domingo, 13 de fevereiro de 2022

BRASIL PRECISA FAZER REFORMA TRIBUTÁRIA PARA ENTRAR NA OCDE

 

Impostos

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo

Congresso Nacional, em Brasília: propostas de reforma tributária se arrastam no Legislativo| Foto: Pedro França/Agência Senado

Considerada uma das pautas prioritárias do atual governo, a reforma tributária ainda não saiu do papel. Com o início das discussões para adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que exige mecanismos de tributação mais simples, a pressão por mudanças no arcabouço fiscal do país cresce. Mas, com a proximidade do início da campanha eleitoral, as chances de uma reforma ampla sair do papel vão se tornando cada vez menores.

De 2020 para cá, três propostas que alteram o sistema de impostos de maneira mais ampla começaram a tramitar, mas os múltiplos interesses envolvidos têm travado o avanço dos textos.


No dia 2, por ocasião do início do ano legislativo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no Congresso e fez um pedido público para que os parlamentares aprovem a reforma tributária. “Diversos projetos legislativos merecem atenção e análise do Congresso Nacional, neste ano de 2022, para a consecução dos programas e das políticas públicas em curso. Aqui, destacamos o da Portabilidade da Conta de Luz, o do Novo Marco Legal das Garantias e o da reforma tributária”, disse o mandatário.

Na portaria em que explicitou suas prioridades no Congresso em 2022, publicada na última quarta-feira (9), o governo incluiu vários projetos que mexem na legislação tributária.

No mesmo sentido, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também defenderam a reforma tributária como tema prioritário na agenda legislativa de 2022.

“Temos o compromisso de avançar nas propostas que já estão em discussão, como é o caso especial da PEC 110. Este pleito é do setor produtivo, dos contribuintes, dos entes subnacionais. Sabemos da complexidade do tema, mas entendemos que o crescimento de nosso país depende disso, sendo uma prioridade do Congresso Nacional para 2022”, declarou Pacheco.

“A necessidade de reformar o sistema tributário brasileiro é matéria unânime. Todos concordam que a complexidade do nosso arcabouço de impostos, taxas e contribuições, é uma âncora que trava o crescimento do país”, disse Lira.

Relembre as principais iniciativas que tramitam no Congresso em torno da reforma do sistema tributário brasileiro:

Contribuição sobre Bens e Serviços
A primeira aposta do governo para alterar minimamente o arcabouço fiscal foi o projeto de lei (PL) 3.887/2020, apresentado ainda em julho de 2020. O texto prevê a unificação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em um único imposto de valor agregado federal, chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que teria alíquota de 12%.

Ao apresentar a proposta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, explicou tratar-se apenas da primeira etapa da reforma, que seria dividida em quatro partes. Embora bastante restrita, a mudança traria como novidade uma simplificação do atual modelo, cuja legislação tem mais de duas mil páginas, com regimes diferenciados por setor, além de incidência sobre folha de pagamento, receita e importação. Por unificar dois impostos, a proposta também acabaria com a cumulatividade.

Embora fosse considerado o pontapé inicial do processo de reforma do sistema tributário, o projeto está parado desde que chegou à Câmara. Logo após a apresentação, o Executivo chegou a protocolar pedido de urgência para o projeto, que acabou retirado na sequência. Em junho de 2021, o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) foi designado relator da matéria, mas até agora não foi constituída comissão especial para análise do texto.


Reforma do Imposto de Renda
A segunda proposta apresentada pelo governo, o PL 2.337/2021, que altera regras do Imposto de Renda (IR), avançou um pouco mais. Entregue por Guedes a Lira em junho de 2021, o texto acabou bastante modificado na Câmara e foi aprovado na forma de um substitutivo de autoria de Celso Sabino (PSL-PA), relator da matéria na Casa.

A versão aprovada pelos deputados prevê o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) dos atuais R$ 1.903,98 para  R$ 2,5 mil e uma redução de 7 pontos na alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e de até 1 ponto na da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), condicionada à revogação de benefícios fiscais.

Outra mudança prevista é a volta da tributação sobre lucros e dividendos, isentos desde 1996. A alíquota ficaria em 15% sobre esse tipo de rendimento – o governo defendia um porcentual de 20%. O texto ainda extingue os Juros sobre Capital Próprio (JCP) para empresas e altera alíquotas de ganhos com renda fixa e variável, além de prazos para apuração de ganhos na bolsa.

Encaminhado ao Senado em setembro de 2021, o PL estacionou. Em novembro, Lira chegou a cobrar Pacheco publicamente sobre a tramitação do projeto. “Nós tínhamos um acordo com relação ao Imposto de Renda que até hoje não foi honrado”, disse em uma entrevista à “Folha de S.Paulo”.

“O projeto do Imposto de renda eu estou cumprindo fielmente aquilo que eu me comprometi com os senadores, que é de submeter a eles, através da Comissão de Assuntos Econômicos [CAE] uma reflexão que possa ter a participação de todos”, disse o presidente do Senado em entrevista a jornalistas na saída de um evento no mesmo dia.

Relator da matéria na CAE da Casa, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) critica duramente o teor da proposta, diz não ter prazo para apresentar um relatório, e protocolou um projeto em separado, contemplando apenas a alteração nas faixas de isenção do IRPF.

Entidades que representam estados e municípios também são contrárias ao projeto. Nos cálculos do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), as alterações propostas gerariam perdas bilionárias para os entes subnacionais. A estimativa é de que anualmente o Fundo de Participação dos Estados (FPE) teria uma redução de R$ 4,8 bilhões, enquanto o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) perderia R$ 5,6 bilhões.


PEC 110

Apresentada em 2019 por iniciativa de senadores, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 110, que tem um escopo muito mais amplo, foi inicialmente rejeitada pela equipe econômica do governo. O ministro Paulo Guedes era contra a ideia de unificar impostos de âmbito federal, estadual e municipal, eixo principal da proposta.

Em 2021, no entanto, a matéria ganhou novo fôlego após meses de negociação do relator da PEC, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), com representantes do governo federal, de estados e municípios.

Em seu relatório, apresentado em outubro do ano passado, Rocha propõe a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) “dual”. Nesse modelo, haveria um tributo de competência federal, a CBS, já prevista no PL 3.887/2020, e um segundo subnacional, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), em substituição aos atuais ICMS e ISS, recolhidos por estados e municípios, respectivamente.

Também é prevista a criação de um imposto seletivo, em substituição ao IPI, com finalidade extrafiscal, para desestimular o consumo de determinados produtos ou serviços nocivos ao meio ambiente ou à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas.

Outras medidas que constam do substitutivo incluem a restituição do IBS para famílias de baixa renda; a criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), abastecido com a receita do novo imposto; e incidência do IPVA sobre veículos aquáticos e aéreos, como lanchas, iates, jet skis, jatinhos e helicópteros.

A PEC tem o aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deve dar prioridade à pauta neste início de ano. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), já disse que pretende pautar a leitura e votação do texto no colegiado e encaminhar a proposta ao Plenário do Senado ainda em fevereiro, junto com um pedido de urgência.


Líder do governo no Congresso não vê chances de aprovação de reforma ampla

Apesar do discurso alinhado entre Planalto e Congresso em torno da aprovação da reforma tributária, o líder do governo no Congresso, deputado Eduardo Gomes (MDB-TO), diz ver chances de aprovação apenas de uma “pequena reforma”, focada em impostos que incidem sobre combustíveis.

Divergências entre base e oposição, governo federal e governadores e prefeitos, os diversos setores da economia e mesmo entre as Casas legislativas e o Executivo foram algumas das razões que dificultaram o andamento das matérias no ano passado.

“Ainda tem tempo, principalmente depois do anúncio da carta-convite da OCDE, de fazer alguma coisa de introdução de reforma tributária. Não acredito em reforma mais ampla agora”, disse, em entrevista recente ao jornal “Valor Econômico”.

“Como entrou o debate dos combustíveis, acabou abrindo um ambiente em que esse assunto vai ter de ser discutido. Tem um contexto ali para que a gente possa aprovar alguma coisa, mas o prazo é muito pequeno. Acho que vamos ter 90 dias de serviço útil de Congresso neste ano até a eleição”, afirmou.


Na oposição, o tema também não é visto como prioridade. “Os principais temas que o Congresso deve votar neste ano são temas que dizem respeito à recuperação econômica do país, já que a nossa economia vai muito mal; temas que digam respeito à inclusão social, à oferta de oportunidades e à garantia de uma renda básica para todos os brasileiros; e também temas que digam respeito à proteção ao meio ambiente, já que nos últimos anos houve muitos retrocessos nesta área”, disse o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), à Agência Câmara de Notícias.


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O MAL QUE LULA FEZ E VAI FAZER AO ESTADO BRAILEIRO CASO SEJA ELEITO

 

  1. Opinião 

O PT não almeja um Estado forte, eficiente e bem administrado, capaz de cumprir suas tarefas. Lula quer uma máquina pública inchada e submissa

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Por se colocar à esquerda no espectro político-ideológico, Luiz Inácio Lula da Silva não raro é visto por seus simpatizantes como um defensor do Estado. No discurso lulopetista, a direita é incapaz de aceitar o Estado como motor do desenvolvimento e da transformação social, razão pela qual tudo faz para reduzi-lo ao mínimo necessário apenas para garantir a manutenção dos privilégios da elite “neoliberal”; já a esquerda, ao contrário, por se julgar especialmente dotada de sensibilidade social, estaria continuamente batalhando para fortalecer o Estado. Segundo essa lógica, um governo lulopetista seria a oportunidade histórica para o fortalecimento do Estado e de sua máquina pública, de modo a favorecer os pobres e oprimidos.

Não é preciso sequer terminar de ler o que vai acima para se dar conta de que a tal conclusão é uma das tantas farsas lulopetistas. Lula e o PT falam muito do Estado e do que seria seu papel na sociedade, mas o fato é que nunca melhoraram o seu funcionamento. Ao contrário: os governos petistas ampliaram gastos, criaram cargos públicos, fizeram com que o Estado se envolvesse em novas áreas, multiplicaram as interferências do aparato estatal na vida econômica e social, mas em nenhum momento fortaleceram, de fato, o Estado.

O PT não almeja um Estado forte, eficiente e bem administrado, capaz de cumprir suas tarefas – servir à população, em último termo – com excelência, impessoalidade e economicidade. Lula sempre buscou um Estado inchado, que pudesse dar emprego aos companheiros, e submisso, que estivesse disponível para atender a interesses pessoais e partidários.

Tanto na oposição como no governo, a legenda de Lula nunca quis um Estado verdadeiramente republicano. Sempre foi contrária a toda e qualquer modernização, a toda e qualquer melhoria institucional que pudesse contribuir para a independência dos órgãos técnicos.

A resistência petista à criação das agências reguladoras durante o governo Fernando Henrique Cardoso é exemplo cabal desse desleixo com o poder público. Como já dissemos neste espaço, no editorial A importância das agências independentes (17/1), se tivesse prevalecido a visão do PT sobre o funcionamento estatal, não haveria uma Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autônoma e técnica para ajudar o País a enfrentar a pandemia, e a saúde dos brasileiros “estaria hoje à mercê de Jair Bolsonaro”.

O PT não apenas não contribuiu para o aperfeiçoamento institucional do Estado, como atuou deliberadamente, durante os governos Lula e Dilma, para aparelhar ideológica e partidariamente a máquina estatal. Essa atuação contraria frontalmente o que a Constituição dispõe sobre o funcionamento da administração pública, que deve seguir os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

O aparelhamento ideológico-partidário é um perverso desvirtuamento do Estado, que deixa de estar orientado ao bem público para se tornar submisso a interesses particulares. A respeito desse ponto, o PT sempre manifestou uma profunda ignorância. Nunca entendeu que a vitória nas eleições não dá direito ao governante de apropriar-se da máquina pública. A posse no cargo não transforma o aparato estatal em instrumento de serviço particular para si mesmo e para sua legenda. Nesse ponto, Jair Bolsonaro tem a mesma deficiência, tratando o governo como despachante dos interesses particulares de sua família.

Há ainda outra nefasta consequência do lulopetismo sobre o Estado, notada especialmente pela população mais carente e, assim, mais necessitada dos serviços públicos. Com sua irresponsabilidade nas finanças públicas – a legenda é praticante fervorosa do negacionismo econômico –, o PT, em sua desastrosa passagem pelo poder, limitou dramaticamente a capacidade de investimento do poder público, além de ter tornado o País menos atrativo para investidores. A bagunça populista gera danos sociais e econômicos concretos e duradouros.

O resultado é um Estado inchado e anêmico, incapaz de cumprir suas funções. Assim, com as atuais circunstâncias a exigir, nos próximos anos, verdadeira tarefa de reconstrução do Estado, revigorando-o em suas tarefas essenciais, tem-se mais uma evidência de que Lula não é solução, e sim parte relevante do problema.

ENERGIA SOLAR É A PREFERIDA NOS LEILÕES DE ENERGIA

 

Painéis fotovoltaicos alcançam 70% em geração de energia entre os projetos de leilão para expandir o parque nacional

André Borges, O Estado de S.Paulo

Nada brilha mais do que o sol no futuro desenhado para a expansão do setor elétrico. A geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos, uma tecnologia que até pouco tempo atrás figurava como tema excêntrico em rodas de conversa sobre a matriz elétrica, deixou para trás todas as demais fontes e assumiu a ponta no leilão que o governo vai realizar daqui a três meses para expandir o parque nacional.

Estadão fez um levantamento sobre cada um dos novos projetos de geração de energia cadastrados no leilão marcado para maio, quando serão contratados os empreendimentos que devem entrar em operação daqui a quatro anos, daí o nome “Leilão A-4”. Trata-se de um dos principais leilões do setor elétrico, porque é voltado a projetos de grande porte e que precisam de mais prazo para construção. Os dados apontam que, entre centenas de projetos de hidrelétricas, plantas térmicas e parques eólicos, nada bate as usinas solares.

Ao todo, 1.894 projetos de geração de energia de todas as fontes se cadastraram junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão que realiza o leilão para escolher os empreendimentos que vão entregar energia para todas as distribuidoras do País. Desse total, nada menos que 1.263 projetos (67%) são de geração fotovoltaica. A predominância é a mesma quando verificada a potência de energia. Dos 75.250 mil megawatts (MW) previstos por todos os projetos, 52 mil MW – 70% da potência cadastrada para o leilão – têm origem nos painéis solares.

Energia solar
A geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos deixou para trás todas as demais fontes e assumiu a ponta no leilão do governo

Protagonismo

Para se ter uma ideia de o que isso significa, seria o mesmo que construir quase cinco hidrelétricas de Belo Monte, que é hoje o maior empreendimento nacional de geração de energia. A se basear pelo histórico da EPE, cerca de 80% desses projetos cadastrados recebem sinal verde para participar do leilão, por cumprir todos os requisitos técnicos do processo de habilitação. Se as distribuidoras apresentam boa demanda por energia nova, portanto, tudo indica que as usinas solares podem ser protagonistas da disputa.

Entre os investidores que apresentaram projetos e se preparam para erguer parques solares está a Lightsource BP, uma das maiores companhias do mundo nesse setor. A empresa de origem inglesa, que tem a British Petroleum como sócia, está no Brasil desde 2019. Ricardo Barros de Vasconcelos Lima, diretor-geral da Lightsource BP no Brasil, diz que a companhia já iniciou a construção de um parque solar no Ceará, com 210 megawatts de potência, mas que planeja multiplicar por dez essa geração até 2025.

“Conseguimos uma linha de financiamento de US$ 1,8 bilhão em Londres para investir nas operações em todo o mundo. O que posso te dizer é que estaremos no leilão, com toda a certeza, mas também com prudência. Vamos ver qual será o volume de energia demandado pelas distribuidoras”, disse.

Impulso

Três fatores ajudam a entender por que a energia solar deixou de ser um experimento elétrico para entrar na base do abastecimento nacional. O primeiro é o custo da energia. Em uma década, o valor da geração solar despencou e hoje rivaliza entre as mais baratas do País, chegando até a desbancar, em alguns momentos, as eólicas e as hidrelétricas. Se em 2013 o custo do megawatt-hora da energia solar era de US$ 103, este preço caiu para US$ 31 em 2021.

O segundo fator diz respeito ao avanço da tecnologia. Hoje, um parque solar é montado com metade do investimento que seria exigido cinco anos atrás para ocupar uma mesma área, enquanto a eficiência dos novos equipamentos cresceu e hoje entrega 30% mais energia, em média, do que as estruturas que se tinham há cinco anos. O tempo de instalação também é bastante reduzido em relação a um projeto hidrelétrico, por exemplo, com usinas em operação entre um ano e meio a dois anos.

Um terceiro aspecto que favorece a expansão nacional é a incidência de sol no País, presente com forte intensidade em grande parte do território nacional e de forma constante. “Não há surpresa para nós nesses movimentos. Vemos a oferta de projetos solares como uma resposta à demanda cada vez maior do setor”, diz Marcio Trannin, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). “As eólicas são renováveis, mas o sol consegue ser ainda mais democrático que o vento. Os projetos eólicos ocorrem em áreas específicas, enquanto a fonte solar tem uma capacidade de capilaridade muito maior.”

Mesmo assim, para dar mais segurança ao setor elétrico e diversificar a matriz energética, o governo anunciou na semana passada a retomada das obras da usina nuclear Angra 3 pela estatal Eletronuclear no litoral do Rio de Janeiro.

As obras serão tocadas por um consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz, grupo vencedor da licitação para contratar os serviços do chamado “Plano de Aceleração do Caminho Crítico” da usina. Hoje só há duas unidades nucleares em operação no País, Angra 1 e 2.

Os militares defendem que o investimento em energia nuclear deve ser feito pelo País, por, entre outros fatores, ser uma fonte que entrega o volume total de energia que suas turbinas podem gerar no momento em que o setor elétrico quiser, diferentemente de outras fontes “intermitentes” – como hidrelétricas, eólicas e solar, que dependem das condições climáticas de chuva, vento e sol para proverem energia, sobre as quais não se tem controle total.

Hoje há, basicamente, três grandes mercados de energia onde os painéis solares se espalham. Ambiente residencial e de pequenas empresas, seu uso é feito de maneira direta pelo empreendedor, que busca uma forma de gerar sua própria energia e, assim, reduzir seus custos com eletricidade. É o chamado mercado distribuído. Outro segmento explorado pelas usinas solares é a venda da geração para as distribuidoras de energia, setor conhecido como “mercado regulado”, que realizará o leilão em maio.

Um terceiro mercado, porém, deve concentrar boa parte dos projetos nos próximos anos. Trata-se do chamado “mercado livre”, onde grandes indústrias – como os setores eletrointensivos, siderúrgicas e cimenteiras, por exemplo – compram a energia diretamente de seus geradores, em contratos diretos e de longo prazo, sem passar pelas distribuidoras.

“Com certeza há muita demanda pelas distribuidoras, e o setor estará presente, como é possível ver neste leilão, mas a consolidação da energia fotovoltaica deverá se dar, mesmo, com forte entrada pelo mercado livre”, diz Marcio Trannin.

Hoje, a geração fotovoltaica reúne 7.157 empreendimentos em operação em todo o País, com uma potência total de 4.735 megawatts. É pouco se considerada a fatia do sol na matriz elétrica, de 2,60% da potência nacional, mas a tendência é de que essa participação avance a passos largos nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu com as usinas eólicas. Há uma década, os cataventos estavam no mesmo patamar em que se encontram hoje as usinas solares. Hoje, eles respondem por mais de 11% da geração do País e, em épocas de ventania, já representam mais de 20% do abastecimento diário.

UCRÂNIA VAI DEFENDER DO ATAQUE RUSSO COMO PODE

 

  1. Internacional 

Se concessões forem feitas à Rússia, esses grupos armados poderão se voltar contra o próprio governo ucraniano

Redação, O Estado de S.Paulo

KIEV – O ativista ucraniano e miliciano senta-se diante da bandeira de seu partido, deixando pouca dúvida de sua disposição para a ação. A bandeira ostenta dois machados com os cabos unidos, sobre um fundo vermelho. Yuri Hudymenko está pronto para pegar em armas, mas não necessariamente contra a Rússia

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Instrutor militar ensina civis a usar coquetéis molotov durante uma sessão de treinamento em uma fábrica abandonada na Ucrânia Foto: Sergei Supinsky/AFP

Como membro do Machado Democrático – uma das dezenas de grupos nacionalistas de direita que representam uma força política na Ucrânia e se opõem ferozmente a qualquer concessão a Moscou – sua fúria será direcionada ao governo ucraniano, caso Kiev concorde em concessões em troca da paz. 

Moscou concentrou mais de 130 mil soldados na fronteira da Ucrânia, ameaçando invadir a não ser que suas exigências sejam cumpridas: que a Otan descarte a adesão ucraniana e retire suas forças do Leste Europeu. 

Continua incerto se os líderes ocidentais e o presidente russo, Vladimir Putin, serão capazes de negociar um acordo. Mas qualquer resolução tende a forçar Kiev a aceitar concessões arriscadas, que poderiam ser desestabilizadoras domesticamente. Nesta semana, por exemplo, o presidente francês, Emmanuel Macron, propôs uma “finlandização” da Ucrânia, que deixaria o país em uma posição neutra entre a Rússia e a Otan, como a Finlândia durante a Guerra Fria.  PARA ENTENDEREntenda a crise entre Rússia e Otan na UcrâniaO que começou como uma troca de acusações, em novembro do ano passado, evoluiu para uma crise internacional com mobilização de tropas e de esforços diplomáticos

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, tem poucas cartas para jogar em qualquer negociação com Moscou. Talvez sua melhor carta seja a ameaça da insurgência de grupos nacionalistas, como o Machado Democrático e o ainda mais influente Setor da Direita, no caso de invasão russa. Recentemente, o governo até pediu que os partidos nacionalistas obtenham armamento mais pesado. 

Mas os grupos são uma faca de dois gumes, ameaçando não apenas o Kremlin, mas também o governo ucraniano, que poderá ser abalado e possivelmente derrubado por eles se Zelenski concordar com um acordo de paz que, segundo sua visão, ceda demais a Moscou.

O chanceler ucraniano e o ministro da Defesa afirmaram recentemente que o maior risco que o país corre é de desestabilização interna sob a ameaça da invasão, não do ataque em si. E, em um país cujos cidadãos tomaram as ruas duas vezes desde o fim do período soviético e depuseram sem cerimônia governos vistos como capachos de Moscou, essa ameaça não é nada remota. Analistas afirmam que Zelenski estaria assumindo riscos extremos, mesmo ao considerar um acordo de paz, motivo pelo qual ele está tão cuidadoso em não mencionar uma possível via de negociação. https://arte.estadao.com.br/uva/?id=QnAo3y

Macron quer sacrificar a soberania da Ucrânia para acalmar a Rússia, mas não entende que isso não funciona”, afirmou Oleksandr Ivanov, diretor de um grupo chamado Movimento Contra a Capitulação. “Aqui, a sociedade civil tem mais influência sobre a política do que os partidos políticos.” Para Zelenski, disse ele, “a ameaça da guerra é, na verdade, apenas uma ameaça, enquanto assinar compromissos é a garantia de protestos”.

Hudymenko concorda. Seu escritório tem as paredes decoradas com vários machados e uma besta, um lembrete de que seu partido dá treinamento paramilitar para seus membros. Ele ressaltou que qualquer protesto contra um possível acordo seria pacífico, mas deixou pouca dúvida de que isso resultaria na deposição de Zelenski. Mesmo os principais partidos políticos ucranianos se opõem a fazer concessões e afirmam que convocarão protestos caso o governo se curve demais. 

Macron adotou a estratégia de reavivar o diálogo sobre a guerra no leste da Ucrânia como um passo na direção de um acordo mais amplo, que também incluiria negociações a respeito das demandas russas por uma reforma na arquitetura da segurança europeia que reduza o papel da Otan. Sob uma interpretação, o acordo de paz no leste da Ucrânia poderia descartar uma futura adesão da Ucrânia à aliança. 

Nacionalistas da Ucrânia ainda são problema

O risco dos grupos nacionalistas entrou em foco no ano passado, quando Zelenski acusou o Machado Democrático de planejar um protesto armado na Praça da Independência, em Kiev, como parte de uma conspiração golpista.https://omny.fm/shows/estad-o-not-cias/sem-timing-a-ida-de-bolsonaro-r-ssia/embed

Isso colocou o partido – fundado por um grupo de blogueiros que escolheram o machado como símbolo pela ferramenta ter sido usada tradicionalmente na Ucrânia tanto como utensílio como arma do camponês – no centro das preocupações com a possibilidade de a política de estímulo ao treinamento militar para civis também elevar o risco de instabilidade interna.

Hudymenko, um ex-jornalista e consultor de marketing, de 34 anos, disse que não pode haver nenhum tipo de reconciliação com os separatistas apoiados pela Rússia antes de as tropas russas se retirarem do leste da Ucrânia, onde Moscou fomenta a guerra desde 2014.

Ele disse que mantém em casa um fuzil Kalashnikov e treina frequentemente com a arma, preparando-se para combater os russos. Hudymenko afirma que só usaria seu fuzil durante um protesto se a polícia abrisse fogo contra a multidão, como ocorreu nos protestos de 2014 em Kiev. “Zelenski e seu governo podem estar sob pressão tanto dos ucranianos quanto da Rússia”, afirmou Hudymenko. “Mas, no fim das contas, eles temem o povo ucraniano mais do que temem o Exército russo.” / NYT, TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

CRISE COM A UCRÂNIA É FABRICADA POR PUTIN

 


  1. Internacional
     

Estamos prestes a descobrir o que Putin teme mais: sanções ou a perda de credibilidade

Lourival Sant’Anna, O Estado de S.Paulo

A imprevisibilidade da situação na Ucrânia é consequência dos métodos de Vladimir Putin de dissimular suas intenções. Ele consegue enganar os observadores que dão à geopolítica um papel que ela não tem nessa crise e ignoram facetas fundamentais do jogo político e do manual seguido pelo presidente russo.

Ucrânia Rússia exercícios militares
Baterias de sistemas anti-aéreos S-400 participam de treinamento militar de Rússia e Belarus na região de Brest, perto da Ucrânia Foto: Russian Defense Ministry Press Service via AP

A suposta vulnerabilidade da Rússia perante a expansão para leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é um produto da estratégia de permanência de poder de Putin. Nesses 22 anos no poder, Putin tem, desde o início, com a guerra na Chechênia, provocado tensões externas e internas para justificar sua perseguição implacável a todos aqueles que se interpõem no seu caminho, seja na política ou nos negócios.

No dia 25, o Serviço Federal de Monitoramento Financeiro, que como tudo com poder decisório na Rússia é controlado por Putin, enquadrou o líder oposicionista Alexei Navalni e seus oito colaboradores mais próximos como terroristas. A medida abre caminho para pesadas penas de prisão e o congelamento dos depósitos deles. 

Navalni, sobrevivente do envenenamento em 2020 com o agente nervoso Novichok, que só as Forças Armadas russas possuem, está preso desde que voltou à Rússia há um ano, depois de se tratar num hospital em Berlim. Desde 2013 ele expõe no YouTube, no qual tem 6,5 milhões de assinantes, os casos de corrupção que envolvem Putin.

É apenas um de muitos exemplos do uso das tensões externas para reprimir os opositores com a justificativa de que eles são agentes dos “inimigos”. Putin sancionou em abril uma lei que lhe permite se reeleger até 2036. https://omny.fm/shows/estad-o-not-cias/sem-timing-a-ida-de-bolsonaro-r-ssia/embed

A Otan forneceu a aliados do Leste Europeu sistemas que interceptam mísseis depois que a Rússia mirou essas armas para esses países. Armas defensivas existem, embora isso pareça contraintuitivo. Os ucranianos estão treinando o uso de drones e mísseis portáteis projetados para destruir tanques.

Nunca houve um compromisso de a Otan não abrigar países do Leste Europeu. Em 1997, numa cúpula entre Bill Clinton e Boris Yeltsin, ficou acertado que os países eram soberanos para aderir à aliança que quisessem. A própria Rússia já era parceira da Otan desde 1994. O que mudou não foi a Otan ou as necessidades de segurança da Rússia. Yeltsin era um democrata; Putin, não.

A Rússia não está sob ameaça. A crise foi fabricada por Putin, a partir do que ele considera necessário para se manter no poder. Estamos prestes a descobrir o que ele teme mais: uma guerra seguida de sanções econômicas ou a perda de credibilidade causada por um blefe.

FAZ POUCO TEMPO E TUDO ERA DIFERENTE

 

  1. Cultura 

Para os netos, uma barbárie: discos comprados em lojas, sem internet e sem delivery de comida

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

“Faz pouco tempo, parece que foi ontem”, diz o avô aos netos adolescentes. 

Os três jovens sabiam que essa frase introduzia uma chuva de memórias e que deveriam ouvi-las porque amavam o avô e porque os pais estavam por perto para garantir a fidelidade às raízes. Com a supervisão do olhar paterno e materno e um pouco de impulso afetivo, eles chegam mais perto do velho senhor. 

– Como era?PUBLICIDADE

– Ah, meninos, era outra época. A gente não fazia exames com cotonetes nas narinas e ninguém usava máscara. 

Os netos se entreolharam. Seria o início da senilidade quando a memória fica mais liberta dos fatos reais? Voltaram a entreolhar-se de forma cúmplice e continuaram dispostos a ouvir o pai do pai.

– Vou um pouco mais para trás. Não existiam celulares e fazíamos poucas fotos. As pessoas conversavam umas com as outras sempre que saíam.

Agora sim: os netos tinham certeza de que a saúde mental do patriarca estava em declínio absoluto. Como sair sem celular? Como não fotografar tudo? Sobre o que poderiam conversar as pessoas se não tivessem redes sociais? Duvidaram, ainda mais, da lucidez do avô, especialmente no exato momento em que o olhar do pai ficou mais vigilante do outro lado da sala. 

Literatura
Aos netos, descreveu um mundo de barbárie absoluta, de cartas escritas a mão, envelopes com selos Foto: Valéria Gonçalvez / Estadão – 9/12/2009

O senhor de cabelos brancos falou daquele quase paleolítico inferior. Descreveu um mundo de barbárie absoluta com discos comprados em lojas, sem internet e, como único sistema de delivery de comida, um padeiro e um leiteiro que deixavam as coisas em casa pela manhã. O mais novo perguntou: 

– Mas… pedia pelo aplicativo, vô? 

O senhor não respondeu à pergunta. Estava imerso naquela melancolia que colabora para tornar o passado brilhante à medida que dele nos distanciamos. Falou de cartas escritas a mão, envelopes com selos, ligações interurbanas caríssimas para a Europa, uma televisão por família, carros que duravam muitos anos em cada casa, eletrodomésticos que eram dados de presente no dia do casamento e eram trocados, por vezes, nas bodas de prata. 

– Eram de adamantium? perguntou o mais novo, brincando com a figura da personagem Wolverine, com garras indestrutíveis daquele metal. Não, o avô não acompanha os X-Men e apenas louvava um mundo sem a obsolescência do atual. 

– A gente consertava as coisas: sapatos, batedeiras, casamentos… Não se jogava fora ao primeiro sinal de fadiga de material. 

Consertar um calçado era algo muito estranho aos três netos. Quando o tênis rasgava, era o momento de trocá-lo, ou até antes. Chocavam-se dois modelos de capitalismo entre as gerações ali em debate. Todavia a narrativa estranha daquele mundo muito antigo, quase uma Idade das Trevas tecnológica, seduzia um pouco eles. 

– Entre 1970 e 1986, eu e sua avó tivemos o mesmo aparelho de telefone fixo; depois, ela inventou de comprar um modelo novo e começou a trocar.

Dezesseis anos com um aparelho? Júlia nunca tinha conseguido ter um por muito tempo. Surgiam modelos, quebrava a tela, havia uma fonte nova que não se encaixava nas coisas do verão passado. Dezesseis anos eram dois a mais do que toda a vida dela. Como se ela tivesse recebido um celular ao nascer e, incrível, ainda o usasse! A menina estava realmente espantada que sua família tivesse sobrevivido a um mundo assim!

A narrativa ainda descreveu uma escola de presença diária, sem aulas virtuais. “Todos os dias”, a expressão parecia inacreditável. Como alguém aguentava? De fato, nenhum dos netos conseguia supor aquela época contemporânea das pirâmides do Egito. Era concebível? Alguém seria feliz? Era possível existir? Não havia suicídios em massa? As pessoas, desesperadas, não se atiravam das pontes pelo vazio da sociedade sem smartphones?

Já fazia trinta minutos que o senhor descrevia, com alguma idealização, o passado. Eram dois mundos incomunicáveis. Quando se lê a expressão “pérolas para os porcos”, existe um julgamento moral e uma incompreensão. O julgamento moral dos porcos é injusto: por que os suínos deveriam dar valor a uma substância retirada de uma concha e sem valor alimentício? Os animais da vara não são estúpidos, os humanos talvez sejam. Porém, se as pérolas possuem alguma consciência, também não valorizariam os porcos. Ambos se ignoram e animais e esferas marinhas não conseguem entender a utilidade ou o valor alheio. Sim, o avô falava e o efeito era similar. Onde estaria o valor: na pérola contemporânea ou no porco de antanho?

O horário do almoço se aproximava e os pais entraram na sala para dar liberdade provisória aos netos. O velho senhor encerrou a história com a revelação final: não havia tomadas ao lado da cama na infância dele. Por vezes, uma única, ocupada pelo abajur. “Sem tomadas ao lado da cama?” Agora, a narrativa tinha se tornado mítica em excesso. Eram perólas-wireless em excesso e porcos se atropelando. Os três almoçaram felizes por terem se livrado de nascer em época tão atrasada. 

– Faz pouco tempo!, exclamou o avô, balançando a cabeça com saudade. 

O prato de domingo era um leitão assado, pedido pelo celular do pai. O animal parecia concordar: “Faz pouco tempo…”.  

LEANDRO KARNAL É HISTORIADOR,ESCRITOR, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS E AUTOR DE ‘A CORAGEM DA ESPERANÇA’, ENTRE OUTROS

METAVERSO E NEGÓCIOS

 

*Por Lyana Bittencourt, CEO do Grupo BITTENCOURT – consultoria especializada em desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios

Metaverso… Com certeza nos últimos tempos você ouviu esse termo e pode não ter entendido do que as pessoas estão falando tanto. É algo novo, diferente e disruptivo. O metaverso é uma nova realidade que chega para ficar e está impactando a forma com que as empresas têm pensado no futuro dos negócios.

Afinal, como um mundo totalmente virtual, que replica o mundo físico de forma realista, com uma experiência imersiva e surpreendente vai mudar a forma com que nos relacionamos e como gerimos nossos negócios?

Há quem diga que agora vamos viver num mundo tridimensional, no qual não teremos apenas um universo binário de físico e virtual, mas algo que faz a intersecção entre os dois mundos. A terceira dimensão, um outro lugar que passaremos a ocupar. E com isso, também um terceiro canal de vendas. Isso muda tudo no varejo e também para as redes de franquia.

Com essas interações multidimensionais as oportunidades passam a ser quase que infinitas. Imagine oferecer a experiência de uma loja física para mercados em que não há potencial de implantação de lojas? E não, isso não é oferecido pelo e-commerce – uma abordagem fria, sem conexão e simplesmente transacional. No metaverso, as empresas conseguirão oferecer conexão real, interações pessoais sem barreiras geográficas.

Para a expansão de redes de franquias, o metaverso também traz possibilidades muito interessantes: imagine colocar os candidatos em contato com a realidade da operação sem sair do lugar, por exemplo. Fazê-los sentir a vivência do negócio antes mesmo da rede e do candidato se comprometerem contratualmente – e melhor, sem os custos de fazer isso no mundo físico, mas sem perder o contato com a realidade. Isso passa também pela capacitação das equipes, transformando o treinamento em uma experiência realmente imersiva no conceito e que pode também incluir doses de gamificação com recompensas e fases para evolução no processo.

Ainda no contexto das expansões, já pensou em vender uma franquia no metaverso? Os territórios se ampliam de forma exponencial (a revolução no real estate será gigante). Já temos exemplos de marcas que vendem produtos virtuais com investimentos reais – roupas, acessórios e até mesmo casas já passaram a ser vendidas no metaverso, e porque não franquias?

E não podemos esquecer dele que é o centro de tudo: o consumidor. Chegaremos na era do Direct to avatar commerce, ou seja, no metaverso o consumidor pode ser quem ele quiser. A construção dos avatares e suas características construídas conforme os desejos individuais vai suprir as necessidades aspiracionais provocadas pelas redes sociais e dos mais diversos lifestyles que são exibidos nas redes. Então, a complexidade do relacionamento com o consumidor passa a ir além. Como lidar com um perfil de consumidor no mundo físico e outro perfil no virtual? Tudo indica que iremos descobrir muito em breve.

QUEM SOMOS

A Plataforma Comercial da Startup ValeOn é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial ValeOn um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial ValeOn veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

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