segunda-feira, 9 de maio de 2022

O VAREJO AGORA É ONLINE E FÍSICO

 

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Você pode imaginar o fim das lojas físicas. Faz sentido, né? Já que a internet provou que pode dar conta das vendas — e cá entre nós, a pandemia deu um empurrãozinho. Somente em 2021, o e-commerce ultrapassou R$ 150 bilhões, de acordo com a ABComm.

As grandes varejistas como Via, Magazine Luiza e Lojas Americanas têm hoje mais da metade de suas vendas feitas no ambiente virtual.

Mas isso não significa que o varejo físico vai acabar. E eu vou explicar o porquê, tá? 😉

Pense comigo: da mesma forma que o comportamento do consumidor mudou durante o pico da Covid-19 (mais de 11 milhões de pessoas compraram pela primeira vez online entre abril e setembro de 2020, segundo a ABComm), no pós-Coronavírus o mesmo tende a acontecer.

No entanto, a expectativa agora é que o hábito de consumo seja omnichannel (online e físico) — e nesse cenário, as lojas físicas voltam a ganhar destaque, só que reformuladas. Como assim? Com espaço instagramável, imersivo e experimental

Dito isso, eu sei que muita coisa está mudando e, se a sua cabeça estiver assim 🤯, calma, porque a newsletter de hoje (como sempre) vai segurar a sua mão para te ajudar, combinado? Vamos nessa!

Varejo físico virou experiência…

Não é mais sobre comprar algo na loja física, é sobre vivenciar uma experiência. Por exemplo, a Disney virou um sucesso mundial por oferecer felicidade. Essa felicidade é vivenciada por meio das experiências — em filmes, parques e brinquedos.

É tão mágico que o comportamento da maioria das pessoas mundialmente é o de consumir todas as frentes de negócio da empresa e indicar para mais pessoas. Cliente feliz compra e vende para a marca.

Disney ensina

O mesmo modelo pode ser usado na sua loja, sabia? Observe que a Disney está online, com filmes e séries; e no presencial, com os parques. No varejo, a marca deve ter o e-commerce e o seu espaço no metaverso, mas também pode ter uma loja física que ofereça experiência imersiva.

Como são as lojas físicas do agora

Resumindo, trata-se de um espaço físico com um design bem projetado e aconchegante. Vou contar um exemplo internacional para ilustrar melhor. A L’Occitane, marca francesa de cosméticos, colocou algumas bicicletas em uma de suas lojas em Manhattan com um cenário de Provence.

Por quê? Para a clientela ter a sensação de estar pedalando na França. O espaço é todo instagramável (aqui tem uma matéria explicando o termo) e estimula a postagem nas redes sociais — o que gera marketing de influência.

Além disso, a loja também oferece óculos de realidade virtual (alô, metaverso!) que simula um passeio de balão de ar pelo Sul da França. Entendeu a sacada? A pessoa vive a essência da marca e passa a ter uma proximidade com ela — fator importantíssimo para a fidelização.

Neste artigo tem outros exemplos, caso você queira saber mais.

Como criar

Por fim, não poderia deixar de trazer uma pílula de como criar ou reformular a sua loja física do agora.

Primeiro, é preciso de um projeto de arquitetura, briefing detalhado do público-alvo e o objetivo da marca. Isso é importante para escolher as melhores cores, sons e fragrância do ambiente.

Do ponto de vista da neurociência, Norberto Almeida de Andrade, especialista em neuromarketing e autor de livros sobre marketing e inovação, me contou que projetar uma experiência física deve ter o equilíbrio certo de segurança, emoção e conveniência. Saiba mais aqui!

Resumindo: o comportamento do consumidor é omnichannel. Isso mostra que as lojas físicas não vão morrer, mas que serão reformuladas. Como? Com ambiente inspirador, cheio de descobertas e experiências.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 100.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 1.000.000 de pessoas , valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

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domingo, 8 de maio de 2022

PROPOSTA DE MOEDA ÚNICA NA AMÉRICA LATINA É INVIÁVEL

 

Economia

Por
Maria Clara Vieira – Gazeta do Povo

Lula em ato em 1° de maio de 2022| Foto: EFE/Sebastião Moreira

Uma moeda única para todos os países da América Latina é a mais nova ideia econômica do PT. “Vamos voltar a restabelecer nossa relação com a América Latina. E se Deus quiser, vamos criar uma moeda na América Latina, porque não tem esse negócio de ficar dependendo do dólar”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula, juntando religião com questões financeiras, durante evento com deputados do PSOL no último dia 30 de abril.

Na mesma semana, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o economista Gabriel Galípolo, colaborador da campanha de Lula na área econômica, defenderam a ideia em artigo publicado na Folha de S. Paulo.

“A criação de uma moeda sul-americana é a estratégia para acelerar o processo de integração regional, constituindo um poderoso instrumento de coordenação política e econômica para os povos sul-americanos. É um passo fundamental rumo ao fortalecimento da soberania e da governança regional, que certamente se mostrará decisivo em um novo mundo”, afirma o texto.

Repare que as incongruências já começam na abrangência da moeda: Lula falou em moeda única para a América Latina, Haddad limitou a moeda à América do Sul. Lula ainda disse que, “se Deus quiser”, a moeda será criada. Não se sabe quais são os planos d’Ele para o futuro econômico da América Latina (ou do Sul), mas nem o criador do conceito de moeda única regional achava que ela era uma boa ideia para o Mercosul.

O problema do câmbio-comum 
Em setembro de 1961, a edição da revista acadêmica The American Economic Review chegou às mãos dos economistas mais renomados dos EUA contendo um artigo do canadense Robert Mundell intitulado “A Theory of Optimun Currency Areas” (“Uma teoria para áreas de câmbio otimizado”, em tradução livre). Nele, o estudioso explicava quais seriam as condições para que a criação de uma moeda única para países com características semelhantes fosse não apenas viável, mas benéfica para todos os envolvidos no processo.

Foram necessários 38 anos para que o texto lhe rendesse um Nobel de Economia: em 1999, Mundell seria celebrado como o “pai do euro”, ainda que se visse como apenas um padrinho, ou um dos vários. No ano seguinte, o economista concedeu à Folha de S. Paulo uma entrevista na qual afirmou que o câmbio comum “não seria, necessariamente, o melhor caminho para o Mercosul”. À época, a ideia de uma moeda que unisse Brasil e Argentina já era ventilada.

Agora, com o retorno da ideia à pauta em época de eleições, é necessário explicar por que ela ainda não saiu do papel — e dificilmente sairá, pelo menos por enquanto. Apesar do suposto lastro da teoria de Mundell, os defensores do câmbio comum na América Latina se esquecem que a região não apresenta nenhum dos fatores elencados pelo economista para o sucesso de uma moeda única.

“Mundell estabelece os critérios para criação de uma área com moeda comum: mobilidade do trabalho entre os países; mobilidade de capital com flexibilidade de preços e salários na região; mecanismo de controle de riscos como um sistema fiscal que permita transferências de renda para regiões afetadas por choque negativos; e ciclo econômico sincronizado entre os países. O conjunto de países da América Latina, ou mesmo do Mercosul, não obedece nenhum desses critérios. Desta forma, a ideia me parece absolutamente inadequada”, afirma o economista Roberto Ellery, professor de economia da UnB.

“Ainda que não tenha o maior PIB per capita, pelo tamanho da população e do PIB o Brasil teria de bancar um papel de liderança que me parece fora de nossas condições. Mal conseguimos nos bancar, como bancar um sistema de transferência para países menores que sofram choques negativos? O México dificilmente sairia do acordo de livre comércio com os EUA para embarcar nessa aventura. Com a Argentina em ‘crise permanente’ caberia ao Brasil bancar a maior parte da conta. Nem as políticas monetárias estão sincronizadas. A Argentina vive uma inflação crônica e da Venezuela melhor nem falar. Em resumo, é uma ideia que tem tudo para dar errado”, explicou o especialista à Gazeta do Povo.

Cenário latino-americano é desfavorável 
A ideia de criar uma moeda comum entre Brasil e Argentina até já foi cogitada dentro do próprio governo de Jair Bolsonaro (PL), com aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, sem nunca ter sido levada adiante. Mesmo especialistas argentinos concordam que o plano carece de pré-condições para dar certo. “A proposta do ex-presidente Lula da Silva de uma moeda única para a América Latina reflete uma ambição política de aprofundar a integração latino-americana e de que o Brasil seja o líder nesse processo. Mas do ponto de vista econômico, exige vários pré-requisitos que a América Latina está longe de cumprir”, concorda Eugenio Marí, economista-chefe da Fundación Libertad y Progreso

“Os benefícios da adoção de uma moeda comum aumentam quando os países estão abertos ao comércio, os mercados de trabalho são flexíveis e os mercados financeiros são desenvolvidos. Por outro lado, eles diminuem se as economias estão distorcidas, os ciclos econômicos estão fora de fluxo e as políticas macroeconômicas não são coordenadas. A região como um todo está hoje mais próxima da segunda situação do que da primeira”.

Para o economista Paulo Fuchs, apresentador do podcast Tapa da Mão Invisível, outro argumento insustentável apresentado por Lula e pelos demais defensores da teoria é o de que a moeda comum serviria para tornar a região “imune” às flutuações do dólar. “É impossível criar uma moeda completamente independente do dólar dentro do sistema financeiro tradicional. A Rússia e a China estão discutindo alternativas, mas ninguém conseguiu porque, mesmo com as deficiências, o dólar é uma moeda mais forte do que as outras. Não faz sentido trocá-lo pelo bolívar venezuelano, por exemplo, porque todo mundo sabe que ele tende a zero no longo prazo. Se o Brasil quer ter uma moeda referência, atrativa, para que outros países utilizem o real como reserva, precisa ter uma moeda mais forte”.

Euro não é um bom exemplo 
Às vésperas de completar 25 anos, o euro não serve como parâmetro para a América Latina. “A integração europeia é um processo que teve início após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950. O euro só viria quase meio século depois. Primeiro, a região apostou numa maior integração política e econômica e na formação de um mercado comum, tudo diante da ameaça compartilhada que era a União Soviética”, explica o argentino Marí. “A integração econômica dos países do Mercosul tem sido imperfeita, e o bloco está entre os mais fechados do mundo. Por exemplo, a negociação do acordo de livre comércio com a União Europeia já dura mais de 20 anos. Este é um sinal do estado de maturidade da integração latino-americana, longe da meta de uma moeda comum, que é muito mais ambiciosa”.

Há que se considerar também que, à época, os países reunidos na Zona do Euro apresentavam condições econômicas muito diferentes dos países que hoje integrariam o câmbio comum latino-americano. Nada disso foi suficiente para impedir a crise na Grécia que desestabilizou a moeda nos idos de 2011, mobilizando grande auxílio internacional. Para Fuchs, sequer é possível dizer que moeda europeia é um “sucesso”: “Atualmente, o bloco tem um endividamento de 88% acima do PIB anual. Como isso é um sucesso? Ainda que haja a economia da Alemanha ‘puxando’ o resto para cima, com uma dívida inferior às outras, não é suficiente para arcar com o problema”, avalia.

Isso sem falar nas crises políticas decorrentes da criação de órgãos supranacionais. Foi o próprio Mundell quem afirmou, na entrevista de 1999, que “a Europa decidiu pela moeda única principalmente porque queria uma maior integração política”. “Era necessário amarrar a grande Alemanha unificada à Europa para evitar problemas, uma vez que sempre houve uma tendência histórica da Alemanha de querer dominar a Europa”, disse o economista. Ocorre que o controle sobre cidadãos por lideranças que não foram diretamente eleitas pelos mesmos é, em si mesmo, um novo problema.

“É a espiral intervencionista prevista por Ludwig von Mises: com a crise das moedas nacionais, muita gente está migrando para as criptomoedas. Ou seja, o Estado intervém no mercado, causa problemas e depois cria mais intervenções para corrigir os erros consequentes. O que está por trás disso tudo, no fim das contas, é a centralização de poder versus a descentralização. Você tira a decisão do indivíduo e passa para um burocrata em Brasília. Daí vamos tirar de Brasília e passar para um burocrata supranacional?”.


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JUROS EM ALTA LÁ E CÁ

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Dólar vem se valorizando frente ao real nos últimos pregões.| Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Nos últimos dias, tanto Brasil quanto Estados Unidos deram sua resposta a uma crise mundial de inflação, que insiste em não arrefecer. Enquanto o Fed elevou sua taxa básica em meio ponto porcentual – o maior aumento desde 2000 – em uma tentativa de conter a maior onda de aumento de preços dos últimos 40 anos nos Estados Unidos, o Copom realizou a décima elevação consecutiva na taxa Selic, que agora é de 12,75%, a maior desde 2017. E o comunicado emitido ao fim da reunião deixa claro que o aperto monetário deve continuar, ao menos até o fim deste primeiro semestre.

As maiores pressões vêm do exterior, de acordo com o texto. Os sucessivos lockdowns impostos pela China em grandes centros urbanos, como Xangai, estão mais uma vez causando estrago nas cadeias mundiais de produção, lembrando as primeiras semanas da pandemia de Covid-19, mais de dois anos atrás. Enquanto isso, a continuação da agressão russa contra a Ucrânia continua a desorganizar o mercado de commodities, especialmente agrícolas e de energia. Em um cenário de tamanho caos, o Brasil não consegue se beneficiar nem com a redução da bandeira tarifária de energia elétrica, que passou da mais cara (“escassez hídrica”) para a mais barata (verde), nem com a inflação norte-americana, que, como explicamos ontem neste espaço, tenderia a causar uma desvalorização maior do dólar, barateando os produtos importados pelo Brasil. O IPCA de abril será divulgado no dia 11, mas sua “prévia”, o IPCA-15, acelerou para 1,73% na segunda metade de março e primeira quinzena de abril – o maior índice para o período desde 1995.

Em um cenário de tamanho caos, o Brasil não consegue se beneficiar nem com a redução da bandeira tarifária de energia elétrica, que passou da mais cara para a mais barata, nem com a inflação norte-americana

Tanto o Fed quanto o Copom consideram a possibilidade (no caso brasileiro, a certeza) de novas elevações de juros. No entanto, as futuras elevações não devem ser mais intensas que as dos últimos dias, como afirmaram Jerome Powell, presidente do Fed, e o comunicado do Copom, segundo o qual “para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”. No entanto, os brasileiros precisarão observar com cautela cada passo norte-americano, pois as elevações de juros nos Estados Unidos costumam provocar a chamada “fuga para a segurança”, desvalorizando as moedas de outros países, especialmente emergentes. Caso o Brasil não acompanhe a intensidade do aperto do Fed, o dólar pode ter novos ciclos de alta forte, piorando ainda mais as perspectivas para a inflação brasileira.

O comunicado do Copom, no entanto, lembra que é precipitado culpar apenas o cenário externo pela deterioração do cenário inflacionário, pois “a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país” segue listada entre os “fatores de risco”. O governo praticamente abandonou, ao menos para este ano, os esforços para aprovar a reforma administrativa, enquanto promete elevar gastos com o funcionalismo por meio de um reajuste de 5%. O teto de gastos continua sendo alvo de críticas, desde as moderadas, que pedem uma revisão do mecanismo, às mais incisivas, que clamam por sua abolição. E, a depender do projeto que sair vencedor nas eleições presidenciais de outubro, qualquer esperança de ajuste fiscal pode ser abandonada.


Mesmo reconhecendo que pode não haver muito mais a se fazer em um cenário como o atual, é impossível não lamentar o efeito que os juros ainda mais altos terão sobre a economia brasileira, prejudicando o crédito e o consumo quando as perspectivas de crescimento do PIB em 2022 já são pouco animadoras, permanecendo abaixo da casa de 1%. Com as instituições do mercado financeiro projetando um IPCA de 8% ao fim deste ano, novamente muito acima da meta, a escolha entre controlar o dragão e sacrificar o crescimento é, infelizmente, quase inevitável.


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MUNDO ANCIOSO PARA SABER AMANHÃ O QUE A RÚSSIA PRETENDE COM A GUERRA DA UCRÂNIA

 

Conflito no leste europeu

Por
Luis Kawaguti

Nov0-ogariovo (Russian Federation), 11/08/2020.- Russian President Vladimir Putin receives a report of the Healthcare minister about registration of the tested and registered coronavirus vaccine, during a meeting with members of the government via teleconference call at Novo-Ogaryovo state residence, outside Moscow, Russia, 11 August 2020. Vladimir Putin said that one of his daughters has already passed vaccination with the new vaccine. (Lanzamiento de disco, Rusia, Moscú) EFE/EPA/ALEXEI NIKOLSKY / SPUTNIK / KREMLIN POOL MANDATORY CREDIT/SPUTNIK

9 de maio deve trazer novidades na política de guerra de Putin| Foto: EFE/EPA/ALEXEI NIKOLSKY/SPUTNIK/KREMLIN

Na segunda-feira, durante as celebrações do dia da Vitória na Segunda Guerra na Rússia, chegaremos a mais um ponto de inflexão na guerra na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin deve clamar algum tipo de vitória no campo de batalha. Mas o que ele fará em seguida? Vai declarar uma vitória preliminar e negociar a paz? Vai manter inalterado o cenário no campo de batalha? Vai aumentar o esforço de guerra para tomar toda a Ucrânia e até eventualmente levar o conflito para outros países?

A possibilidade mais temida é que ele utilize uma arma nuclear para tentar encerrar o conflito. Mas ele seria capaz disso?

Essas são algumas das perguntas que analistas militares e políticos vêm tentando responder nos últimos dias. Duas notícias divulgadas na última semana, sobre a atuação da inteligência americana na Ucrânia, podem influenciar bastante nos cálculos de Putin.

Vazamentos de informações para a imprensa revelaram que informações fornecidas pelos EUA sobre unidades de combate russas ajudaram os ucranianos a matar diversos generais no campo de batalha.

A inteligência americana também teria ajudado a Ucrânia a localizar o cruzador Moscou, o então navio capitânia da esquadra russa no Mar Negro, possibilitando um ataque de mísseis e drones contra ele no dia 13 de abril. O navio foi a pique um dia depois.

Somados ao fornecimento de armas de ataque a Kyiv (como carros de combate, artilharia e mísseis), esses vazamentos de informações podem sugerir a Putin que as potências ocidentais estão atuando de forma direta na guerra (e não fornecendo apenas apoio indireto para a defesa da Ucrânia, conforme Washington afirmou no início da guerra).

Em paralelo, as possíveis entradas da Finlândia e da Suécia na Otan (aliança militar ocidental) colocam ainda mais pressão em Moscou. Isso porque elas corroboram a tendência de expansão da aliança para leste, que motivaram a invasão russa na Ucrânia.

Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o mínimo necessário para que a Ucrânia aceite a paz é que as tropas russas recuem para as posições onde estavam no dia 23 de fevereiro, antes da invasão russa.

Isso significaria que a Rússia ganharia definitivamente a Crimeia e partes das províncias de Luhansk e Donetsk, em Donbas. Por outro lado, se aceitar esses termos, Putin perderá o corredor terrestre conquistado por suas tropas, que liga a Rússia à Crimeia, passando por grandes cidades como Mariupol, Berdiasnk, Melitopol e Kherson. Ele também teria que abrir mão de tentar conquistar regiões altamente industrializadas e ricas em gás natural e carvão na região de Donbas.

Então, quais são as opções (conhecidas) que Putin tem?

Cessar-fogo
Zelensky disse que nem todas as “pontes” foram destruídas para se chegar a um acordo de paz. Putin pode declarar que a Rússia está satisfeita com as conquistas atuais no campo de batalha e aceitar um cessar-fogo, no qual a Ucrânia se comprometeria a abrir mão da intenção de se juntar à Otan.

A propaganda na mídia estatal russa garantiria que os cidadãos partilhassem da opinião de que a “Operação Militar na Ucrânia” foi bem sucedida e que uma vitória preliminar foi atingida.

Porém, isso seria contraprodutivo se o objetivo de Putin for continuar anexando mais parcelas do território ucraniano – pois daria tempo para que o Ocidente enviasse mais armas e treinasse os militares ucranianos em como utilizá-las.

Além disso, o cessar-fogo poderia ser interpretado internacionalmente como um sinal de fraqueza da Rússia, que falharia em seu objetivo maior de desafiar a hegemonia americana em favor de uma ordem mundial mais multipolar.

Assim, o cenário de cessar-fogo parece o menos provável entre todas as opções.

Declaração de guerra
O secretário de defesa britânico Ben Wallace afirmou recentemente que Putin poderia transformar em guerra aberta sua “Operação Militar Especial” – nome usado pelos russos para dizer que o conflito na Ucrânia tem um escopo restrito.

Com essa medida, Putin destravaria mecanismos para aumentar a conscrição de soldados no país para reforçar a frente de batalha. Possivelmente, todos os homens em idade militar ficariam impedidos de sair da Rússia e deveriam esperar pelo chamado dos centros de recrutamento.

Segundo o site especializado Global Firepower, a Rússia tem hoje em suas forças armadas cerca de 850 mil militares. A Rússia enviou cerca de 200 mil para o conflito na Ucrânia. Em tese, com o aumento da conscrição, o exército russo poderia chegar a um efetivo de até 1,3 milhão de soldados nos próximos anos.

Se aumentar o número de combatentes no campo de batalha é quase certo que Putin não vai se contentar em tomar apenas a região de Donbas e pode caminhar para um cenário de conquista do litoral ucraniano (Odesa, Mikolayv e centenas de cidades de seu entorno) ou mesmo de outras regiões do país, como a própria capital Kyiv.

A Rússia disse que não vai alterar o status de sua “Operação Militar Especial”, mas é preciso ver isso com ressalvas. Moscou também garantiu inúmeras vezes que não invadiria a Ucrânia.

Mas, há fatores que podem dissuadir Putin de tomar essa atitude. A conscrição em massa poderia diminuir a popularidade do governo. Segundo pesquisa do instituto Levada divulgada pelo jornal New York Times, 39% dos russos não estão prestando muita atenção na guerra. Mas o envio de mais cidadãos para o campo de batalha pode mudar essa realidade e diminuir consideravelmente o apoio popular ao conflito.

O cenário pode também aumentar o atrito com a Otan e elevar a possibilidade de um conflito direto – algo que vem sendo evitado tanto pela Rússia como pelas potências ocidentais.

Invasão da Moldávia
Mudando ou não o status do conflito, outra possibilidade levantada por analistas é que Putin decida pela invasão da Moldávia, que não faz parte da Otan. Essa possibilidade começou a ganhar força quando foram registradas há alguns dias explosões misteriosas no território separatista da Transnístria, que fica dentro da Moldávia.

A narrativa fomentada pelos russos era a de que a Ucrânia estaria interessada em invadir a Transnístria, que possui cerca de 1.500 militares russos. Uma eventual invasão russa à região poderia ser justificada como uma ação para proteger a Transnístria.

A operação seria extremamente arriscada para as forças armadas russas, porém. Isso porque envolveria o desembarque anfíbio de fuzileiros navais na região e um possível confronto direto com os defensores da cidade ucraniana de Odesa.

A Rússia já perdeu seu navio capitânia no Mar Negro, o cruzador Moscou, devido a um alegado ataque de mísseis e drones da Ucrânia. Desde então, a esquadra russa tem operado mais distante da costa. Por isso, um desembarque anfíbio envolveria riscos consideráveis para os russos.

Outro fator de dissuasão para a Rússia seria que, invariavelmente, o Ocidente aumentaria as sanções econômicas ao país e aumentaria o envio de armas para a Ucrânia e para a Moldávia.

Da mesma forma que no cenário anterior, essa ação elevaria muito a possibilidade de conflito direto entre Rússia e Otan.

Ataque nuclear

A opção mais alarmante nunca foi descartada por Putin: a utilização de armas nucleares para encerrar o conflito em favor da Rússia.

Nesse caso, o mais provável seria a utilização de uma bomba nuclear tática. Ou seja, uma ogiva com potencial nuclear de um décimo a metade do registrado pela bomba de Hiroshima na Segunda Guerra.

Ela poderia ser lançada para destruir uma instalação ou uma base militar mais afastada e não para arrasar uma cidade inteira. Como ocorreu com o Japão, isso poderia levar a Ucrânia à rendição.

Mas não é tão simples. Ninguém sabe se o rompimento do chamado “tabu nuclear” poderia acabar com uma guerra ou deflagrar um conflito nuclear global, com todas as consequências letais para a humanidade que ouvimos falar durante toda a Guerra Fria.

Ou seja, a ação poderia ao invés de acabar com a guerra na Ucrânia, deflagrar a Terceira Guerra Mundial a partir de uma possível retaliação direta da Otan.

Mas também é possível que justamente temendo essa possibilidade, a Otan prefira se afastar do conflito a partir da detonação de um artefato nuclear russo – propiciando assim a Putin uma vitória praticamente imediata.

Sem dúvidas, esse cenário é o de maior impacto, mas o de menor possibilidade.

Elevação da retórica

Do outro lado do espectro, o cenário de baixo impacto e maior possibilidade é uma elevação da retórica bélica no discurso de segunda-feira, mas sem causar grandes alterações práticas no campo de batalha.

Nele, Putin poderia ressaltar em seu discurso as vitórias militares já obtidas e reforçar a necessidade de vencer a Batalha de Donbas.

Isso seria possível porque a Rússia vem fazendo avanços lentos, mas consistentes, no teatro de operações – principalmente devido ao uso massivo de artilharia.

Moscou também pode intensificar os ataques à infraestrutura estratégica da Ucrânia para impedir a chegada de armas ocidentais à frente leste.

O Kremlin pode continuar pressionando sistematicamente os Ucranianos no terreno e ir tomando lentamente a região de Donbas e ampliando o tamanho do corredor terrestre no sul.

Em paralelo, haveria a consolidação da administração russa sobre cidades invadidas, como Kherson, Melitopol e Mariupol.

Esse cenário daria um compasso um pouco mais previsível à guerra e tiraria um pouco da atenção mundial sobre o conflito.

Porém, ele não se tornaria nem menos violento nem menos perigoso. Violento pois o número de baixas militares e civis só tenderia a aumentar. Perigoso porque quanto mais a guerra se estende, aumenta a possibilidade de que um erro de cálculo no campo de batalha faça a guerra se espalhar pela Europa com o possível envolvimento direto da Otan.


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A VERDADE SOBRE A LAVA JATO E A GUERRA DA UCRÂNIA

 

Narrativas

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo

Rio de Janeiro – Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento da campanha Se é público é para todos, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse à revista Time que Zelensky é “tão responsável” pela guerra na Ucrânia quanto Putin| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Apenas para demarcar um lugar e tempo, podemos dizer que a história começou assim e pelo Brasil: os bandidos são os mocinhos e os mocinhos são os bandidos. Para tirar o ex-presidente Lula da cadeia e devolver a ele a chance de voltar a fazer o que sempre fez, seus advogados resgataram uma tese acadêmica segundo a qual o sistema judicial pode ser usado como arma para perseguir inimigos, opositores e até países. Como parte dos esforços, até fundaram uma ONG para dar nobreza à missão nada nobre. Suas tentativas originais de reescrita da história quase sempre caiam no ridículo. Mas tudo mudou depois da espionagem contra a Lava Jato. Os desdobramentos já são conhecidos e não precisam ser repetidos.

A reescrita da história da Lava Jato criou um Brasil onde há corrupção, mas não existem corruptores e corruptos. Na história que está prevalecendo, não são os criminosos e seus crimes que ancoraram o Brasil no atraso, impedindo o país de aproveitar alguns dos momentos mais auspiciosos de crescimento global. Para a narrativa que substitui os fatos, o que quase quebrou o Brasil foi o combate à corrupção. Uma lógica segundo a qual quem mata o paciente de câncer é a quimioterapia, não a patologia.

A revista Time desta semana deu palanque para o ex-presidente Lula colocar um pouco mais de tinta no conto sobre sua versão esquizofrênica e oportunista. Além, obviamente, de se colocar no altar da política, Lula mostrou que, quando o deixam falar, suas idiossincrasias são tão portentosas que não há caneta amiga capaz de neutralizá-las.

Sabe aquele sujeito que justifica assédio sexual ou até mesmo estupro dizendo “mas quem mandou ela se vestir assim?”. Então, do alto do altar que a Time montou para Lula, ele não se avexou em dizer que ninguém faz guerra sozinho e que a Ucrânia é tão responsável quanto Putin. Mais especificamente, atribuiu a Volodymyr Zelenskyy a culpa pelo conflito.

A invasão russa na Ucrânia, por sinal, tem servido de pretexto para uma série de barbaridades: Hitler era judeu. Putin é um conservador. O Ocidente está infestado de autocracias globalistas querendo dominar o Brasil. Os judeus são nazistas. A lista anterior jorrou da fonte de propaganda e desinformação russa e por mais que há quem tente explicar – como aqui nesta coluna –, não há quem resolva.

Não faz muito tempo, os bolsonaristas se orgulhavam de exibir a bandeira da Ucrânia (que criminalizou o comunismo), a dos Estados Unidos e a de Israel como símbolos de suas convicções, que iam na linha “nossa bandeira jamais será vermelha” e “o Brasil não vai ser uma Venezuela”. As coisas mudaram tanto desde o início da guerra e da enxurrada de propaganda que absorveram que não seria absurdo se nas próximas passeatas aparecessem bandeiras da Rússia e até mesmo do Irã como símbolos da resistência antiglobalista.

Um giro pelas redes sociais dá pistas disso. A animosidade aos Estados Unidos parece ganhar corpo como resultado de uma reação irracional ao fim do governo Trump e ao desastre que são as relações entre Brasil e Estados Unidos na era Biden. Há absurdos como a afirmação de que o regime dos aiatolás é pacífico e que o Brasil mais cedo ou mais tarde precisa estar com eles para se proteger da influência maligna dos Estados Unidos.

Há uma enxurrada de sandices, por exemplo, dizendo que o Brasil é o próximo alvo da invasão dos Estados Unidos e da OTAN. Gente que se leva a sério, tem centenas de milhares de seguidores, reproduzindo para a base bolsonarista e para a base lulista a mesmíssima lorota. A prova seria a visita ao Brasil da subsecretária de Estado Victoria Nuland, para as reuniões de revisão da agenda bilateral Brasil-EUA, ocorrida no mês passado. Para os russos, Nuland é uma espécie de Thanos. Por onde ela passa, não resta governo de pé. A razão da campanha de difamação se deve ao fato de que ela era a subsecretária para a Europa quando, em 2014, os ucranianos colocaram para fora o então presidente Viktor Yanukovich – um boneco de ventríloquo de Vladimir Putin.

Repetindo sem trocar uma vírgula sequer a mensagem ditada pela propaganda russa, esquerda e direita papagaiavam a mesma tese de que Nuland veio ao Brasil ameaçar o presidente Jair Bolsonaro e interferir nas eleições. A maluquice ficou ainda mais robusta com uma matéria da Reuters, que cita fontes em off que teriam garantido que no ano passado, durante sua passagem pelo Brasil, o diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, teria mandado um recado para que Bolsonaro não tentasse intervir nas eleições.

O governo brasileiro nega. O americano não fala sobre o assunto. Mas o negócio ganhou corpo e é tão esquisito que parece fazer parte do mesmo processo de corrosão da relação da direita brasileira com o Ocidente e que está empurrando o Brasil para um eixo formado por uma turma barra pesada.

Até os esquilos que saracoteiam pelos jardins da Casa Branca sabem que Biden não vai com a cara de Bolsonaro. O sentimento é recíproco. Também não é demais pensar que os democratas têm preferência por Lula, mesmo sabendo que ele não é a melhor opção para relações saudáveis entre os dois países e a região.

Mas acho que vale um adendo. Em vários aspectos nos Estados Unidos, e principalmente na política externa americana, não é possível falar que há “um governo Biden”. As rodas estão sendo giradas por grupos de interesse. E não necessariamente na mesma direção. O que se vê é um governo de agendas. Quem tem poder move suas peças conforme os interesses de cada um dos escaninhos da administração. No meio da bagunça, não falta quem aproveite para tirar vantagem.


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PARTIDO PROS LANÇA NOVO CANDIDATO À PRESIDENTE DA REPÚBLICA

 

Pré-candidato do Pros

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

O coach Pablo Marçal é conhecido por vender cursos motivacionais pela internet.| Foto: Reprodução/Twitter

O coach Pablo Marçal (Pros), palestrante e vendedor de cursos motivacionais na internet, assegurou a seu partido que sua pré-candidatura à Presidência da República é séria e que ele está disposto a se manter na corrida presidencial. Com foco nos jovens e cristãos, Marçal está convencido de que pode arrebatar esse nicho do eleitorado e se viabilizar como a principal opção da chamada terceira via. E conta com apoios dentro para viabilizar sua candidatura dentro do Pros – partido que indicava apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal ganhou notoriedade além da internet em janeiro, depois de se perder com outras 30 pessoas no Pico do Marins (SP), na Serra da Mantiqueira. A atividade na montanha fazia parte de um de seus cursos de motivação; e o grupo que ele conduzia teve de ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros devido às más condições do tempo no local.

A força nas mídias sociais é a principal aposta de Marçal e do Pros na tentativa de viabilizar sua candidatura à Presidência. Com discursos religiosos e frases de motivação, o coach cresceu como influenciador digital transmitindo ideias de crescimento “pessoal” e econômico. Impulsionado pelo público majoritariamente jovem das redes sociais, ele construiu um discurso que tem influenciado o público mais jovem e cristão. Não à toa, ele vende cursos que podem chegar até a R$ 3 mil e tem esse público como principal consumidor do conteúdo que produz.

Em uma eleição tão polarizada, a estratégia de Marçal é atrair votos do que perfil que alguns no Pros classificam como o “novo cristão”, o jovem que tem interesse em crescimento econômico e pessoal. “O Pablo vai arrebatar esse nicho e a campanha dele é meio que já voltada para o jovem cristão”, destaca um interlocutor da executiva nacional do partido que apoia a candidatura do “coach da montanha”.

O Pros planeja trabalhar a imagem do influenciador digital Pablo Marçal como um legítimo outsider – ou seja, alguém que não é da política. Internamente no partido, ele é apontado como um “jovem empreendedor” que quer ingressar na política com as propostas de crescimento e prosperidade para toda a população no cenário pós-pandemia, especialmente os jovens.

“Ele surgiu no período da pandemia quando todo mundo estava na casa e sem esperança do que podia fazer para um crescimento pessoal. E ele passou a palavra da construção pessoal, de você pegar o seu destino e construir ele”, diz um interlocutor do presidente nacional do Pros, Marcus Holanda.


A estratégia para se viabilizar no curtíssimo prazo é apostar em um discurso com propostas para o brasileiro que enfrentou o período da pandemia e busca crescimento econômico em um mercado com novas propostas e modelos de trabalho, como o home office. A ideia, portanto, é propor estímulos ao que seria a “revolução” do trabalho no Brasil.

“A campanha dele é meio que já voltada para o jovem. As redes sociais, hoje, são uma busca constante das pessoas que buscam o conteúdo de diversão e das pessoas que buscam pelo conteúdo da política e crescimento pessoal, que é o conteúdo dele, voltado ao cristão. Na busca por esse conteúdo, as pessoas criaram muitos personagens fortes desse tipo, como a pessoa que é o Pablo Marçal hoje”, diz um interlocutor do Pros.

O objetivo de Marçal e do Pros é de que, com esse discurso, eles consigam ter muita sensibilidade para buscar o eleitor indeciso, que é analisado na legenda como um voto conservador e de família cristã desacreditado com a política atual, mas que preza pelo crescimento pessoal e busca por uma renovação política.

Pré-candidatura de Pablo Marçal não é vista como “balão de ensaio” no Pros
O Pros está disposto a encampar a pré-candidatura de Pablo Marçal pelo menos até o período das convenções partidárias, que começa em 20 de julho e vai até 5 de agosto. Enquanto isso, o partido sustenta que ele terá o respaldo para se viabilizar e representar a legenda na corrida presidencial.

Por esse motivo, representantes da legenda rechaçam que a pré-candidatura seja um “balão de ensaio” político para apenas elevar o capital político do Pros numa negociação de apoio a outro candidato na eleição presidencial. “Não entendo que seja [um balão de ensaio]. Não é como se ele tivesse lançado [a pré-candidatura] sem nenhuma ação envolvida. Ele lançou, marcou uma ação em São Paulo, encheu o Estádio Barueri e está marcando outros eventos”, diz o presidente do diretório paranaense do Pros, Alisson Wandscheer.

O representante do Pros fala em referência ao evento de lançamento da pré-candidatura de Marçal, em que ele reuniu cerca de 15 mil pessoas em um estádio de futebol em Barueri (SP) cobrando um ingresso de aproximadamente R$ 50. “Político levar 15 mil, 20 mil pessoas a um evento pagando ingresso não é algo que me parece um balão de ensaio. Ele não precisaria se predispor a isso. É um cara financeiramente bem resolvido. É milionário, pelo que falam. Tem seu avião e helicóptero particular”, diz Wandscheer.

Outro fator que agrada lideranças do Pros é o fato de que a pré-candidatura de Marçal não vai consumir os recursos do fundo eleitoral do partido. O influenciador digital arrecadou R$ 1 milhão para a sua pré-candidatura e, no partido, é dito que ele está disposto a financiar sua candidatura eleitoral com recursos próprios. Ou seja, as verbas públicas destinadas à legenda poderiam custear outras candidaturas, algo que agrada a cúpula da legenda.

O presidente do diretório paranaense do Pros analisa, porém, que Marçal tem um tempo inferior a três meses para viabilizar sua pré-campanha. A avaliação dele é de que o coach precisa atingir um piso mínimo de intenções de voto em pesquisas eleitorais para pleitear a formalização de sua candidatura.

A depender dos resultados, a pré-campanha pode ir até o fim ou se transformar em capital político para que o partido possa negociar uma eventual composição com outra candidatura à Presidência. “Tudo vai depender do que vai acontecer. Para ter essa relevância em uma disputa presidencial, precisa pontuar em pesquisas”, diz Wandscheer. “Hoje, eu não vejo por que não deixá-lo se viabilizar. O nome dele nem saiu em pesquisa nenhuma”, complementa.

Para Wandscheer, é preciso saber se ele sobe acima de 1%, ao menos. “Se ele sai e dá um capital [político] de 5% [das intenções], você já mudou o escopo de como se olha o partido. Agora, eu tenho essa consciência de que, se você pontuar 0% ou 1%, a relevância é uma. Se pontuar mais, é outra”, destaca.

Pré-candidatura paralisa negociações de aliança com Bolsonaro
Um dos motivos pelo qual o Pros pretende dar tempo para Pablo Marçal se viabilizar é o interesse de uma ala da legenda que deseja apoiar oficialmente a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) á reeleição. Antes de o coach ser lançado pré-candidato pelo Pros, a legenda negociava uma coligação formal na chapa de reeleição do presidente.

Interlocutores do governo apontavam como certa a entrada do Pros na coligação, mas lideranças do partido dizem que a construção desse acordo fica suspensa em função da pré-candidatura de Marçal – que agrada uma corrente no partido favorável a uma candidatura de terceira via.

Mas a candidatura presidencial do coach, mesmo que se viabilize, pode esbarrar em uma divisão interna do Pros. A deputada federal paranaense e vice-líder do governo no Congresso, Aline Sleutjes, que abandonou o União Brasil e migrou para o Pros na janela partidária, diz ter o compromisso da direção nacional para apoiar a reeleição de Bolsonaro.

“O acordo [de liberação do diretório estadual] continua valendo em função do que foi tratado na época em função dos deputados federais, principalmente da deputada Aline, que tem um alinhamento muito forte com o presidente Bolsonaro. Ela se filiou dentro do compromisso mais coerente para ela e não existe como descumprir esse combinado”, confirma o presidente do diretório, Alisson Wandscheer.

“É capaz de termos gente que, daqui a pouco, não vai com o Bolsonaro, que vai acabar indo com o candidato do partido. Mas não temos como descumprir esse compromisso. A executiva nacional deixou claro que aquilo que foi acordado não mudou. A deputada Aline e outros estarão livres para manter suas pré-candidaturas e fazer o que foi acordado no momento de suas filiações”, complementa Wandscheer.

Aline Sleutjes diz ainda entender que é natural que os partidos tenham pessoas interessadas em lançar sua candidatura a presidente. Mas ela afirma que vai trabalhar pelo apoio a Bolsonaro. “Eu trabalharei para unificar o partido na base do presidente. Se isso não for possível, levarei o máximo de diretórios estaduais comigo [no apoio a Bolsonaro]”, diz a deputada.

Ela também diz acreditar que o lançamento da pré-candidatura de Pablo Marçal é mais uma vontade pessoal dele do que um desejo do Pros.


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LULA É ARROGANTE POR NATUREZA

Cada vez mais, Lula fala com a arrogância de quem vive uma paixão incontrolável por si mesmo

J.R. Guzzo – Jornal Estadão

O ex-presidente Lula armou em torno de sua imagem internacional o que pode estar sendo o maior embuste da história política deste País. Aqui dentro, onde a população tem a oportunidade de saber melhor quem ele é, principalmente porque experimentou na própria pele as consequências de suas passagens pelo governo, sua vida não é tão fácil – entre outras coisas, no momento, precisa ganhar uma eleição para presidente da República. Lá fora, porém, vive em estado de graça. Graças à lavagem cerebral operada pela mídia do Primeiro Mundo, as elites “globalistas” e a militância mundial de esquerda, Lula se transformou numa pessoa que não existe. Virou um mártir das “causas progressistas”, um resumo de tudo o que há de mais sublime no ser humano – e, segundo a imprensa, “está de volta do exílio”, para reassumir o governo e livrar os 200 milhões de brasileiros do “pesadelo” que estariam vivendo hoje.

O ex-presidente Lula armou em torno de sua imagem internacional o que pode estar sendo o maior embuste da história política deste País.

O ex-presidente Lula armou em torno de sua imagem internacional o que pode estar sendo o maior embuste da história política deste País.  Foto: Carla Carniel/Reuters

Lula nunca esteve no exílio. Esteve na cadeia, pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, condenado em terceira e última instância por nove juízes diferentes. É mentira, também, que tenha sido absolvido e que a “Justiça brasileira” tenha reconhecido “erros judiciais” ao condená-lo. Lula não foi inocentado de nada. O que houve foi uma decisão demente do STF, que anulou as quatro ações penais existentes contra ele com uma justificativa reconhecidamente fútil, sem dizer uma sílaba sobre culpa ou inocência. Pior ainda é a ficção de que foi “absolvido pela ONU” – uma vigarice que Lula está usando como prova mundial de sua inocência. Um desses comitês controlados pela esquerda e que aprova qualquer coisa declarou, há pouco, que Lula foi “injustiçado” – mas e daí? O comitê central do PT, a CUT e a associação dos bispos também disseram. Fazem de conta, aí, que “a ONU” pode, de fato, absolver alguém; não pode, assim como não poderiam a Fifa ou o júri do Miss Universo, porque não é um tribunal de Justiça. A “absolvição da ONU”, porém, está aí; é um dos argumentos-chave do seu marketing internacional.

O curioso, nisso tudo, é que Lula parece acreditar, realmente, que é a entidade sobrenatural criada na mídia estrangeira; fala cada vez mais, aqui no Brasil, com a arrogância de quem vive uma paixão incontrolável por si mesmo. Já disse que, por causa da inocência que lhe foi conferida “pela ONU”, o Brasil teria de anular as eleições de 2018 e que ele, Lula, deveria ser nomeado presidente da República. Recusa-se a revelar seu programa para a economia; diz que o eleitor tem de votar nele sem saber disso. Garante que resolveria a guerra da Ucrânia com “uma cerveja”. Não dá sinais de que vá parar.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...