

Em todo o mundo, a enfermidade que provoca a perda progressiva da memória afeta mais de 30 milhões de pessoas. Descrita pela primeira vez em 1906 pelo médico alemão Alois Alzheimer, a doença “neurodegenerativa” leva a uma deterioração progressiva da capacidade cognitiva do paciente até a perda total de autonomia.

Atividades físicas como corridas estão ligadas à redução do risco de Alzheimer.
Atividades físicas como corridas estão ligadas à redução do risco de Alzheimer.  Foto: Charlie Riedel/AP Photo

Combater os fatores de risco conhecidos para a Doença de Alzheimer, que não tem cura, e fazer uma detecção precoce são as duas principais medidas para adiar ao máximo a evolução da enfermidade.

Em uma série de reportagens, o Estadão discutiu desde as atividades (mentais e físicas) e hábitos (de alimentação e sono) que devem ser inseridos no dia a dia das pessoas até as discussões sobre os caminhos da ciência para desvendar os mistérios do Alzheimer, passando pelo drama de quem convive de perto com alguém acometido pela doença. Veja abaixo:

Por que a ciência está mudando o alvo em busca da cura?

Estudo identifica a região do cérebro em que o Alzheimer começa a se desenvolver

Alzheimer começa sem sintoma de demência; veja as 7 fases da doença

Sintomas do Alzheimer podem ser adiados com diagnóstico precoce e atividades intelectuais

Alzheimer: Cientistas descobrem novo método para prever risco antes do início dos sintomas

Como exercícios físicos e sono ajudam a prevenir o Alzheimer? Veja como se proteger

Por que o Brasil deve se preocupar mais com a doença do que a Europa?

Alta da doença deve ser maior em países de média e baixa renda; no Brasil, estimativa é de que casos quase tripliquem até 2050

As projeções para o avanço da doença de Alzheimer colocam o Brasil em um situação desafiadora: o número de casos de demência pode aumentar muito nas próximas três décadas. E não só aqui. A alta da doença deve ser maior em países de média e baixa renda, como os demais da América Latina, na comparação com as nações mais ricas.

Essa tendência acende o alerta para a necessidade de que o Brasil prepare seu sistema de saúde para atender ao grande contingente de pessoas que precisará de ajuda médica – e seus familiares, que assumem o cuidado. Também ressalta a importância de estratégias de prevenção para reduzir o volume de pessoas com demência.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva. Pessoas diagnosticadas com Alzheimer ou outras demências passam a ter dificuldades para realizar tarefas cotidianas e deixam de trabalhar. Com custo global de US$ 1,3 trilhão, as demências são hoje uma das principais causas de incapacidade e dependência em todo o mundo.

No Brasil, ainda não há clareza sobre o total de pessoas com a doença, mas estima-se que cerca de 2 milhões vivam com demências – o Alzheimer corresponde à maior parcela. Para 2050, a projeção é de que esse número chegue a cerca de 6 milhões de pessoas – um aumento de 200%.

O envelhecimento acelerado da população brasileira amplia os desafios. Em países europeus, como na França, foram cem anos para que a taxa de idosos dobrasse. “No Brasil, está levando só algumas décadas”, explica Cleusa Ferri, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Por isso, a importância de ter ações muito rápidas para cuidar das pessoas nessa faixa da vida.”

Em todo o mundo, a previsão é de que os casos de demência passem de 57,4 milhões para 152,8 milhões – uma alta de 166% – em 2050. A tendência de crescimento é menor do que a média global em países como Alemanha, Itália e Japão. E maior em outros, como Brasil, Bolívia, Equador, Peru e países africanos. Os dados fazem parte de uma pesquisa global publicada neste ano na revista Lancet Public Health.

Continua após a publicidade

O aumento e o envelhecimento populacionais são as principais razões para a projeção de crescimento maior do Alzheimer em países da África e da América Latina. Problemas de baixa escolaridade e hábitos de vida pouco saudáveis também concorrem para que a incidência de pessoas com demência não caia nessas regiões.

Em países da América do Norte e da Europa, por exemplo, os dados já sugerem uma tendência de redução na incidência de demência – o que cientistas atribuem ao aumento nos níveis de escolaridade e à maior oferta de tratamentos para problemas cardiovasculares, uma das principais formas de se prevenir contra o Alzheimer.

Países de alta renda já têm serviços de cuidados para pessoas com demência, como atenção primária e reabilitação, mais estruturados, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do ano passado. Já as nações de baixa e média renda, como o Brasil, são mais dependentes dos cuidados informais desempenhados pelos familiares, que muitas vezes têm de deixar suas atividades profissionais, com impactos à economia.

Envelhecimento acelerado da população brasileira amplia os desafios; Em países europeus, foram cem anos para que a taxa de idosos dobrasse, no Brasil, está levando 'só algumas décadas', avalia especialista
Envelhecimento acelerado da população brasileira amplia os desafios; Em países europeus, foram cem anos para que a taxa de idosos dobrasse, no Brasil, está levando ‘só algumas décadas’, avalia especialista Foto: Thomas Peter/REUTERS

Início precoce

Em países latino-americanos, a presença associada de demências vasculares e Alzheimer preocupa. “A prevalência de demência na América Latina é a maior do mundo. E não só é muita gente (com demência), mas ela começa dez anos antes aqui”, alerta Claudia Suemoto, professora de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Entre outros temas, Claudia pesquisa de que modo reduzir os fatores de risco na população brasileira, como controlar doenças como hipertensão, obesidade e diabete, pode ajudar a evitar casos de Alzheimer e outras doenças. Uma pesquisa nesse sentido, publicada há dois anos na Lancet, mostrou que 12 fatores de risco estão ligados a 40% dos casos de demência, incluindo o Alzheimer, em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de que o potencial de prevenção seja ainda maior.

Um dos focos, segundo os cientistas, deve ser a escolarização da população. Claudia explica que estudar no início da vida ajuda a formar o que se chama de “reserva cognitiva”. É como se fosse uma poupança no cérebro – quanto maior, menor o risco de que os danos ligados ao envelhecimento comprometam as funções cerebrais.

”Há uma janela de oportunidade incrível para prevenir não só demência como outras doenças mentais”, diz a pesquisadora. Além da educação formal, explica a especialista, atividades intelectuais como aprender um novo idioma ou a tocar instrumentos ajudam a formar essa “poupança” de conexões.

Política

Apesar do cenário preocupante para as demências no Brasil, ainda faltam políticas específicas sobre o tema, na avaliação de especialistas. O Brasil se comprometeu a elaborar um plano sobre o assunto, que ainda não existe. Um projeto de lei que cria a Política Nacional de Enfrentamento à Doença de Alzheimer está em debate no Congresso Nacional. Alguns municípios, como São Paulo, já têm planos locais.

“Há países em que isso já está mais avançado, como Costa Rica, Chile. No Brasil e em vários outros países, isso está no radar, mas não foram tomadas medidas efetivas”, diz Paulo Caramelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do conselho consultivo da Sociedade Internacional para o Avanço da Pesquisa e Tratamento da Doença de Alzheimer.

Falta de dados

Um dos pontos de partida para isso é reconhecer a complexidade da situação brasileira: ainda não se sabe a exata incidência da doença nem a mortalidade. Há ainda alta subnotificação: pesquisadores estimam que mais de 1 milhão (dos 2 milhões de casos) não tenham sido diagnosticados. Essa situação coloca pacientes e parentes em um limbo de proteção e cuidados.

Para Cleusa, é preciso educar a população brasileira para o Alzheimer. A falta de conhecimento sobre demências faz com que, muitas vezes, as perdas de memória sejam vistas como um sinal normal de envelhecimento – o que não é verdade. A pesquisadora coordena o primeiro mapeamento do Brasil sobre Alzheimer, financiado pelo Ministério da Saúde, e que deve ser publicado no ano que vem. “É necessário apoiar a família e oferecer serviços de cuidado a curto e longo prazo.”

Ministério da Saúde aponta que as demências devem ser entendidas “como uma prioridade em saúde pública” e destaca iniciativas como um curso para os cuidadores e a elaboração de guias com orientações para rastreio de demências e transtornos cognitivos leves.

‘O Alzheimer faz com que a família se desmanche’: leia relato de fotógrafa que cuida da mãe doente

 

PRODUTIVIDADE TÓXICA É O DESEQUILÍBRIO NA VIDA PROFISSIONAL

 

Elbio Petrucci – Instrutor de Gestão do Senac Goiás (go.senac.br), Master Coaching Trainer, T&D em desenvolvimento humano

Já dizia Peter Drucker: “Não há nada tão inútil quanto fazer eficientemente o que não deveria ser feito.”

A Produtividade Tóxica lentamente tomou o lugar dos workaholics – indivíduos erroneamente tidos por virtuosos que seguem um mesmo padrão de conduta: madrugadas no escritório, inúmeros e-mails e mensagens disparados fora do horário de trabalho, constante falta de tempo, intermináveis reuniões e o absoluto abandono da vida pessoal.

Ao falarmos em Produtividade Tóxica separamos o indivíduo de suas ações e, por tal afastamento, somos capazes de observar e criticar este padrão de comportamento.

Produtividade Tóxica é o desequilíbrio na vida profissional e pessoal caracterizado pela constante necessidade de “estar ocupado”; é a preocupação de se sentir constantemente produtivo; é trabalhar muito além do necessário na execução de tarefas.

Executar um trabalho de forma imediata, empírica, incessante ou mecânica, gera a sensação de autonomia, controle e competência, afinal, produzir o tempo todo é bom. Se estamos constantemente executando tarefas e cumprindo prazos, isso quer dizer que levamos nosso trabalho a sério, que somos “úteis” e estamos aptos a resolver problemas, correto? Não.

A Produtividade Tóxica é o resultado de tais práticas, que têm por característica principal o excesso e excessos geram consequências. A hiper produtividade é consequência da pressão pela obtenção de resultados, auto exigência, insegurança e competitividade, que por sua vez gera altos níveis de ansiedade e estresse, que provocam frustração, insatisfação constante, alimentação compulsiva, inapetência, tremores, alteração da pressão arterial, crises de choro sem motivo aparente, falta de motivação, preocupação excessiva e pode levar ao desenvolvimento de doenças ocupacionais como a depressão e a síndrome do esgotamento profissional.

Em junho deste ano, o Blog Impacto – FGV EAESP publicou o resultado de um amplo estudo realizado por Paul Ferreira, vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo. A pesquisa revelou que 43% dos trabalhadores brasileiros alegam estar com sobrecarga de trabalho; 31% sofrem pressão por resultados e metas; 30% sentem que precisam estar disponíveis o tempo todo; 22% sentem dificuldade de ter desempenho em sua plena capacidade de trabalho; 12% relatam a falta de flexibilidade na jornada de trabalho; 12% sentem desconforto em compartilhar seus desafios com colegas da equipe ou com a liderança; 11% sentiram que seu desempenho estava sendo julgado por conta de outras necessidades durante a pandemia; 9% sentem falta de iniciativas de saúde mental e mais de 75% dos participantes do estudo alegam que os benefícios oferecidos pelas empresas não são suficientes ou apenas parciais para a manutenção da saúde mental.

De acordo com a escritora espanhola especialista em psicologia do trabalho e das organizações e mestre em recursos humanos, María Jesús Álava Reyes, “produzir se torna tóxico porque esse ritmo não pode se manter ao longo do tempo e causa estragos na saúde. Também cria um ambiente tóxico porque há um descompasso entre o trabalho e o restante de sua vida.”

Entretanto, é possível superar a rotina de excessos, o primeiro passo é reconhecer qual é o impacto de sua rotina de trabalho em sua saúde e na sua vida pessoal, para isso, proponho os seguintes questionamentos:

1- Estabeleço metas irreais?

2- Estou angustiado e sinto culpa relacionada ao trabalho?

3- Me sinto ansioso em meu tempo ocioso?

4- Meu sucesso parece sem sentido?

5- Me sinto cansado e sem energia?

Lembre-se:

1- O não cumprimento de ambiciosas expectativas auto impostas geram uma culpa esmagadora. Defina e cumpra metas saudáveis para garantir que suas responsabilidades de trabalho não se infiltrem e consumam todo o seu tempo pessoal.

2- O problema não é sua carga de trabalho, é você. Livre-se do ciclo de auto aversão por não ser tão focado, tão eficiente ou tão produtivo quando gostaria de ser. Há uma grande diferença entre o que você faz e quem você é. Seu valor não está enraizado em sua produtividade.

3- Atividades de lazer e diversão são de extrema importância para o bem-estar físico e mental. Dedique tempo a hobbies e paixões, não relacionadas ao trabalho, que o façam se sentir bem. Programe-se para ao menos 10 minutos diários de relaxamento e meditação. Reserve tempo para estar junto a seus entes queridos.

4- Não ofusque seus êxitos e realizações pelo desejo de fazer mais e mais. Celebre cada uma de suas conquistas.

5- Saiba a hora de parar antes de atingir o ponto de fadiga. Excessos geram improdutividade. Crie uma rotina simples para sinalizar seu cérebro que é hora de sair do “modo trabalho”. (revise a agenda para o dia seguinte, organize documentos utilizados ao longo do dia, recolha copos e canecas de café de sua mesa de trabalho)

A produtividade deve ser positiva, pois seu objetivo final é gerar resultados.

Questionar pode nos levar a caminhos mais produtivo e assertivos. Trabalhe, produza, descanse e questione!

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 160.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 2.400.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

terça-feira, 20 de setembro de 2022

A UCRÂNIA PODE GANHAR A GUERRA CONTRA A RÚSSIA

 

A Ucrânia pode ganhar a guerra à Rússia? Eis o que se segue no conflito

CNN 

Reportagem em Izium: corpos com as mãos atadas e cordas ao pescoço. Já foram exumados 51 cadáveres© Fornecido por CNN Portugal

O Inverno está a aproximar-se rapidamente na Ucrânia. Eis o que se segue no conflito

Até algumas semanas atrás, parecia que o conflito na Ucrânia iria entrar nos amargos meses congelados de inverno – com nenhum dos lados a fazer progressos apreciáveis.

Esse prognóstico mudou com a súbita e bem-sucedida ofensiva ucraniana através da maior parte de Kharkiv ocupada, que galvanizou os apoiantes ocidentais da Ucrânia tanto quanto gerou recriminações em Moscovo.

Os militares russos têm agora de perguntar-se que tipo de força – e para onde exatamente são destacados – pode recuperar a iniciativa, depois de a Ucrânia ter capturado mais território numa semana do que as forças russas tinham feito em cinco meses.

Há também dinâmicas políticas importantes envolvidas. O Kremlin enfrenta escolhas difíceis: se deve declarar uma mobilização geral para revigorar as suas unidades cada vez mais irregulares na Ucrânia e como gerir um défice orçamental – apesar de a Rússia estar “sentada” em cima de reservas estrangeiras historicamente elevadas.

Muito para lá do teatro de guerra, a Rússia deve escolher até que ponto pode usar como arma a sua influência sobre o fornecimento de gás à Europa, à medida que os governos se preparam para gastar muito dinheiro para mitigar os efeitos de um fornecimento excecionalmente escasso.

Outro dilema potencial: os primeiros sinais de que o apoio chinês à invasão russa, que nunca foram de todo-o-coração, pode estar a diminuir.

Um campo de batalha em mudança

Soldados ucranianos feridos dentro de um veículo no território libertado da região de Kharkiv, na Ucrânia, na segunda-feira, 12 de setembro de 2022 (Foto: Kostiantyn Liberov/AP)© Fornecido por TVI

A espantosa contra-ofensiva da Ucrânia em Kharkiv, combinada com avanços de maior atrito no sul, apresentaram ao Kremlin e ao muito criticado Ministério da Defesa da Rússia uma variedade de más opções.

À medida que o Inverno se aproxima, eles devem escolher a qual frente dar prioridade, e se devem intensificar os esforços para cumprir o objetivo declarado de Putin: a captura das regiões de Donetsk e Luhansk. Os russos detêm atualmente cerca de 20% das terras ucranianas, incluindo a Crimeia e partes do sul.

A tomada de Donetsk é agora uma ordem mais alta para os russos. Sete meses de guerra mostraram as deficiências da logística russa, coisa que não será mais fácil de fazer em tempo mais húmido e frio.

Numa questão de dias, a Rússia perdeu um dos três eixos de ataque em Donetsk; não se registaram progressos nos outros dois desde o final de junho.

Ao mesmo tempo, as defesas russas em Kherson estão sob pressão crescente, apesar de terem sido reforçadas, graças ao sucesso da Ucrânia em cortar o reabastecimento através do rio Dnipro e em alvejar postos de comando e depósitos de munições.

Os militares russos não dispõem de uma abundância de novas unidades para injetar no conflito. O recém-destacado 3º Corpo do Exército compreende em grande parte batalhões voluntários recrutados em todas as regiões russas. Outros grupos táticos do batalhão foram reconstituídos após sofrerem pesadas perdas. Há relatos persistentes de desgaste da disciplina entre as unidades russas. A retirada desordenada em Kharkiv, com vastas quantidades de material militar abandonado, é uma prova disso – e de problemas crónicos de comando que não serão remediados de um dia para o outro.

Várias sepulturas encontradas em Izium (Evgeniy Maloletka/AP)© CNN Portugal

Obviamente, a Ucrânia também perdeu milhares de soldados, incluindo muitos das suas melhores unidades no Donbass. E uma fonte militar da NATO disse à CNN que, embora a varridela pela Ucrânia tivesse sido um grande impulso para o moral, “não consigo imaginar a mesma coisa a acontecer duas vezes”.

As forças de artilharia e mísseis da Rússia ainda são em grande número superiores às da Ucrânia. Mas não tem sido capaz de potenciar esta superioridade em ganhos no terreno. Cerca de 40% de Donetsk permanece sob controlo ucraniano.

O Presidente Vladimir Putin reconheceu isto na sexta-feira – dizendo que a operação ofensiva no Donbass “segue a um ritmo lento, mas continua. Gradualmente, gradualmente, o exército russo ocupa novos territórios”.

Apesar dos apelos em Moscovo para uma mobilização geral, isto ainda parece improvável. disse Putin: “Estamos a lutar com apenas uma parte do exército russo, a parte que está a contrato… Portanto, não temos pressa nesta parte”.

Uma vitória ucraniana?

Alguns observadores começaram a questionar se uma vitória ucraniana é concebível. Isso depende de como se define a vitória. É intenção declarada do Presidente Zelensky recuperar todos os territórios ocupados, bem como a Crimeia.

O general David Petraeus, antigo diretor da CIA e comandante das forças militares dos EUA no Iraque, disse esperar que a Ucrânia retomasse o território confiscado pelos russos desde fevereiro, e “é mesmo concebível que eles possam retomar a Crimeia e o Donbass”, ajudada pela crescente resistência nas áreas ocupadas.

Mas isso levaria tempo e envolveria duros combates, disse Petraeus à CNN. Se esse fosse o objetivo da Ucrânia, as suas linhas de abastecimento seriam esticadas e as suas melhores unidades dispersadas. Por sua vez, as forças ucranianas ficariam vulneráveis aos contra-ataques.

Em última análise, o sucesso da Ucrânia no campo de batalha dependerá de um fornecimento contínuo e alargado de equipamento ocidental. Reuniões nas próximas semanas determinarão o que estará nesse trilho, mas os stocks em vários países estão a diminuir.

Funcionários oficiais dos Estados Unidos também estão desconfiados de que a Ucrânia possa exagerar no seu jogo. Os EUA ainda estão excecionalmente cautelosos quanto ao envio à Ucrânia de armas com um alcance superior a 80 quilómetros e que, por conseguinte, poderiam ser usadas para atacar bem dentro da Rússia. Até agora, os EUA têm resistido aos pedidos ucranianos de ter sistemas de mísseis táticos de longo alcance do exército (ATACMS) que têm um alcance de até 300 quilómetros.

Ucranianos libertaram Izium e encontraram várias armas deixadas pelos russos (AP)© CNN Portugal

Alguns funcionários oficiais ocidentais receiam que a humilhação do Kremlin provoque uma reação imprevisível, incluindo mesmo armas nucleares táticas.

Uma antiga secretária-geral adjunta da NATO, Rose Gottemoeller, disse à BBC esta semana: “De momento, preocupo-me com esse tipo de cenário… O objetivo seria tentar fazer com que os ucranianos no seu terror capitulassem”.

Em fevereiro, na véspera da invasão, Putin avisou que qualquer país que se colocasse no caminho da Rússia enfrentaria “consequências como nunca viram na sua história”.

Mas Olga Olika, diretora do Programa da Europa e Ásia Central do Grupo Internacional de Crise, acredita que o Kremlin não iria tolerar tal escalada porque “a detonação de armas de destruição maciça iria provocar retaliação internacional, incluindo, muito possivelmente, o envolvimento militar direto da NATO”.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu confirmar isto numa entrevista ao programa “60 Minutes” – um excerto da qual foi transmitido nas notícias da noite da CBS na sexta-feira. Ele advertiu Putin contra uma escalada dos combates na Ucrânia, dizendo que haverá consequências se o Kremlin utilizar armas químicas ou nucleares nos combates.

“Não o faças. Não o faças. Não o faças. [No original: “Don’t. Don’t. Don’t.”] Isso mudaria a face da guerra ao contrário de qualquer outra coisa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse Biden. Questionado por Scott Pelley sobre qual seria a resposta dos EUA se a Rússia utilizasse uma arma química ou nuclear, Biden disse que seria “consequente”.

Outros analistas salientam que a utilização de armas nucleares táticas teria benefícios militares limitados, e que os militares poderiam mesmo desafiar uma ordem de Putin quanto à sua utilização.

“É difícil imaginar que mesmo ataques nucleares permitiriam à Rússia quebrar a vontade da Ucrânia de resistir”, disse o General Valerii Zaluzhnyi, comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia.

A Rússia ainda tem um arsenal intimidante de mísseis balísticos, e outros, que poderiam ser utilizados não para ganhar território mas para infligir danos catastróficos às infraestruturas da Ucrânia: energia, água e comunicações.

Na televisão estatal russa, os especialistas têm defendido a destruição das infraestruturas de energia e de água da Ucrânia. E tem havido sinais de forças de mísseis russas a fazer exatamente isso – com ataques a fontes de energia em Kharkiv e portões hidráulicos num reservatório em Kryviy Rih nos últimos dias.

No entanto, a trajetória da guerra parece diferente nos últimos meses, num ano que começou com poucas esperanças de que a Ucrânia conseguisse resistir ao mastodonte russo. Isso só por si pode reforçar a espinha dorsal do apoio europeu – e estimular a continuação da canalização da ajuda militar – apesar de um inverno caro de descontentamento com o aquecimento e os preços dos combustíveis.

O gambito do gás

Há muito que é evidente que parte da estratégia do Kremlin consiste em ajoelhar a determinação europeia no apoio à Ucrânia, mergulhando-a numa crise energética ao fechar literalmente as torneiras de gás.

Num fórum em Vladivostok no início deste mês, Putin afirmou: “Não forneceremos absolutamente nada se isso for contrário aos nossos interesses. Não no gás, não no petróleo, não no carvão, não no fuelóleo, nada”.

No meio de contratempos no campo de batalha, Ivo Daalder e James Lindsay escrevem na revista “Foreign Affairs” que “a melhor esperança de Putin – talvez a sua única esperança – é que o apoio ocidental à Ucrânia se desmorone à medida que os custos da guerra, incluindo a escassez de energia e o aumento dos preços, comecem a atingir a Europa”.

Os preços do gás natural na Europa estão 10 vezes mais elevados do que há um ano, com a Rússia a ganhar cerca de mil milhões de dólares [valor equivalente em euros] por dia nos primeiros três meses do conflito das exportações de energia. E o regime de sanções contra a Rússia só terá um impacto significativo a longo prazo, porque a economia russa é tão autocontrolada.

Mas o próximo Inverno será o teste de ácido do aperto na energia de Moscovo. Em vez de procurarem um compromisso, os governos europeus concluíram que as concessões apenas iriam encorajar o Kremlin. Estão apostados em assumir despesas pesadas para proteger os consumidores e, numa estratégia a mais longo prazo, para reduzir a dependência da energia russa. Depois de procurarem fornecedores alternativos no mundo, acumularam reservas (no caso da França, para mais de 90% da capacidade).

Embora os preços do gás no mercado grossista ainda estejam altos, eles caíram cerca de um terço nas últimas três semanas. Alguns analistas pensam que cairão ainda mais, reduzindo o custo dos subsídios que estão a ser introduzidos pelos governos europeus, já amarrados quanto a dinheiro.

Há também sinais de que os preços elevados do petróleo e do gás na Rússia podem ter atingido o seu pico. A Agência Internacional de Energia prevê que a produção russa de petróleo será 17% mais baixa em fevereiro próximo em comparação com a produção anterior à guerra, uma vez que seja sentida a força total das sanções da UE.

Daalder e Lindsay acreditam que os aliados da Ucrânia definiram o seu rumo. “Muitos céticos no Ocidente acreditam que as democracias irão ceder perante as dificuldades”, escreveram. “as tais vozes subestimam o poder de permanência do Ocidente”.

Sem pombas de paz

Os sinais de ambos os lados indicam que estão a preparar-se para um longo Inverno, em vez de explorarem as perspetivas de um acordo.

“A Rússia tudo fará para pôr fim ao conflito na Ucrânia o mais rapidamente possível, mas Kiev recusa-se a negociar”, disse Putin numa reunião com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na sexta-feira. Entretanto, o objetivo da Rússia ainda era “a libertação do Donbass” e não havia “pressa”.

Mas o líder russo também reconheceu as “preocupações” que tanto a Índia como a China têm em relação ao conflito.

O líder chinês, Xi Jinping, no seu primeiro encontro com Putin desde antes da invasão, não se referiu à Ucrânia pelo nome, de acordo com uma leitura de Pequim. Alguns observadores acreditam que Pequim está a adotar subtilmente uma abordagem de alguma distância no pântano russo na Ucrânia. A forma como isso pode contribuir para os cálculos de Putin é ainda desconhecido.

Pela sua parte, os ucranianos têm sido consistentes em não negociar com Moscovo, a menos que e até que todo o território ocupado seja recuperado. Zelensky rejeitou enraivecido as sugestões do Presidente francês, Emmanuel Macron, do antigo Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger e de outros que a Ucrânia deveria negociar de forma a não humilhar a Rússia (Kissinger retirou mais tarde a sua recomendação).

Bombeiros ucranianos apagam um incêndio após um ataque russo com rockets a uma central elétrica em Kharkiv, no domingo, 11 de setembro de 2022 (Foto: Kostiantyn Liberov/AP)© Fornecido por TVI

Dado o atual estado do campo de batalha, há poucos incentivos para a Ucrânia procurar uma trégua, enquanto o Kremlin ser+a duramente pressionado a criar um discurso sobre os resultados da sua “operação militar especial” se um terço do Donbass ainda ficar em mãos ucranianas.

O antigo diretor da CIA e general reformado do Exército dos EUA David Petraeus acredita que a Rússia enfrenta militarmente uma “situação desastrosa”. Ele disse à CNN que a Rússia estava “literalmente a ficar sem soldados, munições, tanques, veículos de combate, etc.”.

Um funcionário militar da NATO disse à CNN que esperava que Putin tivesse de repensar a sua posição até à próxima Primavera “se a NATO se mantiver unida durante os problemas energéticos do Inverno e se a Ucrânia continuar a lutar. Mas ele não vai negociar mais cedo, pois um Inverno frio é a sua melhor arma”.

Depois disso, o efeito total dos embargos à energia russa por parte dos governos ocidentais e do Japão, e à exportação de equipamento de alta tecnologia para a Rússia, começará a morder. Este último já está a começar a custar um preço à produção de armamento, forçando os militares a retirar o pó das armas que tinham estado armazenadas.

O conflito ucraniano causou muitas surpresas – e as previsões podem ser um trabalho de tolos. A forma atual do campo de batalha sugere que os papéis iniciais da Ucrânia e da Rússia – defesa e ataque – poderão ser invertidos nos próximos meses, enquanto as forças russas intensificam os bombardeamentos sem remorsos contra alvos civis e militares.

O SENADO NÃO CONTROLA OS ABUSOS DO STF

Abusos do Supremo
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília


Tentativas de se investigar a conduta de ministros do STF quase sempre param no Senado| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

As críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que se tornaram frequentes nos discursos de Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores, não eram exclusivas deles em 2019 – ano em que o presidente e os membros do atual Congresso Nacional tomaram posse.

Senadores de oposição ao governo Bolsonaro, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (PSDB-SE), faziam contestações frequentes aos integrantes do Supremo e defendiam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta dos ministros da Corte.

A CPI não foi instalada, tampouco foram abertos processos de impeachment contra membros do STF, como defendiam antes os opositores e atualmente os governistas. Isso revela a dificuldade de se apurar condutas e eventualmente punir magistrados da cúpula do Judiciário.

O rito de impeachment de um ministro do STF tem similaridades com o procedimento utilizado para afastar um presidente da República. Qualquer cidadão pode apresentar um pedido de impeachment, que é remetido ao presidente do Senado. A partir daí, ele tem liberdade total para decidir abre ou não um processo com base nesse pedido.

As etapas seguintes envolvem a deliberação por uma comissão do Senado, discussão de um parecer sobre o caso elaborado por esta comissão, apresentação de provas e defesa. Mas são difíceis de visualizar na prática porque o destino quase certo de um pedido de impeachment de ministro do STF é a gaveta. Nunca um membro do Supremo foi cassado por decisão do Senado.

A regra que faz do Senado a Casa exclusiva para deliberar sobre o afastamento de um ministro do STF é, apesar da inexistência de impeachments, elogiada por advogados. “Eu acredito que o processo de impeachment de um ministro do Supremo ser iniciado pelo presidente do Senado como positivo, pois trata-se do órgão máximo do Poder Judiciário. Assim como para um presidente da República há um cuidado, com um ministro do Supremo também”, diz o advogado criminalista Luís Alexandre Rassi.

A advogada Priscila Lima Aguiar Fernandes lembra que a previsão de um processo iniciado pelo presidente do Senado é uma regra da Constituição – que, portanto, não pode ser modificada de forma simples. “Existe uma previsão que regulamenta esse tipo de procedimento, que abrange tanto o presidente da República, os ministros de Estado e os ministros do STF. Todos são abrangidos por essa lei, que estabelece os ritos”, diz.

Priscila Fernandes ressalta que, em alguns casos, os pedidos de investigação de membros do STF ou de outras esferas do Judiciário podem, na verdade, estar ocultando deslizes de seus demandantes ou sendo usados como retaliação de políticos que foram alvo de decisões judiciais que os desagradaram. “Nós temos sempre que nos ater à questão da legalidade. Muitas vezes o intuito das investigações é fazer pressão, e por esse lado eu acredito que haja excessos”, diz.

Para além do STF, a fiscalização global do Judiciário é atribuição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O conselho é uma instituição relativamente nova. Foi criado em 2004, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fernandes reconhece a existência de corporativismo em algumas decisões do CNJ, mas avalia que “houve avanços” desde a criação do órgão. Já Rassi diz considerar que o CNJ “deixou de ser um órgão de fiscalização e passou a ser um órgão de regulação, exigindo metas e preenchimento de relatórios pelos magistrados de primeiro grau”. “Este fator, inclusive, dificulta a prestação jurisdicional.”

“No momento, o assunto está enterrado”, diz defensor de CPI para investigar STF
A CPI que buscava fiscalizar o Judiciário foi apelidada de “Lava Toga” – uma referência à Lava Jato e à toga, a vestimenta típica dos juízes, utilizada ainda hoje nas sessões do STF. Defensores da instalação da comissão, os senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Lasier Martins (Podemos-RS) ainda são favoráveis a uma CPI para investigar o Judiciário.

“Tem havido um conluio entre Senado e Supremo. Os ministros do STF não julgam os senadores, e os senadores evitam a abertura de um processo de impeachment [contra ministros do Supremo]”, diz Martins. “Reafirmo meu interesse na CPI. Assino se tiver que ser um novo pedido ou mantenho minha assinatura [no pedido já existente]”, diz Valério.

As assinaturas mencionadas pelo parlamentar foram o principal ponto de discussão em torno da CPI da Lava Toga em 2019. O Regimento do Senado especifica que uma CPI deve ser aberta se alcançar o apoio de 27 senadores, número que corresponde a um terço dos membros da Casa. Capitaneada por senadores de início de mandato – como Valério, Vieira e Fabiano Contarato (PT-ES) –, a Lava Toga alcançou as 27 assinaturas com dificuldades. Mas, antes de ocorrer a instalação, alguns parlamentares retiraram o apoio e o projeto minguou.

O impasse em torno das assinaturas envolveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a então senadora Selma Arruda (PSL-MS), que poucos meses depois do episódio seria cassada. Por orientação do Palácio do Planalto, o filho do presidente não endossou a CPI e teria ameaçado Selma, de quem era colega de partido na ocasião. “A primeira experiência daquele processo foi a de conhecer quem é quem dentro do Senado”, diz Martins.

A criação da CPI era uma das bandeiras do grupo “Muda Senado”, formado ainda em 2019 e que perdeu força nos últimos meses. A desarticulação do grupo é um dos fatores que faz Plínio Valério não colocar muita fé na instalação da comissão, embora ainda seja um defensor da ideia. “No momento, o assunto está enterrado”, diz.

Mas Valério afirma confiar que a nova legislatura, que se inicia no ano que vem, pode impulsionar a CPI. O Senado renovará um terço das cadeiras nas eleições deste ano. Valério está no meio de mandato e, portanto, não precisa disputar a eleição. Já Lasier Martins não conseguiu apoio do seu partido para disputar a reeleição e é candidato a deputado federal.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/qual-eficacia-dos-mecanismos-de-controle-do-stf-supremo-tribunal-federal/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...