O novo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa (à
direita), ao lado do presidente Alberto Fernández| Foto: EFE/Juan
Ignacio Roncoroni
Enquanto o Brasil e outras nações promovem elevações de juros que
raramente passam de um ponto porcentual, a Argentina, afundada na crise,
aumentou sua taxa básica em 9,5 pontos: a Leliq, o equivalente
argentino da brasileira Selic, agora será de 69,50%. E, mesmo assim, os
juros continuarão abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses no
país, que em julho chegou a 71%, com perspectivas de fechar o ano de
2022 em 90% – apenas no mês de julho, a inflação foi de 7,4%. A
disparada de preços e a incapacidade do governo de agir de forma eficaz
para contê-la já custou a cabeça de Silvina Batakis: a protegida da
vice-presidente Cristina Kirchner não durou nem um mês à frente do
Ministério da Economia, e foi substituída por Sergio Massa, até então
presidente da Câmara dos Deputados. Ele tomou posse no dia 3, e agora
comanda um “superministério” que também inclui as antigas pastas de
Agricultura, Pecuária e Pesca, e de Desenvolvimento Produtivo.
Logo após assumir, em entrevista coletiva, Sergio Massa descartou
mais emissão de moeda, aquela que tem sido a saída clássica do populismo
argentino para sustentar seu programa de gasto indiscriminado. Sintoma
de que o governo perdeu completamente o controle é o fato de, apenas na
atual gestão, a dívida pública ter aumentado em US$ 36 bilhões. O valor
equivale a 80% dos quase US$ 44 bilhões que o Fundo Monetário
Internacional emprestou à Argentina meses atrás, na negociação que
enfureceu Cristina Kirchner e colocou o então ministro Martín Guzmán na
linha de fogo da vice-presidente. De positivo, há apenas a destacar o
fato de que o novo ministro parece compreender como surge a inflação, ao
contrário de seu chefe, o presidente Alberto Fernández, que já
demonstrou surpresa ao constatar que quanto mais dinheiro entra no
mercado, mais os preços sobem.
Já há muito tempo a Argentina precisa de um choque de austeridade
muito mais radical que as medidas que vêm sendo tomadas até agora –
incluindo a recente alta de juros
O bom propósito de Massa, no entanto, já será colocado à prova com
uma medida que ele mesmo anunciou: um reajuste de 15% nas
aposentadorias, com um bônus para quem recebe o valor mínimo. O aumento é
previsto em lei e ocorre trimestralmente, mas a concessão do adicional é
uma decisão do governo. O ministro garantiu que, para elevar as
aposentadorias e viabilizar o bônus, não será preciso emitir moeda,
porque o dinheiro virá da cobrança antecipada de um imposto sobre os
lucros das empresas. Até quando essa tributação será capaz de bancar um
aumento que pressionará as contas públicas de forma permanente, no
entanto, é algo impossível de prever. Além disso, ainda durante a gestão
da antecessora de Massa, o presidente Fernández havia anunciado um
pacote que chamou de “Argentina Grande” e cujo eixo central é justamente
o gasto público em obras.
Já há muito tempo a Argentina precisa de um choque de austeridade
muito mais radical que as medidas que vêm sendo tomadas até agora –
incluindo a recente alta de juros. Este foi o grande erro do
ex-presidente Mauricio Macri, eleito em 2015 para reconstruir a terra
arrasada deixada por 12 anos de kirchnerismo, mas que não atacou o gasto
público de forma decisiva, apostando em reformas pequenas demais para o
tamanho do problema que se propunham a resolver. Como resultado, a
inflação não foi contida e Macri chegou ao fim do mandato promovendo até
mesmo controle de preços, na contramão do ideário liberal que pregava
quando chegou ao poder.
Olhar para a Argentina neste período eleitoral brasileiro e
entender como nossos vizinhos conseguiram deixar de ser um dos países
mais ricos do mundo para se tornarem campeões de inflação é essencial. O
desastre não ocorre de forma súbita; ele é um processo gradual, que
exige governantes nada comprometidos com ordem nas contas públicas e uma
população que se deixa seduzir pelo discurso do gasto, sem perceber que
uma economia arrumada gera as melhores oportunidades para que as
pessoas saiam da pobreza. O Brasil já viveu uma hiperinflação que faria
os argentinos de hoje parecerem um exemplo de boa gestão, mas felizmente
esse dragão foi vencido quase 30 anos atrás, com o Plano Real; o ajuste
fiscal, no entanto, ainda é tarefa que está pela metade. Quem deseja
reverter reformas, derrubar ou contornar o teto de gastos, e elevar
indiscriminadamente o gasto público talvez não transforme o Brasil em
Argentina da noite para o dia, mas certamente recoloca o país em um
caminho cujo fim, mais cedo ou mais tarde, é o mesmo de nossos vizinhos.
Durante o recesso
parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez
viagem particular a Orlando (EUA), de 19 a 31 de julho, acompanhado por
dois seguranças do Senado. Cada um deles recebeu 13 diárias, no valor de
R$ 29,4 mil – R$ 2,2 mil a unidade – mais as passagens no valor de R$
35 mil. O custo total da escolta no passeio do presidente chegou a R$
93,4 mil. As viagens de 20 senadores já custaram R$ 1 milhão neste ano.
Pacheco também esteve em Coimbra (Portugal), em abril, para visitas à
Câmara Municipal e à universidade local. Dali, seguiu para o World
Company Award, em Monte Carlo, Principado de Mônaco. Foi acompanhado
pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) nos eventos em Coimbra e nas
reuniões com o presidente da República e com presidente da Assembleia de
Portugal. Também estavam na comitiva a diretora-geral do Senado, Ilana
Trombka, e o diretor Luiz Cláudio da Silva Chaves. As diárias e
passagens somaram R$ 38 mil.
Em junho, Pacheco retornou a Lisboa para participar do Fórum Jurídico
de Lisboa – Governança da Ordem Jurídica em Transformação. O evento é
promovido pela Universidade de Lisboa e pelo Instituto de
Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), criado pelo ministro do TSE Gilmar
Mendes.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também esteve em Lisboa, de 18 a
21 de abril, para participar do Fórum de Integração Brasil-Europa
(Fibe). Dois servidores do Senado estiveram no mesmo evento. As
passagens e diárias dos três chegaram a R$ 63 mil.
A passagem mais cara A passagem mais cara foi do senador Irajá
(PSD-TO), para Nova York – R$ 21 mil. Ele participou do Fórum Político
de Alto Nível na Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Com as
diárias, as despesas somaram R$ 33 mil. O senador Chico Rodrigues
(União-RR), que foi flagrado pela Polícia Federal com dólares na cueca,
foi a Caracas para reunião com membros da Assembleia da República
Bolivariana da Venezuela. As suas diárias mais as do seu assessor
custaram R$ 24 mil.
O senador Humberto Costa (PT-PE) viajou para Londres, México, Bogotá e
Montevidéu, com gastos de R$ 87 mil. A viagem mais cara foi para
Londres e Oxford, onde participou de reuniões bilaterais com o Governo
Britânico sobre os temas Mudanças Climáticas, Finanças Verdes e Direitos
Humanos.
A candidata do União Brasil à Presidência da República, Soraya
Thronike (MS), esteve em Barcelona, para visitar a feira Mobile World;
em Tel Aviv, para conhecer o Ecosistema Inovador de Israel; e na
República Tcheca, para a Conferência Checa-Iberoamerica sobre
Desenvolvimento, Prosperidade e Democracia. Mais R$ 54 mil na conta do
contribuinte. Esperidião Amin também esteve na Mobile World, a um custo
de R$ 18 mil.
Rogério Carvalho (PT-SE), esteve em Houston (EUA), em maio, para
participar da Offshore Technology Conference (OTC). As despesas dele e
de um servidor da Câmara fecharam em R$ 49 mil. A senadora Daniela
Ribeiro gastou R$ 43 mil com viagens à Cidade do Panamá, Cidade da
Guatemala e Boston.
Viagem particular
Questionado sobre os custos e a importância das suas viagens, o
presidente do Senado afirmou, por meio de nota, que viajou para Coimbra
em visita oficial. “Dentre os compromissos cumpridos, o senador Rodrigo
Pacheco assinou acordo com a Universidade de Coimbra para comemoração
dos 200 anos da Independência do Brasil”, diz nota da Presidência.
Sobre a escolta do presidente do Senado Federal, a sua assessoria
informou: “As diárias são correspondentes ao cumprimento de segurança de
autoridade, no caso, o presidente do Senado Federal, nos Estados Unidos
da América (EUA), no período de 19 a 31 de julho de 2022. As ações de
proteção aos senadores estão previstas no inciso VIII do Art. 226 do
Regulamento Administrativo do Senado Federal (RASF), anexo ao Ato da
Comissão Diretora nº 2/2018”.
O blog voltou a questionar por que não há, na página de Transparência
do Senado, registros de viagem do presidente aos Estados Unidos em
julho. A assessoria respondeu que foi uma “viagem particular, durante o
recesso parlamentar”.
Posse de Moraes no TSE está marcada para 16 de agosto, às 19 horas, em Brasília.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF
A indústria brasileira está dando uma sacudida no ministro Alexandre
de Moraes. Isso porque saiu um decreto presidencial reduzindo em 25% o
IPI de uma lista grande de produtos. Um partido político foi ao Supremo e
reclamou, dizendo que isso prejudicaria a Zona Franca de Manaus. A ação
caiu nas mãos de Alexandre de Moraes, que deu uma liminar suspendendo a
vigência do decreto.
Então, o presidente da República e o ministro Paulo Guedes retiraram
os produtos da indústria que fossem concorrentes ou similares, deixando
só o que não faz concorrência com a Zona Franca de Manaus. A redução no
IPI seria de 35%. O mesmo partido foi de novo ao STF, Alexandre de
Moraes deu outra liminar e anulou de novo o decreto.
Agora, a Confederação Nacional da Indústria obteve a assinatura de
todas as federações das indústrias do país – menos, claro, a do
Amazonas, e também a do Amapá. Alegam que a decisão de Moraes estabelece
incertezas e impede a redução de preço ao consumidor, e com isso
dificulta a retomada econômica. O partido que foi ao STF contra os
decretos é o Solidariedade, é bom que saibamos disso. O Solidariedade
pode até estar defendendo a Zona Franca de Manaus, mas não defende a
redução do preço dos produtos para o restante do país.
Eleição e segurança Alexandre de Moraes toma posse como presidente do TSE Nesta
terça, às 19 horas, na sede do TSE – um palácio maravilhoso, eu ainda
vou mostrar para vocês a foto; é luxuoso demais, grande demais, para
algo que organiza uma eleição a cada dois anos, mas enfim… –, Bolsonaro,
Lula e Alexandre de Moraes vão se encontrar. E, com eles, Dilma e
Temer, já que os ex-presidentes foram convidados; eu imagino que
Fernando Henrique Cardoso tenha sido convidado também, mas não sei se
ele virá. Ainda estarão lá os presidentes da Câmara, do Senado, do
Supremo, dos demais tribunais superiores.
Todos eles irão à posse de Alexandre de Moraes, que substitui Edson
Fachin no comando da Justiça Eleitoral; enfim o Fachin está de saída, e
agora fica só no Supremo. A cerimônia dá a dimensão do tamanho da
responsabilidade do novo presidente do TSE. Essa é uma das mais
importantes eleições da história deste país. E Moraes deve saber muito
bem que a história registra e não perdoa. Estão todos engajados para dar
mais segurança ao processo de apuração, para que todo mundo entenda.
Até as Forças Armadas estão ajudando – e reconheça-se, foi a pedido da
própria Justiça Eleitoral.
Quinta-feira acaba o prazo para quem deseja votar fora do seu domicílio eleitoral Falando
nisso, é preciso lembrar que todos temos de votar. Há uma idade em que o
voto vira facultativo, dos 16 aos 18 anos e, depois, a partir de 70
anos, mas vamos todos votar. E quem estiver fora do seu domicílio
eleitoral pode votar também. Mas é necessário requerer, registrar na
Justiça Eleitoral que vai votar em trânsito. O prazo está se esgotando: é
preciso ir ao cartório eleitoral até quinta-feira, dia 18. No voto em
trânsito, quem estiver em outro estado só vota para presidente; quem
estiver no mesmo estado poderá votar normalmente, também para
governador, deputados e senador. Mas fiquemos atentos ao prazo!
Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.| Foto: EFE/Antonio Lacerda
O
presidente do Tribunal Eleitoral do Rio de Janeiro, em mais um momento
ruim no surto de obsessão policial que guia hoje em dia a conduta de
tantos juízes brasileiros, ameaçou prender, agora nas próximas eleições,
o eleitor que reclamar que o seu voto não foi registrado corretamente
nas urnas eletrônicas. É uma piada gigante – mais uma, na corrida morro
abaixo que a justiça deste país vem fazendo, dia após dia, e sob o
comando do Supremo Tribunal Federal, para tornar-se a instituição mais
desmoralizada de todas as que estão por aí. Prender os eleitores do Rio
de Janeiro? Justo do Rio de Janeiro? Pois então: na cidade brasileira
onde o cidadão é mais oprimido pelo crime, e onde recebe proteção abaixo
de zero por parte da justiça, um juiz vem falar em prender gente? É
insano, e eles nem percebem que é.
As autoridades judiciárias, mais o consórcio de grupos de “esquerda”,
de empresários socialistas e das classes intelectuais que se julgam os
fiscais supremos da democracia brasileira, transformaram as urnas
eletrônicas em objeto sagrado, como o ostensório que carrega a hóstia
nas procissões do Santíssimo – e maldito seja, nos dias de hoje, quem
não se ajoelhar diante delas. Inclusive no Rio de Janeiro? Sim,
inclusive no Rio de Janeiro, onde as pessoas decentes, todo o santo dia,
são assassinadas, roubadas e estupradas pelos criminosos que governam
as ruas com violência abjeta e impunidade garantida. Esses podem
continuar fazendo o que bem entendem; o problema do homem do TRE é com o
cidadão honesto que for acusado de cometer sacrilégio contras as urnas
infalíveis, invulneráveis e perfeitas da nossa “justiça eleitoral”.
As autoridades judiciárias, mais o consórcio de grupos de “esquerda”,
de empresários socialistas e das classes intelectuais que se julgam os
fiscais supremos da democracia brasileira, transformaram as urnas
eletrônicas em objeto sagrado
O governo local se orgulha de colocar na rua, no dia das eleições,
“60.000” homens da polícia, e outras providências espetaculares. Não
passa pela cabeça de nenhuma autoridade local, é claro, dedicar sequer
uma fração dessa força toda para defender os direitos mínimos da
população em termos de segurança. Ao contrário: o aparelho judicial e a
polícia do Rio estão hoje, para a maioria dos efeitos práticos, a
serviço do crime e dos criminosos. Por ordem do STF, a polícia não pode
sobrevoar as favelas de helicóptero, para não perturbar as ações dos
bandidos; não pode executar operações policiais básicas. Quem de fato
governa os morros do Rio são as quadrilhas – o Estado traiu os seus
cidadãos e entregou a elas o comando de tudo. É nessa hora que vem o
presidente de um dos 27 TREs, um dos mais agressivos cabides de emprego
jamais socados em cima da população deste país, falar grosso e fazer
ameaças. Enquanto isso, o crime continua a sua festa.
Artigo Por Theodore Dalrymple City Journal – Gazeta do Povo
Salman Rushdie pode não ser o mais admirável dos escritores, mas
deve ter seu direito pleno à liberdade de expressão defendido até por
seus adversários.| Foto: EFE/ Hayoung Jeon
O homem suspeito de
atacar o Salman Rushdie, Hadi Matar, cresceu nos Estados Unidos e nasceu
nove anos depois de o Aiatolá Khomeini decretar a famosa fatwa contra o
escritor. Pouco se sabe dele, embora alguns conhecidos tenham dito aos
repórteres (como sempre acontece nesses casos) que ficaram surpresos,
porque o homem parecia uma pessoa normal e tranquila.
Se esse for mesmo o perfil de Matar, mais uma vez estará demonstrado o
efeito que uma ideologia violenta, agressiva e totalitária exerce sobre
as pessoas. Ainda não se sabe, porém, se é a ideologia que escolhe o
homem ou se é o homem que escolhe a ideologia. Sem dúvida existe uma
relação dialética entre personalidade e ideologia.
No futuro, a história tratará do caso Salman Rushdie, consequência da
publicação, em 1988, do romance “Os Versos Satânicos”, como um
momento-chave para o islamismo. Afinal, a reação britânica e do Ocidente
como um todo foi fraca e hesitante, o que levou os muçulmanos a
imaginarem o Ocidente como uma espécie de fruto podre prestes a cair da
árvore, suscetível, portanto, a um ataque terrorista. O caso Rushdie foi
para o Islã o que a anexação da Crimeia foi para Vladimir Putin ou a
ocupação de Saarland foi para Hitler.
O Reino Unido rompeu relações diplomáticas com o Irã por causa da
sentença de morte decretada contra Rushdie, mas essas relações foram
restauradas assim que o regime iraniano amenizou a situação. O país
disse que não ajudaria nem protegeria quem tentasse matar Rushdie. Claro
que o Reino Unido não rompeu relações diplomáticas depois que o regime
endureceu novamente a sentença, anunciando que a fatwa continuava em
vigor.
Dentro do Reino Unido, ninguém foi processado por desejar a morte de
Rushdie, um desejo que não é apenas retórico. Essa inação sem dúvida foi
pensada para se manter a paz, evitar o surgimento de mártires e assim
por diante, mas os muçulmanos a interpretaram como um sinal de fraqueza e
covardia, e como uma falta de compromisso para com os princípios da
democracia liberal. Novamente eles viram o Ocidente como uma fruta podre
prestes a cair do pé.
Quanto a isso, eles não estavam totalmente certos. Para muitos
britânicos, Rushdie não era uma personalidade admirável. O escrito fazia
duras críticas Margaret Thatcher, a primeira ministra da época que,
apesar das críticas, defendeu Rushdie. Em 1982, por exemplo, ele
escreveu um ensaio que começa assim:
“O Reino Unido não é a África do Sul. Sei disso. Nem é a Alemanha
nazista. Também sei disso de fonte segura. E a verdade é que… Auschwitz
não foi reconstruído pelos Aliados. Mas acho estranho que as pessoas que
usam essas desculpas raramente percebam que suas justificativas são um
sinal da gravidade da situação. Porque se o que há de bom a se dizer
sobre o Reino Unido é que o extermínio da pessoas racialmente impuras
ainda não começou, ou que o princípio da supremacia branca não foi ainda
consagrada pela Constituição, é porque algo saiu muito errado”.
Isso é de uma estupidez incômoda. Rushdie está querendo dizer que a
falta de Auschwitz é algo sem importância. Ou, como disse o nacionalista
francês Jean-Marie Le Pen em outro contexto, que o Holocausto foi
apenas um detalhe histórico. A lógica não condiz com a educação de
Rushdie, pela qual ele pagou caro. É como se alguém, ao negar ter
cometido um assassinato, tivesse negado a prova da própria maldade.
Afinal, tudo o que ele pode dizer em sua defesa é que não cometeu o
crime.
Apesar de ter associado o governo britânico ao regime nazista,
Rushdie recebeu proteção especial desse mesmo governo, à custa do
contribuinte, por vários anos. E o governo agiu certo. A liberdade de
expressão deve ser defendida, independentemente de a pessoa que a exerce
ser ou não admirável. Ninguém defende que a liberdade de expressão se
aplique apenas com aqueles com os quais concordamos que devem ser
ouvidos.
Salman Rushdie está hospitalizado. Ele foi atacado por um inimigo da
liberdade de expressão enquanto defendia a liberdade de expressão,
princípio do qual sempre foi uma voz importante e inflexível. O homem
que o atacou e outros de mesma mentalidade acreditam numa ideologia
estranha que o Ocidente considera repulsiva. Mas será que essas pessoas
são a única ou a principal ameaça à liberdade de expressão no Ocidente
hoje em dia?
Theodore Dalrymple é colaborador do City Journal, membro do Manhattan Institute e autor de vários livros.
Alta temporada vai até setembro, mas Parque Nacional pode ser visitado o ano todo
Camila do Bem , Especial para o Estadão
A partir de Santo Amaro, é possível fazer o passeio para as Lagoas EmendadasCamila do Bem
As principais atrações dos Lençóis Maranhenses são
as lagoas de água doce, que enchem entre janeiro e junho, durante a
época das chuvas. Por isso, a alta temporada começa no fim de junho e
segue até setembro, quando elas começam a secar. Mas o Parque Nacional
está aberto para visitação o ano inteiro. Há beleza nas lagoas de vários
níveis: desde as super cheias, que transbordam e formam áreas
emendadas, às que já estão mais rasas pelo processo de seca e onde é
possível até ver algas ao fundo.
De acordo com Genilson da Silva Castro, guia turístico nos Lençóis Maranhenses,
que nasceu e cresceu na região, ninguém precisa mudar os planos das
férias por causa do nível das lagoas. “Agosto é o mês que mais venta e,
por isso algumas lagoas já começam a secar. As que recebem mais visitas
são as que costumam secar primeiro, mas o parque é enorme e existem
lagoas lindas para visitar o ano todo, tomar banho e se divertir. Quando
as mais próximas secam, levamos os turistas para as mais distantes e o
espetáculo é o mesmo”, conclui o guia que coordenou os meus passeios na
região.
Sete dias é o ideal para conhecer os principais pontos de São Luís e
dos Lençóis Maranhenses, sem pressa. Se você não tiver tanto tempo
livre, um feriado prolongado pode ser suficiente. Segue um roteiro com
várias atrações para você se programar com antecedência:
Barreirinhas, ponto de partida para os Lençóis
A cidade é a principal base para quem quer conhecer os Lençóis Maranhenses. Isso porque possui uma estrutura um pouco mais completa para receber turistas, especialmente grupos com família.
Dois passeios imperdíveis incluem visita às lagoas Bonita e Azul.
Você pode escolher uma para fazer em meio período, dependendo do tempo
disponível, mas algumas agências optam por passeios de dia inteiro,
incluindo os dois pontos turísticos no circuito, a R$ 210 por pessoa, na
Levada Turismo.
Se você tiver mais um dia disponível, vale a pena fazer também o passeio de lancha pelo Rio Preguiças (R$ 100 por pessoa, na Levada Turismo).
Há paradas em Vassouras, em Mandacaru e no Caburé, onde é possível
almoçar, descansar na rede ou pagar um passeio de quadriciclo pela praia
até os cataventos gigantes que produzem energia eólica. Dica: cuidado
com os macaquinhos, eles aproveitam a distração dos turistas para roubar
comida. Guarde os lanchinhos para depois.
Atins: praia, kitesurfe e lagoas próximas
Atins é uma vila de pescadores que faz parte do município de Barreirinhas. Além das lagoas próximas, tem praia e é um dos destinos mais procurados por quem pratica kitesurfe.
O tempo está curto? Você pode fazer um bate e volta para conhecer os cantos de Atins e
algumas lagoas como a da Capivara. Algumas agências fazem o trajeto de
4×4 (prepare-se para o sacolejo), outras fazem de barco, que pode ser
direto ou com paradas pelos povoados vizinhos. Por pessoa, custa R$ 150 (Levada Turismo) de barco.
Caso tenha uns dias a mais, hospede-se em uma das pousadas do povoado
e tire um dia livre para caminhar pelas ruas de areia fofa até a praia.
Relaxando na paisagem, curta a gastronomia local em algum dos vários
restaurantes charmosos do vilarejo ou o agito dos bares à beira-mar,
especialmente na alta temporada. Eu aproveitei um fim de tarde delicioso
de frente pro mar, vendo a galera praticar na água enquanto esperava o
sol se pôr.
Santo Amaro e suas paisagens deslumbrantes
Se você se encantou com imagens belíssimas de lagoas próximas umas
das outras, no meio daquela imensidão de dunas, provavelmente as fotos
foram tiradas em Santo Amaro do Maranhão. Dá pra fazer um bate e volta de Barreirinhas para Santo Amaro, mas existem tantos passeios legais que vale a pena se hospedar por lá para aproveitar ao máximo a região.
A cidade ainda está se estruturando para o turismo, mas possui
diversas pousadas e alguns restaurantes no centro – prove o camarão da
Malásia com arroz de cuxá do Restaurante do Gordo (R$ 180 para 2
pessoas; 98-98820-2417) – além de ficar próxima do Parque Nacional, o que facilita a locomoção e reduz o tempo de desconforto no trajeto de 4×4.
A principal atração é o passeio das Lagoas Emendadas,
que acontece na parte da tarde e termina com um pôr do sol de tirar o
fôlego. Arrisco dizer que foi uma das paisagens mais lindas que já vi na
vida. Prepare-se para a caminhada e aproveite todas as paradas para se
refrescar nas águas cristalinas. Na Mirotur, sai a R$ 130 por pessoa.
Outro passeio que vale a pena fazer é o Circuito Betânia, nome de um povoado na região – R$ 130 por pessoa, na Mirotur.
Dura o dia inteiro, contempla diversas lagoas, tem parada para almoço e
também termina após o pôr do sol. Não se engane achando que o roteiro é
parecido, a paisagem muda a cada dia.
Além disso, se tiver oportunidade, inclua no roteiro o nascer do sol
nas dunas. É uma das experiências mais bonitas que você pode ter nos
Lençóis. Algumas agências fazem esse passeio apenas de forma privativa
(até 5 pessoas) e custa, em média, R$ 900, segundo Genilson.
Antes de ir
Traslado: A viagem entre São Luís e os destinos
nos Lençóis Maranhenses é a parte mais complicada do passeio. As
agências possuem horários restritos em vans que fazem o trajeto poucas
vezes ao dia. O percurso leva, em média, quatro horas. Por isso, é
importante se planejar com antecedência para conseguir vaga nas vans ou
contratar um veículo particular para fazer o trajeto.
Melhor época: De
janeiro a junho, chove – é a época em que as lagoas enchem. De junho a
setembro, as lagoas estão mais cheias – é a alta temporada. Na baixa,
ainda há lagoas que podem ser visitadas, embora em menor número.
Passeios: Reserve
com antecedência de 30 a 90 dias. Assim, as agências organizam o seu
roteiro da melhor maneira possível, combinam o horário para buscar no
hotel e você não tem de se preocupar em andar com dinheiro. Na baixa
temporada, essa reserva cai para 15 dias. Como o volume de turistas é
menor, os passeios ficam mais baratos e é possível negociar descontos.
Internet: Apesar
das facilidades de transferir tudo via Pix, atualmente, a conexão não
funciona muito bem na região do parque. Se precisar fazer alguma
transferência, utilize o wifi de onde estiver hospedado.
Aprenda a implementar o storytelling em sua estratégia de marketing
para alavancar os negócios, assim como fazem as grandes marcas
Todo mundo sabe que, para trabalhar na área de vendas, as pessoas
precisam ser comunicativas e bem articuladas. Mas, com a chegada da Era
da Informação (ou Era Digital) na década de 1980, ocorreu a
popularização da internet e de novas tecnologias, o que provocou
mudanças sociais, culturais e comportamentais. Hoje, os clientes já
chegam no momento da compra extremamente informados, o que pressiona
muito mais os profissionais que estão do outro lado dessa relação
comercial. Dessa forma, as empresas precisam se preparar cada vez mais
para atender a esse público, e uma técnica que vem sendo bastante
adotada é o storytelling.
Por meio dessa técnica, as empresas procuram envolver emocionalmente
seus públicos-alvo, seja para gerar identificação com a marca, quando se
trata de bens de consumo, ou para fortalecer a marca e seu
posicionamento no mercado, por exemplo.
Se você quer investir em um marketing de conteúdo que impacte na
jornada de consideração dos potenciais clientes, confira a seguir as
dicas que reunimos sobre como adotar o storytelling para contar
histórias envolventes e influentes.
O que é storytelling?
Storytelling, no sentido literal, significa narração de histórias. O
storytelling como conhecemos hoje, baseia-se na famosa Jornada do Herói,
do mitologista e escritor Joseph Campbell, apresentada em seu livro “O
Herói de Mil Faces”, lançado em 1949, nos Estados Unidos.
Mas, você sabia que as narrativas começaram a ser estudadas muito
antes disso, entre 335 a.C. e 323 a.C., com Aristóteles, em um conjunto
de anotações sobre suas aulas, que ficou conhecido como “Poética”? Para o
filósofo, todas as tragédias têm um nó e um desenlace. Posteriormente,
em 317 a.C., o teatrólogo Menandro em sua obra “Comédia Nova” nos
apresenta que as histórias são divididas em atos, ou seja, para uma
história se sustentar, é preciso ter momentos dramáticos.
Atualmente, não apenas marcas, mas também pessoas passaram a adotar
essa ferramenta para fazer marketing institucional e pessoal. A ideia é
impactar as emoções humanas por meio de uma narrativa que estimule a
imaginação do leitor, ouvinte ou espectador, e seja capaz de
incentivá-los a tomar uma decisão ou ação.
Em vendas, o storytelling pode ser usado para criar anúncios que
despertem o interesse do seu lead ou cliente, incentivando-o a descobrir
mais sobre o seu produto e/ou serviço. Quem não se encanta com os
comerciais de Natal da Coca-Cola, ou não se emociona com as campanhas da
Dove que estimulam a sociedade a reconhecer todos os tipos de beleza da
mulher, livre de estereótipos?
Por que storytelling é importante para marcas?
Em uma matéria publicada pelo Portal de Notícias UOL, o designer de
software Flavio Paulino afirma que “vivemos bombardeados por novas
informações, uma vai anulando a outra e, quando a gente percebe, está
praticamente anestesiado. Nada nos choca, nada nos toca. Como acontece
com as notícias da pandemia”. Ele não é o único. Como foi dito
anteriormente, estamos na Era da Informação, e já existem consequências
reais na saúde das pessoas por causa dessa exposição excessiva às
informações.
Motiva seu público
Daí a importância do storytelling na estratégia de conteúdo de uma
empresa. Contar uma história estruturada, com começo, meio e fim, com
momentos que estimulem a imaginação e despertem as emoções do espectador
de maneira positiva, ajuda uma marca a se destacar em meio a essa
tempestade de conteúdo.
Em um longa-metragem, o que motiva os espectadores a assistirem o
filme até o final é uma história bem contada. É a tal jornada do herói,
quando um personagem está vivendo sua rotina normalmente e, de repente,
acontece algo que desperta nele a necessidade de tomar alguma ação para
conquistar um objetivo.
A lógica é a mesma no marketing. Os potenciais clientes estão em suas
rotinas e, de repente, uma empresa apresenta uma situação que gera
neles uma necessidade, que pode ser um problema que ela própria pode
trazer a solução.
Dão mais sentido aos dados
A era em que estamos não é só a da informação, mas também dos dados. E
todos sabemos da importância de utilizá-los para orientar as
estratégias de negócios e de marketing em qualquer empresa.
O que funciona melhor para apresentar KPIs? Um documento com gráficos
soltos e uma legenda para explicar cada um, ou uma apresentação que
conecte e dê sentido e sequência lógica aos dados? Obviamente que a
segunda opção, porque histórias bem contadas ficam marcadas na mente das
pessoas, enquanto números simplesmente são rapidamente esquecidos.
Inclusive, surgiu até uma técnica derivada do storytelling para
combinar a narrativa com dados, chamada de Data Storytelling. O objetivo
é criar uma apresentação alinhando a história às necessidades do
público e pautá-la em dados relevantes para suas dores.
Maior atenção dos ouvintes
Uma pesquisa realizada pela Microsoft no Canadá com 2 mil pessoas,
que responderam a perguntas e participaram de jogos on-line para avaliar
sua capacidade de concentração, além da realização de exames de
eletroencefalogramas em outros 112 voluntários para monitorar sua
atividade cerebral, sugere que o tempo de atenção dos seres humanos já é
mais curto que o dos peixinhos dourados por causa da tecnologia.
A pesquisa aponta que a capacidade de concentração dos humanos está
sendo reduzida pelo impacto dos gadgets e das mídias digitais. O estudo
concluiu que, em 2000, a capacidade de atenção humana era, em média, de
12 segundos. Já em 2013, o tempo foi reduzido para oito segundos – um
segundo atrás da capacidade de atenção média estimada por cientistas de
um peixinho dourado.
Dessa forma, o storytelling se torna uma ferramenta fundamental para
que sua marca consiga se comunicar com os seus públicos-alvo, já que é
capaz de envolver os espectadores em uma história ou ao menos ativar
emoções por meio de sua estrutura narrativa.
Atinge o emocional
De acordo com entrevista da neurocientista da UFRN (Universidade
Federal do Rio Grande do Norte) Natalia Mota para o UOL, “as informações
que têm um conteúdo emocional impactante penetram mais e têm uma chance
maior de persistir por mais tempo”. De acordo com o Hubspot, o
storytelling é capaz de ativar sete regiões do cérebro (como pode ser
observado no infográfico abaixo), enquanto dados puros ativam apenas
duas regiões do cérebro.
Os clientes se tornam mais fiéis
O storytelling ainda tem o poder de fidelizar clientes. Ao humanizar a
apresentação de uma marca por meio de uma narrativa envolvente, as
pessoas passam a guardá-la em suas mentes e a se relacionar com ela, por
conhecerem sua história. A curiosidade desperta o interesse, e o
público cria conexão e empatia pela marca. Por consequência, gera
fidelização.
As pessoas passam a valorizar mais aquelas marcas que elas entendem
qual é o propósito e quem está por trás daquele empreendimento. Assim,
retornam tanto pela qualidade do produto ou serviço, como por todo o
imaginário que aquela marca gerou e os sentimentos que despertou.
Como usar o storytelling para vender mais
Diante de um cenário tão competitivo e instável, ficou claro o quanto
a técnica de storytelling é capaz de ajudar uma empresa a fortalecer
sua marca, reforçar o valor dos seus produtos ou serviços e aumentar
suas vendas por meio da conexão emocional com os potenciais clientes. Os
inúmeros exemplos de campanhas B2C, como alguns aqui já mencionados,
que tiveram grande repercussão em função das suas narrativas envolventes
são prova disso.
A comprovação da eficácia do storytelling em vendas já virou até
livro. Trata-se da experiência realizada por Rob Walker, um jornalista
norte-americano. Ele comprou 200 itens de baixo valor, como martelo de
madeira e chave de plástico. Em seguida, pediu a redatores profissionais
que escrevessem uma história sobre cada objeto, e os colocou à venda na
Internet com as respectivas descrições usando storytelling. O resultado
foi um aumento de aproximadamente 4.000% no valor de mercado dos itens.
Um busto de plástico da cabeça de um cavalo, por exemplo, foi comprado
por US$ 0,99 e vendido por US$ 62,95. No total, foram gastos US$ 197 e
arrecadados cerca de US$ 8 mil.
Mas vale lembrar que o storytelling funciona perfeitamente para
estratégias B2B também. Para o Branding, apresentar a origem da empresa e
qual a sua missão e seus valores por meio de uma boa história funciona
bem, porque gera empatia e identificação do público com a marca. Já para
vendas, os famosos cases de sucesso nada mais são do que histórias
sobre outras empresas e as pessoas que nela trabalham, que tiveram seus
problemas resolvidos com as soluções que a sua empresa oferece.
Onde aplicar o storytelling?
Para te ajudar a aplicar o storytelling na rotina de marketing e
vendas, trouxemos algumas dicas práticas de sucesso comprovado. Confira:
Marketing de conteúdo
Se o storytelling trata-se de contar histórias, nada melhor do que
fazer isso nas estratégias de marketing de conteúdo! Quando combinado
com o SEO (Search Engine Optimization), uma das principais ferramentas
da área, as chances de sucesso de uma campanha são potencializadas.
Quando uma empresa possui buyer persona mapeada, ela conhece as dores
e necessidades que precisa atender. Dessa forma, usar as palavras-chave
de busca dessas personas nos conteúdos, aliada a uma história bem
contada, fazendo com que ela se sinta protagonista, certamente vai
aproximar a relação entre ambas as partes.
E o que acontece quando ocorre esse encontro entre persona e conteúdo
relevante? A pessoa vai dedicar tempo para consumir essas informações, o
que equivale a tráfego e tempo de permanência no site ou blog da
empresa.
Além disso, como a empresa já sabe quais serão os próximos
questionamentos dessa persona, ela pode conduzir a navegação pelo seu
site por meio da inserção de conteúdos relacionados, que serão
assertivamente relevantes naquela fase da jornada de compra em que a
pessoa se encontra. Por consequência, a Taxa de Rejeição do site ainda
será reduzida, melhorando seu ranqueamento nos resultados de busca do
Google.
Alcançar o topo das SERPs equivale ao fortalecimento da marca,
relevância e maior geração de leads! Ficou claro como o storytelling
aliado ao SEO pode ajudar a aumentar as vendas por meio da criação de
conteúdo?
Apresentações
No caso de criação de apresentações, seja para qual propósito for,
após identificar a mensagem a ser transmitida, qual história será
contada para transmiti-la e ter uma sequência argumentativa definida,
vale a pena criar um storyboard. Essa ferramenta nada mais é do que um
detalhamento quadro por quadro de cada parte de uma história, e se
mostra uma boa solução para rascunhar como a história será contada por
meio de imagens.
Na área de UX (User Experience), os profissionais utilizam o Design
Thinking, método centrado no humano para a criação de produtos e novas
soluções. Como existe sempre a etapa da pesquisa com o usuário durante o
processo de criação, os UX Researchers, especialistas responsáveis por
realizar entrevistas e testes, adotam cada vez mais o storytelling para
repassar os aprendizados de forma envolvente, contando a história dos
usuários da forma mais real possível, para inspirar o trabalho da equipe
de criação.
Já para apresentações cujo objetivo é convencer o espectador de algo,
como é o caso de pitches de startups ou reuniões de venda, procure
levar os espectadores de um ponto A para um ponto B, seguindo uma
estrutura narrativa que envolve três elementos: vontade, obstáculo e
ação, tal qual um longa-metragem, em que uma história é dividida em três
atos. Veja algumas orientações para desenvolver uma apresentação
impactante, capaz de influenciar os potenciais clientes em uma tomada de
decisão:
1. Encontre uma história baseada em um personagem.
2. Crie três histórias possíveis e certifique-se de que vontade, obstáculo e ação estejam presentes.
3. Em cada história, aumente um pouco mais a vontade, o desejo por algo.
4. Enfatize o obstáculo. Ele precisa ser maior do que a vontade do personagem.
5. Por fim, ilustre a ação utilizada para lutar contra o obstáculo.
Mais à frente, quando as etapas da Jornada do Herói forem detalhadas,
essa estratégia ficará ainda mais clara e convincente. Portanto,
continue a leitura.
Redes sociais
Todo esse trabalho pode ser potencializado por meio de divulgação nas
redes sociais. Quando as personas se identificam como protagonistas de
uma história contada por uma marca, elas tendem a querer compartilhar o
assunto. O buzz gerado vai atrair mais pessoas interessadas e que também
se enxergam como parte da história da empresa. Em tempos cujos clientes
possuem voz ativa sobre o que consomem e como desejam ser tratados, a
prova social é uma ferramenta excelente para aumentar as vendas das
empresas.
Muitas empresas, principalmente as B2B, ainda têm certo receio de
investir em criação de conteúdo para redes sociais. É importante lembrar
que um perfil comercial não precisa se limitar a publicar somente fotos
de produtos ou serviços. É um excelente espaço para divulgação de
conteúdos relevantes sobre a área de negócio da empresa, o que ajuda a
construir a reputação da marca como referência no mercado de atuação.
Por exemplo, um vídeo institucional elaborado com técnicas de
storytelling pode ser amplamente explorado nas redes sociais, para que o
público crie conexão com a marca ao conhecer sua origem e suas
motivações.
Portanto, aproveite também as redes sociais pois, quando trabalhadas
de forma integrada a outras ações de marketing, são canais capazes de
aumentar as vendas de forma exponencial.
Saiba como criar um bom storytelling
Já sabemos que para criar um bom storytelling, é necessário criar uma
narrativa em torno de um personagem, um ambiente, um conflito e a
mensagem que se quer transmitir. Mas, em primeiro lugar, é preciso saber
para quem a história vai ser contada.
Outra dica importante, conforme foi abordado lá no início, é que vale
realizar uma pesquisa sócio-histórica sobre a empresa e sua área de
atuação para reunir o máximo de informação possível, para que o
storytelling seja autêntico. Dessa forma, as pessoas acreditam e
realmente se identificam com a história.
Quem é o personagem da história?
Então, é chegada a hora de adotar a Jornada do Herói de Campbell,
revista por Christopher Vogler, produtor e escritor de filmes de
Hollywood. Conheça a seguir o significado de cada uma das etapas dessa
jornada, que é a estrutura de storytelling mais utilizada por empresas e
extremamente efetiva para atrair e cativar o público.
1. O mundo normal: somos apresentados ao protagonista (herói) e o seu mundo, sua rotina.
2. O chamado para aventura: em determinado momento, acontece algo que gera um conflito na vida do protagonista, como uma faísca.
3. A recusa ao chamado: é quando o protagonista fica relutante entre
partir para a aventura ou se manter na sua zona de conforto.
4. O encontro com o mentor: nessa hora, surge algum evento ou alguém que desperta o protagonista sobre a necessidade de agir.
5. A travessia do limiar: O protagonista decide abandonar o mundo comum e ir rumo à sua aventura.
6. Os testes, os aliados e os inimigos: Aqui, surgem aliados e
inimigos na jornada do protagonista. Ao enfrentar novos desafios, ele
aprende as regras e o funcionamento do novo mundo.
7. Descida à gruta: Fase em que o herói enfrenta as piores adversidades possíveis, sendo levado ao extremo.
8. Prova central: esse é um momento de provação, em que o
protagonista parece que não alcançará seu objetivo. Aqui, o público já
foi levado a se identificar com o herói e também se sente mal diante das
suas adversidades.
9. Prêmio ou Dádiva da Espada: depois de ter passado pela provação e
sobrevivido para seguir sua jornada, o protagonista é recompensado, seja
por um conhecimento adquirido ou uma reconciliação.
10. O caminho do regresso: o protagonista ainda não está fora de
perigo. É neste momento que acontece a maior batalha da sua jornada.
11. Ressurreição: ao sobreviver à grande batalha, o herói é
transformado por essa experiência. Mas, surge um novo conflito para
testá-lo outra vez, e ele precisa utilizar sua recompensa para superar
um último desafio.
12. Retorno com o Elixir: finalmente o protagonista está transformado
e retorna definitivamente para o seu mundo normal, para mudar a vida de
todos com a recompensa trazida por ele, que é o elixir.
Onde se passa a história?
Além de sabermos com quem estamos falando para que o personagem
criado gere identificação do público, é relevante mapear a jornada dos
potenciais clientes para que os conteúdos criados fomentem seus
interesses no momento certo.
Quando as pessoas se sentem protagonistas da história que uma marca
conta, quando elas são fisgadas pela narrativa porque se identificam com
as questões abordadas pela empresa, cria-se uma conexão que, se
devidamente alimentada, tem enorme potencial de conquistar clientes.
Qual é o desafio encontrado?
Para garantir a implementação correta do storytelling, especialmente
em estratégias de marketing B2B, o ideal é não exagerar na fantasia, nem
ser direto demais. A balança não pode pender nem para um lado, nem para
o outro, com o risco de extinguir a força da narrativa.
Dito isso, considerando que o fio condutor do storytelling é o
conflito com o qual o personagem se depara, é necessário inserir um
momento de tensão antes que os potenciais clientes cheguem à solução que
a empresa tem para seus problemas.
A mensagem do storytelling
No storytelling, depois que a jornada do herói foi passada pela
apresentação do protagonista (começo) até sua transformação, após
enfrentar grandes adversidades (meio), a história chega ao fim com uma
lição aprendida ou uma recompensa ganha.
Na estratégia de marketing, é a fase em que os potenciais clientes já
estão envolvidos emocionalmente com a história, após literalmente
sentirem as dificuldades que os problemas apresentados poderiam
provocar. E então, como um passe de mágica, a empresa mostra às personas
que existe uma solução e que, mais do que estar ao alcance delas, elas a
merecem.
Storytelling tem que ser genuíno
“Aqueles que contam histórias dominam o mundo”. Essa frase é
atribuída ao filósofo Platão, mas segue atual até hoje. As relações
comerciais passaram por muitas transformações e, se uma marca não
conseguir se comunicar e se relacionar de forma genuína com os seus
públicos, ela sucumbe diante da concorrência.
Se sua empresa quer ter relevância e mais conversões no mercado
digital por meio de uma estratégia de conteúdo, a Web Estratégica pode
ser uma forte aliada nessa jornada.
Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?
Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)
Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra
fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local,
pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas
na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer
“milão” é “caro demais”.
Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios
na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A
lógica deveria ser justamente a inversa.
Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.
O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam
conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR
DIA!).
Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.
Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?
Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?
Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?
Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?
Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…
Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?
Absolutamente nenhuma além da internet.
E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?
Marketing Digital é barato, mas não é de graça.
Vamos fazer uma conta de padaria:
Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?
Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.
Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.
Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando
metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada
carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.
Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.
Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta
pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno
de R$ 5,51.
Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.
Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…
E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.
Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco
explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números
disparados na frente do marketing tradicional.
Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.
Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você
deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para
o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?
Deixo a reflexão.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para
divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais
veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das
empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros
meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda
existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou
produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio
funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas
vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender
que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará
entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim,
concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que
costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no
rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de
fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles
também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o
ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo
quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao
usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade
para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de
marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a
mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente
estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que
não estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de
alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários
dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas
vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver
seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do
nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a
visibilidade da sua marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Nem a Rússia nem a Ucrânia devem realizar qualquer ação militar
decisiva na Ucrânia este ano, disse o chefe da inteligência militar do
Reino Unido à BBC.
Falando em uma rara entrevista, o general Jim Hockenhull também disse
que estava de olho em um eventual uso de armas nucleares pela Rússia.
Em 23 de fevereiro deste ano, Hockenhull recebeu um telefonema
dizendo que havia alguns indicadores estranhos de atividade na fronteira
ucraniana. Veio a confirmação de que a Rússia havia de fato invadido
seu vizinho.
Minutos depois, ele informou o primeiro-ministro e o secretário de
Defesa do Reino Unido sobre o início do maior conflito armado da Europa
desde a Segunda Guerra Mundial.
Como chefe de Inteligência de Defesa nos últimos quatro anos,
Hockenhull trabalha nas sombras, administrando uma organização que lida
com informações altamente secretas. A guerra na Ucrânia tornou seu
trabalho mais importante.
Ele diz que ficou cada vez mais convencido de que a Rússia estava
prestes a lançar sua invasão em novembro do ano passado. Foi quando
pensou que “isso vai acontecer”, lembra.
Na semana anterior à invasão, ele tomou a decisão altamente incomum
de publicar um mapa prevendo os prováveis planos de invasão da Rússia
no Twitter.
Foi uma decisão que ele diz não ter sido fácil, mas ele estava
convencido de que havia a necessidade de divulgar as informações para o
domínio público. “É importante divulgar a verdade antes que as mentiras
venham”, diz ele.
Ele também defende a decisão do Ocidente de destacar o potencial da
Rússia de usar armas químicas e biológicas. Ele acredita que isso ajudou
a impedi-los de retratar os ucranianos ou o Ocidente como instigadores
do conflito.
Raramente tanto material de inteligência foi compartilhado com o
público. Desde então, a inteligência da Defesa publica atualizações
diárias sobre a guerra.
A inteligência não é uma ciência – as previsões são feitas em uma
escala de probabilidades, e há uma série de coisas que surpreenderam a
inteligência de Defesa do Reino Unido.
Hockenhull diz que a força da unidade ocidental e a resistência
ucraniana superaram as expectativas. Assim como os fracassos dos
militares russos, cujo comando, controle e logística têm sido “pobres”,
sugere ele. Também houve interferência política, do nível estratégico ao
tático, acrescenta.
Houve uma falta de confiança entre a classe política e militar da
Rússia – e Hockenhull diz estar surpreso que Moscou tenha sofrido todos
esses problemas ao mesmo tempo.
Related video: Aliados de Putin discutem futuro da Ucrânia e os nomes
peculiares dos bebés: análise de José Milhazes e Nuno Rogeiro
O que acontecerá agora?
Devemos ter cuidado ao pensar em termos binários – que os lados estão
ganhando ou perdendo – ou pensar que é um impasse, diz Hockenhull.
A Rússia, afirma ele, está claramente tentando se recompor depois de
sofrer perdas significativas. Também está tendo que redistribuir algumas
de suas tropas de Donbass para o sul, onde está sob pressão
significativa das forças ucranianas.
Mas Hockenhull diz ainda não ser realista esperar uma mudança decisiva no sul nos próximos meses.
Ele afirma que entende o desejo da Ucrânia de retomar o território,
mas acrescenta que, embora haja contra-ataques e contra-ofensivas, ele
não acredita que haverá ações decisivas tomadas este ano por nenhum dos
lados.
Isso levanta outra questão: o que o presidente russo, Vladimir Putin,
fará se continuar enfrentando contratempos para cumprir seus objetivos
militares? Ele poderia recorrer ao uso de armas nucleares?
Hockenhull diz que isso é observado de “muito, muito de perto”.
A doutrina militar russa, ao contrário da do Ocidente, inclui o uso
de armas nucleares táticas ou de campo de batalha para operações
militares.
Embora ele acredite ser improvável que armas nucleares táticas sejam
empregadas em breve, ele diz que é algo que continuará observando.
A probabilidade de serem usadas pode mudar se a dinâmica do campo de batalha se alterar, explica ele.
Preocupações com a China
Depois de quatro anos como chefe de Inteligência de Defesa,
Hockenhull irá agora chefiar o Comando Estratégico da Defesa do Reino
Unido – que inclui supervisionar as atividades no espaço, no ciberespaço
e no uso de forças especiais.
Ele ainda vê a Rússia como a maior ameaça, mas também está cada vez
mais preocupado com a China. Pequim vem fazendo demonstrações de força
militar perante Taiwan nas últimas semanas.
Hockenhull diz que seria um equívoco não considerar uma “incrível
modernização militar com um país determinado a resolver uma questão
política” como um problema.
O trabalho da inteligência militar britânica não vai ficar mais fácil.
O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília
Por Lúcio Vaz – Gazeta do Povo
Fachada do TJMG, tribunal que mais gastou com indenizações| Foto: Robert Leal/TJMG
Enquanto
o Congresso Nacional e o governo federal buscavam recursos para pagar o
Auxílio Emergencial durante a pandemia da Covid-19, os cinco maiores
tribunais do país gastaram R$ 1,4 bilhão em pagamentos retroativos e R$
870 milhões em indenizações de férias. No Tribunal de Justiça de Minas
(TJMG), pelo menos 10 juízes receberam pagamentos extras em torno de R$
1,7 milhão, cada. Entre retroativos, indenizações de férias e
férias-prêmio, o tribunal torrou R$ 1,2 bilhão. O Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJSP) gastou R$ 800 milhões em retroativos e “venda” de
férias.
Os retroativos são dívidas antigas pagas em parcelas quando há “sobra
de caixa”. O blog questionou como os tribunais conseguiram essa verba
extra num momento de escassez de recursos públicos. O TJSP, o maior do
país, respondeu que “as medidas contingenciais adotadas para o
enfrentamento da pandemia da Covid-19 foram detidamente analisadas e
reavaliadas a todo tempo durante os anos de 2020 e 2021, refletindo na
possibilidade de pagamentos de verbas retroativas para magistrados e
servidores”.
No TJMG, os maiores pagamentos de retroativos foram feitos aos
desembargadores Lauro Bracarense (R$ 1,75 milhão), Paulo Tinoco (R$ 1,75
milhão) e Lauro Pacheco Filho (R$ 1,74 milhão). Em março deste ano, o
tribunal pagou R$ 94 milhões em retroativos. Os 357 maiores pagamentos
tiveram valor médio de R$ 250 mil. Em agosto de 2021, já havia sido paga
uma bolada de R$ 120 milhões. Naquele mês, o desembargador José de
Anchieta recebeu R$ 319 mil. Os retroativos são dívidas antigas, pagas
em parcelas. A maior parte para cumprir a equivalência de remuneração
entre juízes e parlamentares.
O tribunal mineiro também pagou R$ 133 milhões em indenizações de
férias no período da pandemia. Quando não podem tirar férias, por
“necessidade do serviço”, os magistrados recebem o valor em dinheiro,
sem desconto do imposto de renda, por se tratar de uma indenização, e
com acréscimo de 1/3 da remuneração. Houve ainda o pagamento de R$ 133
milhões em “férias-prêmio”. O juiz João Rodrigues Neto recebeu R$ 544
mil em novembro do ano passado. Muitos magistrados deixam de gozar o
benefício durante toda a carreira para receber o valor em dinheiro no
momento da sua aposentadoria.
Pagamentos de “diferenças salariais” O TJSP gastou R$ 445
milhões em pagamentos retroativos no período da pandemia. Em 2021, os
retroativos somaram R$ 263 milhões. O tribunal afirmou ao blog que os
pagamentos resultam de “diferenças salariais não recebidas à época em
que foram reconhecidas”. Acrescentou que os pagamentos são efetuados de
forma parcelada, “observando estritamente a condição orçamentária e
financeira do Tribunal”, diz nota do TJSP.
As indenizações de férias do tribunal de São Paulo somaram mais R$
355 milhões. Foram R$ 157 milhões em 2021. O TJSP afirmou que a
indenização é permitida quando não ocorre o gozo efetivo deste direito,
“dada a absoluta necessidade do serviço, o que se constatou no momento
pandêmico registrado nos anos de 2020 e 2021, quando apenas foi alterada
a forma de atuação, do trabalho presencial para o remoto, sem diminuir a
carga do serviço de magistrados e servidores. Os pagamentos observam a
condição orçamentária e financeira do tribunal”.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) gastou R$ 130 milhões
com indenizações de férias e R$ 88 milhões com pagamentos retroativos. O
tribunal não respondeu aos questionamentos enviados pelo blog.
“Por necessidade do serviço” No Tribunal de Justiça do Paraná
(TJPR) a maior despesa foi com indenização de férias, num total de R$
200 milhões pagos no período da pandemia. A juíza Aline Passos recebeu
R$ 245 mil de indenização em julho do ano passado. O tribunal afirmou
que os pagamentos resultaram de “indenização de férias não usufruídas
por necessidade do serviço”. Mais R$ 76 milhões foram gastos em
pagamentos retroativos.
O TJPR ressaltou que todos esses pagamentos ocorreram utilizando o
orçamento próprio do Poder Judiciário “como resultado da boa gestão
financeira do TJPR”. Acrescentou que repassou aproximadamente R$ 130
milhões ao Poder Executivo (Funsaúde) em 2020 como contribuição ao
combate à pandemia por Covid-19 no Paraná.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) consumiu R$ 83
milhões com indenizações na pandemia. Segundo o tribunal, esses
pagamentos “são relativos à indenização em pecúnia de períodos de férias
vencidos a magistrados, em decorrência de absoluta necessidade da
continuidade da prestação dos serviços”.
O TJRS afirmou ainda que tem honrado seus compromissos com receitas
próprias, “sem onerar o estado com suplementações, inclusive no período
da pandemia, no foi possível contingenciar mais de R$ 300 milhões no
orçamento em ajuda ao Executivo para o enfrentamento da crise”.
Há um assunto presente o tempo todo nas
discussões políticas e econômicas, que está permanentemente em pauta no
Congresso Nacional e serve de bandeira a políticos e candidatos:
trata-se da reforma tributária. As propostas de reforma do caótico
sistema tributário são várias e nunca saem da lista de projetos em
tramitação no Legislativo federal. A reforma tributária e a justiça
social são tão presentes nas discussões nacionais quanto são ignoradas
as teorias sobre o que ambas vêm a ser. Não está sendo diferente neste
momento, em especial por ser ano de eleições gerais estaduais e
federais, com candidatos cuja bandeira é a eternamente propalada reforma
tributária.
Para fins de análise, os tributos (impostos, contribuições e taxas)
podem ser chamados simplesmente de “impostos” – os termos específicos se
diferenciam apenas em função de sua lógica de incidência e de
distribuição entre os três entes federativos: municípios, estados e
União. Os tributos têm em comum o fato de serem instrumentos para
extração compulsória de dinheiro da sociedade – pessoas físicas e
pessoas jurídicas. De início, o problema pode ser colocado em duas
perguntas: Por que deve haver impostos? E por que se defende tanto a
reforma tributária no Brasil?
A reforma tributária e a justiça social são tão presentes nas
discussões nacionais quanto são ignoradas as teorias sobre o que ambas
vêm a ser
Quanto à primeira questão, é preciso retroceder muito no tempo. Em um
dado momento, as famílias humanas passaram a viver no mesmo espaço a
fim de promover trocas de bens e serviços e desenvolver o relacionamento
social. Assim, surgiram as comunidades rudimentares, espécies de
tribos, que mais tarde deram origem às cidades, que por sua vez passaram
a ser afetadas por eventos que demandavam solução coletiva, como
ataques por comunidades estrangeiras ou catástrofes naturais
(tempestades, inundações, epidemias etc.). Para enfrentar os problemas
coletivos, os membros da comunidade tinham de contribuir com os recursos
requeridos pelos atos de solução, como o caso da formação de grupos de
soldados para resistir aos ataques estrangeiros.
A organização de um exército treinado e alimentado para lutar em
defesa da comunidade foi uma das primeiras experiências a exigir
contribuição dos membros da comunidade, uma espécie rudimentar de
imposto, que também devia sustentar os líderes e comandantes, ou seja,
uma estrutura de governo. A existência e a ampliação dos impostos
residem na evolução da história humana; aos poucos, houve a expansão das
tarefas atribuídas a uma organização representante da coletividade, e
nisso está a origem do Estado, do governo e da ciência política. Como
consequência, Estado e governo se tornaram estruturas formadas por
recursos materiais, recursos humanos, bens e serviços de manutenção e
gastos de funcionamento.
Para operar as funções pertinentes ao aparelho estatal, surgiram
duas classes: os políticos (dirigentes) e os funcionários públicos
(executores operacionais) submetidos às regras do Estado e do governo,
entre elas a apresentação do orçamento de gastos pelas estruturas
montadas e o sistema de contribuições compulsórias feitas pelos membros
da comunidade, ou seja, os impostos. O tamanho do Estado, suas funções,
as regras de funcionamento e o formato para constituição do Estado e
escolha dos governantes e dos funcionários é o que informa se um país é
democrático (com eleições e regras feitas pelo povo, diretamente ou por
seus representantes) ou ditatorial (em que o Estado e seus comandantes
determinam tudo e obrigam o povo a obedecer sob pena de severa punição).
Os impostos se tornam necessários e são maiores ou menores conforme o
tamanho do setor estatal e a extensão de suas funções e tarefas, mas
também dependem de como o Estado e o governo, com seus três poderes,
gastam o dinheiro que tomam da comunidade. O aparato estatal será tão
mais caro e oneroso quanto mais for contaminado por ineficiência,
desperdício, corrupção, benefícios e privilégios concedidos a seus
operadores – políticos e funcionários. Esses vícios do aparelho de
Estado e dos governos existem em grande escala no mundo inteiro,
qualquer que seja a orientação ideológica, política e econômica adotada
pelo país, razão por que é comum a carga tributária ser alta como
porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) na maioria dos 193 países
reconhecidos pela Organização das Nações Unidos (ONU).
O Brasil tem um péssimo sistema de tributação e não tem conseguido
mudanças que o transformem numa estrutura virtuosa e favorável ao
desenvolvimento
Quanto à segunda pergunta, a reforma tributária somente é assunto
permanente no Brasil por causa da alta carga tributária (34% do PIB, em
termos efetivos arrecadados); do excessivo número de tributos (incluindo
algumas taxas que vigoram somente em alguns estados, são 85 tributos);
do excessivo número de leis e normas; das regas pouco claras e, ainda
por cima, instáveis; da discordância quanto à distribuição entre os
municípios, estados e União; da distorção econômica na incidência
tributária (excessivos impostos indiretos e distorção na oneração
segundo as classes sociais); e do elevado custo de obediência em relação
ao PIB. Um caos tributário dessa magnitude tem efeitos óbvios: cria
ônus e desestímulo à criação de empresas e negócios, freia o
desenvolvimento econômico e dificulta a distribuição de renda, pois o
sistema tributário brasileiro tem efeito distribuidor de renda ao
inverso, isto é, transfere renda das classes baixas para as classes
altas.
A tão falada “injustiça fiscal” começa com o custo do setor estatal e
com a existência de remuneração, benefícios e privilégios na estrutura
de recursos humanos (políticos e funcionários) nos três poderes bem
acima dos equivalentes no setor privado, conforme já atestou o próprio
Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), órgão do governo
federal. Se a isso somar-se a injustiça fiscal resultante de todos os
vícios já citados do sistema tributário, está explicado por que o Brasil
tem um péssimo sistema de tributação e por que não tem conseguido
mudanças que o transformem numa estrutura virtuosa e favorável ao
desenvolvimento. Resumidamente, é por esses aspectos que o tema da
reforma tributária não morre e assim vai continuar, mesmo porque, em
algum momento, o Brasil terá de enfrentar o manicômio tributário no qual
se transformou o sistema de extração de dinheiro da sociedade para
financiar o setor estatal e seus governos.