quinta-feira, 24 de março de 2022

FESTIVAL DE ROCK BRASIL

 

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‘Rock Brasil 40 Anos’ estima levar, entre 27 de março e 21 de abril, cerca de 100 mil pessoas ao Memorial da América Latina

Julio Maria, O Estado de S.Paulo

Vai ficando mais distante e, talvez por isso, mais evidente o quanto aqueles anos ilhados entre o início e o fim da década de 1980 significaram para quem ouviu música no Brasil. Pois uma outra versão do rock em português que havia sido inaugurado mais de 20 anos antes, higienizado, apolítico e irradiado pelo Programa Jovem Guarda enquanto tendas verde-oliva eram instaladas em Brasília, se reapropriaria dos espaços de mainstream com outro apetite. Um Brasil que se despedia da ditadura mas não de suas contradições oferecia desta vez um material visivelmente mais contraditório e complexo – e tudo parecia tão ingênuo lá atrás – tecido nas incompatibilidades. Havia raiva e esperança, palavrões e poesia, midiatismo e reclusão, RPM e Lobão, e tudo democraticamente chamado de “rock nacional”.

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Show do Paralamas do Sucesso na Praça Mauá, em 2018  Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

O talvez maior retrato já feito desta época será um evento chamado Rock Brasil 40 Anos, que já passou pelo Rio de Janeiro e por Belo Horizonte e que chega agora a São Paulo. Com edições intermitentes, entre 27 de março e 21 de abril, o festival terá como base principal o Memorial da América Latina, onde o palco armado vai receber, para uma média de público diário de 15 mil pessoas, bandas como Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Capital Inicial, Biquíni Cavadão, Leoni, Leo Jaime, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Titãs, Ira, Camisa de Vênus, Paulo Ricardo, Humberto Gessinger, Blitz, Frejat, Nando Reis, Arnaldo Antunes e Marina Lima. As vendas de ingressos, com preços entre R$ 80 e R$ 400, são feitas pelo site ingressocerto.com.br.

O produtor Peck Mecenas, idealizador do projeto, teve sua vida adulta inaugurada junto com o rock nacional. Sua história é curiosa. Aos 18 anos, ele era produtor de estrada da banda Barão Vermelho, com quem trabalharia por 18 anos e, logo depois, se tornou produtor executivo do Circo Voador, no Rio de Janeiro, o “ninho da cobra” do que seria o rock brasileiro. Muitos consideram que a inauguração de tudo se deu no Circo, ainda nas areias do Arpoador, no Rio, no verão de 1982. Assim, ainda moleque, veria os primeiros passos de Barão Vermelho, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Blitz, Camisa de Vênus e muitas outras bandas. “Aquilo foi o divisor entre a ditadura e a democracia. Que País É Esse? (da Legião) e Brasil (de Cazuza) poderiam ser os hinos nacionais.”

CINEMA. Há uma produção cinematográfica diretamente ligada às bandas dos anos 80, mas pouco avaliada. Ela estará em uma longa mostra que será realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, como parte do projeto, com entrada franca. Alguns dos filmes são Barão Vermelho – Por que a Gente É Assim?, de 2007, com direção de Mini Kerti; Faroeste Caboclo, de 2013, dirigido por René Sampaio, baseado na música de mesmo nome da Legião Urbana; Blitz, O Filme, de 2019, de Paulo Fontenelle; Titãs: A Vida Até Parece Uma Festa, de 2009, com direção de Oscar Rodrigues Alves e Branco Mello; Somos Tão Jovens, de 2013, uma cinebiografia de Renato Russo, com direção de Antonio Carlos da Fontoura; e Cazuza – O Tempo não Para, de 2004, com a história de Cazuza, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho.

Outra frente será preenchida pelos musicais, uma linguagem relativamente nova em sua abordagem dos anos 80. O mesmo CCBB terá uma série deles com produções como Cazas de Cazuza, de Rodrigo Pitta; Cássia Eller – O MusicalRenato Russo – O Musical e CabeçaUm Documentário Cênico. Uma palestra que vale a pena conferir será ministrada pelo jornalista e crítico musical Nelson Motta. Ele será realizada nos dias 26 de março e 2, 9 e 16 de abril.

Revival. Os primeiros shows do Memorial da América Latina começam às 15h deste domingo. Uma sequência de nomes poderosos será formada por Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Capital Inicial e Biquíni Cavadão. Bi Ribeiro, baixista dos Paralamas do Sucesso, conta que não se lembra de ter visto evento sobre o rock dos anos 80 nas mesmas dimensões. “Das maiores bandas, só faltou a Legião. Acho que é a maior celebração já feita sobre esta época.”

Bi conta que o distanciamento pode trazer novas reflexões. Seu grupo, os Paralamas, talvez seja o de linguagem mais descolada do que é entendido como um movimento. Se não houvesse os anos 80, certamente haveria Paralamas com o mesmo sucesso. “Havia muita competição. Uma competição informal, claro, cada banda queria fazer um disco melhor do que a outra. Estávamos todos no mesmo páreo. Mas hoje o que rola é muita amizade”. E qual show Bi Ribeiro gostaria de ver? Alguns, ele diz. “O Ira! queria muito ver um show deles.” Mas ele dá uma dica quase improvável. “E cara, você precisa ver o show do Biquíni Cavadão. Os caras fazem uma p… apresentação”.

Dia 27 março

Paralamas do Sucesso 

Plebe Rude 

Capital Inicial 

Biquíni Cavadão

Dia 3 de abril

Leoni  

Leo Jaime 

Barão Vermelho

Dia 10 de abril

Ultraje a Rigor 

Titãs  

Ira! 

Camisa de Vênus

Dia 17 de abril 

Paulo Ricardo 

Cee lee bration 

Humberto Gessinger 

Blitz

Dia 21 de abril 

Frejat 

Nando Reis 

Arnaldo Antunes 

Marina Lima 

*Os primeiros shows começam sempre às 15h, no Memorial da América Latina 

SERVIÇOS:

Ingressos Shows Memorial da América Latina:

Site INGRESSO CERTO

Pista – 1º Lote (inteira) R$160 e (meia-entrada) R$80

Camarote – 1º Lote (inteira) R$400,00 e (meia-entrada) R$ 200,00

Ingressos Teatro CCBB São Paulo

Site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB SP 

(inteira) R$30,00 e (meia-entrada) R$ 15,00

Ingressos Mostra de Cinema e Palestras no CCBB SP

Agendamento pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB SP

Gratuito

*Clientes Banco do Brasil com cartão Ourocard têm 50% de desconto no valor do ingresso, não cumulativo com o benefício de meia entrada legal.

Serviço CCBB São Paulo

Festival Rock Brasil 40 anos

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Período: 23 de março a 21 de abril

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo–SP

Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 19h, exceto às terças

Informações: (11) 4297-0600

Estacionamento conveniado: Rua da Consolação, 228.

Valor: R$ 14 pelo período de até 6 horas. É necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB.

Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô.

TECNOLOGIA 5G VAI REVOLUCIONAR AS TRANSMISSÕES ESPORTIVAS

 

Ainda em fase de testes no mundo, inovação já causa a expectativa de mudança na maneira de consumir futebol

Caio Possati , especial para o Estadão

Inovações tecnológicas prometem revolucionar a maneira como o torcedor consome o esporte REUTERS|Rafael Marchanteabout:blank

Não há torcedor que não tenha se sentido frustrado por não conseguir comprar ingressos para aquela decisão tão esperada, seja ela qual for. Ou, então, aquela pessoa que está no estádio de futebol, mas não sabe dizer se o pênalti dado e validado pelo VAR (Árbitro de Vídeo) foi, de fato, bem marcado. Esses são sentimentos que fazem parte da rotina de quem consome esporte hoje. As tecnologias que vêm por aí, contudo, apontam para um futuro em que essas frustrações ficarão no passado.

Com a pulverização e o incremento do 5G, a 5ª geração de internet móvel, por parte de emissoras e produtoras de conteúdo e de telecomunicação, as transmissões esportivas e seu consumo devem mudar radicalmente. Dentro dessas possibilidades, será possível assistir aos jogos de casa como se estivesse em campo ou arquibancada, saber se um lance duvidoso foi bem marcado ou não. Inovações que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, podem ser implementadas em alguns anos com a consolidação do 5G.

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Inovações tecnológicas prometem revolucionar a maneira como o torcedor consome o esporte Foto: REUTERS/Rafael Marchante

O QUE É O 5G?

Em linhas gerais, o 5G é a quinta geração de redes de celulares, que é especificada por um conjunto de padrões que definem as frequências e os protocolos de comunicação para que dispositivos (smartphones) e infraestrutura (antenas) consigam se entender. “Uma vez especificados esses padrões, fabricantes de dispositivos conseguem produzir aparelhos compatíveis com a tecnologia, permitindo que as redes de celular sejam implantadas e os dispositivos de diversos fabricantes acessem essa rede usando a tecnologia 5G”, explica o professor do Instituto de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Luiz Bittencourt.

Mas é na forma como funcionará que a nova rede costuma ser apresentada e compreendida. O 5G é reconhecido por três principais características: ser ultraveloz (pode ser 10 a 30 vezes mais rápida do que a rede 4G); a baixa latência, que corresponde ao tempo de resposta que o dispositivo apresenta para se conectar à rede; e a alta capacidade de processamento e transmissão de dados – que metaforicamente pode ser associado ao aumento da largura de uma estrada que permite maior quantidade de tráfego.

A partir desses três pilares, as transmissões esportivas e, por consequência, a forma como os espectadores consomem o esporte tendem a mudar drasticamente comparado ao que é hoje. Segundo especialistas, o 5G terá a capacidade de proporcionar muito mais do que uma transmissão estável ou sem delays (atrasos). O tempo de tudo será real. Em geral, experiências imersivas geradas pela tecnologia de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA), além do aumento da customização do próprio consumo (assistir como eu quero e da forma como quero), estarão no cardápio de degustação oferecido pela rede.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=2kX77z

SATÉLITE X 5G

Para entender como o 5G vai transformar a forma de transmitir e consumir esporte é necessário entender o funcionamento desse processo atualmente. Utilizando o esporte mais popular do mundo como exemplo, Ricardo Souto, Head de Transmissão da LiveMode, startup responsável que realiza a transmissão e comercialização de direitos dos jogos do Campeonato Paulista e da Copa do Nordeste, afirma que o processo de produção de partidas de futebol no Brasil ainda é dependente de uma tecnologia que não está veiculada à internet. Se vale de satélites.

“A produção dos eventos esportivos”, explica Souto, “é feita via satélite”. Ou seja: “Câmeras são instaladas na beira do campo, transformando o ambiente em um grande estúdio. Os sinais dessas imagens são levados até uma unidade móvel, que recebe e sobe esses sinais para um satélite em órbita. Do satélite, as imagens são enviadas de volta às emissoras que detêm os direitos de transmissão, que chegam à casa das pessoas por meio dos aparelhos”, explica.

No atual sistema resumido por Souto, os satélites não permitem a chegada de uma alta quantidade de sinais vindo das câmeras, o que limita a transmissão dos dados e o fluxo das informações.

“É um gargalo de distribuição de imagens.” Como uma estrada engarrafada. Isso faz com que os espectadores assistam às partidas em um sequenciamento único de imagens. Isto é: enquadramento no treinador, que segue para a imagem do campo, que fecha na torcida. No 5G, isso muda: as pessoas terão autonomia para escolher as imagens. “Essa é a primeira coisa que chamou a atenção da gente com o 5G, porque essa tecnologia acaba com o gargalo. Você passa a ter uma internet mais rápida, disponível e ampla, capaz de tirar mais sinais disponíveis do estádio”, diz Souto.

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Com a tecnologia 5G, uso do celular para acompanhar transmissões esportivas vai ser cada vez mais comum Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

A nova rede, com capacidade de transmitir mais dados, permite que as produtoras sejam mais criativas na forma de trabalhar o conteúdo. Fica viável, por exemplo, instalar uma microcâmera no juiz e dar ao espectador a opção de assistir ao jogo pelo ponto de vista deste personagem, de dentro do campo.

“Essas possibilidades vão surgindo conforme se vai aumentando a transmissão de mais dados para além daquela imagem vertical e horizontal bidimensional que a gente vê em um jogo”, afirma Bruno Maia, professor de Marketing da PUC-Rio e fundador e CEO da Feel the Match, startup que desenvolve negócios e propriedades de conteúdos ao esporte. “Quando o 5G começar a ser testado, vão se criar milhões de possibilidades de interações. Você pode, com muito mais facilidade, ter uma transmissão em que o espectador escolhe três formas diferentes de assistir ao mesmo jogo de futebol, por exemplo”, salienta Maia.

CUSTOMIZAÇÃO

“Interação” e “escolha” são duas palavras ditas por Bruno Maia que vão ao encontro das capacidades do 5G e podem vir a ser rotina para os torcedores em um futuro próximo. Como as produtoras de conteúdo vão desfrutar de tecnologia mais rápida e que gera capacidade para suportar uma quantidade alta de dados, as produções de conteúdos tendem a ser mais inovadoras do que apenas o aumento da disponibilidade de imagens.

A primeira novidade, como mencionado, é a quebra do gargalo que viabiliza a transmissão simultânea de imagens e permite que o espectador escolha como deseja assistir à partida – seja pela perspectiva de um atleta ou pela movimentação dele em campo, de um canto do estádio ou do meio do gramado. As opções estarão disponíveis como se fossem um cardápio.

Contudo, há também o possível desenvolvimento de novas ferramentas interativas que podem ampliar essa customização e transformar a forma como se consome o evento esportivo. O 5G vai permitir que as pessoas consigam, por meio do uso de um óculos de realidade virtual, assistir a um jogo de casa e se sentam como se elas estivessem dentro do estádio ou, até mesmo, no gramado – uma prática já adotada pela NBA.

“É possível posicionar uma câmera perto do banco de reservas e fazer o torcedor assistir a uma partida desse ângulo”, diz Ricardo Souto, head da LiveMode. “Então, o 5G tem um potencial de promover experiências altas aos consumidores”, reforça. Bruno Maia pensa em outras inovações. “Hoje a gente consegue reproduzir a imagem e o som por meio da realidade virtual. Eu não sei se daqui a alguns anos vamos conseguir reproduzir o cheiro também das coisas”, provoca.

MAIS INFORMAÇÕES

Outra funcionalidade que pode ser aplicada pelo 5G é o de produção e disponibilidade de informações e conteúdo em tempo real. Poderá ser possível apontar para um jogador com a câmera do smartphone e extrair dados, estatísticas ou qualquer outra informação dele, como distância, velocidade percorrida ou frequência de batimentos cardíacos. “Imagina que legal seria poder ver os batimentos cardíacos de um jogador e do goleiro no momento de uma cobrança de pênalti”, exemplifica Souto.

Ambos, contudo, reforçam que essas criações ainda estão no plano das ideias e que poucas experimentações no mundo ainda foram feitas. A fase é de testes e de descobrimentos, de saber se funciona ou não, de descobrir limites ou ignorá-los. Mas, entre os especialistas ouvidos pelo Estadão, não há dúvidas: o 5G vai transformar a forma como se produz, transmite e consome esporte. Como? Não se sabe.

Na Alemanha, uma maneira de se apropriar do 5G está sendo praticada há meses. Na Bundesliga, o Campeonato Alemão, torcedores que assistem aos jogos in loco em determinados estádios já conseguem usufruir da funcionalidade de replay instantâneo. Portanto, um gol ou uma jogada duvidosa pode ser conferido no celular instantes após o lance ter acontecido.

A NBA já testou a tecnologia de realidade virtual, permitindo que torcedores, de casa, acompanhassem uma partida como se estivessem dentro do ginásio.

OUTROS IMPACTOS

Porém, são experimentos que dificilmente devem chegar ao Brasil em 2022. Diferentemente da Alemanha e dos EUA, que já adotaram o 5G e possuem estádios e arenas com infraestrutura capaz de fazer a rede funcionar, o País ainda dá os primeiros passos para o uso da quinta geração da rede.

No fim do ano passado, foi realizado o leilão, entre as operadoras, para a concessão da exploração de faixas de frequência do 5G distribuídas no Brasil. Hoje, parte das capitais e algumas cidades brasileiras já estão aptas a receber a 5.ª geração de internet móvel. Espera-se que, quando chegar de vez ao País, isso venha a gerar transformações tanto do ponto de vista de transmissão quanto comercial.

De acordo com holandês Jan Kees Moss, analista de investimentos e mestre em gestão esportiva internacional, o 5G vai ajudar a tornar as transmissões mais flexíveis e baratas para as empresa. “Como a infraestrutura será mais flexível, mais conteúdo poderá ser produzido, sendo positivo para as receitas. Do lado do custo, também há benefícios, pois as câmeras 5G não exigem cabos, enquanto as produções podem ser enviadas diretamente para um hub central. Satélites e caminhões não serão mais necessários”, escreveu Moss no blog “Sporttomorrow”, dedicado a falar sobre inovação esportiva.

Ele afirma que essas melhorias podem aumentar a quantidade de concorrentes na transmissão das partidas. Ricardo Souto entende que a possibilidade de maior geração de imagens e conteúdos pode ser melhor aproveitada comercialmente pelas empresas. “As marcas vão poder oferecer câmeras exclusivas e comercializar essas imagens com os consumidores. Então, o 5G vai trazer também um significativo impacto comercial no esporte”, acredita.

EMPREENDER COM POUCO DINHEIRO

 

Elyson Gums

Um novo ano nos dá energia para fazer novos planos, não é verdade? Por isso, se você colocou na sua lista de metas para 2022 o objetivo de aprender como empreender com pouco dinheiro, então este artigo é para você.

Obviamente, nós sabemos que alcançar esse objetivo não é fácil. É preciso ter muita conexão com o mercado e estar sempre se atualizando para saber o que está em alta e o que vale a pena investir.

Nesse sentido, preparamos algumas dicas que vão te ajudar muito a ganhar dinheiro em casa. Portanto, boa leitura!

O que você verá:

Como montar seu negócio com 500 reais?

1. Revenda PLR

2. Preste serviços na internet

3. Abra uma loja de roupa

4. Seja um revendedor

5. Venda um infoproduto

6. Trabalhe com a venda de alimentos

Como montar seu negócio com 500 reais?

Quem disse que você precisa juntar uma grana boa para empreender, é porque não sabe que investir em um negócio novo requer criatividade e força de vontade.

Afinal, há diversas possibilidades de investir pouco dinheiro para construir uma nova fonte de renda e, até mesmo, uma nova profissão.

Por isso, confira algumas dicas de como empreender com pouco dinheiro, isto é, de montar o seu negócio com apenas 500 reais!

1. Revenda PLR

PLR (Private Label Rights), em tradução livre, significa Direitos de Marca Própria. Nesse caso, o empreendedor compra um produto com PLR e passa a ter o direito de usá-lo, modificá-lo e revendê-lo.

Ou seja, se você não tem tempo para criar o seu próprio infoproduto, basta comprá-lo pronto com PLR. Assim, você pode adaptá-lo e vendê-lo em seu nome.

Vale dizer que ao comprar um produto digital com PLR, é possível obter muitos benefícios, principalmente no que diz respeito à criação ágil do produto. Afinal, outra pessoa já realizou a produção e edição do material. Logo, você só precisa revisar e fazer as modificações necessárias.

2. Preste serviços na internet

A internet oferece uma variedade infinita de possibilidades de como empreender com pouco dinheiro. Afinal, tudo o que você precisa é entender como funciona o seu nicho de mercado no meio virtual e saber quais são as necessidades do seu público.

Quando você é especialista no que faz, essas possibilidades só aumentam.

Assim, pela internet, você pode:

Oferecer consultoria para profissionais da área, ajudando no seu desenvolvimento;

Trabalhar como consultor para empresas;

Fazer um curso online e vender para o seu público;

Prestar seus serviços pela internet, como de design, redação, gestão de redes sociais, entre outros que podem ser feitos de forma totalmente remota.

Por isso, estude o seu mercado e descubra como expandir a sua área de atuação através da internet.

3. Abra uma loja de roupa

O faturamento no comércio eletrônico está em um crescimento exponencial, tanto no Brasil quanto no mundo. Por isso, abrir uma loja online é sinônimo de fazer um bom negócio.

Nesse sentido, você pode, por exemplo:

Abrir um brechó online:

Há diversos aplicativos nos quais você pode vender roupas usadas ou novas na internet. Assim, você pode fazer um perfil no Instagram ou até mesmo no aplicativo Enjoei. A OLX também é uma ótima opção para esse tipo de negócio.

Venda sob encomenda:

Outra possibilidade é a venda sob encomenda. Você pode abrir sua loja online, fazer seu e-commerce e trabalhar com uma espécie de pré-venda exclusiva. Assim, você não leva prejuízo. É só produzir conforme a sua demanda de mercado.

4. Seja um revendedor

Marcas como Hinode, Boticário, Natura e Rommanel possuem revendedores por todo o Brasil. E na internet, eles também atuam com ótimos resultados em vendas.

Por isso, considere essa possibilidade de renda extra na hora em que você pensar em como empreender com pouco dinheiro.

Lembre-se que trabalhar nas revendas passa por diversas áreas. Você pode vender roupas, lingeries, biquínis, sapatos, perfumaria, jóias e semijoias e muito mais! Trabalhe com diferentes produtos e amplie seu catálogo.

5. Venda um infoproduto

Há duas maneiras de vender infoprodutos: você pode trabalhar como produtor de conteúdo ou trabalhar com um programa de afiliados.

Ao produzir o seu próprio conteúdo, você obtém o lucro total do seu produto digital. Afinal, a autoria é sua e você precisa apenas repassar para a plataforma que comercializa seu infoproduto uma parte ínfima dos seus lucros, isto é, uma mínima taxa pelo serviço.

Já trabalhando em um programa de afiliados, você pode vender um infoproduto de um produtor digital. Assim, existem diversas plataformas que oferecem esse programa. Basta você achar as melhores opções para o seu mercado e colocar a mão na massa.

Um afiliado ganha uma porcentagem por cada infoproduto vendido. O legal desse modelo de negócio é que você se preocupa apenas com a venda do produto digital, já que o pós-venda é de inteira responsabilidade da pessoa que produziu o material.

6. Trabalhe com a venda de alimentos

Você tem dotes culinários que todos os seus amigos e familiares elogiam? Então esse já é o atributo principal que você precisa para saber como empreender com pouco dinheiro no ramo alimentício. 

Afinal, com a evolução dos aplicativos de delivery de alimentos, muita gente está lucrando alto e investindo pouco. Aplicativos como iFood, Rappi, Uber Eats e 99Food são apenas alguns dos exemplos com os quais você pode trabalhar seu negócio.

Os aplicativos cobram apenas uma pequena taxa por cada entrega. Sendo assim, tudo o que você precisa fazer é se dedicar ao seu negócio, tendo ideias e estratégias que façam você bombar com suas receitas.

Para te ajudar a ter sucesso nesse ramo, confira algumas dicas que preparamos:

Teve uma ideia de alimento para vender? Então você já deu o primeiro passo. Agora só falta achar concorrentes que vendem alimentos semelhantes aos seus. Assim, você consegue se diferenciar e oferecer uma nova proposta ao seu cliente.

Caso o que você tem a vender não se diferencie da concorrência, pense em um serviço mais atrativo para o seu público. Quando o produto é igual, a gente capricha na embalagem. A experiência do cliente é fundamental nessa etapa. Por isso, valorize-a.

Ofereça promoções e descontos para fidelizar seus clientes. Isso ajuda tanto nas vendas quanto na avaliação do seu serviço nos aplicativos de entrega.

Ao seguir essas dicas, você tem tudo para dar certo. Mas, para isso, vai ter que pôr as mãos à obra e se dedicar muito!

E aí, curtiu as ideias de como empreender com pouco dinheiro em 2022? Então saiba que agora o próximo passo é conhecer a Startup Valeon para divulgar e vender os seus infoprodutos em uma plataforma completa e cheia de recursos!

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WP)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

quarta-feira, 23 de março de 2022

PANDEMIA AUMENTOU A INFLAÇÃO E DIMINUIU O PODER DE COMPRA

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Ecommerce Business Growth And Retail Tax Inflation

| Foto: Bigstock

Há exatos dois anos, em março de 2020, o Brasil se deparava com o ataque intenso do coronavírus que, vindo de outros países já em situação grave (caso da Itália e Espanha), fazia explodir o número de pessoas infectadas e a quantidade de internações pela agressividade da Covid 19. Rapidamente, já em abril daquele ano, duas consequências se intensificavam: a pressão sobre os leitos hospitalares para pacientes de Covid e o isolamento social em massa. Sem vacina e sem perspectiva de quando surgiria uma forma eficaz de imunização, os meses seguintes impuseram duas experiências que o Brasil nunca houvera tido: a população em massa trancada em casa e o sistema econômico parado, senão totalmente, pelo menos em grande parte da indústria, comércio, serviços e setor público.

Somente após outubro de 2020 as esperanças quanto às vacinas ganharam possibilidade real, mas o ano terminaria com a economia mundial em queda, recessão severa, desemprego e, para muitas categorias de trabalhadores, a perda total de suas rendas. Este foi o caso dos profissionais autônomos de serviços que não podem ser executados à distância, via on-line ou qualquer outra forma de não presencialidade, como é o serviço de cabeleireiro, intervenção médica e outros procedimentos feitos pelo profissional diretamente no corpo do cliente. Segundo informação do Banco Central (BC) em abril de 2020, um total de 40 milhões de profissionais autônomos interromperam suas atividades e ficaram recolhidos em casa sem nenhuma renda.

A economia brasileira não parou totalmente, mesmo porque isso é uma impossibilidade, pois a paralisação total significaria não haver fornecimento de alimentos, energia, água, medicamentos, assistência à saúde e longa lista de bens e serviços vitais. Outro tanto do sistema produtivo conseguiu oferecer seus produtos por meios tecnológicos remotos, como foi o caso da educação e alguns serviços pessoais como psicologia, palestras, assessoria profissional etc. Encerrado o ano de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro mostrou queda de 3,9%, número considerado modesto diante do tamanho da tragédia. Para constar, um setor que praticamente não parou foi o agronegócio, sobretudo porque as safras agrícolas e a pecuária não tinham meios de paralisar as atividades, sob pena de não se colherem os produtos e morrerem os animais.


O ano de 2021 entrou sob a continuação das mesmas condições de 2020, com uma novidade: o mundo já havia conseguido ter vacinas capazes de enfrentar o vírus e as infecções com chances de sucesso. Em março de 2021, portanto há um ano desde o início do isolamento social, o Brasil começou a receber, embora com certo atraso, estoques do medicamento e o processo de vacinação iniciava sua trajetória que permitiu encerrar o ano com praticamente todos os 160 milhões de adultos tendo tomado pelo menos duas doses da vacina. O PIB de 2021 cresceu 4,6% sobre 2020, e isso se deveu à confiança da população na vacina, além do retorno parcial e gradual das atividades econômicas. Atualmente, neste primeiro trimestre de 2022, praticamente todos os setores estão de volta, em condições de alívio pelo resultado na luta contra a Covid 19.

Porém, o Brasil experimentou duas situações inéditas e sem histórico para orientar o que fazer: uma, a inflação se elevou em função do choque de oferta (queda da produção à taxa superior à queda da demanda); outra, o sistema produtivo foi desorganizado, com efeito sobre as finanças das empresas e a renda das famílias. É importante considerar que, durante a ocorrência da inflação, a renda pessoal é reduzida e o impacto negativo sobre o poder de compra é devastador. A situação somente não foi pior porque o governo e o parlamento aprovaram auxílios emergenciais e estes foram pagos de forma rápida para quase 70 milhões de beneficiários.

No atual momento, é importante que os líderes empresariais, os políticos e os governantes em geral entendam que inflação causada por choque de oferta não se combate com os mesmos instrumentos usados para combater inflação de demanda. Um desses instrumentos é a elevação da taxa de juros que, quando o consumo está excessivo em relação à produção, serve para desaquecer a demanda e reduzir a pressão sobre os preços. Isso não quer dizer que a taxa de juros não deva ser elevada de forma alguma; sim, ela deve ser elevada para evitar a corrosão dos valores poupados, com prejuízos principalmente para as pessoas e famílias que poupam para formar reservas destinadas à aposentadoria ou emergências. Inflação de oferta se combate essencialmente com aumento tão rápido quanto possível da produção de bens e serviços.

É importante considerar que, durante a ocorrência da inflação, a renda pessoal é reduzida e o impacto negativo sobre o poder de compra é devastador

Vale mencionar que a inflação é uma espécie de doença autoalimentadora que conduz à inflação inercial, isto é, os preços aumentam hoje porque aumentaram ontem e aumentarão amanhã porque aumentaram hoje. Para quebrar a inflação inercial, é necessário que a produção se recupere em período curto, sem o que nenhuma medida monetária dá conta de, sozinha, conter o processo inflacionário. O governo deve agir rapidamente, pois a inflação corrói o poder de compra das rendas pessoais, desvaloriza as poupanças e reduz o valor dos capitais acumulados. Em uma só frase: a inflação empobrece a nação. Vale mencionar que o choque de oferta teve duas causas principais: a pandemia e a grave falta de chuvas. À medida que ambas as causas desapareçam do cenário real da vida, sociedade e governo devem fazer um esforço para repor o trem da economia nos trilhos da normalidade. Essa é a missão principal das lideranças governamentais e empresariais, mesmo neste ano de eleições estaduais e federais.


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GENERAL BRAGA NETTO VAI SER MESMO O VICE DE BOLSONARO

 

General de confiança

Por
Wesley Oliveira
e

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

General Braga Netto, ministro da Defesa, é o nome mais cotado para ocupar o posto de vice na chapa do presidente Bolsonaro neste ano| Foto: Marcos Correa/PR

O ministro da Defesa, o general Walter Souza Braga Netto (sem partido), vai compor a chapa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. O que era uma sinalização feita pelo presidente, agora, é uma informação “cravada” por interlocutores do Palácio do Planalto, do núcleo político e eleitoral, e por aliados da base governista.

Na segunda-feira (21), Bolsonaro disse à TV Jovem Pan que o vice é “mineiro e fez colégio militar”, em uma clara referência a Braga Netto, natural de Belo Horizonte e formado na instituição educacional militar da capital. O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), vice-líder do partido na Câmara e aliado da base “raiz” conservadora do presidente, diz que são grandes as chances do atual ministro da Defesa ser o escolhido.

“O que circula nos grupos é que o vice deve ser o Braga Netto. Eu daria chances de 99% de ser ele. É uma pessoa competente, humilde, capaz e fiel. Eu sou totalmente Braga Netto, é um gentleman, humilde e muito responsável. Seria um grande apoio ao presidente”, afirma Nunes à Gazeta do Povo.

Outras dez fontes ouvidas pela reportagem em condição reservada entre segunda e terça-feira (22) também confirmam o general da reserva como vice. Foram ouvidos deputados da base aliada, interlocutores governistas e da coordenação eleitoral de Bolsonaro.

Um dos interlocutores afirma, inclusive, ser “bem provável” que ele esteja presente no lançamento da pré-candidatura do presidente, no domingo (27), em Brasília. Ainda é incerto, contudo, se haverá a confirmação de ele ser o vice da chapa presidencial.

O nome de Braga Netto vinha sendo ventilado por integrantes do Planalto desde o fim do ano passado. Desde então, Bolsonaro já havia sinalizado que o vice seria uma pessoa de confiança e a escolha seria pessoal. A opção por Braga Netto atende perfis dos quais o presidente não abre mão. “É discreto, leal e agregador”, diz um interlocutor do governo.

Qual será o papel de Braga Netto como vice na chapa de Bolsonaro

Outros vices com qualidades de discrição e lealdade também foram sugeridos e sondados pelo governo, a exemplo de outros ministros de Estado. Contudo, prevaleceu a vontade pessoal de Bolsonaro, que tem mais afinidade com Braga Netto e insistiu com integrantes de sua coordenação eleitoral para emplacar o militar na chapa.

O presidente acredita que Braga Netto pode exercer papéis importantes na campanha, desde a montagem de equipes e coordenação de cabos eleitorais, a um articulador político a ser inserido em sua coordenação eleitoral. “O ministro é conciliador e hábil na coordenação de trabalhos e busca de consenso”, aponta um interlocutor do governo.

A escolha por Braga Netto marca uma “queda de braço” entre Bolsonaro e os articuladores de sua campanha eleitoral, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O núcleo duro da campanha entende que outro nome com as mesmas qualidades do ministro da Defesa poderia ter sido escolhido em seu lugar.

De acordo com integrantes do Planalto, a indicação de Braga Netto como vice é uma resistência de Bolsonaro contra um nome que fosse do Centrão. Partidos da base do governo pleiteavam que a vaga fosse ocupada por um político de partidos como PP ou o Republicanos. Nessa articulação, o nome da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chegou a ser ventilado pelos governistas por ela ter apelo entre o público feminino e apoio do agronegócio.

Entretanto, o presidente entende que cedeu em muitos aspectos ao grupo político aliado e persistiu com o nome de Braga Netto. Bolsonaro sempre sinalizou que pretende ter um nome de sua confiança e sem aspirações políticas na cadeira de vice-presidente. A medida seria uma forma de o chefe do Palácio do Planalto se blindar de um eventual processo de impeachment.

“Eu tenho de ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo do mandato”, declarou Bolsonaro na entrevista à TV Jovem Pan. Governistas avaliam que, em parte, os mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro não avançaram nos últimos anos pela falta de interesse de o Congresso colocar um militar como o vice-presidente Hamilton Mourão no cargo de presidente.

Em 2018, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já havia sinalizado que a escolha de um militar era uma “defesa contra impeachment”. “Sempre aconselhei o meu pai: tem que botar um cara faca na caveira para ser vice. Tem que ser alguém que não compense correr atrás de um impeachment”, disse Eduardo ao jornal Folha de S. Paulo.

Braga Netto ainda precisa definir qual partido vai se filiar
Para consolidar Braga Netto para a chapa de reeleição, o ministro da Defesa deverá deixar o cargo até dia 2 de abril. Até lá, a principal articulação em curso é a definição do partido que o militar irá se filiar. Conforme apurou a Gazeta do Povo, Braga Netto recebeu uma ficha de filiação ao PP, mas também conta com convites para se filiar ao Republicanos e ao PSC.

O núcleo de campanha do presidente também não descarta uma filiação do ministro ao PL. Caso isso se confirme, haveria a formação de uma chapa “puro-sangue”, isto é, com presidente e vice de um mesmo partido. Entretanto, essa é a opção vista como menos provável, uma vez que não favorece a construção de alianças partidárias.

A informação que circula no Planalto é de que Braga Netto vai se filiar em “coordenação com a campanha”. Assessores apontam que ele não tem preferência por um partido e vai assinar ficha na legenda que o núcleo duro eleitoral escolher e identificar como a que pode potencializar a candidatura à reeleição.

O Republicanos é um partido bem cotado para o ministro da Defesa. Flávio Bolsonaro mantém conversas com o presidente nacional da legenda, o deputado federal Marcos Pereira (SP), a fim de evitar um desembarque da base. “Braga Netto é uma possibilidade no Republicanos, sim, está se construindo até porque o presidente [Bolsonaro] está começando a sinalizar mais forte que Braga Netto vem como vice”, afirma uma liderança do partido.

Por uma construção estratégica, o Republicanos aparece bem “cotado” na “casa de apostas” pelo futuro partidário de Braga Netto, principalmente após ter filiado o vice-presidente Hamilton Mourão, que sairá candidato pelo partido ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

No PP, existe uma resistência da base dos congressistas em ter um quadro da sigla na vice e essa pressão pode ser determinante para o futuro de Braga Netto. Já o PSC aparece com menos força e, embora seja importante na composição partidária, corre “por fora”.

De acordo com Bolsonaro, seu grupo político está na reta final das negociações com os partidos que devem apoiá-lo na reeleição. “Estamos na reta final com os partidos. Muito partido quer fechar comigo, por exemplo”, disse o presidente na entrevista à Jovem Pan.


Candidatura de vice pode levar comandante do Exército à Defesa
A possibilidade de uma composição de Braga Netto com Bolsonaro na chapa presidencial chegou a ser debatida sem muito clamor e vasto apoio entre militares no início do ano. Não por rejeição ao ministro, mas pelo receio que o gesto significaria para as Forças Armadas.

Os comandantes das três forças pregam a desassociação entre a política e a instituição. O general Edson Leal Pujol, ex-comandante do Exército, disse em novembro de 2020 que as Forças Armadas “não querem fazer parte da política, nem que ela entre nos quartéis”. Em março de 2021, Bolsonaro mexeu nos comandos do Ministério da Defesa, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Pelo precedente, nem todos os oficiais militares e oficiais generais receberam efusivos a notícia de que Braga Netto poderia ser o vice de Bolsonaro. Parte dos militares entendiam que o melhor seria evitar novos ruídos junto às tropas. “Com muita ponderação, eu não mexeria no Braga Netto, embora considere um bom nome”, disse um militar à reportagem em janeiro.

Também general de Exército, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, tentou se cacifar nos bastidores para assumir a Defesa. Mas seu nome não agradou oficiais generais das Forças Armadas e sofreu rejeição, afirmam militares próximos de comandantes das forças.

Para militares, o nome que vai substituir Braga Netto na reforma ministerial tem que ser um quadro com mais prestígio nas Forças Armadas e trânsito na instituição, pré-requisito fundamental entre oficiais-generais. “O general Paulo Sérgio tem um excelente relacionamento dentro com a Marinha, a Força Aérea e, obviamente, dentro do Exército. É um nome que agrada e tem trânsito”, afirma um interlocutor de um comandante.

Por esse motivo, Bolsonaro mantém conversas com o atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, para que ele assuma o Ministério da Defesa. “O nome atual é ele [Paulo Sérgio], mas quem define é o presidente”, destaca um interlocutor do Planalto.

Nogueira estava até o início da semana em viagem oficial a Washington (EUA) e, segundo a CNN Brasil, antecipou o retorno para se reunir com Bolsonaro. Ele retornaria para Brasília em um voo comercial, mas, a pedido do presidente, se comprometeu a voltar em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para antecipar o compromisso.

Influência política de Braga Netto começou no governo de Michel Temer 
Braga Netto tem 66 anos e teve sua primeira ascensão política em 2018, quando foi escolhido pelo então presidente Michel Temer (MDB) como interventor na segurança pública no estado do Rio de Janeiro. O trabalho lhe rendeu a indicação em 2019, já no governo Bolsonaro, para ocupar o posto de chefe do Estado-Maior do Exército.

Já em 2020, o militar acabou sendo transferido para a reserva, pois recebeu o convite de Bolsonaro para assumir o comando da Casa Civil do governo federal. Na época, o presidente afirmou que Braga Netto era “cotado para qualquer coisa”.

“O Braga Netto eu conheço há algum tempo, me dou muito bem com ele, ganhou uma projeção muito grande em uma situação complicadíssima daquela intervenção da segurança do Rio de Janeiro, está certo? É um homem cotado para qualquer coisa”, disse Bolsonaro.

Na Casa Civil, Braga Netto assumiu a articulação do governo junto ao Congresso Nacional e acabou se aproximando ainda mais de Bolsonaro. Os mais próximos do ministro apontam que ele tem “competências e atributos” que o tornaram uma opção de apoio ao presidente na corrida à reeleição.

Apontado como linha-dura pelos integrantes do governo, o ministro foi responsável, por exemplo, por transferir as coletivas sobre a pandemia de Covid-19 do Ministério da Saúde para o Palácio do Planalto em 2020. À época, o então ministro Luiz Henrique Mandetta e o presidente Bolsonaro divergiam sobre as regras de isolamento social.

O general deixou o comando da Casa Civil para assumir a Defesa após a demissão do ocupante do cargo até então, o general Fernando Azevedo e Silva, em março de 2021. O episódio foi seguido pela saída dos três comandantes das Forças Armadas em protesto.


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