segunda-feira, 18 de julho de 2022

POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Dinheiro / Real – 25-05-2017 – O Real é a moeda corrente oficial da República Federativa do Brasi e é conhecida pelo R$l. A cédula de um real deixou de ser produzida, entretanto continua em circulação alguns exemplares. As demais cédulas de real continuaram sendo produzidas normalmente pela Casa da Moeda. Entre elas, as notas de: 2,5,10,20,50 e 100. Na foto, detalhes de uma nota de 100 reais.


Tripé macroeconômico adotado no governo FHC foi abandonado e trocado pela “nova matriz econômica” no governo Dilma.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Desde o sucesso do Plano Real, implantado em julho de 1994, com o qual o Brasil conseguiu vencer a inflação crônica que havia anos vinha impedindo crescimento econômico e desenvolvimento social seguro e contínuo, tornou-se uma espécie de consenso que, qualquer que seja o governante eleito, a política econômica deve ter um eixo estrutural básico estável. Um dado eixo foi escolhido, planejado e implantado no governo Fernando Henrique Cardoso e tinha por base um tripé: austeridade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante. Embora existam outras opções de política econômica, é necessário que o eixo estrutural escolhido tenha bases sólidas e seja mantido por tempo suficiente para apresentar resultados, sem o que não é possível avaliar suas qualidades e eventuais defeitos.

A economia de um país carrega as bases estruturais de sua realidade, aquilo que é o esqueleto da economia nacional, e sofre as influências das situações e eventos conjunturais, aqueles que acontecem em determinados momentos e mudam com o tempo, mas que interferem fortemente no desempenho produtivo e no desenvolvimento social. Como elementos estruturais, o Brasil tem seus recursos naturais – extenso território, condições para uma rica agropecuária, abundantes fontes de água doce, amplas reservas minerais, biodiversidade única etc. –, uma realidade urbana composta de 5.570 municípios, dos quais 80% têm menos de 50 mil habitantes, as vias de transporte rodoviário e ferroviário, o sistema portuário aéreo e marítimo, e um sistema estatal consolidado. Essa realidade está dada e é sobre ela que a política econômica deve trabalhar.

A estrutura econômica brasileira – que tem outros componentes além dos citados – é de expansão lenta e relativamente difícil, e é considerando essa realidade que a política econômica deve escolher as intervenções onerosas (as que exigem recursos financeiros para sua execução, como é o caso dos investimentos em infraestrutura física) e as intervenções não onerosas (que não exigem dinheiro, pois são regras de comportamento e ação diária, como leis que criam monopólios, velocidade máxima em rodovias etc.). Praticamente não há discordância quanto aos objetivos socioeconômicos principais, que são o crescimento econômico, a geração de empregos, a superação da pobreza, o aumento da renda por habitante e, por consequência, a melhoria do padrão de vida de toda a população.

A gestão da política não comporta invencionices nem ideias mirabolantes, principalmente ameaças de ruir as bases da economia livre de mercado e o ambiente institucional favorável ao empreendedorismo e aos negócios

A cada eleição presidencial, os concorrentes sempre prometem fazer o país crescer e melhorar as condições de vida de todos e, em linhas gerais, praticamente todos prometem política econômica boa, sólida e conducente à prosperidade material, ainda que divirjam sobre os caminhos que prometem trilhar para atingir os objetivos. Há certo consenso no meio político de que o controle da inflação, o equilíbrio das contas públicas e os resultados positivos nas contas externas são elementos necessários para a saúde econômica do país e para criar um clima favorável ao investimento privado nacional e estrangeiro.

Quando Lula foi eleito presidente, em 2002, havia dúvida razoável sobre como ele iria gerenciar a economia, já que o discurso radical do PT, desde a criação do partido, era baseado em certo ódio ao capitalismo, amor ao socialismo e forte inclinação ao aumento do tamanho do setor estatal. Percebendo que a imagem de seu partido era de certo radicalismo anticapitalista, Lula divulgou durante a campanha a “Carta aos Brasileiros”, na qual prometia respeitar as bases de uma economia saudável, sem radicalismos nem aventuras socialistas. Uma vez eleito, seu governo foi beneficiado por uma conjunção de fatores – como a ausência de crise internacional, expansão das exportações de commodities e aumento dos preços dos produtos brasileiros exportados – e, apesar do escândalo do mensalão, surgido em 2005, o primeiro governo de Lula terminou com bom índice de aprovação, devido à boa situação das contas externas, controle das contas públicas e da inflação, e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que, sem ser extraordinário, foi bom.

Qualquer governo que consiga sucesso em algumas áreas e algumas políticas públicas não colhe êxito e popularidade caso se saia mal nas cinco áreas essenciais: situação fiscal, contas externas, inflação, crescimento e emprego. O mérito de Lula foi o de, no primeiro mandato, ter apoiado as autoridades econômicas no trato com responsabilidade da política fiscal, da política monetária e da política cambial, seguindo as bases montadas no governo Fernando Henrique Cardoso, e não ter cedido às pressões de alas do seu partido para “mudar tudo que aí está”. Quanto à boa situação das contas do país com o resto do mundo e o aumento das reservas internacionais, isso foi possível graças à elevação nas receitas de exportação causadas pelo aumento constante dos preços internacionais das commodities exportadas pelo Brasil.

A tentação gastadora, no entanto, revelou-se mais forte no fim do segundo mandato de Lula, que lançou as bases da “nova matriz econômica” aplicada com toda a força por sua sucessora, Dilma Rousseff. Os maus resultados colhidos em seu governo deveram-se, em boa parte, à reversão da boa situação internacional, à ampliação de gastos com o funcionalismo estatal deixada como legado por Lula (derivada de generosos reajustes salariais e aumento do quadro de servidores), além, é óbvio, dos enormes erros cometidos por Dilma e Guido Mantega – ministro da Fazenda entre 2006 e 2014 –, especialmente o abandono do tripé macroeconômico que vinha desde FHC. A brutal recessão dos anos 2015 e 2016 resultou da retração internacional, dos erros de Dilma e da baixa taxa de investimentos, especialmente em infraestrutura física. Os baixos investimentos sempre foram a marca do Brasil, permaneceram assim no governo de Lula e Dilma, e tornaram-se um dos maiores entraves ao crescimento da economia e da melhoria social.

A questão essencial é que somente uma política econômica com bases sólidas, reconhecidas e que se mantêm estáveis por anos seguidos é capaz de fornecer as condições para a expansão dos investimentos estatais, criar um ambiente favorável ao aumento dos investimentos privados e fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer continuamente de forma a elevar a renda por habitante, conseguir baixas taxas de desemprego, reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar social. A gestão da política não comporta invencionices nem ideias mirabolantes, principalmente ameaças de ruir as bases da economia livre de mercado e o ambiente institucional favorável ao empreendedorismo e aos negócios.

O mundo está cheio de exemplos de países, alguns bem próximos do Brasil, que empobreceram por culpa de governos hostis ao capitalismo, à propriedade privada e ao empreendedorismo. Se a economia piora todos os anos, ninguém consegue impedir o aumento do desemprego e da pobreza, o agravamento dos problemas sociais e o empobrecimento geral, mesmo que o país seja rico de recursos naturais. A economia não é uma ciência exata, mas cobra um alto preço das nações que agridem sua lógica e aplicam experimentos heterodoxos que nunca deram certo em nenhum país.


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CRIME EM FOZ DO IGUAÇU NÃO É POLÍTICO

 

Homicídio Qualificado
PorGazeta do Povo

Camila Cecconello, delegada na Delegacia de Homicídios, fala sobre o depoimento de Carlos Eduardo dos Santos, preso desde 2016 em Sorocaba , que confessou durante depoimento ontem, a morte da menina Rachel Genofre, quase 11 anos depois .


A delegada Camila Cecconello disse que é “difícil afirmar que foi crime de ódio”| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Em nota divulgada neste domingo (17), a Polícia Civil do Paraná afirmou que “não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei” que pudesse se aplicar ao indiciamento, por homicídio qualificado, do agente penal Jorge Guaranho, responsável pela morte, no último domingo (10), do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).

Na sexta (15), a delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, apresentou as conclusões da investigação do caso. Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe, vil e socialmente reprovável e por causar perigo comum, uma vez que expôs terceiros a riscos.

Desde então, a delegada passou a ser criticada por não atribuir motivação política ou crime político ao agente penal, que, segundo testemunhas, teria gritado “aqui é Bolsonaro”, antes de atirar em Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário homenageando o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A qualificação por motivo torpe indica que a motivação é imoral, vergonhosa. A pena aplicável pode chegar a 30 anos. Não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei, portanto isto é inaplicável. Também não há previsão legal para o enquadramento como “crime político”, visto que a antiga Lei de Segurança Nacional foi pela revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável. Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso”, afirmou a Polícia Civil na nota.

Na sexta, Cecconello também explicou o motivo de não ter incluído o fator político no crime.

“Estão claras a provocação e a discussão em razão de opiniões políticas, mas falta provar que o retorno dele [Guaranho] ao local foi por esse motivo, uma vez que a esposa disse que ele se sentiu humilhado [após a discussão]. Por isso, é difícil afirmar que foi crime de ódio”, disse a delegada.
Ato Pela Paz
Amigos e familiares de guarda morto em festa de aniversário realizam manifestação em Foz
PorGazeta do Povo

Manifestação em Foz do Iguaçu pela morte de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT na cidade. | Foto: Reprodução/Twitter/PT
Amigos e familiares do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT que foi morto pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, realizaram na manhã deste domingo (17) uma manifestação na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu, para relembrar a morte do petista e pedir paz e respeito por posições políticas divergentes. Todos os participantes estavam vestidos de branco. Um inquérito da Polícia Civil concluiu que o crime não foi causado por motivação política.

O encontro teve a presença de líderes religiosos, sindicais e políticos, como dirigentes da CUT, MST e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. “Muitos questionaram se esse seria um ato partidário ou eleitoral. Ele não é partidário, não é eleitoral. Mas ele é um ato político, no sentido de enfrentar uma situação que nós estamos vivendo no país. Que não é de normalidade. Nós não podemos deixar normalizar crimes e assassinatos como esse. O Marcelo morreu por acreditar numa ideia e ter uma posição política”, discursou a dirigente petista.


Crime Em Foz
MP vai oferecer denúncia em até 5 dias contra agente penal que matou tesoureiro do PT
Gazeta do Povo

Momento em que Jorge Guaranho atira contra o aniversariante em Foz do Iguaçu. | Foto: Reprodução/Internet

O promotor de Justiça Tiago Lisboa Mendonça informou, nesta sexta-feira (15), que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) deve oferecer, em até cinco dias, que é o prazo legal, denúncia contra Jorge José da Rocha Guaranho. O agente penal, que está internado em estado grave, matou a tiros Marcelo Aloízio de Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último sábado (9).

O processo será analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime Organizado (Gaeco), a partir da conclusão do inquérito da Policia Civil do Paraná apresentado nesta sexta-feira (15).


Crime
MP requer perícia de celular de homem que matou guarda municipal em festa de aniversário
Por Gazeta do Povo

Jorge Guaranho, que matou o guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, segue internado na UTI. | Foto: Reprodução/Facebook

O Ministério Público do Paraná requereu à Justiça, nesta quinta-feira (14), que o telefone celular de Jorge Guaranho, guarda municipal que matou Marcelo Aloízio de Arruda em Foz do Iguaçu na noite de sábado (9), seja encaminhado ao Instituto de Criminalística para perícia. Consultado, o MP-PR afirma que isso faz parte do processo natural de investigação.

O pedido, feito pelo núcleo de Foz do Iguaçu do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), também compreende, entre outros itens, a perícia do aparelho que gravou as imagens das câmeras de segurança no local do crime. A investigação tenta entender o que aconteceu durante a festa de aniversário de Arruda, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT).


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TAIWAN SENDO DISPUTADA PELOS EUA E CHINA

 

EUA x China

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, participando de um evento nos Jardins do Museu Mupanah, durante sua visita ao Haiti, em 2019.| Foto: EFE/ Jean Marc Herve Abelard

Localizada a apenas 180 Km da China, a nação insular de Taiwan é um dos principais alvos da “missão histórica de reunificação chinesa”, segundo as palavras do ditador Xi Jinping. Desde a invasão russa à Ucrânia, o Ocidente tem se preocupado mais com um possível ataque do gigante chinês à Taiwan. E os Estados Unidos declararam que não medirão esforços para proteger a ilha.

Entre as duas maiores potências mundiais, a região Indo-Pacífico é estratégica para os dois países. Por isso, há navios militares chineses circulando em torno do território, ao mesmo tempo que estão presentes homens e mulheres do exército americano, em maior quantidade do que em qualquer outra região do mundo: são cerca de 300 mil soldados.

Os Estados Unidos já declararam que as ilhas indo-pacíficas estão no “coração da grande estratégica americana”, sendo Taiwan a principal delas, conforme afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Por outro lado, no mês passado o seu homólogo na China, Wei Fenghe, ameaçou: “se alguém tentar separar Taiwan da China, o exército chinês não hesitará em começar uma guerra, custe o que custar”.

Além do cabo de guerra histórico na região e das disputas imperialistas, hoje Estados Unidos e China concorrem por Taiwan dentro de uma Guerra Fria tecnológica que envolve a internet 5G. Essa briga entre os dois países mais ricos do mundo, na verdade, silenciosamente, arrasta seus aliados para mais uma divisão de dois grandes blocos mundiais.

O que a guerra na Ucrânia tem a ver com as disputas por Taiwan 
Ricardo Fernandes, analista de riscos da ARP Digital e especialista em OTAN, considera que “só o Ocidente está achando que existe uma guerra contra a Ucrânia”. Para ele, trata-se de um conflito entre correntes ideológicas e o vizinho da Rússia foi apenas o país disponível no momento para se tornar o bode expiatório.

Com a OTAN, os países do continente europeu que fazem parte da aliança acabam sendo arrastados para os conflitos que envolvem o Ocidente. Entre outras consequências, através dessa movimentação geopolítica, “os EUA fecham as portas dos europeus para o mercado 5G da China”, aponta Fernandes.

Na briga pela liderança no desenvolvimento da tecnologia, os americanos dominam o tratamento de dados e os chineses têm o maior controle sobre a construção de antenas. Enquanto isso, Taiwan é a líder mundial na produção de chips (92% dos chips usados por americanos são exportados pela ilha).

Disputas no mar: cenário de guerra 
A China posicionou navios de guerra de mais de 300 metros de comprimento no estreito que fica entre Taiwan e China para desafiar a marinha americana. “A China tem a soberania, os direitos soberanos e a jurisdição do Estreito de Taiwan”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Internacionais, em junho. A afirmação vai contra a Convenção sobre o direito marítimo, que delimita as águas territoriais a 22 Km da costa dos países.

A imprensa oficial chinesa também anunciou que Jinping autorizava a marinha do país a agir pela “proteção da segurança nacional”. O Ministério da Defesa da China informou que estaria pronto para a guerra, em caso de declaração de independência de Taiwan, o que não surpreende, mas deixa evidente a intenção da ditadura chinesa de oficializar um conflito maior para dominar a região.

Já o presidente americano, Joe Biden, declarou-se pronto para defender militarmente Taiwan, quando visitou Tóquio, no mês passado.

As chancelarias se questionam sobre se os movimentos chineses no mar se tratam apenas de propaganda ideológica ou se realmente é uma movimentação militar agressiva. “Tudo vai depender da determinação dos americanos e das marinhas de exercer a liberdade da navegação no estreito”, diz Mathieu Duchâtel, diretor de conteúdos asiáticos no Institut Montaigne ao jornal Le Figaro.

“Se os navios e aviões militares do continente asiático controlarem completamente o estreito, Taiwan se tornará apenas um pedaço do Exército chinês”, completa Duchâtel.

De quem é Taiwan? 
O posicionamento da própria nação taiwanesa faz pouco barulho internacionalmente. A presidente do país, Tsai Ing-wen, não ousa cruzar a linha da declaração de independência e as eleições presidenciais só acontecem novamente em 2024.

A ilha de 24 milhões de habitantes se considera independente desde 1949, quando o então líder chinês Chiang Kai-Shek se refugiou em Taiwan após ser derrotado pelo exército comunista de Mao Tsé-Tung, mas nenhuma grande potência reconhece hoje Taiwan como um país soberano.


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FARRA DO DINHEIRO PÚBLICO COM OS PARTIDOS POLÍTICOS

 

Por
Alexandre Garcia


Carlos Lupi, presidente do PDT: ele e outro executivo do partido se hospedaram no resort de luxo Resort Golf & Spa, em Cancún, durante evento da Internacional Socialista, realizado em outubro do ano passado. O encontro da esquerda durou apenas dois dias, mas a dupla permaneceu no local por seis dias.| Foto: EFE/FERNANDO BIZERRA JR

Você é testemunha das viagens dos pré-candidatos, dos dirigentes de partido. Agora o Estadão e o Metrópoles publicaram, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral — que recebe informação dos partidos, ou seja, é o próprio partido que está informando, então certamente não tem erro a mais, pode ter erro a menos — que, por exemplo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, foi a Cancún para uma reunião da Internacional Socialista, no ano passado. Ele ficou seis dias em Cancún. Cancún é uma maravilha, é bom ficar lá. Custou R$ 30 mil.

O ex-presidente Lula andou pelo país em 2021 com a Rosângela (Silva, a Janja), com quem ele casou este ano, e seguranças e tal, fretou jatinhos, deu R$ 699 mil. É do seu imposto, que você foi obrigado a pagar. Foram os deputados e senadores que criaram esse fundo partidário para ajudar os partidos. O PSL [que este ano se fundiu com o DEM para formar o União Brasil] comprou um imóvel de 500 m2 lá em São Paulo que custou R$ 5,4 milhões. O PSDB, com toda aquela briga de Dória e Eduardo Leite, gastou R$ 12 milhões. O PP, o MDB, o DEM gastaram de jatinhos por aí R$ 3,2 milhões. É um bom dinheiro, não é? Este ano já gastaram mais de meio bilhão de reais. Só para a gente saber, afinal o dinheiro é nosso, é dos nossos impostos. Então é bom que a gente pelo menos fique sabendo disso.

Desvio de função

E hoje é o dia em que o presidente Bolsonaro vai mostrar a todos os embaixadores convidados, no Palácio Alvorada, o que aconteceu nas eleições de 2014 e 2018. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) foi convidado e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também. Os ministros Edson Fachin e Luiz Fux disseram que não vão para manter a isenção. Ora, isenção! Com os pronunciamentos que têm feito no exterior, não tem isenção nenhuma. Além disso, para todos os efeitos, Bolsonaro ainda não é um candidato, ele é um chefe de governo que convidou presidentes de tribunais.

Embora o ministro Fux não queira, o Supremo está sendo usado por pequenos partidos a toda hora. Agora mesmo, uma vereadora do Recife, do PT, acionou a ministra Rosa Weber para saber se Bolsonaro tem a ver com o tiroteio lá em Foz do Iguaçu. Pequenos partidos, como o PSOL, que tem só dez deputados em 513, e não tem nenhum senador, estão toda hora acionando o Supremo porque não têm voto no plenário da Câmara. O único senador da Rede — uma andorinha sozinha não faz verão, e ele é uma andorinha sozinha no Senado entre 81 senadores — está toda hora acionando o Supremo e o Supremo vai atrás, fica a serviço de pequenos partidos.

O Supremo não é um órgão acessório de pequenos partidos, como é o TCU, que é um órgão auxiliar do poder legislativo. O Supremo, não, é uma corte constitucional que está totalmente desviada de sua função.


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FILME QUE ENCENA ATAQUE CONTRA O BOLSONARO SERÁ INVESTIGADO

 

Foto: Adriano Machado/Reuters

Por Levy Teles e Rayanderson Guerra – Jornal Estadão

Bolsonaristas compartilharam imagens de uma gravação em que um ator parecido com Bolsonaro aparece caído com manchas de sangue após pilotar uma moto; Rede Globo diz que seriam cenas de um filme dirigido por Ruy Guerra

SÃO PAULO, RIO E BRASÍLIA — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, determinou, neste sábado, 16, que a Polícia Federal investigue uma produção audiovisual após imagens circularem nas redes dos bastidores de uma gravação em estúdio que mostram um personagem parecido com o presidente Jair Bolsonaro (PL) pilotando uma moto e depois caído, com manchas de sangue. “As imagens são chocantes e merecem ser apuradas com cuidado”, disse o ministro no Twitter.

Durante o sábado, políticos bolsonaristas compartilharam vídeos e fotos que exibem parte da gravação. Monitoramento da reportagem observou que o conteúdo começou a circular em grupos de apoiadores do presidente no Telegram na manhã deste sábado e atribui a responsabilidade da produção à Rede Globo.

O presidente Jair Bolsonaro organiza motociatas pelo País.
O presidente Jair Bolsonaro organiza motociatas pelo País. Foto: Werther Santana/Estadão

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse que a produção da obra era da Globo em publicação no Twitter. Ela removeu a postagem logo após. A reportagem pediu mais informações à deputada. “Chegou a notícia assim pra mim”, justificou, sem apontar a origem do material.

A Comunicação da Globo negou que tenha “série, novela ou programa” com o conteúdo das imagens. “A Globo desmente que pertençam a produções suas – seja para canal aberto, canais fechados próprios ou Globoplay – vídeo e fotos que estão circulando nas redes sociais de gravação de obra ficcional mostrando um atentado ao presidente da República”, disse a empresa em nota. “A Globo não tem nenhuma série, novela ou programa com esse conteúdo. Segundo foi informada, a gravação seria de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado A Fúria, que pretende fechar a trilogia iniciada com Os Fuzis, de 1964, e A Queda, de 1976.”

Ainda segundo o comunicado, a empresa afirmou que o Canal Brasil tem uma participação de 3,61% nos direitos patrimoniais do filme, “mas jamais foi informado dessas cenas e, como é praxe em casos de cineastas consagrados, não supervisiona a produção”.

“Embora tenha participação acionária no Canal Brasil, a Globo não interfere na gestão e nos conteúdos do canal”, informa.

Em nota, o Canal Brasil diz que não teve conhecimento prévio da cena que causou a polêmica e que não interferiu na obra. “Ainda não assistimos a nenhum trecho do longa-metragem, que não foi finalizado por seus realizadores”, diz o texto.

A produção do filme A Fúria diz que as imagens foram captadas sem autorização “de uma filmagem à qual atribui-se suposto, e infundado, discurso de ódio”. Segundo a produção, o cineasta Ruy Guerra “filmou um longa-metragem de ficção que será lançado no final de 2023, portanto não há qualquer relação com o processo eleitoral e, muito menos, forjar fake news simulando um fato real”.

“O fato ilegal neste caso é a divulgação de uma cena retirada do contexto da história que será contada”, diz o comunicado. “Esclarecidos estes fatos, o diretor Ruy Guerra avisa que só fala de seu filme quando estiver pronto, como ele sempre faz.”

Consultado pela reportagem, Guerra disse que não está produzindo nada que traga cenas como as que foram descritas a ele por telefone.

Segundo informações no site da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o projeto levantou R$ 2 milhões em recursos de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual. A aprovação inicial aconteceu em março de 2018.

Políticos bolsonaristas atacam produção e o Judiciário

Políticos bolsonaristas criticaram as imagens e atacaram o Poder Judiciário e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Um vídeo compartilhado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, questiona qual produtora “cometeu esse crime”.”Quantas horas Alexandre de Moraes dará para os produtores se manifestarem sobre discurso de ódio? Ou será que isso pode?”, questionou o parlamentar no Twitter.

Na sexta-feira, 15, o magistrado deu dois dias para que o chefe do Executivo se manifeste em ação sobre supostos discursos de ódio e incitação à violência.

“Tentaram matar Bolsonaro uma vez e não conseguiram. Agora, até ensinam como fazer”, tuitou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele ainda disse que os brasileiros não iriam ver os produtores nos tribunais. “Contra Bolsonaro pode tudo.”

A deputada Bia Kicis (PL-DF) também usou as redes sociais para provocar Alexandre de Moraes. “Seria isso liberdade artística, liberdade de expressão ou um ato criminoso e estímulo à agressão contra sua pessoa. Não seria ataque à democracia? Com a palavra, xandão!”, publicou, em referência pejorativa ao magistrado.

VOTO SIGNIFICA CIDADANIA E RESPONSABILIDADE

  1. Opinião 

A qualidade da democracia representativa está vinculada ao nível de educação cívica dos eleitores. O quadro de representação política no Congresso é reflexo dessa relação

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

DemonstraÁ¿o do uso da urna eletrÙnica para as eleiÁ¿es de 2006.

A esmagadora maioria dos eleitores (86%) considera bom que haja uma “alta renovação” no Congresso a partir da próxima legislatura, que se inicia em fevereiro de 2023. É o que revela uma pesquisa realizada pela Quaest, a pedido do instituto RenovaBR, publicada pelo Estadão.

À primeira vista, renovar os quadros de representação política no Poder Legislativo federal pode parecer algo intrinsecamente positivo, pois subjaz nesse desejo uma ideia de arejamento, de coadunação dos parlamentares, a cada ciclo eleitoral, com novas pautas e prioridades para uma sociedade em permanente transformação. No entanto, é preciso questionar se a mera renovação congressual, de fato, atende a esse anseio – a resposta é não – e, principalmente, refletir sobre a parcela de responsabilidade que recai sobre os próprios eleitores pela abissal distância que os separa de seus representantes eleitos.

A pesquisa revela uma profunda insatisfação dos eleitores com o trabalho executado pelos parlamentares eleitos em 2018. Fosse bem avaliada a atual legislatura, obviamente, o porcentual dos que clamam por renovação não seria tão alto como o apurado pela Quaest. Cabe lembrar que aquele pleito representara a maior renovação do Congresso desde a redemocratização do País. Dos 513 assentos na Câmara dos Deputados, 244 (47%) passaram a ser ocupados por novatos. No Senado, a renovação foi ainda mais expressiva. Das 54 vagas para a Casa que estavam em disputa na eleição geral passada, 46 foram conquistadas por novos senadores – uma impressionante taxa de renovação de 85%. São números que demonstram de maneira cabal que a renovação política pode não ser algo necessariamente bom – afinal, o que é bom há de ser conservado, e não substituído.

Aqui cabe a reflexão sobre a participação dos eleitores na conformação do quadro de representação política no Congresso e a relação direta entre educação cívica e qualidade da democracia representativa. Quando perguntados se acaso lembravam em quem votaram para deputado federal em 2018, nada menos do que 66% dos entrevistados pela Quaest disseram que não. O mesmo porcentual de respondentes indicou que desaprova o trabalho dos deputados. O curioso é que mais da metade dos respondentes (55%) afirmou não saber o que faz um deputado. Ora, como é possível avaliar – positiva ou negativamente – o trabalho de um parlamentar se a própria natureza do ofício é um mistério?

O fortalecimento da democracia no País depende fundamentalmente da educação cívica dos eleitores, não só para votar com consciência e responsabilidade, mas para acompanhar bem o trabalho daqueles que exercem o múnus público. Essa confusão gerada pela falta de informação política da maioria dos eleitores é habilmente explorada por parlamentares, que, a rigor, deveriam representar os interesses de seus constituintes, não interesses de classe. Disso decorrem aberrações como o “orçamento secreto”, emendas constitucionais que zombam da própria Constituição e arremedos de reforma política que, em muitos casos, só beneficiam detentores de mandato, entre outras anomalias.

O presidencialismo e a cultural propensão do eleitor brasileiro a escolher, apaixonadamente, entre nomes, não ideias e projetos, para cargos majoritários tiram a devida atenção das escolhas para a composição do Congresso. É algo que precisa mudar. E só a educação da população – a educação política em especial – será capaz de romper esse círculo vicioso: os eleitores escolhem seus representantes sem dar a devida atenção ao que pretendem fazer com o mandato; os parlamentares negligenciam temas caros à sociedade e se voltam para seus interesses no Congresso; a sociedade não se vê representada e clama por renovação.

Busca-se sempre por uma legislatura melhor do que a anterior, o que, de maneira alguma, é negativo. Mas, sem escolhas mais criteriosas para compor o Congresso e, sobretudo, sem um detido acompanhamento da atividade parlamentar pelos eleitores, será muito difícil superar a crise de representação política que tantos males tem causado ao País.

 

GROWTH SIGNIFICA EXPERIMENTOS E FOCO NOS RESULTADOS

 

João Vitor | G4 Educação

Apesar de simples, esse foi o esboço, desenhado em um guardanapo, com o modelo de negócios que seria o primeiro passo para uma das maiores e mais inovadoras empresas do mundo:

Note que no centro da estrutura vemos a palavra “growth”. Um termo muito bem definido pelo Bruno Nardon, co-fundador e mentor aqui do G4, que diz:

“Growth não é vendas nem marketing. Growth é uma mentalidade de constante busca pelo crescimento, de forma eficiente, através da análise de dados e melhoria dos processos, do começo ao fim do seu negócio, com foco na jornada do cliente.”

E foi exatamente com esse nível de mentalidade que Jeff Bezos, fundador da Amazon, desenhou a estratégia que ficou conhecida como Amazon Flywheel. E, a partir disso, as operações da empresa começaram no ano seguinte.

Parece simples, certo?

Um dos insights que isso me mostra é que, por mais simples que pareça, uma boa estratégia de Growth é capaz de potencializar os resultados e acelerar o crescimento de qualquer negócio.

Para a Amazon, ter processos e operações direcionadas por experimentos, dados e otimizações permitiram que a empresa encontrasse diversas oportunidades para alavancar os resultados e impulsionar o crescimento.

E essa é a melhor parte: seu negócio também tem grandes oportunidades para crescer e, quando você passa a aplicar técnicas de Growth, você começa a enxergá-las. Isso acontece porque você começa a:

Priorizar e valorizar experimentos;

Tomar decisões baseadas em dados;

E, principalmente, focar nos resultados.

Sem dúvidas, um dos pilares para que as metodologias de Growth funcionem são os experimentos, uma vez que são a maior fonte de ideias e de inovação para qualquer empresa.

O próprio Bezos afirma que: “dentro da Amazon, nosso sucesso é relativo a quantos experimentos nós podemos realizar a cada ano, a cada mês, a cada semana, a cada dia.”

Se você também deseja estruturar essa metodologia na sua empresa, aqui está uma ótima oportunidade de dar o primeiro passo.

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente, até o momento, tivemos 130.000 visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

domingo, 17 de julho de 2022

BRASIL PRECISA DE ESTABILIDADE ECONÔMICA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Dinheiro / Real – 25-05-2017 – O Real é a moeda corrente oficial da República Federativa do Brasil e é conhecida pelo R$l. A cédula de um real deixou de ser produzida, entretanto continua em circulação alguns exemplares. As demais cédulas de real continuaram sendo produzidas normalmente pela Casa da Moeda. Entre elas, as notas de: 2,5,10,20,50 e 100. Na foto, detalhes de uma nota de 100 reais.


Tripé macroeconômico adotado no governo FHC foi abandonado e trocado pela “nova matriz econômica” no governo Dilma.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Desde o sucesso do Plano Real, implantado em julho de 1994, com o qual o Brasil conseguiu vencer a inflação crônica que havia anos vinha impedindo crescimento econômico e desenvolvimento social seguro e contínuo, tornou-se uma espécie de consenso que, qualquer que seja o governante eleito, a política econômica deve ter um eixo estrutural básico estável. Um dado eixo foi escolhido, planejado e implantado no governo Fernando Henrique Cardoso e tinha por base um tripé: austeridade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante. Embora existam outras opções de política econômica, é necessário que o eixo estrutural escolhido tenha bases sólidas e seja mantido por tempo suficiente para apresentar resultados, sem o que não é possível avaliar suas qualidades e eventuais defeitos.

A economia de um país carrega as bases estruturais de sua realidade, aquilo que é o esqueleto da economia nacional, e sofre as influências das situações e eventos conjunturais, aqueles que acontecem em determinados momentos e mudam com o tempo, mas que interferem fortemente no desempenho produtivo e no desenvolvimento social. Como elementos estruturais, o Brasil tem seus recursos naturais – extenso território, condições para uma rica agropecuária, abundantes fontes de água doce, amplas reservas minerais, biodiversidade única etc. –, uma realidade urbana composta de 5.570 municípios, dos quais 80% têm menos de 50 mil habitantes, as vias de transporte rodoviário e ferroviário, o sistema portuário aéreo e marítimo, e um sistema estatal consolidado. Essa realidade está dada e é sobre ela que a política econômica deve trabalhar.

A estrutura econômica brasileira – que tem outros componentes além dos citados – é de expansão lenta e relativamente difícil, e é considerando essa realidade que a política econômica deve escolher as intervenções onerosas (as que exigem recursos financeiros para sua execução, como é o caso dos investimentos em infraestrutura física) e as intervenções não onerosas (que não exigem dinheiro, pois são regras de comportamento e ação diária, como leis que criam monopólios, velocidade máxima em rodovias etc.). Praticamente não há discordância quanto aos objetivos socioeconômicos principais, que são o crescimento econômico, a geração de empregos, a superação da pobreza, o aumento da renda por habitante e, por consequência, a melhoria do padrão de vida de toda a população.

A gestão da política não comporta invencionices nem ideias mirabolantes, principalmente ameaças de ruir as bases da economia livre de mercado e o ambiente institucional favorável ao empreendedorismo e aos negócios

A cada eleição presidencial, os concorrentes sempre prometem fazer o país crescer e melhorar as condições de vida de todos e, em linhas gerais, praticamente todos prometem política econômica boa, sólida e conducente à prosperidade material, ainda que divirjam sobre os caminhos que prometem trilhar para atingir os objetivos. Há certo consenso no meio político de que o controle da inflação, o equilíbrio das contas públicas e os resultados positivos nas contas externas são elementos necessários para a saúde econômica do país e para criar um clima favorável ao investimento privado nacional e estrangeiro.

Quando Lula foi eleito presidente, em 2002, havia dúvida razoável sobre como ele iria gerenciar a economia, já que o discurso radical do PT, desde a criação do partido, era baseado em certo ódio ao capitalismo, amor ao socialismo e forte inclinação ao aumento do tamanho do setor estatal. Percebendo que a imagem de seu partido era de certo radicalismo anticapitalista, Lula divulgou durante a campanha a “Carta aos Brasileiros”, na qual prometia respeitar as bases de uma economia saudável, sem radicalismos nem aventuras socialistas. Uma vez eleito, seu governo foi beneficiado por uma conjunção de fatores – como a ausência de crise internacional, expansão das exportações de commodities e aumento dos preços dos produtos brasileiros exportados – e, apesar do escândalo do mensalão, surgido em 2005, o primeiro governo de Lula terminou com bom índice de aprovação, devido à boa situação das contas externas, controle das contas públicas e da inflação, e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que, sem ser extraordinário, foi bom.

Qualquer governo que consiga sucesso em algumas áreas e algumas políticas públicas não colhe êxito e popularidade caso se saia mal nas cinco áreas essenciais: situação fiscal, contas externas, inflação, crescimento e emprego. O mérito de Lula foi o de, no primeiro mandato, ter apoiado as autoridades econômicas no trato com responsabilidade da política fiscal, da política monetária e da política cambial, seguindo as bases montadas no governo Fernando Henrique Cardoso, e não ter cedido às pressões de alas do seu partido para “mudar tudo que aí está”. Quanto à boa situação das contas do país com o resto do mundo e o aumento das reservas internacionais, isso foi possível graças à elevação nas receitas de exportação causadas pelo aumento constante dos preços internacionais das commodities exportadas pelo Brasil.

A tentação gastadora, no entanto, revelou-se mais forte no fim do segundo mandato de Lula, que lançou as bases da “nova matriz econômica” aplicada com toda a força por sua sucessora, Dilma Rousseff. Os maus resultados colhidos em seu governo deveram-se, em boa parte, à reversão da boa situação internacional, à ampliação de gastos com o funcionalismo estatal deixada como legado por Lula (derivada de generosos reajustes salariais e aumento do quadro de servidores), além, é óbvio, dos enormes erros cometidos por Dilma e Guido Mantega – ministro da Fazenda entre 2006 e 2014 –, especialmente o abandono do tripé macroeconômico que vinha desde FHC. A brutal recessão dos anos 2015 e 2016 resultou da retração internacional, dos erros de Dilma e da baixa taxa de investimentos, especialmente em infraestrutura física. Os baixos investimentos sempre foram a marca do Brasil, permaneceram assim no governo de Lula e Dilma, e tornaram-se um dos maiores entraves ao crescimento da economia e da melhoria social.

A questão essencial é que somente uma política econômica com bases sólidas, reconhecidas e que se mantêm estáveis por anos seguidos é capaz de fornecer as condições para a expansão dos investimentos estatais, criar um ambiente favorável ao aumento dos investimentos privados e fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer continuamente de forma a elevar a renda por habitante, conseguir baixas taxas de desemprego, reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar social. A gestão da política não comporta invencionices nem ideias mirabolantes, principalmente ameaças de ruir as bases da economia livre de mercado e o ambiente institucional favorável ao empreendedorismo e aos negócios.

O mundo está cheio de exemplos de países, alguns bem próximos do Brasil, que empobreceram por culpa de governos hostis ao capitalismo, à propriedade privada e ao empreendedorismo. Se a economia piora todos os anos, ninguém consegue impedir o aumento do desemprego e da pobreza, o agravamento dos problemas sociais e o empobrecimento geral, mesmo que o país seja rico de recursos naturais. A economia não é uma ciência exata, mas cobra um alto preço das nações que agridem sua lógica e aplicam experimentos heterodoxos que nunca deram certo em nenhum país.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/uma-base-estavel-para-a-politica-economica/
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A RÚSSIA É UMA ARMADILHA ENERGÉTICA?

 

Diesel

Por
Luis Kawaguti


O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento em Brasília em junho| Foto: EFE/Joédson Alves

O presidente Jair Bolsonaro disse na última semana que o Brasil negocia com a Rússia a compra de diesel barato. Em tese, isso poderia ajudar a reduzir a inflação e aliviar a pressão sobre os preços dos alimentos em um ano eleitoral. Mas será que o desconto russo realmente faria diferença na economia brasileira? E, se fizer, não colocaria o Brasil em uma situação de dependência de Moscou, como ocorreu com a Alemanha e países europeus em relação ao gás?

A coluna Jogos de Guerra conversou com especialistas da área para tentar responder essas perguntas. Mas antes é preciso entender como a questão do diesel ganhou importância no Brasil.

Os preços dos combustíveis vêm subindo mundialmente devido a fatores como a tentativa de transição energética de combustíveis fósseis para fontes renováveis e a retomada econômica pós-pandemia. Por último, veio a tentativa das potências ocidentais de embargar o petróleo russo para conter a invasão na Ucrânia.

O governo brasileiro fixou uma alíquota máxima para a cobrança do ICMS sobre os combustíveis. O preço da gasolina caiu nas bombas, mas o diesel não foi tão afetado, pois já tinha uma alíquota baixa, segundo o economista Luciano Losekann, da Universidade Federal Fluminense.

Em paralelo, a Europa começou a estocar diesel como uma forma de diminuir o impacto da tentativa de embargo dos hidrocarbonetos russos e os Estados Unidos aumentaram o consumo. Tudo isso elevou o preço do diesel no mercado global.

Isso também afetou os preços no mercado brasileiro, pois cerca de 30% do diesel que o país consome vem do exterior – principalmente do Golfo do México e, em alguns casos, do Oriente Médio. O valor do litro subiu quase 60% em um ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo.

“Subir o preço do diesel no Brasil é tenebroso para o custo de alimentos, porque a maior parte dos alimentos no país é transportada por caminhões”, afirmou o analista Emanuel Pessoa, doutor em direito econômico pela Universidade de São Paulo.

Desde o início das sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia, Moscou tem vendido petróleo e seus derivados com preços abaixo do mercado para países como Índia e China. A Índia chegou a obter desconto de US$ 30 por barril. A ideia do Brasil é aproveitar a oportunidade gerada pela crise e comprar diesel barato da Rússia.

Mas qual seria o impacto real na economia brasileira?

Não se sabe ainda qual seria o valor do desconto oferecido pelo governo de Vladimir Putin. Por isso, os analistas se dividem sobre a possibilidade da medida ter um impacto significativo na inflação.

Segundo Losekann, o Brasil não poderia simplesmente “virar a chave” e substituir de uma hora para outra todas as importações dos Estados Unidos e de países árabes por diesel russo.

Isso ocorre por causa de contratos e de questões técnicas relacionadas a especificações do produto. Segundo ele, o mercado de diesel é menos líquido, ou versátil, que o mercado de petróleo cru.

Além disso, pode haver dificuldades de se encontrar intermediários para viabilizar as transações, pois muitas empresas que atuam no processo de importação têm medo de serem sancionadas pelos Estados Unidos.

Outra possibilidade é que o desconto se perca por causa dos altos custos de se transportar diesel do outro lado do mundo. Ou ainda que a economia seja absorvida pelas redes de distribuição antes de chegar às bombas.

Por isso, na opinião de Losekann, o cenário mais provável é que o Brasil comece a importar diesel da Rússia, porém, em um volume limitado. Assim, é pouco provável que a manobra gere um impacto muito significativo na inflação.

Já Pessoa afirmou que só uma parte do desconto russo deve se perder pelo caminho. Dependendo do preço estabelecido pelo governo de Vladimir Putin, a redução de valor pode chegar, sim, ao bolso do consumidor.

“O desconto não se perde 100% no caminho. Se o Brasil comprou combustível 20% mais barato, não quer dizer que vai ser 20% mais barato na bomba, mas alguma coisa fica”, disse ele.

Já na opinião de Armando Cavanha, consultor especializado em óleo e gás da PUC-Rio, é provável que o diesel russo chegue ao Brasil com um preço similar ao que é praticado pela Petrobras – que tem adotado preços um pouco mais baixos que os do mercado internacional. O lado positivo seria a diversificação das fontes de importação.

Refinarias
Mas não podemos descartar totalmente a hipótese de que o desconto oferecido pela Rússia seja baseado em interesses geopolíticos. A barreira dos custos de transporte, em tese, também poderia ser superada com o uso de navios petroleiros russos – não sujeitos às sanções ocidentais.

Se esse for o caso, é concebível que o diesel chegue ao Brasil a um preço muito abaixo do mercado.

Antes de finalizar este texto, debati essa possibilidade com alguns leitores pelo Twitter. Alguns deles trouxeram a seguinte solução: o Brasil poderia se beneficiar do diesel barato da Rússia por um tempo, até possuir mais refinarias e não depender mais da importação do produto.

Segundo Cavanha, essa hipótese é improvável. O Brasil atualmente tenta privatizar parte das 14 refinarias da Petrobras. Dificilmente o país encontraria investidores interessados em construir mais refinarias no Brasil, por causa do processo de transição energética para fontes limpas.

“O processo de refino dá uma margem de lucro pequena em comparação à extração de petróleo. Por isso, as refinarias têm que funcionar por 20 ou 30 anos para compensar o investimento”, afirmou.

Além disso, segundo ele, é saudável que o país importe parte de sua necessidade de diesel. Isso porque, se houver algum problema com a produção nacional, o país já tem fornecedores e corre menos risco de ficar sem o produto.

Dependência energética
Nos anos 1970, a Alemanha decidiu começar a importar gás natural da então União Soviética, atraída por preços convidativos. Na época, a OTAN (aliança militar ocidental) alertou o governo alemão sobre o risco de o país se tornar dependente da energia russa. Na época, Norbert Plesser, o então chefe do departamento de gás do governo alemão, respondeu que o país nunca dependeria da Rússia para prover mais de 10% de sua necessidade de gás.

Além de se beneficiar dos preços convidativos, a Alemanha acreditava na época que aumentar o comércio era a melhor forma de tornar a União Soviética menos autocrática e mais dependente dos bens manufaturados da Europa.

Mas, recentemente, alerta similar sobre a dependência do gás russo foi dado pelo governo do ex-presidente Donald Trump aos alemães.

Contudo, quando a Rússia invadiu a Ucrânia neste ano, 55% da necessidade de gás alemã era suprida pela Rússia.

Sob pressão dos EUA e dos vizinhos europeus, Berlim reduziu para 35% sua dependência do gás russo desde a invasão da Ucrânia. Parte dessa pressão se explica em um conceito de geoestratégia (Heartland) que desperta um temor histórico de Washington: uma possível aliança entre Alemanha e Rússia.

Mas então, guardadas as proporções, qual é a possibilidade do Brasil estar caindo em uma armadilha estratégica similar ao comprar diesel da Rússia?

O Brasil não é uma potência industrial, mas neste momento o embargo ocidental à energia russa tem feito Moscou buscar qualquer tipo de comprador para seus hidrocarbonetos.

Para os especialistas ouvidos pela coluna, essa possibilidade é baixa devido a alguns fatores. Um deles é que, diferente da Alemanha, o Brasil produz petróleo e possui uma matriz energética diversificada.

“O Brasil importa diesel de diversas fontes e, futuramente, quando a guerra acabar e as relações do mundo ocidental com a Rússia se normalizarem, a Rússia deverá voltar a comercializar no preço do mercado internacional”, disse Pessoa.

Além disso, apesar de o Brasil utilizar o modal rodoviário de transportes, a participação do diesel importado é relativamente pequena em relação a outras fontes de energia usadas pelo país.

Não podemos deixar de observar, porém, que não se sabe se as relações de comércio internacional vão algum dia voltar a ser o que eram antes da guerra da Ucrânia. E vale lembrar ainda que a dependência alemã da energia russa também começou de forma praticamente inexpressiva no século passado.

Questão ética
Assumindo a hipótese de que o governo brasileiro consiga negociar um preço vantajoso com Putin e derrube os preços nas bombas, como fica a questão moral?

Segundo Pessoa, as sanções ocidentais à energia russa visavam que a economia do país encolhesse de 12% a 14%. Dessa forma, Moscou teria grande dificuldade para continuar financiando a guerra na Ucrânia e seria obrigada a retirar suas tropas.

Porém, a Rússia conseguiu controlar relativamente sua inflação, países europeus não cortaram totalmente as importações de petróleo e gás russos e nações como China e Índia firmaram parcerias para comprar a energia que deixava de ser exportada ao Ocidente. Isso fez analistas revisarem suas projeções e estimarem uma retração da economia russa para este ano de 7,8%, segundo Pessoa.

O dilema ético está no fato de que, ao comprar diesel russo para se aproveitar da crise, o Brasil estaria colaborando com a Rússia para prolongar a guerra.

“Embora moralmente não se devesse, é muito difícil você justificar deixar o preço do diesel subir, o preço da comida subir, em um país como o Brasil, em que a maioria da população é pobre”, disse Pessoa.

Algum leitor pode lembrar que, quando os Estados Unidos e seus aliados europeus invadiram países como Iraque ou Afeganistão, ninguém tentou aplicar sanções contra eles.

Isso é verdade, mas a questão moral aqui não é de apontar heróis e bandidos, culpados ou inocentes no cenário global. O que está à prova é a capacidade da comunidade internacional de encerrar um conflito por meio da economia e não mandando tropas para o campo de batalha.


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POLARIZAÇÃO FAZ DIMINUIR ABSTENÇÃO DE VOTOS NAS ELEIÇÕES

 

“Alienação eleitoral”
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília


Lula e Bolsonaro.| Foto: Paulo Pinto/Fotos Publicas e Alan Santos/PR

A eleição de 2022 pode reverter um quadro registrado nas últimas disputas: o do crescimento de votos brancos e nulos, e também do elevado número de cidadãos que não comparecem para votar. A polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), somada ao declínio da pandemia de coronavírus, deve levar a uma diminuição do desinteresse pelo voto.

Desinteresse pelo voto, ou “alienação eleitoral”, é o termo utilizado pela ciência política para contabilizar, em um único indicador, os votos brancos e nulos e também os eleitores ausentes, seja por decisão própria ou por outros fatores. O desinteresse saltou de 18% para 25% entre 2006 e 2018, período que compreende quatro eleições presidenciais.

Os números foram detectados em pesquisa do Instituto Votorantim e divulgados em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. O levantamento identificou que o crescimento da alienação se deu principalmente na Região Sudeste, que sofre uma elevação tanto na abstenção quanto nos votos brancos e nulos. Outro dado das pesquisas é o de que o eleitorado jovem, de até 24 anos, é o de menor comparecimento às urnas.

A eleição de 2020, em que foram eleitos vereadores e prefeitos, foi a de maior abstenção nos últimos anos: 24,27%. É o maior patamar da série histórica analisada pelo Votorantim. Parte da falta de comparecimento se explica pela pandemia de coronavírus – o pleito foi, até agora, o único realizado desde a deflagração da crise sanitária causada pela Covid-19. No Brasil, o voto é obrigatório, mas as punições para quem não comparece às urnas são brandas.

Foco nos jovens para reverter desinteresse pelo voto
A abstenção entre os jovens é “muito preocupante” e foi um dos fatores responsáveis pelas vitórias da esquerda nas eleições presidenciais do Chile e da Colômbia. A análise é de Evandro Araújo, coordenador do Movimento Conservador do Distrito Federal e apoiador do presidente Bolsonaro. Ele identifica nas redes sociais um caminho para reverter o quadro, e acredita que a mobilização em torno das duas principais candidaturas ao Palácio do Planalto também deve contribuir.

“Não sei dizer se a abstenção agora vai ser maior ou menor que a de anos anteriores. Mas uma coisa está muito clara: só existem duas escolhas, Bolsonaro ou Lula”, declarou.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, atribui a elevação do desinteresse pelo voto ao que chama de “ascensão das ideias da negação e da criminalização da política, e de muita desinformação”.

“Porém, como atuamos na base, nas escolas, universidades, o que vejo é um grande interesse de participação dessa geração, e hoje incluindo o mundo virtual e redes sociais, muitos estudantes estão entendendo mais a política como um meio para combater opressões e na defesa dos seus direitos”, afirmou.

Ela também destacou campanhas de estímulo ao voto jovem promovidas por entidades como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nulos e brancos podem diminuir, diz pesquisador
O quadro de polarização pode ser decisivo para a diminuição dos votos nulos e brancos, explica Marcelo Tokarski, diretor do Instituto FSB Pesquisa. “É a primeira vez que temos uma disputa entre um presidente e um ex-presidente”, afirmou.

Ele relata que pesquisas produzidas pela instituição mostram que, até o momento, é pequeno o percentual de eleitores que rejeita tanto Lula quanto Bolsonaro. “Lula tem rejeição de cerca de 44%, Bolsonaro tem de 50%. Mas quando vemos quem vai votar em um ou em outro, verificamos 90%”, disse.

Tokarski citou ainda que os levantamentos mostram uma faixa de brancos e nulos que oscila próximo de 7%. É um patamar, segundo ele, menor do que o registrado nas eleições presidenciais realizadas entre 2002 e 2018, que ficou entre 8,8% e 10,4%.

O diretor da FSB Pesquisa disse ainda que a abstenção eleitoral é um fenômeno complexo de ser medido em pesquisas. “É difícil, no Brasil, a gente medir isso por pesquisa, porque o voto é obrigatório. Então quando pergunta para a pessoa se ela vai votar, 93% do eleitorado diz que com certeza vai votar. E a gente sabe que a abstenção é bem maior do que esses 7% que dizem que provavelmente não vão, ou que com certeza não vão votar”, ressaltou.


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ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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