quinta-feira, 17 de março de 2022

METAVERSO VAI FACILITAR A SOCIALIZAÇÃO

 

Por Tonico Novaes* – CEO da Campus Party Brasil

Imagine que a necessidade de estar próximo, mesmo em tempos de isolamento, seja suprida ou complementada pela possibilidade de interagir virtualmente com pessoas e objetos em ambientes virtuais, criados a partir de soluções tecnológicas que emulem com perfeição a realidade que conhecemos e estamos habituados. Não se trata apenas mais de bater um papo no chat, assistir a uma live ou compartilhar vídeos e fotos, mas ter uma experiência de convívio de fato em outra dimensão. Pois essa transformação digital, que podemos classificar como um ‘novo marco’ na era da Internet, já está acontecendo e é certo que com a universalidade do 5G, vai revolucionar, mais uma vez, nossos conceitos sobre convergência e interatividade.

Para aqueles que dizem se tratar de apenas mais uma panaceia marqueteira com elementos de teoria evolutiva futurista, posso afirmar que vestígios do Metaverso já fazem parte do nosso ecossistema digital, mesmo sem nos darmos conta disso, e os próximos capítulos dessa história mudarão radicalmente a maneira como nos socializamos em todos os sentidos.

Você acredita mesmo que estamos tão distantes desse mundo? Na verdade, essa tão comentada e discutida internet do futuro já existe e pode ser percebida de diferentes formas. As referências mais conhecidas desse múltiplo universo estão presentes nos games de realidade virtual como o Second Life e o Avakin, por exemplo. Mas, para se ter uma ideia melhor das possibilidades, junte a isso as funcionalidades da inteligência artificial utilizadas como ferramenta de evolução em inúmeros segmentos da cadeia produtiva e aos gadgets de realidade virtual, além da diversidade de dispositivos conectados à internet das coisas que dão sustentabilidade às smart cities, e teremos um panorama mais claro da revolução a qual já estamos imersos.

Calma, não é só isso. O Metaverso vai além, pois funciona como uma conversão de elementos que se conectam para trazer ao usuário uma experiência mais completa. Estamos diante de uma rede de ambientes virtuais em 3D mais imersiva e colaborativa que permite às pessoas (ou melhor, avatares) uma interação multidimensional entre si e com objetos digitais. Entretanto, é preciso que exista uma mixagem entre a realidade aumentada e a realidade atual para termos, de fato, o Metaverso que gere sensações únicas para as pessoas.

A National Retail Federation, federação que representa o varejo americano, promove anualmente o evento Retail Big Show. Na edição deste ano, o Metaverso é um dos temas recorrentes durante as palestras. Por ser uma tendência e ter ganho força neste período pandêmico que estamos vivendo, o Metaverso atrai marcas e consumidores para o mundo virtual. Segundo dados apresentados na NRF 2022, apenas 38% dos consumidores globais afirmaram ter ouvido falar do termo Metaverso, entretanto, temos visto o digital redefinir às relações de consumo, na qual 62% dos usuários disseram que se sentem mais próximos ao interagir com uma marca digitalmente. Já 85% das pessoas relataram que a presença digital será essencial para que uma marca seja bem-sucedida no futuro.

O trabalho, o lazer, a diversão e o aprendizado nunca serão mais como antes. Imagine o número de possibilidades que teremos, incorporando recursos que podem se estender a métodos educacionais virtuais mais interativos, advergames mais simplificados e ferramentas corporativas para integração dos espaços presenciais das sedes empresariais aos home offices de colaboradores ao redor do mundo. Isso, só para citar algumas.

Como não poderia deixar de ser, o universo Campus Party já foi impactado por essas ideias, como nas últimas edições digitais, onde palestrantes e campuseiros puderam compartilhar sensações e experiências no Campus Verso, plataforma desenvolvida em parceria com a Benkyou, com modelagem em 3D de alguns ambientes físicos do evento.

Durante a pandemia, à propósito, os eventos digitais tiveram que cumprir um papel ainda mais agregador, conectando pessoas de todos os cantos do mundo e expandindo relações, em contraposição às restrições de convívio presencial. Agora, com um pouco mais de liberdade para sair de casa em segurança, podemos aprofundar ainda mais essas experiências, construindo experiências híbridas definitivamente sem fronteiras.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por 98.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por 982.000 pessoas , valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

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quarta-feira, 16 de março de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA UM PESADELO PARA OS SEUS HABITANTES

 

Por
Luis Kawaguti – Gazeta do Povo


A Igreja dos Apóstolos Sagrados Pedro e Paulo, no centro de Lviv, está lotada. Uma multidão se despede de quatro militares mortos no ataque de mísseis à base militar de Yavoriv no último domingo, com cânticos e orações.

Os quatro caixões estão na nave central. Em um altar lateral, uma bandeira com o rosto de Cristo pende de uma cruz rodeada por pedaços de mísseis, de granadas de artilharia, cantis varados por projéteis e uma massa irreconhecível de metais retorcidos por explosões.

O ataque a Yavoriv foi o maior na região de Lviv desde o início da guerra. Pelo menos 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas. Os russos afirmaram ter matado 180 “mercenários” e destruído um estoque de armas enviadas pelo Ocidente.

A base está na principal rota de entrada de armas de “defesa” da Otan (na maioria mísseis e foguetes antitanque) da Polônia para a Ucrânia. O ataque é uma indicação de que a Rússia passará a bombardear as linhas de suprimento ucranianas.

Mas um bombardeio tão próximo de uma região outrora vista como um porto seguro na Ucrânia parede ter afetado o ânimo de milhares de voluntários e civis, que há alguns dias procuravam animados formas de se engajar na luta contra a Rússia. Eles faziam trabalhos como organizar e distribuir alimentos, produzir redes de camuflagem ou atuar na “guerra de internet” – a propaganda ucraniana feita nas redes sociais.

Segundo o governo ucraniano, ao menos 1,3 mil militares já foram mortos no confronto com a Rússia. As potências ocidentais estimam que esse número pode chegar na realidade a 4,5 mil, no momento atual. O número de mortes de civis passa de 635, segundo a ONU.

Essas estatísticas começam a tomar a forma de funerais e dor. A euforia da batalha dá lugar à tristeza, mas não a ponto dos ucranianos deixarem de acreditar na vitória contra o invasor russo. As dificuldades parecem unir ainda mais o povo.

Em uma base do exército de localização secreta em Lviv, centenas de pessoas que conseguiram escapar de cidades bombardeadas em todo o país se apresentam para o governo local. Mulheres e crianças são encaminhadas para abrigos ou para fora da Ucrânia.

Os homens recebem documentos e são encaminhados para unidades militares, onde receberão armas e um treinamento breve. Em um prédio próximo da fila de deslocados internos, é possível ver um grupo de senhores em roupas civis saindo de um quartel carregando fuzis de assalto Kalashnikov e baionetas com aspecto de novos.

“Eu vim aqui para defender o meu país. Tive que deixar a minha cidade, que agora está nas mãos dos russos. Eles estão fazendo pilhagens e matando todos, inclusive crianças”, disse o voluntário Viktor Bilanko.

Ele também afirmou que sua família está com medo do que pode acontecer a ele, mas entende que nada pode ser pior que o cenário em que o país é dominado pelos russos.

Com todos os homens em idade militar sendo enviados para as trincheiras, parece só restar agora aos ucranianos esperar por ajuda internacional.

“Nós esperamos que a Otan venha nos ajudar, mas também desejamos que os países de todo o mundo venham nos ajudar. Porque essa guerra é contra o mal número 1 do mundo: a Rússia. As pessoas do mundo todo têm que entender que hoje travamos uma batalha entre o mundo civilizado e o mal”, disse o militar do exército ucraniano Taras Esachyk.


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OS EMPREGOS ESTÃO VOLTANDO AO NORMAL

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Carteira de trabalho digital.

| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A recente crise dos combustíveis quase fez com que os brasileiros não atentassem para a boa notícia da semana: em janeiro deste ano, o Brasil criou 155.178 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

O setor de serviços liderou a retomada do emprego, com 102 mil novos postos de trabalho, na esteira do fim das restrições provocadas pela pandemia da Covid-19. Em seguida, com 51,4 mil empregos, vem a indústria, e a construção, com 36,8 mil novos postos de trabalho. A maior parte dos empregos (48,3 mil) foi criada em São Paulo, seguido de Santa Catarina (23,4 mil), Paraná (18,4 mil), Rio Grande do Sul (17,1 mil) e Mato Grosso (14,7 mil).

A renda média dos trabalhadores brasileiros também registrou aumento real. O salário médio de admissão em janeiro de 2022 foi de R$ 1.920,59, um aumento de R$ 115,24 comparado com o mês anterior – aproximadamente 6,38% de variação.

Os números confirmam a resiliência da economia brasileira. Em números absolutos, o país já superou o período da pandemia com folga. O desemprego já está chegando aos níveis anteriores da COVID-19, mas não dá para descansar. O país ainda está muito longe dos níveis de empregabilidade que marcaram o início da segunda década deste século. Levantamento publicado pela consultoria IDados no início fevereiro deste ano aposta que o país deve terminar o ano de 2022 com saldo positivo de apenas 500 mil novos postos de trabalho, ficando cerca de 12 milhões de brasileiros na condição de desempregados, uma redução projetada de 0,4% no índice de desemprego se comparada com os números de dezembro de 2021, quando o IBGE divulgou uma taxa de desemprego de 11,6%.


É claro que essa projeção levava em conta os riscos então incertos da variante ômicron. Com a pandemia dando sinais de recrudescimento, o mercado já dava sinais de maior alívio, mas o advento da crise internacional de combustíveis trouxe de volta a incerteza, dado os riscos de recessão global. O preço dos combustíveis e do gás de cozinha tem impacto direto no orçamento dos brasileiros, gerando aumentos nos preços das passagens, da comida e de outros produtos. E a incerteza envolvida no futuro da economia internacional traz insegurança para investidores e empresários.

Em face da atual ameaça ao emprego formal representada pelos riscos de recessão global, conforme tratamos em profundidade noutra ocasião, faz-se necessário olhar atento para transformar turbulências em oportunidade. Nesse sentido, convém reconhecer que algumas medidas da equipe econômica do governo têm resultado num clima de negócios favorável. É o caso do prosseguimento na agenda de concessões e privatizações, redução da burocracia, redução de barreiras de entrada em setores muito regulados (combustíveis, por exemplo), flexibilização das relações trabalhistas e programas que possam melhorar a qualificação dos trabalhadores, como o carteira verde-amarela.

Contudo, medidas estruturais mais impactantes necessitam de empenho maior por parte do governo, já que, num momento de crise, o ônus político da paralisia cobra muito mais caro do que muitas medidas que podem parecer impopulares num primeiro momento. É o caso da reforma tributária, cuja aprovação permanece ainda pendente no Senado. E da reforma administrativa, igualmente sem avanço, que poderia representar uma folga importante nos cofres públicos para permitir maiores investimentos num cenário tão incerto. Em outras situações recentes, o governo já mostrou que é possível usar emergências para apresentar soluções estruturadas. Não há motivo para acreditar que seria impossível fazer o mesmo com a retomada do emprego. Basta a vontade política de não deixar o Brasil parar.


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SITUAÇÃO DO PRESIDENTE DA PETROBRAS DEPOIS DOS AUMENTOS

 

Alta dos combustíveis

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

(Brasília – DF, 15/01/2020) Conversa com imprensa após Audiência. Foto: Marcos Corrêa/PR

Bolsonaro ao lado do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna: relação entre governo e estatal ficou estremecida após recente reajuste sobre os combustíveis| Foto: Marcos Correa/PR

O recente reajuste concedido pela Petrobras nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha desgastou a relação entre o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). O aumento de R$ 0,90 sobre o óleo diesel às vésperas de o Congresso votar e aprovar um projeto de lei que desonera o combustível em R$ 0,60 gerou uma irritação no governo federal e na base governista. A ponto de quadros políticos influentes defenderem a demissão de Silva e Luna.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é um dos mais incomodados com os rumos da Petrobras sob a gestão do general da reserva. Ainda na quinta-feira (10), quando a estatal anunciou o reajuste sobre os combustíveis e o gás de cozinha, ele disse que a “insensibilidade” da empresa “causou espanto” e classificou a decisão como um “tapa na cara” de um “país que luta para voltar a crescer”.

Deputados próximos de Lira e da base “raiz” de Bolsonaro afirmam à Gazeta do Povo que o presidente da Câmara está “indignado” com a política de preços da Petrobras e considera que Silva e Luna sucumbiu ao mercado financeiro. “O general Silva e Luna, que chegou com ímpeto para promover mudanças, foi ‘engolido’ pelo sistema e ganância dos acionistas”, diz um deputado da liderança do governo.

Outro deputado aliado afirma que o sentimento de Lira e da base governista é de que Silva e Luna não tem mais condições de permanecer à frente da presidência da Petrobras. “Ouvi crítica direta do Arthur Lira que o presidente [da estatal] não tem a menor condição de se manter porque ‘come na mão’ dos engenheiros da Petrobras, que sempre fazem o que estão fazendo”, diz a fonte.

A leitura feita por Lira e pela base chegou ao conhecimento de Bolsonaro, que também não tem evitado críticas à atual gestão. Desde a sexta-feira (11), o presidente da República tem reiteradamente criticado a estatal por não ter esperado o Congresso dar sua resposta aos combustíveis antes de propor o reajuste e dito que falta “sensibilidade” a companhia. Nesta terça-feira (15), ele cobrou que a empresa acompanhe a queda no valor do petróleo no mercado internacional e reduza o preço dos combustíveis.

Bolsonaro não fala abertamente que pensa em demitir Silva e Luna, mas no sábado (12) disse que, com exceção do presidente da República e do vice-presidente, “todo mundo tem a possibilidade de ser trocado”. “Ninguém falou em trocar [o Silva e Luna], você perguntou se ele pode ser trocado, qualquer um pode ser trocado menos eu, logicamente, e o vice-presidente da República, que têm mandato”, disse.

Qual a chance de Silva e Luna ceder à pressão e deixar a Petrobras

Apesar da fritura política, o cenário atual sugere que uma demissão de Silva e Luna é improvável. Mesmo com a “cabeça a prêmio” por quadros influentes do Centrão, como Arthur Lira, Bolsonaro foi aconselhado por seus núcleos político, econômicos e até aliados da base a não cobrar por uma saída. Ao menos não por agora.

Técnicos da equipe econômica apontam que a demissão de Silva e Luna repercutiria mal junto ao mercado e investidores, o que poderia provocar ainda mais impactos econômicos no ambiente doméstico brasileiro.

Militares em postos no governo e nas Forças Armadas concordam com a leitura e defendem Silva e Luna. Um aliado fardado de Bolsonaro pondera que uma eventual demissão do presidente da Petrobras recairia negativamente não apenas junto aos agentes econômicas, mas, também, junto aos militares. “O general Silva e Luna é uma pessoa da confiança do presidente e está lá cumprindo uma missão”, pontua.

Outro militar pondera que o presidente da República sabe que, embora seja o presidente da estatal, ele não tem como interferir nos preços. “Não é algo pessoal [com o Silva e Luna] e o presidente [Bolsonaro] está insatisfeito mesmo é com a política de preços. Por isso, não creio em demissão”, analisa.

Já interlocutores do núcleo político do Palácio do Planalto concordam com a tese de que a demissão de Silva e Luna poderia criar mais instabilidades junto ao mercado, mas não descartam que a pressão pode ser rediscutida quando a “poeira abaixar”. Alguns apontam que a carga pode ser retomada em abril.

Em 13 de abril, acionistas da Petrobras vão eleger um novo conselho de administração em uma Assembleia Geral Ordinária (AGO), que deve confirmar como presidente do colegiado o engenheiro Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo e ex-presidente da Gaspetro e da BR Distribuidora.

Landim chegou a ser sondado como potencial candidato a vice de Bolsonaro e se aproximou da família do presidente da República nos últimos anos. A indicação dele à presidência do Conselho de Administração da estatal é apontada como uma forma de o governo ter maior influência para segurar reajustes futuros sobre os combustíveis e o gás de cozinha.

Alguns aliados políticos até defendem que Landim assuma a presidência da Petrobras ainda em abril, mas a falta de consenso em relação a essa possível indicação na base governista é um entrave. “Não vejo ele sendo indicado à presidência, mas pelo menos forçaria o Silva e Luna a ter pulso firme em relação aos reajustes”, diz um deputado governista.


O que diz o general sobre sua situação e o que sugerem governistas
Em meio à pressão, Silva e Luna tem se defendido. Em entrevista à Jovem Pan nesta terça-feira (15), ele disse que “não há crise” e negou a possibilidade de pedir demissão e “abandonar a tropa”. “Sou o soldado, o campo de batalha é minha zona de conforto, não fujo do campo de batalha abandonando a minha tropa. Um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer”, declarou.

O presidente da Petrobras também afastou as chances de pedir demissão em entrevista ao site G1. “Jamais farei isso. Tenho formação militar. A gente morre junto na batalha e não deixa a tropa sozinha. Agora, minha indicação é do presidente da República, com quem tenho uma relação de lealdade e de confiança”, declarou.

Na segunda-feira (14), em meio a notícias de que o governo espera sua demissão, Silva e Luna disse à agência Reuters que não deixará o cargo. “Não há crise”, garantiu.

O discurso adotado pelo general em suas entrevistas encontra amparo entre militares, a exemplo do próprio vice-presidente Hamilton Mourão. “Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta pressão”, afirmou a jornalistas na segunda. Nas Forças Armadas, o presidente da Petrobras também é elogiado. “Fez um belíssimo trabalho na Itaipu Binacional, é ex-ministro da Defesa e está lá a missão, não para enriquecer ou para atender a interesses do mercado”, diz um militar.

Militares apontam que Silva e Luna enfrenta a difícil missão de reduzir a volatilidade dos preços sem desrespeitar o alinhamento com as cotações internacionais, como pregou em seu discurso de posse. Um oficial militar pondera, inclusive, que ele possa ter autorizado o reajuste da última semana após ouvir os diferentes setores da estatal e por não ter garantias de que o Congresso aprovaria a desoneração sobre o óleo diesel. Caso seja demitido, um outro militar analisa que sua saída não geraria desgaste entre Bolsonaro e as Forças Armadas.

Já a base governista se mantém impaciente em relação ao presidente da estatal e cobra que ele próprio peça demissão para evitar desgastes ao país e a Bolsonaro. Existe um temor de que novos reajustes sejam autorizados por Silva e Luna e isso traga impactos negativos à candidatura à reeleição.

“Dentro da Petrobras ele virou um técnico, mas ele não é técnico, ele é o agente político da estatal”, sustenta um deputado. Um outro deputado da base diz que o reajuste autorizado por Silva e Luna é uma demonstração de “fraqueza absurda”. “Estão alegando que os acionistas pressionaram e que fazia anos que a Petrobras não distribuía dividendos e, agora, distribui. Sim, tem que distribuir, mas tem que ter em mente o princípio da oportunidade e conveniência. Nesse momento, era para esperar”, critica.

Um interlocutor do Planalto confirma que a pressão é grande e que integrantes influentes da base pediram a demissão de Silva e Luna, mas reforça que isso pode não ocorrer neste momento. “Eu acho que, se for o caso, ele vai pedir para sair, porque ficaria muito chato para um general ser demitido pelo presidente, e vice-versa”, pondera.

Já o deputado federal Nereu Crispim (União Brasil-RS), vice-líder do partido na Câmara e presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, entende que Silva e Luna é uma “marionete” de Bolsonaro. “Isso pra mim é um teatro, quem botou ele foi o presidente da República. Ele está lá fazendo exatamente o que o presidente quer, não há nada desalinhado. É o presidente quem deu a facada nos caminhoneiros e demais brasileiros com o reajuste sobre o gás e os combustíveis”, acusa.

O parlamentar destaca que em outubro do ano passado solicitou a Bolsonaro que vetasse pagamentos de derivados de petróleo vinculados a moeda estrangeira. O pedido foi feito com base em um documento assinado por Arthur Lira sob o argumento de que o Código de Defesa do Consumidor veda a correção do preço de serviços e produtos com base em índices internacionais. Com base nessa defesa, por sinal, a frente parlamentar e entidades representativas dos caminhoneiros entraram com uma ação civil pública na Justiça contra o reajuste autorizado pela estatal.


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PROIBIÇÃO DE EXIBIÇÃO DE FILME

 

Decisão do Ministério da Justiça

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Portaria do Ministério da Justiça proibiu a veiculação de um filme do humorista Danilo Gentili sob acusação de apologia à pedofilia.| Foto: Divulgação/SBT

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (15) um decreto para reduzir e depois zerar o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras, sobre operações de câmbio. É um dos requisitos para o Brasil entrar no clube de nações desenvolvidas, a OCDE, que por enquanto tem 38 países.

O imposto sobre tomada de empréstimo no exterior, de 6%, ano que vem já não existirá. O imposto sobre compra de moeda estrangeira, de 1,1%, vai ser abolido em 2028, sobre várias operações de câmbio que hoje pagam 0,38%. E esse imposto de 6,38% em compras de cartão de crédito de quem viaja para o exterior vai ser reduzido gradualmente até ser zerado em 2028. A cada ano perde um ponto percentual.

E saíram outras duas medidas provisórias que vão beneficiar o agronegócio. Dizem respeito a garantias de financiamento e empréstimo, tem um fundo garantidor, e ao seguro das operações, tudo para diminuir a burocracia e facilitar o acesso.

Filme polêmico
No Dia Mundial de Proteção ao Consumidor, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça baixou uma portaria proibindo a circulação do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, do humorista Danilo Gentili, sob acusação de fazer apologia da pedofilia.

Eu vi um trecho do filme e fiquei enojado, chocado. A decisão foi tomada para proteger o consumidor – crianças, adolescentes, jovens. O grande problema aqui é algumas pessoas podem achar que certas coisas são normais, mas elas não são normais.

Preço do barril do petróleo em queda

E para encerrar, queria falar sobre combustíveis. Bolsonaro disse nesta terça que espera que a Petrobras reduza os preços dos combustíveis agora que o preço do barril de petróleo está caindo. O barril já está abaixo de 100 dólares depois de bater em 130 dólares. E vai cair mais no momento em que acabar essa guerra na Ucrânia.

Quero destacar também o belo papel que fizeram os caminhoneiros, que foram tentados por alguns, em ano eleitoral, a fazer greve. E eles se recusaram, ponderando as consequências de cabeça fria. Eles sabem que o governo não tem como interferir no mercado nem se meter na Petrobras. E todos os países estão sofrendo com isso. Os países europeus, inclusive os Estados Unidos, que também estão com o preço do combustível num patamar como nunca se viu antes.

Só para lembrar: nós, consumidores brasileiros, estamos estamos pagando pelas estripulias que os corruptos fizeram na Petrobras no passado e que deixaram um passivo enorme, de centenas de milhões de dólares.


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CENSURA NO BRASIL

Cala a boca já morreu

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

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Não fosse a ação de censores, hoje em dia todo mundo saberia quem foram James Joyce, Chico Buarque, Chaplin, Nelson Rodrigues e Dias Gomes.| Foto: Bigstock

O governo Jair Bolsonaro, na figura do excelentíssimo e, devo acrescentar, inteligentíssimo, celeríssimo e ministríssimo da Justiça Anderson Torres (que não faria feio no STF #ficaadica), determinou que o panfleto pedófilo “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” fosse excluído da Netflix. O filme foi escrito por um humorista cujo nome nem convém falar e contém uma cena absurda interpretada por um ator que também não me desce.

Mais do que inteligente, é uma atitude corajosa e em linha com princípios conservadores e cristãos. Afinal, todo mundo sabe que o mundo só está do jeito que está porque, ao longo de séculos, os progressistas ganharam muito espaço defendendo todo tipo de pauta abjeta. “Vivemos uma guerra cultural e temos que exterminar todos os nossos inimigos de modo que as gerações futuras aprendam. Ética é para os fracos”, escreveu Roger Scruton na obra-prima “Liberdade de Expressão É Coisa do Capeta”.

O problema é que a direita brasileira foi contaminada por esquerdistas enrustidos que criticam a justa censura ao filme porque não entendem o perigo que é deixar que nossos pequerruchos inocentes tenham contato com a maldade existente no mundo. Esses quinta-colunas tampouco entendem que vivemos uma guerra cultural e que o mais importante é aniquilar o adversário a qualquer custo. Só assim alcançaremos a utopia que deve ser o objetivo de todo conservador que se preze.

A contrariedade estúpida à sábia censura imposta pelo ministríssimo nasce também da profunda ignorância histórica de oportunistas que certamente escondem uma carteirinha do PSOL no bolso do paletó de tweed. Afinal, ao longo dos últimos cem anos foram muitos os casos de censura impostas a livros, músicas, filmes, peças de teatro e até novelas da Globo-lixo© – com excelentes resultados para a promoção da moral e dos bons costumes.

  1. Tomemos como exemplo o livro “Ulysses”, de James Joyce. Alguém já ouviu falar dele? Claro que não. Censurado quando de seu lançamento, há cem anos, “Ulysses” é um romance experimental extremamente obsceno. Isto é, para quem consegue entender o que está escrito ali. Na época, ultraesquerdistas como W.B. Yeats, T.S. Eliot, D.H. Lawrence e Ezra Pound também diziam que a censura a “Ulysses” era absurda. Mas quem sabe quem são esses nomes aí? Não fosse a censura dos sábios pré-modernos, “Ulysses” talvez fosse hoje o livro mais estudado do mundo. O que seria inaceitável para qualquer conservador que enrubesce com cenas de sexo.
  2. Da literatura, vamos à música. Pior: à música popular brasileira. Muitos foram os casos de censura impostas a barulhos criados por gente que, não fosse a ação rápida e eficaz dos censores, hoje em dia seria famosa e, se calhar, estaria até apoiando o PT e todas as causas progressistas. Ainda bem que Dona Maricotinha, censora da Revolução Gloriosa de 1964, impediu que os ouvidos influenciáveis dos jovens da época tivessem contato com as indecências de Chico Buarque e Caetano Veloso, legando-os ao ostracismo de onde jamais deveriam ter saído.
  3. Em 1940, o governo do democrata conservador Getúlio Vargas tomou a sábia decisão de censurar “O Grande Ditador”, de Charles Chaplin. O motivo é constrangedoramente óbvio. De acordo com os censores do Departamento de Imprensa e Propaganda (por que não temos algo assim hoje em dia?), o filme era “comunista e desmoralizador das Forças Armadas”. Hoje em dia ninguém em sã consciência discorda disso. Uma pena que tenha faltado ao DIP sensibilidade para expor também a apologia do nazismo presente no filme.
  4. Ninguém mais vai ao teatro. Isso se deve, em parte, à ação de nobres censores que, ao longo de décadas, impediram a exposição dos jovens, adultos e idosos a obras como as de um tal de Nelson Rodrigues. Esse tal de Nelson Rodrigues só escrevia pornografias e indecências. Para se ter uma ideia, sua peça “Beijo no Asfalto” mostra um homem beijando um moribundo. Vê se pode uma pouca-vergonha dessas?!
  5. Na década de 1970, um tal de Dias Gomes (que, não fosse a ação da censura, teria sido até eleito para a nobilíssima Academia Brasileira de Letras) escreveu uma novela ultraprogressista e cheia de mensagens subliminares chamada “Roque Santeiro”. A novela desrespeitava viúvas, latifundiários, clérigos e até lobisomens. Por ação inquestionavelmente virtuosa dos censores, a novela foi impedida de ir ao ar. Anos mais tarde, com a “redemocratização” do país, infelizmente a Globo-lixo© conseguiu produzir a novela. Mas quase ninguém assistiu, embora os disseminadores de fake news (cadeia neles já!) digam que ela atingiu 90 pontos do Ibope.

Como se vê pelos exemplos acima, a censura é um método eficaz de silenciar esses progressistas pervertidos e garantir que eles jamais entrem para o Cânone nem contaminem as mentes suscetíveis dos jovens, adultos e até idosos. Foi graças à ação do Estado que, em todos esses casos, ficamos livres da exposição involuntária a valores reprováveis e à maldade que, sim, existe no mundo, mas preferimos não ver. Por isso só nos resta aplaudir a censura a Danilo Gentili (ops, citei o nome) e seu panfleto obsceno. A Civilização Ocidental respira.


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MUDANÇAS NA LEI DO IMPEACHMENT PARA MELHOR?

 

Comissão revisora

Por
Thaméa Danelon – Gazeta do Povo

Ricardo Lewandowski (ao centro), em 2016, durante julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado: ministro do STF preside comissão revisora instalada pelo Senado| Foto: Pedro França/Agência Senado

A Lei 1.079, de 1950, trata do processo de impeachment de diversas autoridades de uma República, e também indica quais são os crimes de responsabilidades que, caso praticados, podem resultar em um afastamento da função pública. Importante dizer que os crimes de responsabilidade na verdade não se tratam de crimes propriamente ditos, pois não há a previsão de uma pena de prisão ou outra de caráter penal à autoridade que venha a cometer esse ilícito. O crime de responsabilidade tem a natureza jurídica de uma infração político administrativa, embora seja denominado como “crime”.

Pois bem, de acordo com essa lei, podem ser alvo de processo de impeachment diversas autoridades públicas e não apenas o presidente da República ou membros do STF, o Supremo Tribunal Federal. Tais como o vice-presidente da República, ministros de Estado, o procurador-geral da República, governadores e secretários.

Na nossa história recente, testemunhamos o afastamento de dois presidentes – Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff – e, segundo a lei, esse processo envolve a participação das duas casas legislativas, primeiramente a Câmara dos Deputados – que analisa a possibilidade de abertura de um processo de impeachment (viabilidade da acusação) – e, posteriormente, o Senado Federal, que irá julgar o pedido, sendo esse julgamento presidido pelo ministro presidente do STF.

Em relação aos ministros do STF nunca houve início de qualquer processo de impeachment, e o rito processual a ser aplicado é diferente do previsto para os crimes de responsabilidade do presidente da República, pois caberá exclusivamente ao Senado Federal analisar o pedido de abertura do processo de afastamento contra um ministro do Supremo e também a realizar o julgamento.

Neste mês de março, o Senado instalou uma comissão composta por diversos juristas, sendo um deles o ministro Ricardo Lewandowski, ex-presidente do STF, para propor mudanças na Lei do Impeachment. Segundo o ministro, alguns pontos deveriam ser analisados por essa comissão, tais como:

a) A decisão de abertura ou não de um processo de impeachment contra o chefe do Executivo não poderia caber exclusivamente ao presidente da Câmara;
b) Deveria haver um prazo pré estabelecido para essa análise;
c) A falta de ampla defesa ao presidente após a apresentação da denúncia e antes da decisão do presidente da Câmara de aceitá-la ou rejeitá-la;
d) A facilidade de apresentação de uma denúncia de impeachment sem maiores consequências para o “acusador” em caso de arquivamento desse pedido; dentre outros.
De fato, a Lei do Impeachment é antiga, e penso que discussões sobre o aprimoramento de legislação são muito bem vindas quando o intuito é simplificá-las e torná-las mais claras e efetivas. É claro que ainda não foram apresentados quais os pontos específicos que se pretende mudar, vez que a comissão acabou de ser instalada, mas, até o momento, não foram levantadas questões referentes a pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Penso, de fato, haver sim a necessidade de ser estabelecido um prazo para análise de pedidos de impeachment apresentados; tanto os oferecidos contra presidentes da República como em relação aos ministros do STF, pois não é razoável que dezenas de pedidos dormitem nas mesas do presidente da Câmara e do Senado referentes, respectivamente, a pedidos de impeachment do presidente da República e ministros do Supremo.

Recapitulando, já foram oferecidos mais de 140 pedidos de impeachment contra o atual presidente, sendo que muitos deles não foram analisados. Por outro lado, em dezembro de 2020 havia 36 pedidos de impeachment contra ministros do STF, sendo a grande maioria oferecidos contra Alexandre de Moraes, mas os demais integrantes do Supremo também tiveram pedidos de impeachment contra si instaurados, e, nos últimos dias de seu mandato como presidente do Senado, Davi Alcolumbre, rejeitou liminarmente esses 36 pedidos.

Agora realizando uma breve análise do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma: embora muitas vozes de apoiadores aleguem a ocorrência de um “golpe”, as provas que embasaram esse pedido e as demais colhidas ao longo do processo apontaram de forma contundente a prática de crimes de responsabilidade, quais sejam: 1) expedição de decretos orçamentários sem autorização do Congresso Nacional; e 2) pedaladas fiscais.

A primeira infração dizia respeito à edição de uma série de decretos em 2014 e 2015 que resultaram na abertura de créditos suplementares no valor de R$ 18,4 bilhões sem qualquer autorização do Poder Legislativo. As pedaladas restaram configuradas por conta de manobras contábeis com intuito de demonstrar – ainda que de uma forma artificial – que o governo arrecadava mais do que gastava.

Entretanto, a situação real era completamente diversa da contabilizada,  pois os gastos federais eram infinitamente superiores aos valores arrecadados através dos impostos, fato que tornava a União devedora de bancos púbicos, sendo essa situação vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, diante da comprovação documentada de crimes de responsabilidade, a ex-presidente Dilma foi condenada em seu processo de impeachment.

Entretanto, o então presidente do STF, ministro Lewandowiski, que presidiu o referido processo, descumpriu a Constituição e não aplicou contra a ex-presidente as duas penalidades previstas claramente no texto constitucional, quais sejam: a perda da função púbica e a inabilitação por 8 anos para o exercício de função pública (artigo 52, parágrafo único da Constituição Federal).

Assim, aguardemos as propostas efetivas que serão elaboradas pela comissão de alteração da Lei do Impeachment, e, como eu citei anteriormente, mudanças que aprimorem as nossas normas jurídicas são válidas e pertinentes, mas cumprir as leis em vigor e principalmente a Constituição é medida que se impõe.


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ALIANÇA EURASIANA ENTRE RÚSSIA CHINA E ÍNDIA

 

Geopolítica eurasiana
Os EUA estão deliberadamente destruindo o dólar e abrindo caminho para a hegemonia chinesa

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Daniel Lopes – Fazeta do Povo

Está formada a Aliança Eurasiana, aurora da Nova Ordem Internacional| Foto: Steve Turley

Nesta semana, o analista político americano Steve Turley trouxe uma reflexão crucial sobre as enormes mudanças ocorrendo no mundo atual. Segundo Turley, estamos diante do evento mais importante das relações internacionais desde a queda da União Soviética. Moscou, Pequim e os indianos uniram forças para colocar abaixo a ordem globalista internacional. E, por incrível que pareça, foram as sanções dos EUA que implementaram essa gigantesca transformação.

A dinâmica atual lembra muito a trama do filme “Duro de Matar”, estrelado por Bruce Willis. Os criminosos queriam acessar o cofre do Nakatomi Plaza. Eram meros assaltantes, mas se fingiram de terroristas para chamarem a atenção do FBI, que aplicou o protocolo padrão: desligaram a energia elétrica de todo o bairro. A queda de energia liberou a última parte do sistema de proteção do cofre. Conclusão: a reação para coibir o inimigo foi exatamente o que lhe deu a vitória. Esta era exatamente a reação que eles buscavam. Isso te lembra alguma coisa que está acontecendo no mundo hoje?

Moscou sabia que as sanções viriam, e estão capitalizando em cima da situação. E tudo indica que, por incrível que pareça, os EUA parecem estar cientes disso. As sanções deram a desculpa que Putin precisava para finalmente se desligar do Ocidente e, junto com Pequim e Índia, lançar as bases para o mundo pós-globalizado.

Para a Rússia, trata-se, no final das contas, de um grande movimento de emancipação. Eles estavam se preparando para isso desde 2014, quando anexaram a Crimeia. Teriam decidido se desligar de toda e qualquer dependência do dólar e do sistema bancário ocidental. Dessa forma, os EUA, a União Europeia e a Otan ficariam incapazes de instrumentalizar a economia como ferramenta geopolítica.

Como muitos oligarcas, empresas e cidadãos russos possuem grande vínculo comercial com o Ocidente, se essa “emancipação” fosse feita de outra forma ou em outro momento, haveria grande oposição interna. Entretanto, no contexto atual, não é Moscou que está se afastando, mas as potências ocidentais que estão “cancelando” a Rússia.

Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, escreveu um artigo recente muito elucidativo. O título é: “The Great Decoupling: How Western Sanctions Are Pushing Moscow East” (“A grande dissociação: como as sanções ocidentais estão empurrando Moscou para o leste”). Nele, o analista argumenta que os EUA estão esquecendo um princípio ancestral: “mantenha os amigos sempre perto, e os inimigos mais perto ainda”. Isso porque as sanções ocidentais empurraram Moscou para o colo de Pequim. Em suma, as medidas acabam prejudicando apenas a classe trabalhadora. É fato que a economia de Moscou tomou um baque. Mas a moeda russa começou a mostrar recuperação, assim como sua bolsa de valores, que reabriu recentemente.

É possível que o Ocidente, ao contrário do que se imagina, esteja dando mais poder a Putin e enfraquecendo a ordem mundial globalista. Antes de iniciar o conflito na Ucrânia, no início dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, Putin celebrou uma grande aliança com Pequim, capaz de compensar as sanções, principalmente sobre as exportações de alimentos e combustíveis, tendo em vista o enorme mercado interno chinês. Mas não só isso: os indianos acabaram de anunciar o lançamento de seu novo sistema internacional de pagamento, independente do Swift e do dólar, criado para viabilizar a continuação de suas relações comerciais com Moscou. Como se não bastasse, ontem mesmo oficiais chineses se reuniram com os indianos para resolver suas disputas territoriais. A nova aliança eurasiana está mais forte a cada dia.

Conclusão: o mundo acabou de assistir 40% da população global se desligar completamente do Swift e do dólar. Este é o total desmantelamento da ordem globalista. Talvez seja por isso que George Soros, sempre aficionado pelas “sociedades abertas”, esteja tão revoltado com Xi Jinping e Vladimir Putin.


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