quarta-feira, 27 de julho de 2022

DOIS GRANDES PARTIDOS NÃO SE ENTENDEM ELEITORALMENTE

 

Convenções

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião deliberativa com 19 itens. Entre eles, o PLS 505/2013, que cria a Tarifa Social de Água e Esgoto. À mesa, presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado


O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Vi uma entrevista do delegado-chefe da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia do Rio de Janeiro, queixando-se de que o Supremo proibiu a polícia de entrar nas favelas, nas comunidades, nos morros, a não ser em ocasiões especiais, e afirmando que isso tem proporcionado o crescimento do crime, do seu arsenal e das suas defesas. De fato: vi fotos que fariam inveja à Linha Maginot – aquela que os franceses construíram para evitar uma invasão alemã –, de aço com lanças, com barricadas de fogo em óleo, um óleo escorregadio nas ladeiras. E não tem como passar blindado da polícia. O delegado se queixou disso, mas foi decisão do Supremo.

O ministro que deixou a violência prosperar no morro fala em combater a violência na eleição
Por coincidência, ainda ontem o ministro Edson Fachin, que foi quem tomou a iniciativa de proibir as operações nos morros, disse que a Justiça Eleitoral não medirá esforços para agir a fim de coibir a violência como arma política. Como assim? Fica paradoxal. Até porque coibir a violência é função da polícia, principalmente o policiamento ostensivo. Coibir a violência que a gente viu na Avenida Paulista, pessoas com barras de ferro quebrando vidro; que vimos em Curitiba, pessoas jogando vidro, botando fogo na bandeira… tomara que não aconteça mais isso, inclusive no 7 de setembro, em que vamos comemorar 200 anos de nossa independência, nossa data nacional máxima. Mas, então, não creio que coibir a violência seja função da Justiça Eleitoral, é da segurança pública.


Temporada de convenções mostrará que a terceira via não tem força nenhuma
Dois grandes partidos não sabem mais que rumo tomar
E, por falar em eleições, esta quarta é dia da convenção do MDB e do PSDB. Ninguém sabe que convenção vai ser essa, porque uma parte do MDB apoia Bolsonaro, outra parte apoia Lula, e uma parte diz que apoia Simone Tebet – o que seria o natural, pois ela é do MDB. Os 11 diretórios que apoiam Lula não queriam nem que a convenção fosse realizada agora, queriam que fosse no último dia do prazo, 5 de agosto, para conseguir resolver os impasses.

Qual é o impasse? É o fato de um grande partido mais uma vez não ter um candidato competitivo. Até Ulysses Guimarães, que era o líder máximo do PMDB, teve uma derrota em que ficou com 3% dos votos na eleição em que Collor e Lula foram para o segundo turno. Na eleição seguinte, Orestes Quércia, que foi outro grande líder do partido, ex-governador de São Paulo, fez 4%. Na última eleição, Henrique Meirelles perdeu para o Cabo Daciolo na campanha que mais gastou, R$ 60 milhões, um recorde. E agora a sina do MDB se concentra na senadora Simone Tebet, que acreditou que a CPI da Covid lhe daria essa projeção nacional que ainda não tem. Seu nome é restrito ao Mato Grosso do Sul, as pessoas não sabem quem ela é.

E os tucanos, até a última hora, estavam fechando com o MDB para formar chapa. O MDB daria a cabeça de chapa e os tucanos dariam o vice, o senador Tasso Jereissati, que decidiu cair fora. No fim, o Cidadania – novo nome do Partido Comunista Brasileiro – foi quem deu o vice. É um vexame. Os tucanos gastaram toda a sua energia e muito dinheiro, R$ 12 milhões se não me engano, na disputa interna entre Doria e Leite. É a sina dos tucanos: seus maiores adversários são eles próprios e a indecisão. Fernando Henrique Cardoso parece que já está fora, não aparece mais, acho que ficou desgostoso dos resultados; ele seria o líder máximo do partido, mas a gente nem o ouve mais falando. Essa é a sina de dois grandes partidos.


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ESCREVER BEM FAZ BEM

  1. Cultura 

“Se há duas frases, a mais direta e simples é a melhor”, ensina William Zinsser em livro

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

É possível melhorar o texto de alguém? William Zinsser acha que sim. No meio da década de 1970, ele decidiu transformar seu curso sobre escrita, em Yale, em livro. Desde 1976, Como Escrever Bem influencia muita gente (On Writing Well. São Paulo: editora Fósforo, 2021. Tradução de Bernardo Ajzenberg). 

O livro é claro e direto, sendo um exemplo em si das normas que ele debate. Um candidato a autor deve, ele diz logo à partida, evitar o excesso. Superar o defeito de muitas palavras! Cortar, eliminar a abundância desnecessária. Se o conselho já é bom para quem cultiva jornalismo nos EUA, imagine-se no Brasil, onde a tradição bacharelesca associou rebuscamento à erudição e à inteligência. O autor identifica, inclusive, expressões longas. Você imaginou a frase “perdeu totalmente a habilidade para” e seria melhor “não conseguiu”. Uma verdadeira “navalha de Ockam” da escrita: se há duas frases, a mais direta e simples é a melhor. Escrever é cortar. 

Escrita
‘Quando escrevemos sobre algo que estamos atravessando somos obrigados a colocar as coisas em ordem para que façam algum sentido’ Foto: Pixabay

Alguns conselhos são gramaticais: advérbios e adjetivos são, com frequência, dispensáveis. Os parágrafos devem ser curtos. Há diretrizes mais metodológicas: reescrever é aperfeiçoar a escrita. Todo escrito apresenta algum problema com o começo; aceite o entrave dos princípios. Outras são digressões sobre subjetividade e pessoalidade de um texto. Há muitas indicações preciosas que me fizeram pensar e repensar o ato de escrever. 

O bom do livro é que apresenta capítulos específicos para entrevistas, depoimentos, histórias de família. Em alta nos EUA e ainda engatinhando por aqui, existem as histórias familiares. Ele oferece muitas indicações para quem se aventura nesse campo. 

Não quero acrescentar mais indicações a tantas do livro de Zinsser. Volto ao tripé que já escrevi nas crônicas: a) estude gramática formal, inclusive para abandoná-la de quando em vez; b) leia muito; c) encontre sua voz escrevendo e corrigindo bastante. Nem o livro do norte-americano nem esta sabedoria curta tripartite vão garantir que surja uma Clarice Lispector em cada lar, mas, com certeza, todos nós poderemos escrever melhor. Nada garantirá um talento literário, mas tudo o que você puder fazer, seguindo bons textos, pode melhorar seu desempenho na escrita. 

Encerro com um trecho lapidar do nosso autor: “Uma frase clara não é acidental. Poucas frases surgem prontas logo de cara, ou mesmo depois de duas ou três vezes. Lembre-se disso nos momentos de desespero. Se você acha difícil escrever, é porque é mesmo difícil”. Nunca perca a esperança de melhorar.

 

CPI DA COVID VAI ACABAR EM PIZZA

 

Uesley Durães, especial para o Estadão

A Procuradoria Geral da República pediu o arquivamento de uma série de denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro e aliados. A medida foi tomada pela vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, na última segunda-feira, 25. Com um total de 68 indiciamentos, a CPI da covid ficou marcada pelas discussões acaloradas e apelo midiático.

“Exauridas as investigações preliminares, constata-se que os fatos em apuração não ensejam a instauração de inquérito, tampouco contêm elementos informativos capazes de justificar, per si, o oferecimento de denúncia em face do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e dos demais requeridos, estando ausente justa causa”, diz Araújo no manifesto.  Ao todo, foram identificados no relatório da CPI nove crimes praticados pelo presidente, como charlatanismo, prevaricação e emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

O arquivamento das denúncias virou alvo de críticas por parte de membros da CPI. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), enxerga oportunismo eleitoral na decisão. Após a decisão da vice-procuradora-geral, sete senadores envolvidos na CPI, incluindo Randolfe, solicitaram a abertura de um inquérito para investigar a ação.

Em pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal, os parlamentares alegam prevaricação por parte de Lindôra Araújo. Nos bastidores, a pergunta que fica é: toda a investigação produzida pela CPI da covid pode acabar em pizza?

Para falar sobre o tema, o Estadão Notícias desta quarta-feira recebe o repórter do Estadão em Brasília Lauriberto Pompeu, e a advogada criminalista Raquel Lima Scalcon, professora da FGV Direito SP.

Estadão Notícias está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência.

Apresentação: Gustavo Lopes

Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg, Bárbara Rubira, Gabriela Forte  e Uesley Durães.

Montagem: Moacir Biasi

FILMES SOBRE EMPREENDEDORISMO

 

João Gabriel Chebante – Fcamara

Segue para sua análise, material onde o especialista em Corporate Venture, elenca 5 séries de diversos streamings, para se inspirar ao empreender. Tanto histórias fictícias, como histórias verídicas, mostrando processos e caminhos de sucesso, após passar por “perrengues” do mundo corporativo, competições, etc.

Empreender no Brasil não é tarefa fácil. Por isso, uma dose de inspiração é sempre bem-vinda, como assistir a séries que mostram trajetórias de superação, estratégias comportamentais e atitudes que motivam as pessoas a seguirem adiante com seus sonhos. “Há boas produções que proporcionam, além do entretenimento, aprendizado, de forma descontraída e divertida”, pontua João Gabriel Chebante, especialista em Corporate Venture no Grupo FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa a transformação dos negócios.

Pensando nisso, o especialista elenca cinco séries que considera inspiradoras para quem está começando a empreender ou já empreende.

O Sócio

Transmitida no History Channel, a série conta a história de Marcus Lemonis, diretor geral de uma empresa multibilionária, que sai em busca de negócios de pequeno porte em crise. Ele é conhecido por transformar os sonhos de empreendedores em realidade, ajudando a reerguer as empresas em situações de crise. Com isso, ele investe seu dinheiro e aplica sua experiência para salvar estas empresas e com isso obter mais lucro. A série claramente mostra muitas técnicas de gestão e também de investimentos, para colocar em prática na vida real.

WeCrashed

Sucesso na plataforma Apple+, é uma série considerada indispensável para empreendedores. É baseada no podcast WeCrasded e traz a história real do coworking WeWork, que ao mesmo tempo que cresceu exacerbadamente chegando a valer 17 bilhões de dólares em investimentos, também chegou a sua quase falência às vésperas de ir à bolsa de valores. Traz aprendizados sobre o que fazer e não fazer como empreendedor de startups a procura de investidores.

Shark Tank

O reality show tem diferentes versões em diversos países, sendo um deles o Brasil. Transmitido pela Amazon Prime Video, mostra empreendedores tentando uma chance para seus projetos de negócio. As ideias são apresentadas a um grupo de jurados formado por investidores bem-sucedidos, que precisam não somente aprovar as ideias, mas acreditar nelas, pois irão se tornar sócios desses empreendedores e investirão no crescimento dessas possíveis empresas.

Suits

Estrelada por Meghan Markle, renomada atriz e esposa do príncipe Harry, a trama se passa em um escritório de advocacia e traz um vasto repertório de negociações inteligentes e estratégias de persuasão ousadas e inovadoras na resolução de casos. O roteiro gira em torno do jovem Mike Ross, que apesar de não ter se formado, consegue uma cobiçada posição no escritório de Harvey Specter. Eles trabalham juntos nos casos e escondem do resto da equipe o segredo da falta de licença de Mike para advogar. A série é transmitida na Netflix.

Silicon Valley

A comédia da HBO tem como cenário o Vale do Silício, conhecido por ser o destino mais cobiçado pelos empreendedores e por reunir grandes empresas de tecnologia, além de mentes brilhantes. Na série, seis amigos programadores almejam uma carreira de sucesso. Em um determinado momento, um deles desenvolve um algoritmo inovador e, com essa descoberta que tem o poder de fazer muito dinheiro, ele fica no dilema entre vender a criação para o seu chefe ou construir sua própria startup.

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00

Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá ganhar.

1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.

Prêmio: 50 Fan Token Valeon

2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão descontos.

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IPAT/21/04/2022

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terça-feira, 26 de julho de 2022

UCRÂNIA ACUSA LULA DE DAR PALPITES A FAVOR DE PUTIN

 

BBC NEWS

Um relatório divulgado pelo Centro de Contenção de Desinformação do governo da Ucrânia apontou o ex-presidente e pré-candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma das personalidades internacionais que disseminariam informações em consonância com a propaganda russa sobre a guerra com a Ucrânia, que começou em fevereiro após a Rússia invadir partes do país vizinho.

© Ricardo Stuckert/Biblioteca da PresidênciaO ex-presidente Lula durante encontro com Vladimir Putin, então primeiro-ministro da Rússia, em Moscou em maio de 2010

O relatório foi divulgado no Brasil pelo jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira (25/7). Lula é o único brasileiro da lista que contém diversos políticos e intelectuais de diversos outros países como Estados Unidos, da Europa, África e Ásia.

O relatório cita duas supostas afirmações atribuída ao ex-presidente. A primeira é a de que ele teria dito que a Rússia deveria “encabeçar uma nova ordem mundial” e que “Zelensky é tão culpado pela guerra quanto Putin”.

A BBC News Brasil não localizou citações de Lula defendendo que a Rússia deveria “encabeçar” uma nova ordem mundial. Por outro lado, o ex-presidente fez, recentemente, críticas à atuação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na condução da crise com a Rússia.

Em entrevista à revista Time publicada em maio deste ano, Lula disse que Zelensky seria tão responsável pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin.

“Às vezes, fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”, afirmou o ex-presidente.

Especialistas em relações internacionais ouvidas pela BBC News Brasil afirmam que as declarações de Lula podem não ser as únicas explicações por trás da inclusão do petista na lista.

Entre os motivos apontados por elas estão o temor pela Ucrânia de um eventual novo governo petista se reaproximar da Rússia e a suposta ligação de setores do governo ucraniano com facções de extrema-direita. Isso, segundo elas, explicaria a não-inclusão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, assim como Lula, também fez declarações críticas a Zelensky nos últimos meses.

“O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação. Ele [Volodymyr Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa situação aí”, disse Bolsonaro em fevereiro.

A BBC News Brasil enviou questionamentos à embaixada da Ucrânia e à assessoria de imprensa do ex-presidente Lula. Nenhum dos dois enviou respostas.

Aproximação com a Rússia

A doutora em estudos estratégicos internacionais e diretora de pesquisa do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (Isape), Larlecianne Piccolli, avalia que inclusão do nome de Lula na lista possa ter a ver com o histórico das relações entre o Brasil e a Rússia durante os governos do PT, especialmente, durante os governos do ex-presidente Lula, entre 2003 e 2010.

Segundo a especialista, naquele período, o governo brasileiro defendeu uma ordem internacional multipolar como uma alternativa à hegemonia norte-americana.

© Instituto LulaLula em 2009 com líderes dos BRICS, bloco então formado por Brasil, Rússia, Índia e China, que ganharia em 2011 a adesão da África do Sul

Uma das formas encontradas para isso foi o incentivo à formação de blocos como os BRICS, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Por essa lógica, um novo governo do petista poderia enfraquecer os esforços feitos pela Ucrânia para isolar a Rússia no cenário internacional.

“Me parece que a Ucrânia pode estar olhando para o futuro e vendo o que um eventual novo governo de Lula pode significar em termos de fortalecimento da Rússia. Acho que eles estão vendo a liderança de Lula nas pesquisas e avaliando quais os impactos disso para a Ucrânia”, assinala.

Para a doutora em Relações Internacionais e professora da Escola Superior de Guerra (ESG) do Ministério da Defesa Mariana Kalil, a atual posição do presidente Jair Bolsonaro em relação ao conflito é considerada menos relevante que uma eventual reaproximação do Brasil com a Rússia em um novo governo petista.

Sob Bolsonaro, o governo brasileiro condenou as agressões russas à Ucrânia em reuniões na Organização das Nações Unida (ONU), mas o país não aderiu as sanções econômicas aplicadas por países como os Estados Unidos e da Europa.

Bolsonaro diz que seu governo é “neutro” em relação ao conflito, apesar de, poucos dias antes da invasão russa, ter feito uma visita a Putin na qual elogiou o presidente russo e o chamou de um “homem de paz”.

© Getty ImagesPoucos dias antes da invasão russa à Ucrânia, Bolsonaro fez visita a Putin, na qual elogiou o presidente russo e o chamou de um ‘homem de paz’

“No governo de Bolsonaro, o Brasil adotou noções pró-Ocidente que são interessantes hoje à Ucrânia. Um eventual governo Lula não teria essa mesma visão e isso pode estar preocupando os ucranianos”, diz Mariana Kalil.

Ligações com a extrema-direita

Mariana Kalil também destaca uma outra razão pela qual os ucranianos teriam incluído o nome de Lula: a ligação de setores do governo ucraniano com movimentos de extrema-direita.

Segundo ela, isso explicaria por que Lula foi mencionado enquanto Bolsonaro, que se assume como político de direita e que também já fez declarações críticas a Zelensky, não foi incluído.

“Esse movimento [inclusão do nome de Lula] faz sentido quando sabemos que existe uma inserção de Zelensky dentro da extrema-direita global. Assim, faria sentido o governo mencionar Lula, que é um político de esquerda, e não Bolsonaro”, opina a especialista.

A lista ucraniana não cita, porém, apenas políticos e intelectuais de esquerda. Ela cita, por exemplo, a líder do partido de direita radical Rassemblement National (Reunião Nacional), a francesa Marine Le Pen. Ela ficou conhecida por defender pautas anti-imigração na França e na Europa.

As ligações entre o governo ucraniano e movimentos de extrema-direita são frequentemente citadas pelo governo russo como um dos motivos que levou à invasão da Ucrânia pelos militares do país.

O tema é considerado sensível. A Rússia, por exemplo, disse que um dos objetivos de sua invasão à Ucrânia era “desnazificar” o país. O presidente Zelensky, no entanto, é judeu.

Em entrevista à BBC News Brasil em março, o professor aposentado de História da Universidade de Alberta, no Canadá, John-Paul Himka, disse que os níveis de tolerância política com a movimentos de extrema direita na Ucrânia são semelhantes aos encontrados em outros países do mundo.

© Getty Images’Existe uma inserção de Zelensky dentro da extrema-direita global. Assim, faria sentido o governo mencionar Lula, que é um político de esquerda, e não Bolsonaro’, diz Mariana Kalil

“Temos de olhar o contexto global mais amplo da tolerância da Ucrânia em relação à extrema direita. Eu vivo no Canadá. Recentemente, os postos de fronteira e a capital foram cercados pelo movimento de extrema direita dos comboios”, disse o especialista.

Larlecianne Piccolli, porém, concorda com Mariana Kalil.

“É de conhecimento público que há laços de setores do governo ucraniano com movimentos de extrema-direita. Se você soma isso a um possível temor sobre o que podem representar as eleições no Brasil para a estratégia ucraniana, é possível entender melhor o que pode ter motivado a entrada de Lula nessa lista e a ausência de Bolsonaro”, diz Larlecianne.

Em entrevista à TV Globo veiculada nesta semana, Zelensky negou a existência de grupos de extrema direita atuando no leste da Ucrânia contra a invasão russa.

Apesar das declarações, há evidências de que grupos de extrema direita como o Batalhão Azov, que luta contra a ocupação russa desde a invasão da Crimeia, em 2014, mantém relações com o governo ucraniano.

Mariana Kalil diz que inclusão do nome de Lula nessa lista acontece, ainda, em meio à proximidade de um exercício militar que será realizado pela Rússia, China e Irã na Venezuela, previsto para agosto deste ano.

“No Brasil, um dos argumentos usados pela direita radical contra a esquerda é o suposto risco de venezuelização do país. Considerando o contexto do exercício militar, ligar o nome de Lula à Rússia pode ressuscitar esse tema”, assinala a especialista.

Recado a americanos

Mariana Kalil aponta um terceiro motivo para a inclusão de Lula na lista de supostos disseminadores de propaganda russa: pressão sobre os americanos.

Segundo ela, à medida em que a Ucrânia veria um governo petista mais próximo da Rússia que o de Bolsonaro, a menção a Lula teria o objetivo de pressionar os americanos sobre o que pode acontecer no Brasil a partir de 2023.

“Acho que eles querem dizer o seguinte: ‘Americanos, olhem para o que pode acontecer no Brasil. Isso não será bom para nós'”, conclui a especialista.

– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62301305

ESTADO MÍNIMO OU INTERVENCIONISTA?

 Mundo Estado Mínimo ou Intervencionista

Subsidiariedade, “Estado mínimo” e intervencionismo

Byvaleon

Jul 26, 2022

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios, em Brasília.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Entre os administradores há uma parábola usada como recurso didático para ensinar que um profissional ou uma empresa deve saber o que precisa ser feito e, principalmente, por que deve ser feito. Conta-se que um operário de estrada de ferro estava havia 35 anos na função e, prestes a se aposentar, foi entrevistado para falar de seu trabalho. Perguntado sobre o que fazia, ele respondeu que sua tarefa diária consistia em esperar os trens que chegavam à estação; assim que paravam, ele pegava um grande martelo, batia nas rodas dos vagões e ouvia atentamente o estrilar do martelo sobre as rodas. Questionado sobre por que fazia aquilo e com que finalidade, ele respondeu: “executo esse trabalho há 35 anos, nunca me perguntaram isso e eu também nunca fiz essa pergunta a ninguém”.

Essa parábola ensina que, de vez em quando, as pessoas individualmente e a sociedade como um todo devem se perguntar por que fazem determinadas coisas e por quais razões as fazem, como condição para avaliar os resultados e as consequências das ações humanas e dos atos do governo. Para esclarecer, o motivo pelo qual o velho operário batia nas rodas dos vagões era simples: pelo som produzido das batidas do martelo, era possível reconhecer alguma rachadura nas rodas. Aquela tarefa tinha uma finalidade, embora seu executor a realizasse por hábito e rotina, sem atentar para as finalidades e consequências. Possivelmente, àquela altura, as rodas modernas dos trens já não exigiam a verificação de rachaduras, pois a tecnologia dos materiais havia superado aquela vulnerabilidade.

A subsidiariedade não é ignorada apenas quando se propõe o “Estado mínimo” ou “Estado guarda-noturno”; na verdade, é mais frequente que ela seja atropelada para que prevaleça o intervencionismo

A moral dessa narrativa pode ser aplicada ao governo e ao aparato estatal, de modo que é necessário e útil aos políticos, às autoridades e à sociedade que, de vez em quando, reflitam sobre para que serve o governo, quais funções ele deve manter, quais deve eliminar e eventualmente que novas tarefas lhe devem ser atribuídas. Sabemos, por exemplo, que há eventos extremos cuja solução foge à capacidade individual, ou mesmo da sociedade civil organizada, exigindo ação coletiva, a presença do Estado e a montagem de uma máquina pública. É o caso, por exemplo, da invasão do país por um exército estrangeiro, em que a defesa somente é viável pela formação de um exército nacional cujos custos sejam pagos por toda a nação; ou, então, de uma pandemia, cuja superação passa pela coordenação das medidas adotadas por todos os membros da comunidade, de forma a conter a contaminação e cessar o processo. Um caso mais corriqueiro e que não envolve circunstâncias extraordinárias é o da segurança pública e da justiça, que exigem um aparato de vigilância, policiamento e repressão aos atos de agressão entre os membros da comunidade, seguido de um sistema de investigação, processo, julgamento e punição dos responsáveis por atos violentos.

Os exemplos acima são tidos como óbvios, mas convém lembrar que não há somente um tipo de estrutura de aparato estatal e da forma de governo. A máquina pública e as leis que regulam as atividades estatais podem ser diferentes para o cumprimento de determinado serviço ou função. E, de fato, um Estado que se dedicasse apenas a garantir a lei, a ordem, a paz, a liberdade e a justiça, eximindo-se de todo o resto – o apelidado “Estado guarda-noturno” –, estaria aquém do que ele pode fazer tendo em vista a busca pelo bem comum. O Estado pode e deve auxiliar a sociedade nessa busca (sem tomá-la toda para si), sempre dentro de um papel subsidiário, o que inclui a execução de um projeto de desenvolvimento e o incentivo ao florescimento de vocações econômicas, culturais e artísticas; o Estado, assim, torna-se não o protagonista, mas um instrumento da sociedade para que a ajude a realizar as escolhas feitas por ela.

A reflexão sobre a submissão do Estado, do governo, dos burocratas e dos políticos a seu papel de instrumentos da sociedade e ao objetivo maior da busca pelo bem comum leva a questionamentos e ajuda a melhorar o aparelho estatal e o governo. A subsidiariedade não é ignorada apenas quando se propõe o “Estado mínimo” ou “Estado guarda-noturno”; na verdade, é mais frequente que ela seja atropelada para que prevaleça o intervencionismo, deixando o gigante estatal livre para estender seus tentáculos, avançar em funções que não lhe competem, criar vantagens e benefícios para os o tripulam e o manipulam, tornando-se cada vez maior e, assim, sufocando a sociedade em termos financeiros e redução das liberdades e direitos individuais.

Muitos são os governos que exploram os membros da sociedade duplamente: uma vez, cobrando altos impostos para sustentar a máquina pública cara e gastadora e, uma segunda vez, usando o dinheiro para sufocar e oprimir a população que a sustenta. É por demais contraditório um governo sobrecarregar a população com elevada carga tributária e usar o dinheiro contra a liberdade e o bem-estar dessa mesma população. Cuba, Coreia do Norte e Venezuela são três exemplos atuais de aparatos estatais e governos ditatoriais que tributam pesadamente seus habitantes enquanto maltratam em termos econômicos, políticos e sociais esses mesmos habitantes. É a consecução clara da máxima dita pelo filósofo Karl Jaspers: “O Estado é um pai terrível que, ainda por cima, deseja ser amado”.

O Brasil já atingiu o limite máximo aceitável de uma carga tributária (a carga efetivamente arrecadada está em 34% da renda nacional, mas a carga tributária nominal é muito maior, pois há sonegação, inadimplência e renúncias fiscais) e, a cada eleição, as promessas de muitos candidatos, se levadas a sério, significam retirar mais dinheiro da população, invariavelmente para aumentar regulamentos e reduzir as liberdades econômicas e individuais. Em ano de eleições, fica o alerta ao povo brasileiro para não permitir que o gigantismo estatal e os maus governos se tornem os algozes e carrascos do povo que paga sua existência, suas benesses, suas ineficiências e sua corrupção.


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NÃO É CONTRAVENÇÃO PISAR NA BANDEIRA BRASILEIRA

 

Símbolo da Pátria

Por
Bruna Komarchesqui

Flag of the federative republic of Brazil. Brazilian official flag. National symbol. Green and yellow flag. Pennant hoisted in the wind. Pavilion. Civic symbol. National symbol of Brazil.


Símbolo nacional, bandeira do Brasil foi pisoteada pela cantora Bebel Gilberto, em show nos EUA na semana passada| Foto: Bigstock

A cantora Bebel Gilberto pisou na bandeira do Brasil, durante um show na última terça-feira (19), em um teatro na cidade de Menlo Park, na Califórnia, Estados Unidos. O ato começou a repercutir no sábado (23), após postagens do vídeo nas redes sociais, causando a indignação de brasileiros. Durante a apresentação, a filha de João Gilberto e Miúcha aparece interagindo com o público, quando recebe da plateia a bandeira verde e amarela em um mastro. Após andar pelo palco com o símbolo nacional, ela diz em inglês “Eu não gosto de fazer isso, porque não sou Bolsonaro”.

Em meio a gritos e vaias, Bebel joga a bandeira brasileira no chão e sai pisoteando. Logo em seguida, completa “Desculpem, eu não deveria ter feito isso. Mas estou orgulhosa de ser brasileira ou não?”, antes de começar a cantar ‘Bananeira’.

No sábado (23), o ex-secretário especial de Cultura Mario Frias postou no Twitter o vídeo, criticando o ato. “Esta é Bebel Gilberto, filha do compositor João Gilberto, sobrinha de Chico Buarque. Vejam o que ela fez com a bandeira do Brasil recebida de um espectador em San Francisco. Essa gente não sente nada pelo Brasil. Gostam apenas de se beneficiar do que o povo pode lhes proporcionar. (…) Os brasileiros desprezam certos ‘artistas’ que só pensam em si e em suas contas gordas. Depois vem juíza dizer que a bandeira se tornou símbolo de um lado político. Não, a bandeira do Brasil é dos brasileiros, só que alguns fazem questão de expressar o quanto odeiam o próprio país.”

Horas depois, Bebel Gilberto escreveu um texto se retratando, em sua conta no Instagram. “Foi um ato impensado meu, porque se tivesse tido tempo de raciocinar teria me ocorrido que eu estava entregando de presente para a extrema-direita uma imagem com a qual poderiam destilar o seu ódio repugnante e o seu falso patriotismo – essa gente que sequestrou os símbolos nacionais e corrói a democracia brasileira com o seu projeto autoritário de poder… Foi por esse motivo que soltei o nome do inominável no meu gesto impulsivo no palco. Imediatamente depois, porém, me dei conta de que a bandeira também pertence a todos os brasileiros e me desculpei com o público”, justificou.

Na postagem, que não tem permissão para comentários, a cantora incluiu um vídeo completo do ato, mostrando a parte em que se desculpa. “O excelentíssimo Secretário de Cultura, no entanto, ignorou essa parte do vídeo e fez aquilo que sabe fazer de melhor. Não, não é escrever o português com erros, mas manipular a informação para instigar a base de fanáticos que o segue”, escreveu, em referência à postagem de Mario Frias.

No vídeo, Bebel para de cantar “Ok, eu acho que vocês ficaram com raiva porque eu fiz aquilo com a bandeira do Brasil, né?”, pega a bandeira, acaricia, beija e pede desculpas “desculpa, bandeira, desculpa, Brasil”, em tom dramático. “Pedido de desculpas ou deboche?”, rebateu Frias, pelo Twitter, nesta segunda-feira (25).

O que diz a legislação 
De acordo com Ivan Morais Ribeiro, mestre em Direito e especialista em Ciências Criminais, a legislação em vigor atualmente no Brasil não prevê crime de ultraje à bandeira nacional. Embora o artigo 44 do Decreto-lei 898/1969 (“Destruir ou ultrajar a bandeira, emblemas ou símbolos nacionais, quando expostos em lugar público”, cuja pena prevista era detenção de 2 a 4 anos) esteja sendo citado por alguns juristas nesse caso, o dispositivo foi revogado por leis posteriores.

O artigo 41 da Lei 6.620/1978 ainda fazia referência ao mesmo crime, mas sua substituta, a Lei de Segurança Nacional (7.170/1983), deixou de colocar como contravenção o ultraje à bandeira. “Ocorreu então a abolitio criminis. Esta ainda foi revogada pela Lei 14.197, de 1º de setembro de 2021, que também não previu nenhum tipo de crime de ultraje à bandeira”, acrescenta Ribeiro.

O especialista também afirma que o ato da cantora não se enquadra nas penalidades do artigo 35 da Lei 5.700/1971, como alguns veículos de comunicação noticiaram. Ribeiro recorda que, em 2016, o deputado Carlos Bezerra apresentou um Projeto de Lei para incluir no artigo 35-A nesta lei: “Destruir ou ultrajar os símbolos nacionais quando expostos em lugar público: Pena – detenção, de um a dois anos e multa”. “A proposição ora apresentada tem por objetivo corrigir uma falha em nossa legislação penal: o Brasil não protege a Bandeira Nacional nem os demais símbolos nacionais. Qualquer um que os destrua ou ultraje, não sendo militar, não comete nenhum ilícito penal”, afirmava o parlamentar no texto de justificativa. A matéria foi apensada ao PL 3.113/2020, que ainda tramita na Câmara.

“Em suma, não há contravenção ou crime na conduta da Bebel”, resume o jurista, afirmando que o debate pode ser uma oportunidade de “provocar o legislativo para se manifestar sobre o assunto”.

A preocupação com a bandeira como um símbolo nacional divide opiniões em diversos países. Nos Estados Unidos, em 1989 a Suprema Corte deliberou que ultrajar a bandeira faz parte da liberdade de expressão prevista na Primeira Emenda. No controverso caso Texas vs. Johnson, a Corte decidiu a favor de Gregory Lee Johnson (5 votos contra 4), manifestante que queimou a bandeira norte-americana em um ato político. A decisão do Supremo foi reiterada em 1990, um ano depois de entrar em vigor a Lei de Proteção à Bandeira. Em 2006, o Congresso dos EUA tentou emendar a Constituição para proibir a profanação da bandeira, mas o esforço não foi aprovado por um voto no Senado.


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STF ATROPELA A CONSTITUIÇÃO

 

Por
Alexandre Garcia


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Onde está a Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB? Porque todo dia há um caso no qual se passa com o trator por cima dos direitos e garantias fundamentais, cláusulas pétreas, princípios básicos do direito. O último foi a prisão desse sujeito. Discordo totalmente do estilo dele, da linguagem, discordo de tudo. Agora, a Constituição diz que há a liberdade de expressão, não haverá censura e fala do devido processo legal.

O sujeito ameaçou pendurar os juízes do Supremo de cabeça para baixo e está preso, no presídio de Belo Horizonte. Mas preso pelo ofendido, como pode? Isso já não é mais devido processo legal. O sujeito pode até ser preso em flagrante se a ameaça dele está em vias de se realizar, se ele demonstra que tem condições para fazer isso. Imediatamente, inclusive, para obter alguma vantagem, a satisfação de alguma coisa.

Discordo totalmente do estilo dele, da linguagem, discordo de tudo. Agora, a Constituição diz que há a liberdade de expressão, não haverá censura e fala do devido processo legal

Agora, se está dizendo isso de bobeira, merece uma queixa para investigar o sujeito, mas para ser ameaça em si, os juristas me dizem que é preciso demonstrar a ameaça. No entanto, ele já está no presídio.

Ele ameaçou o ministro do Supremo e foi o ministro do Supremo que mandou prendê-lo. Não faz sentido nenhum. Ninguém entende. Cidadão interessado no devido processo legal, um estudante de primeiro semestre de Direito, não entende isso. A OAB, contudo, sempre foi muito ciosa dos direitos e garantias fundamentais, e está num silêncio ensurdecedor em relação a tudo que temos visto de agressões à Constituição.

Eu sei que o Senado é que seria o foro próprio para investigar o que há por trás disso, mas a OAB também está abandonando com o seu silêncio uma tradição que a manteve tão respeitada. Agora, os próprios advogados se perguntam onde está?

Falando desse assunto, a CPI da Covid fez aquele barulho todo, e era para fazer mesmo, é o que eles queriam. Caixa de som, carro de som, palanque, inquisição, gritaria, ofensas, coisas ridículas, uma tragédia para a história do Senado. Fez um relatório imenso.

O senador Renan Calheiros foi para a Polícia Federal, que está pedindo há meses provas que ele não tem, mas também foi para a Procuradoria Geral da República, para apresentar a denúncia contra o presidente, conforme o relatório da CPI encaminhou, como se fosse um delegado de polícia fazendo um inquérito. E agora, a subprocuradora geral, Lindôra Araújo, avisa o Supremo que não tem nem sequer o menor indício de crime contra o presidente. Nada que se aproxime de uma conclusão de que ele tem que ser denunciado. Ou seja, foi um relatório que cai no ridículo e que deve ser cobrado, porque gastou muito do dinheiro do povo para fazer aquilo.

A tentativa política era de tentar impedir a candidatura de Bolsonaro, passaram um recibo de que estavam com medo de sua candidatura. Isso já foi por terra e agora vai para o lixo completo.

O segundo objetivo, no entanto, foi aproveitar-se daqueles cúmplices, que mesmo sabendo que aquilo não era notícia, que era uma coisa ridícula, consideraram sério e jogaram para o país inteiro esse comício que foi a CPI. Seria apenas ridículo se não tivesse prejudicado tanta gente, inclusive os que morreram, porque ouviam na CPI dizer que não existe tratamento, ouviam que tinha que se trancar em casa, ficaram sem renda, sem liberdade, porque a CPI apoiou os atos que romperam cláusulas pétreas da Constituição. É bom a gente jamais se esquecer disso.


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LULA DEFENDE CRIMES E CRIMINOSOS

 

Por
J.R. Guzzo


| Foto: EFE

A última coisa que o Brasil precisa neste momento e para o futuro imediato, sem dúvida nenhuma, é mais crime – a principal forma de opressão que existe hoje em dia contra os cidadãos brasileiros em sua vida cotidiana. É um prodígio, assim, que um dos candidatos à presidência da República nas próximas eleições, o ex-presidente Lula, seja um defensor aberto e agressivo dos criminosos e do crime. Ele prega uma “política de desencarceramento” para condenados por tráfico de drogas em seu governo – ou seja, quer tirar bandidos na cadeia, em vez de tirar da circulação os criminosos impunes que desgraçam a população todos os dias, e cada vez mais. Seus aliados próximos exigem do STF a liberação do uso e porte de drogas “em pequena quantidade”. Lula faz discursos indignados em favor do roubo de celulares, ao defender, como se fossem vítimas, “os meninos” que se dedicam a esse tipo de crime; acha um “absurdo” a polícia prender ladrão de celular, “enquanto crianças passam fome”, etc. etc. Disse que policiais não são seres humanos; quis voltar atrás, depois, mas já tinha dito. Fez questão de declarar sua solidariedade a um militante petista processado por tentativa de homicídio.

Nunca antes, numa campanha eleitoral neste país, se viu um candidato tão apaixonado na defesa do crime. Lula, naturalmente, diz que isso é “política social”; afinal, ele sempre afirmou que os bandidos não são os agressores, mas as vítimas da sociedade. Na sua visão de governo, devem ser protegidos da polícia e da justiça, e não combatidos por elas. É uma teoria estúpida, pois jamais resultou na recuperação de criminoso nenhum, e sim em mais crime. O que você acha que acontece quando soltam bandidos que estão na penitenciária: o número de crimes vai aumentar ou diminuir? Já não chegam as dezenas de milhares de delinquentes que estão soltos – e roubam, matam e estupram todos os dias? Pois então: Lula quer colocar mais dessa gente na rua. Isso é ser a favor ou contra o crime, na prática?  E as drogas? “Pequenas quantidades” de heroína nas escolas, por exemplo, ou de cocaína – isso vai deixar o Brasil melhor, mais próspero ou mais justo? Ninguém precisa de uma “grande dose” de heroína para começar a sua ruína. Os únicos que precisam desta “descriminalização”, e que vão lucrar com ela, são os traficantes e o crime organizado.

Ele prega uma “política de desencarceramento” para condenados por tráfico de drogas em seu governo – ou seja, quer tirar bandidos na cadeia, em vez de tirar da circulação os criminosos impunes que desgraçam a população todos os dias, e cada vez mais

É aí, na verdade, que está o maior câncer da sociedade brasileira nos dias de hoje: poucos países do mundo, provavelmente nenhum, favorecem tanto o crime quanto o Brasil. Ano após ano, muda-se as leis para beneficiar diretamente os criminosos – eles têm cada vez mais direitos, mais garantias, mais instrumentos legais para escaparem das punições, mais proteção da justiça, mais privilégios e mais impunidade. Os policiais, ao contrário, são perseguidos cada vez mais, como se os inimigos da sociedade fossem eles, e não os bandidos. A cada lei nova que o Congresso aprova, menos direitos e mais riscos o policial brasileiro tem – a ponto de que hoje, do ponto de vista legal, é mais perigoso ser um policial do que ser um assaltante, homicida ou estuprador. É o resultado direto da perseguição feita o tempo todo aos policiais pelo Supremo, pelo Ministério Público, pela corregedoria da polícia, pelos governadores de Estado, pela Defensoria Pública, pelos grupos de “direitos humanos”, pela mídia em peso. Na prática, todos eles estão defendendo diretamente o crime e as organizações criminosas. Negam, é claro – mas é exatamente isso o que acontece no mundo das realidades concretas.

A legislação penal brasileira jamais, em momento algum, pensa nas pessoas honestas, inocentes e indefesas que são vítimas do crime – nem em seus direitos, ou na proteção que teriam de receber da autoridade pública. O “direito à vida” que a Constituição lhes garante é uma piada; o direito realmente garantido no Brasil é o de quem mata. Como poderia ser diferente? As leis brasileiras, há anos, são escritas pelos que estão nos degraus mais altos do crime, com os bilhões que têm, a influência que exercem e o terror que impõem. Fazem isso através dos escritórios milionários de advocacia penal, que armam desde a redação até a aprovação das leis no Congresso. Quem pode se esquecer do grupo de advogados que dá a si mesmo o nome de “Prerrogativas” e que está fechado com Lula para a presidência? Um de seus membros mais destacados disse em público, numa festa feita em São Paulo para o seu candidato, o que parece ser o lema do grupo: “Se o crime já ocorreu, para que punir?” Ele estava se referindo, no caso, aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelos quais Lula foi condenado em três instâncias e por nove magistrados diferentes – algo que ajuda a deixar claro porque o ex-presidente está do lado em que está. Mas acaba mostrando de forma admirável porque vivemos hoje no meio desta calamidade toda. O crime prospera no Brasil, e vai prosperar cada vez mais, porque as elites, que jamais têm problemas de segurança consigo mesmas, trabalham a favor dos grandes criminosos.


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MANGUEZAIS SÃO ECOSSISTEMAS MAIS GENEROSOS E PRODUTIVOS DA TERRA

 

 Ronaldo Christofoletti – Unifesp

Manguezais aumentam a produtividade da pesca, armazenam mais carbono no solo e protegem regiões costeiras

●       Comemorado nesta terça-feira, 26 de julho, Dia de Proteção aos Manguezais lembra riscos e ameaças a um dos ecossistemas mais generosos e produtivos da Terra

●       Estudo da Fundação Grupo Boticário estima que manguezais são capazes de gerar R$ 5 bilhões ao Brasil

●       Pesquisa mostra que 58% dos brasileiros nunca visitaram um manguezal

●       Manguezais estão presentes em 338 municípios brasileiros, onde vivem 44 milhões de pessoas, o que representa 20% da população

Um dos ambientes marinhos mais produtivos e generosos da Terra, os manguezais são capazes de oferecer serviços ecossistêmicos valiosos e gerar ao Brasil benefícios socioeconômicos estimados em US$ 5 bilhões, relacionados especialmente à pesca e ao turismo, conforme demonstra a publicação Oceano sem mistérios: desvendando os manguezais, organizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Apesar de estarem presentes em 338 municípios brasileiros, onde vivem 44 milhões de pessoas, o que representa 20% da população, e terem sua importância cada vez mais reconhecida pelos cientistas, esses ecossistemas ainda não são tão conhecidos e valorizados pela população.

Outra pesquisa realizada pela Fundação Grupo Boticário, em parceria com a Unesco e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra que 58% dos brasileiros nunca visitaram um manguezal, frente a 90% das pessoas que já estiveram na praia ao menos uma vez.

“Em algumas localidades, os manguezais contribuem com até 50% da pesca artesanal, alimentando o ciclo de vida de espécies marinhas de grande valor comercial, como robalos, tainhas, siris, ostras e caranguejos. Por suas paisagens únicas, o turismo é outra atividade que se beneficia desses ecossistemas”, explica Emerson Oliveira, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A pesquisa “Oceano sem mistérios – A relação do Brasileiro com o mar” mostra que o número de brasileiros que já visitaram manguezais é um pouco maior no Nordeste, onde chega a 61%, e também revela que 83% da população conhecem os manguezais, ao menos de ouvir falar. O estudo aponta que ambientes marinhos como costões rochosos, dunas, falésias, restingas, recifes de corais e manguezais são bem menos conhecidos e visitados pela população em comparação às praias.

O professor Ronaldo Christofoletti, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), lembra que, assim como todos os ambientes florestais, os manguezais são alvo de desmatamento. “Por estarem em zonas costeiras, esses ambientes sofrem muitas pressões econômicas. A expansão imobiliária é uma das principais ameaças atuais”, afirma.

O pesquisador explica que os manguezais também sofrem com resíduos e poluentes que vem dos rios e das praias. “Tudo o que vem pelos rios vai parando no manguezal. Ele funciona como um filtro, que acumula esses resíduos, poluentes químicos e todo o tipo de lixo descartado de forma incorreta. Por causa de suas raízes aéreas, os manguezais concentram muitos sedimentos e resíduos, fato que, inclusive, é usado pelos mal intencionados para justificar sua remoção”, salienta Christofoletti. Outras atividades de impacto negativo são mineração, sobrepesca, agricultura e a carcinicultura, a criação de camarão em cativeiro.

Estudos indicam que 25% de toda a extensão de áreas de manguezais já tenham sido perdidas no Brasil – sendo 36 mil hectares convertidos em tanques para criar camarões somente entre 2013 e 2016, conforme alertam os dados apresentados na publicação “Oceano sem mistérios: desvendando os manguezais”, organizada pela Fundação Grupo Boticário.

O Brasil possui uma extensão de 6.786 quilômetros de manguezais ao longo de 16 estados costeiros – do Amapá até Santa Catarina. “Esses ambientes contribuem significativamente para a manutenção da vida marinha, sendo o espaço apropriado para a reprodução e desenvolvimento de inúmeras espécies. Também são importantes para a proteção costeira, oferecendo segurança diante do aumento do nível do mar provocado pelas mudanças climáticas. O manguezal é capaz de prevenir a erosão da costa, preservando a infraestrutura urbana, e proteger as regiões costeiras contra a força das marés e dos ventos fortes vindos do mar, além do elevado potencial para a retenção de carbono em suas raízes”, explica o gerente da Fundação Grupo Boticário.

Estudos demonstram que 100 metros de manguezal reduzem a força das ondas em cerca de 60%. No tsunami que devastou Sumatra, na Indonésia, em 2004, nas comunidades onde havia manguezal a fúria das ondas foi reduzida e houve um impacto muito menor em comparação aos locais que substituíram os manguezais por resorts. Sem manguezais, há redução da qualidade da água, perda do carbono acumulado e redução dos estoques pesqueiros. Essas áreas sequestram 57% mais carbono do que outros tipos de vegetação tropical, inclusive a floresta amazônica. “Em tempos de mudanças climáticas, esse é mais um fator que nos obriga a proteger os nossos manguezais”, frisa o professor da USP.

Christofoletti enfatiza que o esforço para a conservação não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica, social, cultural e ética. “Difundir o conhecimento a respeito do valor dos manguezais e dos estuários, mostrando a importância dessas zonas de transição entre a terra e o mar, especialmente para a vida das comunidades tradicionais, é também um dos desafios da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU)”, comenta o professor, que é membro do Grupo Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da UNESCO. “Precisamos chamar a atenção de toda a sociedade para a importância de proteger efetivamente esses berçários marinhos para que tenhamos um desenvolvimento sustentável dos ambientes costeiros e, consequentemente, possamos preservar a saúde do oceano e a vida em nosso planeta”, conclui.

Sobre a Rede de Especialistas

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 31 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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