sábado, 16 de abril de 2022

DEPUTADA E MINISTRO FALAM MAL DO GOVERNO EM HARVARD

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

“Nós somos muito poderosos. Nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem”, afirmou Luís Roberto Barroso durante evento na Universidade Harvard.| Foto: Carlos Alves Moura/SCO/STF

Que uma deputada de oposição ao governo expresse publicamente sua preocupação com a possibilidade de o atual governante conseguir a reeleição e questione como ele pode ser derrotado faz parte do jogo político. Que um membro do Poder Judiciário – pior ainda: alguém que faz parte do órgão responsável por supervisionar as eleições – se refira a esse governante (ainda que de maneira oblíqua) como “inimigo”, no entanto, é inaceitável. Mas foi justamente isso o que ocorreu durante a Brazil Conference, evento realizado na Universidade Harvard, dias atrás, e que convidou praticamente todas as forças que almejam o Planalto, com exceção do próprio governo.

A deputada Tábata Amaral (PSB-SP), em debate que fazia parte da programação do evento, afirmou, em comentário dirigido ao diretor regional da Fundação Ford, Átila Roque, que “não é óbvio que a gente já derrotou Bolsonaro” e deu como certo um aumento da violência politicamente motivada tanto em caso de vitória quanto de derrota do presidente em outubro. Depois da resposta de Roque, que compartilhou do exercício de futurologia da deputada, o ministro do STF e do TSE Luís Roberto Barroso disse que “é preciso não supervalorizar os inimigos. Nós somos muito poderosos. Nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem”. Ainda que não tenha havido menção específica a Jair Bolsonaro ou a bolsonaristas na resposta, ela é indissociável do contexto da pergunta.

Barroso compromete ainda mais a credibilidade das cortes superiores e de seus integrantes, que passam a ser vistos como agentes políticos, com lado definido, e não como detentores da postura imparcial esperada da Justiça e de todos os juízes

O próprio conteúdo da intervenção de Barroso já é questionável. Verdade seja dita, ele acerta quando diz que o STF é “muito poderoso”. A corte, em muitos aspectos, especialmente os relacionados à pandemia, se estabeleceu como uma espécie de “governo paralelo”. E todos os acontecimentos recentes envolvendo desde a destruição da Operação Lava Jato até inquéritos como os das fake news e os dos “atos antidemocráticos” deixam claro que os tribunais superiores se veem acima da Constituição, das leis, da própria jurisprudência, dos bons princípios jurídicos e até da realidade dos fatos. E justamente por isso é impossível que Barroso possa descrever a si mesmo e as cortes que integra como a incorporação da democracia. Supremo, STJ e TSE têm contribuído para o apagão da liberdade de expressão no Brasil e para a relativização de várias liberdades democráticas. Dias Toffoli já disse que o Supremo era o “editor de uma nação inteira” e exercia um “poder moderador”. Foi o próprio Barroso quem primeiro ofereceu justificativas para censurar o aplicativo Telegram no Brasil – ironicamente, em sua resposta o ministro afirmou que, em sua juventude, as grandes preocupações de sua geração incluíam “como acabar com a censura”.

Mas ainda mais grave é que um magistrado que até fevereiro deste ano presidiu a instância máxima da Justiça Eleitoral, e ainda faça parte dela, se refira a um grupo específico como “inimigos” e, ao descrever a si mesmo como os “poderes do bem”, deixe implícito que os outros seriam os “poderes do mal”. Barroso não afirmou que o real adversário eram as trapaças eleitorais (das quais as fake news são uma parte) vindas de todos os lados do espectro político, e que o trabalho do TSE era coibi-las independentemente de onde viessem; em vez disso, ele personalizou a questão, endossando o discurso da deputada que atribui todos os males a apenas um grupo.


Com isso, Barroso compromete ainda mais a credibilidade das cortes superiores e de seus integrantes, que passam a ser vistos como agentes políticos, com lado definido, e não como detentores da postura imparcial esperada da Justiça e de todos os juízes. Nega-se, assim, a boa prática jurídica segundo a qual o juiz se pronuncia apenas nos autos dos processos que julga, e atendo-se a seu conteúdo. Esta loquacidade, no entanto, não é nova; já vem de alguns anos o fenômeno que fez dos ministros do Supremo estrelas midiáticas que opinam sobre absolutamente tudo, seja por iniciativa própria, seja respondendo a questionamentos da imprensa ou como os da deputada Tábata Amaral. E, cumprindo o ditado popular, de tanto falarem seria óbvio que, mais cedo ou mais tarde, os ministros acabariam comprometendo sua independência e idoneidade, para usar dois termos presentes na Lei Orgânica da Magistratura.

Compare-se, por exemplo, a atividade opinativa frequente dos ministros do Supremo com a discrição de membros de outras cortes supremas mundo afora, como a norte-americana. E isso nada tem a ver com excesso ou falta de transparência: um tribunal não é menos transparente quando seus membros não se pronunciam sobre questões que não lhes dizem respeito, ou sobre temas e pessoas que podem vir a julgar. Essa reserva, pelo contrário, apenas reforça a autoridade moral da corte, que fica erodida quando seus integrantes enveredam pela atuação político/partidária, tanto por palavras quanto por ações.


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MILIONÁRIOS DEFENDEM A LIBERDADE E OUTROS NÃO

 

Elon Musk e outros
Por
Leonardo Desideri –

Elon Musk, fundador da Tesla, que comprar o Twitter.| Foto: Steve Jurvetson/Wikimedia Commons

Elon Musk, fundador da Tesla e homem mais rico do planeta, anunciou nesta quinta (14) que ofereceu US$ 43 bilhões (cerca de R$ 201 bilhões) para comprar o Twitter. Ele defende a necessidade de uma liberdade de expressão mais ampla na internet, o que seria um dos motivos pelos quais pretende ser o dono da rede. Nas últimas semanas, o bilionário tem feito diversos comentários no próprio Twitter sobre o tema.

Há três semanas, por exemplo, Musk afirmou: “Considerando que o Twitter funciona hoje como a praça pública de facto, não aderir aos princípios da liberdade de expressão prejudica fundamentalmente a democracia”. Em um tuíte do começo de março, o bilionário disse que uma de suas empresas, a Starlink, estava sendo pressionada a bloquear fontes de notícias russas por conta da guerra com a Ucrânia. “Não o faremos, a não ser que nos apontem uma arma. Desculpe por ser um absolutista da liberdade de expressão”, afirmou Musk sobre o caso.

Essa não é a primeira vez em tempos recentes que um bilionário se mostra preocupado com o tema da liberdade de expressão no mundo atual. Em fevereiro, Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, lançou a Truth Social, uma rede social que surgiu com a proposta de quebrar o monopólio das grandes plataformas, resistir à cultura do cancelamento e promover a liberdade de expressão sem discriminação de ideologias políticas, para “enfrentar a tirania” das Big Techs, segundo o próprio Trump.

Em 2016, quando resolveu comprar o tradicional jornal The Washington Post, o bilionário Jeff Bezos manifestou posição radical em relação à liberdade de expressão. “A coisa mais importante a se recordar é que o discurso bonito não precisa de proteção – é o discurso feio que precisa de proteção”, afirmou na época, segundo a revista Fortune. “Alguém vai escrever algo muito feio, e certas pessoas vão dizer que esse discurso feio precisa ser punido. Mas se você parar para pensar sobre essa grande sociedade que nós temos, parte importante dela é o fato de termos essas normas culturais que permitem que as pessoas digam coisas realmente feias. Não temos que gostar dessas pessoas. Não precisamos convidar essas pessoas para jantar. Mas precisamos deixá-las falar”.

Enquanto o espaço para a pluralidade de opiniões se torna uma preocupação cada vez maior de alguns bilionários, outros têm tentado usar o dinheiro para promover suas próprias visões de mundo. A Open Society Foundation, do bilionário George Soros – que financia, por exemplo, iniciativas favoráveis à liberação do aborto e das drogas –, apoia alguns projetos jornalísticos alinhados com suas ideias, com o pretexto da necessidade de defender o “jornalismo independente”. No Brasil, o site feminista radical AzMina, por exemplo, é financiado pela fundação de Soros. No mundo todo, em 2020, a Open Society doou US$ 23,6 milhões para projetos jornalísticos.


Como as ideias de Musk poderiam afetar a liberdade de expressão sobre as eleições no Brasil

Alguns usuários do Twitter, especialmente os contrários à direita política, lamentaram o anúncio de Musk sobre o Twitter. Um comediante americano afirmou, em um tuíte com milhares de curtidas: “Elon Musk está tentando comprar o Twitter por US$ 42 bilhões para transformá-lo em uma caixa de ódio favorável ao MAGA (sigla para “Make America Great Again” – “vamos tornar a América grande de novo” –, slogan da campanha de Trump em 2016). Para contrariar isso, hoje estou anunciando minha intenção de comprar o Truth Social por US$ 217”.

Se realmente se tornar dono do Twitter, uma preocupação importante de Musk deverá ser com as políticas de moderação da rede. No Brasil, assim como nos EUA, alguns usuários de esquerda se mostraram preocupados com a chance de ascensão no Twitter do que eles denominam “discurso de ódio” e da disseminação de notícias falsas por meio de robôs.

Ainda não se sabe como Musk pretende conduzir esses assuntos. Mas uma das preocupações manifestadas pelo bilionário nos últimos dias é justamente em relação ao uso de robôs. Ele já afirmou, por exemplo, que os robôs relacionados ao mercado de criptomoedas são “a coisa mais irritante do Twitter” e que eles devem corresponder a 40% do total de usuários da rede.

Em relação às políticas de moderação do Twitter, Musk não afirmou se pretende mudar as regras atuais. Hoje, a rede tem uma “política de integridade cívica”, que estabelece que o usuário da plataforma não pode usar o serviço para manipular ou interferir em eleições. A subjetividade de algumas dessas regras é um dos principais alvos de crítica de parte dos usuários, especialmente daqueles alinhados à direita, já que grande parte das remoções de conteúdo parece enviesada contra esse lado político.

Em sua central de ajuda, a rede social dá alguns exemplos sobre o que considera informações enganosas: dizer que o eleitor pode votar por mensagem de texto, quando não pode; informar erroneamente sobre data ou horário de votação; induzir ao erro sobre problemas com equipamentos ou outros contratempos nos locais de votação; e ameaças aos locais de votação. Alegações polêmicas que possam colocar em dúvida a credibilidade das eleições em si também são consideradas violações da política de integridade cívica do Twitter. Nessa lista estão, por exemplo, informações não verificadas sobre fraude eleitoral, adulteração de votos, contagem de votos ou certificação dos resultados da eleição.

Não só no Brasil, mas em diversos países, Musk terá de lidar com a tendência à regulação das redes sociais – o que, a depender do caso, poderá ser positivo ou negativo para sua ideia de expandir a liberdade de expressão na internet. No Brasil, o PL das Fake News, se aprovado, poderá mudar a forma como as redes sociais se responsabilizam sobre os conteúdos publicados. Segundo o atual projeto, os provedores de redes sociais deverão ser os responsáveis, por exemplo, por vedar o funcionamento dos robôs não identificados e de alguns conteúdos impulsionados artificialmente. Essas e outras novas regras poderão ter impacto sobre o nível de liberdade de expressão que o Twitter poderá proporcionar, independentemente de quais sejam as suas novas políticas de moderação de conteúdo.

Além da preocupação com a liberdade de expressão, Musk também tem se interessado por outros detalhes do Twitter. Há alguns dias, por exemplo, ele fez uma enquete com os usuários da rede para saber se eles queriam ter o poder de editar as postagens que fazem. “Vocês querem um botão de edição?”, questionou. A maioria – 73,6% – dos usuários respondeu que sim.

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RUSSIA LAMENTA PERDA DE SEU MAIOR NAVIO DE GUERRA

 

Por
Filipe Figueiredo – Gazeta do Povo

O cruzador Moscou, da frota russa do Mar Negro, pode ser visto no porto de Sebastopol (Crimeia) durante desfile que marcou o 69º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, 09 de maio de 2014.| Foto: EPA/Sergei Ilnitsky

O cruzador russo Moskva (“Moscou”) jaz no fundo do Mar Negro. Isso foi confirmado pelo Ministério da Defesa da Rússia no último dia 14 de abril. Existe uma disputa de narrativas entre russos e ucranianos sobre como se deu o afundamento, e algumas circunstâncias e detalhes do evento ainda são incertos. O que pode ser dito com certeza é que a perda do navio é, independentemente da versão, um duro golpe no prestígio militar da Rússia.

O Moskva não era um “barquinho” qualquer. Com quase 13 mil toneladas de deslocamento, era um dos maiores navios de guerra do mundo, excluídos os porta-aviões – especialmente os porta-aviões nucleares dos EUA, que seriam a “presa” do navio quando foi projetado no fim da década de 1970. Para isso, contava com imensos tubos lançadores de mísseis de cruzeiro antinavio, característica de sua silhueta.

O projeto original da classe, chamada em russo de Atlant, previa dez navios, em um vasto programa de rearmamento de superfície da marinha soviética, que, até aquele momento, priorizava submarinos, com melhor relação custo-benefício. Problemas econômicos e a dissolução soviética reduziram o projeto para quatro navios. Três foram concluídos e o quarto casco está até hoje incompleto, no porto de Mykolaiv, na Ucrânia, proprietária do navio inconcluso.

O Moskva não era um “barquinho” qualquer. Com quase 13 mil toneladas de deslocamento, era um dos maiores navios de guerra do mundo, excluídos os porta-aviões

Dos três concluídos, cada um servia em uma frota diferente. O Varyag é a nau-capitânia da Frota do Pacífico, o Ustinov está na frota do Ártico e o Moskva era a nau-capitânia da Frota do Mar Negro. A Rússia perdeu a nau-capitânia de uma frota em uma guerra contra um país que praticamente não possuía meios navais ao início do conflito. A designação de nau-capitânia não é uma perda apenas simbólica, mas também operacional, já que esse navio costuma ser o responsável pela comunicação entre os diferentes meios da frota.

Afundamento ou acidente
Ainda não estão confirmadas as circunstâncias do afundamento no momento em que a coluna é escrita. Imagens podem ser publicadas e mostrarem o que realmente aconteceu. No momento, podemos apenas especular os cenários possíveis. Mesmo sob o risco de ficar “obsoleta”, entretanto, a coluna se justifica, pelo impacto que a perda representa. No dia 13, Maksym Marchenko, governador de Odessa, principal porto ucraniano, afirmou que seu país atingiu o cruzador com dois mísseis antinavio modelo Neptune, produzidos localmente.

Os ucranianos teriam conseguido efetuar os disparos a partir de terra utilizando um drone como “isca” para engajar o navio. Ao ser atingido, o cruzador pegou fogo e enviou sinais de emergência via rádio. As mensagens, inclusive, foram captadas também por radioamadores e, dentre os navios que supostamente convergiram para acudir a tripulação, estaria um navio civil romeno.

Já os russos alegam que um incêndio que começou acidentalmente no navio atingiu o paiol, onde ficam armazenados mísseis e munições. Isso causou uma explosão, forçando o navio a enviar os sinais de emergência. Segundo o Ministério da Defesa russo, toda a tripulação foi evacuada e o navio afundou enquanto era rebocado de volta à Crimeia, devido às condições de navegação e meteorológicas.


Como possíveis evidências da versão ucraniana dos eventos estão o fato de que, no dia anterior, as autoridades russas postaram nas redes sociais um vídeo de uma fragata engajando um drone no Mar Negro. Possivelmente para verificar o tempo de resposta e os procedimentos navais russos, como ensaio do uso de drones como “isca” para o alvo mais cobiçado, o Moskva. Também existe o fato de que imagens de satélite mostram os navios russos se afastando da costa após o afundamento do Moskva.

Por outro lado, não é totalmente impossível um acidente desse tipo. Bastante improvável, sim, mas não impossível. E, de fato, as condições meteorológicas no Mar Negro estavam longe de serem ótimas, com ventos fortes, águas agitadas e céu nublado. Nos EUA, a última vez que um navio capital foi perdido para um evento do tipo foi em 2020, com o USS Bonhomme Richard. Posteriormente foi alegado que o incêndio foi intencional, embora os eventuais motivos não tenham sido publicados.

Especulações
É possível que a versão russa para os eventos seja apenas a criação de uma narrativa para amenizar a perda e evitar o reconhecimento de uma vitória militar ucraniana, realizada de maneira bem engenhosa. Existe também a possibilidade de que o incêndio acidental tenha sido detectado pelos ucranianos, que teriam então reivindicado um suposto ataque apenas para fins de propaganda. Novamente, apenas novas e melhores imagens podem comprovar o que, e como, aconteceu.

Não é totalmente impossível que o Moskva tenha afundado graças a um acidente. Bastante improvável, sim, mas não impossível

Podemos fazer outra especulação. A Ucrânia alega ter utilizado dois mísseis de produção local, uma versão modernizada ucraniana de um míssil antinavio soviético da década de 1980. Isso é perfeitamente plausível. Por outro lado, no início da semana, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, visitou Kiev, anunciando mais um pacote de auxílio militar. Muito se comentou da possibilidade de os britânicos fornecerem mísseis antinavio aos ucranianos, justamente para a defesa de Odessa.

Os ucranianos podem, então, ter utilizado algum equipamento fornecido pelos britânicos, e alegado o uso de armas produzidas localmente para evitar uma escalada na retórica da guerra. A Rússia poderia responsabilizar Londres pelo afundamento. Também não se pode, nem se deve, descartar a cooperação de inteligência entre os aliados ocidentais e os ucranianos, fornecendo informações sobre as posições dos navios, por exemplo.

Em suma, o prestígio militar russo está entre a incompetência de ter a nau-capitânia do Mar Negro afundada por mísseis lançados de terra, por um país sem marinha viável, usando um drone como isca, ou a negligência de uma explosão acidental no paiol ter levado ao afundamento durante uma tentativa de operação de reboque. Outro impacto da perda é o fato de que não se trata de algo facilmente varrido para debaixo do tapete.


Não é como um helicóptero ou um carro de combate, que são contados nas casas de dezenas e centenas. Não será fácil esconder do público interno a perda de um navio desse tamanho e importância. O navio tinha uma tripulação prevista de 510 militares e não se sabe o paradeiro total dos tripulantes, quantos morreram ou foram resgatados. Não é um número pequeno de pessoas.

História naval e propaganda
Durante a Guerra das Malvinas, por exemplo, o cruzador argentino General Belgrano foi afundado e 323 militares morreram, quase metade das perdas argentinas em toda a guerra. Caso confirmado que o afundamento foi devido uma ação militar ucraniana, seria o maior navio afundado em combate desde a Segunda Guerra Mundial. O navio também não se trata de “sucata”. Apesar de ser um projeto dos anos 1970, os navios da classe passaram por duas rodadas de intensa modernização nos anos 2000.

Alguns analistas militares russos afirmam que o navio já era antigo e que sua perda, do ponto de vista militar, não seria tão grave. O livro branco do projeto de modernização da marinha russa, entretanto, previa que os navios da classe ficariam em serviço ao menos até 2030, depois de modernizados. Para agravar a situação russa, o navio não pode ser substituído no atual teatro de guerra, já que a Turquia fechou os estreitos para navios beligerantes que não sejam baseados no Mar Negro.

O prestígio militar russo está entre a incompetência de ter a nau-capitânia do Mar Negro afundada por mísseis lançados de terra, por um país sem marinha viável, ou a negligência de uma explosão acidental no paiol ter levado ao afundamento

E claro que, dentre todos os golpes mencionados no prestígio e na moral russa, não se pode esquecer da vitória da propaganda ucraniana. No início da guerra repercutiu bastante o episódio envolvendo a Ilha da Serpente, no Mar Negro, quando uma guarnição ucraniana respondeu no rádio dizendo “navio de guerra russo, vá se f****”. O episódio se tornou um slogan, com a frase em cartazes em manifestações pela Europa, e retratado em um novo selo postal ucraniano. Pois bem, o navio russo daquele episódio era justamente o Moskva.

É curioso como a história recente russa é marcada por episódios envolvendo navios capitais. O cruzador Aurora, ancorado em São Petersburgo, efetuou os disparos que iniciaram a Revolução de Outubro de 1917. Anos antes, em 1905, o motim no encouraçado Potemkin foi um dos eventos mais marcantes da revolução daquele ano, que impôs uma Constituição que limitava o poder do czar. Revolução essa deflagrada com a humilhante derrota perante o Japão, vitorioso na guerra de 1905 após a batalha naval de Tsushima.

Claro, não é uma comparação direta do afundamento do Moskva com uma das mais decisivas batalhas navais da história recente, até por não sabermos exatamente em quais circunstâncias se deu essa perda, especialmente sobre a eventual perda em vidas. O que podemos afirmar é que é uma perda notável, tanto militar, quanto simbólica e de propaganda, em uma guerra que se torna cada vez mais custosa e arrastada para a Rússia.

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PT NÃO TEM FRENTE AMPLA NENHUMA

 

  1. Opinião 

O mundo político não caiu no engodo petista da tal frente ampla pela democracia. Não é ampla nem democrática. É apenas Lula sendo Lula, com sua pretensão de hegemonia

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

Segundo o conto lulopetista, Lula da Silva estaria liderando uma formidável “frente ampla” da sociedade brasileira a favor da democracia e contra o autoritarismo de Jair Bolsonaro. A realidade, no entanto, é bem diferente. Chega a ser embaraçosa. Apesar de seu pré-candidato à Presidência da República aparecer na frente nas pesquisas de intenção de voto, o PT tem fracassado, até aqui, na empreitada de convencer outras legendas a aderir ao seu projeto eleitoral. Até o momento, o partido de Lula obteve apenas os apoios de sempre: PCdoB, PV e PSB.

O panorama não muda muito quando se olham não os partidos, mas os políticos. Até agora, Lula conseguiu atrair Geraldo Alckmin. Longe de representar uma tendência, o apoio do ex-governador de São Paulo tem o tom de “exceção que confirma a regra”. A adesão do ex-tucano é um bom termômetro do entusiasmo com que foi recebida a tal frente ampla do PT a favor da democracia. Quais lideranças e setores que embarcaram no engodo petista? Por ora, apenas Alckmin. 

À primeira vista, o fenômeno pode suscitar perplexidade: o líder nas pesquisas de intenção de voto não consegue obter apoio de outros partidos. E, a agravar o caráter paradoxal da situação, essa resistência das legendas ocorre num cenário político-partidário marcado pelo oportunismo, sem especiais pudores de caráter ideológico ou programático. A princípio, era de esperar, portanto, que muitos partidos tivessem total interesse em aliar-se ao PT.

A perplexidade desfaz-se, no entanto, quando se recorda quem é o PT. Sua pretensão de hegemonia sobre a política e a vida nacional é constitutiva da identidade da legenda, estando presente ao longo de toda sua história. Vale lembrar que o PT foi o partido que, no primeiro mandato de Lula, preferiu comprar deputados por meio do mensalão a ter de compartilhar o poder com outras legendas.

A composição dos Ministérios durante os governos de Lula e de Dilma, com predominância absoluta de nomes petistas, é outro reflexo desse modo de entender a política, que, a rigor, é a rejeição da própria política. Não negocia, impõe.

Com o PT, não há partidos aliados. Em sua concepção hegemônica da vida política, não existe relação de igualdade possível com outras legendas. Para estar junto do PT, há sempre uma condição inflexível: ser submisso aos interesses de Lula. Engana-se, portanto, quem pensa que o lulopetismo despreza apenas os adversários políticos, com sua lógica do “nós contra eles”. O PT desconsidera, sobretudo, os aliados.

De tal forma constitutiva da natureza do PT, a pretensão de hegemonia aparece nas mais diferentes situações. Um exemplo é o discurso de “golpe” a respeito do impeachment de Dilma Rousseff. O PT nunca reconheceu que Michel Temer foi eleito na mesma chapa da candidata petista. Sempre o tratou como um presidente sem votos. Além de negacionismo histórico, a atitude petista explicita o modo como o PT encara as outras legendas – como meras marionetes para seus interesses.

Sendo assim, compreende-se o baixo entusiasmo dos partidos em aderir à campanha de Lula. No início do ano, noticiou-se a resistência de políticos com um pouco mais de experiência, que já experimentaram o modus operandi lulopetista, a apoiar o projeto do PT. Agora, fica explícito que não são apenas alguns nomes que têm dificuldade com o partido de Lula. É a grande maioria do cenário político.

Tudo isso escancara a farsa de uma frente pluripartidária promovida pelo PT. A legenda não sabe sequer fazer alianças, em relação de igualdade, com outras forças políticas. Fica também em evidência, uma vez mais, que, ao falar em democracia, o PT não se refere ao regime constitucional de liberdade e igualdade, de participação e negociação, de respeito e diálogo. Para o PT, democracia é Lula no poder. Afinal, é apenas isso o que sua frente pretensamente ampla, com o neossocialista Alckmin e agregados, “em favor da democracia” busca: o retorno do PT ao senhorio da administração federal, restando a seus aliados o papel de figurantes no projeto lulopetista de poder.

PLANO A DE PUTIN FRACASSOU E QUE O PLANO B NÃO TENHA SUCESSO

 

Leia artigo de Fareed Zakaria – Jornal Estadão

Os EUA e seus aliados da Otan precisam evitar que o plano B do presidente da Rússia tenha sucesso

THE WASHINGTON POST- A valente e brilhante resposta da Ucrânia ao ataque da Rússia está sendo merecidamente aclamada em todo o mundo. Mas ela talvez esteja ofuscando um perigo crescente. Embora a ofensiva contra Kiev e nas imediações da região tenha falhado, a estratégia de Moscou no sul e no leste da Ucrânia pode ter sucesso.

Se isso acontecer, a Rússia terá transformado a Ucrânia em um país economicamente inviável, sem saída para o mar e ameaçado em três lados pelo poder militar russo, sempre vulnerável a outra invasão de Moscou. Será preciso muito mais apoio militar do Ocidente para garantir que esse resultado catastrófico não aconteça.

Can Kasapoglu, pesquisador de estudos de guerra e analista de estratégias de defesa, chamou a atenção, de modo antecipado, nas primeiras semanas da guerra, em um artigo para o Instituto Hudson. Há duas guerras diferentes ocorrendo na Ucrânia, uma no norte e outra no sul, sendo a última a “radicalmente mais bem sucedida” para Moscou.

A Rússia conseguiu deslocar tropas e suprimentos de suas bases na Crimeia e conquistar as cidades de Melitopol e Kherson. Mariupol está cercada e invadida pelos russos, e os soldados ucranianos encurralados não podem receber suprimentos.

Pedestre passa por obstáculos antitanques em Odessa

Pedestre passa por obstáculos antitanques em Odessa Foto: ED JONES

O acesso da Ucrânia ao Mar de Azov foi bloqueado e, como Kasapoglu destaca, o Exército russo tem um corredor terrestre próximo da Crimeia até Donbas. E também está tentando se movimentar para o oeste, de Kherson para Odessa.

Odessa é o prêmio. Como o principal porto a partir do qual a Ucrânia comercializa com o mundo, trata-se da cidade mais importante economicamente para a Ucrânia. É também uma cidade repleta de significado simbólico. Foi ali, em 1905, que um motim no encouraçado Potemkin (que ficou famoso pelo filme de Sergei Eisenstein) marcou o início dos problemas da Rússia czarista. ]

Se Odessa sucumbisse, a Ucrânia ficaria praticamente sem saída para o mar e o Mar Negro se tornaria basicamente um lago russo – o que quase com certeza faria Moscou tentar a estender seu poder militar à Moldávia, que tem sua própria região separatista repleta de muitos falantes de russo (a Transnístria).

O presidente russo, Vladimir Putin, poderia apresentar esse resultado como uma grande vitória, libertando os que falam russo, conquistando cidades e portos cruciais e transformando a Ucrânia em um Estado vassalo inviável.

Resistência.

Isso não pode acontecer, e os ucranianos estão lutando de forma feroz para impedir que isso ocorra. No leste da Ucrânia, os russos estão tentando avançar a partir de Kherson, através da cidade de Mikolaiv, mas estão sendo frustrados pela coragem extraordinária dos habitantes da cidade, que, segundo relatos, explodiram a ponte que liga a cidade a Odessa, bloqueando os trilhos da ferrovia.

Sargento ucraniano se protege em uma trincheira entre as cidades de Mykolaiv e Kherson

Sargento ucraniano se protege em uma trincheira entre as cidades de Mykolaiv e Kherson Foto: The Washington Post / The Washington Post

Esta semana, o Exército ucraniano disse ter usado seus mísseis Netuno e afundado o navio de guerra russo Moskva. Mesmo assim, é importante lembrar que, antes da invasão, a Rússia tinha uma vantagem de 10 para 1 nos gastos em defesa em relação à Ucrânia – e Putin parece determinado a avançar, independentemente dos custos.

Socorro.

O que os EUA e o Ocidente podem fazer? Muito mais de tudo o que já estão fazendo. A Ucrânia precisa de mais armas, sobretudo daquelas que lhe dão imenso poder de combate assimétrico.

O general aposentado Mark Hertling, que tem sido perspicaz ao diagnosticar as fraquezas russas e os pontos fortes ucranianos, explicou-me que a Ucrânia precisa de mais equipamentos que lhe permitam manobras rápidas em torno das tropas fixas da Rússia.

Isso significa helicópteros, humvees armados, sistemas de lançamento múltiplo de mísseis e drones de todo tipo. Os drones turcos provaram ser uma arma incrivelmente eficiente neste conflito. Hertling incentiva que mais deles sejam doados à Ucrânia, assim como drones “camicase” americanos e drones apoiados por inteligência artificial.

Soldados pró-Rússia patrulham as ruas da cidade ucraniana de Mariupol

Soldados pró-Rússia patrulham as ruas da cidade ucraniana de Mariupol Foto: REUTERS / REUTERS

A Marinha russa, que tem se concentrado no Mar Negro, continua a representar um grande perigo para Odessa, ameaçando sitiá-la ou realizar um desembarque anfíbio por trás das tropas ucranianas. Apesar do aparente sucesso dos mísseis Netuno, a Ucrânia não tem capacidade para deter a Marinha russa.

A Otan deveria considerar fazer algo semelhante ao que fez durante as guerras dos Bálcãs, na década de 1990. Ela deveria impor um embargo em torno dessas águas, impedindo o ingresso das tropas russas para atacar as cidades da Ucrânia ou reabastecer o Exército da Rússia.

Rússia: mil soldados ucranianos se renderam em Mariupol

Mais de 1.000 soldados ucranianos se renderam às tropas russas na cidade de Mariupol, cercada há várias semanas.

Os navios da Otan operariam a partir de águas internacionais, dando a qualquer navio que se aproximasse um “aviso aos navegantes” de que as forças da Otan estão ativas na área e alertando-os a não avançar.

O almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante supremo aliado da Otan, apoia as ações tomadas pelo governo Biden, mas encoraja uma resposta mais agressiva do Ocidente em todas as frentes. Deem à Ucrânia aviões de combate e sistemas de defesa aérea, ele tuitou, ajudem o país com ataques cibernéticos e deem mísseis antinavio para “afundar embarcações russas no Mar Negro”.

Ameaça.

Os EUA destinaram cerca de US$ 16 bilhões em ajuda à Ucrânia desde a invasão. Enquanto isso, espera-se que o mundo pague US$ 320 bilhões à Rússia este ano por sua energia. As sanções econômicas não obrigarão Putin a dar fim à guerra enquanto essa brecha escancarada existir. A única pressão que forçará a Rússia a negociar é a derrota militar – no sul. O plano A de Putin falhou, mas não podemos deixar seu plano B ter sucesso. TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

CONHEÇA UM DOS JOVENS MAIS INOVADORES DO PLANETA

 

StartSe

Gustavo Caetano é um dos empreendedores mais importantes e influentes da atualidade e sua história é marcada por grandes conquistas, reconhecimentos e, claro, muita inovação

Ele foi considerado, pela imprensa americana, o “Mark Zuckerberg brasileiro”. Fundou uma das empresas mais inovadoras do mundo – a SambaTech – e foi considerado um dos jovens mais inovadores de todo o planeta, além de ter sido convidado para fazer uma palestra, na Nasdaq (o mercado de ações de empresas de tecnologia dos EUA), para os fundadores do Google, Facebook, Dell e outros.

O caminho de Gustavo Caetano

Para Gustavo Caetano, apostar em uma educação alternativa é uma das melhores formas de se diferenciar de outras pessoas. “A minha maior indicação é: busque conhecimento o tempo inteiro, mas não em lugares tradicionais ou que só fala sobre sua indústria ou negócio”, afirma em entrevista à StartSe.

O empreendedor defende a educação em universidades quando “elas são de ponta e podem oferecer algo relevante”. Ele começou sua trajetória profissional ao ingressar na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), no Rio de Janeiro. Na época, como a maioria dos jovens, ele olhou a avaliação do curso desejado em um guia especializado e optou pela instituição.

“Hoje em dia, o problema é que o conhecimento é muito mais rápido do que a academia consegue acompanhar. Possivelmente, a pessoa que se forma em marketing hoje não terá todo o conhecimento de marketing digital que é necessário para atuar em uma empresa ou montar o próprio negócio. É diferente do conhecimento que poderia ter em cursos muito focados”, explica.

Depois de cursar marketing, Caetano criou a Samba Mobile – o embrião do que seria a Sambatech hoje. Na época, a startup fornecia jogos para celulares, quando esse mercado estava começando a ser criado no Brasil. O empreendedor não optou por seguir com uma pós-graduação ou MBA, mas por buscar a formação que faltava para seu negócio.

+ O que é disrupção? Entenda como a inovação auxilia esse processo

“Eu era formado em marketing e estava montando uma empresa de tecnologia, então fui para o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos) para fazer um curso de inovação em produtos de tecnologia”, conta. Em 2007, seu objetivo era aprender sobre nuvem, o que acabou se tornando um produto oferecido pela própria empresa de Caetano hoje. A Sambatech possui hospedagem, distribuição de vídeo-aulas para EAD, além de plataforma para venda de cursos online.

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Formação na Disney

A opção pela educação alternativa continuou em sua trajetória. O empreendedor fez um curso de uma semana na Disney Institute, universidade corporativa da Disney. “Um dos investidores da minha empresa foi presidente da Disney no Brasil por 10 anos e ele falou: você tem que olhar a Disney por dentro, porque lá é uma empresa de inovação, mesmo tendo mais de 100 anos”, disse Caetano.

A Disney Institute também é sediada em Orlando e possui cursos de encantamento e atendimento ao cliente, criatividade, entre outros. “Há momentos em que é preciso criar um show novo para um parque específico da Disney em 15 dias, um mês, e os funcionários têm dois, três dias para montar o show, treinar o pessoal que vai cantar e dançar. A inovação é forçada, precisa acontecer naquele período”, afirma.

+ Educação: como tornar as pessoas protagonistas?

Para Caetano, esse processo ajuda a criar culturas inovadoras, não restrita a colaboradores específicos. “Não adianta ter uma pessoa criativa e inovadora dentro do escritório se, quando ela não está ali, ninguém pensa”.

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Faça simples: como empreender de forma descomplicada?

O CEO do Samba Tech e um dos brasileiros mais influentes do segmento digital quer ajudar a transformar ideias negócios de sucesso. Para isso, lançou o livro “Pense Simples” e também o “Faça Simples – O guia prático e definitivo para transformar sua ideia em um negócio de sucesso de maneira descomplicada”, em coautoria com Arthur Pelegrino.

O livro aborda pontos importantes para quem deseja empreender, executar suas ideias e construir uma empresa de sucesso. A proposta do Gustavo é ensinar o caminho das pedras aos leitores para que eles possam validar seu negócio, desenvolver o pensamento empreendedor e construir a melhor estratégia para tornar seu projeto palpável.

“Para alcançar o sucesso é preciso ter visão, proatividade, capacidade de execução e humildade, além de criar soluções inovadoras e robustas que consigam resolver problemas. Porém, não adianta ter grandes ideias e excelentes ferramentas se o empreendedor não souber o que fazer com elas. Por isso, o livro é um passo a passo para auxiliar quem quer se aventurar no mundo do empreendedorismo e não sabe por onde começar”, explica Gustavo Caetano.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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