quarta-feira, 13 de abril de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA E O COMÉRCIO DE ARMAS

Leia artigo de Paul Krugman

Foto: RedaçãoPor Paul Krugman – Jornal Estadão

Acreditar que a interdependência econômica garante a paz é algo mais frágil do que imaginávamos

THE NEW YORK TIMES – Em 12 de abril de 1861, a artilharia rebelde abriu fogo contra o Fort Sumter, dando início à Guerra Civil Americana. A guerra foi uma catástrofe para o Sul, que perdeu mais de um quinto de seus jovens. Mas por que motivo os secessionistas acharam que seriam capazes de vencer?

Uma razão foi que eles acreditavam ter em mãos uma poderosa ferramenta econômica. A economia do Reino Unido, a maior potência da época, era profundamente dependente do algodão do Sul, e os confederados achavam que uma interrupção do fornecimento forçaria os britânicos a intervir ao seu lado. Realmente, a Guerra Civil criou inicialmente uma escassez de algodão que deixou milhares de britânicos sem trabalho.

Por fim, evidentemente, o Reino Unido permaneceu neutro – em parte porque os trabalhadores britânicos consideraram a Guerra Civil uma cruzada moral contra a escravidão e se uniram em torno da causa da União, apesar do próprio sofrimento.

Tubos nas instalações do gasoduto Nord Stream 2 em Lubmin

Tubos nas instalações do gasoduto Nord Stream 2 em Lubmin  Foto: Hannibal Hanschke/Reuters

Por que recontar essa antiga história? Porque ela tem relevância óbvia com a invasão russa à Ucrânia. Parece bastante claro que Vladimir Putin considerou a dependência da Europa, e particularmente da Alemanha, em relação ao gás natural russo da mesma maneira que os donos de escravos consideraram a dependência britânica em relação ao Algodão Rei: uma forma de dependência econômica que coagiria essas nações a favorecer suas ambições militares.

E ele não estava completamente equivocado. Na semana passada, castiguei a Alemanha por sua falta de disposição em fazer sacrifícios econômicos em nome da liberdade da Ucrânia. Não devemos esquecer que a resposta da Alemanha aos pedidos de ajuda militar da Ucrânia quando a guerra era iminente também foi patética.

Os britânicos e os americanos se apressaram em prover armamento letal, incluindo centenas de mísseis antitanque que foram cruciais para repelir o ataque russo contra Kiev. A Alemanha ofereceu e demorou para entregar 5 mil capacetes.

E não é difícil imaginar que, digamos, se Donald Trump ainda fosse presidente, a aposta de Putin de que o comércio internacional seria uma força de coerção, não de paz, seria comprovada.

Se você acha que estou tentando ajudar a expor a Alemanha para que o país se torne um melhor defensor da democracia, você está certo. Mas também estou tentando apresentar um argumento mais amplo a respeito da relação entre globalização e guerra, que não é tão simples como muitos acreditam.

Há uma crença antiga e persistente entre as elites ocidentais de que o comércio favorece a paz – e vice-versa. O extenso esforço dos EUA pela liberalização do comércio, anterior até mesmo à 2.ª Guerra, sempre foi parte de um projeto político: Cordell Hull, secretário de Estado do então presidente Franklin Roosevelt, acreditava firmemente que tarifas mais baixas e a intensificação no comércio internacional ajudariam a construir as fundações da paz.

A União Europeia também foi um projeto tanto econômico quanto político. Suas origens remontam à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, estabelecida em 1952, com o objetivo explícito de tornar as indústrias da França e da Alemanha tão interdependentes que jamais poderia haver outra guerra europeia.

Vulnerabilidade

E as raízes da atual vulnerabilidade alemã remontam à década de 60, quando o governo da Alemanha Ocidental começou a perseguir a Ostpolitik – “política oriental” –, buscando normalizar relações, incluindo relações econômicas, com a União Soviética, na esperança de que uma integração crescente com o Ocidente fortaleceria a sociedade civil do Oriente a caminho da democracia. O gás russo começou a fluir para a Alemanha em 1973.

Então, o comércio promove paz e liberdade? Em alguns casos, sem dúvida. Mas, em outros casos, governantes autoritários, mais preocupados com poder do que com prosperidade, podem considerar integração econômica com outras nações uma licença para mau comportamento, acreditando que democracias com um forte empenho financeiro em seus regimes farão vista grossa para seus abusos de poder.

Não estou falando apenas da Rússia. A União Europeia tem permanecido apática há anos enquanto vê Viktor Orbán, da Hungria, desmantelar sistematicamente a democracia liberal em seu país. A que medida essa apatia pode ser explicada pelos enormes investimentos na Hungria feitos por empresas europeias, especialmente alemãs, em busca de custos menores de mão de obra?

E então vem a questão verdadeiramente enorme: a ChinaXi Jinping considera a íntima integração chinesa com a economia mundial um motivo para evitar políticas aventureiras – como invadir Taiwan – ou uma razão para esperar respostas subservientes do Ocidente? Ninguém sabe.

Em imagem fornecida pela Xinhua, os presidentes Vladimir Putin (E) e Xi Jinping em Pequim, em 4 de fevereiro

Em imagem fornecida pela Xinhua, os presidentes Vladimir Putin (E) e Xi Jinping em Pequim, em 4 de fevereiro Foto: Li Tao

Mas veja, não estou sugerindo um retorno ao protecionismo. Estou sugerindo que preocupações de segurança nacional sobre comércio – preocupações verdadeiras, não visões fantasiosas e ridículas, como Trump invocando a segurança nacional para impor tarifas sobre o alumínio canadense – precisam ser levadas mais a sério do que eu e outras pessoas acreditamos anteriormente.

Mais imediatamente, porém, nações cumpridoras da legalidade precisam mostrar que não serão dissuadidas em relação à defesa da liberdade. Autocratas podem acreditar que o envolvimento financeiro dessas democracias com seus regimes autoritários fará com que esses países tenham medo de defender seus valores. Precisamos provar que eles estão errados.

E isso significa, na prática, que a Europa deve se movimentar rapidamente para cortar suas importações de petróleo e gás da Rússia; e o Ocidente precisa fornecer para os ucranianos as armas que eles precisam não apenas para deter Putin, mas para alcançar uma vitória incontestável. Não é apenas o futuro da Ucrânia que está em jogo. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

 

COMO DEVE SER O CEO DAS EMPRESAS

 

Liderança

Por
Allan Costa – Gazeta do Povo

O papel do CEO em 6 lições práticas| Foto: Unsplash, Dylan Gillis/Reprodução

Conversando com diversos executivos ao longo das últimas décadas, pontuei 6 habilidades práticas que são padrões nos CEOs mais bem-sucedidos que conheço e que, é claro, incorporei na minha própria atuação. Decidi compartilhar essas 6 lições para que você, mesmo que não seja um CEO, saiba o que os melhores executivos têm em comum.

1) Definição de Direção
Grandes CEOs são muito bons em definir a direção para onde a companhia deve ir. Esta visão deve ficar o mais clara possível em toda a empresa, para que todos façam esforços em conjunto de remar em uma só direção.

O CEO faz essa definição de diversas formas, seja comunicando sua grande visão para os próximos anos de empresa, seja construindo a alocação de recursos necessária para que essa visão se concretize.

2) Alinhamento da Empresa
O CEO deve também ser o responsável por alinhar toda a companhia, para que a direção e visão definidas por ele sejam atingidas. Esse tipo de alinhamento é feito através da construção de cultura, design organizacional e atração e retenção de talentos.

Se algum desses pontos falhar, por melhor que seja o direcionamento vindo da liderança, as bases para se chegar lá não serão fortes o suficiente para sustentar a visão.

3) Construção da Liderança

O CEO deve ser um catalisador das outras lideranças da empresa. Isso significa que ele deve criar as condições para desenvolver talentos, sucessores e um time de executivos notoriamente melhores que ele em determinadas áreas, como operações, marketing, tecnologia e assim por diante.

Assim, o CEO deve ser capaz de atrair executivos altamente capazes, dar a eles autonomia e sair do caminho para que eles consigam realizar o melhor trabalho de suas vidas.

4) Engajamento dos Sócios
Respondendo a um board ou simplesmente tendo sócios, é responsabilidade do CEO manter o seu conselho engajado e alinhado com os princípios e visões da companhia.

Desalinhamento e desentendimento entre sócios é extremamente prejudicial para os negócios e o CEO deve fazer de tudo para que as discussões entre sócios sejam sempre produtivas e voltadas para o bem da empresa.

5) Construção com Stakeholders
Empresas que se fecham em seus próprios muros, em um mundo interconectado como o de hoje, dificilmente irão sobreviver no longo prazo. É papel do CEO conectar as visões e objetivos da empresa com todos os stakeholders envolvidos, sejam eles parceiros, ecossistema ou sociedade civil.

6) Foco no Essencial

Um CEO deve ser um grande facilitador e questionador. Facilitador pois deve ser capaz de abrir caminhos para que seus executivos e times possam trabalhar da melhor forma possível. Questionador pois ele deve trazer questões macro e, ao mesmo tempo, atenção aos detalhes, que conduzam os times em direção à grande visão da empresa.

O CEO deve então focar naquilo que apenas ele pode fazer, pois cada ação sua pode ter impactos gigantescos na empresa como um todo. Pessoalmente, chamo a isso de discernimento, e não tenho dúvida de que essa habilidade é uma das mais necessárias para os tempos hiperconectados e de estímulos amplos em que vivemos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/voce-amanha/papel-do-ceo-6-licoes-praticas/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

RELAÇÕES SOCIETÁRIAS NAS STARTUPS

 

Daniel Abbud – 7Stars Ventures

Especialista da 7Stars Ventures reforça que mais do que focar no recebimento de capital, é fundamental que o empreendedor reflita sobre as relações societárias

Em uma jornada de desenvolvimento de uma startup, após a fase de validar o produto ou o serviço com o público-alvo (market fit), chega o momento que todo empreendedor espera: ir em busca de captação. No entanto, mais do que focar no capital, é fundamental refletir sobre a sociedade que esse investimento irá resultar para o negócio. Afinal, o sócio irá fazer parte do dia a dia corporativo, o que pode atrapalhar ou impulsionar a escalabilidade da empresa. Para o empreendedor Daniel Abbud, com mais de 15 anos de experiência no ecossistema de inovação, e que atualmente é sócio-fundador e CEO da 7Stars Ventures, holding de investimento em startups em estágio inicial, as relações societárias se baseiam em três importantes pilares, confira:

Escuta ativa

Em relação às condições básicas para se ter sucesso em uma sociedade, o executivo insere a afinidade em primeiro lugar. “O fluxo de trabalho flui quando há interesses em comum. Desta maneira, os sócios devem estar de acordo com a missão, propósito e valores da startup”, explica Abbud. Em seguida, o CEO aponta a importância do exercício de uma escuta ativa. “A conversa é a base da parceria, visto que é uma forma de nortear os caminhos que serão percorridos nos negócios. Porém, o diálogo só é possível se ambas as partes estiverem abertas a escuta”, pontua.

Match profissional

O especialista compara a relação societária a uma união matrimonial, por exemplo, em que é esperado que as pessoas caminhem em parceria rumo aos mesmos objetivos. “Podem ocorrer divergências durante o trajeto, mas deve haver um compromisso dos envolvidos em ter transparência e diálogo para continuar a caminhar em sinergia. Assim como acontece em um ambiente organizacional onde a governança precisa estar alinhada para que os possíveis conflitos societários não atrapalhem o andamento dos negócios”, explica. 

Troca mútua de capital intelectual

Por fim, o executivo também afirma a importância de se associar com aqueles que têm conhecimento de mercado a contribuir. “No início, é comum o empreendedor sentir uma falta de networking e confiança nas decisões a serem tomadas diariamente. Portanto, vale muito a pena ter a companhia de alguém que o ajude a expandir a visibilidade do seu negócio e a amenizar riscos. O capital intelectual acaba sendo o de maior importância para o amadurecimento de uma empresa que ainda se encontra em estágio inicial”, finaliza Abbud.

Vendas pela internet com o site Valeon

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nas lojas passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nas lojas a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para as empresas.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 100.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 1.000.000 de pessoas , valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

terça-feira, 12 de abril de 2022

DRONES TURCOS SÃO EFICAZES NA GUERRA DA UCRÂNIA

 

 Da redação IstoÉ

“Esses tanques brilhantes estão sendo incendiados – Bayraktar – essa é a nova mania”, diz a letra de uma popular canção ucraniana dedicada a um drone que se tornou um dos muitos símbolos da resistência do paísO "Bayraktar" se tornou tão popular que os ucranianos agora estão nomeando seus animais de estimação com o nome do drone fabricado na Turquia. Reprodução/Divulgação© Reprodução/Divulgação O “Bayraktar” se tornou tão popular que os ucranianos agora estão nomeando seus animais de estimação com o nome do drone fabricado na Turquia. Reprodução/Divulgação

O “Bayraktar” se tornou tão popular que os ucranianos agora estão nomeando seus animais de estimação com o nome do drone fabricado na Turquia. No mês passado, o prefeito de Kiev anunciou que um lêmure recém-nascido no zoológico da cidade se chamaria Bayraktar e o Ministério das Relações Exteriores twittou uma foto de outro Bayraktar, um filhote no centro de treinamento de cães da polícia de Kiev.

Autoridades ocidentais e ucranianas elogiaram os drones Bayraktar TB2 da Turquia por desempenharem um papel no combate aos ataques russos. No mês passado, o secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, teria dito aos legisladores do Reino Unido que os drones estavam “entregando munições” à “artilharia russa e suas linhas de suprimentos”. Ele acrescentou que era “incrivelmente importante” desacelerar e bloquear o avanço russo.

O TB2, um drone de longa duração de altitude média (MALE), está operacional há anos. Ele está em uso pelos militares turcos no norte do Iraque e da Síria desde 2014. Mais recentemente, foi creditado por ajudar a equilibrar a balança em conflitos como Líbia e Nagorno Karabakh. Mas vídeos divulgados recentemente pelos militares ucranianos mostrando seus ataques contra alvos militares russos se tornaram virais, colocando-o no centro das atenções novamente.

O sucesso do drone “não é apenas a capacidade de atingir os militares russos”, disse Samuel Bendett, membro sênior adjunto do Centro de Análises Navais da Rússia (CNAS). “É uma vitória de relações públicas também.”

De acordo com Bendett, o drone funcionou como esperado, mas não é “invulnerável”. Evidências de código aberto sugerem que alguns podem ter sido derrubados pelos russos.

Os drones “fazem parte da campanha de mídia social ucraniana que é executada muito bem pelos militares e civis ucranianos”, disse ele. Vídeos de ataques do Bayraktar se tornaram virais nas mídias sociais e isso é “um grande impulso moral … [e] uma grande vitória tática”.

O TB2 e outros veículos aéreos não tripulados (VANTs) desenvolvidos na Turquia colocaram o país no mapa dos drones, junto com os EUA, China e Israel, disse Bendett.

A Turquia, que mantém estreitos laços econômicos e de defesa com a Rússia e a Ucrânia, tem sido cautelosa em divulgar o que provavelmente se tornou uma de suas exportações mais famosas. As vendas de drones eram um grande irritante para a Rússia muito antes de sua invasão da Ucrânia; O porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, alertou no final do ano passado que os drones turcos teriam um impacto “desestabilizador” na região.

Um burocrata turco de alto nível disse a repórteres na sexta-feira que a Rússia reclamou repetidamente com Ancara sobre as vendas de drones para a Ucrânia. “Eles costumavam reclamar antes, estão reclamando agora, mas já demos a resposta… são [de] uma empresa privada e essa compra foi feita antes da guerra”, disse ele em entrevista coletiva à imprensa estrangeira.

A Ucrânia foi o primeiro país a comprar os TB2s em 2019 e encomendou pelo menos 36 drones até agora. No mês passado, seu ministro da Defesa anunciou a chegada de um novo carregamento de drones.

Selcuk Bayraktar, diretor de tecnologia da Baykar Technologies, está mais interessado em falar sobre a tecnologia de seus drones do que sobre política. Ele também é genro do presidente turco, que emergiu como um importante mediador entre a Rússia e a Ucrânia na guerra.

Bayraktar ouviu a música dedicada ao seu drone homônimo e conhece o fenômeno da mídia social que se tornou na Ucrânia, mas mede suas palavras com cuidado ao discutir a Ucrânia.

“Acho que é um dos símbolos de resistência, dá esperança a eles”, disse Bayraktar, engenheiro e graduado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, à CNN durante uma rara visita à instalação de produção de drones em Istambul na semana passada.

“As pessoas estão resistindo e defendendo sua pátria de uma ocupação ilegal e… se você quer independência, você tem que ser capaz de se levantar e resistir, e acho que foi isso que o corajoso povo da Ucrânia e a liderança fizeram”, disse ele. “Ao mesmo tempo, você precisa de tecnologia, precisa de sua própria capacidade de defesa indígena, mas quando a vida das pessoas está em risco… não quero comparar isso com nenhum tipo de tecnologia.”

Em exibição está o “Kizilelma” (Maçã Vermelha), o primeiro caça não tripulado da Turquia, que acaba de chegar à linha de produção e recebeu o nome da expressão mitológica turca que simboliza o ideal – o objetivo que se deseja alcançar. Bayraktar disse que deve começar a voar no próximo ano.

Especialistas do setor dizem que fatores como custo são o que tornam os drones atraentes.

“[O] Bayraktar TB2 oferece um equilíbrio de preço e eficiência de combate quase perfeito [e] tem um custo unitário acessível”, disse o Dr. Can Kasapoglu, Diretor de Pesquisa de Defesa do Centro Turco de Economia e Política Externa (EDAM). “Os concorrentes do TB-2 no mercado de armas são mais caros, vêm com mais obstáculos burocráticos e políticos para aquisição ou vêm com sustentabilidade de fornecimento incerta.”

A empresa não divulgou informações sobre preços.

O drone também é testado em combate, o que é um critério crucial nas transações de armas, disse ele.

“Quando a música parar, os TB2s provavelmente causarão mais danos ao adversário do que eles aguentam”, acrescentou Kasapoglu. “Isto é de importância crítica, especialmente para o flanco oriental da OTAN”.

A Baykar Tech assinou contratos com pelo menos 19 países, a maioria dos quais foi assinada nos últimos 18 meses. Entre os compradores está a Polônia, o único membro da UE e da OTAN a ter encomendado os VANTs.

A indústria aeroespacial e de defesa da Turquia registrou mais de US$ 3 bilhões em exportações no ano passado, um recorde, segundo a agência de notícias estatal do país.

“É importante fortalecer as exportações de defesa e aviação para países com os quais a Turquia tem relações estratégicas”, disse Haluk Bayraktar, CEO da Baykar e irmão mais novo de Selcuk, à agência de notícias Anadolu em janeiro. “Além de proporcionar um ganho econômico, as exportações de defesa também fornecem uma base adequada para estabelecer relações estratégicas com os países para os quais você exporta.”

Para a Selcuk Bayraktar, esta não é apenas uma empresa familiar e uma paixão vitalícia pela engenharia. Ele disse que se trata de garantir a independência e a autossuficiência tecnológica de sua nação.

“Quando eu tinha 20 anos… você poderia dizer que seríamos os melhores no futebol… [ou] em baklava, em kebab, mas ninguém poderia dizer que vamos desenvolver uma tecnologia de nicho que vai ser mundialmente famoso.”

CONTA DE LUZ VAI ABAIXAR DE VALOR

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Tarifa de energia deve cair com o fim da bandeira de escassez hídrica.| Foto: Pixabay

Um dos principais “vilões” da inflação de 2021 tem data marcada para se despedir: a bandeira tarifária especial de escassez hídrica, instituída de forma extraordinária pelo governo federal e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agosto do ano passado, será substituída pela bandeira verde a partir deste sábado, antecipando a mudança, que era esperada para o fim deste mês. Com isso, não haverá mais a cobrança da sobretaxa de R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora consumidos e o brasileiro já deve perceber, nas próximas semanas, uma redução na conta de energia elétrica. O alívio, no entanto, não pode dar lugar à acomodação, pois a crise hídrica deixa lições importantes – e, também, um custo que ainda levará um bom tempo para ser quitado.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para comtemplar as despesas adicionais exigidas pelo acionamento de usinas termelétricas quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estão em níveis mais baixos. Enquanto a bandeira verde reflete condições favoráveis nos reservatórios, sem cobranças adicionais, a bandeira amarela traz uma sobretaxa de R$ 1,874 para cada 100 KWh consumidos, valor que sobe para R$ 3,971 na bandeira vermelha 1, e para R$ 9,492 na bandeira vermelha 2, que era o patamar mais elevado antes da adoção da bandeira de escassez hídrica.

Governo nenhum é capaz de controlar o clima, mas pode acelerar medidas que permitam ao brasileiro suportar uma eventual nova crise hídrica sem as dificuldades – e os custos – atuais

A bandeira verde não vigorava no Brasil havia mais de um ano – janeiro de 2021 foi o último mês em que ela vigorou, e o efeito foi sentido na inflação. No ano passado, a energia elétrica subiu 21,21%, contra um IPCA de 10,06%. No entanto, como muitos outros produtos e serviços incorporam os gastos com energia em seu preço final – assim como no caso dos combustíveis –, o impacto real da energia mais cara na inflação acaba sendo ainda maior. Com o fim da bandeira de escassez hídrica, o Ministério de Minas e Energia estima que, nos próximos meses, os consumidores residenciais pagarão, em média, 20% menos do que vinham pagando até agora, com um efeito positivo também sobre a inflação.

No entanto, a crise hídrica deixou uma fatura bilionária. Já em outubro de 2021 o Ministério de Minas e Energia reconhecia que nem a cobrança adicional era suficiente para cobrir todos os gastos de geração e distribuição. Somando-se o acionamento propriamente dito das termelétricas, a ajuda governamental às empresas de energia, os jabutis colocados pelo Congresso Nacional ao aprovar a privatização da Eletrobrás e os leilões emergenciais de energia, há uma conta de R$ 140 bilhões a ser paga pela sociedade nos próximos anos, em estimativa do Instituto Clima e Sociedade feita em novembro do ano passado – isso sem falar do que ainda está sendo pago para consertar os estragos da MP 579, com a qual Dilma Rousseff bagunçou o setor elétrico em 2012 sob o pretexto de baratear a energia.


Além disso, a adoção da bandeira verde não significa que o risco de uma nova crise hídrica está totalmente afastado. Os reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras não voltaram aos mesmos níveis de dez anos atrás: em 10 de abril, o índice do sistema Sudeste/Centro-Oeste – o principal do Brasil, cujas usinas geram cerca de 70% da energia do país – estava em 65%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Um alívio, sem dúvida, se lembrarmos que a capacidade chegou a 22% no segundo semestre do ano passado, mas o valor atual ainda está sete pontos porcentuais abaixo do que era observado no mesmo sistema em 2012. Ainda que o fantasma esteja afastado, ao menos pelos próximos meses, uma nova estiagem prolongada como a que presenciamos nos últimos anos pode trazê-lo de volta. Governo nenhum é capaz de controlar o clima, mas o poder público pode aproveitar o momento favorável para acelerar medidas que permitam ao brasileiro suportar uma eventual nova crise hídrica sem as dificuldades – e os custos – atuais.

Isso exige investimento pesado na modernização das atuais usinas hidrelétricas para otimizar sua produção, mas também no melhor aproveitamento do grande potencial brasileiro para fontes como a solar e a eólica. O país está em uma janela favorável para a implantação de projetos de energia solar, já que os produtores-consumidores que optarem por este modelo até janeiro de 2023 ficarão isentos de encargos até 2045. Mas o marco legal recentemente aprovado e sancionado precisa ser o início de um movimento mais amplo, que abra de vez o mercado e incentive a competição. Um ambiente regulatório favorável poderá mitigar futuros eventos climáticos adversos e ajudar a aproveitar todo o potencial brasileiro em área tão fundamental.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/alivio-na-conta-de-energia/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PEQUENOS GERADORES DE ENRGIA ELÉTRICA SERIAM MAIS EFICAZES QUE AS USINAS TERMELÉTRICAS

 

Setor elétrico

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

Pequenas centrais hidrelétricas cobram mais espaço na geração de energia do país.| Foto: Divulgação/AbraPCH

“Térmica não é a única solução, nem a melhor.” É com essa afirmação que o presidente da associação que representa as usinas hidrelétricas de pequeno porte (AbraPCH), Paulo Arbex, defende que o país freie sua aposta na geração que apoiou o sistema elétrico brasileiro em meio à crise hídrica de 2021 e volte os olhos para o já conhecido potencial das águas.

Amplamente acionadas para evitar racionamentos e desabastecimento diante da desidratação dos reservatórios no ano passado, as usinas termelétricas têm seu papel e foram necessárias, admite Arbex. Mas ele avalia que fontes mais limpas e baratas podem garantir a segurança do abastecimento brasileiro.

“Se eu preciso de 100 megawatts [em reserva de capacidade], posso contratar 130 megawatts de PCH, eólica, solar”, com margem de manobra para contornar momentos em que a geração não seja viável (no caso das fontes não despacháveis). “É melhor do que você contratar térmica para ficar parada e rezando para não ter que ligá-la a custo proibitivo”, completa.

A despeito dos riscos da geração hídrica observados em 2021, o presidente da AbraPCH defende que o país “criou uma falta de hidrelétricas” após crise anterior, vivenciada em 2001. Naquele ano, também de escassez, os brasileiros experimentaram racionamento de energia e apagão. Pela lógica apontada por Paulo Arbex, o Brasil deveria inverter a marcha e retomar o crescimento da geração hidrelétrica.

A sugestão vai na contramão do que se tem observado desde o início dos 2000. Nos 20 anos que se seguiram, a fatia ocupada pelas usinas hídricas na matriz elétrica encolheu, abrindo espaço para outras fontes. Elas deixaram de representar cerca de 90% da geração nacional para os 65% atuais, numa diversificação apontada como importante para combater a insegurança energética causada pela dependência de uma fonte tão predominante.

Arbex pondera que, embora tenha perdido espaço, a geração hídrica ainda é protagonista no país e segue “carregando nas costas o piano do setor elétrico”. Num comparativo, o representante da PCHs destaca que no ano de 2018 as usinas térmicas entregaram 14,5% da energia consumida no país, mas concentraram 47,8% do faturamento do setor. As hidrelétricas, por sua vez, geraram 73,8% da energia consumida e ficaram com 32% do dinheiro. “Ou seja, as hidrelétricas estão subsidiando. Graças às hidrelétricas o custo bilionário das fósseis não está doendo muito mais e quebrando o consumidor”, afirma.

Setor vê freio puxado para a geração hídrica
A AbraPCH reúne centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas com potência instalada de até 30 MW e reservatórios de até três quilômetros quadrados. Hoje, essas unidades somam 6.800 megawatts em potência instalada.

Segundo fala do próprio ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, gravada para a 5ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs, o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2031) prevê que a capacidade instalada dessa modalidade cresça até a marca de 10 gigawatts na próxima década. O avanço, tratado como “expansão importante” pelo ministro, é classificado como irrisório por Arbex.

“Não é bom sinal. O Brasil precisa de uns 4 ou 5 mil ‘megas’ ao ano de nova geração; aumentar hidrelétrica em apenas 300 [megawatts neste intervalo] é muito pouco, é 7% do total”, calcula. O presidente da entidade acrescenta ainda que não há previsão para a construção de nenhuma hidrelétrica de grande porte no período, o que seria, segundo ele, “mais um motivo para aumentar a contratação de PCHs”.

Somente nos próximos três anos a AbraPCH projeta um adicional de 1,8 MW em hidrelétricas de pequeno porte, o que representaria aumento de 30% sobre a capacidade atual.

Além da previsão tímida apontada para o setor no PDE 2031, o número apontado para a potência instalada até lá fica aquém, inclusive, do que já seria possível colocar em operação no país. Segundo Arbex, já existem quase 15 mil megawatts de projetos de PCHs e CGHs aprovados na Aneel, com potencial para movimentar R$ 120 bilhões e gerar pouco mais de um milhão de empregos.


Associação fala em desvaforecimento das PCHs

Outro ponto que poderia ser visto como avanço para a geração hidrelétrica de pequeno porte mas é motivo de desconfiança para o segmento é a lei de privatização da Eletrobras.

No texto, foi embutida uma espécie de reserva de mercado para a contratação de 2.000 megawatts de energia gerada pelas pequenas centrais hidrelétricas em leilões realizados entre 2021 e 2026. Desde a publicação da lei, em julho passado, entretanto, nada ocorreu na prática, afirma Arbex.

“A gente estava contando com esses 2 mil megas, esperamos que eles ainda sejam contratados. Se forem contratados está perfeito e a gente ganha tempo para continuar trabalhando com o governo”, completa, em referência a cobranças sobre suposto favorecimento a outras fontes em detrimento das hidrelétricas.

Na avaliação de Arbex, as CGHs já encontraram seu lugar no mercado brasileiro na geração distribuída – mesmo que ela tenha predominância da solar. Falta viabilizar as PCHs.

Os empreendimentos de geração de pequeno porte (caso das CGHs, que tem até 5 megawatts de potência instalada) muitas vezes não necessitam da construção de linhas de transmissão robustas, tendo sua energia escoada por estruturas semelhantes aos sistemas de distribuição.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/pequenos-geradores-de-energia-cobram-troca-de-usinas-termicas-por-fontes-renovaveis/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

MINISTROS DO STF NÃO DEVERIAM DEMONSTRAR SUAS PREFERÊNCIAS POLÍTICAS

 

STF

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Ministro Ricardo Lewandowski falou no Brazil Conference sobre o papel da Suprema Corte do Brasil no enfrentamento da Covid-19.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um senador da oposição disse na semana passada que “juiz só fala nos autos”. Só que no Supremo Tribunal Federal isso não vale. Tem ministro do STF que fica dando palestra por aí, a três por dois. Nesta segunda-feira (11), falei com uma estudante de Direito da USP que disse que foi ouvir o ministro Ricardo Lewandowski. Ela contou que o ministro só falou em Lula, o tempo todo. Ele foi nomeado por Lula, então deve estar muito agradecido. Mas Lewandowski é juiz do TSE e deveria ficar isento, porque ele é um dos responsáveis por arbitrar essa eleição.

Em Boston (EUA), em participação no Brazil Conference, o mesmo ministro ainda criticou o candidato à reeleição Jair Bolsonaro, dizendo que o negacionismo do governo aumentou o número de mortes no Brasil. Só que não foi o negacionismo do governo, mas o da mídia em geral, dos próprios juízes e de muita gente, inclusive de médicos, que negaram o tratamento que existe para as pessoas. Negacionismo é isso.

Outro ministro do STF, Luis Roberto Barroso criticou no mesmo evento o populismo, os presidentes populistas. Só que a gente não fica sabendo a quem ele quis se referir. E ninguém fez pergunta a eles sobre eleições, a forma de apuração, sobre desrespeito à Constituição, e às liberdades de opinião e expressão, a prisão de jornalistas e deputado, desrespeito ao domicílio inviolável, ao direito de reunião, de ir e vir, de culto… Ninguém perguntou nada, fica estranho isso.

A propósito, o jornalista JR Guzzo, na Revista Oeste, está dizendo que o ministro do STF Alexandre de Moraes desrespeitou o Código de Processo Penal, artigo 833, que impede que se confisque o salário de pessoas a não ser para pagar pensão alimentícia. Mas Moraes quis fazer isso com o deputado Daniel Silveira, segundo lembra Guzzo.

Eleição na França
O candidato da esquerda na eleição francesa ficou fora do segundo turno; terminou em terceiro lugar. Vão para o segundo turno Emmanuel Macron e Marine Le Pen, os dois muito perto um do outro na contagem de votos. A decisão final fica para 24 de abril.

Lá não tem Justiça Eleitoral. Quem faz a contagem final é o Ministério do Interior, que recebe os votos contados em cada seção eleitoral. O voto é em papel, colocado em uma urna em acrílico, transparente, se vê o voto entrando. Quando termina a votação, é tirado o lacre e conta-se ali imediatamente os votos, com uns fiscalizando os outros.

Todo francês com mais de 18 anos é eleitor, o voto não é obrigatório, pode votar em quem quiser, e está lá a cédula em papel na seção eleitoral à disposição de quem quiser votar ou então pode trazer de casa. E a França é uma grande democracia.

Não estou aqui pregando a volta do voto em papel, mas a velocidade de apuração na França é a mesma do Brasil, e aqui não é transparente. A gente não vê como é que os bytes, megabytes e terabytes estão contando as coisas, se mexendo lá dentro.

A eleição na França nos faz pensar, mais uma vez, sobre a transparência, já que a gente tem uma decisão exemplar da Justiça alemã dizendo que a eleição, que é do eleitor, tem que ser transparente em todos os seus processos, principalmente na apuração.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/ministros-do-supremo-nao-deveriam-falar-sobre-politica/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

CIENTISTAS PROVAM QUE O LOCKDOWN É INÓCUO NA PANDEMIA

 

Pandemia

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

| Foto: Lukas Coch/EFE

Desde o início da tragédia mundial da Covid, ficou claro para quem tentava pensar com objetividade, coerência e isenção política que o “lockdown”, como se passou a chamar as medidas de fechamento maciço da atividade social, era a arma errada para combater a pandemia. Não só errada: era a mais errada de todas as possíveis.

Rapidamente, a paralisia total revelou-se o que realmente foi: uma reação de pânico e de ignorância das autoridades públicas, turbinada, também desde o começo, por uma vasta lavagem cerebral de ordem ideológica.

O “lockdown”, na tábua de mandamentos da militância da Covid, era um imperativo para “mudar a sociedade”; deveria ser criada uma “nova normalidade”, caso a humanidade quisesse sobreviver. Quem tentava argumentar, com fatos e realidades, que o fechamento radical não fazia sentido, era amaldiçoado como “negacionista” ou “genocida”.

A Covid passou, depois de deixar mais de 6 milhões de mortos em todo o mundo, cerca de 660 mil no Brasil – é o que dizem os registros de mortes atribuídas ao vírus. Sobrevive em alguns focos de resistência entre os jornalistas, funcionários públicos, etc, etc, etc, mas acabou na vida real – e vai deixando a claro, pouco a pouco, o tamanho da mentira que foi o “lockdown”.

Se ele funcionasse, por que o vírus continuou a se espalhar livremente, durante dois anos, com todas as medidas de repressão à vida em sociedade? Por que as pessoas que obedeciam o “fique em casa” continuaram a pegar Covid?

Agora, num clima mais racional, a ciência de verdade – não o charlatanismo dos ministros do STF, dos governadores e dos prefeitos, que passaram a maior parte dos últimos dois anos brincando de ditador – começa a esclarecer as coisas.

Um estudo de economistas-pesquisadores da Universidade de Chicago publicado pelo National Bureau of Economic Research do governo federal dos Estados Unidos, e citado pelo Wall Street Journal, é o mais recente demonstrativo concreto, com base em números, do desastre universal que foi o “lockdown”.

Tomando como base três critérios – mortes, educação e economia – e computando as cifras de todos os estados americanos, a pesquisa comprova que o fechamento teve efeito próximo ao zero na redução de mortes; ao mesmo tempo, foi devastador nas escolas e na performance econômica.

A pesquisa demonstra que a Flórida, estado que aplicou um mínimo de restrições durante a pandemia – seu governador, Ron de Santis, foi chamado pela mídia, o tempo todo, de “Governador Sentença de Morte” –, teve o mesmo número de mortes, proporcionalmente, que a Califórnia, onde o governo aplicou as medidas de repressão mais agressivas de todo o país.

Mas, entre os 50 estados, a Flórida ficou em terceiro lugar na relação dos que menos perderam em educação; a Califórnia ficou em último. Dos mesmos 50, a Califórnia ficou no 47º lugar entre os que tiveram o pior desempenho econômico; a Flórida ficou entre os melhores, no 13º lugar.

Resumo da ópera: a Flórida registrou um número de mortos equivalente ao da média nacional, mas protegeu muito melhor os seus cidadãos das devastações que a Covid provocou na economia e no desempenho escolar das suas crianças e jovens.

O estudo mostra outras realidades reveladoras. O Havaí, que adotou medidas extremas de “lockdown” – chegou a proibir, pura e simplesmente, o desembarque de qualquer pessoa em seu território –, ficou em primeiro lugar em número de mortos, entre os 50 estados. Na economia foi o pior de todos, com o 50º lugar, e na educação levou o 46º.

Em Nova York, o ex-governador Andrew Cuomo, que renunciou ao cargo em meio a um escândalo, foi um campeão do “fique em casa”. Seu estado teve o 48º lugar entre os 50 em termos de desempenho econômico.

No Brasil, obviamente, não haverá nenhum estudo semelhante. Aqui o STF vai continuar dando 100% de razão a qualquer autoridade que quiser prender a população dentro de casa. A mídia vai continuar considerando como heróis nacionais os governadores que receberam poderes absolutos e exclusivos – ninguém podia interferir nas suas decisões – para tratar de uma epidemia que deixou 660 mil mortos.

As classes intelectuais continuam tratando o “lockdown” como uma causa da esquerda; quem é contra é condenado como sendo “de direita”, bolsonarista e negativista. Vamos continuar, oficialmente, não sabendo nada.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/o-estudo-definitivo-sobre-a-inutilidade-do-lockdown/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...