quinta-feira, 25 de agosto de 2022

APÓS SEIS MESES DE GUERRA NA UCRÂNIA O QUE MUDOU?

 

Foto: Emile Ducke/The New York Times

Por Anton Troianovski, Andrew E. Kramer e Steven Erlanger – The New York Times

Há seis meses, as forças russas invadiam a Ucrânia e começavam a maior guerra da Europa desde a 2.ª Guerra

Por seis meses, uma grande guerra terrestre tem semeado horror na Europa. Uma guerra na qual a violência e a normalidade coexistem: morte e destruição ao longo de um front de 2,5 mil quilômetros e, algumas centenas de quilômetros a oeste, cafés lotados em Kiev.

Uma guerra travada em trincheiras e duelos de artilharia, mas definida em grande parte pelos caprichos políticos de americanos e europeus, cuja disposição em enfrentar inflação e escassez de energia poderia forjar o próximo estágio do conflito.

E uma guerra de imagens e narrativas, travada entre dois países cujos profundos laços familiares ajudaram a transformar as redes sociais em um campo de batalha com vida própria.

Unidade de artilharia da Ucrânia dispara canhão no front próximo a Bakhmut, em imagem do dia 10 de agosto
Unidade de artilharia da Ucrânia dispara canhão no front próximo a Bakhmut, em imagem do dia 10 de agosto Foto: David Guttenfelder / NYT

Ninguém sabe como esta guerra vai acabar. O presidente russo, Vladimir Putin, silenciou a dissidência e proclamou que “de modo geral, ainda não começamos a nos empenhar para valer”. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, encorajado por uma população que resiste e um Ocidente unido em sua maioria, tem descartado a possibilidade de acordo e conclama seu povo a não se curvar.

O apoio do Ocidente será mantido enquanto a Europa se vê diante da possibilidade de um inverno com pouco petróleo e gás natural da Rússia? Será que Putin, depois dos ataques na Crimeia e da morte de uma comentarista nacional, escalará a guerra? E Zelenski será capaz de sustentar a determinação de seu país contra um inimigo armado com bombas nucleares?

Putin controla atualmente cerca de 20% da Ucrânia, mas parece mais longe do que nunca de trazer a Ucrânia de volta para o cercado da Rússia – e quase nada indica que ele está preparado para cessar os combates.

Seis meses após as forças russas concentradas ao longo das fronteiras da Ucrânia atravessarem para o território do país vizinho, veja o conflito segundo os olhares de seus combatentes e de um continente mergulhado na crise.

Seis meses da Guerra na Ucrânia

Míssil é disparado de veículo militar por Exército da Ucrânia  (Tony Overman/The Olympian via AP - 23/05/2022)
Soldado ucraniano próximo a edifício destruído em Irpin  (Andrew Kravchenko/AP - 11/07/2022)

Residentes ucranianos caminham com cachorros diante de edifício destruído (Bulent Kilic / AFP - 05/08/2022)

A Ucrânia se prepara para algo ‘terrível’

Na véspera do Dia da Independência da Ucrânia, o presidente Volodmir Zelenski ofereceu um panorama lúcido sobre a ameaça que seu país enfrenta. Nesta terça-feira, 24, alertou: Moscou poderia tentar estragar a celebração deste 24 de agosto, que comemora a separação da Ucrânia, em 1991, da União Soviética, com “algo particularmente terrível, particularmente cruel”.

Afinal, esta quarta-feira também marca os seis meses do início da invasão russa à Ucrânia, que desencadeou uma guerra que obrigou muitos ucranianos a fugir de suas casas, matou milhares de soldados e desestabilizou a economia. Autoridades alertaram que a Rússia poderia atacar com uma saraivada de mísseis de cruzeiro ou fazer julgamentos públicos de prisioneiros de guerra ucranianos na cidade ocupada de Mariupol.

Imagem de Jesus Cristo em meio a destroços de igreja destruída em ataque russo na região de Mikolaiv, em imagem do dia 11 de agosto
Imagem de Jesus Cristo em meio a destroços de igreja destruída em ataque russo na região de Mikolaiv, em imagem do dia 11 de agosto Foto: Daniel Berehulak / NYT

Mas Zelenski afirmou que as autoridades ucranianas não planejaram precauções extraordinárias para o caso de Kiev, a capital, ser atingida. O governo ucraniano responderá “da mesma maneira que responderia hoje” ou em qualquer outro dia, afirmou ele em uma conferência de imprensa.

Em cidades ao longo do front, em áreas ocupadas pelos russos e nos locais atingidos por ataques de mísseis de longo alcance, a guerra mais intensa na Europa desde a 2.ª Guerra devasta com força visível. Acostumando-se com o risco, porém, os ucranianos estão retornando gradualmente para um senso de normalidade depois do choque causado pela invasão do inverno.

Após alguns sucessos preliminares do Exército ucraniano em repelir os ataques das forças russas contra Kiev e o norte da Ucrânia, as famílias se preparam para o início do ano escolar. Os cidadãos lotam os cafés dos passeios.

As regiões nas quais a maioria dos ucranianos vive estão tranquilas e relativamente seguras, o governo ainda vigora, e o Exército, equipado com armamentos ocidentais ainda mais potentes, permanece intacto.

Família ucraniana foge da região de Zaporizhzhia em meio a tensões em torno da usina nuclear, em imagem do dia 14 deste mês
Família ucraniana foge da região de Zaporizhzhia em meio a tensões em torno da usina nuclear, em imagem do dia 14 deste mês Foto: David Guttenfelder / NYT

“A ameaça original foi que o Exército russo, sendo o segundo maior no mundo, estabelecesse superioridade aérea e domínio”, afirmou o ex-ministro da Defesa ucraniano Andrii Zagorodniuk. “Conseguimos aprender como impedi-los.”

Mas a economia esburacada, o risco de ataques aéreos e o custo desgastoso da guerra podem prejudicar a capacidade da Ucrânia resistir, afirmou ele. No marco de seis meses da guerra, afirmou ele, sobreviver não é o mesmo que vencer, não é nem mesmo um caminho na direção da vitória.

“Não podemos parar e não podemos caminhar para uma guerra enfadonha de baixa intensidade”, afirmou Zagorodniuk. “Precisamos encontrar uma maneira de expulsá-los daqui.”

A guerra, pelo menos, está longe de onde Moscou esperaria que estivesse – um fato do qual os ucranianos caçoaram com insultos e uma parada jocosa nesta semana, exibindo nas ruas de Kiev cerca de 80 tanques russos incendiados e destroçados. Crianças ucranianas subiram nos destroços, transeuntes pararam para tirar selfies.

Soldados e família ucraniana em funeral de militar morto na região de Kherson no dia 19 deste mês
Soldados e família ucraniana em funeral de militar morto na região de Kherson no dia 19 deste mês Foto: Lynsey Addario / NYT

“Em fevereiro, os russos estavam planejando uma parada”, afirmou o Ministério da Defesa ucraniano no Twitter. “Após seis meses de guerra em grande escala, a humilhante exibição dos destroços enferrujados da Rússia fica como lembrete para todos os ditadores de que todos os seus planos podem ser arruinados por uma nação livre e corajosa.”

Mas essa frágil normalidade mascara o espantoso custo da guerra sobre a Ucrânia. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos informou que 5.587 civis foram mortos e 7.890 ficaram feridos – reconhecendo que esses números resultam, muito provavelmente, de subnotificações drásticas.

Nesta semana, Valerii Zaluzhnii, comandante das Forças Armadas da Ucrânia, afirmou que 9 mil soldados ucranianos morreram nesses seis meses de combate.

Em seu discurso, Zelenski sugeriu que os ucranianos não esperam nada pior da Rússia do que os golpes já absorvidos.

Ucraniana toca o rosto do marido, um soldado ucraniano morto na região de Kherson, durante seu funeral, no dia 23 deste mês
Ucraniana toca o rosto do marido, um soldado ucraniano morto na região de Kherson, durante seu funeral, no dia 23 deste mês Foto: Lynsey Addario / NYT

Mas os ucranianos estão se preparando. Kharkiv entrou em lockdown e anunciou um toque de recolher nesta quarta-feira; em postos de controle em Kiev, soldados que há meses deixavam qualquer carro passar estão agora parando veículos e vasculhando-os cuidadosamente.

Zelenski, afirmaram assessores, gravaria um vídeo comemorativo, em vez de discursar presencialmente e constituir um alvo público para os russos. “É importante nunca, nem por um minuto, ceder à pressão do inimigo”, afirmou Zelenski. “Não se curvem, não demonstrem fraqueza.”

Na Rússia, reinam os nacionalistas linha-dura

Em fevereiro, poucos russos seriam capazes de imaginar que o presidente Vladimir Putin ordenaria uma ampla invasão da Ucrânia. Até comentaristas pró-Kremlin descartavam essa ideia, classificando-a como tolamente arriscada e desnecessariamente cruel. E Putin, ocultando seus planos de todos exceto seus conselheiros mais próximos, segundo todos os relatos esperava que a guerra acabasse em questão de dias.

Daí vieram a invasão atabalhoada, o peso esmagador das sanções, a fuga dos russos antiguerra, um humilhante recuo das posições em torno da capital ucraniana, imagens de atrocidades e cada vez mais evidências de baixas devastadoras entre as tropas russas. Em vez de ser louvado como um libertador, Putin foi o instigador da maior guerra terrestre na Europa desde a 2.ª Guerra.

Mas hoje, no marco dos seis meses da guerra, Putin ainda está lutando – e outros se juntaram a ele.

Homens limpam destroços em edifício atingido por bomba na região de Nikopol, em imagem do dia 15 deste mês
Homens limpam destroços em edifício atingido por bomba na região de Nikopol, em imagem do dia 15 deste mês Foto: David Guttenfelder / NYT

“Um país, um presidente, uma vitória”, entoou o legislador nacionalista Leonid Slutski no funeral da comentarista pró-guerra Daria Dugina, na terça-feira, cuja morte na explosão de um carro no fim de semana passado emerge como o mais recente ponto de inflexão da guerra.

A Rússia após um semestre de guerra estarrece e choca tanto por estar diferente quanto por permanecer como sempre foi.

O que restava de independência nos meios de comunicação, na política e na cultura – vozes que haviam sobrevivido a outras investidas de Putin – evaporou absolutamente, substituída por um ultranacionalismo militante propagado pela TV estatal. Os furiosos protestos antiguerra foram extintos, e mesmo um post dissidente em redes sociais é punível com até 15 anos de cadeia segundo a lei de censura aprovada em março.

Mas Putin também resistiu aos chamados dos mais ardentes apoiadores da invasão para que ele coloque toda a nação em pé de guerra. Seu governo foi bem-sucedido em aplacar o impacto das sanções econômicas sobre a vida cotidiana ao mesmo tempo que evita uma conscrição militar em grande escala. Isso pode explicar por que o Levada Center, um instituto de pesquisa independente, constatou no mês passado que 43% dos russos afirmam prestar pouca ou nenhuma atenção aos eventos que transcorrem na Ucrânia.

Em meio à guerra, ucranianos ensaiam retorno à normalidade. Imagem mostra homens jogando vôlei de praia nas margens do rio Dnipro, em Kiev, no dia 22 deste mês
Em meio à guerra, ucranianos ensaiam retorno à normalidade. Imagem mostra homens jogando vôlei de praia nas margens do rio Dnipro, em Kiev, no dia 22 deste mês Foto: Jim Huylebroek / NYT

Com suas forças empenhadas no front, Putin parece ter optado por travar uma guerra de desgaste, enquanto permanece ambíguo em relação a que tipo de acordo estaria preparado para aceitar. Ele acusa o Ocidente, com seus envios de armamentos cada vez mais potentes para Kiev, de combater a Rússia “até o último ucraniano morrer” — uma insistência de que ainda é capaz de sobrepujar o inimigo.

O inverno vindouro e a dependência da Europa em relação à energia russa encorajam Putin a continuar lutando até que emerjam discórdias no Ocidente ou o Exército da Ucrânia e o governo do país fiquem exaustos. Mas os partidários da guerra têm questionado cada vez mais essa estratégia, citando as explosões na Crimeia ocupada e a explosão que matou Dugina em uma via pública de um afluente subúrbio de Moscou como evidências de que o Kremlin pode estar subestimando seus adversários.

O teorista ultranacionalista Alexander Dugin, pai de Dugina, afirmou durante seu funeral, na terça-feira, que o desejo de sua filha agora seria: “Não me glorifiquem, mas lutem por nosso grande país”.

Soldados ucranianos caminham através de ruínas de escola destruída na região de Mikolaiv, em imagem do dia 11 de agosto
Soldados ucranianos caminham através de ruínas de escola destruída na região de Mikolaiv, em imagem do dia 11 de agosto Foto: Daniel Berehulak / NYT

Kiev negou qualquer envolvimento na morte dela, mas a Rússia acusou os ucranianos de serem responsáveis pela explosão que a atingiu. E a ação parece ter dado um novo impulso às demandas dos russos linha-dura para que Putin intensifique o ataque contra a Ucrânia. Para eles, a guerra não trata apenas de recuperar um império perdido, mas também de extirpar os últimos vestígios de progressismo da sociedade russa.

“Para eles, quanto mais o país se afunda nesta catástrofe, menor a chance de que em algum momento haja alguma reviravolta”, afirmou o especialista em política russa Marat Guelman.

A Europa permanece unida – por enquanto

Seis meses depois do início de uma guerra sem desfecho claro adiante, a solidariedade dos europeus com a Ucrânia se mantém apesar de pressões significativas decorrentes das sanções econômicas.

Mesmo líderes de países maiores mais distantes geograficamente da guerra — como França, Alemanha e Espanha, que estão à beira da recessão após serem atingidas duramente pela inflação — têm mantido suas críticas em relação à política da União Europeia a respeito da Ucrânia em tom baixo, mesmo que se preocupem sobre como e quando a guerra se concluirá.

Ucraniano limpa destroços com uma pá em área residencial de Kramatorsk após ataques russos, em imagem do dia 12 deste mês
Ucraniano limpa destroços com uma pá em área residencial de Kramatorsk após ataques russos, em imagem do dia 12 deste mês Foto: David Guttenfelder / NYT

Líderes europeus têm trabalhado proximamente com autoridades americanas para manter a pressão sobre Moscou coordenando não apenas as sanções punitivas, mas também os envios de armamentos para a Ucrânia. A invasão, que tem dominado as cúpulas da Otan, vinculou os Estados Unidos à Europa mais estreitamente do que em qualquer outro momento desde o fim da Guerra Fria.

À medida que os ucranianos resistem e as atrocidades dos russos se proliferam, os países europeus têm acentuado sua condenação a Moscou. Eles já não buscam um cessar-fogo súbito, nem trazer a Rússia para uma nova arquitetura de segurança para a Europa, como tentou o presidente francês, Emmanuel Macron, no início da guerra.

“Temos, na realidade, de olhar para o lado positivo”, afirmou Bruno Tertrais, subdiretor da Fundação para Pesquisa Estratégica, em Paris. “A Europa continua muito mais unida e eficaz do que a maioria de nós poderia supor seis meses atrás. A capacidade e a disposição da Europa em fazer vigorar e aumentar as sanções apesar de discórdias e tensões ocasionais são realidades tangíveis.”

Para Fabian Zuleeg, diretor do European Policy Center, um instituto de pesquisa sediado em Bruxelas, a guerra já ocasionou profundas mudanças na União Europeia — que incluem ações sem precedentes relativas a sanções, ajuda militar, gastos e expansão do bloco, concedendo para Ucrânia e Geórgia status de candidatas para adesão. As relações entre EUA e Otan melhoraram consideravelmente, e a Europa abriu as portas para acolher refugiados ucranianos.

Garoto olha para casas danificadas e árvores destruídas após bombardeio em Kostiantinivka, em imagem do dia 5 deste mês
Garoto olha para casas danificadas e árvores destruídas após bombardeio em Kostiantinivka, em imagem do dia 5 deste mês Foto: David Guttenfelder / NYT

“É fácil esquecer a magnitude dessas mudanças”, afirmou Zuleeg.

Guntram Wolff, diretor do Conselho Alemão de Relações Exteriores, afirmou que “até aqui, tudo bem: a unidade da Europa neste momento ainda existe”. Mesmo em relação a alguns dos assuntos mais difíceis, como as sanções econômicas, afirmou ele, “não há muito desacordo, mas também há pouca ação nova a caminho”.

Wolff também está decepcionado porque, diante de tudo o que está em jogo, países como Alemanha e França não mandam mais armas mais rapidamente para a Ucrânia em razão de uma insegurança em relação à possibilidade de um sucesso exagerado dos ucranianos poder estimular a Rússia a escalar a guerra e atrair a Otan para o conflito.

Desde os primeiros tremores significativos causados pela concentração de tropas russas nas proximidades da fronteira ucraniana, os EUA têm trabalhado proximamente com a UE e a Otan para criar uma coalizão mais forte de países preparada para agir em face à agressão não provocada da Rússia, que pôs fim à paz do pós-Guerra Fria e viola a Carta das Nações Unidas.

Imagem do dia 3 de julho mostra veículos queimados e pilhados em Irpin, subúrbio de Kiev
Imagem do dia 3 de julho mostra veículos queimados e pilhados em Irpin, subúrbio de Kiev Foto: Mauricio Lima / NYT

Mas conforme a guerra se arrasta, ela é vista cada vez mais como uma luta liderada pelos americanos contra a Rússia. Os EUA superam de longe a Europa tanto na ajuda financeira quanto na ajuda militar à Ucrânia.

Grande parte do mundo tem ficado calada, indiferente ou até do lado de Moscou. Talvez metade dos países tenha se recusado a adotar as sanções impostas sobre a Rússia em razão de suas ações, apesar de grande parte dessa atitude vir da China e da Índia. Ambas as nações se consideram potências em ascensão tolhidas injustamente pela ordem global dominada pelos americanos e acreditam que EUA e Europa estão em relativo declínio.

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Países europeus mais próximos geograficamente ao conflito, como a Polônia e os Estados bálticos, têm mantido o continente focado moralmente em relação aos perigos da agressão russa. Mas mesmo na Polônia existe uma crescente fadiga em relação aos números massivos de refugiados ucranianos, e há discórdias claras especialmente sobre as sanções no setor de energia. Hungria e Sérvia, em particular, mantêm laços estreitos com a Rússia e rejeitaram as sanções impulsionadas por Bruxelas.

“O inverno poderá ser a hora da verdade, o julgamento de fogo”, afirmou Tertrais, “com sofrimento econômico, impacto social e reação de forças populistas que tentarão colocar a culpa da situação doméstica sobre as sanções — uma narrativa que é encorajada pelo Kremlin”. – Steven Erlanger / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

VARÍOLA DO MACACO COMEÇOU NO CONGO EM 1958 E ESTÁ SE ESPALHANDO PELO MUNDO

 

Agência Adventista lança campanha de orientação sobre doença

Close-up of monkeypox lesions on the hands of a patient during the recuperative stage of the virus, Democratic Republic of the Congo, 1997. Courtesy CDC/Mahy et al. (Photo via Smith Collection/Gado/Getty Images)

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o atual crescimento vertiginoso de casos de monkeypox, também conhecida como Varíola do Macaco, no mundo se enquadra como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Isso significa que a partir deste momento é necessário um empenho especial dos poderes públicos e dos órgãos de saúde em ações conjuntas para alertar a população e executar ações para evitar que o vírus se espalhe ainda mais.

Atualmente o Brasil está em oitavo lugar em número de casos confirmados, com um aumento de 50,5% em apenas uma semana, ultrapassando o número de duas mil pessoas com diagnóstico positivo na noite de domingo (7). Isso apenas nove semanas após a primeira confirmação da doença no país. A Varíola do Macaco é a doença causada um vírus da mesma família do vírus da antiga varíola humana, doença erradicada do mundo graças à vacinação em massa e que possui alguns sintomas semelhantes à varicela ou a catapora.

O número crescente de casos é uma preocupação de especialistas, sobretudo infectologistas, os quais são mais habilitados para o manejo dessa enfermidade. A Varíola do Macaco foi descoberta em 1958, no Zaire (atual República Democrática do Congo), mas ficou por décadas endêmica nesta região africana. No entanto, em 2022, começaram a surgir casos na Europa e o número de países confirmando diagnósticos positivos só aumenta. 

A fim de contribuir com o combate a essa emergência global, nesta semana, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) lançou, nas redes sociais, uma campanha para orientar as pessoas sobre a prevenção da doença. Como parte deste projeto, conversamos com o médico clínico e infectologista, diretor do Hospital Adventista de São Paulo, Dorival Duarte, que explica detalhes.

Segundo o especialista, os principais sintomas são:

– Febre.

– Dor de cabeça.

– Dores musculares.

– Adenomegalias, ou seja, crescimento dos gânglios linfáticos do pescoço, das regiões axilares ou inguinais. “A estes estão associadas erupções cutâneas que pode ser de pouquíssimas a várias lesões que passam pelas fases de pápulas, vesículas, pústulas e alcançam a fase final, onde formam crostas que descamam”, afirma.

Segundo o médico, as lesões podem inclusive aparecer na região genital. “O diagnóstico é selado com a detecção do material genético no vírus no líquido das vesículas ou das crostas”, pontua.

Como posso evitar contrair a doença?

O médico detalha que a doença é contraída pelo contato direto com outras pessoas com esta enfermidade. A contaminação pode ser pela via inalatória, ou seja, por gotículas de um paciente infectado. No entanto, o maior risco é o  contato direto com as lesões cutâneas ou por fômites em roupas de cama ou toalhas.

No estudo publicado há poucos dias pelo periódico médico The New England surpreendentemente verificou-se que em pouco mais de 500 pacientes com Monkeypox em diferentes países do mundo, 98% deles eram homens que fazem sexo com outros homens (HSM), sinalizando para a possibilidade de outras vias de transmissão. O vírus também pode ser detectado no líquido seminal da maioria dos pacientes nos quais foi investigado.

Estou com sintomas, o que devo fazer?

O diretor do Hospital Adventista de São Paulo orienta que se a pessoa apresenta febre, crescimento dos gânglios linfáticos e nota o aparecimento de lesões na pele que façam lembrar às da varicela, deve-se procurar um médico para que este faça o diagnóstico correto. “Há outras doenças que necessitam ser excluídas e só médico habilitado poderá conduzir ao diagnóstico correto”, argumenta.

Existe tratamento para a varíola dos macacos?

O tratamento é basicamente suportivo ou sintomático. Casos mais graves que envolvam infecções bacterianas secundárias das lesões da pele ou dificuldade para alimentar-se por lesões que apareçam na cavidade oral poderão ser hospitalizados. O quadro de infecção tende a ser mais complexo em pacientes com alteração da imunidade, como transplantados de órgãos ou infectados pelo HIV que não fazem tratamento, por exemplo. “Há duas drogas antivirais desenvolvida para a varíola comum, que são o Brincidofovir e o Tecovirimat, que podem ser utilizadas nos casos mais graves. Mas, no momento, não temos estas drogas no Brasil. Mas em pouco tempo o Brasil deverá contar com o Tecovirimat”, salienta.

Consenso na medicina.

O infeciologista afirma que as melhores formas de prevenção passam por evitar o contato com o vírus ou, se este ocorrer, que a pessoa tenha uma imunidade prévia, usualmente gerada pela vacina. Pessoas nascidas antes de 1980 e que tenham sido vacinadas para a varíola tem, para aproximadamente 80% por cento delas, proteção cruzada também para a varíola dos macacos.

“Por este motivo, a maioria dos casos estão apresentando-se em pessoas menores de 40 anos. Quanto a vacina, existem duas: a tradicional e antiga para a varíola humana e uma nova vacina aprovada em 2019, na Dinamarca. Esta deverá ser direcionada primeiramente para grupos de maior risco, como os homens que mantem relações sexuais com outros homens, trabalhadores de laboratórios e profissionais de saúde que tenham maior risco de contato com o vírus”, acrescenta.

Tive contato com uma pessoa positivada, o que fazer?

O médico orienta que se o contato foi direto, prolongado e a pessoa desenvolver algum sintoma da doença, como os mencionados anteriormente, deve se isolar e procurar atenção medica. Em seguida, especialmente neste caso, é necessário realizar o exame diagnóstico que é feito diretamente na lesão, vesícula, pústula ou mesmo já nas úlceras que estão evoluindo para crostas. “Nas pessoas que tiveram contato com alguém infectado e estão assintomáticas e sem lesões cutâneas, não há indicação para a realização do exame, que é sofisticado, de biologia molecular, e com poucos centros aptos a realizá-lo”, alega.

Se eu estiver positivado, qual é o período em que o vírus pode se espalhar e contaminar outras pessoas?

Duarte menciona que a pessoa infectada passa a transmitir o vírus desde o momento em que apresenta os primeiros sintomas. “O período de incubação, desde o momento em que há contato como vírus até o início dos sintomas, pode se estender por três semanas. Enquanto a pessoa estiver com lesões cutâneas ativas, ela estará transmitindo o vírus”, explana.

Dorival ainda enumera que o período de transmissibilidade maior parece ser quando as lesões passam para de máculas, como uma picada de mosquito, para o de vesículas, que são bolhas com líquidos que evoluem para pus. No entanto, até mesmo na fase de crostas ou casquinhas das feridas o vírus pode ser transmitido.

Quanto tempo de isolamento é necessário em caso de diagnostico positivo?

“O tempo de isolamento será até o desaparecimento completo das lesões cutâneas, pois elas, em todos os estágios servem como disseminação do vírus. Este período pode estender-se de três a quatro semanas. Assim, literalmente, o período de quarentena pode acercar-se aos 40 dias”, conclui Durival Duarte.

Entrevista concedida pelo doutor Dorival Duarte de Lima, diretor clínico do Hospital Adventista de São Paulo (HASP).

O QUE É MAIS INTERESSANTE PROCESSOS OU RELACIONAMENTOS?

 

por Valdez Monterazo*

Quando se fala em engajar pessoas e gerar resultados por meio delas, o que te parece mais atraente: focar em processos e indicadores a serem seguidos ou focar em relacionamentos?

Antes de tomar uma decisão, deixe-me esclarecer as consequências da falta de cada um deles. Sem processos e indicadores, a maior chance é a de que os resultados sejam dúbios ou inexistentes ou até mesmo que a produtividade geral da equipe seja inferior ao potencial dela. Sem bons relacionamentos, não há lealdade entre o líder e o liderado, além do fenômeno global de desengajamento, em que as pessoas simplesmente não tem vontade de trabalhar.

Dito isto, pare e reflita sobre a pergunta inicial: qual te parece mais interessante: processos ou relacionamentos?

Caso você não tenha respondido, com firmeza, ambos, sugiro que leia este artigo com extrema atenção.

Existe uma grande diferença entre um gestor e um líder. Um gestor é, em geral, alguém responsável por determinado resultado ou processo em uma empresa. Ao passo que um líder não necessariamente possui um título específico, mas tem seguidores e o engajamento deles.

Agora sim, respondendo à pergunta inicial, afirmo categoricamente que ser apenas um bom líder ou um bom gestor é um tremendo erro e desperdício de potencial.

Um gestor sem habilidades de liderança não consegue extrair o melhor de cada colaborador, pois não é capaz de engajado o time a trabalhar da melhor forma. Um líder sem habilidades de gestão, apesar de ter pessoas que se esforçam por ele, não consegue os melhores resultados, pois é incapaz de planejar, organizar e medir resultados. Portanto, idealmente, esforce-se para ser um excelente gestor e um líder cada dia melhor.

Dito disto, não é trivial se desenvolver essas duas áreas. Existe uma infinidade de conteúdos e metodologias sobre o assunto, de forma que se torna difícil até saber por onde começar. Nesse sentido, reflita sobre os seguintes pontos, principais, sobre como alcançar a excelência na gestão e liderança.

Gestão:

Quando se fala em gerir, tenha em mente que estamos tratando de gerenciar processos ou projetos. Isso significa acompanhar resultados e indicadores. Isso ocorre através de ciclos sucessivos de planejamento, execução, medição de resultados e ajustes.

Liderança:

Liderar é a arte de engajar pessoas a fazer algo ou atingir determinado resultado.

Engajar nesse sentido está relacionado a despertar a vontade e motivação para que o time faça o que tem de ser feito por vontade própria, não somente por que foram mandados.

Entendeu como existe uma grande diferença entre liderar e gerir? De toda forma, como você já deve ter percebido, uma boa liderança favorece uma boa gestão e vise versa. Focar somente em resultados e indicadores pode causar quebras de relacionamento no time, ao passo que focar somente em relacionamentos pode tornar a equipe acomodada e sem direção.

Ao se tornar um excelente gestor e líder, você será capaz de tracionar resultados incríveis através de seus times e será extremamente valorizado por isso.

Engajar e gerir pessoas é uma das habilidades mais relevantes para o desenvolvimento de carreiras e negócios, torço para que, ao ler até aqui, você tenha despertado insights poderosos para acelerar sua trajetória pessoal e empresarial.

*Valdez Monterazo é Coach Executivo, especializado em negócios, liderança e psicologia positiva. Tem cases de sucesso e promove resultados em diversos segmentos de pequenas e médias empresas. Saiba mais em: https://valdezmonterazo.com.br

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Moysés Peruhype Carlech

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para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

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a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

STF INVESTIGA EMPRESÁRIOS POR CRIME DE OPINIÃO

Lauriberto Pompeu – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O grupo de WhatsApp “Empresários & Política” sofreu uma debandada em massa após as mensagens de cunho golpista serem divulgadas. De acordo com um dos integrantes, o grupo tinha cerca de 200 participantes e baixou para 70 na última quarta-feira, 17, quando o caso foi revelado pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles. Nesta terça-feira, 23, após a operação da Polícia Federal contra os empresários, o número se reduziu ainda mais e sobraram 40 pessoas. O Estadão ouviu de um dos participantes que a debandada aconteceu por “medo” da repercussão que as mensagens tomaram.

Oito empresários do grupo de WhatsApp foram alvos de mandados de busca e apreensão. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, foi quem determinou que a PF fizesse a operação. Moraes é quem conduz o inquérito dos atos antidemocráticos. O ministro quer saber se os empresários financiaram atos contra as instituições. Além das buscas, o ministro também determinou a quebra dos sigilos bancários e o bloqueio das contas bancárias dos alvos.

O empresário Luciano Hang, executivo da Havan, foi um dos alvos da operação autorizada pelo STF. Foto: Estadão© Fornecido por Estadão

Foram alvos das buscas os donos do Coco Bambu, Afrânio Barreira Filho, da W3 Engenharia, Ivan Wrobel, da Multiplan, José Isaac Peres, da Barra Wolrd, José Koury, da Havan, Luciano Hang, da Sierra, Luiz André Tissot, da Mormaii, Marco Aurélio Raymundo e da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri. José Koury chegou a falar que preferia um “golpe” em vez da volta do PT ao governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não se manifestou sobre o assunto, mas seus aliados já criticaram duramente a decisão de Moraes. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), declarou que Moraes faz “ativismo político” e o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-DF) declarou que o ministro quer instituir “crime de pensamento”.

Antes de operação da PF, Bolsonaro chamou mensagens golpistas de empresários de fake news

Foto: Fátima Meira/Estadão Conteúdo

Operação que investiga atuação de empresários em defesa de golpe institucional foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e tem entre os alvos o empresário Luciano Hang, da Havan

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BRASÍLIA – Um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitar mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários bolsonaristas que escreveram mensagens golpistas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou minimizar o episódio e até acusou, sem provas, o caso de ser uma mentira. “Que empresários? Qual é o nome deles? Chega de fake news”, declarou o chefe do Poder Executivo na quinta-feira, 18, durante evento em São José dos Campos (SP).

Na sexta-feira, 19, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Polícia Federal realizasse a operação nas residências dos empresários. A ordem foi cumprida nesta terça-feira, 23. A mensagens, reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles, foram feitas em um grupo de WhatsApp. Um dos empresários chegou a falar que preferia um “golpe” em vez da volta do PT ao governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro em motociata realizada na divisa entre o Acre e Rondônia. Na garupa o empresário Luciano Hang.
O presidente Jair Bolsonaro em motociata realizada na divisa entre o Acre e Rondônia. Na garupa o empresário Luciano Hang. Foto: Reprodução/ Estadão

Moraes é relator do inquérito que apura atos antidemocráticos. O ministro pediu a atuação da PF para saber se os empresários financiaram atos contra a democracia. O ministro já foi alvo de diversos ataques de bolsonaristas e aliados. O próprio presidente já chegou a chamá-lo de “canalha”.

Na quinta-feira passada, Bolsonaro também atacou o jornalista responsável por revelar as mensagens “Guilherme Amado? Você tá de brincadeira. Esse cara é o fim do mundo. É uma fábrica de fake news. Ele acusou o Luciano Hang de dar golpe, é isso? Mostra isso aí. Para de minhoca na cabeça”, disse durante o evento em São José dos Campos.

O empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan.
O empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan. 

Além das buscas e apreensões, Moraes também solicitou a quebra de sigilo bancário dos empresários, o bloqueio das contas bancárias, bloqueio dos perfis nas redes sociais e que eles prestem depoimentos. São alvos os donos do Coco Bambu, Afrânio Barreira Filho, da W3 Engenharia, Ivan Wrobel, da Multiplan, José Isaac Peres, da Barra Wolrd, José Koury, da Havan, Luciano Hang, da Sierra, Luiz André Tissot, da Mormaii, Marco Aurélio Raymundo e da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri.

 

PAÍSES ONDE IMPERA O SOCIALISMO E A DITADURA SÃO CITADOS POR BOLSONARO COMO AMIGOS DO LULA

Governos de esquerda

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Bolsonaro tem associado Lula a regimes de esquerda na América Latina.| Foto: Etienne Laurent/EFE

A estratégia eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) de recomendar ao eleitorado “comparações” entre as gestões petistas e a sua atingiu uma nova fase na campanha eleitoral: a de associar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidentes e ditadores de esquerda na América Latina.

Desde o dia 16, quando a campanha oficial começou, Bolsonaro associou Lula e também a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a gestões de esquerda de seis países da América Latina: Argentina, Cuba, Chile, Colômbia, Nicarágua e Venezuela.

As críticas a países comandados pela esquerda começaram ainda no lançamento oficial da campanha, em Juiz de Fora (MG), no último dia 16, quando Bolsonaro chamou o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, de “amigo” de Lula. O candidato à reeleição ainda afirmou que Ortega “anda prendendo padre e fechando igrejas”.

Em encontro com prefeitos no dia seguinte, Bolsonaro disse, sem citações nominais a Lula, que “teve a participação desse outro candidato” na eleição de Ortega na Nicarágua. Também disse que “esse outro candidato” apoiou as eleições dos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela. No mesmo evento, o candidato falou que 40% da população argentina entrou em linha da pobreza, definiu como “complicada” a situação econômica no Chile (país comandado pelo esquerdista Gabriel Boric) e criticou a “guinada para a esquerda” na Colômbia, que elegeu o ex-guerrilheiro Gustavo Petro.

O atual presidente do Brasil reforçou o discurso em live realizada na última quinta-feira (18). Ele disse que “o povo venezuelano é mais pobre até do que o povo haitiano”. Falou que “o socialismo não perdoa ninguém”, e comentou que cubanos estão sendo condenados por protestar, para, na sequência, dizer que, no Brasil, o eleitor tem “dois nomes”. “A escolha é importante, hoje em dia, pelo que tem pela frente, você tem dois nomes. Você tem que achar qual é que vai fazer melhor ao seu país, mas faça comparações”, disse Bolsonaro.

Em outro trecho da transmissão, ele afirmou lamentar pela crise econômica na Argentina e afirmou que torce para que a economia no país chegue a um “bom termo”. Porém, disse duvidar que isso aconteça “tendo em vista a filosofia da esquerda”. Segundo Bolsonaro, “onde a esquerda mete a mão dá problema”.

Na mesma live, fez nova associação de Ortega como “amigo” de Lula e criticou o fechamento de igrejas, rádios e censura à imprensa na Nicarágua.

Bolsonaro também citou algumas prisões e condenações decorrentes de protestos em Cuba que chegam a até 25 anos de reclusão. “Quero deixar claro que o cara que disputa aí uma eleição [Lula] já foi presidente do Brasil por oito anos e não fala nada sobre isso. Com toda a certeza ele defende essas penas de prisão naquele país. Lá não existe liberdade, e vai um picareta desses assinar um manifesto pela democracia, e tem gente que acredita nesse manifesto pela democracia”, criticou.

O presidente também disse que o petista apoiou a eleição do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e citou que o colombiano foi um guerrilheiro, “como Dilma”. O presidente brasileiro disse que, “assim como o Chile”, a Colômbia era um “país acertadinho” economicamente, nos “direitos” e na “liberdade”.

Bolsonaro disse que os “países citados” e seus chefes de Estado são, “em sua grande maioria”, integrantes do “Foro de São Paulo”. Citou que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, visitou Lula quando este ainda estava preso, em 2019, comentou que o petista é “ligado” à ex-presidente e atual vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, e disse que a economia argentina está indo “ladeira abaixo”.

O presidente brasileiro afirmou que a inflação apenas em julho na Argentina subiu 7,4% e que o índice é maior que a previsão para o acumulado de todo o ano de 2022 no Brasil. Bolsonaro criticou o país por tributar em 33% a exportação de alguns itens, como o trigo, e disse que, apesar de pressões para ele também tributar exportações, prometeu não fazer isso com os produtos agrícolas.

O candidato à reeleição sugeriu ainda que, assim como a Venezuela, a Argentina pode enfrentar uma fuga de parte da população para outros países em razão da crise econômica.

Também foi sugerido por Bolsonaro que os eleitores comparem o Brasil com a Argentina. “E por quê? Escolhas. Escolheram errado”, disse. “Lembro que, há poucos meses, eu estava apanhando porque o diesel na Argentina estava mais barato, e era verdade. Mas barato na canetada. E hoje a Argentina vive com problemas ainda de não garantir o fornecimento do seu diesel, porque o preço não é mais o que era há um tempo atrás”, complementou.

A Gazeta do Povo pediu um posicionamento à assessoria de comunicação de Lula sobre os comentários de Bolsonaro, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

O que está acontecendo na América Latina que embasa as críticas de Bolsonaro

Na Nicarágua, um bispo católico crítico do regime ditatorial de Ortega foi preso na sexta-feira (19) junto com outras sete pessoas. Antes disso, a Igreja já tinha denunciado a prisão e desaparecimento de um sacerdote.

Além disso, a ditadura de Ortega ordenou o fechamento de rádios católicas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “profundamente preocupado” com a situação no país e as recentes ações contra a Igreja Católica e organizações civis.

Em agosto do ano passado, Lula aconselhou Ortega a “não abrir mão” da democracia, em entrevista a uma TV mexicana. Em novembro, o petista minimizou a ditadura na Nicarágua e comparou o longo período de Ortega no poder ao da ex-chanceler alemã Angela Merkel.

“Temos que defender a autodeterminação dos povos. Sabe, eu não posso ficar torcendo. Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e o Daniel Ortega não?”, questionou Lula. “Eu não posso julgar o que aconteceu na Nicarágua. No Brasil, eu fui preso”, complementou.

As eleições na Nicarágua, realizadas em novembro, foram acusadas de fraudulentas pela oposição e pela comunidade internacional. O PT chegou a divulgar uma nota de apoio às eleições no país, mas depois ela foi apagada. A presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, desautorizou a publicação sob alegação de não ter sido submetida à direção do partido.

Sobre Cuba, a organização não-governamental (ONG) Defensores dos Prisioneiros denunciou no início de agosto que existem 1.002 presos “políticos e de consciência” no país que foram condenados à prisão ou sofrem “limitação de liberdade” sem qualquer “supervisão judicial”.

A ONU condenou as prisões arbitrárias em Cuba e exigiu a liberação de manifestantes que protestaram contra o regime ditatorial. Um alemão foi condenado a 25 anos de prisão por filmar protestos em Havana, capital do país. Em novembro passado, Lula relativizou a repressão cubana. “Essas coisas acontecem no mundo inteiro”, comentou.

A respeito da Venezuela, Lula apoiou a reeleição de Chávez e a eleição de Maduro. Em 2012, Lula disse a Chávez que “sua vitória será nossa vitória” em vídeo enviado para o encerramento da reunião do Foro de São Paulo, em Caracas.

Um ano depois, após a morte de Chávez, o petista apoiou o sucessor, Maduro. “Não quero interferir em um assunto interno da Venezuela, mas não posso deixar de dar meu testemunho sincero. Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”, afirmou Lula em uma mensagem divulgada em reunião do Foro de São Paulo, em Caracas.

Também procede a afirmação de Bolsonaro de que a Venezuela superou o Haiti como país mais pobre das Américas, bem como as falas do presidente sobre as crises econômicas no Chile e na Argentina.

A inflação chilena chegou a 13,1% nos 12 meses encerrados em julho, e o Banco Central do país não descarta recessão em 2023. Na Argentina, um estudo publicado pela Universidade Torcuato Di Tella aponta que cerca de 40% da população vive em domicílios pobres. A inflação projetada para este ano na economia argentina é acima de 90%, enquanto no Brasil o mercado espera por uma alta de 6,82%.

Por que o presidente associa Lula a governos de esquerda
Além de ser uma estratégia para convencer o eleitor a não votar em Lula e em candidatos do PT, a estratégia de Bolsonaro de citar países e ditaduras de esquerda também é uma tentativa de levar o petista a falar sobre pautas ideológicas em defesa de aliados ou do progressismo. O ex-presidente adotou como tática uma postura mais centrista, ciente de que seria provocado a falar sobre a ideologia progressista.

A campanha de Bolsonaro entende que o presidente se sai melhor em relação a Lula quando aposta em um discurso mais ideológico e conservador.

O especialista em relações internacionais Nicholas Borges, analista político da BMJ Consultores Associados, compreende as falas de Bolsonaro como parte da estratégia da campanha e entende como naturais as críticas e associações entre Lula e os demais governos de esquerda na América Latina.

“A política externa pode não decidir eleições. Mas, de certa forma, ela influencia. Essa estratégia de Bolsonaro é antiga para tentar atrair principalmente o eleitor de classe média”, afirma.

O analista lembra que Bolsonaro já apostou em um discurso semelhante nas eleições de 2018. “Esse discurso de medo da Venezuela e outras associações é muito forte e típico, mas também precisa abranger o medo principalmente da classe média das questões socioeconômicas e de mobilidade social”, diz Borges.

O especialista avalia, contudo, que a gravidade da crise econômica vivida por Chile, Argentina e outros países na América Latina está mais atrelada aos impactos da pandemia e da guerra na Ucrânia do que propriamente a políticas adotadas pelas gestões de esquerda.

“Todos os países da região enfrentam o aumento de inflação, o aumento dos juros tentando manter a competitividade de suas moedas, já que historicamente os Estados Unidos nunca subiram como tem subido suas taxas de juros. Os países da região são forçados a aumentar taxa de juros para manter a competitividade de suas economias, o que gera redução do poder de compra, do nível de salários e empregos”, diz.

Quais as implicações das críticas em um eventual segundo mandato de Bolsonaro
Borges diz que, na hipótese de reeleição de Bolsonaro para mais quatro anos após as críticas a outros países, pode haver algum grau de constrangimento no curto prazo entre o Brasil e nações da América Latina.

“Obviamente poderia ter um constrangimento entre os principais parceiros da região, até porque os próprios líderes institucionais estão esperando essa possível mudança de poder. Por isso, alguns tratados e negociações ficam parados durante períodos eleitorais, pois tantos investidores privados e externos esperam alguns desdobramentos para avançar com algumas pautas”, analisa.

Porém, Borges entende que o constrangimento seria superado pela relação pragmática do Itamaraty na política externa. O analista político não acredita que Bolsonaro mudaria as diretrizes de seu Ministério das Relações Exteriores, o que favoreceria a condução diplomática do atual chanceler, Carlos Alberto França, junto a países vizinhos.

“O que Bolsonaro percebeu é que uma postura muito mais pragmática na política externa é mais frutífera”, diz. Para o analista, a própria necessidade de comércio entre os países geraria um pragmatismo diplomático natural após as eleições.

“A tendência, de fato, é por uma relação muito mais pragmática com todos esses países. O cenário de dependência econômica e lenta recuperação provocada pela pandemia e conflito na Ucrânia faz com que a integração latino americana possa ser uma das principais chaves para acelerar o crescimento econômico. Uma relação muito mais distanciada poderia trazer mais ônus do que bônus”, diz Borges.


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COM PRETEXTO DE SALVAR A DEMOCRACIA O STF QUER SER O GRANDE IRMÃO DA OBRA DE ORWELL

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O ministro do STF Alexandre de Moraes.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Quando opiniões políticas emitidas em caráter privado se tornam motivo para mandados de busca e apreensão, e aqueles que as emitiram precisam comparecer diante da Polícia Federal, podemos muito bem dizer que já não estamos apenas diante de um “editor da sociedade”, nem de um “poder moderador” – expressões efetivamente usadas por membros do Supremo Tribunal Federal para descrever a própria corte –, mas do próprio Grande Irmão orwelliano, que pune até mesmo pensamentos considerados inconvenientes, no que o autor de 1984 chamou de “crimideia”. A operação policial contra oito empresários deflagrada na manhã desta terça-feira é um abuso sem precedentes na história recente brasileira – e, se usamos o termo “sem precedentes” no país dos inquéritos teratológicos que já renderam censura à imprensa e violação da imunidade parlamentar, é porque novos limites foram ultrapassados.

Em 17 de agosto, o site Metrópoles publicou reportagem afirmando ter acompanhado por vários meses as conversas de um grupo de WhatsApp que reúne empresários, alguns dos quais passaram a falar da possibilidade de um golpe de Estado em caso de vitória de Lula na eleição de outubro. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, teria dito José Koury, proprietário do shopping Barra World. “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, acrescentou André Tissot, do Grupo Sierra. Afrânio Barreira, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, apenas enviou uma imagem de uma pessoa aplaudindo, em resposta à mensagem de Koury, mas não escreveu nada sobre golpe. No dia seguinte à publicação, uma série de entidades – algumas das quais usam o epíteto “pela democracia” para camuflar a defesa pura e simples de pautas alinhadas à esquerda – apresentou notícia-crime ao STF, pedindo também a quebra de sigilo telefônico e telemático dos empresários.

Se usamos o termo “abuso sem precedentes” no país dos inquéritos teratológicos que já renderam censura à imprensa e violação da imunidade parlamentar, é porque novos limites foram ultrapassados

Koury, Tissot e Barreira, no entanto, não foram os únicos a receber a visita da Polícia Federal: os mandados expedidos por Alexandre de Moraes também tiveram como alvos Ivan Wrobel, da construtora W3; José Isaac Peres, da Multiplan; Luciano Hang, da rede Havan; Marco Aurélio Raymundo (chamado “Morongo”), das lojas Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, que são citados na reportagem, embora não falem em golpe – no máximo, eles fazem críticas à atuação do STF e conversam sobre urnas eletrônicas, o que apenas acrescenta uma nova camada de abuso ao ocorrido. Além disso, a Procuradoria-Geral da República afirmou não ter sido intimada a respeito das medidas tomadas por Moraes, o que, embora também seja ilegal, já não surpreende, pois a PGR tem sido habitualmente escanteada em tudo o que se refere aos inquéritos das fake news, dos “atos antidemocráticos” e das “milícias virtuais”; outra violação frequente nestes inquéritos, e que se repete agora, é a inclusão de pessoas que não têm prerrogativa de foro e, por isso, jamais deveriam estar sendo investigadas por ordem do STF.

Como o teor dos mandados permanece sigiloso – outra praxe de tais inquéritos, a ponto de nem mesmo os advogados de defesa de investigados terem acesso aos autos –, só se pode especular a respeito de quais seriam os crimes sob investigação, caso Moraes tenha se recordado da necessidade básica de apontar que leis estariam sendo violadas a ponto de justificar medidas cautelares. E isso nos conduz à questão central que envolve o enorme abuso da ação desta terça-feira. Podemos considerar as ideias de Koury e Tissot profundamente equivocadas – e a Gazeta do Povo, consciente da superioridade da democracia sobre qualquer outra forma de governo, condena veementemente qualquer defesa de um golpe –, mas seriam elas um crime? Pois dizemos, sem medo de errar, que considerá-las como tal é, mais uma vez, demonstrar desconhecimento completo da disciplina jurídica da liberdade de expressão no direito brasileiro, o que inclui o alcance dessa liberdade no país, a necessidade de protegê-la e quais os limites que a ordem jurídica lhe impõe; e este desconhecimento, infelizmente, é doença que se alastra velozmente, sem poupar nem mesmo formadores de opinião que deveriam estar na linha de frente da defesa da liberdade de expressão.


Toda a melhor doutrina jurídica, em larga medida pacificada neste aspecto, interpretando a Constituição, sempre afirmou que a manifestação de opinião, em geral, não é crime. Repare-se bem: em geral. Restrições são possíveis – pois a liberdade de expressão obviamente não é absoluta –, mas elas são pontuais. E quando se trata da liberdade de opinião, contraposta à liberdade de narração de fatos, essas restrições são ainda mais estritas. O Direito Penal, neste sentido, é cirúrgico e não abre espaço para definições abertas que permitam arbitrariedades. Dois destes casos em que a liberdade de expressão, no campo da opinião, não é absoluta são os de incitação e apologia ao crime, previstos nos artigos 286 (“Incitar, publicamente, a prática de crime”) e 287 do Código Penal (“Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime”). Se em tese as vítimas da arbitrariedade do STF cometeram algum crime, seria o de incitação ou apologia. E que condutas criminosas teriam sido ou incitadas, ou exaltadas, a ponto de configurar as hipóteses dos artigos 286 e 287 do Código Penal? Provavelmente, os crimes de golpe de Estado, previstos nos artigos 359-L e 359-M, acrescentados ao Código Penal pela Lei 14.197/21, dos crimes contra o Estado Democrático de Direito. Mas teriam os empresários efetivamente cometido apologia ou incitação à ruptura institucional?

A resposta é indubitavelmente negativa: nem apologia, nem incitação. E não se trata aqui, nem de longe, de uma interpretação benigna da atitude dos investigados, mas da leitura que qualquer jurista (e, ousamos dizer, qualquer pessoa minimamente hábil em interpretação) faria em circunstâncias normais, não fossem os ares de vale-tudo contra determinadas tendências políticas que se respiram hoje em dia. É evidente que em nenhuma das manifestações no WhatsApp houve dolo de incitação ou de apologia. O que há é a intenção de manifestar pura e simplesmente a própria opinião, pouco importa se razoável ou não, moralmente defensável ou não. Onde haveria incitação? É evidente que ela não está presente, por duas razões bem simples: primeiro, pelo próprio teor da mensagem, que expressa mais uma preferência que um incentivo; segundo, porque, ainda que houvesse um encorajamento à ruptura institucional – o que não indiscutivelmente não existiu –, a conversa não envolve pessoas com capacidade concreta de cometer um golpe de Estado, sendo uma troca de ideias entre empresários. Não há, ali, ninguém sendo estimulado a promover uma quartelada – e um elemento essencial para que haja instigação é que exista um instigado. O mesmo se diga em relação à apologia. O ânimo é evidentemente o de expressar uma preferência, entre pessoas privadas, em um grupo restrito, não o de, por meio de um enaltecimento da autocracia, ter em mente a intenção de provocá-la. Em resumo, não há dolo criminoso em nenhuma das manifestações, mas apenas a exposição de ideias em um ambiente privado. Qualquer pessoa com um entendimento mínimo de Direito Penal é capaz de perceber a ausência de crime, e qualquer magistrado teria rechaçado imediatamente, liminarmente, a possibilidade de investigar o grupo de empresários.

Quem toma ou aplaude medidas como a desta terça-feira alegando estar defendendo o Estado Democrático de Direito está, no fundo, contribuindo para a erosão do próprio Estado Democrático de Direito

Ou, ao menos, qualquer magistrado sem pretensões de estar acima da lei e que estivesse ciente da importância da liberdade de expressão, o que não é o caso de Alexandre de Moraes. “A liberdade de expressão não permite a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado de Direito, inclusive durante o período de propaganda eleitoral”, afirmou dias atrás, ao tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em um dos trechos mais problemáticos de seu discurso. Ao contrário do que ele pensa, a democracia tolera, sim, muitos discursos que lhe sejam contrários, inclusive aqueles feitos de forma pública. Por mais que o ministro considere puníveis quaisquer “ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado de Direito”, o legislador brasileiro expressou de maneira inequívoca as poucas hipóteses em que a defesa de ideias contrárias à democracia pode ser proibida. Não se trata de uma omissão, mas de uma posição muito equilibrada, que reflete o entendimento de décadas de discussão sobre o tema. Não se proíbe, por exemplo, que alguém diga preferir uma ditadura; nem o debate sobre que forma de governo seria melhor, o democrático ou o autocrático; nem que alguém exponha o que considere serem pontos positivos de uma ditadura, real ou hipotética. Da mesma forma, qualquer um tem o direito de defender mudanças constitucionais, mesmo que absurdas. O combate a esses discursos se faz na arena das ideias, não pela persecução penal. Proíbe-se apenas a expressão que caracterize de fato incitação ou apologia de crime. Pretender o contrário é defender a instituição de um Estado policialesco, que fiscaliza todo tipo de manifestação, pública ou privada.

Se manifestar preferências políticas, ainda que deploráveis, em um ambiente privado se tornou motivo para ser enquadrado em inquéritos do STF e ser forçado a entregar celulares à Polícia Federal, é cada vez mais difícil afirmar que se vive em uma democracia plena no Brasil. Quem toma ou aplaude medidas como a desta terça-feira alegando estar defendendo o Estado Democrático de Direito está, no fundo, contribuindo para a erosão do próprio Estado Democrático de Direito, pois deseja instaurar um regime de vigilância e perseguição que não respeita limite algum.


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SITUAÇÃO CRÍTICA NO REINO UNIDO FORA DO BREXIT

 

Reino Unido

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


Pessoas passam pelo Parlamento do Reino Unido em Londres, 09 de agosto de 2022.| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

O Reino Unido vive o pior cenário econômico dos últimos 50 anos. Ao mesmo tempo, o contexto político gera instabilidade e dificulta a recuperação britânica. O isolamento devido ao Brexit – a saída da União Europeia – com falta de caminhoneiros e outros profissionais devido ao fechamento de portas a trabalhadores imigrantes, junto com as consequências da pandemia e os conflitos que levaram à renúncia de Boris Johnson carregam o Reino Unido para a atípica situação de incerteza em relação ao futuro da nação insular. 
 
Autoridades do serviço nacional de saúde (NHS, na sigla em inglês) alertaram para o risco de empobrecimento da população e de uma crise humanitária. De acordo com a End Fuel Poverty Coalition, cerca de 10,5 milhões de famílias entrarão em “nível de pobreza” até o começo do ano que vem no Reino Unido. O governo britânico define como “pobreza” quando a renda familiar anual é inferior a 60% da média salarial do país, que foi de 31 mil libras anuais (cerca de 187 mil reais) em 2021, segundo estatísticas oficiais.

Ao mesmo tempo, o banco dinamarquês Saxo anunciou que os britânicos podem regredir ao status de “mercado emergente”. O diretor de análises da instituição, Christopher Dembik, anunciou, no começo deste mês, que o Reino Unido poderá entrar em recessão no último trimestre de 2022. Essa situação poderá durar, segundo ele, cinco outros trimestres e fazer com que o PIB da nação caia cerca de 2,1%.  
 
Apesar da crise econômica não ser um problema apenas local, o Reino Unido tem os piores índices entre os sete países mais ricos do mundo (do G7). A taxa de inflação anual está acima de 10% e um pico de 13% é esperado em outubro, segundo o Banco da Inglaterra. Já o banco americano Citi prevê que, em 2023, a inflação britânica chegará a 18%. 
 
A dívida do Reino Unido, que passou de dois trilhões de libras esterlinas (mais de 12 trilhões de reais) na pandemia, pode mais do que triplicar se o governo não segurar a política fiscal e chegar perto de 320% do PIB em 50 anos, conforme alerta da Receita e Alfândega de Sua Majestade (HMRC, na sigla em inglês).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que os britânicos terão o menor crescimento entre os sete países mais ricos em 2023. No bolso dos mais de 67 milhões de habitantes, a situação já está pesando. Cortes de gastos e mudança no estilo de vida se tornaram realidade da maioria das famílias e devem atingir mais de 20% delas no começo do ano que vem.

Desde os anos 1990, os países da ilha não vivenciavam protestos sociais tão fortes. Existe um movimento de greve do pagamento de faturas de energia chamado “Don’t pay UK” (“Não pague o Reino Unido”), após as altas decorrentes da crise energética, que podem chegar a até 87% em outubro, segundo a consultoria Auxilione.  
 
Ao mesmo tempo, quase dois mil membros do sindicato Unite – operadores de guindastes, máquinas e estivadores – decidiram no domingo (21) parar por oito dias os trabalhos no porto de Felixtowe, o mais movimentado da Grã Bretanha e responsável por 48% dos movimentos de contêineres dos países da ilha. 
 
Funcionários de metrôs, trens, ônibus e universidades também já cruzaram os braços pedindo mudança salarial diante da queda de pelo menos 3% no poder de compra. “Queremos apenas um aumento que acompanhe o custo de vida, para que possamos comprar em 2022 o que poderíamos comprar em 2021”, disse Mick Whelan, secretário-geral do sindicato Aslef, que representa 21 mil maquinistas, durante a greve do começo do mês, em entrevista coletiva. 
 
“As pessoas estão em situações financeiras delicadas. Vejo muito desespero”, desabafou Steve Garelick, representante do maior sindicato do Reino Unido, o GMB Union, durante protestos de trabalhadores da Amazon de Tilbury, a leste de Londres. “É o verão do descontentamento”, completou, usando um termo que faz referência ao “inverno do descontentamento”, de 1979, quando a Inglaterra teve paralisação generalizada: desde operários de fábricas a coletores de lixo e coveiros.

Disputa ao cargo de premiê traz pouca esperança 
O cenário deve mudar pouco com a eleição de um substituto a Johnson no próximo dia 5. Dois candidatos disputam votos: a favorita nas pesquisas e atual ministra de Assuntos Exteriores, Liz Truss, e o ex-chanceler do Tesouro Rishi Sunak. Nas últimas semanas, Truss atacou os trabalhadores em greve, destacando que “os britânicos precisam trabalhar mais”. 
 
Em entrevista ao tabloide The Sun no domingo, Truss não apresentou propostas concretas para combater a inflação. “Ouvimos com muita frequência que vai haver uma recessão. Não acredito que isso seja inevitável. Podemos gerar oportunidades aqui no Reino Unido”, comentou a candidata. 
 
A primeira ação, segundo ela, seria cortar impostos, uma alternativa criticada pelo adversário Sunak. Ele propõe uma ajuda financeira direta à população sem, no entanto, descrever como seria possível fazer isso no atual cenário econômico. 
 
Quem ocupar a cadeira de primeiro-ministro não terá muita margem de manobra para compensar o impacto do aumento de preços na energia e nos alimentos. E qualquer movimento poderá pesar ainda mais no bolso da população.


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STF CRIA O CRIME DE PENSAMENTO

 

Operação contra empresários

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O ministro do STF Alexandre de Moraes.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está em reunião de trabalho, mas ao mesmo tempo pediu orações pela Igreja Católica na Nicarágua. Por lá um bispo foi preso, rádios e televisões católicas foram fechadas, freiras foram expulsas, houve destruição de objetos de culto. Isso não é de agora, vem de quatro anos pra cá. O papa João Paulo II, quando esteve no país, foi obrigado a rezar missa em um palco cheio de símbolos sandinistas, da revolução marxista da Nicarágua. Agora, o atual papa diz que é preciso diálogo. O bispo de Formosa (GO), dom Adair Guimarães, disse que os brasileiros têm de olhar para a Nicarágua para tomar cuidado, porque um regime socialista tira a liberdade, o direito ao culto e os valores familiares.

Operação contra empresários é arbítrio
Falando em liberdade, nesta terça levamos um susto quando a Polícia Federal chegou à casa de oito empresários, inclusive aquele que tem uma rede de lojas com a Estátua da Liberdade na frente. A acusação é de que estariam defendendo um golpe, e aí eu pergunto: estavam defendendo ou estavam preparando? Porque punir alguém por defender alguma coisa, alguma ideia, por mais absurda que seja, é instituir crime de pensamento. Aliás, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, lembrou exatamente disso. Se está instituído “crime de pensamento”, é arbítrio. Tanto que o procurador-geral da República, Augusto Aras, está reclamando que não foi avisado. Uma terceirizada do Supremo deixou um papel em uma sala que nem sempre é frequentada pelo Ministério Público.


Consultei juristas e eles me responderam que não existe crime de ameaça à democracia que seja tipificado pelo ato de críticas e manifestações de repúdio pessoal a instituições da República. Até a questão de ameaça, no Direito, é diferente da ameaça entre nós, pessoas comuns. No Direito, tem de haver manifesta intenção e possibilidade objetiva de pôr em prática o ato violento, injusto ou ilegal, para forçar o ameaçado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em proveito do ameaçador. Impropério não é ameaça; pode ser injúria, mas aí qualquer pessoa pode fazer o boletim de ocorrência. E isso tramita na primeira instância, na delegacia, não na suprema corte.

Muito estranho foi o fato de pelo menos duas pessoas parecem saber de antemão o que aconteceria. O André Janones postou no domingo, afirmando que algo lhe dizia que Luciano Hang não mexeria mais com ele. Depois, Roberta Luchsinger escreveu “fiquei sabendo que a caneta do Alexandre de Moraes vai descarregar tinta essa semana”. E o procurador-geral Aras disse que não ficou sabendo, a não ser depois do acontecido. Muito estranha essa história.

São coisas que deixam os brasileiros inquietos e assustados, e deve ter sido esse o principal motivo de uma ação assim; para quem já viveu mais de 80 anos, eu nunca vi nada parecido. No passado, vi pessoas sendo presas porque jogaram bombas, porque assaltaram bancos, sequestraram aviões; mas não assim, por criar uma “conspiração”, por uma troca de ideias entre pessoas em grupos de redes sociais, desses que a gente vê todos os dias.

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