sexta-feira, 15 de abril de 2022

O QUE A VALEON PODE FAZER PARA INCREMENTAR O COMÉRCIO DO VALE DO AÇO

 

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela

primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers  e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso,fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio de parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas  e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes

sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de  suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 100.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 1.000.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 14 de abril de 2022

LÍNGUA SOLTA DE LULA PREJUDICA A SUA CAMPANHA ELEITORAL

Presidenciável
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

Pré-candidatura a presidente de Luiz Inácio Lula da Silva deve ser lançada no dia 7 de maio.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Lideranças do PT e potenciais aliados na corrida presidencial aumentaram a pressão sobre a coordenação de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva após o ex-presidente fazer algumas declarações polêmicas. A avaliação no entorno do petista é de que, a partir de agora, a margem para erros está reduzida e é preciso centrar o discurso no que realmente importa, como o controle da inflação, a geração de emprego e a defesa da democracia.

O mesmo entendimento foi repassado a Lula por senadores do MDB e de outros partidos aliados em jantar oferecido pelo ex-senador Eunício Oliveira, na segunda-feira (11), em Brasília. No encontro, Lula foi alertado pelos parlamentares que terá de moderar o discurso para sua candidatura não ficar restrita às siglas de esquerda e atrair partidos de centro.

Além disso, ele foi cobrado pela demora no lançamento de sua pré-candidatura, já que seria o único nome que ainda não está oficializado na disputa. O PT reconhece o “atraso” e já anunciou que fará um evento com essa finalidade no dia 7 de maio, em São Paulo.

O lançamento ocorreria no próximo dia 30, mas o partido teve de adiar os planos em uma semana a pedido do Psol e do PSB. Nesse dia estão marcados para ocorrer a Conferência Eleitoral do Psol e o encerramento do Congresso Nacional do PSB. Com o adiamento, o PT espera reunir todos os aliados no mesmo palanque em torno de Lula no dia 7.

Aliados querem pauta de costumes fora da campanha 
Com a sinalização de receber o apoio de ao menos 14 dos 27 diretórios estaduais do MDB, sendo a maioria no Nordeste, Lula foi aconselhado pelos caciques emedebistas a deixar a pauta de costumes de fora da campanha eleitoral. Na avaliação do grupo, as recentes declarações de Lula sobre aborto têm potencial para espantar parte do eleitorado e reduzir o arco de alianças.

Algumas falas de Lula já haviam causado saia justa em outros episódios, como no episódio em que ele comparou o tempo em que o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, e a chanceler alemã Angela Merkel estavam no poder. Ao ex-presidente, a bancada de senadores sinalizou que ele precisa focar a campanha na defesa da democracia e nos feitos de seus dois governos, entre 2003 e 2010.

“Além de escutar sugestões para o seu plano de governo, o [ex]-presidente ouviu ponderações dos senadores quanto a temas sensíveis que podem ser explorados durante a campanha, para propositalmente gerar fake news, distorções, exageros ou desinformações. Com muita tranquilidade, respondeu e debateu com todos por mais de duas horas”, afirmou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), presente ao encontro na casa de Eunício Oliveira.

Integrante do PSD, sigla cortejada por Lula, o senador Omar Aziz (AM) afirmou ao ex-presidente que se ele seguir com essa articulação, acabará dando, automaticamente, palanque ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em resposta, o petista afirmou que vai falar sobre o que o povo está interessado, como inflação, desemprego e aumento de combustíveis.

“Ele [Lula] demonstrou muita segurança no que chamou de enfrentamento necessário de algumas questões que fazem parte da pauta de costumes ou da pauta econômica”, disse Prates.

Ex-governador do Piauí assumirá articulação de Lula 
Além da pressão de aliados, a pré-campanha de Lula é motivo de disputa entre alas dentro do PT. Por um lado, integrantes do partido questionam a aproximação de Lula com partidos de centro e ainda resistem à composição de chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). De outro lado, outro grupo defende que o ex-presidente abra a articulação da campanha e alinhe o seu discurso para avançar sobre o eleitorado.

Diante das divergências, o ex-governador do Piauí e pré-candidato ao Senado Wellington Dias vai assumir nas próximas semanas a articulação da pré-candidatura de Lula. No jantar com a bancada de senadores, Dias sinalizou que o PT já está recalculando a rota e afinando o discurso para colocar o “bloco nas ruas”. 

“O Lula sempre fala na capacidade de articulação dele Wellington Dias Por isso, Lula fez esse convite para que ele possa ajudar na organização da campanha”, disse a deputada Rejane Dias (PT-PI), esposa do ex-governador.

Além das declarações sobre aborto, a campanha do PT pretende alinhar o discurso de Lula deixando de lado outras pautas defendidas pelo petista, como a regulamentação da mídia, por exemplo. Para aliados, tais temas durante a campanha podem inviabilizar o avanço da candidatura petista ao Planalto.

“O ex-presidente Lula já tem apoio daqueles que defendem pautas progressistas. Ele não ganha nenhum voto com essas declarações, pelo contrário, pode perder. Temos que focar em coisas concretas, como a defesa da democracia, combate à fome, recuperação de empregos. Essas são pautas para a campanha”, avaliou um interlocutor da campanha petista.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/lingua-solta-alckmin-e-isolamento-politico-as-pressoes-sobre-a-campanha-de-lula/
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GRUPOS INDÍGENAS QUEREM A REGULARIZAÇÃO DOS GARIMPOS NA AMAZÔNIA

 

Desenvolvimento
Por
David Ágape, especial para a Gazeta do Povo

Acampamento conhecido como “Garimpo da Fofoca” no qual mais de 150 garimpeiros se reúnem, às margens do rio Juma, cerca de 453 quilômetros ao sul de Manaus, em fotografia tirada em 17 de janeiro de 2007: o projeto defendido por indígenas desenvolvimentistas quer justamente evitar esse tipo de garimpo ilegal e predatório| Foto: EFE/Raimundo Valentim

Eles não têm tanto espaço na mídia quanto aqueles que são contra. Mas uma comitiva de indígenas defensores de mineração nas próprias terras esteve em Brasília, entre os dias 4 e 8 de abril, em busca de apoio a um projeto que está em votação na Câmara dos Deputados e regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas.

Composto de representantes de pelo menos 30 diferentes etnias de diversas regiões do Brasil e de sete entidades juridicamente organizadas, o grupo se encontrou com parlamentares, representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e com o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

No início de março, foi aprovada a urgência para a votação do projeto de lei 191/2020, de autoria do Executivo, a pedido do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. A expectativa é que o projeto entre na pauta de votação até o final de abril.

Guerra na Ucrânia acelera votação

A guerra na Ucrânia e as sanções impostas contra a Rússia, que dificultam a importação de fertilizantes, aceleraram no Congresso a aprovação da proposta. Apesar de ser gigante na produção agrícola, o Brasil não é autossuficiente em potássio, matéria prima essencial para fabricação de fertilizantes. Cerca de 96% do potássio é importado, grande parcela vinda da Rússia e Belarus.

Inumeráveis jazidas de potássio na Amazônia, como a de Autazes, cidade a 100 km de Manaus, são apontadas como solução para esta dependência. Contudo, parte se encontra em áreas em processo de reconhecimento como indígenas. A Constituição autoriza mineração em território indígena, sob condição de autorização do Legislativo e consulta às comunidades afetadas, mas não há lei que regulamente a atividade.

Dessa forma, ocorrem explorações predatórias, como o garimpo, muitas vezes realizados pelos próprios indígenas. Os indígenas da etnia Munduruku, por exemplo, sofreram no último ano diversas intervenções do Ministério Público Federal a fim de censurar seu desejo de buscar apoio à liberação de mineração em suas terras. Houve também diversas operações da Polícia Federal em seu território, com equipamentos e até aldeias incendiadas.

Além disso, indígenas que procuram realizar agricultura em larga escala em suas terras são atrapalhados por entraves legais, que barram parceria com não indígenas. Mesmo com a realização de Termos de Ajuste de Conduta com o Ministério Público, os indígenas sofrem com ações da do poder público contra arrendamentos de terra.

As demandas dos indígenas
Indígenas desenvolvimentistas se encontram com autoridades em Brasília. (Da esquerda para a direita) Marcilio Rosa, Felisberto Filho (Umutina), Raimundo da Silva (Guajajara), Gilmar Mendes e Ubiratan Maia (Wapixana)
Segundo o advogado Ubiratan Maia, indígena da etnia Wapixana de Roraima, presidente da UNIB (União Nacional dos Indígenas do Brasil) e líder da comitiva, houve forte interesse nas pautas apresentadas e há grande expectativa de que o legislativo aprove a matéria.

“Estamos há pelo menos 30 anos aguardando por isso. Queremos regras jurídicas realmente claras e objetivas, não as atuais legislações draconianas”, afirma.

Maia diz que o grupo busca apoio ao PL 191 porque acredita que ele trará um marco jurídico mais nítido e eficaz para a realização de atividades econômicas em terras indígenas. Para Maia, o projeto não se trata apenas do tema mineração, mas é acima de tudo um projeto de lei que visa estruturar o país, agraciando toda a sociedade.

“Sim, nós desejamos mineração, agropecuária em larga escala, manejo florestal, agroindústrias, exploração de hidrocarbonetos, parcerias com a iniciativa estatal e privada nas obras de interesses regionais e nacionais. Estas questões estão inseridas neste projeto de lei e podem ajudar sobremaneira a vida das etnias indígenas”, afirma Maia.

Para Josias Manhuary Munduruku, presidente da Cooperativa Indígena Munduruku do Alto Tapajós e vice-presidente da associação indígena Pusuru, a regularização da mineração trará maior segurança jurídica e diminuição dos conflitos entre os indígenas ligados a ONGs, que não desejam ter mineração ou agricultura em suas terras.

“Nosso povo trabalha com mineração desde a década de 50. Nossos avós já praticavam essa atividade e hoje dependemos dela para a nossa juventude. Por isso estamos animados com a votação deste projeto de lei”, diz Josias.

O cacique e agricultor Raimundo Guajajara, presidente do Conselho Supremo dos Caciques Guajajaras e presidente da Cooperativa indígena Kopyhar – morador da Aldeia Belo Sonho Buritirana, na Terra Indígena Bacuruizinho, no Maranhão – acredita que o projeto de lei dará às comunidades indígenas oportunidade de realizar atividades de desenvolvimento econômico nas áreas homologadas.

“Nós também queremos ser contribuintes da sociedade. Já chega de ver nosso povo à míngua, na miséria e no sofrimento. Não queremos mais depender do governo, queremos desenvolvimento, autonomia e liberdade para o nosso povo”, afirmou o cacique, que destaca a possibilidade de veto justificado para os grupos indígenas que não desejam este tipo de empreendimento.

Indígenas acampam em Brasília contra PL191
A visita a Brasília dos indígenas desenvolvimentistas coincide com a 18º edição do Acampamento Terra Livre (ATL), evento anual organizado pela ONG Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). O acampamento, que não foi realizado nos últimos dois anos por causa da pandemia, começou no dia 4 e termina nesta quinta-feira (14).

O principal foco desta edição foi o PL191, que a APIB alega ser inconstitucional e violador dos direitos indígenas; e também a votação do Marco Temporal, no STF, que deve ser retomada em junho e avaliará se o reconhecimento de terras de ocupação imemorial indígena se estende sobre aquelas que não estavam ocupadas por indígenas em 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal. Nestes casos, os agricultores das áreas reivindicadas por indigenistas são retirados das terras sem direito a indenização por suas propriedades.

Outra pauta importante para o grupo são as próximas eleições presidenciais. A ATL se posiciona como “resistência” ao presidente Jair Bolsonaro, que desde o início de sua gestão se mostrou favorável à exploração econômica em terras indígenas. O evento nesta terça-feira (12) contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Estamos em um ano eleitoral e para iniciar nossa jornada de lutas, declaramos o último ano do governo genocida”, afirma a APIB em nota, que espera atingir um milhão de assinaturas em uma Carta Aberta contra o PL 191.

Pressão internacional

Os indígenas ligados ao ATL têm realizado encontros com embaixadas, como a da Noruega e do Parlamento Europeu, pedindo boicotes econômicos contra o Brasil em função da aprovação de leis pelo Congresso Nacional. Um exemplo desta pressão internacional foi a carta aberta de parlamentares alemães contra a atuação dos parlamentares brasileiros.

Há pressão também por parte do judiciário, que está em votação da chamada “pauta verde”, um conjunto de sete ações propostas por partidos de esquerda com apoio de ONGs para suspender atos da Presidência da República. Os autores pretendem retomar o plano de combate ao desmatamento, iniciado em 2004, para atender parâmetros internacionais de combate às mudanças climáticas.

Os indígenas da APIB também buscam fortalecer o “Parlaíndio Brasil”, iniciativa financiada pela Embaixada da França que visa formar um “parlamento paralelo” dentro do país para “dar voz e visibilidade política às lideranças indígenas”. A proposta estava na página da instituição, mas foi retirada do ar nos últimos dias após denúncias nas redes sociais. Porém, pode ser acessada aqui. O grupo pretende ter representação cativa no Congresso e no Judiciário, bem como reconhecimento pela comunidade internacional.

Por outro lado, os indígenas que apoiam os projetos de desenvolvimento econômico também enviaram uma carta ao presidente Bolsonaro, endereçada também a embaixadas estrangeiras e ao Parlamento Europeu, pedindo para que sejam ouvidos no debate público em relação aos projetos de desenvolvimento econômico em suas terras. O Senador Plínio Valério (PSDB-AM) leu no início de abril a carta dos indígenas da etnia Baniwa na tribuna do senado denunciando que ONGs cooptam lideranças para barrar a autonomia de seu povo.

Mineração sustentável
É possível conciliar os interesses de soberania nacional com os interesses das comunidades indígenas a partir do respeito e escuta prévia dos povos indígenas, diz o geólogo Daniel Borges Nava, mestre e doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Nava cita a Convenção sobre os Povos Indígenas e Tribais de 1989, que reconhece o direito dos indígenas de definirem suas próprias prioridades para o desenvolvimento.

Ele explica que é possível haver mineração sustentável, se houver investimento em responsabilidade social corporativa e operação sob padrões de excelência em governança socioambiental. E acrescenta que há diferenças entre mineração e o garimpo que é realizado hoje em terras indígenas.

“Na mineração as áreas de lavra são escolhidas após exaustivo investimento em pesquisa geológica e somente os bons prospectos se tornam minas, ou lavra mineral. Nas áreas de garimpo isto não é realizado e alguns garimpos se formam por meio de “fofocas”, sem qualquer plano de lavra e conhecimento geológico de reservas minerais”, explicou.

Para Nava, há um modelo predatório de mineração que deve ser evitado, como Mariana e Brumadinho, onde interesses empresariais financistas sobrepujaram a gestão do risco operacional e ambiental. Mas esses seriam casos isolados e que tendem a ser cada vez mais reduzidos devido à rigidez crescente no controle e transparência das atividades de mineração contemporâneas.

“Discutir mineração em Terras Indígenas é um problema essencialmente amazônico. No Brasil, 26,1% das áreas protegidas e 98,4% das Terras Indígenas estão na Amazônia”, finalizou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/grupos-indigenas-buscam-apoio-para-regularizar-mineracao-em-seus-territorios/
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SERÁ QUE O NOSSO PROCESSO ELEITORAL ESTIMULA A UNIÃO EUROPEIA PARA ACOMPANHAR?

 

Bloco econômico
TSE convida União Europeia para acompanhar eleições no Brasil

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Presidente do TSE, Edson Fachin, encaminhou convite ao Parlamento Europeu| Foto: Antonio Augusto/TSE

O Diretório Nacional do PT, por 68 votos a 16, aprovou o nome de Geraldo Alckmin (PSB) para ser vice na chapa com Lula. Ou seja, 16 integrantes da direção do partido são contra, muitos dos quais criticam a administração da atual presidente Gleisi Hoffmann. Agora, essa decisão vai para a convenção nacional do partido.

Esta será a chapa formada por PT, PSB, PV, Psol e, depois, pode ser que venha a Rede Solidariedade. Aí, eu me pergunto: mas se é essa a chapa, o que Lula foi conversar com metade da bancada de senadores do MDB, mais os ex-senadores José Sarney e Eunício Oliveira – este, aliás, foi ministro de Lula e dirigente do MDB?

Certamente foi para o MDB deixar de lado Simone Tebet e ir para o lado de Lula, ou pelo menos uma parte dos emedebistas. É uma conspiração, uma tentativa de sugerir que o MDB pode trair a presidenciável do partido.

Tebet está dialogando com União Brasil, MDB e PSDB, que vão escolher um candidato único entre ela, o ex-governador João Doria e o deputado Luciano Bivar até meados de maio. Certamente será ela, porque Bivar é um desconhecido e Doria não decola. E o presidente do PSDB, Bruno Araújo, já sugere que o vice possa ser o ex-governador Eduardo Leite.

É essa chapa que Lula está tentando implodir, com a cumplicidade de alguns emedebistas, com Sarney de um lado e Michel Temer de outro. Já Ciro Gomes (PDT) vai correndo por fora nessa terceira via também.

União Europeia
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia, que é um bloco econômico, para monitorar as eleições brasileiras. Nunca o Brasil convidou para acompanhar a eleição brasileira um organismo do qual não fosse membro, e o Brasil não é europeu. São 27 países na União Europeia, o pessoal da zona do euro.

O Brasil pode convidar a ONU, do qual somos parte e fundadores, inclusive. Ou a Organização dos Estados Americanos, mas não a União Europeia, no meu entendimento.

Ministros do Supremo
Fiquei imaginando depois que os ministros Luis Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, deram declarações no exterior manifestando opinião sobre política, corrida eleitoral, entre outras coisas.

Quando eles estavam na Escola de Direito e eram jovens, será que ouviram alguma vez alguma declaração parecida com essa dos ministros do Supremo de então? Certamente, não. Os ministros do Supremo de antigamente tinham um apego muito grande à imparcialidade e à isenção.

Flagrante delito
A polícia apreendeu quase 700 quilos de cocaína escondidas em uma carga de mangas para ser exportada em Itaguaí, já perto do porto, em um evidente caso de flagrante. Mas a Justiça Federal do Rio de Janeiro disse que a polícia não tinha autorização judicial para fazer a apreensão e anulou a operação.

Mas como isso é possível se os artigos 301, 302, 303 do Código de Processo Penal explicam claramente o que é flagrante. Se o sujeito tem cocaína em casa, ele está em permanente flagrante, porque está em permanente crime, afinal a cocaína é ilegal. Quem esconde cocaína em um depósito ou seja lá o que for está em permanente flagrante. Portanto, a autoridade policial ou qualquer representante do povo pode entrar lá e dar o flagrante.

Agora, a Justiça Federal do Rio cancelou a prisão dos três traficantes e anulou a apreensão, citando uma decisão do Supremo Tribunal, que se não tem autorização, não pode invadir o depósito.

Engraçado que inventaram um flagrante delito esquisito para entrar na casa do deputado Daniel Silveira, às 23 horas, dizendo que era flagrante porque as declarações dele continuavam nas redes sociais. Bom, então vamos fazer a analogia, embora esquisita: a cocaína continuava escondida, para ser contrabandeada e embarcada provavelmente para a Europa.

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O MUNDO PRECISA DETER PUTIN NA UCRÂNIA

 

Foto: KEVIN LAMARQUEPor Michael Gerson – Jornal Estadão

EUA têm de ajudar país a derrotar Rússia, senão serão obrigados a defender os próximos objetivos

THE WASHINGTON POST – Eu estava com o presidente George W. Bush quando ele visitou a Lituânia em 2002, logo após os Países Bálticos terem recebido a oferta de adesão à Otan. Bush tinha sido uma das principais vozes em defesa da inclusão de LituâniaEstônia e Letônia na aliança, estabelecendo uma obrigação de defesa mútua.

Na cerimônia de celebração, o então presidente lituano, Valdas Adamkus, presenteou Bush com a Cruz da Ordem de Vytautas, o Grande, a maior honraria do seu país. Bush presenteou Adamkus com uma bola de basquete autografada por Michael Jordan, revelando um conjunto diferente de prioridades culturais.

Mas o discurso de Bush naquele dia (que eu ajudei a escrever) destacava um presente maior: “Quem fizer da Lituânia sua inimiga”, disse ele, “terá também a inimizade dos Estados Unidos da América. Diante de uma agressão, os corajosos povos da Lituânia, Letônia e Estônia jamais terão de lutar sozinhos novamente”.

O suspiro de alívio dos três países foi quase audível. Os Países Bálticos têm a infelicidade de se situarem em uma sangrenta encruzilhada geopolítica, e as duas últimas ocupações sofridas foram particularmente horríveis. “Esquadrões da morte” da Alemanha nazista assassinaram centenas de milhares de judeus. A União Soviética deportou meio milhão de cidadãos bálticos para o gulag ou para a Sibéria. Os soviéticos também importaram habitantes de origem étnica russa para alterar a composição da população desses países conquistados.

O então presidente americano, George W. Bush, com o presidente da Lituânia, Valdas Adamkus, em visita ao país em 23 de novembro de 2002

O então presidente americano, George W. Bush, com o presidente da Lituânia, Valdas Adamkus, em visita ao país em 23 de novembro de 2002 Foto: LARRY DOWNING

Os EUA jamais reconheceram a ocupação ilegal dos Países Bálticos por parte da Rússia soviética. Mas o compromisso dos americanos e da Otan de evitar qualquer ocupação futura foi acompanhado de certa controvérsia. Especialistas como George Kennan acreditavam que a ampliação da Otan para incluir entre seus membros uma ex-república integrante da URSS seria uma provocação desnecessária aos russos. E alguns observadores militares acreditam que seria praticamente impossível uma defesa por parte da Otan dos Países Bálticos, situados na fronteira com a Rússia e distante dos centros de poder militar da aliança.

O debate em torno da inclusão dos Países Bálticos na Otan foi um prelúdio para as disputas em relação às intenções do presidente russo, Vladimir Putin, para a Ucrânia e além. Alguns especialistas explicam sem rodeios, como foi feito no título de um artigo de 2014 publicado pelo cientista político John J. Mearsheimer, da Universidade de Chicago, Por que a crise na Ucrânia é culpa do Ocidente. Mearsheimer afirmou que as lideranças russas “não assistiriam impassíveis enquanto um vizinho de importância estratégica é transformado em bastião do Ocidente”.

Futuro da Europa

De acordo com esse ponto de vista, Putin é principalmente o defensor da pátria russa. Talvez seus soldados tenham o controle moral de cossacos bêbados, mas ele está resistindo ao arrogante expansionismo de uma aliança militar hostil.

Sem dúvida, tal convicção é partilhada entre os russos, e é facilmente explorada pelo seu líder. Putin retratou seu ataque gratuito à Ucrânia como outra reação a uma agressão fascista do Ocidente. Essa narrativa se vale de motes históricos bem conhecidos. Ao longo dos séculos, os russos enfrentaram invasões que chegaram pela vasta planície que vai da Alemanha até o coração da Mãe Rússia. Para muitos russos mais velhos, as lembranças da 2.ª Guerra se resumem à perfídia ocidental e à bravura russa.

Putin escreveu quase com lirismo a respeito da união espiritual entre Kiev e Moscou. Evidentemente, ele só bombardeia a quem ele ama. Mas suas intenções são muito mais práticas. A divisão entre Putin e Otan pode não chegar a um conflito ideológico, mas envolve um debate sério a respeito do futuro da Europa.

A maioria dos recentes presidentes americanos sustentou que a expansão da Otan seria um resultado natural de uma ordem internacional com base em regras. Os países europeus que alcançassem determinado patamar de governabilidade, liberdade econômica e controle civil das forças armadas poderiam ser admitidos. Isso ajudou a consolidar uma série de transições democráticas no Leste Europeu. Ajudou também a retificar os terríveis erros do acordo de Yalta, que formalmente repartiu a Europa em áreas de domínio e entregou aos lobos uma série de países vulneráveis.

Reforço no Leste
Otan envia reforços a aliados na fronteira com a Ucrânia

Em contraste, o objetivo de Putin, de acordo com Alexander Vershbow, ex-embaixador americano na Otan e na Rússia, é “pressionar o Ocidente a aceitar uma espécie de Yalta versão 2, uma Europa dividida em esferas de influência com soberania limitada para todos, menos a Rússia”. Isso permitiria a ele restaurar a hegemonia russa no seu “exterior próximo”.

Por que este conflito entre regras e esferas é tão importante? Se Putin estiver envolvido em um combate defensivo, então a guerra da Ucrânia será uma questão envolvendo principalmente a Ucrânia. Alguns vão propor que o presidente Volodmir Zelenski faça as concessões necessárias — manter a Ucrânia fora da Otan, entregar à Rússia o controle da região do Donbas — para encerrar uma guerra sangrenta. Paz por meio do autodesmembramento.

Mas se Putin está tentando reconstruir a esfera de influência russa na Europa, seu sucesso na Ucrânia abriria o caminho para novos horrores. A lógica que levou à agressão russa contra a Geórgia e a Ucrânia — nada de membros da Otan na esfera russa — quase certamente o empurraria para os Países Bálticos.

A lição é: a Ucrânia, com ajuda agressiva da Otan, precisa derrotar as forças russas. Caso contrário, os EUA podem logo se ver diante da questão: vamos mesmo guerrear pela Lituânia? Por mais que essa seja a obrigação, a decisão e a tarefa não seriam fáceis. Ajudar a Otan a traçar uma linha vermelha na Ucrânia pode ajudar a preservar os EUA de escolhas impossíveis no futuro. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

FUNCIONALISMO PÚBLICO FEDERAL SE MOVIMENTA POR REAJUSTES SALARIAIS

 


  1. Economia
     

Solução ficou mais difícil com o movimento dos Estados e municípios em dar reajuste para os seus servidores; quem está no andar de cima do funcionalismo, como os auditores fiscais, compara e não quer ficar para trás

Adriana Fernandes*, O Estado de S.Paulo

Já se passaram quatro meses desde que o Congresso Nacional aprovou, em dezembro do ano passado, o Orçamento de 2022 com a previsão de aumento salarial para três categorias de policiais

De lá para cá, o governo empurra o problema com a barriga na esperança de que as coisas serão resolvidas com menor custo possível e na aposta de enfraquecimento da mobilização dos servidores – agora acena com 5%, ainda não oficializados.

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro; ministro Paulo Guedes quis convencer policiais federais, que apoiam Bolsonaro, a esperar reajuste depois das eleições, para não prejudicar o presidente.  Foto: Adriano Machado/Reuters

Tirando o período inicial da guerra da Rússia na Ucrânia, quando a articulação do funcionalismo ficou mais à sombra diante das incertezas que o conflito causou na economia, não foi nada disso que aconteceu.

O que se viu, nas últimas semanas, é a operação-tartaruga em órgãos do governo mostrando sua força justamente com o tempo da demora em se resolver. Quanto mais tempo demorar, maior são os efeitos na vida real dos brasileiros, atingindo também em cheio o Banco Central e puxando o seu presidente, Roberto Campos Neto, para o centro do debate. 

Campos Neto se juntou ao ministro da EconomiaPaulo Guedes, e involuntariamente participa das negociações. Como mostrou reportagem de capa do Estadãohá cargas paradas nos portos há quase três meses e navios sem espaço para desembarcar mercadorias com a operação-padrão dos auditores da Receita Federal, que capitaneou o movimento já no dia seguinte à aprovação do Orçamento.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimento (IBCI) mostrou que o movimento dos servidores elevou de cinco para 20 dias o prazo médio para desembaraço de cargas importadas via portos e aeroportos do Brasil. O alerta foi enviado em carta a Guedes. Um problema também que alimenta a alta de preços, o maior e mais preocupante calcanhar de aquiles do governo e que todos os meses surpreende o BC, que acaba postergando o fim do pico inflacionário para o mês seguinte a atormentar Campos Neto.

Está sendo comparado no Ministério da Economia ao “semana que vem” do ministro Paulo Guedes quando se refere a algumas medidas reformistas que sairiam da gaveta, mas que ficam para depois.

A coluna apurou que Guedes quis convencer os policiais do governo federal, grupo que em sua maioria apoia Bolsonaro, a esperar pelo reajuste para depois das eleições, e não pressionar agora sob o risco de prejudicar justamente o governo dele.

A possibilidade da explosão de efeito cascata grevista com impacto negativo para o governo não sensibilizou. Ao contrário, o núcleo político envolvido nessas negociações defende “enquadrar” o ministro para a resposta sair a contento.

A solução dessa briga pelo reajuste ficou cada vez mais difícil com o movimento dos Estados e municípios em dar reajuste para os seus servidores. O pessoal que está no andar de cima do funcionalismo, com os auditores fiscais, compara e não quer ficar para trás. Uma bolha que resistiu, conseguiu, mas ainda não está satisfeita.  

*REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...