segunda-feira, 19 de setembro de 2022

FUNERAL DA RAINHA ELIZABETH

 

Foto: Marco Bertorello/ AFP

Por Redação – Jornal Estadão

Em procissão, caixão da monarca deixou o Palácio de Westminster após cinco dias de um velório aberto ao público que reuniu milhares de pessoas

LONDRES – Após uma procissão de cerca de 10 minutos do Palácio de Westminster, a sede do Parlamento britânico, o caixão da rainha Elizabeth II chegou à Abadia de Westminster, onde cerca de 2 mil pessoas acompanharão seu funeral de Estado. A igreja é a mesma onde a monarca casou, em 1947, e foi coroada cinco anos depois.

Mais cedo, em procissão, caixão da rainha Elizabeth II deixou o Palácio de Westminster após cinco dias de um velório público que atraiu milhares de pessoas.

“Eu sou a ressurreição e a vida”, cantava o coral, frase bíblica usada em todos os funerais de Estado para reis e rainhas desde o século XVIII.

O caixão da rainha Elizabeth II chega à Abadia de Westminster para o funeral de Estado da monarca, em Londres
O caixão da rainha Elizabeth II chega à Abadia de Westminster para o funeral de Estado da monarca, em Londres  Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

A família real seguiu o caixão durante a procissão de entrada na Abadia de Westminster. À frente estava o rei Charles III, acompanhado da rainha consorte, Camilla. Seus irmãos o seguiam, por ordem de nascimento: a princesa Anne e seu marido, Timothy Lawrence, o príncipe Andrew e o príncipe Edward, com sua mulher Sophie.

Logo atrás vinham o príncipe William e a princesa Kate, acompanhados de seus dois filhos mais velhos, George e Charlotte, de 9 e 7 anos. As duas crianças são, respectivamente, segundo e terceira na linha de sucessão ao trono. Depois de William vinham o príncipe Harry e Meghan Markle.

O rei Charles III, a princesa Anne, o príncipe William e o príncipe Harry acompanham a procissão que levou o caixão da rainha de até a Abadia de Westminster
O rei Charles III, a princesa Anne, o príncipe William e o príncipe Harry acompanham a procissão que levou o caixão da rainha de até a Abadia de Westminster  Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

O cortejo durou menos de 10 minutos e foi acompanhado por membros da Marinha Real e dos Fuzileiros Navais Reais. A procissão foi liderada por cerca de 200 músicos, incluindo tocadores de flauta e tambor dos regimentos escoceses e irlandeses.

A carruagem que leva Elizabeth II é a mesma que carregou os reis Edward VII, George V e George VI, o pai da monarca. Também foi usado no funeral do ex-premier Wiston Churchill.

Caixão da rainha Elizabeth II é carregado para dentro da abadia de Westminster para o começo do funeral de Estado, em Londres
Caixão da rainha Elizabeth II é carregado para dentro da abadia de Westminster para o começo do funeral de Estado, em Londres  Foto: Frank Augstein / Reuters

Fim do velório público

O velório público de Elizabeth II terminou após cinco dias de filas gigantescas que chegaram a atingir mais de 8 quilômetros.

A fila de súditos que espera para entrar no Palácio de Westminster e prestar uma última homenagem foi interrompida diversas vezes, e o tempo de espera estimado chegar a 14 horas.

De acordo com o sistema de monitoramento em tempo real do governo britânico, a estrutura organizada – com mais de 500 banheiros portáteis e cerca de 1 mil funcionários trabalhando na organização – alcançou a “capacidade máxima”. Mesmo após o fechamento para novas entradas, milhares de pessoas que já estavam na fila continuaram esperando pacientemente para ver o caixão da rainha.

“Southwark Park (o fim da fila) atingiu a capacidade máxima. A entrada está suspensa por pelo menos seis horas”, tuitou o governo britânico, pouco depois de anunciar que a espera para chegar ao Palácio de Westminster era de 14 horas.

Apesar da longa espera, os britânicos que aguardam na fila dizem não se arrepender do esforço para se despedir de Elizabeth II. Moradora de Londres, Caroline Quilty disse que chegou à fila por volta das 4 da manhã desta sexta-feira. “Acho que é um momento na história, e se eu não viesse celebrá-lo e vê-lo e fazer parte disso, acho que realmente me arrependeria”, afirmou.

Milhares de britânicos devem esperar por até 14 horas na fila para ver o caixão da rainha Elizabeth II.
Milhares de britânicos devem esperar por até 14 horas na fila para ver o caixão da rainha Elizabeth II. Foto: Petr David Josek/ AP

Um dos momentos mais esperados da parte pública do velório de Elizabeth II – cujo caixão continua em Westminster até a segunda-feira, 19, quando será levado para o funeral no Castelo de Windsor -, acontece nesta sexta: a chamada vigília dos príncipes, cerimônia solene que deve reunir o rei Charles III, a princesa Anne e os príncipes Andrew e Edward. A tradição remonta a 1936, quando os quatro filhos de George V velaram o caixão do pai.

Charles e seus irmãos já velaram o caixão de Elizabeth II em Edimburgo na segunda-feira, enquanto os súditos escoceses prestavam homenagem à monarca. Durante 10 minutos, eles permaneceram com as cabeças inclinadas ao lado do caixão de carvalho, vestidos com seus trajes militares, com exceção de Andrew, de quem a própria rainha retirou a honraria no ano passado por seu envolvimento em um escândalo sexual. A vigília desta sexta deve começar às 19h30 (15h30 em Brasília).

Charles III e a rainha consorte Camilla Parker Bowles interagem com súditos em Cardiff.
Charles III e a rainha consorte Camilla Parker Bowles interagem com súditos em Cardiff. Foto: Frank Augstein/ AFP

Antes da vigília, rei Charles III e a rainha consorte Camilla Parker Bowles viajaram para o País de Gales, último destino do primeiro giro do herdeiro do trono britânico pelas quatro nações do Reino Unido. Charles III, que passou um período da juventude no país e ocupou o cargo de príncipe de Gales por décadas, é esperado em Cardiff para um momento de oração e reflexão em homenagem a sua falecida mãe.

Incidentes no velório

O anúncio da suspensão da fila foi feito horas após um ataque a facadas que deixou dois policiais feridos em uma área relativamente próxima da fila, no bairro de Soho. O agressor foi detido e a força de segurança, que investiga o incidente, descartou uma motivação terrorista. Os policiais atacados estão fora de perigo, informou o prefeito de Londres, Sadiq Khan.

Enquanto isso, em um desdobramento geopolítico do velório, uma delegação de autoridades chinesas foi impedida de visitar o salão histórico do Parlamento britânico, onde o caixão da falecida está posto para visitação. O embaixador chinês no Reino Unido foi banido do Parlamento por um ano, depois que Pequim sancionou sete legisladores britânicos no ano passado por se manifestarem contra o tratamento da China à minoria uigur na região de Xinjiang.

O gabinete da presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, se recusou a comentar na sexta-feira uma reportagem do jornal americano Politico sobre a questão envolvendo a delegação chinesa.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que não viu a reportagem do Politico, mas que, como anfitrião do funeral da rainha, o governo do Reino Unido deve “seguir os protocolos diplomáticos e as boas maneiras para receber os convidados”.

INOVAÇÃO É O QUE TODO MUNDO BUSCA NA CARREIRA E NOS NEGÓCIOS

StartSe

Inovação. É o que todo mundo busca na carreira e nos negócios. Mas quando a gente acompanha a quantidade de coisas novas aparecendo por aí, parece que tudo é invenção de outro mundo e que apenas grandes mentes e marcas gigantes são capazes de fazer isso acontecer… Nada disso. A inovação pode e deve fazer parte da sua rotina e funcionar em vários níveis. Sabe como?

O termo “inovação” tem origem no latim “innovatio”, que significa “renovação”. Então, basicamente, indica transformar algo sem alterar sua essência. Nesse caso, quando uma empresa decide reconstruir sua identidade visual, alterando logotipo e embalagens dos produtos, por exemplo, ela pode estar sendo inovadora.

Ou seja, inovar não é, necessariamente, reinventar a roda. É criar ou explorar algo novo e ter sucesso nisso. Pode ser pensando em produtos, processos ou até mesmo em uma nova forma de gestão.

É claro, o simples ato de explorar algo novo pode dar errado. E esse é o caminho natural para quem inova: não ter medo de correr riscos ou se apegar às opiniões externas. Você só inova se fizer primeiro, sem ter garantias de que vai dar certo.

Como fazer? 🤔

Quando olhamos para as empresas, há 3 tipos de inovações possíveis

1 – Inovação de produtos e serviços

Aqui, o objetivo é sempre criar as melhores versões, tendo como pressuposto a ideia que aqueles resultados nunca são os finais – há sempre o que pode ser melhorado.

2 – Inovação de modelos de negócio

Foi o que fez a Amazon quando a varejista criou a Amazon Web Services, sua companhia focada em computação em nuvem. Apenas no ano passado, a iniciativa teve uma receita anual de US$ 40 bilhões.

A inovação de modelos de negócio existe quando uma companhia traz um novo modelo de negócios para seu ecossistema ou até mesmo pivota completamente, tendo bons resultados.

3 – Inovação em cultura e gestão

Neste caso, antigos processos e “modos de fazer” são revisitados. Acontece quando os funcionários de uma companhia deixam de ser movidos pelo controle e passem a ser por contexto, permitindo que tomem pequenas decisões diariamente e seja criada, no final, uma empresa mais ágil. Essa inovação pode acontecer em processos internos ou externos

Em todos esses casos, novas mercados e possibilidades se abrem, criando novas oportunidades de inovação. Uma trilha que você nunca deve deixar de perseguir!

Resumindo

Pratique a inovação diariamente, mas de maneira objetiva e focada. Correr riscos faz parte, desde que seja de forma controlada e mensurável. Outro ponto fundamental da inovação é que ela não acontece de uma hora para outra, mas sim ao final de descobertas e testes contínuos. Sendo assim, não demore e comece já!

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domingo, 18 de setembro de 2022

GUERRA DA UCRÂNIA DEVE FAZER MUDANÇAS NO KREMLIN

 

CNN

A jornalista britânica Catherine Belton antecipa que a insustentabilidade económica da invasão da Ucrânia pela Rússia vai levar a que haja mudanças no Kremlin, pela ação de elementos mais “progressistas” dentro da elite.

A jornalista britânica Catherine Belton antecipa que a insustentabilidade económica da invasão da Ucrânia pela Rússia vai levar a que haja mudanças no Kremlin, pela ação de elementos mais “progressistas” dentro da elite.© Getty

Em entrevista à agência Lusa, a propósito da publicação em Portugal do livro “Os Homens de Putin: Como o KGB se apoderou da Rússia e depois atacou o Ocidente”, Belton reconheceu ter sido apanhada de surpresa pela invasão da Ucrânia, tal como a maioria dos peritos na Rússia, mas acredita que se veem cada vez mais sinais de uma saturação por parte das elites na Rússia.

“Penso que muitos nas elites, aqueles que fizeram as suas fortunas na era de Ieltsin, ficaram chocados e surpreendidos. A comunidade dos serviços secretos internacionais também, mas depois toda a gente se habituou. O mesmo com a população. Ligam a TV e fingem que não se passa nada. As sanções têm um impacto, mas a Rússia sobrevive. Substituem-se bens de consumo por outros provenientes da China, da Turquia, as coisas parecem iguais, mas não são e vai ficar muito, muito pior”, afirmou a agora jornalista do Washington Post.

A antiga jornalista da Reuters e ex-correspondente do Financial Times em Moscovo acredita que a Rússia vai enfrentar um “aperto maciço devido à enorme quebra nas receitas de energia”.

“Penso que vai haver muitas dificuldades pela frente. Embora os ‘falcões’ em torno [do Presidente russo, Vladimir] Putin tenham fortalecido a sua posição — e são eles quem conduz o esforço da guerra -, acredito que, no final, não vai ser sustentável e a dada altura haverá elementos mais progressistas, possivelmente de dentro dos serviços de segurança, que vão tentar mudar a situação, porque precisam que a Rússia sobreviva”, disse Belton.

Questionada sobre a leitura que faz de esse esforço de mudança ter de vir do topo e não da população em geral, Catherine Belton lembrou que a repressão é agora “quase total” e que um cidadão pode enfrentar 15 anos na cadeia por criticar a guerra.

Belton deu o exemplo de declarações de Mikhail Khodorkovsky que, numa palestra recente, questionava quem se lembrava de protestos de rua na Alemanha de Leste: “E porquê? Porque era uma ditadura muito autoritária e totalitária”.

“Terá de vir da elite e não tenho dúvida de que vai acontecer, mas é uma questão de quanto tempo vai demorar. Quando se atinge o ponto em que se sabe que a economia do país vai ficar sem dinheiro, isso também pode gerar agitação de baixo para cima, porque as pessoas têm de comer”, frisou a jornalista.

“Os Homens de Putin” chega às livrarias portuguesas no dia 22 de setembro, pela Ideias de Ler, depois de, em 2020, ter sido classificado como dos melhores livros do ano por publicações como o Financial Times ou a New Statesman.

Ao longo de mais de 500 páginas, que demoraram sete anos a ser preparadas, Belton traça o retrato do presidente russo e das pessoas que o rodearam e rodeiam na ascensão e manutenção do poder, incluindo os múltiplos esquemas económicos e políticos que lhes permitiram destruir opositores e reforçar as suas posições.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ucrânia. Decisão de invadir terá sido “agora ou nunca” para Putin

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PRESIDENCIÁVEIS ESTATAIS PRIVATIZAÇÃO OU ESTATIZAÇÃO

 

Eleições 2022

Por
Célio Yano

Correios / Franqueadas – 22-02-2017 – Os Correios vão encerrar parte de suas lojas e abrir processo licitatório para abertura de franquias. Na foto, agência dos Correios franqueada em Curitiba.


Continuidade do processo de privatização dos Correios, que tramita no Congresso, dependerá do resultado das eleições presidenciais.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/Arquivo

Uma das principais promessas do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, o programa de privatização de estatais, capitaneado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, andou pouco. Sem considerar subsidiárias, a única grande desestatização foi a venda do controle acionário da Eletrobras, concluída em junho deste ano.

“Fica uma frustração das privatizações. Vendemos R$ 260 bilhões de subsidiárias. Na Petrobras vendemos subsidiárias e conseguimos vender a Eletrobras. A política é que vai te abrindo janelas de oportunidade. Você sabe o que quer fazer, mas não consegue fazer. Em todas as dimensões andamos um pouco”, disse Guedes em agosto, durante o evento Tag Summit 2022.

Mais especificamente, o governo conseguiu reduzir o total de empresas estatais federais de 209, ao fim de 2018, para 155 no primeiro trimestre de 2022, segundo a última atualização da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Economia, consolidada antes da venda da Eletrobras. No balanço estão consideradas 48 empresas de controle direto da União e 107 subsidiárias, das quais 42 sediadas no exterior.


Estatais faturam R$ 1 trilhão e têm maior lucro em 13 anos; governo ficou com R$ 43 bilhões
Na atual campanha, as opiniões dos candidatos à presidência em relação à venda de empresas estatais variam bastante. Confira a seguir o que pretende fazer cada presidenciável em relação às companhias:

Lula quer suspender privatizações dos Correios e da Petrobras
Em seu plano de governo, o ex-presidente e candidato novamente ao cargo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a necessidade de “proteger o patrimônio do país” e de “recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais”, que seriam responsáveis pelo processo de desenvolvimento econômico e pelo progresso “social, produtivo e ambiental do país”.

O candidato do PT não apenas propõe fortalecer os bancos públicos como pretende suspender o processo de privatização dos Correios, da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), cujos trâmites tiveram início no atual governo. Meses atrás, deu a entender que reverteria a venda do controle da Eletrobras à iniciativa privada caso eleito, mas no último dia 12, em entrevista à CNN Brasil, negou ter falado em rever privatizações.

Na lista de propostas registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente diz se opor à privatização da Eletrobras, “maior empresa de geração de energia elétrica da América Latina, responsável por metade das linhas de transmissão do país”. No texto, afirma que é preciso “recuperar o papel da empresa como patrimônio do povo, preservando nossa soberania energética, e viabilizando programas como o Luz para Todos”.

Para a Petrobras, o petista afirma que mudará seu plano estratégico e de investimentos, orientando-os para a segurança energética, a autossuficiência nacional em petróleo e derivados e a garantia do abastecimento de combustíveis no país.

“Voltará a ser uma empresa integrada de energia, investindo em exploração, produção, refino e distribuição, mas também atuando nos segmentos que se conectam à transição ecológica e energética, como gás, fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis. É preciso preservar o regime de partilha, e o fundo social do pré-sal deve estar, novamente, a serviço do futuro”, diz seu plano de governo.

Também consta de suas propostas o fortalecimento de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Para ele, as instituições têm a missão de fomentar o desenvolvimento econômico, social e ambiental e a oferta de crédito a longo prazo e de garantias em projetos estruturantes, “compromissados com a sustentabilidade financeira dessas operações”.

“Empresas que são grandes estatais federais são essas três: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras, praticamente. As restantes são empresas menores. Se pegarmos as três grandes empresas, não é prioridade privatizar nenhuma. Já temos bancos de menos, se for reduzir ainda mais… O que precisamos é reduzir o custo do dinheiro”, disse o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula, no fim de agosto, durante evento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).


Bolsonaro quer continuar venda de estatais; BB está na lista de Guedes
O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, marca posição diametralmente oposta à do petista quando o assunto é participação do Estado na economia. Seu plano de governo defende ampliar e fortalecer o processo de desestatização e de concessões. “Liberar o Estado para que ele possa ser mais eficiente naquilo que é sua vocação foi uma das premissas do governo atual e continuará sendo no próximo mandato”, diz o documento.

Segundo o texto, a desestatização ou privatização e as concessões, bem como outras parcerias públicas de investimentos, desonera o Estado de atividades “que podem perfeitamente ser exercidas por entes privados” e favorece que “recursos públicos humanos, financeiros e materiais possam ser dedicados a aspectos que aumentem o bem-estar da população e gerem valor ao cidadão”.

O candidato à reeleição cita a desestatização da Eletrobras como um exemplo de que os resultados positivos são, segundo ele, praticamente imediatos, “pois estimula a oferta de energia, a competitividade e a livre concorrência (com a ampliação e a melhoria da qualidade e a redução dos preços dos serviços) e a captação de mais investimentos para o setor”.

“Dentre os benefícios dessa desestatização, ainda em 2022, serão pagos R$ 5 bilhões destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), com o objetivo de atenuar os reajustes tarifários na conta de luz do consumidor e subsidiar políticas setoriais”, diz o plano de governo do chefe do Executivo.

No atual mandato de Bolsonaro, o governo deu início ao processo de privatização da Petrobras e da PPSA, com a inclusão de ambas na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A medida foi anunciada em maio pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em um de seus primeiros atos após substituir Bento Albuquerque, demitido em razão da insatisfação do presidente com as sucessivas altas no preço dos combustíveis.

Ao longo da atual gestão, também esteve em discussão a privatização dos Correios, mas o processo acabou não avançando. Em agosto de 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL) 591/2021, que abre caminho para a venda da empresa. Ao chegar ao Senado, no entanto, o texto estacionou e não houve mais movimentações desde então.

Em setembro do ano passado, durante evento promovido pela International Chamber of Commerce (ICC) Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o plano econômico do governo para os próximos dez anos inclui ainda a privatização do Banco do Brasil, embora em março deste ano tenha lamentado que Bolsonaro seja contra a ideia.


Ciro Gomes disse que vai retomar controle estatal da Eletrobras e ampliá-lo na Petrobras
O ex-governador do Ceará e candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) já disse que, por princípio, não é contra privatizações. Em agosto, reunido com representantes da Associação Comercial de São Paulo, ele elogiou, por exemplo, a desestatização das telecomunicações e a atuação da iniciativa privada no setor aeroportuário. Apesar disso, declarou-se “radicalmente contra” a privatização da Petrobras e da Eletrobras, segundo declaração registrada pelo jornal “Valor Econômico”.

No caso da estatal petrolífera, o candidato defende aumentar o controle do Estado. Em sabatina promovida pelos jornais “Valor” e “O Globo” e pela rádio CBN, ele disse que sua ideia é que o governo federal detenha 60% da empresa, a partir da compra de 9,5% das ações ordinárias, com direito a voto.

Em relação à Eletrobras, ele disse, em maio, ainda antes da venda do controle acionário da companhia, que, se eleito, reverteria o processo. “Nenhum país do mundo entrega ao capital privado, muito menos o estrangeiro, seu regime de águas. E ela dá lucro. Por que vamos privatizar isso? Ou seja, se privatizar eu tomo de volta. Com as devidas indenizações, naturalmente”, afirmou em uma sabatina ao jornal “Correio Braziliense”.

O pedetista também já se manifestou frontalmente contra a privatização dos Correios. “Na forma e no conteúdo, a privatização dos Correios é um crime contra o patrimônio, contra a inteligência e contra a honra dos brasileiros”, escreveu em suas redes sociais em agosto de 2021, após a aprovação do PL 591 pela Câmara dos Deputados.


Ciro Gomes quer revogar teto de gastos para ampliar os investimentos na educação
Simone Tebet defende privatização da Valec e da EPL, mas é contra venda de Petrobras e Correios
Embora afirme em seu programa registrado no TSE que, sob sua gestão, o país terá “o governo das concessões, das parcerias público-privadas, das privatizações e da desestatização”, a candidata do MDB à presidência, Simone Tebet, já se manifestou publicamente contra a venda à iniciativa privada do controle da Petrobras e dos Correios.

“Sou radicalmente contra a privatização da Petrobras na sua inteireza. Podemos discutir [a privatização de] algumas subsidiárias, porque não se mexe naquilo que está dando lucro e colocando dinheiro vivo na saúde, na educação, na questão ambiental, e que, através dos dividendos, inclusive está trazendo recursos para que a gente possa cobrir o rombo e gastar com o social”, disse, no início de agosto, no programa Roda Viva.

Em sabatina promovida pelos jornais “Valor” e “O Globo” e pela rádio CBN, a senadora disse que, se eleita, não quer “privatizar por privatizar”. “O Brasil está precisando de posicionamentos centrados. Não é oito ou 80; não é ser a favor de todas as privatizações ou ser estatizante”, afirmou.

Ela disse ser favorável à privatização de empresas como a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), responsáveis pela prestação de serviços na área de projetos, estudos e pesquisas para subsidiar o planejamento da infraestrutura, da logística e dos transportes no país.

No Senado, ela votou contra a medida provisória que abriu caminho para a privatização da Eletrobras, mas, segundo ela, o voto se deu em razão de “jabutis” presentes no texto que acabou aprovado. Ainda no ano passado, em sabatina do “Correio Braziliense”, ela disse que, se eleita presidente, vai eliminar “com uma canetada” os dispositivos dos quais discorda, entre eles a previsão de construção de termelétricas e de um gasoduto no Nordeste, que beneficiaria apenas “meia dúzia de lobistas”.

No mês passado, ao jornal “O Estado de S.Paulo”, ela disse se opor à privatização dos Correios. “Defendo que os Correios preservem nas mãos do Estado o monopólio (a exclusividade) do serviço postal. E mantenha a participação da iniciativa privada na logística de serviços e entrega de mercadorias em todo o Brasil”, declarou em nota ao veículo.


Simone Tebet diz que escolha para PGR será obrigatória pela lista tríplice se eleita
Demais candidatos vão da privatização total à estatização total
Felipe D’Ávila (Novo) é a favor da privatização de todas as empresas que estão sob controle estatal, conforme defende seu plano de governo. “Algumas pessoas perguntam: por que privatizar? Porque privatização é aumento da concorrência. Mais concorrência resulta em produtos e serviços melhores e mais baratos para o cidadão”, escreveu em suas redes sociais em agosto.

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Candidata do União Brasil, a senadora Soraya Thronicke cita em seu programa de governo parcerias com a iniciativa privada, mas não fala em venda de estatais. Em 2021, ela votou a favor da medida provisória que abriu caminho para a privatização da Eletrobras. “Eu entendo que o Estado tem de ser o necessário, defendo propostas de privatização, mas não somos extremistas em nada”, disse, no início do mês, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.


Soraya Thronicke diz que reformas tributária e administrativa vão sair do papel se eleita
As campanhas de Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Léo Péricles (UP), os nomes mais à esquerda na corrida ao Planalto, não apenas se posicionam contra qualquer desestatização, como defendem a reestatização de estatais que já foram privatizadas.

Vera Lúcia propõe a retomada de 100% do capital da Petrobras pelo Estado, o controle da Vale pelos trabalhadores e a “expropriação dos fundos financeiros e das empresas multinacionais em operação no país”.


Quem é Vera Lúcia, pré-candidata do PSTU que promete Brasil “socialista e revolucionário”
Péricles promete rever as concessões de portos, aeroportos e estradas brasileiras e constituir monopólio público em áreas como geração de energia, telecomunicações, produção de combustíveis, entregas e encomendas interestaduais e internacionais.

Já a candidata do PCB defende, além da retomada de antigas estatais, que ela define como “bens patrimoniais que foram roubados”, que sejam punidos “severamente todos os envolvidos”. Propõe ainda estabelecer o monopólio do Estado sobre a exploração das riquezas minerais e da biodiversidade, e estender o controle público sobre todas as empresas que produzem bens essenciais à vida, como água, energia elétrica, saúde, educação, transporte e infraestrutura, que seriam geridas com controle social, em acordo com conselhos de trabalhadores das próprias empresas.


Sofia Manzano promete liberação das drogas e desmilitarização da polícia

O plano de governo do PTB, que tem Padre Kelmon como candidato, defende a redução do Estado por meio da descentralização, desregulamentação e privatização “de serviços e meios de produção nos quais o Estado não se faz necessário e a iniciativa privada é capaz de atuar”. “As empresas estatais remanescentes terão de ser autossustentáveis, e o Tesouro Nacional não poderá mais cobrir os seus déficits”, diz o documento.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/mais-estado-ou-menos-o-que-os-presidenciaveis-falam-sobre-estatais-e-privatizacoes/
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BOLSONARO EM LONDRES PARA OS FUNERAIS DA RAINHA ELIZABETH

 

Agenda internacional
Por
Gazeta do Povo



Presidente Jair Bolsonaro ao lado do pastor Silas Malafaia discursa para seguidores em Londres.| Foto: Reprodução Facebook Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido por centenas de apoiadores em Londres neste domingo (18). O chefe do executivo nacional viajou ao Reino Unido para o funeral da rainha Elizabeth II nesta segunda-feira (19) junto com chefes de estado de outros países.

Bolsonaro chegou à capital britânica às 8h30 locais (4h30 no horário de Brasília). Do aeroporto, o presidente foi para a casa do embaixador do Brasil em Londres, onde foi recebido por apoiadores que fecharam o trânsito na rua. O presidente vai ficar hospedado em um hotel próximo do Hyde Park.

Da sacada da residência do embaixador, Bolsonaro discursou para os seguidores vestidos de verde e amarelo. Aos gritos de “mito”, o presidente voltou a repetir que vai ganhar a eleição no primeiro turno. O presidente está em segundo nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apoiadores que foram à casa do embaixador do Brasil em Londres receber o presidente Jair Bolsonaro.| Reprodução Facebook Jair Bolsonaro

Viajaram na comitiva o filho mais novo do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, além do assessor Fabio Wajngarten e do pastor Silas Malafaia.

Bolsonaro vai ainda neste domingo por volta das 13h50 locais ao Westminster Hall, local onde a rainha Elizabeth II está sendo velada. Às 17h locais, o presidente será recepcionado pela família real no Palácio de Buckingham.

Mourão e Lira viajam para não assumirem presidência e se complicarem na eleição
De Londres, o presidente segue para Nova York (EUA), onde participa da assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A rainha faleceu no último dia 8 no Castelo de Balmoral, na Escócia, uma das residências oficiais da família real britânica. Com a morte de Elizabeth II, seu filho mais velho tornou-se rei sobe o nome de Charles III.

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PATRIOTISMO E NACIONALISMO NÃO SÃO A MESMA COISA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Hungarian Prime Minister Viktor Orban waves on the podium after delivering a speech during an event to commemorate the 62nd anniversary of Hungarian uprising against Soviet occupation in front of Terror Haza (Museum of Terror) in Budapest on October 23, 2018. – The uprising began after a student demonstration on October 23, 1956 and had been crushed on November 4 by Soviet tanks of Red Army. More than 2,000 civilians were killed during the fighting, while around 200,000 people fled the country. (Photo by ATTILA KISBENEDEK / AFP)


Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, é exemplo de defesa do nacionalismo econômico com isolacionismo internacional.| Foto: ATTILA KISBENEDEK/AFP

As palavras de uma língua nascem a partir de uma origem (geralmente uma língua anterior muitas vezes bastante antiga), ganham nova ortografia, morfologia e fonética, e passam a ser faladas e escritas na comunicação entre os seres humanos, por meio dos processos de construção de frases, que é o agrupamento de palavras com funções específicas dentro do texto. A comunicação falada e escrita entre as pessoas faz da linguagem uma das mais belas características dos humanos, o único ser com capacidade de exprimir pensamentos, ideias, sentimentos, vontades e informações por esse meio. Toda língua sofre a influência de outras línguas e culturas, de forma que sua riqueza vocabular se amplia de forma inesgotável. A língua portuguesa falada no Brasil é um arcabouço de vocabulário rico que, sem preconceitos, recebeu a influência de dezenas de línguas, entre elas o inglês, o alemão, o francês, o árabe, o italiano e o espanhol.

Porém, ocorre um fenômeno social espontâneo que toma uma palavra e lhe atribui mais de um significado, até mesmo com sentido oposto em alguns casos. Quando uma palavra ou expressão pode ser tomada com sentidos diferentes ou com sentidos opostos, a comunicação fica prejudicada, sendo necessário adicionar notação a respeito do significado que lhe está sendo dado por aquele que a expressa. Há tempo, é isso que vem ocorrendo com a palavra “nacionalismo”, especialmente em cotejo com a palavra “patriotismo”. A confusão requer esclarecimento e definição de seu significado e contexto para que não pareça se estar dizendo uma coisa quando se quer dizer outra diferente.

Enquanto o patriotismo é favorável à integração com o mundo e à abertura internacional, por entender que as elas favorecem o desenvolvimento, o nacionalismo é o oposto: limita a integração e, por isso, priva o país dos benefícios trazidos por inovações e tecnologias

Se “nacionalismo” vem de “nação” e “patriotismo” vem de “pátria”, e considerando que “nação” é um território, devidamente demarcado, que abriga um povo sob a mesma língua (ou línguas), a mesma Constituição, o mesmo governo e afinidades culturais, e que “pátria” é o local onde se nasce e ao qual se pertence como cidadão, parece aceitável definir “nacionalismo” e “patriotismo” com o mesmo significado. Ou seja, “nacionalista” e “patriota” seria alguém que respeita, ama, defende e tem devoção a sua nação, sua pátria… ou seu país (mais uma palavra próxima das outras duas). Essa introdução é necessária para justificar que é até aceitável a compreensão comum de que nacionalismo e patriotismo signifiquem a mesma coisa. Porém, ao aprofundar e refinar os significados, nas disciplinas da Economia, Sociologia e Ciência Política atribui-se uma diferença essencial entre os significados de nacionalismo e patriotismo.

A importância da distinção entre as duas expressões está no fato de que ambas estão sempre presentes nos discursos, propostas e planos de governo, como também no debate público eleitoral. Agora mesmo, em face do 7 de Setembro e sua importância como a data da independência do Brasil em relação ao império de Portugal, acrescido do fato de que o Brasil está completando 200 anos desde sua independência, o nacionalismo e o patriotismo entraram na ordem do dia e nas falas públicas, estimulados por este momento de eleições federais e estaduais.

A diferença essencial se resume em um ponto: o patriotismo é uma característica de quem ama, defende, respeita e faz o melhor pelo progresso de sua pátria (sua nação ou seu país, como se queira), mas sem nenhuma rejeição ou negação do que vem de outras nações, pelo contrário: o patriotismo é “integracionista” e busca ligar a nação com o resto do mundo para compartilhar, comercializar e importar o que for capaz de ajudar a nação a se desenvolver. O patriotismo implica abrir a nação para o exterior, importar e exportar, estimular a vinda de capitais estrangeiros para o país, importar as inovações e as tecnologias modernas necessárias ao crescimento econômico e facilitar o fluxo de mercadorias, capitais, pessoas e operações econômicas em geral. Assim, o patriotismo é essencialmente integracionista, jamais rejeicionista.


Já o nacionalismo passou a constar da literatura política, econômica e sociológica como sendo uma doutrina que prega a defesa da nação, porém rejeitando a abertura ao exterior e fechando o país à integração econômica, financeira, comercial, tecnológica e cultural. Em nome do nacionalismo, há alguns anos chegou-se ao extremo de tentar a proibição do uso de palavras estrangeiras no Brasil, e projetos de lei foram apresentados por deputados federais em momentos diferentes. A Coreia do Norte, país de um comunismo ferrenho, age assim, isto é, rejeitando até mesmo palavras estrangeiras mesmo quando são apenas denominações para máquinas ou tecnologias que o mundo não conhecia. Parece algo sem importância, mas esse tipo de atitude é um dos símbolos do nacionalismo rejeicionista.

Dito isso, enquanto o patriotismo é favorável à integração com o mundo e à abertura internacional, por entender que as políticas feitas com base nesse princípio favorecem o desenvolvimento do país, o nacionalismo é o oposto: rejeita a abertura internacional, limita a integração com o resto do mundo e, por isso, priva o país dos benefícios das inovações e tecnologias inventadas em outras nações. A propósito, a economia brasileira é considerada uma das mais fechadas do mundo e, sob esse aspecto, os governos brasileiros sempre foram nacionalistas, portanto rejeicionistas, especialmente nas décadas de 1950 a 1970, época em que o país poderia ter alcançado o desenvolvimento econômico e social se, depois da Segunda Guerra Mundial, a doutrina abraçada pelos políticos, governo e sociedade fosse o patriotismo sem nacionalismo.

Nos anos 1970, por exemplo, houve uma onda de rejeição e hostilização às empresas multinacionais sob a ação de vários parlamentares federais, principalmente deputados e senadores filiados ao antigo MDB, com viés esquerdista. Essa onda em nada serviu ao Brasil e acabou por afugentar investidores estrangeiros que poderiam ter despejado bilhões de dólares em empresas instaladas no território nacional. A prática rejeicionista já havia prosperado na década de 1950, fazendo que o Brasil, altamente dependente de suprimentos internacionais, seguisse atrasado, com baixo crescimento e perigosamente vulnerável a importações, sem as quais o país entraria em colapso. Tudo isso feito em nome de um suposto “nacionalismo”, palavra bonita usada por governantes e políticos para convencer a população de que eles eram verdadeiros defensores do Brasil, quando sua prática significava dificultar a inserção internacional da economia brasileira e retardar a absorção de tecnologias estrangeiras, políticas que impediram o país de superar o subdesenvolvimento, apesar de suas riquezas naturais abundantes.

ELEIÇÕES 2022
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POLÍTICA INDUSTRIAL PARA A DEFESA

 

Artigo
Por
Eduardo Siqueira Brick


Imagem ilustrativa.| Foto: Exército

O mais importante pré-requisito para a formulação e implementação de políticas industriais e tecnológicas para a defesa brasileira é de natureza conceitual e está relacionado com um correto entendimento sobre a natureza do problema. Praticamente qualquer tecnologia ou produto pode ter aplicação na defesa. Entretanto, existem diferenças cruciais entre eles, do ponto de vista de seu uso, custo, complexidade, importância estratégica e características de mercado e da cadeia produtiva, que implicam em diferentes impactos em políticas públicas de defesa.

O Ministério da Defesa, no Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN), versão 2013, definiu os seguintes segmentos da Base Industrial de Defesa (BID): armas leves munições e explosivos; armas não letais; armas e munições pesadas; sistemas eletrônicos e sistemas de comando e controle; plataforma naval militar; plataforma terrestre militar;plataforma aeroespacial militar; e propulsão nuclear. Do ponto de vista de características de mercado, em quase todos esses segmentos existem indústrias que também fornecem produtos considerados de uso dual, para um mercado civil relevante e diversificado, capaz de sustentá-las. Assim, essas empresas demandam menor atenção por parte do Estado.

Para produtos de defesa estratégicos e seus insumos mais críticos, não há alternativa senão desenvolver e sustentar, com elevada prontidão, uma Base Industrial de Defesa (BID) específica para eles.

Entretanto, produtos realmente estratégicos e seus insumos críticos não são encontrados no “mercado”, porque são submetidos a severos controles por parte do Estado que domina as tecnologias. Adicionalmente, além de complexos, são caros e especificados sob medida para uso exclusivo das Forças Armadas (FFAA). Ou seja, as empresas que os fornecem, muitas delas consideradas estratégicas para o país, operam em um mercado com características monopsônicas do lado da demanda – há apenas um comprador possível, as FFAA.

Da mesma forma, o elevado custo unitário desses produtos e as sempre presentes limitações orçamentárias em tempos de paz, tornam quase impossível sustentar mais de uma empresa com essas características para um mesmo produto. Assim, do lado da oferta, o mercado para esse tipo de indústria tem características de monopólio. Em todos os países existe uma relação simbiótica entre essas empresas, que cuidam da oferta, e o Estado, que administra a demanda. Isso implica em que deve haver uma regulação e um controle mais rígidos do Estado sobre essas indústrias. Essa necessidade já havia sido apontada na primeira versão da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Congresso em 2012. Entretanto, nada foi feito nesse sentido até hoje.

A distinção entre um produto estratégico de defesa e outro que não é estratégico tem uma finalidade prática, com enorme impacto em políticas públicas. A diferença principal é exatamente a possibilidade real de ser fornecido pelo mercado ou não, com implicações na necessidade de o Estado alocar recursos do orçamento não só para desenvolvê-los, mas também para sustentar as indústrias que os produzem. Em conclusão, para produtos de defesa estratégicos e seus insumos mais críticos, não há alternativa senão desenvolver e sustentar, com elevada prontidão, uma Base Industrial de Defesa (BID) específica para eles. O desenvolvimento e a sustentação das empresas de defesa brasileira realmente estratégicas, que correspondem ao “núcleo duro” da BID, é responsabilidade estatal, tanto quanto o desenvolvimento e sustentação das FFAA e, por isso, têm que estar contemplados no orçamento de defesa.

Feito esse breve resumo da natureza do setor industrial de defesa brasileira, é importante abordar outros pré-requisitos para seu desenvolvimento e sustentação, via políticas industriais e tecnológicas específicas.

O primeiro pré-requisito para qualquer política industrial e tecnológica para defesa é definir e priorizar objetivos estratégicos e claros, para serem alcançados em um dado período de tempo. Sem saber qual o destino de uma jornada, todos os caminhos estarão inevitavelmente errados. Sem priorizar, o risco de dispersão de recursos é grande.

Em artigo recente publicado pela Gazeta do Povo foi proposto um objetivo estratégico, voltado a reduzir a elevada dependência do Brasil em tecnologias críticas e produtos estratégicos de defesa, em um prazo razoável: “alcançar, em um período de 24 anos uma significativa autossuficiência em altas e média-altas tecnologias críticas para o desenvolvimento de produtos de defesa considerados estratégicos e a criação e/ou consolidação das empresas estratégicas capazes de conceber, desenvolver, fabricar e manter esses produtos.”


Um pré-requisito para que esse objetivo possa ser alcançado é a existência de competência por parte do Estado para definir e priorizar quais são as tecnologias críticas e produtos de defesa estratégicos e para conceber e executar as ações necessárias para desenvolvê-los no país. Esse problema foi abordado em outro artigo que apresenta propostas para organizar as instituições brasileiras que cuidam da demanda de produtos e tecnologias de defesa.

Dois pré-requisitos adicionais merecem atenção. São eles os critérios para considerar uma empresa de defesa como estratégica para o país e a existência de financiamento para os investimentos em defesa brasileira. Abordarei especificamente o primeiro deles.

O MD, através da Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID) tem sido pouco seletivo na atribuição do selo de estratégico para produtos de defesa. Basta ver as portarias do MD que contém essas classificações. Existem mais de 100 empresas consideradas estratégicas e uma rápida análise da relação permite concluir que o principal critério adotado foi a questão da desoneração fiscal via Regime Especial de Tributação para a Indústria de Defesa (RETID). Ou seja, aparentemente a classificação Empresa Estratégica de Defesa tem sido atribuída a qualquer empresa nativa (controlada por brasileiros), sem levar em consideração a sua essencialidade para a defesa, ou se existem ou não restrições de acesso no mercado internacional e a possibilidade dela se sustentar atuando no mercado civil.

Essa liberalidade impede que o MD possa priorizar aquilo que é mais importante e depende totalmente de recursos do orçamento de defesa. Por este motivo existe uma necessidade de alterar a lei 12.598 de 22 de março de 2012, criando mais alternativas para classificar empresas de interesse da defesa. Uma possibilidade seria criar uma nova categoria de Empresa Estratégica de Defesa, que atenda simultaneamente pelo menos aos seguintes critérios: seja controlada por brasileiros; produza produtos de defesa que sejam considerados estratégicos e críticos para a composição de unidades militares combatentes, ou de comando e controle, ou seus insumos críticos e dependa para sua sobrevivência das compras feitas pelo Estado (atuem em mercado monopsônico.

Essas indústrias, que podem ser públicas, privadas ou mistas, são basicamente aquelas responsáveis pelo desenvolvimento e manufatura de produtos estratégicos complexos, ou seus insumos que dependam de altas e médias-altas tecnologias, severamente controladas pelos países que as detêm. Exemplo disso são as indústrias de aeronaves, mísseis, navios de guerra, carros de combate, radares, sonares, veículos não tripulados, robôs, satélites e seus lançadores, munições inteligentes, equipamentos de guerra eletrônica, entre outros.

A quantidade de empresas com essas características será inevitavelmente muito inferior ao que hoje é considerado estratégico pelo MD, o que tornaria exequível sua sustentação pelo orçamento da defesa brasileira, com o reforço de recursos obtidos com exportações, sempre que possível.

Eduardo Siqueira Brick é professor titular (aposentado) da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial (UFFDefesa) e do e do Centro de Defesa & Segurança Nacional (CEDESEN).


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ETANOL DE MILHO PRODUZIDO NO BRASIL

 

Mercado de energia

“Patinho feio” americano virou indústria das que mais crescem no Brasil

Por
Marcos Tosi


Usina de produção de etanol de milho da Inpasa em Sinop, Mato Grosso| Foto: Inpasa / Divulgação

O etanol de milho, até uma década atrás, era visto quase como uma excentricidade americana. Praticamente só existia nos Estados Unidos e carregava a má fama de ser um produto sem competitividade, que se mantinha por ser altamente subsidiado. Em poucos anos, aconteceu o improvável: o combustível feito da mesma matéria-prima dos sucrilhos já responde por 15%, cerca de 4,5 bilhões de litros, do total de etanol produzido no Brasil. E em vez de ser antagonista da cana-de-açúcar, virou um aliado, garantindo o abastecimento de etanol na entressafra.

Não sem motivo, os americanos foram os primeiros a apostar alto no potencial do etanol de milho no Brasil. O quadro de excedentes de produção no Centro-Oeste chamou atenção dos investidores. Por vezes, o frete para levar o milho aos portos custava mais do que a própria carga. Assim, a primeira usina 100% de etanol de milho do país, a FS Bioenergia, foi levantada em 2017 no “corn belt” mato-grossense, em Lucas do Rio Verde, com recursos da brasileira Fiagril somados aos dólares da americana Summit Agricultural Group. Antes, em 2015, a Usimat, de Campos de Júlio (MT), tinha sido pioneira na tecnologia flex, operando com cana-de-açúcar e milho, em diferentes épocas do ano.

Desde então, o crescimento tem sido a passos largos. A própria FS Bioenergia está construindo uma terceira usina no país, em Primavera do Leste (MT), com investimento de R$ 2,3 bilhões. Operam no país 18 usinas de etanol de milho, outras 5 passam por ampliação e 10 aguardam autorização para construção.

Disponibilidade de milho acelerou industrialização

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que, em 2019, foram utilizadas 3,4 milhões de toneladas de milho para produção de etanol. Em 2020, foram 5,8 milhões de toneladas e, no ano passado, 7,6 milhões. “É um pulo muito grande. É difícil ver algum outro segmento com um acréscimo de demanda tão grande, em tão pouco tempo. Foi uma industrialização interna que aproveitou a oportunidade de todo esse produto que estava à disposição”, observa Lucilio Alves, pesquisador do Cepea-Esalq/USP.

A solução consagrada para produção de etanol no Brasil, a partir da cana-de-açúcar, sempre teve a seu favor um maior rendimento por hectare: 75 toneladas de cana, contra uma média de 4,4 toneladas por hectare do milho. Uma parte dessa diferença era tirada pelo milho devido ao alto teor de açúcar, que faz render 430 litros de etanol por tonelada, contra 90 litros retirados de uma tonelada de cana. Mesmo assim, o etanol de milho ainda custa um pouco mais caro. No entanto, quando se coloca na equação o milho de segunda safra – que rende 90 sacas num hectare que já produziu 70 sacas de soja no mesmo ano – a balança pende para o lado do cereal.

O que também ajudou o combustível de milho a decolar no Brasil, além da já citada sazonalidade complementar à safra da cana-de-açúcar, e a abundante oferta de matéria-prima, foram os coprodutos da extração do etanol. Uma tonelada de milho, após virar etanol, produz ainda em torno de 300 a 320 quilos de resíduos secos que viram ração (DDGs, ou resíduo seco de destilaria com solúveis) e 12 a 15 litros de óleo de alto valor agregado.

Vista de planta de etanol de milho em Sinop, no Mato Grosso| Inpasa / Divulgação

Etanol de milho criou equilíbrio de mercado no Centro-Oeste
O Mato Grosso, que concentra as usinas de etanol de milho, é também o maior produtor do cereal no país, e colheu neste ano 39 milhões de toneladas. Deste montante, apenas 18% se transformam em etanol. Glauber Silveira, diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), vê espaço para esta participação subir, em breve, para 30%. “O etanol contribuiu demais com o Mato Grosso, porque criou todo um equilíbrio de mercado. Hoje você tem a indústria de etanol comprando antecipadamente. E está agregando valor àquele milho que era exportado, e agora vira etanol, vira DDGS. Isso sem dúvida é muito bom para o estado, os municípios e para o produtor”, destaca Silveira.

O avanço do combustível de milho no país deve-se muito à complementaridade que oferece para usinas de cana, que passam a operar no modelo flex. Essas usinas do Centro-Oeste, tradicionalmente, ficavam boa parte do ano com o parque industrial ocioso, de novembro a março, na entressafra da cana-de-açúcar. Com o milho integrado, a usina passa a oferecer etanol o ano inteiro.

Qual é a matriz de etanol mais barata ou competitiva? De cana ou de milho? “Não tem isso do que é mais barato. São modelos de produção diferentes. O etanol de cana tem a vantagem de gerar biomassa para fazer vapor e energia. O etanol de milho precisa investir em áreas de florestamento, para gerar a energia consumida no processo. Para alguns pode ser um gargalo, mas na verdade é oportunidade de um outro cluster de negócio se desenvolver, que é a área de madeira florestada, para servir às usinas de etanol de milho”, observa Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

Usinas de Etanol de Milho
Em OperaçãoEm ampliaçãoEm autorização de construção
Fonte: UNEM Mais infográficos

Etanol de milho brasileiro é mais sustentável do que o americano
Se os americanos inventaram o etanol de milho, coube aos brasileiros tornar essa indústria mais sustentável. Por lá, queima-se combustível fóssil (gás natural) na produção. Por aqui, a energia demandada vem da madeira de reflorestamento. Outra vantagem é o uso do milho de segunda safra, ou safrinha. “É um milho que não compete com a produção e a oferta de alimento. Pelo contrário. Nossas compras são antecipadas um ou dois anos à frente, assim, estou estimulando o plantio de segunda safra. De 2017 a 2021, a área de milho segunda safra no Mato Grosso cresceu 50%. Estamos crescendo a produção sem avançar em novas áreas. Isso é economia circular sustentável”, destaca Nolasco.

O que não falta é espaço para o etanol de milho crescer. Atualmente o Mato Grosso cultiva segunda safra de milho em apenas 60% da área destinada no verão à soja. O ciclo virtuoso se completa com a geração de ração animal, DDGS, que tem favorecido a intensificação da pecuária no Centro-Oeste, ampliando os rebanhos confinados ou semiconfinados.

“Estamos encurtando o ciclo do boi, diminuindo o abate em um ano, o que leva a produzir mais carne em menos espaço, e disponibilizando terras de pastagens de baixa produtividade para o cultivo de grãos. É uma relação ganha-ganha. Os Estados Unidos não têm essa economia circular, porque lá a pecuária já é intensificada e eles não produzem milho de segunda safra. Eles também não usam energia de floresta plantada. Não gostamos de fazer essa comparação, mas, no final do dia, nosso etanol é muito mais sustentável em função de todo esse ciclo de vida”, argumenta o médico veterinário que dirige a Unem.

Ainda sobram milho e espaço para crescer
Em sete anos, com a incorporação de novas tecnologias, a produtividade de etanol por tonelada de milho no Brasil teve ganho de eficiência de 20%, saindo de 380 litros por tonelada para 440. Atualmente, a produção do combustível consome cerca de 10% do milho produzido no país, ou 11 milhões de toneladas, das quais 3 a 4 milhões são “devolvidas” na forma de ração DDGS, que alimenta aves, suínos, bovinos e peixes. Outras 40 milhões de toneladas de milho são exportadas em grão. “Temos ainda grande oportunidade de avançar nesses excedentes”, conclui Nolasco.


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EM QUEM VOCÊ VAI VOTAR?

 

Por

(x) NÃO SEI

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Esta crônica não é uma enquete.| Foto:

De todas as leis eleitorais que já chamei aqui de estúpidas, nenhuma é mais estúpida do que a que proíbe enquetes sem o devido registro. A rigor, não se pode nem mesmo fazer enquetes nas redes sociais. Porque isso influenciaria de alguma forma injusta o eleitor. Olha só o que diz o próprio site do TSE: “a partir do dia 15 de agosto, caberá o exercício do poder de polícia contra a divulgação de enquetes, mediante a expedição de ordem para que sejam removidas, sob pena de crime de desobediência, sem prejuízo de eventual representação cabível”.

Por isso o título desta crônica é mera provocação. Sei que corre à boca pequena a história que o título foi uma tentativa de causar um ataque cardíaco no meu editor – mas tudo não passa de boato. Em todo caso, achei por bem esclarecer desde já possíveis e prováveis mal-entendidos. E aproveito para fazer a pergunta que dará o tom da crônica daqui por diante: “numa pesquisa eleitoral, que tipo de gente responde (x) NÃO SEI hoje em dia?”

Nunca respondi a pesquisas eleitorais porque sempre sou sincero quando o entrevistador me pergunta se trabalho na imprensa. Não sei se esse é um impeditivo técnico, ligado às complicadíssimas leis da estatística, ou se é uma questão de ética. Só sei que jornalista não pode responder. Mas fico imaginando o entrevistador mencionando os candidatos um a um, de Bolsonaro a Leonardo Péricles, até ouvir um acanhado (x) NÃO SEI.

No lugar do entrevistador, eu provavelmente seguraria o entrevistado pela gola. Como assim você não sabe em quem vai votar?! Hoje já é dia 18 de setembro. As eleições são daqui a duas semanas. Duas semanas!! Em que planeta você vive?! Do que você se alimenta?! Como se reproduz?! E finalmente: sobre o que você conversa com seus colegas de trabalho, amigos, familiares?!

O (x) NÃO SEI é um mistério do Universo. Será que ele não sabe por ignorância legítima? É uma possibilidade razoavelmente alta – desde que você acredite no que diz uma pesquisa realizada em 2016 pelo Datafolha e que apontou que, na ocasião, 33% dos brasileiros (atenção!) não sabiam o nome do presidente. Se bem que, na época, a confusão tinha justificativa: o presidente era Michel Temer, que tinha acabado de substituir Dilma Rousseff, a rainha das pedaladas. Uma pesquisa mais antiga, do tempo em que o presidente FHC, dizia que esse número era de 20%.

Será por dúvida sincera? Neste caso, imagino o (x) NÃO SEI respondendo à pergunta em meio a uma profunda crise existencial e intelectual. O (x) NÃO SEI realmente não sabe se é indivíduo ou sociedade, se prefere Mises ou Marx, se é contra isso ou a favor daquilo (muito pelo contrário). Ele não tem a menor ideia se prefere uma coisa ou outra. Sabe aquele seu amigo que leva horas para decidir entre Brahma e Antarctica? Pois estou imaginando ele.

Por fim, há a opção na qual eu facilmente me enquadraria: a dos (x) NÃO SEI insinceros. Uns por espírito zombeteiro mesmo. Aqueles que adoram ver o circo pegar fogo – na época em que havia circos. Outros, por preguiça de pensar. Há ainda o (x) NÃO SEI que quer encerrar de vez a entrevista porque começou a chover e ele precisa tirar as roupas do varal. Tem também aquele que quer atrapalhar a pesquisa. E, finalmente, tem o que espirrou, mas o entrevistador entendeu (x) NÃO SEI.

Escrevi, escrevi, escrevi e, no entanto, ainda não disse o que queria: meu sonho é fazer parte do (x) NÃO SEI mais sincero. O que, evidentemente, exclui o (x) NÃO SEI mentiroso dos petistas enrustidos. Estou falando do (x) NÃO SEI puro e ingênuo. O (x) NÃO SEI arte. O (x) NÃO SEI várzea. O (x) NÃO SEI de quem pode se dar ao luxo de professar seu autogoverno. O (x) NÃO SEI de quem tem fé. O (x) NÃO SEI de quem é livre não porque a Constituição diz, e sim porque vivencia cotidianamente a liberdade.


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DISCUSSÕES POLÍTICAS NAS EMPRESAS

 

*Mara Lemes Martins – PhD. Psicóloga e VP da BNI Brasil

Em tempos de eleição, debates políticos em empresas podem causar conflitos dentro das empresas, especialista dá dicas sobre como evitar conflitos. No Brasil, falar de política é sempre delicado, o tema costuma estar relacionado com muita polêmica e pode provocar discussões e brigas. Em empresas, o problema é ainda mais agravado, uma vez que pode distrair os colaboradores por brigas que raramente chegam a algum lugar. Para se ter uma ideia, uma pesquisa desse ano do instituto Myers Briggs, indicou que 85% dos funcionários relataram ter tido algum tipo de conflito dentro do trabalho. Além disso, o mesmo estudo mostrou que 54% dos funcionários acham que os gestores poderiam lidar melhor com as discussões no trabalho. 

Política pode ser debatida no trabalho mas com certa cautela. É importante que os colaboradores tenham seu direito à liberdade de expressão garantidos, o debate, quando civilizado, pode desenvolver habilidades de argumentação e pensamento crítico, além de possibilitar a discussão de pautas importantes para o país.

No entanto, é importante manter a atenção aos alertas de conflitos na empresa, pois uma equipe separada produz com menos ânimo e vontade, já que ninguém quer trabalhar em um ambiente negativo. Fica muito cansativo trabalhar em um círculo desagradável, essas discussões tendem a ser levadas para o pessoal, desgastando as relações do espaço de trabalho cada vez mais.

Para encontrar a melhor forma de evitar conflitos políticos nas empresas, listo as principais dicas. Confira:

1. Não censure o debate: há algumas ações que lideranças podem tomar para evitar os conflitos, o conceito é jamais censurar, mas sim direcionar as conversas para enriquecerem o conhecimento e não criarem rixas. Embora criar normas pareça uma atitude muito severa, é importante estabelecer limites, lembrando os colaboradores da política sobre o tópico na empresa, para evitar frustrações.

2. Crie momentos certos para debates: estabelecer momentos específicos para a conversa política pode ser uma boa saída, contando até, por exemplo, com mediadores que ditem o prosseguimento do debate. Há empresas que marcam hora e lugar para papos educativos que formam seus colaboradores como pensantes do assunto.

3. Não influencie os colaboradores: evite impor sua própria opinião para quem trabalha, é fundamental fornecer um ambiente imparcial que instigue a própria opinião. Colaboradores às vezes se deixam influenciar pelos cargos maiores da empresa, evite isso ao máximo, deixe que eles criem seus próprios pensamentos livremente.

4. Regule a comunicação interna: por vezes, as discussões podem ocorrer fora do ambiente físico do trabalho e acontecerem no digital. Nos grupos de Whatsapp, temos menos controle do que é dito, no entanto, o setor de comunicação interna deve manter a atenção para evitar discórdia e disseminação de notícias falsas no trabalho.

5. Respeite todas opiniões: o mais importante é sempre manter o respeito. É essencial que a cordialidade seja mantida nas empresas, em todos os níveis, dos estagiários aos executivos.Afinal, a política é um espaço que exige respeito para que se chegue a resoluções que formarão um país melhor para todos, isso só é possível em um ambiente calmo de debate civilizado.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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