A premiê Liz Truss e o rei Charles III, um dia após a morte de Elizabeth II.| Foto: EFE
A
morte de Elizabeth na quinta-feira (8), apesar de gerar comoção,
aumenta as tensões sobre o Reino Unido e a preservação da monarquia,
especialmente na organização intergovernamental chamada de Commonwealth,
que reúne 56 países de influência britânica, quase metade deles na
África.
Elizabeth II faleceu dois dias após aceitar oficialmente a renúncia
do ex-primeiro-ministro Boris Johnson e de aprovar a eleição da nova
premiê britânica, Liz Truss. Johnson e Truss foram até o Castelo de
Balmoral, na Escócia, onde se encontrava a rainha, na terça-feira (6),
marcando um novo momento do governo britânico, que passa por crises
econômicas e sociais.
Algumas ex-colônias, como a Austrália, já vinham intensificando o
debate sobre a saída da monarquia. De acordo com uma pesquisa feita pelo
ABC’s Vote Compass em maio, 53% dos australianos não aprovavam o então
príncipe Charles (agora rei Charles III) como chefe de Estado da nação.
Anthony Albanese, primeiro-ministro do país, investiu em uma pasta no
governo responsável pela República, preparando a saída da monarquia.
Em entrevista ao jornal francês Le Monde, a historiadora Virginie
Roiron, especialista na sociedade britânica do Instituto de Estudos
Políticos de Estrasburgo, aponta que a “manutenção do Commonwealth será a
grande obra do reinado” de Elizabeth II.
Quando se tornou monarca, o Império Britânico estava em declínio. Sob
Elizabeth, as ex-colônias se tornaram independentes e foi se criado o
modelo que conhecemos hoje. “A rainha acompanhou o desenvolvimento da
Commonwealth na organização global atual. A preservação desta ‘família’,
como Elizabeth II a chamou, será o grande trabalho de seu reinado”,
reforçou Roiron.
Robert Lacey, historiador e conselheiro dos autores da série
inspirada na realeza, “The Crown”, concorda sobre o papel importante de
Elizabeth para a união das ex-colônias. “Índia, Paquistão, todos esses
países, sentem-se pertencentes a esse grupo de nações graças à rainha”,
destaca Lacey em outra entrevista ao periódico francês.
Tornando-se popular, Elizabeth II manteve a tradição do reinado à
modernização da comunicação da realeza com a população. Aos 86 anos, em
2012, ela serviu de inspiração para a criação de um vídeo simulado em
que a soberana saltava de paraquedas, pousando no Estádio Olímpico de
Londres. Uma rainha carismática consegue manter a monarquia com menos
questionamentos e críticas.
Diante da ascensão do sucessor, Charles III, a influência
internacional britânica pode ficar fragilizada, assim como a permanência
do modelo de governo. “Com a morte da rainha, sem dúvida veremos mais
países seguirem o caminho de Barbados, que se tornou República em
2021. A rainha terá sido a última monarca planetária. Ela já era uma
anomalia. Acho que o Canadá vai manter a monarquia britânica até o fim,
porque é isso que o distingue dos Estados Unidos. Mas e os outros
países?”, pondera o historiador Lacey.
Essa instabilidade se reflete especialmente na crise que enfrenta o
Reino Unido. Ao ter que fazer pequenas (mas importantes) mudanças no
Estado, como reimpressão de notas com a figura no novo rei, modificação
do hino real – que é também o hino oficial de outros países do
Commonwealth -, abre-se uma brecha para questionamentos: por quanto
tempo o Reino Unido quer prolongar a monarquia? Essa é mesmo uma
prioridade diante da crise? Qual será a influência do rei nas decisões
do governo?
Influência do reinado na chefia de governo A recém-nomeada chefe
de governo do Reino Unido, Liz Truss, abriu as homenagens à soberana em
uma sessão especial da Câmara dos Comuns nesta sexta-feira. Em discurso,
a nova premiê ressaltou que Elizabeth II “foi uma das grandes líderes
que o mundo conheceu” e “reinventou a monarquia” para adequá-la à
modernidade.
Ela destacou que a monarca demonstrou sua devoção à “união” entre
Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. A líder
conservadora também lembrou que Elizabeth II, que conviveu com 15
primeiros-ministros britânicos, manteve reuniões semanais com eles até o
fim da vida, estando estreitamente ligada às decisões do Parlamento.
A crise econômica gerada pela saída do Brexit, reforçada pela guerra
na Ucrânia com aumento de preços e crise energética, resultam em uma
inflação que passa de 10% no Reino Unido. Por isso, no discurso de posse
de Truss, a economia entrou como um dos assuntos centrais do novo
governo, com um programa de recuperação previsto para ser apresentado em
menos de uma semana.
Mesmo que o Parlamento tenha liberdade política, e o rei tenha um
poder simbólico e cerimonial, o impacto da sucessão na monarquia pode se
refletir na economia. Priscila Caneparo, professora de Relações
Internacionais do Unicuritiba, destaca que os cofres públicos alimentam a
monarquia e isso pode gerar uma demanda maior para o fim desse modelo.
“Muito do turismo inglês vem do contexto de estrutura monárquica, o
que também pode afetar a economia britânica”, ressalta a professora.
Em entrevista à Gazeta do Povo, o economista Igor Macedo de Lucena,
doutorando em relações internacionais na Universidade de Lisboa e membro
da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da
Associação Portuguesa de Ciência Política, lembra que Elizabeth soube
trabalhar com o primeiro-ministro do início de seu reinado, Winston
Churchill, para unir o povo britânico e superar as adversidades do
pós-guerra.
“O Reino Unido está passando por um momento de greves, de aumento da
inflação, sofre os reflexos de uma guerra, o que vai exigir que decisões
sejam tomadas pela nova primeira-ministra (Liz Truss) e com o rei
Charles III no trono. Os desafios que são colocados hoje são tão grandes
quanto os que Elizabeth II enfrentou”, destaca Lucena.
Além disso, existe o risco de uma quebra da unidade nacional. A
Escócia quer realizar outro plebiscito de independência em 2023. Em
entrevista à Gazeta do Povo, Wilson Maske, professor de história da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que Charles
III seguiria sendo monarca inglês e escocês ao mesmo tempo, ainda que
seja aprovada a separação. Ele também é otimista sobre a forma como o
governo contornará as crises.
“Os britânicos têm muita habilidade para resolver esses assuntos em
termos aceitáveis, porque devido ao sistema parlamentarista muito
sólido, desde que se estabeleceu a monarquia limitada com o Parlamento,
em 1688, a Inglaterra não teve mais revoluções, e não por não haver
situações de crise social que poderiam levar a isso, mas sim porque o
regime parlamentarista criou situações que possibilitaram reformas. Os
problemas atuais não ameaçam o Reino Unido e a monarquia, que já
enfrentaram momentos mais difíceis, como a Segunda Guerra Mundial”,
argumenta.
À nova premiê, Liz Truss, caberia manter essa força do Parlamento
para domar a crise econômica e social, especialmente no próximo inverno,
quando a crise energética deverá atingir o ápice na Europa. Ao novo
rei, Charles III, fica o desafio de manter a influência da realeza
conforme ensinou sua mãe, com a evolução (da monarquia) para evitar a
revolução.
Conselho de Sucessão se reuniu no Palácio de Saint James pela primeira vez desde 1952 e com transmissão pela TV britânica
Charles III foi proclamado rei dos britânicos neste sábado, 10, dois dias após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em
uma cerimônia com raízes na Idade Média.: John Major, Tony Blair,
Gordon Brown, David Cameron, Theresa May e Boris Johnson. Pela primeira
vez na história, a cerimônia foi transmitida pela televisão britânica e
acompanhada, via smartphones, nas redes sociais.
Todos os seis ex-primeiros-ministros ainda vivos do país participaram
da proclamação: John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron,
Theresa May e Boris Johnson.
Assim que foi anunciado como novo rei, o Conselho declarou: “Deus
salve o rei”. “Minha mãe deu um exemplo de amor ao longo da vida e de
serviço altruísta. O reinado de minha mãe foi inigualável em sua
duração, dedicação e devoção. Vou tentar seguir o exemplo inspirador que
recebi, mantendo o governo constitucional e a paz”, disse o monarca em
seu discurso após a proclamação.
“Vou ser guiado pelo Conselho e pelos parlamentares. Eu estou
encorajado pelo apoio constante da minha esposa. E aproveito essa
oportunidade para confirmar que mantenho a tradição para entregar o
governo, que estarei apoiando como Chefe de Estado. Prometo dedicar o
resto da minha vida para essa tarefa pesada que me coube”, acrescentou o
novo rei.
A cerimônia do Conselho de Ascensão tem origem saxônica. Com a queda
do Império Romano, as Ilhas Britânicas foram invadidas por tribos
bárbaras, que lutavam entre si pelo controle do território, entre eles
os anglos e os saxões. Quando um rei saxão morria, seus pares se reuniam
para eleger o novo monarca.
A tradição entrou na Baixa Idade Média e foi mantida quando os
normandos, com Guilherme, o Conquistador, invadiram a Grã-Bretanha em
1.066 e outros reis medievais que o sucederam.
A última vez em que o conselho se reuniu foi em 1952, quando George
VI morreu e Elizabeth II foi proclamada rainha. Ao longo do século 20, o
conselho também foi responsável por proclamar os reinados de Edward
VIII, Edward VII e George V, e, antes deles, da rainha Vitória, em 1837.
A lei comum britânica determina que a coroa nunca morre. Por isso,
quando cada monarca falece, normalmente se diz: “O rei está morto. Longa
vida ao rei”. Então, num período de 24 horas, o Conselho de Sucessão se
reúne para homologar a ascensão de um novo monarca ao trono. No caso de
Charles III, a cerimônia levou mais do que 24 horas para ocorrer pelo
fato de a rainha ter morrido à tarde, no dia 8.
Fazem parte desse conselho que proclama o novo rei, sempre segundo a
tradição, os membros do conselho privado, que reúne membros da família
real e ministros do gabinete, além de membros da aristocracia e
representantes de países da Commonwealth. No caso de Charles III,
participaram da reunião a rainha-consorte, Camilla, e William, o
príncipe de Gales. A ministra do Comércio, Penny Mourdaunt, presidiu a
sessão, que reuniu cerca de 200 conselheiros.
A reunião começou sem o rei. Ali, os conselheiros anunciaram a morte
de Elizabeth II e a ascensão de Charles III ao trono. Na segunda parte
da cerimônia, Charles fez uma declaração e um juramento. Posteriormente,
foi proclamado rei nos 4 países que formam o Reino Unido – Inglaterra,
Gales, Escócia e Irlanda do Norte, conforme a tradição de espalhar a
chegada do novo monarca pelos quatro cantos do reino. / AP, EFE e NYT
Levantamento retrata melhora na avaliação de governo no apoio à reeleição
As redes sociais e a democratização das fontes de produção de
conteúdo político exacerbaram a capacidade das campanhas eleitorais em
produzirem mensagens “nichadas” para segmentos específicos. As pesquisas
eleitorais e seus diferentes recortes reforçaria a necessidade de os
candidatos produzirem mensagens para grupos específicos de eleitores,
seja pensando no recorte por renda, raça, opção religiosa ou geografia.
As evidências recorrentemente frustram a expectativa de grandes impactos
da campanha. Grosso modo, o jogo eleitoral é fundamentalmente um
cenário de estabilidade dos demais candidatos com exceção da candidatura
à reeleição do presidente Bolsonaro.
O levantamento mais recente do Datafolha retrata o peso da melhora na
avaliação de governo no apoio a reeleição, reforçando o peso do
desempenho do incumbente no cargo como condicionante do comportamento
eleitoral, reforçando a tendência da eleição caminhando para o segundo
turno. Se confirmado, esse movimento apenas retrataria o equilíbrio
entre esquerda e direita no Brasil nas últimas décadas.
As alterações mais expressivas nas pesquisas de opinião pública se
manifestam na percepção do eleitorado em relação ao desempenho do
governo. O movimento é natural; candidaturas governistas tem peso mais
forte na persuasão do eleitorado. Trata-se do poder da caneta contra o
poder da retórica, única arma dos nomes de oposição.
Na verdade, as chances eleitorais do presidente esbarram no seu modus
operandi no exercício do poder. Bolsonaro não faz aposta em buscar o
centro. Ao contrário, seu movimento é de distanciamento da esquerda. O
voto econômico segue com peso alto, mas menos intenso diante da sua
opção pelo extremo. A avaliação de governo melhora (se aproxima do
patamar da reeleição de FHC), mas 51% de acordo com o instituto dizem
não votar de jeito nenhum do presidente, contra apenas 39% do petista.
A pesquisa também reforçou a inutilidade da campanha eleitoral para o
petista. O petista vai bem em sabatina, escorrega em debate, exagera na
retórica e basicamente nada acontece com sua intenção de voto. Afinal, o
que de novo o eleitor pode pensar sob Lula depois de intensa exposição;
de presidente a condenado, a trajetória do petista é de conhecimento
público. A comparação histórica traz algum alento ao petismo. Bolsonaro
venceu com 55% dos votos válidos, Lula tem 53% de intenção de voto no
segundo turno. Trata-se da mesma balança de poder entre esquerda e
direita com sinal invertido.
Assim, a principal questão diz respeito aos condicionantes do voto
útil. Bolsonaro já encontrou sua estratégia (revisitar 2018), Lula ainda
não encontrou um plano para chamar de seu na busca pelo eleitor cansado
da polarização.
Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)
Alan Turing, condenado em 1952 por ser homossexual, recebeu perdão póstumo em 2013
Um dos raros poderes de verdade que um monarca britânico tem é o do
perdão real. Em essência, quem ganha o perdão tem sua sentença comutada.
Elizabeth II o usou apenas três vezes. Dois detentos em Gales tiveram a
pena diminuída após salvarem um funcionário da penitenciária que havia
sido atacado por um javali. A terceira pessoa perdoada foi Alan Turing, o
homem sem o qual o computador não existiria.
Esta é uma história inacreditável. Turing inventou o computador em
sua cabeça, como modelo teórico, aos 23 anos. Na Segunda Guerra,
alistou-se e designaram-no para trabalhar em Bletchley Park, o núcleo de
quebra de códigos da inteligência britânica.
Àquela altura, os nazistas já usavam Enigma, uma máquina elétrica com
rotores, luzes e um teclado. A cada dia, as unidades militares alemãs
recebiam um código novo para a máquina. Este código único embaralhava as
frases digitadas numa ponta e as desembaralhava na outra. Os modelos de
Turing ajudaram a construir a máquina que quebrou o código. O
smartphone em seu bolso nasceu desta máquina.
Em janeiro de 1952, a casa do herói foi assaltada e ele registrou a
queixa. Quando um policial o visitou para perguntar os detalhes,
observou que também na sala estava um rapaz bem mais jovem. Indagou quem
era. “É meu namorado”, respondeu o matemático.
Quem sabe de Alan Turing e não é da área de tecnologia o conhece pelo
filme “O Jogo da Imitação”, em que é vivido por Benedict Cumberbatch.
Lá, Turing parece um sujeito alheio ao mundo e um quê arrogante. Quem o
conheceu, porém, o descreve como tímido e amoroso. O que ele nunca teve
vontade de fazer é ficar no armário. Nunca divulgou que era homossexual,
tampouco lidou com a questão como algo a esconder. Quando o policial
perguntou, respondeu.
Na Inglaterra de 1952, homossexualidade era crime. Turing viu-se
obrigado a escolher como pena alternativa um tratamento hormonal. Era um
homem atlético, vaidoso. Os remédios fizeram seus peitos incharem como
se fossem seios. Estava deprimido.
Na noite de 7 de junho, em 1954, Alan Turing deitou-se na cama e
comeu meia maçã embebida em cianeto. Foi achado na manhã seguinte pela
faxineira. Elizabeth II já era rainha.
Aos nossos ouvidos contemporâneos, que o Reino Unido tenha tratado
aquele que talvez tenha sido o britânico mais genial do século 20 desta
forma soa como barbárie.
Elizabeth II perdoou três pessoas por seus crimes. Um deles, em 2013, foi Alan Turing. Póstumo. Mas o gesto tem significado.
Se tem uma coisa que gostamos de falar é sobre criatividade, e dentro
deste tema, escrita criativa é o nosso foco, afinal, a Viseu é sobre
isso:
conectar quem escreve com quem lê.
Você, autor, quem sabe está planejando sua próxima obra, ou quem sabe
está até pensando em revisar seu manuscrito original para realizar
melhorias no seu enredo.
Ou quem sabe, talvez você seja apenas uma pessoa apaixonada por escrita que gostaria de destravar ainda mais sua criatividade.
Se você se enquadra em qualquer uma dessas realidades, este artigo é perfeito para este momento.
Aqui vamos abordar sobre a Escrita Criativa, seus tipos e quais meios
podemos buscar para aguçar nosso senso criativo e assim surpreender as
pessoas com nossas histórias.
Sem mais delongas, vamos aos conceitos e enfim a parte prática do assunto.
Índice do artigo
O que é escrita criativa?
Qual a principal característica da escrita criativa?
Qual é o oposto da escrita criativa?
Quais os tipos de escrita criativa?
CopyWriting
Storytelling
Poesia e Música
Como exercitar minha escrita criativa
1. Inspire-se na escrita criativa de outros autores
2. Converse com pessoas que você não costuma ter contato
3. Volte à prática do Diário
4. Transforme notícias reais em pequenos contos
5. Trabalhe com paradoxos
Conclusão
O que é escrita criativa?
Escrita criativa é todo o tipo de produção que não se atém a padrões
métricos, acadêmicos, ou a qualquer tipo de padronização documental.
A criatividade é para a escrita criativa o que a lógica é para a escrita acadêmico científica.
Enquanto a escrita acadêmica, científica ou jornalística se atém a
fatos, evidências e objetividade, a escrita criativa tem como
matéria-prima o mundo subjetivo, ou seja, o lado psicológico e abstrato
das coisas.
Qual a principal característica da escrita criativa?
Se existe uma palavra que possa definir a escrita criativa, seria:
espontaneidade
O que dá forma para a escrita criativa não é o gênero, mas sim a visão de mundo do autor.
Assim como somos pessoas únicas, nossa forma de ver o mundo e, consequentemente, a forma como escrevemos sobre ele é diferente.
Colocar a sua impressão pessoal, suas opiniões mais profundas, sem
medo do julgamento do que é certo ou errado, é a principal
característica da escrita criativa.
É através da espontaneidade que ela se expressa de uma forma única.
Qual é o oposto da escrita criativa?
O tipo de escrita que se opõe à espontaneidade da escrita criativa é a escrita instrumental.
Este tipo nada mais é do que uma expressão de linguagem lógica, como o
próprio nome diz, utilizada como instrumento para informar.
Quando você quer melhorar sua escrita através de um curso para
realizar uma redação de um concurso, por exemplo, raramente você iria
procurar por um curso de escrita criativa.
Certamente você buscaria conteúdos relacionados ao Português Instrumental.
Os tipos textuais que se enquadram na escrita instrumental são:
Artigos científicos
Ensaios
Monografias
Papers
Dissertações
Teses
Relatórios
Enfim, todo o tipo de escrita ligada a lógica, e que preza pela norma padrão, está dentro do universo da escrita instrumental.
Quais os tipos de escrita criativa?
A escrita criativa pode estar presente em diferentes gêneros textuais.
Ela pode ou não estar ligada à realidade (fatos reais), porém ela sempre vai fazer uso de insights subjetivos para se expressar.
Vamos a alguns tipos textuais que se valem da espontaneidade da escrita criativa.
CopyWriting
Copywriting tem se tornado popular sobretudo no meio publicitário,
pois é um tipo de escrita que se apropria de insights criativos para
convencer o público leitor a respeito de um tópico.
A escrita do Copywriter, popularmente conhecida como Copy, é um conteúdo que utiliza o que chamamos de gatilhos mentais.
Esses gatilhos são técnicas de uso de palavras que causam responsividade (reações) no leitor.
Um exemplo de escrita no estilo de Copy é:
“Acesse agora o grupo limitado de autores que ganharão o curso completo de escrita criativa.
Restam 3 vagas e as inscrições acabam hoje às 23h59”.
Infográfico sobre escrita criativa – um exemplo de texto publicitário – copywriting
Nesta pequena frase, inventamos um anúncio fictício que usa três gatilhos mentais muito comuns no meio comercial:
Senso de pertencimento: “grupo limitado de autores”,
que leva a pessoa a se sentir desconfortável caso não participe, pois
vai deixar de estar em um grupo importante.
Senso de escassez: “Restam três vagas”
Senso de urgência: “As inscrições acabam hoje”, levando o leitor a ter uma reação responsiva.
A Copy tem o poder de “conduzir o leitor pela mão” e levá-lo a
qualquer lugar. Para isso, o escritor pode usar diferentes técnicas,
gatilhos mentais, entre outros.
Storytelling
Storytelling, do inglês “Contar Histórias” nada mais é do que a arte
de se relacionar com o leitor por meio de uma narrativa, seja ela real
ou fictícia, porém com a intenção de conduzir a imaginação do leitor por
etapas (começo, meio e fim).
Dentro desta técnica você encontrará todos os gêneros literários narrativos como:
Romances
Contos
Crônicas
Fábulas
Ficção
Biografia ou Autobiografia
Esta técnica também tem sido muito comum na atualidade no ramo dos vídeos (Scripts).
Temos observado o comportamento das pessoas diante das tecnologias, e
vemos o quanto a popularização dos vídeos se expandiu no quesito:
consumo de conteúdo.
É nesta hora que uma boa técnica de storytelling se faz relevante,
pois ela pode ser o fundo de um script que conduz o espectador em uma
jornada imaginativa.
Uma das tendências de storytelling tem sido as publicidades em
rádios, podcasts e outros conteúdos ao vivo, onde o apresentador, ao
invés de oferecer um produto de modo direto, ele “conta uma história”
para informar sobre a qualidade de um produto, aguçando assim a
curiosidade das pessoas.
A exemplo disso, você pode acompanhar dois trechos de uma mesma informação, porém com uso de técnicas diferentes:
Anúncio direto
Compre o fio dental da Marca Fio Resix. Resistência, maciez, e durabilidade. Disponível nas principais farmácias do país.
Anúncio Storytelling
Fala de um radialista:
“Depois do almoço, fui fazer minha rotina de higiene bucal, e
adivinha! Tinha acabado o fio dental. Fui à farmácia, mas não tinha as
marcas que eu costumo comprar. Comprei um tal de Fio Resix, sem muita
fé, mas advinha! Simplesmente o melhor fio dental, não sei como eu não
tinha descoberto essa marca antes (…)
Este exemplo apresenta dois conteúdos, porém com técnicas diferentes.
Perceba que o uso da criatividade do Anúncio Storytelling acabou
desenvolvendo mais o texto, e ao mesmo tempo, por meio de uma história,
levou o leitor a acompanhar a dramatização de um anúncio.
Poesia e Música
Este gênero sempre usou a escrita criativa como fundo para suas produções.
Ao longo das eras, o Gênero Literário Poesia passou por diversas fases.
As pessoas geralmente conhecem a poesia apenas como um texto organizado em versos que apresenta rima.
O que poucos sabem é que em algumas fases da literatura, a poesia
levava em consideração algumas métricas e regras, como os sonetos
decassilábicos do autor Luiz de Camões (1524-1580), por exemplo:
Análise do Soneto: Apolo e as nove musas discantando do autor Luiz de Camões – Escrita Criativa
“Apolo e as nove Musas, discantando com a dourada lira, me influíam
na suave harmonia que faziam, quando tomei a pena, começando”
Acima você vê um verso decassilábico heróico, que tem dois pontos de
tonicidade (tom mais forte), na sexta sílaba e na décima sílaba.
Poemas (sonetos) desse tipo, precisavam ter uma divisão sonora
dividida em 10 partes, para que ao ler o poema, a pessoa conseguisse
atribuir um ritmo à declamação.
Mesmo na idade média, o poema precisava de um tom criativo, sempre pensando na declamação.
Contudo, apesar da evolução literária da poesia, ainda hoje
utilizamos a criatividade como fonte de inspiração para criação dos
versos de uma poesia.
Como exercitar minha escrita criativa
Agora que você já conhece as diferentes técnicas utilizadas para a
escrita de um texto que conduz o leitor em uma jornada de imaginação,
chegou a hora de conhecer alguns de nossos segredos que são capazes de
destravar sua criatividade.
Separamos aqui 5 insights que nada mais são do que atividades
práticas que se você realizar, certamente vai treinar seu senso
criativo, melhorando assim a performance da escrita do seu próprio
livro.
1. Inspire-se na escrita criativa de outros autores
Se você quer abrir sua imaginação para explorá-la em um contexto
literário, recomendamos que você “consuma” o conteúdo de outros autores.
Procure autores de diferentes gêneros, mesmo aqueles que você não está habituado a ler.
A prática de ler diferentes tipos de histórias e diferentes formas de escrita vai dar a você ideias para sua própria obra.
Não se esqueça de ter sempre em mãos algo para anotar seus insights criativos.
Apenas recomendamos que você não caia na prática de se apropriar da
criação de outros autores, ou seja, reproduzir sua escrita sobre o plano
criativo de outro autor.
2. Converse com pessoas que você não costuma ter contato
Este é um exercício prático que você pode fazer todos os dias.
O fato de você conhecer novas pessoas vai abrir um grande leque de possibilidades criativas.
Cada pessoa é um universo de pequenas e grandes histórias pessoais com seus desfechos mais inusitados.
Ao conhecer a história de diferentes pessoas, você pode obter
insights criativos que podem ser convertidos em histórias pra um livro.
Para escritores do gênero autoajuda, por exemplo, conhecer as
opiniões, e histórias de diferentes pessoas pode ser uma mina de ouro,
pois a história de alguém pode se tornar inspiradora para outras
pessoas.
3. Volte à prática do Diário
Certamente, você que é um autor, já passou por uma fase da vida onde tinha um caderninho com cadeado, os famosos diários.
Lá você escrevia sobre seu dia, sobre seus segredos e pensamentos
mais profundos. Ai de quem pegasse a chave escondida, certamente leria
os fatos mais ocultos da sua mente.
Agora que você viajou no passado, vamos voltar ao presente e estudar a possibilidade de registrar os acontecimentos do seu dia.
Ter um diário não necessariamente precisa ser uma prática de registrar segredos sensíveis.
Um diário nada mais é do que um arquivo de memórias escrito.
Registrar o seu dia com detalhes vai fazer você lembrar de pequenas
coisas que talvez passariam despercebidas caso você não fosse
registrá-las.
Ao escrever os fatos que você viveu, procure registrar também os
pensamentos e sensações que você teve, assim, sua escrita estará repleta
de um conteúdo psicológico, os quais são responsáveis pelo vínculo que o
leitor faz com seu livro.
4. Transforme notícias reais em pequenos contos
Para quem é amante de ficção, essa é uma técnica muito bem-vinda para aperfeiçoar a escrita.
Essa prática não tem segredo: basta apenas você se apropriar de uma
notícia qualquer e fazer uso dos fatos mencionados no texto para formar
um enredo narrativo, onde você dá voz e ação às pessoas mencionadas na
matéria.
Lógico que você não vai divulgar, publicar ou compartilhar essas
notícias adaptadas, afinal, você poderia estar correndo risco de ser
visto como alguém que propaga informações não verdadeiras.
Lembre-se, este é apenas um insight criativo para que você treine sua habilidade de escrita.
A prática que sugerimos aqui é apenas uma forma de você utilizar um acontecimento real para exercitar sua escrita criativa.
5. Trabalhe com paradoxos
Fazer confronto de ideias opostas é o cerne da questão. Ideias
paradoxais reúnem elementos que geralmente não estariam em um mesmo
contexto.
Digamos que você está escrevendo sobre uma freira, e no seu enredo
você desenvolve sua personagem com todas as características
estereotipadas de uma freira convencional.
De repente, você adiciona um paradoxo: “a freira puxa uma arma e atira nos sequestradores que fugiam com a madre superiora.”
Perceba que o leitor não espera tal reação de um freira, pois até então você a descreveu a partir de uma ótica comum a todos.
Treine o uso de paradoxos em seus textos. Adicione de modo inusitado um acontecimento que cause espanto ou surpresa no leitor.
Conclusão
Certamente você vai procurar sobre escrita criativa na internet e vai
encontrar uma série de conteúdos que tentam explicar o que é e como
fazer.
Você poderá encontrar até mesmo cursos, e de fato, encorajamos você a consumir esses conteúdos.
Porém é importante lembrar que a escrita criativa nada mais é do que
colocar a suas impressões pessoais e sua imaginação em ação na hora
redigir um texto.
Ao realizar exercícios diários, você fará do seu cérebro como um
músculo, ou seja, quanto mais você o exercita, mais ele fica forte e
resistente.
Se você é um autor que sonha em publicar um livro, seja ele ficcional
ou que conte fatos reais, não deixe de utilizar esses insights na sua
prática diária de escrita.
Certamente o seu envolvimento com criatividade vai dar respaldo para
você criar muitas outras obras, ou até mesmo melhorar o conteúdo do
manuscrito original que você já tem.
Esperamos que essas dicas tenham despertado em você a vontade de
buscar uma disciplina maior para terminar de uma vez por todas o seu
sonhado livro.
A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma Plataforma
Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um
forte relacionamento com a tecnologia.
Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito
inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades
do mercado.
Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no
modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o
mercado já oferece para se destacar ainda mais.
Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma
ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a
inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a
concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas
funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até
mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo
ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.
A inovação é
a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções
criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas
pelo mercado.
Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Existe uma lenda que vem sendo contada no Brasil há alguns anos. Ela
foi tão repetida que muitos já acreditam que a estória seja verídica: a
de que o PT teria feito um bom governo quando estava no poder.
Nada mais distante das evidências.
Como mostraremos a seguir, o PT teve governos com resultados absolutamente medíocres, no sentido literal da palavra. Isto é, em linha com a média. Na verdade, um pouco abaixo do medíocre.
Com efeito, tal como veremos, a análise dos resultados brasileiros deixa claro que o país ficou abaixo da média das nações emergentes. E, ao final, mesmo
esses resultados abaixo da média se revelaram insustentáveis, sendo em
grande medida revertidos pela brutal crise do governo petista de Dilma
Rousseff.
Passemos, então, aos 5 fatos que mostram que o governo do PT foi um dos mais medíocres da história.
1) Desempenho econômico na era PT foi medíocre
É comum grupos favoráveis ao ex-presidente, hoje presidiário, Luiz
Inácio Lula da Silva, alardearem que “nunca antes na história desse
país” o Brasil havia tido tanto sucesso. O discurso ufanista, no
entanto, não se sustenta diante dos fatos.
Segundo estudo que analisou o crescimento real do PIB por mandato presidencial, Lula
não passa da 19ª colocação dentre 30 presidentes brasileiros no tocante
ao desempenho econômico. Dilma, então, teve a 3ª pior performance, vencendo apenas Fernando Collor e Floriano Peixoto. Trabalho publicado pelo Instituto de Economia da UFRJ concluiu ainda que 90% da brutal queda do PIB per capita no governo petista de Dilma Rousseff deveu-se a falhas de governo.
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É claro que o Brasil até cresceu no período aqui analisado. Porém, de modo medíocre.
De fato, a PUC-Rio produziu uma série de estudos chamada
de “Panorama”. Entre os trabalhos elaborados nesta série consta
um artigo intitulado “Renda e Produtividade nas últimas décadas“. O material, que já foi objeto de editorial da Gazeta do Povo, demonstra de modo insofismável que “o Brasil é um país de renda que cresce pouco, atrasado em relação mesmo aos mercados emergentes.
No centro deste atraso relativo está a estagnação da produtividade,
drenada pela má qualidade de educação, infraestrutura, ambiente de
negócios e pelo protecionismo comercial.”
Agora vejam abrutal mediocridade do crescimento brasileiro na comparação com o panorama internacional:
“Entre 1994 e 2016, o Brasil foi o que menos cresceu entre os países e grupos comparados. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita – a soma das riquezas produzidas em um ano dividida pela população – cresceu 31,4%“.
Isso nos deixou muito longe da média dos mercados emergentes, quase 5 vezes maior: 152,2%. Não conseguimos sequer acompanhar o crescimento da América Latina: de 37,4% no mesmo período. Ou dos países da OCDE: 42,3%.
O estudo “Renda e Produtividade nas últimas décadas” ainda
deixa claro que mesmo levando em conta apenas o período de 2004 a
2011 nos limitamos a acompanhar a média de crescimento do PIB per capita da região. E de 2012 em diante passamos a nos descolar negativamente dos vizinhos.
Um outro estudo de análise comparativa do Brasil com outros países semelhantes entre 2003 e 2012 chega
também a conclusões desalentadoras. Ele foi realizado pelos economistas
João Manoel Pinho de Mello (professor do Insper, Ph.D pela Stanford
University), Vinicius Carrasco (professor da PUC Rio e Ph.D pela
Stanford University) e Isabela Duarte (mestre pela PUC Rio),
intitulado: “A Década Perdida: 2003 – 2012”, onde compararam o Brasil com outras nações emergentes.
Constatam eles:
“o Brasil, em relação ao melhor grupo de comparação:1)
cresceu, investiu e poupou menos; 2) recebeu menos investimento
estrangeiro direto e adicionou menos valor na indústria; 3) teve mais
inflação; 4) perdeu competitividade e produtividade, avançou menos em
Pesquisa e Desenvolvimento e piorou a qualidade regulatória; 5) foi pior
ou igual em quase todos os setores importantes (…).”
O desfecho do trabalho é dramático: “a década foi perdida“.
2) O Brasil ficou abaixo da média dos países emergentes no combate à miséria
A primeira coisa que você deve saber sobre a redução da miséria e da fome: ela acontece no mundo todo há várias décadas.
É próprio do processo de avanço do livre mercado a redução da pobreza e
da miséria, movimento que se fortaleceu muito após a Revolução
Industrial.
Veja o seguinte gráfico que mostra a involução da miséria no mundo nos últimos dois séculos:
Com a redução da miséria, também houve forte queda no número de pessoas submetidas à fome.
Veja no seguinte gráfico:
Percebe-se da imagem que a queda na fome foi um fenômeno global (cuja média mundial é representada pela linha roxa) e generalizado, beneficiando todas as regiões do mundo (com única exceção do Oriente Médio, representado pela linha em verde).
Diante de um quadro mundial tão favorável, é claro que a miséria e a fome também caíram no Brasil durante as últimas décadas.
Aí vem a segunda coisa que você tem de saber sobre a miséria e a fome especificamente para o caso brasileiro: elas já tinham trajetória decadente bem antes do PT.
Veja este gráfico do histórico da pobreza extrema no Brasil:
A partir dele, percebe-se de modo muito claro que a linha de
tendência da pobreza extrema é de queda rápida desde o início da década
de 80, movimento brevemente interrompido entre 86-88, em grande
medida pela brutal crise fiscal e hiperinflacionária que atingiu o país.
Essa trajetória de queda continuou durante os anos do petismo. Mas aqui entra a
terceira coisa que você precisa saber sobre miséria e fome: nesse
período, o Brasil reduziu o número de pessoas em percentuais menores do
que os demais países emergentes.
De fato, conforme registrou a Gazeta do Povo em editorial de 6 de maio deste ano de 2018: “Entre 1994 e 2015, o
Brasil reduziu de 16,5% para 4,3% a quantidade de brasileiros abaixo da
linha da pobreza, seguindo de perto a tendência da América Latina. Ocorre que os demais emergentes, puxados pela China, reduziram essa mesma cifra em seus territórios de 33% em 1997 para 3,4% em 2013.” Ou seja, os demais emergentes tiveram uma redução muito maior em menos tempo.
O seguinte gráfico extraído do trabalho mencionado acima, “Renda e Produtividade nas últimas décadas“,
demonstra a superior velocidade da queda da pobreza nos demais países
emergentes em comparação com o Brasil, e como o país ficou meramente em
linha com a América Latina em todo o período de 1997 a 2013:
Ante todos esses dados podemos concluir com segurança: o Brasil foi
medíocre, e até um pouco abaixo do medíocre, no combate à miséria
durante os governos do PT.
3) Durante os anos do petismo o Brasil foi medíocre no combate à desigualdade
Segundo um estudo feito pelo Wealth and Income Database, a desigualdade não caiu no Brasil entre os anos de 2001 e 2015.
Segundo a pesquisa, no período analisado, os 10% mais ricos
aumentaram sua participação na riqueza nacional de 54% para 55%. E
abocanharam 61% da expansão econômica dos anos compreendidos pelo
estudo. Enquanto isso, os 50% mais pobres ficaram com apenas 12% da
riqueza em 2015, enquanto tinham 11% 2001, um aumento pífio de apenas
1%. Essa metade mais pobre da população se apropriou de apenas 18% do
crescimento econômico daqueles anos.
Ainda, estudo do IPEA mencionado em postagem do
escritor Rodrigo Constantino em seu blog “mostra que a concentração de
renda aumentou no Brasil entre 2006 e 2012. Dados do Imposto de Renda
dos brasileiros coletados por pesquisadores do Instituto mostram que os
5% mais ricos do país detinham, em 2012, 44% da renda. Em 2006, esse
porcentual era de 40%. Os brasileiros que fazem parte da seleta parcela
do 1% mais rico também viram sua fatia aumentar: passou de 22,5% da
renda em 2006 para 25% em 2012. O mesmo ocorreu para o porcentual de
0,1% da população mais rica, que se apropriava de 9% da renda total do
país em 2006 e, em 2012, de 11%.”.
Outro estudo do IPEA, de 2013, concluiu que um terço da desigualdade era promovida pelas ações do próprio governo.
É bem verdade que, pelo exame do coeficiente GINI, um dos mais usados
para averiguar a desigualdade nos países, o Brasil apresentou melhora
no período dos governos do PT. Mas é aí que entra a necessidade de um
exame em perspectiva. Ele revela o que segue.
Primeiramente, a desigualdade caiu na América Latina toda, não sendo um fenômeno propriamente brasileiro.
Veja o seguinte gráfico, apontando a queda da desigualdade,
abrangendo vários países do continente, deixando clara uma linha de
tendência decrescente:
Outro dado importante: especificamente no Brasil, a desigualdade já vinha caindo bem antes do PT.
Veja no gráfico com a linha isolada representando os dados nacionais:
Perceba que após subir entre 85 e 88, a desigualdade inicia um
movimento de queda que só foi interrompido pela crise do Governo Dilma
Rousseff em 2015.
A ex-presidente Dilma Rousseff acabou julgada impedida pelo cometimento de crimes de responsabilidade consistentes em fraudes fiscais na ordem de 60 bilhões de reais. Prática essa que ajudou a agravar o cenário brasileiro.
Durante o período nos descolamos do cenário mundial que seguiu trajetória de alta.
5) Durante o petismo o Brasil se tornou um dos 10 lugares mais perigosos do planeta
Relatório da OMS, utilizando dados do ano de 2016, colocou o Brasil como o nono país do mundo em número de homicídios, com 31,1 pessoas assassinadas por ano a cada 100 mil habitantes.
Abaixo, segue gráfico da evolução do número de homicídios no país entre 2007 e 2016:
Abaixo o gráfico da evolução da proporção de homicídios no país a cada 100 mil habitantes no mesmo período:
Conclusão
Nosso estudo deixou de fora vários dados negativos do governo do PT
que ainda poderiam ser utilizados: o aumento da corrupção; o atraso do
setor industrial; a perda de um período de prosperidade para preparar o
país para o futuro com um agenda de reformas; a estagnação na
produtividade do trabalhador; relações promíscuas com ditaduras;
isolamento comercial etc.
De todo modo, levando em conta que tivemos desempenho econômico, redução da miséria e combate à desigualdade em níveis abaixo da média mundial ou regional e bem aquém do verificado nos demais países emergentes; que
até mesmo esses resultados medianos não se mostraram sustentáveis,
sendo em grande parte revertidos pela Grande Recessão do governo Dilma
Rousseff; e que o Brasil presenciou uma explosão de violência no período: é possível concluir que os governos do PT foram dos mais medíocres da história.
SE ALGUÉM TE PERGUNTAR O QUE FOI QUE BOLSONARO FEZ DE BOM PARA O BRASIL, MOSTRE A LISTA ABAIXO:
E TEM MUITO MAIS QUE ISSO
1. Criou o PIX
2. Deu 33% de aumento aos professores.
3. Deu 92% de desconto para aos alunos que deviam o FIES.
4. Aumentou o Bolsa Atleta de 1.000,00 para 8.000,00 reais.
5. Possibilitou a transferência de veículos sem cartório.
6. Criou a tecnologia 5G brasileira.
7. Obteve recordes na exportação brasileira.
8. Obteve superavit na balança comercial do Brasil
9. Criou o programa ÁGUA Doce
10. Possibilitou a prova de vida dos idosos pelo celular.
12. Zerou impostos federais para gasolina e gás
13. Reduziu imposto e teve recordes na apuração.
14. Fez voltar os jogos estudantis
15. Mais de 380 mil casas entregues. Projeto Casa Verde e Amarela
16. Primeira feira do Grafeno do Brasil
17. Parceria com a NASAS Missão ARTEMIS
18. Transposição do Rio São Francisco, parada há décadas – Água para o Nordeste
19. Aumentou de 180,00 no Bolsa Família para 600,00 com o programa Auxílio Brasil
20. Construção de 2 adutoras no agreste e Síridó
21. Lucro recorde para na CAIXA Econômica
22. Saúde para os povos indígenas aumetou em 30%
23. Asfaltamento para a Transamazônica, a 230.
24. Ferrovias construídas:
Ferrovia do Sol
Ferrovia Paraná
Ferrovia Mato Grosso
Ferrovia Tocantins e
Ferrovia Goiás
24. Combate so garimpo ilegal
25. Alterou a Lei ROUANET
26. Melhoras na educação desde 2005
27. Perfuração de poços de gás na Amazônia
28. Combate ao narcotráfico como nunca antes
29. Combate a corrupção nunca visto antes
30. Terminando as obras paradas de vários anos
32. Lançamento de 3 satélites para o monitoramento da Amazônia
33. Carteira de motorista agora válida por 10 anos
34. Carteira nacional digital para estudantes
35. Deu mais de 100 mil títulos de terra em Mato Grosso
36. Privatização de estatais que não funcionavam bem e desnecessárias para governo.
37. Construção do Complexo solar na Paraiba
38. Curso on line para instrução e capacitação de professores
39. Construídas várias infraestruturas como Anel Viário de Fortaleza.
BR 222. BR 022. BR 285. BR 116. Rota Bioceanica Chile- Brasil. Ponte de
integração Brasil-Paraguai.
40. Menor taxa de juros da história do Brasil
41. Ampliação e investimentos nas usinas de energia eólicas e fotovoltaicas
42. Pensão vitalícia para os filhos com Zica Vírus.
43. Vacina 100% brasileira para covid, VERSAMUNE
43. Fez voltar o patriotismo nos brasileiros.
44. Nos fez ver as coisas erradas que ficavam escondidas dos brasileiros. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”
45. Defendeu abertamente a importância da liberdade, da igreja, da família e de Deus.
46. Lutou pela moralização na política e no governo.
47. É a favor de um estado menor e com menos interferência do estado na vida do povo.
48. Defendeu a liberdade Econômica e dos empreendimentos.
49. Diminuiu a burocratização de muitas coisas no Brasil
50. É contra o neo comunismo, da ideológica partidária nas escolas, a ideologia de gênero e do aborto.
52. Defendeu e defende a família tradicional, os valores cristãos e a honestidade com o dinheiro público.
53. Recuperou a Petrobras que deu lucro de mais de 40 bilhões.
54. Fez os brasileiros a voltar a acreditar e ter esperança no Brasil.
55. Pediu para que o exército cavasse poços de água no sertão.
56. Fez diminuir as invasões de terra pelo MST
57. Fez diminuir a criminalidade no país
58. Mostrou que sem roubar sobra dinheiro para muitas coisas.
59. Com seu jeito de ser expressou o desejo, sentimento e o que o povo pensa.
60. Mostrou que ama o Brasil e está pronto a dar a vida por uma pátria livre.
O que é a Ku Klux Klan, a organização racista com que Lula comparou os apoiadores de Bolsonaro| Foto: Reprodução
“Foi
uma coisa muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku
Klux Klan. Só faltou o capuz”. Assim o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, candidato à Presidência pelo PT, classificou a participação de
apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, no
último 7 de setembro. “Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha
pobre, trabalhador. O artista principal era o velho da Havan, que
aparecia como se fosse o Louro José da campanha do Bolsonaro”, provocou
Lula, durante um ato em Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro.
Não é a primeira vez que Bolsonaro é associado à organização racista
cuja origem remonta ao final da Guerra Civil nos Estados Unidos, no
século XIX. Às vésperas da eleição de 2018, o ex-líder da Ku Klux Klan,
David Duke, declarou que o então candidato à presidente “soava como os
membros da organização”. Duke é um dos mais proeminentes membros do
grupo que surgiram depois da década de 1970, após os movimentos pelos
direitos civis. Bolsonaro, contudo, publicou em sua conta no Twitter que
“rejeita qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas”. Poucos
dias após a declaração, seria eleito com mais de 55% dos votos válidos.
Conhecida pela túnica branca com um capuz pontudo que cobre todo o
rosto, a organização com a qual Lula comparou os apoiadores de Bolsonaro
não se parece em nada com o que se viu nos atos que marcaram o
Bicentenário da Independência pelo Brasil. Conforme o texto de Juliana
Tiraboschi, publicado originalmente em setembro de 2018, o grupo começou
a se reunir no sul dos Estados Unidos para perseguir e violentar os
negros libertados com a abolição oficial da escravatura, em 1863, e
ficou conhecida por agredir, matar e estuprar pessoas negras e brancas
que tentavam ajudar os ex-escravos.
Na década de 1920, quando viveu seu auge, a Ku Klux Klan (KKK) chegou
a arregimentar cerca de 6 milhões de membros. “Isso aconteceu porque,
nessa época, a organização expandiu seus inimigos para outros grupos,
como judeus e católicos”, diz a historiadora Linda Gordon, professora da
Universidade de Nova York. Estima-se que o grupo tenha assassinado
brutalmente cerca de quatro mil pessoas no sul dos EUA, entre 1870 e
1920.
A atuação do grupo era notória pela crueldade. Muitas vítimas eram
enforcadas ou espancadas até ficarem desconfiguradas e alguns homens
eram castrados. Em 1963, membros da KKK explodiram com dinamite uma
igreja Batista em Birmingham, Alabama, matando quatro meninas negras de
11 a 14 anos e ferindo pelo menos mais 14 pessoas. Uma das meninas foi
decapitada com o impacto da explosão e os corpos ficaram mutilados a
ponto de dificultar seu reconhecimento.
De acordo com Linda Gordon, a KKK teve quatro momentos importantes na
história: sua criação, logo após a abolição da escravatura, depois uma
ascensão e queda durante os anos 1920, um novo fortalecimento entre os
anos 1950 e 1960, durante os movimentos pelos direitos civis, e o
período contemporâneo, quando coexiste com outros grupos de supremacia
branca. Hoje, de acordo com a organização americana Southern Poverty Law
Center (SPLC), especializada em direitos civis, o grupo agrega de 5 a 8
mil membros, divididos entre dezenas de subgrupos que usam a mesma
denominação. As manifestações de 7 de setembro transcorreram de maneira
pacífica, com grande participação de famílias.
Palácio do Planalto: “bomba fiscal” de até R$ 430 bilhões cairá
no colo de quem governar o país a partir de 2023.| Foto: Jefferson
Rudy/Agência Senado
Em contraste com o cenário econômico positivo
que deve encerrar este ano, que for eleito para a Presidência da
República em outubro vai se deparar inevitavelmente com um quadro de
desajuste fiscal em 2023.
Resultado da necessidade de renovação de despesas temporárias,
reajuste de servidores, perdas de arrecadação, contas adiadas, além de
outros riscos, a chamada “bomba fiscal” pode render ao novo governo um
rombo de até R$ 430 bilhões no Orçamento, segundo cálculos de
pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (Ibre/FGV).
A projeção é dos economistas Braulio Borges e Manoel Pires, que
dividiram a fatura em quatro categorias. “O mais correto, na verdade, é
falar em bombas fiscais, no plural”, diz Borges. A conta começa com
despesas que não estão previstas no Projeto de Lei Orçamentária Anual
(PLOA), enviado ao Congresso nesta quarta-feira (31), e que podem chegar
a R$ 120 bilhões.
Só a manutenção do piso do Auxílio Brasil em R$ 600, promessa dos
principais candidatos à presidência, deve gerar uma despesa adicional de
R$ 60 bilhões no ano. No PLOA, o valor médio do benefício previsto para
2023 é de R$ 405, mas o governo de Jair Bolsonaro (PL) afirma no texto
que buscará meios de comportar no Orçamento o valor atual do benefício,
que, conforme emenda constitucional promulgada em julho, vigora apenas
até dezembro.
Concorrentes de Bolsonaro na disputa presidencial, Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) também prometem tornar permanente o
valor de R$ 600 para o auxílio, enquanto Ciro Gomes (PDT) pretende
elevá-lo para R$ 1 mil e ampliar o programa ao fundi-lo com outros
benefícios sociais em um programa de renda mínima.
Recentemente Lula falou em pagar um adicional de R$ 150 por criança
de até 6 anos, e Bolsonaro prometeu um adicional de R$ 200 para o
beneficiário que conseguir emprego com carteira assinada. Esse benefício
já está previsto na estrutura do programa desde sua criação, mas não
tem sido pago.
Em outra frente, cresce a pressão por um reajuste do funcionalismo
público em meio à inflação dos últimos dois anos. A peça orçamentária
reserva um montante de R$ 14,2 bilhões para a atualização dos salários,
sendo R$ 11,6 bilhões para os servidores do Executivo, o que permitirá
um aumento de menos de 5%, bem abaixo dos 20% que pedem os funcionários
públicos.
Outra bomba vem de medidas que, embora não aumentem despesas, vão
afetar negativamente a receita do ano que vem. Entram nessa categoria
desonerações aprovadas este ano, além da atualização da tabela do
Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que, embora prometida por
Bolsonaro, não entrou no PLOA 2023. Em conjunto, os itens podem superar
os R$ 25 bilhões em bases permanentes.
“Se considerarmos a normalização da arrecadação do setor de petróleo,
estimada em R$ 62 bilhões, o total [em perda de arrecadação] chega a R$
86 bilhões”, explicam Borges e Pires.
Além disso, há ainda eventos com impactos financeiros negativos como a
elevação da taxa de juros e a suspensão do pagamento das dívidas dos
estados, que podem produzir um custo da ordem de mais R$ 77 bilhões.
Segundo os economistas, apesar de não afetarem o resultado primário, são
fatores que agravam o déficit nominal porque elevam o pagamento de
juros líquidos.
Finalmente, há riscos fiscais que podem ou não se materializar, como a
possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o
pagamento de precatórios atrasados e de compensações a estados e
municípios em razão da fixação do teto do ICMS sobre combustíveis,
energia elétrica, transportes e telecomunicações. Somados, esses itens
têm o potencial de acrescentar outros R$ 144 bilhões à conta.
Não entraram na conta outras medidas de menor impacto, como o
adiamento para 2023 de repasses a estados e municípios das leis de
auxílio à cultura Paulo Gustavo e Aldir Blanc, e a antecipação de
dividendos que seriam pagos por estatais à União em 2023 e que o governo
pediu que fossem distribuídos já em 2022.
Mercado financeiro já cobra preço por desajuste fiscal no ano que vem “Há
outros itens de menor relevância, mas a gente tem esses grandes riscos
que, somados, dão um montante potencial nada desprezível do ponto de
vista de impacto fiscal, seja sobre o resultado primário, seja sobre a
dívida pública. Não quer dizer necessariamente que tudo isso vai
acontecer”, afirma Borges.
O problema, segundo ele, é que, durante o período de campanha
eleitoral, não há incentivo para que os candidatos tratem desses
problemas, uma vez que a solução, conforme estabelece a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), passa necessariamente por corte de
despesas em outras áreas ou por aumento de carga tributária.
“Isso obviamente alimenta incerteza, fazendo com que o mercado
financeiro cobre juros cada vez mais altos para o governo financiar sua
dívida”, diz o economista.
“Não é só um problema que vai surgir no ano que vem e que, por isso,
podemos esperar; há um impacto imediato dessa incerteza”, explica. “No
mercado brasileiro de títulos públicos, hoje o governo, para vender um
papel com vencimento em dez anos, tem de pagar juros reais em torno de
5,8%. O governo americano está pagando juro real de 1% para um título
semelhante.”
Cenário exigirá novo arcabouço de regras fiscais Silvio Campos
Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, explica que
não há como cobrir toda essa conta com o Orçamento previsto para 2023,
levando em conta a LRF e a regra do teto de gastos, que limita o
crescimento anual de despesas à correção pela inflação.
“Certamente não é um valor que vai caber no teto de gastos”, diz. “O
que o novo governo vai ter de fazer é negociar junto ao Congresso para
obter um ‘waiver’, uma espécie de licença, para conseguir cumprir os
custos e mostrar uma economia sustentável”, afirma.
VEJA TAMBÉM: Fim do teto de gastos parece estar próximo. O que vem no lugar? O
waiver seria uma autorização para o governo descumprir as atuais
regras, temporariamente e dentro de determinados limites. A ideia,
defendida por diversos economistas, é que a licença seja concedida por
um período de seis meses para que, durante esse período, o presidente
eleito possa discutir um redesenho do arcabouço fiscal, uma vez que o
teto de gastos seria insuficiente para garantir a sustentabilidade das
finanças públicas na atual conjuntura.
O mecanismo consta, por exemplo, de um documento com sugestões para o
próximo governo produzido pelos economistas Bernard Appy, Carlos Ari
Sundfeld, Francisco Gaetani, Marcelo Medeiros, Pérsio Arida e Sérgio
Fausto. Eles propõem um programa especial de gastos, que não seria
incluído no teto constitucional de gastos, limitado a 1% do PIB.
Do lado do governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes,
já falou sobre a necessidade de um waiver para a manutenção de gastos
sociais. Na campanha do ex-presidente Lula, o ex-ministro da Fazenda
Nelson Barbosa, que assessora o candidato, também é favorável à medida.
Ambas as equipes falam também em mudanças no regime fiscal. Uma das
ideias em estudo no governo é uma regra que atrele a restrição ao
aumento de despesas a outro indicador, como o da dívida pública. Se a
dívida estiver acima de determinado patamar, a correção continuaria a
ser feita basicamente pela inflação, como é hoje. Caso a dívida caia
abaixo da linha de corte, a atualização do teto poderia ter um aumento
real, permitindo despesas maiores.
Mais recentemente, Paulo Guedes apresentou outra alternativa para
continuar pagando R$ 600 de Auxílio Brasil por família. Disse que, se a
guerra na Ucrânia continuar, o governo pode tentar prorrogar o estado de
emergência que permitiu, neste segundo semestre, a elevação dos gastos
com benefícios.
“Há várias propostas em discussão, mas para substituir o teto de
gastos, a gente vai ter que pensar em um novo arcabouço de regras
fiscais que seja mais resiliente, que vá durar muito anos. Por isso,
seria interessante ter um tempo um pouco maior, não só para o debate
técnico, mas também em razão do tempo político, de se levar a discussão
para o Congresso, que volta do recesso apenas em fevereiro e ainda terá
de eleger as novas lideranças das Casas”, diz Braulio Borges, da FGV.
“O waiver surge nesse contexto, como uma transição orçamentária para
acomodar parte dessas questões que não estão equacionadas no ano que vem
e enquanto se discute o que colocar no lugar do teto de gastos”,
afirma.
O economista defende, no entanto, que a licença seja limitada a cerca
de seis meses e a, no máximo 1,5% do PIB, uma vez que a dívida pública
do país ainda está em um patamar considerado elevado, com previsão de
encerrar o ano em 78,5% do PIB.
Tiago Sbardelotto, analista de macroeconomia da XP Investimentos,
defende a adoção de um teto fiscal “ajustado” para incorporar as novas
despesas, com a possibilidade de uma nova regra de correção, porém sem a
necessidade de um waiver.
“A instituição de uma licença temporária para aumentar os gastos no
curto prazo não resolve o problema. Assim, a solução é incorporá-las à
nova regra de despesas e investir em reformas para reduzir
estruturalmente o custo do setor público para que novos represamentos
não ocorram adiante”, afirma.
Para Campos Neto, é possível reajustar as contas já no próximo ano,
desde que o governo adote uma postura mais austera, diferente da adotada
nos últimos meses. “O que se espera é que isso seja uma direção mais de
campanha eleitoral e que, a partir do ano que vem, o novo governo
assuma tendo ciência do tamanho do problema, equilibrando as demandas,
mas também a necessidade de ajuste, e consiga criar um ambiente que
demonstre essa viabilidade fiscal no médio e longo prazo”, diz.
A Rainha da Inglaterra, Elizabeth II, em registro de 2016| Foto: BigStock Photo
A
rainha Elizabeth II do Reino Unido faleceu no último dia oito de
setembro. Além do convite ao leitor para ver o obituário da monarca
preparado pela Gazeta do Povo, a ocasião levanta algumas reflexões. No
caso dos temas políticos, nenhum deles é de curtíssimo prazo, claro, já
que os próximos meses serão marcados pelas cerimônias oficiais. E
depois, entretanto, qual pode ser o impacto político concreto do
falecimento da mais longeva monarca da História britânica?
Para boa parte da população britânica e de diversos países domínios
da coroa, Elizabeth II era um símbolo, no sentido positivo da palavra.
Para essas pessoas, ela significava resiliência, estabilidade, um rosto
familiar no seio da política. Também significava, especialmente para os
mais velhos, as glórias britânicas, os “bons tempos” quando essas
pessoas se sentiam governando uma larga porção da Terra, ela que foi a
última monarca do império britânico como um dia já foi.
Claro que isso é um objetivo resumo, restrito a um parágrafo. O fato é
que Elizabeth II conectava a geração Z britânica de 2022 com os baby
boomers da década de 1950, uma amálgama da identidade britânica e
presença constante no imaginário desses apoiadores. Também tornou-se um
símbolo de conduta quando comparada aos escândalos políticos e de vida
pessoal envolvendo filhos, irmã, noras e netos. Em suma, Elizabeth era
uma espécie de “avó coletiva”, que reina desde a década de 1950 e cujas
funções públicas remontam à Segunda Guerra Mundial.
Charles III Por tudo isso, o símbolo que era Elizabeth II não terá
substituição à altura. Ao menos não em seu filho, o novo rei Charles
III, ou em seu neto na linha sucessória. E isso gera, e gerará,
repercussão política concreta, não apenas nos tabloides de fofoca ou nos
protocolos e códigos de etiqueta. O primeiro aspecto, mais óbvio, é o
fato de que a imagem popular de Charles III está longe de ser
favorável.
Nos últimos anos, em diversos momentos, se especulou a possibilidade
dele abdicar ao trono em nome de seu filho mais velho, William.
Lembremos que o direito britânico é consuetudinário e o precedente de
abdicação que existe hoje é o de Eduardo VIII, que abdicou em 1936.
Naquela ocasião, sua abdicação levou junto sua linhagem, para evitar que
um eventual filho com sua esposa plebeia, estrangeira e divorciada
pudesse reivindicar a coroa em algum momento.
Para que Charles III possa abdicar em nome de seu filho, se for o
caso, seria necessária uma lei diferente, aprovada pelo parlamento. Por
uma série de motivos, inclusive o luto pela mais longeva monarca
britânica, isso é inviável. Charles III é rei, resta saber se será
coroado. Eduardo VIII, inclusive, não foi coroado, já que a cerimônia
não é imediata, para respeitar o prazo de luto pelo monarca falecido.
Curiosamente, a impopularidade de Charles III pode ser parcialmente
revertida, dependendo de seu papel nas cerimônias de despedida de sua
mãe.
Reino Unido Existem outros possíveis efeitos na política interna
britânica. Não no curto prazo, claro. Nenhuma liderança política vai
correr o risco de parecer desrespeitar os devidos ritos e o luto
nacional por esse poderoso símbolo que faleceu. Um deles é o do
fortalecimento da demanda escocesa por um novo referendo de
independência, algo já prometido por Nicola Sturgeon, cujo Partido
Nacional Escocês possui maioria no parlamento local. As pesquisas de
opinião nesse tema são virtualmente empatadas.
A independência escocesa é fortalecida também pelo Brexit, que, mais
ainda, afeta as relações na ilha da Irlanda, um tema que já vimos em
diversas ocasiões aqui em nosso espaço. A perda do mais poderoso símbolo
da monarquia pode, no longo prazo, fortalecer o republicanismo
irlandês. Lembrando ao nosso leitor que, no contexto da Irlanda do
Norte, “republicanismo” significa não apenas uma separação do Reino
Unido, mas uma reunião com a República da Irlanda, em uma ilha
unificada.
Não se trata de dizer que a morte de Elizabeth diretamente fortalece
essas pautas, mas, principalmente, que a força de seu símbolo impedia o
maior progresso da independência escocesa ou do republicanismo irlandês.
O mesmo efeito está no republicanismo pelos outros domínios da coroa
britânica. Quando falamos que Elizabeth foi a última monarca do império,
se trata de lembrarmos de quantos territórios tornaram-se independentes
e, também, de quantos domínios da coroa tornaram-se repúblicas
totalmente separadas do Reino Unido.
Ainda nas primeiras décadas de seu reinado, Elizabeth perdeu as
coroas do Paquistão, da Nigéria e do Gana, nações em que ela foi Chefe
de Estado mesmo após as independências. Esse não foi apenas um processo
histórico. Fiji e Barbados tornaram-se repúblicas em anos recentes.
Barbados foi inclusive tema de coluna aqui em nosso espaço e já naquela
ocasião falávamos do fortalecimento do republicanismo nos reinos
britânicos após a rainha cumprir o curso natural da vida, o que
aconteceu agora.
Republicanismo No médio prazo, teremos o crescimento do
republicanismo na Nova Zelândia, na Austrália e no Caribe. Em maio de
2021, a premiê neozelandesa Jacinda Ardern disse acreditar que o país
será uma república em breve. Pesquisas colocam uma espécie de “empate”
sobre o tema na opinião popular, enquanto pautas como uma nova bandeira
nacional, sem os símbolos britânicos, e maior participação dos maori na
política possuem maior apoio.
Na Austrália, em diversas pesquisas de opinião, o republicanismo
vence, além de ser uma posição defendida pelo Partido Trabalhista e
pelos verdes, além de ser forte no Partido Liberal. Os mesmos debates
citados, sobre bandeira e papel político das populações nativas, também
se aplicam. No caso desses dois países o que pode manter os laços com
Londres não será a monarquia ou o rei Charles III, mas o receio de
relações mais azedas com a China. O republicanismo significaria,
provavelmente, maior aproximação com os EUA.
Seria ingênuo achar que a morte de Elizabeth, ao encerrar a
trajetória política de um símbolo tão poderoso que foi seu reinado, não
teria repercussões políticas. Será uma grande comoção nacional, talvez
mundial, mas, passada essa comoção, muita gente vai se perguntar: “e
agora?”. E muitas das respostas que surgirão não serão agradáveis aos
ouvidos de Londres, muito menos do novo rei Charles III.