terça-feira, 5 de julho de 2022

ANÁLISE DO NÚMERO DE MINISTÉRIOS QUE O BRASIL PRECISA

 

Artigo
Por
Marinho Silva – Gazeta do Povo

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios em Brasília-DF. Foto: Ana Volpe/Agência Senado


Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).| Foto: Ana Volpe/Agência Senado

Recentemente, o presidente da República Jair Bolsonaro mencionou a criação de novos ministérios, justificando que essa decisão se daria para melhor administração do país. Seriam eles: Indústria e Comércio, Segurança Pública e Pesca. No entanto, essa ideia vai contra sua própria proposta de governo, em que constava a diminuição de pastas e não o aumento.

Entretanto, o que temos visto é o oposto. Em 2018, Bolsonaro havia prometido diminuir o número de ministérios para 15, o que não aconteceu. Temos hoje 23 pastas ministeriais, sendo 18 ministérios, duas secretarias e três órgãos equivalentes a ministérios. Agora, ele diz que, se for reeleito, poderá recriar, já no início do mandato, mais três.

Neste caso, menos é mais. O governo brasileiro poderia funcionar muito bem com 15 ministérios, justamente os mais necessários para o efetivo desenvolvimento do país. A criação de novas pastas aumentaria os gastos públicos, mas não a eficiência da gestão pública.

Existe uma dificuldade para mensurar o impacto econômico da criação de novas pastas, já que isso depende da forma e da condição de funcionamento delas, como a quantidade de servidores, número de cargos comissionados, áreas de atuação, entre outras. Mas podemos tomar como modelo o impacto no orçamento do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH), que dispõe de um custo anual de quase R$ 43 milhões , conforme consta no Portal da Transparência do Governo Federal. Logo, se multiplicarmos esse valor pelo número de novos ministérios, seria um gasto exorbitante para o país.

Esse aumento do gasto público levaria – até em razão da grande recessão econômica em que o Brasil vive – à quase anulação do aumento do PIB (Produto Interno Bruto), o qual apresentou um crescimento de 4% em 2021. O aumento do gasto público com a recriação de ministérios exige que o governo arrecade mais para poder custear as despesas públicas, o que pode levar a medidas como o aumento na carga de tributos e impostos – o que gerará no futuro próximo a redução automática do PIB; aumento de inflação; ou medidas de incentivo ao consumo – fazendo crescer ainda mais o endividamento da população.

Além disso, criação desses novos ministérios aumentaria ainda o espaço político para alianças, a distribuição de cargos para atingir o fim de acolhimentos de políticos da base política, principalmente o Centrão. Aliás, a meu ver, esse é um dos únicos objetivos das novas pastas, e não a criação e a estruturação de políticas públicas – principal função de um ministério. Já temos um excesso de ministérios, e as atividades dos que estão por vir já estão sendo trabalhadas dentro de outras pastas. O mais coerente seria o corte de estruturas supérfluas para o fim de redução do peso (leia-se gastos) da máquina pública.

Mas não é só Bolsonaro que prometeu criar mais ministérios. Outros presidenciáveis já fizeram anúncios semelhantes, como Lula, que mencionou a possível criação de um ministério para as causas indígenas, e Simone Tebet, que cogita criar um Ministério da Segurança Pública.

A cultura dos governantes brasileiros se transformou em discursos de campanha e propostas de governo que não se concretizam. Tais posturas compõem a prática política do Brasil. A Lei 9.5054/97, a “lei das eleições”, determina que o candidato ao Poder Executivo (presidente, governador ou prefeito) obrigatoriamente tem de apresentar o seu plano de governo para fins de registro de candidatura, mas não traz nenhuma penalidade pelo seu não cumprimento.

No início do mandato, o presidente Bolsonaro criou um “superministério”, que abrangia vários temas dentro de uma mesma pasta. Mas não demorou muito para desmontar essa estrutura, cedendo às negociações, mais uma vez, com os partidos do Centrão. Isso mostra que o governo teve, para fins de governabilidade, de fazer concessões e ter de lançar por terra muitas de suas propostas de governo.

Marinho Silva é advogado, mestre em Direito Constitucional, e professor na FAE Centro Universitário.

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SUPOSIÇÕES SOBRE O PLANO DE GOVERNO DO BOLSONARO

Ações e projetos

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Presidente Jair Bolsonaro (PL) terá a palavra final na elaboração do plano de governo| Foto: Isac Nobrega/PR

A coordenação eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalha para finalizar o novo plano de governo até o início da segunda quinzena de julho, às vésperas do período de convenções partidárias, que ocorre entre 20 de julho e 5 de agosto. A meta é ter toda a proposta concluída e revisada antes do prazo para apresentá-la até a convenção partidária do PL, prevista para 22 de julho.

O plano de governo é coordenado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que tem recebido sugestões de integrantes do governo e de caciques políticos. A elaboração do programa, porém, é construída com o apoio de membros do “núcleo duro” de Bolsonaro, que inclui o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o general Braga Netto, o ex-ministro da Defesa que deve ser escolhido pelo presidente como seu vice.

Mesmo ex-integrantes do governo também auxiliam na elaboração do plano de governo, a exemplo do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Recentemente, Flávio recebeu sugestões das áreas de segurança, defesa nacional e meio ambiente do militar e também de Braga Netto.

O pré-candidato a vice da chapa contribui “em tudo” na formação do plano de governo, asseguram interlocutores do Palácio do Planalto. Braga Netto é apontado como um dos principais nomes na formação do programa. O secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, e os ministros da Secretaria de Governo, Célio Faria Júnior, e das Comunicações, Fábio Faria, também auxiliam.


As áreas que devem ganhar destaque no plano de Bolsonaro
O plano de governo é o documento responsável por apresentar as propostas e visões de um candidato. É dito no Planalto que o programa para uma segunda gestão de Bolsonaro trará princípios muito alinhados ao plano apresentado em 2018. A exemplo das privatizações, da responsabilidade fiscal e da defesa por uma reforma tributária.

A agora presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, apresentou sugestões a Flávio Bolsonaro para o plano de governo quando ainda era secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, segundo afirmam interlocutores da coordenação de campanha.

A pauta moral, ética e de costumes é outra que tende a seguir uma linha já adotada pelo governo. Interlocutores não descartam a defesa de princípios muito semelhantes aos apresentados no plano de governo de 2018, como o enfrentamento à ideologia de gênero e a defesa à vida, em uma clara oposição ao aborto — pauta que ganhou força junto à base eleitoral e política mais ideológica de Bolsonaro.

Diferentemente do plano de governo apresentado em 2018, que não trouxe detalhamentos para a agenda ambiental, são esperadas propostas no programa deste ano que vão de encontro à defesa do desenvolvimento sustentável propagado pelo governo. A atual política ambiental propõe soluções que remunere quem cuida de florestas nativas e ajuda a reduzir a emissão de gases poluentes, por exemplo.

O governo também deve manter o destaque para a agenda do combate à corrupção, a despeito de críticas e acusações feitas pela oposição de um suposto esquema de corrupção envolvendo o Ministério da Educação. São esperadas referências ao sistema de compliance implementado nos ministérios e ações da Controladoria-Geral da União (CGU) em enfrentamento a denúncias e suspeitas.

Bolsonaro dará a palavra final no plano de governo
Uma vez concluído, o plano de governo será analisado por Bolsonaro e seu núcleo duro. A palavra final e a aprovação do documento que será registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ficará a cargo do presidente da República. Ele quer a segurança de que o programa apresentará propostas em um tom considerado adequado.

A meta de Bolsonaro é apresentar um plano de governo objetivo e de fácil compreensão ao eleitor, como em 2018. Por isso, interlocutores do Planalto e da coordenação eleitoral afirmam que o programa vai ter as digitais do presidente, não de profissionais de marketing político.

Segundo a TV Bandeirantes, desentendimentos entre os marqueteiros Sérgio Lima e Duda Lima, que atuam na elaboração de peças publicitárias e nas inserções eleitorais em rede nacional de rádio e televisão, estariam impondo dificuldades para a consolidação do plano de governo a ser registrado no TSE. A Band informou que Sérgio seria a favor de Bolsonaro manter uma linha mais ideológica e apostar em mais temas da pauta de costumes. Já Duda seria mais pragmático.

A Gazeta do Povo foi informada por interlocutores que, de fato, o relacionamento profissional entre os dois marqueteiros não é tão próximo e isso tem ocasionado conflitos. Porém, fontes palacianas e da base governista no Congresso afirmam que a relação não afeta o plano de governo.

Por conta das sugestões e ideias colhidas por Flávio, a coordenação da campanha ainda não tem um programa fechado. O senador está concentrado na montagem do plano, mas precisou dividir os esforços nos últimos dias com a articulação política a favor da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria auxílios a caminhoneiros e amplia benefícios a programas sociais.


O que explica as “rusgas” entre os marqueteiros

A ausência de um “supermarqueteiro”, como é natural em candidaturas presidenciais e nas principais campanhas majoritárias, é apontado como o principal fator de “ruídos” e divergências, avaliam interlocutores.

Na pré-campanha presidencial à reeleição, Bolsonaro é o “marqueteiro-chefe” e, com o núcleo político dando as cartas, cada um dos marqueteiros tenta convencer a coordenação eleitoral de suas propostas para a comunicação. A disputa por espaço e ideias entre os profissionais de marketing gera, por consequência, eventuais atritos.

As divergências sobre a estratégia de comunicação não são uma novidade na pré-campanha de Bolsonaro. Interlocutores da coordenação eleitoral minimizam os ruídos e ponderam que o debate de ideias é positivo e complementar às diretrizes do presidente da República, que tem a palavra final.

As “rusgas” entre os marqueteiros Sérgio Lima e Duda Lima, como dizem interlocutores da pré-campanha, são perceptíveis nos bastidores. Porém, o atrito entre os dois não é visto como intenso, sendo classificado por integrantes da coordenação eleitoral como “ciúmes” e “briga por espaço” gerada pela ausência de um “supermarqueteiro”.

O relacionamento entre Duda e Sérgio não é classificado como desarmônico, até porque eles têm uma visão semelhante sobre a importância dada pela pré-campanha em romper a “bolha” da base eleitoral mais ideológica a fim de atingir outros nichos do eleitorado. Entre ambos há apenas divergências e ponderações sobre como fazer isso.

Marqueteiro de confiança do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, Duda é tido como um profissional mais experiente em campanhas gerais e tem um perfil mais próximo do marketing político profissional. Sérgio tem menos experiência, mas é mais próximo da família Bolsonaro e tenta incorporar mais o personalismo do presidente. Ele foi o marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente e sua base política mais ideológica tentaram criar.


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POLÍTICOS QUEREM MUDAR AS LEIS RIGOROSAS DAS ESTATAIS

 

Governo e oposição

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo

BRA01. RIO DE JANEIRO (BRASIL), 22/02/21.- Una persona camina hoy frente a la sede de Petrobras en Río de Janeiro (Brasil). El mandatario brasileño, Jair Bolsonaro, ha abierto una nueva crisis en Petrobras al anunciar a un general retirado del Ejército como nuevo presidente de la petrolera estatal, cuyos papeles se hundieron este lunes en la bolsa, y generó dudas sobre su compromiso con el liberalismo económico. EFE/ Antonio Lacerda


Ingerência política em estatais como a Petrobras significaria um retrocesso, na visão do ex-presidente Michel Temer.| Foto: Antonio Lacerda/EFE

A alta no preço dos combustíveis, que passou de 27% no acumulado de 12 meses até junho e é motivada pela elevação dos preços do petróleo no mercado internacional, está ameaçando uma das legislações criadas no contexto do combate à corrupção: a Lei das Estatais, aprovada e sancionada em 2016, no governo Michel Temer.

Entidades e especialistas afirmam que, além de representar um retrocesso na governança dessas empresas, eventual mudança na legislação ameaça a ambição do governo de ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “clube” de boas práticas que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cobrou do Ministério da Economia a apresentação de uma medida provisória com objetivo de alterar a Lei das Estatais, e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), confirmou que uma medida provisória nesse sentido estava em estudo.

O objetivo declarado é assegurar uma maior “sinergia” entre as empresas e o governo no momento. Na prática, a ideia é fazer com que a diretoria da Petrobras obedeça às ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não reajustar os combustíveis.

Embora tenha surgido de aliados do governo, a proposta encontrou eco na oposição. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a Lei das Estatais deve ser revista para permitir a indicação de políticos para cargos de diretoria e conselhos de administração. Ela diz que a lei teria criminalizado a política.

Em meio à tentativa de restabelecer a ingerência de políticos sobre as estatais, o Ministério da Economia informou que as companhias controladas pela União faturaram quase R$ 1 trilhão no ano passado, alcançando o maior lucro em 13 anos. A equipe econômica – contrária a mudanças na Lei das Estatais – atribui esses resultados justamente à profissionalização das estatais.

“A Lei das Estatais fechou portas para o uso político das estatais, ao estabelecer impedimentos e requisitos para a nomeação em cargos de gestão e no conselho de administração”, destaca o gerente de relações institucionais e governamentais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Danilo Gregório.

Em meio à discussão sobre a revisão da legislação, o ex-presidente Temer disse que iniciativas que promovam alterações na Lei das Estatais nem sequer deveriam ser cogitadas. “O que se espera do mundo político é que aperfeiçoe continuamente a legislação e as instituições brasileiras, que não promova retrocessos. A lei que se pretende amputar significou a moralização das atividades públicas pelas empresas estatais e um grande avanço nos costumes políticos do país”, disse, em nota.


Estratégia equivocada para mudar política de preços da Petrobras
Outra crítica à postura dos políticos vem do vice-presidente da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Kleber Cabral. Ele reconhece que os preços dos combustíveis estão exorbitantes, mas aponta que o caminho para mudar esse cenário não passa por promover mudanças na Lei das Estatais. “Mexer na lei significaria tirar a blindagem à má gestão e à corrupção e abrir espaço para a ineficiência e o aparelhamento.”

Segundo ele, os principais ganhos obtidos com a Lei das Estatais, e que atenderam ao clamor popular, foram a direção não política das empresas públicas e sociedades de economia mista, a melhoria no compliance (o cumprimento das leis e normas de conduta) delas e a maior transparência nas auditorias. “Os mesmos atores que há seis, sete anos estavam ‘pendurados’ nas estatais e que foram denunciados e condenados querem voltar à tona”, diz Cabral.

Marcus Dantas, auditor da Receita Federal que trabalhou na Operação Lava Jato, diz também que a forma de resolver os problemas com a política de preços da Petrobras não passa por mexer no arcabouço legal de combate à corrupção. “Uma modificação na Lei das Estatais favoreceria o retorno à corrupção.”

Os limites à atuação política nas estatais, estabelecidos pela legislação aprovada em 2016, são rígidos. A legislação estabelece que é vedada a indicação para o conselho de administração e para a diretoria de empresa de:

Representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista está sujeita;
Ministro de Estado, secretário de Estado, secretário municipal;
Titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública;
Dirigente estatutário de partido político;
Titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciado do cargo;
Pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral;
Pessoa que exerça cargo em organização sindical;
Pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior a três anos antes da data de nomeação; e
Pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade.
Segundo Dantas, a lei é clara: “os administradores têm de ser pessoas com capacidade técnica e experiência e ter escolaridade compatível com o cargo”.

Como entidades do mercado financeiro reagiram à ideia de mudar a Lei das Estatais
Entidades ligadas ao mercado financeiro também se manifestaram contra as mudanças na Lei das Estatais. A Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec), o IBGC, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social encaminharam, em 24 de junho, um ofício a parlamentares e ao Executivo Federal alertando sobre o risco de retrocesso caso alterações sejam promovidas na Lei das Estatais.

Segundo as entidades, a proposta de mudança vai contra conquistas relevantes recentes e põe em xeque a ambição brasileira de entrar na OCDE. O documento destaca que as investidas contra a legislação visam a desidratação dos requisitos e vedações para a ocupação de cargos de membros do conselho de administração e de diretoria.


“Esses dispositivos formam a principal blindagem da legislação contra o risco de captura das empresas estatais por interesses político-partidários, que foram responsáveis por casos notórios de corrupção, de ineficiência de alocação de recursos públicos e de atendimento a objetivos eleitorais e pessoais, em detrimento dos objetivos sociais para os quais as companhias foram criadas”, diz o texto.

As entidades apontam que os danos de interferências político-partidárias não se limitam aos cofres públicos e à qualidade dos serviços prestados à população: “no caso de sociedades de economia mista, listada em bolsa de valores, os impactos atingem investidores privados, prejudicando a atratividade do mercado brasileiro de capitais como fonte de financiamento das atividades econômicas”.

Segundo os signatários do ofício, as normas contidas na lei servem para garantir que a gestão das companhias seja profissional, por meio da aplicação de critérios técnicos para a escolha dos administradores e atendem a recomendações de referências nacionais e internacionais, incluindo diretrizes de governança para empresas estatais da OCDE. O alinhamento a esses padrões é um dos passos previstos no processo brasileiro de adesão ao organismo internacional.

A entidade reconheceu, em relatório publicado no final de 2020, que os conselhos das estatais se tornaram mais independentes de interferências político-partidárias em função dos impedimentos estabelecidos pela Lei das Estatais.

E recomendou que o Brasil fosse além, buscando aprimoramentos como a extensão dos requisitos e vedações para todos os comitês dos conselhos de administração e fiscal, a concessão efetiva ao conselho de administração do poder de indicar e demitir o diretor-presidente da empresa e o aperfeiçoamento das regras e procedimentos de indicação e nomeação dos administradores.

Pesquisas mostram melhoria da governança das estatais
Relaxamentos na Lei das Estatais também acabariam com o ciclo virtuoso de amadurecimento dos sistemas de governança e de integridade das estatais, destacam as entidades. Segundo a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais Federais do Ministério da Economia, o indicador para avaliação do cumprimento de normas e boas práticas de governança por parte das estatais federais quase dobrou entre 2017 e 2021, atingindo 8,07 em uma escala que vai até dez.

Outra pesquisa, feita pelo IBGC, aponta que entre 2018 e 2020, o crescimento da proporção de crescimento de conselheiros independentes nas estatais independentes (de 21% para 30%) e na adoção de processos formais de avaliação de desempenho dos conselheiros de administração (de 51% para 83%).


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INTERNET 5G COMEÇA A SER IMPLANTADA NO BRASIL

 

Telecomunicações

Por
Alexandre Garcia


A Anatel confirmou que Brasília receberá o 5G nesta quarta-feira (6) e anunciou as próximas capitais a receberem o sinal.| Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

Quarta-feira começa, em Brasília, o 5G no Brasil. A Anatel está terminando o trabalho de deixar limpo o canal, que ainda é usado por televisão e internet. Depois de Brasília, virão Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo. Daqui a pouco o Brasil inteiro, principalmente as áreas mais longínquas, estarão ligadas ao 5G. A Amazônia, as escolas, os hospitais, o grande Centro-Oeste, pegando a área do agro… que maravilha essa modernidade chegando!

Brasileiros de valor estão a postos enquanto nós descansamos
Ontem, em Mato Grosso do Sul, com desfecho em São Paulo, aconteceu algo que me faz perguntar o que vocês faziam no domingo, no horário de almoço. Estava no boteco, na praia, na casa dos amigos, na churrasqueira tomando uma cerveja, um vinho, uma cachaça? Enquanto isso, havia brasileiros de plantão pela nossa segurança. Plantão nos radares, fiscalizando a fronteira; plantão nos hangares, prontos para subir à cabine de um Super Tucano e decolar; plantão nos postos da Polícia Federal, prontos para atender; tudo isso no domingo, na hora do almoço.

O radar acusou um avião invasor na fronteira do Mato Grosso do Sul. Imediatamente, dois Super Tucanos decolaram, interceptaram o invasor, deram-lhe uma rajada de metralhadora avisando, mas o invasor continuou fugindo. Veio mais uma, já como um último aviso; o invasor viu que era sério, pousou em qualquer lugar entre Pontalinda e Jales (SP), e os dois homens que estavam no avião saíram correndo. Na sequência, os pilotos acionaram a Polícia Federal, que estava de plantão, e deram as coordenadas. Os agentes chegaram lá e encontraram meia tonelada de pasta de coca esperando. Estou contando essa história para dizer a vocês que, enquanto a gente descansa, ri, bebe e come, tem brasileiros de plantão garantindo a nossa segurança.

Constituição do Chile é aviso para quem resolve não ir votar
Ontem, no Chile, foi entregue ao presidente, um jovem de 35 anos, solteiro, a nova Constituição, aprovada pela assembleia constituinte de 156 integrantes. Essa Constituição prevê aborto, fim do Senado (que tem 200 anos), diminuição do poder da polícia e mais direitos sociais. Os constituintes que fizeram essa Constituição foram eleitos por 36% dos eleitores. E, agora, os eleitores estão dizendo nas pesquisas que querem antecipar o referendo de 4 de setembro sobre a Constituição, que não aprovam. Apenas 25% a 33% concordam com essa nova Constituição, a maioria discorda.

Mas o que estava fazendo essa maioria quando a assembleia constituinte foi eleita em maio do ano passado? Ficou em casa? Pois é: assim como na Colômbia, onde 18 milhões ficaram em casa e 11 milhões elegeram o presidente. É uma lição que a gente precisa aprender. Por lá, eles têm voto facultativo; aqui é obrigatório, mas depois de 70 anos não precisa votar e os demais que não votarem têm uma sanção leve. Fica a lição: se você abrir mão do seu poder de votar, não pode se queixar depois se for eleito alguém errado, alguém que vá destruir a sua família e deixar um péssimo futuro para seus filhos, netos e bisnetos.


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ECONOMIA SOCIALISTA DA ARGENTINA ESTÁ UM CAOS

Por
J.R. Guzzo


O presidente da Argentina, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner.| Foto: EFE

Um país em que o PIB caiu 10% no último ano, a inflação passou dos 60% anuais, pela conta deste último mês de junho, está devendo as calças no mercado financeiro internacional e não quer ou não pode pagar, vai muito mal, não é mesmo? Depende. Se houver ali um governo “progressista” e uma política econômica de “esquerda” fica tudo bem – os analistas de mesa redonda, os professores de economia e os banqueiros de esquerda não veem problema nenhum em nada disso.

É o caso, neste momento, da Argentina: com os números citados acima, está no bico do corvo, mas nenhum crítico econômico brasileiro faz qualquer crítica a respeito. Problema mesmo, para todos eles, é o Brasil, onde o governo “destruiu” a economia – o PIB não cresceu muito além do 1% e a inflação de 12% ao ano está “descontrolada”. Não faz nexo algum, é claro. Deveria estar claro, até para uma criança de dez anos de idade, que quem está com problemas, de verdade, é a Argentina – e não o Brasil, que segue uma política oposta. Mas o economista brasileiro padrão, desses que você vê todo dia na mídia, acha que não. Quem está errando tudo, dizem, é “esse governo do Bolsonaro”. A Argentina não existe para eles.

O interessante, no caso, é que a presidente de fato da Argentina não está, ela mesmo, satisfeita com os resultados que o seu governo vem dando – e tanto não está que demitiu o ministro da Economia para colocar uma irmã ideológica no seu lugar. Mais interessante ainda é que a nova ministra é uma entusiasta de todas as “políticas” que, comprovadamente, já deram errado na economia argentina. Vai se consertar o erro, portanto, errando de novo – ou insistindo em fechar os olhos para o que estão fazendo de errado.

Deveria estar claro, até para uma criança de dez anos de idade, que quem está com problemas, de verdade, é a Argentina – e não o Brasil, que segue uma política oposta

Para o governo peronista, por exemplo, a inflação não é causada pelo descontrole do gasto público. É mesmo? Nada a ver? E a recessão de 10%, então, uma das mais sinistras do mundo? Considera-se no palácio do governo, da mesma forma, que o brutal fechamento da produção imposto pelas autoridades – a Argentina foi uma das campeãs mundiais no campeonato do “fique em casa” – não tem nenhuma relação com isso. É complicado. A economia argentina já não produzia grande coisa antes da pandemia. Com todo mundo obrigado a parar, só poderia mesmo haver recessão “top de linha” – mas a esquerda econômica acha que está tudo bem. Economia com problema, nos dizem, é o Brasil.


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MARKETING DIGITAL E O GANHO FINANCEIRO COM ELE

 

FABRIZIO GUERATTO

O CEO da V4 Company revelou como se tornar referência e faturar no marketing digital

Marketing digital: o que é e como ganhar dinheiro nesse mercado?
Dener Lippert, CEO da V4 Company. Foto: Divulgação
  • O marketing digital é composto por estratégias e ações que visam alavancar pessoas, produtos ou serviços na internet
  • No último ano a busca pelo termo já cresceu mais de 200%, ou seja, cada vez mais as pessoas sonham em trabalhar no marketing digital
  • Pensando nisso, conversei com Dener Lippert, CEO da V4 Company, para desmistificar tudo sobre o marketing digital e ainda dar dicas de como ter sucesso nesse mercado

O marketing digital é composto por estratégias e ações que visam alavancar pessoas, produtos ou serviços na internet. No último ano a busca pelo termo já cresceu mais de 200%, ou seja, cada vez mais as pessoas sonham em trabalhar no marketing digital. Pensando nisso, conversei com Dener Lippert, CEO da V4 Company, para desmistificar tudo sobre o marketing digital e ainda dar dicas de como ter sucesso nesse mercado.

Fabrizio Gueratto: “Você não vai ficar rico só investindo”

Muita gente faz ideia do que é marketing digital, mas não sabe exatamente. O que é na prática?

Marketing digital nada mais é que um canal de comunicação. O marketing tem uma definição só: colocar o mercado em movimento. Já o digital é um canal, como uma avenida ou um shopping, só que nele passam mais de 156 milhões de brasileiros. Assim, eu posso conseguir muito mais resultados do que tentando outra estratégia de canal, como um ponto de venda, por exemplo.

Uma loja física de roupas, por exemplo, que fatura R$ 10 mil por mês, pode crescer seu faturamento em quanto com o marketing digital?

Uma loja que fatura R$10 mil por mês pode aumentar seu faturamento dependendo do tamanho do mercado endereçável. Então, essa é a primeira pergunta que você precisa fazer. Se é uma loja de roupas femininas, por exemplo, que só é capaz de entregar em um Estado, qual é a porcentagem das pessoas que estão comprando essa categoria de produtos? Vamos supor que seja 10% do Estado. A partir disso tu vai olhar para o total do mercado.

Normalmente uma empresa líder de mercado tem 30% de mercado endereçável, ou seja, esse seria o máximo que ela poderia conquistar. Agora basta entender qual porcentagem dele está na internet. Esse é o total que ela poderia conquistar, o que chamamos de SAM (Serviceable Available Market, o mercado endereçável).

Qual o futuro de uma empresa que não faz marketing digital?

Perder competitividade em relação a uma que faz. A empresa que faz marketing digital consegue ser muito mais profunda e presente na vida do cliente, afinal ele está 100% do tempo com o celular na mão. Por esse motivo, além de fazer isso com mais eficiência ela ainda possibilita um ganho de consumidores por um custo menor, tendo em vista que as outras opções de comunicação ou não são tão profundamente presentes na vida do cliente ou não custam mais barato.

Como a V4 Company conseguiu se diferenciar no mercado?

Por ser focada na venda em um mundo que está todo mundo focado em arte. No mundo da publicidade as pessoas acham que marketing digital é fazer algo bonito, ganhar seguidores. A V4 Company está aqui para vender seu produto, vender para mais pessoas, vender mais vezes e vender pelo maior valor. A gente não vende marketing digital, não vende anúncios no Facebook, não vende gestão de tráfego. A gente vende um processo de vendas por meio da internet, que no fim é o que realmente importa para o empresário.

Me fala de alguns cases que surpreenderam até mesmo vocês?

O primeiro é o case da Lebs. Foi foi uma loja física em que a gente implementou campanhas direcionando o fluxo de usuários para o WhatsApp dos vendedores das lojas físicas. Com isso, chegamos a mais de R$ 10 milhões em vendas nas lojas físicas usando mídia no Facebook para gerar demanda para o WhatsApp.

Outro case é o da Lugano, do Rio Grande do Sul, em que a gente conseguiu pegar a marca que tinha em torno de 50 a 80 franquias e vender 100 novas pela internet, em um processo de Inside Sales (vendas a partir de dentro da empresa). Assim, em um ano conseguimos chegar a vender 20 franquias novas por mês, em um processo 100% inside sales, ou seja, sem visita presencial, sem nada, só gerando leads na internet.

Quais são os planos da V4 Company para os próximos 5 anos?

Se tornar líder absoluto de 20% a 30% do market share (fatia de mercado) de serviços de marketing digital do Brasil. A gente pretende executar isso não só por meio dos nossos próprios canais de crescimento, mas também por meio de aquisição, consolidação, absorção e conversão de outras empresas do setor para dentro do ecossistema da V4. Além disso, queremos abrir capital e fazer o mesmo processo fora do Brasil, tornando-se o maior provedor de serviços de profissionais de marketing digital do mundo até o final desse século.

Vocês abriram um modelo parecido com franquia, algo que confesso que ainda não tinha visto no marketing. Como funciona e qual o faturamento que pode atingir?

O modelo de franquias é, sim, inovador, poucos players fizeram isso no mundo todo. É uma ideia baseada muito em eu não ter um histórico do mercado de comunicação. Então, eu usei outros poderes de negócio para construir. Afinal, eu não tinha os vícios do mercado. Assim, dá pra fazer um paralelo muito próximo ao da XP no modelo de escritórios de investimento, assessoria de investimento.

O faturamento de uma unidade pode chegar a R$ 10 milhões por ano. Isso é o que temos já realizado. Mas estimamos que no futuro nossos escritórios façam 30 vezes esse resultado por ano. Afinal, já vimos isso acontecer dentro do nosso setor.

Saiba como empreender me ajudou a alcançar R$ 1 milhão:

FATORES DE RISCO PARA CONTRAIR O ALZHEIMER

 

  1. Saúde 

Mudança de hábitos ajuda a prevenir Alzheimer e outras demências, dizem cientistas; saiba quais

Grupo de especialistas propõe focar na eliminação de fatores de risco conhecidos, como pressão alta não tratada, perda auditiva e tabagismo, para evitar doenças degenerativas 

Paula Span, The New York Times – Jornal Estadão

Os casos de demência estão aumentando junto com o envelhecimento da população mundial, e mais uma vez um medicamento para Alzheimer muito esperado, o crenezumab, provou ser ineficaz em ensaios clínicos – a última de muitas decepções. Especialistas argumentam que já passou da hora de voltarmos nossa atenção para uma abordagem diferente: focar na eliminação de uma dúzia de fatores de risco conhecidos, como pressão alta não tratada, perda auditiva e tabagismo, em vez de uma nova droga de preço exorbitante.

“Seria ótimo se tivéssemos drogas que funcionassem”, afirma Gill Livingston, psiquiatra da University College London e presidente da Comissão Lancet sobre Prevenção, Intervenção e Cuidados da Demência. “Mas eles não são o único caminho a seguir.”

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Tabagismo e consumo excessivo de álcool estão entre fatores de risco Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Enfatizar os riscos modificáveis – coisas que sabemos como mudar – representa “uma mudança drástica de conceito”, afirma Julio Rojas, neurologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco. Ao focar em comportamentos e intervenções já amplamente disponíveis e para os quais há fortes evidências, “mudamos a forma como entendemos o desenvolvimento da demência”, diz ele.

O fator de risco modificável mais recente foi identificado em um estudo sobre deficiência visual nos Estados Unidos, publicado recentemente no JAMA Neurology. Usando dados do Estudo de Saúde e Aposentadoria, os pesquisadores estimaram que 62% dos casos de demência poderiam ter sido evitados por fatores de risco e que 1,8% – cerca de 100 mil casos – poderiam ter sido evitados por meio de uma visão saudável.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=zL9Zky

Embora seja uma porcentagem bastante pequena, representa uma solução comparativamente fácil, diz Joshua Ehrlich, oftalmologista e pesquisador de saúde populacional da Universidade de Michigan e principal autor do estudo. Isso porque exames oftalmológicos, prescrições de óculos e cirurgia de catarata são intervenções relativamente baratas e acessíveis. “Globalmente, 80% a 90% dos problemas de visão e cegueira são evitáveis por meio de detecção e tratamento precoces, ou ainda precisam ser resolvidos”, afirma.

A influente comissão da Lancet começou a liderar o movimento de fatores de risco modificáveis em 2017. Um painel de médicos, epidemiologistas e especialistas em saúde pública revisou e analisou centenas de estudos de alta qualidade para identificar nove fatores de risco responsáveis por grande parte da demência mundial: pressão arterial, menor escolaridade, deficiência auditiva, tabagismo, obesidade, depressão, sedentarismo, diabete e baixo nível de convívio social.

Em 2020, a comissão acrescentou três: consumo excessivo de álcool, lesões cerebrais traumáticas e poluição do ar. O grupo calculou que 40% dos casos de demência em todo o mundo poderiam teoricamente ser prevenidos ou retardados se esses fatores fossem eliminados. “Uma grande mudança pode ser feita no número de pessoas com demência”, diz Livingston. “Mesmo porcentagens pequenas – porque muitas pessoas têm demência e é muito caro – podem fazer enorme diferença para indivíduos e famílias e para a economia”.

Fatores de risco

– Pressão arterial

– Baixa escolaridade

– Deficiência auditiva

– Tabagismo

– Obesidade

– Depressão

– Sedentarismo

– Diabete

– Baixo nível de convívio social

– Consumo excessivo de álcool

– Lesões cerebrais traumáticas

– Poluição do ar

De fato, nos países mais ricos, “já está acontecendo à medida que as pessoas recebem mais educação e fumam menos”, aponta ela. Como as chances de demência aumentam com a idade, à medida que mais pessoas atingem idades mais avançadas, o número de casos de demência continua aumentando. Mas as proporções estão caindo na Europa e na América do Norte, onde a incidência de demência caiu 13% por década nos últimos 25 anos.

Ehrlich espera que a comissão Lancet adicione deficiência visual à sua lista de riscos modificáveis quando atualizar seu relatório, e Livingston disse que realmente estaria na agenda da comissão.

Por que a perda de audição e visão pode contribuir para o declínio cognitivo?

“Um sistema neural mantém sua função por meio da estimulação de órgãos sensoriais”, explica Rojas, coautor de um editorial de acompanhamento no JAMA Neurology. Sem essa estimulação, “haverá uma morte de neurônios, um rearranjo do cérebro”. A perda da audição e visão também pode afetar a cognição, limitando a participação dos idosos em atividades físicas e sociais.

“Você não pode ver as cartas, então você para de jogar com os amigos”, diz Ehrlich, “ou você para de ler”.

A ligação entre demência e perda auditiva, o fator mais importante que a comissão Lancet citou como um risco modificável, já foi bem estabelecida. Há menos dados clínicos sobre a conexão com deficiência visual, mas Ehrlich é co-investigador de um estudo no sul da Índia para ver se fornecer óculos a idosos afeta o declínio cognitivo.

É claro que essa abordagem para reduzir a demência é “aspiracional”, ele reconhece: “Não vamos eliminar a baixa escolaridade, a obesidade, tudo isso”.

Alguns esforços, como aumentar os níveis de educação e tratar a pressão alta, devem começar na juventude ou na meia-idade. Outros exigem grandes mudanças de política; é difícil para um indivíduo controlar a poluição do ar, por exemplo. Alterar hábitos e fazer mudanças no estilo de vida – como parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e se exercitar regularmente – não são simples.

Mesmo práticas médicas bastante rotineiras, como medir e monitorar a pressão alta e tomar medicamentos para controlá-la, podem ser difíceis para pacientes de baixa renda.

Além disso, os americanos mais velhos provavelmente perceberão que os cuidados rotineiros de visão e audição são dois serviços que o sistema de saúde tradicional não cobre.

Ele pagará pelos cuidados relacionados à retinopatia diabética, glaucoma ou degeneração macular relacionada à idade e cobre a cirurgia de catarata. Mas para problemas mais comuns corrigíveis com óculos, “o sistema de saúde tradicional não vai ajudá-lo muito”, afirma David Lipschutz, diretor do Center for Medicare Advocacy. Tampouco cobrirá a maioria dos aparelhos auditivos ou exames, que são despesas muito mais altas.

Programas fornecidos por seguradoras privadas, geralmente incluem alguns benefícios de visão e audição, “mas observe o escopo da cobertura”, alerta Lipschutz.

Expandir o plano de saúde tradicional para incluir benefícios de audição, visão e odontológicos foi parte da Lei Build Back Better da administração Biden. Mas depois que a Câmara a aprovou em novembro, os republicanos e o senador Joe Manchin, um democrata, a rejeitaram no Senado.

Apesar das ressalvas, a redução dos fatores de risco modificáveis para a demência pode ter um enorme retorno, e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças incorporaram essa abordagem em seu Plano Nacional de Combate à Doença de Alzheimer. Um foco nesses fatores também pode ajudar a tranquilizar os americanos mais velhos e suas famílias.

Alguns riscos importantes para a demência estão além do nosso controle: genética e histórico familiar e o próprio avanço da idade. Fatores modificáveis, no entanto, são coisas sobre as quais podemos agir.

“As pessoas têm tanto medo de desenvolver demência, perder sua memória, sua personalidade, sua independência”, diz Livingston. “A ideia de que você pode fazer muito sobre isso é poderosa.” Mesmo retardar seu início pode ter um grande efeito.

“Se, em vez de conseguir aos 80, você conseguir aos 90, isso é uma grande coisa”, diz ela.

Exames oftalmológicos e auditivos, exercícios, controle de peso, parar de fumar, medicamentos para pressão arterial, cuidados com o diabetes – “não estamos falando de intervenções caras ou cirurgias extravagantes ou consultas com especialistas que estão a horas de distância”, acrescenta Ehrlich. “São coisas que as pessoas podem fazer nas comunidades onde vivem.” / TRADUÇÃO DE RENATA MESQUITA

CONCEITOS DE COMPUTAÇÃO NO PENSAMENTO COMPUTACIONAL

 

 I Do Code

Pensamento computacional é uma estrutura repleta de atividades, criadas para auxiliar crianças no seu desenvolvimento, usando conceitos da computação. Saiba mais neste texto!

Cada vez mais, usa-se esse conceito para estimular o raciocínio em adultos, e particularmente de crianças e jovens na escola regular e de programação.

Através dessa técnica, que tem como base os mais recentes avanços tecnológicos, a pessoa consegue “desenhar” soluções rápidas e práticas para diversos tipos de problemas.

Especialmente no período da infância, quando se aprende noções socioemocionais e intelectuais, esse método pode ser bastante útil para o seu desenvolvimento.

Além disso, estamos em um novo momento, o da quarta revolução industrial. Isso tem relação direta com toda sociedade.

São muitas muitas demandas, as quais as crianças de agora deverão absorver, portanto, é crucial que desde cedo aprendam a dominar alguns elementos como podemos ler nesta matéria da Gazeta do Povo sobre a influência dos recursos tecnológicos na educação.

Neste texto, vamos compartilhar um panorama geral a respeito do desenvolvimento computacional e sua importância na vida da criança e do jovem atual. Acompanhe!

Definindo o pensamento computacional

De um modo geral, é uma estratégia de aprendizado cujo intuito é formular melhor soluções para problemas por meio da tecnologia.

Porém, apesar do nome, é bom dizer que esse método nem sempre tem a ver com programação de computadores ou até mesmo com a internet. A tecnologia aqui pode aparecer de diversas maneiras.

Além disso, o conceito dessa metodologia se baseia em 4 pilares fundamentais:

Decomposição

Reconhecimento de padrões

Abstração

Algoritmos

Com relação à decomposição, essa parte do método consiste em dividir um problema muito complicado em algumas partes.

Já o reconhecimento de padrões é a parte onde a pessoa precisa identificar padrões que sejam comuns entre os processos que foram separados antes.

A abstração é a capacidade de raciocinar quais elementos dos processos têm relevância, e quais podem ser descartados.

Por fim, temos o que chamamos de algoritmos, que simplesmente reúnem os pilares anteriores em busca de soluções para o problema proposto. Ou seja, simplificando, o pensamento computacional reformula problemas difíceis para torná-los mais compreensíveis.

Importância do pensamento computacional

Esse método pode ser usado por qualquer um, independente da idade e em várias circunstâncias.

Mas, especificamente, na área da educação, o conceito computacional é bem importante para o desenvolvimento cognitivo de crianças.

De uma forma geral, ele combina a sala de aula com o mundo contemporâneo, fazendo com que crianças e adolescentes tenham um entendimento mais próximo do seu cotidiano.

Como muitas crianças já sabem mexer em aparelhos tecnológicos desde muito cedo, esse método é uma ótima ferramenta pedagógica.

Assim sendo, esse “saber” natural sobre tecnologia que geração atual dispõe, pode ser unido ao pensamento computacional para desenvolver habilidades.

Só pra citar alguns exemplos dessas habilidades:

Construção do pensamento lógico;

Melhor alfabetização digital;

Melhor autonomia na resolução de problemas;

Estímulo à criatividade.

Mais uma vez cabe lembrar que o pensamento computacional não se restringe apenas à área tecnológica, mas, desenvolve também o entendimento nesta área.

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Como aplicar o pensamento computacional?

A educação e a criatividade computacional já são realidade em países como EUA, Espanha e Austrália, por exemplo.

Você pode entender a importância deste conceito e sua aplicabilidade na vida de crianças e jovens, nessa matéria da Amazon sobre a tecnologia para 2022, que mostra que as mudanças tecnológicas daqui para frente serão cada vez mais densas.

Em síntese, é graças a essas informações, será possível adotar modelos de aprendizado com esse método através de experiências que deram certo.

Nesse sentido, algumas escolas brasileiras já estão adotando o pensamento computacional com sucesso.

A aplicação vem se dando através do seguinte:

• Ensino de programação e robótica

Muitas crianças e jovens podem vir a trabalhar em profissões que não existem ou que ainda estão em fase de testes.

Por isso, a programação e robótica são duas áreas onde é possível incluir o pensamento computacional à rotina dos estudantes sem grande esforço.

Fora que a instituição ainda estará preparando os alunos para um mercado de trabalho verdadeiramente promissor.

• Auxílio no letramento digital

O letramento digital e os processos que envolvem o pensamento computacional são ferramentas que podem ser trabalhadas juntas em sala de aula.

Com isso, os alunos irão se adaptar mais às inovações tecnológicas, ao mesmo tempo em que desenvolvem suas linhas de raciocínio.

Antes, contudo, é preciso desenvolver uma base para um ambiente digital na escola, pois, assim, todos irão se acostumar melhor com essa rotina.

• Uso de metodologias inovadoras

Com o auxílio do pensamento computacional, é possível tanto desenvolvimento melhor o entendimento dos alunos em ciências exatas como melhorar seu aprendizado geral.

Assim, é importante valorizar uma instituição de ensino adote um currículo com multiplicidade de conhecimentos.

Dessa forma, será possível interligar disciplinas por parte da tecnologia, e o pensamento computacional ajudará em um aprendizado mais eficaz.

E, pra conseguir isso, o ideal é adotar metodologias novas e que fujam do padrão.

Atividades que desenvolvem o pensamento computacional

Existem algumas atividades ou mesmo cursos para crianças, que ajudam a inserir bem o conceito de pensamento computacional nas escolas.

Há três tipos de atividades que podem ser feitas seguindo esses parâmetros. São elas:

Atividades alquimétricas

Basicamente se trata de trabalhos que mesclam conceitos de métrica (ou medida) e alquimia (que significa transformador).

Com isso, é possível montar brinquedos didáticos, e que podem, inclusive, ser feitos pelas próprias crianças e jovens.

Para isso, a escola ou em casa, pode-se usar material reciclável e alternativo, unindo também o conceito de responsabilidade ambiental.

Computação desplugada

Aqui, trata-se de atividades que podem ser feitas fora do campo virtual, mas que ainda contenham conceitos do pensamento computacional.

Para isso, a instituição fará atividades que simulem tarefas no computador ou em outros aparelhos eletrônicos.

Assim, crianças e jovens podem captar melhor o aprendizado antes mesmo de mexerem com aparelhos tecnológicos e decidirem por um curso de programação para criar um game ou além disso.

Computação plugada

Essas atividades são basicamente todas feitas com computador (ou simplesmente com aparelhos eletrônicos).

As possibilidades de atividades educativas com esses aparelhos são imensas, e isso pode melhorar bastante o nível de aprendizado das crianças.

Dentro dessa classificação, alguns trabalhos práticos podem ser feitos, como é o caso do desenho no escuro.

Trata-se da simulação na qual os alunos aprenderão os comandos de linguagem que realizam a programação dos computadores.

Com isso, aprenderão que as máquinas executam tarefas ao pé da letra por meio desses comandos.

A brincadeira aqui pode consistir em colocar os alunos em duplas, onde um representará a máquina, e o outro, o programador.

O programador recebe um desenho e deve dar instruções simples para a “máquina” reproduzir esse desenho.

Outra brincadeira para adotar o pensamento computacional na rotina dos alunos pode ser a Torre de Hanói, aquele jogo com dois pinos e discos de tamanhos diferentes.

Com essa atividade, todas as etapas desse conceito serão trabalhadas enquanto os alunos se divertem transferindo os discos de um pino a outro.

Enfim, vimos aqui o que é pensamento computacional, sua importância para o desenvolvimento de crianças e jovens e como aplicar.

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segunda-feira, 4 de julho de 2022

EQUADOR E A ESQUERDA PELO DOMÍNIO DA AMÉRICA

 

Protestos

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo


Protestos no Equador motivaram processo de impeachment contra o presidente Guillermo Lasso: faltaram apenas 12 votos para sua destituição| Foto: EFE/Santiago Fernández

Os protestos no Equador quase tiraram do cargo na semana passada o presidente de centro-direita Guillermo Lasso, que foi salvo de um processo de impeachment convocado por parlamentares aliados do ex-presidente Rafael Correa e ligados aos movimentos indígenas porque faltaram apenas 12 votos.

Embora também tenham sido registrados protestos no Peru e na Argentina, onde há governos de esquerda, a direita parece mais acuada na América do Sul, com as recentes vitórias eleitorais de esquerdistas no Chile e na Colômbia, o cerco a Lasso no Equador e a Bolsonaro no Brasil.

O governo do Equador e o movimento indígena chegaram a um acordo na quinta-feira (30) para encerrar os protestos que já duravam 18 dias, mas num país em que outras grandes manifestações foram realizadas recentemente, essa trégua está longe de representar alívio para a gestão Lasso.

Para o venezuelano José Gustavo Arocha, especialista em segurança nacional e mestre em administração pública pela Universidade de Harvard, o modus operandi dos protestos do Equador foi o mesmo de manifestações realizadas nos últimos anos no próprio país e também no Chile e na Colômbia: usar reivindicações legítimas, como perda da renda e da qualidade de vida (nos últimos dois anos, em um contexto de pandemia), para emplacar narrativas ilegítimas.

“Há nesses protestos uma violência sistemática, para fazer com que a força pública cometa excessos e, se houver pessoas feridas ou mortas, tomá-las como mártires e usar isso para dizer que as instituições de Estado não funcionam, não servem, o que gera novas ondas de protestos que têm a função de deslegitimar o governo do momento”, explicou o especialista, em entrevista à Gazeta do Povo.

Arocha acredita que, assim como ocorreu na Venezuela, o objetivo é implantar um modelo que ele chama de paz criminal, em que instituições paraestatais assumem o poder no vácuo do Estado e controlam populações em todas as frentes, da segurança à distribuição de alimentos.

“É uma paz criminal porque é uma paz que advém do controle social, não há a quem reclamar, porque não há instituições. É como fazem os coletivos, organizações paramilitares, guerrilhas, narcotraficantes”, descreveu o especialista. “Os mais pobres seguem pobres e não são capacitados para sair dessa situação.”

Guillermo Lasso acusou diretamente o correísmo pela tentativa de destituí-lo com base nos protestos das últimas semanas.

“Todos somos testemunhas da tentativa da Unes [União para a Esperança] de atacar a democracia, de aproveitar o caos para destruir a institucionalidade no Equador”, disse Lasso, em mensagem de vídeo postada nas redes sociais.

Venezuela impõe narrativas
José Gustavo Arocha conhece a realidade venezuelana não só por ser do país, mas porque sentiu na pele o peso do autoritarismo chavista: tenente-coronel reformado do Exército, fugiu do país em 2015 para se estabelecer nos Estados Unidos, após enfrentar o regime chavista e ser preso e torturado.

O especialista descreveu a Venezuela como “um ponto crítico na desestabilização da região”, não só por oferecer recursos humanos e materiais para a esquerda radical da América do Sul, mas também por meio de narrativas.

“A Venezuela ofereceu uma grande plataforma ao ex-presidente Rafael Correa, que era um grande aliado do regime chavista e juntos eles fizeram a Alba [Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América]. Nessa associação, eles oferecem todas as plataformas de um estado legítimo e pressionam a ONU, a OEA [Organização dos Estados Americanos] e outros organismos internacionais para que enxerguem o que acontece na região sob sua ótica, ou, através das redes sociais, geram tendências e narrativas”, detalhou.

“O ex-presidente Lenín [Moreno, que governou o Equador entre 2017 e 2021] acusou a presença da Venezuela nos protestos que enfrentou [em 2019], e esta começou a ficar na clandestinidade e a prestar outro tipo de apoio.”

Na semana passada, o vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, criticou o que chamou de “silêncio” das Nações Unidas e da OEA sobre a resposta do governo equatoriano aos protestos no país.

“Queremos expressar a nossa preocupação com o silêncio escandaloso da OEA, do que resta do Grupo de Lima, de alguns governos que gostam de criticar, da ONU, com a sua Comissão de Direitos Humanos, de todo o mundo, que hoje permanecem em silêncio sobre o que está acontecendo no Equador e o massacre que estão fazendo contra os nossos irmãos indígenas”, disse o número 2 do chavismo.

Em entrevista à TV equatoriana, o coronel reformado Mario Pazmiño, ex-diretor de Inteligência do Exército do país e analista de segurança e defesa, apontou o envolvimento de quatro grupos locais em ações de desestabilização do governo Lasso: Comitê de Defesa da Revolução (que opera nacionalmente, mas em especial em Quito), Coletivo Insurgente (que atua em áreas de fronteira), Grupo Guevarista (com vinculações com facções de guerrilhas colombianas) e Grupo Mariateguista.

Entretanto, Pazmiño também apontou a atuação de grupos estrangeiros, como o venezuelano Tren de Aragua, o colombiano Comandos da Fronteira e até o brasileiro Comando Vermelho, que opera na província amazônica de Sucumbíos.

Esquerda “light”: mesmos objetivos dos bolivarianos?
José Gustavo Arocha desconfia da chegada ao poder de presidentes sul-americanos de esquerda que se dizem mais moderados, como o chileno Gabriel Boric e o colombiano Gustavo Petro, a quem chama de “títeres” adeptos da mesma estratégia de outrora de “gerar mal estar e deslegitimar as instituições” para depois colher vitórias eleitorais.

“No fundo, eles têm os mesmos objetivos: controle social, enfraquecimento das instituições, fim do Estado de Direito, aumento das migrações, cerco à propriedade privada”, acusou.

Preocupado com as ameaças de destituição de Guillermo Lasso e crítico de Lula, Arocha apontou que a direita e a centro-direita precisam aprender a vender melhor suas propostas.

“O objetivo deles [esquerda] é criar uma sociedade dependente do Estado, enquanto queremos o contrário. Mas como podemos vender melhor essa narrativa? Porque ao final, o que a outra narrativa gera é mais pobreza, mais caos, decepção, migrações, mas não estamos sabendo divulgar isso de maneira mais eficiente. Abandonamos as escolas, as universidades, os espaços públicos. Precisamos seguir edificando os valores da propriedade privada, liberdade, esforço, trabalho, ao invés dos que querem vender uma ideia de vida fácil”, concluiu.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/como-o-equador-se-tornou-a-nova-frente-na-guerra-da-esquerda-pelo-dominio-da-america-do-sul/
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ADIDOS MILITARES TÊM RENDA ACIMA DA MÉDIA

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


Adidos militares recebem altos salários e várias indenizações no exterior.| Foto: EDVALDO BELITARDO

A crise econômica e fiscal que assola o país não chegou às embaixadas brasileiras. Os adidos militares do Brasil no exterior têm renda mensal de até R$ 157 mil – cinco vezes o salário do presidente da República. Oficiais superiores, eles têm salário em torno de R$ 25 mil no Brasil. Em alguns meses, quando assumem ou deixam o cargo, apenas as indenizações superam os R$ 200 mil. O adido militar no Japão, capitão de mar e guerra André Luiz Melo Silva, por exemplo tem renda total de R$ 157 mil, incluindo as indenizações.

O coronel da Aeronáutica Cruz Cyro André tinha salário de R$ 26,4 mil até dezembro do ano passado. Foi nomeado para o cargo adido militar no Reino Unido a partir de março deste ano. Em janeiro, recebeu verbas indenizatórias no valor total de R$ 149 mil. Contando com a remuneração básica do mês, a renda total chegou a R$ 189 mil.

Adido militar em Angola, o coronel do Exército Fábio Alexandro Dockhorn de Oliveira tem remuneração básica de R$ 66 mil e recebe mensalmente verbas indenizatórias no valor de R$ 83 mil. A sua renda total fixa é de R$ 145 mil. O coronel do Exército Átila Leme Larsen é adido militar na China. Tem remuneração básica de R$ 52 mil e recebe R$ 66 mil de verbas indenizatórias, num valor total de R$ 118 mil.


Indenizações e remunerações eventuais
O capitão de mar e guerra Fernando Pereira de Almeida era adido militar em Cabo Verde, com renda mensal de R$ 101 mil. No último mês no cargo, em fevereiro deste ano, recebeu remuneração básica de R$ 69 mil, indenizações no valor de R$ 218 mil e mais R$ 100 mil de “outras remunerações eventuais”. A renda total chegou a R$ 387 mil. Em abril, o salário no Brasil ficou em R$ 24,7 mil. Todos os valores citados na reportagem – pagos em dólar no exterior – foram cambiados para reais.

O contra-almirante Carlos Roberto Rocha e Silva foi adido militar no Uruguai até janeiro deste ano. Naquele mês, a sua remuneração básica foi de R$ 72 mil. Ele recebeu mais R$ 165 mil de verbas indenizatórias e R$ 103 mil de “outras remunerações eventuais”. A renda total chegou a R$ 340 mil. Em maio, já no Brasil, ele recebeu salário de R$ 28,3 mil.

O capitão de mar e guerra Márcio Rossini Barreira exerceu o cargo de adido naval na Venezuela até janeiro de 2022. Naquele mês, recebeu remuneração básica de R$ 62 mil, “outras remunerações eventuais” no valor de R$ 94 mil e indenizações no valor de R$ 148 mil. Um total de R$ 304 mil. Já no Brasil, tem renda mensal de R$ 24,7 mil. Questionada sobre o que são essas “remunerações eventuais” e quais indenizações foram pagas, o Comando da Marinha nada respondeu.


Praças também são adidos
O cargo de adido militar não é apenas para oficiais superiores. Subtenentes e suboficiais desempenham a função de auxiliar de adido. Mas a fartura é a mesma. Com renda em torno de R$ 12 mil no Brasil, eles recebem até R$ 50 mil no exterior. O subtenente do Exército Cláudio Ferreira de Moraes, auxiliar de adido em Israel, tem renda básica de R$ 27 mil e indenizações no valor de R$ 24,6 mil – um total de R$ 52 mil.

O subtenente Robert Sena Vieira tinha renda de R$ 12,4 mil no Brasil até dezembro do ano passado. Como auxiliar de adido no México desde fevereiro deste ano, tem renda total de R$ 48 mil.


O que eleva a renda no exterior
Os salários e demais direitos de civis e militares em serviço no exterior são regulamentados pela Lei 5.809/72, assinada pelo general-presidente Emílio Garrastazzu Médici. O salário dos militares no exterior, oficialmente chamado de soldo, é constituído da remuneração básica, a gratificação por tempo de serviço e as indenizações. A maior delas é a indenização de representação no exterior (Irex), “destinada a compensar as despesas inerentes à missão de forma compatível com suas responsabilidades e encargos”.

A definição é muito vaga, mas a lei especifica que o valor dessa indenização é calculado em razão da natureza da missão, do cargo exercido, da hierarquia militar, do custo de vida local e das condições peculiares de vida na sede no exterior.

Há, ainda, o auxílio-familiar, a ajuda de custo de exterior, diárias, auxílio funeral, auxílio-moradia, 13º salário e 1/3 de férias. O auxílio-familiar é pago mensalmente para atender às despesas de educação e assistência, no exterior, a seus dependentes.


Filhas solteiras não foram esquecidas
São considerados dependentes a esposa, menor de 21 anos ou estudante menor de 24 anos, filha solteira sem remuneração, mãe viúva sem remuneração, enteados, adotivos, tutelados e curatelados.

A ajuda de custo é paga adiantadamente ao servidor para custeio das despesas de viagem, de mudança e da nova instalação. Tem o valor de duas vezes a retribuição básica e duas vezes o auxílio-familiar, mais 1 indenização de representação no exterior.

O transporte é assegurado com o pagamento de passagem aérea para o servidor e seus dependentes, com o translado da bagagem. O transporte é assegurado, ainda, anualmente, no período mais longo de férias escolares, “com passagens via aérea que possibilitem aos dependentes reunirem-se à família na sede no exterior onde o servidor se encontrar em missão”.

O auxílio-moradia no Exterior é devido ao servidor, em missão permanente ou transitória no exterior, a título de indenização, para custeio de locação de residência, na forma de ressarcimento por despesa comprovada pelo servidor.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/adidos-militares-tem-renda-de-ate-r-157-mil-e-recebem-boladas-acima-de-r-300-mil/
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