sábado, 16 de julho de 2022

CONHECER SAMUEL JOHNSON É CONHECER O CONSERVADORISMO RAIZ

 

Perfil
Por
Pedro Henrique Alves, especial para a Gazeta do Povo


Samuel Johnson: conhecê-lo é conhecer o conservadorismo raiz| Foto: BigStock

Escrever, nem que seja uma já confessa “breve biografia” do pensador e poeta inglês Samuel Johnson, é uma árdua, ingrata, ainda que revigorante e tentadora, tarefa para mim. É assim, pois é notória a compreensão de que James Boswell tenha escrito, em 1791, a biografia definitiva do literato conservador britânico.

Em Life of Samuel Johnson, sucesso de crítica e vendas desde o lançamento e, até hoje, considerada a primeira biografia ao estilo moderno, Boswell logo destaca que seria praticamente unanimidade – até mesmo entre os críticos às ideias de Johnson – que o poeta de Lichfield teria sido a mente mais fenomenal de sua época, talvez o homem mais culto em séculos naqueles cantos e ilhas. Soa quase como uma heresia não termos escutado nas universidades e nas grandes mídias brasileiras, nem que fossem, breves resumos dos feitos, ideias e vida de Samuel Johnson.

De onde veio
Samuel foi filho de Michael Johnson, livreiro de Lichfield, e de Sarah Ford; casal que desde o início gozou de alta estima comunitária devido à função de Michael e origem de Sarah. Eles se casaram em idade já avançada, sendo a gravidez de Sarah, segundo os registros familiares, difícil e penosa naqueles dias que antecederam a chegada de seu filho. Quase que profeticamente, Samuel Johnson – que no início receberá o nome de Samuel Ford, dado pelo seu tio, irmão de sua mãe – nasceu em cima da livraria de seu pai, algo muito propício à profissão e vocação que demonstraria mais tarde, vocês verão.

Devemos pontuar, para uma clara compreensão, que Michael Johnson não era apenas livreiro, era igualmente dono de uma espécie de gráfica própria, o que fazia dele também um editor habilidoso e um profundo conhecedor de livros em toda a sua extensão de produção e armazenamento. Não é lá muito difícil supor o quanto isso tenha influenciado a vida futura de seu filho, bem como agregado status à vida pública dos Jonhson em Lichfield. Seja como for, o que é unanimidade entre os biógrafos, curiosos e admiradores de Samuel Johnson, é que, desde a mais tenra idade, o menino mostrou extrema habilidade com os estudos literários.

Por volta dos 7 anos, Samuel foi inscrito na Lichfield Grammar School, onde se destacou com proeminência em latim e história; mesma época em que começou a desenvolver aquilo que seus colegas e professores chamavam de “tiques” e “manias estranhas”. Mais tarde, estudiosos diagnosticariam tal mal – por meio das descrições anotadas de observadores e amigos – como sendo a síndrome de Tourette.

Aos 16 anos, Johnson passou uma temporada com os Ford, e com eles desenvolveu uma amizade e parceria profunda, principalmente com seu primo Cornelius Ford. Cornelius era um estudioso independente dos clássicos literários e da vida de seus autores. Um dos grandes que participava de seu seleto círculo de amizade era Alexander Pope, nada mais nada menos do que um dos maiores poetas ingleses de todos os tempos. Os Ford, a partir de Cornelius, identificaram na inteligência de Johnson algo fora do comum, principalmente ante os escritos clássicos do Ocidente que ele lia e analisava. Ainda na adolescência, Samuel já era capaz de criticar com enorme argúcia os escritos clássicos, bem como ministrar pequenas aulas sobre os autores e as peculiaridades que cada obra trazia em seus enredos. A sua capacidade literária naquele instante, apesar dos poucos escritos e rascunhos autorais, já era evidente para todos que o cercava.

Dois anos depois, agora com 18 anos, começou a escrever alguns poemas e a traduzir tantos outros. Seus pais começavam a passar por endividamentos acentuados e, por isso, considerou começar a dar aulas particulares e a trabalhar por meio período na livraria de seu pai. Boswell, todavia, destaca que é muito mais provável que naqueles dias o jovem Samuel mais lia do que efetivamente trabalhava na livraria ou na confecção editorial de seu pai, prova disso é que foi nesse ínterim que fez amizade com Gilbert Walmesley, intelectual, escritor e presidente do Tribunal Eclesiástico de Londres – além de assíduo frequentador da livraria de Michael. Mais tarde, Walmesley viria a relatar para o já referido biógrafo de Johnson, Boswell, que ele passava horas a fio debatendo literatura e filosofia com Samuel Johnson durante tais visitas à livraria.

A família de Johnson vivia, naquele instante, em relativa pobreza. Sua mãe, todavia, conseguiu destinar cerca 40 libras para os estudos do filho. E foi com essa escassa economia, porém suficiente para o início do seu ensino superior à época, que o jovem Johnson começou seus estudos na Pembroke College – uma das muitas instituições pertencentes à universidade de Oxford. Logo no início, os professores e direção perceberam o intelecto diferenciado de Samuel e o aceitaram quase de pronto, sem maiores dificuldades. Na época, o jovem de Lichfield já era capaz de recitar de memória, e traduzir sem problemas, obras clássicas complexas do latim para o inglês. No entanto, os problemas financeiros da família se mantiveram nesse interregno, apesar dos talentos de Johnson e das ajudas financeiras de amigos universitários. Seu pai, Michael, chegou a contrair empréstimos para tentar sustentar seu filho em Oxford; porém, um esforço sem retorno. Em 1731, Michael Johnson acaba falecendo após várias semanas de febre devido a inflamações não especificadas. Johnson teve que retornar para sua terra natal.

Sem diploma, mas com uma vocação evidente
Apesar dos esforços louváveis de muitos biógrafos, existem muitas lacunas biográficas a respeito da vida de Johnson, principalmente sobre os anos que antecederam sua entrada na universidade, e também depois, quando iniciaria sua efetiva vida pública. Sabe-se, no entanto, que o prestígio de que a família Jonhson um dia gozou naquela comunidade, por ocasião da profissão do pai, se esvaiu aos poucos dado ao acentuado endividamento da família.

Após a morte do pai, e da volta inglória de Samuel da universidade, restou ao jovem galgar uma posição de professor auxiliar na Market Bosworth, escola que, naquela altura, não exigia diploma para os professores auxiliares. Não se tem muitos dados sobre a saída de Johnson dessa escola, sabe-se, contudo, que isso se deu após uma briga pública com o mantenedor da instituição, Wolstan Dixie. Esse fato é importante, pois revela uma faceta por vezes escondida de Johnson; apesar do reconhecido recato de Samuel Johnson, bem como da sua defesa sempre audaciosa das posturas morais da sociedade inglesa, é fato que Johnson não parecia declinar de brigas quando julgava necessário tal entreveiro para salvaguardar uma posição política, opinião ou conduta social. Ao longo da sua vida, e continuaria sustentando tal postura, porém, agora, mais comumente, em forma de textos.

Após um tempo desempregado, foi visitar seu amigo Edmund Hector, em cuja casa conheceu o editor Thomas Warren, do jornal recém-lançado, Birmingham Journal. Thomas pede a ajuda de Samuel, e, assim, pode-se afirmar que, nesse momento, o jovem Johnson começa a trabalhar e subsistir através da escrita. Seu primeiro trabalho foi traduzir a obra do padre jesuíta Jerónimo Lobo, enviado da Igreja Católica ao império da Etiópia. A edição e tradução de Samuel de A Voyage to Abyssinia, de Jerónimo, foi por fim publicada, figurando assim como o primeiro trabalho de Johnson de fato publicado ao grande público.

Casamento e empreendimentos
Outro grande amigo do nosso biografado foi Harry Porter, Johnson o acompanhou até a morte, em 3 de setembro de 1734. Porter deixara a esposa Elizabeth Jervis Porter e mais 3 filhos jovens. Não demorou muito para que Elizabeth e Johnson começassem a flertar um com o outro e, apesar da diferença de 21 anos – a mulher tinha 46 anos na ocasião –, Johnson não se importou e logo viria anunciar a intenção de se casar com a viúva do amigo.  Isso de fato aconteceu em 9 de julho de 1735, na Igreja de St. Werburgh, em Derby.

O novo casal viria a fundar, em 1735, a Edial Hall School, uma escola particular que logo faliria. Na verdade, segundo os registros do casal, a escola, em dois anos de funcionamento, teve apenas três alunos matriculados. Tal empreendimento mal-sucedido custou caro às economias herdadas por Elizabeth e frustrou muito o já costumeiramente melancólico Samuel Johnson. Após isso, como deixa entrever Boswell, o erudito se deixou encarar pela missão não mais adiável de se tornar escritor profissional, e, por isso, deu início ao seu primeiro projeto literário, o romance histórico Irene. Na época, o romance foi outro fracasso – agora editorial – do inglês, reconhecido assim por ele e pela crítica especializada londrina da época. Todavia, paradoxalmente, em 1749, um de seus alunos, David Garrick, interpreta o romance no teatro, o que rende ganhos consideráveis a Johnson. Nada do que havia escrito até 1749 chegou perto dos rendimentos dessa peça.

O ano de 1738 é o grande momento de virada para Johnson no que concerne à sua vida pública. Após uma produtiva viagem a Londres, e alguns contatos firmados, Johnson começou a se associar com Edward Cave, proprietário da The Gentleman’s Magazine, considerada a primeira revista de grande tiragem nos moldes modernos. Ele logo iniciou a colaboração com poesias e artigos curtos em prosa, e mais tarde se destacou na grande Londres ao biografar Paolo Sarpi. Mas o mais impressionante é que, no ano entre 1738 e 1739, Johnson teve uma produção escrita realmente absurda para qualquer humano de carne e osso. Destacam-se nessa produção os poemas London, Marmor Norfolciense e A Compleat Vindication of the Licensers of the Stage. Tais textos o evidenciaram na grande Londres, colocando-o sob fortes holofotes do mundo erudito e cultural inglês.

Além disso, o agora escritor profissional iniciou uma fina e perspicaz onda de sátiras que criticavam, em especial, o governo de Robert Walpole. Nesse momento, a despeito de sua até então mudez biográfica com relação à política, Johnson começou a ser visto como um conservador de estilo original, isto é, independente do próprio partido Tory – apesar de defendê-lo publicamente em diversas situações.

Apoiou de modo sofisticado aquilo que seu biógrafo da Enciclopédia Britânica, Robert Folkenflik, denominou como “torismo de choque”, algo como um conservadorismo ativo e atuante no meio social. E teria sido por volta de 1739 que ele conheceu efetivamente Edmund Burke, à época um perspicaz irlandês liberal descontente com as linhas gerais de seu partido (Whig); mais tarde Johnson chegaria a dizer que Burke era um liberal com alma Tory, isto é, um liberal com alma conservadora. Cabe-nos, entretanto, pontuar que, naqueles dias, as diferenças ideológicas e princípios filosóficos que norteavam ambos os partidos não eram travas dogmáticas, não era nada difícil encontrar coalizões políticas que uniam conservadores e liberais em torno de certos princípios gerais.

Em 1745, Samuel inicia um projeto de crítica literária à obra de Shakespeare, seu primeiro escrito foi Miscellaneous Observations on the Tragedy of Macbeth, considerada uma crítica inteligente, ousada e mordaz; em 1746, inicia também o projeto que mais lhe daria visibilidade no Reino Unido até os dias atuais, o seu famoso Dicionário de Língua Inglesa. Todavia, devemos dizer, a obra mais aclamada pelo público e crítica na década de 1740 foi seu An Account of the Life of Mr. Richard Savage, Son of the Earl River, uma biografia com elementos de sátira e análise historiográfica. Com relação à sátira – estilo que cada vez mais comporia seus textos – fica clara a influência sofrida, bem como sua admiração, ante o satirista mor Jonathan Swift. Nas décadas subsequentes ele afirmaria isso nas reuniões dos vários grupos de intelectuais que compunha e organizava.

Em 1749, ele publicou o seu poema mais famoso, The Vanity of Human Wishes. Tal poema, muito possivelmente, foi a fonte de inspiração para a sua obra mais importante com relação à crítica social daquele século, A História de Rasselas.

O homem dos tabloides
Apesar da década de 1740 ter sido disruptora para Samuel Johnson, se formos considerar a mais produtiva do escritor, torna-se unanimidade entre seus biógrafos que se trata de 1750 – especialmente a primeira metade. Johnson passou a escrever de forma fixa para a revista The Rambler, entre 1750-1752. A publicação circulava duas vezes por semana na grande Londres e tomou quase que por completo as atuações do erudito; Jonhson chegou a escrever cerca de 200 textos, entre ensaios, críticas curtas e poemas diversos nessa revista.

O mais impressionante é que o The Rambler não era exatamente uma das publicações mais vendidas, mas era com certeza uma das mais buscadas pelos eruditos ingleses, fazendo da visibilidade limitada de Johnson, uma espécie de curadoria dos influentes. Nas últimas publicações de Johnson nessa revista, ele afirmou, com certo pesar, que seus textos não eram os mais apreciados pelo público, e que sabia plenamente disso. Mas não é bem verdade, pois foi nesse periódico que sua fama de inteligência acima da média se espalhou para o grande público londrino, e que seus conselhos políticos passaram a ser constantemente requisitados. Jonhson, afirmava aos amigos: “minhas outras obras são vinho e água; mas meus [textos publicados no] The Rambler são vinho puro”.

Elizabeth, esposa de Johnson, foi uma das maiores admiradoras de seus escritos, dizia publicamente que conhecia as capacidades de seu marido desde quando o conhecera, mas foi somente no The Rambler que ela percebeu a extensão de seu gênio. Elizabeth morreu no dia 17 de março de 1752, apenas três dias após a última publicação do marido na referida revista. Após a morte da esposa, Johnson, segundo algumas correspondências, não se abalou e manteve o forte ritmo de publicação. Porém, foi somente em 1755, após passar brevemente por revistas menores, como The Adventurer, que o escritor conseguiu finalizar o seu Dicionário de Língua Inglesa, publicando-o ainda naquele mesmo ano. Destaque-se que o projeto do dicionário se iniciara nove anos antes, e que o tempo efetivo de trabalho corriqueiro no dicionário tenha sido de apenas seis anos – como mostra suas anotações e diários. Dessa maneira, o talento de Jonhson ficou ainda mais evidente ao público que o acompanhava, e sua fama de “gênio” se espalhou com rapidez.

Para termos uma noção exata de seu feito, era evidente que aquele dicionário era o maior e mais aprofundado da língua inglesa naqueles dias, autores e escritores, de várias linhas políticas, facilmente elogiavam e reconheciam o feito de Jonhson. Até hoje ele é reconhecido quase que automaticamente por ter sido o autor do tal Dicionário. Aquilo que a Academia Francesa demorou 40 anos para concluir, diz patrioticamente a Enciclopédia Britânica, Johnson levou 9 anos.

Fica claro aos leitores que, mais do que um modo de subsistência, escrever, para Johnson, era uma obsessão intelectual bem delineada, seu interesse literário e gramatical pela língua inglesa vai muito além de uma preocupação meramente financeira de momento. Edmund Burke reconheceria essa virtude em reuniões em que ambos estavam presentes. Naqueles dias em que os panfletos políticos se tornaram virais, fazendo de vários escritores menores senhores de rendas relativamente abastadas, Johnson escrevia por amor e vocação – apesar de efetivamente viver do que escrevia.

De 1756 a 1758, ele se dedicou, especialmente, às críticas políticas, principalmente à Guerra dos Sete Anos e à Guerra Americana no The Literary Magazine, revista de média divulgação que ele mesmo editava. Em 1757, publicou uma biografia de Frederico II, conhecido como “O Grande”. Em 1758 ele retorna a outra publicação ao estilo mais livre, como era o The Rambler, o The Idler. Com um estilo mais livre, Johnson publica mais de 100 ensaios, posteriormente lembraria que gostava muito de escrever ali pela liberdade de temas que ele abordava. Ele apareceria também, de 1758 a 1760, no The Universal Chronicle.

Por que Johnson se tornou indispensável ao conservadorismo
No entanto, e aqui vai minha opinião pessoal, a principal obra de Samuel Johnson não se trata de seu aclamado dicionário, e nem mesmo de seus ensaios amados pelos ingleses do século XVIII: o melhor texto de Johnson foi A História de Rasselas, Príncipe da Abissínia. Texto muito negligenciado por liberais e conservadores até os dias atuais, mas que tem em seu cerne uma das críticas mais sofisticadas e arrasadoras ao princípio utópico do modernismo iluminista.

Johnson confessamente escreveu esse romance em uma semana, a fim de pagar o funeral de sua mãe, que morrera em janeiro de 1759. Escreveu a obra de maneira célere, é fato, todavia, quando o manuscrito chegou ao editor, verificou-se que se tratava de uma obra literária assustadoramente profunda. A agudeza filosófica do escrito era magnífica e poucas vezes igualada naqueles dias; a análise construída pelo autor em torno da felicidade sintética da modernidade, através de uma crítica conservadora, talvez fosse realmente inédita naqueles dias. Algo parecido com tal crítica de Johnson só voltou a aparecer – com qualidade e profundidade – em 1932, com Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

O romance versa sobre um fictício príncipe Rasselas, de Abissínia, que mora num vale feito para os filhos do Rei, cujas necessidades materiais e psicológicas são todas supridas de imediato, não havendo espaço sequer para as comuns penúrias econômicas e sociais diárias. No entanto, o príncipe logo começa a ficar melancólico em seu cativeiro de felicidades compradas – uma espécie de jaula em que nada falta, somente o que mais importa: a liberdade de poder escolher seu próprio destino. Rasselas começa então a demonstrar um espírito inquieto e questionador ante a sua realidade. Com a ajuda de seu tutor, o poeta Imlac, e sua irmã, Nekayah, foge do vale de Abissínia em busca do melhor modo de viver. Isto é: o caminho real para felicidade plena. Rasselas buscava dissolver a eterna contradição humana: como ter liberdade e não sofrer, e como não sofrer mantendo a liberdade. E dessa busca profundamente filosófica e humana decorre toda a trama.

O escrito de Johnson saiu no mesmo ano de Cândido, ou o Otimismo, de Voltaire, talvez a obra mais aclamada deste autor. Para muitos, essa foi a causa do “escanteamento” da obra do poeta inglês. Entretanto, o itinerário de abordagem de Samuel ao tema da “possibilidade de plena felicidade” foi completamente nova e infinitamente mais sábia que a de Voltaire. Pessimista, ainda que erudita e esclarecedora, a obra de Johnson critica com rara perspicácia o centro norteador da filosofia iluminista francesa, gestando, no segundo plano do romance, uma das críticas mais formidáveis ao iluminismo ideológico que arrastava a Europa no século XVIII. Talvez podemos dizer que aquilo que Burke havia feito em forma de crítica filosófica em Reflexões sobre a Revolução na França, Johnson fez em forma de romance em A História de Rasselas.

Ele – ao contrário do que pregava Rousseau – não inicia a sua narrativa a partir de um homem desenvolto e liberto de amarras sociais, que constrói um caminho filosófico inconteste a partir da uma pretensa razão infinita; e nem explora a condição de penúria da existência humana a fim de alimentar um sentimentalismo orgânico e revolucionário contra algum status quo político. Na realidade, Johnson escreve a obra a fim de explorar o núcleo do problema do homem moderno: se o homem quer ser livre, ele, então, terá que provar integralmente – em algum momento da sua vida – o fracasso e as perdas inevitáveis. Mas se o homem renuncia à sua liberdade em busca de consolos perpétuos, renuncia também à sua razão, e, se renuncia à sua razão, também abre mão de sua consciência, tornando-se assim um vegetal estranho na história, um espectro hediondo e sem substância.

Ante a obra de Voltaire – também muito boa, devo dizer honestamente – o romance de Johnson ganha uma profundidade muito mais visível que aquela, garante ao leitor atento uma crítica muito mais qualificada e edificante. Crítica essa que tem um real poder de modificar e amadurecer as perspectivas do homem moderno, se lida com sinceridade e seriedade.

Os contatinhos e grupos de Johnson

Em 1763, Johnson conheceu o seu mais famoso biógrafo, James Boswell. Boswell era um libertino e estudioso do direito – apesar de amar mesmo a literatura. Ele manteve um diário detalhado de sua vida adulta, e entre confessos romances frustrados, doenças venéreas que o afetavam, vida de estudo, encontro com intelectuais e com prostitutas, Boswell relatou vividamente seus encontros com Johnson. Segundo o próprio Boswell, a retidão moral de Johnson era o que ele mais admirava. Em uma das suas notas, ele relata um dia em que, caminhando com Johnson, uma prostituta se achegou a eles oferecendo seus serviços – talvez conhecendo Boswell de alguma noitada –, segundo o diário de Boswell, Johnson respeitosamente dispensou os ofícios da moça com extrema cordialidade.

Johnson participava efetivamente de vários clubes de literatura, política e demais assuntos que o interessava. Ele foi o fundador do The Club, junto a seu amigo Joshua Reynolds; tratava-se de um clube literário proeminente naqueles dias, dele participavam homens como Edmund Burke, Oliver Goldsmith, o historiador John Hawkins, Edward Gibbon e Adam Smith. Segundo suas cartas, os clubes serviam a ele como uma espécie de refúgio da solidão, ao que tudo indica, o ambiente de sua casa, após a morte da esposa, não parecia ser os dos melhores. Talvez aquele que ele tinha em maior consideração em seu círculo íntimo-familiar era seu servo negro, Francis Barbes, e sua esposa, Betsy. Para compreendermos a extensão dessa amizade, Francis e Betsy foram os únicos herdeiros de Johnson, o qual os fez assim através de um testamento escrito a próprio punho.

Em 1762, Johnson passa a receber uma pensão vitalícia, o que faz a escrita deixar de ser uma necessidade de subsistência. E, com mais tempo para escrever coisas que não necessariamente lhe darão alguma renda, volta à ideia de criticar literariamente as obras de Shakespeare.

Os últimos escritos, os últimos dias

Em 1773 Johnson, viajou, contra as recomendações dos amigos devido à sua já frágil saúde, para as Hébridas, um arquipélago ao Norte da Escócia, conhecido pelos peculiares costumes dos seus habitantes. Lá ele escreveu, em 1775, A Journey to the Western Islands of Scotland, um livro de viagem que só foi publicado um ano após sua morte, em 1785. Na última década de sua vida, ele se dedicou a vários panfletos políticos onde, basicamente, ele comentava e criticava pautas e debates das Câmaras londrinas. Dedicou-se a escrever prefácios, pequenas biografias e resenhas críticas a The Lives of the Poets, livro que pretendia introduzir os jovens ingleses às vidas e obras dos grandes poetas.

Foi também em 1775 ele que recebe duas honrarias universitárias, a primeira se trata de um diploma honorário de Doutor em Direito pelo Trinity College, de Dublin, e a outra trata-se de um título de Doutor em Direito Civil por Oxford. Samuel jamais usou os títulos de Doutor, apesar das prerrogativas serem quase regra na Inglaterra do século XVIII, e, após a biografia de Boswell tratá-lo tão somente como Samuel Johnson – não se sabe se a pedido do próprio erudito –, o nome sem o título honorário pegou popularmente, fazendo com que muitos nem saibam dessas honrarias.

Após finalizar o The Lives of the Poets, sua saúde deteriorou-se rapidamente. O fato é que Johnson nunca teve uma vida realmente saudável, sofria com doenças corriqueiras e com aquilo que ele denominava de “melancolia” – hoje os biógrafos chamam de “depressão”. Em 1783, sofreu um derrame, o que limitou demais suas atuações literárias, além disso sofria de severos inchaços na perna. Boswell, seu fiel amigo, dizia que seus últimos dois anos foram de preocupações religiosas em relação à sua salvação. Ele confessava diuturnamente sua necessidade de conversão, bem como o seu anglicanismo fiel. Após se livrar repentinamente dos inchaços, Boswell afirma que ele encarara o evento como um sinal divino de que de fato ele poderia ser salvo, e terminou os restantes de seus dias num estado de serenidade. Samuel Johnson morreu em 13 de dezembro de 1784, e encontra-se enterrado na Abadia de Westminster.

Um homem a ser descoberto, e um conservador a ser admirado

As ideias de Johnson não são facilmente rastreáveis, apesar de podermos cravar que se tratou de um dos mais genuínos conservadores ingleses. Suas admoestações literárias, filosóficas e políticas partiam do pressuposto da decadência religiosa do homem, mantendo assim ante a vida uma atitude realmente pessimista e sóbria.

Seus últimos escritos políticos pareciam flertar com um antidemocratismo, principalmente porque considerava extremamente cruéis as leis que a Câmara dos Representantes passavam sob os olhares estupefatos e mãos passivas da população. Robert Folkenflik destaca que Johnson foi, por princípio, contrário à escravidão, ao colonialismo e ao tratamento desumano que os europeus davam aos indígenas das Américas. E, apesar de ser um confesso monarquista, não nutriu nenhuma afeição pelos reis que dividiram o ar com ele em seus dias, constantemente dizia em seus círculos íntimos que os freios constitucionais eram uma benção real, apesar de tudo.

Samuel serviu ao conservadorismo através de sua postura, pelo sulco de suas ideias e também por sua dedicação integral à erudição. Sua vida de estudos e escrita constantes alimentou uma espécie de mito fundador na Inglaterra de que os conservadores deveriam figurar nos jornais, emitir opiniões abertas, ainda que controversas. Talvez Samuel esteja mais para pai fundador do conservadorismo do que Burke, pois foi efetivamente Johnson que popularizou a opinião conservadora em dias que o liberalismo extremista dos ideólogos figurava como ideia doce na comunidade intelectual londrina. As ponderações de Johnson nos veículos de imprensa parecem ter recolocado os opinadores conservadores novamente na disputa pelas mentes populares.

Sendo assim, conhecer Samuel Johnson é conhecer o conservadorismo raiz. E para além de lê-lo por obrigação, devemos conhecê-lo, pois ele é ainda hoje um gênio esquecido, um patrimônio mundial burramente deixado de lado por – e para – nós, brasileiros.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/samuel-johnson-o-maior-intelectual-ingles-da-modernidade/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

POETA FERNANDO PESSOA E SUAS IDENTIDADES

 

Artigo
Por
Brian Patrick Eha
City Journal

Influido por la filosofía de Schopenhauer y de Nietzsche, y por los simbolistas franceses, intrudujo en su país las corrientes literarias contemporáneas de vanguardia, desde el modernismo hasta el futurismo. EFE


Fernando Pessoa, assim como Shakespeare, não contentou em ser apenas um.| Foto: EFE

Fernando Pessoa, o modernista português que em muitos aspectos é o poeta perfeito para nossa época obcecada por identidades, era ao menos quatro poetas em um. Seus melhores versos, assim como boa parte da sua prosa, surgiram para o mundo assinados pelo pastoral Alberto Caeiro, o classicista Ricardo Reis e o cosmopolita Álvaro de Campos, além do próprio Pessoa, progenitor dessa tríada poderosa que chamou de “heteronômios”. Complexos demais para ser chamados apenas de pseudônimos, individuais demais em suas preferências, temperamentos, filosofias e surtos de genialidade, esses eram o triunvirato em meio aos mais de 100 alter egos literários que Pessoa inventou em vida, muitos dos quais só foram descobertos depois de sua morte. “Seja plural como o Universo!”, dizia Pessoa a si mesmo. Walt Whitman — uma de suas maiores influências – talvez contivesse multidões, mas Pessoa dispersou essa cornucópia de personalidades pelo mundo, onde eles desenvolveram convicções pessoais, obsessões e tendências psicológicas próprias. Os heteronômios brigavam entre si por escrito e às vezes brigavam até com o próprio Pessoa.

A identidade instável de Pessoa refletia a confusão de sua época e também os problemas que ele enfrentara na juventude. Ele nasceu em 1888, em Lisboa, capital de uma potência decadente, governado pela mesma dinastia desde 1640. Até mesmo para os esquerdistas o colonialismo era motivo de orgulho. A economia de Portugal dependia da riqueza do Brasil e a monarquia, quando do nascimento de Pessoa, reclamava para si a propriedade de grandes territórios esparsamente ocupados e mal administrados em todo o continente africano, desde onde é hoje Angola, no oeste, até Moçambique, no leste. Era um império decadente. Os dias de glória que Luís de Camões (poeta nacional que Pessoa pretendia superar) retratara em seu épico “Os Lusíadas” eram coisa do passado.

Ao morrer, em 1935, Pessoa tinha vivido uma ditadura, uma revolução republicana, o fim da monarquia portuguesa, a Primeira Guerra Mundial e os primeiros anos do regime salazarista. Apesar de escrever muito sobre imperialismo, decadência e outros temas culturais, ele continuou alérgico ao “vocabulário da responsabilidade social”. Até mesmo seus amigos mais próximos tinham dificuldade para identificar as opiniões dele. Como disse o crítico Harold Bloom, “ só é possível ler Pessoa como um poeta político se você tiver certeza de que tudo se resume à política, incluindo o ‘bom dia’”. Mas ele não estava alheio ao mundo ao seu redor. Três de seus mais importantes heteronômios surgiram em 1914, ano da eclosão da Primeira Guerra Mundial, como se emergissem das rachaduras de um modo de vida fragmentado. Mais o que seus contemporâneos, Pessoa personalizou a confusão de seu tempo. Cada acontecimento provocava uma mudança sísmica interior, como nos diz Ricardo Reis — “o Horácio grego que escreve em português”, de acordo com o próprio pessoa:

Temo, Lídia, o destino. Nada é certo.
Em qualquer hora pode suceder-nos
O que nos tudo mude.

Brilhante, agitado e às vezes deprimido e às vezes entusiasmado, Pessoa pensava duas vezes sobre tudo – e três e quatro vezes também. Depois de abandonar a universidade, ele emprestou dinheiro de amigos e parentes, resgatou títulos da mãe e do padrasto e se sustentou escrevendo cartas em francês e inglês para empresários portugueses. Ao mesmo tempo, ele se envolveu em vários projetos literários e mirabolantes projetos empresariais, sendo que a maioria deles nunca saiu do papel. A vida que ele levava em Lisboa era agitada, com sua ronda pelos cafés literários, mas no todo sem grandes sobressaltos. Ele dizia sofrer de uma “inversão sexual leve”, nunca casou e provavelmente morreu virgem. Pessoa não se interessava por homens ou mulheres, e sim pela linguagem, e era apaixonado por seus poderes criativos. Infinitamente profícuo, às vezes ele parecia um observador de si mesmo, “o ponto de encontro de uma pequena humanidade que pertence apenas a mim”.

Elas, as personalidades inventadas de Pessoa, pertencem ao mundo agora. Na dramatis personae que dá início à enorme biografia do poeta escrita por Richard Zenith, ficamos encantados ao sabermos que “Ricardo Reis migrou para o Brasil em 1919 e ainda vivia na América do Sul, talvez no Peru, quando Pessoa morreu, em 1935”— o heteronômio sobreviveu a seu criador. O primeiro biógrafo de Pessoa, o escritor português João Gaspar Simões, acreditava que o caráter exótico dos heteronômios perderia força – mas na verdade o tempo só os fortaleceram. A divisão da personalidade do poeta se tornou a melhor alegoria para a forma obsessiva com que muitos de nós inventamos personalidades virtuais, marcas pessoais e vidas públicas. As invenções de Pessoa, fugidas da prisão no enorme baú de madeira que ele deixou para trás com mais de 25 mil textos, sem dúvida alguma sobreviveram a ele.

Mas para cada “alma completa” e texto perfeito que Pessoa criou há dezenas de obras fragmentadas e pseudoautores que existem em não mais do que no nome. Esses pedaços soltos – “entulho de uma espécie de Pompeia literária”, como diz Zenith – me lembram as mãos de Rodin em exibição no Metropolitan Museum of Art: cheias de genialidade, mas incompletas. A obra em prosa de Pessoas é um túmulo de fragmentos. Em novembro de 1914, Pessoa disse a um amigo: “meu estado emocional me leva a trabalhar duro, contra a minha vontade, no Livro do Desassossego. Mas tudo não passa de pedaços, pedaços, pedaços”. Assim como seu contemporâneo T. S. Eliot, Pessoa passou a vida acumulando fragmentos, ainda que estes fragmentos não sejam sinais de uma ruína.

Filho de uma mãe leitora e romântica e de um pai que teve seus momentos de glória como músico e crítico de teatro enquanto morria lentamente de tuberculose, Pessoa se tornou uma criança sensível e recolhida, mas independente. As palavras eram seus brinquedos, ainda que ele “gostasse da sensação de não entender nada”, como escreveu mais tarde.  Um das coisas que ele talvez tenha sofrido para compreender nesses primeiros anos em Lisboa foi a presença da mãe paterna, uma espécie de Dionísia semidemente. Dada a ataques de loucura, assim como sua xará deusa grega, Dionísia deu ao criador de tantas personalidades alternativas provas de que “múltiplas personalidades podem se fundir num único ser humano”.

Aos cinco anos, Pessoas enfrentou a morte, com uma diferença de seis meses, do pai e do irmão caçula, Jorge. Então ele foi um observador encantado com a mudança da mãe, que passou da dor do luto a uma felicidade vertiginosa. Dias depois de perder o filho, ela conheceu um charmoso capitão da Marinha portuguesa: a atração foi imediata e eles se casaram logo em seguida. Eis aqui outra lição para Pessoa. “A dor não dura porque a dor não dura”, nos diz o heteronômio Álvaro de Campos num poema sobre uma mãe recém-enlutada. A mãe que perde o filho é personagem recorrente nos textos maduros de Pessoa, juntamente com a consciência da rapidez com que a dor pela perda desaparece.

Na imaginação infantil de Pessoa, a realidade se torna cada vez mais instável: as fantasias suplantam o mundo concreto. Protegido por um tio com certa fraqueza para a mentira, o futuro poeta começou a povoar sua solidão com indivíduos fictícios – ao menos dois dos quais, o capitão Thibeaut e o Chevalier de Pas, ele disse ao longo da vida toda terem sido reais e “explorados até as profundezas de suas almas”. Esse hábito de sonhar acordado só se aprofundou na adolescência. O desejo do menino solitário de se cercar “por amigos e conhecidos que não existem” anteviam a inventividade de uma carreira literária na qual ele pudesse conduzir entrevistas consigo mesmo, os heteronômios se provocando. Anos mais tarde, Pessoa brincaria com a própria noção de individualidade da mesma forma que brincava com seus amigos imaginários.

O menino-camaleão recomeçou a vida com a mãe em Durban, na África do Sul, onde o novo marido dela assumiu o cargo de cônsul português. Maior cidade da colônia britânica de Natal, Durban contava com um transporte público eficiente, uma biblioteca pública, jardim botânico, sociedades literárias e outros indícios de civilização, incluindo uma escola religiosa na qual Pessoa foi imediatamente matriculado. Obrigado a começar primário do início, e num novo idioma, ele concluiu os cinco anos em três, recebendo o Primeiro Prêmio em inglês e latim, e também sendo premiado por sua excelência acadêmica. No ensino médio, ele devorou a prosa de Thomas Carlyle e escreveu versos emulando Milton e os românticos ingleses. Pessoa voltou para Lisboa em 1905, mas ter sido exposto à literatura anglo-americano foi decisivo para ele.

A influência mais importante foi Whitman. O poeta americano, de acordo com Zenith, ensinou Pessoa “a se abrir, sentir tudo, ser tudo, e cantar”. A experiência de ler “Canção de Mim Mesmo” permitiu o surgimento, no dia 8 de março de 1914, do seu primeiro heteronômio de verdade, um poeta pastoral, mas sem sentimentalismos, chamado Alberto Caeiro:

Sou um guardador de rebanhos,
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Uma lufada de poemas soprou da pena de Pessoa, que usava essa voz incrivelmente nova. Explicitamente sem educação formal, ainda assim Caeiro era um observador perspicaz. Era como se ele tivesse descoberto o antídoto para seu intelectualismo exacerbado.

Como, porém, notou Thomas Merton, primeiro tradutor de Caeiro para o inglês, esses poemas tinham um quê de recolhido, de timidez. Como se o mundo habitado no qual o poeta se declara um “argonauta de sensações verdadeiras” não fosse o mundo cotidiano, e sim alguma espécie de planalto solar onde as coisas estavam banhadas na luz precisa, lançando sombras sobre os olhos. Caeiro é mais cerebral do que Whitman, que também se debruçava sobre o mundo material e se recusava a oferecer respostas definitivas:

Uma criança disse “O que é a grama?” me estendendo as mãos cheias
Como poderia responder a criança? Tenho as mesmas dúvidas do que ela.

Pessoa sonhava em se tornar um poeta inglês. Ele escreveu dezenas de sonetos, publicando 35 deles num livreto que enviou para a Sociedade Poética de Londres. Os poemas foram ignorados. Ele costumava atribuir suas obras em inglês a uma de suas personalidades. O mais incrível é que, em português, Pessoa significa “pessoa”. Percebendo essa coincidência, ele brincava com os nomes dos seus alter egos ingleses também, cada qual com sua característica e com coletâneas próprias.

O primeiro foi Charles Robert Anon, que publicou um poema num jornal de Durban em 1904. Por volta de 1906, ele foi substituído por Alexander Search, que se dizia autor de mais de cem poemas, um conto e vários ensaios. Zenith diz que Search é “uma versão platônica ou transcendente de Pessoa” – um idealista shelleyiano em busca da verdade e com a cabeça cheia de filosofias e humanismo iluminista. Em outras palavras, as questões mais espirituais e metafísicas expressas em inglês foram as do alter ego chamado A. Search [que pode ser traduzido como “uma busca”]. Anos mais tarde, Caeiro, novamente como se reagisse à tendência de seu criador, disse que essa busca não fazia sentido:

As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.

A biografia de Zenith alça voos sempre que nos faz mergulhar na imaginação de Pessoa e perde força quando se volta ao lado político e sociológico. A parte de Durban decepciona nas passagens sobre as condições de vida dos africanos e dos imigrantes indianos em Natal, e também quando fala da “divisão racista do trabalho” do qual a família do poeta fez parte. O índice onomástico trás duas menções a “blackface” [ato de pintar o rosto de preto]. O livro de  Zenith foi publicado em 2021 e talvez seja inevitável que algumas de suas 937 páginas (sem incluir o prólogo e as notas finais) se dediquem a acusar Pessoa de racismo e misoginia sempre que possível – ainda que Zenith, no papel tanto de juiz quanto de jurado, seria misericordioso o bastante para reconhecer que tais atitudes, jamais fundamentais na obra genial de Pessoa, tenham “raízes rasas”, sem jamais se estabelecer ou ganhar proporção. Ao prometer o retrato de um homem, um biógrafo pode ser perdoado por nos descrever os trajes superficiais como indícios do que há de essencial por baixo deles. Coisa bem diferente é gastar milhares de palavras falando da origem social do alfaiate do biografado ou sobre as práticas de trabalho nos teares que produziam os tecidos usados na confecção desses trajes.

A personalidade central está em outras coisas, e o melhor de Pessoa transcende a política. Ainda assim, Zenith dedica todo um capítulo a Gandhi, sob o pretexto de que o líder indiano trabalhava como advogado e ativista pelos direitos civis em Durban enquanto Pessoa era um estudante na escola primária. Sim, é verdade que Pessoa admirou Gandhi no decorrer da vida — principalmente por seu estilo de vida asceta — Mas Zenith não para por aí. Ele encerra o argumento de que os britânicos tratavam os indianos como cidadãos de segunda classe desta forma: “Tudo isso, para Pessoa, enteado de um diplomata europeu, parecia a ordem natural das coisas”. Realmente é raro um biógrafo que se sente impelido a mostrar um artista como um menino de oito anos representante da supremacia branca.

“Se tem uma coisa que odeio é um reformista”, escreve Pessoa no “Livro do Desassossego”, definindo esse tipo como “o homem que vês os males superficiais do mundo e se põe a curá-los agravando males mais simples”. Chame-o de reacionário, se quiser; a busca por um programa social na obra dele é uma busca em vão. Católico de nascimento, ele era um investigador do espírito que explorava o culto, era obcecado por astrologia e, no todo, um cético — parte de uma geração que “herdou a descrença no Cristianismo e criou em si a descrença de todas as outras fés”, o que supostamente incluiria a maior parte dos dogmas seculares com os quais a imprensa e a universidade atuais catequiza os fiéis. Num dos poemas em inglês de Pessoa, ele coloca Deus “entre nosso silêncio e discurso, entre/ nós e a nossa inconsciência”. A curiosidade religiosa e as preocupações metafísicas aparecem com frequência em sua obra, atribuídas a um heteronômio ou não. Até mesmo Caeiro, que Pessoa chamou de “um São Francisco de Assis ateu” e que nega qualquer realidade para além das coisas materiais, invoca Deus – ainda que apenas para dizer que a divindade está equivocada:

Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou…
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,

A religião, para Pessoa, era uma ilusão sem a qual “vivemos sonhando, e os sonhos são a ilusão dos que não têm ilusões”. Seus sonhos eram, antes de mais sobre, sobre a autoinvenção, autodivisão, a multiplicação das personalidades. Sua incapacidade de acreditar no Deus da Trindade parece de alguma forma ligado à criação de novas personagens. Álvaro de Campos deixa a incerteza intelectual de lado e diz querer ser outra pessoa:

Tenho todos os dias crenças diferentes
Às vezes no mesmo dia tenho crenças diferentes
E gostava de ser a criança que me atravessa agora
A visão da janela abaixo —

Da mesma forma, a “marginalidade” de Pessoa o impulsiona a inventar uma sociedade própria. Em sua peça “O Marinheiro”, o personagem fala de um náufrago que, por sofrer demais ao se lembrar da vida pregressa, inventa um passado imaginado e uma pátria fictícia com pessoas, geografia e eventos históricos inventados que, aos poucos, substituem as memórias reais dele. Em “O Livro do Desassossego”, Pessoa anseia por criar em si uma nação com sua própria política, partidos e revoluções, a fim de ser tudo, ser Deus no panteímo real dessas pessoas – ser a substância e o movimento dos corpos e almas delas, do chão que elas pisam e dos atos que realizam.

A expansão e exaltação infinitas do ser, de modo que ele exista tanto como um deus quanto como um demônio, dando origem a um reino autocentrado de Paraíso na terra, embora essa nação – com suas “festas e revoluções” – fosse fragmentada e confusa. Entre amigos, Pessoa gosta de “defender ardentemente uma ideia num dia para atacá-la no outro, sempre com argumentos igualmente racionais”, escreve Zenith. Ainda que os modernistas mais românticos buscassem um “idioma não-fragmentado”, como dizia o poeta norte-americano Hart Crane) com que pudesse expressar o inexpressável, o idioma pessoano era infinitamente fragmentado, cheio de truques e evasivas, rico em filosofias e ideias que ele desenvolvia até o fim do poema e às vezes sem ir além. Em vez de tentar integrar suas motivações díspares num único ser, ele dava ênfase às contradições. Ele criava novas personalidades como que por partenogênese, dando a elas vidas independentes.

Entre essas personalidades estava o “semi-heteronômio” Bernardo Soares, suposto autor da obra-prima da prosa pessoana, “O Livro do Desassossego”. Essa “autobiografia sem fatos”, como Pessoa/Soares a ela se refere, foi publicada pela primeira vez em 1982 (47 anos depois da morte de Pessoa), e as edições seguintes ampliaram e reordenaram o conteúdo dela. Por isso há muitas discordâncias entre editores e estudiosos. Folhas dispersas que começam em 1913 e consiste de verbetes irregularmente datados e compostos ao longo de mais ou menos 20 anos, alguns trechos escritos à mão, outros à máquina, sem ordem ou plano identificável, ainda assim “O Livro do Desassossego” é uma descoberta impressionante. Poucas obras póstumas provocaram uma reavaliação tão intensa do trabalho anterior do autor.

“Faço paisagens com o que sinto”, escreve Soares. “O Livro do Desassossego” faz com que o leitor se depare com a vida de outro homem perdido no bosque escuro de sua interioridade. Mas de quem exatamente é essa interioridade? A autoria heteronômica do livro mudou com o tempo; de toda forma, Pessoa o atribuiu a Soares, um assistente administrativo que vive numa pensão na Rua dos Douradores, escrevendo quando dá. Soares defende a inação, vive em imaginação e, aqui e ali, vê seus compatriotas portugueses como “uma maré estranha de coisas vivas que não me preocupam”. Menos individualizado do que Caeiro, Reis e Álvaro de Campos, Soares é uma espécie de clone de Pessoa, dotado de sua ironia, mas não humor. Esse diário semifictício é uma espécie de biblioteca in utero; muitas de suas 500 passagens soam como ideias para livros não escritos, excertos que um escritor mais combativo teria usado para lançar campanhas inteiras.

Escrito ao longo de uma vida, “O Livro do Desassossego” exibe vários estilos e gêneros, de cenas de sonhos a poemas em prosa, passando por confissões e observações culturais, análises sociológicas e aforismos dignos de um Kafka. Mesmo que você não seja passivo e sonhador como Soares, entende quando ele diz que “está sofrendo de uma enxaqueca e do universo”. O Paraíso, para Soares, é uma paralisia eterna, tudo imóvel: um mundo no qual “um mesmo instante de poente pinta as colinas”, uma vida que parece “uma eterna vista da janela” – porque, mesmo no Paraíso, ele se imagina um alienado e um observador distanciado do cenário. “O Livro do Desassossego nunca deixa de ser uma experiência sobre quão autossuficiente um homem pode ser psicológica e afetivamente, vivendo apenas em meio a seus sonhos e imaginação”, escreve Zenith. “Era uma versão extrema e maníaca da forma essencialmente imaginária de Pessoa viver a vida”.

Provavelmente era um mecanismo de defesa. No mundo das fantasias a mãe não se lança repentinamente nos braços de outro homem e irmãozinhos não morrem. Soares está tomado pelo tédio, mas o tédio é um preço baixo a pagar. “As ficções da minha imaginação (…) podem até me desgastar, mas não me magoam nem humilham”, diz. “Eles nunca me abandonam, não morrem nem desaparecem”.

Os Estados Unidos do século XXI, com seu culto à ação e ao pensamento positivo, dificilmente saberia o que fazer de um Soares sonhador e inerte, ainda mais levando em conta que o sublime narcisista (ou uma cópia degradada) se transformaram em nossa cultura dominante. Além disso, numa época em que alguns indivíduos afirmam ser incapazes de se ater a um único gênero, muito menos em qualquer outra identidade inequívoca, estamos preparados para aceitar o que Zenith chama de “poética da individualidade fragmentada” de Pessoa. Há momentos em “O Livro do Desassossego” em que Pessoa rompe a máscara autoral, nem que seja para afirmar a máscara de toda a vida: “Para criar, destruí-me. Eu me exteriorizei tanto por dentro que não existo lá exceto externamente. Sou o palco vazio onde vários atores encenam várias peças”. O triunfo de seu empreendimento heteronímico é como aquele almejado pelos que hoje praticam o “manifestar”: o triunfo de uma ideia transcendida em vida.

O espírito pessoano – embora sem seu gênio – está vivo e bem. Ele vive em fóruns do Reddit, chats do Twitch, feeds do Twitter e outras redes nas quais o anonimato ou pseudônimo é comum e nas quais até mesmo os escolhidos do selinho azul que usam nomes reais vestem uma máscara. O “eu”, antes singular, se divide ou se transforma em heterônimo. Os espaços online são ruidosos com as personagens que despertamos.

Sei disso por experiência própria. No verão de 2021, mergulhei no mundo dos tokens não fungíveis (NFT)– itens digitais que são comprovadamente únicos e cuja propriedade pode ser verificada publicamente por uma blockchain. NFTs representam uma nova fronteira da arte, dos itens colecionáveis, dos jogos e da cultura pop. Nesse mundo, nem mesmo alguns dos maiores artistas e colecionadores usam seus nomes reais. Em vez de autorretratos, eles usam avatares como identidades visuais. Nesta cena, “anon” – o primeiro grande heterônimo inglês de Pessoa – é uma forma comum de se dirigir a um compatriota cuja identidade no mundo real você talvez nunca conheça.

Para participar desse mundo, eu precisava de uma personagem. Então criei uma conta no Twitter, registrei domínios que combinassem com ela e lancei meu alter ego naquele ambiente claustrofóbico. Mais gregário do que o normal, para mim foi fácil fazer amigos e criar laços usando esse disfarce. O verdadeiro eu, tal como ele era (tons de Whitman novamente), ficou em segundo plano. E funcionou: em três meses, ganhei 1.000 seguidores e a reputação de colecionador sério. Somos o que sonhamos ser, diz Pessoa. Por meio do olhar dele, passei a ver a Internet como um lugar onde abundam heterônimos que lançam grandes sombras e criam suas próprias lendas. Do criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, ao mestre conspirador Q, essas identidades moldam a vida de milhões.

Quem, então, é o verdadeiro Pessoa? Um sonho sonhado por ninguém, refletia ele às vezes — da mesma forma que Borges imaginou Shakespeare em “Ficções”. Um dos poemas mais fortes de Pessoa, “Tabacaria”, começa assim:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Na história de Borges, Shakespeare está no fim da vida e, tendo “sido tantos homens em vão”, pede a Deus que lhe dê finalmente uma identidade para chamar de sua. Em meio a um redemoinho, a voz do Senhor responde: “Nem Eu sou ninguém; sonhei o mundo como você sonhou sua obra, meu Shakespeare, e entre as formas do Meu sonho está você, que, como Eu, é muitos e ninguém”.

Querendo ser todos e temendo não ser ninguém, nos seus momentos de fúria Pessoa entrava em contato com o núcleo inabalável do seu caleidoscópio de eus. Recusando-se a suprimir ou falsificar seus conflitos internos, ele exibia uma espécie de autenticidade radical. “Mesmo que o que pretendemos ser (porque coexistimos com os outros) desmorone ao nosso redor, devemos permanecer destemidos”, escreve ele, exortando os leitores em “O Livro do Desassossego”, porque “somos nós mesmos, e ser nós mesmos significa não ter nada a ver com coisas externas que desmoronam, mesmo que desmoronem em cima do que para elas somos”.

Quase 90 anos após sua morte, o melhor da poesia e da prosa desse fingidor inveterado está longe de desmoronar.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/fernando-pessoa-e-o-poeta-ideal-para-uma-era-obcecada-por-identidades/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

HOJE É O DIA DO COMERCIANTE E PARABÉNS PARA TODOS ELES

 

Alexandre Nogueira – CEO Universidade Marketplaces

5 filmes para se inspirar e continuar empreendendo no segundo semestre de 2022

Especialista em marketplaces lista grandes sucessos do cinema que servem de exemplo para comerciantes alcançarem o sucesso

No primeiro semestre de 2022 o e-commerce brasileiro manteve o crescimento, principalmente dentre os pequenos e médios negócios. Segundo dados da Nuvemshop, as PMEs faturaram mais de R$ 1 bilhão nos primeiros seis meses do ano. O crescimento foi de 20% em relação ao primeiro semestre de 2021. 

Escolher as melhores estratégias para alavancar os negócios e alcançar o sucesso é o desejo de todo empreendedor. Pensando nisso, Alexandre Nogueira, CEO da Universidade Marketplaces, maior plataforma especializada em cursos para marketplaces, separou uma lista de filmes que podem ajudar empreendedores a encontrarem a força que faltava, além de convidá-los a analisarem melhor as estratégias usadas por grandes empresários para alcançar uma carreira de sucesso.

“A inspiração pode ajudar o empreendedor a buscar novas estratégias ou metodologias capazes de auxiliar no crescimento e desenvolvimento profissional. Nada melhor do que conhecer exemplos de sucesso para se motivar e decolar nos próprios negócios. Foi o que eu fiz nesse último mês e montei essa lista com os filmes que acredito serem essenciais para o bom empreendedor se inspirar”, comenta Alexandre, que também é consultor oficial do Mercado Livre e Influenciador Digital da Americanas no Brasil.

Veja a lista dos 5 filmes selecionados pelo CEO e em quais plataformas eles estão disponíveis:

Fome de Poder – disponível na HBO Max

Lançada em 2016, a biografia não autorizada conta a incrível história de sucesso do vendedor Ray Kroc, interpretado por Michael Keaton. Depois de notar uma movimentação de clientes incomum na lanchonete dos irmãos McDonald’s no sul da Califórnia, Kroc encontra nela uma forma de criar uma das principais redes de fast food do mundo. Um dos pontos altos do longa é a forma de Kroc aplicar estratégias duvidosas para afastar os irmãos da lanchonete e criar o império sozinho. 

À Procura da Felicidade – disponível na HBO Max

Lançado em 2007, esse ainda é um dos filmes mais assistidos por quem busca histórias inspiradoras. No drama baseado em fatos reais, Chris Gardner, interpretado por Will Smith, passa por sérias dificuldades e problemas financeiros, sendo abandonado pela sua esposa e tendo que criar seu filho Christopher sozinho, morando em abrigos públicos, enquanto usa sua estratégia de vendedor para conquistar um emprego.

Coco, antes de Chanel – disponível no Telecine

Um exemplo de empreendedorismo feminino, Coco, antes de Chanel é outro drama baseado em fatos reais que conta a história de Coco Chanel, interpretada por Audrey Tautou. A jovem tem um talento incrível para costura e se inspirou nas roupas de seu amante para criar uma sofisticada linha feminina, lutando contra críticas e intimidações machistas e se tornando uma das principais referências na moda parisiense.

Jobs – Disponível na Netflix

Também baseado em fatos reais, Jobs é um drama sobre Steve Jobs, inventor e empresário americano e um dos fundadores da gigantesca Apple. Interpretado por Ashton Kutcher, o longa narra a vida do gênio desde sua fase hippie, até o sucesso com os produtos eletrônicos. O foco principal do filme está nas batalhas que Jobs enfrenta para tirar suas ideias do papel, lançando seu primeiro produto dentro de sua garagem até atingir fama mundial.

Walt antes do Mickey – Disponível no Amazon Prime Video

Para encerrar nossa lista, temos o drama Walt antes do Mickey, também baseado em fatos reais. Neste filme, nos aproximamos mais de Walt Disney, interpretado por Thomas Ian Nicholas, e podemos acompanhar sua carreira de sucesso e sua busca constante para aperfeiçoar seu trabalho, buscar uma equipe e então criar uma das mais famosas e fortes marcas que temos até hoje, Disney, por meio de seu maior sucesso: Mickey Mouse.

 Sobre a Universidade Marketplaces

A Universidade Marketplaces é uma plataforma especializada em cursos para marketplaces e tudo que permeia o mundo do e-commerce. Criada em 2018 pelo CEO Alexandre Nogueira, oferece capacitação em relação ao uso correto das ferramentas e desenvolve estratégias que auxiliam os melhores resultados nas vendas online. A plataforma possui mais de 450 alunos e sua metodologia já foi aplicada em mais de 90 tipos de negócios diferentes. Seu time de mentores é credenciado pelo Mercado Livre e parceiros referentes ao mercado de comércio digital.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

WEBsite: https://valedoacoonline.com.br/

WEBApp: valeon

INFELICIDADE NO MERCADO DE TRABALHO E A AUTOESTIMA

Tomás Camargos, sócio-fundador da VIK e Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP

Pandemia, Síndrome de Burnout, desmotivação, infelicidade no ambiente de trabalho, alto índice de depressão, esses foram temas em alta nos últimos meses, mas com algumas medidas é possível reverter esses cenários; especialistas listam dicas.

O último ano foi marcado por muitos debates sobre a infelicidade no mercado de trabalho. Um dos temas recorrentes foi a crescente nos casos de Síndrome de Burnout, em pessoas que extrapolavam as horas de trabalho em home office. O transtorno que é causado pelo esgotamento físico e mental, devido a rotina de trabalho exaustiva, é um exemplo de como as empresas precisam se reinventar para não prejudicar os colaboradores e até sua presença no mercado. Outros temas debatidos também foram o aumento do turnover nas empresas, além do estresse e problemas com sono/concentração devido a pandemia.

Em meio às mudanças na vida profissional e pessoal, se adaptar pode se tornar um processo difícil e doloroso e que também pode trazer danos para a autoestima. Para se ter ideia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em onze países, o Brasil lidera os casos de depressão e ansiedade durante a pandemia. De acordo com o estudo, o país é o que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%). Números como esses mostram como a saúde mental dos brasileiros foi afetada durante a pandemia.

De acordo com Tomás Camargos, sócio-fundador da VIK – startup que nasceu para ajudar as empresas a melhorarem a saúde de seus colaboradores, implementando um programa que visa transformar a vida das pessoas e o resultado das corporações -, as empresas devem enxergar a saúde como um investimento e não como uma linha de custo para a empresa. “As boas organizações precisam investir no bem-estar dos membros da equipe para evitarem, futuramente, gastarem com doenças causadas pelo sedentarismo e estresse, por exemplo. Isso também permite com que elas diminuam consideravelmente os custos das organizações com plano de saúde, absenteísmo e baixa produtividade. No Brasil. esse movimento vem acontecendo, em que a preocupação com a saúde está cada vez mais consciente e estratégica para as corporações”, revela.

Para a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, sentir-se bem tem sido um desafio para muitas pessoas e colaboradores nessa fase de pandemia. “As frustrações comprometeram até mesmo a autoestima, já que muitas pessoas não conseguiram realizar os projetos que tinham planejado. Esse aumento nos casos de depressão e ansiedade se deram também por conta das mudanças drásticas na rotina, além de todo o medo e incerteza que vieram junto. Às pessoas ficaram com as emoções à flor da pele, o que prejudica o equilíbrio e contribui para a baixa autoestima”, explica.

Abaixo, os especialistas listam 15 dicas para recuperar a autoestima no trabalho. Confira:

1 – Faça amigos no trabalho: ter uma amizade no trabalho torna os colaboradores mais engajados e felizes. Isso é o que diz uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup que revela a importância de ter um melhor amigo no ambiente profissional. “Muitas vezes, com a correria do dia a dia, as empresas deixam de lado o incentivo para que as equipes se conheçam, uma das formas de mudar esse cenário é optar por programas de gamificação que levem engajamento, saúde e socialização entre os colaboradores”, indica Camargos.

Para ele, é possível incentivar essa relação de amizade por meio de atividades físicas. “Durante o programa corporativo de saúde e integração desenvolvido pela VIK, por exemplo, os colaboradores de uma determinada empresa participam de uma competição virtual de atividade física, por meio de um sistema gamificado e suas atividades físicas aparecem em um ranking que funciona como uma rede social saudável. O programa gera um movimento interessante, as pessoas começam a conversar em torno de um assunto prazeroso e, naturalmente, as relações são suavizadas ao longo do período”, explica.

2 – Procure por grupos de Networking: é possível fazer parte de grupos online ou presenciais em uma região. “Além de possibilitar conhecer novas pessoas, todos estão abertos para conversar e melhorar suas habilidades. Nessas reuniões, também é possível treinar a desenvoltura, comportamento e abordagens”, sugere Mara Leme Martins, PhD. Psicóloga e VP BNI Brasil – Business Network Internationa,

3 – Saia da zona de conforto e converse com novas pessoas: quando se trata de networking, é importante falar com as pessoas e pensar em maneiras criativas de construir o seu negócio. “Dedique tempo aos relacionamentos que você já tem. Estenda a mão e pergunte se as pessoas estão bem, se há algo que você pode fazer para ajudá-las”, explica Mara Leme Martins, PhD. Psicóloga e VP BNI Brasil – Business Network International.

4 – Cuidados com sua saúde física e mental: o Brasil é um dos países mais sedentários da América Latina. Segundo uma pesquisa divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase metade dos brasileiros – 47% – não praticam exercícios suficientes para manter o corpo saudável. Outro dado alarmante é sobre a saúde mental da população, já que o país tem o maior índice de prevalência da doença na América Latina. As empresas podem ajudar a transformar os hábitos e a rotina dos funcionários. “É fundamental que os líderes pensem no impacto da saúde no potencial humano e a importância da implementação de programas de saúde/qualidade de vida para os colaboradores. Por isso, devem disponibilizar momentos de lazer, atividades físicas em grupo, meditação e confraternização”, aconselha Camargos.

Além da mudança na prática de atividade física e no sedentarismo, a implementação de programas de humanização afeta outros setores da vida dos colaboradores. “Percebemos as transformações de hábitos nos participantes mais conscientes quando se trata de nutrição, álcool, cigarro, diminuição do estresse e melhora no sono/concentração”, conta Tomás.

5 – Faça terapia: a falta de autoestima pode ser uma ponte para quadros de ansiedade, medos, fobias e até para depressão. “Procurar um profissional pode ser necessário e ajuda no sentido de fazer com que o paciente entre no processo de autoconhecimento, trazendo mais segurança e autonomia para sua vida. Além disso, contribui no controle das emoções, fortalecendo a autoconfiança e autoaceitação. Existem abordagens e técnicas bastante eficazes que podem ser a chave para a melhora do bem-estar emocional da pessoa”, explica Vanessa Gebrim.

6 – Seja agradável: desenvolver a simpatia ajuda a abrir portas no networking. Estar aberto para conversar ou expressar essa vontade ajuda muito no primeiro contato e a quebrar o gelo. “Uma ótima oportunidade para desenvolver esse ponto é participar de alguns grupos ou reuniões de empreendedores”, sugere Mara Leme Martins.

7 – Ouça o que os outros dizem: saber ouvir e compartilhar é fundamental para vencer a timidez. “O ambiente do BNI é norteado pelo compartilhamento de recursos. Esses podem ser de ordem material ou imaterial, como talentos, habilidades, conhecimentos, informações, contatos, saberes, experiências e tantas outras riquezas que todos temos. Colaborar é um movimento natural do ser humano, que tem prazer em se colocar à serviço do todo, ao contrário do que fomos levados a acreditar”, aconselha Mara.

8 – Esteja alinhado com o propósito da empresa em que trabalha: de acordo com uma pesquisa realizada pela Sodexo Benefícios e Incentivos, 53,8% dos brasileiros acreditam que seu propósito de vida está conectado com seu trabalho atual. “Mais do que um salário alto e benefícios, os colaboradores querem se sentir uma parte fundamental da empresa. Hoje, vida pessoal e profissional estão interligadas, somos uma mesma pessoa”, acrescenta Camargos.

As corporações que não se adaptarem vão ser ultrapassadas. “As startups são a prova de como esse cenário mudou, ninguém quer mais passar horas sentado no escritório, sem um momento de interação ou com roupas sociais desconfortáveis. As pessoas procuram qualidade de vida, horários flexíveis e experiências novas”, finaliza Camargos.

9. Se olhe e se entenda: é importante entender que tudo o que a pessoa fizer que, de alguma forma, contribua para que ela se orgulhe de si, a ajudará a fortalecer sua autoestima. “Quando a pessoa está focada em seus aspectos negativos, a insegurança certamente estará presente em sua rotina e relacionamentos. Dentro do processo de autoconhecimento, a pessoa aprende a gerenciar suas emoções e desenvolve sentimentos positivos sobre si e sobre o mundo”, conclui a psicóloga Vanessa Gebrim.

10. Lei da Reciprocidade: é importante ter a visão de que a confiança colaborativa é a moeda mais valiosa nos negócios – nos relacionamentos e na vida. O marketing de referência e indicações nunca foram tão importantes quanto nos dias de hoje, em que as empresas precisam conquistar novos clientes, presencialmente ou remotamente, para não colocar em risco a sua operação.

“Os empreendedores, sendo tímidos ou não, precisam aprender os benefícios da filosofia “Givers Gain”, ou seja, “Se eu lhe ajudar indicando negócios, você vai se interessar em me ajudar também”. “É a Lei da Reciprocidade em ação no mundo dos negócios”, conclui Mara Leme Martins.

11 – Procure uma rede de mulheres empreendedoras: começar algo novo sempre é difícil, mas quando se tem apoio e com quem contar no caminho, as coisas acabam se tornando um pouco mais fáceis. “O Mulheres Aceleradas, por exemplo, é uma comunidade para mulheres que já empreendem e também para as que desejam começar a empreender. Não importa a região em que a empresária está, ela pode fazer parte. A plataforma tem o interesse genuíno em oferecer ajuda a essas mulheres, aproveitando os meus conhecimentos técnicos e experiência na área. O objetivo é fazer com que elas percebam que têm com quem contar e que não precisam trilhar esse caminho cheio de desafios sozinhas”, explica a mentora de negócios e empreendedora Larissa DeLucca, CEO da Negócios Acelerados e fundadora da plataforma Mulheres Aceleradas.

12 – Tenha confiança no seu trabalho: é fato que não se pode negar a realidade do preconceito e machismo contra mulheres e mães no mercado de trabalho atual. “Não deveria ser assim, mas é a realidade, para se destacar a mulher tem que ser tecnicamente muito melhor qualificada do que qualquer homem que exerça a sua mesma função e ainda ter garra para dar conta, com mestria das suas duplas e, às vezes, triplas jornadas de trabalho. Mas na minha visão, o principal é ser uma profissional focada em resultados. Se o resultado final do seu trabalho é acima da média, isso vai ser o seu cartão de visitas”, diz a empreendedora.

13. Não tenha medo de falhar: as outras pessoas, muitas vezes, costumam desencorajar as mulheres a seguirem seus sonhos e montar seu próprio negócio. Mas é preciso contrariá-los, confiar no seu potencial e deixar o medo de lado para seguir em frente. “Quando se começa um negócio novo, é normal ter medo de falhar e, em alguns momentos, de não fazer um bom trabalho. O que não pode acontecer é deixar com que esse medo te paralise. Errar em alguns momentos faz parte da jornada, o mais importante é continuar estudando e aprendendo para não cometer os mesmos erros e ir melhorando nos pontos que costuma ter uma maior dificuldade”, complementa a mentora de negócios e empreendedora Larissa DeLucca.

14 – Foco no propósito: “O propósito tem ganhado cada vez mais espaço e importância na experiência do colaborador e agora, mais do que nunca, está conectado pelo valor percebido pelas pessoas nas organizações. Isso significa que: para ter uma comunicação interna melhor, é preciso pensar no propósito, no porquê as pessoas devem se sentir parte do todo. Vale a revisão da visão, missão e valores organizacionais”, explica Gabriel Kessler é CGO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH, que funciona como um hub para o colaborador e melhorar o engajamento dentro das empresas.

15 – Comunicação fácil e democrática: Investir em uma ferramenta que promova a democratização da informação é de extrema importância para a experiência do colaborador operacional. “A rede social corporativa ou aplicativo de comunicação interna, por exemplo, é uma solução criada justamente para atender as diferentes necessidades dos profissionais em geral, principalmente de quem fica na operação”, finaliza  Gabriel Kessler que é CGO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH.

STARTUP VALEON – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Olá tudo bem?

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

                                                             VOCÊ CONHECE A VALEON?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A ValeOn é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso propósito é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a Valeon é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Nos orgulhamos de tê-los como parceiros esse tempo todo e contamos com o apoio e a presença de vocês também agora em 2021.

O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial ValeOn permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Essa é uma forma de fortalecer nossa comunidade em torno de um propósito muito forte: despertar as pessoas para serem melhores e ajudarem a nossa comunidade empresarial para progredir cada vez mais com um comércio da região fortalecido e pujante.

A introdução da nossa Startup nessa grande empresa, vai assegurar modelos de negócios com métodos mais atualizados, inovadores e adaptáveis, características fundamentais em tempos de crise, porque permite que as empresas se reinventem para continuarem as suas operações.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

STF ADOTA A TÁTICA DOS VOOS SECRETOS

 

Por
Lúcio Vaz

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o ministro do STF Alexandre de Moraes durante abertura do Seminario Politicas Judiciarias e Seguranca Publica. (O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o mini


Os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes trocam segredos no STF| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) retomaram o ritmo de viagens do período anterior à pandemia da Covid-19, mas com uma diferença: não é mais possível saber para onde vão, o que fazem nem quanto gastam. Esse sigilo foi adotado por questões de segurança, mas também esconde os gastos com passagens aéreas em viagens nacionais e internacionais – na contramão do que fazem os poderes o Executivo e Legislativo. Em 2018, teve viagem que custou R$ 240 mil.

A página de “transparência” do STF permite apurar apenas as despesas com os seguranças e assessores que acompanham os ministros nas suas viagens. Na verdade, são gastos indiretos dos ministros. Essas despesas somaram R$ 194 mil em março e R$ 188 mil em abril – apenas com passagens aéreas. As diárias pagas às equipes de segurança chegaram a R$ 500 mil neste ano. As passagens de todos os servidores do STF já chegam a R$ 500 mil. Os voos para segurança e assessoria ao ministro Alexandre de Moraes somaram R$ 48 mil. No caso de Luís Toffoli, foram R$ 55 mil. Para Luís Roberto Barroso, R$ 43 mil.

O STF alega questões de segurança para restringir a divulgação dos detalhes das viagens dos ministros, como data, horário e trecho de voo, o que impossibilita identificar o motivo da viagem. Essa restrição começou em janeiro de 2019, ainda no início da gestão do presidente Luís Toffoli. O ministro promoveu as viagens mais caras da história recente do tribunal.

Até 2020, o Supremo divulgava também o custo dos voos de “representação institucional”, mas informava apenas a despesa total de cada ministro por mês. Esses voos não podem ser utilizados para a “realização exclusiva de atividade remunerada”. Nesses deslocamentos, os ministros também não podem receber diárias. Em anos anteriores, alguns ministros viajavam para seus estados de origem ou onde tinham residência. Desde janeiro de 2021, esses voos não são mais divulgados.


Viagens retomadas
Pressionados pelo presidente Jair Bolsonaro, que levanta dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, os ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm viajado ao exterior em busca de apoio e para propagar o risco de uma ruptura institucional do país. Mas ninguém sabe e nunca vai saber quanto custaram essas viagens. Lembrando que a conta é paga pelo contribuinte.

No dia 25 de junho, em palestra na Universidade de Oxford, na Inglaterra, o ministro Luís Roberto Barroso classificou como “abominável retrocesso” a volta do voto impresso defendido por Bolsonaro. Barroso afirmou que, na Presidência do TSE, teve de “oferecer resistências aos ataques contra a democracia”. Uma mulher gritou: “Isso é mentira”.

No dia 9 deste mês, o ministro do STF e presidente do TSE, Edson Fachin, afirmou em palestra nos Estados Unidos que o Brasil pode passar por um ataque às instituições ainda mais grave do que o ocorrido na invasão ao Capitólio, sede do Congresso norte-americano. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio”, afirmou em evento organizado pelo instituto Wilson Center.

Ameaças a ministros e seus familiares levaram o Supremo a aumentar as medidas de segurança, como mostrou reportagem do blog. Em 13 de junho de 2020, a crise de segurança aumentou quando grupos de extrema-direita apoiadores do presidente Jair Bolsonaro lançaram fogos de artifício sobre o prédio tribunal. No 7 de setembro de 2021, uma nova crise, quando o presidente afirmou, na Avenida Paulista, diante de mais de 100 mil apoiadores, que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes. Mas recuou dois dias depois e divulgou uma carta pedindo desculpas aos ministros do Supremo.


Quanto custam as viagens internacionais
A viagem mais cara desde que esses dados começaram a ser divulgados, em setembro de 2016, foi feita pelo ministro Dias Toffoli. Em maio de 2018, ele viajou para a Rússia, para representar o STF no VII Fórum Jurídico Internacional de São Petesburgo. Sua passagem custou R$ 63 mil (em valores atualizados pela inflação). As diárias, mais R$ 34 mil. Um total de R$ 98 mil. As passagens e diárias para dois assessores que acompanharam o ministro custaram mais R$ 140 mil, totalizando em R$ 230 mil as despesas da comitiva.

Em outubro do mesmo ano, já na presidência do tribunal, Toffoli foi participar da 116ª Sessão Plenária da Comissão de Veneza. A passagem custou R$ 53 mil. As passagens do presidente e mais dois assessores custaram R$ 112 mil, as diárias, mais R$ 42 mil. No total, a viagem ficou por R$ 154 mil. Em junho de 2019, a ministra Cármen Lúcia esteva na Comissão de Veneza. A passagem custou R$ 29 mil. Não há registro do pagamento de diárias.

Em setembro de 2019, Toffoli foi a Cartagena, na Colômbia, para o XXV Encontro de Presidentes dos Tribunais Constitucionais da América-Latina. A passagem saiu por R$ 39 mil. Contando com as despesas de mais dois assessores, o total fechou em R$ 133 mil.

No mês seguinte, Toffoli integrou a comitiva presidencial em “Evento Institucional na Cidade do Vaticano”. Na verdade, foi acompanhar a canonização da Irmã Dulce, que atraiu representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, num evento que misturou política e turismo religioso. A passagem custou R$ 44 mil. Somando com as despesas do chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais, Joel Sampaio, a viagem ficou por custou R$ 100 mil. Pelo menos, Toffoli não usou o “seu” jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em 2017, as despesas do STF com passagens aéreas custaram R$ 760 mil. No ano seguinte, as despesas chegaram a R$ 1,4 milhão. Em 2019, todo sob a presidência de Toffoli, os gastos totalizaram R$ 2,5 milhões. Todos os valores foram atualizados.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/o-que-escondem-os-voos-secretos-dos-ministros-do-stf/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

ALIANÇAS ELEITORAIS DOS PRESIDENCIÁVEIS

 

Coligações
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Jair Bolsonaro e Lula são pré-candidatos a presidente da República nas eleições de outubro deste ano| Foto: Alan Santos/PR e Ricardo Stuckert

As campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lideram, até o momento, o arco de alianças entre partidos que estarão coligados na disputa presidencial deste ano.

As composições fazem parte da estratégia para garantir palanques e tempo de propaganda no rádio e na TV, além de capilaridade de apoio pelo país.

As adesões por parte dos partidos podem ser feitas até o dia 5 de agosto, data final para a realização das conversões partidárias. Nos encontros, as siglas se reúnem e aprovam ou rejeitam a composição de coligações ou até mesmo a neutralidade na disputa presidencial.

Saiba abaixo como estão os acordos dos principais nomes da disputa presidencial até o momento:

Partidos garantem maior fatia do tempo de propaganda para Lula 
Partidos na aliança: PT, PSB, PV, PCdoB, Rede, PSol e Solidariedade
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 1,1 bilhão
Tempo de TV (estimado): 89,8 minutos
Número de deputados federais: 110
Número de senadores: 10 
Número de prefeitos: 623* 
Até o momento, a coligação em torno da campanha do ex-presidente Lula é a maior em número de partidos – são sete ao todo. Com isso, a candidatura do petista garantiu a maior fatia em tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Lula deverá ter 89,8 minutos do tempo total da propaganda eleitoral gratuita. A fatia corresponde a 24% do total. Neste ano, as inserções da disputa presidencial irão ao ar nas terças, quintas e sábados, a partir do dia 16 de agosto. A propaganda eleitoral será veiculada duas vezes ao dia, em blocos de 15 minutos cada. Com isso, o programa do ex-presidente terá cerca de 3 minutos em cada bloco.


Partidos de Bolsonaro investem na capilaridade pelo país 
Partidos na aliança: PL, PP, Republicanos e PTB 
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 990 milhões
Tempo de TV (estimado): 77,8 minutos 
Número de deputados federais: 179 
Número de senadores: 19 
Número de prefeitos: 1.144 (eleitos em 2020)
A campanha de Jair Bolsonaro conta com a adesão de quatro partidos. Além do PL, o PP, o Republicanos e o PTB já fecharam um acordo para apoiar o projeto de reeleição do presidente. O núcleo de campanha ainda corteja o PSC, que ainda não bateu o martelo sobre qual será o seu posicionamento na disputa nacional.

Uma das apostas da campanha de Bolsonaro é a capilaridade que os partidos terão nessa disputa. Somente o PL, partido do presidente, deve lançar 14 candidaturas aos governos estaduais. A lista inclui alguns dos principais colégios eleitorais do país, como Bahia e Minas Gerais, estados em que o partido tem como pré-candidatos, respectivamente, o ex-ministro João Roma e o senador Carlos Viana.

Já o PP lançou três nomes nas disputas estaduais, enquanto o Republicanos terá quatro nomes. Entre eles, o ex-ministro Tarcísio de Freitas, que vai garantir o palanque do presidente em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. As costuras estaduais estão sendo feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, integrantes do núcleo de campanha.

Terceira via de Tebet conta com três partidos
Partidos na aliança: MDB, PSDB e Cidadania
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 771,1 milhões
Tempo de TV (estimado): 50,2 minutos
Número de deputados federais: 64 
Número de prefeitos: 1.426 (eleitos em 2020)

Escolhida como nome da chamada terceira via, a senadora Simone Tebet ainda enfrenta dificuldades para consolidar o apoio dentro das legendas que irão participar da sua coligação. A expectativa é de que o nome seja chancelado na convenção partidária do MDB. Contudo, diversos diretórios estaduais prometem apoiar o ex-presidente Lula, principalmente em estados do Nordeste, como Alagoas, Paraíba e Ceará, por exemplo.

Como a Gazeta do Povo mostrou, os impasses dentro do MDB e nos demais partidos da coligação colocam em xeque os palanques da emedebista pelo país. No Rio Grande do Sul, apesar do indicativo da Executiva Nacional do MDB em torno da pré-candidatura do tucano Eduardo Leite para a disputa do governo, o diretório do MDB no estado resiste em retirar a pré-candidatura de Gabriel Souza. O apoio do MDB ao nome de Leite é uma das condicionantes do PSDB para a aliança nacional com Tebet.

Ciro Gomes fica isolado com o PDT
Partidos na aliança: PDT
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 253,4 milhões
Tempo de TV (estimado): 19,6 minutos
Número de deputados federais: 19
Número de senadores: 3 
Número de prefeitos: 311 (eleitos em 2020) 
Apesar da ofensiva de Ciro Gomes para encontrar apoio para a disputa presidencial, o PDT não fechou acordo com nenhum partido até o momento e não há expectativa de que isso possa ocorrer. Sendo assim, o pedetista pode concorrer com uma chapa pura, com o seu partido indicando também um nome para vice na chapa.

Líderes da sigla ainda acreditam na possibilidade de o PSD e o União Brasil apoiarem o ex-governador do Ceará, apesar de as duas siglas já terem indicado resistência a essa possibilidade. O União Brasil tem um pré-candidato à Presidência, o deputado Luciano Bivar. Já Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, indicou que o partido irá manter neutralidade, ao menos no primeiro turno, na disputa presidencial.

De acordo com Ciro, os demais partidos querem avaliar “até a última hora” se a candidatura dele será viável. Levantamento mais recente do instituto FSB Pesquisa, divulgado na última segunda-feira (11), mostrou o pedetista com 9% das intenções de votos. A pesquisa apontou o ex-presidente Lula com 41%, seguido pelo presidente Bolsonaro com 32%.

Além de Ciro Gomes, os demais pré-candidatos Luciano Bivar, André Janones (Avante), Felipe d’Avilla (Novo), Pablo Marçal (Pros), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e Leonardo Péricles (UP) também devem concorrer em chapas puras. Ou seja, sem a adesão de outros partidos.

Metodologia da pesquisa citada
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, 2 mil eleitores entre os dias 8 e 10 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-09292/2022.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/quais-partidos-vao-apoiar-bolsonaro-e-lula-nas-eleicoes/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

COMO ANDA O AUTOR DO ATENTADO CONTRA BOLSONARO

 

Facada em 2018

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Agressor do deputado Jair Bolsonaro deixa a Policia Federal em Juiz de Fora apos cerca de tres horas de interrogatorio (Agressor do deputado Jair Bolsonaro deixa a Policia Federal em Juiz de Fora apos cerca de tres horas de interrogatorio, ASC


Adélio Bispo é conduzido após prisão em 2018: se for considerado são em nova perícia psiquiátrica, ele poderá ir para casa| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Passados quase quatro anos do atentado que quase matou o presidente Jair Bolsonaro, o agressor confesso Adélio Bispo de Oliveira poderá ter seu futuro definido ainda neste mês de julho. Está prevista para o fim do mês uma perícia psiquiátrica em que ele terá seu estado mental novamente avaliado. Se os médicos atestarem que ele não representa mais perigo, para si ou outras pessoas, Adélio poderá até mesmo deixar a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde ele é mantido desde setembro de 2018, após sua prisão em Juiz de Fora (MG), e ir para casa.

Apesar de ter passado todo esse período no presídio, Adélio não cumpre pena, pois não foi condenado pela tentativa de homicídio. Em 2019, ele foi absolvido após ser considerado inimputável, em razão do diagnóstico de “Transtorno Delirante Persistente”, uma doença que, segundo a sentença, o impedia de entender que estava cometendo um crime e, com isso, determinar, por sua própria vontade, uma conduta oposta.

Nesta decisão, de junho de 2019, o juiz do processo, Bruno Savino, de Juiz de Fora, ordenou que ele ficasse internado por tempo indeterminado, mas que fosse reavaliado em três anos, prazo que venceu no mês passado. A perícia só não foi realizada até o momento pela dificuldade de encontrar psiquiatras dispostos a fazer a avaliação.

Após mais de um mês de tentativas, a Justiça Federal conseguiu, com a colaboração de Associação Brasileira de Psiquiatria, designar dois profissionais para o procedimento, que será bancado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça e que administra os presídios federais.

Caso seja constatado que ele está 100% curado, Adélio poderá ir para a casa e terá liberdade para circular livremente pelas ruas, segundo o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio no início do processo e hoje responde como seu curador, ou seja, o responsável por cuidar de seus interesses na Justiça.

“Esses peritos vão analisar se houve alguma melhora, se houve a convalescência [recuperação da doença] total ou parcial, o quadro de saúde. O perito vai juntar isso e falar se ele pode sair da medida de segurança detentiva para a restritiva. Ou seja, ao invés da internação, se ele pode fazer um tratamento ambulatorial em casa, em que teria de ficar alguém, uma enfermeira ou pessoa da família, responsável pela medicação”, explicou à Gazeta do Povo.

A decisão final caberá a um juiz de Campo Grande, que supervisiona a internação. Zanone entende que o melhor para Adélio é que ele continue no presídio de segurança máxima. “Eu sou a favor que ele continue no sistema federal, porque ele já foi ameaçado de morte no sistema estadual. Para mim, hoje, o Adélio na rua, no atual cenário político, com os ânimos acirrados, eleição se avizinhando, o Brasil é pequeno para ele”, afirmou.

Questionado se, solto, Adélio seria capaz de cometer um novo atentado, Zanone diz que só os psiquiatras poderão responder. “Tem que avaliar a capacidade de compreensão dele, do que é certo e o que é errado, e de autodeterminação, se ele domina sua própria vontade.”

Uma solução intermediária, ainda segundo o advogado, seria liberá-lo para casa, mas manter medidas de monitoramento – como uso de tornozeleira, restrição de locomoção, comparecimento periódico perante um juiz – a exemplo do que é feito com criminosos que representam algum perigo.

Nesta quinta-feira (14), o juiz Bruno Savino, de Minas Gerais, pediu ao juiz corregedor da penitenciária de Campo Grande a renovação da permanência de Adélio no estabelecimento. Segundo Zanone, no entanto, trata-se de uma decisão apenas sobre sua permanência no local, não sobre a prorrogação da internação, que será definida a partir da perícia, ainda não realizada. Ainda conforme o advogado, é a partir do exame que o magistrado de Campo Grande decidirá se ele ficará internado por mais um ano. A partir daí, de ano em ano a condição mental e comportamental de Adélio será reavaliada, para novas decisões sobre o prolongamento da internação.

Cartas indicam estado psicótico grave de Adélio
A liberação é medida menos provável, no entanto, diante do histórico recente de Adélio no presídio. Nos últimos anos, ele passou a enviar cartas para o advogado e alguns veículos de imprensa. Várias delas, publicadas no mês passado pela revista Veja, indicam um “estado psicótico grave”, de esquizofrenia paranoide, segundo um médico consultado.

Nessas cartas, Adélio escreve, por exemplo, que “Bolsonaro é o anticristo”, faz acusações contra uma suposta conspiração da maçonaria, divaga sobre o Santo Daime… Tudo isso em frases desconexas, mal formuladas e de sentido quase incompreensível.

“E o rito dos ritos no Planalto Central no jardim da Presidência colocado por eles (maçons) representa o mundo dos mortos e como a pirâmide em fotos do meu celular que por sua vez fotografei em Juiz de Fora em Minas Gerais próximo ao Hotel Trade em uma rotatória pirâmide com arcos que a envolve em leste oeste e sul norte nesta (incompreensível) vem o anticristo”, diz uma das cartas publicadas pela Veja.

A previsão é que em dois meses, ou um mês após a perícia, o resultado da perícia seja oficializado no processo, para então o juiz decidir. Se ele continuar no presídio, como prevê seu curador, ele passará a ser reavaliado a cada ano, para definir se poderá ou não deixar o presídio e ir para casa.

No ano passado, a Defensoria Pública da União chegou a requerer que ele fosse internado num hospital psiquiátrico em Barbacena (MG), onde poderia ficar mais próximo da família. O Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido, por ausência de vagas em Minas e pela constatação de tratamento adequado na penitenciária de Campo Grande.


Investigação sobre suposto mandante da facada prossegue
Fora a indefinição sobre a permanência ou não no presídio, ainda ronda o caso de Adélio a dúvida sobre a participação de terceiros ou a existência de um mandante para o atentado contra Bolsonaro.

Dois inquéritos da Polícia Federal já concluíram que ele agiu sozinho, mas uma nova frente de investigação, reaberta no fim do ano passado e ainda inconclusa, busca revelar quem pagou pelos serviços de Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

O advogado sempre disse que foi uma pessoa ligada à igreja evangélica que Adélio frequentava em Montes Claros (MG), sem dar muitos detalhes nem identificar esse patrocinador.

Diretamente interessados na questão, o presidente Jair Bolsonaro e seu advogado pessoal, Frederick Wassef, conseguiram, no ano passado, derrubar uma decisão que impedia a análise de material apreendido pela PF em locais de trabalho de Zanone. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ainda tenta reverter essa decisão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, alegando que o procedimento afronta o sigilo profissional de advogado com cliente.

Zanone não soube informar se o material que foi apreendido em seu escritório já foi periciado. O delegado Martin Bottaro Purper, que passou a tocar a investigação, tem experiência em investigações de homicídios e já coordenou ações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, nascida em presídios paulistas.

Bolsonaro e Wassef sustentam que Adélio não tem problemas mentais, e que agiu como um terrorista a mando de alguma organização criminosa ligada à esquerda para assassinar o então candidato. A reportagem apurou que a defesa do presidente poderá requerer a participação de peritos assistentes para acompanhar a avaliação psiquiátrica, prevista para o fim deste mês, e verificar o resultado da avaliação oficial.

Procurado para comentar o caso, Wassef disse que não pode falar sobre a investigação, porque o processo corre sob segredo de Justiça.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/como-anda-o-caso-adelio-quatro-anos-apos-atentado-contra-bolsonaro/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

A PEC DOS BENEFÍCIOS VAI AJUDAR MUITA GENTE

 

Auxílio Brasil

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Por ampla maioria, Câmara aprova PEC dos Benefícios, que cria R$ 41,2 bi em despesas excepcionais até dezembro.| Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Vejam só o dinheirão que o Congresso Nacional avalizou, botou seu carimbo, ficou absolutamente legal, uma liberação de dinheiro público, dinheiro do público, em ano eleitoral. Uma proposta de emenda constitucional foi aprovada pela maciça maioria da Câmara e do Senado em duas votações. Passou no Senado com um único voto contrário, de José Serra, entre 81 senadores. E, dos 513 deputados, foram só 17 votos contra. Houve um apoio grande, sabendo-se que há necessidade disso tudo, de aumentar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, de dar um voucher para o caminhoneiro de R$ 1 mil, de ajudar o taxista, de ajudar a dona de casa com o gás, de ajudar o idoso, de ajudar aquele que tem problema de alimento. Vai dar mais de R$ 41 bilhões.

Eu tenho mostrado que está sobrando dinheiro. Acabou a corrupção, sobrou dinheiro. O governo está reduzindo o IOF, que vai ficar zerado em algumas operações; reduziu o PIS/Cofins dos combustíveis; fez a mesma coisa com o ICMS para segurar o preço do combustível; deu aumento para professores do ensino básico, que ganham muito pouco e tiveram um aumento de mais de 33%. Tem dinheiro para tudo isso porque não há mais corrupção. E esse dinheiro vai ter efeito na economia nesse semestre, sem dúvida. Está caindo o desemprego e está subindo o empreendedorismo, a quantidade de pessoas que já são donas do seu próprio nariz.

Desde quando a bandeira nacional virou propaganda eleitoral?

Não dá para não registrar o que ocorreu na região das Missões, no Rio Grande do Sul. Em Santo Antônio das Missões, a juíza eleitoral disse que vai punir quem, depois de 19 de agosto, fizer propaganda com a bandeira nacional. Quem estiver com a bandeira brasileira vai ser considerado ilegal. O que é isso? Este é o símbolo máximo, o pavilhão sagrado. Ela não sabe o que está dizendo, eu tenho pena, porque ela escorregou feio, inclusive argumentando que a bandeira representa um lado. Pois outro dia vi um encontro de Lula com apoiadores, e ele dizia para adotarem a bandeira de agora em diante, para não deixar a bandeira só nas mãos “deles”. Então, até esperamos mesmo que saia a bandeira vermelha e entre a verde e amarela. Todos somos brasileiros, e a bandeira simboliza todos os brasileiros, vivos e mortos, para o nosso orgulho. Ela fica aqui em cima da minha casa, 365 dias por ano. Se eu morasse em Santo Antônio das Missões eu viraria Marcílio Dias. Vocês sabem o que ele fez na Guerra do Paraguai, perdendo um braço quando quiseram arrancar do mastro a bandeira nacional, que ficou manchada de sangue. Marcílio Dias é um herói.


O povo na rua e as pesquisas
Enquanto isso, o presidente estava no Maranhão, com muita gente em todos os lugares por onde passou. Imperatriz, Vitória do Mearim, muita gente. E as pesquisas?, perguntam. Estive vendo as pesquisas, é mais ou menos o seguinte: entrevistam 1,8 mil, 2 mil pessoas, e nós somos 150 milhões de eleitores. Então, é como se você chegasse em uma multidão de mil pessoas, escolhesse um e perguntasse em quem vai votar. Esse único representa mil. Mas dizem que tem base científica…

Alexandre de Moraes segue fugindo do Senado
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, oficial de quatro estrelas, ex-comandante do Exército, foi a uma comissão do Senado que o convidou. Mas Alexandre de Moraes não foi, e justificou dizendo que tinha um compromisso anterior. Mas compromisso com o Congresso Nacional é compromisso com o povo brasileiro. No caso, o Senado representa os estados; todo mundo que está lá tem voto, e não foi proporcional, não. Ali só está quem foi eleito com a própria força, à exceção dos suplentes, que assumiram por algum motivo.

O Poder Legislativo é o que mais precisa ser respeitado, inclusive pelo presidente da República, que depende do Legislativo para passar suas propostas, para aprovar o orçamento. O Poder Legislativo é fiscalizador do presidente, embora ele tenha recebido muito mais votos que a soma de um número grande de senadores e deputados.

Acho que estamos perdendo a noção do que é democracia. Esse dia 14 foi o aniversário da Revolução Francesa, que começa dizendo “liberdade”, “igualdade”, é outra coisa. Vocês sabem, a Constituição diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Como desrespeitam a nossa Constituição…


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/pec-dos-beneficios-e-dinheiro-necessario-para-o-brasileiro/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...