segunda-feira, 29 de agosto de 2022

PROPOTA DE FEDERALIZAÇÃO DO ENSINO BÁSICO

 

  • O senador Cristovam Buarque é autor do PLS 337/2016, que será discutido em audiência na Comissão de Educação

O senador Cristovam Buarque é autor do PLS 337/2016

Proposições legislativas

Nos debates e nas declarações dos candidatos à Presidência da República, não vemos nenhum deles falar sobre quais são os seus projetos para a melhoria da educação básica brasileira e muitos deles não sabem que existe um ótimo projeto que promete solucionar de vez a melhoria do nosso ensino básico. Estamos falando sobre o projeto de lei que prevê a federalização da educação por meio da transferência de competências dos estados e municípios à União.

O PLS 337/2016 foi apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e tem como relator na CE o senador Pedro Chaves (PSC-MS). A proposta regulamenta a cooperação federativa na educação. Atualmente, a execução das políticas para a educação pré-escolar e para o ensino fundamental é de competência dos municípios e do DF, seguindo os critérios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Conforme o texto do projeto, essa competência poderia ser federalizada por meio de leis locais, desde que a União as aceitasse, tendo prioridade cidades e estados com serviços educacionais em “situação crítica de desempenho”.

Além de usar avaliações nacionais de estudantes como critério de verificação de desempenho, o projeto inaugura o Padrão Nacional Mínimo de Educação Básica, que leva em conta equipamentos escolares, condições de carreira dos professores e adoção de regime de aulas em horário integral.

Ao justificar seu projeto, Cristovam argumenta que o país só poderá atingir uma qualidade mínima na educação básica se a União puder atuar diretamente na redução das desigualdades, como no caso das escolas federais de educação básica, referências de modernização de equipamentos e remuneração do corpo docente. Ele ressalvou que a proposta não fere o pacto federativo, pois somente poderá ser colocada em prática pelas administrações que optarem por repassar suas competências em favor da União.

Fonte: Agência Senado

Federalização das escolas públicas custaria R$ 9 trilhões em 20 anos. Ideia de transferir instituições de ensino para a União foi debatida no Senado. De acordo com a proposta, professores poderiam receber salário de R$ 15 mil

Por

Rodrigo Azevedo, especial para a Gazeta do Povo

| Foto: Albari Rosa /  Gazeta do Povo

Embora representem menos de 1% das matrículas da Educação Básica, as escolas federais são, de longe, as que apresentam melhor desempenho nas avaliações de ensino. O resultado mais recente do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado em 2016, demonstra de forma clara essa disparidade em relação às instituições das redes municipais, estaduais e até mesmo privadas. 

Na pesquisa, os alunos que estudam em locais vinculados à União atingiram notas acima da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – equiparando-se a índices de nações como a Bélgica, por exemplo. O bom desempenho é percebido, principalmente, nas avaliações de Leitura e Ciências. 

No índice que mede a proficiência em Leitura, as escolas federais alcançaram 528 pontos – número superior à média dos membros da OCDE (493 pontos). A entidade agrega alguns dos países mais desenvolvidos do mundo, como Estados Unidos, Alemanha e Japão – o Brasil ainda pleiteia sua condição de membro. A rede municipal, para se ter ideia, somou apenas 325 pontos nesse mesmo quesito. 

Em Ciências, os locais de ensino vinculados ao governo federal atingiram 517 pontos – 24 acima da média da organização internacional. As escolas municipais, na mesma avaliação, somaram 329 pontos. Já as instituições privadas brasileiras ficaram abaixo das instituições federais em todas as avaliações do Pisa. 

Com base nestes resultados, o senador e candidato à reeleição Cristovam Buarque (PPS-DF) elaborou um Projeto de Lei Complementar (PLS) que tem a pretensão de federalizar diversas escolas municipais e estaduais. As instituições, de acordo com a proposta, passariam a ser geridas pela União e os locais de ensino mais precarizados teriam preferência na fila da federalização. Por sua vez, o governo federal poderia optar por aceitar ou não a gerência sobre a instituição. A anuência dependeria da condição fiscal do país e de sua capacidade de honrar com investimentos e gastos de manutenção. 

Na opinião do senador, o Brasil oferece condições desiguais de ensino público à população. “É um absurdo uma criança ter uma escola boa, e outra, uma ruim. Educação tem que dar chance a todos”, afirma. O caráter heterogêneo das prefeituras estaria na base dessa disparidade. “Nossos municípios são muito desiguais e nem todos conseguem prover oportunidades equânimes.”

Custo trilionário

O projeto estipula o prazo de 20 anos para a incorporação federal de escolas, obedecendo-se o limite fiscal de gastos – regido pela Emenda Constitucional 95. Aliás, essa estratégia não custaria pouco. 

Um cálculo feito pela assessoria de Buarque, divulgado em 2016, estima o custo anual da proposta em R$ 463 bilhões – com base em valores de 2011. Corrigido pela inflação do período, o valor atual fica em torno de R$ 681 bilhões. Caso as federalizações durem o tempo previsto, o gasto total ultrapassaria os R$ 9 trilhões. O país precisaria elevar o PIB em 2% por ano ao longo de duas décadas para arcar com a migração. Nas últimas duas décadas, a economia brasileira cresceu acima dos 2% em apenas oito anos – o que ajuda a dimensionar o desafio. 

A proposta também inclui a incorporação dos professores municipais e estaduais, além da contratação de docentes por meio de concurso público. Os profissionais se tornariam servidores federais, com salário em torno de R$ 15 mil. Eles teriam estabilidade, mas seriam submetidos a avaliações de desempenho a cada cinco anos. 

Desempenho melhor: por quê? 

Uma das justificativas para o bom desempenho das escolas federais pode ser o tamanho reduzido da rede – o que aumenta a chance de um maior controle de qualidade. Segundo o Censo Escolar de 2016, o Brasil tem 186 mil escolas de Educação Básica. Dessas, apenas 0,4% são federais. Entre as escolas de Ensino Médio, cerca de 1,5% estão sob a guarda da União. Ao todo, o país tem 64 mil creches, sendo apenas 19 delas federais. Em termos de matrículas, a participação é irrisória: menos de 1% dos estudantes brasileiros frequentam instituições federais. 

A alta demanda por escolas federais faz com que muitas tenham de realizar avaliações de pré-seleção. Como o nível de exigência é alto, alunos de baixo desempenho tendem a abandonar as instituições. Além disso, a qualidade dos professores contribui para o destaque. A própria motivação dos docentes influencia no processo. De acordo com o movimento Todos Pela Educação, a remuneração média de um professor da rede federal é de R$ 5.173,92, para uma carga horária de 40 horas semanais. O valor é 65% acima do salário médio do magistério de outras redes públicas. 

Em São Paulo, a escola Paulistinha, administrada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é um exemplo do alcance de bons resultados. A instituição obteve conceito acima da média em todas as edições do Índice de Desenvolvimento da Escola Básica (Ideb). Na última pesquisa, divulgada em 2015, a Paulistinha atingiu 6,5 pontos. A meta definida pelo Ministério da Educação (MEC) era de 4,7. Em 2011, o Ideb da instituição foi 6,9 – bem acima dos 3,9 estipulados pelo governo. A escola atende a quase 700 crianças do Ensino Infantil e Fundamental. Outro destaque do Ideb é o colégio Aplicação, de Porto Alegre (RS). Vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a escola alcançou 7,3 pontos na avaliação de 2015 e teve uma das melhores performances do país.  

Distribuição de recursos 

A proposta, entretanto, encontra resistências. Uma das vozes dissonantes é o educador e cientista político Daniel Cara. Para ele, coordenador licenciado da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE) – uma rede de organizações dedicadas a promover a qualidade do ensino no país – e candidato ao Senado, se a União repassasse recursos proporcionais aos gastos e ao envolvimento na educação, muitos problemas das escolas municipais e estaduais poderiam ser solucionados. 

De acordo com dados da CNDE, a cada R$ 1 investido na área educacional, os municípios entram com R$ 0,42. Já os estados contribuem com R$ 0,40. Historicamente, porém, os repasses federais são desproporcionais aos investimentos no setor. Em um artigo escrito para um periódico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cara cita que o governo federal concentra 57% do que é arrecadado. Os estados ficam com 25%, enquanto os municípios sofrem com o repasse de somente 18%. 

Assim, a saída para equilibrar a qualidade não seria transpor a administração das escolas da rede pública à União, mas racionalizar o rateio das verbas. “O país tem 200 mil escolas públicas. É impossível gerir tudo isso. O caminho é fazer com que o governo assuma seu papel de colaborar técnica e financeiramente com estados e municípios”, diz o educador.

Projeto Integral: https://www.senado.gov.br/senadores/Senador/CristovamBuarque/arquivos/A%20Federaliza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20B%C3%A1sica.comp.capa.pdf

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/federalizacao-das-escolas-publicas-custaria-r-9-trilhoes-em-20-anos-13ruguf010lc0cn2q6y7wanee/

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EDUCAÇÃO PRECISA DE METAS AGRESSIVAS

 

Desejos para o Brasil
Por
Gazeta do Povo


Metas audazes ajudam toda a sociedade a sonhar grande, a enxergar como possível a revolução na educação que todos esperamos| Foto: Bigstock

Os maus resultados em avaliações de desempenho de estudantes, a lenta evolução em comparação com outros países, os altos índices de analfabetismo funcional e a irrelevância acadêmica e científica tendem a despertar pessimismo em relação à educação no Brasil. Não é incomum a percepção de que uma transformação verdadeira só poderá ser o resultado de um processo muito demorado – de algumas décadas, talvez.


Sem perder o realismo, é preciso repelir a impressão de que estamos diante de um bicho de sete cabeças. De tempos em tempos, ouve-se falar de municípios, regiões ou países que promoveram uma grande revolução na educação em poucos anos. Não há razões para duvidar da possibilidade de que o Brasil se torne um desses casos surpreendentes e inspiradores.

Foi apostando em currículos mais rigorosos e maior monitoramento da aprendizagem que as escolas públicas do município de Sobral (CE) se tornaram as melhores do país. Portugal também confiou em currículos e avaliações mais exigentes para se tornar rapidamente um dos países europeus que mais evoluem nos índices da educação. Até 1960, a Coreia do Sul era um dos países mais pobres do mundo; hoje, figura entre as 15 maiores economias do planeta, é um grande polo tecnológico e tem alto índice de desenvolvimento humano – e isso se deve, em grande parte, a uma revolução no ensino do país promovida especialmente a partir da década de 1980. Em todos esses casos, os resultados da reestruturação da educação começaram a ficar visíveis em menos de uma década.

Esses são alguns exemplos de que a elevação dos padrões de ensino e aprendizado no Brasil não precisa ser um objetivo distante. Não faz sentido, então, propor-se metas tímidas de melhoria: uns poucos pontos depois da vírgula nos indicadores escolhidos. Não. É possível sonhar com evoluções mais intensas e rápidas. Cada nova geração, cada novo grupo de alunos que entra em idade escolar e ingressa em algum colégio Brasil afora chega com potenciais esplêndidos, maravilhosos, que só precisam ser devidamente inspirados e estimulados para florescerem. Se lhes oferecermos as condições adequadas, os resultados virão muito rapidamente.

Por isso, com um planejamento adequado, com os ajustes nas alavancas corretas, é possível sonhar com transformações em curto espaço de tempo. E, por isso, vale a pena estabelecer metas arrojadas, metas agressivas, de crescimento no aproveitamento escolar. Metas audazes ajudam toda a sociedade a sonhar grande, a enxergar como possível a revolução na educação que todos esperamos; e, sobretudo, metas corajosas e ambiciosas desafiam os gestores, políticos e técnicos a porem todo o seu engenho na busca e na aplicação das melhores práticas de ensino. Atacando os problemas mais evidentes, escolhendo bem as prioridades, recorrendo a toda a tecnologia que esteja disponível será possível começar a ver frutos que, inclusive, poderão servir de incentivo para um maior engajamento de todos os cidadãos em torno dessa causa.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/desejos/educacao-metas-agressivas-de-qualidade/
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PROPOSTA DE GOVERNO DOS RESIDENCIÁVEIS

 


Auxílio de R$ 600, renda mínima, Bolsa Família: o que candidatos propõem para os pobres

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo

Programa Auxílio Brasil


| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um dos pontos comuns aos quatro candidatos à Presidência com mais intenção de voto na pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (29) é a reformulação dos programas de transferência de renda. O atual, o Auxílio Brasil, que em novembro de 2021 substituiu o Bolsa Família, está concedendo temporariamente R$ 600 por mês neste segundo semestre.

O valor pode ser permanente. Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Simone Tebet (MDB) falam em fixá-lo em R$ 600 de janeiro em diante. E Ciro Gomes (PDT) fala em um programa de renda mínima de R$ 1 mil.

Veja, a seguir, as principais propostas sobre transferência de renda:

Ciro Gomes (PDT)
Uma das propostas do plano de governo de Ciro Gomes é implantar um programa de renda mínima “universal”, que englobaria os pagamentos feitos pelo Auxílio Brasil, o seguro-desemprego e a aposentadoria rural.

Um dos mecanismos para financiar o programa, citado por Ciro durante entrevista ao “Jornal Nacional” na terça (24), seria a taxação de grandes fortunas. O candidato estima, nas propostas encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o estabelecimento de uma alíquota de 0,5% sobre patrimônios acima de R$ 20 milhões alcançaria em torno de 60 mil contribuintes e geraria uma receita de aproximadamente R$ 60 bilhões ao ano.

O candidato afirma que a implantação do programa de renda mínima, associado aos de geração de emprego e renda, será decisiva para combater a fome e a miséria. Ele afirmou, em declarações na campanha, que se for eleito seu governo vai transferir mensalmente R$ 1 mil para as famílias que tiverem renda mensal de até R$ 417.


Jair Bolsonaro (PL)
Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro estabeleceu em sua proposta de governo um compromisso prioritário: a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a partir de janeiro de 2023.

Segundo o documento, o programa representa uma importante evolução, uma vez que, além de apresentar uma ampliação de escopo, tem como pilar o estímulo à emancipação socioeconômica dos cidadãos e de suas famílias, de forma estruturante, incentivando-os para que atinjam uma situação de autonomia.

“O objetivo é colocar as famílias em uma rota produtiva, estimulando a formalização e o empreendedorismo, com vistas à empregabilidade e à emancipação cidadã”, diz o plano.

Para tornar permanente o valor de R$ 600, que por ora é válido só até dezembro de 2022, Bolsonaro disse que será necessário aprovar uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC). Apesar de não mencionar qual seria o conteúdo da proposta, integrantes da equipe econômica destacam que é possível colocar o valor de R$ 600 dentro do teto de gastos, caso haja revisão de despesas. Segundo o ministro Ciro Nogueira, as medidas serão discutidas após a eventual vitória de Bolsonaro nas eleições de outubro.

Lula (PT)
O ex-presidente Lula propõe, em seu plano de governo, um Bolsa Família renovado e ampliado. Criado em 2004, no primeiro mandato do petista, o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil no fim de 2021.

“[O Bolsa Família] precisa ser implantado com urgência para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população”, diz o plano de governo de Lula. O valor do benefício será mantido em R$ 600, afirmou o ex-presidente em live com o deputado federal André Janones (Avante-MG) no dia 13.

A intenção do petista é elaborar um programa que recupere as principais características do Bolsa Família, orientado por princípios de cobertura crescente no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania.

Em entrevista a correspondentes internacionais, no dia 22, Lula prometeu repactuar algumas condicionantes para que o benefício seja concedido. “As condicionantes serão preferencialmente para as mulheres, as crianças vão ter de estar na escola e vão ter de tomar vacina, a mulher gestante vai ter de fazer o exame.”

O ex-presidente afirmou que, em um eventual novo governo, o benefício vai ficar no nome da mulher – atualmente, essa condição é preferencial. Segundo ele, outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida, também seriam recriados.

Simone Tebet (MDB)
Simone Tebet afirma que o Brasil tem o maior programa de transferência de renda do mundo e que ele não pode ser usado como moeda de troca eleitoral. Ela assume, em seu plano de governo, um programa de transferência de renda permanente, focado nas famílias mais necessitadas, com cuidados que induzam melhoria das condições de vida, como frequência na escola, saúde preventiva e vacinação em dia.

Paralelamente, também prevê instituir benefício de renda mínima para eliminar a pobreza extrema, levando em conta a composição familiar e a insuficiência de renda. Uma das estratégias que Tebet pretende adotar para melhorar a focalização dos programas sociais é o fortalecimento do Cadastro Único.

A candidata propõe ampliar os valores que definem as linhas de miséria e pobreza, aumentando assim a base de pessoas que podem ser atendidas por programas de transferência de renda. Segundo ela, não dá para caracterizar, como situação de miséria, apenas quem tem renda de até R$ 100 mensais. Tebet aponta que mais pessoas têm de ser consideradas miseráveis, para recebimento desses valores e dessa transferência de renda permanente.

Ela também propõe manter um piso de R$ 600 dentro dos mecanismos de transferência de renda, mas fala em criar um novo programa, resgatando condicionantes que existiam no extinto Bolsa Família.

Metodologia da pesquisa citada
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 26 e 28 de agosto de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-08934/2022.

ELEIÇÕES 2022
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DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA BAND ONTEM

 

Debate na Band
Por
Gazeta do Povo


Seis candidatos à presidência da República participaram do primeiro debate na TV aberta.| Foto: Renato Pizzutto/divulgação Band

No primeiro debate entre os candidatos à Presidência, veiculado na noite deste domingo (29) pela TV Bandeirantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi várias vezes criticado pelos escândalos de corrupção durante seu governo. O petista foi chamado de “ex-presidiário” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que lembrou da dívida bilionária que deixou na Petrobras e da caixa de propinas que abastecia o PT – outros candidatos, como Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União) também abordaram o tema com ênfase.

Já Bolsonaro foi cobrado pela postura com as mulheres, especialmente depois de dizer à jornalista Vera Magalhães, uma das que fez perguntas, que ela “é uma vergonha para o jornalismo” – ela havia perguntado a Ciro Gomes se a “desinformação” sobre a vacina contra a Covid prejudicou a vacinação contra outras doenças. Para Bolsonaro, ela tomou partido no debate com “acusações mentirosas”.

Simone Tebet perguntou a Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres” e Ciro Gomes (PDT) disse que o presidente não respeita nem trata com delicadeza a questão feminina. Soraya Thronicke (União) disse que fica extremamente incomodada “quando homens são tchutchucas com outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo tigrão”. “Aí eu fico brava. Lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas”, disse, referindo-se às palavras de Bolsonaro contra Vera Magalhães. Ante as críticas, Bolsonaro destacou que foi o presidente que mais sancionou leis para defender as mulheres.

O debate também teve discussões sobre economia, fome e combate à Covid. Lula buscou defender suas gestões, destacando redução da dívida, inflação na meta e geração de empregos. Bolsonaro, por sua vez, buscou apresentar números de melhora mais recentes, justificando desempenho mais fraco em razão da política de lockdown na pandemia. O presidente destacou que irá manter o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil se reeleito, e que terá recursos para isso sem comprometer a responsabilidade fiscal. Lula prometeu a retomada do crescimento, dizendo que fará um novo governo melhor que os anteriores.

No momento em que dialogaram, Lula e Ciro Gomes trocaram farpas. Questionados sobre uma eventual união no segundo turno da disputa, reagrupando a esquerda, o petista pediu que o pedetista “não vá para Paris” – uma referência ao segundo turno de 2018, quando Ciro viajou para a França sem declarar apoio a Fernando Haddad (PT). “Espero que fique aqui no Brasil, que a gente sente para conversar e possa construir a verdadeira aliança política que ele sabe que vai ser construída”, afirmou. “Lula é esse encantador de serpentes, vai na emoção das pessoas, cativa, e quer sempre trazer a coisa para o lado pessoal, não é pessoal”, respondeu Ciro. Depois, disse que Lula “se deixou corromper”, unindo-se a Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Geddel Vieira Lima (MDB-BA), todos investigados na Lava Jato.

Bolsonaro confronta Lula sobre corrupção na Petrobras e fala sobre STF
No primeiro bloco do debate Bolsonaro confrontou Lula com números da corrupção em seu governo – dívida de R$ 900 bilhões na Petrobras e declarações do ex-ministro Antonio Palocci de que mantinha uma conta corrente de propina para o PT de R$ 300 milhões. “O senhor quer voltar ao poder, para quê? Fazer a mesma coisa na Petrobras?” perguntou Bolsonaro. Lula respondeu que Bolsonaro falava “inverdades” e citou leis contra a corrupção aprovadas em seu governo. “Não teve nenhum presidente na República que fez mais investigação para apurar corrupção que nós fizemos.”

Na réplica, Bolsonaro disse que o governo de Lula foi o “mais corrupto da história do Brasil”. Na tréplica, Lula afirmou que foi em sua gestão “que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou, com capitalização de R$ 70 bilhões”. Depois, passou a enaltecer conquistas de seu governo na inclusão social, geração de emprego, aumento no salário mínimo e investimentos em educação e proteção do meio ambiente.

Antes do embate entre os dois, a senadora Simone Tebet (MDB) criticou o clima de “radicalização” e “desarmonia” entre os poderes promovido, segundo ela, por Bolsonaro, que “ameaça a democracia, os valores democráticos a todo momento”. Ela respondia a uma pergunta da produção do programa sobre o que fazer para reduzir a tensão. “[Bolsonaro] Não respeita a imprensa livre, não respeita a independência do STF, do Poder Judiciário e do Poder Legislativo. Precisamos trocar o presidente da República. Sem paz, não vamos unir o Brasil. Sem união, o Brasil não vai voltar a crescer”, afirmou a candidata.

Na sua vez de responder, Bolsonaro disse que assumiu a Presidência escolhendo ministros por “critérios técnicos, sem ingerência política”. “Isso causou um desconforto por parte de alguns políticos e por parte de alguns partidos, como o MDB, por exemplo. Então abalei a harmonia onde todos eram amiguinhos e obviamente davam uma banana para o povo brasileiro”, disse.

Depois, sem citar o nome do ministro Alexandre de Moraes, criticou sua decisão de determinar busca e apreensão contra oito empresários por causa de uma conversa de WhatsApp – um deles disse que preferia um golpe a um governo do PT. “A ingerência, o ativismo se fazem presente hoje no Brasil.  Um ministro agora há pouco interferiu, mandando investigar, fazendo busca e apreensão, entre outras barbaridades, sobre um grupo de empresários […] Não tenho problemas com poder nenhum. Alguns ministros querem interferir no Executivo”, disse Bolsonaro.

Presidenciáveis discutem sobre mulheres, pandemia e economia

No terceiro bloco, ao perguntar Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres”, Simone Tebet disse que ele defendeu um “assassino de mulheres no Senado”, votou contra a ampliação de direitos trabalhistas para domésticas, ameaça jornalistas e comete misoginia. Bolsonaro respondeu que ela o acusava “sem prova nenhuma” e que foi o presidente que “mais sancionou leis defendendo mulheres”. Depois disse que a primeira-dama Michelle Bolsonaro nunca foi cumprimentada por Tebet pelo trabalho voluntário que realiza.

Em seguida, acusou Tebet de não se solidarizar com médicas que foram humilhadas na CPI da Covid. “Duas mulheres foram à CPI da Covid. Dra. Nise e Mayra. Foram maltratadas, foram esculhambadas, humilhadas. Onde estava vossa excelência? Escondidinha, apoiando Renan Calheiros, Omar Aziz, não foi defender mulheres lá”, afirmou.

Tebet respondeu que ligou para a senadora Leila (PSB-DF), que estava na sessão: “ela foi lá e defendeu a dra. Nise”. Finalizou dizendo que seu governo “será de amor, de cuidados verdadeiros”.

Mais à frente, Bolsonaro questionou Ciro sobre o que achava de suas políticas para concessão de empréstimos com juros baixos para mulheres. O candidato do PDT disse que Bolsonaro “aparentemente não percebe, ou não dá valor, ou não respeita, com a devida delicadeza, com a devida profundidade, que todos nós devemos, essa grave questão feminina”, fazendo referência ao tratamento verbal de Bolsonaro às mulheres. “Você disse certa feita, para chocar todos nós, que nasceram seus três filhos e que aí nasceu uma filhinha porque teve uma fraquejada. Isto é o que faz com que as pessoas desconsiderem suas políticas”, afirmou.

Lula elogiou Simone Tebet pela atuação na CPI da Covid e perguntou se houve corrupção no governo federal no combate à pandemia. “O que explica o sigilo de 100 anos para o ministro da Saúde que agiu de forma totalmente irresponsável no trato da Covid? O que explica o presidente brincar com uma doença que matou 682 mil pessoas e ele não foi capaz de derramar uma única lágrima?”, disse o petista.

A senadora respondeu: “eu vi, houve corrupção, tentativas de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí, Covaxin é o contrato mais escabroso que vi. Tentaram pagar 45 milhões de dólares, para serem pagos num paraíso fiscal, para uma vacina que não tinha comprovação científica sem nenhum critério. Quando denunciamos a tentativa de levar vantagem de um dólar por vacina, eu fui processada no STF por um ministro do atual presidente. Mas a corrupção não começou nesse governo, começou em governos passados. Esse governo tem esquemas de corrupção como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência”, respondeu a candidata do MDB.

Bolsonaro obteve direito de resposta sobre a acusação de corrupção na compra das vacinas. “Está de brincadeira a nobre senadora. Tentou corromper? Cadê a corrupção, a nota, o contrato assinado? Não tem nada”, disse o presidente. Na mesma resposta, alfinetou Lula, citando uma declaração na qual o petista disse “ainda bem que a natureza criou o coronavírus”. “Quem moral tu tem para falar de mim, ô ex-presidiário? Nenhuma moral.”

Questionado por uma jornalista se escolheria mulheres para a metade de seu ministério, caso eleito, Lula disse que não poderia assumir esse compromisso. “Não sou de me comprometer a indicar religioso, a indicar negro, a indicar mulher, homem. Você vai indicar que tem essa capacidade para assumir determinados cargos”, disse. Ao responder a mesma pergunta, Simone Tebet disse que vai cumprir a paridade. “Eu já o fiz. A primeira coisa que fiz ao lançar minha candidatura foi dizer que meu ministério vai ser paritário entre homens e mulheres sim. Basta haver competência e experiência administrativa. Temos condições de colocar 50%. E mais: temos condição de colocar negros. Mas não terá ninguém envolvido em escândalos de corrupção”, respondeu.

Antes, Lula foi questionado por Soraya Thronicke sobre o que faria para aumentar o poder de compra. O ex-presidente lembrou dados econômicos de seu governo, com redução da dívida pública para 39% do PIB, da inflação para a meta e da geração de empregos. “Volto com o único compromisso, e possivelmente eu seja a única pessoa a dizer isso, que não posso voltar e fazer menos que fiz. Quero voltar para ver se esse país volta a gerar emprego”, disse, acrescentando que quer aprovar uma reforma tributária. Soraya respondeu que o PT é um “partido corrupto confesso” e que os economistas dele “são todos mofados”.

Ciro Gomes aproveitou a pergunta a Felipe D’Ávila para anunciar sua proposta de refinanciar a dívida de 66 milhões de pessoas com nome no SPC e de mais 6 milhões de empresas endividadas. “Refinanciar dívidas é relativamente simples. Um grande leilão, todos os crediaristas, os credores que derem o maior desconto, eu tenho conseguido no Ceará 90% de desconto, traz a dívida média sua de R$ 1.400, refinanciar em muitas prestações, com juros moderados”, descreveu.

Auxílio Brasil, vacinas e união da esquerda
O segundo bloco do debate foi dedicado a perguntas de jornalistas sobre Auxílio Brasil, vacinas, dificuldade de união da esquerda e religião. Bolsonaro foi questionado sobre a fonte de recursos para a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 no próximo ano sem o perigo de se estourar a lei do teto de gastos. “Vamos manter esse valor a partir do ano que vem, dentro da responsabilidade fiscal”, afirmou, destacando o aumento do lucro nas estatais, de cerca de R$ 200 bilhões neste ano, “na contramão de outros anos”, em referência às gestões passadas. Afirmou ainda que conseguiu ampliar o valor por conta da revisão no pagamento dos precatórios e reduzir o ICMS sobre os combustíveis.

Lula rebateu dizendo que manutenção do valor de R$ 600 não está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso recentemente. Bolsonaro disse que vai negociar a questão na lei orçamentária de 2023.

Perguntado sobre a redução da cobertura vacinal do Brasil nos últimos anos, Ciro Gomes respondeu que tem a meta de alcançar 100% como fez no Ceará, e que quer “reconciliar o Brasil”.

Na pergunta seguinte, Ciro foi questionado se apoiaria Lula no segundo turno ou como atrairia o apoio do petista em uma eventual disputa com Jair Bolsonaro. “A razão de meu distanciamento é que infelizmente o Lula se deixou corromper mesmo”, disse.

Lula elogiou a participação de Ciro em parte de seu governo, entre 2003 e 2006, e que pretende conversar com ele se a disputa for para o segundo turno. “Mesmo assim, Ciro, nós ainda vamos conversar, e você vai pedir desculpa, porque você sabe que está dizendo inverdades a meu respeito”, respondeu o petista.

Ciro debate com Bolsonaro sobre fome
Ciro Gomes (PDT) questionou Bolsonaro sobre a fome no Brasil. Após falar de crianças subnutridas e mães preocupadas, indagou ao presidente: “o senhor não teme que isso seja interpretado como conivência com isso?”. Bolsonaro começou dizendo que a inflação “é uma das menores do mundo” e que o governo está “colaborando na geração de empregos”.

“Pode ter certeza que no mês que vem devemos ter essa taxa [de desemprego] chegando a 8%. O nosso PIB está crescendo. Nós fizemos milagre durante a pandemia. Lamentamos as mortes, mas investimos para que empregos não fossem destruídos, com os programas Pronamp e Bem. Atendemos os mais necessitados”, disse Bolsonaro. Depois citou dados do Ipea que mostra redução da extrema pobreza no Brasil e aumento no mundo, e também mencionou o aumento do valor do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

Questionado por Lula sobre sua proposta para a questão ambiental, Felipe D’Ávila (Novo) defendeu que “o Brasil seja a primeira nação carbono zero entre as grandes potências”. “O Brasil tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvore em terra degradada. Nós temos 50 milhões de hectares terras degradadas, dá para plantar árvore em 3 milhões, isso vai gerar renda para as pessoas mais pobres”, disse o candidato do novo.

Soraya Thronicke (União) foi indagada por Simone Tebet sobre o que pretende fazer para resolver o problema da educação. Respondeu que sua primeira proposta é isentar do imposto de renda todos os professores, que custaria R$ 10 bilhões por ano. Disse que vai investir na criação de “metodologias autodidáticas”.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/como-foi-o-inicio-do-primeiro-debate-na-tv-entre-os-candidatos-a-presidencia/
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ABASTENÇÃO DO VOTO NO CHILE PREJUDICOU A SUA CONSTITUIÇÃO

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Segundo turno da eleição para presidente em Curitiba. #voto #cabine #justificativa #eleitoral #urna #biometria


Imagem ilustrativa.| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo/Gazeta do Povo

Dentro de 34 dias nós vamos ser chamados às urnas. E ainda não sei se a gente vai ter mesmo que deixar o celular na mesa do mesário. Vamos ouvir os juristas pra saber se essa não é mais uma arbitrariedade, mais uma imposição ilegal. Mas, de qualquer maneira, quero lembrar do que vai acontecer no Chile agora, no próximo sábado: um plebiscito, em que o voto é obrigatório, sobre se a população aceita ou não a constituição que foi feita por uma Assembleia Nacional Constituinte eleita em uma eleição em que o voto não era obrigatório e que teve praticamente metade de abstenção. Pouca gente votou, mas foram representados pelos poucos que votaram. Abriram mão do direito e, agora, estão fazendo manifestações de protesto contra a nova constituição, que acaba com o Senado, que impõe todas as teses marxistas, desde aborto, inventam um tribunal só para índios, uma série de questões que o povo chileno não aceitou porque seria um retrocesso aos progressos que a economia chilena, com plena capacidade da inciativa privada e desestatização, floresceu, virou uma economia moderna. O Chile se tornou um país parecido com um país de primeiro mundo e, agora, isso está sendo derrubado violentamente pela estrutura da nova constituição. Todos os institutos de pesquisa do Chile estão indicando que a relação da negativa a essa nova constituição é de 5 para 1, ou seja, 80% não querem essa nova constituição. Será que precisariam passar por isso se todos tivessem ido votar? Estou contando isso para vocês pensarem na hora do voto. Voto em branco não conta, anular o voto não é voto válido e se abster não é nem covardia, é abrir mão do poder e do direito de depois reclamar se algo der errado.

Reintegração de posse no Paraná
Queria falar, também, sobre uma decisão do ministro Barroso. O MTST, o movimento dos sem-teto, que é um movimento urbano, invadiu um terreno particular em Curitiba e o dono do terreno entrou na Justiça com uma ordem de reintegração. O MTST foi ao Supremo para anular essa decisão da Justiça favorável ao dono do terreno, alegando que uma decisão do Supremo, uma liminar do ministro Fachin, diz que durante a pandemia, ninguém pode desalojar ninguém. Só que eles começaram a invasão no dia 22 de junho agora, neste ano. Não tem nada a ver com a pandemia. O ministro Barroso não caiu nessa e não deferiu o pleito do MTST.

Recorde de arrecadação
E para terminar, uma comprovação de uma teoria econômica que mostra que quanto maior o imposto, menos o pagador se sente com vontade de pagar, e quanto menor o imposto e com mais resultados, mais sobe a arrecadação. Mais uma vez, a arrecadação federal foi recorde, uma alta de 7,5%, R$ 202,6 bilhões em julho. O governo federal baixou a alíquota de muitos impostos e, ao mesmo tempo, está apresentando resultados.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/chile-da-exemplo-de-que-se-abster-de-votar-e-abrir-mao-do-poder/
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PREPARATIVOS PARA MANIFETAÇÕES NO DIA 7 DE SETEMBRO

 anifestações no dia 7 de Setembro

Produtores rurais e caminhoneiros vão participar das manifestações do 7 de setembro

Byvaleon

Ago 29, 2022

Atos nas ruas

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Caminhoneiros misturados a manifestantes na Esplanada dos Ministérios em 7 de setembro de 2021: líderes da categoria estimulam a participação da categoria este ano, mas sem os caminhões| Foto: Alan Santos/PR

Produtores rurais e caminhoneiros vão aderir às manifestações do 7 de setembro. Eles irão defender as pautas oficiais dos atos de rua, tais como a celebração dos 200 anos de independência do Brasil, a defesa das liberdades, o respeito à democracia e a demanda por eleições transparentes.

O caminhoneiro Janderson Maçaneiro, o “Patrola”, líder da categoria com atuação em Itajaí (SC), prevê a adesão de muitos transportadores autônomos e celetistas aos atos do 7 de setembro. Mas ele afirma que a participação de caminhões foi descartada. Em 2021, alguns trabalhadores foram a Brasília e estacionaram os veículos no gramado da Esplanada dos Ministérios.

O setor agrícola também estará presente, inclusive no desfile cívico-militar de Brasília. A Gazeta do Povo apurou que existe a previsão de que 27 tratores desfilem junto de grupamentos das Forças Armadas e viaturas das forças auxiliares de segurança pública.

“O agro na nossa região [Centro-Oeste] está pleno e totalmente engajado para participar efetivamente”, afirma o produtor rural e engenheiro agrônomo Hélio Dal Bello. “Inclusive dispensaremos os funcionários para que vão à Esplanada, com dispensa da diária e pagando o deslocamento [dos trabalhadores que quiserem ir à manifestação].”

Dal Bello diz que, além de liberar os funcionários e estimular os colaboradores que quiserem participar da manifestação em Brasília, os agricultores também estão hasteando bandeiras do Brasil em suas fazendas e custeando os gastos com publicidade em placas de outdoor para convocar a população para a Esplanada.


“Eu mesmo tenho aqui na cidade [onde moro] um outdoor que devo colocar: ‘É agora ou nunca, 7 de setembro’. Estamos 100% focados para o 7 de setembro e com vontade de participar”, afirma o produtor rural.

Dal Bello prevê uma festa democrática e diz que os empresários querem demonstrar um sentimento de “angústia” percebido no setor. Segundo ele, os agropecuaristas não querem uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se espelham na crise econômica na Argentina para rechaçar o candidato petista. “Nosso espelho aqui é a Argentina. Eu fui várias vezes à Argentina. Temos amigos que estão sofrendo lá. Nosso reflexo é com os ‘hermanos’. Nosso medo é a desgraça vir para cá e não sei o que vai acontecer. Nós, do agro, estamos muito apreensivos que a esquerda vença”, diz.

O presidente da Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agropa), Carlos Alberto Moresco, confirma sua presença a Brasília como “cidadão”. “Vou normal, com a minha camisa verde e amarela e vou estar lá para prestigiar o desfile”, diz.

Moresco torce para que o desfile cívico-militar conte, de fato, com a participação dos tratores. “Não estou sabendo disso. Mas, se tiver essa homenagem, o setor ficará honrado em ter essa oportunidade de mostrar para a sociedade a sua importância, uma vez que o agro está dentro da casa de cada cidadão brasileiro todo dia. Nós temos uma relevância muito grande no cenário mundial”, diz.

Caminhoneiros descartam paralisação neste ano
O caminhoneiro Janderson Maçaneiro, o Patrola, descarta a hipótese de que a categoria promova o bloqueio de rodovias neste ano – em 2021, eles também participaram dos atos e, posteriormente, chegaram a paralisar o fluxo em algumas estradas.

“Isso está fora de cogitação. Nem esquerda ou a direita conseguem fechar rodovia agora”, afirma. “O próprio saldo do ano passado foi muito negativo. Apesar de entender que o 7 de setembro de 2021 foi uma das maiores festas da democracia, o saldo foi de multas muito pesadas para a categoria”, diz Patrola.

O caminhoneiro Aldacir Cadore, líder da categoria com atuação em Luziânia (GO), é outro a descartar a possibilidade de paralisação. Às vésperas das eleições, essa é uma hipótese que ele rechaça, embora demonstre preocupação em relação ao clima de animosidade na categoria.


Decisão de Moraes contra empresários estimula convocação para atos do 7 de setembro
Como o STF se prepara para protestos na comemoração de 7 de setembro em Brasília
Grupos de apoiadores de Bolsonaro organizam atos de 7 de setembro no exterior
Os mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes contra oito empresários acusados de defender um golpe de Estado no Brasil causaram apreensão e indignação entre caminhoneiros. “Muita gente acha que foi uma medida autoritária”, diz Cadore, que vai participar dos atos em Brasília como “cidadão”. “Vou deixar o caminhão em casa e vou como cidadão, não como caminhoneiro”, destaca.

Patrola concorda com a avaliação sobre a medida de Alexandre de Moraes. “É o que todo mundo grita: ‘Se os grandes [empresários] não têm liberdade para falar o que querem em uma condição privada, o que vai ser conosco? Do que vão nos privar se estão privando grandes empresários com capacidade jurídica? Se estão desdenhando desses caras, o que vai acontecer comigo?’ Todos acham que é um ataque direto à democracia e à liberdade de expressão”, diz.

Ele articula junto com outros líderes da categoria a elaboração de uma carta em defesa da liberdade de expressão. Ele apresentou essa proposta em um grupo de WhatsApp com outras 26 lideranças, que avaliam a sugestão. “O que está acontecendo é inadmissível para todos os lados, esquerda ou direita. Entendo que o indivíduo possa dizer [algo sobre golpe]; não fazer. Como a gente conseguiu nos últimos tempos uma expressão política, não podemos deixar essa situação. É nesses momentos que ocorrem as crises que precisamos reafirmar nosso espaço”, diz.

Patrola afirma ainda que vai gravar um vídeo às vésperas de 7 de setembro para aconselhar a categoria a não defender posicionamentos que possam ser interpretados como antidemocráticos. “Vou pedir que tenhamos uma manifestação muito expressiva, democrática e sem a participação de caminhões”, diz.

O caminhoneiro Odilon Fonseca, líder da categoria com atuação em Confresa (MT) que capitaneou a paralisação em 2021, não acredita em animosidade da categoria para o 7 de setembro. “Eu não tenho visto falar nada fora, em outros estados ou outras regiões do Mato Grosso, de que vai haver algum protesto em rodovia ou algo assim. Não vamos ver nada igual ao ano passado. A eleição está chegando e a maioria dos caminhoneiros está mais preocupada com isso”, diz. Odilon ainda não sabe se vai a Brasília, mas afirma que também se manifestará de “verde e amarelo” como “cidadão”, não caminhoneiro.

Adesão de caminhoneiros e agro em 2021 foi marcada por ofensiva de Moraes
A participação de caminhoneiros e empresários do setor agrícola nos atos de 7 de setembro de 2021 foi marcada por uma ofensiva do ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra lideranças das duas categorias.
Às vésperas das manifestações, Moraes instaurou um inquérito específico para investigar os atos. Ele determinou a prisão de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) por ameaças a magistrados da Suprema Corte e o bloqueio de contas e busca e apreensão contra supostos financiadores dos atos. Um dos que foi alvo de mandado de prisão foi o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o “Zé Trovão”. Moraes entendeu que havia ameaça de cometer atos de violência nas manifestações.

O ministro do STF também autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão na Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e na Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja). O então presidente nacional da Aprosoja, Antônio Galvan, passou a ser investigado como um dos supostos financiadores das manifestações de 7 de setembro. A suspeita da Procuradoria-Geral da República (PGR) era de que as entidades estariam utilizando recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) para financiar os atos.

Em reação ao inquérito, agricultores apoiaram a montagem de um acampamento no gramado da Esplanada dos Ministérios com infraestrutura para acomodar manifestantes que pediam pautas como o impeachment de ministros do STF.

Os caminhoneiros, por sua vez, promoveram paralisações em 8 de setembro, com o registro de bloqueios em rodovias de 15 estados. Um dia seguinte, não havia mais trechos obstruídos, mas o Ministério da Infraestrutura ainda apontou naquele dia pontos de concentração em rodovias em 13 estados.

Líderes caminhoneiros condicionaram à época o desbloqueio de trechos em rodovias à absolvição de “presos políticos” por Moraes, à tramitação do impeachment de ministros do STF e do voto impresso auditável. Cerca de 10 transportadores autônomos foram recebidos no Palácio do Planalto e apresentaram a pauta a Bolsonaro, que pediu a desobstrução das rodovias.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/7-setembro-produtores-rurais-e-caminhoneiros-vao-participar-de-manifestacoes/
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SANEAMENTO BÁSICO NÃO DÁ VOTO E OBRAS NÃO SÃO FEITAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

CAXIMBA – LUCIANO HUCK


Quase 40% dos municípios ainda não têm rede de esgoto pública e usam soluções alternativas, muitas vezes inadequadas, para sanar o problema.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

O saneamento – ou, melhor dizendo, a falta dele – é uma vergonha nacional. Os brasileiros sem acesso a água tratada são 35 milhões, e quase metade da população (100 milhões de pessoas) não é alcançada pelo serviço de coleta de esgoto. Além disso, apenas metade do esgoto coletado no país é devidamente tratado. Sucessivos governos, de todos os matizes político-ideológicos, nas três esferas, não foram capazes de universalizar este que é um dos serviços mais básicos e cuja ausência custa caro ao país, na forma de doenças que poderiam ser facilmente evitadas e de severa degradação ambiental.

No entanto, o que é uma deficiência vergonhosa também se mostra como oportunidade. Assim como no caso das ferrovias brasileiras – cuja malha é a mesma de 100 anos atrás –, que já garantiram dezenas de bilhões de reais em projetos solicitados ao governo federal assim que entrou em vigor um novo marco regulatório, o saneamento deve receber aportes igualmente vultosos e necessários. O Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado e sancionado em 2020, inclui a meta de levar a água potável e a coleta de esgoto a 99% e 90% dos brasileiros, respectivamente, e considera que é o setor privado que deve assumir o protagonismo nesta missão de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033.

Dezenas de milhões de brasileiros não podem seguir condenados à precariedade quando se trata de um direito básico como o acesso a água tratada e serviço de coleta de esgoto

Segundo reportagem da Gazeta do Povo, desde a entrada em vigor do Novo Marco do Saneamento até abril deste ano, foram realizados 16 leilões que cobrem 217 municípios, onde vivem 20 milhões de pessoas, com R$ 46,7 bilhões em investimentos previstos. Até 2024, ainda devem ocorrer outros 28 leilões em 17 estados, beneficiando 16,3 milhões de brasileiros com investimento de R$ 24 bilhões. Mesmo assim, estes montantes precisam ser apenas o começo, pois a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033 deve exigir de R$ 507 bilhões (na conta do Ministério do Desenvolvimento Regional) até R$ 993 bilhões, de acordo com a consultoria KPMG.

O grande desafio está nos municípios menores e mais pobres, que tendem a apresentar contratos irregulares para a prestação dos serviços de água e esgoto – segundo o Instituto Trata Brasil, nesses municípios vivem 30 milhões de brasileiros, dos quais 64,4% têm água tratada e apenas 29,1% têm esgoto coletado. Ali, o investimento necessário será maior, pois será preciso construir redes completas de água e saneamento básico, em vez de apenas manter e melhorar redes já existentes. Para que essas pessoas hoje esquecidas pelo Estado não acabem ignoradas também pelo setor privado, será preciso encontrar modelos contratuais atrativos, incentivando a formação de consórcios de municípios próximos, possibilidade aberta pela nova legislação.


Dezenas de milhões de brasileiros não podem seguir condenados à precariedade quando se trata de um direito básico como o acesso a água tratada e serviço de coleta de esgoto. A entrada do setor privado, o estabelecimento de um ambiente de competição – que forçará as estatais a serem mais eficientes – e a possibilidade de novos arranjos entre empresas e poder público para a oferta do serviço são etapas necessárias se o Brasil deseja o fim de calamidades como esgotos a céu aberto e doenças causadas pelo consumo de água não tratada.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-enorme-desafio-da-universalizacao-do-saneamento/
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DOMÍNIO DAS FERRAMENTAS DE MARKETING DIGITAL TRÁS BENEFÍCIOS

 

 Por Letícia Matsumoto – Agência Mestre – Endeavor e Sebrae

Este estudo prova como os diferentes níveis de conhecimento sobre ferramentas de marketing digital geram resultados diferentes!

As ferramentas de marketing digital possibilitam a análise de dados, acompanhamento de métricas essenciais para um negócio e até a construção de relacionamento com possíveis clientes. Mas, qual a opinião das empresas com maior maturidade sobre suas ferramentas? Quais seriam os maiores benefícios?

O estudo da Capgemini, conduzido pela Forrester Consulting, entrevistou tomadores de decisão de VP e C-level marketing em serviços financeiros e empresas de alta tecnologia para descobrir. Confira os dados obtidos!

Modelo para avaliar a maturidade da tecnologia de marketing

Para avaliar a maturidade das empresas quanto às tecnologias de marketing foram utilizadas 24 dimensões em 5 categorias:

estratégia;

processo;

tecnologia;

dados;

organização.

Os entrevistados foram agrupados em 3 faixas de maturidade: alta (top 25%); médio (meio 50%); e baixo (25% inferior).

As empresas de serviços financeiros apresentaram níveis mais baixos de maturidade

Das empresas entrevistadas pela pesquisa, 4 em cada 10 empresas de serviços financeiros se enquadram no grupo de baixa maturidade, em comparação com 14% das empresas de tecnologia.

Os principais benefícios de dominar ferramentas de marketing digital

Um ponto importante é que as empresas com maior maturidade sabem como aproveitar ao máximo as ferramentas que estão disponíveis em suas instituições. Enquanto as de baixa maturidade, apenas utilizam algumas de suas funcionalidades.

15 ferramentas de marketing digital que todo empreendedor precisa conhecer

Marcus Farias – Endeavor

Buzzsumo, RD Station, Google Analytics…Ferramentas não faltam para profissionalizar sua estratégia de marketing digital. Mas, entre tantas que existem no mercado, quais são as mais eficientes? Confira a lista!

Entre 2015 e 2021 o número de soluções tecnológicas focadas em marketing cresceu 87% de acordo com o estudo Marketing Tecnhology Landscape 2021. Esse aumento segue a evolução exponencial do marketing digital, mas também deixa mais complexa a tarefa de empreendedores e de seus times nessa área de identificar e implementar ferramentas que atendam às dinâmicas do mercado e os objetivos do negócio.

Para ajudar neste desafio, selecionamos 15 ferramentas de marketing digital essenciais para alavancar negócios e aumentar a presença digital. Utilizando-as, o empreendedor será capaz de acompanhar a performance dos canais digitais, gerenciar metas e KPI’s(indicadores-chave de desempenho), otimizar a dinâmica da sua equipe e gerar insights valiosos com base em fatos e dados.

1. Google Analytics

O Google Analytics é a ferramenta gratuita mais utilizada pelos profissionais de marketing digital. Ele tem como principal objetivo monitorar o tráfego de um site, e-commerce ou aplicativo.

Dentro da plataforma é possível analisar relatórios-padrão e também customizar os dashboards de acordo com a necessidade do seu negócio. Além dos dados referentes à experiência do usuário, ele também fornece informações proprietárias do Google sobre a audiência, como idade, gênero, interesses, afinidades e segmento de mercado.

Veja abaixo algumas informações disponíveis:

Visitas – Número total de visitantes, páginas por sessão e tempo da visita;

Origens de tráfego – De onde estão vindo os acessos do site (direto, orgânico, mídia paga, redes sociais, referência e outros);

Metas – Quais foram as metas alcançadas e suas respectivas origens;

E-commerce – Como está o desempenho da sua loja virtual;

Marketing – Quais são as campanhas de marketing que geram melhores resultados;

2. SimilarWeb

Com o SimilarWeb é possível analisar dados de tráfego de qualquer site ou aplicativo. Com estas informações é possível realizar um benchmark da concorrência, identificar novos competidores, descobrir novos mercados e mapear tendências.

Eles coletam diariamente 5 bilhões de eventos que são categorizados e higienizados, ou seja todos os dados considerados ruins ou com problemas são excluídos. Entre as informações disponibilizadas gratuitamente estão:

Overview: Total de visitas, engajamento, origens de tráfego

Audience Interests: Categorias e Tópicos;

Search: Percentual de tráfego orgânico, palavras orgânicas e pagas;

Social: Percentual de tráfego por rede social;

Display Advertising: Percentual de tráfego de anúncios Display e share de canais;

Similar: sites e aplicativos semelhantes;

3. Google Search Console

O Google Search Console é uma plataforma  gratuita para monitorar e preservar a presença de um site nos resultados de busca do Google. O Search Console oferece um dashboard completo com muitas informações importantes,que impactam diretamente no desempenho da página quando o foco é ranqueamento no mecanismo de busca do Google.

Abaixos estão as principais informações do Search Console para realizar uma auditoria de SEO:

Aparência de pesquisa (Search Appearance): Como o Google está lendo cada parte das páginas – títulos, descrições, imagens etc.;

Tráfego de pesquisa (Search Traffic): O que as pessoas estão procurando no Google que as leva a clicarem (ou não) no seu site;

Índice do Google (Google Index): Como está o desempenho do Google em indexar as páginas do seu site e identificar as palavras-chave que mais aparecem;

Rastreamento (Crawl): Quais são os problemas robôs do Google estão tendo na hora de vasculharem as páginas do seu site em busca de conteúdo relevante;

Problemas de segurança: Notificações de problemas de segurança detectados em seu site;

Para entender com mais profundidade cada item,a Cristine Basso, consultora de Marketing da Resultados Digitais fez um post detalhado sobre estes pontos.

4. Hotjar

Para melhorar a experiência do usuário de um site é importante monitorar as interações dos usuários com todos os elementos da página. A ferramenta Hotjar oferece um pacote completo para mapear a jornada do consumidor dentro do site:

Heatmaps: mostra por onde os visitantes passaram o mouse na tela;

Clickmaps: indica as áreas onde os visitantes mais clicaram em seu site;

Scrollmaps: mostra a profundidade de rolagem do mouse dentro de uma página;

Visitor Recordings: grava a sessão do usuário em vídeo acompanhando o movimento do mouse e cliques.

Feeback Poll: enquetes com perguntas sobre o conteúdo e pesquisas de satisfação como por exemplo NPS (Net Promoter Score);

Test User: seleciona usuários para realizar testes de experiência e design;

Com essas informações é possível priorizar mudanças de layout, otimizar as taxas de conversão, criar experimentos, melhorar os CTAs (call-to-action) dentre outras ações.

5. Google Tag Manager

Implementar e administrar tags de acompanhamento de diferentes ferramentas de monitoramento pode ser uma missão complexa e normalmente envolve o time de TI. Para centralizar e simplificar a gestão destas tags o Google criou o Tag Manager.

Com esta ferramenta, qualquer profissional que tenha acesso à plataforma pode adicionar ou alterar tags sem ter que acessar a linha de código do site. O Tag Manager aumenta a agilidade e autonomia do time de marketing, possibilitando atualizações de scripts no site em tempo real de maneira centralizada e segura.

6. Canva

Uma excelente ferramenta gratuita de design. Os principais diferenciais do Canva são a sua interface intuitiva, as inúmeras opções de layout e customização dos templates. Ele permite também que o time colabore com sugestões pontuais, tornando o processo de aprovação e compartilhamento dos criativos menos burocrático e mais rápido.

Abaixo estão alguns templates que o Canva oferece:

Posts para Redes Sociais (Facebook, Pinterest, Instagram, Twitter, Google +);

Infográficos;

Newsletters;

Gráficos e muito mais.

7. RD Station

A RD Station é uma plataforma completa de automação de marketing, com todas as funcionalidades necessárias para automatizar os processos de uma estratégia de Marketing Digital. Ele possibilita às empresas atrair visitantes ao site, transformar visitantes em oportunidades de negócio, relacionar-se com esses potenciais clientes, fechar vendas e analisar o ROI (retorno sobre investimento) de cada canal.

Um ponto muito forte desta ferramenta é a funcionalidade dedicada à inteligência de negócios, que permite entender quais canais e campanhas estão trazendo mais retorno e como está o desempenho geral dos negócios, possibilitando uma melhor tomada de decisão no futuro.

Entre as funcionalidades disponíveis no RD Station estão:

Dashboards;

Planejamento de projetos (Planos de Sucesso);

Análise de SEO;

Landing Pages, formulários e pop-ups;

E-mail Marketing;

Automação de Marketing;

Gerenciamento e segmentação de contatos;

Qualificação de contatos (Lead Scoring);

Inteligência de negócios (Marketing BI);

8. Buzzsumo

O BuzzSumo é uma ferramenta muito eficaz para identificar os conteúdos que melhor performaram nas redes sociais sobre um determinado assunto. A dinâmica é bem simples: digite o tópico a ser analisado na barra de busca, e o aplicativo retornará os conteúdos com maior número de compartilhamentos gerais e também separados pelas principais redes sociais.

Para tornar a busca ainda mais assertiva, o BuzzSumo possibilita filtrar os resultados por data, linguagem, país, domínio e tipo de conteúdo. Além da pesquisa, ele também oferece um quadro com tendências em tempo real que também podem ser filtrados por temas como negócios, tecnologia, notícias, entretenimento, vídeos e personalizado.

Analisando os conteúdos mais compartilhados, é possível identificar correlações entre palavras-chave, tipo de linguagem, títulos, descrições, profundidade, dentre outras informações que podem auxiliar na produção ou otimização de conteúdos sobre determinado com base em dados atualizados em tempo real sobre o engajamento dos usuários em diversas plataformas.

9. Keyword.io

A Keyword.io é uma ferramenta que ajuda a descobrir quais são as palavras e termos que as pessoas estão digitando nos principais mecanismos de busca (Google, YouTube, Bing, Amazon e App Store). Ela utilizada os resultados do Google Autocomplete para gerar centenas de sugestões de palavras long-tail.

Para otimizar a busca é possível adicionar palavras-chave negativas e, desta maneira, filtrar termos que não agregam valor para análise em questão. Outro recurso interessante é a lista de perguntas, ou seja a ferramenta consegue identificar quais são as questões mais frequentes sobre um determinado tópico.

Esta é uma ferramenta simples mas poderosa que pode contribuir para diferentes áreas do Marketing Digital como mídia paga, produção de conteúdo e SEO.

10. Slack

O Slack é um software de comunicação corporativa que permite a criação de canais que podem ser divididos por times, projetos, tópicos ou qualquer assunto que seja relevante e necessite de um canal específico como por exemplo um fórum de gestão de crise.

Um ponto forte do Slack, além de fortalecer a comunicação entre as equipes e organizar as informações e arquivos,são as integrações. Ele permite a conexão com diversos aplicativos como ferramentas de gerenciamento de tarefas, redes sociais, Google Drive, Dropbox, etc.

Esta solução é interessante porque as conversas internas ficam bem mais organizadas e os arquivos mais fáceis de serem encontrados, uma vez que a pesquisa interna é robusta e rápida.

11. Trello

Grande parte das iniciativas de marketing digital é multidisciplinar e envolve diversas pessoas e áreas, por isso fazer o planejamento e a gestão de todos os processos que estão em andamento é uma tarefa muito difícil. O Trello pode ajudar nesta missão. Ele é uma ferramenta colaborativa para organizar projetos em quadros, conceito semelhante à metodologia Kanban.

A simplicidade do Trello é o segredo do sucesso, ele possui diversos recursos para gerenciar não só os projetos em andamento como o desempenho da equipe como um todo. Por meio da análise dos quadros, cartões, etiquetas e checklists, gerenciar e atualizar os prazos e status de cada projeto é uma tarefa simples e intuitiva.

O Trello possui um sistema bem eficiente de notificações via e-mail, basta começar a seguir um quadro para receber todas as atualizações em tempo tempo. Também é possível criar times e delegar tarefas, compartilhar arquivos e filtrar os quadros por palavra-chave, status, tag, etc.

Ele também disponibiliza um aplicativo para que você possa acompanhar os projetos onde estiver. Para entender melhor como funciona a gestão de projetos de marketing digital por meio do Trello, leia o artigo do Ícaro Iasbek no blog da plataforma.

12. Hootsuite

O Hootsuite é uma ferramenta criada para otimizar e automatizar o engajamento nas redes sociais. Em um único painel é possível gerenciar as contas de todas as redes sociais da empresa, monitorar menções, responder comentários, agendar posts e acompanhar palavras-chave importantes para o negócio, com o objetivo de encontrar novos leads e engajar influenciadores no mundo das redes sociais.

A ferramenta disponibiliza soluções para:

Analisar dados das redes sociais;

Engajar a audiência;

Publicar e agendar posts em vários canais;

Monitorar palavras-chave e gerar insights;

Criar fluxos de aprovações;

Permissões específicas para cada nível de usuário;

O Hootsuite permite o gerenciamento completo dos canais sociais o que facilita a rotina do empreendedor ou do seu departamento de Marketing.

13. Unbounce

Criar uma landing page para divulgar um determinado produto ou serviço é uma estratégia de sucesso para gerar leads e capturar informações relevantes para o negócio. A missão da Unbounce é democratizar a construção de landing pages e aumentar suas taxas de conversão.

Com a Unbounce qualquer pessoa é capaz de criar uma Landing Page. A plataforma é intuitiva, e a maioria de suas funcionalidades é baseada na tecnologia de arrasta e solta. Portanto, para criar uma página basta arrastar e soltar os elementos como caixas de texto, imagens, formulários, videos, botões e muito mais.

Eles também oferecem ferramentas para otimizar as conversões dentro da página como pop-ups, teste A/B de conteúdo, textos dinâmicos que conversam com os anúncios que direcionam os usuários a landing page e formulários customizáveis.

Além destas funcionalidades o Unbounce integra com ferramentas de gerenciamento de conteúdo, CRM, automação de marketing e e-mail marketing. Estas integrações são importantes, porque elas reduzem os esforços para unificar e consolidar a análise de dados em um único sistema manualmente.

14. Mailchimp

O Mailchimp é uma ferramenta de e-mail marketing simples e fácil de configurar. Sua plataforma é bastante intuitiva e suas funcionalidades atendem tanto às necessidades de um pequeno negócio quanto às de empresas com um grande volume de disparos e réguas de relacionamento complexas.

Dentre os principais recursos estão:

Plataforma para criação de e-mails (conceito arrasta e solta);

Templates de e-mail personalizáveis;

Segmentação avançada de assinantes;

Automações com base no comportamento do usuário no site;

Relatórios que podem ser compartilhados com o time;

Aplicativo para gerenciar suas campanhas;

15. Sumome

Gerar tráfego relevante e converter usuários em leads são grandes desafios para os profissionais de marketing digital. O Sumome ajuda nestas duas tarefas:para aquisição de leads ele oferece pop-ups, scroll boxs, smart bars e formulários de contato. Para aumentar o tráfego do site as opções são compartilhamento de imagens e conteúdos em redes sociais.

Algumas das funcionalidades que tornam o Sumome uma ferramenta poderosa são:

Teste A/B de imagens e mensagens;

Inserção de campos personalizados;

Dashboard dentro da própria plataforma;

Segmentação de público avançada (origem de tráfego, página, dispositivo, local, parâmetros na URL, hashtags…) ;

Possibilidade de inserção de códigos de acompanhamento de conversão;

Regras de exibição de acordo com o comportamento (tempo no site ou ação);

Integrações com diversas ferramentas de CRM e Marketing Digital;

Quando comparamos as respostas das empresas de diferentes níveis de maturidade é interessante observar que as percepções são diferentes, justamente porque as empresas que dominam as ferramentas possuem maior histórico de sucesso na obtenção de resultados.

Direcionamento aprimorado/otimizado das campanhas de marketing

No geral, o principal benefício mencionado pelos entrevistados foi o de direcionamento aprimorado/otimizado das campanhas de marketing.

No entanto, enquanto 82% das empresas de alta maturidade usufruíram desse benefício, apenas 64% das empresas de baixa maturidade conseguiram o mesmo.

Insights mais profundos do cliente

Quando comparamos os resultados de outro benefício mencionado: “insights mais profundos do cliente”, 81% das empresas de alta maturidade conquistaram esse feito, em comparação com apenas 55% das empresas de baixa maturidade.

Maior geração de leads

As empresas de alta maturidade se mostraram muito mais propensas do que as de baixa maturidade a relatar maior geração de leads, melhorias nas taxas de conversão e aumento da receita de vendas.

Porque não basta apenas ter as ferramentas certas para obter resultados

As ferramentas de marketing digital, ou então martechs, são parte fundamental para realização das ações estratégicas desenvolvidas pelas empresas. No entanto, com a vasta disponibilidade dessas tecnologias no mercado, há uma grande tendência de que elas sejam contratadas, mas não tenham o potencial de funcionalidades aproveitado, o que demonstra um desperdício de investimento.

O estudo é uma prova de que quanto maior o domínio de um conjunto de ferramentas, maior será o número de resultados ou métricas obtidas a partir delas.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 100.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

domingo, 28 de agosto de 2022

O BRASIL É UM DOS ÚLTIMOS EM QUALIDADE DE VIDA

 


Democracia, liberdade econômica e menos corrupção: o que explica o sucesso dos países
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília


Rua de Oslo, a capital da Noruega: país é referência em qualidade de vida.| Foto: Jorge Franganillo

Em uma ponta, entre os melhores, países como Noruega, Nova Zelândia, Suíça, Finlândia e Irlanda. Na outra, no grupo dos piores, Sudão, Venezuela, Coreia do Norte, Afeganistão e a República Centro-Africana. Essa realidade, em linhas gerais, é a que se observa quando se comparam nações em diferentes rankings de qualidade de vida, liberdade econômica, corrupção e democracia. Ou seja, há uma correlação entre esses indicadores – uns influenciando os outros.

Em suma, o que os indicadores mostram é que, via de regra, países que estão bem em uma área também se saem bem nas demais, e vice-versa. As nações mais democráticas são também as com menores índices de corrupção. E as que dão mais liberdade econômica para seus empreendedores proporcionam maior qualidade de vida aos seus moradores.
A Gazeta do Povo comparou diferentes rankings de países e procurou especialistas para compreender a dinâmica de similaridade entre os indicadores. No geral, a análise é de que um desempenho “puxa” o outro. Ou seja, a democracia forte permite que os cidadãos fiscalizem o governo e combatam a corrupção, e a liberdade econômica estimula a produção e o desenvolvimento econômico. E tudo isso, somado, resulta na melhoria da qualidade de vida.

Os rankings usados pela Gazeta do Povo para a comparação entre países são: Democracy Index, da revista The Economist, que avalia a qualidade da democracia nos países; Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional, que apura como os países são qualificados de acordo com a presença de uma estrutura corrupta em suas instituições; o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, que analisa as condições para a economia nos países; e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), que qualifica os países de acordo com renda média, escolaridade e longevidade dos seus moradores.

Veja, abaixo, as primeiras e últimas posições em cada um dos rankings, bem como o desempenho do Brasil neles.

Democracia leva a mais transparência e menos corrupção
O advogado Michael Mohallem, consultor sênior da Transparência Internacional, diz que uma consequência positiva da implantação de regimes democráticos é a geração de líderes comprometidos com a prestação de contas à população. “Democracias mais sólidas geram lideranças mais comprometidas”, diz. A democracia também leva a uma maior transparência na estrutura estatal. “E a transparência é um mecanismo de prevenção da corrupção”, acrescenta.

Segundo Mohallem, um elemento de destaque nos regimes democráticos é a presença de regras mais nítidas e compreensíveis para ascensão de pessoas burocracia estatal 0 ou seja, as normas que transformam servidores em gestores dos escalões que tomam decisões. Com regras mais claras, sabem-se os motivos que posicionam as pessoas em posições-chave, e a cobrança fica mais efetiva e de mais fácil execução.

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, diz que a democracia é capaz de “corrigir rumos” e de intermediar conflitos de interesse. “A democracia também deixa fértil o caminho para discussões e inovações”, diz Fraga. para ele, isso explica por que países democráticos tendem a ter mais desenvolvimento econômico.

O economista Marcos Mendes, professor do Insper, avalia que, quando não há democracia, “quem controla o poder acaba definindo políticas públicas em favor de um grupo restrito”. Isso, segundo ele, reduz a qualidade das políticas públicas, por limitá-las a determinados segmentos.

Segundo Mendes, essa situação foi nítida no Brasil durante a transição da ditadura militar (1964-1985) para o regime democrático. “Na hora em que o poder é decidido através do voto, os políticos começam a querer agradar aos mais pobres, e aí se tem políticas sociais, políticas de inclusão”, diz. Um exemplo destacado por ele é a universalização da saúde pública, possibilitada com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), criado com a Constituição de 1988.

Mendes avalia ainda que a liberdade econômica também é fruto da democracia. “Em um ambiente democrático, se tem mais liberdades de escolha”, diz. Mas, ressalva o economista, mesmo ambientes democráticos podem cercear a liberdade econômica. “Ela pode ser tolhida em uma democracia, se a economia estiver dominada por grupos de interesse”, diz.

Para Armínio Fraga, a liberdade na economia tem “ganhos que se espalham sem grandes custos” por toda a sociedade. E, segundo ele, o Brasil perdeu um pouco a possibilidade de se inserir entre os países mais bem-posicionados nesse indicador. “Por muito tempo, tivemos aqui a participação muito grande do Estado na economia. E o Estado não é um bom empresário. O Estado é importante em alguns aspectos. Mas, como empresário, é uma experiência fracassada.”

Pandemia de Covid-19 afetou liberdades
Os rankings da The Economist e da Heritage Foundation são consensuais em apontar que a pandemia de coronavírus prejudicou as liberdades e a qualidade de vida em escala global. O Democracy Index aponta que a pandemia “agravou tendências já existentes” de autoritarismo que se viam em diferentes países. O texto cita como exemplos de restrição à liberdade os “lockdowns” e a implantação do chamado passaporte sanitário, que restringe acessos a pessoas que não tomaram vacinas contra a Covid-19.

Já o relatório da Heritage Foundation, que afere a liberdade econômica, diz que um desafio para a sociedade global é o de não se contentar com o retorno do quadro existente antes da deflagração da pandemia. Segundo a fundação, é necessário um empenho extra, com mais esforços no sentido de incrementar a liberdade econômica, para se alcançar o grau de prosperidade anterior.

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Países desenvolvidos que não tem democracia são exceção
Singapura é um país que costuma ficar bem-posicionado nos rankings de desenvolvimento econômico, social e de corrupção, mas se sai mal no de democracia. O país é o primeiro colocado na lista da Heritage Foundation sobre liberdade econômica; o quarto na lista da Transparência Internacional sobre percepção de corrupção; e tem o 11.º melhor IDH do mundo, segundo a ONU.

No entanto, quando o assunto é democracia, a situação é diferente. Singapura ocupa apenas a posição 66 na lista dos países mais democráticos, segundo a revista The Economist. O país tem um histórico de repressão a opositores, mantém pena de morte para determinados crimes e acumula denúncias de violação à liberdade de imprensa e de organização partidária. Além disso, seu governo também registra um histórico de medidas de restrição a liberdades individuais de seus cidadãos, como o controle do número de filhos, vigente no passado, e a proibição de relações homossexuais.

Outro exemplo em que liberdade econômica e democracia não caminharam juntas é o Chile durante o governo do ditador Augusto Pinochet, que comandou o país entre 1973 e 1990. Sua gestão foi marcada por prisão de opositores, com denúncias de tortura e mortes, mas também proporcionou crescimento econômico. Hoje, o Chile tem o melhor IDH da América Latina.

Para o economista Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, os exemplos de Singapura e Chile mostram que “a correlação entre democracia, liberdade econômica, desenvolvimento e baixa corrupção nem sempre é plena”.

Michael Mohallem diz que ditaduras que conseguem entregar resultados sociais satisfatórios são “pontos fora da curva”. E ressalta que as ditaduras, justamente por inibir a presença de mecanismos de fiscalização, conseguem ocultar casos de corrupção, sugerindo um status melhor do que o que realmente ocorre. “A corrupção só é descoberta quando dá errado”, diz.

Castello Branco entatiza que “eventuais benefícios econômicos jamais devem ser obtidos à custa de prejuízos à democracia e de restrições às liberdades individuais”. A opinião é similar à do professor Marcos Mendes: “A liberdade democrática, de expressão, de ir e vir, tem um valor em si mesmo. Tem um valor intrínseco. Mesmo que uma democracia seja pior no sentido de gerar corrupção, de gerar crescimento econômico e outras coisas, ela tem seu valor intrínseco que é o da liberdade das pessoas. As pessoas querem ser livres, querem se expressar. Esse é um valor intrínseco da democracia e por isso ela é superior às ditaduras”.

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