quarta-feira, 23 de março de 2022

MEC SOB ACUSAÇÃO DE FAVORECIMENTO ILÍCITO

 

Brasília
Por
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo

Áudio sugere favorecimentos na distribuição de recursos do MEC por parte de Milton Ribeiro a pastores| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Após a publicação de reportagem da Folha de S. Paulo, na noite desta segunda-feira (21), com um áudio do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que sugere favorecimentos na distribuição de recursos da pasta – a pedido do presidente da República Jair Bolsonaro -, houve forte reação de parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado, tanto de aliados quanto de opositores do governo Bolsonaro. De acordo com a matéria, dois pastores teriam atuado informalmente no gabinete do ministro para facilitar o acesso, por parte de prefeitos, a recursos financeiros do MEC. A suposta contrapartida, de acordo com o áudio divulgado, seria “apoio para a construção de igrejas”. O ministro negou todas as acusações e divulgou uma nota de esclarecimento (leia abaixo).

Em Brasília, parlamentares das duas casas legislativas acionaram diferentes órgãos do poder público contra o comandante do MEC e contra o presidente da República. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP), Felipe Rigoni (União Brasil-ES), Kim Kataguiri (União-SP) e Túlio Gadêlha (PDT-PE) e o secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha (PSD-RJ), entraram com representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro. Os parlamentares pedem que Ribeiro seja investigado por suspeita de cometimento de improbidade administrativa e tráfico de influência devido ao suposto favorecimento em sua administração.

Além deles, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Ribeiro. Ele também pediu a investigação de outros membros do MEC por suspeita de envolvimento nos supostos favorecimentos de recursos públicos. O parlamentar atribuiu ao chefe da pasta da Educação as práticas de advocacia administrativa e prevaricação.

Já a bancada do PSOL na Câmara protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público Federal (MPF) contra Jair Bolsonaro, Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, citados como “interlocutores” informais do MEC junto a prefeitos.

Milton Ribeiro nega favorecimento em recursos do MEC e diz que não houve pedido de Bolsonaro

Oposição entra com ação por improbidade contra ministro Milton Ribeiro
Parlamentares do Centrão de olho no cargo
Nos bastidores, parlamentares que integram o “Centrão” estariam cobrando a saída de Ribeiro. Um dos nomes que agrada o grupo para assumir o ministério é o de Marcelo Lopes da Ponte, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ponte foi indicado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil. O senador é presidente do PP e membro do Centrão.

O nome de Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), também é especulado como possível indicação a titular da pasta em caso de exoneração do atual ministro. Ex-presidente da Capes, fundação vinculada ao MEC, Correia já havia sido cogitado para assumir o comando da pasta da Educação em 2020, após a saída de Carlos Alberto Decotelli – que ficou no cargo por cinco dias e pediu demissão após a repercussão negativa sobre as inconsistências em seu currículo acadêmico.

Assim como Ribeiro, o reitor do ITA é evangélico. Correia tem perfil técnico e conta com o aval de grupos que costumam indicar nomes a Bolsonaro.

Mas uma indicação vinda do Centrão para o comando da pasta resultaria em dificuldades na condução do MEC, de acordo com uma visão ideológica mais alinhada ao governo de Jair Bolsonaro.

Durante o dia, veículos de imprensa especularam que Ribeiro teria cogitado deixar a pasta e poderia indicar o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, para seu lugar. Apesar disso, até o momento, não houve nenhuma manifestação de Bolsonaro que indique a possível troca do ministro da Educação.

Além disso, o mandatário do MEC deu a entender que não há, por ora, intenção de deixar o cargo. “(…) Reafirmo o meu compromisso republicano de exercer as atribuições desta Pasta em prol do Interesse Público e do futuro da Educação do Brasil”, citou Ribeiro, por meio de nota.

A Gazeta do Povo contatou o MEC sobre o assunto, mas não houve retorno.

Frente Parlamentar Evangélica pede esclarecimentos
Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, contatou Milton Ribeiro ainda na manhã desta terça-feira (22) e solicitou esclarecimentos quanto ao teor do áudio divulgado. À Gazeta do Povo, o parlamentar disse que nesta quarta-feira (23) fará uma manifestação sobre o caso em nome da bancada evangélica.

“Solicitei ao ministro que, em respeito ao trabalho dele e ao governo, os áudios merecem esclarecimentos. Aguardando esses esclarecimentos, farei um pronunciamento em nome da presidência da Frente Parlamentar Evangélica, até porque isso está sendo cobrado pelos meus colegas deputados. Os áudios isolados por si só me parecem ser muito sérios e merecem esclarecimentos”, disse o deputado.

Ministro nega acusações
O ministro se pronunciou sobre o caso na tarde desta terça-feira. Em nota, Ribeiro refutou as acusações de favorecimento na distribuição de recursos, assim como também negou suposto pedido de “atendimento preferencial” por parte de Bolsonaro aos pastores que estariam atuando no gabinete do ministro.

O ministro, no entanto, não comentou o que quis dizer na gravação divulgada pela Folha sobre “atender primeiro os amigos do pastor Gilmar”, nem negou a veracidade do áudio.

Confira a nota do ministro na íntegra:
“Nota de Esclarecimento do Ministro da Educação

Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado.  

Registro ainda que o Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem. Da mesma forma, recebo pleitos intermediados por parlamentares, governadores, prefeitos, universidades, associações públicas e privadas. Todos os pedidos são encaminhados para avaliação das respectivas áreas técnicas, de acordo com legislação e baseada nos princípios da legalidade e impessoalidade.

Desde fevereiro de 2021, foram atendidos in loco 1.837 municípios em todas as regiões do País, em reuniões eminentemente técnicas organizadas por parlamentares e gestores locais, registradas na agenda pública do Ministério, estabelecendo relação direta entre o MEC e os entes federados. Os atendimentos técnicos, conduzidos por servidores da autarquia, permitem esclarecimento dos procedimentos para planejamento e acesso aos recursos disponibilizados via FNDE, por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR 4).

Seguindo os princípios de transparência, integridade e governança, obedecendo orientação dos Órgãos de Controle Federais (CGU e TCU), esta gestão apresentou o Painel de Investimentos, buscando o aperfeiçoamento da gestão dos recursos públicos, pois muitos prefeitos ainda desconhecem sua carteira de projetos e quais recursos estão disponíveis em suas contas. O Painel está disponível a qualquer cidadão que deseja acompanhar os recursos de seu município.

Independente de minha formação religiosa, que é de conhecimento de todos, reafirmo meu compromisso com a laicidade do Estado, compromisso esse firmado por ocasião do meu discurso de posse à frente do Ministério da Educação. Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa.

Por fim, reafirmo o meu compromisso republicano de exercer as atribuições desta Pasta em prol do Interesse Público e do futuro da Educação do Brasil.

Milton Ribeiro”.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/mec-reacoes-brasilia-acusacoes-milton-ribeiro/
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CENSURAR A INTERNET É PERDA DE TEMPO

 

Campanha eleitoral

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Futuro presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes emitiu uma ordem para suspender o aplicativo de mensagens Telegram no Brasil| Foto: Antonio Augusto/TSE

Nesta terça-feira (22), eu encontrei na sala de recuperação do Hospital de Olhos de Brasília o homem que vai dividir a chapa eleitoral com o presidente Jair Bolsonaro: o general Braga Netto. Ele acabava de fazer uma cirurgia de catarata. Chegou a contar que tem catarata num olho só e que o outro não vai precisar.

Mas o que eu estava fazendo na sala de recuperação? Eu fiz uma blefaroplastia, que é a retirada daquela cortina pesada do excesso de pálpebras que vai fechando os olhos da gente. Está tudo bem, espero que já nesta quarta-feira (23) eu possa voltar a gravar vídeos.

Feito esse registro, volto ao assunto Braga Netto para dizer que ele próprio confirmou que será vice de Bolsonaro. Na verdade, é uma garantia política tê-lo como vice, sem ligação ou compromisso com partidos políticos, e tendo uma amizade com o presidente. Os dois vêm trabalhando juntos por muito tempo.

Braga Netto tem experiência com a organização da segurança na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, com a intervenção na segurança pública do Rio, experiência no exterior em muitas viagens, fiscalizando forças de paz e, sobretudo atualmente, quando era ministro da Casa Civil, foi ele que preparou o gabinete de emergência que ajudou governadores e prefeitos a enfrentar a pandemia.

A dobradinha TSE-STF
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) estão juntos nesse inquérito das fake news, que é um desdobramento daquele das milícias digitais, não tenham dúvida. O pessoal da minha idade certamente lembra da chamada “República do Galeão”, quando capangas do presidente Getúlio Vargas, tentando matar o jornalista Carlos Lacerda, feriram de morte o tenente aviador Rubens Florentino Vaz.

A Força Aérea, por contra própria, saiu a investigar e a acusar integrantes da segurança de Getúlio pela morte. Ela se fez de delegacia de polícia, de Ministério Público e de tribunal no que ficou conhecido como “República do Galeão”.

E eu vejo isso acontecendo hoje, com o Supremo, que começou esse inquérito por conta própria, sem a participação do Ministério Público, como exige a Constituição. É um inquérito interno administrativo, que já mandou prender gente, deputado e jornalista inclusive, contrariando a Constituição.

E o TSE está nessa também, porque eles ainda não entenderam que o mundo digital mudou algo que acontecia em todas as campanhas: a fofoca, o boato, a mentira, o disse-que-disse nas ruas, nos comícios, nos bares, em folhetos apócrifo. Só que não acontecia nada, porque isso fazia parte da campanha.

Agora tudo mudou. Não é mais assim porque é mais difícil e caro de se fazer. Então os juízes passaram a tentar censurar o que se diz na praça digital, que retrata o que sempre houve, que é o calor de uma campanha eleitoral. Só que a verdadeira causa vocês vão descobrir olhando para 2018, que teve um candidato derrotado que registrou R$ 60 milhões como orçamento de campanha. O vencedor ganhou gastando R$ 2,8 milhões e usando um telefone celular.

Isso foi imperdoável para grandes redes de televisão e para aqueles que tinham dinheiro para fazer campanha. Porque o povo se manifestou, e dá a impressão que o TSE quer evitar isso. Por isso está achando que precisa cortar essa voz, que agora se espalha pelo planeta inteiro, que é a voz da rede social.

Debate equivocado
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criou em Brasília uma comissão para discutir a implantação de um semipresidencialismo no Brasil. Eu acho que ele não lê a Constituição e não conhece a história contemporânea do Brasil, porque o semipresidencialismo foi implantado na Constituição de 5 de outubro de 1988, e vigora até hoje.

O que tem que ser implantado no Brasil é o presidencialismo. Um presidente que é eleito por quase 60 milhões de votos e que fica na dependência de outros poderes para governar.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/stf-e-tse-perdem-tempo-ao-tentar-censurar-a-internet/
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BLOQUEIO DO TELEGRAM É INSCONSTITUCIONAL

 

Decisão de Moraes

Por
Thaméa Danelon – Gazeta do Povo

Alexandre de Moraes mando suspender os serviços do aplicativo Telegram no Brasil alegando descumprimento de ordem judicial.| Foto: Abdias Pinheiro/TSE

No dia 17 de março último, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do funcionamento do canal de comunicação Telegram, sob o argumento de que seus representantes legais não estavam atendendo a determinação de bloqueio de canais do jornalista Allan do Santos no referido aplicativo e mensagens, dentre outros descumprimentos.

Segundo noticiado na imprensa, o Telegram não estava contribuindo com as investigações da Polícia Federal. Diante disso, o ministro determinou a suspensão de toda a atividade do Telegram no território nacional, decisão essa que, quando fosse cumprida, prejudicaria milhões de usuários brasileiros. Além disso, também foi determinado que pessoas físicas e jurídicas fossem multadas no valor diário de R$ 100 mil caso utilizassem subterfúgios tecnológicos para continuar com a comunicação em referido aplicativo.

O ministro do STF determinou que a providência fosse cumprida em cinco dias, mas, após dois dias, a empresa atendeu a determinação judicial. Assim, os serviços de comunicação através do Telegram não foram suspensos.

Entretanto, a decisão de Alexandre de Moraes não encontra base jurídica legal e nem constitucional, pois milhões de brasileiros que não são partes no inquérito policial onde a decisão foi proferida não poderiam ser afetados, pois decisões judiciais alcançam apenas as partes de um processo ou de uma investigação.

Nesse sentido, a referida determinação fere tanto o princípio da razoabilidade como da proporcionalidade, pois as decisões  judiciais devem se basear na lei, na Constituição e também nesses princípios. Contudo, após dois dias da referida decisão, noticiou-se que o Telegram atendeu à ordem judicial, e, por conta disso, a decisão do bloqueio foi revista.

Entretanto, é importante relembrar que o STF já se manifestou sobre a impossibilidade de suspensão dos serviços de comunicação através de aplicativos de mensagens em duas situações. A primeira ocorreu em 2016, quando o então Partido Popular Socialista (PPS) solicitou medida cautelar contra decisão do juiz da Vara Criminal de Lagarto (SE), que bloqueou o aplicativo de comunicação WhatsApp. No mesmo, a juíza da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias (RJ) também determinou medida semelhante. Essa segunda decisão foi cassada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Sobre este caso, o ministro Edson Facchin asseverou o seguinte: “a suspensão das atividades do aplicativo… não caberá para o caso de descumprimento de decisão judicial… mas para um quadro de violação grave do dever de obediência à legislação”. Disse também que a sanção deve observar a proporcionalidade, tendo sempre em conta o direito de usuário de não ter suspenso seu acesso à internet.

A ministra Rosa Weber também se manifestou nesses casos, e decidiu que o marco civil da internet não poderia ser utilizado para bloquear a aplicação de internet por descumprimento de decisões judiciais. Essas duas ações ainda não foram julgadas em definitivo pelo STF, e ambas estão no gabinete do ministro Alexandre de Moraes para apreciação.

Os referidos ministros do STF adotaram posições justas e constitucionais, pois se eventualmente alguém está cometendo crime através de determinado veículo de comunicação – e o Telegram cumpre exatamente esse papel – somente os responsáveis pela prática desses eventuais crimes devem ser investigados e punidos, não sendo justo que todo o canal de troca de informações seja impedido de funcionar, prejudicando milhões de consumidores que se valem dele não apenas para troca de informações e manifestação de sua liberdade de expressão como também para realizarem atividades profissionais, como venda de produtos ou solucionar dúvidas de alunos por inúmeros professores.

Restringir um veículo de troca de informações não é medida constitucional nem democrática, pois somente países com regimes ditatoriais ou autocráticos já baniram ou restringiram o aplicativo de mensagem Telegram, como China, Belarus, Rússia, Cuba e Irã.

Ressalte-se que uma das determinações do ministro Alexandre de Moraes era suspender uma postagem do presidente da República em seu canal que dizia respeito às urnas eletrônicas, e também suspender os canais dos jornalistas Allan dos Santos e Claudio Lessa. Só após o atendimento dessas e de outras determinações, o ministro Alexandre de Moraes revogou o bloqueio do aplicativo de mensagens.

Importante frisar que essa grave medida foi determinada sem que o procurador-geral da República tivesse se manifestado previamente sobre o pedido da Polícia Federal, fato que não se admite em nosso ordenamento jurídico, pois o Ministério Público, além de fiscal da lei, é o titular da ação penal pública, ou seja, somente esse órgão pode processar alguém que praticou um crime de ação penal pública, e caberá ao PGR analisar o inquérito policial quando ele for concluído e decidir se irá ou não processar criminalmente os investigados.

Logo, todas as decisões do Poder Judiciário adotadas em uma investigação criminal, quando não for requerida pelo próprio Ministério Público, deverão ser proferidas somente após o parecer do Ministério Público. Felizmente, a decisão com viés nada democrático foi revogada, não chegando a prejudicar milhões de brasileiros completamente alheios a essa investigação.


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NÃO FAÇA GUERRA FAÇA AMOR

 


  1. Cultura
     

Como só nós, humanos temos guerra, então ela deve morar em algum lugar da nossa (in)consciência

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo

O amor é amplo e claro como a luz do dia. A guerra é o oposto. Ela é nublada e sofre com sua própria nebulosidade, que cega o agressor e o agredido. No entanto, somente nós, humanos, temos guerras de modo que ela deve morar em algum lugar do nosso coração, da nossa alma e da nossa (in)consciência. 

Encontramos o par Amor & Guerra logo que tomamos consciência do mundo e, com ela, da vida. A vida tem perfumes e podridão. Tem bondade e maldade. A vida, com seu curso sempre surpreendente, é, por isso mesmo, “vida”: novidade, mudança, repressão, surpresa – aquilo que acontece fora de nós ou que, ao contrário, fazemos de “caso pensado” – de modo cuidadosamente planificado, como nas seduções. Aliás, como disse o dramaturgo inglês do século 16 John Lyly: “All is fair in love and war” (tudo é válido no amor e na guerra). 

CORAÇÃO
Imagem aérea mostra um desenho de coração, feito em arbustos, próximo ao lago Myczkowieckie, em Solina, na Polônia. Foto: Darek Delmanowicz / EFE

Não é, pois, por acaso que, no Brasil, damos “cantadas” e mandamos flores para as pessoas que desejamos. Cantar é harmonizar escrita e melodia, o que não é fácil de executar e muito mais difícil de inventar.

Mas a busca da harmonia, da concórdia, da simpatia e da empatia, quando somos levados a nos colocar no lugar do outro, é o chão do “cantar”, que atrai como ocorre com alguns pássaros no cio; ou quando fazemos um elogio enganador para atrair alguém, mas nele se acha um desejo inconfessável…

Saber os resultados de desejos, planos ou interesses é como contar grãos de areia. Pode levar à comunhão compassiva e prazerosa ou ao seu oposto: o conflito, o aproveitamento do outro e a eliminação física que tipifica a guerra moderna e a sua forma domesticada, o esporte…

No amor, queremos e nos perdemos no outro e pelo outro. Na guerra, nosso plano é destruí-lo e desmoralizá-lo. Tomá-lo como um escravo ou vassalo. 

Mas, tal como o amor, na guerra, onde tudo é ruim, vale mais a conquista do que a destruição que nossa generosa modernidade instituiu. 

Mas de que adianta vencer arrasando o adversário? Se sou uma potência e desejo anexar um país, um continente ou todo o mundo, o que fazer quando eu ganho a guerra aniquilando um país, numa vitória que implica uma reconstrução irônica do inimigo, que, com a vitória, passa ser coisa minha? 

Quando não se guerreia de arco e flecha, mas se atinge barbaramente toda a sociedade, a reconstrução é inevitável. Desse modo, ficamos diante do paradoxo dos aspectos inesperados das ações sociais primorosamente planejadas…

OS JOVENS TÊM OUTRA VISÃO DO CÉU

  1. Cultura 

A maior estranheza das concepções do Paraíso para jovens urbanos de 2022 é a ‘falta do que fazer lá’

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Muita gente imaginou o lugar da perfeição absoluta e da plena felicidade. O historiador Jean Delumeau (1923-2020) fez uma série de livros sobre a História do Paraíso (O Jardim das Delícias, Mil Anos de Felicidade, O Que Sobrou do Paraíso?). 

Paulo de Tarso advertiu (I Cor 2,9) que os olhos e ouvidos humanos não poderiam imaginar aquilo que Deus preparou para aqueles que foram amados pelo Todo-Poderoso. Os olhos não podem ver, todavia, conseguem imaginar… 

Como seria o Céu? A imagem mais conhecida está no Museu do PradoO Jardim das Delícias, de Bosch. O mundo paradisíaco do pintor flamengo é uma viagem surreal que influenciaria Dalí Magritte no século 20. Tintoretto, tempos depois, decidiu que o Paraíso precisaria de mais espaço e cobriu uma enorme parede da Sala do Palácio Ducal, em Veneza. 

Veneza
“Il Paradiso” de Tintoretto, no Palácio Ducale Foto: Sala del Maggior Consiglio/Venezia, Palazzo Ducale

No século 12, surgiu uma narrativa que se tornou bastante popular: a Visio Tnugdali (Visão de Túndalo). Na obra, o Paraíso possui três muros. No Muro de Prata, estavam os casados que não tinham cometido adultério. O de Ouro é reservado aos que construíram a Igreja Católica, mártires em particular. Por fim, no melhor lugar, o Muro de Pedras Preciosas, encontramos o coro dos anjos e alguns santos irlandeses, como São Patrício. 

A visão do monge celta serviu para inspirar Dante na Divina Comédia, que foi além e criou Nove Esferas especializadas (teólogos, contemplativos, guerreiros, etc.) e um Primum Mobile final com o próprio Deus conferindo movimento a tudo. Os últimos versos do florentino reconhecem sua incapacidade de descrever exatamente o que viu lá, apenas um vislumbre do Amor que move o Sol e as outras estrelas (L’amor che move il sole e l’altre stelle).

A maior estranheza das concepções do Paraíso para nossos jovens urbanos de 2022 é a “falta do que fazer lá”. Um mundo de contemplação, sem celulares, tempo contínuo uniforme, isento de demandas e de alterações. Foi fácil atrair místicos medievais para o que foi chamado de “suborno” cristão (em oposição à grande ameaça, o Inferno). Como explicar a alguém de 16 anos que deve levar uma vida de entrega a valores religiosos para, depois de morto, viver por toda a eternidade contemplando Deus? Como seria explicar a eternidade do Inferno ou do Céu para um jovem? Como você retrataria o Paraíso para um jovem de hoje? O que seduziria alguém a ponto de modificar todo o seu comportamento para buscar a suprema recompensa do Céu? Eu não sei e desconfio, com certa esperança, que predomina a terceira idade no além.

 

PROMOÇÕES AJUDAM NAS VENDAS

 

* Ísis Vasques, Diretora Executiva da Agência Ecco

Num mundo cada vez mais digital e globalizado, em que as pessoas são bombardeadas por conteúdos, fotos, textos e vídeos a todo o momento, as marcas precisam ser extremamente cuidadosas e assertivas na hora de produzirem ações para atingir o seu público-alvo. Mesmo tendo essa dificuldade em mente, campanhas e promoções seguem sendo uma das ferramentas mais poderosas na hora de reforçar ou aproximar a sua empresa ao seu cliente, alavancar os seus negócios e mostrar-se presente no mercado.

É por meio dessas ações que é possível criar um posicionamento e uma lembrança na mente dos consumidores, se moldando como uma referência para a aquisição de produtos e serviços. Porém, não é fácil se destacar ou se evidenciar no meio competitivo atual. Para que isso aconteça, o seu case precisará contar com diferenciais importantes, além de um detalhado planejamento estratégico prévio bem estruturado para que atinja os objetivos traçados.

Entre os pontos que demandam mais atenção no momento da concepção do projeto está a adequação da ação a diversos fatores fundamentais relacionados à marca. Dentre eles, é necessário estar atento e alinhado aos anseios do público-alvo e, principalmente, aos valores e propostas que a marca pretende externar a essa audiência. Esse momento de ordenamento da sua marca com o grupo-alvo é fundamental para que a sua campanha realmente atinja o engajamento esperado e reforce os valores e awareness da marca de forma coerente e compatível.

Além disso, outros fatores serão essenciais para o sucesso da promoção, tais como uma mecânica simples, uma boa e estratégica divulgação do projeto através dos meios escolhidos, seja ela feita para as mídias físicas, televisão ou redes sociais.

Outro ponto fundamental no momento de planejar, será contemplar o projeto com um alicerce criativo e que estimule o engajamento por parte do público. Isso porque a tendência mostra que as ações mais criativas são as que estimulam a participação da audiência e automaticamente reforçam a sua marca dentro do imaginário.

Nesse sentido, podemos ressaltar, por exemplo, mecânicas em que o objetivo era que o público compartilhasse um pouco de sua história, postando fotos de momentos marcantes, e percebemos que isso faz com que a participação em si já seja divertida e significativa, não tendo o prêmio como o único objetivo.

Por outro lado, da mesma forma que podemos citar diversos pontos para uma ação bem sucedida, precisamos elencar fatores que certamente influenciam negativamente um projeto. Desde uma mecânica muito complexa, ou premiação ruim, até estar em desacordo com a legislação ou socialmente. Todos são pontos básicos que não só podem simbolizar o fracasso do projeto, mas também prejudicar a credibilidade da empresa, acarretando consequências perigosas.

Por conta disso, apesar da clara importância e benefícios que uma promoção pode trazer, é importante reafirmar a necessidade de um planejamento prévio e um detalhamento criativo para que a proposta atinja o sucesso esperado e não gere um resultado contrário. Nesse sentido, é sempre aconselhável estar bem assessorado do começo ao fim dessa campanha.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                   

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas desse Camelódromo na no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no Camelódromo? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelo Camelódromo, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos camelódromos e shoppings centers, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer.” – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite o final do ano para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

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terça-feira, 22 de março de 2022

CONGRESSO QUER INSTALAR O SEMIPRESIDENCIALISMO NO BRASIL

 

Mudanças em discussão
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

Proposta é encampada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)| Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), instituiu um grupo de trabalho para discutir a adoção do semipresidencialismo no Brasil. Os integrantes da comissão irão debater a proposta por até 120 dias, podendo o prazo ser prorrogado por igual período.

Além disso, Lira criou um Conselho Consultivo, presidido pelo jurista Nelson Jobim e com a participação da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie e do ex-presidente Michel Temer (MDB), que vai assessorar os deputados do grupo. A instalação do grupo foi mais um movimento de Arthur Lira no intuito de avançar com as discussões sobre as mudanças no sistema de governo do Brasil.


O presidente da Câmara passou a defender publicamente a proposta desde o começo do ano passado sob a justificativa de dar mais estabilidade para o Executivo em momentos de crises institucionais. “O Brasil vive no cai não cai, todos os presidentes ou caíram por impeachment ou responderam por impeachment”, argumentou Lira recentemente.

O grupo de trabalho será coordenado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata sobre o semipresidencialismo e que está em tramitação no Congresso. O colegiado contará ainda com outros nove deputados de oito partidos –  Novo, PP, PV, Republicanos, PTB, PCdoB, União e Pros.

Para o tucano, no atual modelo, constrói-se um “semipresidencialismo no varejo”, com o governo tendo que manter sua base de apoio a todo custo. “A gente percebe o Brasil com crise constantemente, temos mais de 120 pedidos de impeachment. Todo esse processo é muito duro para o sistema presidencialista, especialmente para um povo que precisa de governança melhor, de um governo andando”, avalia o deputado.

Agora, o colegiado poderá realizar audiências públicas e reuniões com órgãos e entidades da sociedade civil organizada, além de ouvir profissionais, juristas e autoridades sobre o tema. De acordo com Lira, a adoção do sistema seria apenas para 2030, o que não afetaria nenhum dos pré-candidatos à Presidência que disputarão este ano, e o anteprojeto ficaria elaborado para ser votado apenas pela próxima legislatura.

Oposição reage ao grupo de trabalho criado por Lira 
A oposição, liderada pela bancada do PT, reagiu contra a instalação do grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara. Para os integrantes da bancada, o tema só poderia ser discutido a partir da próxima legislatura.

“O golpe vem pelas mãos do Arthur Lira. A fórmula do Arthur Lira é a de propor o semipresidencialismo e abastecê-lo com orçamento secreto”, reagiu o deputado Paulo Teixeira (SP), vice-líder do PT na Câmara.

Na mesma linha, o deputado Glauber Braga (SP), vice-líder do Psol, afirmou que há “cheiro de golpe no ar”. “Tem até conselho consultivo com Michel Temer. Na proposta existiria cargo de primeiro-ministro a ser aprovado pelo Congresso. Dizem que é só para 2030. Não dá para confiar. Com essa turma tem sempre cheiro de golpe no ar”, afirmou o parlamentar.

Relatora da reforma eleitoral aprovada pela Câmara no ano passado, a deputada Margarete Coelho (PP-PI), chegou a tratar do tema durante as discussões sobre as regras para as eleições. A medida, no entanto, acabou enfrentando resistências por parte dos parlamentares.

“A adoção do regime semipresidencialista é um desdobramento natural da nossa Constituição, que foi elaborada para um regime parlamentarista, mas os constituintes acabaram adotando o presidencialismo”, explica Coelho.

O que é o modelo do semipresidencialismo 

O semipresidencialismo, defendido por Lira, é uma mistura do modelo presidencialista atual com a flexibilidade do parlamentarismo. Neste sistema de governo, a figura do presidente da República fica mantida como nos moldes atuais, escolhido em eleições diretas. Mas introduz no cenário político o primeiro-ministro, que pode ser indicado pelo presidente eleito ou pelo Congresso. Ambas as figuras dividem as funções do poder Executivo.

Geralmente, países semipresidencialistas têm presidentes da República atuando na política externa e na chefia das Forças Armadas. O primeiro-ministro é o chefe de governo. Neste papel, ele pode, por exemplo, escolher os ministros de Estado e criar políticas econômicas. Além disso, o premiê é o responsável pela articulação política com o Legislativo. Cada país, no entanto, costuma estabelecer papéis diferentes para os presidentes.

Na França, o presidente é eleito pelo voto direto e é responsável por coordenar a política externa, comanda as Forças Armadas e intervém em crises políticas. Em Portugal, o presidente também é eleito diretamente pela população e pode dissolver o Legislativo, mas tem funções executivas mais limitadas do que o chefe de Estado da França.

Além do presidente da Câmara, a mudança conta com apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. “Esse [modelo de semipresidencialismo] é a inovação que eu acho que nós devemos implementar no Brasil para 2026. Para que não haja mais nenhum interesse posto sob a mesa”, defendeu Barroso no ano passado.

Grupo do Senado discute revisão da lei do impeachment
Paralelamente, o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criou um grupo para propor mudanças na lei do impeachment, criada em abril de 1950. Neste caso, os trabalhos estão sendo coordenados pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, que, em 2016, presidiu a sessão de julgamento do Senado que determinou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

De acordo com Pacheco, a Lei 1.079/50 mostrou-se uma “fonte de instabilidade institucional” quando o “impeachment deve ser solução, e não parte de um problema nacional”. O grupo, que terá até 180 dias para concluir os trabalhos, pretende atualizar o rol de crimes de responsabilidade e propor regras mais claras sobre como e quando começa e termina o processamento de um pedido de impeachment de um presidente.

“Diversos dispositivos dessa lei não foram recepcionados pela Constituição. A intenção é que, em relação a um tema tão discutido e tão falado no Brasil, não tenhamos uma lei tão anacrônica, com mais de 70 anos de existência. A decisão sobre a redação final é do Parlamento brasileiro”, argumentou Pacheco.

Nesta sexta-feira (18), o presidente do Senado sinalizou que também considera discutir o semipresidencialismo proposto pela Câmara. “Poderemos avançar para aquilo que a Câmara tem debatido hoje. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tem suscitado muito isso e acho que em algum momento isso pode ser discutido, mas não agora”, avaliou Pacheco no seminário Educação e Inclusão dos Jovens no Mundo do Trabalho, do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) do Paraná.

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