segunda-feira, 5 de setembro de 2022

PENDURICALHOS DO CONGRESSO ENCARECEM A CONTA DE LUZ

Setor elétrico

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo


“Apagão” em túnel do Senado: medidas aprovadas no Congresso entre 2021 e 2022 acrescentaram R$ 2,2 bilhões a serem pagos pelo brasileiro na conta de luz.| Foto: Pedro França/Agência Senado

Dois bilhões e duzentos milhões de reais adicionais na conta de luz. Esse é o custo total, para o consumidor de energia elétrica, de medidas aprovadas pelo Congresso Nacional apenas entre 2021 e 2022.

O levantamento é da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) e diz respeito a medidas provisórias e projetos de lei que receberam o aval dos parlamentares no período, resultando em ampliação ou criação de subsídios que caíram na conta do brasileiro.

Os “penduricalhos” foram inseridos na CDE, sigla para Conta de Desenvolvimento Energético, o principal encargo do setor. Criado há 20 anos, ele é composto por quotas anuais fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e bancado principalmente por custos tarifários incluídos no preço da distribuição e transmissão de energia – que compõem a conta de luz ao lado do próprio consumo e dos impostos como PIS, Cofins e ICMS.

Em 2022, a CDE custará cerca de R$ 32 bilhões aos brasileiros, já considerados os novos extras mencionados. Nesse sentido, a implantação do teto do ICMS na conta de luz foi uma rara exceção em um longo histórico de cobranças adicionais que o Congresso foi adicionando à fatura de energia.

Um dos subsídios incorporados à conta para o ano remonta a 2020. O item soma R$ 89,4 milhões usados para garantir isenção de 90 dias no pagamento das contas de energia para famílias de baixa renda de municípios do Amapá atingidos por apagão que motivou decretação de estado de calamidade. O custo consolidado poderia ser menor, já que a MP que originou a lei isentava aqueles consumidores por 30 dias. O período, no entanto, foi estendido pelos parlamentares, inclusive com derrubada de veto presidencial que tentou reverter a mudança.

Medida mais recente, que se tornou lei em janeiro de 2022, aprovou redução tarifária para consumidores atendidos por concessionárias do serviço público de distribuição de energia elétrica que tenham mercado anual inferior a 350 GWh (também dentro da CDE) e um peso futuro: a extensão do subsídio ao carvão mineral até 2040, postergando o encerramento que era previsto para 2027.

Segundo o diretor de Energia da Abrace, Victor Iocca, subsídios cobrados na forma de encargos setoriais são, hoje, um dos principais pesos na conta de energia e a grande maioria deles foi proposto e aprovado dentro do Congresso Nacional, com ônus para a coletividade e prejuízo econômico para o país.

De acordo com Iocca, a energia precisa ser olhada de outro patamar, como fator de competitividade da indústria e de acordo com o seu peso para as famílias brasileiras. “Hoje, um terço do que uma família média gasta é com a sua fatura [de energia], mas nos outros dois terços ela também gasta com energia, [em custo] embutido em produtos e serviços do seu cotidiano”, afirma o diretor ao cobrar mudanças que permitam desonerar o insumo. Para fazê-lo, o entendimento é de que os subsídios deveriam sair da conta do setor (ou do consumidor) e migrar para a do governo.

“A pauta que a gente defende, além da revisão, da reavaliação [de subsídios], é muito mais retirar todos esses custos da conta de energia dos brasileiros. Se o Congresso entende que é importante subsidiar determinadas cadeias, determinados geradores, subsídios meritórios (como o social, que dobrou de um ano para o outro), nós entendemos que esse custo deveria ser suportado pelo Orçamento da União e ser aprovado anualmente”, completa o diretor.

A Abrace integra a recém-lançada Frente Nacional dos Consumidores de Energia. O grupo é composto por entidades e associações setoriais que classificam como injusto o ônus depositado sobre o consumidor como maneira de arcar com gastos relacionados ao segmento, em especial aqueles concentrados na CDE e que não cumpram função social como política para ao setor, mas não apenas.

“A conta de energia não está nesses padrões caros simplesmente por decisões do Congresso. O setor elétrico tem que olhar para dentro também e rever muitas das suas políticas. O Executivo toma várias das decisões que acabam impactando no final do mês, no ano seguinte, em mais custo para o consumidor”, frisa. Algumas dessas decisões, segundo Iocca, passam pela opção por fontes de energia mais caras e pela não revisão de medidas anteriores – como as adotadas durante a crise hídrica, experimentada pelo país em 2021.

Ao lado dos subsídios, a cobrança pela reavaliação de outros “puxadinhos” acrescentados à conta de luz do brasileiro passa pelo entendimento de que se trata de medidas desnecessárias e que trarão impacto financeiro de longo prazo. Um desses puxadinhos nasceu no Congresso e agora avança dentro do ministério, com a contratação de usinas térmicas prevista na lei de privatização da Eletrobras a um custo de R$ 4,7 bilhões por ano nos próximos 15 anos.

“Defendemos o cancelamento imediato do leilão […] Não precisamos dessa energia. Estamos vivendo um momento de reservatórios cheios e pouco crescimento econômico. Esse é o momento de focarmos na modernização do setor elétrico. E o período eleitoral é oportuno. Já passou da hora de revertermos os custos da energia”, disse Luiz Barata, ex-diretor geral do ONS e presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia no lançamento da iniciativa. A avaliação se baseia em estudo elaborado pela consultoria PSR e que não identificou a necessidade de demanda adicional antes de 2030.

A Frente chegou a enviar carta ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida pedindo o cancelamento do leilão, que está mantido para setembro. Questionado pela Gazeta do Povo, o Ministério de Minas e Energia afirmou que “a realização do certame se torna necessária devido às obrigações” impostas pela legislação, em alusão à lei de privatização da Eletrobras, sem responder sobre eventuais chances de revisão.

Compõem a Frente as seguintes instituições:

Abrace
Associação Brasileira das Indústrias de Vidro
Associação Nacional dos Consumidores de Energia
Instituto Clima e Sociedade (iCS)
Instituto ClimaInfo
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Pólis
Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica.


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PISO DA ENFERMAGEM APROVADO PELO CONGRESSO E CONTESTADO POR UM MINISTRO DO STF

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O ministro do STF Luís Roberto Barroso.| Foto: Divulgação/TSE.

O ministro Barroso a pedido de governadores suspendeu o piso da enfermagem, que foi decidido pelo Congresso Nacional. É uma coisa muito estranha que um Congresso Nacional, formado por representantes do povo – são 513 deputados e 81 senadores – eleitos pelo povo, tomam uma decisão. E aí um juiz do Supremo – eu nem chamaria de juiz, porque ele não é juiz de carreira -, sozinho, suspende isso. Algo que foi convertido em lei, foi sancionado pelo presidente da República, foi publicado no Diário Oficial. E suspende exatamente na época do pagamento. Eu imagino como o pessoal da enfermagem deve estar furioso, por que tinha festejado muito.

A alegação é a de que os hospitais e clínicas teriam que demitir porque não têm recurso pra isso. Alegação deles, afinal, hospital particular cobra bem, não é? E para sustentar hospital público podia tirar muita gente da burocracia. Mandar embora. Afinal, a informática que pode fazer de tudo.

Eu vi a chegada da informática em Brasília.  Na Esplanada dos Ministérios havia nove ou onze prédios e aí chegou a informática lá nos anos 80 e dizia-se que daqueles onze prédios seriam necessários apenas quatro, cairia por um terço. Não caiu, multiplicou por três e ainda construíram mais prédios e mais anexos dos prédios. Como é que pode? Eu pergunto isso porque a informática reduz a burocracia, mas inventaram mais coisas.

A lei de Parkinson, não sei se vocês já leram, é uma tese que diz que o trabalho aumenta na medida em que houver gente para fazer o trabalho. Então é o contrário. Tinha 25 pessoas fazendo um determinado trabalho, mas aí por razões políticas o governo precisou empregar mais 75. Virou 100. Então inventam mais trabalho. É mais um carimbo, mais uma via. É a burocracia crescendo. A ditadura da burocracia que funcionou tanto na União Soviética, chamada de nomenklatura.

Por razões burocráticas invadiram a casa de Sérgio Moro, por exemplo, porque o tamanho da letra com a qual foi escrito o nome do suplente estava menor do que a letra usada para escrever o nome do titular na chapa para o Senado, que é ele. Coisas incríveis da burocracia. E dá nisso: o pessoal que achou que teria um piso salarial na enfermagem, ainda não vai ter.

Dia da Amazônia
Nesta segunda-feira (5) é dia da Amazônia. Eu vi ONGs festejando: “ah, o dia dos índios, os originais da Amazônia! Os naturais”. Gente, já faz aí uns duzentos anos ou mais que a Amazônia não é só dos índios. É dos nordestinos que foram para lá colher borracha, dos brasileiros em geral que foram lá garimpar, dos que lá casaram e viraram caboclos. O amazônida hoje é uma mistura de etnias, de raças, como somos todos os brasileiros. Esse país é um grande caldeirão de raças que formou o brasileiro. Então vamos parar de preconceito contra os brasileiros, contra os caboclos, contra os nordestinos, contra os garimpeiros, contra os que estão plantando lá. Todos são amazônidas, todos são brasileiros, portanto, viva os amazônidas!

Eu estou assustadíssimo com o ensino brasileiro. Estão tratando de ideologia de gênero com crianças, metendo socialismo e marxismo na cabeça dos jovens, e estão esquecendo de dar conhecimento. Por que eu estou dizendo isso? Por que eu vi num programa, acho que foi no SBT, um programa chamado Show do Milhão. Fizeram uma pergunta que valia R$ 3 mil reais: como se chama a boca de um vulcão. Era só escolher: lava, cratera, chaminé ou núcleo. Ela não sabia. Aí pediu para uma universitária, estudante de engenharia ambiental, de Piracicaba, e ela respondeu chaminé.

Eu acho que conheci um vulcão, com tudo, lá pelos cinco anos de idade. Hoje, acho que meu neto vai saber isso aos dois. E a universitária não sabia que a resposta era cratera. Onde é que a gente vai parar com essa falta de conhecimento? Eu fico impressionado. E a responsabilidade dos professores? Gente, vocês não são agentes políticos. Sei de professores que se envergonham de ser chamados de professores. Querem ser chamados de pedagogos, educadores. Educador, não! Educador é pai e mãe.

Então é isso. De Brasília, Alexandre Garcia.

ELEIÇÕES 2022
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FUNDAMENTOS DA DEMOCRACIA

Desejos para o Brasil
Por
Gazeta do Povo


| Foto: EFE/Joédson Alves

No ano passado, as manifestações do 7 de Setembro foram tachadas por muitos formadores de opinião e meios de comunicação de “antidemocráticas”. Inicialmente, essa classificação não foi de todo imerecida: nas convocações via redes sociais que precederam o evento, houve, por exemplo, quem defendesse a invasão do Congresso e do Supremo ao chamar o povo às ruas. Mas, ao final, um clima pacífico e de respeito à democracia prevaleceu nos protestos. Ainda assim, o título de “atos antidemocráticos” acabou vingando posteriormente em grande parte dos meios de comunicação e no discurso de autoridades públicas, como se o desprezo à democracia realmente tivesse sido a tônica das manifestações.

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No dia 8 de setembro de 2021, na esteira dos atos do dia 7, caminhoneiros começaram a bloquear estradas no Brasil para apoiar reivindicações semelhantes às dos manifestantes do dia anterior, além de causas próprias, como a redução nos impostos sobre combustíveis e a melhoria das condições das estradas. Para defender suas bandeiras, os caminhoneiros não consideraram o impacto negativo na vida de milhões de brasileiros, ao violarem o direito de ir e vir e ameaçar o país de desabastecimento de insumos básicos em plena crise da pandemia.

Os acontecimentos de setembro do ano passado revelaram diferentes matizes de um grave problema nacional: a ausência de cultura democrática. É cada vez menos clara para alguns brasileiros, em primeiro lugar, a gravidade de ameaças à democracia, que podem fragilizar a única forma de governo que respeita plenamente a dignidade humana; depois, que a violação de direitos alheios jamais é instrumento legítimo para qualquer reivindicação, por mais nobre ou justa que ela possa parecer; e, finalmente, que distribuir levianamente a adversários políticos a pecha de “antidemocráticos” é um desserviço à democracia.

O primeiro desses fatos, sobre a gravidade das ameaças à democracia, sempre foi relativizado por setores mais radicais da esquerda, tradicionalmente coniventes com a ideia de colocar causas ideológicas acima da valorização da dignidade de cada pessoa; mas, infelizmente, também parece estar ficando menos evidente para o segmento da sociedade que costuma ser classificado como conservador. Embora sejam poucos os que cheguem a defender um golpe de Estado, percebe-se entre os conservadores uma atmosfera de ceticismo em relação à capacidade do regime democrático de contribuir para uma sociedade melhor, que favoreça o pleno desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Tal engano só pode ser consequência de um entendimento pobre da democracia.

Não houve, na história da humanidade, nenhuma forma de governo mais capaz de salvaguardar valores tão caros a esse grupo, como a defesa da vida, a importância da família e as liberdades individuais. A democracia tem como fundamento o valor inestimável de cada vida humana; ao mesmo tempo, reconhece certos direitos inalienáveis sobre os quais o projeto da maioria nunca pode avançar. É verdade que a atual situação das democracias no mundo pode testemunhar o contrário, em muitos casos. Mas isso se deve justamente à crise da autêntica cultura democrática, e não a um problema presente na essência da democracia.

Uma transformação desejável para o Brasil nos próximos anos é o fortalecimento da cultura democrática. A existência de elementos como eleições periódicas e independência entre poderes, por si só, é insuficiente para se dizer que o país tenha uma democracia sólida e madura. São os cidadãos que formam as instituições democráticas, e é preciso que eles estejam convencidos dos valores que constroem uma sociedade justa.

Ao longo dos últimos anos, segmentos influentes na sociedade mudaram radicalmente sua visão sobre questões que, há não muito tempo, desfrutavam de grande consenso. Foi comum ver relativizada, por exemplo, a importância da liberdade de expressão e do combate à corrupção. Também se insinuou com frequência, como já apontamos, a tentação de soluções revolucionárias e antidemocráticas para corrigir defeitos das instituições. Em todos esses casos, há um mesmo problema de fundo: o temor quase neurótico de que grupos políticos adversários ganhem prevalência na sociedade.

Para o bem da democracia, nos próximos anos, precisamos reassentar no Brasil algumas convicções básicas sobre o que nos pode unir mesmo nas diferenças. É preciso recordar, sobretudo, a importância de colocar o bem comum acima de conveniências individuais. Relativizar a importância da honestidade, das liberdades individuais e da própria ordem constitucional em nome de bandeiras políticas é abrir as portas para que o poder seja assaltado por tiranos.

Mas um assentimento abstrato a certos valores democráticos não é suficiente. O fundamento da democracia é a confiança no valor intrínseco de cada pessoa. Por isso, não há cultura democrática sem valorização de todas as vidas, especialmente das mais frágeis e socialmente marginalizadas. Também é antidemocrática a atitude de colocar convicções políticas acima do respeito pela pessoa. O crescimento da cultura democrática no Brasil depende não só de uma mudança de mentalidade daqueles que detêm cargos políticos ou participam mais ativamente da vida pública, mas também de uma transformação nas relações interpessoais, que precisam estar pautadas por lealdade e confiança mesmo em meio a grandes divergências de ideias.

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IMPACTO DO METAVERSO NOS NEGÓCIOS

 

Opinião
Por
Rafael Mendes* – Gazeta do Povo


| Foto: GuerrillaBuzz/Unsplash

No texto de hoje, falaremos do impacto do metaverso nos negócios B2B. Sobre este assunto, há dados importantes, que devem ser considerados. Segundo estimativa do Gartner, até 2026, 25% da população mundial, ou seja, 2 bilhões de pessoas, estarão no metaverso. Além disso, 30% de todas as instituições do mundo disponibilizarão algum tipo de produto ou serviço.

Devido à relevância deste tema, é válido explicar o que é metaverso, por ainda ser um termo novo. Há, algumas definições, mas nenhuma contempla ainda a complexidade que ele nos apresenta. Para simplificar a compreensão, vamos definir metaverso como a criação de uma esfera virtual que se conecta positivamente com o mundo offline. Nessas criações no mundo virtual, são promovidas interações com o meio ambiente, com produtos, mas também com usuários do mundo todo. Nesse sentido, da mesma forma com a internet veio mudar a maneira como os seres humanos interagiam entre si, o metaverso volta-se para a experiência e o engajamento, influenciando diversas atividades cotidianas, desde uma compra, passando pela relação entre pessoas, até chegar ao âmbito profissional. Então, apesar da diversidade de aplicações do metaverso, esta é uma definição mais ampla do que ele é.

Atualmente, a aplicação do metaverso tem sido muito presente na indústria do entretenimento, como por exemplo, empresas especializadas na criação de cenários e promovendo experiências únicas ao assistir a um jogo da NBA ou da Champions League, ou ainda eventos religiosos e shows, como o Rock In Rio.

Na realidade de empresas B2B, antigamente eram comuns reuniões presenciais ou videoconferências, inclusive com produtos complexos e com ticket médio alto. Uma pergunta importante em relação a essa realidade é: como o metaverso pode impactar esse mercado B2B?

Cada vez mais as empresas se preocupam com a experiência do cliente, e isso inclui também as empresas B2B. Ao pensarmos, por exemplo, em empresas que vendem cursos e treinamentos para equipes, a ideia é mostrar o produto de maneira viável, ou seja, apresentando ao cliente a experiência que os funcionários dele terão. Essa apresentação e experiência é que o metaverso pode facilitar e otimizar tanto em questões financeiras como de tempo. Ao invés de somente apresentar dados e resultados alcançados, o foco é trazer o cliente para dentro da experiência que sua empresa está vendendo, para que ele vivencie antes de comprar e, consequentemente, se engaje com a atenção plena voltada ao assunto. Ou seja, quanto mais imersão, maiores são as chances de o cliente escolher o seu produto após vivenciar essa experiência promovida pela sua empresa.

Bem, e para começar a colocar em prática, é essencial pensar na acessibilidade para as empresas. Então, é inviável investir em uma experiência que demande mais do que sua empresa pode investir a princípio. O ideal, portanto, é utilizar elementos acessíveis da Web 2.0 para se conectar à Web 3.0, de maneira que seus clientes possam acessar a experiência que você apresenta sem precisarem adquirir, por exemplo, aplicativos caros ou novas máquinas. Hoje, portanto, o metaverso ainda é um serviço prestado por empresas que trabalham com realidade virtual, aumentada ou mista, e que trará pioneirismo para os negócios B2B. Obviamente, com o passar do tempo, ele será um produto que sua empresa poderá comprar, mas esta ainda não é a realidade atualmente.

Por fim, fica claro como o metaverso é algo que precisa ser olhado com muita atenção e, mais do que isso, é preciso pensar em como os vendedores precisam se adaptar para realizarem vendas valendo-se dos benefícios proporcionados por ele. Para isso, quem vende precisa estar atento às tendências tecnológicas que fazem mais sentido para o seu negócio, especialmente por este ser um campo ainda muito novo, sempre pensando na experiência e no engajamento do seu usuário. Dessa maneira, sua empresa será capaz de utilizar as melhores experiências, ou seja, as que se adaptarem a ela e aos seus clientes, mantendo-se atualizada com essa nova tendência do mercado e alcançando melhores resultados.

*Rafael Mendes é CEO da RP Trader.

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O AUTODIDATA ESTÁ FOCADO EM APRENDER O NECESSÁRIO PARA INGRESSAR NO MERCADO DE TRABALHO

 

Ítalo Oliveira

 ·

Como já mencionaram, ciência da computação não é o mesmo que desenvolvimento de software. Sites como freeCodeCamp são ótimos para aprender gratuitamente a programar com o objetivo de ingressar no mercado de trabalho o mais rápido possível. Há outros sites similares, mas indico esse porque é gratuito.

Aprender ciência da computação (curso intensivo no link) envolve estudar o funcionamento mais básico dos computadores: como abstração seguida de abstração saímos de correntes elétricas nos transistores para jogos 3D renderizados a cada microssegundo; envolve estudar o que é, afinal, uma computação, seja lá qual meio em que ela se dê: é possível criar computadores com lâmpadas à vácuo, material biológico ou no Minecraft. Há coisas que são acidentalmente Turing-complete, ou seja, embora não tenha sido criadas com esse objetivo, são teoricamente capazes de realizar qualquer computação feita por um computador moderno. Isso é Teoria da Computabilidade ou Teoria das Funções Recursivas, que é uma área da Ciência da Computação Teórica. Mas esses acidentes equivalem a dizer que essas coisas são todas iguais? Não. Certos algoritmos são mais eficazes do que outros, certos problemas são mais difíceis do que outros. A Teoria da Complexidade estuda exatamente isso, outro ramo da Ciência da Computação Teórica. Já em Algoritmos e Estruturas de Dados você estuda como e quando criar algoritmos e estrutura de dados eficazes para certos problemas. Dificilmente o autodidata está a par dessas coisas, porque, geralmente, essa pessoa está focada em aprender o necessário para poder ingressar no mercado de trabalho depressa, e esses assuntos, além de complicados, não se mostram imediatamente úteis.

No entanto, arrisco-me a dizer que tampouco a maioria dos brasileiros formados em ciência da computação compreende ou lembra bem desses assuntos, a depender da sua profissão. Algumas dessas coisas são como aquela disciplina difícil da faculdade em que você passou por um triz e da qual nunca mais quer ouvir falar. O simples fato de se ter cursado obrigatoriamente uma disciplina na faculdade há sei lá quantos anos não faz da pessoa uma entendida no assunto. Apenas alguém que foi aprovada.

Dito isso, hoje em dia é perfeitamente possível estudar ciência da computação por conta própria. E a dificuldade está muito em manter a dedicação por tempo suficiente e aonde se quer chegar.

Teach Yourself Computer Science

Path to a free self-taught education in Computer Science!

MIT Challenge

Bachelor’s Program (currículo da universidade de Zurich)

Recursos de alta qualidade estão disponíveis, alguns gratuitos, alguns pagos, mas o bastante para se poder aprender ciência da computação tão bem quanto se aprenderia nas melhores universidades. De novo, ser possível não quer dizer que seja fácil ou sequer plausível, a depender das condições de cada um. Deve ter ficado claro também que o inglês é fundamental para isso.

Dito isso, se puder fazer faculdade, recomendo que faça. Há muitos motivos para isso, mas vou mencionar apenas um: fazer faculdade não é apenas estudar um conteúdo; o ambiente universitário em geral abre muitas portas, principalmente para pessoas de baixa renda. Criar boas relações pessoais com seus colegas é como investir em ações da Amazon quando ela ainda estava na “garagem”, e isso não se consegue sozinho.

PITCH DA VALEON

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

APRESENTAÇÃO

CEO DA STARTUP VALEON: MOYSÉS PERUHYPE CARLECH 

EMPRESA: WML COMERCIAL DE INFORMÁTICA E ELETRÔNICOS LTDA.

RAMO DE ATIVIDADE: Empresa desenvolvedora de Soluções de Tecnologia da Informação com foco em divulgação empresarial. O nosso principal produto é a Plataforma Comercial e site Marketplace Valeon.

DIFERENCIAIS DA VALEON:

  • Visual atrativo para os potenciais clientes;
  • Bom Mídia Kit com informações “Sobre Nós”, “Quem Somos”, “Fale com a Gente”, “Mapas” e “Endereços Completos”;
  • Visual do site muito bonito e alinhado com a marca;
  • Boa comunicação do site com todas as redes sociais;
  • Navegação do site muito fácil e explicativa e compatível com tablets e smartphones Android com boa visão mobile.
  • Proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda Online de forma atrativa e lúdica com inclusão de informações úteis.
  • Resultados de acessos são mensurados através de métricas diária/mensal.
  • Temos usado cada vez mais a tecnologia a nosso favor para manter a proximidade das empresas. Também temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências e inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos dos internautas. Por isso, pensamos sempre em como fazermos a diferença buscando estar sempre um passo à frente para atender às demandas do nosso público.

1 – IDEIA

Iniciamos a nossa Startup Valeon durante um curso de Aceleração no SEBRAE-       MG e a partir daí estamos trabalhando com uma ideia de projeto diferente, repetitivo e escalável e no início em condições extremas de incerteza.

O nosso produto que é uma Plataforma Comercial Marketplace site Valeon, foi pensada para atender os interesses dos clientes e para satisfazer uma necessidade específica deles para gerar negócios com as seguintes vantagens:

•             Gera maior visibilidade da sua marca;

•          É um investimento de baixo custo com alta capacidade de retorno;

•          Maior chance de conquistar novos clientes;

•          Aumenta a eficiência da sua equipe de marketing;

•          Serve como portfólio para todos os seus produtos e serviços;

•          Quando combinado com SEO atrai mais clientes;

•          É uma forma de nossos clientes nos encontrarem online.

•          Venda de produtos e serviços 24h por dia

2 – POTENCIAL INOVADOR

A criação da Startup Valeon é uma ideia estrela, realmente inovadora, que tem potencial de mudar o jogo a favor das empresas.

Temos um Layout muito bonito, um Design Thinking moderno  e um Product Fit bem aceito e adequado ao mercado e consumidores, portanto, são meios eficazes para convencer os consumidores a comprarem os produtos expostos e anunciados no site com uma carga de inovação muito grande e o nosso propósito é focado em objetivos muito claros alinhados com as nossas estratégias de conquistar o mercado.

A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros Marketplace por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

3 – ESTÁGIO DA VALIDAÇÃO DA IDEIA

Fig. 1

 Estamos trabalhando a nossa Startup Valeon há dois anos e nesse período passamos pelos três Estágios de Validação:

1º Estágio: o Estágio das Ideias de negócios que se tornou uma grande oportunidade de negócios para nós;

2º Estágio: Teste de Solução, onde estudamos o mercado, as pessoas, os consumidores com o intuito de descobrir os padrões de mercado a ser explorado e também o tamanho dele.

3º Estágio: O Produto gerado é o nosso site um Marketplace da Startup Valeon que passou por vários processos durante esses dois anos de sua existência, com muitos ajustes e modificações, reorganização interna por várias vezes do layout e esses momentos de dificuldades nos levou a fases de grande aprendizado, como este que vivemos agora, que tem todos os ingredientes para nos levar para um futuro promissor.

4 – POTENCIAL DE MERCADO

Para entender o Potencial do mercado da Região do Vale do Aço, fizemos uma profunda pesquisa sobre o comportamento do consumidor e nos detivemos especialmente nas divulgações dos melhores sites do Brasil e do Mundo para posicionar a nossa marca Valeon aqui na região e no Brasil à procura de fazer sempre o melhor.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

Consultando o nosso Mídia Kit verificamos que a região do Vale do Aço possui 27 Municípios e os 4 Municípios mais importantes têm 806 km² e uma população de +500 mil habitantes. – (Fig. 2 e 3)

O Potencial do Mercado Consumidor do Vale do aço é estimado em R$ 13 Bilhões.

O Potencial de Mercado no seu eixo logístico é aproximadamente 50% do Potencial de Negócios do País (R$ 13,093 bilhões) – (Fig. 4 e 5) 

Fig. 2

Fig. 3

Fig. 4

Fig. 5

5 – ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

Crescimento (Growth)

Fig. 6

A Startup Valeon está no estágio de crescimento, os consumidores já estão adotando o nosso produto que é o site da Plataforma Comercial Marketplace e comprando cada vez mais das empresas nossos clientes.  O Product Fit do  nosso site é comprovado e está se tornando mais popular – e as vendas estão aumentando. 

Estratégias para o crescimento da nossa empresa:


6 – KNOW-HOW DOS EMPRENDEDORES

Temos a plena consciência que o nosso Know-How está relacionado com inovação, habilidade e eficiência na execução de modificações e atualizações do site e no atendimento aos clientes.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

Ipatinga, 24 de novembro de 2021

Moysés Peruhype Carlech – CEO DA STARTUP VALEON

https://youtu.be/TiGdbAfK-mk (YOUTUBE – Pitch da Valeon)

TiGdbAfK-mk (YOUTUBE – Pitch da Valeon)

domingo, 4 de setembro de 2022

BOLSONARO CRITICA A CANETADA DO MINISTRO DO STF CONTRA OS EMPRESÁRIOS

DIEGO NUÑEZ E ITALO NOGUEIRA – Folha de São Paulo

NOVO HAMBURGO, RS, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como “vagabundo” durante um discurso em Novo Hamburgo (RS), em razão da ação contra empresários que faziam parte de grupo de WhatsApp em que se defendeu golpe de Estado.

Sem mencionar o nome do ministro, ele classificou dessa forma quem “dá a canetada” após ouvir relato sobre uma conversa escutada “atrás da árvore”, referência ao vazamento dos diálogos do grupo de empresários.

“Vimos há pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa qual seja”, disse ele.

“Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo.”

Bolsonaro também falou que problemas internos do país são maiores que os externos e falou na existência de “maus brasileiros”.

“Temos problemas externos. Mas nossos maiores problemas são internos. São maus brasileiros que não têm qualquer respeito com a população, com a família, com as mulheres, com a propriedade privada, com as religiões. Quer o poder pelo poder.”

A declaração ocorre dias antes dos atos previstos para ocorrer no próximo dia 7 de Setembro, Bicentenário da Independência do país, que o presidente pretende transformar em demonstração de apoio político à sua candidatura à reeleição. Na mesma data no ano passado, Bolsonaro chamou Moraes de canalha.

O comportamento do presidente no ato é imprevisível. A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando esfriar os ânimos do presidente em relação ao ato de Copacabana, onde há previsão de maior carga política.

Bolsonaro sempre demonstrou interesse que o ato fosse de grandes proporções, a fim de demonstrar apoio popular. Contudo, chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou Alexandre de Moraes de canalha.

A autorização pelo ministro de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos. O comportamento do presidente para o ato ainda é imprevisível.

 

MINISTRO DO STF VIROU O GRANDE IRMÃO DA OBRA DE FICÇÃO DE GEORGE ORWELL EM "1984"

Por
Paulo Uebel – Gazeta do Povo

Ministro Alexandre de Moraes na última sessão plenária deste ano judiciário de 2021. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF


O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou que a Polícia Federal fizesse busca e apreensão em endereços de oito empresários que trocavam mensagens num grupo de WhatsApp| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

“Tudo isso considerado, seria possível deduzir, caso já não a conhecêssemos, qual é a estrutura geral da sociedade oceânica. No topo da pirâmide está o Grande Irmão. O Grande Irmão é infalível e todo-poderoso.”

George Orwell em “1984”
Com o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) investindo recursos para investigar conversas de empresários no WhatsApp, até parece que o Brasil virou um paraíso sem crimes, assassinatos e escândalos de corrupção. Não que a função do STF seja combater a criminalidade, mas estranha o uso da Polícia Federal em um caso que podemos chamar, no mínimo, de duvidoso. Certamente, devem ter elementos muito contundentes que justifiquem uma atitude dessa magnitude. A ameaça deve ser real e grave: milhões de reais investidos, milhares de armas adquiridas, depósitos com pilhas e pilhas de munições, centenas de veículos e caminhões mobilizados, grupos de pessoas sendo treinados nas diferentes regiões do país. Tudo que configure uma ameaça real de golpe.

Oficialmente, a função do STF é ser o guardião da Constituição, combatendo ameaças contra ela. Além disso, julga entes federados e alguns representantes políticos e administrativos que possuem foro privilegiado. Ultimamente, porém, parece que um membro do Supremo tem atuado para proteger a si mesmo, não à Carta Magna. Ou, pior, para agradar a si mesmo e demonstrar seu poder, já que o caso a seguir, provavelmente, nem sequer representa ameaça real e grave à Suprema Corte brasileira, muito menos à democracia brasileira.

Os brasileiros de bom senso foram surpreendidos quando, na terça-feira passada (23), o ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou que a Polícia Federal fizesse busca e apreensão em endereços de oito empresários que trocavam mensagens num grupo de WhatsApp, que incluíam críticas ao sistema de apuração de votos brasileiro e ao próprio STF. Além da busca e apreensão, o STF também ordenou o bloqueio de contas e suspensão de perfis nas redes sociais, quebra do sigilo bancário e telemático (de mensagens). Pela gravidade das medidas, as provas devem ser muito robustas, contundentes e sérias. No Brasil, todas as medidas, sejam elas coercitivas, indutivas, mandamentais ou sub-rogatórias (aquelas que dependem de terceiros) devem ser sempre proporcionais, razoáveis e não excessivas.

O mais grave entre as mensagens vazadas teria sido a preferência de um dos empresários por um golpe em vez da volta do PT (Partido dos Trabalhadores) “um milhão de vezes.” Ele também disse que “com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”. Um outro disse que o golpe tinha que “ter acontecido nos primeiros dias de governo”. Um terceiro comentou que “o STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil”.

Por mais que essas declarações sejam infelizes e que a preferência por um golpe em comparação com a eleição de Lula da Silva não tenha qualquer amparo constitucional, a lei só pode punir ações, não a consciência, as bravatas ou as preferências pessoais, por pior que sejam, dos cidadãos. Em primeiro lugar, no geral, crenças e ideias devem ser livres quando não representam ameaça grave e real para nenhuma pessoa ou instituição, por mais absurdas que pareçam às autoridades ou a outros membros da sociedade civil.

“Os crimes contra o Estado Democrático de Direito pressupõem uma violência ou grave ameaça, contudo, não se tem notícia que os empresários (senhores de 60, 70 e 80 anos) praticaram essas condutas contra qualquer Poder da República (Art. 359-L e 359-M, CP)”, explicou a procuradora da República e professora de Direito Thaméa Danelon, em uma rede social.

Além disso, as mensagens privadas foram obtidas de maneira ilegal, e a violação da intimidade fere não apenas o direito individual de qualquer cidadão, como também viola texto expresso da Constituição Federal. Outras irregularidades, aparentemente, envolvem o processo e deverão ser explicadas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) não foi ouvida previamente à operação, e o Ministério Público deveria ter feito um parecer antes de um juiz de 1.ª instância decidir fazer busca e apreensão. Os empresários são cidadãos comuns, não possuem foro privilegiado, portanto, não deveriam ser investigados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Outro fator que causa estranheza no caso: o ministro Alexandre de Moraes é “suposta vítima”, o que deveria torná-lo impedido de relatar o caso ou de requerer diligências. No Brasil, ainda vale a premissa de que ninguém, por mais poderoso que seja, possa fazer justiça com as próprias mãos. Se você está emocionalmente envolvido, mesmo sendo ministro da mais alta corte, você deixa de reunir a imparcialidade e a independência que caracterizam o importante exercício da tutela jurisdicional.

Por suas aparentes violações à Constituição e autoritarismo, a decisão do ministro Alexandre de Moraes tem sido comparada nas redes sociais às medidas que o “Grande Irmão”, do livro “1984”, de George Orwell, tomava. O Grande Irmão é a autoridade suprema no livro, e se manifesta por meio de “teletelas” espalhadas tanto em lugares públicos como no interior das casas das pessoas. Como se fossem televisões, mas capazes de gravar e monitorar a população, para que todos estivessem sempre vigilantes e em estado de autocensura permanente.

Considerando que no livro “1984” as coisas são bem piores, com a devida proporção, é triste perceber que, longe de ser ficção, hoje uma pessoa no Brasil não sabe se o STF ou a Polícia Federal terá ou não acesso às suas conversas privadas, mesmo que elas não representem violência concreta ou grave ameaça. Em vez de resguardar a Constituição, será que um ministro do Supremo pode se tornar o principal fomentador da insegurança jurídica no país? Será que um ministro do Supremo pode agir contra alguns dos pilares da democracia brasileira, como é a livre expressão, o livre pensar e a livre associação, sem que representem violência concreta ou ameaça real?

Transmitindo ao público o editorial do Jornal da Band, o apresentador Eduardo Oinegue disse que só há duas hipóteses sobre o caso. “Primeira: os empresários são vigaristas, conspiradores, financiadores de um golpe de Estado. E, por esse motivo, e cheio de informações nas mãos, o ministro Alexandre de Moraes mandou a polícia para casa deles. […] Se for isso, Alexandre de Moraes tem que vir a público o quanto antes para explicar qual é a base, quais são os fatos que sustentam essa decisão dele. Essa é uma alternativa. Porque se não for essa, a alternativa é muito pior: Alexandre de Moraes enlouqueceu. Passou a achar que tem um poder quase divino sobre a vida das pessoas, e é por esse motivo que a gente não pode tratar o caso como outro qualquer. Há um lado lunático nessa história que a gente tem o direito de saber qual é”, disse ele.

Seja qual for a razão, o Brasil precisa saber a verdade. Depois dessas medidas, todos os brasileiros passaram a ter menos liberdade e, por consequência, menos dignidade. Milhões de cidadãos já estão em autocensura permanente. Milhões de pessoas perderam a capacidade de acreditar em valores como privacidade, previsibilidade, legalidade, proporcionalidade, razoabilidade, não excessividade e devido processo legal.

Faltando menos de 35 dias para as eleições, certamente, o ministro Alexandre de Moraes não quis interferir na campanha eleitoral, mas sua decisão foi tão chocante e esdrúxula que pode acabar interferindo. É difícil dizer para qual lado será mais forte, mas teve impacto em praticamente todos os eleitores. A partir de agora, a percepção das pessoas é de que o Grande Irmão está vigiando tudo e a todos durante todo o tempo. Mesmo que sejam meros arroubos ou declarações infelizes, que não representam, direta ou indiretamente, violência concreta ou ameaça grave, você poderá ter sua vida devassada. Você não pode fugir. Não existe mais foro íntimo, todo foro passou a ser público. A qualquer momento, a polícia pode bater na sua porta. George Orwell era criativo, mas parece que o Brasil ainda consegue superar uma das mais famosas distopias da história. O que era uma simples ficção, tristemente, pode virar realidade.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE MIKHAIL GORBACHEV MORTO RECENTEMENTE

 

Artigo
Por
Jorge Fontoura – Gazeta do Povo


O último líder soviético, Mikhail Gorbachev, que morreu aos 91 anos.| Foto: EFE/EPA/STRINGER

A morte de Mikhail Gorbachev, em meio ao alarido belicista de Vladimir Putin, com sua guerra à destempo e revelia da civilização e da história, repercutiu para além do mero obituário, evocado como louvado e reconhecido estadista.

De fato, Gorbie, o último premiê soviético, entra para a galeria de vultos a celebrar mais pelo que impediu que se fizesse, do que pelo que de fato fez, no rearranjo da Rússia da glasnost (reforma política) e da perestroika (liberalização).

Com a dissolução do império soviético, a par da derrocada do projeto dirigista das utopias autoritárias, era necessário reposicionar a Rússia. Encontrar saída aceitável para o gigante moribundo, que sobrava e soçobrava, sem tolher-lhe a dignidade histórica de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. O desmonte das oligarquias viciadas, a par do esforço para construir a nova relação com os vizinhos e com o mundo foi imenso desafio. Da mesma forma, a economia destroçada por seguidos desgovernos não alentava.

Por um lado, como gestor da ruína, Mikhail Gorbachev foi responsabilizado por ultranacionalistas por toda a derrocada da ex-União Soviética, e por outro foi reconhecido na prevenção de tragédias imensuráveis.

A busca de abertura como solução de choque, adotada como novo modelo, que não permitiu ou ao menos adiou a virulência das guerras intensas, mostrou-se providencial. Basta lembrar, como tristemente constatamos em seguida, o que aconteceu na implodida e massacrada Iugoslávia. Ao evitar banho de sangue imediato ao fim da URSS, também Gorbie foi admirável.

Se por um lado, como gestor da ruína, Mikhail Gorbachev foi responsabilizado por ultranacionalistas por toda a derrocada da ex-União Soviética – e até pelos muros que se dissolviam no ar – por outro, foi reconhecido na prevenção de tragédias imensuráveis, ao agir no controle de arsenais atômicos das sub potências que restavam do colapso socialista.

O fim de século que se viveu, no rescaldo da Guerra Fria e no apaziguamento das viúvas da Cortina de Ferro, levará nome e sobrenome. Também no que concerne à revalorização da aura russa no ocidente, como “constructo” de um possível pertencimento comum pelo compartilhar cultural, que o premiê sorridente acabou por refazer despertar.

Nesse sentido, era o líder culto, educado e confiável a resgatar o quê russo da alma clássica, tão marcante também no ocidente, seja pela seja literatura imortal de Tolstói, Dostoiévski, Tchekhov, seja pela música indelével de Tchaikovsky, Rachmaninov ou Stravinsky.

Eric Hobsbawm, o historiador da Guerra Fria por excelência, resumiu de forma singela o perfil de Mikhail Gorbachev, como um dos homens essenciais de seu e de todos os outros tempos. “Íntegro e notoriamente bonachão, suas ações foram marcantes. Como secretário-geral do Partido Comunista Soviético, a partir de 1985, suas escolhas condicionaram a estabilidade regional e a ordem internacional. Ser seu contemporâneo é um privilégio. A humanidade sempre estará em dívida com ele”, escreveu o historiador.

Jorge Fontoura é professor e advogado.
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A IMPORTÂNCIA DA MISSÃO ARTEMIS PARA A HUMANIDADE

 

Artigo
Por
Cássio Barbosa – Gazeta do Povo


Os novos trajes espaciais da Nasa para ir à Lua| Foto: Andrew CABALLERO-REYNOLDS/AFP

Após um breve adiamento por conta de problemas no hidrogênio líquido de um de seus motores, a missão Artemis 1 tem uma nova data para o seu aguardado lançamento, segundo a Nasa, a agência espacial norte-americana: sábado, dia 3 de setembro, caso as condições técnicas e climáticas permitam.

Tudo em uma missão como a Artemis precisa ser realizado com o máximo de diligência para que planejamentos de quase duas décadas e bilhões de dólares investidos não sejam desperdiçados. Contudo, o lançamento da Artemis 1, que não será tripulado, é apenas o primeiro passo de uma série de testes até 2025, no qual veremos as capacidades e potenciais riscos de um retorno ao solo lunar desde que estivemos lá pela última vez, em 1972, com a Apollo 17.

De modo mais vital, os dois principais pontos de atenção para a Nasa nesse primeiro lançamento da Artemis são o seu mega foguete e a cápsula onde eventualmente estarão os astronautas da agência. Chamado de Space Launch System ou SLS (em português, Sistema de Lançamento Espacial), ele é o foguete mais potente já criado, e será capaz de lançar a Órion, nave que terá astronautas um dia, para uma viagem ao redor da Lua, a cerca 384 mil quilômetros, e retornar. O desafio será estabelecer uma operação de lançamento e retorno que o torne reutilizável em suas próximas missões, um total de seis nos próximos três anos.

Quanto à Órion, que estará representada na Artemis 1 por meio de diversos sensores, as observações serão focadas no funcionamento da integração do Módulo de Serviço Europeu (ESM), construído pela Airbus, aos módulos de Serviço e Comando, feitos pela Lockheed Martin. Até o momento, segundo a Nasa, a Órion tem muito de seus sistemas aviônicos e eletrônicos já montados. Mas os testes ambientais e de ciclos térmicos, sua capacidade estrutural de resistir à reentrada na Terra – aquecida a milhares de graus Celsius e com perspectiva de um enorme impacto na água – serão mostradas agora em condições reais.

A primeira missão de fato tripulada da Artemis com o intento de pisar na Lua deve ocorrer apenas em 2025, mas a Nasa já aposta em uma composição de equipe de até quatro tripulantes marcada pela diversidade. Há um interesse real em tornar esse retorno humano à Lua mais alinhado aos valores da Nasa e da sociedade do século XXI, promovendo uma visão diversificada para o futuro da exploração espacial. Já é garantido, conforme anunciado, que ao menos um dos astronautas da missão será uma mulher e outro não será caucasiano.

Pisar na lua novamente, após 50 anos, será algo novo e com uma perspectiva completamente diferente em uma era na qual a exploração espacial tem aspectos comerciais, com empresas como SpaceX e Blue Origin disputando novos domínios. O que a Artemis propõe, apesar de parecer repetido, são novos capítulos da nossa jornada às estrelas, como colocar um satélite na órbita da Lua e criar uma base para habitação humana, coisas que serão essenciais para entender como avançaremos para outros planetas no futuro.

Cássio Barbosa é mestre em Astrofísica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e doutor em Astronomia pela Universidade de São Paulo. Foi coordenador do Observatório de Astronomia e Física Espacial da UNIVAP e atualmente é professor adjunto na FEI. 
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PERSEGUIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL AO EX-JUIZ SÉRGIO MORO

 

Alvo de operação
Por
Wesley Oliveira


Ex-juiz Sergio Moro disputa vaga do Senado pelo estado do Paraná| Foto: Reprodução/Facebook

Uma operação da Policia Federal apreendeu na tarde deste sábado (3) diversos materiais de campanha do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) por supostas irregularidades. Moro é candidato ao Senado pelo estado do Paraná a ação foi autorizada pela Justiça Eleitoral.

De acordo com a juíza auxiliar Melissa de Azevedo Olivas, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), os materiais de campanha do ex-juiz estavam com uma série de irregularidades. A decisão acatou um pedido da federação formada por PT, PCdoB e PV e que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva.

Na decisão, a juíza afirma que nas redes sociais do Twitter, Instagram e no site oficial, indicados na inicial, Moro “sequer menciona o nome dos suplentes, em absoluta inobservância à legislação eleitoral”. “É evidente a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes”, disse, referindo-se aos banners publicados pelo candidato nas redes.

Além disso, a magistrada alegou que a palavra “MORO” está em evidência e em tamanho “muito superior a 70% do nome dos suplentes, sendo imperiosa a remoção dos conteúdos que veiculam propaganda irregular, nas URLs indicadas no documento”.

Ainda de acordo com o TRE-PR, o material passível de apreensão é “tão somente aquele indicado na presente decisão, arquivado em Secretaria e comprovadamente em desconformidade com a legislação”. Se mantiver as propagandas em desconformidade com a Lei Eleitoral, Moro será obrigado a pagar uma multa diária de R$ 5 mil.


Moro criticou ação movida pelo partido de Lula
A apreensão dos materiais com a supostas irregularidades ocorreu na casa de Sergio Moro, pois o endereço foi o informado por ele no registro de sua candidatura como o do escritório da campanha. Entre os materiais excluídos, estão todos os vídeos do canal de Sérgio Moro do YouTube, inclusive aqueles com críticas ao ex-presidente Lula.

Pelas redes sociais, o candidato ao Senado criticou o partido do ex-presidente Lula e afirmou que não será intimidado. “Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido é nada comparável aos bilhões de reais roubados durante os governos do PT e do Lula. Não me intimidarão. Repudio a tentativa grotesca de me difamar e de intimidar minha família”, disse Moro.

Em nota, o PT criticou Moro e também o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Senado no Paraná, Paulo Martins (PL). “A legislação eleitoral deve ser cumprida. Os candidatos ao Senado no Paraná, Sérgio Moro e Paulo Martins, não estão acima das regras eleitorais, assim como qualquer outra candidatura. Reafirmamos nosso compromisso com a democracia, com eleições justas e limpas. Seguimos vigilante no combate a possíveis irregularidades”, disse o PT.


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VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

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