quarta-feira, 24 de agosto de 2022

MUSEUS E OBRAS LITERÁRIAS ACABA COM A ANGÚSTIA

 


  1. Cultura
     

Para ser culto


Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

A ideia é de Eugène Ionesco. Dois amigos conversam. Jean tenta corrigir maus hábitos de Bérenger, bebedor inveterado. A solução para uma vida melhor estaria em passar os momentos disponíveis de “uma maneira inteligente”. Como? Jean dá a fórmula: “Visite os museus, leia revistas literárias, assista a conferências. Isso acabará com suas angústias e formar-lhe-á o espírito. Em quatro semanas, você será um homem culto”. 

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Visitantes observam obra de Francisco Leopoldo e Silva no Cemitério da Consolação Foto: Felipe Rau/Estadão

Citei O Rinoceronte, obra de referência do chamado teatro do Absurdo. “Rindo se corrigem os costumes”, diziam os antigos romanos. O humor é uma forma de escola moral. O humor estaria no tempo curto: quatro semanas? 

Vou misturar Maquiavel e Machado (Teoria do Medalhão). Só precisa parecer culto, não ser. Estando em São Paulo em 2022 (meu ponto), no ano de 1959 em Paris (Ionesco), na Florença do Renascimento (Maquiavel) ou no Rio de Janeiro do fim do Império (Machado), parecer seria superior a ser no mercado de consumo social. 

As fórmulas são universais. Vista-se inteiramente de preto e parecerá mais magro. Poste fotos com muitos filtros e perceberão seu ser um pouco mais jovem. Jesus condenou, e Maquiavel exaltou: o sepulcro pode estar caiado de branco, mas… quem irá cavar em busca da podridão do conteúdo? Importa o túmulo alvo e público, bem cuidado e exuberante. Os cemitérios foram a primeira rede social do mundo. Lá estavam informações positivas e flores, e homens insuportáveis, e mulheres abomináveis passaram à eternidade com frases motivacionais: saudades eternas, pai exemplar, mãe extremosa…

Tumbas são construídas sobre solo consagrado. Vamos ao profano mesmo. Em um mês, você pode ter frequentado (em caráter intenso e excepcional) quatro museus. Conseguiria, graças ao recurso das redes com que Ionesco não contava, acessar quatro palestras boas. Conseguiria ler, com proveito, talvez duas revistas literárias. Se iniciar o programa que a personagem Jean indica, talvez consiga um recorte curatorial: buscar apenas imagens de mulheres nos museus, ler atentamente sobre as obras e, depois, ver as palestras sobre feminismo. Por fim, destacar nas revistas os estudos sobre mulheres na literatura. 

Assim, após as semanas iniciais de cultura, se acontecesse de alguém conversar sobre mulheres na arte, você poderia dar dados bem estruturados sobre o tema e, com certeza, pareceria culto e consciente. Maquiavel aprovaria, mas, como você sabe, ele está – sem esperança – no inferno. O cinismo sempre funciona e nunca será louvado em público.

USO CONTÍNUO DE MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS PODE CAUSAR ALZHEIMER

*Luiz Antonio da Assunção – Farmacêutico Bioquímico

Quem nunca se automedicou que atire a primeira pedra. Caso se lembre de onde está a pedra. O uso de certos medicamentos, sem um devido monitoramento, pode acarretar em diversos efeitos colaterais, entre eles, o mal de Alzheimer.

Segundo estimativas, a previsão é que, em 2050, haja um aumento em 150% nos casos de demência e doenças neurodegenerativas, e esse aumento é impulsionado por pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos sem acompanhamento periódico.

Os indivíduos com 16 anos ou mais que tomam medicamentos por conta própria representam 89% da população, conforme pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade em parceria com o Datafolha, revelando um aumento significativo em relação à 2014, quando esse percentual era de 76%.

Quanto aos pacientes que tomam medicamentos de uso contínuo para tratamento de patologias, sabe-se que é uma parcela alta da população – sendo este um dado alarmante. O acesso a alguns desses medicamentos – uma vez prescrito por um médico – é fácil e, proporcionalmente, incontrolável, por não haver um monitoramento regular do uso prolongado dessa medicação.

A grande maioria dos remédios podem trazer efeitos colaterais, mas são necessários para cura e/ou tratamento de dores e doenças. Porém, uma classe de medicamentos de uso pontual ou contínuo podem acarretar problemas maiores ao que o paciente quer tratar naquele momento.

Hoje, três classes de medicamentos precisam de um acompanhamento de perto de um farmacêutico clínico, que, tecnicamente, classificam-os como sendo da família dos “prazóis”, como o Omeprazol e o Pantoprazol – usados para tratamento gástrico; os “pans”, como o Diazepam e o Clonazepam – indicados para crises de ansiedade e tratamento de problemas neurológicos; e as estatinas, usadas para diminuição do colesterol.

Tais remédios são muito eficazes no que se propõem. No entanto, esses mesmos medicamentos, administrados por um longo tempo, são os grandes responsáveis por aumentar as chances nos pacientes de desenvolver uma doença neurodegenerativa, e, se nada mudar em relação a esse comportamento, estima-se que, em 2050, haja um aumento de 150% desse tipo de patologia.

A grande maioria dos pacientes, que fazem uso sequencial dessas medicações, não tem conhecimento dos altos riscos que estão se submetendo. Esses remédios podem fazer com que essas pessoas tenham um declínio cognitivo e talvez até recebam o diagnóstico de Alzheimer, por não estar sendo acompanhado por um especialista.

Por isso, é imprescindível realizar um monitoramento de todos aqueles pacientes que fazem o uso contínuo de medicamentos, e essa função é justamente do farmacêutico clínico, que conhece o indivíduo e analisa os medicamentos que ele administra – e não do médico, que é responsável por diagnosticar a doença e prescrever a medicação.

 

LIDERANÇA E ENGAJAMENTO EM EQUIPE

 

Virgilio Marques dos Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria

No artigo de hoje, quero compartilhar uma experiência que tive no final de semana, ao ir comprar pão para o lanche do sábado à noite. Chegando à padaria, vi um senhor tentando empurrar seu carro ladeira acima e seu filho, já adulto, dentro do carro. Chamou-me atenção a cena, haja vista que era de se esperar que ambos se ajudassem na tarefa. Como não aguento ver alguém e não ajudar, resolvi me aproximar.

O senhor ficou muito animado ao me ver e disse que o filho não estava ajudando, pois estava em recuperação de uma cirurgia. Justificativa feita, iniciei a tarefa física de empurrar o carro ladeira acima. O problema, porém, foi que o senhor pedia ao filho que conduzisse o veículo no assento do passageiro – o que, obviamente, não dava certo.

Depois de empurrar o carro ladeira acima três vezes sem conseguir estacioná-lo, o senhor começou a brigar com o filho. “Poxa”, dizia ele, “você não consegue estacionar”. O filho, por sua vez, retrucava e dizia que era impossível estacionar do passageiro. E, eu lá, suando e esperando a discussão terminar. Não aguentando mais ver a cena, fiz a sugestão que o filho saísse do carro e o senhor assumisse o volante.

Quando me vi sozinho, o peso do carro dobrou e empurrá-lo exigiu toda a tração que meu chinelo era capaz de dar. Nisso, parou uma moça e veio nos ajudar. Foi uma situação reconfortante. Juntos, continuamos a empurrar o carro e o senhor a tentar dirigi-lo, sem muita maestria. Depois de três tentativas começamos ajudá-lo com dicas de como manobrar. Ao final, ele conseguiu. Findo o processo, nos agradeceu e cada um tomou seu rumo.

O que refleti sobre o acontecimento?

Primeiro: ajudar o próximo é muito importante. Ao ver alguém em apuros, ofereça ajuda. Sentir-se acolhido nessas horas é condição fundamental para nos sentirmos humanos. Segundo: se você começar a ajudar, logo em seguida outras pessoas irão se juntar a você. Não sei se é da nossa evolução como espécie, mas funciona. Terceiro: se você conseguiu o engajamento de outras pessoas para resolver um problema, lidere corretamente. Tenha calma com a situação que saiu-lhe ao controle. Quarto: não discuta com os seus, na frente dos que lhe ajudam. Quinto: se está num time com problema, mesmo que combalido por uma cirurgia, ajude. Não fique sentado à espera, se você puder andar.

Sobre liderança

Na situação que presenciei, ficou claro como era importante o senhor ter liderado a galera que o ajudava. Quando sou recurso em algum projeto, espero que o líder conduza corretamente o veículo para a vaga desejada. No caso, passar 10 minutos fazendo força para alguém não conseguir transformar seu trabalho em algo útil é frustrante. Se isso acontece numa empresa, tenha certeza, haverá risco dos seus colaboradores procurarem alternativas melhores.

Também fiquei incomodado com a discussão do pai e do filho, pois não adiantava buscar um culpado. O senhor, imbuído da tarefa de liderar o estacionamento, não deveria reclamar do filho por não conseguir fazê-lo. Deveria dar instruções claras sobre como esse teria de proceder para resolver o problema. Na experiência que tivemos, ficou clara a falta de liderança do pai em relação ao problema.

Sobre engajamento

Aqui, as lições foram mais positivas. Ver uma moça parar o carro e nos ajudar na tarefa foi uma lição de humanidade. E, o mais importante, a certeza de que ao iniciar uma empreitada cuja causa é nobre, outros irão ajudá-lo.

Num país polarizado, como o que vivemos, às vezes nos esquecemos de como podemos compartilhar objetivos e trabalhar juntos por eles, independentemente das opiniões divergentes em algumas coisas. Nem todos os meus amigos professam a mesma fé ou torcem para o mesmo time; entretanto, o portfólio de coisas que fizemos juntos é bem extenso.

Num projeto de melhoria, sempre iremos enfrentar o medo da baixa adesão e a angústia pelo sucesso. Mas a certeza de que dará certo é condição fundamental para começá-lo. Precisa estar convencido disso, pois é essencial para convencer os demais da causa que defende e que os demais precisarão defender consigo.

Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?

Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)

Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local, pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer “milão” é “caro demais”.

Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A lógica deveria ser justamente a inversa.

Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.

O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR DIA!).

Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.

Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?

Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?

Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?

Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?

Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…

Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?

Absolutamente nenhuma além da internet.

E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?

Marketing Digital é barato, mas não é de graça.

Vamos fazer uma conta de padaria:

Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?

Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.

Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.

Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.

Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.

Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno de R$ 5,51.

Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.

Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…

E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.

Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números disparados na frente do marketing tradicional.

Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.

Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?

Deixo a reflexão.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

terça-feira, 23 de agosto de 2022

ECONOMIA GERANDO SUPERÁVIT É UMA BOA OPORTUNIDADE PARA FAZER AS REFORMAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Dinheiro / Real – 25-05-2017 – O Real é a moeda corrente oficial da República Federativa do Brasil. A cédula de um real deixou de ser produzida, entretanto continua em circulação alguns exemplares. As demais cédulas de real continuaram sendo produzidas normalmente pela Casa da Moeda. Entre elas, as notas de: 2,5,10,20,50 e 100. Na foto, detalhes de uma nota de 100 reais.


Governo federal pode ter, em 2022, o primeiro superávit primário desde 2013.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Em 2021, o setor público consolidado do Brasil registrou superávit primário (antes do pagamento de juros da dívida) pela primeira vez desde 2013, com saldo positivo de R$ 64,7 bilhões. No entanto, aquele número se devia principalmente ao bom desempenho de estados e municípios; a União ainda registrou déficit primário de R$ 35,1 bilhões, muito menor que o projetado. Em abril deste ano, quando o governo enviou ao Congresso o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, a estimativa era de que o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) só tivesse superávit primário em 2025. Quatro meses depois, no entanto, há grande chance de a União voltar ao azul já em 2022.

Alguns fatores de melhoria nas contas públicas estão relacionados à evolução do mercado de trabalho: menos pessoas sem trabalho reduzem o gasto governamental com benefícios ligados ao desemprego, e mais brasileiros com carteira assinada elevam as contribuições para a Previdência Social. A arrecadação como um todo vem crescendo graças ao avanço da atividade econômica, que está superando as expectativas, mas conta também com um empurrãozinho da inflação, já que produtos e serviços mais caros criam uma base de arrecadação maior. Mas é nas chamadas “despesas extraordinárias” que está o trunfo de 2022: a antecipação de dividendos de estatais e os recursos oriundos de novos contratos de geração de energia, consequência da privatização da Eletrobras, é que devem virar o jogo, tirando a União do déficit primário e levando-a ao superávit.

O país tem uma janela curtíssima para fazer seu ajuste fiscal em momento mais favorável, eliminando pelo menos alguns riscos antes que haja uma inflexão na atividade econômica

Este momento pode não ser o ideal em termos absolutos, já que temos indicadores ainda preocupantes, como desemprego, inflação e juros altos, mas demonstra que o país está mais forte do que se imaginava no início do ano, e isso significa que há oportunidades que precisamos aproveitar melhor. Receitas extraordinárias são, como diz o nome, algo excepcional, sem garantia de que haverá repetição; não há como um governo contar sempre com elas para fechar as contas no azul. O Brasil pode fechar 2022 com crescimento na casa dos 2% – estimativas mais otimistas falam em 3% –, mas o próximo ano promete dificuldades, com o fraco desempenho mundial puxando o Brasil para baixo. As projeções para o PIB de 2023 colhidas no Boletim Focus recuam na mesma intensidade com que as previsões para 2022 sobem.

Internamente, a atividade econômica deve sentir com mais intensidade os efeitos da elevação dos juros para conter a inflação – tradicionalmente, aumentos na Selic levam alguns meses para “atingir” a economia – e há uma série de elementos que pressionam o gasto público, como a possibilidade de o Auxílio Brasil continuar a ser de R$ 600 no próximo ano, uma promessa de campanha dos principais candidatos à Presidência da República. A transformação de despesas temporárias em permanentes foi um dos fatores de risco apontados pelo Copom em sua última reunião: além de jogar mais dinheiro na economia, o que pode elevar a demanda por alguns produtos e serviços, com efeitos na inflação, mais gasto público reduz a confiança do investidor na saúde fiscal do país, eleva o prêmio exigido para se emprestar dinheiro ao Tesouro e afeta negativamente o câmbio.


O país tem, portanto, uma janela curtíssima para fazer seu ajuste fiscal em momento mais favorável, eliminando pelo menos alguns desses riscos antes que haja uma inflexão na atividade econômica. No entanto, essa janela já está completamente tomada por uma campanha eleitoral em que a austeridade e o controle da despesa pública não figuram entre os grandes puxadores de voto – e, pior ainda, com candidatos atacando abertamente mecanismos como o teto de gastos, ameaçando colocar a perder todo um trabalho de saneamento das contas públicas que ainda está longe de terminar. As reformas administrativa e tributária são essenciais, mas, ao que tudo indica, se o eleitor escolher em outubro um governo comprometido com elas, será preciso realizá-las em um cenário mais turbulento que o atual.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/superavit-primario-reformas/
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STF TEME OS PROTESTOS DO POVO NO PRÓXIMO 7 DE SETEMBRO

 

Segurança

Por
Renan Ramalho
e

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Caminhoneiros misturados a manifestantes na Esplanada dos Ministérios em 7 de setembro de 2021.| Foto: Alan Santos/PR

Há cerca de seis meses, a área de segurança institucional do Supremo Tribunal Federal (STF) vem se reunindo com outros órgãos de segurança pública para garantir a segurança do edifício da Corte e dos próprios ministros no próximo dia 7 de setembro. Assim como no ano passado, as comemorações da Independência serão marcadas por manifestações de apoio ao governo e possivelmente de protestos contra o STF.

Em 2021, em Brasília, dezenas de caminhões de todo o país chegaram na véspera e estacionaram na Esplanada dos Ministérios – muitos se posicionaram na pista entre a Câmara Federal e o Ministério das Relações Exteriores e a menos de um quilômetro do STF. Na época, alguns caminhoneiros falavam abertamente, durante o ato, em invadir a Corte. Com faixas, vários manifestantes incentivavam a expulsão de ministros do Supremo. Uma barreira com mais de uma centena de policiais militares se posicionou e impediu qualquer tentativa de dano.

Agora, segundo apurou a Gazeta do Povo no STF, a polícia judicial da Corte se articulou com órgãos de segurança do Distrito Federal para barrar a entrada de caminhões na Esplanada. Eles poderão entrar na capital federal, mas serão encaminhados para outro local, onde não representem ameaça de invasão e depredação de edifícios da alta administração central.

Além disso, junto com os órgãos de segurança pública, o setor de inteligência da polícia do STF tentará identificar quem chegará a Brasília, quais meios de transporte utilizarão e onde pretendem se posicionar. “Tenho certeza que nada vai chegar ao STF”, disse um alto funcionário do setor, sob condição de reserva.

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo (21), o presidente do STF, Luiz Fux, admitiu que a área de segurança foi surpreendida no ano passado, pois esperava que os caminhões chegassem ao local só no dia 7, e não no dia 6.

“Havia veladamente uma informação de que tentariam chegar perto do Supremo. Um grupo radical falava em invadir o Supremo. Posso diagnosticar este como o momento mais delicado. Tivemos que passar a madrugada acordados e vigilantes para que não houvesse nenhum incidente. Algumas barreiras que estabelecemos foram vencidas. Mas o batalhão de choque da Polícia Militar conseguiu contê-los para que não chegassem nem perto do prédio. Tínhamos informações de que a entrada de um caminhão no prédio do STF poderia causar a própria implosão da sede”, disse Fux.

O STF fica localizado na Praça dos Três Poderes, ao redor da qual estão também o Congresso e o Palácio do Planalto. Em 2021, não houve desfile militar na Esplanada, por causa da pandemia, mas o presidente Jair Bolsonaro compareceu ao local no final da manhã para discursar do alto de um caminhão de som para apoiadores. Ele protestou contra as medidas do ministro Alexandre de Moraes em inquéritos contra seus apoiadores.

Na época, Moraes passou a investigar e mandou prender vários apoiadores do presidente que, nas redes sociais, insultavam e ameaçavam os ministros. Até hoje, ele conduz quatro investigações contra Bolsonaro, inclusive nos inquéritos das “fake news” e no das “milícias digitais”. Neste ano, o presidente voltou a criticar o ministro e chegou a denunciá-lo no STF por abuso de poder – a acusação foi arquivada no dia seguinte pelo ministro Dias Toffoli.

Nas últimas semanas, Bolsonaro deu sinais de pacificação: recebeu o ministro no Palácio da Alvorada e aceitou o convite dele para posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na cerimônia, no dia 16, o presidente trocou afagos com Moraes, sentando-se a seu lado.

Neste ano, ainda não é certo que Bolsonaro vá discursar num ato em Brasília. Após sua presença no tradicional desfile militar, a previsão é que siga direto para o Rio de Janeiro, onde manifestantes farão um ato de apoio na Avenida Atlântica, em Copacabana, e depois embarque para São Paulo, onde participa de manifestação na Avenida Paulista, à tarde.

Dentro do STF, a área de segurança trabalha com a hipótese de “risco elevado” no evento. Isso inclui não apenas possíveis ataques à sede do tribunal, mas também cenários de atentados contra ministros. Assim como no ano passado, é provável que policiais infiltrados se façam presentes na manifestação à paisana, para monitorar possíveis agressores. Há até mesmo preparação para resgate de ministros, caso suas residências sejam alvos de ataques.

“Nosso planejamento vai desde a situação mais tranquila à mais dramática possível. A gente se prepara para o pior, mas torce pelo melhor”, diz o mesmo funcionário da área de segurança do STF.

Ataques cibernéticos críticos ao STF cresceram
Além da proteção física dos ministros e de suas instalações, o STF também tem investido na segurança cibernética. Um levantamento da área já identificou, somente nos primeiros sete meses de 2021, 2.434.627 ataques, dos quais 93,88% de nível “crítico”.

Servidores da área dizem que, em ano passados, a quantidade já foi maior, passando de 4 milhões, mas nunca com tamanha fatia de criticidade. O ataque é considerado assim quando efetivamente pode comprometer a integridade dos dados do tribunal, que incluem processos judiciais e documentos administrativos. “É quando o atacante chega na porta do cofre”, diz um desses funcionários, também sob condição de reserva.

Os quatro tipos de ataque mais comuns são o sequestro de dados, no quais o hacker consegue bloquear o acesso de seu detentor e cobrar uma contrapartida para sua liberação; o acesso e exploração de dados sensíveis e não públicos, para obtenção de ganhos e informação privilegiada; a invasão ao site para deixar uma mensagem de protesto na página inicial; e a derrubada do site e dos serviços online por meio de acessos simultâneos em massa, via robôs, que sobrecarregam o sistema.

O ataque mais grave identificado ocorreu em abril do ano passado, e foi do segundo tipo, para obtenção de dados. A área de segurança da informação conseguiu barrar o acesso, localizou a origem e os hackers foram presos.

Para fazer frente aos ataques cibernéticos, o STF tem multiplicado os investimentos em segurança da informação. Em 2019, o orçamento para a área foi de R$ 648,6 mil; em 2020, passou para R$ 1,5 milhão; em 2021, subiu para R$ 1,8 milhão; neste ano é de R$ 8 milhões e, em 2023, a previsão é que sejam investidos R$ 10,8 milhões.

A preocupação com essa área aumentou justamente durante a pandemia, quando o STF também acompanhou a tendência mundial, no setor público e privado, de ampliar a digitalização de suas atividades. Atualmente, praticamente 100% dos processos judiciais e administrativos do tribunal estão no ambiente digital.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/stf-se-prepara-para-protestos-no-sete-de-setembro-em-brasilia/
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ENTREVISTA OU INTERROGATÓRIO ONTEM DE JAIR BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL

 

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Sobre a entrevista do presidente Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, fica a dúvida: será que o telejornal mais importante do país se comunica com o povo?| Foto: Reprodução/ Globoplay

Dizer que Jair Bolsonaro e Jornal Nacional são como água e azeite seria um eufemismo. Os dois estão mais para ácido e base mesmo. Desde 2018, ou antes, o telejornal que ao longo de décadas informou o Homer Simpson brasileiro optou por fazer uma oposição inflexível ao atual presidente. Assim, acabou por alienar uma parcela do público – justamente o homem comum com o qual tão bem se comunicava.

Daí porque a entrevista do candidato à reeleição era tão aguardada. Eu, de minha parte, preparei uns sanduichezinhos de bolacha Maizena com um Toddy bem quentinho para enfrentar o frio e a peleja entre a dupla William Bonner & Renata Vasconcellos e Jair Bolsonaro. Até criei um bolão no grupo Bilionários do Zap para apostarmos em quantas vezes o presidente falaria “talquei” e quantas vezes os apresentadores revirariam os olhinhos.

Antes de falar da entrevista propriamente dita, vale um comentário sobre a suposta desimportância do evento. Ora, se o próprio presidente se dispôs a sair de Brasília para ser entrevistado nos estúdios da emissora é porque reconhece o poder da Rede Globo. Cotidianamente, o Jornal Nacional talvez tenha abandonado o Homer para falar apenas com as Lisas Simpsons da vida. Mas pode apostar que, na hora de conversar com o líder máximo da nação, até o mais alienado Homer Simpson larga o YouTube para se sentar no velho sofá surrado diante da TV de tubo.

Agora silêncio que a entrevista vai começar.

E começou pesado (mas sem panelaço, como esperavam alguns). Um William Bonner com a barba por fazer, o que era impensável há alguns anos, foi logo perguntando sobre golpe. Mas não foi num tom ameno, nem lá muito educado. Bonner perguntou retratando Bolsonaro como um vilão de história em quadrinhos. O presidente respondeu expondo suas dúvidas (aquelas que já está todo mundo cansado de saber) sobre o sistema eleitoral e insistindo no discurso de que só quer mais transparência.

Com voz mansa, lá veio a réplica citando todas as instituições que “atestam a segurança das urnas” e falando em “orgulho” das urnas eletrônicas. Daí veio o sorrisinho e aquilo, confesso, me desmontou. Se ainda restavam ilusões, elas se perderam de vez com esse sorrisinho. Mas eu não sou o assunto deste texto, e sim a entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional. Diante do sorriso condescendente, Bolsonaro interrompeu o discurso de Bonner para dizer “Fique tranquilo. Teremos eleições”.

Mais golpe. Bonner critica os apoiadores de Bolsonaro, chamando-os (uma ênclise!) de golpistas e alienando parte de seu público. Mas acho que já falei disso lá na introdução. Bolsonaro insiste na defesa da liberdade e até critica o AI-5. Bonner interrompe e fala em “tirar esse estresse” e exige o compromisso de que Bolsonaro respeite o resultado das urnas. Mais do que isso, cobra que Bolsonaro contenha os apoiadores.

“Pandemia, candidato”, diz Renata Vasconcellos antes de elencar os pecados do presidente Jair Bolsonaro: a postura pessoal contra a vacina, o uso de hidroxicloroquina, o jacaré. “O senhor desestimulou a vacinação. Isso não tem nada a ver com liberdade”, disse a sofista, digo, jornalista. “Figura de linguagem?”, pergunta a jornalista, e tem início um debate surreal sobre a famosa história de virar jacaré. Estou mesmo assistindo a isso?

Renata Vasconcellos insiste na pandemia e repete a ladainha da CPI da Covid. “Muitos viram isso como sinal de falta compaixão”, diz a jornalista sobre algumas posturas do presidente durante a pandemia. “Você se arrepende?”, insiste ela. Bolsonaro se sai com auxílio emergencial e com a solidariedade que ele vê como real, e não a simbólica e politicamente correta cobrada por Vasconcellos. “Então você chama isso de ‘politicamente correto’?”, pergunta espertamente a jornalista.

Começa a parte da entrevista que fala sobre economia. Bonner pinta um cenário de desastre e, nas entrelinhas, acusa o presidente e a equipe econômica de incompetência. Mais sorrisinhos. “A grande vacina da economia foi feita em 2019”, responde Bolsonaro, citando por alto a melhora no índice de desemprego. Ele diz ainda que o mundo inteiro passa por dificuldades. Percebendo que economia não prejudicaria Bolsonaro, Renata Vasconcellos vem com o papo de “incentivo ao desmatamento”.

“Uma coisa é incêndio natural e outra coisa é o desmatamento”, diz Vasconcellos quando Bolsonaro menciona incêndios florestais na Europa e Estados Unidos. Uau. “A quem interessa proteger um trator usado para derrubar árvores?”, pergunta um indignado Bonner, ao que Bolsonaro tenta, sem sucesso, explicar que a Amazônia é enorme, do tamanho da Europa Ocidental, e que ele apenas cumpre a lei. O “cumpre a lei” incomoda Bonner, que passa a bola para a colega. Vasconcellos então fala que o mundo vê o Brasil como um país destruidor de florestas. Imagem, imagem, imagem. Bolsonaro responde dizendo que a Alemanha voltou a usar combustíveis fósseis e fala que há uma diferença entre a realidade e a “imagem”. Será que cola entre o povão?

Aliás, me dou conta de que falta à entrevista perguntas voltadas para o Homer Simpson. Será que isso tudo tem alguma relevância para o homem comum? Enquanto estou pensando nisso, Bolsonaro começa a falar sobre o agronegócio. “Vamos ver se o Brasil começa a mudar essa imagem”, diz William Bonner, mudando de assunto. E lá vem papo sobre política, Centrão, base do governo e outros assuntos de elite. Hora de abrir mais um parágrafo.

“Por que eleitores traídos deveriam acreditar no senhor?”, pergunta Bonner, que ouve um petardo. “Você está me estimulando a ser ditador”, solta Bolsonaro, sua única frase de efeito até agora, explicando que os acordos políticos são necessários para o avanço das reformas. Bolsonaro fala em Auxílio Brasil e diz que o PT votou contra a PEC dos Precatórios que permitiram o pagamento de R$600 do programa. Ao ouvir “o PT votou contra”, Bonner faz questão de corrigir o presidente.

Bonner não fala em PT. Fala em “governos anteriores”. E volta a mencionar o bicho-papão chamado Centrão. “O senhor sempre foi do Centrão ou nunca foi do Centrão?”, pergunta Bonner. Bolsonaro se enrola, diz que no tempo dele não havia Centrão e emenda: “O que importa é que estamos sem corrupção”. À medida que Bolsonaro vai citando a equipe de governo, Renata Vasconcellos o interrompe. “Vou falar de um assunto importantíssimo para o futuro do Brasil: a educação”, diz a jornalista, fazendo uma grave acusação de corrupção envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores.

Bonner começa a falar sobre interferência na Polícia Federal. O cinegrafista dá um close no presidente, que mostra sinais de irritação. Bolsonaro menciona Moro e diz que ninguém comanda a PF dessa forma. William Bonner menciona uma associação de delegados da Polícia Federal falando no desgaste à imagem da instituição. Uma associação de delegados da Polícia Federal. “Já acabou?”, pergunta Bolsonaro quando Renata Vasconcellos anuncia que o presidente tem um minuto para as considerações finais.

Com uma calma surpreendente e alguns níveis acima da dos entrevistadores, Bolsonaro faz as considerações finais. “Fizemos o possível para que a população sofresse o menos possível”, diz. E começa a citar os feitos do governo. Fizemos isso e fizemos aquilo. O esperado que ele diga nessa hora. Consulto o relógio. Faltam 10 segundos. Nove, oito, sete… “Acabou?”, pergunta Bolsonaro. “Eu poderia ficar aqui horas conversando”.


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O AGRONEGÓCIO TEM VOCAÇÃO PARA ALIMENTAR O MUNDO

 

Agronegócio

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

EXPEDIÇÃO SAFRA 2018/2019 – GUARAPUAVA-PR – COOPERATIVA AGRÁRIA – DIA DE CAMPO – MILHO – SAFRINHA – MILHO SAFRINHA – COLHEITA DE MILHO – ESPIGA DE MILHO – SOJA. – FOTO: MICHEL WILLIAN/GAZETA DO POVO – 27.02.2019


Lavoura de milho em Guarapuava (PR).| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

O que era para ser uma safrinha de milho vai ser uma grande safra, 44% maior que a anterior. Como vocês sabem, o milho tem duas safras; a principal é a primeira, e a outra vem ali para aproveitar a terra, entre safras. Só que vão colher, segundo a Conab, 87 milhões de toneladas de milho. Com isso, o Brasil empata com Estados Unidos e China como os maiores produtores de milho do mundo.

E, como nós sabemos, milho não é só para o consumo humano. Está na espiga, na farinha, em todos os subprodutos do milho, que são infinitos; mas também na carne que comemos. Porque o milho é uma parte muito importante na ração animal, tanto avícola quanto suinícola e bovina. E para o cavalo também. Essa safra vai chegar ao fim no ano com 271 milhões de toneladas, recorde histórico.

Estamos chegando perto dos 300 milhões de toneladas. Quando eu comecei a cobrir economia, lá no início dos anos 1970, nossa safra era de algo em torno de 30 milhões de toneladas. Imagine que, nesse período, ela se multiplicou por dez. Não existe país no mundo que consiga isso. Claro que houve também expansão no cerrado, em todas essas áreas novas no Tocantins, em Goiás, no oeste de Minas, no oeste da Bahia, no sul do Piauí, no sul do Maranhão, no Mato Grosso, principalmente no sul do Pará. Ninguém segura esse país para alimentar o mundo, essa é a nossa possibilidade. E vejam o que é a produtividade: eu lembro de quando se dizia que estava ótimo colher 3 mil quilos por hectare. Hoje temos o dobro disso, e já há quem esteja colhendo o triplo, 9 mil quilos por hectare. É tecnologia combinada com o suor do trabalho.


O coração de Dom Pedro chega para o bicentenário da Independência
Queria mencionar a chegada ao Brasil do coração de Dom Pedro I, o homem que proclamou a Independência – por mais que tenha sido sua mulher, a princesa austríaca Maria Leopoldina, quem assinou o decreto de independência em 2 de setembro, escrevendo a Dom Pedro dizendo que ele tinha de declarar logo a independência. Ele puxou a espada e declarou o Brasil livre lá onde estava, à margem do Riacho Ipiranga, em São Paulo. Ali há um monumento onde repousam seus restos mortais, menos o coração; foram postos lá no Sesquicentenário, na celebração de 150 anos da Independência. Eu cobri essa chegada do corpo, que foi a todas as capitais brasileiras com muita festa.

Na manhã ou na tarde desta terça, o coração do primeiro imperador do Brasil chegará ao Palácio do Planalto. E terá honras de chefe de Estado, pois se trata do primeiro imperador brasileiro – assim como nesta segunda-feira, na base aérea onde chegou o coração, estava erguida no topo do mastro a bandeira do Brasil imperial, com o fundo verde dos Bragança, o losango amarelo dos Habsburgo da imperatriz e o brasão imperial, trocado depois pelo céu brasileiro no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 1889, com o dístico positivista “Ordem e progresso”. É assim que estamos nos preparando para os 200 anos da Independência.

Estão tratando um fanfarrão como a ameaça que ele não é
E mais um absurdo: há um sujeito preso porque ameaçou, pela internet, “caçar” Lula, Gleisi, ministros do Supremo. Ora, quem ameaça pela internet não vai cumprir. Por acaso Adélio Bispo pôs ameaça na internet? Quem pretende fazer algo mesmo não se expõe dessa maneira. E a Polícia Federal ainda diz que ele põe em risco, tenta abolir o Estado Democrático de Direito. Estão tratando esse fanfarrão como se fosse um super-homem, como se ele tivesse instrumentos na mão para abolir o Estado Democrático de Direito, para abolir o direito de ir e vir, a liberdade de culto, de reunião; como se pudesse prender um deputado, atacar a liberdade de expressão, inventar censura, prender gente, fazer inquérito sem Ministério Público… Ele não tem poder para fazer nada disso; só quem tem esse poder pode ameaçar o Estado Democrático de Direito – não só ameaçá-lo como fracioná-lo.


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BOLSONARO FAZ MAIS PELA REFORMA AGRÁRIA DO QUE LULA E DILMA DO PT

 

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J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: EFE

De todas as mentiras que o MST conta e que a mídia publica obedientemente a cada dia, cobrindo um leque que vai das “queimadas na Amazônia” até o envenenamento da população brasileira pelo uso de “agrotóxicos”, nenhuma é tão safada quanto a que os seus chefes utilizam com mais barulho: a de que o MST é a favor da reforma agrária. É o oposto, justamente – o MST é contra a reforma agrária. Na verdade, é hoje o maior inimigo da reforma agrária em todo o Brasil. É simples. Reforma de verdade no campo, para promover prosperidade entre os agricultores pobres e reduzir as desigualdade e injustiças, significa dar terra a quem quer trabalhar – junto com o título oficial de propriedade que vai fazer do beneficiado, legalmente, um verdadeiro proprietário rural. É a única reforma agrária que existe. O resto é pura, simples e absoluta tapeação. Pois muito bem: o MST, sem qualquer disfarce, é abertamente contra a distribuição de títulos aos “camponeses”, como eles chamam o homem do campo.

Se isso não é sabotar a reforma agrária, o que seria? Ainda outro dia, os chefes do MST impediram à força a distribuição de títulos aos novos proprietários de uma área rural no Pará, no assentamento de Palmares. Não adiantou nada. Uma vez escrito no papel, o título fica valendo como uma escritura de propriedade, e o MST não pode fazer coisa alguma a respeito; o INCRA simplesmente entregou os papéis em outra ocasião, pouco depois. Mas mostra de maneira indiscutível a aberração que o “movimento dos sem- terra” construiu no Brasil: uma organização que diz lutar pelos pobres do campo, e vive de doações para manter as suas “lutas”, é contra a entrega de terras para eles. Essa entrega está sendo feita pelo governo – e a esquerda brasileira não admite, simplesmente não admite, que esse governo, “antidemocrático” e sabe lá Deus quanta coisa mais, faça o que ela jamais foi capaz de fazer.

Nos últimos três anos, o governo já entregou 370.000 de propriedades – mais do que os governos Lula e Dilma, somados, fizeram em quase catorze anos no poder. Ou seja, na prática, quem está realmente fazendo a reforma agrária no Brasil é a administração do presidente Bolsonaro, e não Lula. É uma humilhação para o MST-PT-etc., que veem exposta a sua mentira. Mas a luta contra a entrega de títulos é também a tentativa desesperada de combater o progresso no campo e impor o modelo totalitário da esquerda para a agricultura brasileira. O MST não quer que se faça transferência de propriedade na área rural; não quer que o agricultor sem terra possa ser dono de sua terra. Quer tirar terras dos atuais proprietários, através da “desapropriação”, e passar tudo para o seu controle direto, com o objetivo de fazer a “exploração coletiva” das fazendas. Os agricultores pobres continuariam sem ser donos de nada, trabalhando para o “coletivo”. Continuariam escravos.

Essa entrega está sendo feita pelo governo – e a esquerda brasileira não admite, simplesmente não admite, que esse governo, “antidemocrático” e sabe lá Deus quanta coisa mais, faça o que ela jamais foi capaz de fazer.

O que o MST quer é um regime de senzala para a agricultura brasileira, onde o senhor da Casa Grande é ele próprio – e só ele. Lula promete em seus comícios que esses campeões da “reforma agrária” vão ter posições de “importância” em seu governo.


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O SEGREDO DO PROGRESSO DE DUBAI É MUITO SIMPLES - FACILITAÇÃO DE NEGÓCIOS

 

“Dubai floresceu porque está voltada para a facilitação dos negócios”

Instituto Millenium

Por João Luiz Mauad*

Quem olha para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, jamais poderia imaginar as extraordinárias transformações pelas quais passou esta metrópole em apenas vinte e poucos anos. Onde antes havia deserto, atualmente há bairros prósperos. Largas avenidas, novos shoppings e prédios modernos surgiram – incluindo o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo atualmente.

Em apenas duas décadas, a população de Dubai praticamente triplicou e os rendimentos médios aumentaram, sendo comparáveis a boa parte do mundo desenvolvido.

COmo documenta Douglas Carswell, que lá esteve recentemente, o que era um mar de areia na entrada do Golfo Pérsico, há quarenta anos, agora é um grande centro cosmopolita em plena expansão. O aeroporto de Dubai é hoje um dos mais movimentados do mundo, em termos de tráfego. Suas ruas, escritórios e shoppings estão repletos de pessoas de todas as nacionalidades, fazendo desta cidade um posto avançado da globalização.

Mas qual é, afinal, o segredo de Dubai? Não são os recursos naturais. Ao contrário da maioria de seus vizinhos, eles têm pouco petróleo, gás ou outros minerais. Terras agrícolas, então, nem pensar. E, ainda assim, eles prosperam muito mais que os vizinhos encharcados de petróleo. Por quê? Porque têm o ingrediente chave para a prosperidade em todas as culturas, continentes e épocas. Assim como Veneza, no passado distante, ou Hong Kong e Cingapura, hoje, a economia de Dubai floresceu porque está voltada para a facilitação dos negócios, com baixos impostos e poucas regulações econômicas. Mas acima de tudo porque lá impera o Estado de Direito e instituições voltadas ao aprimoramento da confiança mútua.

Só para se ter uma ideia do quão seriamente eles tratam essas instituições, no coração do distrito financeiro de Dubai fica o Centro Financeiro Internacional de Dubai (DIFC). A constituição dos EAU foi especificamente alterada, em 2004, a fim de dar ao DIFC uma jurisdição autônoma, dentro de cujos limites os negócios são conduzidos, sob as leis do Reino Unido. O DIFC tem até seus próprios tribunais para resolução de controvérsias comerciais, não raro presididos por juízes da Inglaterra, Cingapura, Hong Kong e outros países do Commonwealth. Quem investe e tem negócios em Dubai conta com índices de segurança jurídica melhores que na maioria dos países.

Ao contrário do que possa parecer a alguns, Dubai está longe de ser um caso isolado. O Banco Mundial publicou, em 2006, um extenso e detalhado trabalho intitulado “Onde está a Riqueza das Nações”, cujo objetivo foi medir a participação de três diferentes tipos de capitais – natural (recursos naturais), produtivo (bens de capital) e intangível (capital humano e qualidade das instituições) – na produção de riqueza de 120 países.

Os resultados mostraram que, quanto mais desenvolvidas (em termos de renda per capta) são as nações, menos elas dependem dos recursos naturais e mais utilizam os chamados capitais intangíveis na produção de suas riquezas. Neste aspecto, a comparação dos índices verificados entre os dez primeiros e os dez últimos do ranking analisado é bastante ilustrativa. Enquanto a participação dos capitais naturais no produto total de nove dos dez países mais ricos varia entre 0 e 3% (a exceção é a Noruega, com 12%), nos países mais pobres ela nunca é inferior a 25%. Por outro lado, os capitais intangíveis têm um peso médio superior a 80% nas economias avançadas, à medida que navegam por índices que vão de 40 a 60% na maioria dos dez países mais pobres.

Na verdade, o Banco Mundial considera que “o capital humano e o valor das instituições constituem a maior parcela da riqueza em praticamente todos os países”. De toda riqueza produzida no mundo, o estudo do BIRD estimou em apenas 5% a contribuição dos capitais naturais, contra 17% dos capitais produtivos e nada menos que 77% dos intangíveis. Desses intangíveis, o estado de direito explica 57%, enquanto a educação é responsável por 36%.

Em outras palavras, os países ricos são em grande parte ricos por causa de seu capital intangível, que compreende as habilidades de suas populações e a qualidade das instituições que sustentam a atividade econômica – como a confiança entre as pessoas, um sistema judicial eficiente, direitos de propriedade claros e governo efetivo na defesa da vida e das propriedades. Todo esse capital intangível aumenta a produtividade do trabalho e resulta em maior riqueza total.

A Suíça marca 99,5 pontos em 100 possíveis no índice do estado de direito e os EUA atingem 91,8. Em contrapartida, a pontuação da Nigéria é de 5,8; Burundi’s 4.3; e 16.4 da Etiópia. Os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE – têm uma pontuação média de 90, enquanto a África Subsaariana tem sombrios 28.

A riqueza natural dos países ricos é uma proporção minúscula de sua riqueza total – tipicamente de 1% a 3% -, mas eles obtêm mais valor daquilo que extraem. Cultivos, pastagens e florestas são mais valiosos nos países ricos porque podem ser combinados com outros capitais para produzir mais valor.

No geral, a riqueza média per capita nos países ricos da Organização para o Desenvolvimento da Cooperação Econômica (OCDE) é de US $ 440.000, consistindo de US $ 10.000 em capital natural, US $ 76.000 em capital produzido e US $ 354.000 em capital intangível. (A Suíça tem a maior riqueza per capita, US $ 648.000) Dubai – a exemplo de Suíça, Japão, Cingapura, Hong Kong, Mônaco e tantos outros – é um lembrete gritante do fato de que não há nada predeterminado sobre o lugar de um país no mundo. Os países – e principalmente aqueles que os governam – têm sua própria responsabilidade, para o bem ou para o mal.

+ Daniel Alvão: Implicações da incompleta extinção do monopólio

O pioneiro trabalho do Banco Mundial demonstra de forma convincente que as “fontes do desenvolvimento” são o estado de direito e um bom sistema de educação. A grande questão que seus pesquisadores não respondem é: como as sociedades em desenvolvimento podem se livrar dos populistas e demagogos que saqueiam suas riquezas e os mantêm pobres com políticas avessas ao livre mercado?

Esses verdadeiros arautos do subdesenvolvimento desprezam o exemplo dos países que venceram a pobreza, especialmente no que concerne às instituições e ao ambiente de negócios. Temas como Estado de direito, previsibilidade jurídica, respeito à propriedade privada, liberdade econômica, cumprimento de contratos, desburocratização, combate à corrupção, eficiência e parcimônia com o gasto público não têm qualquer relevância para eles.

*Administrador de empresas formado pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (EBAP/FGV-RJ), João Luiz Mauad é articulista dos jornais “O Globo” e “Diário do Comércio”. Escreve regularmente para o site do Instituto Liberal.

MINISTRO DA DEFESA REUNE HOJE COM O PRESIDENTE DO TSE

 

Novo presidente do TSE
Eleições e mais

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Ministro Alexandre de Moraes receberá ministro da Defesa e diretor-geral da PF no mesmo dia| Foto: Abdias Pinheiro/TSE
A reunião entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, nesta terça-feira (23), poderá selar a paz entre as duas instituições no processo eleitoral. Pelo menos essa é a expectativa dos dois lados, embora ministros da Corte Eleitoral saibam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá, a qualquer momento, voltar a questionar a votação eletrônica.

Dentro do governo, a expectativa também é de um acordo entre as partes, na aposta de que Moraes, por ter mais habilidade política que seu antecessor, Edson Fachin, além de relações mais fortes dentro das Forças Armadas, faça alguma concessão aos militares. Não só atendendo, ainda que parcialmente, um dos pedidos para aprimorar procedimentos de fiscalização das urnas eletrônicas, mas também conferindo prestígio às Forças Armadas.

Os militares se incomodaram com os antecessores de Moraes, os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, em razão de declarações consideradas ofensivas. O primeiro disse, no ano passado, num evento acadêmico internacional, que as Forças Armadas estavam “sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo” – Nogueira, em nota, disse que era uma “ofensa grave” e “irresponsável”. Fachin, por sua vez, disse neste ano que as eleições são um assunto para “forças desarmadas”. O incômodo na Defesa se deu porque as Forças Armadas foram convidadas para aperfeiçoar o sistema e levaram a missão a sério.

Mais ainda: quando os militares apresentaram recomendações de melhoria, para aumentar o número de urnas testadas, técnicos do TSE negaram sob o argumento de que eles cometeram erros no conceito e de metodologia de cálculo da amostragem. Depois disso, as reuniões de Fachin com Nogueira cessaram e o ministro ignorou um pedido da Defesa para uma reunião conjunta e exclusiva entre as equipes de tecnologia das duas casas para tentar um acordo.

Agora, a expectativa dentro da ala política do governo é que Moraes, que compreende melhor a cabeça dos militares – teve contatos frequentes com ele quando era ministro da Justiça, entre 2016 e 2017 – saiba conversar melhor e pacifique a relação. Caciques do Centrão querem eliminar de vez o enfrentamento de Bolsonaro com o TSE. Sabem que, atualmente, Moraes tem grande força política e apoio da maioria das instituições, e não titubearia em aplicar medidas duras contra o presidente se ele insistir em apontar fraude nas urnas eletrônicas sem apresentar uma prova confiável.

A demonstração de poder e o recado de que não haverá mais tolerância com esse discurso ficaram claros na posse de Moraes na presidência do TSE, na última terça-feira (16). Sem provocações ou indiretas para Bolsonaro – que se sentou a seu lado e teve um tratamento respeitável e amistoso –, o ministro fez um discurso enfático em defesa das urnas eletrônicas, sendo bastante aplaudido pela elite do sistema político reunido na cerimônia.

Moraes indicou que ataques sem qualquer fundamento às urnas representam uma afronta à Justiça Eleitoral e à democracia. Além disso, usou expressões que já escreveu em decisões contra investigados no inquérito das fake news e das milícias digitais, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). O sinal é de que fará o mesmo na campanha em defesa das urnas.


O que os militares querem do novo presidente do TSE

A audiência com Moraes foi pedida por Nogueira, que esteve presente na posse – ele ficou na terceira fileira do plenário, atrás de outros ministros do governo. Em nenhum momento, em sua fala, o presidente do TSE mencionou a participação das Forças Armadas no processo eleitoral, que neste ano foi ampliada para incluir a fiscalização do sistema, ao lado de outras instituições, como a Polícia Federal e o Ministério Público.

A agenda oficial informa que será uma visita de cortesia apenas entre os dois, de alto nível, e sem a participação de técnicos de um lado e de outro, como queria a Defesa. Servidores do TSE se opõem ao principal pedido da Defesa, de mudar o teste de integridade das urnas, que é feito no dia das eleições.

Ele consiste em retirar das seções eleitorais cerca de 600 máquinas espalhadas pelo país e levá-las para Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de cada estado, onde servidores fazem duas votações simuladas e paralelas, escolhendo os mesmos candidatos: uma é registrada em cédulas e outra é digitada na urna eletrônica. Tudo é filmado em detalhes e, ao final, os resultados são comparados – até hoje, nunca houve discrepância.

A Defesa propõe que o mesmo teste seja feito nas próprias seções eleitorais, e que a urna a ser testada seja ativada pela biometria de eleitores comuns – o objetivo é simular da maneira mais próxima possível o funcionamento da urna numa eleição real. A suspeita é de que exista um código malicioso na urna que, percebendo que ela não passa por uma eleição real e sim um teste, faça com que se comporte de maneira íntegra, o que não ocorreria normalmente.

Militares e técnicos em segurança entendem que essa é a forma fundamental para testar efetivamente as urnas. Eles consideram que a inspeção do código-fonte, permitida pelo TSE com ano de antecedência, não é suficiente, porque nada garante que o arquivo disponibilizado para as entidades fiscalizadoras seja exatamente o mesmo que será instalado nas urnas.

Servidores e técnicos do TSE são contra mudar o teste de integridade neste momento, muito próximo da eleição, pois implicaria em custos financeiros, dificuldades logísticas e burocráticas, porque alteraria todo o procedimento já preparado pelos TREs, que incluem contratos com empresas de auditoria que acompanham a votação paralela em suas instalações.

Essa dificuldade já foi externada pelo ex-presidente do TSE Edson Fachin ao advogado Tarcísio Vieira Neto, chefe da equipe jurídica de Bolsonaro. Numa reunião recente, o ministro disse que o TSE multiplicou por seis o número de urnas testadas, atendendo parcialmente outra recomendação da Defesa, e que não haveria recursos e servidores suficientes para enviar a cada uma das 600 seções eleitorais onde seria feito o teste no modelo proposto pelo ministério.

Os militares, por sua vez, entendem que eles mesmos poderiam garantir a segurança do procedimento, uma vez que, historicamente, junto com forças policiais, ajudam a operacionalizar transporte e guarda das urnas eletrônicas. Também já admitem a possibilidade de o teste não ser feito em todas as 600 seções, mas apenas em parte delas.

Como vice de Fachin, Alexandre de Moraes participou das decisões para a preparação das eleições e manterá, pelo menos até o pleito, praticamente os mesmos servidores nas áreas técnicas. É um fator de dificuldade para o atendimento do pedido da Defesa.

Dentro do TSE, a aposta é que, ainda que negue essa mudança, ele possa convencer Nogueira a recuar nos questionamentos e recomendações, até mesmo pela demonstração de apoio político e institucional que deu em sua posse.

No mesmo dia da reunião com Nogueira, nesta terça, Moraes receberá o diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, e o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Caio Pelim. Como já foi ministro da Justiça, Moraes também já chefiou a PF e tem influência sobre vários quadros importantes da corporação, que nunca embarcou nas críticas de Bolsonaro em relação às urnas.


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