Lucros recordes da Petrobras, criticados por Bolsonaro, podem
fazer o governo federal voltar ao azul após oito anos.| Foto: Flávio
Emanuel/Agência Petrobras
Os lucros recordes da Petrobras, que o presidente Jair Bolsonaro
(PL) chegou a chamar de “estupro” em um momento de alta nos preços dos
combustíveis, podem agora ajudar o governo central (Tesouro, Previdência
e Banco Central) a registrar o primeiro superávit primário após oito
anos no vermelho.
No mais recente relatório de receitas e despesas do Tesouro Nacional,
divulgado no fim de julho, a projeção do resultado primário já havia
passado de déficit de R$ 65,5 bilhões para de R$ 59,35 bilhões. Ainda
sem os números do segundo trimestre da Petrobras, a equipe econômica já
falava na expectativa, ainda que pequena, de fechar o ano no azul.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, dizia ser possível zerar o
déficit da União ainda em 2019, no primeiro ano de governo, mas o
objetivo só ficou mais próximo agora, graças à forte alta dos lucros das
estatais e outras receitas extraordinárias.
No fim de julho, a petroleira anunciou um lucro de R$ 54,3 bilhões
para o período de abril a junho e a distribuição de um valor recorde de
R$ 87,8 bilhões em dividendos a serem pagos em agosto e setembro. Desse
montante, a União, como acionista majoritária, receberá diretamente R$
25,2 bilhões.
Por que a Petrobras dá tanto lucro e o que é feito com o dinheiro Com
os R$ 45,2 bilhões que o Tesouro já tinha de receitas com dividendos de
estatais este ano, o governo federal acumula, agora, R$ 70,4 bilhões de
repasses de estatais em 2022.
O valor já ultrapassa em 28,4% uma projeção feita pela equipe
econômica antes da divulgação do resultado da Petrobras. Os cálculos
apontavam R$ 54,8 bilhões em receitas extras com dividendos e
participações até o fim do ano – estimativa que já havia sido revista
para cima após pagamentos complementares de R$ 18,9 bilhões do BNDES
referentes a lucros apurados em 2020 e 2021.
Dividendos: por que o governo está pedindo mais dinheiro às estatais Até
dezembro, entrarão ainda dividendos da Petrobras correspondentes ao
resultado do terceiro trimestre. Além disso, o governo pode receber
repasses do BNDES e da Caixa que originalmente seriam pagos apenas em
2023, mas que as empresas avaliam antecipar após pedido do Ministério da
Economia.
O próprio BNDES é também acionista da Petrobras e, por isso, receberá
R$ 6,97 bilhões em dividendos referentes ao resultado do segundo
trimestre da petroleira.
Com tudo isso, o total repassado de lucros de estatais para o governo
federal este ano deve superar os R$ 100 bilhões, com aumento de mais de
130% em relação a 2021, quando a União obteve R$ 43 bilhões em
dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
Estatais faturam R$ 1 trilhão e têm maior lucro em 13 anos; governo ficou com R$ 43 bilhões
Além disso, entre outras receitas extraordinárias, houve aumento
substancial na rubrica “concessões e permissões”, de R$ 26,87 bilhões,
devido, principalmente, à arrecadação de receitas de novos contratos de
geração de energia elétrica advindos da desestatização da Eletrobras.
Receita extra supera gasto com desoneração de combustíveis e PEC dos Benefícios Após
a realização dos números, as receitas extraordinárias devem cobrir, com
uma folga de mais de R$ 42 bilhões, o rombo aberto pela Emenda
Constitucional 123/2022, que criou e ampliou benefícios sociais até o
fim do ano, e pela Lei Complementar 194/2022, que zerou temporariamente
as alíquotas de PIS, Cofins e Cide de gasolina e etanol.
A Emenda Constitucional 123, que turbinou até dezembro o Auxílio
Brasil e o vale-gás, além de lançar vouchers para caminhoneiros e
taxistas, gerou uma despesa adicional de R$ 41,25 bilhões para a União
neste exercício. E a retirada de impostos federais sobre combustíveis
terá impacto de R$ 16,5 bilhões. Com isso, chega a R$ 57,75 bilhões o
total de despesas não previstas no Orçamento.
Quais indicadores e fatos econômicos podem ajudar na reeleição de Bolsonaro Finalmente,
um acordo assinado entre a União e a prefeitura de São Paulo
relacionado ao acordo de cessão do Aeroporto do Campo de Marte deve
impactar o saldo do governo central positivamente em mais R$ 24 bilhões.
A operação envolveu um encontro de contas, com o encerramento de uma
dívida do município com a União em troca do valor da indenização devida
pelo governo federal pelo uso da área.
Assim, as novas receitas não previstas podem superar com alguma
margem as despesas projetadas até aqui, tornando mais tangível a
possibilidade do primeiro superávit primário do governo central desde
2013. No ano passado, houve superávit do setor público consolidado,
quando se consideram os balanços de Estados, municípios e empresas
estatais. O governo federal, no entanto, teve déficit de R$ 35,1
bilhões.
A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, falando com a
presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, durante uma coletiva de imprensa no
Palácio Presidencial em Taipei, Taiwan, 3 de agosto de 2022.| Foto:
EFE/EPA
A visita da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana,
Nancy Pelosi, a Taiwan, como parte de seu roteiro pela Ásia, dividiu
opiniões dentro e fora dos Estados Unidos. Curiosamente, ela foi
elogiada pelos adversários republicanos por demonstrar a solidariedade
norte-americana à ilha asiática; já os correligionários democratas
criticaram Pelosi por irritar o governo comunista de Pequim, que
prometeu retaliações – e as críticas vieram apesar de a visita ter
oferecido aos democratas um factoide que permite desviar a atenção do
estado lastimável da economia norte-americana, vítima de uma estagflação
que deve levar o eleitor a colocar os republicanos à frente das duas
casas do Congresso nas eleições de novembro. No entanto, há muito mais
na visita que meras considerações eleitorais.
Os tempos atuais, infelizmente, têm sido marcados pelo aumento da
crença das superpotências em soluções de força. A própria China, em
desrespeito claro ao acordo de devolução de Hong Kong, já aboliu o
modelo de “um país, dois sistemas” que deveria vigorar até 2047,
esmagando liberdades e impondo sobre o antigo enclave britânico a mesma
ditadura à que submete todos os demais cidadãos. A repressão promovida
por Pequim foi recebida com protestos da comunidade internacional, mas
nada mais que isso. A Rússia, incapaz de aceitar que os ucranianos
decidissem seu próprio destino e optassem por uma aproximação com o
ocidente em vez de ficar na órbita de Moscou, invadiu a nação vizinha e
vem conduzindo uma campanha militar brutal e desgastante, contando com o
cansaço de norte-americanos e europeus, dependentes do gás russo.
Este é o momento de a comunidade internacional enviar uma mensagem
inequívoca de que não tolerará aventuras imperialistas como a que está
ocorrendo na Ucrânia e que poderia vir a ocorrer em Taiwan
A posição de Taiwan é muito mais frágil que a da Ucrânia, uma nação
estabelecida, membro de pleno direito da comunidade internacional.
Apenas pouco mais de uma dúzia de países reconhecem a República da
China, nome oficial de Taiwan – o maior deles é o Paraguai. A maior
parte do ocidente (incluindo os Estados Unidos) mantém relações
informais com a ilha, enquanto reconhece formalmente a China comunista. A
postura norte-americana ficou conhecida como “ambiguidade estratégica”:
os EUA defendem o princípio de “Uma China”, mas não são claros sobre o
que isso significa, e a expressão tem sentidos diferentes dependendo de
quem a usa – para os comunistas chineses, por exemplo, ela descreve um
único país sob o governo do Partido Comunista, e que inclui a “província
rebelde” de Taiwan, que mais cedo ou mais tarde será submetida a
Pequim, por bem ou por mal.
Críticos da visita de Pelosi, mesmo aqueles solidários a Taiwan,
argumentaram que o momento escolhido não foi dos melhores, pois em breve
o Partido Comunista Chinês realizará seu congresso, no qual Xi Jinping
buscará um novo mandato, e o líder não pode demonstrar fraqueza em um
tema tão crucial quanto o status de Taiwan às vésperas do momento de sua
consagração como o governante comunista chinês mais forte depois de Mao
Tse-tung e Deng Xiaoping. No entanto, nada indica que a posição de Xi
esteja ameaçada caso ele não responda agressivamente à visita. E, a bem
da verdade, se a questão é não irritar o Partido Comunista, nenhuma hora
seria apropriada para se visitar Taiwan.
Mas a hora é totalmente apropriada para toda a comunidade
internacional (e não apenas os Estados Unidos) enviar uma mensagem
inequívoca de que não tolerará aventuras imperialistas como a que está
ocorrendo na Ucrânia e que poderia vir a ocorrer em Taiwan. A China de
2022 não é a mesma dos anos 90 do século passado, quando ocorreu a mais
recente Crise do Estreito de Taiwan: ela está mais poderosa e mais
agressiva, e faz questão de demonstrá-lo não apenas em Hong Kong, mas
também com todos os exercícios militares que faz nas proximidades da
ilha, lançando mísseis e frequentemente violando o espaço aéreo e o mar
territorial taiwaneses.
Por mais que o uso da via diplomática para dissuadir a China e o
envio de ajuda militar a Taiwan para que seja capaz de responder a uma
agressão chinesa continuem sendo sumamente necessários, eles não excluem
a importância de uma demonstração pública de apoio. Se a visita da
presidente de uma das casas do Poder Legislativo norte-americano (e que é
adversária de longa data do totalitarismo chinês) a Taiwan é a melhor
maneira de fazer tal demonstração, é algo passível de discussão diante
de tantos fatores envolvidos. E, ainda que esta visita específica não
tenha sido a decisão mais prudente, há de se reconhecer que os Estados
Unidos ao menos foram além de palavras de solidariedade e reforçaram a
promessa, feita por Joe Biden, de apoiar Taiwan em caso de um ataque
comunista.
Até o momento, a resposta da ditadura comunista foi parar de importar
peixe e frutas da ilha – sem, no entanto, tocar no importante comércio
de chips taiwaneses, fundamentais para as fábricas de eletrônicos
chinesas – e realizar novos exercícios militares mais próximos da ilha,
mas que até o momento soam mais como nova demonstração de força que como
sinal de um ataque iminente. Apenas os próximos dias e semanas
mostrarão se o recado norte-americano foi convenientemente entendido por
Pequim.
PONTA
GROSSA – PRISAO EVOLUCAO – 23/03/2012 – PARANA A comissao de direitos
da OAB Parana visitou durante a manha e inicio da tarde o presidio
Hildebrando de Souza em Ponta Grossa. Durante a visita foram verificadas
as instalações e as condições em que os presos estão encarcerados. Na
foto, presos enfrentam superlotação. Alem disso, faltam médicos para
atende-los Somente este ano foram registrados sete casos de tuberculose.
Câmara acabou com a “saidinha” de presos, e projeto de lei será devolvido ao Senado.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Chegou o 5 de agosto, último dia para os partidos homologarem os seus
candidatos. É a maior correria, gente fazendo acordo de última hora. Eu
nunca vi tantos querendo se candidatar, principalmente a cargos
majoritários: governador e senador. Está havendo ajustes da parte dos
que desistiram, queriam tentar a Presidência da República, viram que não
teriam a menor condição, ficariam com 0,01% na hora do voto, e agora
estão fazendo acordos, nesse desespero de última hora. E dentro de dez
dias começa a campanha eleitoral. O principal alvo de tudo isso é você,
eleitor. Tome cuidado, não seja ingênuo. Pense, use o cérebro para
raciocinar sobre o futuro. O seu voto é o seu futuro, não custa lembrar.
Nós temos todos os elementos para tomar nossa decisão. Os dois
principais candidatos a presidente, por exemplo, são bem conhecidos.
Chega de privilégios para bandidos Câmara e Senado estão na
corrida também, para decidir as coisas mais urgentes e mais necessárias,
pois quando chegar o dia 15 eles também vão sair para a campanha
eleitoral. A Câmara, por exemplo, mandou para o Senado, nesta semana, um
projeto que interessa a todos nós que zelamos pela nossa segurança, dos
nossos filhos, da nossa casa e empresa. O projeto, que veio do Senado e
está voltando para lá porque foi modificado, trata da “saidinha” de
presidiários. O Senado fez limitações à “saidinha”, mas a Câmara não:
por 311 votos contra 98, aboliu de vez a “saidinha”.
Já existe a progressão normal de pena; quando a pessoa chega a um
determinado ponto do cumprimento da pena, se ela teve comportamento sem
mácula, vai para o semiaberto: pode ficar fora durante o dia e dormir no
presídio. Já com a “saidinha”, por exemplo, dos que saíram dos
presídios estaduais de São Paulo no Natal do ano passado, 1.628 não
voltaram, saem para cometer crime. Aqui em Brasília houve um crime
hediondo. O sujeito estava respondendo a 28 processos por homicídio,
latrocínio, extorsão, e recebeu indulto de Natal. Saiu e matou a tiros
um casal jovem, que estava num carro com um bebê; a criança estava
dormindo no assento traseiro e só não morreu também porque o bandido não
a viu.
Deixem a Polícia Rodoviária Federal trabalhar Supremo se preocupa mais com bandidos que com policiais Então,
os deputados não quiseram saber. Até porque está perto de eleição, e
nessa hora eles votam a favor da nossa segurança. Perto de eleição e
logo depois de eleição é momento de presidente e governador recém-eleito
fazer as reformas necessárias. E, antes da eleição, é época de
cobrarmos do legislador as leis necessárias. Do contrário, a gente dá a
resposta em 2 de outubro.
Interessante que resolveram tirar dos arquivos uma live do ministro
Barroso, de junho do ano passado, dizendo que pequeno traficante não
deve ser preso, nem mesmo se for condenado; nem deve haver prisão
preventiva, porque, se ele vai para a prisão, aprende mais crime. Então,
qual é a alternativa? Deixá-lo na rua, aumentando o negócio. Deixando
de ser pequeno para ser médio e depois grande. A lição de Nova York
parece que foi esquecida: a “tolerância zero” acabou com o crime por lá.
O grande crime começa com o pequeno, assim como o vício começa com
drogas mais leves e vai aumentando, tanto a dose quanto a droga. Todo
mundo sabe disso, menos o pessoal sonhador, utópico, que quer fazer
cartaz perante um negócio chamado de suposto “modernismo”, que na
verdade é uma coisa retrógrada, parece que não usa o cérebro.
Uma lição de quase 300 anos atrás Em 4 de agosto tivemos o
aniversário de uma decisão importante. Em 1735, em Nova York, um
tribunal britânico (pois os Estados Unidos ainda não eram independentes)
absolveu um jornalista acusado de caluniar o governador colonial. O
nome disso é liberdade de expressão. Está também na nossa Constituição,
artigo 220, só para lembrar a quem esqueceu.
Entre as numerosas
tarefas que desempenham fora de suas funções como juízes, de palestras
contra o governo no exterior à militância em favor da impecabilidade das
urnas eletrônicas, os ministros do STF encontraram tempo para escrever
um livro. Pelo nível de qualidade que demonstram na redação dos seus
despachos, em geral escritos num português semialfabetizado e com ideias
de estatura ginasiana, não se poderia esperar grande coisa de mais esse
esforço literário dos membros da nossa corte suprema. A obra confirmou
“o apronto”, como diziam antigamente no jóquei – ficou exatamente tão
ruim como se poderia prever, levando-se em conta o que Suas Excelências
costumam escrever. Teve, porém, um “plus a mais”: escolheram para o
título uma palavra que representa justamente o contrário daquilo que
fazem em seus atos como magistrados. Essa palavra é “Liberdades”.
“Liberdades”? Nunca houve, nos 130 anos de vida do Supremo, um bloco
de juízes que tenha agredido tanto as liberdades individuais e públicas
como a maioria dos ministros atuais. Não se trata de opinião; é a
simples observação dos fatos. Os ministros que dão o título de
“Liberdades” para o seu livro são os mesmos que tiraram a liberdade de
um deputado federal em pleno exercício do seu mandato; ficou na cadeia
nove meses, e depois foi condenado à uma extravagante pena de quase nove
anos de prisão, por ter dirigido ofensas ao STF. Mantém um jornalista
exilado no exterior, e um líder político em prisão domiciliar. Bloqueou o
pagamento de salários. Censura o que os cidadãos dizem nas redes
sociais. Nega acesso aos autos para advogados de pessoas que estão sendo
processadas – e processadas de maneira abertamente ilegal. Aplica
punições monetárias a comentaristas políticos cujas opiniões não aprova.
A obra confirmou “o apronto”, como diziam antigamente no jóquei –
ficou exatamente tão ruim como se poderia prever, levando-se em conta o
que Suas Excelências costumam escrever
Mais que tudo, o STF pratica uma aberração legal inédita na história
jurídica do Brasil: conduz, como investigador, promotor e juiz, um
inquérito policial contra “inimigos da democracia”. Isso, simplesmente, é
proibido por lei – e qual a maneira mais perversa de agredir a
liberdade do que usar o poder do Estado para desrespeitar a lei? É
extraordinário, realmente, que um tribunal que deu a si próprio funções
de polícia e poderes ilegais venha a falar em “liberdade”. O STF que
está aí prende gente. Investiga a vida pessoal dos cidadãos. Viola o
sigilo de comunicações pessoais. Aplica multas. Coloca tornozeleiras
eletrônicas. Acusa pessoas por crimes não tipificados em lei.
“Desmonetiza” comunicadores do Youtube. Expede solicitações de prisão a
Interpol. Que liberdade é essa?
Os onze ministros, pelo que se informou, escolheram temas de sua
preferência pessoal para abordar a questão das liberdades no Brasil. Uma
ministra escolheu escrever sobre liberdade sindical. Um ministro
escolheu a liberdade econômica. Outro escolheu a liberdade sexual. Até
aí, tudo bem – é apenas mais uma coleção de trivialidades de alcance
curto e profundidade rasa. O problema, claro, está quando falam da
liberdade em si mesma. O que se tem, então, é a falsificação de sempre:
em vez de liberdade, que é bom, ficam falando em “excessos de
liberdade”. É o velho truque das tiranias. Antes de defenderem a
liberdade, defendem “limites” para a liberdade – ou seja, seu objetivo é
diminuir, restringir e cortar os direitos individuais. O que querem,
sempre, é que as pessoas não sejam livres.
Desde o último dia 6 de julho, a internet 5G está disponível em solo
nacional. Brasília, que por muitas décadas representou a cidade dos
novos idos, foi escolhida para estrear esta que é a mais moderna conexão
de internet, podendo ser até 100 vezes mais veloz do que a habitual.
Para termos ideia do tamanho do avanço, um filme que levaria cerca de 35
minutos para ser baixado na conexão 4G não demorará mais que 21
segundos se descarregado com conexão em 5G.
Noutras palavras, estamos a reduzir a latência, que significa o tempo
gasto entre o comando e a resposta. Aquele círculo que transmite a
ideia de que o conteúdo está sendo carregado está com os dias (ou
segundos) contados. Vantagens em tempos de transformação digital no
mundo corporativo poderão ser percebidas especialmente na qualidade das
videochamadas e na exibição de conteúdos, como cursos, palestras e
workshops.
Outro impacto positivo poderá rapidamente ocorrer no mercado da
Internet das Coisas. Nossos assistentes, como a Alexa, já atendem a
comandos de voz com extrema precisão. Agora, imagine um único comando de
voz reduzir a iluminação da casa, trancar as portas e ligar o
aquecedor.
Da geladeira que poderá informar que o leite está quase no fim e ela
mesmo encomendá-lo no supermercado, até as janelas do quarto que poderão
ser fechadas ao menor sinal de chuva, tudo poderá ser automatizado.
Tudo mesmo.
Outros setores que podem vivenciar rapidamente a revolução da 5ª
geração da internet são a telemedicina e o agronegócio. Médicos poderão
fazer consultas online com muito mais qualidade, bem como procedimentos
especializados, como endoscopias e ultrassonografias, além de realizar
cirurgias complexas com extrema conectividade, velocidade e
estabilidade.
Já o agronegócio poderá beneficiar-se do 5G e, consequentemente,
aumentar a disponibilidade de alimentos. Imagine que uma plantação de
tomates poderá, sem intervenção humana, ter iniciada sua colheita a
depender dos sinais de maturidade. Satélites, drones e colheitadeiras
conseguirão estar conectados e comunicar-se entre si.
Porém, se o mar é azul, a navegação deve considerar as muitas
correntes e, mais uma vez, os riscos podem estar à altura das
oportunidades.
Se em alguns anos tudo poderá ser controlado à distância, ou ainda,
por voz, a inovação inspira muito mais cuidado com a segurança das
redes. Bandidos virtuais poderão invadir sua casa sem que para isso
precisem ir até ela, já que uma conexão sem segurança significará uma
residência sem fechaduras.
Estamos a falar de obrigatória revisão do uso de algoritmos e de
criptografia. No Brasil, ainda se trata estas questões com determinada
irresponsabilidade, e todos os dias dados pessoais vazam numa escala
aparentemente incontrolável, com especial preocupação para aqueles que
estão em posse dos poderes públicos.
Não estaremos a falar de informações pessoais sensíveis sendo
vendidas na internet, mas de hábitos de consumo e comportamento de
famílias inteiras à disposição de estelionatários, assaltantes e
sequestradores.
A notícia da chegada da internet 5G é ótima.
Mas é preciso manter os olhos bem abertos sobre o comportamento de quem, por lei, tem a obrigação de nos proteger.
*Edmar Araujo, presidente executivo da Associação das Autoridades de
Registro do Brasil (AARB). MBA em Transformação Digital e Futuro dos
Negócios, jornalista. Membro titular do Comitê Gestor da ICP-Brasil
Artigo Por Peter Jacobsen Foundation For Economic Education – Gazeta do Povo
Estádio Mané Garrincha, em Brasília: estudos mostram que ganhos
com a Copa do Mundo costumam ser superestimados| Foto: EFE/Fernando
Bizerra Jr.
Recentemente, surgiram notícias de que o Arrowhead
Stadium [estádio localizado em Kansas City, Missouri] será uma das
cidades dos EUA que sediarão os jogos da Copa do Mundo da FIFA em 2026.
Como economista e alguém que ama Kansas City, fiquei decepcionado com a notícia.
Enquanto políticos e burocratas são rápidos em divulgar os benefícios
de grandes eventos como a Copa do Mundo, os economistas são mais
pessimistas sobre o assunto. Apesar das alegações altamente visíveis de
criação de empregos e aumento dos gastos, os custos de sediar eventos
como este são muitas vezes difíceis de ver e muito maiores. O pior é que
muitas vezes os supostos benefícios nunca se concretizam.
Por exemplo, um estudo sobre o impacto econômico da Copa do Mundo da
FIFA de 2002 no Japão e na Coreia do Sul descobriu que os países
sofreram uma perda de US$ 5,5 a 9,3 bilhões, apesar das estimativas de
que isso geraria um ganho de US$ 4 bilhões. Portanto, um estudo para a
Federação de Futebol dos EUA por um grupo de consultoria de Boston
estimando um possível ganho de US$ 620 milhões para Kansas City não me
empolga muito.
Em seu livro “The Economics of Sports”, Michael Leeds resume o
resultado de “megaeventos” como a Copa do Mundo, e o padrão é claro: as
projeções de ganhos de receita e empregos são consistentemente
excessivamente otimistas.
Por exemplo, a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha foi prevista para
criar 60 mil novos empregos. Criação líquida real de empregos? Zero.
Por que a Copa do Mundo é tão consistentemente decepcionante?
Acredite ou não, um economista francês do século 19 nos dá uma resposta
convincente. Em 1850, Frederic Bastiat escreveu um ensaio que esclareceu
um erro comum conhecido como “falácia da janela quebrada”. Ele fez isso
usando uma parábola.
Imagine que um vândalo do bairro quebre a vitrine de uma loja local. O
dono da loja agora deve contratar um vidraceiro por US$ 100 para
substituir a janela. Embora você possa se sentir mal pelo dono da loja,
alguns podem sugerir que há um lado bom. O dono da loja gasta dinheiro
que dá emprego ao vidraceiro, que usa seu dinheiro novo para comprar
outras coisas. Quando o vidraceiro usa sua nova renda para comprar
coisas, ele cria mais empregos e mais renda para os outros. A economia
melhora. Ou não?
Bastiat aponta que essa linha de pensamento é falaciosa. Mesmo que o
vidraceiro receba dinheiro, o dono da loja perde riqueza. Talvez ele
estivesse guardando essa riqueza para um novo terno. Ou talvez agora o
banco em que ele guardou seu dinheiro tenha menos depósitos para dar
como empréstimos.
É difícil saber como os US$ 100 teriam sido usados, e esse é
precisamente o problema. O benefício para o vidraceiro é visto. O
alfaiate que não consegue vender um terno ou o credor que não recebe um
empréstimo bancário é difícil de ver.
O mesmo problema existe com a Copa do Mundo. As cidades devem usar
recursos obtidos dos contribuintes para vencer a disputa pela Copa do
Mundo. O relatório mencionado da Federação de Futebol dos EUA estima o
custo por cidade em centenas de milhões, embora o prefeito de Kansas
City, Quinton Lucas, afirme que o custo atual é de US$ 50 milhões em
reformas no Arrowhead Stadium. Mas se a história ensina alguma coisa,
este valor pode estar bastante subestimado.
No que os contribuintes de Kansas City teriam usado seu dinheiro não é
algo que possamos saber facilmente. Mas é fácil ver como os hotéis, por
exemplo, podem se beneficiar da Copa do Mundo.
Mas, como o dono da loja, os contribuintes não têm vantagens com os
gastos da Copa do Mundo. Este gasto vem com um preço. E, como mostram os
estudos, esse preço é frequentemente ignorado em busca de benefícios
ilusórios.
Estudo conduzido pela plataforma CupomValido.com.br com dados da
Statista e da HootSuite aponta o Brasil como o país mais influenciável
globalmente. Em primeiro lugar no ranking, cerca de 43% da população
brasileira já adquiriu produtos ou serviços influenciados por um criador
de conteúdo.
Especialistas explicam como a opinião de influenciadores digitais são determinantes na decisão de compra dos brasileiros
Divulgação de ranking aponta o Brasil como país mais influenciável
por criadores de conteúdo no momento de adquirir um produto ou serviço
Uma pesquisa feita pela plataforma CupomValido.com.br, com dados da
Statista e da HootSuite, mostrou que o Brasil é a nação mais
influenciável globalmente, com cerca de 43% da população já tendo
adquirido produtos ou serviços por conta da ação de criadores de
conteúdo. Segundo o estudo, eles atingem cerca de 150 milhões de pessoas
no país por meio das suas redes sociais. Essa população utiliza
plataformas, em média, durante três horas todos os dias, sendo as
principais delas YouTube, WhatsApp, Facebook, Instagram e Twitter.
Apesar do poder sobre a compra que os influenciadores digitais
possuem, o trabalho acerca da fixação de marcas pode ser feito de
diversas formas. Uma delas é por meio de parcerias com empresas de
comunicação. Diversos especialistas do setor entendem que essa
associação tem tomado a linha de frente de várias companhias que desejam
escalar suas campanhas, ações e crescimento no mercado.
É o caso de Maurício Fernandes, diretor de operações da 270B no
Brasil, uma das maiores agências americanas de experiências digitais com
filial no Brasil. Para ele, o marketing de influência exerce um papel
relevante no contexto da busca por estratégias para melhorar
performances. “O Brasil é o país mais influenciado pelos criadores de
conteúdo, geração que vem ganhando um enorme protagonismo dentro dos
planos de comunicação”, diz.
Segundo Gláucio Amaral, diretor executivo na Agência Ecco, agência de
publicidade formada com o intuito de empoderar marcas por meio da
criatividade, tecnologia e planejamento, a linha de frente a qual
influenciadores estão ganhando entre os investimentos das empresas
brasileiras na divulgação dos seus produtos ocorre por conta do ótimo
custo-benefício para elas. “Há a possibilidade de mensurar o retorno da
ação e também a liberdade criativa para desenvolver o conceito do
produto”, afirma.
Sobre esse último tópico, Ricardo Tarza, sócio e diretor de inovação e
criatividade na DreamONE, agência de marketing integrado com foco no
entendimento e geração de resultados para o negócio de seus clientes,
entende que a habilidade do influenciador é colocada em prática de modo
que ele utiliza a corporação parceira como um hub de conteúdo. “As
companhias fazem uma curadoria sobre os temas tratados, sem tirar o
comportamento do criador de conteúdo nas redes sociais e, ao mesmo
tempo, agregando o valor de marca no comentário dele”, explica.
Silas Colombo, fundador e CCO da MOTIM, a primeira aceleradora de
reputação e gestora de posicionamento do mundo, completa esse raciocínio
caracterizando a ação influenciadora como um “gatilho de consumo”. “A
empresa credibiliza o seu produto, porém os influenciadores oferecem
aquele ‘empurrão final’, pois o cliente se identifica com essa
personalidade”, destaca.
Por esse motivo, o direcionamento a um público-alvo em campanhas de
comunicação é delimitado com mais assertividade. “A ‘clusterização’ é
presente mais com os influenciadores do que com ações de mídias
tradicionais, pois há a certeza que de que os seus seguidores vão
escutá-lo”, ressalta Tarza. “O consumidor consegue tomar uma decisão de
compra mais rápida”, reforça Colombo.
Esse ciclo evidencia que o mercado atual mudou, assim como a
percepção dos clientes para campanhas de comunicação como um todo. “Está
cada vez mais claro que a era do anúncio com cara de ‘merchan’ já
passou”, pontua Amaral. “O público percebe quando o item a ser vendido e
o influenciador não combinam, sendo apenas uma parceria paga. Hoje, há a
exigência de narrativas que ultrapassam o patamar do mero comercial”,
enfatiza.
No entanto, apesar do cenário atual ser favorável à forte influência
dos criadores de conteúdo, Fernandes realça que as agências têm um papel
igualmente relevante nas suas performances, afinal, estabelecem os
“preparativos” que antecedem a execução em si. “Inovação, tecnologia e,
principalmente, análise de dados são partes obrigatórias no
desenvolvimento de uma estratégia assertiva, engajadora e verdadeira”,
finaliza.
A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz
divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a
atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou
pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se
expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação,
vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar
rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a
Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando
para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos
contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam
dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses
parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do
Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois
são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande
empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar
tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos
manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de
divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu
faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao
site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas
Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de
divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que
os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada
empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços,
telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja
também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a
oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de
divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma
Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa
livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua
empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando
para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as
melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o
cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de
compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que
pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa
plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é
muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A
Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por
categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja,
tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos
clientes com as lojas.
Não se trata da
digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos
ambientes online e offline na jornada da compra.
No
país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram
três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas,
estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem
retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/) tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 120.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 1.400.000 de visitantes.
O
site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja
favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar
ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma
Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da
exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de
atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo,
cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados,
revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo,
diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos
tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa
história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
Cena do filme ‘Farenheit 451’, baseado na obra de Ray Bradbury,
em que os bombeiros tem a missão de atear fogo aos livros: “censura do
bem” usa métodos insidiosos para propor a proibição de obras literárias|
Foto: Divulgação
Nesta semana, o influenciador digital Felipe
Neto mostrou-se incomodado com a leitura do clássico ‘Moby Dick’, de
Herman Melville. “Queria perguntar uma coisa para quem entende
verdadeiramente de literatura. Vi parágrafos profundamente racistas em
‘Moby Dick’, continuei a leitura do livro de nariz torcido, estou
realmente incomodado. O livro é de 1851. O que é recomendado em casos
assim? Como vocês avaliam?”
A julgar pela mentalidade censora que vigora atualmente em vários
setores da sociedade, não vai demorar para alguém sugerir que o livro
seja reescrito, apagando as partes “sensíveis”, ou até mesmo banido.
Antigamente era fácil condenar tais arroubos autoritários. Hoje em dia a
censura é feita em nome do “bem”, portanto muito mais difícil de
combater.
Afinal de contas, é fácil identificar o inimigo quando ele queima
livros em praça pública. Em 1933, ficou claro quem eram os vilões quando
os nazistas fizeram uma imensa fogueira em Berlim com obras de Kafka,
Freud, Marx e Einstein. Não pararam por aí. Como vaticinou o poeta judeu
Heinrich Heine: “Onde se lançam livros às chamas, acaba-se por queimar
também os homens”.
Vinte anos depois, Ray Bradbury publicou ‘Fahrenheit 451’, que se
passa em um futuro distópico no qual todos os livros foram proibidos.
Nesta sociedade, a função dos bombeiros não é apagar incêndios, e sim
iniciá-los com os volumes clandestinos encontrados nas casas de quem
ainda teima em contrariar o regime.
Até aqui, está evidente que todo regime que queime obras literárias é
intrinsecamente maligno. E ninguém com o mínimo de bom senso gostaria
de ficar ao lado deles. Mas e se eu disser que já estamos jogando livros
e mais livros na fogueira, de um modo muito mais insidioso, e tudo isso
em nome do bom senso, do bem de todos?
Livros que você não deve ler Quando a revista americana Esquire
publicou uma lista de “80 livros que todo homem deveria ler”, com o
subtítulo “Uma lista incompleta, sem ranking e altamente parcial das
grandes obras da literatura mundial”, talvez não imaginasse a
controvérsia que ela geraria. Embora listas sejam sempre objeto de
debates acalorados entre fãs, estudiosos ou simplesmente palpiteiros, a
discussão iniciada foi de outra natureza: moral.
A escritora Rebbeca Solnit, conhecida por criar o termo mansplaining
(que em português já se tentou traduzir com uma só palavra —
homexplicando — , mas, como pode se notar, não caiu nas graças do
povão), escreveu um artigo replicando a lista da Esquire sob o título
“80 livros que nenhuma mulher deveria ler”. No texto, Solnit critica a
lista por vários motivos, e explica que ela, apesar do título do texto,
acredita que as mulheres devem ler o que quiserem. Mas deixou claro que
as pessoas deveriam substituir a leitura de Saul Bellow, John Updike,
Norman Mailer e Philip Roth, “misóginos”, por Philip Levine,
Subcomandante Marcos (líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional
do México), Eduardo Galeano e Barry Lopez.
A Esquire chegou a publicar uma espécie de retratação. Com o título
“80 livros que toda PESSOA deveria ler”, a revista convocou uma série de
mulheres influentes na literatura para opinar, como a premiada ex-chefe
da seção de crítica literária do New York Times, Michiko Kakutani, e a
escritora Lauren Groff, entre outras.
Para Sarah Churchwell, em um artigo no jornal inglês Guardian, a
coisa mais importante a ser dita sobre ‘Moby Dick’, o livro que tanto
incomodou Felipe Neto, é que mulheres aparecem em apenas duas das 600
páginas. No texto, além de Updike e Mailer, são igualmente criticados os
escritores Jonathan Franzen e J.M. Coetzee por praticarem o gaslighting
(outra palavra de difícil tradução, usada para indicar quando um homem
tenta fazer uma mulher passar por louca) contra as feministas.
Ambas são análises válidas à luz da evolução da sociedade. Ninguém
deseja um retorno a uma época em que as mulheres não tinham voz. O que
não faz sentido é desprezar Updike e Mailer como apenas “pênis com um
bom vocabulário” porque seus livros, escritos há meio século ou mais,
não rezam a cartilha politicamente correta dos anos 2010 e 2020.
Lobato revisado
Desde 2010, a obra de Monteiro Lobato tem passado por um revisionismo
histórico. Gerações que passaram a infância lendo as aventuras de
Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa e Emília
descobriram agora, à luz de novas leituras, que foram alfabetizados com
uma obra racista. Professores da UERJ descobriram que, em ‘Reinações de
Narizinho’, o escritor se refere à Tia Nastácia como “a negra” 56 vezes.
Em artigo na revista Carta Capital, comentando o caso, Mauricio Dias
rejeita vetar o livro. “Os pais têm o direito de comprar as obras do
autor e, com elas, presentear os filhos. Pelo aniversário ou por
qualquer outra razão”, diz, mas faz uma ressalva sutil. “O poder público
não pode propagar a visão racista de Monteiro Lobato.”
No livro ‘O choque das raças’, Lobato faz afirmações que não deixam
dúvida de que era racista e defendia inclusive a eugenia. Se a proibição
se faz necessária, aí é outra história. O Instituto de Advocacia Racial
e Ambiental (Iara) quis banir o livro ‘Caçadas de Pedrinho’ das
escolas. A iniciativa foi rechaçada por João Luís Ceccantini,
pesquisador de literatura infantojuvenil e coautor do livro ‘Monteiro
Lobato — Livro a livro’. “Tenho estudado a forma pela qual as crianças
absorvem o que leem e minha conclusão é que elas sabem identificar os
excessos dos livros, elas se apegam ao que é bom, à essência da história
— e, no caso de Lobato, essa essência não é racista.”
O clássico ‘As Aventuras de Huckleberry Finn’, de Mark Twain, o
primeiro grande escritor americano, também foi acusado de ser racista
pelo linguajar usado — o terno nigger, de conotação altamente ofensiva, é
repetido mais de 200 vezes ao longo da obra. Em 2011, depois de várias
reclamações, foi criada uma edição da obra em que o termo é substituído
pela palavra “escravo”.
Quando o repertório literário, em nome da virtude, é reduzido, o
resultado não é bom. O professor Mark Lilla, da Universidade de
Columbia, nos Estados Unidos, em seu livro ‘O progressista de hoje e o
de amanhã’, lançado no Brasil pela Companhia das Letras, mostra como
essa obsessão com políticas identitárias está empobrecendo o ambiente
universitário.
“Os colégios e faculdades supostamente desinteressantes e
convencionais dos anos 1950 e começo dos anos 1960 incubaram, talvez, a
mais radical geração de cidadãos americanos surgida no país desde a sua
fundação”, diz Lilla. “As universidades dos nossos dias cultivam alunos
tão obcecados com sua identidade pessoal, que eles têm bem menos
interesse e envolvimento no que acontece lá fora. Nem Martin Luther King
Jr. (que estudou teologia cristã), nem Angela Davis (que estudou
filosofia oriental) receberam uma educação baseada em identidade. E é
difícil imaginá-los se tornando o que se tornaram se tivessem tido o
azar de receber uma.”
Novas formas de censura Updike e Mailer eram misóginos? Com a
mesma certeza que é possível afirmar que Lobato era racista. Seus livros
devem sofrer alterações para se adequar ao que a sociedade acha correto
hoje em dia, ou mesmo serem banidos? É aqui que começa a se alicerçar
as bases para um novo tipo de censura, uma censura “do bem”. Se a
sociedade optar por algo menos drástico, como fez a editora que
reescreveu ‘As Aventuras de Huckleberry Finn’, quando será prudente
parar, quando ficará evidente a linha que separa a censura das boas
intenções?
Pode ser que em alguns anos ou em algumas décadas não seja mais de
bom tom publicar livros em que animais são mortos de forma violenta. Se,
por algum motivo, toda a humanidade decidir pelo veganismo, será de bom
tom vasculhar os livros em busca de refeições carnívoras e reescrever
tudo para que nenhuma sensibilidade seja afetada?
Embora possa parecer um exagero, existem situações atuais que tratam
quase da mesma coisa. A Associação Americana de Cinema (Motion Picture
Association of America, MPAA) enfrenta desde 2016 um processo contra a
representação do cigarro nos filmes. Os motivos que pedem a proibição
são ótimos: estudos já provaram uma correlação entre o hábito de fumar
na adolescência com o cigarro nas telas. O exemplo das estrelas de
cinema fumando ultrapassa os modelos familiares, afirmam os
pesquisadores. Retirar qualquer tipo de menção aos cigarros dos filmes
poderia salvar 18% das 5,6 milhões de vidas que serão perdidas por causa
de doenças relacionadas ao hábito.
É difícil não concordar. Esses 18% representam 1 milhão de vidas.
Fumar é ruim para a saúde, não há dúvidas. Não tão ruim, mas ainda assim
ruim, é ficar sentado durante várias horas ao dia. Fique mais de seis
horas e veja seu risco de morrer nos próximos 15 anos aumentar em 40%.
Especialistas, pelo bem da sociedade, poderiam criar uma lista com todos
os hábitos que de forma alguma poderiam ser representados nas telas.
Começariam com os infames cigarros, passariam para as comidas
gordurosas, então álcool, açúcar, e assim por diante numa sucessão quase
infinita de riscos à saúde.
Melhor ainda, com o apoio da sociedade.
‘Fahreinhet 451’, de Bradbury, se torna então mais assustadora, pois
não é uma distopia em que o totalitarismo foi imposto de forma brutal
aos cidadãos. Tudo acontece de forma mais traiçoeira, a partir do senso
comum, de uma moral estabelecida a partir das maiorias, contra as
inquietações trazidas pelos livros, que por natureza são questionadores,
perturbadores.
É justamente essa nova moral, construída pelo bem da sociedade, que
está entrando em vigor. Poucos hoje têm a audácia de sugerir proibições e
banimentos de obras porque a História está cheia de exemplos de como
somente os piores regimes colocaram em prática este tipo de ação. Mas,
ao dar uma roupagem progressista à proibição, as chances de sucesso
tendem a aumentar conforme elas ganham um status de proteção às
crianças, adolescentes e posteriormente são estendidas a toda a
população.
Uma característica interessante desse novo tipo de censura que está
surgindo é que ela não é proposta por brucutus armados, pessoas
mal-intencionadas por natureza. É o contrário. São pessoas instruídas,
que buscam o bem. Mas é justamente essa incessante busca por mostrar o
tempo todo quem tem sentimentos mais elevados, sem fazer qualquer tipo
de concessão, que pode produzir resultados nefastos. Quem tem convicção
de ser altamente virtuoso não costuma fazer concessões contra o que
imagina ser o mal.
Nelson Rodrigues costumava dizer que “há coisas que o sujeito não
confessa ao padre, ao psicanalista, e nem ao médium, depois de morto”.
Livros não precisam ser depósitos de justiça social para terem valor.
Como o mesmo Nelson, que sofreu tantas vezes com tentativas de censura
motivadas pela mais elevada moral então vigente, afirmou: “Não se faz
literatura, política e futebol com bons sentimentos”.
“Nós viajamos para Tiananmen para honrar os estudantes,
trabalhadores e cidadãos comuns que lutaram pela dignidade e pelos
direitos humanos que todos merecem”, disse Pelosi.| Foto: Reprodução
Twitter
Em 1991, dois anos após o Massacre da Praça da Paz
Celestial (Tiananmen) na China, Nancy Pelosi estendeu uma faixa, no
mesmo local, que dizia “Para aqueles que morreram pela democracia na
China”, ao lado dos deputados Ben Jones e John Miller.
Em seguida, eles deixaram flores brancas em homenagem às vítimas.
Policiais chineses ordenaram que os legisladores americanos parassem de
se manifestar e que os jornalistas desligassem as câmeras. Alguns deles
foram presos.
“Nós viajamos para Tiananmen para honrar os
estudantes, trabalhadores e cidadãos comuns que lutaram pela dignidade e
pelos direitos humanos que todos merecem”, publicou Pelosi em 2019, no
Twitter, junto com uma reportagem de televisão feita em 1991 durante
essa viagem à China.
Não é de se espantar que, 31 anos depois, a
atual presidente da Câmara dos Deputados tenha viajado a Taiwan, mesmo
após ameaças do gigante asiático.
O massacre Não dá para negar a coragem que Pelosi teve ao
protestar, em plena terra chinesa, contra o ataque de tanques de guerra e
metralhadoras a civis que se manifestavam contra a ditadura do país em
junho de 1989.
Centenas ou milhares de pessoas (a censura
chinesa impede estimativas precisas) que circulavam por Pequim foram
atingidas pelo exército da própria nação.
Ambulâncias que
tentavam transportar feridos eram atacadas e os hospitais recebiam
ordens de não prestar atendimento às vítimas. O assunto até hoje é
proibido na China.
Relação de Pelosi com a China e Taiwan nas últimas décadas De lá
para cá, a legisladora levantou a bandeira da democracia diversas vezes.
Em 2009, por exemplo, no 20º aniversário do Massacre em Tiananmen,
Pelosi discursou no Capitólio ao lado de três ex-prisioneiros – Yu
Zhijian, Yu Dongyue e Lu Decheng -, que foram detidos na China durante
os protestos na praça.
Em 2019, homenageando as vítimas e os soldados pró-democracia, ela também apresentou uma estátua em Washington.
“A
história de Nancy Pelosi passa por denunciar os massacres chineses e
pelos abusos aos direitos humanos. Por isso, ela apoia fortemente
Taiwan”, destaca o internacionalista Igor Lucena.
Além das
claras manifestações contra o autoritarismo chinês, em diferentes
funções políticas dos Estados Unidos, Pelosi se reuniu diretamente com
líderes chineses, buscando negociações diplomáticas.
Em 1993,
por exemplo, Pelosi pediu que a China fosse impedida de sediar as
Olimpíadas, devido ao desrespeito aos direitos humanos no país. Em 2008,
ela tentou convencer o então presidente do país, George W. Bush, a
boicotar os Jogos Olímpicos em Pequim. No começo deste ano, ela também
pediu por um boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno no país,
devido ao tratamento prestado aos muçulmanos uigures em território
chinês.
A viagem a Taiwan
A viagem da deputada à Ásia estava agendada para abril e foi adiada
por causa da guerra na Ucrânia, mas já incluía a passagem por Taiwan,
autoproclamada independente da China, mas considerada parte do grande
país asiático pela ditadura chinesa dentro de sua política de “uma só
China” (que, formalmente, é endossada pelos Estados Unidos).
Antes
da viagem, a China ameaçou responder militarmente a essa visita e disse
que a presença de Pelosi na região era uma “afronta com consequências
mundiais”. Os chineses anunciaram exercícios militares no país vizinho
como manifestação.
Por isso, a chegada do avião da delegação
americana foi mais uma demonstração de apoio de Pelosi àqueles que estão
dispostos a enfrentar o exército chinês pela democracia.
Liberdade de expressão Por Leonardo Desideri – Gazeta do Povo Brasília
Congresso deverá votar nos próximos dias a derrubada do veto
presidencial a um dispositivo legal sobre fake news.| Foto: Wesley
Amaral/Câmara dos Deputados
O Congresso pode estar prestes a
criar o crime de fake news eleitoral, que seria punido com prisão de até
cinco anos. Esse será o principal foco de uma sessão conjunta da Câmara
e do Senado que estava marcada para julho, mas, por um acordo entre
lideranças partidárias, foi adiada e deverá ocorrer nos próximos dias.
Parlamentares decidirão se derrubam ou não alguns vetos que o
presidente Jair Bolsonaro (PL) fez a uma norma do Legislativo que
revogou a Lei de Segurança Nacional e definiu crimes contra o Estado
Democrático de Direito. A decisão mais controversa se refere a um
dispositivo que cria o crime da “comunicação enganosa em massa”,
penalizando com até cinco anos de reclusão quem “promover ou financiar”
pela internet “campanha ou iniciativa para disseminar fatos que sabe
inverídicos e que sejam capazes de comprometer a higidez do processo
eleitoral”.
No ano passado, Bolsonaro sancionou a norma, mas vetou esse
dispositivo. Para o presidente, “a proposição legislativa contraria o
interesse público” por não definir “qual conduta seria objeto da
criminalização” e por deixar em aberto “se haveria um ‘tribunal da
verdade’ para definir o que viria a ser entendido por inverídico a ponto
de constituir um crime”. Essa situação, segundo ele, poderia provocar
“enorme insegurança jurídica”.
“A redação genérica tem o efeito de afastar o eleitor do debate
político, o que reduziria a sua capacidade de definir as suas escolhas
eleitorais, inibindo o debate de ideias, limitando a concorrência de
opiniões, indo de encontro ao contexto do Estado Democrático de Direito,
o que enfraqueceria o processo democrático e, em última análise, a
própria atuação parlamentar”, acrescentou Bolsonaro ao vetar a proposta.
Na mesma sessão, outra votação controversa será a do veto
presidencial à repressão de manifestações políticas. Bolsonaro não quis
sancionar um dispositivo que prevê prisão de até quatro anos a quem
“impedir, mediante violência ou grave ameaça, o livre e pacífico
exercício de manifestação”. O motivo, segundo ele, é a “dificuldade de
caracterizar, a priori e no momento da ação operacional, o que viria a
ser manifestação pacífica, o que geraria grave insegurança jurídica para
os agentes públicos das forças de segurança responsáveis pela
manutenção da ordem”.
O Congresso estava em recesso até o dia 31 de julho. Com a volta aos
trabalhos e a iminência do período eleitoral, é provável que a derrubada
do veto presidencial seja votada nos próximos dias, mas ainda não há
uma data definida para a sessão.
Se o Congresso derrubar o veto, os dispositivos mencionados passarão a
fazer parte da Lei do Estado Democrático de Direito. O professor
Alessandro Chiarottino, doutor em Direito Constitucional pela
Universidade de São Paulo (USP), avalia que um recurso ao Supremo
Tribunal Federal (STF) neste caso seria em vão. “A única forma de lutar
contra esse dispositivo seria uma Ação Direta de Inconstitucionalidade,
só que todos nós sabemos que a maioria dos ministros do Supremo comunga
com essa mesma visão restritiva da liberdade de expressão”, diz.
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Derrubada do veto sobre fake news pode dar grande poder a juízes de pequenas zonas eleitorais O
advogado Adriano Soares da Costa, especialista em Direito Eleitoral,
considera que a derrubada do veto ao dispositivo sobre “comunicação
enganosa em massa” pode criar uma aberração: dar grande poder para que
até mesmo juízes de pequenas zonas eleitorais apliquem punições a quem
propagar certos tipos de informação.
“Se o veto cair, o Congresso Nacional vai estar outorgando o poder ao
juiz de cada zona eleitoral. Quem é que vai aplicar primeiro esse
artigo? É o juiz eleitoral de cada zona eleitoral quem exercita o poder
de polícia da propaganda [eleitoral]. Isso é uma função que não é
judicial; ela é, primeiro, administrativa. O juiz eleitoral numa zona do
interior, de qualquer cidade, tem o poder de polícia em uma atividade
administrativa sua. Você imagina o seguinte: para qualquer denúncia,
esse juiz vai ter condição de exercer o poder de polícia. Ele vai, em
nome desse artigo, numa atuação com o Ministério Público ou de ofício,
poder tomar medidas de natureza judicial”, explica.
Para ele, a derrubada do veto reforçará no Brasil “um contexto de
criminalização da liberdade de expressão”. “Nós temos visto, no país,
uma crescente relativização e mitigação da liberdade de expressão como
garantia de direito fundamental próprio da soberania popular”, observa.
“Qualquer pessoa, qualquer cidadão, poderá se sujeitar a ter que
responder a um processo. Isso gera no mercado das ideias um antecipado
constrangimento, um estado de vigilância constante. É aquela história da
‘era do capitalismo de vigilância’: o que se quer, na verdade, é tolher
o cidadão pelo medo.”
Alessandro Chiarottino ressalta que a antiga Lei de Segurança
Nacional, que foi revogada, tratava de atos concretos, mas que a redação
proposta na nova lei não vai na mesma linha. “Ela trata de atos que não
são ações, mas simples manifestações de opinião. Você está proibindo um
ato que começa e acaba com uma manifestação de opinião. Aí alguém pode
dizer: ‘mas essa manifestação de opinião pode ter consequências fáticas
na realidade’. Acontece que todo o Estado Democrático de Direito – isso
em qualquer país do mundo, desde seu surgimento – está ligado à
liberdade de opinião e expressão. Existe um limite para essa
liberdade? Sim, mas esse limite tem que ser colocado com muita cautela,
sob pena de anular o próprio sentido do Estado Democrático do Direito”,
comenta.
Segundo Chiarottino, a subjetividade do dispositivo sobre fake news
pode criar uma espécie de “Ministério da Verdade” no Brasil. “Como é que
um órgão governamental vai decidir se a minha interpretação da
realidade é uma interpretação verdadeira ou uma interpretação falsa?
Nenhum órgão estatal pode ser constituído ‘Ministério da Verdade’ e
dizer se uma determinada interpretação é correta ou não. Isso seria de
um paternalismo absurdo. Seria um estado autoritário, de censura,
paternalista, que é totalmente contrário ao que nós entendemos por
Estado Democrático de Direito.”
Para o especialista, o que o dispositivo sugere é que “o Estado é
quem tem que decidir o que o cidadão pode ouvir e dizer”. “É como se ele
dissesse ao cidadão: ‘Olha, isso aqui você não está preparado para
julgar, isso pode lhe causar um dano, então você não pode ouvir isso
aqui, não. Você vai ouvir aquilo que foi filtrado pelas instituições
certas e que foi aprovado’”, observa.
Para Soares da Costa, o tema das fake news é o novo modismo do
Direito Eleitoral, e a obsessão por ele está provocando um dano à
democracia. “Nós já tivemos o modismo da compra de votos, o modismo do
‘fichalimpismo’ e agora estamos no modismo das fake news. Em todos estes
modismos, o que se fez foi diminuir o campo de atuação do eleitor,
afastar o eleitor da política e criminalizar a política. Esse
dispositivo é mais um numa série de tentativas da nossa tradição de
criminalização da política e de redução do espaço democrático do
eleitor.”
Caso o veto seja derrubado, segundo o especialista, “os membros do
Congresso Nacional estarão se colocando a si próprios em risco, aos
eleitores em risco, e diminuindo – o que é mais grave – o campo de
soberania popular, que se exercita pela liberdade de pensamento e pela
liberdade de expressão”.
“Os políticos que, eventualmente, por questões de momento – achando
que com isso vão prejudicar o grupo A ou o grupo B –, derrubarem esse
veto vão estar dando um tiro no próprio pé. Quando você coloca a sua
liberdade nas mãos da subjetividade de um julgador, com um tipo aberto e
indeterminado como este tipo penal, é como uma roleta-russa: você pode
se salvar uma vez, mas na outra, não. Todos nós ficamos à mercê da
autoridade e do poder do momento. É preciso deixar claro: o tema fake
news hoje é apenas uma capa, uma bandeira, que esconde um propósito:
limitar a liberdade de expressão e silenciar determinados grupos que
pensam diferente de uma agenda politicamente correta”, afirma Soares da
Costa.