sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

CANDIDATURA DE SÉRGIO MORO AINDA NÃO DECOLOU

 

Terceira via

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Sergio Moro discursa na filiação ao Podemos: imagem sisuda adquirida nos tempos de juiz não atrai o eleitor| Foto: Sergio Lima/Podemos

Desde que o ex-juiz Sergio Moro filiou-se ao Podemos e lançou sua pré-candidatura à Presidência, em novembro do ano passado, seu entorno alimentava a expectativa de que as intenções de voto nele cresceriam no início de 2022 para se consolidar como o concorrente mais forte da chamada terceira via – grupo de pré-candidatos que aposta suas fichas no eleitor que rejeita votar no presidente Jair Bolsonaro (PL) e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Passados três meses, no entanto, Moro praticamente não saiu do lugar na preferência do eleitorado e empata com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).

As três pesquisas mais recentes mostram a estagnação de Moro. Segundo o Ipespe, o ex-juiz tinha 11% das intenções de voto em novembro e, em fevereiro, marcou 8% – como a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou menos, a variação possível de lá para cá indica que ele ficou estacionado, apesar da oscilação negativa.

Já a Quaest verificou trajetória semelhante: 8% das intenções de voto em novembro, variação para 10% em dezembro, 9% em janeiro, e em fevereiro, 8% – aqui, a margem de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O PoderData tem dados semelhantes: em dezembro, Moro tinha 7% das intenções de voto, e agora, em fevereiro, 9% – uma oscilação dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais.

Para entender as razões pelas quais a candidatura de Moro não decolou, a reportagem ouviu analistas e políticos que observam de perto sua campanha – alguns preferiram opinar sob reserva. Abaixo, estão os três principais fatores apontados:

  1. Dificuldade em fazer alianças
    Até o momento, Moro tem apenas o Podemos, um partido ainda pequeno, para o desafio de uma campanha nacional. A sigla tem 9 senadores, 11 deputados federais e 24 deputados estaduais, oriundos de 22 unidades da federação, e nenhum governador em exercício.

Nem todos, porém, devem fazer campanha para o ex-juiz. O senador José Medeiros (MT) e o deputado federal Diego Garcia (PR), por exemplo, apoiam Bolsonaro e podem deixar o partido. O mesmo pode ocorrer com o deputado federal Bacelar (BA), que apoia Lula.

Se Moro não conseguir apoio de mais nenhum outro partido, o Podemos calcula que terá cerca de 20 segundos na propaganda eleitoral na TV e R$ 169 milhões do fundo eleitoral (valor que terá de ser dividido por todos os candidatos da legenda a todos os cargos em disputa).

Desde janeiro, políticos simpáticos a Moro tentaram uma aliança com o União Brasil, partido que resultou da fusão entre PSL e DEM e que se tornou a maior legenda do país dentro da Câmara. Uma ideia era filiar Moro à nova sigla, lançando o deputado Luciano Bivar, ex-presidente do PSL, como candidato a vice-presidente.

Mas as conversas não avançaram, em parte porque muitos políticos do DEM rejeitam Moro e também porque alguns de seus aliados defenderam que Renata Abreu, a presidente do Podemos, ficasse com a vaga da vice. Hoje, o apoio do União Brasil a Moro é improvável e o partido já cogita apoiar Simone Tebet (MDB) para a Presidência.

Outra possibilidade de aliança do Podemos surgiu com o Cidadania (antigo PPS), na forma de uma federação, que obriga os partidos a atuarem juntos por quatro anos em âmbito nacional. O Cidadania, porém, também estuda a possibilidade de fechar com o PSDB de João Doria, governador de São Paulo e também pré-candidato à Presidência.

Para parte do mundo político avesso a Lula e Bolsonaro, Moro não conseguiu criar o que se chama de “expectativa de poder” – isto é, não conseguiu ainda demonstrar que é competitivo a ponto de se eleger, o que atrairia o apoio de partidos interessados em dividir o governo.

  1. Ataques de todos os lados

Um fator de desgaste apontado por aliados, e que tende a permanecer, são os ataques a Moro, tanto por parte de apoiadores de Bolsonaro, que o tacham de “traidor”, quanto por parte de eleitores de Lula, que o acusam de ser parcial e de ter agido politicamente como juiz.

Até o momento, Moro tem rebatido os dois, e com palavras duras: diz que quem traiu o eleitorado foi Bolsonaro, ao colaborar para o fim da Lava Jato, aliando-se ao Centrão; e que Lula nunca foi declarado inocente, acrescentando que foi um erro do Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação de suas condenações por corrupção.

Para o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), um dos maiores aliados de Moro, os ataques centrados sobretudo contra o ex-juiz revelam que ele pode crescer. “Por que ataques da esquerda, direita e centro? Por que será? Será apenas vingança, porque como juiz alcançou a muitos na política? Ou seria receio de seu crescimento?”, questiona o senador paranaense.

A rejeição a Moro, no entanto, tem variado para cima, ainda que dentro da margem de erro. O Ipespe registrou que, em novembro, 50% dos entrevistados disseram que não votariam em Moro de jeito nenhum. Na última pesquisa de fevereiro, o índice passou para 55%. Na pesquisa da Quaest, em novembro, 59% responderam que conheciam o ex-juiz e não votariam nele; no início de fevereiro, 62% disseram o mesmo.

O analista político e estrategista de campanhas Alberto Carlos Almeida observa um dado interessante na série histórica da Quaest: os índices de rejeição de Moro (62%) e Bolsonaro (66%) caminham juntos ao longo do tempo, com linhas quase paralelas, sempre próximas e dentro da margem de erro, sendo a de Lula (43%) cerca de 20 pontos percentuais menor.

Em um relatório recente para clientes, Almeida disse: “Em fevereiro de 2020, a esposa de Sergio Moro, Rosângela, dissera: ‘Moro e Bolsonaro, vejo uma coisa só’. Inadvertidamente ela acabou por prever esta similitude na rejeição de ambos. Na realidade, a sua visão acerca dos dois estava inteiramente correta. O seu esposo foi considerado um dos superministros de Bolsonaro (Paulo Guedes era o outro) e esteve constantemente ao lado do presidente como principal símbolo de lei e ordem, combate à corrupção e à criminalidade. Isso ficou impresso na visão dos eleitores. A inércia da opinião pública é muito grande. O provável é que, na rejeição, eles permaneçam sendo ‘uma coisa só’.”

Não bastasse isso até a Polícia Federal, antiga aliada da Operação Lava Jato e ex-subordinada nos tempos de ministro da Justiça, se insurgiu contra o pré-candidato. Em uma dura nota divulgada na última terça-feira (15), a PF afirmou que Moro “mente” ao dizer que há um enfraquecimento nas investigações de corrupção e que a corporação “não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais”. O “fogo amigo” pegou Moro de surpresa, que chamou a comunicação da PF de “inapropriado”.

Polêmicas à parte, aliados dizem que Moro deve focar os contra-ataques em Lula, uma vez que parte de seus votos pode vir dos eleitores de Bolsonaro que se decepcionaram ou ainda podem se frustrar com o atual presidente.

  1. Moro não é governo nem oposição
    Alberto Carlos Almeida ainda chama a atenção para outros dois dados das pesquisas, diretamente relacionados a Bolsonaro, que, em sua visão, dificultam a decolagem de Moro.

O primeiro deles diz respeito à avaliação do governo. Ele observa que, entre os eleitores que consideram o governo ótimo e bom, a grande maioria vota em Bolsonaro. Já entre os que consideram o governo ruim ou péssimo, a maioria vota em Lula. Nos dois grupos, Moro tem pontuação baixa. Para o analista político, significa que Moro não é visto nem como candidato da situação, nem como o candidato de oposição.

“Sergio Moro é um candidato ‘nem nem’, nem governo, nem oposição. Bolsonaro se consolidou como candidato de governo e Lula como candidato de oposição. Não há votos para que um candidato de terceira via cresça. Candidatos de terceira via acabam atacando o governo e a oposição. Na medida em que fazem isso, eles consolidam a antipatia de quem vota em Bolsonaro e em Lula, dificultando a migração destes votos para sua candidatura”, diz Almeida em sua análise.

Ele também chama a atenção para outro dado sobre Moro: suas intenções de voto vêm caindo desde que deixou o governo Bolsonaro. Segundo o Ipespe, em abril de 2020, quando pediu demissão, ele tinha 18% das intenções de voto. Em junho do ano passado, quando foi julgado suspeito pelo STF, o índice chegou a 7%.

Só nos últimos meses, quando passou a fazer a pré-campanha, recuperou parte das intenções, até os 8% atuais. “Sua candidatura é menos uma onda e mais uma maré. Era maré alta no governo Bolsonaro e baixou depois que saiu”, diz o analista.

Para aliados, candidatura de Moro vai crescer
Aliados de Moro consideram que, apesar de se manter no mesmo patamar desde novembro, a candidatura ao Planalto vai crescer – embora não haja certeza a partir de quando exatamente.

“Não cresceu porque ainda não teve campanha. A maioria dos eleitores não sabe quem são os candidatos. Enquanto não tivermos campanha mesmo, e isso só ocorrerá em agosto, é impossível alguém chegar a um crescimento significativo. Até lá, vamos ficar com duas candidaturas conhecidas, de um que já foi e outro que é presidente”, diz o senador Alvaro Dias.

Ele critica o fato de que a maior parte dos ataques seja direcionada a Moro, como se os outros pré-candidatos não tivessem problemas.

“Na realidade, ninguém fechou aliança até o momento. Não tem nem três meses que ele se lançou e chegou em torno de 10%. Há candidatos que estão na política há décadas, e não estão nem perto dele. O destaque é ele ter largado na frente dos outros e ter passado a compor esse tripé de protagonistas”, emenda o senador, em referência a Lula e Bolsonaro.

Avaliação semelhante faz o deputado federal Roberto de Lucena (Podemos-SP). Para ele, a campanha tem etapas e a primeira de Moro foi apresentar-se como pré-candidato. Um passo importante, segundo ele, ocorreu no início deste mês, quando Moro se apresentou como um conservador ao divulgar uma carta de princípios aos cristãos.

“Isso vai certamente vai acalmar algumas pessoas que estavam ansiosas, que queriam ouvir ele sobre esses assuntos. A campanha está cadenciada e acho que está em tempo de experimentar crescimento de maneira consistente. Até agora, foi apenas aquela volta que o carro dá na pista para conhecer melhor o caminho”, diz o parlamentar.

Mesmo entre aliados, dois fatores ainda precisam ser ajustados. O primeiro é a imagem austera que Moro ainda tem, por seu passado como juiz, e que precisa suavizar. Outro é o momento da apresentação de seu programa de governo. Apesar da curiosidade sobre o que exatamente vai propor na economia, principalmente, há quem considere que o ideal é adiar ao máximo a exposição dos detalhes, para evitar mais ataques e que outros copiem suas ideias.

A pesquisa do Ipespe citada nesta reportagem entrevistou, por telefone, mil eleitores de todas as regiões do país entre os dias 7 e 9 de fevereiro. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95,5%. A pesquisa foi contratada pela XP Investimentos e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-03828/2022.

A pesquisa do Instituto Quaest entrevistou presencialmente 2 mil eleitores brasileiros entre os dias 3 e 6 de fevereiro de 2022. O nível de confiança estimado da pesquisa é de 95% e a margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos em relação aos totais da amostra. O levantamento foi contratado pelo Banco Genial e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-08857/2022.

A pesquisa PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, foi realizada com recursos próprios. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-06942/2022. Os dados foram coletados entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram feitas 3.000 entrevistas em 243 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/moro-por-que-a-pre-candidatura-do-ex-juiz-nao-decola/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

JUÍZES NÃO PRIMAM PELA VERDADE E NÃO SÃO NEUTROS

 

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, tenta há meses falar com representantes do Telegram.| Foto: Carlos Moura/SCO/STF.

Estaríamos certamente no caminho do desenvolvimento e do progresso, estaríamos certamente avançando, e não ensaiando passos para trás, se houvesse magia capaz de transformar hipocrisia em honestidade, mentira deslavada em verdade cristalina. No mundo real, esse de fingimentos e falta de vergonha na cara, infelizmente, ouve-se, como se suprema fosse, a voz dos que não têm razão. Não há leis, não há regras que os conduzam pelo caminho correto, único. Eles não querem saber de aprendizado, já sabem de tudo, tratam críticas legítimas como ataques, destratam, mas ai de quem lhes apontar o dedo.

“Nazista”, “genocida”, Bolsonaro é tudo isso, é responsável por um “desgoverno”. E é burro também. Luís Roberto Barroso disse que o presidente da República tem “limitações cognitivas e baixa civilidade…” Com base em quê? Em falas do tipo: “Estão esticando a corda”, “eu faço o que o povo quer”; “tá na hora de o Brasil dar um novo grito de independência”? São esses os atos antidemocráticos de Bolsonaro? Que inquérito abusivo ele abriu? Que veículos de comunicação censurou? Quem o presidente mandou prender? Barroso fala em tanques na Praça dos Três Poderes, numa “minguada” manifestação de 7 de setembro… Minguado parece ser o raciocínio do ministro. Cegueira e surdez seletivas.

Foi Bolsonaro quem soltou corruptos, chefe de facção criminosa? É ele quem alimenta, todo dia, a terrível insegurança jurídica? Não! Isso é obra do STF, de Barroso e colegas seus

Posso dizer que tem limitações cognitivas quem considera João de Deus um ser transcendental, e Cesare Battisti, terrorista condenado por quatro assassinatos na Itália, um santo? Posso dizer que tem dificuldades no processamento de informações, que tem problemas mentais como falta de atenção, raciocínio e memória, quem considera Lula um defensor da democracia e Dilma, vítima de um golpe?

Foi Bolsonaro, esse estúpido, quem soltou corruptos, chefe de facção criminosa? É ele quem alimenta, todo dia, a terrível insegurança jurídica? Não! Isso é obra do STF. E Foram Barroso e colegas seus que interferiram no processo legislativo de avaliação de medidas que dariam mais segurança ao nosso sistema eleitoral, e jogando contra elas… Agora, o plano é banir do Brasil o Telegram, uma rede “sem leis”, ou seja, sem instrumentos de censura. Se o Telegram for mesmo banido, o Brasil se juntará a países que já tomaram essa atitude: China, Cuba, Irã… Não é exatamente o “clube da democracia”.


Leis e leões
Barroso disse: “Na minha casa só entra quem eu quero!” Esqueceram de avisar ao hacker que passeou pelo sistema do TSE por sete meses em 2018… E a casa será em breve do ministro Edson Fachin, futuro presidente da Justiça Eleitoral, essa jabuticaba que nos leva R$ 10 bilhões por ano, quase R$ 28 milhões por dia, com ou sem eleições. Fachin nem estreou ainda e já disse que a corte terá pela frente “ameaças ruidosas do populismo autoritário”. E não estaríamos sujeitos a falas assim, se a verdade tivesse mais autoridade, se nossos ministros confirmassem a definição que Olavo de Carvalho dava para inteligência: a capacidade de perceber a verdade… De qualquer maneira, pergunto: de que adianta ter inteligência se ela é usada para o mal?


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/juizes-verdades-e-democracia/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

VIAGEM DE BOLSONARO AO LESTE EUROPEU FOI POSITIVA

 

Diplomacia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

(Budapeste – Hungria, 17/02/2022) Presidente da República Jair Bolsonaro cumprimenta o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Mihály Orbán. Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro cumprimenta o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Mihály Orbán, em encontro em Budapeste.| Foto: Alan Santos/PR

Mais um ataque aéreo a um garimpo e a um povoado na Amazônia onde vivem dezenas de pessoas. Foram dois helicópteros que usaram foguetes incendiários para destruir as retroescavadeiras que os pequenos garimpeiros usam e que custam muito dinheiro. Também jogaram bombas de efeito moral para assustar as pessoas. Eu vi as imagens. Havia pessoas fardadas e armadas.

Mas testemunhas dizem que os helicópteros não são da Força Aérea Brasileira e nem da Polícia Federal, e que a Marinha e o Exército não têm nada a ver com isso. Os helicópteros seriam do Instituto Chico Mendes (ICMbio), que é uma instituição ligada ao Ministério do Meio Ambiente.

Isso tudo aconteceu na mesma semana em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou o decreto do programa de apoio ao pequeno minerador. Um programa para profissionalizar o garimpeiro artesanal, que não é aquele industrial, mas que tem até duas retroescavadeiras funcionando.

No entanto, o que vemos é eles sendo atacados como se fosse a guerra do Vietnã. Nós não podemos destruir a nossa própria força humana da Amazônia. A força da Amazônia é o amazônida, que sofre para sobreviver no meio da mata e que o satélite não vê. É isso que precisa ser resgatado.

Retorno do Leste Europeu
O presidente Bolsonaro retorna ao Brasil após uma bem-sucedida visita ao presidente russo Vladimir Putin. E olha que a oposição não queria que ele fosse por causa da tensão com a Ucrânia. Ora, é a mesma coisa se eu convido um vizinho para vir à minha casa, mas quando esse convidado fica sabendo que eu estou batendo boca com outro vizinho, e ele não vem, isso é um sinal de deslealdade, de desconfiança. Por isso, Bolsonaro foi. A viagem estava marcada há meses.

Então, na hora de fechar negócio, de fornecer fertilizante, de fazer investimento, certamente Putin vai pensar nisso. Além do que, houve reuniões importantíssimas entre os militares e os diplomatas dos dois países.

Também foi muito importante a visita de Bolsonaro à Hungria, em que ficou registrada uma fraternidade entre o chefe de governo húngaro e o chefe de governo do Brasil.

Tragédia evitável
Assim que desembarcar no Brasil, Bolsonaro vai sobrevoar os estragos causados pela chuva em Petrópolis (RJ), local de mais uma tragédia que poderia ter sido evitada. Teve 918 mortos em 2011, e parece que ninguém aprendeu.

Vão dizer que não tem recurso para o município, que gasta quase tudo em folha de pagamento, mas é importante dizer que há um estudo feito pelo serviço geológico do estado do Rio de Janeiro, distribuído a todos os municípios da serra fluminense, onde se registram as áreas de risco. Era só impedir que as encostas e áreas de risco fossem ocupadas. Isso custaria muito pouco, mas não foi feito.

Barroso e militares
No TSE, sai Luis Roberto Barroso e entra Ricardo Lewandowski, aquele que presidiu o julgamento de impeachment de Dilma Rousseff e que rasgou a Constituição, porque a presidente foi condenada, mas não foi punida como prevê a Constituição, com a cassação dos direitos políticos por oito anos.

Na última entrevista como presidente do TSE, Barroso levantou suspeitas sobre as Forças Armadas, que ele convidou para acompanhar e dar uma espécie de endosso ao processo eleitoral.

O ministro disse o seguinte: “a gente presume que vai ser uma colaboração de boa fé e não um exercício de inteligência para colher informações e nos atacarem. Então eu nunca presumo o pior das pessoas, estou presumindo que as Forças Armadas estão aqui para ajudar a democracia brasileira e não para municiar um presidente que quer atacá-la”.

O presidente que quer atacá-la (Bolsonaro, segundo Barroso) é um candidato da próxima eleição. Ou seja, um juiz do Supremo Tribunal Federal está atacando um candidato e fazendo um pré-julgamento dele. Além de fazer um pré-julgamento das intenções das Forças Armadas.

E isso aconteceu depois de Fachin dizer em entrevista, no dia em que Putin e Bolsonaro estavam reunidos em Moscou, que há riscos de ataques cibernéticos de diversas formas e origens, inclusive da Rússia. Em primeiro lugar, uma total falta de desconfiômetro, supondo que não tenha sido intencional.

Em segundo lugar, é injusto, porque o ataque de 2018 foi feito por um hacker português, que já está preso, de 19 anos. Só que como o Bolsonaro não estava em Portugal, falou em Rússia.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/saldo-da-viagem-de-bolsonaro-ao-leste-europeu-e-mais-que-positivo/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PLANO POLÍTICO DOS JUÍZES DO TSE

 

Opinião

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Ministro Edson Fachin, novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral| Foto: Antonio Augusto/TSE

Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre Moraes, do STF, estão apresentando sinais cada vez mais evidentes de desequilíbrio. Pode ser que tenham um plano político, e que por isso estejam fazendo o que fazem. Pode ser que não tenham. Mas suas ações, na prática e no dia a dia, são um desfile de escola de samba com mestre-sala, baianas rodando a saia e um estandarte que diz: “Estamos aqui para impedir que Jair Bolsonaro seja reeleito presidente do Brasil”.

Não há quase mais nada, em sua atividade concreta, que lembre o trabalho de um magistrado imparcial e comandado pela lei – especialmente pela Constituição Federal, que o STF tem a obrigação de fazer cumprir. Fachin acaba de lançar a extraordinária acusação de que a justiça eleitoral “pode estar”, neste momento, sofrendo a ação de “hackers” – coisa que vem da “Rússia”, segundo afirmou em público, com todas as palavras e letras, sem apresentar a mais miserável comprovação para a sua denúncia.

Pelo que deu para deduzir, o objetivo dessa alucinação seria favorecer Bolsonaro e prejudicar Lula; é o oposto, exatamente, do que diz Barroso, para quem o TSE opera o sistema eleitoral mais seguro do planeta. Agora, um vai fingir que não falou. O outro vai fingir que não ouviu. O STF de hoje é isso.

Barroso, do seu lado, surtou de vez com essa história de “fake news”: quer, numa iniciativa pessoal e exótica, associar oficialmente o Estado brasileiro a empresas privadas estrangeiras que controlam as redes sociais de comunicação. Ao mesmo tempo, quer “expulsar” do Brasil, indignado, uma operadora que não faz parte do bloco americano – essas que cortam a palavra do presidente em seu próprio país, jamais fazem a mínima restrição a nada que seja dito pela “esquerda” e proíbem a aparição dos sete anões nas histórias da Branca de Neve.

Moraes, enfim, continua obcecado numa perseguição política primitiva, descontrolada e ilegal a Bolsonaro. Como o “impeachment” não sai, nem vai sair nunca, ele quer ver se consegue depor o presidente através de algum despacho do seu gabinete.

O Congresso Nacional, as Forças Armadas e os defensores da liberdade têm de se organizar, desde ontem, para conter a subversão da ordem democrática que está sendo conduzida, na frente de todos, pelos ministros do STF. A lei manda fazer isso.

“Especialistas”
Há poucas formas tão eficazes para perder seu tempo, hoje em dia, quanto ouvir os “especialistas em política internacional” que povoam a mídia brasileira. Nas ocasiões em que eles se unem às “agências verificadoras” da verdade universal, a coisa toda vai para o seu modo “extremo”. É o que aconteceu com a visita do presidente da República à Rússia.

Os analistas, em peso, prometiam uma invasão russa da Ucrânia – e se escandalizavam com a ”irresponsabilidade” de Bolsonaro, que, nas suas denúncias, estaria fazendo uma intromissão enlouquecida num conflito armado e envolvendo o Brasil numa “guerra externa”.

Não é toda hora que se diz tanta bobagem ao mesmo tempo, mas aí está: é assim, com os “especialistas”. Não aconteceu absolutamente nada do que garantiam; na verdade, aconteceu justamente o contrário. Bem na visita de Bolsonaro, para frustração geral, as coisas se acalmaram entre Rússia e Ucrânia. E agora?

Entram, então, para dar o brilho final à essa comédia, as “agências verificadoras” de notícias. Comunicadores simpáticos a Bolsonaro se divertiram com o episódio, comentando de brincadeira que ele tinha trazido a paz à região. O próprio presidente, também querendo fazer graça, disse que “por coincidência” a sua viagem tinha combinado com a baixa geral na ansiedade.

Imediatamente, foram convocadas as “agências” para ensinar a todos que essa “narrativa” era “falsa”, como se estivessem lidando com fatos, dados físicos e números. Não era narrativa nenhuma. Era só uma piada.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/fachin-analistas-agencias-verificadoras-tudo-pinga-da-mesma-pipa/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

BIDEN REUNI LÍDERES EUROPEUS PARA DISCUTIR SITUAÇÃO NA UCRÂNIA

 

  1. Internacional 

Presidente americano deve discutir o acúmulo de soldados e armamentos da Russia na fronteira ucraniana e a ameaça de uma invasão russa

Redação, O Estado de S.Paulo

WASHINGTON – O presidente dos Estados UnidosJoe Biden, vai conversar com outros líderes ocidentais nesta sexta-feira, 18, sobre a crise na Ucrânia, enquanto os esforços diplomáticos das últimas horas se intensificaram para impedir um ataque russo à Ucrânia. 

O cenário ficou mais tenso desde a quinta-feira 17, com troca de tiros e bombardeios generalizados entre separatistas e as Forças Armadas da Ucrânia no leste do país e o contínuo acúmulo de tropas de Moscou na fronteira.

Casa Branca vai realizar uma ligação entre Biden e o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson – durante a qual o acúmulo militar de soldados e armamentos russos na fronteira com a Ucrânia vai ser discutido. Biden disse a repórteres que a ameaça de uma nova invasão permanece “muito alta” e um ataque russo pode acontecer nos “próximos dias”.

EUA - Ucrânia - armas
Carregamento de equipamentos e munições dos EUA chega ao aeroporto de Boryspil, nos arredores de Kiev, na Ucrânia, em 25 de janeiro de 2022 Foto: Brendan Hoffman/The New York Times

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin III, repetiu nesta sexta-feira os alertas dos EUA de que mais de 150 mil soldados russos reunidos perto das fronteiras da Ucrânia estavam se preparando para lançar um grande ataque. “Embora a Rússia tenha anunciado que está transferindo suas forças de volta às guarnições, ainda temos que ver isso”, disse ele em entrevista coletiva ao lado de seu colega polonês em Varsóvia. “Na verdade, vemos mais forças se movendo para essa região de fronteira.”

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, viajou a Munique para uma conferência de segurança, e deve se reunir com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, representantes dos três Estados bálticos e o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski

O secretário de Estado, Antony Blinken, concordou em se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da RússiaSergei Lavrov, na próxima semana, sob a condição de que Moscou se abstenha de atacar a Ucrânia.

Pretexto para invasão

A Otan e Biden disseram acreditar que os russos estão armando pretextos para invadir a Ucrânia por meio de ataques de separatistas em pontos da fronteira leste do país. Em meio ao agravamento das tensões na fronteira, a Rússia expulsou o vice-embaixador dos Estados Unidos em Moscou.

O número dois da diplomacia americana, Bart Gorman, estava na Rússia há cerca de três anos em uma viagem diplomática, disse um funcionário do Departamento de Estado que falou ao jornal The New York Times sob condição de anonimato.  PARA ENTENDEREntenda a crise entre Rússia e Otan na UcrâniaO que começou como uma troca de acusações, em novembro do ano passado, evoluiu para uma crise internacional com mobilização de tropas e de esforços diplomáticos

O fechamento deste canal diplomático ocorreu um dia após militares ucranianos e separatistas pró-Rússia trocarem acusações de ataques – e Rússia e Otan discordarem sobre a veracidade de denúncias sobre atrocidades que teriam ocorrido.

Na Casa Branca, Biden falou a repórteres que “uma operação de bandeira falsa” estava em andamento e Moscou a usaria para justificar uma invasão. Ele disse que há todas as indicações de que eles estão preparados para entrar na Ucrânia e não havia planos para ele fazer uma ligação com o presidente russo, Vladimir Putin.

Momento perigoso

Em uma reunião cercada de expectativa e tensão, Blinken afirmou a representantes do Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira que a Rússia pode utilizar pretextos falsos, incluindo supostos atentados terroristas ou ataques com armas químicas, para justificar uma invasão da Ucrânia. 

Blinken afirmou que compartilharia informações detalhadas com o mundo, na tentativa de influenciar a Rússia a abandonar a ideia de uma escalada militar, e descreveu possíveis cenários do que autoridades americanas têm chamado de  “iminente” invasão. “Primeiro, a Rússia planeja fabricar um pretexto para o ataque. Esse poderia ser um evento violento, pelo qual a Rússia culpará a Ucrânia ou uma acusação ultrajante que a Rússia vai levantar contra o governo ucraniano”, disse Blinken, acrescentando que os EUA não possuem informação exata sobre qual acusação exatamente seria utilizada por Moscou.

“Poderia ser um atentado terrorista falso em território russo. A invenção da descoberta de uma cova coletiva. Um ataque a drone contra civis ou um falso – ou mesmo um verdadeiro – ataque com armas químicas”, completou.

A subida de tom do principal diplomata americano ocorre em um momento de acirramento entre Washington e Moscou. No Conselho de Segurança, Bliken afirmou que informações americanas indicam “claramente” que tropas de solo, aviões e navios de guerra russo devem iniciar um ataque nos próximos dias, sempre sobre a justificativa de defender etnias de origem russa no território da Ucrânia.

“A Rússia pode descrever este evento (o pretexto fabricado) como uma limpeza étnica, ou um genocídio, zombando de um conceito que nós nesta Câmara tratamos com seriedade”, disse Blinken, que ainda descreveu qual poderia ser a dinâmica russa.

“O governo (russo) fará proclamações declarando que a Rússia deve responder para defender os cidadãos russos ou russos étnicos na Ucrânia. Em seguida, o ataque está planejado para começar. Mísseis e bombas russos serão lançados sobre a Ucrânia. As comunicações serão bloqueadas. Ataques cibernéticos fecharão as principais instituições ucranianas. Depois disso, tanques e soldados russos avançarão em alvos-chave que já foram identificados e mapeados em planos detalhados. Acreditamos que esses alvos incluem a capital da Ucrânia, Kiev, uma cidade de 2,8 milhões de pessoas.”https://arte.estadao.com.br/uva/?id=QnAo3y

A declaração repercutiu mal na delegação russa no Conselho da ONU, que prontamente respondeu o secretário americano. O vice-chanceler russo, Serguei Vershinin afirmou que os cenários militares criados pelos EUA são “lamentáveis” e “perigosos”, e reiterou a narrativa apresentada pelo Kremlin de que as tropas russas que cercavam a Ucrânia estão voltando para suas bases após a conclusão de exercícios militares.

Apesar da escalada de tensões, Blinken propôs mais uma tentativa de resolução pela via diplomática, convidando o chanceler russo, Serguei Lavrov, para mais uma rodada de negociações na próxima semana, em solo europeu. Os EUA também propuseram novas reuniões do Conselho Otan-Rússia e do conselho permanente da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). /W. POST, NYT, AP

PETRÓPOLIS-RJ FICOU ARRASADA COM DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS

 

Por João Lara Mesquita – Jornal Estadão

Evento extremo devasta Petrópolis mais uma vez

Em 2011 morreram 918 pessoas com as chuvas em toda a Região Serrana. Em 2022, até o momento em que este post foi escrito, mais 105 pessoas perderam a vida enquanto outras 134 estão desaparecidas, tudo  por puro descaso quanto ao ‘novo normal’ que as mudanças climáticas nos impõem. Até quando os gestores políticos continuarão a ignorar que vivemos a época dos eventos extremos que tendem a se agravar com o passar do tempo? Evento extremo devasta Petrópolis mais uma vez.

Evento extremo devasta Petrópolis
Imagem, Wilton Junior/Estadão.

De 2011 para 2022, omissão do poder público provoca mais mortes e prejuízos bilionários

Vai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
A cidade a seus pés…

Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão, infeliz

Em 1953 Luiz Antonio e Oldemar Magalhães escreveram a canção que imortalizou Elizeth Cardoso: Vai, barracão/Pendurado no morro/
E pedindo socorro. Pedindo socorro desde 1953! Mas nossos gestores continuam os mesmos. Os mais pobres invariavelmente pagam com a vida pelos anos de descaso.

Áreas de risco

Sem outra opção que não seja se instalar em áreas de risco, escalando os morros e neles dependurando-se até que as chuvas, cada vez mais fortes, façam sua parte tragando casas, famílias, e sonhos. Ainda recentemente foram vários os Estados devastados pela omissão. O sul da Bahia, em novembro de 2021, foi devastado quando mais de meio milhão de vidas foram afetadas, e 24 pessoas morreram.

Enquanto isso, a crise hídrica nos custou R$ 16,8 bilhões até outubro, segundo dados do Ministério das Minas e Energia.  E não foi por falta de aviso. As questões do clima talvez tenham sido um dos assuntos mais discutidos em 2021, não só pela realização da mais importante conferência internacional desde a Rio 92, a COP 26, como pelos inúmeros eventos extremos que desestabilizaram todos os continentes ao longo do ano.

Pelo menos 6,2 milhões de pessoas morando em áreas sujeitas a deslizamentos de terra no país

Também não falta informação produzida aqui mesmo.  ‘Um estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do IBGE, publicado em 2018, com base no Censo de 2010, contabilizou pelo menos 6,2 milhões de pessoas morando em áreas sujeitas a deslizamentos de terra no país’.

Mas no País de Macunaíma…

2022: evento extremo devasta Petrópolis mais uma vez

Segundo o jornal O Globo, depois da tragédia de 2011, ‘o governo federal disponibilizou R$ 2,7 bilhões para as prefeituras da Região Serrana, mas apenas cerca da metade foi usada’, e conclui o jornal, ‘Além disso, o governo do Rio gastou R$ 7,6 milhões ano passado na rubrica Recuperação da Região Serrana, o que representa 24% da dotação inicial no orçamento’.

Petrópolis
Mais um corpo é recolhido. Imagem, Wilton Junior/Estadão.

O Globo lembra ainda que ‘Em 1990, um estudo identificou 66 áreas de alto risco na região central. Pós-tragédia de 2011, a prefeitura elaborou um Plano de Redução de Risco (PMRR)’.

O jornal ouviu o professor de Engenharia Geotécnica da Coppe/UFRJ Maurício Ehrlich: “A cidade continua a avançar por espaços que não deveriam ser ocupados, ressaltando que as prefeituras têm dificuldades para cumprir etapas para realizar as obras. Esses recursos são administrados pela Caixa Econômica. E há uma série de exigências em termos de projetos e planejamento. Muitas prefeituras têm dificuldades.”

Desde 2011,  tudo que Petrópolis fez foi implantar um Sistema de Alerta e Alarme por Sirenes. E, mesmo assim, não em todos os locais perigosos.

Em conversa com a CNN, a Gerente de Clima no World Resources Institute (WRI), organização não governamental ligada ao meio ambiente, Caroline Rocha, afirmou que os eventos climáticos adversos serão cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo, caso a temperatura média global continue subindo.

Segundo a CNN, ‘Os dados utilizados pelo WRI, que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostram que, até o momento, o aquecimento global gerou uma alta de 1,2°C no planeta’.

Catástrofes inevitáveis

‘“Com as mudanças climáticas, essas catástrofes são inevitáveis, e vão continuar acontecendo. A situação ainda pode piorar, em todo o mundo. Se hoje presenciamos um cenário absurdo, no futuro pode ser muito pior. Lugares como Petrópolis precisam ter isso em mente. Os eventos climáticos que costumeiramente acontecem na cidade não serão mais exceção e sim a regra. E o governo desses locais precisa melhorar a infraestrutura de forma urgente. É apenas um pedaço do problema ambiental no mundo”, ressaltou Caroline Rocha’.

E conclui a CNN, ‘Um levantamento feito pela CNN mostra que mais de 150 pessoas morreram nos últimos cinco meses de chuva no Brasil. Foram pelo menos quatro estados atingidos pelas catástrofes ambientais: Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e São Paulo’.

IML de Petrópolis.
O IML de Petrópolis e a quantidade de gente esperando pelo pior. Imagem, Wilton Junior/Estadão.

CNN ouviu o professor da Coppe e do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) Marcos Freitas: ‘as mudanças climáticas também devem gerar uma escassez hídrica em determinadas áreas. Ele cita a situação do Sul do Brasil, que registra a pior seca dos últimos 70 anos’.

“Os modelos climáticos indicam um aumento na intensidade e a frequência dos eventos adversos. Não teremos somente mais chuvas intensas e mais fortes, como também as secas, que devem registrar uma alta de casos”, disse o professor da Coppe.

Tendência é piorar

Infelizmente, como demonstram os cientistas, a tendência é de piora. Não só pela violência dos eventos extremos, mas porque o poder público prepara medidas ainda mais perigosas: em São Paulo, por exemplo, o  CONSEMA, Conselho Estadual do Meio Ambiente, subordinado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SMA,  prevê que TODOS os municípios do Estado possam realizar o licenciamento ambiental, mesmo os menores, sem a infraestrutura necessária, através de ‘consórcios’ entre os vários municípios de igual porte.

Se o licenciamento já é ignorado quando feito pelos Estados, imagine o que pode acontecer quando a responsabilidade passar aos prefeitos dos pequenos municípios sem infraestrutura, e sem noção do ‘novo normal’ que ceifa vidas e provoca prejuízos às carradas?

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...