O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Vi uma entrevista do delegado-chefe da Coordenadoria de Recursos
Especiais da Polícia do Rio de Janeiro, queixando-se de que o Supremo
proibiu a polícia de entrar nas favelas, nas comunidades, nos morros, a
não ser em ocasiões especiais, e afirmando que isso tem proporcionado o
crescimento do crime, do seu arsenal e das suas defesas. De fato: vi
fotos que fariam inveja à Linha Maginot – aquela que os franceses
construíram para evitar uma invasão alemã –, de aço com lanças, com
barricadas de fogo em óleo, um óleo escorregadio nas ladeiras. E não tem
como passar blindado da polícia. O delegado se queixou disso, mas foi
decisão do Supremo.
O ministro que deixou a violência prosperar no morro fala em combater a violência na eleição Por
coincidência, ainda ontem o ministro Edson Fachin, que foi quem tomou a
iniciativa de proibir as operações nos morros, disse que a Justiça
Eleitoral não medirá esforços para agir a fim de coibir a violência como
arma política. Como assim? Fica paradoxal. Até porque coibir a
violência é função da polícia, principalmente o policiamento ostensivo.
Coibir a violência que a gente viu na Avenida Paulista, pessoas com
barras de ferro quebrando vidro; que vimos em Curitiba, pessoas jogando
vidro, botando fogo na bandeira… tomara que não aconteça mais isso,
inclusive no 7 de setembro, em que vamos comemorar 200 anos de nossa
independência, nossa data nacional máxima. Mas, então, não creio que
coibir a violência seja função da Justiça Eleitoral, é da segurança
pública.
Temporada de convenções mostrará que a terceira via não tem força nenhuma Dois grandes partidos não sabem mais que rumo tomar E,
por falar em eleições, esta quarta é dia da convenção do MDB e do PSDB.
Ninguém sabe que convenção vai ser essa, porque uma parte do MDB apoia
Bolsonaro, outra parte apoia Lula, e uma parte diz que apoia Simone
Tebet – o que seria o natural, pois ela é do MDB. Os 11 diretórios que
apoiam Lula não queriam nem que a convenção fosse realizada agora,
queriam que fosse no último dia do prazo, 5 de agosto, para conseguir
resolver os impasses.
Qual é o impasse? É o fato de um grande partido mais uma vez não ter
um candidato competitivo. Até Ulysses Guimarães, que era o líder máximo
do PMDB, teve uma derrota em que ficou com 3% dos votos na eleição em
que Collor e Lula foram para o segundo turno. Na eleição
seguinte, Orestes Quércia, que foi outro grande líder do partido,
ex-governador de São Paulo, fez 4%. Na última eleição, Henrique
Meirelles perdeu para o Cabo Daciolo na campanha que mais gastou, R$ 60
milhões, um recorde. E agora a sina do MDB se concentra na senadora
Simone Tebet, que acreditou que a CPI da Covid lhe daria essa projeção
nacional que ainda não tem. Seu nome é restrito ao Mato Grosso do Sul,
as pessoas não sabem quem ela é.
E os tucanos, até a última hora, estavam fechando com o MDB para
formar chapa. O MDB daria a cabeça de chapa e os tucanos dariam o vice, o
senador Tasso Jereissati, que decidiu cair fora. No fim, o Cidadania –
novo nome do Partido Comunista Brasileiro – foi quem deu o vice. É um
vexame. Os tucanos gastaram toda a sua energia e muito dinheiro, R$ 12
milhões se não me engano, na disputa interna entre Doria e Leite. É a
sina dos tucanos: seus maiores adversários são eles próprios e a
indecisão. Fernando Henrique Cardoso parece que já está fora, não
aparece mais, acho que ficou desgostoso dos resultados; ele seria o
líder máximo do partido, mas a gente nem o ouve mais falando. Essa é a
sina de dois grandes partidos.
“Se há duas frases, a mais direta e simples é a melhor”, ensina William Zinsser em livro
Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo
É possível melhorar o texto de alguém? William Zinsser acha que sim. No meio da década de 1970, ele decidiu transformar seu curso sobre escrita, em Yale, em livro. Desde 1976, Como Escrever Bem influencia muita gente (On Writing Well. São Paulo: editora Fósforo, 2021. Tradução de Bernardo Ajzenberg).
O livro é claro e direto, sendo um exemplo em si das normas que ele
debate. Um candidato a autor deve, ele diz logo à partida, evitar o
excesso. Superar o defeito de muitas palavras! Cortar, eliminar a
abundância desnecessária. Se o conselho já é bom para quem cultiva
jornalismo nos EUA, imagine-se no Brasil, onde a tradição bacharelesca
associou rebuscamento à erudição e à inteligência. O autor identifica,
inclusive, expressões longas. Você imaginou a frase “perdeu totalmente a
habilidade para” e seria melhor “não conseguiu”. Uma verdadeira
“navalha de Ockam” da escrita: se há duas frases, a mais direta e
simples é a melhor. Escrever é cortar.
Alguns conselhos são gramaticais: advérbios e adjetivos são, com
frequência, dispensáveis. Os parágrafos devem ser curtos. Há diretrizes
mais metodológicas: reescrever é aperfeiçoar a escrita. Todo escrito
apresenta algum problema com o começo; aceite o entrave dos princípios.
Outras são digressões sobre subjetividade e pessoalidade de um texto. Há
muitas indicações preciosas que me fizeram pensar e repensar o ato de
escrever.
O bom do livro é que apresenta capítulos específicos para
entrevistas, depoimentos, histórias de família. Em alta nos EUA e ainda
engatinhando por aqui, existem as histórias familiares. Ele oferece
muitas indicações para quem se aventura nesse campo.
Não quero acrescentar mais indicações a tantas do livro de Zinsser.
Volto ao tripé que já escrevi nas crônicas: a) estude gramática formal,
inclusive para abandoná-la de quando em vez; b) leia muito; c) encontre
sua voz escrevendo e corrigindo bastante. Nem o livro do norte-americano
nem esta sabedoria curta tripartite vão garantir que surja uma Clarice
Lispector em cada lar, mas, com certeza, todos nós poderemos escrever
melhor. Nada garantirá um talento literário, mas tudo o que você puder
fazer, seguindo bons textos, pode melhorar seu desempenho na escrita.
Encerro com um trecho lapidar do nosso autor: “Uma frase clara não é
acidental. Poucas frases surgem prontas logo de cara, ou mesmo depois de
duas ou três vezes. Lembre-se disso nos momentos de desespero. Se você
acha difícil escrever, é porque é mesmo difícil”. Nunca perca a
esperança de melhorar.
A Procuradoria Geral da República pediu o arquivamento de uma série
de denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro e aliados. A medida foi
tomada pela vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, na última
segunda-feira, 25. Com um total de 68 indiciamentos, a CPI da covid
ficou marcada pelas discussões acaloradas e apelo midiático.
“Exauridas as investigações preliminares, constata-se que os fatos em
apuração não ensejam a instauração de inquérito, tampouco contêm
elementos informativos capazes de justificar, per si, o oferecimento de
denúncia em face do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e dos
demais requeridos, estando ausente justa causa”, diz Araújo no
manifesto. Ao todo, foram identificados no relatório da CPI nove crimes
praticados pelo presidente, como charlatanismo, prevaricação e emprego
irregular de verbas ou rendas públicas.
O arquivamento das denúncias virou alvo de críticas por parte de
membros da CPI. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues
(REDE-AP), enxerga oportunismo eleitoral na decisão. Após a decisão da
vice-procuradora-geral, sete senadores envolvidos na CPI, incluindo
Randolfe, solicitaram a abertura de um inquérito para investigar a ação.
Em pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal, os parlamentares
alegam prevaricação por parte de Lindôra Araújo. Nos bastidores, a
pergunta que fica é: toda a investigação produzida pela CPI da covid
pode acabar em pizza?
Para falar sobre o tema, o Estadão Notícias desta quarta-feira recebe
o repórter do Estadão em Brasília Lauriberto Pompeu, e a advogada
criminalista Raquel Lima Scalcon, professora da FGV Direito SP.
Segue para sua análise, material onde o especialista em Corporate
Venture, elenca 5 séries de diversos streamings, para se inspirar ao
empreender. Tanto histórias fictícias, como histórias verídicas,
mostrando processos e caminhos de sucesso, após passar por “perrengues”
do mundo corporativo, competições, etc.
Empreender no Brasil não é tarefa fácil. Por isso, uma dose de
inspiração é sempre bem-vinda, como assistir a séries que mostram
trajetórias de superação, estratégias comportamentais e atitudes que
motivam as pessoas a seguirem adiante com seus sonhos. “Há boas
produções que proporcionam, além do entretenimento, aprendizado, de
forma descontraída e divertida”, pontua João Gabriel Chebante,
especialista em Corporate Venture no Grupo FCamara, ecossistema de
tecnologia e inovação que potencializa a transformação dos negócios.
Pensando nisso, o especialista elenca cinco séries que considera
inspiradoras para quem está começando a empreender ou já empreende.
O Sócio
Transmitida no History Channel, a série conta a história de Marcus
Lemonis, diretor geral de uma empresa multibilionária, que sai em busca
de negócios de pequeno porte em crise. Ele é conhecido por transformar
os sonhos de empreendedores em realidade, ajudando a reerguer as
empresas em situações de crise. Com isso, ele investe seu dinheiro e
aplica sua experiência para salvar estas empresas e com isso obter mais
lucro. A série claramente mostra muitas técnicas de gestão e também de
investimentos, para colocar em prática na vida real.
WeCrashed
Sucesso na plataforma Apple+, é uma série considerada indispensável
para empreendedores. É baseada no podcast WeCrasded e traz a história
real do coworking WeWork, que ao mesmo tempo que cresceu exacerbadamente
chegando a valer 17 bilhões de dólares em investimentos, também chegou a
sua quase falência às vésperas de ir à bolsa de valores. Traz
aprendizados sobre o que fazer e não fazer como empreendedor de startups
a procura de investidores.
Shark Tank
O reality show tem diferentes versões em diversos países, sendo um
deles o Brasil. Transmitido pela Amazon Prime Video, mostra
empreendedores tentando uma chance para seus projetos de negócio. As
ideias são apresentadas a um grupo de jurados formado por investidores
bem-sucedidos, que precisam não somente aprovar as ideias, mas acreditar
nelas, pois irão se tornar sócios desses empreendedores e investirão no
crescimento dessas possíveis empresas.
Suits
Estrelada por Meghan Markle, renomada atriz e esposa do príncipe
Harry, a trama se passa em um escritório de advocacia e traz um vasto
repertório de negociações inteligentes e estratégias de persuasão
ousadas e inovadoras na resolução de casos. O roteiro gira em torno do
jovem Mike Ross, que apesar de não ter se formado, consegue uma cobiçada
posição no escritório de Harvey Specter. Eles trabalham juntos nos
casos e escondem do resto da equipe o segredo da falta de licença de
Mike para advogar. A série é transmitida na Netflix.
Silicon Valley
A comédia da HBO tem como cenário o Vale do Silício, conhecido por
ser o destino mais cobiçado pelos empreendedores e por reunir grandes
empresas de tecnologia, além de mentes brilhantes. Na série, seis amigos
programadores almejam uma carreira de sucesso. Em um determinado
momento, um deles desenvolve um algoritmo inovador e, com essa
descoberta que tem o poder de fazer muito dinheiro, ele fica no dilema
entre vender a criação para o seu chefe ou construir sua própria
startup.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00
Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá
ganhar.
1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.
Prêmio: 50 Fan Token Valeon
2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem
participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão
descontos.
Prêmio: 30% na mensalidade
3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.
Um relatório divulgado pelo Centro de Contenção de Desinformação do
governo da Ucrânia apontou o ex-presidente e pré-candidato à Presidência
da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma das personalidades
internacionais que disseminariam informações em consonância com a
propaganda russa sobre a guerra com a Ucrânia, que começou em fevereiro
após a Rússia invadir partes do país vizinho.
O relatório foi divulgado no Brasil pelo jornal Folha de S. Paulo na
segunda-feira (25/7). Lula é o único brasileiro da lista que contém
diversos políticos e intelectuais de diversos outros países como Estados
Unidos, da Europa, África e Ásia.
O relatório cita duas supostas afirmações atribuída ao ex-presidente.
A primeira é a de que ele teria dito que a Rússia deveria “encabeçar
uma nova ordem mundial” e que “Zelensky é tão culpado pela guerra quanto
Putin”.
A BBC News Brasil não localizou citações de Lula defendendo que a
Rússia deveria “encabeçar” uma nova ordem mundial. Por outro lado, o
ex-presidente fez, recentemente, críticas à atuação do presidente
ucraniano Volodymyr Zelensky na condução da crise com a Rússia.
Em entrevista à revista Time publicada em maio deste ano, Lula disse
que Zelensky seria tão responsável pela guerra quanto o presidente
russo, Vladimir Putin.
“Às vezes, fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se
estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos,
sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável
quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”, afirmou o
ex-presidente.
Especialistas em relações internacionais ouvidas pela BBC News Brasil
afirmam que as declarações de Lula podem não ser as únicas explicações
por trás da inclusão do petista na lista.
Entre os motivos apontados por elas estão o temor pela Ucrânia de um
eventual novo governo petista se reaproximar da Rússia e a suposta
ligação de setores do governo ucraniano com facções de extrema-direita.
Isso, segundo elas, explicaria a não-inclusão do presidente Jair
Bolsonaro (PL), que, assim como Lula, também fez declarações críticas a
Zelensky nos últimos meses.
“O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação.
Ele [Volodymyr Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa
situação aí”, disse Bolsonaro em fevereiro.
A BBC News Brasil enviou questionamentos à embaixada da Ucrânia e à
assessoria de imprensa do ex-presidente Lula. Nenhum dos dois enviou
respostas.
Aproximação com a Rússia
A doutora em estudos estratégicos internacionais e diretora de
pesquisa do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (Isape),
Larlecianne Piccolli, avalia que inclusão do nome de Lula na lista possa
ter a ver com o histórico das relações entre o Brasil e a Rússia
durante os governos do PT, especialmente, durante os governos do
ex-presidente Lula, entre 2003 e 2010.
Segundo a especialista, naquele período, o governo brasileiro
defendeu uma ordem internacional multipolar como uma alternativa à
hegemonia norte-americana.
Uma das formas encontradas para isso foi o incentivo à formação de
blocos como os BRICS, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul. Por essa lógica, um novo governo do petista poderia
enfraquecer os esforços feitos pela Ucrânia para isolar a Rússia no
cenário internacional.
“Me parece que a Ucrânia pode estar olhando para o futuro e vendo o
que um eventual novo governo de Lula pode significar em termos de
fortalecimento da Rússia. Acho que eles estão vendo a liderança de Lula
nas pesquisas e avaliando quais os impactos disso para a Ucrânia”,
assinala.
Para a doutora em Relações Internacionais e professora da Escola
Superior de Guerra (ESG) do Ministério da Defesa Mariana Kalil, a atual
posição do presidente Jair Bolsonaro em relação ao conflito é
considerada menos relevante que uma eventual reaproximação do Brasil com
a Rússia em um novo governo petista.
Sob Bolsonaro, o governo brasileiro condenou as agressões russas à
Ucrânia em reuniões na Organização das Nações Unida (ONU), mas o país
não aderiu as sanções econômicas aplicadas por países como os Estados
Unidos e da Europa.
Bolsonaro diz que seu governo é “neutro” em relação ao conflito,
apesar de, poucos dias antes da invasão russa, ter feito uma visita a
Putin na qual elogiou o presidente russo e o chamou de um “homem de
paz”.
“No governo de Bolsonaro, o Brasil adotou noções pró-Ocidente que são
interessantes hoje à Ucrânia. Um eventual governo Lula não teria essa
mesma visão e isso pode estar preocupando os ucranianos”, diz Mariana
Kalil.
Ligações com a extrema-direita
Mariana Kalil também destaca uma outra razão pela qual os ucranianos
teriam incluído o nome de Lula: a ligação de setores do governo
ucraniano com movimentos de extrema-direita.
Segundo ela, isso explicaria por que Lula foi mencionado enquanto
Bolsonaro, que se assume como político de direita e que também já fez
declarações críticas a Zelensky, não foi incluído.
“Esse movimento [inclusão do nome de Lula] faz sentido quando sabemos
que existe uma inserção de Zelensky dentro da extrema-direita global.
Assim, faria sentido o governo mencionar Lula, que é um político de
esquerda, e não Bolsonaro”, opina a especialista.
A lista ucraniana não cita, porém, apenas políticos e intelectuais de
esquerda. Ela cita, por exemplo, a líder do partido de direita radical
Rassemblement National (Reunião Nacional), a francesa Marine Le Pen. Ela
ficou conhecida por defender pautas anti-imigração na França e na
Europa.
As ligações entre o governo ucraniano e movimentos de extrema-direita
são frequentemente citadas pelo governo russo como um dos motivos que
levou à invasão da Ucrânia pelos militares do país.
O tema é considerado sensível. A Rússia, por exemplo, disse que um
dos objetivos de sua invasão à Ucrânia era “desnazificar” o país. O
presidente Zelensky, no entanto, é judeu.
Em entrevista à BBC News Brasil em março, o professor aposentado de
História da Universidade de Alberta, no Canadá, John-Paul Himka, disse
que os níveis de tolerância política com a movimentos de extrema direita
na Ucrânia são semelhantes aos encontrados em outros países do mundo.
“Temos de olhar o contexto global mais amplo da tolerância da Ucrânia
em relação à extrema direita. Eu vivo no Canadá. Recentemente, os
postos de fronteira e a capital foram cercados pelo movimento de extrema
direita dos comboios”, disse o especialista.
Larlecianne Piccolli, porém, concorda com Mariana Kalil.
“É de conhecimento público que há laços de setores do governo
ucraniano com movimentos de extrema-direita. Se você soma isso a um
possível temor sobre o que podem representar as eleições no Brasil para a
estratégia ucraniana, é possível entender melhor o que pode ter
motivado a entrada de Lula nessa lista e a ausência de Bolsonaro”, diz
Larlecianne.
Em entrevista à TV Globo veiculada nesta semana, Zelensky negou a
existência de grupos de extrema direita atuando no leste da Ucrânia
contra a invasão russa.
Apesar das declarações, há evidências de que grupos de extrema
direita como o Batalhão Azov, que luta contra a ocupação russa desde a
invasão da Crimeia, em 2014, mantém relações com o governo ucraniano.
Mariana Kalil diz que inclusão do nome de Lula nessa lista acontece,
ainda, em meio à proximidade de um exercício militar que será realizado
pela Rússia, China e Irã na Venezuela, previsto para agosto deste ano.
“No Brasil, um dos argumentos usados pela direita radical contra a
esquerda é o suposto risco de venezuelização do país. Considerando o
contexto do exercício militar, ligar o nome de Lula à Rússia pode
ressuscitar esse tema”, assinala a especialista.
Recado a americanos
Mariana Kalil aponta um terceiro motivo para a inclusão de Lula na
lista de supostos disseminadores de propaganda russa: pressão sobre os
americanos.
Segundo ela, à medida em que a Ucrânia veria um governo petista mais
próximo da Rússia que o de Bolsonaro, a menção a Lula teria o objetivo
de pressionar os americanos sobre o que pode acontecer no Brasil a
partir de 2023.
“Acho que eles querem dizer o seguinte: ‘Americanos, olhem para o que
pode acontecer no Brasil. Isso não será bom para nós'”, conclui a
especialista.
Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios, em Brasília.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Entre os administradores há uma parábola usada como recurso didático
para ensinar que um profissional ou uma empresa deve saber o que precisa
ser feito e, principalmente, por que deve ser feito. Conta-se que um
operário de estrada de ferro estava havia 35 anos na função e, prestes a
se aposentar, foi entrevistado para falar de seu trabalho. Perguntado
sobre o que fazia, ele respondeu que sua tarefa diária consistia em
esperar os trens que chegavam à estação; assim que paravam, ele pegava
um grande martelo, batia nas rodas dos vagões e ouvia atentamente o
estrilar do martelo sobre as rodas. Questionado sobre por que fazia
aquilo e com que finalidade, ele respondeu: “executo esse trabalho há 35
anos, nunca me perguntaram isso e eu também nunca fiz essa pergunta a
ninguém”.
Essa parábola ensina que, de vez em quando, as pessoas
individualmente e a sociedade como um todo devem se perguntar por que
fazem determinadas coisas e por quais razões as fazem, como condição
para avaliar os resultados e as consequências das ações humanas e dos
atos do governo. Para esclarecer, o motivo pelo qual o velho operário
batia nas rodas dos vagões era simples: pelo som produzido das batidas
do martelo, era possível reconhecer alguma rachadura nas rodas. Aquela
tarefa tinha uma finalidade, embora seu executor a realizasse por hábito
e rotina, sem atentar para as finalidades e consequências.
Possivelmente, àquela altura, as rodas modernas dos trens já não exigiam
a verificação de rachaduras, pois a tecnologia dos materiais havia
superado aquela vulnerabilidade.
A subsidiariedade não é ignorada apenas quando se propõe o “Estado
mínimo” ou “Estado guarda-noturno”; na verdade, é mais frequente que ela
seja atropelada para que prevaleça o intervencionismo
A moral dessa narrativa pode ser aplicada ao governo e ao aparato
estatal, de modo que é necessário e útil aos políticos, às autoridades e
à sociedade que, de vez em quando, reflitam sobre para que serve o
governo, quais funções ele deve manter, quais deve eliminar e
eventualmente que novas tarefas lhe devem ser atribuídas. Sabemos, por
exemplo, que há eventos extremos cuja solução foge à capacidade
individual, ou mesmo da sociedade civil organizada, exigindo ação
coletiva, a presença do Estado e a montagem de uma máquina pública. É o
caso, por exemplo, da invasão do país por um exército estrangeiro, em
que a defesa somente é viável pela formação de um exército nacional
cujos custos sejam pagos por toda a nação; ou, então, de uma pandemia,
cuja superação passa pela coordenação das medidas adotadas por todos os
membros da comunidade, de forma a conter a contaminação e cessar o
processo. Um caso mais corriqueiro e que não envolve circunstâncias
extraordinárias é o da segurança pública e da justiça, que exigem um
aparato de vigilância, policiamento e repressão aos atos de agressão
entre os membros da comunidade, seguido de um sistema de investigação,
processo, julgamento e punição dos responsáveis por atos violentos.
Os exemplos acima são tidos como óbvios, mas convém lembrar que não
há somente um tipo de estrutura de aparato estatal e da forma de
governo. A máquina pública e as leis que regulam as atividades estatais
podem ser diferentes para o cumprimento de determinado serviço ou
função. E, de fato, um Estado que se dedicasse apenas a garantir a lei, a
ordem, a paz, a liberdade e a justiça, eximindo-se de todo o resto – o
apelidado “Estado guarda-noturno” –, estaria aquém do que ele pode fazer
tendo em vista a busca pelo bem comum. O Estado pode e deve auxiliar a
sociedade nessa busca (sem tomá-la toda para si), sempre dentro de um
papel subsidiário, o que inclui a execução de um projeto de
desenvolvimento e o incentivo ao florescimento de vocações econômicas,
culturais e artísticas; o Estado, assim, torna-se não o protagonista,
mas um instrumento da sociedade para que a ajude a realizar as escolhas
feitas por ela.
A reflexão sobre a submissão do Estado, do governo, dos burocratas e
dos políticos a seu papel de instrumentos da sociedade e ao objetivo
maior da busca pelo bem comum leva a questionamentos e ajuda a melhorar o
aparelho estatal e o governo. A subsidiariedade não é ignorada apenas
quando se propõe o “Estado mínimo” ou “Estado guarda-noturno”; na
verdade, é mais frequente que ela seja atropelada para que prevaleça o
intervencionismo, deixando o gigante estatal livre para estender seus
tentáculos, avançar em funções que não lhe competem, criar vantagens e
benefícios para os o tripulam e o manipulam, tornando-se cada vez maior
e, assim, sufocando a sociedade em termos financeiros e redução das
liberdades e direitos individuais.
Muitos são os governos que exploram os membros da sociedade
duplamente: uma vez, cobrando altos impostos para sustentar a máquina
pública cara e gastadora e, uma segunda vez, usando o dinheiro para
sufocar e oprimir a população que a sustenta. É por demais contraditório
um governo sobrecarregar a população com elevada carga tributária e
usar o dinheiro contra a liberdade e o bem-estar dessa mesma população.
Cuba, Coreia do Norte e Venezuela são três exemplos atuais de aparatos
estatais e governos ditatoriais que tributam pesadamente seus habitantes
enquanto maltratam em termos econômicos, políticos e sociais esses
mesmos habitantes. É a consecução clara da máxima dita pelo filósofo
Karl Jaspers: “O Estado é um pai terrível que, ainda por cima, deseja
ser amado”.
O Brasil já atingiu o limite máximo aceitável de uma carga tributária
(a carga efetivamente arrecadada está em 34% da renda nacional, mas a
carga tributária nominal é muito maior, pois há sonegação, inadimplência
e renúncias fiscais) e, a cada eleição, as promessas de muitos
candidatos, se levadas a sério, significam retirar mais dinheiro da
população, invariavelmente para aumentar regulamentos e reduzir as
liberdades econômicas e individuais. Em ano de eleições, fica o alerta
ao povo brasileiro para não permitir que o gigantismo estatal e os maus
governos se tornem os algozes e carrascos do povo que paga sua
existência, suas benesses, suas ineficiências e sua corrupção.
Símbolo nacional, bandeira do Brasil foi pisoteada pela cantora
Bebel Gilberto, em show nos EUA na semana passada| Foto: Bigstock
A
cantora Bebel Gilberto pisou na bandeira do Brasil, durante um show na
última terça-feira (19), em um teatro na cidade de Menlo Park, na
Califórnia, Estados Unidos. O ato começou a repercutir no sábado (23),
após postagens do vídeo nas redes sociais, causando a indignação de
brasileiros. Durante a apresentação, a filha de João Gilberto e Miúcha
aparece interagindo com o público, quando recebe da plateia a bandeira
verde e amarela em um mastro. Após andar pelo palco com o símbolo
nacional, ela diz em inglês “Eu não gosto de fazer isso, porque não sou
Bolsonaro”.
Em meio a gritos e vaias, Bebel joga a bandeira brasileira no chão e
sai pisoteando. Logo em seguida, completa “Desculpem, eu não deveria ter
feito isso. Mas estou orgulhosa de ser brasileira ou não?”, antes de
começar a cantar ‘Bananeira’.
No sábado (23), o ex-secretário especial de Cultura Mario Frias
postou no Twitter o vídeo, criticando o ato. “Esta é Bebel Gilberto,
filha do compositor João Gilberto, sobrinha de Chico Buarque. Vejam o
que ela fez com a bandeira do Brasil recebida de um espectador em San
Francisco. Essa gente não sente nada pelo Brasil. Gostam apenas de se
beneficiar do que o povo pode lhes proporcionar. (…) Os brasileiros
desprezam certos ‘artistas’ que só pensam em si e em suas contas gordas.
Depois vem juíza dizer que a bandeira se tornou símbolo de um lado
político. Não, a bandeira do Brasil é dos brasileiros, só que alguns
fazem questão de expressar o quanto odeiam o próprio país.”
Horas depois, Bebel Gilberto escreveu um texto se retratando, em sua
conta no Instagram. “Foi um ato impensado meu, porque se tivesse tido
tempo de raciocinar teria me ocorrido que eu estava entregando de
presente para a extrema-direita uma imagem com a qual poderiam destilar o
seu ódio repugnante e o seu falso patriotismo – essa gente que
sequestrou os símbolos nacionais e corrói a democracia brasileira com o
seu projeto autoritário de poder… Foi por esse motivo que soltei o nome
do inominável no meu gesto impulsivo no palco. Imediatamente depois,
porém, me dei conta de que a bandeira também pertence a todos os
brasileiros e me desculpei com o público”, justificou.
Na postagem, que não tem permissão para comentários, a cantora
incluiu um vídeo completo do ato, mostrando a parte em que se desculpa.
“O excelentíssimo Secretário de Cultura, no entanto, ignorou essa parte
do vídeo e fez aquilo que sabe fazer de melhor. Não, não é escrever o
português com erros, mas manipular a informação para instigar a base de
fanáticos que o segue”, escreveu, em referência à postagem de Mario
Frias.
No vídeo, Bebel para de cantar “Ok, eu acho que vocês ficaram com
raiva porque eu fiz aquilo com a bandeira do Brasil, né?”, pega a
bandeira, acaricia, beija e pede desculpas “desculpa, bandeira,
desculpa, Brasil”, em tom dramático. “Pedido de desculpas ou deboche?”,
rebateu Frias, pelo Twitter, nesta segunda-feira (25).
O que diz a legislação De acordo com Ivan Morais Ribeiro, mestre
em Direito e especialista em Ciências Criminais, a legislação em vigor
atualmente no Brasil não prevê crime de ultraje à bandeira nacional.
Embora o artigo 44 do Decreto-lei 898/1969 (“Destruir ou ultrajar a
bandeira, emblemas ou símbolos nacionais, quando expostos em lugar
público”, cuja pena prevista era detenção de 2 a 4 anos) esteja sendo
citado por alguns juristas nesse caso, o dispositivo foi revogado por
leis posteriores.
O artigo 41 da Lei 6.620/1978 ainda fazia referência ao mesmo crime,
mas sua substituta, a Lei de Segurança Nacional (7.170/1983), deixou de
colocar como contravenção o ultraje à bandeira. “Ocorreu então a
abolitio criminis. Esta ainda foi revogada pela Lei 14.197, de 1º de
setembro de 2021, que também não previu nenhum tipo de crime de ultraje à
bandeira”, acrescenta Ribeiro.
O especialista também afirma que o ato da cantora não se enquadra nas
penalidades do artigo 35 da Lei 5.700/1971, como alguns veículos de
comunicação noticiaram. Ribeiro recorda que, em 2016, o deputado Carlos
Bezerra apresentou um Projeto de Lei para incluir no artigo 35-A nesta
lei: “Destruir ou ultrajar os símbolos nacionais quando expostos em
lugar público: Pena – detenção, de um a dois anos e multa”. “A
proposição ora apresentada tem por objetivo corrigir uma falha em nossa
legislação penal: o Brasil não protege a Bandeira Nacional nem os demais
símbolos nacionais. Qualquer um que os destrua ou ultraje, não sendo
militar, não comete nenhum ilícito penal”, afirmava o parlamentar no
texto de justificativa. A matéria foi apensada ao PL 3.113/2020, que
ainda tramita na Câmara.
“Em suma, não há contravenção ou crime na conduta da Bebel”, resume o
jurista, afirmando que o debate pode ser uma oportunidade de “provocar o
legislativo para se manifestar sobre o assunto”.
A preocupação com a bandeira como um símbolo nacional divide opiniões
em diversos países. Nos Estados Unidos, em 1989 a Suprema Corte
deliberou que ultrajar a bandeira faz parte da liberdade de expressão
prevista na Primeira Emenda. No controverso caso Texas vs. Johnson, a
Corte decidiu a favor de Gregory Lee Johnson (5 votos contra 4),
manifestante que queimou a bandeira norte-americana em um ato político. A
decisão do Supremo foi reiterada em 1990, um ano depois de entrar em
vigor a Lei de Proteção à Bandeira. Em 2006, o Congresso dos EUA tentou
emendar a Constituição para proibir a profanação da bandeira, mas o
esforço não foi aprovado por um voto no Senado.
Onde está a Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB? Porque todo dia há
um caso no qual se passa com o trator por cima dos direitos e garantias
fundamentais, cláusulas pétreas, princípios básicos do direito. O último
foi a prisão desse sujeito. Discordo totalmente do estilo dele, da
linguagem, discordo de tudo. Agora, a Constituição diz que há a
liberdade de expressão, não haverá censura e fala do devido processo
legal.
O sujeito ameaçou pendurar os juízes do Supremo de cabeça para baixo e
está preso, no presídio de Belo Horizonte. Mas preso pelo ofendido,
como pode? Isso já não é mais devido processo legal. O sujeito pode até
ser preso em flagrante se a ameaça dele está em vias de se realizar, se
ele demonstra que tem condições para fazer isso. Imediatamente,
inclusive, para obter alguma vantagem, a satisfação de alguma coisa.
Discordo totalmente do estilo dele, da linguagem, discordo de tudo.
Agora, a Constituição diz que há a liberdade de expressão, não haverá
censura e fala do devido processo legal
Agora, se está dizendo isso de bobeira, merece uma queixa para
investigar o sujeito, mas para ser ameaça em si, os juristas me dizem
que é preciso demonstrar a ameaça. No entanto, ele já está no presídio.
Ele ameaçou o ministro do Supremo e foi o ministro do Supremo que
mandou prendê-lo. Não faz sentido nenhum. Ninguém entende. Cidadão
interessado no devido processo legal, um estudante de primeiro semestre
de Direito, não entende isso. A OAB, contudo, sempre foi muito ciosa dos
direitos e garantias fundamentais, e está num silêncio ensurdecedor em
relação a tudo que temos visto de agressões à Constituição.
Eu sei que o Senado é que seria o foro próprio para investigar o que
há por trás disso, mas a OAB também está abandonando com o seu silêncio
uma tradição que a manteve tão respeitada. Agora, os próprios advogados
se perguntam onde está?
Falando desse assunto, a CPI da Covid fez aquele barulho todo, e era
para fazer mesmo, é o que eles queriam. Caixa de som, carro de som,
palanque, inquisição, gritaria, ofensas, coisas ridículas, uma tragédia
para a história do Senado. Fez um relatório imenso.
O senador Renan Calheiros foi para a Polícia Federal, que está
pedindo há meses provas que ele não tem, mas também foi para a
Procuradoria Geral da República, para apresentar a denúncia contra o
presidente, conforme o relatório da CPI encaminhou, como se fosse um
delegado de polícia fazendo um inquérito. E agora, a subprocuradora
geral, Lindôra Araújo, avisa o Supremo que não tem nem sequer o menor
indício de crime contra o presidente. Nada que se aproxime de uma
conclusão de que ele tem que ser denunciado. Ou seja, foi um relatório
que cai no ridículo e que deve ser cobrado, porque gastou muito do
dinheiro do povo para fazer aquilo.
A tentativa política era de tentar impedir a candidatura de
Bolsonaro, passaram um recibo de que estavam com medo de sua
candidatura. Isso já foi por terra e agora vai para o lixo completo.
O segundo objetivo, no entanto, foi aproveitar-se daqueles cúmplices,
que mesmo sabendo que aquilo não era notícia, que era uma coisa
ridícula, consideraram sério e jogaram para o país inteiro esse comício
que foi a CPI. Seria apenas ridículo se não tivesse prejudicado tanta
gente, inclusive os que morreram, porque ouviam na CPI dizer que não
existe tratamento, ouviam que tinha que se trancar em casa, ficaram sem
renda, sem liberdade, porque a CPI apoiou os atos que romperam cláusulas
pétreas da Constituição. É bom a gente jamais se esquecer disso.
A última coisa que o Brasil precisa neste
momento e para o futuro imediato, sem dúvida nenhuma, é mais crime – a
principal forma de opressão que existe hoje em dia contra os cidadãos
brasileiros em sua vida cotidiana. É um prodígio, assim, que um dos
candidatos à presidência da República nas próximas eleições, o
ex-presidente Lula, seja um defensor aberto e agressivo dos criminosos e
do crime. Ele prega uma “política de desencarceramento” para condenados
por tráfico de drogas em seu governo – ou seja, quer tirar bandidos na
cadeia, em vez de tirar da circulação os criminosos impunes que
desgraçam a população todos os dias, e cada vez mais. Seus aliados
próximos exigem do STF a liberação do uso e porte de drogas “em pequena
quantidade”. Lula faz discursos indignados em favor do roubo de
celulares, ao defender, como se fossem vítimas, “os meninos” que se
dedicam a esse tipo de crime; acha um “absurdo” a polícia prender ladrão
de celular, “enquanto crianças passam fome”, etc. etc. Disse que
policiais não são seres humanos; quis voltar atrás, depois, mas já tinha
dito. Fez questão de declarar sua solidariedade a um militante petista
processado por tentativa de homicídio.
Nunca antes, numa campanha eleitoral neste país, se viu um candidato
tão apaixonado na defesa do crime. Lula, naturalmente, diz que isso é
“política social”; afinal, ele sempre afirmou que os bandidos não são os
agressores, mas as vítimas da sociedade. Na sua visão de governo, devem
ser protegidos da polícia e da justiça, e não combatidos por elas. É
uma teoria estúpida, pois jamais resultou na recuperação de criminoso
nenhum, e sim em mais crime. O que você acha que acontece quando soltam
bandidos que estão na penitenciária: o número de crimes vai aumentar ou
diminuir? Já não chegam as dezenas de milhares de delinquentes que estão
soltos – e roubam, matam e estupram todos os dias? Pois então: Lula
quer colocar mais dessa gente na rua. Isso é ser a favor ou contra o
crime, na prática? E as drogas? “Pequenas quantidades” de heroína nas
escolas, por exemplo, ou de cocaína – isso vai deixar o Brasil melhor,
mais próspero ou mais justo? Ninguém precisa de uma “grande dose” de
heroína para começar a sua ruína. Os únicos que precisam desta
“descriminalização”, e que vão lucrar com ela, são os traficantes e o
crime organizado.
Ele prega uma “política de desencarceramento” para condenados por
tráfico de drogas em seu governo – ou seja, quer tirar bandidos na
cadeia, em vez de tirar da circulação os criminosos impunes que
desgraçam a população todos os dias, e cada vez mais
É aí, na verdade, que está o maior câncer da sociedade brasileira nos
dias de hoje: poucos países do mundo, provavelmente nenhum, favorecem
tanto o crime quanto o Brasil. Ano após ano, muda-se as leis para
beneficiar diretamente os criminosos – eles têm cada vez mais direitos,
mais garantias, mais instrumentos legais para escaparem das punições,
mais proteção da justiça, mais privilégios e mais impunidade. Os
policiais, ao contrário, são perseguidos cada vez mais, como se os
inimigos da sociedade fossem eles, e não os bandidos. A cada lei nova
que o Congresso aprova, menos direitos e mais riscos o policial
brasileiro tem – a ponto de que hoje, do ponto de vista legal, é mais
perigoso ser um policial do que ser um assaltante, homicida ou
estuprador. É o resultado direto da perseguição feita o tempo todo aos
policiais pelo Supremo, pelo Ministério Público, pela corregedoria da
polícia, pelos governadores de Estado, pela Defensoria Pública, pelos
grupos de “direitos humanos”, pela mídia em peso. Na prática, todos eles
estão defendendo diretamente o crime e as organizações criminosas.
Negam, é claro – mas é exatamente isso o que acontece no mundo das
realidades concretas.
A legislação penal brasileira jamais, em momento algum, pensa nas
pessoas honestas, inocentes e indefesas que são vítimas do crime – nem
em seus direitos, ou na proteção que teriam de receber da autoridade
pública. O “direito à vida” que a Constituição lhes garante é uma piada;
o direito realmente garantido no Brasil é o de quem mata. Como poderia
ser diferente? As leis brasileiras, há anos, são escritas pelos que
estão nos degraus mais altos do crime, com os bilhões que têm, a
influência que exercem e o terror que impõem. Fazem isso através dos
escritórios milionários de advocacia penal, que armam desde a redação
até a aprovação das leis no Congresso. Quem pode se esquecer do grupo de
advogados que dá a si mesmo o nome de “Prerrogativas” e que está
fechado com Lula para a presidência? Um de seus membros mais destacados
disse em público, numa festa feita em São Paulo para o seu candidato, o
que parece ser o lema do grupo: “Se o crime já ocorreu, para que punir?”
Ele estava se referindo, no caso, aos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro pelos quais Lula foi condenado em três instâncias e
por nove magistrados diferentes – algo que ajuda a deixar claro porque o
ex-presidente está do lado em que está. Mas acaba mostrando de forma
admirável porque vivemos hoje no meio desta calamidade toda. O crime
prospera no Brasil, e vai prosperar cada vez mais, porque as elites, que
jamais têm problemas de segurança consigo mesmas, trabalham a favor dos
grandes criminosos.
Manguezais aumentam a produtividade da pesca, armazenam mais carbono no solo e protegem regiões costeiras
● Comemorado nesta terça-feira, 26 de julho, Dia de Proteção
aos Manguezais lembra riscos e ameaças a um dos ecossistemas mais
generosos e produtivos da Terra
● Estudo da Fundação Grupo Boticário estima que manguezais são capazes de gerar R$ 5 bilhões ao Brasil
● Pesquisa mostra que 58% dos brasileiros nunca visitaram um manguezal
● Manguezais estão presentes em 338 municípios brasileiros,
onde vivem 44 milhões de pessoas, o que representa 20% da população
Um dos ambientes marinhos mais produtivos e generosos da Terra, os
manguezais são capazes de oferecer serviços ecossistêmicos valiosos e
gerar ao Brasil benefícios socioeconômicos estimados em US$ 5 bilhões,
relacionados especialmente à pesca e ao turismo, conforme demonstra a
publicação Oceano sem mistérios: desvendando os manguezais, organizada
pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Apesar de estarem
presentes em 338 municípios brasileiros, onde vivem 44 milhões de
pessoas, o que representa 20% da população, e terem sua importância cada
vez mais reconhecida pelos cientistas, esses ecossistemas ainda não são
tão conhecidos e valorizados pela população.
Outra pesquisa realizada pela Fundação Grupo Boticário, em parceria
com a Unesco e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra que
58% dos brasileiros nunca visitaram um manguezal, frente a 90% das
pessoas que já estiveram na praia ao menos uma vez.
“Em algumas localidades, os manguezais contribuem com até 50% da
pesca artesanal, alimentando o ciclo de vida de espécies marinhas de
grande valor comercial, como robalos, tainhas, siris, ostras e
caranguejos. Por suas paisagens únicas, o turismo é outra atividade que
se beneficia desses ecossistemas”, explica Emerson Oliveira, gerente de
Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza.
A pesquisa “Oceano sem mistérios – A relação do Brasileiro com o mar”
mostra que o número de brasileiros que já visitaram manguezais é um
pouco maior no Nordeste, onde chega a 61%, e também revela que 83% da
população conhecem os manguezais, ao menos de ouvir falar. O estudo
aponta que ambientes marinhos como costões rochosos, dunas, falésias,
restingas, recifes de corais e manguezais são bem menos conhecidos e
visitados pela população em comparação às praias.
O professor Ronaldo Christofoletti, do Instituto do Mar da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Rede de
Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), lembra que, assim como
todos os ambientes florestais, os manguezais são alvo de desmatamento.
“Por estarem em zonas costeiras, esses ambientes sofrem muitas pressões
econômicas. A expansão imobiliária é uma das principais ameaças atuais”,
afirma.
O pesquisador explica que os manguezais também sofrem com resíduos e
poluentes que vem dos rios e das praias. “Tudo o que vem pelos rios vai
parando no manguezal. Ele funciona como um filtro, que acumula esses
resíduos, poluentes químicos e todo o tipo de lixo descartado de forma
incorreta. Por causa de suas raízes aéreas, os manguezais concentram
muitos sedimentos e resíduos, fato que, inclusive, é usado pelos mal
intencionados para justificar sua remoção”, salienta Christofoletti.
Outras atividades de impacto negativo são mineração, sobrepesca,
agricultura e a carcinicultura, a criação de camarão em cativeiro.
Estudos indicam que 25% de toda a extensão de áreas de manguezais já
tenham sido perdidas no Brasil – sendo 36 mil hectares convertidos em
tanques para criar camarões somente entre 2013 e 2016, conforme alertam
os dados apresentados na publicação “Oceano sem mistérios: desvendando
os manguezais”, organizada pela Fundação Grupo Boticário.
O Brasil possui uma extensão de 6.786 quilômetros de manguezais ao
longo de 16 estados costeiros – do Amapá até Santa Catarina. “Esses
ambientes contribuem significativamente para a manutenção da vida
marinha, sendo o espaço apropriado para a reprodução e desenvolvimento
de inúmeras espécies. Também são importantes para a proteção costeira,
oferecendo segurança diante do aumento do nível do mar provocado pelas
mudanças climáticas. O manguezal é capaz de prevenir a erosão da costa,
preservando a infraestrutura urbana, e proteger as regiões costeiras
contra a força das marés e dos ventos fortes vindos do mar, além do
elevado potencial para a retenção de carbono em suas raízes”, explica o
gerente da Fundação Grupo Boticário.
Estudos demonstram que 100 metros de manguezal reduzem a força das
ondas em cerca de 60%. No tsunami que devastou Sumatra, na Indonésia, em
2004, nas comunidades onde havia manguezal a fúria das ondas foi
reduzida e houve um impacto muito menor em comparação aos locais que
substituíram os manguezais por resorts. Sem manguezais, há redução da
qualidade da água, perda do carbono acumulado e redução dos estoques
pesqueiros. Essas áreas sequestram 57% mais carbono do que outros tipos
de vegetação tropical, inclusive a floresta amazônica. “Em tempos de
mudanças climáticas, esse é mais um fator que nos obriga a proteger os
nossos manguezais”, frisa o professor da USP.
Christofoletti enfatiza que o esforço para a conservação não é apenas
uma questão ambiental, mas também econômica, social, cultural e ética.
“Difundir o conhecimento a respeito do valor dos manguezais e dos
estuários, mostrando a importância dessas zonas de transição entre a
terra e o mar, especialmente para a vida das comunidades tradicionais, é
também um dos desafios da Década da Ciência Oceânica para o
Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), uma iniciativa da Organização
das Nações Unidas (ONU)”, comenta o professor, que é membro do Grupo
Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da UNESCO. “Precisamos
chamar a atenção de toda a sociedade para a importância de proteger
efetivamente esses berçários marinhos para que tenhamos um
desenvolvimento sustentável dos ambientes costeiros e, consequentemente,
possamos preservar a saúde do oceano e a vida em nosso planeta”,
conclui.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca
de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior
que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da
natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas,
biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores
universitários – de referência nacional e internacional – que se
voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas,
trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações
de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é
uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os
pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a
opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em
www.fundacaogrupoboticario.org.br
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 31 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das
principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a
natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da
biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e
apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de
soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos.
Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege
duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do
Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do
Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais,
busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é
fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual
presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A
instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da
Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.