quarta-feira, 18 de maio de 2022

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DEVEM TRABALHAR NA INTERNET PARA PROSPERAREM

 

HEROSPARK

Quando você precisa encontrar algum produto ou serviço, onde você procura? A maioria das pessoas vai ao Google, mas muita gente também pesquisa sobre serviços e negócios locais no Instagram e Facebook e também no site Marketplace Valeon .  

Aproximadamente metade das pesquisas feitas no Google com o termo “perto de mim” resultam em uma visita à loja. Agora fica a pergunta: as pessoas estão indo para sua empresa ou para seu concorrente?

Se você não está fazendo certo o marketing digital para negócios locais, a chance de você receber essa audiência que está pronta para consumir diminui bastante.

“Ah! Mas eu faço posts aqui no meu Instagram”… Isso já não basta mais…

Se há 2 anos atrás já era importante ter um posicionamento consistente na internet, agora na era “pós-covid” é indispensável. Se a sua marca não está na internet, ela simplesmente não existe.

É aqui que entra o Marketing Digital da Startup Valeon: conjunto de estratégias para melhorar a divulgação de uma empresa na internet. Além de alcançar mais pessoas, o marketing digital ajuda a se diferenciar da concorrência e aumentar a lembrança de marca.

Se uma pessoa procura, por exemplo, por “loja de maquiagem em Ipatinga”, encontra o site da Valeon, que além de apresentar os serviços e preços, também tem um blog com dicas para cuidados de pele e tendências de maquiagem, a chance de conquistar o público aumenta.

Além de aumentar a relevância nos resultados de pesquisa, o posicionamento também passa uma imagem mais profissional por parte da empresa.

Este é apenas um dos exemplos que vamos tratar aqui sobre como as pequenas e médias empresas devem trabalhar na internet para prosperarem.

Gerar mais tráfego, mais leads e mais vendas é de fundamental importância.

Muitos empresários continuam lutando (batendo cabeça) para identificar as melhores oportunidades para maximizar o alcance e reconhecimento de suas marcas, produtos e serviços. Muita coisa mudou nos últimos tempos.

5 anos atrás, com uma só fonte de tráfego, bem trabalhada, era possível conquistar resultados expressivos…

Bastava ter um site qualquer, comprar banner em algum portal local, ou produzir bons conteúdos nas redes sociais que os clientes vinham até a porta da loja.

Acontece que hoje em dia, as médias e grandes empresas destinam parte importante de seus orçamentos para marketing e vendas no on-line, o que leva os canais a ficarem “saturados”. E como na internet tudo muda muito rápido, se você não tiver a versatilidade de estar sempre atualizado, vai começar a ter graves problemas nos seus resultados de vendas.

Mesmo assim, fazer marketing digital ainda é a melhor relação custo x benefício na propaganda. Nenhuma outra mídia dá tanto alcance por um investimento tão baixo.

Portanto, o primeiro raciocínio que as empresas locais precisam ter é: não existe bala de prata. É preciso de abordagem omnichannel, consistência e frequência.

A busca deve ser constante pela construção da marca e sua reputação on-line, é isso que vai te diferenciar do “mais do mesmo”.

A construção da marca começa com o fornecimento de um bom produto ou serviço. Não importa o que você faça com seu marketing, se você não puder fornecer um bom produto ou serviço, você não construirá uma boa marca. Solicite feedback de seus clientes e, ao recebê-lo, você terá que adaptar continuamente seu produto ou serviço para melhorá-lo, o que ajudará na jornada de construção.

Clientes satisfeitos trazem novos clientes e as redes sociais dão um megafone para essas pessoas.

Não é raro ver os usuários referenciando marcas e produtos quando essas superam as expectativas na experiência de compra. Mas isso acontece no caminho inverso também. Ninguém poupa esforços para reclamar de um mau atendimento.

Pesquisas mostram que um brasileiro adulto é impactado por cerca de 5 mil marcas todos os dias. Ou seja, para ganhar um espacinho meio a toda essa confusão de anúncios, conteúdos e disputa pela atenção, você precisa ser cada vez mais frequente e oferecer cada vez mais valor para seu cliente.

Para conseguir isso, você terá que usar vários canais de marketing, como e-mail marketing, marketing de mídia social, SEO, anúncios, marketing de conteúdo e até canais como mensagens de texto e notificações push.

Não existe uma solução única que se adapte a qualquer negócio, é preciso testar, aprimorar, testar….

O esforço mínimo necessário para qualquer empresa local

Vou apresentar pra você agora uma cartilha básica do mínimo que você deve fazer para conquistar mais negócios através do marketing digital para negócios locais:

1. SITE OTIMIZADO PARA SEO

Esqueça aquele site “feito pelo sobrinho”. Seu site é a sua “casa própria” na internet. As redes sociais são “casas alugadas”, onde se alguém decide mudar a regra do jogo da noite pro dia, você fica desamparado.

Por isso, vale a pena você investir em um bom site contratando profissionais como o site da Plataforma Comercial Valeon.

Para serem “indexados” aos mecanismos de busca, os sites precisam seguir alguns padrões, como meta tags, descrição, formatos de imagem e texto.

Deixe isso com quem sabe o que está fazendo, procure a Startup Valeon.  

2. GOOGLE MEU NEGÓCIO

Uma ferramenta gratuita do Google para aproximar seus clientes da sua empresa local. Aqui é possível listar seus produtos e serviços, publicar fotos, receber avaliações e trocar mensagens com clientes.

Acesse o site https://www.google.com/intl/pt-br/business/sign-up/ e crie o perfil da sua empresa. Ter uma conta no GMN ajuda você a aparecer nas buscas orgânicas.

3. TRÁFEGO PAGO

Tráfego pago é um termo que ficou muito famoso nos últimos anos, mas, que nada mais é do que comprar anúncios na internet.

Esta é a forma mais rápida de vender qualquer coisa on-line.

Você “compra um espaço” no Google, Facebook, Instagram, TikTok ou até mesmo em um portal local, como se fosse um espaço em uma revista ou jornal.

A grande vantagem, além do retorno x investimento, é que o tráfego pago é super segmentado, ou seja, você exibe seus anúncios somente para as pessoas que realmente podem vir a ser seus clientes.

4. DATAS DE VAREJO

Criar uma “embalagem” em torno de datas comemorativas é muito recomendado. As marcas de moda sempre souberam aproveitar bem estes contextos.

Seja a virada de estação, o aniversário da sua cidade, um fato importante no mercado…

Quanto mais motivos para se diferenciar do comum, melhor. Eu gosto de sugerir algumas datas “fora da curva” para meus clientes:

Dia do Leitor,

Dia da Saudade,

Valentine’s Day em Fevereiro,

Dia da Mulher,

Dia do Consumidor,

Dia do Orgulho Nerd,

Dia do Rock,

Dia do Homem,

Viradas de Estação…

Além dos clássicos, Carnaval, Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal…

Mas atenção, só um post comemorativo para marcar a data é mais do mesmo. Desenvolva uma ação comercial em torno do dia ou da semana.

5. MARKETING DE INFLUÊNCIA

Antes da internet era surreal imaginar uma marca local fazer campanha com pessoas famosas. Hoje esse cenário é outro.

Os nano e micro influenciadores (entre 5 mil e 25 mil seguidores) podem trazer excelentes resultados para o negócio local.

As formas mais comuns de contratar um influencer são:

Permuta;

Cachê;

Retorno em vendas (usando cupons).

6. MARKETING DE CONTEÚDO

Para competir com grandes empresas e lojas virtuais, fazer marketing de conteúdo é primordial. O conteúdo vira uma “moeda de troca” pela atenção da audiência.

Neste link aqui você pode se aprofundar mais no

assunto de Marketing de Conteúdo.

7. TEMPO REAL

Jamais delegue o seu SAC (serviço de atendimento ao consumidor) para um terceiro. Seja uma agência, um profissional de marketing…empresas que entram em contato com o lead em poucos minutos aumentam quase 400% a chance da conversão!

Você deve deixar alguém da sua equipe comercial (ou até mais de uma pessoa), responsável por responder direct, inbox e whatsapp. Isso muda o jogo!

O que era diferencial há 5 anos atrás, hoje é básico…

E se você precisa estar preparado, mais mudanças virão nos próximos anos e quem não estiver atento corre sérios riscos com o aumento exponencial da concorrência.

Mas lembre-se: nenhum anúncio, site otimizado para SEO ou qualquer coisa que falamos aqui, vai substituir um bom produto e um bom atendimento.

O marketing começa aí! Uma marca de sucesso não nasce da noite pro dia, é um trabalho contínuo e árduo, sem fórmulas mágicas milagrosas.

ValeOn UMA STARTUP INOVADORA

A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma  Plataforma Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

terça-feira, 17 de maio de 2022

LULA É A PERSONIFICAÇÃO DA MORDAÇA E DA MENTIRA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O ex-presidente e pré-candidato Lula (PT).| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula está decidido a impedir o Brasil de se lembrar do golpe contra a democracia perpetrado pelo petismo com o objetivo de se perpetuar no poder, usando para isso o saque a estatais como a Petrobras, em conluio com partidos aliados e empreiteiras. A mais recente iniciativa do petista foi acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL-PR) e um site noticioso alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, pelo compartilhamento de uma montagem no site e nas mídias sociais de Dallagnol e Martins.

Na publicação, imagens da gravação do jingle lulista, uma versão atualizada da peça de campanha de 1989, são misturadas a depoimentos dos processos do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá, além de vídeos de Lula com declarações como “ainda bem que a natureza criou esse monstro do coronavírus”. Não houve pedidos de voto em determinado candidato, nem de “não voto” em Lula, nem ofensas ao pré-candidato ao Planalto; mesmo assim, na ação, o petista alega que a edição configura “propaganda eleitoral negativa antecipada”, pede que os vídeos sejam retirados do ar e que Dallagnol, Martins e o site Terra Brasil Notícias paguem a multa máxima devido ao enorme alcance das publicações.

O eleitor brasileiro tem todo o direito de não ver bloqueada a divulgação de fatos, ainda que negativos, sobre aqueles que pretendem ocupar cargos eletivos

A Lei das Eleições (Lei 9.504/97) regula a propaganda eleitoral em seus artigos 36, 36-A e 36-B, e em nenhum momento há referências a “propaganda eleitoral negativa antecipada”. O que existe, no entanto, são alguns julgamentos do TSE, como o ocorrido em maio de 2021, que manteve a multa aplicada a um cidadão maranhense que, em 2018, havia publicado no Instagram um vídeo com ofensas a Flávio Dino (PCdoB), então pré-candidato à reeleição como governador do Maranhão. Naquela ocasião, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, pontuou de forma bastante acertada que não houve nenhuma violação àquilo que a legislação eleitoral considera propaganda antecipada e que Dino, se quisesse, poderia buscar reparação nas esferas cível e criminal, longe da alçada do TSE, já que o vídeo chegava a chamar Dino de “nazista”. No entanto, prevaleceu a divergência aberta por Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e seguida por Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Mauro Campbell Marques, que recorreu ao conceito de “discurso de ódio” – ideia que, como recordamos recentemente, tem servido de muleta para a criminalização de praticamente qualquer ideia da qual se discorde –, unindo-o ao de “propaganda eleitoral negativa antecipada”, inexistente na legislação.

Na ocasião, Barroso alertou, com razão, que “a extensão da noção de propaganda eleitoral antecipada negativa a qualquer manifestação prejudicial a possível pré-candidato por cidadãos comuns transformaria a Justiça Eleitoral na moderadora – quando não censora – permanente das críticas políticas na internet”. De fato, a prosperar o pedido de Lula, a simples menção do petrolão e de toda a corrupção cometida pelo petismo em sua passagem pelo Planalto passaria a ser legalmente coibida como “propaganda eleitoral antecipada negativa”; mais ainda: haveria margem para se proibir qualquer crítica a qualquer pré-candidato, com efeitos nefastos para a liberdade de expressão.


Como se não bastasse, ao pretender impedir Dallagnol, Martins e o Terra Brasil de “propagar inverdades”, são os advogados de Lula que recorrem à mentira. Eugênio Aragão e Cristiano Zanin afirmam que “nos processos judiciais referidos no vídeo o senhor Luiz Inácio Lula da Silva foi inocentado pela Justiça brasileira”, quando na verdade não existe uma única decisão judicial, nem no caso do tríplex, nem no caso do sítio, em que Lula tenha sido declarado inocente. Pelo contrário: o petista foi considerado culpado na primeira e segunda instâncias em ambos os processos; no caso do tríplex, o STJ ainda confirmou a condenação. O que aconteceu foi a anulação de todas as ações contra Lula em Curitiba, em decisão inexplicável de Edson Fachin confirmada pelo plenário do Supremo, e a absurda decisão que tornou Sergio Moro suspeito, levando à anulação de todos os seus atos. Consequentemente, quando foram retomados do início, os processos terminaram em impunidade: o do tríplex foi arquivado por prescrição; o do sítio teve a denúncia rejeitada porque o robusto conjunto probatório levantado pela Lava Jato fora inutilizado com a decisão contra Moro. Mas nem anulação, nem arquivamento, nem prescrição equivalem a um veredito de inocência; Aragão e Zanin, advogados experientes que são, sabem muito bem disso, mas não hesitam em propagar fake news sobre a “inocência” de Lula.

O TSE tem a oportunidade de proteger, agora, a liberdade de expressão e rejeitar uma conceituação inventada, que não existe em lugar algum da legislação eleitoral e que serve apenas para bloquear o livre debate. O eleitor brasileiro tem todo o direito de não ver bloqueada a divulgação de fatos, ainda que negativos, sobre aqueles que pretendem ocupar cargos eletivos. Ainda que o conjunto de provas contra Lula não possa mais ser usado nos tribunais, ele continua sendo um registro histórico importante da existência dos megaesquemas que sangraram o Brasil. A corrupção existiu, e isso o PT não conseguirá apagar, por mais que tente, em sua sanha autoritária de impor mordaças a quem quer que exponha a verdade.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-deltan-dallagnol-paulo-martins/
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CÂMARA DOS DEPUTADOS QUEREM CRIAR LEI CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS CRIMES DE OPINIÃO

 

Dispositivo da Constituição
Por
Gabriele Bonat, especial para a Gazeta do Povo

Constituição Federal em meio ao plenário do Congresso| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A condenação do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) motivou 70 deputados federais a assinarem um projeto de lei para conceder anistia para cidadãos investigados por “crimes de opinião”, ou seja, processados por manifestarem opiniões políticas. O mecanismo, previsto na Constituição, poderia beneficiar os réus nos atuais inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), quase todos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), como jornalistas e políticos.

Por esse motivo, fontes na Câmara dos Deputados afirmam que é muito difícil que a proposta avance, tanto pela resistência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), como pela falta de interesse dos líderes de partidos, que poderiam pressioná-lo para dar andamento à iniciativa.

O PL 1102/2022 prevê anistia a todos os investigados por crimes políticos, que tenham sido praticados no âmbito da liberdade de expressão, manifestação e crença, no período entre 1º de janeiro de 2019 e 21 de abril de 2022. O mestre em Ciência Política e Relações Internacionais Andrew Fernandes explica que a anistia é um instituto presente na história brasileira, utilizada em momentos de tensão política.

“Na história do Brasil tiveram vários momentos em que foi aplicado a anistia para ‘cicatrizar feridas’. A anistia é um instituto histórico consagrada na nossa Lei Fundamental: a Constituição Federal. Além disso, está inserida no que podemos chamar de ‘clemência estatal’, como a graça e o indulto. A anistia está estabelecida nesse leque da ‘clemência estatal’”, afirma o especialista.

A liberdade de expressão, mesmo sendo um preceito fundamental, não é absoluta, assim como outros direitos. Com isso, em períodos que esse argumento é utilizado para justificar abusos no âmbito constitucional, a anistia é uma forma da busca pela “harmonia entre os Poderes”.

Na justificativa do projeto de lei, assinado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), explica-se que a anistia é aplicada em épocas de grande conturbação e visa a restauração da paz social entre as instituições democráticas. Desse modo, previsto no Código Penal, esse perdão visaria a extinção da punibilidade de infrações criminais. “Em termos de agitação política e social, faz-se imperioso que o equilíbrio entre os Poderes seja assegurado e a normalidade seja restaurada na Nação”.

De 1979 até hoje
A anistia (do grego amnestía, “esquecimento”) é uma concessão prevista no inciso VIII do artigo 48 da Constituição, de prerrogativa do Congresso Nacional, que corresponde a um ato de “esquecimento total” da infração penal. O termo ficou conhecido n fim do regime militar, quando o então presidente João Baptista Figueiredo anistiou os perseguidos políticos e teve início a redemocratização do Brasil.

Após 43 anos da Lei da Anistia, o PL 1102/2022 exclui a prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo, lesões corporais, invasão de propriedade e danos ao patrimônio público e privado do rol daqueles que podem ser anistiados. Portanto, esse projeto pretende o esquecimento dos crimes políticos relacionados à liberdade de expressão.

“A anistia difere da graça, concedida a Daniel Silveira (PTB-RJ), e ao indulto. Graça é individual e indulto é coletivo, e esses competem somente ao Presidente da República. A graça e o indulto extinguem a punição para pessoas escolhidas, mas o crime não é esquecido. Já a anistia esquece o fato”, esclarece o mestre em Direito Público Henrique Quintanilha.

Projeto considera caso do deputado federal Daniel Silveira
Na justificativa do projeto de lei, Carla Zambelli (PL-SP) cita o caso do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Ela explicita que em situação de condenação existente, como no episódio do parlamentar, a anistia tem efeito retroativo, ou seja, o crime e efeitos penais, devido à decisão condenatória, são extintos da punibilidade, segundo o art. 107, inciso II, do Código Penal.

Apesar da citação do caso do Daniel Silveira (PTB-RJ), Quintanilha avalia que esse projeto de lei não tem somente como intuito anistiar o deputado federal. “A anistia não é para a pessoa ou grupo de condenados, mas é em relação a fatos ocorridos. Dessa forma, se refere a fatos realizados em determinado período em que o Estado considera não haver mais relevância em punição. O indulto e a graça extinguem a pena. A anistia vai além, pois, apaga os fatos acontecidos no passado”, argumenta.

Apesar disso, há juristas que não concordam com a tese dos deputados. O especialista em Direito Constitucional Acácio Miranda é contrário ao projeto de lei e diz que a liberdade de expressão tem sido confundida com irresponsabilidade verborrágica. Segundo ele, esse PL está sendo discutido em um momento inoportuno por conta das eleições. “Uma vez aprovado, esse projeto funcionaria quase como uma carta em branco, para que as pessoas cometessem ilicitudes durante o período eleitoral a pretexto de defender a sua ideologia ou as suas opiniões”.

Ao citar o caso do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), Miranda afirma que a imunidade parlamentar não justifica as atitudes do deputado. “Diante disso, quando analisamos a imunidade parlamentar do Daniel Silveira, os atos praticados contra o Estado Democrático de Direito e ponderamos em uma mesma balança os dois direitos, é claro que o Estado Democrático de Direito é mais importante. Por isso, que prevaleceu em detrimento a imunidade parlamentar. Foi esse o entendimento do STF e, na minha convicção, é isso que temos que aplicar nesse caso concreto”, opina o especialista.

Harmonia entre os Poderes
No projeto, Carla Zambelli (PL-SP) afirma que o Estado republicano tem sido abalado devido a interferências do Poder Judiciário. Nesse tocante, Fernandes avalia que a opinião dos deputados está sendo restringida, gradativamente. “Já há algum tempo, a liberdade de expressão dos parlamentares vem sendo cerceada. Porém, em um regime democrático, a Constituição deve proteger qualquer parlamentar e suas opiniões”, considera.

Na justificativa, a deputada reiterou que o PL 1102/2022 é uma restauração da autoridade, autonomia e independência do Congresso Nacional, para que os Poderes da República possam atuar em harmonia. O projeto foi apresentado em 3 de maio, mas o presidente da Câmara ainda não designou um relator para o texto.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/inspirado-daniel-silveira-projeto-tenta-anistiar-investigados-crimes-de-opiniao/
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PARTIDOS DA ESQUERDA DEFENDEM A DITADURA DE MADURO NA VENEZUELA

 

Ditadura chavista

Por
Tiago Cordeiro – Gazeta do Povo

O então presidente Lula cumprimenta Hugo Chávez e Nicolás Maduro em encontro em Manaus, em 2007| Foto: EFE/Raimundo Valentim

Em 2021, o governo da Venezuela torturou 241 pessoas, um aumento de 148% no número de casos em relação ao ano anterior e o segundo número mais alto desde que a ONG Programa Venezuelano de Educação Ação em Direitos Humanos (Provea) começou a realizar este levantamento, há 33 anos.

A organização também registrou que 441 pessoas foram vítimas de tratamento cruel, desumano e degradante. E 1.414 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do país. No Brasil, entre 1964 e 1988, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) reconheceu 434 mortes e desaparecimentos políticos, a grande maioria no período ditatorial (1964-85).

O que os partidos de esquerda do Brasil têm a dizer sobre o relatório da ONG? A reportagem solicitou uma posição de dez agremiações. Nenhuma respondeu. Mas oito delas já se manifestaram, em seus canais oficiais ou por intermédio de suas lideranças. Confira abaixo.

PT

Número de filiados: 1.606.892
Representação no Congresso Nacional: 7 senadores e 53 deputados federais
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 484,61 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: No papel de presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em defesa do então ditador do país, Hugo Chávez: “Podem criticar Chávez por qualquer outra coisa. Por falta de democracia na Venezuela, não”. Mais recentemente, o partido divulgou uma nota defendendo as eleições realizadas no país em 2020: “Saudamos as eleições legislativas da Venezuela realizadas neste domingo, que constituem mais uma grande manifestação da vontade popular no processo de transformação política, social e econômica daquele país ao longo das duas últimas décadas”.
PCO
Número de filiados: 4.145
Representação no Congresso Nacional: 0
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 2,94 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: Em uma das notas oficiais frequentes a respeito do tema, defendeu: “A burguesia, aliada do imperialismo na Venezuela, é o grande entrave para o chavismo. A direção burocrática do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) insiste em tentar uma conciliação com os parasitas que boicotam todo o funcionamento econômico do país. É preciso romper essa conciliação, porque a burguesia e o imperialismo já provaram que não admitem mais o nacionalismo burguês no poder”.


PCdoB

Número de filiados: 409.349
Representação no Congresso Nacional: 8 deputados federais
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 74,48 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: Outra agremiação que defende publicamente o chavismo com regularidade, declarou oficialmente em outubro de 2021: “O PCdoB é solidário ao povo venezuelano, sua democracia e ao exercício pleno de sua autodeterminação e soberania”.
PCB
Número de filiados: 12.649
Representação no Congresso Nacional: 0
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 2,94 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: “A saída, portanto, não pode ser outra a não ser enfrentar, definir e acumular forças para avançar, visando mudar o rumo da política econômica e construir nova correlação de forças para uma solução revolucionária”, declara o grupo em publicação oficial.


PSOL

Número de filiados: 221.466
Representação no Congresso Nacional: 8 deputados federais
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 97,51 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: Em 2019, quando Juan Guaidó se proclamou presidente do país, o PSOL, assim como vários outros partidos desta lista, saiu em defesa do regime de Nicolás Maduro: “O PSOL vem publicamente se opor a qualquer ingerência externa nos assuntos da Venezuela. Somos absolutamente contrários à interferência do governo Bolsonaro nos assuntos venezuelanos e qualquer agressão política ou militar contra a soberania da Venezuela”.


PSTU
Número de filiados: 15.534
Representação no Congresso Nacional: 0
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 2,94 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: “Existe uma guerra social instalada no país entre um governo autoritário e os capitalistas, sejam os da situação, sejam os da oposição, contra os trabalhadores”, explicou o partido em seu site oficial, em 2017, numa lista de “perguntas e respostas” sobre o país.


PSB

Número de filiados: 635.699
Representação no Congresso Nacional: 1 senador e 23 deputados federais
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 263,62 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: “Não há, na história da Nossa América, um chefe de governo que tenha se submetido tantas vezes aos desígnios da população, através de eleições livres, referendas e plebiscitos”, defendeu a agremiação, em 2012. “Se fôssemos venezuelanos, votaríamos em Hugo Chávez, para que dê continuidade ao seu projeto de país, corrija suas deficiências e continue a empenhar seus melhores esforços em atender as verdadeiras necessidades e as esperanças mais profundas do seu povo.”


PDT
Número de filiados: 1.152.015
Representação no Congresso Nacional: 4 senadores, 19 deputados federais
Quanto recebe de fundo partidário: R$ 248,43 milhões
O que pensa sobre a Venezuela: “Venezuela dá demonstração cristalina de democracia”, defendeu, em artigo publicado no site oficial.


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CONTRABANDO DE MANGANÊS DO PARÁ É CRIME

Amazônia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Policiais rodoviários apreenderam carga de manganês extraída ilegalmente no Pará: caminhões que levavam o produto foram abandonados pelos motoristas na BR-155| Foto: Divulgação/PRF

Vejam só a importância de São Paulo, que tem a metade da economia do país e o maior número de eleitores. Nesta segunda-feira (16), estavam por lá o presidente da República, Jair Bolsonaro; o ministro da Economia, Paulo Guedes; o ex-governador e presidenciável João Doria; o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que é candidato a governador; o ex-ministro Sergio Moro; e a candidata a presidente pelo MDB, Simone Tebet.

Aliás, Tebet avisou que ela é candidata do MDB e não está esperando pelo PSDB, que tem uma reunião importante nesta terça-feira (17), em São Paulo. Doria está reclamando do óbvio, de que estão querendo deixar ele de lado no acordo com o MDB. Ele acusou a direção do partido de estar conspirando um golpe contra ele. É um dia importante para o PSDB.

Casamento de Lula
O ex-presidente Lula vai se casar nesta quarta-feira (18) pela terceira vez. Ele, que já se tornou viúvo duas vezes, agora vai trocar alianças com uma moça conhecida como Janja. Ele tinha falado para ela que ia se dedicar ao casamento, mas parece que vai dividir a atenção dela com a campanha eleitoral.

Denúncia arquivada
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu mandar para arquivo e não aceitar a denúncia da rachadinha contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O caso remonta ao tempo em que ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa.

O próprio Ministério Público pediu que a denúncia fosse rejeitada, já que as provas que embasaram as acusações foram desconsideradas pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal. É mais uma narrativa que some.

Crime na Amazônia
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu no domingo (15) treze caminhões com 800 toneladas de manganês, carga que seria embarcada em um porto do Pará com destino a siderúrgicas chinesas. Foi na BR-155, em Marabá.

A região que compreende Curianópolis, Parauapebas e Marabá abriga uma grande concessão da mineradora Vale. Só que nem a Vale consegue entrar direito em muitos lugares por lá porque quadrilhas tomaram conta.

É essa a intenção de internacionalizar uma parte do Brasil. A Amazônia é o Brasil. Tem milhares de ONGs dizendo que querem proteger os índios. Eu vi imagens que me mandaram de índios subnutridos, crianças subnutridas, imagens terríveis. A gente vê e fica chocado, por isso é bom a gente se alertar.

Aliás, na Amazônia mato-grossense, a Polícia Federal com a Polícia Militar fizeram uma grande operação nesta segunda-feira (16) contra uma grande rede de tráfico de cocaína, que vem da Bolívia. E aí embala, pesa, vende, distribui, os traficantes querem tomar conta. O nosso país não pode virar um santuário do crime.

Agora, se o exemplo vem de cima, de descumprimento de leis, se corruptos são soltos e descondenados pela Suprema Corte, é um desespero. Eu imagino o desespero de estudantes de Direito vendo decisões de ministros do Supremo e comparando com o que está escrito na Constituição.

É difícil que o país não tenha algum tipo de choque diante disso, já que o poder emana do povo. A gente tem que demonstrar que nós estamos chocados com isso. Nunca vi nada parecido.


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CASAMENTO DE LULA AMANHÃ E O POVO NÃO PODE PARTICIPAR

 

Ironia

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

09.05.2022 – Lula participa de Ato “Lula Abraça Minas”, em Belo Horizonte. Foto: Ricardo Stuckert

Lula discursa em Belo Horizonte na semana passada: ex-presidente só participa de eventos controlados| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Por que alguém que se considera a pessoa mais popular do Brasil e do mundo, amado por todos e apresentado por sua própria propaganda como uma combinação de Jesus Cristo e Nelson Mandela, precisa fazer uma festa de casamento secreta? É o que Lula, candidato à Presidência da República como marechal-de-campo da esquerda nacional, tentou. Não deu certo, é claro, porque esse tipo de coisa vaza mesmo, e vaza rápido. Mas tentaram esconder, e é aí que está o problema: esconder por quê?

A explicação oficial é a necessidade de segurança, como na festa de qualquer burguesão desses que andam por aí. Tudo bem: rico é assim mesmo, faz suas comemorações atrás de uma muralha de homens de terno preto e fones de ouvido, em fortalezas defendidas por equipamento eletrônico, armamento de último tipo e tudo mais que pode isolar quem está dentro de quem precisa estar fora. Vale tudo, desde que a pobrada fique longe. Some daqui, pobre – é este o mandamento número 1 de qualquer festa de magnata.

Mas Lula não poderia ser assim. Ele não é o pai universal dos pobres e dos coitados? Nessas horas deveria ter o povo em volta de si, em vez de fazer tudo para ficar isolado como um paxá. A explicação para isso é a mais simples de todas: é mentira que Lula seja um “homem do povo”, que tenha mesmo essa “popularidade” que encanta os institutos de pesquisa e que viva cercado pelo amor da população brasileira.

Lula foi homem do povo, 40 anos atrás – hoje é apenas um milionário a mais deste Brasilzão de sempre, igualzinho a todos os que fazem festas como a sua, circulam em carro blindado com motorista e levam uma vida sem nenhum ponto de contato com o dia a dia de pelo menos 95% da população deste país.

Sua popularidade, ao mesmo tempo, sofre há anos de uma deficiência terminal: ele não pode sair na rua, pelo medo invencível que tem de levar vaia, ouvir xingação de mãe e ser chamado de ladrão. A prova disso é que não sai nunca. Só vai a eventos fechados da CUT, do MST, da militância petista, de empresários em busca de oportunidades, de artistas e mais do mesmo – sempre em ambiente fechado, com entrada controlada e garantia de que o povo não chega perto.

Lula, em plena campanha eleitoral, não pode nem dar uma volta no quarteirão. Passa ao longe, de cara fechada, inatingível, escondido por vidros escuros e defendido por um batalhão de seguranças armados com submetralhadoras.

É natural, assim, que a sua festa de casamento seja idêntica às festas dessa “elite” que ele denunciou como a praga fatal do Brasil durante toda a sua vida política. É uma prova a mais, depois de tantas, de que na vida real ninguém é mais da elite do que ele próprio. Na discurseira que a mídia publica, Lula continua fazendo de conta que é o grande combatente mundial contra o capitalismo, o homem do povo inconformado com o excesso de gastos da classe média e o santo protetor dos pobres brasileiros.

Na hora da sua festa de casamento, os únicos pobres presentes são os garçons, os ajudantes de cozinha e os manobristas – todos eles, por sinal, proibidos de comparecer ao trabalho com os seus celulares, para que não possam dizer nem mostrar para ninguém o que acontece dentro. Lula, o PT e os seus devotos são isso.


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A SOLUÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA É A CRIAÇÃO DO IMPOSTO ÚNICO

  1. Economia 

Alíquota única aplicável para todos os bens e serviços terá impacto distinto nas diferentes camadas sociais; trata-se de uma reforma com o olhar para o futuro do País, embora especialistas apartados a considerem arcaica

Ernesto Lozardo*, O Estado de S.Paulo

17 de maio de 2022 | 04h00

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo senador Roberto Rocha (PTB-MA) institui uma nova sistemática de arrecadação de tributos, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual, que unificará e simplificará a base tributária de consumo dos impostos e contribuições sobre bens e serviços.

Nesse novo modelo, haverá dois tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), unificando o PIS e a Cofins (da União); e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), juntando o ICMS e o ISS (dos Estados e municípios). O IPI, um imposto seletivo, tem caráter regulatório. A alíquota do IVA Dual deverá ser única para todos os bens e serviços, mas a PEC 110/2019 prevê a possibilidade de regimes especiais, mediante lei complementar, para os serviços básicos de educação, saúde e alimentos.

Dinheiro
Criação do IVA Dual consiste na reforma tributária ideal e decorre do consenso entre empresários, governantes e sociedade.  Foto: USP Imagens

Embora sejam previstos ganhos extraordinários na eficiência produtiva, na redução de custos e na transparência da arrecadação, cabe questionar: essa reforma tributária promoverá melhores condições de renda social e de desenvolvimento?

A alíquota única aplicável para todos os bens e serviços terá impacto distinto nas diferentes camadas sociais. Tendo em vista que os serviços hoje são subtributados (os mais ricos os consomem mais), a reforma terá um inegável efeito redistributivo. Arrecadará mais sobre o consumo dos mais abastados e devolverá o dinheiro pago diretamente às famílias mais pobres.

A cobrança do imposto será no destino. Esse procedimento permitirá o desenvolvimento econômico das regiões mais pobres de maneira harmoniosa e sustentável. As áreas mais desenvolvidas terão perda na participação do bolo tributário, mas ela será compensada no período de transição federativa (arrecadação da origem para o destino).

A unificação e a simplificação tributária propiciarão mais investimentos privados, elevando a taxa de crescimento da renda por habitante e da empregabilidade da mão de obra. Trata-se de uma reforma com o olhar para o futuro do País, embora especialistas apartados a considerem arcaica. 

Estes sugerem uma estruturação sistêmica geral que englobe o imposto sobre a renda. Em face do inferno tributário que vivemos, tal medida não constituiria uma solução. No Brasil nunca ocorreu pacto tributário, mas o dissenso. A criação do IVA Dual consiste na reforma tributária ideal e decorre do consenso entre empresários, governantes e sociedade em relação ao realismo factível do relatório da PEC do senador Roberto Rocha. Concluindo, é preferível dar um passo seguro e conhecido na reforma tributária ao invés de optar por caprichos políticos desconhecidos globalmente. 

*PROFESSOR DE ECONOMIA DA EAESP-FGV

In memoriam do amigo e economista Eduardo Guardia, falecido em 11/4/2022

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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