sábado, 23 de julho de 2022

IMPRENSA BRASILEIRA DISTORCE OS FATOS A FAVOR DE UM LADO

 

Artigo
Por
Pedro Henrique Alves, especial para a Gazeta do Povo


Soldados patrulham as ruas do Complexo do Alemão, 21 de agosto de 2018, no Rio de Janeiro| Foto: EFE/Antonio Lacerda

É muito difícil explicar o Brasil político a um estrangeiro. Certa feita, enquanto conversava com alguns australianos, graduandos de filosofia, eu tentava explicar a eles como o liberalismo brasileiro se aproximava mais de um conservadorismo moral do que de um progressismo moderno europeu, aquele que fia sua esperança de arco-íris na benevolência fofa do Estado.

Era visível que não entendiam nossas particularidades ideológicas, amiúde, diziam-me, como podíamos sustentar mentalidades políticas típicas de guerra fria ainda hoje, no século XXI? Observei então que tudo se explica se entendermos que o Brasil é uma estranha mistura uniforme de pautas progressistas europeias com excitações melodramáticas de um sovietismo idílico que nunca foi superado pelos acadêmicos. Continuaram sem entender, mas tudo bem, eu só tinha 15 minutos para explicar aquilo que muitos jornalistas passam a vida toda sem entender.

Talvez naquelas democracias “família de margarina” consigamos conceber um debate público pautado, verdadeiramente, pelas ideias, preocupações e necessidades sociais dos indivíduos, do povo. Se fôssemos assim, aí, quem sabe, os gringos nos entenderiam. Mas aqui o debate público, mais especialmente rastreável através da ressonância das grandes mídias jornalísticas, é pautado pelas verdades dos sacrossantos redatores e repórteres de punhos cerrados.

Não é muito difícil notar o hiato grotesco que existe entre as ideias, vontades e preocupações do dito “populacho” e as preocupações e convicções gourmetizadas dos intelectuais altruístas que empunham sovieticamente suas penas. Há muito tempo, a dona Ana sequer sabe o que está na capa dos maiores jornais do país, muito menos se importa com as recomendações políticas da Anitta e com as superanálises dos “especialistas”; e isso tem tudo a ver com a realidade social e política do país, se você compreender o mundo para além dos óculos midiáticos.

As redações fizeram questão de usar repelentes contra as ideias populares com o intuito de construir seus mundinhos de alertas ambientais e sofrimentos sociais em slow motion sem nenhuma encheção de saco; eles são singularmente preocupados em criar narrativas para seus preferidos a fim de serem os heróis supremos – ou supremos iluministas – dessa estranha democracia que ignora o povo.

Encontro com o mundo real
Fato é que a sensação de encontro com o mundo real, aquele que Dylan O’Brien acha ao sair do labirinto em ‘Maze Runner’, ou o que Beatrice e Quatro encontram ao passar o muro da “cidade de perfeições” do thriller ‘Divergente’, é algo cada vez mais difícil de ser encontrado nos debates públicos, pois o debate público está discutindo ideias de confeitaria propostas por artesões da realidade que convém e não as ideias e dúvidas da dona Ana e do Bastião.

Como mostra o relato bíblico das tentações de Cristo no deserto, é muito mais efetivo distorcer a realidade do que simplesmente criar uma do zero, e é por isso que, após vídeos mostrarem o que parece ser verdadeiramente um sistema de artilharia antiaérea no complexo do Alemão no Rio de Janeiro, encontramos matérias como a que relaciona as mortes naquela favela à operação policial pura e simplesmente, como se a polícia tivesse entrado nas favelas em busca de colunistas de jornais, costureiras má educadas e jovens descorteses, e não de traficantes altamente perigosos e gerentes do crime organizado. O óbvio fato de que o complexo do Alemão seja hoje um espaço sem lei, um território do narcoestado, que os traficantes que ali presidem ostentam armas de guerra e atiram com fuzis sem nenhum tipo de recriminação, tudo isso é ignorado num frenesi militante que chega até a ser curioso de observar.

Essa é a nossa própria distopia cotidiana, que faz qualquer ‘Admirável Mundo Novo’ e ‘1984’ parecerem exageros bobos de escritores pedantes. Enquanto assistimos, através de nossas janelas, a traficantes empregando artilharias antiaéreas contra helicópteros da polícia, ao voltarmos os olhos para nossos celulares, encontramos matérias jornalísticas debatendo o enorme problema que há em o seu Geraldo ter comprado uma arma legal para defender sua família. Enquanto nossa polícia enfrenta uma quase insurreição armada do crime organizado no Rio de Janeiro e na fronteira com o Paraguai, nossos jornalistas engajados estão histéricos berrando como Bolsonaro ousou questionar o deus Urna Eletrônica.

O Bastião não entende como pode ser tão urgente e catastrófico alguns quilômetros da mata amazônica pegando fogo; a opinião da Alemanha e da França sobre isso; Bolsonaro ser um “fascista” porque disse algo que não agradou — o Bastião nem sabe o que é fascismo —; e nem como a polícia deveria combater o tráfico dos morros com retóricas, abraços afetuosos e recomendações da ONU. Depois que o Bastião fecha o jornal, ele encontra o mundo do jeitinho que ele deixou, e, no metrô até sua casa, coloca a mochila na frente da barriga porque podem surgir muitos daqueles “vulneráveis” — como dizem os jornalistas em suas salas seguras — para roubar o único sustento de sua família.

O Bastião, por fim, na limitação iletrada de sua formação, deve se questionar sinceramente sobre como a polícia combateria o crime organizado que tem morteiros, granadas e fuzis com mera conversa e apoios reconfortantes dos sociólogos. Todavia, ele sabe que seu sincero questionamento logo seria desprezado como tolice se fosse vocalizado de alguma forma, que ficaria com a face vermelha a partir do primeiro insulto de um “entendido sobre o assunto” ao explicar-lhe que a polícia é fascista e que ele é um reacionário burro.

Tais questionamentos são perigosos para os engenheiros de crises, eles têm aquele poder incômodo de abrir as janelas das redações para os ventos de fora que trazem a realidade sem nenhum lubrificante. É mais fácil, assim, ignorar a realidade e trancar as janelas, e ante os vídeos de policiais acossados por um sistema de armamento típico de guerras mundiais, fechar os olhos e escrever sobre como tais policiais são malvadões e como são, na verdade, os verdadeiros culpados pela morte da população refém do crime organizado, e não os criminosos… quero dizer: os “vulneráveis”.

É difícil explicar tudo isso a um estrangeiro sem parecer um completo demente, sem deixar transparecer – apesar de todo o cuidado – que somos uma nação alienada e idiotificada por esses jornalistas militantes. Tal como Orwell que escreveu a ‘Revolução dos Bichos’ para dar conta de expor todo o absurdo soviético que estava sendo perpetrado em seus dias sob os narizes enamorados dos jornalistas ocidentais, talvez reste aos poucos sensatos remanescentes tratar a realidade como uma distopia necessária, para ver se assim os adormecidos despertam para o óbvio gritante.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/a-distopia-nacional-por-que-o-bastiao-nao-da-bola-para-a-imprensa/
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POLÍTICA ECONÔMICA DA ARGENTINA É UM MAU EXEMPLO PARA OS OUTROS PAÍSES

Crise na Argentina

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


O presidente argentino, Alberto Fernández, na Casa Rosada, em Buenos Aires, em 4 de julho de 2022.| Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

A Argentina alcançou a maior inflação dos últimos 30 anos, chegando a 64% em junho, no acumulado anual. Para completar o cenário dramático, o peso desvalorizou cerca de 25% em relação ao dólar e o Banco Central do país elevou a taxa básica de juros a 52%.

Na tentativa de conter a escalada do dólar, o governo de Alberto Fernández, sempre orientado pela vice-presidente Cristina Kirchner, criou limites à posse de algumas ações e preparou câmbio diferenciado para turistas.

Tudo isso na mesma semana em que manifestações populares pediram por salário mínimo universal e foram contra o aumento do preço do transporte público. Não é à toa que a aprovação popular de Fernández está em 17%.

“O desafio deste governo será sobreviver até o final do ano”, diz o cientista político Lucas Romero, diretor da Synopsis Consultores, em entrevista à francesa RFI. Ele relaciona a crise econômica argentina à falta de interesse do governo em cumprir os acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que tira a credibilidade do país diante do cenário internacional.

Não colocar a resolução do déficit fiscal como prioridade é característica de Cristina Kirchner e que deve ser mantida pela ministra da Economia Silvina Batakis, no cargo desde o começo de julho e indicada pela vice-presidente. 

Suspensão da contratação de funcionários 
O governo argentino decretou nesta sexta-feira (22) uma suspensão na contratação de funcionários da administração pública nacional, com a intenção de reduzir o déficit fiscal do país.

De acordo com um decreto publicado no Diário Oficial, “é apropriado adotar várias medidas para garantir uma utilização eficiente e responsável do orçamento nacional, no que diz respeito à contratação de pessoal”. A suspensão ficará em vigor até o final de 2023 e se refere às jurisdições e entidades do setor público nacional, onde “nomeações e contratações de pessoal de qualquer natureza” não serão permitidas.

A Argentina acumulou no primeiro semestre do ano um déficit fiscal primário de 755,9 bilhões de pesos (US$ 5,5 bilhões, equivalente a R$ 30 bilhões na cotação atual), um valor que representa 0,99% do PIB, um aumento de 263% em relação ao registrado no mesmo período em 2021. Apesar de não ser uma prioridade de Batakis e sofrer resistência de Kirchner, a Argentina ficou sem saída em relação a cumprir, pelo menos em partes, os compromissos internacionais.

O acordo de refinanciamento da dívida da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), selado em março, inclui entre seus objetivos que o país atinja um déficit fiscal primário equivalente a 2,5% do PIB neste ano, a partir de um déficit de 3% do PIB em 2021.

Salto do dólar 
De janeiro para julho, o dólar saltou de 209 para 338 pesos. A moeda americana na Argentina tem subido constantemente desde o mês passado, quando foram acrescentadas restrições ao acesso à moeda estrangeira e depois que o ex-ministro da Economia, Martin Guzmán, renunciou em meio a tensões financeiras e políticas.

Especialistas locais relacionam o aumento da demanda de dólares com a necessidade de cobertura por investidores cautelosos com o progresso da economia local, marcada por fortes desequilíbrios, a escassez de divisas estrangeiras e problemas de financiamento, entre outros fatores.

A empresa Portfolio Personal Investments (PPI) advertiu em relatório que a diferença cambial disparou para uma nova máxima dos últimos 32 anos e “as pressões de desvalorização estão aumentando”. “Qual é o risco de um salto discreto na taxa de câmbio sem a âncora da consolidação fiscal e sem credibilidade? Essa inflação vai acelerar acentuadamente”, analisou a empresa.

Limites à posse de ações 
Na quinta-feira (21), o Banco Central da Argentina ordenou limites à posse de determinadas ações por empresas que operam no mercado formal de câmbio. A medida busca conter a forte alta do preço dos chamados “dólares financeiros”.

A diretoria do Banco Central decidiu incluir as posses de Certificados de Depósito Argentino (Cedears) dentro do limite de disponibilidade de até US$ 100.000 (equivalente a R$ 544.000) que podem ter as empresas que acessam o mercado de câmbio oficial. A autoridade monetária também estabeleceu que as operações com Cedars não poderão ser realizadas nos 90 dias anteriores ou nos 90 dias posteriores à realização de operações no mercado de câmbio oficial.

Câmbio diferenciado para turistas 
Nesta semana, o governo da Argentina ainda anunciou que está preparando medidas para incentivar turistas estrangeiros a liquidar seus dólares no mercado formal do país, oferecendo uma taxa de câmbio próxima aos valores cotados nos mercados paralelos – onde há uma diferença superior a 130%.

“A diferença da taxa de câmbio significa que os turistas que chegam, especialmente os dos países vizinhos, vão ao mercado informal para trocar dólares”, reconheceu o ministro do Turismo, Matias Lammens. Esses dólares não entram no mercado formal de câmbio e, portanto, ficam fora das reservas internacionais.

“Precisamos fortalecer as reservas do Banco Central”, acrescentou Lammens, ressaltando que “o turismo é um dos principais geradores de moeda estrangeira para a Argentina”. O montante máximo permitido por esse mecanismo, no entanto, será de US$ 5 mil.

Anúncio de novas obras 
Apesar do desastre econômico, Fernández apontou como saída novas obras públicas. O presidente argentino anunciou reformas viárias, de saneamento e de infraestrutura rural – no chamado plano “Argentina Grande”, que tem outros 5 mil projetos em andamento.

“Temos que trabalhar duro todos os dias sem desistir. As obras públicas serão a força motriz da economia. Sei que estamos passando por momentos difíceis, sei que temos que ajustar alguns números nas contas públicas, mas isso não será feito à custa de parar as obras públicas, nem as de habitação”, disse o presidente argentino em uma cerimônia na Casa Rosada, sede do governo em Buenos Aires, na segunda-feira (18).

Manifestações populares 
O governo da Argentina declarou na quinta-feira (21) que aumentará as tarifas de transporte público em até 40% para a região metropolitana de Buenos Aires. A medida foi oficializada no Diário Oficial e entrará em vigor em agosto, estendendo a lista de reclamações de manifestantes pelo país.

O anúncio foi feito um dia após organizações sociais realizarem uma jornada de protestos para exigir um salário básico universal que ajude a aliviar a situação social do país, em meio a altas taxas de inflação e pobreza.

O governo de Alberto Fernández negou a possibilidade de pagar um salário básico, devido ao custo fiscal, mesmo depois de deputados apresentarem um projeto de lei para implementá-lo, com aval de Cristina Kirchner.

Movimentos políticos frágeis 
O buraco está tão profundo que o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, anunciou nesta semana que será necessário o apoio da oposição no combate ao derretimento da moeda e da inflação que se compara à dos países mais pobres do mundo, como o Zimbábue.

Após dar posse à kirchnerista Silvina Batakis como ministra da Economia, o governo argentino busca estratégias para diminuir a desaprovação do governo (que está em 73%), colocando a responsabilidade nas mãos de Sergio Massa, o presidente da Câmara dos Deputados, ao transferi-lo para a função de ministro da Casa Civil. Essa mudança, no entanto, precisaria, claro, do aval da vice-presidente. Quando o nome de Massa foi sugerido para substituir Martin Guzmán na Economia, Kirchner vetou.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o advogado e professor da Universidade de Buenos Aires Flavio Gonzalez explicou que grande parte do problema econômico argentino vem da política do país. “Não está no DNA kirchnerista combater o déficit fiscal”, destaca. “O problema político praticamente paralisa o governo. O kirchnerismo é um problema para as soluções do país”, conclui Gonzalez.

Conforme escreve Florencia Donovan, em artigo publicado no jornal La Nacion, “a equipe econômica agora descobre que já não está sem piloto, mas também sem instrumentos”.

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A CANDIDATURA DE LULA NÃO É NORMAL


Por
Rodrigo Constantino

Rio de Janeiro – Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento da campanha Se é público é para todos, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Defini como minha principal missão até outubro a constante lembrança ao público de que não é aceitável normalizar a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva. É necessário lembrar todos os dias do absurdo disso. Lula comandou o mais esquema de corrupção da história do país, quase toda a cúpula do PT acabou presa em seu governo, e ele foi julgado e condenado por crimes cometidos. Sua soltura se deu por conta de malabarismos supremos.

Lula não é inocente e não foi inocentado. Ao contrário: ele foi condenado por vários juízes em diferentes instâncias. Mas seus companheiros do STF, anos depois, resolveram encontrar problemas técnicos, como o CEP de onde ele foi julgado, para “descondenar” o petista. Desde então, a imprensa tem feito um incrível esforço para tratar tudo isso com absoluta normalidade. Não é normal. É coisa de republiqueta das bananas.

A mesma mídia que diz que o simples fato de o presidente Bolsonaro, reagindo a uma investida surreal do ministro Fachin para espalhar narrativas sobre um futuro potencial golpe contra nossa democracia, receber embaixadores para expor suas preocupações com nosso sistema eleitoral representa uma incrível vergonha internacional. Não! Vergonha internacional é Lula ser candidato! É isso que não dá para explicar para o “gringo”.

O PT destruiu nossa economia, quase afundou junto nossa democracia, e agora quer bancar novamente o defensor dos pobres. Lula já disse que pretende aumentar impostos, gastar mais recurso estatal por meio de dívida, regular a imprensa e até as redes sociais. Já ameaçou também que num eventual próximo governo contará com a participação próxima de gente como Boulos, do MTST, movimento criminoso invasor de propriedades.

O radicalismo de Lula não arrefeceu; aumentou! Ele continua o mesmo que fundou o Foro de SP ao lado do ditador comunista Fidel Castro. Ele ainda defende o regime nefasto de Maduro na Venezuela. Ele apoiou recentemente o atual governo argentino, que vem destruindo a nação, que deverá ter uma inflação acima de 70% este ano e caminho rumo ao destino trágico da Venezuela. Que moderação é essa? Só porque colocou um poste como Alckmin ao lado para enganar trouxas?

Fingir que a candidatura de Lula é a coisa mais natural do planeta é fazer um jogo sujo por ódio a Bolsonaro, ou por um desejo inconfessável de regressar aos tempos de roubalheira generalizada. Os monstros do pântano repetem o discurso patético de que Bolsonaro representa uma ameaça à democracia. Mas ameaça mesmo, como disse Alexandre Garcia, são a corrupção e ideologias totalitárias. Lula é quem as representa. E os militantes disfarçados de jornalistas aplaudem. Não dá para normalizar nada disso. É atraso demais!


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PRESIDENCIÁVEIS QUEREM ALTERAR A POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS

Lula, Bolsonaro e Ciro já avisaram que querem mudar a política de preços da estatal; perspectiva é de que o problema dos combustíveis seguirá vivo em 2023

A presidência da Petrobras é sempre um dos cargos mais cobiçados na troca de governo durante o período de transição. Nas eleições deste ano, a escolha ganha contornos ainda mais estratégicos.

Sede da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro; presidência da estatal é sempre um dos cargos mais cobiçados
Sede da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro; presidência da estatal é sempre um dos cargos mais cobiçados Foto: Marcos de Paula/ Estadão

Diante dos desafios impostos pela disparada dos preços do petróleo no mercado internacional e da inflação, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e pela crise de abastecimento na Europa, a escolha passa a ser ainda mais importante na definição da política econômica no início do próximo governo.

A perspectiva é de que o problema dos combustíveis seguirá vivo em 2023. Mesmo que sejam prorrogados a desoneração de tributos e os auxílios extraordinários, como o bolsa-caminhoneiro, estaremos longe de uma solução estrutural.

Mudanças na gestão da empresa estão em curso pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e deverão continuar, independentemente do candidato que sair vitorioso nas urnas nas eleições de outubro.

Os três primeiros colocados nas pesquisas (Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes) sinalizaram intenção de mudar a política de preços da Petrobras.

Defendida pelo ministro Paulo Guedes, a privatização da Petrobras não tem apoio contundente do presidente e, muito menos, das lideranças do Centrão.

O episódio mais recente da crise do governo com a Petrobras – em torno da recusa, pelo conselho de administração, de dois nomes indicados pela União e reprovados pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) – mostra que os problemas seguem. Entre os recusados, está o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano.

Se eleito, o ex-presidente Lula, que já falou em “abrasileirar” a política de preços da empresa, dificilmente conseguirá fazer uma transição radical num cenário de necessidade de escolhas difíceis de prioridades de políticas públicas.

Estaria Lula disposto a torrar de cara, por exemplo, R$ 120 bilhões, R$ 150 bilhões para segurar os preços dos combustíveis com risco elevadíssimo de descontrole fiscal num ambiente de gastos maiores já contratados para 2023?

É nesse contexto que as apostas para a presidência da Petrobras e a nova política de preços da estatal começam a ser colocadas à mesa.

Outro ponto nesse xadrez é que o próximo ministro da Economia não terá mais a força dos tempos do passado. Além de a pasta ser novamente dividida, hipótese dada como certa em todos os cenários, não se espera nessa eleição um novo Posto Ipiranga. O Congresso tomou para si o controle de boa parte da agenda econômica. Não vai largar o osso.

 

PANTANAL USA TECNOLOGIA PAA DETER INCÊNDIOS

Foto: Cleide Silva/Estadão

Por Cleide Silva – Jornal Estadão

Brigada permanente anti-incêndio e câmeras buscam evitar tragédia de 2020, que atingiu mais de 90% da área

ENVIADA ESPECIAL AO PANTANAL – As cicatrizes do incêndio sem precedentes registrado no Pantanal mato-grossense em 2020 ainda estão por todo lado. Árvores carbonizadas ou secas e quantidade menor de pássaros e outros animais na região da Serra do Amolar, a mais atingida pelo fogo naquele ano, indicam que, apesar de sua grande capacidade de regeneração, a floresta e a fauna vão levar anos para uma recuperação completa.

Em agosto, quando a temporada de seca se intensifica, há riscos de novos incêndios mas, desta vez, a Serra do Amolar está mais preparada.

Para que a tragédia não se repita, desde o ano passado foram feitas ações como a criação de uma brigada permanente de combate a incêndios e, mais recentemente, a instalação de câmeras que monitoram focos de fumaça.

O incêndio de dois anos atrás começou em setembro e atingiu mais de 90% da Serra do Amolar, área protegida de 300 mil hectares entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde está o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense. Foram estimados 17 milhões de animais vertebrados mortos, principalmente répteis, e perda de 742 mil árvores.

À impressão, ao percorrer hoje a Serra do Amolar, é de que a maior parte da área queimada se recuperou. Há muito verde, principalmente nos entornos do Rio Paraguai, que atravessa a região. A nova flora, contudo, em sua maioria são cipós e vegetação primária, explica Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização que há 20 anos atua na preservação da Serra do Amolar.

“Grande parte das espécies demora de 10 a 20 anos para se recuperar”, diz Rabelo. Como o fogo foi também subterrâneo, diversas sementes desapareceram. A equipe do IHP conseguiu recuperar algumas delas, em parceria com a ONG Nós Fazemos o Clima (NFC), e hoje mantém um viveiro de mudas de árvores frutíferas aguardando a época certa para o plantio.

Temporada de seca

Com a intensificação da temporada de seca a partir de agosto, e vários focos de incêndios já detectados em todo o Pantanal, o alerta está ligado.

“O que aconteceu há dois anos não vai se repetir”, acredita o brigadista Manuel Garcia da Silva, que acompanha o grupo de combate ao fogo criado pelo IHP.

No ano passado já houve importante avanço, com registro de apenas 7% de área queimada na região. A Brigada Alto Pantanal foi formada em meio ao incêndio provocado por ação humana num momento de seca histórica, ventos fortes que ajudaram na sua propagação e focos vindos de diferentes regiões, incluindo da vizinha Bolívia.

A equipe é formada por brigadistas locais que conhecem o terreno e sabem como se movimentar. Em 2020, vários Estados enviaram brigadistas, mas eles não conheciam a área e, por isso, demoravam para chegar aos focos do incêndio.

A região conta também com o Sistema Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PrevFogo), do Ibama, criado pelo governo federal após o grande incêndio.

Nos últimos meses, a brigada do IHP tem feito aceiros – limpeza de faixas de áreas no meio da mata para evitar que o fogo passe de um lado para outro e que também servem para a fuga de animais.

Outra parte visita as comunidades e fazendas vizinhas para alertar sobre a prática de queima de pasto para a pecuária. Segundo Rabelo, os pantaneiros sempre manejaram o fogo em áreas de pastagens, mas sabem a época correta para fazer isso. Já os proprietários novatos de terras não são familiarizados com a técnica.

Câmeras

Uma das mais importantes ferramentas que o IHP acaba de implantar são cinco câmeras de alta definição instaladas em torres de comunicação. Elas operam com inteligência artificial e detectam, em no máximo três minutos, o surgimento de focos de calor e fumaça. Um alerta é enviado à central, na sede do instituto, em Corumbá (MS), e a área passa a ser monitorada.

“Sabemos o local exato onde está o foco e avisamos as equipes de brigadistas mais próximas, voluntários e pessoal das fazendas do entorno para estarem prontas para irem ao local”, informa Josiel Coelho, técnico do IHP que acompanha as telas de monitoramento das câmeras.

Os equipamentos acompanham um raio de 70 mil hectares ao redor do Parque Nacional. Antes, com o uso apenas de satélites, o fogo era detectado apenas 3 a 6 horas depois de seu início. Com a dificuldade de mobilização, feira normalmente por barcos, às vezes as equipes de combate chegavam ao local dias após o início do incêndio.

O inédito sistema de câmeras, chamado de Pantera, foi desenvolvido pela startup umgrauemeio, com sede em Jundiaí (SP). Osmar Bambini, um dos fundadores da empresa, afirma que, juntando outras áreas do Pantanal, como a do Sesc Pantanal, há 11 torres com câmeras nessa região.

“Com 28 câmeras seria possível cobrir todas as áreas críticas do Pantanal, cerca de 2,5 milhões de hectares”, diz Bambini. Mas, para isso, seria necessária ajuda financeira para aquisição do sistema. As 11 já instaladas são financiadas pela JBS, um investimento de R$ 8 milhões.

A umgrauemeio trabalha agora no desenvolvimento de um sistema de modelagem do fogo, que vai prever para onde ele vai e em qual velocidade.

Outro projeto é promover a integração entre o Pantera e drones. “Com isso, é possível acompanhar o trabalho dos brigadistas e até transportar água para ajudar no combate com o uso de drones de grande porte”, afirma Bambini.

Torres de comunicação ganharam câmeras de alta definição que detectam fumaça
Torres de comunicação ganharam câmeras de alta definição que detectam fumaça Foto: Umgrauemeio/Divulgação

Patrocínios

Criado em 2002 por Rabelo, o IHP é mantido por doações de pessoas físicas e privadas e participa de licitações de projetos do governo e de empresas.

Além de atuar na preservação e no combate a incêndios, o IHP mantém os projetos Cabeceiras do Pantanal (de preservação e gestão de nascentes de rios), Amolar Experience (de ecoturismo sustentável) e Rede Amolar (parceria entre instituições privadas, governamentais e ONGs voltada à proteção e preservação da biodiversidade e da cultura da região).

Outro projeto é o Felinos Pantaneiros, para preservação da onça-pintada, que está na lista de risco de extinção. O Felinos tem apoio do Banco BTG Pactual e, desde maio, também da General Motors, com doações financeiras e de uma picape S10 para o trabalho de campo da equipe do instituto.

Nesta semana, a GM anunciou parceria também com a Conservação Internacional (CI-Brasil) para a restauração da Floresta Amazônica na região de Tapajós, com ajuda financeira e cessão de duas picapes S10.

O instituto se prepara para iniciar a venda de créditos de carbono baseados nos projetos que evitaram o desmatamento da região, assim como a preservação da onça-pintada, animal que, por estar no topo da cadeia alimentar e precisar de grandes áreas preservadas para sobreviver, é indicador de qualidade do bioma. / VIAGEM A CONVITE DA GM

 

TIK TOK FOCA NAS PEQUENAS EMPRESAS PARA UTILIZAR A PLATAFORMA

 

Por Sabrina Bezerra – StartSe

This photo taken on November 21, 2019, shows the logo of the social media video sharing app Tiktok displayed on a tablet screen in Paris. (Photo by Lionel BONAVENTURE / AFP) (Photo by LIONEL BONAVENTURE/AFP via Getty Images)

Rede social chinesa lançou o “Follow Me”, programa focado em pequenas e médias empresas, para ensinar empreendedores a usar a plataforma. Entenda a estratégia!

O TikTok lançou um novo programa focado em pequenas e médias empresas (PMEs), o “Follow Me”. O objetivo é ensinar gratuitamente como usar a rede social — de dicas práticas ao uso do recurso campanha — para alavancar os resultados.

A ação está longe de ser pontual. Ela faz parte de uma estratégia focada em atrair e reter empreendedores — público que, atualmente, é engajado em seu principal rival, o Instagram. Para você ter uma noção, a rede social de Mark Zuckerberg tem mais de 25 milhões de perfis corporativos, que são responsáveis por parte da receita em anúncios na rede social.

O apetite por fisgar empreendedores não é em vão. Com a aceleração da digitalização dos negócios e a pandemia de Covid-19 — que fez muitas pessoas empreenderem para sobreviver —, as redes sociais se tornaram importantíssimas para divulgar o serviço ou produto das marcas.

Neste cenário, os anúncios pagos se tornaram os novos panfletos. Tanto que a publicidade em redes sociais aumentou 60% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com 2020, segundo dados do Relatório da Socialbakers. Para as empresas do nicho, é mais uma fonte de receita — e ganha quem oferecer mais recursos e bons resultados. Não à toa o TikTok se aproxima dessa comunidade ao oferecer um programa com roteiros de aprendizado com base nos objetivos dos negócios.

“Durante seis semanas, vão aprender as melhores práticas para executar campanhas no TikTok e integrar a história da marca nos vídeos. O programa também inclui um guia para configurar uma conta comercial gratuita, acessar ao Creative Center para inspiração de conteúdo e insights”, diz a rede social chinesa.

REDES SOCIAIS PARA PROMOVER PEQUENOS E MÉDIOS NEGÓCIOS

Instagram, celular

Celular com o logo do Instagram (Foto: Claudio Schwarz on Unsplash)

A Meta, dona do Instagram, e o TikTok não são únicas redes sociais de olho no público empreendedor.

O Pinterest, na tentativa de aumentar o número de usuários e de receita, tem lançado uma série de ferramentas — como API de compras, tags de produtos, aba comprar, entre outras — voltadas ao empreendedorismo.

Os movimentos também vão ao encontro do comércio eletrônico, que deve movimentar US$ 5,5 trilhões no mundo todo este ano, segundo a eMarketer.

Mas, para efeito de comparação, quando o assunto é YouTube, TikTok, Snapchat e Twitter, a boa notícia vem para a rede social chinesa: segundo estimativa da eMarketer, espera-se que até 2024, o TikTok tenha, por exemplo, o mesmo nível de anúncio que o YouTube — chegando a US$ 23 bilhões. Snapchat, por sua vez, alcançaria US$ 8,7 bilhões e Twitter ficaria atrás deles, em último, com US$ 7,9 bilhões.

POR QUE IMPORTA?

O TikTok, apesar de ter um dos algoritmos mais desejados pelas empresas — já que consegue reter, em média, 10 minutos seguidos da atenção dos internautas —, não se limita e está buscando formas de inovar e aumentar a receita.

Mas por que focar em pequenos e médios empreendedores? Porque cada vez mais os PMEs estão se digitalizando, logo, este público pode se tornar anunciante pago na plataforma. Afinal, no ano passado, dos quase US$ 4 bilhões de receita, parte dela veio de anúncios, segundo a Bloomberg.

Outro ponto a observar na nova estratégia do TikTok é a análise de dados: a empresa lançou o novo programa após identificar a digitalização e o alto engajamento dos vídeos na plataforma. “De acordo com um relatório recente publicado pela Hello Alice, 81% das pequenas empresas dizem que o TikTok é divertido e 73% dizem que é fácil de usar”, diz a empresa.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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sexta-feira, 22 de julho de 2022

PAÍSES DO MERCOSUL NÃO RESOLVEM SEUS DILEMAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou (à esquerda); do Paraguai, Mario Abdo Benítez (ao centro); e da Argentina, Alberto Fernández (à esquerda), conversam durante reunião de cúpula do Mercosul em 21 de julho de 2022.| Foto: Nathalia Aguilar/EFE

As divergências que vêm minando a atuação comum dos países do Mercosul se tornaram ainda mais evidentes nas reuniões de chefes de Estado, ministros da área econômica, presidentes de Bancos Centrais e chanceleres, ocorridas ao longo desta semana. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não viajou à cidade paraguaia de Luque, participando da cúpula desta quinta-feira por videoconferência – os demais presidentes, o argentino Alberto Fernández, o uruguaio Luis Lacalle Pou e o paraguaio Mario Abdo Benítez, compareceram pessoalmente. Além disso, não houve consenso para que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enviasse uma mensagem aos presidentes.

Mas é na questão da inserção comercial que as diferenças se aprofundam. Por mais que o bloco tenha anunciado a conclusão de um acordo de livre comércio com Singapura, facilitando a entrada de produtos sul-americanos no Sudeste Asiático, e tenha finalmente acertado uma redução de 10% na Tarifa Externa Comum (algo que o Brasil já havia realizado unilateralmente), as boas notícias terminaram aí. São as perspectivas de um outro acordo, que vem sendo costurado entre o Uruguai e a China, que dominam as preocupações dos países-membros. As regras do Mercosul exigem que tratados sejam negociados pelo bloco, não de forma isolada, mas há um ano o Uruguai já havia avisado os demais parceiros que passaria a agir sozinho mesmo sem o aval dos outros três países do Mercosul, intenção que Lacalle Pou reafirmou nesta quinta-feira. Argentina e Paraguai já se declararam enfaticamente contrários a qualquer acordo entre China e Uruguai, enquanto o Brasil, defensor de uma flexibilização das regras de negociação, tem evitado tomar partido.

Os países do Mercosul dificilmente conseguem falar o mesmo idioma em termos econômicos

“Seríamos mais fracos sem o Mercosul”, afirmou o chanceler argentino, Santiago Cafiero; seu colega paraguaio, Julio César Arriola, acrescentou que o bloco tem “maior capacidade e força negociadora”. Ora, se há um país que sabe muito bem disso é o Uruguai. Um país de 3,5 milhões de habitantes e PIB de US$ 50 bilhões tem muito menos poder de fogo em uma mesa de negociação que um gigante de 270 milhões de habitantes e PIB de cerca de US$ 2 trilhões. A questão não é essa, mas o que fazer quando o desejo de maior inserção internacional de um país é freado pelos parceiros de bloco – no entanto, a discussão do problema em tese ainda deixa de lado algumas questões mais práticas, que se tornam cruciais quando do outro lado estão os produtos chineses.

Caso os uruguaios de fato assinem um tratado de livre comércio com a China, e permaneçam no Mercosul, o país asiático teria abertas as portas para seus produtos dentro de todo o bloco sem pagar tarifas, bastando que eles chegassem pelo Uruguai, jogando o pêndulo para o outro lado: se hoje há uma boa dose de protecionismo dentro do bloco, passar-se-ia a uma situação de concorrência quase desleal. O próprio Paulo Guedes, defensor da abertura comercial, reconheceu essa situação em um evento organizado pelo Senado em abril de 2021, comemorando os 30 anos do Mercosul. “Nós sempre dissemos para os nossos industriais que nós não íamos abrir de repente a economia brasileira, considerando que o industrial brasileiro tem uma bola de ferro na perna direita, que eram os juros de dois dígitos; uma bola de ferro na perna esquerda, que eram justamente os impostos excessivos; e um piano nas contas, que são os encargos trabalhistas. Você não pode de repente abrir e falar: ‘pode correr que o chinês vai te pegar’”, afirmou à época o ministro da Economia. A situação escancara as diferenças internas dentro do bloco, pois, enquanto o Uruguai é o 34.º colocado no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, considerado uma “economia livre” (e cujos negócios, teoricamente, teriam mais condições de concorrer com o produto chinês), o Brasil amarga o 133.º lugar e a Argentina, a 144.ª posição, ambos no grupo dos países “majoritariamente não livres” – o Paraguai fica em um intermediário 73.º lugar, entre as economias “moderadamente livres”.


Os países do Mercosul, portanto, dificilmente conseguem falar o mesmo idioma em termos econômicos. Há os que, já tendo uma economia bem desenvolta, gostariam de avançar mais na inserção comercial internacional; os que entendem o valor da abertura comercial, mas não conseguem realizar reformas que deem competitividade ao produtor nacional e permitam que essa abertura possa ocorrer sem solavancos; e os que abraçam sem pudores o protecionismo. É fundamental que o Mercosul siga buscando a elevação do comércio exterior com outros países e blocos – o que inclusive servirá como empurrão para reformas que elevem a competitividade do produto nacional – em uma velocidade que seja aceitável para todos.


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CONTAS DOS ESTADOS E A REDUÇÃO DE IMPOSTOS

 

Finanças públicas

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo


Estados alegam que crescimento de arrecadação não é estrutural| Foto: Lia de Paula/Agência Senado

As estratégias utilizadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para reduzir o preço final dos combustíveis atingiram em cheio as finanças das administrações estaduais, altamente dependentes da arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Apenas a Lei Complementar 194/2022, que limitou as alíquotas do tributo sobre combustíveis, energia, transportes e comunicações, deve reduzir as receitas das unidades federativas em cerca de R$ 54 bilhões até o fim do ano, de acordo com as secretarias de Fazenda estaduais.

Diante dos protestos de governadores, o governo federal argumenta que a arrecadação, a poupança e os investimentos dos estados cresceram nos últimos anos em razão de ganhos proporcionados pela inflação de combustíveis e energia na retomada econômica, além de transferências federais para o combate à pandemia de Covid-19.

Segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em 2021 a arrecadação líquida do ICMS com combustíveis e lubrificantes foi de R$ 112,5 bilhões, uma alta de 40% em relação a 2020, quando foram contabilizados R$ 80,4 bilhões. Os números foram utilizados pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), em seu relatório ao PLP 18, que deu origem à Lei Complementar 194.
Arrecadação do ICMS cresce 23% em 2021 com disparada de combustível e energia

Um relatório divulgado no fim de junho pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Economia, mostra que todas as 27 unidades da federação tiveram crescimento em suas receitas no segundo bimestre, na comparação com o mesmo período de 2021. As maiores elevações ocorreram no Rio de Janeiro (40%) e no Pará (34%).

De acordo com o documento, houve aumento também nas despesas, mas em 20 das 27 unidades federativas em escala inferior à das receitas. No Rio de Janeiro, por exemplo, os gastos subiram 19%, e no Pará, 20%.

Crescimento das receitas e despesas correntes
Receitas correntes realizadas e despesas liquidadas até o 2º bimestre de 2022 em relação ao mesmo período do exercício anterior (%)

UF Receita Despesa
AC 20% 12%
AL 21% 23%
AM 17% 22%
BA 21% 10%
CE 18% 19%
DF 12% 6%
ES 31% 12%
GO 17% 2%
MA 19% 27%
MG 9% 16%
MS 18% 0%
MT 26% 12%
PA 34% 20%
PB 25% 18%
PE 3% 5%
PI 19% 15%
PR 24% 9%
RJ 40% 19%
RN 16% 9%
RO 32% 38%
RR 10% 35%
RS 4% 0%
SC 33% 16%
SE 14% 2%
SP 22% 19%
TO 27% 16%
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional
São Paulo e Minas Gerais anunciam redução na alíquota do ICMS do etanol
Outro indicador que aponta melhora na saúde fiscal dos estados é a poupança corrente, ou seja, a diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes empenhadas. Segundo o Tesouro Nacional, o dado, se positivo, aponta a autonomia para realização de investimentos com recursos próprios.

O melhor indicador foi observado no Amapá, onde a diferença entre receitas e gastos chegou a 60% da receita corrente líquida (RCL). No segundo bimestre de 2019, antes da pandemia, o nível de poupança corrente do estado era de 47% da RCL. Na época, estados como Goiás e Rio Grande do Sul apresentavam taxas negativas, de 7% e 6%, respectivamente. Segundo o último relatório, agora têm 22% e 21%.

Poupança corrente em relação à receita corrente líquida (RCL)
UF Poupança corrente/RCL
AC 37%
AL 28%
AM 25%
AP 60%
BA 33%
CE 34%
DF 25%
ES 39%
GO 22%
MA 26%
MG 20%
MS 29%
MT 48%
PA 33%
PB 33%
PE 29%
PE 29%
PI 32%
PR 42%
RJ 31%
RN 28%
RO 37%
RR 34%
RS 21%
SC 33%
SE 22%
SP 35%
TO 31%
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Com isso, estados estão conseguindo quitar restos a pagar, ou seja, despesas orçadas durante um ano fiscal e que não foram honrados. O Distrito Federal chegou a quitar 74% das despesas inscritas ao fim de 2021. Paraíba se desfez de 72% de seus restos a pagar, e o Pará, 70%. Na outra ponta, Rio Grande do Sul, Amapá e Minas Gerais conseguiram quitar apenas 9%, 10% e 11%, respectivamente.

Com isso, houve aumento nos investimentos dos estados. Até o segundo bimestre de 2022, a Bahia aplicou 10% de sua receita total com esse tipo de despesa. Espírito Santo, Maranhão e Alagoas investiram 9%, enquanto Mato Grosso do Sul, Piauí e Santa Catarina, 8%. Para se ter uma ideia, em 2019, no mesmo período, o maior índice, da Bahia, era de 5%.

Composição das despesas em relação à receita total
UF % custeio % pessoal % investimento % dívida
AC 17% 47% 2% 5%
AL 24% 46% 9% 6%
AM 25% 40% 3% 3%
AP 12% 37% 2% 0%
BA 22% 46% 10% 3%
CE 22% 44% 4% 5%
DF 26% 51% 1% 2%
ES 21% 39% 9% 3%
GO 27% 52% 2% 1%
MA 28% 44% 9% 7%
MG 19% 50% 5% 15%
MS 17% 55% 8% 4%
MT 10% 46% 2% 6%
PA 24% 45% 7% 2%
PB 12% 54% 5% 2%
PE 24% 48% 4% 2%
PI 25% 45% 8% 6%
PR 12% 48% 3% 2%
RJ 22% 50% 2% 1%
RN 10% 65% 1% 1%
RO 19% 46% 0% 1%
RR 19% 47% 1% 3%
RS 15% 65% 2% 1%
SC 17% 50% 8% 4%
SE 27% 51% 4% 3%
SP 21% 45% 3% 8%
TO 18% 53% 2% 3%

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Governo e Congresso querem mudar a Lei das Estatais, criada após a Lava Jato para evitar interferências político-partidárias nessas empresas. Você é a favor ou contra a mudança na lei?
A favor
Contra
Estados alegam que crescimento não é estrutural
Os estados, por sua vez, afirmam que o aumento recorde na arrecadação não foi estrutural. “A receita de ICMS cresceu muito acima do habitual, pulando de 7% para 7,6% do PIB, sem haver um real aumento de carga tributária para os contribuintes, nem qualquer outra mudança estrutural na economia que justificasse a crença de que esse resultado se repetirá pelos próximos anos”, diz o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), em nota.

A partir de análise do economista Sérgio Gobetti, a entidade alega que a receita estadual advinda do ICMS poderá cair até 1,5% do PIB nos próximos anos, em decorrência da reversão dos ganhos extraordinários de arrecadação obtidos em 2021 e da redução permanente das alíquotas de combustíveis, energia e telecomunicações.

Segundo o economista, a alta recente na arrecadação tratou-se de uma conjunção de fatores atípicos, que tende a se reverter. “O que ocorreu foi a combinação de dois eventos extraordinários: o aumento do preço do petróleo bem acima da média histórica e o crescimento do PIB industrial, que serve de base para o ICMS, bem acima do PIB geral da economia brasileira”, explica Gobetti.


Governo eleva projeção de crescimento do PIB de 2022 para 2% e reduz previsão de inflação
Embora tenham reduzido suas alíquotas de ICMS, 11 estados ainda tentam reverter no Supremo Tribunal Federal (STF) os efeitos da Lei Complementar 192/2022, que estabeleceu alíquota única e uniforme para todo o país do ICMS sobre combustíveis. Na segunda-feira (18), o ministro Gilmar Mendes, relator do caso na Corte, determinou a criação de uma comissão especial de conciliação com o objetivo de buscar um consenso dos interesses dos estados e da União.

Para o economista Raul Velloso, especialista em análise macroeconômica e finanças públicas, não há exatamente um lado certo nessa disputa. “Há interesses se cruzando. Do ponto de vista do governo federal, o ideal é que não haja inflação, que a Petrobras continue lucrando e que as alíquotas do ICMS diminuam para não ter esse impacto sobre as pessoas que consomem o combustível nas bombas dos postos”, diz.

“Do ponto de vista do gestor estadual, ele tende a ser contra isso porque ele vai sempre procurar aumentar a arrecadação não só para pagar suas dívidas, mas também para fazer frente aos gastos que precisa fazer e que também têm subido muito”, explica. “O estado é o primo pobre da federação”.

Segundo Velloso, que foi secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, diversas unidades federativas têm enfrentado graves crises em razão do aumento desproporcional de despesas com as previdências estaduais, que as obrigam a reduzir investimentos.

“Estados vão acabar perdendo as despesas financiadas por receitas cativas nas áreas de educação e saúde, que são críticas também. Mas previdência é uma conta que precisa ser paga. Subiu, vai ter de enfrentar, e aí o que sobra é cortar investimentos. É isso que está acontecendo no Brasil: estamos seguidamente cortando investimentos há 12 anos para poder pagar a conta da previdência”, afirma. “O que os governadores estão vendo agora é uma possibilidade de reagir melhor a isso.”

Em live promovida pelo jornal Valor Econômico, o economista Daniel Couri, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), disse que as limitações à arrecadação de ICMS dos estados devem representar, mais para frente, uma espécie de “reforma tributária forçada” nos estados.

“Nenhum estado que tem perda de arrecadação relevante como essa vai ficar parado”, disse. Para ele, o impacto das medidas deve ser heterogêneo, “mas todos vão sentir de alguma forma”.

“Temos vários regimes especiais no âmbito dos estados. Essa perda de arrecadação do PLP 18 vai forçar todos os governos estaduais a repensarem outros benefícios que serão concedidos”, afirmou Couri. “Isso vai forçar a gente a ter uma composição de arrecadação estadual diferente da que a gente tem hoje.”


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/como-estao-contas-dos-estados-que-vao-perder-parte-do-icms/
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ALEXANDRE DE MORAIS E A EPIFANIA E SÃO JORGE

 

Epifania

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Depois de 30 anos, fui a uma igreja evangélica. Enfrentei meus próprios preconceitos e saí de lá pensando: e se Alexandre de Moraes tivesse uma revelação?| Foto: Montagem de Eli Vieira

Terça-feira (19). Estou cansado. E, confesso envergonhadamente, estou tomado por um cinismo infeliz acumulado ao longo de décadas. É assim que enfrento o friozinho para entrar num culto evangélico pela primeira vez em trinta anos. A denominação – Igreja Batista da Lagoinha – é totalmente desconhecida para mim. “Vamos ver o que é que acontece”, penso, a título de automotivação. Antes, permita-me esclarecer o “cinismo infeliz”.

Não apenas acumulado, esse cinismo infeliz foi cultivado ao longo de três décadas. A origem, eu a localizo na igreja evangélica que eu era obrigado a frequentar enquanto pré-adolescente. Durante um tempo, achava que o problema estava na obrigatoriedade. Depois, entendi que eram outras coisas, sobretudo a música ruim e as pregações que misturavam religião e política, sem falar no moralismo sexual que definitivamente não comovia um menino pubescente.

Depois vieram anos e anos consumindo jornalismo e entretenimento que retratavam o mundo evangélico como um amontoado de gente na melhor das hipóteses ignorante e na pior, mal-intencionada. Por fim, teve aquela tarde de domingo em que, sem nada melhor para fazer e movido por uma curiosidade mórbida, liguei a TV para acompanhar o culto de um desses pastores caricatos – e fiquei assustado com a caricatura que vi.

Me sentei na antepenúltima fila. Cruzei os braços. Não estava mal-humorado nem nada. Era só meu jeito de esperar. A todo instante, porém, era levado a estender a mão e abrir um sorriso para os desconhecidos que vinham me cumprimentar com o “paz, irmão” que não ouvia há 30 anos. Já aí desmoronou o cinismo infeliz. “Como fazem falta gestos assim, de generosidade desinteressada”, pensei.

Começou o culto. Não havia liturgia alguma. Tudo era muito espontâneo – e não sei direito o que pensar a respeito disso. Digo, sou católico e conservador; gosto da Tradição. Mas havia tanta boa intenção nessa espontaneidade que era difícil não admirá-la. A primeira meia hora foi tomada por músicas bem melhores do que as que animavam os cultos da minha época. Destaque para uma moça de dreads coloridos que cantava divinamente bem e com um fervor digno de sinceros aplausos.

Depois das músicas vieram pastores que, alternadamente, oraram cada um por uma causa: família, saúde, trabalho (não dinheiro; trabalho) e Pátria. Ao meu redor, chamou a atenção a sinceridade com que as pessoas pediam e sobretudo agradeciam. Pensei que naquele exato momento alguém mais cínico e infeliz do que eu provavelmente estava entrando nas redes sociais para reclamar, reclamar, reclamar – num rito semelhante ao de uma oração blasfema. E até por isso me senti cercado por pessoas de bem.

Improvável

Por fim, começou a pregação. Não sem antes o pastor pedir que a bandeira do Brasil fosse mantida no telão. Intitulada “Deus Capacita os Improváveis”, a pregação foi feita tendo por base a história de Davi e a conversão do apóstolo Paulo ao Cristianismo. (A coincidência dos nomes não me escapou). E foi ao longo do monólogo que durou uma boa hora que refleti sobre a possibilidade de Alexandre de Moraes cair do cavalo.

Paulo, talvez você se lembre das aulas de catecismo, teve uma epifania e “caiu em terra”. Ou seja, ele pode ter mesmo caído do cavalo, como popularmente se diz, mas pode muito bem ter “caído da própria altura”. Não importa. O que importa é que um homem que antes perseguia os cristãos se tornou um cristão perseguido por pregar os valores que, como bem expõe Tom Holland no obrigatório “Domínio: o cristianismo e a criação da mentalidade ocidental”, moldaram a Civilização que nos rodeia.

O que aconteceria se um ministro do STF passasse pela mesma experiência e mudasse completamente de ideia? E aqui acredito que valha um aviso: sou totalmente responsável por essas elucubrações que associam a história bíblica ao Brasil do ano da Graça de 2022. O pastor jamais mencionou o nome de qualquer autoridade. Até porque o objetivo dele era alcançar o homem comum, e não tecer considerações jurídico-políticas.

Imaginei o pedido de desculpas, os debates sobre a sinceridade ou não de um arrependimento, uma turma se sentindo traída e a outra desejando vingança. Imaginei, porque imaginar é o que faço de melhor, o martírio por que passaria o ministro ao substituir o voluntarismo maquiavélico pelo que é belo & moral. Pelo que é correto e justo. Ou ao menos pelo que é constitucional. E, já que estava no embalo, imaginei até um Alexandre de Moraes asceta, a barba comprida adornando a cabeça calva, envolto nos retalhos de sua autoridade togada, imerso numa redenção para nós talvez incompreensível.

Alexandre de Moraes é um dos “improváveis” de que falava o pastor. A lógica (cínica, infeliz e elementar) nos leva a crer que ele jamais alcançará qualquer epifania que o desvie do caminho autoritário que vem trilhando. E eu estaria mentindo se dissesse que tenho esperança de que esse milagre venha a se concretizar. Assim como aconteceu com o apóstolo Paulo e incontáveis pessoas que não figuram nem na Bíblia nem nas manchetes dos jornais, o poder tende a despertar o que há de pior nas pessoas. Uma tentação que os vaidosos têm ainda mais dificuldade para rejeitar.

Saí da igreja igual, mas diferente. Não tenho intenção de frequentá-la nem nada. Mas, depois de duas experiências nos círculos infernais (aqui e aqui), foi bom saber que há no mundo pessoas gratas. Pessoas que, a despeito do olhar cínico e infeliz de tantos, não hesitam em enfrentar o cansaço e o friozinho curitibano para, numa noite qualquer de terça-feira, refletir. Hoje, com a esperança renovada, posso atestar: o cidadão de bem existe. E está mais perto de mim e de você do que fazem supor os tratados sociológicos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/e-se-alexandre-de-moraes-caisse-do-cavalo/
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AMEAÇA À DEMOCRACIA É A OPOSIÇÃO COM CORRUPÇÃO E TOTALITARISMO

 

Narrativas

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

AME1793. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 06/07/2022.- El expresidente y candidato a la Presidencia de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva participa en una reunión con representantes de la Samba para participar en un debate sobre el sector cultural, hoy, en la cancha de la escuela de samba Unidos da Tijuca, en Río de Janeiro (Brasil). El dirigente de la izquierda brasileña Luiz Inácio Lula da Silva mantiene una distancia de 14 puntos porcentuales frente al presidente Jair Bolsonaro en una encuesta sobre intenciones de voto con vistas a los comicios del 2 de octubre divulgada este miércoles. EFE/ André Coelho


O ex-presidente Lula cumpre agenda em Pernambuco durante a semana.| Foto: André Coelho/EFE

Vocês notaram como ficam repetindo o chavão da “ameaça à democracia”? O que é “ameaça à democracia”? Corrupção é uma ameaça à democracia, porque o dinheiro público passa a ser dos corruptos e não mais do público, do pagador de impostos. Não vai mais para hospitais, escolas, assistência social, infraestrutura, tratamento de esgoto, saneamento básico. Isso, sim, é um crime muito grande contra a democracia, porque falta dinheiro para os hospitais, e isso mata. Mata-se o futuro quando falta dinheiro para o ensino. Esse é um dos problemas. O outro é quando há uma ideologia que quer se impor, e todo mundo sabe que ela só se impõe em regimes de força como foi na União Soviética, por mais de 70 anos, em Cuba, na Venezuela, na China, como a gente está vendo nesses dias. Para funcionar, tem de ter um Estado forte e uma liberdade fraca para as pessoas físicas e jurídicas, assim o Estado pode se impor. Outro dia, até o ex-presidente Lula falou nisso, que na China era bom porque o governo podia governar, ninguém reclamava.

Por que eu estou contando isso? Porque foi homologada a candidatura dele em São Paulo e, na ausência dos dois candidatos, Lula e Alckmin, foi homologada a candidatura deles pelo Partido Comunista do Brasil e pelo Partido Verde, formando federação com o Partido dos Trabalhadores. Os componentes da chapa, Lula e Alckmin, estavam em Pernambuco, estado natal de Lula, no município onde ele nasceu, Garanhuns. Eu vi as imagens, tinha pouca gente e houve até vaias. Nos jornais e redes sociais só aparece a foto de Lula, não a do público. Mas vi alguém gravando por trás e ouvi vaias. O eleitor chega lá e vê Lula e Alckmin juntos, aqueles que eram os grandes adversários na eleição presidencial de 2006, um dizendo que o outro era o pior do mundo. Como é que o cidadão, que tem o pensamento claro, lógico, vai admitir? Fica estranho. O ex-presidente ainda está por lá, e agora está fazendo reuniões fechadas.

A explicação que Fachin quer está no artigo 84 da Constituição
O ministro Edson Fachin, atendendo a PCdoB, Rede, PDT e PT, deu cinco dias para o presidente Bolsonaro explicar por que convidou os embaixadores para falar sobre a falta de segurança da apuração. Eu acho que Bolsonaro devia responder que a Constituição, no artigo 84, afirma que compete privativamente ao presidente da República manter relações com Estados estrangeiros. E, se é “privativamente”, isso exclui o próprio ministro Fachin, que dias antes havia também convidado os representantes de Estados estrangeiros para falar sobre o mesmo assunto, a segurança da urna eletrônica e da apuração. Mas só quem pode fazer isso é o presidente da República, e ele usou esse poder.

Até o Brasil da pré-história já foi pilhado
Lá no Nordeste tem muito achado do período Paleolítico. Agora mesmo um museu alemão finalmente reconheceu isso, porque até agora dizia que um certo objeto era da Alemanha. São fósseis de um dinossauro ancestral das aves, com mais de 100 milhões de anos. Esse fóssil foi levado da Bacia do Araripe, uma região entre o Ceará e o Piauí por onde pesquisadores estrangeiros andam, levando fósseis para fora.

O Ministério Público já recuperou muitos desses fósseis. São dezenas. Isso aqui era casa da mãe Joana nos anos 1990; esse dinossauro chegou à Alemanha, mas não se sabe como. Pegaram muita coisa da Bélgica e ficam se metendo em nossa vida depois de levar madeira, minerais, até fósseis. Roubando do Brasil de 100 milhões de anos atrás.


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