terça-feira, 12 de abril de 2022

O BACALHAU TEM VÁRIAS ESPÉCIES DE PEIXE

 

O ‘Paladar’ foi até a Noruega desvendar todas as etapas de preparação do peixe da Páscoa, da pesca à salga e secagem  

Carla Peralva, O Estado de S.Paulo

Da Noruega

Paladar me enviou às águas frias do Mar do Norte para pescar o verdadeiro bacalhau. Cheguei à Noruega querendo um belo peixe para a Páscoa, mas não deu certo: os noruegueses já estão às voltas com o bacalhau do Natal – entre o peixe ser pescado e virar, de fato, bacalhau, são mais de dois meses, fora o percurso de navio até aqui.

Na viagem, fiz outras descobertas interessantes. Bacalhau não é um único peixe, não é uma técnica de salga e também não é uma receita. É tudo isso. A palavra bacalhau dá nome a três coisas.

1. Qualquer peixe da família Gadidae, entre eles o nobre e valorizado Gadus morhua, pescado no extremo norte do Atlântico, e o Gadus macrocephalus, seu primo menos popular e de carne menos nobre, que vive no Pacífico.

2. Peixes de cinco espécies submetidos a processos de salga e secagem (confira quais no fim do texto).

3. Um prato específico da culinária norueguesa (o bacalao, um cozido delicioso com tomate, cebola e batata, servido com pão preto). 

Eis um bacalhau vivo, no aquário de Ålesund, na Noruega. O peixe da espécie 'Gadus morhua' é o bacalhau "real oficial".

Eis um bacalhau vivo, no aquário de Ålesund, na Noruega. O peixe da espécie ‘Gadus morhua’ é o bacalhau “real oficial”. Foto: Peder-Otto Dybvik

Bem, agora vamos à parte prática dessa história: o que é bacalhau? Aqui no Brasil, o que se encontra no mercado é o bacalhau salgado e seco.

Ele pode vir do belo arquipélago de Lofoten, no Círculo Polar Ártico – no ano passado, o Brasil recebeu 18 mil toneladas de bacalhau vindo da Noruega, o que equivale a quase 20% da produção do país. De lá, chegam tanto o Gadus morhua (o bacalhau “real oficial”), quanto as espécies Saithe, Ling e Zarbo. Além disso, por aqui também recebemos o bacalhau do Pacífico, de menor qualidade. Eles têm diferenças de textura e sabor, como você confere abaixo.

Da pesca à salga do bacalhau

O bacalhau (o peixe) é uma criatura do frio, então, já fica a dica: nada de fogo alto ou longos tempos de cozimento. Ele passa seus primeiros anos no Ártico e, adulto (entre 2 e 4 anos), nada durante o inverno até as águas rasas da costa norueguesa para se reproduzir.

A temporada de pesca vai de janeiro a abril e tudo se aproveita do peixe. A famigerada cabeça do bacalhau é seca e exportada para países como a Nigéria, onde é usada em caldos; a língua e os músculos da garganta são tradicionalmente cortados por crianças e consumidos como petisco frito; o fígado serve para se extrair óleo; as ovas são consumidas salgadas (caviar) e curadas (bottarga).

  •  Vilas pesqueirasO passeio ainda passa pela pequena vila de pescadores Nusfjord.
  •  De sal e solFui até as águas geladas e cristalinas do Mar da Noruega para pescar bacalhau. Já começo com a prova: ele tem cabeça! E barba! 
  •  Porto de BallstadEm uma manhã de sensação térmica de -8°C, saímos do porto de Ballstad, uma das maiores vilas pesqueiras do arquipélago de Lofoten, … Leia mais
  •  Dentro do barcoOs peixes nadam em águas rasas. Barcos profissionais e turísticos usam radares para achar os cardumes.
  •  Anzol na águaLançamos a linha na água apenas com anzol, sem iscas. É preciso ficar puxando e liberando a linha, para atrair os peixes. Quando um morde, ba… Leia mais
  • PescariaA pesca do Gadus morhua vai de janeiro a abril. Há empresas que levam turistas para pescar.
  •  Limpando o peixeAlguns dos peixes já são limpos no barco mesmo. As ovas e o fígado são valiosos. Cabeça e língua também são aproveitados.
  •  Vilas pesqueirasO passeio ainda passa pela pequena vila de pescadores Nusfjord.
  •  De sal e solFui até as águas geladas e cristalinas do Mar da Noruega para pescar bacalhau. Já começo com a prova: ele tem cabeça! E barba! 

De Lofoten, os peixes viajam já limpos (sem cabeça e tripas, mas ainda inteiros) e congelados para a “capital do bacalhau”, Ålesund, cidade de estilo art nouveau cravada em meio aos fiordes da costa central.

Nas fábricas familiares, são abertos um a um e dispostos em camadas, intercaladas com grandes quantidades de sal marinho. Ficam assim de três a quatro semanas. Depois, são dispostos em paletes de madeira e vão para câmaras ventiladas, onde secam por mais uma semana. E só aqui que nasce o bacalhau. 

Depois de salgados, os peixes são secos em paletes de madeira dentro de câmaras ventiladas. Agora já podem ser chamados de bacalhau. 

Depois de salgados, os peixes são secos em paletes de madeira dentro de câmaras ventiladas. Agora já podem ser chamados de bacalhau.  Foto: Carla Peralva/Estadão

A cultura colaborativa do bacalhau

Ele é prova viva de como a cultura gastronômica é colaborativa. Os pioneiros na pesca foram os vikings, que secavam peixes para conservá-los nos barcos. A salga veio no século 11 com os povos bascos. Mas são os portugueses os donos do maior receituário de bacalhau salgado e seco do mundo. 

A Noruega salga e seca seus peixes pois há demanda externa para isso – mais de 95% da produção é exportada, sendo Portugal e Brasil os maiores consumidores. Por lá, o peixe é consumido fresco ou apenas seco.

A carismática chef Siv Hilde Lillehaug serve bacalhau fresco e seco em seu Lofotmat, no norte da Noruega. 

A carismática chef Siv Hilde Lillehaug serve bacalhau fresco e seco em seu Lofotmat, no norte da Noruega.  Foto: Carla Peralva/Estadão

Para provar o bacalhau de todas as maneiras como ele é consumido no país, a dica é visitar Henningsvær, uma ilhota de Lofoten com apenas 450 moradores que gira em torno da pesca, onde a chef Siv Hilde Lillehaug recebe os visitantes de sorriso aberto em seu Lofotmat, um dos cinco restaurantes da vila. Em sua cozinha aberta para o salão, ela faz o caviar do jeito que aprendeu com a avó e serve sobre flatbrød (pão chato norueguês) com creme azedo e beterraba. A língua é empanada e frita, petisco servido com picles e molho tártaro. O skrei, o bacalhau fresco, tem sabor delicado e desmancha na boca. Já o stockfish, bacalhau seco, tem textura mais seca e sabor pungente (é o stoccafisso consumido pelos italianos). 

É ele que domina as paisagens da ilha. As montanhas nevadas são cercadas por pequenos barcos e tomadas por hjells (fala-se i-éls), varais de madeira onde peixes são pendurados para secar ao vento. Sem sal, sem tela, sem nada, uma técnica eficiente de conservação criada pelos vikings, que se valeram da geografia das ilhas norueguesas: muito vento, baixas temperaturas, ar seco. Ele fica três meses nas varas externas e, depois, quase um ano em galpões bem ventilados. https://www.instagram.com/p/BvP9dY4n36h/embed/?cr=1&v=12&wp=621&rd=https%3A%2F%2Fpaladar.estadao.com.br&rp=%2Fnoticias%2Fcomida%2Cafinal-de-contas-o-que-e-bacalhau-fomos-ate-a-noruega-descobrir%2C70002778347#%7B%22ci%22%3A1%2C%22os%22%3A1660.3999999994412%2C%22ls%22%3A240.8999999994412%2C%22le%22%3A894.2000000001863%7D

Como escolher o tipo de bacalhau

O nome da espécie do peixe deve obrigatoriamente constar na embalagem, de acordo com uma nova portaria do Mapa, de 23 de janeiro de 2019. Isso ajuda na hora da compra: as variedades têm muitas diferenças, especialmente na textura e no sabor.

Os tipos de bacalhau: Zarbo, Saithe, Gadus morhua e Ling.

Os tipos de bacalhau: Zarbo, Saithe, Gadus morhua e Ling. Foto: Carka Peralva/Estadão

● Gadus morhua – O mais nobre, de posta alta que se desmancha em lascas. É untuoso e suculento. Também pode ser chamado de bacalhau do Porto. Pescado no Atlântico Norte, é o bacalhau “real oficial”. 

● Ling – Carne macia, que se desfaz em lascas. Vai bem cozido ou apenas selado na chapa. 

● Saithe – O de “sabor de peixe” mais intenso. Bom para saladas, brandade e outros preparos desfiados, como o bolinho de bacalhau. Também rende um bom ceviche, basta dessalgar e marinar. É o mais vendido no Brasil. 

● Zarbo – Tem textura mais rija e “esfarelenta”. Menos valorizado, é melhor desfiado.

● Gadus macrocephalus – Bacalhau do Pacífico, menor e e de coloração mais clara que o do Atlântico. Também rende bons lombos, mas sua carne só pode ser desfiada

 

Como comprar bacalhau e outras dicas

Quando for escolher uma peça de bacalhau, certifique-se que ela está seca e sem qualquer parte visivelmente úmida. A cor da carne pode variar de branco até amarelo-palha (cor mais clara não significa qualidade), mas descolarações, manchas prateadas ou vermelhas podem indicar má conservação. 

É possível comprar o bacalhau seco e salgado ou já dessalgado e congelado. A escolha é sua, mas saiba que não é difícil dessalgar bacalhau em casa – aprenda como aqui

Ao comprar bacalhau já em lascas ou pedaços (e não o lombo), possivelmente você estará comprando partes das ‘asas’ e da barriga do peixe (olhe na foto acima: são as áreas mais externas “do triângulo”, mais finas que o lombo). Isso não é um problema, mas faz diferença na textura: são pedaços normalmente mais fibrosos e menos untuosos. Vale lembrar que o bacalhau já é um peixe com pouquíssima gordura. 

CRIMES NA UCRÂNIA DEVEM SER INVESTIGADOS E PUNIDOS

 

The Economist

Foto: Zohra Bensemra/ReutersPor The Economist – Jornal Estadão

Criminosos poderão jamais ser julgados, mas devem ser investigados e indiciados mesmo assim

Evidências de crimes de guerra da Rússia se acumulam na Ucrânia, mas ao contrário do que muitos ucranianos e alguns russos desejam, ninguém — muito menos o presidente russo, Vladimir Putin — deverá passar nenhum dia sequer na cadeia por isso.

Não obstante, é importante que as atrocidades sejam investigadas; em parte para homenagear as pessoas torturadas, estupradas e mortas; e também para expor as mentiras do Kremlin para um mundo afeito demais a deixá-las passar. Além disso, indiciamentos públicos de militares russos serviriam como um alerta que pode ser capaz de impedir a rodada seguinte de matança.

A procuradora-geral da Ucrânia afirmou em 3 de abril que 410 civis haviam sido mortos nas proximidades de Kiev. Muitos outros cadáveres serão encontrados. A Economist viu o corpo da prefeita de Motizhin, um subúrbio, com os olhos vendados e marcas de tiros, disparados aparentemente pelas forças russas, junto com sua família.

Ira Gavriluk descobre os corpos de seu marido, irmão e outro homem mortos do lado de fora de sua casa em Bucha

Ira Gavriluk descobre os corpos de seu marido, irmão e outro homem mortos do lado de fora de sua casa em Bucha  Foto: AP / AP

Ouvimos detalhes a respeito do assassinato de homens ucranianos em Bucha, ordenado por um comandante russo. A ONG Human Rights Watch relata que soldados russos jogaram uma granada de fumaça dentro de um porão em Vorzel, próximo a Irpin, e atiraram numa mulher e seu filho quando eles saíram do local.

Evidências como essas têm causado, devidamente, indignação mundial. O presidente da Ucrânia e o primeiro-ministro da Polônia acusaram a Rússia de genocídio. O presidente americano, Joe Biden, chamou as monstruosidades em Bucha de crimes de guerra. E o secretário-geral da ONU determinou uma investigação a respeito das mortes, que se soma a várias outras já em andamento.

Os investigadores provavelmente constatarão que as forças russas deveriam responder pelos crimes, mesmo que não tenham matado em uma escala sistemática que configure genocídio. As Convenções de Genebra, das quais a Rússia é signatária, qualificam como crimes de guerra violações que incluem mortes intencionais, causar grande sofrimento e ter civis como alvo.

As mortes em Bucha se enquadrariam na definição. Assim como o bombardeio no teatro de Mariupol, em que a palavra em língua russa para “crianças” estava escrita em letras grandes o suficiente para serem lidas do alto pelos responsáveis pela pontaria. A própria invasão russa é um crime de agressão, conforme definido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga indivíduos por violações que afrontam o direito internacional.

E os vastos e indiscriminados ataques da artilharia russa contra cidades ucranianas são crimes contra a humanidade, definidos pelo TPI como participação e conhecimento de “ataque generalizado ou sistemático direcionado contra qualquer população civil”.

Infelizmente, indiciamentos dificilmente levarão criminosos de guerra russos à Justiça. Expulsa do Conselho da Europa em 16 de março, em virtude da invasão, a Rússia passou a ignorar o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. E não reconhece a jurisdição do TPI desde 2016.

Isso não impede o TPI de produzir indiciamentos ou emitir mandados de prisão contra russos, mas a aplicação de suas ordens requer que o Conselho de Segurança da ONU denuncie a Rússia ao tribunal — e, como membro permanente do Conselho, o país tem poder de vetar qualquer movimentação do organismo.

Mais sanções

A Rússia reconhece a Corte Internacional de Justiça, que arbitra a respeito de disputas entre governos, mas essa instância também está submetida às determinações do Conselho de Segurança da ONU.

Uma resposta é mandar mais armas para a Ucrânia e impor mais sanções contra a Rússia. Os EUA vão banir novos investimentos por lá. A União Europeia propôs bloquear navios e caminhões da Rússia, assim como banir todas as importações de carvão do país. A UE deveria fazer mais e também limitar suas compras de petróleo e gás russo.

Retomada de território
Tropas Ucranianas avançam no norte após retirada russa

Outra resposta é as cortes pressionarem com suas investigações. As forças russas têm o dever de proteger os ucranianos, mas os estão tratando como ferramentas de guerra. Em razão do Ocidente — assim como a Ucrânia — rejeitar a visão russa de que o povo é um meio de alcançar objetivo, ele deveria apoiar os esforços dos tribunais para mostrar que cada vida importa.

O processo judicial também evidenciará as mentiras da Rússia, para vergonha dos apoiadores internacionais de Putin. Até agora, o Kremlin tem afirmado que as atrocidades são forjadas e posteriormente usou a ONU para colocar a culpa nos ucranianos e acusá-los de ser nazistas.

E, para a satisfação dos que querem a queda do regime de Putin, indiciamentos podem ajudar a garantir que outros criminosos de guerra percam poder junto com ele. Quem sabe eles não acabam em uma cela? / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

© 2022 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM

ABERTURA DE EMPRESAS

 

Luana Menegat – CEO da Razonet explica como o empreendedor deve agir

De acordo com a pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com apoio do Sebrae e em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), a taxa de empreendedorismo potencial no Brasil teve um crescimento de 75% em 2020, totalizando 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem, mas que querem abrir um negócio próprio.

Quando uma pessoa decide abrir seu próprio negócio, inúmeras preocupações vêm à tona, entre elas, a parte burocrática. Nem todo mundo sabe o que precisa ser feito, onde e com quem deve contar para facilitar o processo, por isso, a CEO da Razonet Contabilidade Digital, Luana Menegat, ensina o passo a passo para o empreendedor.

“A parte burocrática consiste em três etapas que envolvem município, estado e a federação. É importante que a pessoa empreendedora saiba que algumas taxas variam de região para região e saber o que fazer pode até ajudar a economizar”, explica Menegat.

Passo 1 – Viabilidade

A avaliação de viabilidade é feita perante o município. É pedida uma autorização para a prefeitura para analisar se a pessoa pode abrir sua empresa, com seu ramo de atuação, na localidade desejada. Em alguns casos, a viabilidade é negada porque o indivíduo não pode exercer determinada atividade em determinado local, como uma indústria química no centro da cidade, por exemplo. Tal medida certamente causaria muito prejuízo.

Passo 2 – Documento Básico de Entrada (DBE)

Nessa etapa, o empreendedor vai informar à Receita Federal sobre quais atividades vai exercer, se tem sócios, quem eles são, qual a participação deles no negócio, o endereço da empresa, dados para contato para, por fim, criar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o CNPJ.

“Muito embora a pessoa consiga o número do CNPJ nessa etapa do processo, ainda não poderá utilizá-lo e nem emitir notas fiscais. Isso só acontece no final do processo, quando já existe a empresa constituída”, explica Luana Menegat, CEO da Razonet.

Passo 3 – Registro na Junta Comercial

O empreendedor fará o Registro na Junta Comercial do seu estado e criará o contrato social, que como o próprio nome diz, rege a sua sociedade. Nele, devem conter informações sobre os sócios, a participação societária, qual capital social da empresa e o conjunto de regras e normas que fazem parte da sua filosofia corporativa. Em seguida, o contrato é aprovado na Junta Comercial. As taxas desses órgãos variam de estado para estado, por isso é importante realizar esse procedimento no local em que você atuará e contar com o auxílio de uma empresa especializada. Caso o documento não seja aprovado, será apontado onde e o que o empreendedor deverá adequar.

“Ao final dessas três etapas, a pessoa vai ter seu processo deferido, seu negócio constituído e partir para o Cadastro da Empresa no município ou estado para ter permissão para emitir nota fiscal”, finaliza Menegat.

A Razonet é uma startup de contabilidade digital com mais de 30 anos de experiência em contabilidade tradicional, acelerando o sucesso dos empreendedores (Simples e MEI) e explicando, de forma simples, que abrir o próprio negócio não é um bicho de sete cabeças, desde que o empreendedor tenha as orientações corretas.

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Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

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Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

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segunda-feira, 11 de abril de 2022

PL DAS FAKE NEWS NÃO PODE PROSPERAR

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília: requerimento de urgência do PL das Fake News acabou rejeitado.| Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

No trâmite legislativo, há urgências e urgências. Projetos importantíssimos para o país muitas vezes dormem nas gavetas de comissões por pura má vontade daqueles que as comandam, e nesses casos um requerimento de urgência tem o poder de destravar seu andamento; mas outras vezes pretende-se analisar rapidamente projetos extensos e controversos, que necessitariam de discussão muito mais profunda. O caso do PL das fake news (PL 2.630/20) se encaixa perfeitamente nesta segunda categoria, e felizmente o plenário da Câmara rejeitou, por pouco (faltaram apenas oito votos), a tramitação às pressas defendida pelo presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), por partidos de esquerda e até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

É inegável que o ambiente digital sofre de sérias disfunções, que não são exclusividade brasileira, mas que foram potencializadas graças à polarização política e ao que chamamos de “apagão da liberdade de expressão” no país; entre elas estão tanto a difusão generalizada de mentiras e notícias falsas quanto a confusão conceitual a respeito da natureza das mídias sociais, que se declaram neutras para fugir de responsabilização legal, mas na prática decidem quais conteúdos e perfis podem ou não permanecer no ar. Em ambos os casos o vale-tudo tem sérias consequências, seja para quem é caluniado na internet, seja para quem é censurado por puro arbítrio de algoritmos, “checadores de fatos” ou ate mesmo magistrados. A questão fundamental é: o PL 2.630 resolve estes problemas ou os agrava?

O PL 2.630, apesar de se dizer pautado por uma série de liberdades e garantias, pouco ou nada faz na prática para defendê-las

Como lembramos recentemente neste espaço, o Senado Federal, que já aprovou a também chamada “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet”, melhorou o texto inicial, mas o relator do texto na Câmara, Orlando Silva (PCdoB-SP), voltou a piorá-lo, e nem os inúmeros questionamentos e emendas propostas estão sendo capazes de fazer a necessária depuração. Pelo contrário: ainda que o projeto estabeleça um certo procedimento para os casos de exclusão de conteúdo, com garantias aos usuários que hoje lhes são negadas pelas Big Techs, permanece a confusão conceitual sobre a natureza das mídias sociais e sua consequente responsabilização – o máximo que o relator fez foi equipará-las a veículos de comunicação apenas para questões relativas à Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/90).

A título de exemplo, continua no PL a criminalização da “disseminação em massa de mensagens que contenha fato que sabe inverídico que seja capaz de comprometer a higidez do processo eleitoral ou que possa causar dano à integridade física e seja passível de sanção criminal”. A chave, aqui, está no conceito extremamente aberto de “fato que se sabe inverídico”, e que poderá ser usado para punir criminalmente não apenas a difusão intencional da mentira ou da calúnia, mas também a posição oposta a supostos “consensos”. Caso a lei já estivesse em vigor há algum tempo, por exemplo, os autores de muitas afirmações sobre a pandemia inicialmente descartadas como “teorias da conspiração”, mas que depois se mostraram ao menos plausíveis – como no caso da possível origem laboratorial do Sars-CoV-2 –, poderiam ser punidos por divulgar “fato que se sabe inverídico”. Da mesma forma, não se pode descartar que o conceito aberto sirva para perseguir defensores de certas posições éticas ou morais, como a ideia de que atletas transgênero não deveriam poder participar de competições femininas. Além disso, a menção à “higidez do processo eleitoral” cria pretexto para se perseguir qualquer um que faça questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas, por exemplo.


O debate necessário sobre mídias sociais e liberdade de expressão (editorial de 16 de setembro de 2021)
O pêndulo, hoje, está do lado restritivo. A liberdade de expressão tem sido atropelada tanto pelas Big Techs quanto pelo Judiciário sem o menor pudor, e o PL 2.630, apesar de se dizer pautado por uma série de liberdades e garantias, pouco ou nada faz na prática para defendê-las. Medidas interessantes como a caça aos robôs e perfis falsos foram misturadas a uma série de previsões de caráter aberto e que dão margem a perseguição e censura com base política e ideológica. Jamais um texto como esse poderia tramitar rapidamente; ele necessita de um pente-fino criterioso, inclusive com participação da sociedade civil, para que tenha clareza extrema e efetivamente proteja as liberdades sem validar o mau uso das mídias sociais e aplicativos de mensagens.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/pl-fake-news-urgencia/
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PT É CONTRA AS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

 

Educação pública
Por
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo

O Presidente Jair Bolsonaro durante o Lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares – PECIM.

O presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, em 2019| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil; Antonio Cruz/Agência Brasil

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, iniciativa do Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Defesa, que desde 2020 implementou o modelo em 127 escolas estaduais ou municipais do país durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), está na mira do Partido dos Trabalhadores (PT), e sua revogação pode constar no plano de governo petista para as eleições deste ano. Em declarações recentes dadas à imprensa, a coordenadora do Setorial de Educação do PT Nacional, Teresa Leitão, disse que “o projeto das escolas cívico-militares fracassou”.

Ela, que contribui com a temática da educação junto à alta cúpula do partido para definir as diretrizes do plano de governo petista para as eleições, declarou também que o PT é contra o programa e que não irá bancá-lo. De acordo com as portarias referentes ao programa, parte dos recursos que o financiam vem do governo federal, enquanto estados e municípios complementam com verbas adicionais.

A implementação de escolas cívico-militares é uma aposta do governo Bolsonaro, que tem como objetivo trazer aspectos da gestão escolar dos colégios militares, regidos por leis estaduais, e aplicá-los em um programa nacional. Sua aplicação consiste em alocar oficiais e praças das polícias militares e dos corpos de bombeiros e membros inativos das Forças Armadas nas instituições de ensino a fim de atuarem como suporte à comunidade escolar, sob a liderança da diretoria da instituição de ensino. Os militares recebem treinamentos específicos em gestão escolar antes de assumirem os postos.

Diferentemente dos colégios propriamente militares, nas escolas cívico-militares tanto a direção quanto o corpo docente permanecem os mesmos, compostos por civis e não por profissionais de segurança pública. As corporações não assumem as escolas, que permanecem sendo geridas pelas secretarias estaduais ou municipais de educação. As escolas também não são obrigadas a aderir a um uniforme militar e não há exames de seleção para ingresso nessas instituições.

A estimativa do governo federal é encerrar 2022 com 216 instituições de ensino em que o modelo esteja em vigor. Até o momento, 25 estados mais o Distrito Federal já possuem escolas cívico-militares – apenas no estado de Sergipe não foi implementada nenhuma escola até o momento.

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Funcionamento do modelo cívico-militar

As principais demandas das comunidades em que as escolas cívico-militares têm sido implementadas são a melhoria do ambiente de ensino e da segurança no entorno dos colégios. De acordo com pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada em 2019, os professores brasileiros gastam, em média, um terço do tempo em sala de aula para manter a ordem na classe e para se dedicar a tarefas administrativas, como a lista de presença. A indisciplina nas escolas é, aliás, um dos principais componentes que colocam o Brasil nas últimas posições quando o assunto é educação.

Nesse cenário, os militares atuam como apoio no acolhimento e preparo dos alunos na entrada dos turnos, no intervalo de aulas e nos períodos de encerramento; e também nos projetos educativos extraclasses e na busca ativa dos alunos. Antes da implementação do modelo, pais dos alunos, professores e funcionários das instituições são ouvidos em uma consulta pública e somente após a aprovação são efetivados os trâmites para a mudança.

Como critérios para que a escola seja escolhida para receber o programa, a instituição deve obrigatoriamente ter baixo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica; indicador que mede a qualidade do ensino nas escolas públicas) e ter alunos em vulnerabilidade social.

De acordo com Pedro Caldeira, professor na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, pesquisador na área de educação e diretor do núcleo de educação do grupo Docentes Pela Liberdade (DPL), o formato é positivo especialmente pelo foco dado ao respeito aos professores, às regras da escola e aos símbolos nacionais e pela centralização nas aprendizagens dos conteúdos. Para Caldeira, o modelo tende a contribuir para superar problemas típicos em muitas redes de ensino, como comportamentos inadequados de parte dos alunos nos contextos escolares, desinteresse de parte dos estudantes e suas famílias pelas aprendizagens e, em casos extremos, a presença e o consumo de drogas dentro ou no entorno das escolas.

Um ponto negativo que ele cita, não diretamente vinculado ao programa, é pensar que esse é o único modelo alternativo ao formato das atuais escolas das redes públicas. “Mesmo o engessamento legal e normativo a que as escolas brasileiras estão sujeitas permite que outros modelos possam ser pensados, concebidos e implantados. As próprias escolas cívico-militares são o melhor exemplo, mas poderiam ser pensados outros modelos”, diz o pesquisador.

Como exemplo, ele cita o modelo de escola tradicional com base no Trivium (baseado na Gramática, Lógica e Retórica – bem escrever, bem pensar e bem falar); escola de artes visuais, dramáticas e musicais; e de instituições em que os estudantes assumem a total responsabilidade por suas aprendizagens. “Ou mesmo o modelo finlandês ou estoniano, em que a gestão da escola tem total responsabilidade pelos resultados das aprendizagens de seus alunos e liberdade para contratar e dispensar professores, por exemplo”, prossegue.

Por outro lado, para Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), o formato das escolas cívico-militares é insustentável como política pública. Ele cita que não há viabilidade material para que o modelo se replique no conjunto das escolas brasileiras e que, do ponto de vista pedagógico, os militares não teriam a preparação para estarem no ambiente escolar.

“Essa proposta me parece inadequada, porque os militares, quaisquer que sejam os níveis de sua atuação, têm como processo de formação objetivos muito distintos do processo educacional”, diz Alavarse. “Eles são formados com uma visão de obediência e hierarquia. Sem negar a importância da disciplina, a escola não pode estar baseada nesse tipo de hierarquização que o meio militar se encontra. O ambiente educacional não pode estar baseado nessas premissas, tem que ter o espaço do debate”.

As escolas cívico-militares são instituições não militarizadas, mas com uma equipe de militares no papel de tutores (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Panorama das escolas cívico-militares no Brasil
Dentre as 127 instituições em que o modelo já foi implementado, a região Norte do país é a que mais possui escolas cívico-militares, com um total de 29. Em segundo lugar estão empatadas as regiões Sul e Sudeste, com 27 instituições cada. Já o Nordeste soma 23 escolas, e o Centro-Oeste, 21.

Ao final deste ano, no entanto, caso o governo consiga atingir as metas estabelecidas, a ordem de regiões com maior número de escolas cívico-militares será: Sudeste (55), Sul (52), Norte (44), Nordeste (36) e Centro-Oeste (29).

Já entre os estados, aqueles que devem receber mais implementações até o fim desta primeira etapa do programa são Rio Grande do Sul (22 escolas previstas, hoje soma 12); São Paulo (20 previstas, atualmente com nove) e Santa Catarina, que possui nove, mas pode chegar a 19 escolas no modelo. Há, atualmente, uma lista de espera de aproximadamente 300 municípios que aguardam receber escolas cívico-militares, segundo dados do MEC.

É possível mensurar o programa?
O programa das escolas cívico-militares começou a ser implementado no primeiro semestre de 2020, época de início da pandemia da Covid-19 e, consequentemente, do longo período de escolas fechadas. Como consequência, é impossível ter uma mensuração técnica a respeito tanto de seus efeitos positivos quanto do seu “fracasso”, como alegado pela coordenadora do Setorial de Educação do PT.

Na avaliação de Caldeira, resultados obtidos em projetos educacionais podem ser obtidos ao final de um ano de efetiva aplicação. “Tratando-se do ano 2020, no qual foram tomadas decisões que levaram ao fechamento das escolas e sem que escolas, professores, famílias e alunos estivessem preparados para substituir o ensino presencial pelo ensino remoto, os resultados atingidos nesses anos não são representativos da ‘mais-valia’ das escolas cívico-militares”, explica o professor. Para ele, uma avaliação plena só poderá ser efetuada no final de 2022, após um ano letivo totalmente presencial.

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Para diretor do MEC, mesmo com impactos da pandemia, programa apresenta resultados positivos
Na avaliação do diretor de políticas para escolas cívico-militares do MEC, Gilson Passos de Oliveira, apesar de os impactos da suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia terem impedido uma mensuração mais apurada dos resultados do programa, o período foi utilizado para estruturar o modelo e expandi-lo para outras escolas, para aproximar os militares do corpo docente e até mesmo para melhorar a infraestrutura de algumas instituições de ensino.

Quanto aos resultados do programa, Oliveira cita que o retorno positivo, principalmente por parte das famílias, o rápido esgotamento das vagas nas escolas em que o formato tem sido implantado – em uma escola de Cuiabá, todas as 600 vagas abertas pela internet se esgotaram em menos de cinco minutos – e conquistas pontuais em algumas instituições apontam para um desempenho positivo.

“Em uma das escolas de Curitiba, havia a possibilidade de seu fechamento pelo desinteresse da comunidade em razão de diversos problemas que a unidade apresentava. Essa escola, hoje, tem em torno de mil alunos nos dois turnos e uma fila de espera de mais de 300 alunos”, diz o diretor do programa.

“Em alguns aspectos, para nossa surpresa, temos tido resultados expressivos que achávamos que só iriam acontecer mais para frente. A escola de Palhoça (SC), por exemplo, conseguiu recentemente três medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia. Já uma das escolas de Curitiba atingiu no ano passado, pela primeira vez na sua história, o índice do Ideb”, declara Oliveira.

Segundo ele, a evasão escolar – apontada em relatório em relatório da OCDE como uma das principais consequências do longo período de aulas presenciais suspensas – tem sido bastante reduzida nas instituições em que o programa vigora. “Em várias unidades temos uma redução muito significativa, e em algumas o índice chega a zero, como é o caso de escolas em Cuiabá e João Pessoa”.


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BANDEIRA VERDE VAI DIMINUIR A CONTA DE LUZ

 

Energia mais barata

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

Brasília – O consumo de energia elétrica no país fechou os primeiros três meses do ano com queda acumulada de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mudança na bandeira tarifária atenua a inflação, mas não será capaz de conter a alta de preços, pressionada por combustíveis e alimentação.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A retirada antecipada da bandeira tarifária escassez hídrica das contas de luz do brasileiro, a partir de 16 de abril, trará algum alívio para a inflação, mas não terá força suficiente para puxar uma queda nos preços, pressionados pelos subgrupos combustíveis e alimentação. Essa deflação no custo da energia já era esperada, uma vez que a cobrança adicional na eletricidade foi criada com data de início e fim. Esse impacto, entretanto, passa a ficar dividido entre abril e maio, com mudanças nas projeções anteriormente traçadas. Como resultado, a decisão segura a inflação de abril, mas faz com que ela avance no mês seguinte na comparação com projeções prévias.

“Simplesmente antecipamos uma deflação de energia elétrica de maio para abril. Então, a projeção do IPCA para o mês caiu um pouco. Em contrapartida a projeção de maio subiu porque, agora, parte do impacto foi adiantado”, explica a economista da XP, Tatiana Nogueira.

Pelas contas da XP, a passagem da bandeira extraordinária à bandeira verde (patamar em que não há cobranças adicionais sobre o consumo de energia) terá impacto total de -80 bps no IPCA, metade em cada mês. Assim, para abril, o IPCA deve ficar em 0,67%, já o de maio será de 0,17%. Para a EQI, a inflação esperada para abril é de 0,62% em abril e de 0,02% em maio.

Segundo o economista-chefe da EQI, Stephan Kautz, o impacto na inflação é relevante pois a energia elétrica é componente importante do IPCA e do grupo habitação, com peso no poder de compra da população. “E o fato de que a gente está fazendo uma mudança de um extremo a outro, indo direto para a bandeira mais baixa, traz efeitos significativos”, completa, “estamos falando de praticamente 90 pontos base do agregado da inflação”.


Na avaliação de Tatiana Nogueira, da XP, a retirada foi antecipada justamente para permitir um alívio para a renda das famílias em um momento de inflação muito pesada, puxada principalmente por combustíveis e alimentação. Apesar de significar alguma folga no curto prazo, atenuando as altas, a medida, diz ela, “não é suficiente para a queda de preços. A nossa conta (que já considerava uma bandeira verde no término deste ano de 2022) já mostrava uma inflação bem mais pressionada, perto de 7%, afirma. Essa projeção não mudou.

Ainda segundo a economista, movimentações provocadas pelo conflito no Leste Europeu, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, trouxeram choques adicionais, com alta nos preços de commodities agrícolas e energéticas, subida no preço de fretes e preocupação com um desarranjo da cadeia global de suprimentos, que foi um dos principais motivadores de inflação alta durante a pandemia.

“A continuidade dos problemas na cadeia de suprimentos e o aumento de frete e o aumento da energia, não só impacta o consumidor final, mas também a cadeia de produção, o custo fica mais elevado. Isso somado a outros itens como fretes mais altos e falta de insumos faz os bens industriais também subirem bastante”, explica.

O fator conta de luz, por sua vez, não deve voltar a pressionar a inflação durante os próximos meses. O país se aproxima do início do período seco com reservatórios em situação confortável, com média nacional acima dos 50% de capacidade. Sem a necessidade de emprego das térmicas ou de precificar riscos hidrológicos, a expectativa é de que a bandeira se mantenha no patamar verde na maior parte do ano, com adoção desse cenário base tanto pela XP quanto pela EQI.

Para o economista-chefe Stephan Kautz, além de uma “oferta de chuva” mais alta nos reservatórios, provavelmente teremos uma demanda mais fraca por energia, até porque a economia está dando sinais de que, no segundo semestre, deve sofrer de maneira mais significativa os impactos desse ciclo de alta de juros do Banco Central. Então, um crescimento baixo para um nível de reservatórios inicialmente mais altos permite a bandeira verde até o final do ano”, arremata.


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