segunda-feira, 7 de março de 2022

O MUNDO DIGITAL É UM VALE DE LÁGRIMAS DE CROCODILO

 

Marketing empático

Por
Luiz Felipe Pondé

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| Foto: Gazeta do Povo

As redes sociais são como um enxame de moscas atraídas por restos de comida. Um dos restos mais atraentes para essas moscas digitais é o mundo das paixões, privadas e públicas. O mundo digital é um oceano de lágrimas de crocodilo. Mas esse oceano já é uma ciência do ramo das ciências sociais aplicadas, subárea “marketing empático”.

A ideia de “páthos”, do grego, significa ser tocado, sofrer ação de agente exterior, sofrimento esse de ordem psicológica ou física, por isso a palavra grega em português pode ser traduzida por doença – patologia – ou paixão. Palavra da moda que já encheu o saco, “empatia” vem daí, claro.

O que seria o marketing empático? Não poderíamos dizer que todo marketing é empático? De certa forma sim, porque todo marketing quer nos impactar de forma a nos levar para onde a marca quer que sigamos. E as tais emoções sempre foram a melhor forma de nos arrastar para qualquer lugar.

Num sentido mais restrito, o marketing empático é algo que com as redes sociais se tornou um campo mais específico, pois joga no campo das emoções privadas de forma capilarizada. Você se sente amigo ou amiga daquela celebridade que sofre com infidelidades como você. Todos unidos na humanidade que nos faz sentir entre iguais. Uma verdadeira democracia emocional. Uma coisa bem brega, na verdade.

Nas redes, todos são culpados a priori. Na realidade, sempre foi assim quando se trata da opinião do que se chamava de “populacho”. As pessoas, principalmente em grandes quantidades, como já dizia Elias Canetti no seu clássico “Massa e Poder”, publicado aqui pela Companhia das Letras, adoram jogar ovo, xingar e destruir o suposto culpado.

Se alguém te acusa de assédio, você é culpado, se alguém te acusa de maus-tratos a animais, você é culpado, e por aí vai. Ninguém precisa de provas. E ainda tem gente que considera as redes “democráticas”. São democráticas na medida em que a massa é democrática pelo seu volume à disposição para a violência. A “quantidade estocada” de violência é a matéria-prima para o uso das paixões negativas.

Quando essa “quantidade estocada” passa a ser usada, seja para despertar paixões positivas ou negativas, temos o caminho pavimentado para a disciplina que lida com as paixões como commodities vinculantes – seja no caso de me sentir junto com uma celebridade que sofre com infidelidades como eu – ou desvinculantes – seja para eu odiar alguém como no caso de acusações quaisquer.

Fala sério. Existe coisa mais ridícula do que celebridades ficarem expondo seus problemas nas redes sociais? Aliás, mesmo sem ser celebridade, é uma forma de humilhação da privacidade. Tanto esforço da modernidade para inventar o indivíduo e ele acabou se revelando um retardado com direito a voto.

Um bando de gente falando que está deprimido, sofrendo disso e daquilo. Um dos conceitos mais baratos por aí é o de “superação”. Expõe-se filhos, pets, pais, irmãos, cônjuges. Fala-se de baixarias como quem comeu quem na hora errada. A indústria jurídica de processos baba de alegria.

Mas essa commodity emocional está profissionalizada. Alguém fala uma merda nas redes ou na TV, se ferra. Perde patrocínio, perde emprego, perde engajamento ou seguidores. Contrata um especialista, alguém entre psicólogo, coach e picareta (na verdade, um especialista em marketing empático), e se refaz, superando a má fase, contando que está deprimido, sofreu assédio, chora. Tudo virou aqueles programas ridículos de fofoca da TV do passado.

Não nos enganemos. Todo mundo sabe que há uma fúria pela exposição da vida privada por parte dos seguidores em relação as suas celebridades. É claro que os profissionais de marketing empático bem pagos (os mortais expõem suas pequenas misérias cotidianas de graça) sabem muito bem como aconselhar os profissionais que querem ganhar engajamento, emprego, patrocínio, graças aos sofrimentos da vida.

Não há mais saída dessa democratização do ridículo das paixões privadas porque isso implica dinheiro e eleições. Russos e chineses devem gargalhar diante dessa miséria ocidental fofa.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luiz-felipe-ponde/coluna-ponde-o-mundo-digital-e-um-oceano-de-lagrimas-de-crocodilo-07-03-2022/
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METAVERSO AINDA VAI DEMORAR UM POUCO POR AQUI

 

*Júlio Cesar Fort, sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security

O metaverso é a palavra do momento. Ou seja, é evidente que esse cenário, que até alguns anos atrás poderia ser considerado distante e pertencia a ficções e filmes, está se aproximando.

Contudo, segundo Júlio Cesar Fort, sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security, ainda há muitos pontos a amadurecê-lo antes de investimentos mais concretos, principalmente no Brasil, que tradicionalmente é um país onde a segurança da informação ainda é imatura se comparado a outros países mais desenvolvidos.

No texto abaixo, você encontra mais informações sobre a sua opinião sobre a relação do metaverso com a cibersegurança ataque, além de recomendações para que as empresas possam se preparar melhor.

O metaverso é a palavra do momento. A sua concepção original vem do mundo imaginado pela ficção científica – mais precisamente por Neal Stephenson em “Snow Crash” e seu herói hacker Hiro Protagonist -, no qual a convergência de inúmeras tecnologias, como realidade virtual e realidade aumentada, torna cada vez mais tênue a linha entre a vida digital com a real. Por exemplo, interagir com outras “pessoas” (no caso, um avatar representando alguém), participar de eventos como shows e até mesmo comprar uma propriedade no ambiente virtual. Ou seja, é evidente que esse cenário, que até alguns anos atrás poderia ser considerado distante e pertencia a ficções e filmes, está se aproximando. Contudo, ainda há muitos pontos a amadurecê-lo antes de investimentos mais concretos, principalmente no Brasil, que tradicionalmente é um país onde a segurança da informação ainda é imatura se comparado a outros países mais desenvolvidos.

Em 2021, um dos grandes exemplos desse novo contexto foi a mudança de nome do Facebook para Meta. É uma prova que, de fato, o mundo planeja levar mais a sério os novos ambientes de interação virtual. Outros nomes de grande reconhecimento no mercado também revelaram que irão se entremear nesta área, como Microsoft, Nike e Minecraft, tentando, possivelmente, criar novos interesses comerciais na digitalização de processos de interação com os clientes. Porém, como a própria data da alteração de identidade da marca de Mark Zuckerberg indica, estamos diante de novos rumos do mercado, que ainda precisam de estudo e análise antes de se firmarem.

Tudo isso tende a mostrar que 2022 será um ano em que as empresas possivelmente investirão mais na realidade virtual, seja para mostrarem que estão à frente, ou meramente para surfar na onda do momento. Logo, se o período é de entendimento, não há como afirmar que o mundo mudará completamente a sua estrutura de e-commerce e interação no trabalho em uma questão de meses.

Pouco se discute sobre as implicações desse novo universo virtual na cibersegurança, principalmente por serem aplicações novas. Inclusive, o conhecimento sobre casos de uso úteis até então é limitado e com pouco estudo, mas que já mostram sinais de despreparo. Assim como aconteceu com o ambiente de Second Life, que foi vítima de ataques em 2006. Se o buzz do metaverso continuar a ser superior que discussões sérias sobre a melhor maneira de implementar a nova tecnologia de forma segura, incidentes continuarão a ser escalados. É preciso falar de segurança da informação antes de falar de metaverso.

Portanto, é fundamental discutir implementações seguras desde o início do processo. Este conceito de mercado amplamente conhecido por empresas do mundo todo, principalmente pelas líderes, é chamado de Security By Design, e considera que a segurança precisa ser um pilar na construção de algo novo, e não meramente uma preocupação depois de tudo feito e implementado. O ideal seria começar de imediato a investir e desenvolver a área de forma segura e acessível a todos, com pesquisas dedicadas e grupos de trabalho coordenados com o mercado, academia e órgãos governamentais.

Não se deve abraçar algo sem saber o que é. Essa nova realidade virtual pode parecer atrativa e iminente, mas grande parte dos problemas que o cercam são básicos e custariam menos tempo e esforço se fossem pensados e resolvidos no seu período de incubação. Uma recomendação estratégia para quem está mirando em novas tecnologias é a defesa contra ciberataques por meio do chamado teste de intrusão (pentest), que varrerão o ambiente da empresa em busca de falhas que podem ser exploradas por criminosos, ou que já até funcionam como portas de entrada para explorações não autorizadas. Este tipo de teste é realizado por um time de primor técnico que antecipa a criatividade de criminosos antes que possam tirar proveito das vulnerabilidades. Consequentemente, a prevenção destes ataques se torna muito mais eficaz e precisa.

*Especialista em cibersegurança com quase 20 anos de experiência, Júlio Cesar Fort é sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security, uma das principais empresas globais especializada em segurança ofensiva com foco em pentest (teste de intrusão) e desenvolvimento seguro contra ciberataques.

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O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

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domingo, 6 de março de 2022

PRIMEIRO MINISTRO DE ISRAEL ENCONTRA COM PUTIN EM PLENA GUERRA

 

 Poder360 

O primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin neste sábado (5.mar.2022), em Moscou, na Rússia. A reunião no Kremlin durou cerca de 3 horas. Na sequência, o israelense conversou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por telefone.© Fornecido por Poder360

Segundo o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, Putin e Bennett discutiram sobre a guerra na Ucrânia. A visita do primeiro-ministro à Rússia não havia sido divulgada previamente.

A Ucrânia já se manifestou a favor de Israel mediar esforços para um cessar-fogo no conflito.Formulário de cadastroPoder360 todos os dias no seu e-mailconcordo com os termos da LGPD.

Da Rússia, Bennett se dirigiu à Alemanha para se encontrar com o chanceler do país, Olaf Scholz, de acordo com um comunicado do seu gabinete, citado pelo jornal israelense The Times of IsraelNa 4ª feira (2.mar), Scholz fez uma visita a Israel.

Conforme o veículo, uma fonte diplomática israelense disse que a reunião com Putin foi coordenada com Estados Unidos, Alemanha e França, em diálogo com a Ucrânia.

10º DIA DE GUERRA

invasão da Rússia à Ucrânia chega ao seu 10º dia neste sábado (5.mar) com a informação de um cessar-fogo parcial em Mariupol e Volnovakha. A pausa nos ataques serviria para a retirada de civis dos locais, mas a prefeitura de Mariupol afirmou que os ataques continuaram e a evacuação foi adiada.

A Rússia avança em territórios estratégicos da Ucrânia, como Kherson, cujo porto fica no mar Negro. Mariupol também é importante para os russos devido à sua localização. Se a cidade portuária for dominada, a Rússia poderá construir um corredor terrestre entre a Crimeia e as regiões de Luhansk e Donetsk. O prefeito de Mariupol, Vadim Boitchenko, disse que o município vem enfrentando “bloqueio” e ataques “implacáveis” das forças russas.

O presidente ucraniano, Volodyrmyr Zelensky, afirmou que seu governo está fazendo tudo o que é possível para chegar a um acordo com a Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou neste sábado (5.mar) sobre os motivos para a invasão à Ucrânia. Segundo ele, essa é a solução para o perigo que o país vizinho representa à Rússia com a aproximação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Se formos continuar da forma como estamos, a Ucrânia está colocando em risco seu próprio futuro, seu próprio governo. E isso vai ficar nas costas deles [do governo ucraniano]. A vergonha será deles”, afirmou Putin em conversa com mulheres, a maior parte do setor aéreo, como pilotos e comissárias de bordo.

PUNIÇÃO FINANCEIRA ATINGE SÓ UM LADO OU OS DOIS?

 

 Jason Bisnoff 5 horas atrás Curtir1 Comentário|2

As sanções à Rússia que envolvem o sistema mundial de comunicação interbancária, chamado Swift, e têm como alvo punir certos bancos russos por causa da invasão da Ucrânia já provocam turbulência nos mercados de energia europeus mesmo antes de serem implementadas.

EUA e Europa querem evitar sanções à Rússia que sejam severas demais© REUTERS/Kevin Lamarque EUA e Europa querem evitar sanções à Rússia que sejam severas demais

O preço do petróleo dos Urais, referência para o petróleo produzido na Rússia, está no chão desde quarta-feira (2). Naquele dia, o barril era vendido US$ 20 abaixo do barril Brent, que estava a US$ 114,25 (referência europeia).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está preocupado que uma disrupção na produção de petróleo russa possa contaminar o mercado norte-americano e impulsionar os já crescentes preços da gasolina. Mas a commodity mais afetada pelas sanções não é o ouro negro – é o gás natural.

O produto que vem da Rússia responde por 40% da oferta da União Europeia. Uma interrupção nos embarques do combustível prejudicaria a economia russa, mas também deixaria muitos europeus com frio.

Quando o governo Biden e seus aliados determinaram o banimento da instituições financeiras russas do sistema Swift, que mantém o fluxo de pagamentos, tiveram o cuidado de deixar as transações de energia de fora.

No total, sete bancos foram excluídos, mas o Sberbank e o Gazprombank, que processam pagamentos de exportação de gás da Rússia, permaneceram intocados.

Há uma linha tênue entre repreender o presidente russo, Vladimir Putin, e se auto-boicotar. Uma guerra econômica total contra o Kremlin, com sanções ao petróleo e ao gás, não está fora de cogitação – depende de quão longe Putin vai levar sua guerra.

“O presidente, trabalhando com nossos aliados, está tentando impor sanções econômicas que prejudicam a economia russa e minimizam os impactos na economia dos EUA”, afirma Cecilia Rouse, presidente do Conselho de Assessores Econômicos, à NPR na quarta-feira (2).

“Como o presidente disse, não podemos esperar passar por isso sem que haja alguns custos domésticos. A Rússia invadiu a Ucrânia, isso é uma ameaça muito séria à democracia em todo o mundo.”

No jogo geopolítico de vontades, os países ocidentais querem manter uma porta aberta para Putin caso ele decida diminuir a escalada militar, diz Henning Gloystein, diretor de energia, clima e recursos da consultoria de risco político Eurasia Group. Por isso, as autoridades financeiras mundiais deixaram para outro momento a expansão de sanções para mais bancos, empresas de carvão e de aço.

Sua última carta na manga, um embargo do petróleo russo, viria por último, se necessário, disse Gloystein. As autoridades “estão considerando seriamente a questão, afirma ele, acrescentando que um bloqueio ao petróleo “não está sendo considerado agora nem é iminente, mas é algo discutido muito mais abertamente hoje do que há dois dias. [Um embargo ao] gás seria o último recurso.”

Se as sanções atingirem o petróleo, os Estados Unidos e a Europa podem ser prejudicados. A Rússia exporta diariamente 2,5 milhões de barris de petróleo bruto para a União Europeia e meio milhão para os EUA. Os preços, já altos, subiriam mais. No entanto, uma escassez de oferta poderia ser remediada em alguns meses se a lacuna for preenchida por outras opções, como o aumento da oferta pelos membros da Opep.

A situação é muito mais grave no caso do gás natural. Se o fornecimento russo fosse cortado, isso poderia significar racionamento de energia na Europa – algo que a maioria dos europeus nunca viveu.

A Finlândia, membro em potencial da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e a Letônia, que faz parte da Otan, obtêm mais de 90% de sua energia da Rússia. Isso significa que seria necessário elaborar planos de contingência e superar obstáculos logísticos antes de impor sanções ao gás natural, diz Daniel Tannebaum, sócio da consultoria Oliver Wyman, que chefia o departamento anti-crimes financeiros para as Américas.

Enquanto isso, a indústria do petróleo começou a “auto-sancionar” a Rússia. Nos últimos dois dias, BP, Shell, Equinor e até ExxonMobil abandonaram projetos extensos no país – o negócio da Exxon, sozinho, é avaliado em US$ 4 bilhões.

Para evitar o aumento vertiginoso dos preços da energia, a Rússia terá de ser contida sem um embargo total. O analista Michael Hsueh, do Deutsche Bank, afirma que o petróleo pode chegar a US$ 170 o barril se as sanções bloquearem totalmente as exportações russas.

O sistema Swift (sigla para “Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication”) tem sede na Bélgica e processa solicitações e mensagens de pagamento entre 11 mil instituições financeiras em todo o mundo. Em 2021, o Swift registrou 42 milhões de mensagens por dia, e a Rússia respondeu por 1,5% delas.

Os bancos russos que serão retirados do Swift são VTB, Bank Otkritie, Novikombank, Promsvyazbank, Bank Rossiya, Sovcombank e VEB.

As sanções seguem um plano cuidadosamente elaborado para manter a pressão sobre a Rússia e, ao mesmo tempo, garantir que o apoio público não diminua, diz James Angel, professor da McDonough School of Business da Universidade de Georgetown.

“Estamos vendo o cerco lentamente se fechar”, afirma ele. “Há muitos riscos envolvidos neste tipo de ação internacional e você não quer usar toda sua munição de uma vez, já que empregar parte dela pode ser o suficiente. Se os oleodutos forem explodidos agora, a população europeia congelará neste inverno e os países podem perder o apoio público às medidas anti-Rússia”, conclui Angel.

QUAL SERÁ O DESFECHO DESSA GUERRA?

Editorial
Por
Gazeta do Povo – Gazeta do Povo

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, presta homenagem a um soldado morto em combate pelo exército russo.| Foto: EFE

Ao mostrar para o mundo que está disposto a atropelar praticamente qualquer regra de convivência entre as nações, Vladimir Putin tomou para si o manto da imprevisibilidade, com todas as vantagens e riscos que a característica traz consigo e com todos os dissabores e tragédias que pode causar. Com isso em mente, os estrategistas ocidentais mais precavidos não podem se dar ao luxo de descartar possibilidades, desde as mais trágicas até aquelas que hoje soam como um milagre, de tão improváveis.

O pior desfecho, não apenas para a Ucrânia, mas para toda a humanidade, seria a de o conflito crescer ao ponto de materializar o pesadelo de uma nova guerra mundial. Partindo da informação de que hoje a Rússia é detentora do maior arsenal nuclear do planeta, e poderia ter a China como possível aliada, não é exagero temer as proporções e estragos de um conflito dessa natureza, com desdobramentos completamente inimagináveis. Dado esse horizonte aterrador, é compreensível o esforço coletivo de se evitar qualquer passo em falso, que poderia servir de detonador desse processo. Trata-se, portanto, de uma hipótese remota, mas que precisa estar constantemente como pano de fundo de decisões estratégicas.

No entanto, mesmo que seja improvável que Putin esteja disposto a tal nível de ruptura com o mundo e ainda que seu exército seja preciso o bastante para não cometer erros que ultrapassem as fronteiras ucranianas, uma hipótese de cores quase tão trágicas quanto a anterior é a do recurso, por parte da Rússia, a armas nucleares para vencer a guerra na Ucrânia. Neste caso, a barbárie que isso representaria obrigaria a medidas muitíssimo mais duras da parte do concerto das nações, impondo um desafio diplomático gigantesco.


A bravura da Ucrânia conquista o mundo
Outra hipótese, mais provável aliás, é a de a guerra ser rápida, mesmo com o uso apenas de armamentos convencionais, durando em torno de um mês. A invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003, por exemplo, levou 21 dias até que o comando do país fosse tomado. Como naquela situação, o conflito atual envolve dois países com poderio militar muito desproporcional entre si. Para esse desfecho, a Rússia teria que controlar todos os aeroportos, fronteiras e acesso ao mar. Se não for completamente destruída, Kiev seria tomada, com ocupação dos principais prédios do governo.

O destino do presidente Volodymyr Zelensky é um ponto crucial para o que virá em seguida. Ele pode fugir, tornando-se um presidente exilado e incomodando à distância as autoridades usurpadoras. Moscou também pode prendê-lo e entregá-lo aos aliados separatistas em Donetsk e Luhansk, áreas reconhecidas agora como repúblicas independentes, as quais, supostamente, o Kremlin veio socorrer. Qualquer das duas hipóteses manteria a insurgência popular, arrastando a instabilidade na região por tempo indeterminado. A bravura dos ucranianos pode levar a uma resistência heróica, que, infelizmente, traz consigo um custo humano muitíssimo elevado.

A outra opção, com relação ao presidente ucraniano, é mais brutal e comum para os padrões da guerra. Os homens de Putin podem simplesmente assassiná-lo, alegando que o mesmo foi morto em combate. Se o esmorecimento dos ucranianos ou um acréscimo de sua disposição de lutar seriam as consequências, é difícil de prever. Igualmente, é difícil de prever quão preparado está o governo russo para silenciar com violência toda oposição em uma Ucrânia ocupada. E, para efeitos de um novo status de paz, pós-anexação, a questão é saber quando Putin pode se dar por satisfeito por ter recuperado parte da influência e protagonismo que seu país há muito havia perdido.

É possível, contudo, que as rigorosas sanções econômicas, somadas às numerosas baixas que a resistência ucraniana está impondo à Rússia, além da perda de popularidade de Putin em seu próprio país por causa da guerra, sejam suficientes para fazer a cúpula do Kremlin convencer o mandatário a encontrar uma saída para a situação, não tão humilhante como seria a de um recuo, mas um meio-termo que possa ser celebrado como vitória plena. Nessa linha, consta no horizonte de muitos analistas um possível acordo no qual o governo ucraniano aceita ceder oficialmente parte de seu território, o que incluiria, logicamente, a Crimeia, Donetsk e Luhansk, além de se comprometer com a desistência de ingresso na Otan. Em troca, o exército russo cessa os ataques e se retira de toda a região centro-oeste do país.

Um acordo desses seria de uma injustiça terrível para a Ucrânia, uma derrota para o Ocidente e abriria um precedente perigosíssimo para anexações futuras – inevitável pensar na relação entre China e Taiwan, por exemplo – mas pode acabar sendo justificado pela imperiosa necessidade de parar o derramamento de sangue.

Por fim, a esperança, mais do que a razão, nos impele a torcer por uma ação providencial que só poderia vir do povo russo. A de que, motivados pela intensa insatisfação de ver seu país se tornando o pária do mundo, um carrasco de inocentes, os cidadãos da Rússia deem início a um movimento popular grande o bastante para contagiar outras lideranças políticas, dotadas de inédita coragem para se contrapor a Putin, depondo-o. Assim, um novo governo russo, mais moderado, negociaria com a Ucrânia e o Ocidente uma solução capaz de amenizar os estragos feitos pelo lunático antecessor, ficando livre das pesadas sanções impostas até aqui, trabalhando, então, para que o continente voltasse à paz de que desfrutava.

Temos ciência do quão utópico parece esse vislumbre, mas se o imprevisível está na equação, não convém que o excluamos. Seria a melhor solução, para a Ucrânia, para a Rússia e para o mundo.


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CONGRESSO PRECISA APROVAR COM URGÊNCIA MINERAÇÃO NA AMAZÔNIA

 

Busca por potássio
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

Brasília – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante anúncio de novos recursos para o fortalecimento da Atenção Básica. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, espera apoio para avanço da proposta| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O projeto que autoriza a mineração em terras indígenas, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) desde seus tempos de deputado federal, passará por uma prova de fogo a partir da terça-feira (8). Nesta data, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apresentará ao colégio de líderes da Câmara sua requisição para fazer com que a iniciativa tramite em regime de urgência na casa. Se aprovado o regime especial, a proposta poderá ser apreciada diretamente pelo plenário da Câmara, sem seguir o rito de análise inicial pelas comissões. As reuniões do colégio de líderes são responsáveis pela definição da pauta da Câmara – sempre com a palavra final do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL).

“Estou pedindo o apoiamento dos demais líderes. Na reunião vamos avaliar a conveniência de votar este projeto”, afirmou Barros, que disse não saber ainda se a ideia de urgência tem o apoio da base de Bolsonaro na Câmara. O parlamentar disse que conversou diretamente com Bolsonaro sobre a ideia de pautar a urgência e que acredita não ver prejuízo em dispensar o projeto da análise pelas comissões. “Não há nada de prejudicial. É um programa que está na lista de prioridades enviadas pelo governo ao Congresso. E agora nós temos a oportunidade de fazê-lo avançar”, disse.

A proposta em questão é o Projeto de Lei (PL) 191/2020, de autoria do próprio Poder Executivo. A iniciativa foi protocolada na Câmara em fevereiro de 2020 e, desde então, teve pouco avanço na casa. Mas voltou ao debate público após Bolsonaro dizer que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode prejudicar o fornecimento de fertilizantes ao agronegócio brasileiro.

Segundo o presidente, o Brasil dispõe de reservas de potássio – material base para os fertilizantes – que não podem ser exploradas por barreiras na legislação, já que parte destas reservas está em terras indígenas. Em reação à fala do presidente, Barros passou a sugerir a tramitação do PL 191/2020 em regime de urgência, e iniciou na quinta-feira (3) a coleta de assinaturas de deputados que endossariam a ideia.


Governista e líder do Novo apoiam urgência
A ideia da tramitação em regime de urgência é vista com bons olhos pela presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, a deputada Carla Zambelli (União Brasil-SP). A deputada avalia que “o plenário é soberano” e que o tema atual é “debatido por décadas”, e portanto poderia ser dispensado da tramitação habitual.

“As comissões são formadas por parlamentares, que também podem atuar no plenário. Então não muda nada”, disse.

O líder do Novo na Câmara, Tiago Mitraud (MG), também considera positiva a avaliação sob urgência. “Dado que ele [PL 191/2020] aguarda instalação de comissão especial há dois anos e poderá impactar na questão dos fertilizantes, acredito que há espaço para levá-lo direto ao plenário, sim”, ressaltou.

A comissão especial mencionada pelo deputado foi idealizada em 6 de fevereiro de 2020, dia em que o PL 191/2020 foi protocolado na Câmara, mas nunca saiu do papel. A necessidade de uma comissão especial se deu porque o projeto foi inicialmente distribuído a sete comissões: Constituição e Justiça, Integração Nacional e Amazônia, Minas e Energia, Direitos Humanos e Minorias, Finanças e Tributação, Agricultura e Meio Ambiente. O regimento da Câmara determina que uma proposta enviada a mais de três comissões não deve ser apreciado por nenhuma delas, e sim por uma especial, criada unicamente para a avaliação da proposta. Na prática, no caso do PL 191/2020, a medida serviu para travar a tramitação.

Líder do MDB, o deputado Isnaldo Bulhões (AL) afirmou que o assunto não foi debatido ainda dentro de sua bancada, mas ele, pessoalmente, é contrário à ideia da tramitação sob urgência. “É uma matéria muito sensível. Por isso, eu acho que precisa tramitar ordinariamente. Mas vou consultar a bancada e meu voto será o que a bancada decidir”, ressaltou.

Deputado da oposição cobra transparência no debate

O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), que foi presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara em 2019 e 2020, é contrário ao PL 191/2020 por entender que a mineração em terras indígenas causará danos ambientais e não será eficaz para resolver a necessidade de potássio, como alegado por Bolsonaro.

Além de suas críticas ao mérito da iniciativa, Agostinho contesta a ideia de tramitação em regime de urgência. Segundo ele, o PL 191/2020 não está sendo debatido com transparência pelos parlamentares.

“A gente precisava que este debate fosse transparente, e não está sendo. O governo defende, de forma muito clara, interesses de garimpeiros. E agora utiliza o potássio como desculpa. O governo fala de potássio, mas não aponta onde haveria a extração”, declarou.

Agostinho, porém, acredita que a tramitação em regime de urgência da iniciativa não tende a alterar a dinâmica de votação para o projeto. Na avaliação do parlamentar, a quantidade de votos favoráveis ou contrários seria – ou será – o mesmo caso ocorra a tramitação habitual. “O governo controla o orçamento e interfere nas votações”, acrescentou.


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PUTIN FAZ CHANTAGEM ATÔMICA COMM O OCIDENTE

 

Opinião
Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo

O presidente russo, Vladimir Putin.| Foto: EFE

O ataque de tropas russas à usina nuclear de Zaporozhzhia, a maior da Europa, é revelador do modus operandi que as forças militares a mando de Vladimir Putin adotaram nessa guerra criminosa que o Kremlin empreende na Ucrânia: o terrorismo. Não há outra palavra para descrever a conduta de quem dispara contra instalações que, uma vez comprometidas, podem representar risco de contaminação radioativa. E no caso específico, em um nível que poderia ser muitas vezes superior ao registrado em Chernobyl. Como fica evidente, não é preciso disparar misseis atômicos para se produzir uma tragédia nuclear de grandes proporções.

Foi o governo da Rússia quem colocou o risco de guerra nuclear na mesa. A começar pelo fato de ter iniciado o conflito. Putin parece inconformado com o fato de que o mundo civilizado se recusa a anuir com o barbarismo que pratica ao levar a cabo uma guerra injustificada contra um país soberano e democrático. Diante do maior conjunto de sanções da história da humanidade, resolveu colocar suas forças de dissuasão em alerta especial de combate. Em reunião com seus assessores militares, disse que as nações ocidentais haviam tomado “ações hostis”. Um despropósito típico de uma autocrata.

Na última quarta-feira (2), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov falou abertamente na possibilidade de um conflito de escala global. Em entrevista para a emissora Al Jazeera, declarou que a única resposta para as restrições econômicas impostas pelas potências ocidentais ao seu país seria uma guerra mundial. Com isso, o lacaio de Putin deu a medida de até onde o Kremlin pode ir para estabelecer seu domínio sobre a Ucrânia. Como se sabe que tal guerra só poderia ser travada com armamento nuclear, a coisa toda também se torna uma chantagem imposta contra toda a humanidade.

A escalada no terrorismo retórico vem na esteira do aumento da violência do ataque na Ucrânia e também na repressão interna aos que repudiam a guerra. A democracia de fachada da Rússia pós-União Soviética vai se convertendo finalmente numa tirania escancarada, retrocedendo para o que era no regime anterior. Além das prisões arbitrárias de milhares de manifestantes que foram às ruas em Moscou e outras cidades para protestar contra a ação militar, os meios de exercer a crítica e também a oposição estão sendo restringidos por meio da censura. Redes sociais estão sendo proibidas, e se criminalizou até mesmo o vocabulário. Putin vai mandar para a cadeia quem chamar guerra de guerra.

Como disse o analista internacional Igor Sabino em meu programa na Rádio Bandeirantes, Putin não pode retroceder sob pena de parecer fraco. O projeto do agora abertamente ditador da Rússia é reestabelecer o Império Czarista. Ele faz questão deixar claro que não medirá esforços para tanto. Nem que para isso precise reviver a cortina de ferro, a guerra fria e até mesmo o flerte com o apocalipse radioativo. E há que ainda diga que se trata de uma situação “complexa”.


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