segunda-feira, 21 de março de 2022

EMPREENDEDOR URI LEVINE E SUA GENIALIDADE

 

StartSe

Em conversa com a StartSe, o empreendedor compartilhou sua visão sobre negócios, realizações, planos e até sobre o Brasil. Confira:

Uri Levine foi um dos 3 fundadores da Waze, que foi vendida para Google por US$ 1,1 bilhão. Os outros 2 fundadores tornaram-se empregados da Google. Uri, com orgulho, diz que no dia seguinte da venda ele já foi fazer a próxima empresa. Uri recebeu a missão da StartSe na casa do brasileiro Leo Chanea, que lidera a parte de comunidade da Moovit, empresa da qual Uri está no conselho.

Segue algumas das frases de efeito de um dos mais emblemáticos empreendedores de Israel:

“Eu construo 1 ou 2 startups por ano. Eu procuro problemas. Depois eu procuro o time certo para resolver estes problemas. E depois eu os ajudo a resolver estes problemas reais e causamos um grande impacto. Usualmente no primeiro ano demanda muito do meu tempo, depois cada empresa demanda menos do meu tempo. Então eu vou e crio outras.”

“Aprendi essa daqui com o Anderseen Horwitz (famoso bilionário investidor do Vale do Silício). Me perguntaram se eu dormia bem quando eu era um empreendedor. Como CEO de uma startup, você dorme como um bebê.  Acordando a cada 2 horas para chorar.”

“Os consumidores vão mudar o jeito como eles consomem mobilidade. Eles vão pagar por tempo usado ou distância viajada. A indústria automotiva, do jeito que conhecemos, vai morrer. No futuro, em apenas 2 gerações, não vão acreditar que nós dirigíamos. Olhe o número de pessoas que morrem em acidentes em carros. A tecnologia vai diminuir essas fatalidades dramaticamente.”

“Waze começou em 2007. Mas, só lançou em 2009. Mas naquela época já sabia qual seria a minha próxima startup depois da Waze. Como? Porque eu mantenho uma lista de problemas que eu quero resolver. Não vou conseguir resolver todos. Mas vou criar startups para resolver alguns.”

“Criar uma startup é como se apaixonar. Muda a sua vida para sempre.”

“Em 20 anos não haverá mais concessionárias de carros.”

“A jornada do empreendedor deveria ser chamada da jornada do fracasso.

Einstein disse: Se você não fracassou, é porque não tentou nada de novo.

Thomas Edison disse: Eu não fracassei mil vezes, eu descobri mil vezes que não funciona. A característica mais importante do empreendedor é a perseverança. Para aguentar todos os fracassos e seguir em frente.”

“COMEMORE! A jornada é tão árdua que você precisa achar momentos para celebrar. O primeiro funcionário, o primeiro escritório, o primeiro processo que você resolver! Sério, quando você for processado, comemore! E depois corra para resolver o problema! A melhor coisa para celebrar é a carta de agradecimento do cliente.”

“O primeiro ano da startup é essencial. Você pode definir o DNA da empresa antes mesmo de começar a empresa. Que tipo de pessoa você quer que trabalhe contigo? É essencial o empreendedor responder algumas perguntas, se não com o tempo estas respostas serão respondidas e você pode não gostar da startup que criou.”

“Como construir um unicórnio? Seja um líder de Mercado em um Mercado que seja grande o suficiente. Ou seja, pense bem no seu mercado e lembre de querer ser o líder.”

+ Unicórnios brasileiros: o que sua empresa pode aprender sobre crescimento acelerado com eles?

“Dicas para startups: o segundo que você esquecer quem são seus usuários e quais os problemas deles, a sua startup começa a morrer.”

“Foco é decidir o que você não está fazendo. Isto é extremamente desafiador. Muitas pessoas vão te dizer coisas como “você pode construir Waze para pedestres.” Manter-se focado é crítico para ter uma chance de ter sucesso.”

“Apaixone-se pelo problema. Não pela solução. No Waze éramos apaixonados em ajudar no trânsito, não pela Waze.”

“Metade dos empreendedores com quem converso me dizem que a razão pela qual a startup deles fracassou, foi porque não tinham o time correto. E eu pergunto, quando você sabia que este time não era o certo? Todos dizem, no primeiro mês eu já sabia. Então estas startups falharam porque o CEO não fez as decisões difíceis. Decida!”

“Levantar capital de investidores é muito importante. Perguntei para um investidor extremamente importante em Israel, quando você sabe se esse empreendedor é o certo? A resposta: antes mesmo dele sentar. Portanto, quando estiver falando com investidores, comece com a parte mais poderosa da sua história. Ele decidirá rapidamente, logo no começo da sua conversa.”

“Early stage startups recebem investimentos por apenas 2 motivos. 1) se o investidor gosta do empreendedor ou 2) se a história que o empreendedor conta é boa. Portanto, se você não sabe contar uma história, vai aprender. Eu te garanto que você pode aprender a contar historia. “

“[Essa é do fundador do LinkedIn, mas ele citou e vale a pena repetir]: Se você estiver feliz com a primeira versão do projeto que você lançou, significa que você demorou demais para lançar o projeto.”

“As pessoas não param de sonhar quando elas ficam velhas, elas ficam velhas quando param de sonhar.”

“Disrupt não é sobre a tecnologia. Disrupt é sobre mudar comportamento. “

“Alguns mercados serão disrupted. Alguns mercados estão implorando para ser disrupted. Veja se há intermediários. Se o preço é muito diferente do valor. Estes não irão durar.”

“Um nome não é importante. A única coisa é o nome ser pronunciável. Queríamos chamar nossa empresa de WAYS. Mas o site WAYS.com custava US$500 mil e não tínhamos esta grana. WAZE custava muito menos. Então chamamos assim.  Outro exemplo: a palavra Google não significa nada. Eles receberam um cheque do primeiro investidor para a empresa com o nome errado. No cheque estava escrito Google. Eles não retornaram o cheque e começaram a chamar a empresa com aquela grafia.”

Um pouco sobre 3 empresas que Uri está envolvido:

Feex. Nos EUA, há tantas taxas em transações financeiras com custos que os consumidores pagam, mas não sabem. Nossa startup traz transparência para essas transações.

Roomer. Marketplace para vender os quartos que você alugou, pagou, mas não conseguiu usar. Então você gostaria de revender e recuperar ao menos parte do seu capital. Hotéis querem que você consiga vender os seus quartos, pois faturam com comidas e bebidas.

Refundit. 95% das pessoas que podem receber reembolsos após fazer compras na Europa NÃO acessam esse dinheiro ao qual tem direito. Estamos construindo um app onde você vai bater foto do seu passaporte, do recibo, do item e vai receber seu reembolso e eu ganho um pedacinho desse reembolso.

Outras empresas com as quais Uri está envolvido: Moovit, Zeek, Engie, Seetree, Fairfly, Livecare.

+ Série Transformações Reais: cultura e propósito nas empresas

O Uri Levine adora o Brasil e diz que recomenda para quase todas as suas startups para explorarem o país com a quinta maior população do mundo e sétima maior economia do planeta. Ele disse que uma das coisas que mais o excita sobre o Brasil é que “word of mouth (boca-a-boca) realmente funciona no Brasil, então é mais fácil escalar para quem realmente resolve um problema do usuário.”

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

domingo, 20 de março de 2022

PRESIDENTE DA UCRÂNIA MOSTRA AO MUNDO O SEU PODER DE RESISTÊNCIA

 

Quem é este Homem que está a dando um tapa de luva branca no mundo

Walter Medeiros USA

“Quando vocês nos atacarem verão as nossas caras. Não as nossas costas mas as nossas caras…”

Tem 44 anos.

É judeu, filho de um professor e de uma engenheira e nasceu a 25 de Janeiro de 1978 em Kryvvi Rih, uma região russófona do Sudeste da Ucrânia, na época ainda parte da União Soviética.

Licenciou-se em Direito e decidiu ser comediante e ator. Fundou uma produtora de televisão, participou em oito filmes e três programas de TV – entre os quais “Servidor do Povo” uma série de comédia que, entre 2015 e 2019, foi um dos maiores sucessos da TV ucraniana e na qual representava o papel de Presidente da Ucrânia.

Em 2018 criou um partido político – “Servidores do Povo” e a 31 de Dezembro de 2018 anunciou a sua candidatura a presidente da Ucrânia. E ganhou as eleições presidenciais a 21 de Abril de 2019 com 73% dos votos expressos pelo povo ucraniano.

É casado desde 2003 com Olena Kiyashko, uma colega de escola, com quem tem dois filhos, Oleksandra de 17 anos e Kyrylo de 9.

A sua língua nativa é o russo mas domina o ucraniano e o inglês.

Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy é hoje líder de 44 milhões de ucranianos num dos momentos mais negros da sua história, invadidos por centenas de milhares de soldados russos. Uma guerra total, mas desigual, contra um gigante militar, económico e industrial, contra o maior país do mundo com um território que cobre 11% da superfície do planeta Terra.

44 milhões de ucranianos que lutam quase sozinhos, mas de forma corajosa e determinada pela sobrevivência do seu país. Liderados por alguém que, de há meses a esta parte, ergue-se e faz frente a gigantes sem mostrar medo. Como um David frente a um Golias.

Neste momento Zelenskyy está em Kyiv a capital. Cercado pelos russos a quem representa, neste momento, o inimigo número um a abater.

Teria sido legítimo e se calhar correcto e lógico que tivesse abandonado Kyiv rumo a um local mais seguro de onde pudesse continuar a liderar a Ucrânia neste momento negro.

Porque nestes momentos o líder tem de ser protegido a todo o custo. Como, por exemplo, fizeram os americanos a 11 de Setembro de 2001 quando obrigaram George W. Bush a voar horas e horas de um lado para outro no Air Force One, escoltado, protegido e seguro.

São os protocolos. E os protocolos têm sempre a sua lógica…

Mas Zelenskyy ficou.

Permaneceu no posto.

E recusou sair. E quando até os próprios americanos se ofereceram para o tirar da capital respondeu que não precisava de uma boleia mas sim de munições.

“Leading from the front”…

Mesmo sem disparar um tiro, atirar uma granada ou um Cocktail Molotov, Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy está a lutar.

A liderar.

A comandar.

Não na segurança de uma rectaguarda.

Mas na frente.

Debaixo de fogo.

No olho do furacão.

E isso…é coragem. É bravura. É força.

E isso merece todo o respeito.

Num mundo onde políticos assumem lideranças para se tornarem, muitas vezes, comediantes ou até palhaços não deixa de ter o seu quê de inspirador ver um comediante que, chegado ao poder, se tornou um verdadeiro líder.

Nunca se subestime aquilo que alguém é capaz de fazer quando está a lutar, de costas para a parede, por aquilo que lhe é mais sagrado…

RÚSSIA PODE USAR OS MÍSSEIS HIPERSÔNICOS NA GUERRA CONTRA A UCRÂNIA

 

Arsenal russo

Por
Luis Kawaguti

Moscow (Russian Federation), 24/06/2020.- The Russian Terminator tank support combat vehicle takes part in the military parade in the Red Square in Moscow, Russia, 24 June 2020. The military parade marking the 75th anniversary of the victory over Nazi Germany in the World War II takes place in the Red Square on 24 June 2020, as the traditional troops parade as part of the Victory Day Parade which is annually held on 09 May, was cancelled due to Covid-19 epidemic in Russia. (Alemania, Rusia, Moscú) EFE/EPA/ILIYA PITALEV / HOST PHOTO AGENCY / POOL MANDATORY CREDIT

O blindado Terminator é uma das armas de ponta que a Rússia ainda não teria utilizado na invasão à Ucrânia| Foto: EFE/EPA/ILIYA PITALEV/HOST PHOTO


Um ataque russo a um depósito de munições no oeste da Ucrânia pode ser um divisor de águas na guerra. Isso porque, pela primeira vez, a Rússia disse ter utilizado em batalha a sua arma mais moderna: o míssil hipersônico. Para se ter ideia, os Estados Unidos ainda não possuem essa tecnologia e a China ainda está concluindo os testes de voo.

A Rússia testou o míssil Kinzhal (adaga) em 2018, mas até então, ele não havia sido disparado contra um inimigo real – ao menos não oficialmente. Quando a China fez testes de armamento similar no ano passado, autoridades americanas classificaram o evento como “momento Sputnik”, referindo-se ao primeiro satélite a orbitar a Terra em 1957, o que apontou que os americanos começavam a ficar para trás na corrida espacial contra os soviéticos.

O Kinzhal foi lançado de um avião bombardeiro estratégico que sobrevoava o Mar Negro. Voando a aproximadamente 12 mil quilômetros por hora (dez vezes a velocidade do som), atingiu um depósito subterrâneo de armamentos em Deliatyn, no oeste da Ucrânia, segundo a TV Al Jazeera.

Essa arma é revolucionária não por sua velocidade, pois os mísseis intercontinentais (ICBMs) atingem velocidades de até 30 mil quilômetros por hora. Mas sim porque consegue manobrar como se fosse um avião hipersônico e assim evitar defesas antiaéreas. Ou seja, não há nenhuma forma conhecida de se defender dessa arma.

Exceto pelas ações cibernéticas de paralisação de websites do governo ucraniano, a guerra que vinha se desdobrando na Ucrânia era muito similar aos conflitos de alta intensidade do século XX – com batalhas envolvendo blindados da era soviética modernizados, artilharia de foguetes por saturação e operações de aviação de combate.

Também estavam presentes elementos que marcaram as campanhas de contrainsurgência do início do século XXI. Um exemplo é o uso dos drones de combate, aviões não tripulados capazes de bombardear blindados e tropas em terra.

Mas os armamentos de vanguarda da indústria bélica ainda não tinham entrado em ação. Para se ter ideia, aviões de caça russos de última geração não estavam usando mísseis inteligentes, mas efetuando ações de bombardeio comparáveis às da Segunda Guerra – quando a aeronave tem que sobrevoar um alvo para despejar grande quantidade de bombas não teleguiadas. Por quê? Porque os mísseis inteligentes são infinitamente mais caros.

A Ucrânia desde o início encarou o conflito como uma “guerra absoluta”, termo criado pelo estrategista prussiano Carl von Clausewitz (1780-1831). Em linhas gerais, esse é um embate no qual o país usa todos os seus recursos e toda a sua população na campanha militar com o objetivo de não ser desarmado – ou, no caso, para não ser varrido do mapa pelo inimigo.

Já a Rússia tratava o confronto como um conflito de elevada importância estratégica para a segurança nacional, mas não como uma guerra absoluta.

Ainda não está claro se Moscou começa a usar o confronto para testar seus novos armamentos em situação real de batalha ou se estamos diante de uma possível escalada na intensidade da guerra.

Live Jogos de Guerra: Quais são os interesses dos EUA e da Otan na guerra da Ucrânia?

Embora a Ucrânia tenha sido muito eficiente até agora em retardar a invasão, as forças russas estão longe de ter sua capacidade militar exaurida. Estima-se que Moscou ainda tenha em perfeitas condições operacionais cerca de 90% das forças que invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro, segundo autoridades militares americanos disseram à BBC na sexta-feira (18).

Essa tendência se confirmaria mesmo que levássemos em conta as estimativas mais otimistas do governo ucraniano sobre baixas no adversário. De acordo com o governo em Kiev, mais de 14,2 mil militares russos morreram na campanha. Isso representa menos de 10% do contingente de aproximadamente 150 mil militares que a inteligência ocidental estimou que se concentrou nas fronteiras do país antes da invasão.

Uma das hipóteses levantadas por analistas é que o presidente Vladimir Putin esteja reservando a nata de suas forças para um cenário – menos provável – de confronto direto com as tropas da Otan (aliança militar ocidental). A aliança tem uma Força de Resposta de cerca de 40 mil combatentes de sobreaviso na fronteira e está reforçando suas fileiras. Só na Polônia, o número de combatentes da Otan foi dobrado para 9 mil recentemente.

Mas essa é apenas uma suposição baseada no cenário geopolítico, econômico e nas escassas imagens e informações que chegam do campo de batalha.

Em outras palavras, Moscou teria usado até agora seus recursos militares “menos caros” para tentar resolver a guerra na Ucrânia, apostando no poder de dissuasão das armas nucleares para evitar uma escalada do conflito com forças do Ocidente.

Outra arma disruptiva que foi levada para o campo de batalha (mas pelo que se sabe ainda não entrou em ação) é o blindado de apoio a tanques de batalha russo Terminator – projetado especificamente para combate urbano.

Os interessados em cinema já devem ter visto filmes da Segunda Guerra, como “O resgate do soldado Ryan”, que mostra em uma de suas cenas finais a dificuldade dos blindados para lutar em cenários urbanos. O canhão do “tanque” tem dificuldade para se elevar o bastante para atingir combatentes escondidos nos andares mais altos dos prédios.

O Terminator não tem essa dificuldade. Ele possui um canhão antipessoal de 30mm capaz de se elevar 45 graus, para atingir combatentes em lajes de edifícios ou também posicionados muito perto do blindado, em posições mais baixas.

Ele também possui quatro lançadores de mísseis que podem ser usados para destruir outros blindados ou disparar as chamadas bombas termobáricas – que “incendeiam” o ar e geram uma longa onda de explosão extremamente letal para a infantaria e milícias inimigas.

O blindado ainda possui metralhadoras e lançadores de granadas. Ele é menos vulnerável aos mísseis antitanque americanos que têm sido usados para abater tanques T-72 e T-64 na campanha até agora. Isso porque os Terminators têm sistemas de defesa contra armas guiadas por raios infravermelhos. Assim, esses blindados poderiam ser usados, por exemplo, na possível Batalha de Kiev, a cidade mais bem defendida da Ucrânia.

O que se sabe sobre equipamentos russos usados no campo de batalha pode ser confirmado apenas pelas imagens de veículos destruídos captadas pela mídia. Até agora não há imagens verificadas de Terminators destruídos, mas não é possível saber se estão sendo utilizados ou não.

Outra tecnologia que acredita-se que a Rússia possua são os chamados drones kamikazes. Ou seja, pequenos drones carregados de explosivos que se chocam contra as forças inimigas. Em uma primeira análise, poderíamos concluir que esse drone não seria muito diferente de um míssil, exceto pela menor velocidade e maior capacidade de manobra.

Mas drones kamikazes, em tese, podem ser empregados no formato de enxame, com centenas atacando ao mesmo tempo – como uma espécie de campo minado voador. Estima-se que a China esteja mais avançada nesse tipo de tecnologia, mas que a Rússia também a possua. Não há evidências concretas, porém, de que esse tipo de armamento já tenha sido utilizado dessa forma em batalha.

Nos últimos dias da guerra, o avanço das tropas russas parecia estagnado, segundo a inteligência britânica. Isso num momento em que a Otan acelera a entrada de armas de defesa no país.

Só o desenvolvimento das batalhas na Ucrânia nos próximos dias poderá dizer se realmente estamos diante de uma escalada na intensidade da guerra.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jogos-de-guerra/uso-de-misseis-hipersonicos-pode-iniciar-nova-fase-na-guerra-da-ucrania/
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OS CONSTITUINTES NÃO PREVIRAM UM MINISTRO IGUAL ALEXANDRE DE MORAIS

 

Até 2043

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

Alexandre de Moraes se aposentará em 2043. Até lá, teremos de conviver com alguém que veste a toga carcomida pelas traças da arrogância revolucionária.| Foto: Abdias Pinheiro/TSE

Como um funcionário público enfadado no fim do expediente, o ministro Alexandre de Moraes, de forma monocrática e nada transparente, determinou o bloqueio do aplicativo de troca de mensagens Telegram em todo o território nacional. Não bastasse ser uma decisão arbitrária, fruto de uma mentalidade autoritária, ela é ainda uma decisão tão nebulosa que ministro mandou investigar até a pessoa que vazou detalhes do despacho. Graças a esse herói anônimo, ficamos sabendo que a Suprema Corte brasileira toma decisões com base em reportagens do “Fantástico” e que considera todos os usuários do Telegram criminosos em potencial.

Absurdo! Revoltante! Até o presidente Jair Bolsonaro, que está de mãos atadas e com certeza vai admitir a medida até que ela seja naturalmente revogada (sou otimista), se saiu com um lamento-coringa: “inadmissível!”. E, nessas horas em que o cidadão se sente impotente, porque de fato é impotente, não há muito o que fazer mesmo além de gritar sua revolta para as nuvens – aproveitando, claro, que Alexandre de Moraes ainda (ainda!) não proibiu esse tipo de manifestação.

Diante das seguidas afrontas de Alexandre de Moraes e de seus coleguinhas de Corte à Constituição, fiquei me perguntando como foi possível que tivéssemos, em termos práticos, um tirano de toga com legitimidade para fazer o que bem entender, quando bem entender, sem sofrer qualquer tipo de consequência por seus atos. Como a sociedade brasileira, traumatizada pelo Regime Militar e temerosa de ver um ditador novamente no Planalto, pôde construir um sistema capaz de depositar tanto poder nas mãos de um único homem?

Acho que já escrevi em algum dos meus muitos textos falando sobre o STF: os homens e mulheres que ocupam aquelas confortáveis poltronas e se deliciam com aquelas deliciosas lagostas têm apenas suas consciências como limitadoras de seus atos jurídicos. Não há, pois, nenhum tipo de oposição institucional eficaz aos ministros do STF, uma vez que o Senado é omisso e o único pedido de impeachment protocolado pelo presidente Jair Bolsonaro foi considerado “antidemocrático” por aqueles que clamam para si o monopólio da virtude democrática.

Para todos os efeitos, e por mais revolta que isso desperte em mim e em você, as arbitrariedades cometidas por Alexandre de Moraes & Cia. contam com a bênção silenciosa da nossa Constituição. Afinal, a legitimidade de Alexandre de Moraes reside no fato de ele ter sido indicado por Michel Temer e submetido a uma sabatina no Senado, que chegou à fatídica conclusão de que ele tinha notório saber jurídico e, até então, conduta ilibada para ocupar o cargo. Para o constituinte, isso bastava para darmos a uma pessoa o poder de decisão final até mesmo sobre o preço dos combustíveis. O caráter, os eventuais delírios autoritários e a submissão ao ativismo judicial deste e dos demais ministros nunca estiveram em jogo.

Credibilidade e respeitabilidade
O Brasil de 1986, quando a Assembleia Constituinte foi formada, era muito mais inocente. Muito mais simples. Tínhamos, à direita e à esquerda, lideranças que, embora muitas vezes defendessem ideias repugnantes, estavam inegavelmente imbuídas do etéreo “espírito público”. Era um tempo em que a palavra “política” tinha outra conotação. Se havia delírios de controle, e certamente havia, eles eram abafados pelo som de palavras e expressões sedutoras como “democracia”, “liberdade” e “Estado de Direito”.

Era um outro espírito, o que norteava os constituintes. Se, por um lado, havia a noção equivocada de um Estado capaz de prover tudo para os cidadãos, por outro a Constituição foi escrita partindo do pressuposto de que ninguém mais quereria exercer o poder arbitrário no país. Afinal, estávamos saindo de uma ditadura. E coisas como o projeto de poder lulopetista eram motivo de riso e escárnio.

Além disso, naquela época a cúpula do Poder Judiciário gozava de credibilidade e respeitabilidade. Ninguém poderia imaginar que uma pessoa almejasse ocupar um daqueles 11 lugares para fazer prevalecer sua vontade ou a vontade de seu grupo político. Juristas eram vistos com admiração pela sociedade. A inclusão, na Carta Magna, de instrumentos que limitassem o poder dos ministros do STF seria vista como um exagero. Talvez até como paranoia.

À nossa Constituição ultra-abrangente faltou, portanto, antevisão. Faltou prever que um dia um presidente, sabe-se lá por que, poderia indicar como ministro do STF alguém disposto a distorcer o “notório saber jurídico” e corromper a até então ilibada reputação a fim de promover uma agenda revolucionária. Faltou prever que um dia teríamos uma Suprema Corte agindo como partido de oposição – como um puxadinho do PT. Faltou prever que o STF um dia cederia à tentação de usurpar o poder do Executivo e Legislativo.

A consequência disso é que hoje o Brasil se vê impotente diante dos mandos e desmandos de um ou mais ministros que não têm pudor algum em colocar o Regimento Interno do STF acima da Constituição. Que não têm vergonha nenhuma de violar a imunidade parlamentar de opinião para perseguir adversários ideológicos. Que não enrubescem ao se confessarem promotores da Agenda 2030 da ONU. Que indecorosamente trabalham para destruir o pouco que temos de uma cultura verdadeiramente democrática neste país.

De acordo com o que determina essa mesma Constituição, se nada for feito Alexandre de Moraes se aposentará apenas em 2043. Até lá, teremos de conviver com alguém que veste a toga carcomida pelas traças da arrogância revolucionária. Impotentes, assistiremos a vários outros episódios como o de sexta-feira (ou os que antecederam o 7 de Setembro de 2021, lembram?). Diante dos quais só poderemos obedecer, ainda que alguns compreensivelmente insistam em gritar que é “absurdo!” ou “inadmissível”. Nesse ponto, a Constituição de 1988 nos prometeu liberdade, mas nos legou a escravidão.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/a-constituicao-nao-previu-um-ministro-como-alexandre-de-moraes/
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AINDA SOBRE O FILME "COMO SE TORNAR O PIOR ALUNO DA ESCOLA"

 

Por
Thiago Rafael Vieira
e

Por
Jean Marques Regina – Gazeta do Povo

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, lança uma nova versão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Nova versão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).| Foto: Agência Brasil

A celeuma da última semana foi a cena do longa-metragem “Como se tornar o pior aluno da escola”, disponível na plataforma de streaming Netflix, entre outras. Como já é de amplo conhecimento, na cena em questão há simulação de abuso sexual quando um adulto, supostamente o ex-aluno procurado pelos adolescentes, tenta obter vantagens sexuais para evitar ligar aos pais porque o haviam procurado para pedirem dicas de como colar em provas para passarem de ano. O diálogo da cena é repleto de vinculações diretas ao ato libidinoso em si.

O filme não é novidade. Foi lançado em 2017, e recebeu classificação etária de 14 anos à época. Um dos atores mirins envolvidos na cena, cinco anos depois, comenta que a classificação etária deveria ser 16, ou seja, idade superior a que ele deveria ter quando da realização do filme: “Na minha opinião, uma classificação boa para o filme seria 16 anos”.

Mas, se o filme é de 2017, por que apenas agora surgiu o questionamento quanto à cena? Para vários, o sentimento foi de oportunismo político, ou “politicagem”. Nós, da coluna, não sabíamos da existência do filme, e, quando o fato veio à tona, assistimos. Importante frisar (dando um spoiler aqui) que o abusador acaba se dando mal.

O ponto, então, não é se o roteirista deixou de construir uma curva dramática em que o pedófilo fosse retratado como um vilão e que houvesse um desfecho ruim para si; a questão é que a cena envolvendo adolescentes aconteceu. Viveram a cena. Nossos filhos foram expostos – e muitos assistiram – ao filme. São fatos inegáveis.


Acreditamos que a maioria das pessoas que viram esta cena, dentro ou mesmo fora do contexto geral do filme, não tenham achado algo normal. E por que será que esta sensação foi sentida e repercutida por tanta gente ao longo da semana? Justamente por causa dos valores morais que permeiam em profundidade a nossa sociedade. Estamos inclinados ao que é bom, belo e verdadeiro.

Por óbvio que são aspirações por vezes inalcançáveis na prática, porém continuam lá como alvos a serem buscados. O fato de não lograrmos atingi-los mostram justamente que temos esta régua alta como aquilo que desejamos para nós, nossa família e para todos. É o tal do “bem comum”. E é o acúmulo temporal desses valores que vai moldando o povo, em seu conjunto, passando além de tribos para uma verdadeira civilização em construção, como já falamos na coluna, clique aqui , aqui e aqui.

Dito isso, é irrelevante se o filme é de 2017 ou 2022. Quando o assistimos, certamente o repugnamos. Outra questão importante a ser levantada é a leitura que fazemos daquela cena. Nós, enquanto adulto sabemos que é simulada, que se trata de uma ficção. E uma criança? E os próprios atores-mirins envolvidos? Óbvio que eles sabiam que estavam atuando, entretanto, e no nível de suas subconsciências? Perguntas que são respondidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Cenas que contenham sexo real ou simulado e conteúdo pornográfico não podem ser transmitidas para menores de 18 anos e não podem envolvê-los na cena. O ECA (Lei 8.069/90), estabelece:  Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

O artigo 240, da mesma lei, prescreve: Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente. Continua o art. 241 e 241-A:   Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

Dito isso, é irrelevante se o filme é de 2017 ou 2022. Quando o assistimos, certamente o repugnamos

Por fim, o art. 241-E conceitua a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”: Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.

Primeira observação importante: Todos esses artigos foram inseridos no ECA pela Lei 11.829/2008, ou seja, muito antes do lançamento do filme em questão.

Segunda observação: não somos julgadores, mas juristas e professores de Direito. Ao vermos a cena e lermos o ECA, temos a impressão de que o caso concreto pode ser tutelado por tais normas penais no sentido de proteger as crianças/adolescentes envolvidos e que assistiram ou podem assistir a dita cena. O papel de tipificar condutas não é nosso e sim do juízo criminal, devidamente provocado.

Terceira observação: muitos estão falando de censura. Não é o caso. As restrições a qualquer direito devem estar objetivamente previstas em lei. Lei stricto senso, ou seja, aquela aprovada pelo Congresso Nacional. O legislador entendeu proteger os menores de cenas que não possuem capacidade de entendimento, tipificando penalmente a conduta daquele que, mesmo assim, insistir em praticá-las. Não se trata de censura, e sim de uma restrição legal de natureza penal do ano de 2008! Censura é impedir a liberdade de expressão de alguém sem nenhum parâmetro objetivo legal, mas por “achômetros”, que, infelizmente tem acontecido muito no Brasil.

Quarta observação: por ter “política” envolvida, devemos deixar de nos manifestar? Entendemos que não. A cena é abjeta, viola a dignidade dos atores-mirins envolvidos e de todas as crianças/adolescentes que assistirem. Ainda, parece-nos, em tese, que pode ser tutelada penalmente. Nosso dever cívico é de protestar e denunciar. Alguém poderá usar para fins políticos? Pode. Lamentamos. Contudo não será por isso que vamos jogar fora a água suja com o bebê.

Ser cidadão é cumprir nossos deveres cívicos, pouco importa o governo do dia. A democracia precisa de cada um de nós.


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BRASIL NO COMÉRCIO GLOBAL DE ARMAMENTOS

 

Ranking mundial
Por
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HOLLOMAN AIR FORCE BASE, N.M. (Aug. 1, 2017) A Embraer EMB 314 Super Tucano A-29 experimental aircraft flies over White Sands Missile Range. The A-29 is participating in the U.S. Air Force Light Attack Experiment (OA-X), a series of trials to determine the feasibility of using light aircraft in attack roles. (U.S. Air Force Photo by Ethan D. Wagner)

Uma aeronave Embraer EMB 314 Super Tucano A-29 é testada pela Força Aérea dos EUA, em 2017| Foto: Divulgação/Força Aérea dos Estados Unidos

O Brasil é o 21º maior exportador de armamento militar do mundo, segundo relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) divulgado na segunda-feira passada (14). O ranking, que considera os maiores vendedores de equipamentos militares nos últimos cinco anos, é encabeçado por Estados Unidos e Rússia, que dominam 39% e 19% das exportações de armas pesadas (aviões de combate, tanques, veículos armados, helicópteros, artilharia, mísseis, sistemas de radar, entre outros) no mercado global.

Entre 2017 e 2021, França, Nigéria e Chile foram os países que mais fizeram negócios com o Brasil. As compras destes países representaram, respectivamente, 23%, 13% e 11% do total de exportações de armamentos do Brasil no período. O país também aparece como um dos principais fornecedores para o Afeganistão.

Só no ano passado, o Brasil entregou ou recebeu pedidos de 20 aeronaves EMB-314 Super Tucano, turboélice de ataque leve e treinamento da Embraer; 7 aviões de transporte logístico C-390; e 39 veículos militares blindados VBTP Guarani, desenvolvido pelo Exército brasileiro, segundo a base de dados do Sipri.

Em relação ao ranking de 2020, o país caiu uma posição, mas ainda é o único da América Latina a figurar entre os maiores exportadores.

O Brasil também aparece no ranking dos 40 maiores importadores de equipamentos militares do mundo, ocupando a 33ª colocação, uma acima de Taiwan e logo abaixo da Jordânia. Nos últimos cinco anos, os principais parceiros foram Reino Unido, Suécia e França.

Parte dessas compras são de sistemas de radar e navegação para equipar e modernizar aeronaves e navios que são usados no Brasil ou vendidos por companhias brasileiras. Mas também foram assinados contratos de compra ou entregues ao país neste período helicópteros militares de transporte, submarinos, fragatas, aeronaves não tripuladas e mísseis antitanques e torpedos antissubmarino.

Também foram incluídos na lista do Sipri os caças de combate supersônicos F-39E Gripen, comprados da empresa sueca Saab ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Os quatro primeiros, dos 36 negociados, foram entregues ao Brasil no ano passado. Com esse acordo, o Brasil representou 15% das exportações da Suécia entre 2017 e 2021 – tornando-se o terceiro maior importador de armamentos da nação escandinava neste período.

De acordo com o instituto, Brasil foi o maior importador de armamentos da América do Sul, respondendo por 37% das importações de armas para a região entre 2017 e 2021. Embora as compras tenham diminuído 17% na comparação dos últimos cinco anos com o período de 2012 a 2016, o país é o único da América do Sul com entregas substanciais de armamentos a receber, as quais incluem pedidos de mais de 1.100 veículos blindados, cinco submarinos, quatro fragatas e 31 aviões de combate.


Comércio global de armas diminui, mas importações da Europa crescem
Os cinco maiores exportadores de armamentos nos últimos cinco anos foram os Estados Unidos, Rússia, França, China e Alemanha, entre 60 países analisados pelo Sipri. Juntos, eles representaram 77% das exportações no mercado global de equipamentos militares. Já os países que mais importaram foram a Índia, Arábia Saudita, Egito, Austrália e China.

De um modo geral, segundo o levantamento do Sipri, houve uma queda de 4,6% no volume de transferências internacionais de grandes armamentos no período entre 2017 e 2021, quando comparado ao período entre 2012 e 2016.

Contudo, o pesquisador do Sipri Pieter D. Wezeman destaca que essa diminuição no comércio global esconde grandes variações entre as regiões. “Enquanto houve alguns desenvolvimentos positivos, incluindo as importações de armamentos da América do Sul atingindo seu nível mais baixo em 50 anos, o aumento ou a continuidade das altas taxas de importação de armas para lugares como Europa, Ásia Oriental, Oceania e Oriente Médio contribuíram para o acúmulo preocupante de armas”, disse ao analisar o relatório.

As importações dos países da Europa cresceram 19% nos últimos cinco anos. O crescimento da demanda, em parte, ocorre devido à deterioração das relações entre a maioria das nações europeias e a Rússia. “Enquanto alguns países europeus maiores podem recorrer às suas indústrias nacionais de armas para atender a maioria de suas necessidades, para muitas nações da região as importações são a principal fonte de armamentos pesados”, diz o relatório. Os três maiores importadores de equipamentos militares na Europa entre 2017 e 2021 foram o Reino Unido, Noruega e Holanda.

Exportações de armamento dos EUA aumentam e as da Rússia diminuem
As exportações dos Estados Unidos aumentaram 14%, fazendo a participação do país saltar de 34% para 39% das vendas de armamentos militares. A França, que também é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), viu suas exportações subirem 59% nos períodos analisados, puxadas pela venda de aeronaves militares.

A Rússia, por outro lado, observou uma queda de 26% nas vendas internacionais, decorrente, principalmente, de uma diminuição das exportações para a Índia e para o Vietnã. Contudo, o país de Vladimir Putin aumentou as vendas para a China em 60% nos últimos cinco anos, quando comparado aos cinco anos anteriores. A participação da China no mercado de exportação de armamentos é de 4,6%.

Como foram as transferências de armas para a Ucrânia

A transferência de armas para o Ucrânia entre 2017 e 2021 não foi expressiva, tendo um significado mais político do que militar. Nesse período, o Sipri cita como a transferência de maior impacto militar a entrega de 12 veículos aéreos não tripulados armados, comprados da Turquia.

“O baixo nível de transferências de armas para a Ucrânia em 2017-21 é parcialmente explicado por seus recursos financeiros limitados e pelo fato de ter suas próprias capacidades de produção de armamentos e um grande arsenal de armas pesadas”, diz o relatório. Além disso, até fevereiro de 2022, vários dos maiores estados exportadores de armas restringiam as exportações de armas para a Ucrânia devido a preocupações de que tais transferências pudessem contribuir para a escalada do conflito.

Como o ranking do comércio de armamento militar é feito
Para elaborar o relatório, o Sipri leva em consideração o volume das importações e exportações de equipamentos militares pesados em 60 países, incluindo vendas, doações e produção sob licença. Os dados refletem o volume de entregas de armas, e não o valor financeiro dos negócios. Como o volume de transferências pode flutuar significativamente a cada ano, o Sipri faz suas análises considerando períodos de cinco anos, o que fornece uma medida mais estável das tendências.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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