Nos debates e nas declarações dos candidatos à Presidência da
República, não vemos nenhum deles falar sobre quais são os seus projetos
para a melhoria da educação básica brasileira e muitos deles não sabem
que existe um ótimo projeto que promete solucionar de vez a melhoria do
nosso ensino básico. Estamos falando sobre o projeto de lei que prevê a
federalização da educação por meio da transferência de competências dos
estados e municípios à União.
O PLS 337/2016
foi apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e tem como
relator na CE o senador Pedro Chaves (PSC-MS). A proposta regulamenta a
cooperação federativa na educação. Atualmente, a execução das políticas
para a educação pré-escolar e para o ensino fundamental é de competência
dos municípios e do DF, seguindo os critérios da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB). Conforme o texto do projeto, essa competência
poderia ser federalizada por meio de leis locais, desde que a União as
aceitasse, tendo prioridade cidades e estados com serviços educacionais
em “situação crítica de desempenho”.
Além de usar avaliações nacionais de estudantes como critério de
verificação de desempenho, o projeto inaugura o Padrão Nacional Mínimo
de Educação Básica, que leva em conta equipamentos escolares, condições
de carreira dos professores e adoção de regime de aulas em horário
integral.
Ao justificar seu projeto, Cristovam argumenta que o país só poderá
atingir uma qualidade mínima na educação básica se a União puder atuar
diretamente na redução das desigualdades, como no caso das escolas
federais de educação básica, referências de modernização de equipamentos
e remuneração do corpo docente. Ele ressalvou que a proposta não fere o
pacto federativo, pois somente poderá ser colocada em prática pelas
administrações que optarem por repassar suas competências em favor da
União.
Fonte: Agência Senado
Federalização das escolas públicas custaria R$ 9 trilhões em 20 anos.
Ideia de transferir instituições de ensino para a União foi debatida no
Senado. De acordo com a proposta, professores poderiam receber salário
de R$ 15 mil
Por
Rodrigo Azevedo, especial para a Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo
Embora representem menos de 1% das matrículas da Educação Básica, as
escolas federais são, de longe, as que apresentam melhor desempenho nas
avaliações de ensino. O resultado mais recente do Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado em 2016, demonstra de forma
clara essa disparidade em relação às instituições das redes municipais,
estaduais e até mesmo privadas.
Na pesquisa, os alunos que estudam em locais vinculados à União
atingiram notas acima da média dos países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – equiparando-se a índices
de nações como a Bélgica, por exemplo. O bom desempenho é percebido,
principalmente, nas avaliações de Leitura e Ciências.
No índice que mede a proficiência em Leitura, as escolas federais
alcançaram 528 pontos – número superior à média dos membros da OCDE (493
pontos). A entidade agrega alguns dos países mais desenvolvidos do
mundo, como Estados Unidos, Alemanha e Japão – o Brasil ainda pleiteia
sua condição de membro. A rede municipal, para se ter ideia, somou
apenas 325 pontos nesse mesmo quesito.
Em Ciências, os locais de ensino vinculados ao governo federal
atingiram 517 pontos – 24 acima da média da organização internacional.
As escolas municipais, na mesma avaliação, somaram 329 pontos. Já as
instituições privadas brasileiras ficaram abaixo das instituições
federais em todas as avaliações do Pisa.
Com base nestes resultados, o senador e candidato à reeleição
Cristovam Buarque (PPS-DF) elaborou um Projeto de Lei Complementar (PLS)
que tem a pretensão de federalizar diversas escolas municipais e
estaduais. As instituições, de acordo com a proposta, passariam a ser
geridas pela União e os locais de ensino mais precarizados teriam
preferência na fila da federalização. Por sua vez, o governo federal
poderia optar por aceitar ou não a gerência sobre a instituição. A
anuência dependeria da condição fiscal do país e de sua capacidade de
honrar com investimentos e gastos de manutenção.
Na opinião do senador, o Brasil oferece condições desiguais de ensino
público à população. “É um absurdo uma criança ter uma escola boa, e
outra, uma ruim. Educação tem que dar chance a todos”, afirma. O caráter
heterogêneo das prefeituras estaria na base dessa disparidade. “Nossos
municípios são muito desiguais e nem todos conseguem prover
oportunidades equânimes.”
Custo trilionário
O projeto estipula o prazo de 20 anos para a incorporação federal de
escolas, obedecendo-se o limite fiscal de gastos – regido pela Emenda
Constitucional 95. Aliás, essa estratégia não custaria pouco.
Um cálculo feito pela assessoria de Buarque, divulgado em 2016,
estima o custo anual da proposta em R$ 463 bilhões – com base em valores
de 2011. Corrigido pela inflação do período, o valor atual fica em
torno de R$ 681 bilhões. Caso as federalizações durem o tempo previsto, o
gasto total ultrapassaria os R$ 9 trilhões. O país precisaria elevar o
PIB em 2% por ano ao longo de duas décadas para arcar com a migração.
Nas últimas duas décadas, a economia brasileira cresceu acima dos 2% em
apenas oito anos – o que ajuda a dimensionar o desafio.
A proposta também inclui a incorporação dos professores municipais e
estaduais, além da contratação de docentes por meio de concurso público.
Os profissionais se tornariam servidores federais, com salário em torno
de R$ 15 mil. Eles teriam estabilidade, mas seriam submetidos a
avaliações de desempenho a cada cinco anos.
Desempenho melhor: por quê?
Uma das justificativas para o bom desempenho das escolas federais
pode ser o tamanho reduzido da rede – o que aumenta a chance de um maior
controle de qualidade. Segundo o Censo Escolar de 2016, o Brasil tem
186 mil escolas de Educação Básica. Dessas, apenas 0,4% são federais.
Entre as escolas de Ensino Médio, cerca de 1,5% estão sob a guarda da
União. Ao todo, o país tem 64 mil creches, sendo apenas 19 delas
federais. Em termos de matrículas, a participação é irrisória: menos de
1% dos estudantes brasileiros frequentam instituições federais.
A alta demanda por escolas federais faz com que muitas tenham de
realizar avaliações de pré-seleção. Como o nível de exigência é alto,
alunos de baixo desempenho tendem a abandonar as instituições. Além
disso, a qualidade dos professores contribui para o destaque. A própria
motivação dos docentes influencia no processo. De acordo com o movimento
Todos Pela Educação, a remuneração média de um professor da rede
federal é de R$ 5.173,92, para uma carga horária de 40 horas semanais. O
valor é 65% acima do salário médio do magistério de outras redes
públicas.
Em São Paulo, a escola Paulistinha, administrada pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), é um exemplo do alcance de bons
resultados. A instituição obteve conceito acima da média em todas as
edições do Índice de Desenvolvimento da Escola Básica (Ideb). Na última
pesquisa, divulgada em 2015, a Paulistinha atingiu 6,5 pontos. A meta
definida pelo Ministério da Educação (MEC) era de 4,7. Em 2011, o Ideb
da instituição foi 6,9 – bem acima dos 3,9 estipulados pelo governo. A
escola atende a quase 700 crianças do Ensino Infantil e Fundamental.
Outro destaque do Ideb é o colégio Aplicação, de Porto Alegre (RS).
Vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a escola
alcançou 7,3 pontos na avaliação de 2015 e teve uma das melhores
performances do país.
Distribuição de recursos
A proposta, entretanto, encontra resistências. Uma das vozes
dissonantes é o educador e cientista político Daniel Cara. Para ele,
coordenador licenciado da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
(CNDE) – uma rede de organizações dedicadas a promover a qualidade do
ensino no país – e candidato ao Senado, se a União repassasse recursos
proporcionais aos gastos e ao envolvimento na educação, muitos problemas
das escolas municipais e estaduais poderiam ser solucionados.
De acordo com dados da CNDE, a cada R$ 1 investido na área
educacional, os municípios entram com R$ 0,42. Já os estados contribuem
com R$ 0,40. Historicamente, porém, os repasses federais são
desproporcionais aos investimentos no setor. Em um artigo escrito para
um periódico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cara cita que o
governo federal concentra 57% do que é arrecadado. Os estados ficam com
25%, enquanto os municípios sofrem com o repasse de somente 18%.
Assim, a saída para equilibrar a qualidade não seria transpor a
administração das escolas da rede pública à União, mas racionalizar o
rateio das verbas. “O país tem 200 mil escolas públicas. É impossível
gerir tudo isso. O caminho é fazer com que o governo assuma seu papel de
colaborar técnica e financeiramente com estados e municípios”, diz o
educador.
Projeto Integral:
https://www.senado.gov.br/senadores/Senador/CristovamBuarque/arquivos/A%20Federaliza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20B%C3%A1sica.comp.capa.pdf
Leia mais em:
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/federalizacao-das-escolas-publicas-custaria-r-9-trilhoes-em-20-anos-13ruguf010lc0cn2q6y7wanee/
Metas audazes ajudam toda a sociedade a sonhar grande, a enxergar
como possível a revolução na educação que todos esperamos| Foto:
Bigstock
Os maus resultados em avaliações de desempenho de
estudantes, a lenta evolução em comparação com outros países, os altos
índices de analfabetismo funcional e a irrelevância acadêmica e
científica tendem a despertar pessimismo em relação à educação no
Brasil. Não é incomum a percepção de que uma transformação verdadeira só
poderá ser o resultado de um processo muito demorado – de algumas
décadas, talvez.
Sem perder o realismo, é preciso repelir a impressão de que
estamos diante de um bicho de sete cabeças. De tempos em tempos, ouve-se
falar de municípios, regiões ou países que promoveram uma grande
revolução na educação em poucos anos. Não há razões para duvidar da
possibilidade de que o Brasil se torne um desses casos surpreendentes e
inspiradores.
Foi apostando em currículos mais rigorosos e maior monitoramento da
aprendizagem que as escolas públicas do município de Sobral (CE) se
tornaram as melhores do país. Portugal também confiou em currículos e
avaliações mais exigentes para se tornar rapidamente um dos países
europeus que mais evoluem nos índices da educação. Até 1960, a Coreia do
Sul era um dos países mais pobres do mundo; hoje, figura entre as 15
maiores economias do planeta, é um grande polo tecnológico e tem alto
índice de desenvolvimento humano – e isso se deve, em grande parte, a
uma revolução no ensino do país promovida especialmente a partir da
década de 1980. Em todos esses casos, os resultados da reestruturação da
educação começaram a ficar visíveis em menos de uma década.
Esses são alguns exemplos de que a elevação dos padrões de ensino e
aprendizado no Brasil não precisa ser um objetivo distante. Não faz
sentido, então, propor-se metas tímidas de melhoria: uns poucos pontos
depois da vírgula nos indicadores escolhidos. Não. É possível sonhar com
evoluções mais intensas e rápidas. Cada nova geração, cada novo grupo
de alunos que entra em idade escolar e ingressa em algum colégio Brasil
afora chega com potenciais esplêndidos, maravilhosos, que só precisam
ser devidamente inspirados e estimulados para florescerem. Se lhes
oferecermos as condições adequadas, os resultados virão muito
rapidamente.
Por isso, com um planejamento adequado, com os ajustes nas alavancas
corretas, é possível sonhar com transformações em curto espaço de tempo.
E, por isso, vale a pena estabelecer metas arrojadas, metas agressivas,
de crescimento no aproveitamento escolar. Metas audazes ajudam toda a
sociedade a sonhar grande, a enxergar como possível a revolução na
educação que todos esperamos; e, sobretudo, metas corajosas e ambiciosas
desafiam os gestores, políticos e técnicos a porem todo o seu engenho
na busca e na aplicação das melhores práticas de ensino. Atacando os
problemas mais evidentes, escolhendo bem as prioridades, recorrendo a
toda a tecnologia que esteja disponível será possível começar a ver
frutos que, inclusive, poderão servir de incentivo para um maior
engajamento de todos os cidadãos em torno dessa causa.
Auxílio de R$ 600, renda mínima, Bolsa Família: o que candidatos propõem para os pobres
Por Vandré Kramer – Gazeta do Povo
| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Um dos pontos
comuns aos quatro candidatos à Presidência com mais intenção de voto na
pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (29) é a reformulação dos
programas de transferência de renda. O atual, o Auxílio Brasil, que em
novembro de 2021 substituiu o Bolsa Família, está concedendo
temporariamente R$ 600 por mês neste segundo semestre.
O valor pode ser permanente. Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Simone
Tebet (MDB) falam em fixá-lo em R$ 600 de janeiro em diante. E Ciro
Gomes (PDT) fala em um programa de renda mínima de R$ 1 mil.
Veja, a seguir, as principais propostas sobre transferência de renda:
Ciro Gomes (PDT) Uma das propostas do plano de governo de Ciro
Gomes é implantar um programa de renda mínima “universal”, que
englobaria os pagamentos feitos pelo Auxílio Brasil, o seguro-desemprego
e a aposentadoria rural.
Um dos mecanismos para financiar o programa, citado por Ciro durante
entrevista ao “Jornal Nacional” na terça (24), seria a taxação de
grandes fortunas. O candidato estima, nas propostas encaminhadas ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o estabelecimento de uma alíquota
de 0,5% sobre patrimônios acima de R$ 20 milhões alcançaria em torno de
60 mil contribuintes e geraria uma receita de aproximadamente R$ 60
bilhões ao ano.
O candidato afirma que a implantação do programa de renda mínima,
associado aos de geração de emprego e renda, será decisiva para combater
a fome e a miséria. Ele afirmou, em declarações na campanha, que se for
eleito seu governo vai transferir mensalmente R$ 1 mil para as famílias
que tiverem renda mensal de até R$ 417.
Jair Bolsonaro (PL) Candidato à reeleição, o presidente Jair
Bolsonaro estabeleceu em sua proposta de governo um compromisso
prioritário: a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a
partir de janeiro de 2023.
Segundo o documento, o programa representa uma importante evolução,
uma vez que, além de apresentar uma ampliação de escopo, tem como pilar o
estímulo à emancipação socioeconômica dos cidadãos e de suas famílias,
de forma estruturante, incentivando-os para que atinjam uma situação de
autonomia.
“O objetivo é colocar as famílias em uma rota produtiva, estimulando a
formalização e o empreendedorismo, com vistas à empregabilidade e à
emancipação cidadã”, diz o plano.
Para tornar permanente o valor de R$ 600, que por ora é válido só até
dezembro de 2022, Bolsonaro disse que será necessário aprovar uma nova
proposta de emenda à Constituição (PEC). Apesar de não mencionar qual
seria o conteúdo da proposta, integrantes da equipe econômica destacam
que é possível colocar o valor de R$ 600 dentro do teto de gastos, caso
haja revisão de despesas. Segundo o ministro Ciro Nogueira, as medidas
serão discutidas após a eventual vitória de Bolsonaro nas eleições de
outubro.
Lula (PT) O ex-presidente Lula propõe, em seu plano de governo, um
Bolsa Família renovado e ampliado. Criado em 2004, no primeiro mandato
do petista, o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil no fim de
2021.
“[O Bolsa Família] precisa ser implantado com urgência para garantir
renda compatível com as atuais necessidades da população”, diz o plano
de governo de Lula. O valor do benefício será mantido em R$ 600, afirmou
o ex-presidente em live com o deputado federal André Janones
(Avante-MG) no dia 13.
A intenção do petista é elaborar um programa que recupere as
principais características do Bolsa Família, orientado por princípios de
cobertura crescente no rumo de um sistema universal e uma renda básica
de cidadania.
Em entrevista a correspondentes internacionais, no dia 22, Lula
prometeu repactuar algumas condicionantes para que o benefício seja
concedido. “As condicionantes serão preferencialmente para as mulheres,
as crianças vão ter de estar na escola e vão ter de tomar vacina, a
mulher gestante vai ter de fazer o exame.”
O ex-presidente afirmou que, em um eventual novo governo, o benefício
vai ficar no nome da mulher – atualmente, essa condição é preferencial.
Segundo ele, outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida, também
seriam recriados.
Simone Tebet (MDB) Simone Tebet afirma que o Brasil tem o maior
programa de transferência de renda do mundo e que ele não pode ser usado
como moeda de troca eleitoral. Ela assume, em seu plano de governo, um
programa de transferência de renda permanente, focado nas famílias mais
necessitadas, com cuidados que induzam melhoria das condições de vida,
como frequência na escola, saúde preventiva e vacinação em dia.
Paralelamente, também prevê instituir benefício de renda mínima para
eliminar a pobreza extrema, levando em conta a composição familiar e a
insuficiência de renda. Uma das estratégias que Tebet pretende adotar
para melhorar a focalização dos programas sociais é o fortalecimento do
Cadastro Único.
A candidata propõe ampliar os valores que definem as linhas de
miséria e pobreza, aumentando assim a base de pessoas que podem ser
atendidas por programas de transferência de renda. Segundo ela, não dá
para caracterizar, como situação de miséria, apenas quem tem renda de
até R$ 100 mensais. Tebet aponta que mais pessoas têm de ser
consideradas miseráveis, para recebimento desses valores e dessa
transferência de renda permanente.
Ela também propõe manter um piso de R$ 600 dentro dos mecanismos de
transferência de renda, mas fala em criar um novo programa, resgatando
condicionantes que existiam no extinto Bolsa Família.
Metodologia da pesquisa citada O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por
telefone, dois mil eleitores entre os dias 26 e 28 de agosto de 2022. A
margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com
intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG
Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-08934/2022.
Seis candidatos à presidência da República participaram do primeiro debate na TV aberta.| Foto: Renato Pizzutto/divulgação Band
No
primeiro debate entre os candidatos à Presidência, veiculado na noite
deste domingo (29) pela TV Bandeirantes, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) foi várias vezes criticado pelos escândalos de
corrupção durante seu governo. O petista foi chamado de “ex-presidiário”
pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que lembrou da dívida bilionária
que deixou na Petrobras e da caixa de propinas que abastecia o PT –
outros candidatos, como Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Soraya
Thronicke (União) também abordaram o tema com ênfase.
Já Bolsonaro foi cobrado pela postura com as mulheres, especialmente
depois de dizer à jornalista Vera Magalhães, uma das que fez perguntas,
que ela “é uma vergonha para o jornalismo” – ela havia perguntado a Ciro
Gomes se a “desinformação” sobre a vacina contra a Covid prejudicou a
vacinação contra outras doenças. Para Bolsonaro, ela tomou partido no
debate com “acusações mentirosas”.
Simone Tebet perguntou a Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das
mulheres” e Ciro Gomes (PDT) disse que o presidente não respeita nem
trata com delicadeza a questão feminina. Soraya Thronicke (União) disse
que fica extremamente incomodada “quando homens são tchutchucas com
outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo tigrão”. “Aí eu fico
brava. Lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas”,
disse, referindo-se às palavras de Bolsonaro contra Vera Magalhães. Ante
as críticas, Bolsonaro destacou que foi o presidente que mais sancionou
leis para defender as mulheres.
O debate também teve discussões sobre economia, fome e combate à
Covid. Lula buscou defender suas gestões, destacando redução da dívida,
inflação na meta e geração de empregos. Bolsonaro, por sua vez, buscou
apresentar números de melhora mais recentes, justificando desempenho
mais fraco em razão da política de lockdown na pandemia. O presidente
destacou que irá manter o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil se
reeleito, e que terá recursos para isso sem comprometer a
responsabilidade fiscal. Lula prometeu a retomada do crescimento,
dizendo que fará um novo governo melhor que os anteriores.
No momento em que dialogaram, Lula e Ciro Gomes trocaram farpas.
Questionados sobre uma eventual união no segundo turno da disputa,
reagrupando a esquerda, o petista pediu que o pedetista “não vá para
Paris” – uma referência ao segundo turno de 2018, quando Ciro viajou
para a França sem declarar apoio a Fernando Haddad (PT). “Espero que
fique aqui no Brasil, que a gente sente para conversar e possa construir
a verdadeira aliança política que ele sabe que vai ser construída”,
afirmou. “Lula é esse encantador de serpentes, vai na emoção das
pessoas, cativa, e quer sempre trazer a coisa para o lado pessoal, não é
pessoal”, respondeu Ciro. Depois, disse que Lula “se deixou corromper”,
unindo-se a Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e
Geddel Vieira Lima (MDB-BA), todos investigados na Lava Jato.
Bolsonaro confronta Lula sobre corrupção na Petrobras e fala sobre STF No
primeiro bloco do debate Bolsonaro confrontou Lula com números da
corrupção em seu governo – dívida de R$ 900 bilhões na Petrobras e
declarações do ex-ministro Antonio Palocci de que mantinha uma conta
corrente de propina para o PT de R$ 300 milhões. “O senhor quer voltar
ao poder, para quê? Fazer a mesma coisa na Petrobras?” perguntou
Bolsonaro. Lula respondeu que Bolsonaro falava “inverdades” e citou leis
contra a corrupção aprovadas em seu governo. “Não teve nenhum
presidente na República que fez mais investigação para apurar corrupção
que nós fizemos.”
Na réplica, Bolsonaro disse que o governo de Lula foi o “mais
corrupto da história do Brasil”. Na tréplica, Lula afirmou que foi em
sua gestão “que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou, com
capitalização de R$ 70 bilhões”. Depois, passou a enaltecer conquistas
de seu governo na inclusão social, geração de emprego, aumento no
salário mínimo e investimentos em educação e proteção do meio ambiente.
Antes do embate entre os dois, a senadora Simone Tebet (MDB) criticou
o clima de “radicalização” e “desarmonia” entre os poderes promovido,
segundo ela, por Bolsonaro, que “ameaça a democracia, os valores
democráticos a todo momento”. Ela respondia a uma pergunta da produção
do programa sobre o que fazer para reduzir a tensão. “[Bolsonaro] Não
respeita a imprensa livre, não respeita a independência do STF, do Poder
Judiciário e do Poder Legislativo. Precisamos trocar o presidente da
República. Sem paz, não vamos unir o Brasil. Sem união, o Brasil não vai
voltar a crescer”, afirmou a candidata.
Na sua vez de responder, Bolsonaro disse que assumiu a Presidência
escolhendo ministros por “critérios técnicos, sem ingerência política”.
“Isso causou um desconforto por parte de alguns políticos e por parte de
alguns partidos, como o MDB, por exemplo. Então abalei a harmonia onde
todos eram amiguinhos e obviamente davam uma banana para o povo
brasileiro”, disse.
Depois, sem citar o nome do ministro Alexandre de Moraes, criticou
sua decisão de determinar busca e apreensão contra oito empresários por
causa de uma conversa de WhatsApp – um deles disse que preferia um golpe
a um governo do PT. “A ingerência, o ativismo se fazem presente hoje no
Brasil. Um ministro agora há pouco interferiu, mandando investigar,
fazendo busca e apreensão, entre outras barbaridades, sobre um grupo de
empresários […] Não tenho problemas com poder nenhum. Alguns ministros
querem interferir no Executivo”, disse Bolsonaro.
Presidenciáveis discutem sobre mulheres, pandemia e economia
No terceiro bloco, ao perguntar Bolsonaro por que ele teria “tanta
raiva das mulheres”, Simone Tebet disse que ele defendeu um “assassino
de mulheres no Senado”, votou contra a ampliação de direitos
trabalhistas para domésticas, ameaça jornalistas e comete misoginia.
Bolsonaro respondeu que ela o acusava “sem prova nenhuma” e que foi o
presidente que “mais sancionou leis defendendo mulheres”. Depois disse
que a primeira-dama Michelle Bolsonaro nunca foi cumprimentada por Tebet
pelo trabalho voluntário que realiza.
Em seguida, acusou Tebet de não se solidarizar com médicas que foram
humilhadas na CPI da Covid. “Duas mulheres foram à CPI da Covid. Dra.
Nise e Mayra. Foram maltratadas, foram esculhambadas, humilhadas. Onde
estava vossa excelência? Escondidinha, apoiando Renan Calheiros, Omar
Aziz, não foi defender mulheres lá”, afirmou.
Tebet respondeu que ligou para a senadora Leila (PSB-DF), que estava
na sessão: “ela foi lá e defendeu a dra. Nise”. Finalizou dizendo que
seu governo “será de amor, de cuidados verdadeiros”.
Mais à frente, Bolsonaro questionou Ciro sobre o que achava de suas
políticas para concessão de empréstimos com juros baixos para mulheres. O
candidato do PDT disse que Bolsonaro “aparentemente não percebe, ou não
dá valor, ou não respeita, com a devida delicadeza, com a devida
profundidade, que todos nós devemos, essa grave questão feminina”,
fazendo referência ao tratamento verbal de Bolsonaro às mulheres. “Você
disse certa feita, para chocar todos nós, que nasceram seus três filhos e
que aí nasceu uma filhinha porque teve uma fraquejada. Isto é o que faz
com que as pessoas desconsiderem suas políticas”, afirmou.
Lula elogiou Simone Tebet pela atuação na CPI da Covid e perguntou se
houve corrupção no governo federal no combate à pandemia. “O que
explica o sigilo de 100 anos para o ministro da Saúde que agiu de forma
totalmente irresponsável no trato da Covid? O que explica o presidente
brincar com uma doença que matou 682 mil pessoas e ele não foi capaz de
derramar uma única lágrima?”, disse o petista.
A senadora respondeu: “eu vi, houve corrupção, tentativas de comprar
vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí, Covaxin é o contrato
mais escabroso que vi. Tentaram pagar 45 milhões de dólares, para serem
pagos num paraíso fiscal, para uma vacina que não tinha comprovação
científica sem nenhum critério. Quando denunciamos a tentativa de levar
vantagem de um dólar por vacina, eu fui processada no STF por um
ministro do atual presidente. Mas a corrupção não começou nesse governo,
começou em governos passados. Esse governo tem esquemas de corrupção
como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência”, respondeu a
candidata do MDB.
Bolsonaro obteve direito de resposta sobre a acusação de corrupção na
compra das vacinas. “Está de brincadeira a nobre senadora. Tentou
corromper? Cadê a corrupção, a nota, o contrato assinado? Não tem nada”,
disse o presidente. Na mesma resposta, alfinetou Lula, citando uma
declaração na qual o petista disse “ainda bem que a natureza criou o
coronavírus”. “Quem moral tu tem para falar de mim, ô ex-presidiário?
Nenhuma moral.”
Questionado por uma jornalista se escolheria mulheres para a metade
de seu ministério, caso eleito, Lula disse que não poderia assumir esse
compromisso. “Não sou de me comprometer a indicar religioso, a indicar
negro, a indicar mulher, homem. Você vai indicar que tem essa capacidade
para assumir determinados cargos”, disse. Ao responder a mesma
pergunta, Simone Tebet disse que vai cumprir a paridade. “Eu já o fiz. A
primeira coisa que fiz ao lançar minha candidatura foi dizer que meu
ministério vai ser paritário entre homens e mulheres sim. Basta haver
competência e experiência administrativa. Temos condições de colocar
50%. E mais: temos condição de colocar negros. Mas não terá ninguém
envolvido em escândalos de corrupção”, respondeu.
Antes, Lula foi questionado por Soraya Thronicke sobre o que faria
para aumentar o poder de compra. O ex-presidente lembrou dados
econômicos de seu governo, com redução da dívida pública para 39% do
PIB, da inflação para a meta e da geração de empregos. “Volto com o
único compromisso, e possivelmente eu seja a única pessoa a dizer isso,
que não posso voltar e fazer menos que fiz. Quero voltar para ver se
esse país volta a gerar emprego”, disse, acrescentando que quer aprovar
uma reforma tributária. Soraya respondeu que o PT é um “partido corrupto
confesso” e que os economistas dele “são todos mofados”.
Ciro Gomes aproveitou a pergunta a Felipe D’Ávila para anunciar sua
proposta de refinanciar a dívida de 66 milhões de pessoas com nome no
SPC e de mais 6 milhões de empresas endividadas. “Refinanciar dívidas é
relativamente simples. Um grande leilão, todos os crediaristas, os
credores que derem o maior desconto, eu tenho conseguido no Ceará 90% de
desconto, traz a dívida média sua de R$ 1.400, refinanciar em muitas
prestações, com juros moderados”, descreveu.
Auxílio Brasil, vacinas e união da esquerda O segundo bloco do
debate foi dedicado a perguntas de jornalistas sobre Auxílio Brasil,
vacinas, dificuldade de união da esquerda e religião. Bolsonaro foi
questionado sobre a fonte de recursos para a manutenção do Auxílio
Brasil de R$ 600 no próximo ano sem o perigo de se estourar a lei do
teto de gastos. “Vamos manter esse valor a partir do ano que vem, dentro
da responsabilidade fiscal”, afirmou, destacando o aumento do lucro nas
estatais, de cerca de R$ 200 bilhões neste ano, “na contramão de outros
anos”, em referência às gestões passadas. Afirmou ainda que conseguiu
ampliar o valor por conta da revisão no pagamento dos precatórios e
reduzir o ICMS sobre os combustíveis.
Lula rebateu dizendo que manutenção do valor de R$ 600 não está na
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso recentemente.
Bolsonaro disse que vai negociar a questão na lei orçamentária de 2023.
Perguntado sobre a redução da cobertura vacinal do Brasil nos últimos
anos, Ciro Gomes respondeu que tem a meta de alcançar 100% como fez no
Ceará, e que quer “reconciliar o Brasil”.
Na pergunta seguinte, Ciro foi questionado se apoiaria Lula no
segundo turno ou como atrairia o apoio do petista em uma eventual
disputa com Jair Bolsonaro. “A razão de meu distanciamento é que
infelizmente o Lula se deixou corromper mesmo”, disse.
Lula elogiou a participação de Ciro em parte de seu governo, entre
2003 e 2006, e que pretende conversar com ele se a disputa for para o
segundo turno. “Mesmo assim, Ciro, nós ainda vamos conversar, e você vai
pedir desculpa, porque você sabe que está dizendo inverdades a meu
respeito”, respondeu o petista.
Ciro debate com Bolsonaro sobre fome Ciro Gomes (PDT) questionou
Bolsonaro sobre a fome no Brasil. Após falar de crianças subnutridas e
mães preocupadas, indagou ao presidente: “o senhor não teme que isso
seja interpretado como conivência com isso?”. Bolsonaro começou dizendo
que a inflação “é uma das menores do mundo” e que o governo está
“colaborando na geração de empregos”.
“Pode ter certeza que no mês que vem devemos ter essa taxa [de
desemprego] chegando a 8%. O nosso PIB está crescendo. Nós fizemos
milagre durante a pandemia. Lamentamos as mortes, mas investimos para
que empregos não fossem destruídos, com os programas Pronamp e Bem.
Atendemos os mais necessitados”, disse Bolsonaro. Depois citou dados do
Ipea que mostra redução da extrema pobreza no Brasil e aumento no mundo,
e também mencionou o aumento do valor do Auxílio Brasil, que substituiu
o Bolsa Família.
Questionado por Lula sobre sua proposta para a questão ambiental,
Felipe D’Ávila (Novo) defendeu que “o Brasil seja a primeira nação
carbono zero entre as grandes potências”. “O Brasil tem potencial para
sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvore em terra degradada.
Nós temos 50 milhões de hectares terras degradadas, dá para plantar
árvore em 3 milhões, isso vai gerar renda para as pessoas mais pobres”,
disse o candidato do novo.
Soraya Thronicke (União) foi indagada por Simone Tebet sobre o que
pretende fazer para resolver o problema da educação. Respondeu que sua
primeira proposta é isentar do imposto de renda todos os professores,
que custaria R$ 10 bilhões por ano. Disse que vai investir na criação de
“metodologias autodidáticas”.
Imagem ilustrativa.| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo/Gazeta do Povo
Dentro de 34 dias nós vamos ser chamados às urnas. E ainda não sei se
a gente vai ter mesmo que deixar o celular na mesa do mesário. Vamos
ouvir os juristas pra saber se essa não é mais uma arbitrariedade, mais
uma imposição ilegal. Mas, de qualquer maneira, quero lembrar do que vai
acontecer no Chile agora, no próximo sábado: um plebiscito, em que o
voto é obrigatório, sobre se a população aceita ou não a constituição
que foi feita por uma Assembleia Nacional Constituinte eleita em uma
eleição em que o voto não era obrigatório e que teve praticamente metade
de abstenção. Pouca gente votou, mas foram representados pelos poucos
que votaram. Abriram mão do direito e, agora, estão fazendo
manifestações de protesto contra a nova constituição, que acaba com o
Senado, que impõe todas as teses marxistas, desde aborto, inventam um
tribunal só para índios, uma série de questões que o povo chileno não
aceitou porque seria um retrocesso aos progressos que a economia
chilena, com plena capacidade da inciativa privada e desestatização,
floresceu, virou uma economia moderna. O Chile se tornou um país
parecido com um país de primeiro mundo e, agora, isso está sendo
derrubado violentamente pela estrutura da nova constituição. Todos os
institutos de pesquisa do Chile estão indicando que a relação da
negativa a essa nova constituição é de 5 para 1, ou seja, 80% não querem
essa nova constituição. Será que precisariam passar por isso se todos
tivessem ido votar? Estou contando isso para vocês pensarem na hora do
voto. Voto em branco não conta, anular o voto não é voto válido e se
abster não é nem covardia, é abrir mão do poder e do direito de depois
reclamar se algo der errado.
Reintegração de posse no Paraná Queria falar, também, sobre uma
decisão do ministro Barroso. O MTST, o movimento dos sem-teto, que é um
movimento urbano, invadiu um terreno particular em Curitiba e o dono do
terreno entrou na Justiça com uma ordem de reintegração. O MTST foi ao
Supremo para anular essa decisão da Justiça favorável ao dono do
terreno, alegando que uma decisão do Supremo, uma liminar do ministro
Fachin, diz que durante a pandemia, ninguém pode desalojar ninguém. Só
que eles começaram a invasão no dia 22 de junho agora, neste ano. Não
tem nada a ver com a pandemia. O ministro Barroso não caiu nessa e não
deferiu o pleito do MTST.
Recorde de arrecadação E para terminar, uma comprovação de uma
teoria econômica que mostra que quanto maior o imposto, menos o pagador
se sente com vontade de pagar, e quanto menor o imposto e com mais
resultados, mais sobe a arrecadação. Mais uma vez, a arrecadação federal
foi recorde, uma alta de 7,5%, R$ 202,6 bilhões em julho. O governo
federal baixou a alíquota de muitos impostos e, ao mesmo tempo, está
apresentando resultados.
Caminhoneiros misturados a manifestantes na Esplanada dos
Ministérios em 7 de setembro de 2021: líderes da categoria estimulam a
participação da categoria este ano, mas sem os caminhões| Foto: Alan
Santos/PR
Produtores rurais e caminhoneiros vão aderir às
manifestações do 7 de setembro. Eles irão defender as pautas oficiais
dos atos de rua, tais como a celebração dos 200 anos de independência do
Brasil, a defesa das liberdades, o respeito à democracia e a demanda
por eleições transparentes.
O caminhoneiro Janderson Maçaneiro, o “Patrola”, líder da categoria
com atuação em Itajaí (SC), prevê a adesão de muitos transportadores
autônomos e celetistas aos atos do 7 de setembro. Mas ele afirma que a
participação de caminhões foi descartada. Em 2021, alguns trabalhadores
foram a Brasília e estacionaram os veículos no gramado da Esplanada dos
Ministérios.
O setor agrícola também estará presente, inclusive no desfile
cívico-militar de Brasília. A Gazeta do Povo apurou que existe a
previsão de que 27 tratores desfilem junto de grupamentos das Forças
Armadas e viaturas das forças auxiliares de segurança pública.
“O agro na nossa região [Centro-Oeste] está pleno e totalmente
engajado para participar efetivamente”, afirma o produtor rural e
engenheiro agrônomo Hélio Dal Bello. “Inclusive dispensaremos os
funcionários para que vão à Esplanada, com dispensa da diária e pagando o
deslocamento [dos trabalhadores que quiserem ir à manifestação].”
Dal Bello diz que, além de liberar os funcionários e estimular os
colaboradores que quiserem participar da manifestação em Brasília, os
agricultores também estão hasteando bandeiras do Brasil em suas fazendas
e custeando os gastos com publicidade em placas de outdoor para
convocar a população para a Esplanada.
“Eu mesmo tenho aqui na cidade [onde moro] um outdoor que devo
colocar: ‘É agora ou nunca, 7 de setembro’. Estamos 100% focados para o 7
de setembro e com vontade de participar”, afirma o produtor rural.
Dal Bello prevê uma festa democrática e diz que os empresários querem
demonstrar um sentimento de “angústia” percebido no setor. Segundo ele,
os agropecuaristas não querem uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e se espelham na crise econômica na Argentina para
rechaçar o candidato petista. “Nosso espelho aqui é a Argentina. Eu fui
várias vezes à Argentina. Temos amigos que estão sofrendo lá. Nosso
reflexo é com os ‘hermanos’. Nosso medo é a desgraça vir para cá e não
sei o que vai acontecer. Nós, do agro, estamos muito apreensivos que a
esquerda vença”, diz.
O presidente da Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agropa),
Carlos Alberto Moresco, confirma sua presença a Brasília como “cidadão”.
“Vou normal, com a minha camisa verde e amarela e vou estar lá para
prestigiar o desfile”, diz.
Moresco torce para que o desfile cívico-militar conte, de fato, com a
participação dos tratores. “Não estou sabendo disso. Mas, se tiver essa
homenagem, o setor ficará honrado em ter essa oportunidade de mostrar
para a sociedade a sua importância, uma vez que o agro está dentro da
casa de cada cidadão brasileiro todo dia. Nós temos uma relevância muito
grande no cenário mundial”, diz.
Caminhoneiros descartam paralisação neste ano O caminhoneiro
Janderson Maçaneiro, o Patrola, descarta a hipótese de que a categoria
promova o bloqueio de rodovias neste ano – em 2021, eles também
participaram dos atos e, posteriormente, chegaram a paralisar o fluxo em
algumas estradas.
“Isso está fora de cogitação. Nem esquerda ou a direita conseguem
fechar rodovia agora”, afirma. “O próprio saldo do ano passado foi muito
negativo. Apesar de entender que o 7 de setembro de 2021 foi uma das
maiores festas da democracia, o saldo foi de multas muito pesadas para a
categoria”, diz Patrola.
O caminhoneiro Aldacir Cadore, líder da categoria com atuação em
Luziânia (GO), é outro a descartar a possibilidade de paralisação. Às
vésperas das eleições, essa é uma hipótese que ele rechaça, embora
demonstre preocupação em relação ao clima de animosidade na categoria.
Decisão de Moraes contra empresários estimula convocação para atos do 7 de setembro Como o STF se prepara para protestos na comemoração de 7 de setembro em Brasília Grupos de apoiadores de Bolsonaro organizam atos de 7 de setembro no exterior Os
mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro do STF
Alexandre de Moraes contra oito empresários acusados de defender um
golpe de Estado no Brasil causaram apreensão e indignação entre
caminhoneiros. “Muita gente acha que foi uma medida autoritária”, diz
Cadore, que vai participar dos atos em Brasília como “cidadão”. “Vou
deixar o caminhão em casa e vou como cidadão, não como caminhoneiro”,
destaca.
Patrola concorda com a avaliação sobre a medida de Alexandre de
Moraes. “É o que todo mundo grita: ‘Se os grandes [empresários] não têm
liberdade para falar o que querem em uma condição privada, o que vai ser
conosco? Do que vão nos privar se estão privando grandes empresários
com capacidade jurídica? Se estão desdenhando desses caras, o que vai
acontecer comigo?’ Todos acham que é um ataque direto à democracia e à
liberdade de expressão”, diz.
Ele articula junto com outros líderes da categoria a elaboração de
uma carta em defesa da liberdade de expressão. Ele apresentou essa
proposta em um grupo de WhatsApp com outras 26 lideranças, que avaliam a
sugestão. “O que está acontecendo é inadmissível para todos os lados,
esquerda ou direita. Entendo que o indivíduo possa dizer [algo sobre
golpe]; não fazer. Como a gente conseguiu nos últimos tempos uma
expressão política, não podemos deixar essa situação. É nesses momentos
que ocorrem as crises que precisamos reafirmar nosso espaço”, diz.
Patrola afirma ainda que vai gravar um vídeo às vésperas de 7 de
setembro para aconselhar a categoria a não defender posicionamentos que
possam ser interpretados como antidemocráticos. “Vou pedir que tenhamos
uma manifestação muito expressiva, democrática e sem a participação de
caminhões”, diz.
O caminhoneiro Odilon Fonseca, líder da categoria com atuação em
Confresa (MT) que capitaneou a paralisação em 2021, não acredita em
animosidade da categoria para o 7 de setembro. “Eu não tenho visto falar
nada fora, em outros estados ou outras regiões do Mato Grosso, de que
vai haver algum protesto em rodovia ou algo assim. Não vamos ver nada
igual ao ano passado. A eleição está chegando e a maioria dos
caminhoneiros está mais preocupada com isso”, diz. Odilon ainda não sabe
se vai a Brasília, mas afirma que também se manifestará de “verde e
amarelo” como “cidadão”, não caminhoneiro.
Adesão de caminhoneiros e agro em 2021 foi marcada por ofensiva de Moraes A
participação de caminhoneiros e empresários do setor agrícola nos atos
de 7 de setembro de 2021 foi marcada por uma ofensiva do ministro
Alexandre de Moraes, do STF, contra lideranças das duas categorias. Às
vésperas das manifestações, Moraes instaurou um inquérito específico
para investigar os atos. Ele determinou a prisão de apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro (PL) por ameaças a magistrados da Suprema
Corte e o bloqueio de contas e busca e apreensão contra supostos
financiadores dos atos. Um dos que foi alvo de mandado de prisão foi o
caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o “Zé Trovão”. Moraes
entendeu que havia ameaça de cometer atos de violência nas
manifestações.
O ministro do STF também autorizou o cumprimento de mandados de busca
e apreensão na Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso
(Aprosoja-MT) e na Associação Nacional dos Produtores de Soja
(Aprosoja). O então presidente nacional da Aprosoja, Antônio Galvan,
passou a ser investigado como um dos supostos financiadores das
manifestações de 7 de setembro. A suspeita da Procuradoria-Geral da
República (PGR) era de que as entidades estariam utilizando recursos do
Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Iagro (Agência
Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) para financiar os atos.
Em reação ao inquérito, agricultores apoiaram a montagem de um
acampamento no gramado da Esplanada dos Ministérios com infraestrutura
para acomodar manifestantes que pediam pautas como o impeachment de
ministros do STF.
Os caminhoneiros, por sua vez, promoveram paralisações em 8 de
setembro, com o registro de bloqueios em rodovias de 15 estados. Um dia
seguinte, não havia mais trechos obstruídos, mas o Ministério da
Infraestrutura ainda apontou naquele dia pontos de concentração em
rodovias em 13 estados.
Líderes caminhoneiros condicionaram à época o desbloqueio de trechos
em rodovias à absolvição de “presos políticos” por Moraes, à tramitação
do impeachment de ministros do STF e do voto impresso auditável. Cerca
de 10 transportadores autônomos foram recebidos no Palácio do Planalto e
apresentaram a pauta a Bolsonaro, que pediu a desobstrução das
rodovias.
Quase 40% dos municípios ainda não têm rede de esgoto pública e
usam soluções alternativas, muitas vezes inadequadas, para sanar o
problema.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo
O
saneamento – ou, melhor dizendo, a falta dele – é uma vergonha nacional.
Os brasileiros sem acesso a água tratada são 35 milhões, e quase metade
da população (100 milhões de pessoas) não é alcançada pelo serviço de
coleta de esgoto. Além disso, apenas metade do esgoto coletado no país é
devidamente tratado. Sucessivos governos, de todos os matizes
político-ideológicos, nas três esferas, não foram capazes de
universalizar este que é um dos serviços mais básicos e cuja ausência
custa caro ao país, na forma de doenças que poderiam ser facilmente
evitadas e de severa degradação ambiental.
No entanto, o que é uma deficiência vergonhosa também se mostra como
oportunidade. Assim como no caso das ferrovias brasileiras – cuja malha é
a mesma de 100 anos atrás –, que já garantiram dezenas de bilhões de
reais em projetos solicitados ao governo federal assim que entrou em
vigor um novo marco regulatório, o saneamento deve receber aportes
igualmente vultosos e necessários. O Novo Marco Legal do Saneamento,
aprovado e sancionado em 2020, inclui a meta de levar a água potável e a
coleta de esgoto a 99% e 90% dos brasileiros, respectivamente, e
considera que é o setor privado que deve assumir o protagonismo nesta
missão de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033.
Dezenas de milhões de brasileiros não podem seguir condenados à
precariedade quando se trata de um direito básico como o acesso a água
tratada e serviço de coleta de esgoto
Segundo reportagem da Gazeta do Povo, desde a entrada em vigor do
Novo Marco do Saneamento até abril deste ano, foram realizados 16
leilões que cobrem 217 municípios, onde vivem 20 milhões de pessoas, com
R$ 46,7 bilhões em investimentos previstos. Até 2024, ainda devem
ocorrer outros 28 leilões em 17 estados, beneficiando 16,3 milhões de
brasileiros com investimento de R$ 24 bilhões. Mesmo assim, estes
montantes precisam ser apenas o começo, pois a universalização dos
serviços de água e esgoto até 2033 deve exigir de R$ 507 bilhões (na
conta do Ministério do Desenvolvimento Regional) até R$ 993 bilhões, de
acordo com a consultoria KPMG.
O grande desafio está nos municípios menores e mais pobres, que
tendem a apresentar contratos irregulares para a prestação dos serviços
de água e esgoto – segundo o Instituto Trata Brasil, nesses municípios
vivem 30 milhões de brasileiros, dos quais 64,4% têm água tratada e
apenas 29,1% têm esgoto coletado. Ali, o investimento necessário será
maior, pois será preciso construir redes completas de água e saneamento
básico, em vez de apenas manter e melhorar redes já existentes. Para que
essas pessoas hoje esquecidas pelo Estado não acabem ignoradas também
pelo setor privado, será preciso encontrar modelos contratuais
atrativos, incentivando a formação de consórcios de municípios próximos,
possibilidade aberta pela nova legislação.
Dezenas de milhões de brasileiros não podem seguir condenados à
precariedade quando se trata de um direito básico como o acesso a água
tratada e serviço de coleta de esgoto. A entrada do setor privado, o
estabelecimento de um ambiente de competição – que forçará as estatais a
serem mais eficientes – e a possibilidade de novos arranjos entre
empresas e poder público para a oferta do serviço são etapas necessárias
se o Brasil deseja o fim de calamidades como esgotos a céu aberto e
doenças causadas pelo consumo de água não tratada.
Por Letícia Matsumoto – Agência Mestre – Endeavor e Sebrae
Este estudo prova como os diferentes níveis de conhecimento sobre ferramentas de marketing digital geram resultados diferentes!
As ferramentas de marketing digital possibilitam a análise de dados,
acompanhamento de métricas essenciais para um negócio e até a construção
de relacionamento com possíveis clientes. Mas, qual a opinião das
empresas com maior maturidade sobre suas ferramentas? Quais seriam os
maiores benefícios?
O estudo da Capgemini, conduzido pela Forrester Consulting,
entrevistou tomadores de decisão de VP e C-level marketing em serviços
financeiros e empresas de alta tecnologia para descobrir. Confira os
dados obtidos!
Modelo para avaliar a maturidade da tecnologia de marketing
Para avaliar a maturidade das empresas quanto às tecnologias de marketing foram utilizadas 24 dimensões em 5 categorias:
estratégia;
processo;
tecnologia;
dados;
organização.
Os entrevistados foram agrupados em 3 faixas de maturidade: alta (top 25%); médio (meio 50%); e baixo (25% inferior).
As empresas de serviços financeiros apresentaram níveis mais baixos de maturidade
Das empresas entrevistadas pela pesquisa, 4 em cada 10 empresas de
serviços financeiros se enquadram no grupo de baixa maturidade, em
comparação com 14% das empresas de tecnologia.
Os principais benefícios de dominar ferramentas de marketing digital
Um ponto importante é que as empresas com maior maturidade sabem como
aproveitar ao máximo as ferramentas que estão disponíveis em suas
instituições. Enquanto as de baixa maturidade, apenas utilizam algumas
de suas funcionalidades.
15 ferramentas de marketing digital que todo empreendedor precisa conhecer
Marcus Farias – Endeavor
Buzzsumo, RD Station, Google Analytics…Ferramentas não faltam para
profissionalizar sua estratégia de marketing digital. Mas, entre tantas
que existem no mercado, quais são as mais eficientes? Confira a lista!
Entre 2015 e 2021 o número de soluções tecnológicas focadas em
marketing cresceu 87% de acordo com o estudo Marketing Tecnhology
Landscape 2021. Esse aumento segue a evolução exponencial do marketing
digital, mas também deixa mais complexa a tarefa de empreendedores e de
seus times nessa área de identificar e implementar ferramentas que
atendam às dinâmicas do mercado e os objetivos do negócio.
Para ajudar neste desafio, selecionamos 15 ferramentas de marketing
digital essenciais para alavancar negócios e aumentar a presença
digital. Utilizando-as, o empreendedor será capaz de acompanhar a
performance dos canais digitais, gerenciar metas e
KPI’s(indicadores-chave de desempenho), otimizar a dinâmica da sua
equipe e gerar insights valiosos com base em fatos e dados.
1. Google Analytics
O Google Analytics é a ferramenta gratuita mais utilizada pelos
profissionais de marketing digital. Ele tem como principal objetivo
monitorar o tráfego de um site, e-commerce ou aplicativo.
Dentro da plataforma é possível analisar relatórios-padrão e também
customizar os dashboards de acordo com a necessidade do seu negócio.
Além dos dados referentes à experiência do usuário, ele também fornece
informações proprietárias do Google sobre a audiência, como idade,
gênero, interesses, afinidades e segmento de mercado.
Veja abaixo algumas informações disponíveis:
Visitas – Número total de visitantes, páginas por sessão e tempo da visita;
Origens de tráfego – De onde estão vindo os acessos do site (direto, orgânico, mídia paga, redes sociais, referência e outros);
Metas – Quais foram as metas alcançadas e suas respectivas origens;
E-commerce – Como está o desempenho da sua loja virtual;
Marketing – Quais são as campanhas de marketing que geram melhores resultados;
2. SimilarWeb
Com o SimilarWeb é possível analisar dados de tráfego de qualquer
site ou aplicativo. Com estas informações é possível realizar um
benchmark da concorrência, identificar novos competidores, descobrir
novos mercados e mapear tendências.
Eles coletam diariamente 5 bilhões de eventos que são categorizados e
higienizados, ou seja todos os dados considerados ruins ou com
problemas são excluídos. Entre as informações disponibilizadas
gratuitamente estão:
Overview: Total de visitas, engajamento, origens de tráfego
Audience Interests: Categorias e Tópicos;
Search: Percentual de tráfego orgânico, palavras orgânicas e pagas;
Social: Percentual de tráfego por rede social;
Display Advertising: Percentual de tráfego de anúncios Display e share de canais;
Similar: sites e aplicativos semelhantes;
3. Google Search Console
O Google Search Console é uma plataforma gratuita para monitorar e
preservar a presença de um site nos resultados de busca do Google. O
Search Console oferece um dashboard completo com muitas informações
importantes,que impactam diretamente no desempenho da página quando o
foco é ranqueamento no mecanismo de busca do Google.
Abaixos estão as principais informações do Search Console para realizar uma auditoria de SEO:
Aparência de pesquisa (Search Appearance): Como o Google está lendo cada parte das páginas – títulos, descrições, imagens etc.;
Tráfego de pesquisa (Search Traffic): O que as pessoas estão procurando no Google que as leva a clicarem (ou não) no seu site;
Índice do Google (Google Index): Como está o desempenho do Google em
indexar as páginas do seu site e identificar as palavras-chave que mais
aparecem;
Rastreamento (Crawl): Quais são os problemas robôs do Google estão
tendo na hora de vasculharem as páginas do seu site em busca de conteúdo
relevante;
Problemas de segurança: Notificações de problemas de segurança detectados em seu site;
Para entender com mais profundidade cada item,a Cristine Basso,
consultora de Marketing da Resultados Digitais fez um post detalhado
sobre estes pontos.
4. Hotjar
Para melhorar a experiência do usuário de um site é importante
monitorar as interações dos usuários com todos os elementos da página. A
ferramenta Hotjar oferece um pacote completo para mapear a jornada do
consumidor dentro do site:
Heatmaps: mostra por onde os visitantes passaram o mouse na tela;
Clickmaps: indica as áreas onde os visitantes mais clicaram em seu site;
Scrollmaps: mostra a profundidade de rolagem do mouse dentro de uma página;
Visitor Recordings: grava a sessão do usuário em vídeo acompanhando o movimento do mouse e cliques.
Feeback Poll: enquetes com perguntas sobre o conteúdo e pesquisas de satisfação como por exemplo NPS (Net Promoter Score);
Test User: seleciona usuários para realizar testes de experiência e design;
Com essas informações é possível priorizar mudanças de layout,
otimizar as taxas de conversão, criar experimentos, melhorar os CTAs
(call-to-action) dentre outras ações.
5. Google Tag Manager
Implementar e administrar tags de acompanhamento de diferentes
ferramentas de monitoramento pode ser uma missão complexa e normalmente
envolve o time de TI. Para centralizar e simplificar a gestão destas
tags o Google criou o Tag Manager.
Com esta ferramenta, qualquer profissional que tenha acesso à
plataforma pode adicionar ou alterar tags sem ter que acessar a linha de
código do site. O Tag Manager aumenta a agilidade e autonomia do time
de marketing, possibilitando atualizações de scripts no site em tempo
real de maneira centralizada e segura.
6. Canva
Uma excelente ferramenta gratuita de design. Os principais
diferenciais do Canva são a sua interface intuitiva, as inúmeras opções
de layout e customização dos templates. Ele permite também que o time
colabore com sugestões pontuais, tornando o processo de aprovação e
compartilhamento dos criativos menos burocrático e mais rápido.
Abaixo estão alguns templates que o Canva oferece:
Posts para Redes Sociais (Facebook, Pinterest, Instagram, Twitter, Google +);
Infográficos;
Newsletters;
Gráficos e muito mais.
7. RD Station
A RD Station é uma plataforma completa de automação de marketing, com
todas as funcionalidades necessárias para automatizar os processos de
uma estratégia de Marketing Digital. Ele possibilita às empresas atrair
visitantes ao site, transformar visitantes em oportunidades de negócio,
relacionar-se com esses potenciais clientes, fechar vendas e analisar o
ROI (retorno sobre investimento) de cada canal.
Um ponto muito forte desta ferramenta é a funcionalidade dedicada à
inteligência de negócios, que permite entender quais canais e campanhas
estão trazendo mais retorno e como está o desempenho geral dos negócios,
possibilitando uma melhor tomada de decisão no futuro.
Entre as funcionalidades disponíveis no RD Station estão:
Dashboards;
Planejamento de projetos (Planos de Sucesso);
Análise de SEO;
Landing Pages, formulários e pop-ups;
E-mail Marketing;
Automação de Marketing;
Gerenciamento e segmentação de contatos;
Qualificação de contatos (Lead Scoring);
Inteligência de negócios (Marketing BI);
8. Buzzsumo
O BuzzSumo é uma ferramenta muito eficaz para identificar os
conteúdos que melhor performaram nas redes sociais sobre um determinado
assunto. A dinâmica é bem simples: digite o tópico a ser analisado na
barra de busca, e o aplicativo retornará os conteúdos com maior número
de compartilhamentos gerais e também separados pelas principais redes
sociais.
Para tornar a busca ainda mais assertiva, o BuzzSumo possibilita
filtrar os resultados por data, linguagem, país, domínio e tipo de
conteúdo. Além da pesquisa, ele também oferece um quadro com tendências
em tempo real que também podem ser filtrados por temas como negócios,
tecnologia, notícias, entretenimento, vídeos e personalizado.
Analisando os conteúdos mais compartilhados, é possível identificar
correlações entre palavras-chave, tipo de linguagem, títulos,
descrições, profundidade, dentre outras informações que podem auxiliar
na produção ou otimização de conteúdos sobre determinado com base em
dados atualizados em tempo real sobre o engajamento dos usuários em
diversas plataformas.
9. Keyword.io
A Keyword.io é uma ferramenta que ajuda a descobrir quais são as
palavras e termos que as pessoas estão digitando nos principais
mecanismos de busca (Google, YouTube, Bing, Amazon e App Store). Ela
utilizada os resultados do Google Autocomplete para gerar centenas de
sugestões de palavras long-tail.
Para otimizar a busca é possível adicionar palavras-chave negativas
e, desta maneira, filtrar termos que não agregam valor para análise em
questão. Outro recurso interessante é a lista de perguntas, ou seja a
ferramenta consegue identificar quais são as questões mais frequentes
sobre um determinado tópico.
Esta é uma ferramenta simples mas poderosa que pode contribuir para
diferentes áreas do Marketing Digital como mídia paga, produção de
conteúdo e SEO.
10. Slack
O Slack é um software de comunicação corporativa que permite a
criação de canais que podem ser divididos por times, projetos, tópicos
ou qualquer assunto que seja relevante e necessite de um canal
específico como por exemplo um fórum de gestão de crise.
Um ponto forte do Slack, além de fortalecer a comunicação entre as
equipes e organizar as informações e arquivos,são as integrações. Ele
permite a conexão com diversos aplicativos como ferramentas de
gerenciamento de tarefas, redes sociais, Google Drive, Dropbox, etc.
Esta solução é interessante porque as conversas internas ficam bem
mais organizadas e os arquivos mais fáceis de serem encontrados, uma vez
que a pesquisa interna é robusta e rápida.
11. Trello
Grande parte das iniciativas de marketing digital é multidisciplinar e
envolve diversas pessoas e áreas, por isso fazer o planejamento e a
gestão de todos os processos que estão em andamento é uma tarefa muito
difícil. O Trello pode ajudar nesta missão. Ele é uma ferramenta
colaborativa para organizar projetos em quadros, conceito semelhante à
metodologia Kanban.
A simplicidade do Trello é o segredo do sucesso, ele possui diversos
recursos para gerenciar não só os projetos em andamento como o
desempenho da equipe como um todo. Por meio da análise dos quadros,
cartões, etiquetas e checklists, gerenciar e atualizar os prazos e
status de cada projeto é uma tarefa simples e intuitiva.
O Trello possui um sistema bem eficiente de notificações via e-mail,
basta começar a seguir um quadro para receber todas as atualizações em
tempo tempo. Também é possível criar times e delegar tarefas,
compartilhar arquivos e filtrar os quadros por palavra-chave, status,
tag, etc.
Ele também disponibiliza um aplicativo para que você possa acompanhar
os projetos onde estiver. Para entender melhor como funciona a gestão
de projetos de marketing digital por meio do Trello, leia o artigo do
Ícaro Iasbek no blog da plataforma.
12. Hootsuite
O Hootsuite é uma ferramenta criada para otimizar e automatizar o
engajamento nas redes sociais. Em um único painel é possível gerenciar
as contas de todas as redes sociais da empresa, monitorar menções,
responder comentários, agendar posts e acompanhar palavras-chave
importantes para o negócio, com o objetivo de encontrar novos leads e
engajar influenciadores no mundo das redes sociais.
A ferramenta disponibiliza soluções para:
Analisar dados das redes sociais;
Engajar a audiência;
Publicar e agendar posts em vários canais;
Monitorar palavras-chave e gerar insights;
Criar fluxos de aprovações;
Permissões específicas para cada nível de usuário;
O Hootsuite permite o gerenciamento completo dos canais sociais o que
facilita a rotina do empreendedor ou do seu departamento de Marketing.
13. Unbounce
Criar uma landing page para divulgar um determinado produto ou
serviço é uma estratégia de sucesso para gerar leads e capturar
informações relevantes para o negócio. A missão da Unbounce é
democratizar a construção de landing pages e aumentar suas taxas de
conversão.
Com a Unbounce qualquer pessoa é capaz de criar uma Landing Page. A
plataforma é intuitiva, e a maioria de suas funcionalidades é baseada na
tecnologia de arrasta e solta. Portanto, para criar uma página basta
arrastar e soltar os elementos como caixas de texto, imagens,
formulários, videos, botões e muito mais.
Eles também oferecem ferramentas para otimizar as conversões dentro
da página como pop-ups, teste A/B de conteúdo, textos dinâmicos que
conversam com os anúncios que direcionam os usuários a landing page e
formulários customizáveis.
Além destas funcionalidades o Unbounce integra com ferramentas de
gerenciamento de conteúdo, CRM, automação de marketing e e-mail
marketing. Estas integrações são importantes, porque elas reduzem os
esforços para unificar e consolidar a análise de dados em um único
sistema manualmente.
14. Mailchimp
O Mailchimp é uma ferramenta de e-mail marketing simples e fácil de
configurar. Sua plataforma é bastante intuitiva e suas funcionalidades
atendem tanto às necessidades de um pequeno negócio quanto às de
empresas com um grande volume de disparos e réguas de relacionamento
complexas.
Dentre os principais recursos estão:
Plataforma para criação de e-mails (conceito arrasta e solta);
Templates de e-mail personalizáveis;
Segmentação avançada de assinantes;
Automações com base no comportamento do usuário no site;
Relatórios que podem ser compartilhados com o time;
Aplicativo para gerenciar suas campanhas;
15. Sumome
Gerar tráfego relevante e converter usuários em leads são grandes
desafios para os profissionais de marketing digital. O Sumome ajuda
nestas duas tarefas:para aquisição de leads ele oferece pop-ups, scroll
boxs, smart bars e formulários de contato. Para aumentar o tráfego do
site as opções são compartilhamento de imagens e conteúdos em redes
sociais.
Algumas das funcionalidades que tornam o Sumome uma ferramenta poderosa são:
Teste A/B de imagens e mensagens;
Inserção de campos personalizados;
Dashboard dentro da própria plataforma;
Segmentação de público avançada (origem de tráfego, página, dispositivo, local, parâmetros na URL, hashtags…) ;
Possibilidade de inserção de códigos de acompanhamento de conversão;
Regras de exibição de acordo com o comportamento (tempo no site ou ação);
Integrações com diversas ferramentas de CRM e Marketing Digital;
Quando comparamos as respostas das empresas de diferentes níveis de
maturidade é interessante observar que as percepções são diferentes,
justamente porque as empresas que dominam as ferramentas possuem maior
histórico de sucesso na obtenção de resultados.
Direcionamento aprimorado/otimizado das campanhas de marketing
No geral, o principal benefício mencionado pelos entrevistados foi o
de direcionamento aprimorado/otimizado das campanhas de marketing.
No entanto, enquanto 82% das empresas de alta maturidade usufruíram
desse benefício, apenas 64% das empresas de baixa maturidade conseguiram
o mesmo.
Insights mais profundos do cliente
Quando comparamos os resultados de outro benefício mencionado:
“insights mais profundos do cliente”, 81% das empresas de alta
maturidade conquistaram esse feito, em comparação com apenas 55% das
empresas de baixa maturidade.
Maior geração de leads
As empresas de alta maturidade se mostraram muito mais propensas do
que as de baixa maturidade a relatar maior geração de leads, melhorias
nas taxas de conversão e aumento da receita de vendas.
Porque não basta apenas ter as ferramentas certas para obter resultados
As ferramentas de marketing digital, ou então martechs, são parte
fundamental para realização das ações estratégicas desenvolvidas pelas
empresas. No entanto, com a vasta disponibilidade dessas tecnologias no
mercado, há uma grande tendência de que elas sejam contratadas, mas não
tenham o potencial de funcionalidades aproveitado, o que demonstra um
desperdício de investimento.
O estudo é uma prova de que quanto maior o domínio de um conjunto de
ferramentas, maior será o número de resultados ou métricas obtidas a
partir delas.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
Democracia, liberdade econômica e menos corrupção: o que explica o sucesso dos países Por Olavo Soares – Gazeta do Povo Brasília
Rua de Oslo, a capital da Noruega: país é referência em qualidade de vida.| Foto: Jorge Franganillo
Em
uma ponta, entre os melhores, países como Noruega, Nova Zelândia,
Suíça, Finlândia e Irlanda. Na outra, no grupo dos piores, Sudão,
Venezuela, Coreia do Norte, Afeganistão e a República Centro-Africana.
Essa realidade, em linhas gerais, é a que se observa quando se comparam
nações em diferentes rankings de qualidade de vida, liberdade econômica,
corrupção e democracia. Ou seja, há uma correlação entre esses
indicadores – uns influenciando os outros.
Em suma, o que os indicadores mostram é que, via de regra, países que
estão bem em uma área também se saem bem nas demais, e vice-versa. As
nações mais democráticas são também as com menores índices de corrupção.
E as que dão mais liberdade econômica para seus empreendedores
proporcionam maior qualidade de vida aos seus moradores. A Gazeta do
Povo comparou diferentes rankings de países e procurou especialistas
para compreender a dinâmica de similaridade entre os indicadores. No
geral, a análise é de que um desempenho “puxa” o outro. Ou seja, a
democracia forte permite que os cidadãos fiscalizem o governo e combatam
a corrupção, e a liberdade econômica estimula a produção e o
desenvolvimento econômico. E tudo isso, somado, resulta na melhoria da
qualidade de vida.
Os rankings usados pela Gazeta do Povo para a comparação entre países
são: Democracy Index, da revista The Economist, que avalia a qualidade
da democracia nos países; Índice de Percepção da Corrupção, da
Transparência Internacional, que apura como os países são qualificados
de acordo com a presença de uma estrutura corrupta em suas instituições;
o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, que analisa as
condições para a economia nos países; e o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), que qualifica os
países de acordo com renda média, escolaridade e longevidade dos seus
moradores.
Veja, abaixo, as primeiras e últimas posições em cada um dos rankings, bem como o desempenho do Brasil neles.
Democracia leva a mais transparência e menos corrupção O advogado
Michael Mohallem, consultor sênior da Transparência Internacional, diz
que uma consequência positiva da implantação de regimes democráticos é a
geração de líderes comprometidos com a prestação de contas à população.
“Democracias mais sólidas geram lideranças mais comprometidas”, diz. A
democracia também leva a uma maior transparência na estrutura estatal.
“E a transparência é um mecanismo de prevenção da corrupção”,
acrescenta.
Segundo Mohallem, um elemento de destaque nos regimes democráticos é a
presença de regras mais nítidas e compreensíveis para ascensão de
pessoas burocracia estatal 0 ou seja, as normas que transformam
servidores em gestores dos escalões que tomam decisões. Com regras mais
claras, sabem-se os motivos que posicionam as pessoas em posições-chave,
e a cobrança fica mais efetiva e de mais fácil execução.
O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, diz que a
democracia é capaz de “corrigir rumos” e de intermediar conflitos de
interesse. “A democracia também deixa fértil o caminho para discussões e
inovações”, diz Fraga. para ele, isso explica por que países
democráticos tendem a ter mais desenvolvimento econômico.
O economista Marcos Mendes, professor do Insper, avalia que, quando
não há democracia, “quem controla o poder acaba definindo políticas
públicas em favor de um grupo restrito”. Isso, segundo ele, reduz a
qualidade das políticas públicas, por limitá-las a determinados
segmentos.
Segundo Mendes, essa situação foi nítida no Brasil durante a
transição da ditadura militar (1964-1985) para o regime democrático. “Na
hora em que o poder é decidido através do voto, os políticos começam a
querer agradar aos mais pobres, e aí se tem políticas sociais, políticas
de inclusão”, diz. Um exemplo destacado por ele é a universalização da
saúde pública, possibilitada com a implantação do Sistema Único de Saúde
(SUS), criado com a Constituição de 1988.
Mendes avalia ainda que a liberdade econômica também é fruto da
democracia. “Em um ambiente democrático, se tem mais liberdades de
escolha”, diz. Mas, ressalva o economista, mesmo ambientes democráticos
podem cercear a liberdade econômica. “Ela pode ser tolhida em uma
democracia, se a economia estiver dominada por grupos de interesse”,
diz.
Para Armínio Fraga, a liberdade na economia tem “ganhos que se
espalham sem grandes custos” por toda a sociedade. E, segundo ele, o
Brasil perdeu um pouco a possibilidade de se inserir entre os países
mais bem-posicionados nesse indicador. “Por muito tempo, tivemos aqui a
participação muito grande do Estado na economia. E o Estado não é um bom
empresário. O Estado é importante em alguns aspectos. Mas, como
empresário, é uma experiência fracassada.”
Pandemia de Covid-19 afetou liberdades Os rankings da The
Economist e da Heritage Foundation são consensuais em apontar que a
pandemia de coronavírus prejudicou as liberdades e a qualidade de vida
em escala global. O Democracy Index aponta que a pandemia “agravou
tendências já existentes” de autoritarismo que se viam em diferentes
países. O texto cita como exemplos de restrição à liberdade os
“lockdowns” e a implantação do chamado passaporte sanitário, que
restringe acessos a pessoas que não tomaram vacinas contra a Covid-19.
Já o relatório da Heritage Foundation, que afere a liberdade
econômica, diz que um desafio para a sociedade global é o de não se
contentar com o retorno do quadro existente antes da deflagração da
pandemia. Segundo a fundação, é necessário um empenho extra, com mais
esforços no sentido de incrementar a liberdade econômica, para se
alcançar o grau de prosperidade anterior.
VEJA TAMBÉM: Cinco decisões recentes do STF que invadiram a competência dos demais poderes “Deepfake” deve invadir campanha eleitoral: entenda como funcionam os vídeos manipulados Quais são os resultados da Lei da Ficha Limpa, que Lula quer mudar se for eleito Países desenvolvidos que não tem democracia são exceção Singapura
é um país que costuma ficar bem-posicionado nos rankings de
desenvolvimento econômico, social e de corrupção, mas se sai mal no de
democracia. O país é o primeiro colocado na lista da Heritage Foundation
sobre liberdade econômica; o quarto na lista da Transparência
Internacional sobre percepção de corrupção; e tem o 11.º melhor IDH do
mundo, segundo a ONU.
No entanto, quando o assunto é democracia, a situação é diferente.
Singapura ocupa apenas a posição 66 na lista dos países mais
democráticos, segundo a revista The Economist. O país tem um histórico
de repressão a opositores, mantém pena de morte para determinados crimes
e acumula denúncias de violação à liberdade de imprensa e de
organização partidária. Além disso, seu governo também registra um
histórico de medidas de restrição a liberdades individuais de seus
cidadãos, como o controle do número de filhos, vigente no passado, e a
proibição de relações homossexuais.
Outro exemplo em que liberdade econômica e democracia não caminharam
juntas é o Chile durante o governo do ditador Augusto Pinochet, que
comandou o país entre 1973 e 1990. Sua gestão foi marcada por prisão de
opositores, com denúncias de tortura e mortes, mas também proporcionou
crescimento econômico. Hoje, o Chile tem o melhor IDH da América Latina.
Para o economista Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas
Abertas, os exemplos de Singapura e Chile mostram que “a correlação
entre democracia, liberdade econômica, desenvolvimento e baixa corrupção
nem sempre é plena”.
Michael Mohallem diz que ditaduras que conseguem entregar resultados
sociais satisfatórios são “pontos fora da curva”. E ressalta que as
ditaduras, justamente por inibir a presença de mecanismos de
fiscalização, conseguem ocultar casos de corrupção, sugerindo um status
melhor do que o que realmente ocorre. “A corrupção só é descoberta
quando dá errado”, diz.
Castello Branco entatiza que “eventuais benefícios econômicos jamais
devem ser obtidos à custa de prejuízos à democracia e de restrições às
liberdades individuais”. A opinião é similar à do professor Marcos
Mendes: “A liberdade democrática, de expressão, de ir e vir, tem um
valor em si mesmo. Tem um valor intrínseco. Mesmo que uma democracia
seja pior no sentido de gerar corrupção, de gerar crescimento econômico e
outras coisas, ela tem seu valor intrínseco que é o da liberdade das
pessoas. As pessoas querem ser livres, querem se expressar. Esse é um
valor intrínseco da democracia e por isso ela é superior às ditaduras”.